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Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional S.A. SÍNDROME METABÓLICA: PREVALÊNCIA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE ANÁPOLIS-GO Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo - 13.278-181 [email protected] [email protected] Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Publicação: 09 de março de 2009 Cristina Gomes de Oliveira Teixeira Profa. Ms. Flávia Melo Pontieri Curso: Nutrição FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. Trabalho apresentado no 8º. Congresso Nacional de Iniciação Científica – CONIC – SEMESP em novembro de 2008. RESUMO A síndrome metabólica é a união de fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, obesidade abdominal, dislipidemias (HDL-c baixo, triglicérides altos) e alteração no metabolismo da glicose que vem acometendo vários adolescentes. Considerando a relevância da detecção precoce da síndrome metabólica para a estratificação do risco em adolescentes para eventos cardiovasculares, o objetivo deste estudo foi identificar a prevalência da síndrome metabólica em adolescentes com obesidade abdominal; identificar o IMC, comparar as variáveis: triglicérides, HDL-c, pressão arterial e glicose entre os sexos. Utilizou-se, para isso, o estudo transversal com 262 adolescentes de ambos os sexos na faixa etária de 10 a 14 anos de idade. Foram feitos a medida de circunferência do abdome, aferição da pressão arterial e exames laboratoriais de glicose, colesterol HDL-c e triglicérides. O resultado encontrado mostrou que a prevalência de Síndrome Metabólica foi de 37,4%, um total de 98 adolescentes (46 meninas e 52 meninos) encontra-se com síndrome metabólica. De acordo com o estado nutricional dos adolescentes, o índice de massa corporal dos adolescentes masculinos demonstrou que 68,57% estão dentro dos parâmetros normais, 4,28% sobrepesos e 27,14% obesos. Quanto ao sexo feminino, 30,32% estão dentro dos parâmetros normais, 0,81% sobrepeso e 68,85% obesas. A obesidade feminina foi estatisticamente maior que no masculino. Não encontrou nenhuma diferença estatística entre os sexos nas variáveis: triglicérides, HDL-c e pressão arterial. Conclui-se que a prevalência de Síndrome Metabólica foi considerada elevada, a obesidade foi maior no sexo feminino e não houve diferença entre os sexos nas variáveis analisadas. Palavras-Chave: Síndrome metabólica, obesidade abdominal, riscos cardiovasculares, dislipidemia. ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. XI, Nº. 12, Ano 2008

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Page 1: RESUMO · Friedewald. A glicemia foi avaliada pelo método enzimático da hexoquinase, com equipamento de automação Cobas Mira Plus (Roche)

Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional S.A.

SÍNDROME METABÓLICA: PREVALÊNCIA EM ADOLESCENTES NA CIDADE DE ANÁPOLIS-GO

Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato

Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo - 13.278-181

[email protected] [email protected]

Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e

Desenvolvimento Educacional - IPADE Publicação: 09 de março de 2009

Cristina Gomes de Oliveira Teixeira Profa. Ms. Flávia Melo Pontieri Curso: Nutrição FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.

Trabalho apresentado no 8º. Congresso Nacional de Iniciação Científica – CONIC – SEMESP em novembro de 2008.

RESUMO

A síndrome metabólica é a união de fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão arterial, obesidade abdominal, dislipidemias (HDL-c baixo, triglicérides altos) e alteração no metabolismo da glicose que vem acometendo vários adolescentes. Considerando a relevância da detecção precoce da síndrome metabólica para a estratificação do risco em adolescentes para eventos cardiovasculares, o objetivo deste estudo foi identificar a prevalência da síndrome metabólica em adolescentes com obesidade abdominal; identificar o IMC, comparar as variáveis: triglicérides, HDL-c, pressão arterial e glicose entre os sexos. Utilizou-se, para isso, o estudo transversal com 262 adolescentes de ambos os sexos na faixa etária de 10 a 14 anos de idade. Foram feitos a medida de circunferência do abdome, aferição da pressão arterial e exames laboratoriais de glicose, colesterol HDL-c e triglicérides. O resultado encontrado mostrou que a prevalência de Síndrome Metabólica foi de 37,4%, um total de 98 adolescentes (46 meninas e 52 meninos) encontra-se com síndrome metabólica. De acordo com o estado nutricional dos adolescentes, o índice de massa corporal dos adolescentes masculinos demonstrou que 68,57% estão dentro dos parâmetros normais, 4,28% sobrepesos e 27,14% obesos. Quanto ao sexo feminino, 30,32% estão dentro dos parâmetros normais, 0,81% sobrepeso e 68,85% obesas. A obesidade feminina foi estatisticamente maior que no masculino. Não encontrou nenhuma diferença estatística entre os sexos nas variáveis: triglicérides, HDL-c e pressão arterial. Conclui-se que a prevalência de Síndrome Metabólica foi considerada elevada, a obesidade foi maior no sexo feminino e não houve diferença entre os sexos nas variáveis analisadas.

