resumo - codigo civil

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Código Civil. Artigos 1511 a 1638; 1694 a 1727 e 1728 a 1783. Livro IV – Do direito de família Título I – Do direito pessoal Subtítulo I – Do casamento Capítulo I – Disposições gerais Art. 1.511 – casamento estabelece comunhão plena de vida igualdade de direitos e deveres. Art. 1.512 – casamento é civil e gratuita a sua celebração. § Único: habilitação para o casamento, registro, primeira certidão isentos – pessoas cuja pobreza foi declarada. Art. 1.513 – proibido a qualquer pessoa interferir na vida do casal. Art. 1.514 casamento se estabelece quando homem e mulher se manifestam perante juiz e ele os declara casados. Art. 1.515 – casamento religioso que atende as exigências da lei para validade do casamento civil, se equipara a ele. Art. 1.516 registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos para o casamento civil. § 1º - registro civil do casamento religioso – promovido dentro de 90 dias de sua realização celebrante ou qualquer interessado comunica ao ofício competente /. § 2º - casamento religioso sem as formalidades desse código terá efeitos civis se o casal requerer seu registro no registro civil – previa habilitação perante a autoridade competente e em 90 dias. § 3º - será nulo o registro civil do casamento religioso se qualquer dos consorciados tiver outro casamento civil. Capítulo II – Da capacidade para o casamento Art. 1.517 – homem e mulher de dezesseis anos com autorização dos responsáveis. § Único – divergência entre pais – recorrer ao juiz para a solução. Art. 1.518 – até a celebração a autorização pode ser revogada. Art. 1.519 – se a negação do consentimento for injusta pode ser suprida pelo juiz Art. 1.520 – menores de 16 anos podem casar-se para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Capítulo III – Dos impedimentos Art. 1.521 – não podem casar: I ascendente com os descendentes (natural ou civil);

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Código Civil. Artigos 1511 a 1638; 1694 a 1727 e 1728 a 1783.

Livro IV – Do direito de família

Título I – Do direito pessoal

Subtítulo I – Do casamento

Capítulo I – Disposições gerais

Art. 1.511 – casamento estabelece comunhão plena de vida – igualdade de direitos e deveres.

Art. 1.512 – casamento é civil e gratuita a sua celebração.

§ Único: habilitação para o casamento, registro, primeira certidão isentos – pessoas cuja pobreza foi declarada.

Art. 1.513 – proibido a qualquer pessoa interferir na vida do casal.

Art. 1.514 – casamento se estabelece quando homem e mulher se manifestam perante juiz e ele os declara casados.

Art. 1.515 – casamento religioso que atende as exigências da lei para validade do casamento civil, se equipara a ele.

Art. 1.516 – registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos para o casamento civil.

§ 1º - registro civil do casamento religioso – promovido dentro de 90 dias de sua realização – celebrante ou qualquer interessado comunica ao ofício competente /.

§ 2º - casamento religioso sem as formalidades desse código terá efeitos civis se o casal requerer seu registro no registro civil – previa habilitação perante a autoridade competente e em 90 dias.

§ 3º - será nulo o registro civil do casamento religioso se qualquer dos consorciados tiver outro casamento civil.

Capítulo II – Da capacidade para o casamento

Art. 1.517 – homem e mulher de dezesseis anos com autorização dos responsáveis.

§ Único – divergência entre pais – recorrer ao juiz para a solução.

Art. 1.518 – até a celebração a autorização pode ser revogada.

Art. 1.519 – se a negação do consentimento for injusta pode ser suprida pelo juiz

Art. 1.520 – menores de 16 anos podem casar-se para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.

Capítulo III – Dos impedimentos

Art. 1.521 – não podem casar:

I – ascendente com os descendentes (natural ou civil);

II – parentes em linha reta;

III – adotante e cônjuge do adotado / adotado e cônjuge do adotante;

IV – irmãos e demais colaterais (não é direta e provém da descendência dos irmãos) até o 3º grau;

V – o adotado com filho do adotante;

VI – pessoas casadas;

VII – cônjuge sobrevivente e quem matou ou tentou matar o outro cônjuge.

Art. 1.522 – até a celebração o casamento pode ser impedido por qualquer pessoa capaz.

§ Único – juiz ou oficial de registro deve falar se souber de algum impedimento.

Capítulo IV – Das causas suspensivas

Art. 1.523 – não devem casar:

I - viúvo que tiver filho do cônjuge falecido enquanto não fizer o inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;

II – viúva ou mulher cujo casamento foi anulado – até dez meses depois do ocorrido;

III – divorciado antes da homologação da divisão de bens;

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IV – tutor e curador (e seus parentes) com pessoa tutelada – só depois que cessar a tutela e saudar as contas.

§ Único – nubentes podem solicitar ao juiz a suspensão prevista nos incisos I, II, III e IV (inexistência de prejuízo para herdeiro, ex-cônjuge e a pessoa tutelada); inciso II – nubente deverá provar nascimento de filho ou inexistência de gravidez no prazo.

Art. 1.524 – causas suspensivas da celebração do casamento – inqueridas pelos parentes em linha reta e colaterais (consanguíneos ou não) de um dos nubentes.

Capítulo V – Do processo de habilitação para o casamento

Art. 1.525 - requerimento de habilitação será firmado por ambos os nubentes de próprio punho ou por procurador – ser instruído com os seguintes documentos:

I – certidão de nascimento ou equivalente;

II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem;

III – duas testemunhas maiores que afirme conhecê-los e que não existe impedimento;

IV – declaração do estado civil, domicílio e residência atual dos contraentes e seus pais;

V – certidão de óbito do cônjuge falecido, sentença declaratória de nulidade ou registro de divórcio;

Art. 1.526 – habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do registro civil, com a audiência do MP.

