resumão de economia brasileira

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ECONOMIA BRASILEIRA

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  • 20/04/2015

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    ECONOMIA BRASILEIRA E REGIONAL Prof. Marcos Vinicios Machado

    Retrospectiva Econmica Brasileira

    A economia brasileira viveu vrios ciclos ao

    longo da Histria do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi

    privilegiado em detrimento de outros, e provocou

    sucessivas mudanas sociais, populacionais, polticas e

    culturais dentro da sociedade brasileira.

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    Diviso da Histria do Brasil

    1. Perodo Pr-colonial (antes de 1500)

    2. Perodo Brasil Colnia (1500-1822)

    3. Perodo Brasil Imprio (1822-1889)

    4. Repblica (1889-2011)

    Ciclo do pau-brasil (sculo XVI)

    O primeiro ciclo econmico do

    Brasil foi a extrao do

    pau-brasil com ajuda da mo de obra dos ndios

    escravizados.

    Alm do pau-brasil, outras atividades de

    extrativismo predominaram nessa poca, como a

    coleta de ervas do serto.

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    Ciclo da cana-de-acar (sculos XVI-XVIII)

    O segundo ciclo econmico

    brasileiro foi o plantio de

    cana-de-acar, utilizada na

    Europa para a manufatura de

    acar.

    O plantio de cana adotou o latifndio como estrutura

    fundiria e a monocultura como mtodo agrcola. No

    sculo XVIII a cana perdeu espao para o cultivo de caf.

    Escravatura e trfico negreiro (sculos XVI-XIX)

    A agricultura da cana introduziu omodo de produo escravista,

    baseado na importao eescravizao de africanos.

    Esta atividade gerou todo umsetor paralelo chamado de trfico negreiro.

    Pecuria

    A pecuria extensiva ajudou aexpandir a ocupao do Brasilpelos portugueses, levando o

    povoamento do litoral para ointerior.

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    Ciclo da minerao (1709-1789)

    Durante todo o sculo

    XVIII, expedies chamadas

    entradas e bandeiras

    vasculharam o interior do territrio

    em busca de metais valiosos (ouro,

    prata, cobre) e pedras preciosas

    (diamantes, esmeraldas).

    Afinal, j no incio do sculo XVIII (entre 1709 e 1720)

    estas foram achadas no interior da Capitania de So

    Paulo (Planalto Central e Montanhas Alterosas), nas

    reas que depois foram desmembradas como Minas

    Gerais, Gois e Mato Grosso.

    A descoberta de ouro, diamante e esmeraldas nessa

    regio provocou um afluxo populacional vindo de

    Portugal e de outras reas povoadas da colnia, como

    So Paulo de Piratininga, So Vicente e o litoral

    nordestino.

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    J de incio, o choque na corrida pelas

    minas levou a um conflito

    entre paulistas e outros

    (Guerra dos Emboabas).Conflito armado ocorrido na regio das MinasGerais entre os anos de 1707 e 1709,envolvendo os bandeirantes paulistas e osemboabas (portugueses e imigrantes de outras regies do Brasil).

    Outra importante atividade impulsionada pela

    minerao foi o comrcio interno entre as diferentes

    vilas e cidades da colnia, proporcionada pelos

    tropeiros.

    Economia na Era Imperial (1822-1889)

    Ao tornar-se independente

    em 1822, o Brasil possua uma

    economia voltada para a

    exportao de matrias-primas.

    A economia do Brasil era extremamente diversificada no

    perodo ps-Independncia, mas foi necessrio um grande

    esforo por parte do governo monrquico para realizar a

    transmutao de sistema econmico puramente escravocrata

    e colonial para uma economia moderna e capitalista.

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    Contudo, a monarquia fora capaz de manter at o

    fim de sua existncia o extremamente notvel

    crescimento econmico iniciado com a vinda do ento

    prncipe-regente dom Joo ao Brasil. Isto foi possvel,

    em parte, graas ao liberalismo adotado pelo regime

    monrquico, que favorecia a iniciativa privada.