Palavras-Chave: Síndrome metabólica, obesidade abdominal, riscos cardiovasculares, dislipidemia.

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1. INTRODUÇÃO

O número de doenças crônicas como obesidade, diabetes, cardiopatias tem aumentado

progressivamente, além, ainda, dos fatores de risco associados a elas, como o tabagismo, o

estresse, o sedentarismo e a alimentação inadequada (DUCAN; SCHMIDT, 2001; MALIK

et al. 2004; RAUSCHHUBER, 2005), entretanto, essas comorbidades apresentam uma forte

agregação na infância (CABALERRO et al. 2008; SILVA et al. 2005).

A síndrome metabólica (S.M.) se destaca como resultante da associação entre a

obesidade, aumento da pressão arterial, dislipidemia e diabetes. No entanto, existem

controvérsias sobre sua definição, sendo que cada grupo de pesquisadores segue um

conjunto de patologias associadas, de acordo com trabalhos desenvolvidos, para conhecer

os diferentes critérios de definição (WEISS et al. 2004; SUNG et al. 2003).

Segundo Kawamoto et al. (2005), a síndrome metabólica não é doença específica,

mas uma série de alterações metabólicas e hemodinâmicas associadas a ela. Todavia, nos

últimos anos, tem sido cada vez mais enfatizada a participação da adiposidade abdominal,

ácidos graxos livres, como componentes importantes na fisiopatogênese da síndrome

metabólica, principalmente pelo envolvimento nos seus mecanismos (LOPES, 2003).

A partir dos dados do NCEP, em 2001, foram estabelecidos critérios baseados na

circunferência abdominal e não no índice de massa corpórea. Esse foi um dos motivos que

nos levou a identificar a prevalência de síndrome metabólica já saindo do diagnóstico de

obesidade abdominal. Além disso, o National Institutes of Health (2001) reconhece a

terapêutica do agrupamento de fatores de risco cardiovascular encontrado na síndrome

metabólica como forma de prevenção secundária.

Em 2007, a International Diabetes Federation (IDF) apresentou uma definição

para o uso em crianças e adolescentes, tornando-se, assim, a primeira grande organização

a publicar a definição em jovens.

Estima-se que a prevalência da S.M. nos EUA seja de 24% da população adulta e,

acima de 50 anos, apresente a prevalência entre 50 e 60%. Projeções indicam que somente

nesse país, no ano 2010, cerca de 50 a 75 milhões ou mais de americanos manifestarão a

síndrome (GRUNDY et al. 2004; SAMAD et al. 1999). O Brasil não tem estudos de

prevalência de síndrome metabólica em crianças, temos alguns estudos regionais como o

de Oliveira, Souza e Lima (2006) que estudaram 240 indivíduos de ambos os sexos, acima

de 25 anos e constatou-se uma alta prevalência, principalmente em mulheres ≥ de 45 anos.

A associação dos fatores de riscos cardiovasculares na população adulta é um fato

comum, entretanto, nos últimos vinte anos, essa agregação vem sendo manifestada na

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população jovem e freqüentemente relacionada a uma história familiar de síndrome

metabólica (BERENSON et al. 1998; CHEN et al. 1999; BEILIN ; HUANG, 2008).

Recentemente Whincup et al. (2005) analisando as relações entre fatores de riscos

coronarianos, adiposidade e suas perturbações metabólicas associadas com a

distensibilidade arterial, constataram que a adiposidade e suas conseqüências metabólicas

estão associadas com mudanças na parede arterial ainda na idade jovem. Esses autores

enfatizam a importância de estratégias nesta população para controlar a adiposidade e

suas conseqüências metabólicas.

As crianças vêm se tornando cada vez mais vulneráveis ao excesso de peso,

devido à grande tendência ao aumento do sedentarismo, observado nos estudos que

avaliam a síndrome metabólica. Esses achados apontam para uma probabilidade real de

aumento na taxa futura de morbidade e mortalidade cardiovascular e com grande impacto

socio-econômico não só para o Brasil como também para todos os países de economia em

transição.

A falta de estudos anteriores sobre a síndrome metabólica no Brasil torna

relevante para conhecer a situação real dos adolescentes para futuras intervenções.

É evidente que a incidência e a prevalência da síndrome metabólica e obesidade

tendem a aumentar com o passar do tempo, tornando-se um preocupante problema de

saúde pública. Neste contexto, considera-se importante a detecção precoce de SM a fim de

fazer a estratificação do risco global em adolescentes para eventos cardiovasculares.

