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Resumo do livro - PAULO FREIRE “ PEDAGOGIA DA AUTONOMIA” Resumo do livro da parte geral do concurso para docentes da rede estadual de São Paulo (2013): FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011. CAPÍTULO 1 - NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA A reflexão crítica da prática é uma exigência da relação teoria/ prática, sem a qual a teoria irá virando apenas palavras, e a prática, ativismo. Há um processo a ser considerado na experiência permanente do educador. No dia-a-dia ele recebe os conhecimentos – conteúdos acumulados pelo sujeito, o aluno, que sabe e lhe transmite. Neste sentido, ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Ensinar é mais que verbo-transitivo relativo, pede um objeto direto: quem ensina, ensina alguma coisa; pede um objeto indireto: à alguém, mas também ensinar inexiste sem aprender e aprender inexiste sem ensinar.

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Resumo do livro - PAULO FREIRE PEDAGOGIA DA AUTONOMIA Resumo do livro da parte geral do concurso para docentes da rede estadual de So Paulo (2013):FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa.43. ed., So Paulo: Paz e Terra, 2011.

CAPTULO 1 - NO H DOCNCIA SEM DISCNCIAA reflexo crtica da prtica uma exigncia da relao teoria/ prtica, sem a qual a teoria ir virando apenas palavras, e a prtica, ativismo.H um processo a ser considerado na experincia permanente do educador. No dia-a-dia ele recebe os conhecimentos contedos acumulados pelo sujeito, o aluno, que sabe e lhe transmite.Neste sentido, ensinar no transferir conhecimentos, contedos, nem formar ao pela qual um sujeito criador d forma, alma a um corpo indeciso e acomodado. No h docncia sem discncia, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenas, no se reduzem condio de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender.Ensinar mais que verbo-transitivo relativo, pede um objeto direto: quem ensina, ensina alguma coisa; pede um objeto indireto: algum, mas tambm ensinar inexiste sem aprender e aprender inexiste sem ensinar.S existe ensino quando este resulta num aprendizado em que o aprendiz se tornou capaz de recriar ou refazer o ensinado, ou seja, em que o que foi ensinado foi realmente aprendido pelo aprendiz.Esta a vivncia autntica exigida pela prtica de ensinar-aprender. uma experincia total, diretiva, poltica, ideolgica, gnosiolgica, pedaggica, esttica e tica.Ns somos seres programados, mas, para aprender (Franois Jacob). O processo de aprender pode deflagrar no aprendiz uma curiosidade crescente que pode torn-lo mais e mais criador, ou em outras palavras: quanto mais criticamente se exera a capacidade de aprender tanto mais se constri e desenvolve a curiosidade epistemolgica, sem a qual no alcanamos o conhecimento cabal do objeto.

1. ENSINAR EXIGE RIGOROSIDADE METODOLGICAO educador democrtico, crtico, em sua prtica docente deve forar a capacidade de crtica do educando, sua curiosidade, sua insubmisso. Trabalhar com oseducandos a rigorosidade metdica com que devem se aproximar dos objetos cognoscveis, uma de suas tarefas primordiais. Para isso, ele precisa ser um educador criador, instigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente. Deve ser claro para os educandos que o educador j teve e continua tendo experincia de produo de certos saberes e que estes no podem ser simplesmente transferidos a eles.Educador e educandos, lado a lado, vo se transformando em reais sujeitos da construo e da reconstruo do saber. impossvel tornar-se um professor crtico, aquele que mecanicamente um memorizador, um repetidor de frases e idias inertes, e no um desafiador. Pensa mecanicamente. Pensa errado. A verdadeira leitura me compromete com o texto que a mim se d e a que me dou e de cuja compreenso fundamental me vou tornando tambm sujeito.S pode ensinar certo quem pensa certo, mesmo que s vezes, pense errado. E uma das condies necessrias a pensar certo no estarmos demasiados certos de nossas certezas. O professor que pensa certo deixa transparecer aos educandos a beleza de estarmos no mundo e com o mundo, como seres histricos, intervindo no mundo e conhecendo -o .Contudo, nosso conhecimento do mundo tem historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro que antes foi novo e se fez velho, e se dispe a ser ultrapassado por outro amanh.Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos do ciclo gnosiolgico: o momento em que se ensina e se aprende o conhecimento j existente, e o momento em que se trabalha a produo do conhecimento ainda no existente. a prtica da do-discncia : docncia- discncia e pesquisa.2. ENSINAR EXIGE PESQUISA No h ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda no conheo e para comunicar o novo.3. ENSINAR EXIGE RESPEITO AOS SABERES DO EDUCANDO A escola deve respeitar os saberes socialmente construdos pelos alunos na prtica comunitria. Discutir com eles a razo de ser de alguns saberes em relao ao ensino dos contedos. Discutir os problemas por eles vividos. Estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experincia social que eles tm como indivduos. Discutir as implicaes polticas e ideolgicas, e a tica de classe relacionada a descasos.4. ENSINAR EXIGE CRITICIDADE Entre o saber feito de pura experincia e o resultante dos procedimentos metodicamente rigorosos, no h uma ruptura, mas uma superao que se d na medida em que a curiosidade ingnua, associada ao saber do senso comum, vai sendo substituda pela curiosidade crtica ou epistemolgica que se rigoriza metodicamente.5. ENSINAR EXIGE ESTTICA E TICA Somos seres histricos sociais, capazes de comparar, valorizar, intervir, escolher, decidir, romper e por isso, nos fizemos seres ticos. S somos porque estamos sendo. Transformar a experincia educativa em puro treinamento tcnico amesquinhar o que h de fundamentalmente humano no exerccio educativo: o seu carter formador. Se se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos contedos no pode dar-se alheio formao moral do educando. Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a cincia uma forma altamente negativa e perigosa de pensar errado.Pensar certo demanda profundidade na compreenso e interpretao dos fatos. No possvel mudar e fazer de conta que no mudou. Coerncia entre o pensar certo e o agir certo. No h pensar certo margem de princpios ticos, se mudar uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda, assumir a mudana operada6. ENSINAR EXIGE A CORPOREIFICAO DA PALAVRA PELO EXEMPLOO professor que ensina certo no aceita o faa o que eu mando e no o que eu fao. Ele sabe que as palavras s quais falta corporeidade do exemplo quase nada valem. preciso uma prtica testemunhal que confirme o que se diz em lugar de desdiz-lo.7. ENSINAR EXIGE RISCO, ACEITAO DO NOVO E REJEIO A QUALQUER FORMA DE DISCRIMINAO - O novo no pode ser negado ou acolhido s porque novo, nem o velho recusado, apenas por ser velho. O velho que preserva sua validade continua novo.A prtica preconceituosa de raa, classe, gnero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.Ensinar a pensar certo algo que se faz e que se vive enquanto dele se fala com a fora do testemunho; exige entendimento co-participado. tarefa do educador desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzindo nele compreenso do que vem sendo comunicado. O pensar certo intercomunicao dialgica e no polmica.8 ENSINAR EXIGE REFLEXO CRTICA SOBRE A PRTICA - Envolve o movimento dinmico, dialtico entre o fazer e o pensar sobre o fazer. fundamental que o aprendiz da prtica docente saiba que deve superar o pensar ingnuo, assumindo o pensar certo produzido por ele prprio, juntamente com o professor formador. Por outro lado, ele deve reconhecer o valor das emoes, da sensibilidade, da afetividade, da intuio.Atravs da reflexo crtica sobre a prtica de hoje ou de ontem que se pode melhorar a prxima prtica. E, ainda, quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a razo de ser como estou sendo, mais me torno capaz de mudar, de promover-me do estado da curiosidade ingnua para o de curiosidade epistemolgica. Decido, rompo, opto e me assumo.9. ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO E A ASSUNO DA IDENTIDADE CULTURAL - Uma das tarefas mais importantes da prtica educativo-crtica propiciar condies para que os educandos em suas relaes sejam levados experincias de assumir-se. Como ser social e histrico, ser pensante, transformador, criador, capaz de ter raiva porque capaz de amar.A questo da identidade cultural no pode ser desprezada. Ela est relacionada com a assuno do indivduo por ele mesmo e se d, atravs do conflito entre foras que obstaculizam essa busca de si e as que favorecem essa assuno.Isto incompatvel com o treinamento pragmtico, com os que se julgam donos da verdade e que se preocupam quase exclusivamente com os contedos.Um simples gesto do professor pode impulsionar o educando em sua formao e auto-formao. A experincia informal de formao ou deformao que se vive na escola, no pode ser neglignciada e exige reflexo. Experincias vividas nas ruas, praas, trabalho, salas de aula, ptios e recreios so cheias de significao.CAPTULO 2 - ENSINAR NO TRANSFERIR CONHECIMENTO. . . mas, criar possibilidades ao aluno para sua prpria construo. Este o primeiro saber necessrio formao do docente, numa perspectiva progressista. uma postura difcil a assumir diante dos outros e com os outros, face ao mundo e aos fatos, ante ns mesmos. Fora disso, meu testemunho perde eficcia.1. ENSINAR EXIGE CONSCINCIA DO INACABAMENTO - Como professor crtico sou predisposto mudana, aceitao do diferente. Nada em minha experincia docente deve necessariamente repetir-se. A inconcluso prpria da experincia vital. Quanto mais cultural o ser, maior o suporte ou espao ao qual o ser se prende afetivamente em seu desenvolvimento. O suporte vai se ampliando, vira mundo e a vida, existncia na medida em que ele se torna consciente, apreendedor, transformador, criador de beleza e no de espao vazio a ser preenchido por contedos.A existncia envolve linguagem, cultura, comunicao em nveis profundos e complexos; a espiritualizao, possibilidade de embelezar ou enfear o mundo fazdos homens seres ticos, portanto capazes de intervir no mundo, de comparar, ajuizar, decidir, romper, escolher. Seres capazes de grandes aes, mas tambm de grandes baixezas. No possvel existir sem assumir o direito e o dever de optar, decidir, lutar, fazer poltica.Da a imperiosidade da prtica formadora eminentemente tica. Posso ter esperana, sei que possvel intervir para melhorar o mundo. Meu destino no predeterminado, eleprecisa ser feito e dessa responsabilidade no posso me eximir. A Histria em que me fao com os outros e dela tomo parte um tempo de possibilidades, de problematizao do futuro e no de inexorabilidade.2. ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO DE SER CONDICIONADO o saber da nossa inconcluso assumida. Sei que sou inacabado, porm consciente disto, sei que posso ir mais alm, atravs da tenso entre o que herdo geneticamente e o que herdo social, cultural e historicamente. Lutando deixo de ser apenas objeto, para ser tambm sujeito da Histria.A conscincia do mundo e de si como ser inacabado inscrevem o ser num permanente movimento de busca. E nisto se fundamenta a educao como processo permanente.Na experincia educativa aberta procura, educador e alunos curiosos, programados, mas para aprender, exercitaro tanto melhor sua capacidade de aprender e ensinar, quanto mais se faam sujeitos e no puros objetos do processo.3. ENSINAR EXIGE RESPEITO AUTONOMIA DO SER DO EDUCANDO. . . sua dignidade e identidade. Isto um imperativo tico e qualquer desvio nesse sentido uma transgresso. O professor autoritrio e o licencioso so transgressores da eticidade. Ensinar, portanto, exige respeito curiosidade e ao gosto esttico do educando, sua inquietude, linguagem, s suas diferenas. O professor no pode eximir-se de seu dever de propor limites liberdade do aluno,nem de ensin-lo. Deve estar respeitosamente presente sua experincia formadora.4. ENSINAR EXIGE BOM SENSO - Quanto mais pomos em prtica de forma metdica nossa capacidade de indagar, aferir e duvidar, tanto mais crtico se faz nosso bom senso. Esse exerccio vai superando o que h de instintivo na avaliao que fazemos de fatos e acontecimentos. O bom senso tem papel importante na nossa tomada de posio em face do que devemos ou no fazer, e a ele no pode faltar a tica.5. ENSINAR EXIGE HUMILDADE, TOLERNCIA E LUTA EM DEFESA DOS DIREITOS DOS EDUCADORES - A luta dos professores em defesa de seus direitos e dignidade, deve ser entendida como um momento importante de sua prtica docente, enquanto prtica tica. Em conseqncia do desprezo a que relegada a prtica pedaggica, no posso desgostar do que fao sob pena de no faz-lo bem. Necessito cultivar a humildade e a tolerncia, afim de manter meu respeito de professor ao educando. na competncia de profissionais idneos que se organiza politicamente a maior fora dos educadores. preciso priorizar o empenho de formao permanente dos quadros do magistrio como tarefa altamente poltica, e repensar a eficcia das greves.No parar de lutar, mas reinventar a forma histrica de lutar.6. ENSINAR EXIGE APREENSO DA REALIDADE - Preciso conhecer as diferentes dimenses da prtica educativa, tornando-me mais seguro em meu desempenho. O homem um ser consciente que usa sua capacidade de aprender no apenas para se adaptar, mas sobretudo para transformar a realidade.A memorizao mecnica no aprendizado verdadeiro do contedo. Somos os nicos seres que social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Para ns, aprender aventura criadora, construir, reconstruir, constatar para mudar, e isto no se faz sem abertura ao risco.O papel fundamental do professor progressista contribuir positivamente para que o educando seja artfice de sua formao, e ajud-lo nesse empenho. Deve estar atento difcil passagem da heteronomia para a autonomia para no perturbar a busca e investigaes dos educandos7. ENSINAR EXIGE ALEGRIA E ESPERANA - Esperana de que professor e alunos juntos podem aprender, ensinar, inquietar-se, produzir e tambm resistir aos obstculos alegria. O homem um ser naturalmente esperanoso. A esperana crtica indispensvel experincia histrica que s acontece onde h problematizao do futuro. Um futuro no determinado, mas que pode ser mudado.8. ENSINAR EXIGE A COVICO DE QUE A MUDANA POSSVEL o saber da Histria como possibilidade e no como determinao. O mundo no , est sendo. Meu papel histrico no s o de constatar o que ocorre, mas tambm o de intervir como sujeito de ocorrncias. Constato no para me adaptar, mas para mudar a realidade.A partir desse saber que vamos programar nossa ao poltico-pedaggica, seja qual for o projeto a que estamos comprometidos. Desafiando os grupos populares para que percebam criticamente a violncia e a injustia de sua situao concreta; e que tambm percebam que essa situao, ainda que difcil, pode ser mudada. Como educador preciso considerar o saber de experincia feito pelos grupos populares, sua explicao do mundo e a compreenso de sua prpria presena nele. Tudo isso vem explicitado na leitura do mundo que precede a leitura da palavra.Contudo, no posso impor a esses grupos meu saber como o verdadeiro. Mas, posso dialogar com eles, desafiando-os a pensar sua histria social e a perceber a necessidade de superarem certos saberes que se revelam inconsistentes para explicar os fatos.9. ENSINAR EXIGE CURIOSIDADE - Procedimentos autoritrios ou paternalistas impedem o exerccio da curiosidade do educando e do prprio educador. O bom clima pedaggico-democrtico levar o educando a assumir eticamente limites, percebendo que sua curiosidade no tem o direito de invadir a privacidade do outro, nem exp-la aos demais. Como professor devo saber que sem a curiosidade que me move, no aprendo nem ensino. fundamental que alunos e professor se assumam epistemologicamente curiosos. Saibam que sua postura dialgica, aberta, curiosa, indagadora e no apassivada, enquanto fala ou ouve.O exerccio da curiosidade a faz mais criticamente curiosa, mais metodicamente perseguidora do seu objetivo. Quanto mais a curiosidade espontnea se intensifica e se rigoriza, tanto mais epistemologicamente vai se tornando. Um dos saberes fundamentais prtica educativo-crtica o que adverte da necessria promoo da curiosidade espontnea para curiosidade epistemolgica.