    Agricultura

    A agricultura no Brasil detinha

    um papel extremante

    importante: 80% das pessoas

    em atividade dedicavam-se ao setor agrcola, 13% ao

    de servios e 7% ao industrial.

    O sustento de escravos revelara-se mais oneroso

    que o pagamento de salrios a trabalhadores livres,

    por isso realizaram a transio do antigo sistema

    econmico escravocrata para o moderno capitalista.

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    Em 1874 o gabinete Rio Branco fixou em 40% a taxa de

    imposto para todas as mercadorias importadas (e que

    viria a incentivar a indstria nacional), ao mesmo

    tempo em que criou franquias aduaneiras para

    importaes relacionadas a plantas vivas, sementes,

    razes, bulbos e aparelhos mecnicos com o intuito de

    desenvolver a agricultura.

    Essas taxas marcaram o incio das polticas

    econmicas internacionais.

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    CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA

    Caracterizao:

    final sc. XIX

    principal atividade econmica brasileira era caf

    Brasil era o principal produtor mundial (70% das exportaes mundiais)

    ltimo decnio do sc. XIX favorvel ao caf:

    avano da produo em So Paulo (terras frteis, clima favorvel, rede ferroviria)

    Imigrao nas mos dos estados

    Inflao de crdito (Reforma Bancria,1888, facilitava a emisso e aumentava a facilidade de crdito)

    Novos investimentos iam para o setor mais atrativo, o caf.

    Oferta > Demanda (ineslstica) Tendncia de queda no preo

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    Convnio de Taubat (1 Plano de Valorizao do Caf):

    Contexto: 1906-1907: superproduo e queda no preo

    Principais Medidas: Governo (MG, SP, RJ) garante preo mnimo para o caf estocado, comprando os

    excedentes de produo

    Recursos so obtidos por emprstimos externos.

    Emprstimos pagos com novo imposto sobre o caf

    Governos dos estados deveriam desencorajar novas produes e cafeicultores se comprometiam a diversificar

    2 Plano de Valorizao do Caf (ps I Guerra Mundial) e

    3 Plano de Valorizao do Caf (1920-21)

    Conseqncias: Dc. de vinte: produo quase dobrou, mas a exportao ficou estvel (27-29: prod.

    (21 milhes) e exp. (14 milhes de sacas))

    Paradoxo: Mantendo lucratividade novos investimentos eram feitos

    Soluo: que a produo parasse e se oferecessem outras oportunidades.

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    Crise de 29: Antecedentes:

    EUA crise em 1921-22. Medidas que geraram grande prosperidade na dcada de vinte, com aumento da produo e produtividade. Mas os salrios continuavam estveis, o que representava lucros ainda maiores.

    Existncia de monoplios e oligoplios, que aumentavam o preo de seus produtos, atravs da diminuio artificial da oferta (aumento dos estoques).

    Meio bancrio: flexibilidade expanso dos meios de pagamento acima do produto real (dinheiro fcil).

    1929 processo de especulao resultando no craque da Bolsa de NewYork, marco inicial da Grande Depresso. queda violenta na cotao das aes; quebra de muitos bancos

    declnio das atividades comerciais; paralisao das fbricas e servios; desemprego em massa

    Roosevelt (1933-45) New Deal interveno do Estado

    Efeitos mundiais: queda no comrcio mundial em 60% (29-32)

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    CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA

    Consequncias da crise de 29 no Brasil:

    Ausncia de novos crditos para o financiamento dos estoques

    Reduo da demanda: Queda no preo do caf e no volume exportado (queda nas exportaes)

    crise poltica: Getlio Vargas que passou a defender uma poltica de maior interveno do estado voltada para o mercado interno (transio de um sistema poltico, de domnio paulista para algo mais difuso em termos de distribuio regional e social)

    Incio da transio de uma economia primrio exportadora, para uma economia voltada para o mercado interno

    Soluo: Colher o caf ou deix-lo apodrecer?