Art. 1.527 – documentação ok, o oficial extrairá edital que ficará, durante 15 dias, afixado nas circunscrições do registro civil de ambos os nubentes e será publicada na imprensa local.

§ Único – em caso de urgência, a autoridade competente poderá dispensar a publicação.

Art. 1.528 – é dever do oficial esclarecer sobre os fatos que podem invalidar o casamento e sobre os regimes de bens.

Art. 1.529 – impedimento e causas suspensivas serão colocados em declaração escrita e assinada juntamente com as provas ou como as conseguir.

Art. 1.530 – oficial de registro dará aos nubentes ou representantes nota da oposição, com os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.

§ Único – os nubentes poderá requerer um prazo para fazer prova contrária aos fatos alegados – ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.

Art. 1.531 - Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.

Art. 1.532 – eficácia da habilitação de 90 dias.

Capítulo VI – Da celebração do casamento

Art. 1.533 – será no dia, hora e local previamente designado pela autoridade que irá presidir o ato.

Art. 1.534 – sede do cartório ou noutro edifício público ou particular – 2 testemunhas – porta abertas e publicidade.

§ 1º - edifício particular – portas abertas durante o ato.

§ 2º - um dos contraentes não souber ou puder escrever – 4 testemunhas.

Art. 1.535 – contraentes ou representantes, testemunhas e o oficial do registro – o presidente do ato deverá ouvir dos nubentes que eles pretendem se casar por livre e espontânea vontade – declaração de casados.

Art. 1.536 – o assento do casamento será lavrado no livro de registro e assinado pelo presidente do ato, cônjuges, testemunhas e oficial do registro, serão gravados:

I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual

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dos cônjuges;

II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual

dos pais;

III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento

anterior;

IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;

V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;

VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;

VII - o regime do casamento, com a data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.

Art. 1.537 – transcrição integral da autorização para casar deverá ser feita na escritura antenupcial.

Art. 1.538 – suspensão imediata da celebração se um dos contraentes:

I – recusar a solene afirmação de sua vontade;

II- declarar que não é livre e espontânea;

III – manifestar-se arrependido.

§ Único – não será admitida retratação dos motivos acima no mesmo dia.

Art. 1.539 – moléstia grave de um dos nubentes – celebração onde se encontrar o impedido (ainda que a noite), perante duas testemunhas que saiba ler e escrever.

§ 1º - caso de falta ou impedimento da autoridade competente – substitutos legais / falta do oficial do Registro Civil – por outro para essa finalidade, nomeado pelo presidente do ato.

§ 2º - termo avulso lavrado pelo oficial ad hoc, registrado em 5 dias no registro e com duas testemunhas – arquivar.

Art. 1.540 – eminente risco de morte de um dos contraentes e sem autoridade para presidir o ato – será celebrado com seis testemunhas sem parentesco (linha reta ou colateral) com um dos nubentes até 2º grau.

Art. 1.541 – após o casamento, testemunhas devem comparecer em até dez dias, a autoridade mais próxima e pedir que lhes tome por termo a declaração de:

I – foram convocados pelo enfermo;

II – o enfermo estava em perigo de vida, mas com juízo;

III – em sua presença os contraentes declararam por livre e espontânea vontade receber-se por marido e mulher.

§ 1º - juiz procederá diligências para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado – 15 dias.

§ 2º - verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário pelas partes.

§ 3º - decisão não recorrida ou se passar em julgado, mesmo com recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos casamentos.

§ 4º - efeitos do casamento será desde a data da celebração.

§ 5º - enfermo convalesce e ratificar o casamento na presença de autoridade competente e oficial de registro - dispensadas formalidades desse e do artigo anterior.

Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração.

§ 1º - revogação do mandato não precisa do conhecimento do mandatário, celebrado casamento sem a ciência do mandatário ou do outro contraente, o mandate responderá por perdas e danos.

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§ 2º - o nubente que não estiver em risco de vida poderá se fazer representar no casamento nuncupativo.

§ 3º - eficácia do mandato será de no máximo 90 dias.

§ 4º - só instrumento público poderá revogar o mandato.

Capítulo VII – Das provas do casamento

Art. 1.543 – prova do casamento: certidão de registro civil.

§ Único – na sua falta – qualquer outra espécie de prova.

Art. 1.544 – casamento de brasileiro celebrado no estrangeiro – registrado em 180 dias, a contar da volta de um dos cônjuges ao Brasil, em cartório do respectivo domicílio ou no 1º ofício da capital do estado que forem residir.

Art. 1.545 – o casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.

Art. 1.546 - prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial - efeitos civis desde a data do casamento para os cônjuges e filhos.

Art. 1.547. dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento se os cônjuges tiverem vivido juntos.

CAPÍTULO VIII - Da Invalidade do casamento

Art. 1.548 - É nulo o casamento contraído:

I - pelo enfermo mental sem discernimento para os atos da vida civil;

II - por infringência de impedimento.

Art. 1.549 - Decretação de nulidade - ação direta, por qualquer interessado, ou pelo MP.