CAPTULO 3 - ENSINAR UMA ESPECIFICIDADE HUMANA1. ENSINAR EXIGE SEGURANA, COMPETNCIA PROFISSIONAL E GENEROSIDADE - A Segurana fundamentada na competncia profissional, portanto a incompetncia profissional desqualifica a autoridade do professor. A autoridade deve fazer-se generosa e no arrogante. Deve reconhecer a eticidade. O educando que exercita sua liberdade vai se tornando to mais livre quanto mais eticamente v assumindo as responsabilidades de suas aes. Testemunho da autoridade democrtica deixa claro que o fundamental a construo, pelo indivduo, da responsabilidade da liberdade que ele assume. o aprendizado da autonomia.2. ENSINAR EXIGE COMPROMETIMENTO - A maneira como os alunos me percebem tem grande importncia para o meu desempenho. No h como sendoprofessor no revelar minha maneira de ser, de pensar politicamente, diante de meus alunos. Assim, devo preocupar-me em aproximar cada vez mais o que digo do que fao e o que pareo ser do que realmente estou sendo.Minha presena uma presena em si poltica, e assim sendo, no posso ser uma omisso, mas um sujeito de opes. Devo revelar aos alunos, minha capacidade de analisar, comparar, avaliar; de fazer justia, de no falhar verdade. Meu testemunho tem que ser tico. O espao pedaggico neutro prepara os alunos para prticas apolticas. A maneira humana de se estar no mundo no , nem pode ser neutra.3. ENSINAR EXIGE COMPREENDER QUE A EDUCAO UMA FORMA DE INTERVENO NO MUNDO - Implica tanto o esforo de reproduo da ideologia dominante quanto seu desmascaramento. Como professor minha prtica exige de mim uma definio. Deciso. Ruptura. Como professor sou a favor da luta contra qualquer forma de discriminao, contra a dominncia econmica dos indivduos ou das classes sociais, etc. Sou a favor da esperana que me anima apesar de tudo. No posso reduzir minha prtica docente ao puro ensino dos contedos, pois meu testemunho tico ao ensin-los igualmente importante. o respeito ao saber de experincia feito dos alunos, o qual busco superar com eles. coerncia entre o que digo, o que escrevo e o que fao.4. ENSINAR EXIGE LIBERDADE E AUTORIDADE - A autonomia vai se constituindo na experincia de vrias e inmeras decises que vo sendo tomadas. Vamos amadurecendo todo dia, ou no. A autonomia, enquanto amadurecimento do ser por si, processo; vir a ser. No posso aprender a ser eu mesmo se no decido nunca porque h sempre algum decidindo por mim.Quanto mais criticamente assumo a liberdade, tanto mais autoridade ela tem para continuar lutando em seu nome.5. ENSINAR EXIGE TOMADA CONSCIENTE DE DECISES - A educao, especificidade humana um ato de interveno no mundo. Tanto intervenes que aspiram mudanas radicais na sociedade, no campo da economia, das relaes humanas, da propriedade, do direito ao trabalho, terra, educao, etc. quanto as que pelo contrrio, pretendem imobilizar a Histria e manter a ordem injusta.A educao no vira poltica por causa da deciso deste ou daquele educador. Ela poltica e sua raiz se acha na prpria educabilidade do ser humano, que se funde na sua natureza inacabada e da qual se tornou consciente. O ser humano, assim se tornou um ser tico, um ser de opo, de deciso.Diante da impossibilidade da neutralidade da educao, importante que o educador saiba que se a educao no pode tudo, alguma coisa fundamental ela pode. O educador crtico pode demonstrar que possvel mudar o pas. E isto refora nele a importncia de sua tarefa poltico-pedaggica. Ele sabe o valor que tem para a modificao da realidade, a maneira consistente com que vive sua presena no mundo. Sabe que sua experincia na escola um momento importante que precisa ser autenticamente vivido.6. ENSINAR EXIGE SABER ESCUTAR - Aprendemos a escutar escutando. Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele, e sem precisar se impor. No processo da fala e escuta, a disciplina do silncio a ser assumido a seu tempo pelos sujeitos que falam e escutam um sine qua da comunicao dialgica. preciso que quem tem o que dizer saiba, que sem escutar o que quem escuta tem igualmente a dizer, termina por esgotar sua capacidade de dizer. Quem tem o que dizer deve assim, desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta diga, fale, responda.O espao do educador democrtico, que aprende a falar escutando, cortado pelo silncio intermitente de quem falando, cala para escutar a quem, silencioso, e no silenciado, fala.No h inteligncia da realidade sem a possibilidade de ser comunicada. O professor autoritrio que recusa escutar os alunos, impede a afirmao do educando como sujeito de conhecimento. Como arquiteto de sua prpria prtica cognoscitiva.7. ENSINAR EXIGE RECONHECER QUE A EDUCAO IDEOLGICAIdeologia tem que ver diretamente com a ocultao da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para opacizar a realidade, ao mesmo tempo que nos torna mopes. Sabemos que h algo no meio da penumbra, mas no o divisamos bem. Outra possibilidade que temos a de docilmente aceitar que o que vemos e ouvimos o que na verdade , e no a verdade distorcida.Por exemplo, o discurso da globalizao que fala da tica, esconde porm, que a sua tica a do mercado e no a tica universal do ser humano, pela qual devemos lutar se optamos, na verdade, por um mundo de gente.A teoria da transformao poltico-social do mundo, deve fazer parte de uma compreenso do homem enquanto ser fazedor da Histria, e por ela feito, ser da deciso, da ruptura, da opo. Seres ticos.Os avanos cientficos e tecnolgicos devem ser colocados a servio dos seres humanos. Para superar a crise em que nos achamos, impe-se o caminho tico.Como professor, devo estar advertido do poder do discurso ideolgico. Ele nos ameaa de anestesiar a mente, de confundir a curiosidade, de distorcer a percepo dos fatos, das coisas. No exerccio crtico de minha resistncia ao poder manhoso da ideologia, vou gerando certas qualidades que vo virando sabedoria indispensvel minha prtica docente. Me predisponho a uma atitude sempre aberta aos demais, aos dados da realidade, por um lado; e por outro, a uma desconfiana metdica que me defende de tornar-me absolutamente certo de certezas.8. ENSINAR EXIGE DISPONIBILIDADE PARA O DILOGO Como professor devo testemunhar aos alunos a segurana com que me comporto ao discutir um tema, analisar um fato. Aberto ao mundo e aos outros, estabeleo a relao dialgica em que se confirma a inconcluso no permanente movimento na Histria. Postura crtica diante dos meios de comunicao no pode faltar. Impossvel a neutralidade nos processos de comunicao. No podemos desconhecer a televiso, mas devemos us-la, sobretudo, discuti-la.9. ENSINAR EXIGE QUERER BEM AOS EDUCANDOS Querer bem aos educandos e prpria prtica educativa de que participo. Essa abertura significa que a afetividade no me assusta, que no tenho medo de express-la. Seriedade docente e afetividade no so incompatveis. Aberto ao querer bem significa minha disponibilidade alegria de viver. Quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e minha docncia, tanto mais alegre e esperanoso me sinto.s 07:53 Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o PinterestMarcadores: Concurso, Paulo freire, Pedagogia, Resumos 21 comentrios:1. macdo4 de novembro de 2013 15:52Muito bom!ResponderRespostas1. Joslia16 de janeiro de 2014 05:49Muito obrigado por esse belssimo resumo, me ajudou bastante.Responder2. Eliane da Cunha Miranda13 de novembro de 2013 12:23Excelente resumo! Me ajudou muito!Responder3. Maria Iraci Sousa dos Santos Santos25 de novembro de 2013 16:07MUITO BOM MESMO EU PRECISO PARA UM TRABALHO DO MEU CURSO DE LETRAS.Responder4. Luana Tavares12 de abril de 2014 21:46timo resumo, vai ser de grande valia para mim!obrigadaResponder5. Rita de Cssia Lopes Toledo20 de abril de 2014 16:48Excelente resumo, de grande valia para meus estudos. Obrigada pela oportunidade de poder compartilhar deste material excelente.Obrigada.Responder6. Garota No Blog21 de abril de 2014 15:44OTIMOResponder7. juliano cesar de oliveira8 de maio de 2014 16:40Oi adorei...muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc j leu o livro reversoescrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca emcheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte deforma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantsticos; Alm de revelarverdades sobre Jesus jamais mencionados na histria.....acesse o link dalivraria cultura e digite reverso...a capa do livhttp://paraosprofessores.blogspot.com/2013/09/resumo-do-livro-paulo-freire-pedagogia.html