Este artigo está organizado em seções. A primeira seção está nesta introdução, a

segunda apresenta os objetivos da pesquisa. A metodologia utilizada na realização da

pesquisa é apresentada na seção três. As informações relacionadas ao desenvolvimento da

pesquisa, bem como a revisão de literatura, o problema abordado e a solução proposta são

apontadas na seção quatro. A forma de abordar os experimentos, os resultados e as

discussões são descritos na seção cinco. Por fim, as considerações finais estão expressas na

seção seis.

2. OBJETIVO

Os objetivos desta são identificar a prevalência da síndrome metabólica em adolescentes

com obesidade abdominal; identificar o IMC e comparar as variáveis: triglicerídeos, HDL-

colesterol e pressão arterial entre os sexos.

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3. METODOLOGIA

Foi usado o estudo observacional, transversal, também chamado de estudo de prevalência,

pois faz uma análise da prevalência de um evento em um determinado corte do tempo.

Esse método atende ao objetivo da pesquisa que é identificar a prevalência da síndrome

metabólica e verificar se existe relação entre as variáveis.

A população foi constituída de 850 crianças e adolescentes de ambos os sexos,

estudantes da rede estadual, entre 9 e 14 anos, do município de Anápolis-GO, que

participaram da primeira avaliação da pesquisa e, destes, 262 adolescentes entre 10 e 14

anos, classificados com obesidade abdominal foram convidados a fazerem exames

bioquímicos a fim de identificar a prevalência da Síndrome Metabólica. O termo de

consentimento informado foi obtido a partir dos pais, durante uma palestra sobre o projeto

de pesquisa.

O critério para o diagnóstico da síndrome metabólica seguiu as definições da IDF

(2007), nas quais um indivíduo com idade entre 10-15 anos tem a síndrome metabólica se

ele ou ela tiverem adiposidade central (circunferência da cintura 90º percentil), acrescido

de pelo menos dois dos seguintes critérios:

1) triglicéridos 150 mg/dl (1,7 mmol/l);

2) colesterol HDL <40 mg/dl (1,03 mmol/l);

3) jejum de glicose 100 mg / dl (5,6 mmol / l) ou previamente diagnosticado

diabetes tipo 2;

4) a elevação da pressão arterial foi definida como um valor igual ou superior a

percentil 90 para a idade, sexo e altura, com base na I Diretriz de Prevenção da

Aterosclerose na Infância e na Adolescência (2005).

Foi utilizado o índice de massa corporal (IMC), definido como peso em

quilogramas dividido pela altura em metros quadrados. Os adolescentes com IMC >

percentil 95° por idade e sexo, foram classificados como obeso; entre 85° e 95º percentil

como sobrepeso e inferior a 85° percentil como normal, seguindo os valores de referência

de Cole et al. (2000), pois segundo Fernandes et al. (2007), é uma referência de IMC que

tem uma boa concordância na indicação do estado nutricional de brasileiros. A massa

corporal foi medida em balança eletrônica, marca Filizola de 150 kg, com capacidade de

resolução de 100 g, com o adolescente vestindo o mínimo possível de roupa e descalço. A

estatura foi medida com Estadiômetro de parede WCS com 220 cm, com o adolescente

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permanecendo ereto, com os calcanhares, nádegas e cabeça em contato com a parede e

com os olhos fixos num eixo horizontal paralelo ao chão (Linha de Frankfurt).

A circunferência abdominal foi medida mais próxima de 1 cm ao ponto alto da

crista de ilíaca, com o mínimo de respiração do participante, conforme apresentado na

Figura 1.

Fonte: Li, 2006, p.1391.

Figura 1. Posição de fita para medir a circunferência da cintura.

As análises laboratoriais foram executadas pelo laboratório da Santa Casa de

Misericórdia de Anápolis. O sangue foi obtido por punção venosa, observando-se um

jejum de 12 horas. O soro foi obtido por centrifugação do sangue a 2500 rpm por 15 min. O

perfil lipídico foi definido pelas determinações do: colesterol total (CT) e triglicerídeos

(TG) utilizando método enzimático - colorimétrico automatizado; HDL-colesterol: (HDL),

método de precipitação seletiva, acoplado a dosagem por método enzimático colorimétrico

automatizado e LDL-colesterol (LDL), obtido por cálculo, utilizando a fórmula de

Friedewald. A glicemia foi avaliada pelo método enzimático da hexoquinase, com

equipamento de automação Cobas Mira Plus (Roche).

Foi utilizado o teste de Komolgorov-Smirnov (K-S) para avaliar a normalidade

do conjunto de dados analisado. Diante dos valores apresentados pela análise estatística,

constatou-se que todas as variáveis analisadas apresentavam distribuição normal.