Art. 1.550 - É anulável o casamento:

I - não completou a idade mínima para casar;

II - menor em idade núbil não autorizado por seus responsáveis;

III - por vício da vontade (erro essencial quanto à pessoa do outro);

IV - do incapaz de consentir ou manifestar consentimento;

V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do

mandato, e sem coabitação entre os cônjuges;

VI - incompetência da autoridade celebrante.

§ Único – Revogação= invalidade do mandato judicialmente decretada.

Art. 1.551 - Não se anulará por idade, o casamento de que resultou gravidez.

Art. 1.552 - Anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:

I - cônjuge menor;

II - representantes legais;

III – seus ascendentes.

Art. 1.553 - O menor que casou antes dos 16 anos poderá confirmar seu casamento, após completar essa idade com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial.

Art. 1.554 – casamento celebrado por quem não possui competência exigida e exerce publicamente as funções de juiz de casamento e foi registrado no Registro Civil – casamento é mantido.

Art. 1.555 - O casamento de menor de 16 anos sem autorização dos responsáveis, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.

§ 1º - Tal prazo será contado do dia em que cessou a incapacidade (pelo incapaz); a partir do

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casamento (representantes legais); e da morte do incapaz (herdeiros necessários).

§ 2º - Não se anulará o casamento – responsáveis tiverem manifestado a vontade ou tiverem presente na cerimônia.

Art. 1.556 - o casamento pode ser anulado por vício da vontade - erro essencial quanto à pessoa do outro (tal erro torne a vida conjugal insuportável).

Art. 1.557 - considera-se erro essencial:

I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama;

II - a ignorância de crime cometido;

III - a ignorância de defeito físico irremediável, ou doença grave e transmissível (contágio ou geneticamente) – risco à saúde do outro cônjuge ou filhos;

IV - a ignorância de doença mental grave;

Art. 1.558 - é anulável o casamento em virtude de coação.

Art. 1.559 – quem foi coagido que pode pedir a anulação - a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.

Art. 1.560 – prazo para pedir anulação:

I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;

II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;

III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;

IV - quatro anos, se houver coação.

§ 1º - casamento de menor de 16 anos – 180 dias depois da celebração (responsáveis) ou de ter feito 16 anos (menor) não pode ser anulado;

§ 2º - inciso V do art. 1.550 – até 180 dias depois que o mandante ficou sabendo que casou pode anular.

Art. 1.561 – se o casamento foi de boa-fé de ambas as partes, ele produz todos os efeitos até a sentença anulatória – para os cônjuges e filhos.

§ 1º - um dos cônjuges de boa-fé- somente ele aproveitará os efeitos civis.

§ 2º - ambos os cônjuges de má-fé – somente os filhos aproveitarão os efeitos civis.

Art. 1.562 – separação de corpos poderá ser pedida antes a ação (nulidade, divórcio, dissolução de união estável).

Art. 1.563 – sentença de anulação retroagirá à data de sua celebração – sem prejuízo para terceiros de boa-fé.

Art. 1.564 – anulação por culpa de um dos cônjuges:

I – perda das vantagens conseguidas do cônjuge inocente;

II – obrigação de cumprir as promessas feitas a esse no contrato antenupcial.

CAPÍTULO IX – Da eficácia do casamento

Art.. 1.565 – pelo casamento homem e mulher assumem a condição de companheiros e responsáveis pelos encargos da família.

§ 1º - acréscimo de sobrenome do outro, se quiser para ambos

§ 2º - planejamento familiar é decisão do casal – cabe ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para isso / vedada coerção.

Art. 1.566 – deveres dos cônjuges:

I – fidelidade;

II – vida em comum, no domicílio conjugal;

III – mútua assistência;

IV – sustento, guarda e educação dos filhos;

V – respeito e consideração mútuos.

Art. 1.567 – direção da sociedade conjugal: marido e mulher no interesse do casal e dos filhos.

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§ Único – divergência: recorrer ao juiz

Art. 1.568 – sustento da família e educação dos filhos: ambos são obrigados a concorrer na proporção dos bens e rendimentos.

Art. 1.569 – domicílio será escolhido por ambos – ausências são toleradas para defesa de interesses particulares relevantes, encargos públicos e exercício da profissão.

Art. 1.570 – direção família (administração de bens) será exercido por somente um dos cônjuges: prisão de mais de 180 dias, interdição judicial, provação de consciência, enfermidade, acidente.

CAPÍTULO X – Da dissolução da sociedade e do vínculo conjugal

Art. 1.571 – a sociedade conjugal termina:

I – morte;

II – anulação do casamento ou sua nulidade;

III – separação judicial;

IV – divórcio.

§ 1º - divorcio e morte – aplica-se a presunção desse código quanto ao ausente.

§ 2º - divórcio direto ou por conversão: poderá manter o nome de casado, salvo se no 2º caso a sentença dispor em contrário.

Art. 1.572 – ação de separação pode ser proposta por qualquer dos cônjuges, imputando ao outro qualquer ato que viole os deveres do casamento e trone a vida em comum insuportável.

§ 1º - ruptura da vida em comum há mais de um ano e impossibilidade de sua reconstituição.

§ 2º - doença mental grave manifestada após o casamento – torne a vida em comum impossível e depois de dois anos a doença tenha sido reconhecida como incurável.

§ 3º - no caso do § 2º fica com o cônjuge enfermo os remanescentes dos bens que levou para o casamento e aqueles que adquiriu durante o casamento, caso o regime de bens adotados permita.

Art. 1.573 – impossibilidade de comunhão de vida:

I – adultério;

II – tentativa de morte;

III – injúria grave;

IV – um ano continuo de abandono voluntário do lar;

V – condenação por crime infame;

VI – conduta desonrosa.