RESUMO DE LIVROS - FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido

Educao um ato poltico e pedaggico. No neutro.Os educadores necessitam construir conhecimentos com seus alunos, visando o bem da sociedade tornando-se profissionais da pedagogia e da poltica.Freire contra o propsito de informaes, ou seja, a pedagogia bancria, por no considerar o conhecimento e cultura dos educandos. Acredita que deve ser respeitar a linguagem, a cultura e a histria de vida dos alunos, de forma que os contedos no fujam da realidade dos mesmos.Para isso tem por base o dialogo libertrio, pois mesmo as pessoas no alfabetizadas tem cultura e quando o educador consegue fazer ponte entre a cultura dos alunos, estabelece-se o dilogo para que novos conhecimentos sejam adquiridos.Destaca ainda que a A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA, pois a partir da leitura do mundo que cada educando constri novos conhecimentos, sobre leitura, escrita, clculos, etc.A tarefa da Escola desvelar para os homens as contradies que a sociedade vive. No livro, ele retrata a experincia de cinco anos de exlio.A educao bancaria se caracteriza pela relao professor-aluno hierarquizada e distanciada, onde nenhum sujeito de construo do conhecimento, j que defende que com colaborao que se constroem o conhecimento numa investigao constante, de forma humanista, libertria de si e dos opressores.A obra problematiza a pedagogia do homem ao contrrio da pedagogia que parte dos interesses individuais, egostas e opressores, aparece a pedagogia libertria, possvel atravs da unio entre teoria e pratica, onde a liderana revolucionria estabelece uma relao dialgica fazendo com que educador e educando ensinem e aprendam juntos. Dilogo o fator essencial para construir seres crticos. Ele contrrio a teoria anti-dialgica que caracterizada das elites dominadoras.A diviso da classe popular importante para a classe opressora porque sem ela, corre o risco de despertar na classe oprimida o sentido de unio, que elemento indispensvel a ao libertadora.O primeiro passo para a unificao conhecer a verdadeira face do mundo e que vive.Aa ao cultura est a servio da opresso consciente ou inconsciente, ou a servio da libertao dos homens.A diviso de classes gera duas pedagogias:1.Pedagogia dos dominantes: onde a educao existe como prtica de dominao rgida, nega a educao e conhecimento como busca, onde educador o sujeito e o educando objeto.2.Pedagogia do Oprimido: onde a educao surgiria como prtica da liberdade.O movimento praa a liberdade deve surgir primeiro pelos oprimidos, no s com a conscincia critica da opresso, mas se impondo a transformar essa realidade.Seu mtodo coloca o alfabetizando e,m condies de poder, aprendendo a escrever a vida, como autor e testemunha de sua prpria realidadeAlfabetizar conscincia reflexiva da cultura, a reconstruo crtica do mundo humano, toda pedagogia: aprender a ler, a dizer sua palavra.A luta pela humanizao, trabalho livre, desalienao, afirmao do homem e tem sentido quando os oprimidos buscarem recuperar sua humanidade.Sua preocupao que a pedagogia faa da opresso, reflexo dos oprimidos , para isso necessrio a luta pela libertao, esta um processo doloroso, depende que o prprio individuo expulse o opresso de dentro de si.A libertao precisa ganhar conscincia critica da opresso,na prxis, refletir a ao do homem sobre o mundo e transform-lo.A educao como prtica de liberdade implica a negao do homem abstrato, solto,m desligado do mundo, assim tanto a negao do mundo como realidade ausente.Para o educador, o educando, o dilogo, problema contedo no doao ou imposio, mas devoluo organizada, sistematizada e acrescentada do povo daqueles elementos que 4este lhe entrega de forma desestruturada.]a manipulao uma das caractersticas da teoria da ao anti-dialgica, atravs dela tenta-se conformar as m,assas e seus objetivo. As crianas deformadas num ambiente de desamor, opressivo, frustrados, podero assumir na juventude formas de ao destrutivas.

Captulo 1 A Justificativa da Pedagogia do OprimidoA justificativa da Pedagogia do Oprimido a desiluso filosfica e poltica sobre a relao dominao-opressora/oprimido, propondo a separao desta contradio a partir de uma re-humanizao dos oprimidos, atravs da pratica pedaggica, auxiliando a libertao.A opresso e suas causas devem ser refletidas, resultando em lutas orientadas pela pedagogia, enfrentando o medo da liberdade. Este no se liberta sozinho, mas e comunho com outras de situao semelhante, dialogando, se colocando como sujeito e no objeto.Nada justifica a manipulao. Esta libertao deve ser liderada pelo oprimido.

