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Centro Universitário UniBH Disciplina: Projeto experimental I Professora: Tacyana Arce Aluno: Patrick Lima dos Santos 1°DAD: Resenha Luiza Figueiredo Villarroel 2011 A pesquisadora Luiza Figueiredo Villarroel, busca entender o conceito de identidade que a diretora de cinema Sofia Coppola apresenta no filme Encontros e Desencontros lançado em 2003. Para responder tal pergunta sobre o que é identidade a partir da analise deste filme, a autora apresentou concepções existentes sobre o conceito de identidade, Villarroel explicitou também que a mudança da estrutura social é a responsável pelo surgimento de novas identidades na sociedade. Identidade é o conjunto de características exclusivas de cada pessoa, como por exemplo, impressões digitais, nome, profissão e sexo. Existem também concepções relacionadas à identidade cultural que estão relacionadas aos hábitos, valores, costumes e maneira de viver de uma determinada sociedade ou grupo social. Villarroel recorreu a Hall (1999) para caracterizar três diferentes concepções de identidade. A primeira está relacionada ao sujeito iluminista, que tem uma visão individualista dotado de consciência e razão. A segunda concepção surgiu na modernidade onde é definida pelo sujeito sociológico que reflete a crescente complexidade do mundo moderno, essa identidade se desenvolve na medida em que o sujeito se relaciona com a sociedade portadora de valores e cultura. A terceira identidade veio com a chegada do mundo pós-moderno, este se define na ausência de uma identidade fixa ou permanente, ela deixa de ser unificada para se tornar contraditória.

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Centro Universitário UniBHDisciplina: Projeto experimental I

Professora: Tacyana ArceAluno: Patrick Lima dos Santos

1°DAD: Resenha

Luiza Figueiredo Villarroel 2011

A pesquisadora Luiza Figueiredo Villarroel, busca entender o conceito de identidade que a diretora de cinema Sofia Coppola apresenta no filme Encontros e Desencontros lançado em 2003. Para responder tal pergunta sobre o que é identidade a partir da analise deste filme, a autora apresentou concepções existentes sobre o conceito de identidade, Villarroel explicitou também que a mudança da estrutura social é a responsável pelo surgimento de novas identidades na sociedade.

Identidade é o conjunto de características exclusivas de cada pessoa, como por exemplo, impressões digitais, nome, profissão e sexo. Existem também concepções relacionadas à identidade cultural que estão relacionadas aos hábitos, valores, costumes e maneira de viver de uma determinada sociedade ou grupo social.

Villarroel recorreu a Hall (1999) para caracterizar três diferentes concepções de identidade. A primeira está relacionada ao sujeito iluminista, que tem uma visão individualista dotado de consciência e razão. A segunda concepção surgiu na modernidade onde é definida pelo sujeito sociológico que reflete a crescente complexidade do mundo moderno, essa identidade se desenvolve na medida em que o sujeito se relaciona com a sociedade portadora de valores e cultura. A terceira identidade veio com a chegada do mundo pós-moderno, este se define na ausência de uma identidade fixa ou permanente, ela deixa de ser unificada para se tornar contraditória.

A partir do final do século XX esse conceito de identidade veio se transformando com a mudança da estrutura social da sociedade moderna. O individuo moderno fragmentou a classe social, a sexualidade, raça, etnia e nacionalidade. A autora reflete sobre as mudanças da sociedade salientando que com o passar do tempo “nossas identidades pessoais estão se modificando, alterando a concepção que temos de nós mesmos, gerando na sociedade uma perda do sentido de si”, hoje o individuo se desloca com ele próprio e dele com o mundo social e cultural, essas mudanças também decorrem da Globalização.

O que caracteriza a globalização são os processos atuantes em escala global que atravessam fronteiras, conectando o mundo as organizações e comunidades. A autora se refere ao Bauman (2005) para dar mais significado

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ao conceito de globalização, “a globalização é uma grande transformação que modificou as estruturas estatais, as condições de trabalho do homem, a produção cultural, a rotina, e as relações entre o eu e o outro”, ou seja, quanto mais às culturas nacionais são expostas as influencias externas, mais complexo fica conservar as identidades da sociedade de um determinado âmbito geográfico.

Com o passar do tempo os vínculos sociais podem ir se estabilizando ou não, no mundo moderno o sujeito busca mais praticidade, prefere relacionamentos com menos cobranças, onde Bauman faz a seguinte afirmação “o mundo moderno é líquido, onde o mais importante é acabar rápido, seguir em frente e recomeçar”, contra esse caráter o autor reflete que a sociedade precisa de relacionamentos onde os valores possam ser trocados, onde uma pessoa pode ser útil á outra, são esses relacionamentos que nos ajuda a definir quem somos.

Essas foram algumas das mudanças relacionadas à concepção de identidade que passaram pelo iluminismo, chegaram à modernidade e hoje se encontrão na pós-modernidade. O cinema surge como uma forma de representação da modernidade, o cinema é a arte que mais consegui se aproximar da realidade como nós a conhecemos. Cada espectador interpreta um filme de acordo com sua sensibilidade, é o que a citação escolhida por Villarroel confirma, “Cada qual vê a sua realidade com seus próprios olhos, cada qual vê, por si mesmo, a vida, CORDEIRO, 2001”.

O surgimento do cinema se encaixa junto aos fenômenos da modernidade, a cultura urbana e metropolitana aprende formas de representar os instantes, perpassando pelo Arte do impressionismo, fotografia até chegar ao cinema onde a realidade é representada. Pois bem, o cinema é caracterizado pela estética subjetiva do cineasta, ou seja, aquilo que o diretor é, sua identidade, problemas que ainda não foram superados, planos cinematográficos estão subjetivamente conectados ao diretor.

Os filmes de Sofia Coppola são basicamente calmos e lentos, não oferece imagens forçadas, trata basicamente de conflitos humanos onde busca-se representar uma reflexão para o individuo. Sofia Coppola começou sua trajetória no cinema quando começou acompanhar o pai Francis Ford Coppola nas filmagens. Em Encontros e Desencontros a autora da obra apresenta sua visão de mundo, suas vontades e receios, “suas características são percebidas nos personagens Chalote e Bob que expressão problemas e sentimentos que são vistos em simples atitudes do cotidiano, seus filmes são obras para discursões, reflexões e estudos” (VILLARROEL 2001).

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