§ Único: juiz poderá considerar outros fatos.

Art. 1.574 – separação judicial – se dá por mútuo consentimento perante o juiz, para casamento de mais de um ano.

§ Único – juiz pode não dar se a convenção não preservar o direito dos filhos ou de um dos cônjuges.

Art. 1.575 – separação judicial importa separação de corpos e partilha de bens.

§ Único – partilha de bens pode ser feita mediante proposta dos cônjuges ou decidida pelo juiz.

Art. 1.576 – separação judicial põe fim aos deveres de coabitação, fidelidade e regime de bens.

§ Único – procedimento de separação cabe ao cônjuge, em caso de incapacidade cabe ao curador, pais ou irmão.

Art. 1.577 – cônjuges pode restabelecer a sociedade conjugal.

Art. 1.578 – cônjuge culpado perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que requerido por esse e se alteração não acarretar:

I – prejuízo para sua identificação;

II – distinção entre seu nome de família e dos filhos da união dissolvida;

III – dano grave reconhecido na decisão judicial.

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§ 1º - cônjuge inocente poderá renunciar ao sobrenome do outro.

§ 2º - demais casos – conservação do nome de casado.

Art. 1.579 – divorcio não modifica deveres e direitos dos pais em relação aos filhos

§ Único – novo casamento de um dos pais não poderá impor restrições aos direitos e deveres dos filhos.

Art. 1.580 – um ano após separação judicial ou medida cautelar de separação de corpos, qualquer dos cônjuges pode requerer a conversão em divórcio.

§ 1° - o divórcio será decretado por sentença, sem constar a sua causa.

§ 2° - divórcio poderá ser requerido após dois de separação de fato.

Art. 1.581 – divórcio poderá ser concedido sem prévia partilha de bens.

Art. 1.582 – pedido de divórcio competirá somente aos cônjuges.

§ Único – cônjuge incapaz – curador, ascendente ou irmão.

CAPÍTULO XI – Da proteção da pessoa dos filhos

Art. 1.583 – guarda unilateral ou compartilhada.

§ 1° - guarda unilateral: somente um dos genitores ou alguém que os substitua. Compartilhada: responsabilização conjunta de ambos os pais.

§ 2° - guarda unilateral – atribuída ao genitor que oferecer melhores condições de exercê-la e mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores:

I – afeto nas relações com o genitor e o grupo familiar;

II – saúde e segurança;

III – educação.

§ 3° - genitor que não detenha a guarda deve supervisionar os interesses dos filhos.

Art. 1.584 – a guarda poderá ser:

I – requerida, por consenso, pelos genitores juntos ou separados;

II – decretada pelo juiz.

§ 1° - na audiência de conciliação será explicado aos pais o que é guarda compartilhada.

§ 2° - quando não houver acordo entre os pais, será aplicada a guarda compartilhada sempre que possível.

§ 3° - orientação técnico profissional ou de equipe multidisciplinar – juiz se baseará para estabelecer atribuições de pai e mãe e os períodos de convivência.

§ 4° - alteração não autorizada de cláusulas de guarda poderá reduzir as prerrogativas atribuídas ao seu detentor.

§ 5° - pai e mãe não podem permanecer com a guarda do filho – juiz dará a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida (preferência por parentes/relações de afinidade).

Art. 1.585 – medida cautelar de separação de corpos – aplica-se as disposições do artigo anterior.

Art. 1.586 – em caso de motivos graves o juiz poderá regular de maneira diferente a situação deles com os pais.

Art. 1.587 – invalidade do casamento: verificar art. 1.584 e 1.586.

Art. 1.588 – novo casamento – continua com os filhos e só perderá sua guarda se eles não forem tratados convenientemente.

Art. 1.589 – pai ou mãe sem a guarda: visita e passeio serão acordados com o outro genitor ou fixados pelo juiz – fiscalizar sua manutenção e educação.

Art. 1.590 – disposições sobre guarda e prestação de alimento estendem-se aos maiores incapazes.

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SUBTÍTULO II – DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.591 – parentes em linha reta – ascendentes e descendentes.

Art. 1.592 – parentes em linha colateral ou transversal, até o 4º grau – descendente de um só tronco, sem descenderem uma da outra.

Art. 1.593 – parentesco natural (consanguíneo) ou civil (outra origem).

Art. 1.594 – graus de parentesco conta-se por número de gerações.

Art. 1.595 – cônjuge ou companheiro é alinhado aos parentes do outro pelo vínculo de afinidade.

§ 1° - parentesco por afinidade limita-se ao descendente, ascendente e irmão do cônjuge.

§ 2° - linha reta – afinidade não se extingue com a dissolução da união.

CAPÍTULO II – DA FILIAÇÃO

Art. 1.596 – filhos, havidos do casamento ou não, ou por adoção terão mesmos direitos e qualificações.

Art. 1.597 – presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:

I – nascidos 180 dias depois de estabelecida a convivência conjugal;

II – nascidos nos 300 dias subsequentes a dissolução conjugal;

III – fecundação artificial homóloga (mesmo falecido o marido);

IV – embriões excedentários – nascidos a qualquer tempo por fertilização;

V – inseminação heteróloga – autorização do marido prévia.

Art. 1.598 – antes do prazo previsto no inciso II do art. 1.523, mulher que contraiu novas núpcias e tiver filho (se nascido dentro de 300 dias do

falecimento do marido é do falecido, se nascido após esse período e decorrido o prazo do inciso I do art. 1597), salvo prova contrária.