Captulo 2 A Concepo Bancria da Educao Como Instrumento de OpressoFreire contra a proposta tradicional que domestica e amansa os alunos, tornando-os seres para o outro e no seres para si. Alm da ralao com a dominao e com a estrutura social, econmica e cultural da sociedade, na educao bancria no cabe o dilogo, elemento fundamental para a ao transformadora. Nesta educao o educador educa, os educandos so educados. importante perceber que Freire introduz o conceito de conscincia, como exerccio intencional de compreenso da realidade. Para Libneo, o pensamento critico o capaz de estabelecer condies de vida dos indivduos e as estruturas sociais.

Captulo 3 A Dialogicidade, Essncia da Educao Como Pratica da LiberdadeVale para a palavra o mesmo que para a realidade: a dimenso da ao e a dimenso da reflexo, sem dimenso da ao tem-se o verbalismo, sem a reflexo o ativismo. A palavra ato libertador, control-la sobre palavra-mundo, torna a chave essencial de domnio dos mecanismo de poder. Os contedos formais, tradicionais, s tem sentido se partisse dos prprios objetos e das vivncias do mundo daquelas pessoas envolvidas no processo, e a escolha deveria ser realizada a partir do dilogo com essas pessoas. Sua proposta extra-escolar e comunitria.Critica que, mesmo com a modificao de idias a prtica continua a mesma nas redes de ensino.

Captulo 4 A Teoria da Ao AntidialgicaAo Antidialgica baseada em elemento de garantia dos dominadores, estabelecendo qualidade na relao perpetuando no mundo a distribuio da fora e poder que lhes s favorvel. Tem por caractersticas: A conquista: ato ou processo necessrio ao dominador; Diviso dos oprimidos: com conseqncia viso focalista e fragmentada da realidade; Manipulao da populao: que funciona tanto melhor quanto mais forte for o mundo de informao; Invaso cultural: imposio da viso do mundo, valores, idias e comportamentos da cultura do dominador, inibindo a criatividade e a afirmao da identidade do dominados.

ConclusoSo problemticas:1. Orientao materialista: onde ele aborda questes de classes sociais;2. A pedagogia tradicionalSua pedagogia de conscientizao poltica da educao com normas e metodologias e lingsticas que desafia o homem a preocupar-se como cdigo escrito e a poltica. Postado por Prof. Ldia s 16:04 26 comentrios:1. ALBERTO6 de junho de 2010 06:14como falar com minhas palavras o captulo 04 de Paulo Freire (a teoria da ao antidialgica. aguardo resposta no imeil([email protected] ou fone 30443009(iolanda)Responder2. L8 de novembro de 2010 16:06Muito bom o resumo pra entender melhor o livro, que utiliza uma linguagem mais rebuscada...Tenho que apresentar o captulo 1 de forma ldica, mas no estou conseguindo ter ideias de como fazer, ser que voc teria alguma sugesto...

([email protected](Responder3. Prof. Ldia9 de novembro de 2010 14:46Ol L, sugiro uma dramatizao ao vivo ou at na forma de filmagem de como seria a proposta de Paulo Freire e como cotuma ser na vida real, com alguns exageros, clarohttp://lidialindislay.blogspot.com/2010/03/resumo-de-livros-freire-paulo-pedagogia_12.htmlRESENHA DO LIVRO EDUCAO E MUDANA - PAULO FREIRE

FREIRE, Paulo. Educao e Mudana. 12 Edio. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1979.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Recife no dia 19 de setembro de 1921, tendo morrido aos 75 anos em So Paulo, no dia 2 de maio de 1997, foi um grande educador e filsofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na rea da educao popular, voltada para a escolarizao aliada formao da conscincia humana. considerado um dos pensadores mais notveis na histria da pedagogia mundial, suas idias humansticas consideram a educao a mais poderosa arma contra a alienao e contra a opresso e pressuposto primeiro para a efetivao da liberdade humana."Educao e Mudanas", uma das vrias obras escritas por Freire, destaca-se pela objetividade pela qual o educador expe suas idias e mtodo relevantes alfabetizao de adultos, cujo mesmo construiu com base em experincias da sua prxis (ao-reflexo) educacional. A referida obra teve sua primeira publicao em 1881, a mesma composta por um total de 46 pginas nas quais o autor apresenta suas idias em quatro captulos, nas quais o leitor deve estar sempre atento ao jogo de palavras contido no decorrer da elaborao das idias de Freire.No primeiro capitulo do livro, ao qual o autor dar ttulo de "O compromisso do Profissional com a Sociedade" feita uma analise, e uma apresentao das idias e concepes "freiriana" a respeito de homem, compromisso, e compromisso do profissional.Para Paulo Freire, somente o homem, quando capaz de em sua reflexo-ao poder "distanciar-se" de sua realidade para com ela ficar capaz de observ-la para, objetivando-a, transform-la e, transformando, ver-se transformado pela sua prpria criao; o homem que e est sendo no tempo, em seu tempo um ser histrico, somente este pode comprometer-se.Fica evidente na exposio das idias feita pelo autor, referente ao compromisso, a capacidade de exclusividade do compromisso, cujo mesmo atribui essa capacidade humanidade. Ele condiciona a existncia do compromisso verdadeiro, ao engajamento do homem com a realidade. Define compromisso verdadeiro, como aquele ligado solidariedade, no entanto, no significa compromisso em dar bens materiais, mas em estar companheiro de pessoas, determinadas pela sociedade como objetos de manobras (coisas).Neste primeiro captulo, so identificados por Freire, na relao do homem profissional e sociedade trs tipos de homem: o autenticamente comprometido (solidrio, est ao lado dos "precisados"); o falsamente comprometido (solidrio at o ponto onde beneficiado) e o impedido de se comprometer verdadeiramente. Define compromisso profissional como uma dvida do homem para com a sociedade, assumida medida que se fez profissional. Logo aps, coloca a necessidade do constante aperfeioamento do profissional, ao mesmo tempo faz uma crtica ao tecnicismo, afirmando a necessidade da superao do especialismo e afirmando a exigncia do profissional em ser o senhor das tcnicas e no escravo delas.A obra aqui resenhada expe de forma singular a alienao, advinda das importaes de idias e tcnicas alheias realidade, como ameaa ao compromisso verdadeiro. Exprime se na existncia de tais importaes as mesmas devem ser adaptadas realidade local. E menciona a criatividade como meio de superao na hora da efetivao das mudanas.Em "A Educao e o Processo de Mudana Social", segundo captulo de "Educao e Mudana", nos apresentadas baseadas no conceito filosfico-antropolgico de homem, concepes do autor sobre a raiz da existncia da educao, e ainda as diversas relaes do homem e sua conscincia.Para Paulo Freire a razo pela qual se faz necessria a educao a percepo humana do prprio inacabamento, da prpria imperfeio, onde mediante desta, busca sempre ser mais perfeita. Tal busca deve ser feita pelo homem em comunho com outros, pois a busca solitria s o leva em ter mais, porm sendo menos, j a busca em comunho resulta em ser mais. Ele condiciona a busca pela educao ligao ao saber, pois ser este a meta, mas tambm ignorncia, pois pela percepo desta iniciada a procura do saber. Ligao, essa a qual se faz necessria o intermdio do amor e da esperana, pois o entendimento uma condio para a educao e o amor uma condio para o entendimento, j a esperana parte desde o incio da busca, pois quando h uma procura, h ao mesmo tempo uma espera do encontro daquilo que procurado.Freire afirma ser o homem um ser de relaes. E ainda, afirma a sua necessidade da estimulao da conscincia reflexiva no educando para que este reflita sobre sua prpria realidade, conseguindo assim que as relaes deste sejam reflexivas, conseqentes, transcendentes e temporais. Reflexiva medida que busca contemplar sua realidade, transcendente por na sua reflexo conseguir projetar um futuro de acordo com seus desejos, tornando assim sua relao tambm conseqente, e temporal por agir, perceber-se e fazer-se em seu tempo um ser social e histrico.A concepo freiriana apresenta neste captulo, a respeito da "conscincia bancria" da educao, a viso do professor como aquele, cujo mesmo ver-se detentor do conhecimento e o educando como um ser "oco", um depsito de conhecimento. E nos mostra os estados da conscincia como sendo a: intransitiva ? quase compromisso com a realidade; mgica ? supersties; transitiva ? efetivao da mudana de conscincia; crtica ? efetivao do compromisso; fantica ? escravido s idias e tcnicas importadas; ingnua ? v o passado como melhor em comparao ao presente.No terceiro captulo: "O Papel do Trabalhador Social no Processo de Mudana", a obra nos prope uma anlise crtica da frase que dar ttulo ao captulo para ser possvel a percepo do papel do trabalhador social em suas vrias dimenses da estrutura social.Para Paulo Freire o trabalhador social como homem tem de fazer sua opo. Ou adere mudana que ocorre no sentido verdadeiro da humanizao do homem, de seu ser mais, ou fica a favor da permanncia da atual situao. Opo que no deve ser imposta aos demais. Sua opo determinar seu papel e suas tcnicas de ao.O autor expe nesta terceira parte da obra, que a tentativa de conscientizao dos indivduos com quem se trabalha, enquanto com eles tambm se conscientiza parece ser o papel do trabalhador social que opta pela mudana.J no ltimo captulo do livro, intitulado: "Alfabetizao de Adultos e Conscientizao", o autor apresenta de maneira detalhada seu mtodo educacional relativo aos adultos.Freire condiciona a implantao de seu mtodo, a uma prvia reflexo sobre o homem e de uma anlise sobre suas condies culturais, condio esta necessria mediante qualquer ao educativa, frisa o mesmo. Seu mtodo, o dilogo exposto como um mtodo ativo, crtico e criticista. Este deve ter relao horizontal "A" com "B". Onde ser forte a presena de amor, humanidade, esperana, f e confiana. Um objeto extrado da cultura do analfabeto, sobre o qual dialogado deve ser o contedo programtico. Tal objeto, sobre o qual o dialogo, deve ser advindo de um levantamento de "palavras geradoras", ligadas s experincias existencial do analfabeto, da qual a experincia profissional faz parte. Depois de feito este levantamento deve-se selecionar as palavras geradoras de maneira a respeitar os seguintes critrios: riqueza fontica, dificuldade fontica, aspecto pragmtico da palavra. Aps isso se devem criar situaes nas quais so colocadas as palavras geradoras em ordem crescente de dificuldades fonticas. Feito isso necessria a elaborao de fichas auxiliares com sugestes simples para os educadores nunca uma prescrio rgida para ser obedecida.Aps o autor detalhar seu mtodo de alfabetizao de adultos, o mesmo expe seus resultados prticos, sendo estes deixar grupos de 25 a 30 homens lendo e escrevendo entre um ms e meio a dois meses. Educao e Mudanas de Paulo Freire uma fundamentao consistente de seu mtodo de alfabetizao de adultos, cuja mesma se faz ainda hoje indispensvel ao conhecimento de qualquer educador. Mas tambm uma apresentao de definies e anlises a respeito de compromisso, educao, estrutura social, sociedade entre outras, da a necessidade da apreciao destas concepes por diverso profissionais, sejam estes socilogos, telogos, polticos e pedagogos, a fim de facilitar sua opo nos processos de mudana, levando em conta a principal busca do homem a de ser mais perfeito. No entanto, Paulo Freire deixa uma lacuna no que diz respeito definio do papel do trabalhador social, pois o termo "parece" no deixa fixa a definio apresentada pelo autor, porm nas lacunas das definies que cabem as reflexes, por isso o presente resenhista acredita que o autor assim agiu de maneira intencional para a existncia da efetivao da ao reflexiva do leitorAvalie este artigo: (3 de 5)35 voto(s)Revisado por Editor do Webartigos.comTweet