Portanto, para a exposição dos dados, utilizou-se a estatística descritiva sob a forma de

média e desvio padrão. Para identificar a existência de diferenças entre os sexos utilizou o

test “t” para amostras independentes.

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4. DESENVOLVIMENTO

A síndrome metabólica é caracterizada por uma série de fatores de risco metabólicos,

presentes em um indivíduo em que apresentam vários componentes.

4.1. Considerações importantes sobre a redação de artigo científico

A síndrome metabólica, que também já foi chamada de síndrome X ou síndrome da

resistência à insulina, é a junção de vários resultados de testes laboratoriais com níveis fora

do padrão de normalidade e medidas corporais alteradas, sendo também um risco de

doenças cardiovasculares (TORPY; LYNM; GLASS, 2006).

A doença cardiovascular é o principal fator de morte em adultos em países

desenvolvidos, vários estudos são feitos para tentar impedir que outras doenças se

desenvolvam (TORPY; LYNM; GLASS, 2006).

Para desenvolver a síndrome metabólica, deve–se ter pelo menos três dessas

doenças: obesidade abdominal, hipertensão, triglicerídeos elevados, dislipidemia que é o

LDL aumentado e o HDL diminuído (colesterol bom), resistência à insulina, estados pró-

trombótico, que são a elevação do fibrinogênio ou PAI- 1, estado pró-inflamatório que é a

elevação da proteína C-reativa (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2007; TORPY;

LYNM; GLASS, 2006).

Recentemente observou-se que a síndrome metabólica pode ter início na gravidez,

quando a gestante ingere uma quantidade excessiva de calorias (CHEN; BERENSON,

2007).

Estudos feitos com crianças em Princeton, com o objetivo de avaliar a associação

entre síndrome metabólica e doença cardiovascular, 25 anos depois, concluiu que a

síndrome metabólica, as mudanças no percentil da idade e o índice de massa corporal

causavam uma predisposição significativa de síndrome metabólica no adulto, além de

elevar o nível de risco de doença cardiovascular no adulto (MORRISON; FRIEDMAN;

GRAYMcGUIRE, 2007).

Segundo Whincup (2005), em seu estudo com 471 crianças, 69% das que

participaram da pesquisa de síndrome metabólica tinham pelo menos um fator de risco da

doença cardiovascular. Os níveis de fatores de risco mais encontrados foram associados

com o aumento do índice da doença de aterosclerose, que na vida dos adultos são mais

raros. Entretanto, foi mais comum encontrar alto risco de doença cardiovascular

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relacionado à elasticidade da artéria que nos adolescentes que se classificaram de maneira

mais homogênea.

Obesidade

A obesidade vem crescendo nas últimas décadas, tanto nas populações desenvolvidas

quanto nas populações em desenvolvimento, e está intimamente ligada às taxas de

morbidade e mortalidade (OLIVEIRA et al. 2004).

A predominância de obesidade vem sendo um fator preocupante, pois há um

grande aumento dessa doença em países do mundo inteiro. O excesso de gordura

corporal, e principalmente abdominal, está intimamente ligado ao aparecimento de várias

doenças como: alterações do perfil lipídico, com o aumento da pressão arterial e a

hiperinsulinemia, considerados fatores de risco para o desenvolvimento de doenças

crônicas, como o diabetes melito tipo 2 e as doenças cardiovasculares, além de níveis

elevados de ácido úrico e a alteração dos fatores estados pró-inflamatórios e pró-

trombótico (OLIVEIRA et al. 2004).

O sobrepeso e a obesidade estão aumentando bruscamente, nas crianças

(WHINCUP, 2005). Os dados alarmantes estão ocorrendo no mundo todo. Nos Estados

Unidos, o sobrepeso e a obesidade tiveram seu número triplicado nos últimos 20 anos

(CHEN; BERENSON, 2007).

A criança obesa tem um risco elevado de permanecer obesa quando comparada a

crianças que tem o peso normal. Pesquisas longitudinais explicam que a quantidade de

tempo que a criança permanece obesa pode ser associada à morbi-mortalidade por

doenças cardiovasculares (OLIVEIRA et al. 2004).

É de suma importância enfatizar que essa doença tem elevado os níveis de até

30% de novos casos e está intimamente relacionada com a obesidade infantil (OLIVEIRA et

al. 2004).

Obesidade Abdominal

A obesidade abdominal é um dos principais e mais importante fator ligado à síndrome

metabólica (GRUNDY, et al. 2006). Sendo considerado o primeiro critério da lista. A partir

dele irão surgir vários riscos de doenças conectadas à síndrome metabólica. O tecido

adiposo libera várias substâncias que em excesso prejudicam o organismo. Um exemplo

dessas é a adiponectina, a PAI-1 entre outros (KATZMARZYK, 2006).