Art. 1.599 – impotência do cônjuge em gerar, à época da concepção, afasta a presunção de paternidade.

Art. 1.600 – somente o adultério da mulher não afasta a presunção de paternidade.

Art. 1.601 – cabe ao marido contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher.

Art. 1.602 – não basta confissão materna para excluir a paternidade.

Art. 1.603 – filiação é provada pela certidão de nascimento.

Art. 1.604 – ninguém pode ir contra o registro, somente se provar que houve erro ou falsidade.

Art. 1.605 – falta do termo de nascimento poderá provar filiação por qualquer modo admissível em direito:

I – começo de prova escrita proveniente dos pais;

II – veementes presunções resultantes de fatos já certos.

Art. 1.606 – ação de prova de filiação compete ao filho, passando aos filhos se ele morrer menor ou incapaz.

§ Único – ação iniciada pelo filho pode ser continuada pelos herdeiros.

CAPÍTULO III – DO RECONHECIMENTO DOS FILHOS

Art. 1.607 – filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.

Art. 1.608 – contestar maternidade que consta no termo de nascimento: mãe provar a falsidade do termo ou das declarações nele contidas.

Art. 1.609 – reconhecimento dos filhos fora do casamento é irrevogável e será feita:

I – no registro de nascimento;

Page 9: Resumo - Codigo Civil

II – escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado no cartório;

III – por testamento;

IV – manifestação direta e expressa perante juiz.

§ Único – reconhecimento pode preceder o nascimento do filho, ou ser posterior ao seu falecimento, se houver descendentes.

Art. 1.610 – reconhecimento não pode ser revogado.

Art. 1.611 – filho fora do casamento não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro cônjuge.

Art. 1.612 – filho reconhecido menor – ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, se ambos reconheceram e não houver acordo, ficará com quem melhor atender os interesses do menor.

Art. 1.613 – ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.

Art. 1.614 – filho maior não pode ser reconhecido sem seu consentimento e menor pode impugnar o reconhecimento 4 anos depois da maioridade ou emancipação.

Art. 1.615 – qualquer pessoa pode contestar a ação de investigação de paternidade ou maternidade.

Art. 1.616 – sentença de procedência da ação de investigação terá os mesmos efeitos do reconhecimento – poderá ordenar a criação do filho fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.

Art. 1.617 – filiação materna e paterna pode resultar de casamento considerado nulo.

CAPÍTULO IV – DA ADOÇÃO

Art. 1.618 – adoção será deferida na forma prevista pelo ECA.

Art. 1.619 – adoção de maiores de 18 anos – dependerá de assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando as regras gerais do ECA.

Art. 1.620 – Art. 1.629 – revogados

CAPÍTULO V – DO PODER FAMILIA

SEÇÃO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.630 – filhos menores - sujeitos ao poder familiar

Art. 1.631 - Durante o casamento e a união estável: poder familiar aos pais / Falta ou impedimento de um deles: o outro exercerá com exclusividade.

§ único – divergência entre os pais: qualquer um deles pode recorrer ao juiz.

Art. 1.632 – separação entre os pais: não altera as relações com os filhos, exceto os pais terem os filhos em sua companhia.

Art. 1.633 – filho não reconhecido pelo pai fica sob o poder familiar da mãe, em caso de sua falta, dar-se-á tutor ao menor.

SEÇÃO II - DO EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR

Art. 1.634 - Compete aos pais:

I - criação e educação dos filhos;

II - tê-los em sua companhia e guarda;

III – dar ou não consentimento para casarem;

IV – nomeação de tutor, se o outro pai não estiver vivo ou não puder exercer o poder familiar;

V - representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade;

VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;

VII - exigir dos filhos obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.

SEÇÃO III - DA SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR

Art. 1.635 - extingue-se o poder familiar:

I - morte dos pais ou do filho;

II - pela emancipação (art. 5º);

III - pela maioridade;

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IV - pela adoção;

V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.

Art. 1.636 - O pai ou a mãe que contrai novas núpcias não perde quanto aos filhos o poder família.

§ Único - Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que se casarem.

Art. 1.637 - se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz tomar atitude pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.

§ Único - pai ou mãe condenados, por sentença irrecorrível a pena que exceda a dois anos de prisão – suspensão do poder familiar.

Art. 1.638 - Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:

I - castigar imoderadamente o filho;

II – abandonar o filho;

III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;

IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.

SUBTÍTULO III - DOS ALIMENTOS

Art. 1.694 – parentes, cônjuges ou companheiros podem pedir pensão uns aos outros – viver de modo compatível com sua condição social – necessidades de educação.

§ 1º - alimentos: proporção da necessidade do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2º - em caso de culpa de quem pleiteia – alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência.

Art. 1.695 – são devidos alimentos quando: quem pleiteia não possui bens suficientes, nem pode prover pelo seu trabalho seu sustento e, de quem

se reclamam possa fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.

Art. 1.696 – prestação de alimentos – direito de pais e filhos e extensivo a todos os ascendentes.

Art. 1.697 – na falta de ascendentes – obrigação cabe aos descendentes, guardada a ordem de sucessão, e faltando esses, aos irmãos.

Art. 1.698 – parente que deve alimentos não conseguir suportar totalmente o encargo – serão chamados para ajudar os de grau imediato. Se forem várias pessoas obrigadas, cada uma será chamada a contribuir de acordo com a proporção dos seus recursos.