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Pedro Costa SousaGraduando do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piau - UESPI. (1) artigos publicadosMembro desde novembro de 2010FacebookMais comentadosMais lidosFAMLIA TORRESA Musicalizao no Processo Ensino-Aprendizagem na Educao Infantil e Sries IniciaisA SUSPENSO CONDICIONAL DO PROCESSO E SEUS REFLEXOS QUANTO AOS ANTECEDENTES CRIMINAISPROJETO DE ALFABETIZAO MOTIVANDO E APRENDENDOEXERCCIOS SOBRE EQUAO DO SEGUNDO GRAUAs ltimas revelaes sobre o natalA Histria de Luan SantanaLatim, Lngua Sinttica Versus Portugus, Lngua AnalticaO direito de ser gordo (a)FAMLIA SInformativo Webartigos.comReceba novidades do webartigos.com em seu e-mail. Cadastre-se abaixo: Parte superior do formulrioNome:

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O livro Educao e Mudana, publicado pela primeira vez em 1979, faz parte de longa biografia escrita pelo clebre educador brasileiro, Paulo Freire. Paulo Freire nascido em Recife em 1921, conhecido por seu mtodo de alfabetizao de adultos que defende a humanizao dos homens por meio da conscientizao. Este seria o maior objetivo da educao, desenvolver o pensamento crtico dos alunos para que eles possam lutar por sua prpria libertao.Educao e mudana foi lanado no momento em que Paulo Freire, retorna do exlio aps 15 anos longe das terras brasileiras. Longe de exprimir mgoa em suas palavras, segundo prefcio de Moacir Gadotti, os escritos de Freire exalam esperana e otimismo. O ttulo delimita com clareza o propsito do autor em afirmar que a educao pode sim operar mudanas. Baseando-se em sua proposta de uma pedagogia crtica, o autor, em quatro captulos, descreve o compromisso do educador em promover uma pedagogia que possibilite mudanas.Paulo Freire, inicia seu livro, no captulo 1 O compromisso do profissional com a sociedade afirmando que para poder assumir um ato de comprometimento, a primeira condio est na capacidade de agir e refletir. O homem s existe por meio da ao e reflexo e isso s se d na relao do homem com o mundo onde vive. A questo , se a realidade dificulta movimentos de ao e reflexo , como transform-la para que os homens possam verdadeiramente pensar e agir?O compromisso do profissional est relacionado ao seu compromisso como homem situado em um contexto histrico-social. Se seu compromisso como homem no pode fugir de seu compromisso com o mundo e com os homens na busca da humanizao, seu compromisso profissional tambm uma dvida. O autor afirma que quanto mais nos capacitamos como profissionais, mais aumenta nossa responsabilidade com os homens.Paulo Freire encerra o primeiro captulo pontuando a grande sombra ameaando o compromisso verdadeiro: a alienao cultural que sofre nossa sociedade. Essa alienao caracterstica de sociedades-objetos que esto a merc das sociedades-matrizes, detentoras das decises econmicas e culturais. Ao importarmos tcnicas e tecnologias de outros pases, simultaneamente importamos uma cultura alheia nossa. Acabamos sendo seres para o outro; homens que vivem ingenuamente, almejando a vida do outro, repetindo e nunca criando.No captulo 2 A educao e o processo de mudana social, inicia dizendo que impossvel refletir sobre educao sem refletir sobre o homem. Qual seria o ncleo fundamental do homem onde se sustenta do processo de educao? Segundo o autor, o homem se sabe inacabado e por conseguinte busca educar-se. um ser em busca constante de ser mais. Freire afirma que o homem deve ser sujeito de sua prpria educao e no objeto. Por isso, ningum educa ningum. Esta no deve ser uma busca isolada mas ao lado de outros seres.O autor enfatiza a importncia do amor e respeito na educao. Como todo saber tem em si o testemunho do novo saber que j anuncia sua superao, nunca podemos nos colocar como superiores ensinando a ignorantes. Assim como existem diferentes graus de educao, podemos afirmar tambm que no existem ignorantes absolutos. Todos somos sbios em relao a algo e ignorantes em relao a outro. O saber sempre relativo.Educao tambm implica em esperana; esperana de liberdade e de mudana. Para auxiliar a compreenso de sua proposta, Paulo Freire, fala sobre a transio em nossa sociedade, dizendo que temos que saber o que fomos, o que somos, para sabermos o que seremos. preciso partirmos de nossa possibilidades para sermos ns mesmos.Paulo Freire tambm nos alerta sobre o conceito de conscincia bancria de educao onde o professor julga-se superior , transmitindo conhecimento, e o educando o depsito desse saber. O professor arquiva conhecimento porque no o concebe como busca. Exemplo de um modelo de educao onde o respeito pelo conhecimento do outro no existe e onde enfatiza-se a conscincia ingnua. Para que haja uma mudana de conscincia, necessrio um processo educativo de conscientizao.No capitulo 3, Paulo Freire, fala sobre O papel do trabalhador social no processo de mudana. O autor afirma que na ingenuidade s olhamos a realidade e no podemos adentrar o que olhado. O papel do educador est em estimular o admirar, ou seja, olhar de dentro e de dentro aquilo que nos faz ver.Para desempenhar este papel, o trabalhador social no pode assumir uma posio neutra, ele tem que fazer sua opo. Esta posio ir determinar seu papel, seus mtodos e suas aes. O trabalhador social no considera a mudana uma ameaa porque acredita que para ser um homem, primordial que os outros tambm o sejam. Ele trabalha para a mudana de todos.Por meio da educao, o trabalhador social problematiza a realidade dos homens, proporcionando assim a desmistificao de uma realidade at ento mitificada. Enfim, a tarefa fundamental do trabalhador social de auxiliar para que os homens sejam sujeitos e no objetos da transformao.O capitulo 4 dedicado ao tema Alfabetizao de adultos e conscientizao. Freire afirma que se a vocao do homem ser sujeito e no objeto, ele s poder desenvolver tal vocao por meio da reflexo e do olhar critico sobre sua realidade. Educao seria uma tentativa para chegar ao homem-sujeito, ajudando o homem a organizar seu pensamento reflexivamente.E como?Freire, prope um mtodo ativo, dialgico e critico, uma modificao do contedo programtico da educao e o uso de tcnicas como a reduo e a codificao . Para tal, a alfabetizao muito mais que o domnio mecnico de tcnicas para ler e escrever, tambm entender o que se l e escrever o que se entende, enfim, comunicar-se graficamente. Por todos esses motivos, Freire afirma que a alfabetizao no pode se fazer de cima pra baixo, mas de dentro para fora partindo do educando e sendo ajustado e mediado pelo professor.Considerando que a educao deve partir do universo do educando, Paulo Freire fala sobre o levantamento vocabular dentro da realidade daqueles que seriam educados. Tal levantamento, trouxe ao conhecimento do autor, palavras geradoras, ou seja, vocbulos mais carregados de certa emoo, pelas palavras tpicas do povo. Selecionadas as palavras geradoras, criam-se situaes nas quais so colocadas as palavras geradoras em ordem crescente de dificuldades fonticas.O ponto crucial na proposta de Freire, segundo o mesmo autor, a preparao dos coordenadores e supervisores. O desafio est em criar uma nova atitude de dilogo para que possibilite-se a educao e no a domesticao. A meu ver, a obra de Paulo Freire atual mesmo tendo sido publicada em 1979. Acredito que num mundo onde mais e mais parecemos construir uma cultura padronizada pelo modelo do que vem de fora, muito relevante o chamamento de Freire para que o educador saia de sua posio ingnua e busque para si como profissional social e para seus educandos construir um ambiente de amor e respeito condizentes busca da humanizao.Em relao a sua proposta de alfabetizao, considerando os dias atuais, temos mais um agravante que a incluso digital do povo brasileiro. Alm de todos terem direito ler e escrever , hoje faz-se necessrio tambm saber decodificar uma nova linguagem dos meios virtuais. Assim como a alfabetizao proposta por Freire, a incluso digital deve ser criteriosa e propiciar aos educandos a oportunidade de uma leitura crtica das tecnologias e novos comportamentos que adotamos. Assim como no h tcnicas que sejam neutras, acredito que o mesmo pode ser dito em relao a tecnologias adotadas nos dias atuais. Parte superior do formulrio Parte inferior do formulrio Help About Blog Pricing Privacy Terms Support Upgrade Portions not contributed by visitors are Copyright 2015 Tangient LLC