A adiponectina regula o metabolismo das gorduras, o metabolismo da insulina

entre outros (PISCHON et al. 2004). A queda dos níveis de adiponectina pode ser chamado

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de hipoadiponectina (HANLEY et al. 2006) que está ligado a aterosclerose, doenças

coronarianas, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 (PISCHON et al. 2004; HANLEY

et al. 2006).

Estudos feitos por Hanley (2006) concluem que há uma relação entre a gordura

abdominal, a resistência à insulina com os níveis de adiponectina. O que também aumenta

o risco de ter síndrome metabólica pelo grupo estudado.

A proteína C-reativa, a resistência à insulina e a adiponectina possivelmente estão

relacionadas com a obesidade abdominal (VINUESA et al. 2006).

Há uma conexão entre a obesidade abdominal e os fatores de risco cardiovascular

que pode levar a criança a se tornar um adulto com a síndrome metabólica (GRUNDY et

al. 2004).

Diabetes tipo 2

A inatividade física e o acúmulo de gordura corporal estão sendo relacionado com a

diabetes. Aproximadamente 60% a 90% dos diabéticos têm obesidade, a prevalência da

doença é maior após os 40 anos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2007).

Antigamente o diabetes tipo 2 só era visto no adulto, porém atualmente tem se

deparado crianças e adolescentes com essa doença (OLIVEIRA et al. 2004).

O diabetes tipo 2 é mais encontrado que o tipo 1, cerca de 10 vezes mais, além de

possuir uma carga maior da hereditariedade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES,

2007).

Segundo Chacra e Tambascia (2003), aproximadamente 40% das pessoas que têm

diabetes tipo 2 também tem a Hipertensão Arterial, uma combinação dos principais fatores

de risco da doença cardiovascular.

Se o diabetes for considerado um padrão para a síndrome metabólica, 85% das

pessoas com diabetes subjetivamente têm a síndrome metabólica (HAFFNER;

TAEGTMEYER, 2003).

O crescente número de pessoas com diabetes fez com que os profissionais de

saúde pública entrassem em alerta, pois a doença tem se tornado um dos maiores

problemas médicos relacionados à saúde pública no começo deste século (CHACRA,

TAMBASCIA, 2003).

O custo médio para o governo para uma pessoa com diabetes é 4 vezes maior do

que para aquela que não possui a doença. Com isso, o governo está criando novas formas

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para a prevenção e também para diminuição do aparecimento de complicações resultantes

do diabetes, pois ela pode ser prevenida (CHACRA, TAMBASCIA, 2003).

O exercício físico combinado com a alimentação correta pode ajudar no

tratamento de diabetes tipo 2 (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2007).

Resistência à Insulina

Aparece na maioria das pessoas com a síndrome metabólica e é bastante relacionada com

outros fatores de risco dessa doença, além do risco de doenças cardiovasculares. A

vinculação da resistência à insulina e a doença cardiovascular têm fatores incertos

(JEPPENSEN et al. 2007; GRUNDY et al. 2006) Essas associações realizadas fizeram uma

renovação no nome , dessa forma criou-se o termo síndrome da resistência insulínica

(GRUNDY et al. 2006).

Uma das causas da doença é a grande quantidade de insulina produzida pelo

pâncreas. As células não conseguem metabolizar as quantidades de insulina,

conseqüentemente não há uma quantidade normal para que a glicose se mantenha nos

níveis adequados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2007).

A sensibilidade à insulina diminui quando as doenças da síndrome metabólica

aumentam, além disso, a resistência à insulina é relacionada ao acúmulo de gordura na

região abdominal e também no aumento da pressão do sangue (CRUZ et al. 2004).

Também pode ocorrer essa resistência devido às falhas da concentração dos receptores, ou

defeito nos mecanismos pós-receptores no decorrer da sua utilização (FERREIRA;

OLIVEIRA; FRANÇA, 2007).

Quando a intolerância a glicose aumenta, aumenta também o grau da diabetes,

ocorrendo, assim, a hiperglicemia. Com a glicose aumentada há um risco maior e

independente para a doença cardiovascular (GRUNDY et al. 2006).

Estudos feitos por Cruz et al. (2004) observaram que a juventude latino-americana

obesa, com um histórico familiar de diabetes tipo 2, apresentam predisposição para ter

doenças cardiovasculares, podendo ser causada pela diminuição da sensibilidade

insulínica. Melhorar a resistência à insulina é de suma importância para a prevenção da

doença crônica, principalmente em populações que já estão em risco.