Art. 1.699 - exoneração, redução ou majoração do encargo – mudança na situação financeira de quem os supre ou de quem recebe.

Art. 1.700 – obrigação com alimentos passa aos herdeiros do devedor na forma do art. 1.694.

Art. 1.701 – pessoa obrigada a suprir alimento poderá pensionar ou dar sustento ao alimentando, sem prejuízo do dever de prestar o necessário à sua educação, se menor.

§ Único – compete ao juiz fixar a forma de cumprimento da prestação.

Art. 1.702 – separação judicial litigiosa, sendo um dos cônjuges inocentes e desprovido de recursos – o outro deverá pagar pensão fixada pelo juiz, obedecido ao art. 1.694.

Art. 1.703 – manutenção dos filhos de cônjuges separados judicialmente – contribuição na proporção dos seus bens.

Art. 1.704 – cônjuges separados judicialmente e um dele precisa de alimentos, o outro deverá pagar uma pensão estabelecida pelo juiz.

§ Único – cônjuge declarado culpado precisar de alimentos e sem parentes para prestar e sem aptidão física para o trabalho - o outro será obrigado a assegurá-lo.

Art. 1.705 – filho havido fora do casamento pode acionar o genitor – juiz pode determinar que o processo seja em segredo de justiça.

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Art. 1.706 – alimentos provisionais serão afixados pelo juiz.

Art. 1.707 – credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito de alimento – tal crédito é insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

Art. 1.708 – casamento do credor – cessa o dever de prestar alimentos.

§ Único – procedimento indigno com relação ao devedor por parte do credor: cessa o direito a alimentos.

Art. 1.709 – novo casamento do cônjuge devedor – não extingue a obrigação que conste na sentença do divórcio.

Art. 1.710 – prestações alimentícias serão atualizadas segundo índice oficial.

SUBTÍTULO IV - DO BEM DE FAMÍLIA

Art. 1.711 – mediante testamento ou escritura pública, cônjuges podem destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família – não ultrapassar 1/3 o patrimônio líquido / impenhorabilidade do imóvel residencial.

§ Único – terceiro poderá instituir bem de família por testamento ou doação – aceitação de ambos os cônjuges beneficiados ou entidade familiar.

Art. 1.712 – bem de família: prédio residencial urbano ou rural e seus pertences, destinado a domicílio familiar, poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel ou sustento da família.

Art. 1.713 – valores mobiliários não poderão exceder o valor do prédio instituído em bem de família, à época de sua instituição.

§ 1º - valores imobiliários serem individualizados no instrumento de instituição do bem de família.

§ 2º - títulos nominativos – sua instituição como bem de família deve constar nos livros de registro.

§ 3º - o instituidor pode determinar que a administração dos valores mobiliários, pagamento de rendas, seja confiada a instituição financeira.

Art. 1.714 – bem de família constitui-se pelo registro de seu título no Livro de Imóveis.

Art. 1.715 – bem de família é isento de execução por dívidas posteriores à sua instituição – exceto: tributos relativos ao prédio e dívida de condomínio.

§ Único – execução pelas dividas referidas nesse artigo: saldo existente será aplicado em outro prédio, em títulos da dívida pública para sustento da família, ou a critério do juiz (exceção).

Art. 1.716 – a isenção que trata o artigo anterior enquanto viver um dos cônjuges, e em sua falta até os filhos completarem a maioridade.

Art. 1.717 – bem familiar não pode ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados.

Art. 1.718 – qualquer forma de liquidação da entidade administradora (§ 3º, art. 1.713) não atingirá os valores a ela confiados – juiz ordenará a transferência da administração para outra instituição.

Art. 1.719 – impossibilidade da manutenção do bem de família – o juiz, a requerimento dos interessados, extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos bens que o constituem em outros.

Art. 1.720 – administração do bem de família compete a ambos os cônjuges, resolvendo o juiz as divergências.

§ Único – falecimento dos cônjuges: administração passará ao filho mais velho, ou a seu tutor.

Art. 1.721 – dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.

Art. 1.722 – extingue-se o bem de família com a morte de ambos os cônjuges e a maioridade dos filhos (não sujeitos a curatela).

TÍTULO III - DA UNIÃO ESTÁVEL

Art. 1.723 – entidade familiar é a união estável entre o homem e a mulher, convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.

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§ 1º - união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521 – não se aplica a incidência do inciso VI em caso de pessoa casada separada de fato ou judicialmente.

§ 2º - causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.

Art. 1.724 – deverá obedecer: lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.

Art. 1.725 – regime de comunhão parcial de bens: salvo contrato escrito entre os companheiros.

Art. 1.726 – poderá de converter em casamento – pedido ao juiz e assento no registro civil.

Art. 1.727 – relações eventuais entre homem e mulher impedidos de casar – concubinato.

TÍTULO IV - DA TUTELA E DA CURATELA (1728 a 1783)

CAPÍTULO I – DA TUTELA

SEÇÃO I – DOS TUTORES

Art. 1.728 – filhos menores são postos em tutela:

I – falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;

II – pais decaírem do poder familiar.

Art. 1.729 – direito de nomear tutor compete aos pais em conjunto.

§ Único – nomeação deve contar de testamento ou qualquer outro documento autêntico.

Art. 1.730 – nomeação de tutor pelo pai ou a mãe, que ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar é nula.