"A educao como prtica da liberdade, ao contrrio daquela que a prtica da dominao, implica a negao do homem abstrato, isolado, solto, desligado do mundo,assim tambm a negao do mundo como uma realidade ausente dos homens"Paulo FreireFREIRE, Paulo. A Educao como Prtica da liberdade. 23. Ed.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.Paulo Freire

A educao na viso de Paulo Freire deve realizar-se como prtica da liberdade. Os caminhos da libertao s estabelecem sujeitos livres e a prtica da liberdade s pode se concretizar numa pedagogia em que o oprimido tenha condies de descobrir-se e conquistar-se como sujeito de sua prpria destinao histrica.Quando se pensa em Educao Popular, logo se recorre s idias de Paulo Freire, pois, durante toda a sua vida dedicou-se com a questo do educar para a vida, atravs de uma educao preocupada com a formao do indivduo crtico, criativo e participante na sociedade. Nestes termos, relevante observar que o ser humano nesta educao, um sujeito que no deve somente "estar no mundo, mas com o mundo", ou seja, fazer parte dessa imensa esfera giratria, no apenas vivendo, mas construindo sua prpria identidade e intervindo no melhoramento de suas condies enquanto cidado e buscando o direito de construir uma cidadania igualitria e justa. A melhor forma de ensinar defender com seriedade, apaixonadamente uma posio, estimulando e respeitando, ao mesmo tempo, o direito ao discurso contrrio. Estar ensinando, assim, o dever de brigar por nossas idias e, ao mesmo tempo, o respeito mtuo.Paulo Freire achava que o problema central do homem no era o simples alfabetizar, mas fazer com que o homem assumisse sua dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura prpria, capaz de fazer histria. Ainda segundo Paulo Freire o homem que detm a crena em si mesmo capaz de dominar os instrumentos de ao sua disposio, incluindo a leitura.O pensamento de Freire (1921-1997) surge como produto das condies histrico-sociais em que vivia o Brasil e o Chile na dcada dos 60, lugares onde realizou sua prtica educativa mais relevante. A "Educao como prtica da liberdade", um dos seus primeiros ensaios, no se pode compreender nem submeter crtica sem vincul-lo ao contexto brasileiro dos anos 1960-1964. Ainda que se deva chamar a ateno para o fato de que o pensamento foi-se gerando desde os anos finais da dcada de 40 e durante toda a dcada dos 50; e mais, continua enriquecendo-se at o dia de hoje.De acordo com critrios sociolgicos de sua poca, Freire reconhece no Brasil uma "sociedade fechada" qual pertencia sociedade, a cultura e a educao que se discute. Mas, no Brasil, tambm havia uma "sociedade aberta" que propunha uma educao participativa, onde toda pessoa podia "dizer sua palavra", uma sociedade qual pertencia uma cultura livre. O Brasil tambm tinha uma "sociedade em transio" qual pertencia uma "conscincia transitiva", em processo de libertao.Educao como Prtica da LiberdadeO modelo pedaggico de Paulo Freire que aproxima a educao como ao cultural, de conscientizao e suas tcnicas para alfabetizao tm sido adotadas e adaptadas para ajustar milhares de projetos onde a situao de aprendizagem parte da situao de conflito social. Este modelo apresenta uma educao construda sobre a idia de um dilogo entre educador e educando, onde ocorra sempre partes de cada um no outro, que no poderia comear com o educador trazendo pronto do seu mundo, do seu saber, o seu modelo de ensino e o material para as suas aulas baseados na sua cultura e valores. Dentro desta percepo que um dos pressupostos do modelo se fundamenta na idia de que ningum educa ningum e ningum se educa sozinho. O dilogo consiste em uma relao horizontal e no vertical entre as pessoas implicadas, entre as pessoas em relao. No seu pensamento, a relao homem-homem, homem-mulher, mulher-mulher e homem-mundo so indissociveis. "Os homens se educam juntos, na transformao do mundo". Nesse processo se valoriza o saber de todos. O saber dos alunos no negado. Todavia, o educador tambm no fica limitado ao saber do aluno. O professor tem o dever de ultrapass-lo. por isso que ele professor e sua funo no se confunde com a do aluno.Esta resenha tem a pretenso de apresentar reflexes no que considera peculiar na obra "Educao como prtica da Liberdade", onde Paulo Freire aborda o "Mtodo" de Alfabetizao de Adultos de maneira detalhada dentro de um contexto scio-poltico no Brasil na dcada de 1960.Paulo Freire faz uma crtica educao tradicional no Brasil, o autor defendia que seria necessria uma educao para deciso, para uma responsabilidade social e poltica. Educao que o colocasse em dilogo sempre com o outro, atravs de uma viso crtica e no apenas passiva. Freire concebia um processo pedaggico de educar o sujeito histrico e politizado dentro de uma anlise crtica da sociedade.A Pedagogia Crtica recusa a tese de que o conhecimento e a escola so neutros e que, portanto, os professores devem ter uma atitude neutra. A escola um processo poltico, no apenas porque contm uma mensagem poltica ou trata de tpicos polticos de ocasio, mas tambm porque produzida e situada em um complexo de relaes polticas e sociais das quais no pode ser abstrada.Paulo Freire apresenta uma linguagem poltico-pedaggica, completamente progressista e renovadora para a poca. O autor tambm ressalta o valor dos "contedos programticos", que deveriam ser democraticamente escolhidos pelas partes interessadas no ato de alfabetizar, dentro de uma proposta mais ampla de educar (Freire, 1993 p. 241).Ao contrrio da concepo tradicional de escola, que se apia em mtodos centrados na autoridade do professor; Paulo Freire comprovou que os mtodos em que os alunos e professores aprendem juntos, so mais eficientes.ParadigmaMetodologiaEnsino-aprendizagem

Scio-cultural

Teoria de Paulo FreireMtodo de alfabetizao que permite que alunos e professores utilizem elementos que realizam um distanciamento do objeto cognoscvel.Educao problematizadora ou conscientizadora. Superao da relao opressor-oprimido.