A sensibilidade à insulina tende a melhorar com exercícios físicos de resistência,

através da alimentação ou também através de remédios farmacológicos (CRUZ et al. 2004).

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Hipertensão

É um fator ligado principalmente à obesidade e é mais encontrado em pessoas que tenham

resistência à insulina. A hipertensão tem origens multifatoriais, um exemplo disso é o

aumento de gordura nas paredes das artérias, causando a perda da elasticidade das

artérias, tornando-as rígidas, resultando na contribuição para a hipertensão. Incluindo,

assim, a hipertensão nos componentes da síndrome metabólica (GRUNDY et al. 2006).

A hipertensão e o diabetes tipo 2 são um dos maiores riscos de doenças

cardiovasculares, é freqüentemente encontrado em conjunto no mesmo indivíduo com a

síndrome metabólica (SARAFIDIS; BAKRIS, 2006).

Já se sabe que a hipertensão é relacionada à síndrome metabólica. Porém, na

juventude, se tiver a síndrome metabólica, mesmo não tendo a hipertensão, pode-se

desencadeá-la e tornar-se um adulto hipertenso (SRIVASAN; MYERS; BERENSON, 2006).

O sobrepeso e a pré-hipertensão da infância podem causar um avanço para o

aparecimento da síndrome metabólica, além de acelerar a doença, resultando na

hipertensão. A criança pode-se tornar um adulto com hipertensão, obesidade,

hiperinsulinemia, hiperglicemia e dislipidemia (SRINIVASAN; MYERS; BERENSON,

2006).

5. RESULTADOS

Participaram deste estudo 262 adolescentes, classificados previamente com obesidade

abdominal, sendo que a média de idade dos participantes foi de 11,77 anos (± 1,32), sendo

122 meninas e 140 meninos.

No Gráfico 1 é representada a quantidade de adolescentes que apresentaram a

síndrome metabólica.

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Prevalência de Síndrome Metabólica

Apresetaram Síndrome Metabólica - 37,4%

Não apresetaram Síndrome Metabólica -62,6%

Gráfico 1. Prevalência de Síndrome metabólica nos adolescentes analisados.

Para o nosso conhecimento, o presente estudo é um dos primeiros que estima a

prevalência da síndrome metabólica em adolescentes. A prevalência de Síndrome

Metabólica neles analisados foi de 37,4% (46 meninas e 52 meninos), sendo considerado

um número muito alto. Não foi observada diferença estatística entre os sexos quanto aos

componentes da SM.

Estudos feitos em Vitória-ES mostram que a prevalência de Síndrome Metabólica

tem seus índices altos em jovens, numa proporção de 29,8%. Em relação aos adultos, na

faixa etária de 55 a 64 anos, o índice foi alarmante, pois 48,3% da amostra estavam com

Síndrome Metabólica (SALAROLI, et al. 2007).

Estudos de Cook et al. (2003), Chen et al. (1999) e Chen et al. (2000) estabeleceram

a prevalência da síndrome metabólica durante a infância. A prevalência global em

adolescentes de EUA era 4.2%. As taxas de prevalência eram mais altas entre os homens

(6.1%) que em mulheres (2.1%). No presente estudo, a taxa de prevalência foi alta, visto

que estratificamos a amostra. Todos os 393 adolescentes já tinham um fator de risco inicial

que era a obesidade abdominal.

No estudo de Esmaillzadeh et al. (2006), com intuito de traçar a prevalência da

síndrome metabólica em adolescentes de países Orientais, constataram uma alta

prevalência em adolescentes iranianos. Igualmente constatamos uma prevalência muito

grande de síndrome metabólica nos adolescentes pesquisados e que a incidência foi maior

no sexo masculino.

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Segundo Goldfarb (2005), quase um milhão de adolescentes no EUA, ou

aproximadamente 4%, mostram sinais e sintomas da síndrome metabólica. Em adolescente

pós-puberal, a prevalência é quase 30%. Já no presente estudo, foi observada a prevalência

de 37,4% da síndrome metabólica nos adolescentes de 10 a 14 anos de ambos os sexos,

sendo considerado um dado preocupante, visto que esses adolescentes não estão

usufruindo de uma saúde plena.

No entanto, evidências sugerem que crianças e adolescentes que possuem a

síndrome metabólica aumentam o seu risco de desenvolverem eventos adversos mais

tarde na vida (FORD et al. 2008). Concomitantemente, os adolescentes do presente estudo

estão mais sujeitos a esses eventos adversos como piora sobremaneira da morbidade e

mortalidade cardiovasculares nessa população.