Art. 1.731 – falta de tutor – incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por essa ordem:

I - ascendentes, do mais próximo ao mais remoto;

II – aos colaterais até 3º grau – mais próximos aos mais remotos, e no mesmo grau, os mais velhos

aos mais moços, o juiz escolherá o mais apto a exercer a tutela.

Art. 1.732 – juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:

I – na falta de tutor testamentário oi legítimo;

II – quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;

III – tutor removido por não ser idôneo.

Art. 1.733 – irmãos órfãos dar-se-á um só tutor.

§ 1º - nomeação de mais de um tutor, entende-se que a tutela será exercida pelo primeiro e em sua falta lhe sucederão pela ordem de nomeação.

§ 2º - menor herdeiro – quem institui-o poderá nomear-lhe curador especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar.

Art. 1.734 – menores cujos pais forem desconhecidos, falecidos, suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pelo ECA.

SEÇÃO II - DOS INCAPAZES DE EXERCER A TUTELA

Art. 1.135 – não podem ser tutores:

I – quem não te a livre administração de seus bens;

II – aqueles que possuem obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer direitos contra este ou seus pais, filhos, cônjuges tiverem demanda contra o menor;

III – inimigos do menor ou de seus pais, ou tiverem sido excluídos da tutela pelos pais do menor;

IV – condenados por furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes;

V – pessoas de mau procedimento, ou falhas de probidade, e as culpadas de abuso em outra tutorias;

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VI – exercerem função pública incompatível com a boa tutela.

SEÇÃO III - DA ESCUSA DOS TUTORES

Art. 1.736 – podem escusar-se da tutela:

I – mulheres casadas;

II – maiores de 60 anos;

III – tiverem autoridade sobre mais de 3 filhos;

IV – impossibilitados por enfermidade;

V – habitarem longe do local onde se exercerá a tutela;

VI – aqueles que já exercem tutela;

VII – militares em serviço.

Art. 1.737 – quem não for parente não será obrigado a exercer a tutela, basta que haja parente idôneo em condições de exercê-la.

Art. 1.738 – escusa da tutela deve ser feita 10 dias após à designação, ou 10 dias após o motivo escusatório aparecer.

Art. 1.739 – se o juiz não admitir a tutela, ela deve ser exercida enquanto recurso interposto não for decidido, e responderá pelas perdas e danos que o menor sofrer.

SEÇÃO IV - DO EXERCÍCIO DA TUTELA

Art. 1.740 – incumbências do tutor com relação ao menor:

I – educação e alimentos;

II – reclamar ao juiz que providencie, caso haja mister correção;

III – adimplir os demais deveres que cabe aos pais – ouvida a opinião do menor de mais de 12 anos.

Art. 1.741 – administração dos bens do tutelado.

Art. 1.742 – juiz pode nomear protutor para fiscalizar os atos do tutor.

Art. 1.743 – o tutor com autorização judicial pode delegar a outras pessoas o exercício parcial da

tutela – interesses administrativos que exijam conhecimentos técnicos.

Art. 1.744 – responsabilidade do juiz:

I – direta e pessoal, se não houver nomeado tutor ainda;

II – subsidiária, quando não exigiu garantias legais do tutor.

Art. 1.745 – bens do menor serão entregue ao tutor mediante termo especificando os bens e seus valores.

§ Único – patrimônio do menor de valor considerável: juiz poderá exigir do tutor prestação de caução, pode dispensar se o tutor for de reconhecida idoneidade.

Art. 1.746 – menor possui bens – juiz determinará uma quantia retirada para seu sustento.

Art. 1.747 – compete ao tutor:

I – representar o menor nos atos da vida civil até os 16 anos, e assisti-lo, após essa idade;

II – receber quantias financeiras devidas ao menor;

III – fazer-lhe despesas de subsistência e educação, bem como conservação de seus bens;

IV – alienar os bens do menor destinados à venda;

V - promover o arrendamento de bens de raiz, mediante preço conveniente.

V –Art. 1.748 – compete ao tutor com autorização do juiz:

I – pagar dívidas do menor;

II – aceitar heranças, legados e doações ainda que com encargos;

III – transigir;

IV – vender bens móveis, cuja conservação não convier, e imóveis, quando autorizado;

V – propor em juízo ações ou nelas assistir o menor, propor todas as diligências a bem deste e defende-lo nos pleitos contra ele movidos.

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§ Único – na falta de autorização, a eficácia do ato depende de aprovação ulterior do juiz.

Art. 1.749 – o tutor não pode, sob pena de nulidade:

I – adquirir para si bens do menor;

II – doar os bens do menor;

III – ser cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.

Art. 1.750 – imóveis pertencentes ao menor só podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem e com aprovação do juiz.

Art. 1.751 – antes de assumir a tutela o tutor deve declarar tudo que o menor lhe deva, sob pena de não lhe poder cobrar / salvo em caso de não conhecimento do débito.

Art. 1.752 - o tutor é responsável pelo prejuízo que causar ao tutelado – direito a ser pago pelo que despender no exercício da tutela salvo no caso do art. 1.734, e a perceber remuneração proporcional à importância dos bens administrados.

§ 1º- protutor: gratificação módica pela fiscalização efetuada.

§ 2 º - pessoas que deveriam fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano são solidárias na responsabilidade.

SEÇÃO V - DOS BENS DO TUTELADO

Art. 1.753 - tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados – somente o necessário para as despesas ordinárias com: sustento, educação e administração de seus bens.