importante ressaltar a centralidade da noo de dilogo no pensamento de Freire. Dilogo que tem como premissa o conhecimento sobre o objeto em questo; no possvel, desta forma, dialogar sobre o que no se conhece o que configura invaso cultural:No fazemos esta afirmao ingenuamente. J temos afirmado que a educao reflete a estrutura do Poder, da, a dificuldade que tem um educador dialgico de atuar coerentemente numa estrutura que nega o dilogo. Algo fundamental, porm, pode ser feito: dialogar sobre a negao do prprio dilogo (Freire, 1981:71; rodap).Freire coloca uma questo totalmente original a respeito da prtica educativa; no como algo a ser "doado" por quem sabe a quem no sabe; mas, sim, como uma forma de os seres humanos se apropriarem, conscientemente, de sua realidade para, assim, terem condies de transform-la.A pedagogia de Paulo Freire prope um ensino na base do dilogo, a liberdade e ao exerccio de busca ao conhecimento participativo e transformador. Uma educao que esteja disposta a considerar o ser humano como sujeito de sua prpria aprendizagem e no como mero objeto sem respostas e saber. Sua vivncia, sua realidade e essencialmente sua forma de enxergar e ler o mundo precisam ser considerados para que esta aprendizagem se realize.Paulo Freire aporta os nveis de uma ao libertadora: o educador reflete sobre o modo como ele prprio trabalha, para a mudana ou para a reproduo do sistema? Nesse estgio, busca solues para as crises, situaes-limite e se superando se abre para o novo, para o no tentado anteriormente. S ento despe as velhas respostas e aprende as novas, substitui o velho por um novo modo de agir e atuar.A transformao comea a partir dele e inicia-se no repasse ao educando a transformao coletiva. Num estgio intermedirio, a experincia de se libertar precisa encontrar outros sujeitos de histrias similares, que vivem a mesma experincia da libertao. a necessidade de se identificar com o outro, mirar-se em outros espelhos e ver a si prprio em terceira pessoa, ver a prpria imagem de outro ngulo. Numa viso ampliada, tem-se a necessidade de mostrar a eficcia e a universalidade do mtodo ou caminho encontrado, a superao e libertao subseqente, necessidade de internacionalizar a resposta local e, sobretudo o desejo de partilhar o que deu certo. A isto se chama "ao cultural libertadora".Fazer-se sujeito, libertar-se o sentido maior do compromisso histrico que se tem para com o homem, participar de uma prtica humanizadora. Para ser sujeito preciso soltar as amarras, ousar vos de liberdade. E a liberdade conquista que exige uma permanente busca, para que se possa superar a situao opressora. A educao o meio que conduz o homem na conquista de sua subjetividade para que possa comandar o destino de suas aes.Em termos educacionais, a proposta de Freire uma proposta anti-autoritria apesar de pedagogia dirigente, onde professores e alunos ensinam e aprendem juntos. Partindo-se do princpio que educao um ato de saber, professor-aluno e aluno-professor devem engajar-se num dilogo permanente caracterizado por seu "relacionamento horizontal", que no exclui desequilbrios de poder ou diferenas de experincias e conhecimentos. Esse um processo que toma lugar no na sala de aula, mas num crculo cultural. No existe um conhecimento "discursivo" mas um conhecimento comeando das experincias dirias e contraditrias de professores-alunos/alunos-professores. Certamente esse conjunto de conceitos desfaz a moldura mais importante da pedagogia autoritria e aparece como uma prtica e ideologia de "contra-hegemonia" dentro das instituies de treinamento de professores. Ensinar algo de profundo e dinmico onde a questo de identidade cultural que atinge a dimenso individual e a classe dos educandos, essencial a prtica educativa progressista, Freire salienta, constantemente, que educar no a mera transferncia de conhecimentos, mas sim conscientizao e testemunho de vida, seno no ter eficcia. Para Freire, o homem e a mulher so os nicos seres capazes de aprender com alegria e esperana, na convico de que a mudana possvel. Aprender uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina. Embora o pano de fundo para Paulo Freire seja o Brasil, a sua filosofia de educao um clamor universal em favor da esperana para todos os membros da raa humana oprimida e descriminada. Neste sentido, afirma que qualquer iniciativa de alfabetizao s toma dimenso humana quando se realiza a "expulso do opressor de dentro do oprimido", como libertao da culpa (imposta) pelo "seu fracasso no mundo".Para o autor, o ensino muito mais que uma profisso, uma misso que exige comprovados saberes no seu processo dinmico de promoo da autonomia do ser de todos os educandos. Em "Educao como Prtica da liberdade", ensinar no uma simples transferncia de "contedo" ao aluno passivo. considerar - e no subestimar os saberes de experincia, o saber de senso comum, o saber popular. Partir sim desse saber - o que no significa "ficar nele". um direito de todos: descobrir a razo de ser das coisas no deve ser privilegio de elites. As idias de Paulo Freire nesta obra so moldadas a partir das diretrizes de mudanas na experincia de homens e mulheres que puderam sentir as ressonncias dos sentidos de liberdade ao mesmo tempo em que conquistavam o ato de leitura na escolaridade tardia.Conscientizar para a reflexo - ao substancia o conceito de liberdade como um caminho, sem volta, para a aquisio dos sentidos histricos que vive o homem, tornando-se sujeito ativamente militante e capaz de decidir. Isto implica numa reestruturao do ato educativo como ao de reflexo poltica onde o educando aprende a ler a palavra a partir da leitura de seu prprio mundo de cultura, labuta, dor, fome, injustia.Este processo, entre ler e libertar-se, encontra no dilogo o substrato que d formas aos encontros de troca de saberes. Nesse sentido, a escola comum e tradicional transforma-se em Crculos de Cultura, o professor em coordenador de debates, o crculo em programao compacta e o aluno em participante de grupo que, por sua vez, inspira e impulsiona toda a sistemtica dos encontros e d vida ao dilogo que sustenta e atravessa o paradigma freiriano da linguagem.A pedagogia da liberdade mostra as possibilidades de transgresso entre o intransitivo e o transitivo como ao de (re)construo das estruturas sociais combatendo as vrias formas de dominao elitista e violncia social, to comuns na sociedade brasileira. A possibilidade de conquistar a leitura da palavra ao passo que se politize para a ao consciente de mudanas sociais encontra no princpio dialgico a potencializao de propores de entendimento em que a comunicao horizontal converge imposio hierrquica em discusso nivelada.Paulo Freire prope uma nova concepo da relao pedaggica. No se trata de conceber a educao apenas como transmisso de contedos por parte do educador. Pelo contrrio, trata-se de estabelecer um dilogo, isso significa que aquele que se educa, isto , est aprendendo tambm.A pedagogia tradicional tambm afirmava isso, s que em Paulo Freire o educador tambm aprende do educando da mesma maneira que este aprende dele. No h ningum que possa ser considerado definitivamente educado ou definitivamente formado. Cada um, a seu modo, junto com os outros, pode aprender e descobrir novas dimenses e possibilidades da realidade na vida. A educao torna-se um processo de formao mtua e permanente.No pensamento de Paulo Freire, tanto os alunos quanto o professor so transformados em pesquisadores crticos. Os alunos no so uma lata vazia para ser cheia pelo professor.A liberdade o ponto central de sua concepo educativa desde sua obra. A libertao o fim da educao. A finalidade da educao libertar-se da realidade opressiva e da injustia; tarefa permanente e infindvel. Para Paulo Freire a realidade opressiva no "privilgio" dos pases do Terceiro Mundo. Em maior ou menor grau, a opresso e a injustia existem em todo mundo. Por isso sua pedagogia no apenas uma pedagogia "terceiro-mundista".

A educao visa libertao, transformao radical da realidade, para melhor-la, para torn-la mais humana, para permitir que os homens e as mulheres sejam reconhecidos como sujeitos da sua histria e no como objetos.

A libertao como objetivo da educao fundada numa viso utpica da sociedade e do papel da educao. A educao deve permitir uma leitura crtica do mundo. O mundo que nos rodeia um mundo inacabado e isso implica a denncia da realidade opressiva, da realidade injusta, inacabada e, conseqentemente, a crtica transformadora, portanto, o anncio de outra realidade. O anncio a necessidade de criar uma nova realidade. Essa nova realidade a utopia do educador.A utopia estimula a busca: ao denunciar uma certa realidade, a realidade vivida, temos em mente a conquista de uma outra realidade, uma realidade projetada. Esta outra realidade a utopia. A utopia situa-se no horizonte da experincia vivida. Em Paulo Freire, a realidade projetada (utopia) funciona como um dnamo de seu pensamento agindo diretamente sobre a prxis. Portanto, no h nele uma teoria separada da prtica.Paulo Freire , sem dvida alguma, um educador humanista e militante. Em concepo de educao parte-se sempre de um contexto concreto para responder a esse contexto. Em "Educao como prtica da liberdade" esse contexto o processo de desenvolvimento econmico e o movimento de superao da cultura colonial nas "sociedades em trnsito". O autor procura mostrar, nessas sociedades, qual o papel da educao, do ponto de vista do oprimido, na construo de uma sociedade democrtica ou "sociedade aberta". Para ele, essa sociedade no pode ser construda pelas elites porque elas so incapazes de oferecer as bases de uma poltica de reformas. Essa nova sociedade s poder se constituir como resultado da luta das massas populares, as nicas capazes de operar tal mudana.Paulo Freire entende que possvel engajar a educao nesse processo de conscientizao e de movimento de massas. No livro que acabei de citar, ele desenvolve o conceito de "conscincia transitiva crtica", entendendo-a como a conscincia articulada com a prxis. Segundo ele, para se chegar a essa conscincia, que ao mesmo tempo desafiadora e transformadora, so imprescindveis o dilogo crtico, a fala e a convivncia.A pedagogia de Freire caracteriza-se como um projeto de libertao dos oprimidos. Este projeto marcado por tomadas de posio filosficas muito claras e por engajamentos bem definidos. O autor prope uma metodologia de ao. A partir de cada experincia h um esforo srio de elaborao terica, mas jamais a preocupao de construir um sistema. Os escritos de Freire no constituem uma obra sistemtica, mas antes formulaes circunstanciais e provisrias de sua proposta pedaggica. Eles representam, por um lado, uma tomada de distncia, no nvel da reflexo e da teorizao; e por outro lado, um relato aos leitores, e sobretudo s pessoas engajadas na ao de libertao.http://www.webartigos.com/artigos/a-educacao-como-pratica-da-liberdade/17129/

RESENHA DO LIVRO: EDUCAO COMO PRTICA DA LIBERDADE DE PAULO FREIREPublicado em Educao por Pedagogia ao P da Letra no dia 14 de julho de 2013