Na prática clínica, observa-se a prevalência de sobrepeso ou obesidade,

principalmente a obesidade abdominal, na maioria dos indivíduos adultos que possuem

síndrome metabólica. Isso porque a obesidade abdominal, freqüentemente, está associada

a uma elevação de triglicérides (TG) no sangue, que pode estar no limiar superior (150 -

199 mg/dL) ou alto (≥200 mg/dL). Um nível de TG mais alto normalmente é

acompanhado de concentrações baixas de HDL-colesterol sanguíneo (< 40 mg/dL para

homens e < 50 mg/dL para mulheres) com resistência à insulina. No presente estudo

foram observadas várias alterações quanto aos fatores de risco para a síndrome

metabólica, mesmo naqueles que não entraram na classificação, mas pudemos constatar

que já ter a obesidade abdominal aumenta muito as chances de ser classificado dentro dos

critérios da SM.

De acordo com o estado nutricional dos adolescentes, o índice de massa corporal

(IMC) dos adolescentes masculinos apresentou que 68,57% estão dentro dos parâmetros

normais, 4,28% sobrepesos e 27,14% obesos. Quanto ao sexo feminino, 30,32% estão dentro

dos parâmetros normais, 0,81% sobrepesas e 68,85% obesas, conforme apresentado na

Tabela 1.

Tabela 1. Classificação da população do sexo masculino e feminino de acordo com o índice de massa corporal.

Classificação do IMC (n) Masc % (n) Fem % Normal 96 68,57 37 30,32 Sobrepeso 6 4,28 1 0,83 Obesidade 38 27,15 84* 68,85 Total 140 100 122 100

*p=0,001

A obesidade no sexo feminino foi estatisticamente maior do que no sexo

masculino e esse dado vai de encontro com vários outros autores que constaram a

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obesidade sendo maior no sexo feminino (NOBRE et al. 2006; SANTOS et al. 2005)

enquanto outros autores brasileiros não identificaram nenhuma diferença entre os sexos

(CAMPOS; LEITE; ALMEIDA, 2007). Vanzelli et al. (2008) e Rebelo et al. (2008) ressaltam

que o sobrepeso e a obesidade em crianças estão fortemente associados a vários fatores de

risco cardiovascular, e Araujo et al. (2008) afirmam que no caso de jovens nesses estados,

deve-se incentivar bons hábitos de exercício físico mais cedo, para que eles levem o hábito

para toda a sua vida.

A obesidade infantil é cada vez mais comum e está associada a problemas de

saúde, em particular, a obesidade desempenha um papel central na síndrome metabólica

(CALCATERRA et al. 2008).

No estudo de Weiss et al. (2004) sobre obesidade e a síndrome metabólica em

crianças e adolescentes, constatou-se que a prevalência da SM é elevada entre crianças e

adolescentes obesos, porém tem aumentado 50% em jovens severamente obesos. O

presente estudo vem de encontro com esses achados, pois a obesidade foi um fator

determinante na SM.

Ao analisar os parâmetros bioquímicos de triglicerídeos, HDL-c e hemodinâmicos

de pressão arterial, não foi encontrada nenhuma diferença estatística entre os sexos, o que

mostra que não existe diferença nos dados encontrados.

No quadro 1, é apresentado o número de adolescentes dentro dos indicadores

bioquímicos e hemodinâmicos, por sexo. Quanto aos triglicerídeos, 92 adolescentes do

sexo masculino estão dentro dos valores de referência, 16 estão no nível limítrofe e 32 estão

com os triglicerídeos acima dos valores de referência. Já no sexo feminino, 88 adolescentes

estão dentro dos valores de referência, 16 estão no nível limítrofe e 18 estão com os

triglicerídeos acima dos valores de referência. Observamos que os meninos apresentaram

níveis maiores de triglicerídeos do que as meninas. Quanto aos níveis de HDL-colesterol,

58 dos meninos apresentaram os níveis abaixo dos valores de referência e 82 apresentaram

dentro dos níveis de referências, no entanto, 48 meninas apresentaram HDL-colesterol

abaixo dos valores de referência e 74 apresentaram dentro dos níveis de referências.

Quanto ao HDL-colesterol, o nível desejável foi maior nas meninas. Já na pressão arterial,

40 adolescentes do sexo masculino estão acima dos valores de referências, 22 estão no

limítrofe dos valores de referência e 78 adolescentes estão dentro dos valores de referência.

No sexo feminino, foi constatado que 36 estão acima dos valores de referências, 20 estão

classificados no limítrofe dos valores de referência e 66 com a pressão arterial dentro da

normalidade.