§ 1º - em caso de necessidade, objetos de ouro e prata, pedras preciosas e móveis serão avaliados por pessoa idônea e, após autorização judicial, alienados – lucro convertido em títulos ou aquisição de imóveis – juiz decide.

§ 2º - dinheiro proveniente de qualquer outra procedência – mesmo destino do parágrafo anterior.

§ 3º - tutores respondem pela demora na aplicação dos valores acima referidos – pagamento dos juros legais.

Art. 1.754 – dinheiro no banco não poderá ser retirado, somento mediante ordem do juiz e:

I - para as despesas com o sustento e educação do tutelado, ou a administração de seus bens;

II - para se comprarem bens imóveis e títulos, obrigações ou letras, nas condições previstas no § 1º do artigo antecedente;

III – em caso de doação ou herança – aplicar conforme o disposto da pessoa que era o $;

IV – para entregar ao órfão quando maior ou emancipado e em caso de morte, aos seus herdeiros.

SEÇÃO VI - DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Art. 1.755 - os tutores são obrigados a prestar contas da sua administração.

Art. 1.756 – prestação de contas ocorrerá no fim de cada ano;

Art. 1.757 - os tutores prestarão contas de dois em dois anos, quando deixarem o exercício da tutela ou toda vez que o juiz achar conveniente.

§ único - as contas serão prestadas em juízo, tutor deve investir imediatamente o saldo.

Art. 1.758 - emancipação ou maioridade – a quitação do menor somente terá efeito de pois de aprovada pelo juiz.

Art. 1.759 - morte, ausência, ou interdição do tutor: contas serão prestadas por seus herdeiros ou representantes.

Art. 1.760 - crédito do tutor - despesas justificadas e reconhecidamente proveitosas ao menor.

Art. 1.761 - despesas com prestação de contas: pagas pelo tutelado.

Art. 1.762 – dividas da relação possuem incidência de juros desde o momento da ação.

SEÇÃO VII - DA CESSAÇÃO DA TUTELA

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Art. 1.763 - Cessa a tutela:

I - maioridade ou a emancipação do menor;

II - poder familiar: reconhecimento ou adoção.

Art. 1.764 - Cessam as funções do tutor:

I - ao expirar o termo, em que era obrigado a servir;

II - ao sobrevir escusa legítima;

III - ao ser removido.

Art. 1.765 - O tutor é obrigado a servir por espaço de dois anos.

§ único – tutor pode continuar – se o quiser e o juiz julgar conveniente ao menor.

Art. 1.766 – Destituição do tutor: negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.

CAPÍTULO II - DA CURATELA

SEÇÃO I - DOS INTERDITOS

Art. 1.767 - Estão sujeitos a curatela:

I - enfermidade ou deficiência mental, que impeça o discernimento para os atos da vida civil;

II - não podem exprimir a sua vontade – causas duradouras;

III - os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;

IV - os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;

V - os pródigos.

Art. 1.768 - A interdição deve ser promovida:

I - pais ou tutores;

II - cônjuge, ou por qualquer parente;

III - pelo Ministério Público.

Art. 1.769 - O Ministério Público só promoverá interdição:

I - doença mental grave;

II – pais, tutores, cônjuges e parentes não o fizerem;

III – pais, tutores, cônjuges e parentes que existirem forem incapazes.

Art. 1.770 - Interdição for promovida pelo Ministério Público: o juiz nomeará defensor ao suposto incapaz; nos demais casos o Ministério Público será o defensor.

Art. 1.771 - o juiz, assistido por especialistas, examinará pessoalmente o argüido de incapacidade, antes da interdição.

Art. 1.772 - Interdição das pessoas a que se referem os incisos III e IV do art. 1.767 (os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento mental), o juiz assinará, segundo o estado ou o desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela (art. 1.782).

Art. 1.773 – interdição ocorre a partir da sentença – pode haver recurso.

Art. 1.774 - Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as modificações dos artigos seguintes.

Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro – curador do outro.

§1º - Na falta do cônjuge ou companheiro - pai ou a mãe; na falta destes, o descendente que se demonstrar mais apto.

§ 2º - Descendentes: os mais próximos precedem aos mais remotos.

§ 3º - Na falta das pessoas mencionadas: juiz escolhe.

Art. 1.776 – possibilidade de recuperação do interdito: curador promover-lhe-á o tratamento em estabelecimento apropriado.

Art. 1.777 - Os interditos referidos nos incisos I, III e IV (enfermidade ou doença mental, os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem completo desenvolvimento mental) do art. 1.767

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serão recolhidos em estabelecimentos adequados – não adaptação ao convívio doméstico.

Art. 1.778 - A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens dos filhos menores do curatelado.

SEÇÃO II - DA CURATELA DO NASCITURO E DO ENFERMO OU PORTADOR DE DEFICIÊNCIA FÍSICA

Art. 1.779 – pai falece e a grávida não possui poder familiar – dá-se curador ao nascituro.

§ único - se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.

Art. 1.780 - requerimento do enfermo ou portador de deficiência física, ou e, em caso de impossibilidade, qualquer das pessoas a que se refere o art. 1.768 (pais, cônjuges, parentes e MP) – curador para cuidar de seus bens.

SEÇÃO III - DO EXERCÍCIO DA CURATELA

Art. 1.781 - As regras a respeito do exercício da tutela aplicam-se ao da curatela, com a restrição do art. 1.772 e as desta Seção.

Art. 1.782 - A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

Art. 1.783 – cônjuge curador em comunhão universal de bens: não será obrigado à prestação de contas, salvo determinação judicial.