Neste livro o autor expe o mtodo de alfabetizao de adultos de maneira minuciosa, contextualizando historicamente a proposta e expondo seus pressupostos filosficos e polticos.Na introduo do livro, Weffort destaca as experincias do mtodo na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde 300 trabalhadores rurais foram alfabetizados em 45 dias.Entre junho de 1963 e maro de 1964, desenvolveram-se cursos de capacitao de coordenadores em vrias capitais dos Estados. No incio de 1964, estava prevista a instalao de 20.000 crculos de cultura para dois milhes de analfabetos. O Golpe militar interrompeu os trabalhos e reprimiu toda a mobilizao popular j conquistada. Paulo Freire ficou detido por 70 dias e depois foi exilado.Weffort analisa que o Golpe de Estado teve entre seus resultados a desestruturao do que foi o maior esforo de democratizao da cultura j realizado no Brasil. Apesar disso ficou a semente que transcendeu os marcos do perodo e as prprias fronteiras do pas.Durante o perodo em que ficou exilado, Paulo Freire participou de diversos projetos desenvolvendo os mtodos de alfabetizao de adultos e escreveu algumas obras, entre elas est Educao como Prtica da Liberdade.Este livro est organizado em quatro captulos :1. A Sociedade Brasileira em Transio2. Sociedade Fechada e Inexperincia Democrtica3. Educao Versus Massificao4. Educao e ConscientizaoNo primeiro captulo, Paulo Freire apresenta sua interpretao sobre as foras polticas que disputavam o poder no incio da dcada de 1960, esclarecendo inicialmente seus pressupostos filosficos. Ele define sua filosofia de carter existencial, para ele existir ultrapassa viver, porque mais do que estar no mundo. estar nele e com ele. O existir individual. Transcender, discernir, dialogar so exclusividades do existir. Herdando a experincia adquirida e integrando-se s condies de seu contexto, lana-se o homem em um domnio que lhe exclusivo o da Histria e o da Cultura.Paulo Freire entende que integrao no acomodao, ela resulta da capacidade de ajustar-se realidade acrescida da possibilidade de transform-la. O homem integrado um homem Sujeito. A adaptao um conceito passivo. Criando, recriando e decidindo que o homem vai participando das pocas histricas.Mas, infelizmente, na opinio de Paulo Freire, o que se sente, dia a dia, o homem simples esmagado, diminudo e acomodado, dirigido pelo poder dos mitos que foras sociais poderosas criam para ele. o homem assustado, temendo a convivncia e at duvidando da sua possibilidade, ao lado do medo da solido, que se alonga como medo da liberdade.O Brasil, segundo o autor vivia um tempo de trnsito, ou seja, a passagem de uma poca para outra, ele afirma que o ponto de partida para esse trnsito foi a sociedade fechada, comandada por um mercado externo, assim seu povo possua elevados ndices de analfabetismo. Para o autor esta avaliao rachou-se. As foras que estavam em disputa eram contraditrias, provocando assim no homem brasileiro o surgimento de atitudes optativas com tendncia de radicalizao na opo.Para o autor a educao na fase de trnsito se fazia uma tarefa altamente importante, pois atravs de uma educao de dilogo e ativa, voltada para a responsabilidade social e poltica, chegariam transitividade crtica que se caracteriza pela profundidade na interpretao dos problemas. Entra a a matriz verdadeira da democracia.Paulo Freire queria que todos acreditassem no homem, cuja destinao no era coisificar-se, mas sim humanizar-se.No segundo captulo, Paulo Freire resgata a histria e as caractersticas do Brasil no perodo colonial e na fase do Imprio, esclarecendo a inexistncia da participao popular, inclusive durante a passagem para a Repblica.O autor afirma no ser possvel compreender nem a transio com seus avanos e recuos, nem entender o seu sentido enunciador, sem uma viso de ontem.O Brasil nasceu e cresceu sem experincia de dialogo. Paulo Freire ressalta que a dialogao implica a responsabilidade social e poltica do homem.O que caracterizou esse perodo, desde o inicio foi o poder exacerbado, a que foi se associando sempre a submisso. Submisso de que decorria ajustamento, acomodao e no integrao. O homem ai, acomodou se a determinaes que lhe eram impostas.O autor relata que a democracia antes de ser uma forma poltica, uma forma de vida, caracterizada pela transitividade de conscincia no comportamento do homem. O povo, com raras excees, sempre ficava margem dos acontecimentos.Mas foi exatamente neste sculo que o Brasil comeou seu grande impulso, iniciou-se a um desenvolvimento crescente da urbanizao. O pas comeava a encontrar-se consigo mesmo e seu povo emerso iniciava as suas experincias de participao. Tudo isso estava envolvido nos embates entre os velhos e os novos temas; a superao da inexperincia democrtica por uma nova experincia : a da participao.No terceiro captulo, Paulo Freire faz a crtica educao tradicional que, na poca, eram as praticas pedaggicas aplicadas nas escolas. Ele aponta aponta para a superao desta situao, demonstrando a crena na pessoa humana e na sua capacidade de educar-se como sujeito histrico.Preocupado em encontrar uma resposta no campo da Pedagogia s condies da transio brasileira, Paulo Freire entendia que a contribuio a ser trazida pelo educador brasileiro sua sociedade haveria de ser uma educao critica, uma educao que tentasse a passagem da transitividade ingnua transitividade critica. O educador entendia que seria necessria uma educao para a deciso, para a responsabilidade social e poltica. Educao que o colocasse em dialogo constante com o outro, pois a democracia implica mudana.Paulo Freire faz uma ressalva em relao s prticas pedaggicas que resistem teoria. A educao escolar vigente no terica porque lhe falta o gosto da comprovao, da inveno e da pesquisa; ela no comunica.O autor enfatiza que nada ou quase nada existe na educao formal que desenvolva no estudante o gosto da pesquisa e da contestao. O que implicaria o desenvolvimento da conscincia transitivo-crtica.Quanto menos criticidade entre os educadores, tanto mais ingenuamente tratam os problemas e discutem superficialmente os assuntos. Esta parecia ser uma das grandes caractersticas da educao escolar brasileira na sociedade fechada.Paulo Freire analisa que somente de algum tempo para c, vem-se sentindo a preocupao em identificar se com a realidade do pas, em carter sistemtico. o clima da transio. A oportunidade de uma interveno pedaggica criticizadora estava posta, tendo como perspectiva a superao de posies reveladoras de descrena no educando, no seu poder de fazer, de trabalhar, de discutir. A democracia e a educao democrtica se fundam ambas na crena no homem, na crena em que ele no s pode mas deve discutir os seus problemas, os do seu pas, os do mundo, os do seu trabalho e o da prpria democracia.No quarto e ltimo captulo, Paulo Freire explica minuciosamente o Mtodo de alfabetizao de adultos. Cita diversos exemplos dessa experincia no Brasil, sendo que o Plano elaborado no governo Goulart, em 1964, indicava a implementao de 20 mil Crculos de Cultura em todo o pas. O golpe militar impediu a continuidade do mtodo no territrio brasileiro, porm, no exlio, Paulo Freire estabelece trabalhos da mesma natureza em diversos pases.Paulo Freire mostra que na dcada de 1960, no Brasil, o nmero de crianas em idade escolar, sem escola, aproximava-se de 4.000.000, e o de analfabetos, a partir da faixa etria de 14 anos, 16.000.000.O autor narra que h mais de 15 anos a equipe em que participava vinha acumulando experincia no campo da educao de adultos. Os professores deste Crculo de cultura criado eram chamados de coordenadores e instituam debates de grupos, atravs de entrevistas que mantinham com eles e de que resultava a enumerao de problemas que os alfabetizandos gostariam de debater. Segundo Freire, os resultados eram surpreendentes. Numa das experincias, um dos participantes escreveu com segurana : Eu j estou espantado comigo mesmo. V-se que ningum ignora tudo e ningum tudo sabe. Esses coordenadores tiveram a colaborao valiosa da equipe do Servio de Extenso Cultural da Universidade de Recife.Estavam assim , tentando uma educao que lhes parecia a de que precisavam, identificada com as condies da realidade. Pensavam em criticizar o homem atravs do debate de situaes desafiadoras, que colocadas diante dos grupos, e estas situaes teriam que ser existenciais para eles.A prtica pedaggica de Paulo Freire, conforme afirma Weffort, o respeito liberdade dos educandos, que nunca so chamados de analfabetos, mas sim de alfabetizandos. Ao educador cabe apenas registrar fielmente o vocabulrio dos alfabetizandos e selecionar algumas palavras bsica s em termos de freqncia, relevncia como significao vivida e tipo de complexidade fonmica que apresentam, estas so as palavras geradoras.A primeira palavra geradora pesquisada e aplicada no Estado do Rio de Janeiro foi FAVELA e que atravs de uma fotografia se debatiam os problemas de habitao, alimentao, vesturio, sade e educao. Logo em seguida o grupo de alfabetizandos comea a criar palavras com as combinaes sua disposio; percebe-se a que a alfabetizao e a conscientizao jamais se separam, conforme enfatiza Weffort na introduo do livro.O autor acrescenta que isso foi verificado em todas as experincias que passaram a ser feitas no pas e que iam se estender e aprofundar atravs do Programa Nacional de Alfabetizao do Ministrio da Educao e Cultura que coordenava,extinto depois do Golpe Militar.Em seu perodo de exlio, Paulo Freire esteve no Chile e teve tempo suficiente para auxiliar uma equipe interdisciplinar que atravs de experincias com resultados animadores com o Mtodo como instrumento de investigao psicossociolgica.Conforme os dados acima apresentados observa-se que a proposta pedaggica de Paulo Freire para a educao de jovens e adultos aplicvel at hoje em nossa educao atual.Quanto ao problema de analfabetismo, verifica-se que o perfil descompromissado da educao escolar com as classes trabalhadoras, questionado por Paulo Freire, na dcada de 1960 vista at hoje em nossos dias atuais.Se no fosse o Golpe Militar, o programa elaborado no Governo Goulart deveria ter, em 1964, feito funcionar mais de 20 mil Crculos de Cultura em todo o pas.Os militares impediram a concretizao do que ficou conhecido como Mtodo de Alfabetizao de Adultos e imprimiram uma pedagogia tecnicista que respondia s necessidades do processo de internacionalizao da economia brasileira na dcada de 1960. No entanto, as lutas pela redemocratizao do pas no final da dcada de 1970 trouxeram as propostas pedaggicas de Paulo Freire, propostas estas adaptadas de acordo com experincias no mbito de movimentos sociais e administraes estaduais e municipais de carter democrtico durante os anos de 1980. Com todo esse esforo para se implantar uma pedagogia libertadora verificou-se nos anos 90 a implementao de um projeto pedaggico inovador, mas sabemos que apenas uma proposta pedaggica no pode dar conta de superar os desafios atuais.Nesse sentido faz-se necessrio dar continuidade s elaboraes das propostas que esto em processo de construo, resgatando a contribuio do Mtodo de alfabetizao de adultos apresentado por Paulo Freire neste livro que a meu entender servir e muito para mudarmos nossos mtodos e entender que educar construir sempre e deixar a idia de que ns educadores podemos e devemos fazer a diferena, como o exemplo que Paulo Freire nos deu neste livro de luta e dedicao e que devemos construir sempre e jamais desistir de nossos ideais.Autor: Alessandra Gaeta MartinelliTags:acomodao, alfabetizao, analfabetismo, Brasil, crculos da cultura, conscientizao, democracia, Educao, Educao Como Prtica Da Liberdade e Paulo Freire, educao de dilogo e ativa, educandos, EJA, integrao, liberdade, massificao, mtodo de alfabetizao, participao popular, poder, pressupostos filosficos, responsabilidade social e polticaMatrias relacionadas COSMOGNESE FILOSFICA EXERIANA PROVINHA BRASIL: APLICAO O LIXO NOSSO DE CADA DIA: O LIXO NA NATUREZA Deixe uma resposta Voc precisa fazer o login para publicar um comentrio. 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