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Quadro 1. Indicadores bioquímicos e hemodinâmicos na amostra estudada. Masc (n=140) Fem (n=122) Indicadores

Grupo1* Grupo 2* Grupo 3* Grupo1* Grupo 2* Grupo 3* Indicadores Bioquímicos com valores de referência

Triglicerídeos (< 100 mg/dL)

92 32 16 88 18 16

HDL-c (≥ 45 mg/dL) 58 74 Glicose (≤ 100 mg/dL) 138 1 122 Hemodinâmicos Pressão Arterial 78 40 22 66 36 20

*Grupo 1: Número de indivíduos dentro dos valores de referência. *Grupo 2: Número de indivíduos acima dos valores de referência. *Grupo 3: Número de indivíduos no limítrofe dos valores de referência.

Estudos trazem que a obesidade tem crescido dramaticamente em prevalência em

todo o mundo, principalmente em crianças, tornando-se cada vez mais importante em

termos de saúde pública por sua íntima ligação com fatores de riscos acompanhadas de

alta morbimortalidade (CARREL et al. 2005; FISBERG et al. 2004; WEISS et al. 2004).

Percebe-se, neste estudo, a ocorrência de vários fatores de risco tais como: triglicerídeos

aumentados, HDL-c baixo e pressão arterial elevada, tais fatores levam a altas taxas de

morbimortalidade como afirmados pelos autores acima.

Segundo a IDF (2007), a dislipidemia é um dos mais importantes fatores de risco

modificáveis para doenças cardiovasculares (CV). No presente estudo, constatou-se uma

incidência muito grande de alterações no metabolismo lipídico, conforme descrito acima.

O perfil de dislipidemia, característico também da síndrome metabólica, é representado

principalmente pela elevação dos triglicerídeos, pela redução do HDL colesterol e pela

presença de LDLs pequenas e densas no sangue, o que constitui a tríade lipídica, de

elevado potencial aterogênica. Diante de tais afirmações, esses adolescentes estão com

risco de estabelecerem no futuro problemas aterogênicos.

Guimarães e Guimarães (2006) relatam que a dislipidemia foi o principal

contribuinte para o aumento da síndrome metabólica em crianças e adolescentes do sexo

masculino coreano, acompanhados durante 3 anos.

Constatamos que 106 adolescentes estão com seus níveis baixos de HDL-c, que

segundo a I Diretriz de prevenção e tratamento de aterosclerose na infância e na

adolescência (2005), o HDL deve ser maior ou igual a 45 mmg/dL. Múltiplas fontes

epidemiológicas têm demonstrado o papel protetor do HDL-c. Estima-se que, para cada 1

mg de elevação em seus níveis, obtém-se redução de 2% a 3% no risco de desfecho

coronário maior. Por outro lado, a redução do HDL-C a < 40 mg/dL, no sexo masculino, e

< 50 mg/dL no sexo feminino (adultos), correlaciona-se diretamente com elevação do risco

cardiovascular CV, independente dos níveis séricos de LDL-c ou de triglicérides, e sua

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elevação reduz a incidência de complicações da aterosclerose (AMERICAN DIABETES

ASSOCIATION, 2004).

Alguns autores trazem dados alarmantes da prevalência e taxa de diagnóstico de

hipertensão em crianças e adolescentes, pois estão, a cada dia, sendo aumentados (SOROF

et al. 2004), esse dado vem ao encontro com a realidade de nossos adolescentes, pois foram

constatados altos níveis de pressão arterial elevada. Por outro lado, autores defendem que

se deve em parte a prevalência crescente de obesidade na infância e uma forte evidência

que hipertensão na infância pode conduzir à hipertensão no adulto (LUMA; SPIOTTA,

2006; McNAUGHTON et al..2008).

Estudos de Stabouli et al. (2005), Muntner (2004) e Falkner et al. (2008)

demonstram uma associação entre pressão alta e índice de massa corporal, e que para

Whincup et al. (2006), a adiposidade pode desencadear mudanças adversas na parede

arterial de jovens.

Este presente estudo deve levar em conta, entretanto, algumas limitações. A mais

importante, seguramente, refere-se à quantidades de indivíduos que participaram. Outra

limitação refere-se a que todos os indivíduos tinham obesidade abdominal, sendo esta um

dos 3 critérios para classificar a presença da SM.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prevalência de Síndrome Metabólica nos adolescentes analisados foi de 37,4%, sendo

considerado um índice alto, não houve diferença estatística entre os sexos. A obesidade foi

maior no sexo feminino e não houve diferença estatística entre os sexos nas variáveis,

glicose, colesterol HDL e triglicérides. Os dados chamam a atenção dos profissionais da

área da saúde do risco para essa síndrome em adolescentes escolares, principalmente com

sobrepeso e obesidade, necessitando do apoio da família, da sociedade e de políticas

públicas.

PARECER DE APROVAÇÃO DE COMITÊ

Pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Anhanguera Educacional S/A

com o número de registro 35/2008.

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