    Abandonar cafezais: queda da principal atividade econmica

    Colher:

    forar o mercado (nova queda no preo)

    Estoc-lo

    Destru-lo: a produo excedente no poderia ser vendida nos prximos 10 anos. Obtinha-se equilbrio entre oferta e demanda a um nvel de preos maior.

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    CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA

    Soluo brasileira para a crise:

    Manter a compra do caf ao preo mnimo

    Poltica anticclica: mantm a remunerao da maioria dos produtores, mantendo o nvel de emprego na economia exportadora

    diminuio da renda monetria durante a dcada de 30 no Brasil foi de 25 a 30%; nos EUA esse nvel foi superior a 50%.

    Desvalorizao:

    incentivo exportao

    aumento do preo dos importados

    Conseqncia:

    Parte do que antes era importado, deixou de ser importado: satisfaz-se com oferta interna o que antes era importado.

    o setor produtor para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades do que o setor exportador.

    Mantendo-se a procura e eliminando a concorrncia das importaes aumenta a rentabilidade.

    ... INDUSTRIALIZAO

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    PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES

    PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES

    Substituio do modelo econmico

    Modelo agrrio exportador:

    baseado no caf, dependente do mercado externo

    Modelo de substituio de importaes

    baseado na instalao de indstrias no pas

    voltado para o mercado interno

    Mudana Poltica

    Como agravante a essa situao, o presidente Washington Lus indica Lus Prestes (tambm de So Paulo) presidncia, rompendo com a poltica de caf com leite.

    insatisfao ainda maior, culminando com a Revoluo de 30

    processo de desenvolvimento interno que tem lugar e se orienta sob o impulso de restries externas e se manifesta, atravs de uma ampliao e diversificao da capacidade produtiva industrial (Tavares, 1975).

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    PROCESSO DE SUBSTITUIO DE IMPORTAES

    O modelo do PSI visualizado pela seguinte seqncia:

    Estrangulamento externo: h uma queda no valor das exportaes (queda nopreo do caf e no volume exportado), mas a demanda por importaes nocai (o nvel de renda interna foi mantida - compra de estoques). Resulta dauma escassez de divisas (um desequilbrio na B. de Pagamentos).

    Para ajustar o desequilbrio (melhorar exportaes e inibir importaes),recorre-se a desvalorizaes cambiais. Aumenta-se, a competitividadedomstica, j que os importados ficaram mais caros.

    O encarecimento dos importados leva a uma onda de investimentos nossetores substituidores de importao, produzindo-se internamente parte doque antes era importado. Isso faz com que aumente a renda interna e ademanda interna.

    Entretanto, o aumento de renda, e a necessidade de equipamentos para osinvestimentos, matria-prima para a produo leva a um aumento deimportaes, e a um novo estrangulamento...

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    PLANO DE METAS

    PLANO DE METAS Jucelino Kubitschek

    Auge do modelo de desenvolvimento no PSI

    Meta: estabelecer as bases de uma economia industrial madura no pas

    Diagnstico:

    Eliminar pontos de estrangulamento:

    reas de demanda insatisfeita em funo das caractersticas desequilibradas do desenvolvimento econmico, desenvolvimento feito por partes

    BENS INTERMEDIRIOS E INFRAESTRUTURA (transporte e energia)

    Atuao do Estado

    Estmulos aos pontos de germinao

    reas que geram demanda derivada

    BENS DURVEIS (automobilstica)

    Bens leves aquecimento do mercado

    Bens intermedirios

    Bens de capital

    Setores relacionados autopeas

    Atuao do capital privado

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    MILAGRE ECONMICO

    Crescimento acelerado, decorrente em grande parte das reformas ocorridas no perodo anterior e das

    condies internacionais favorveis

    Afrouxaram as polticas de conteno de demanda

    Crescimento da economia mundial (crdito)

    Maiores taxas de crescimento na histria recente (10%), com relativa estabilidade de preos (15%)

    O crescimento deveria ser diversificado e do setor privado (legitimar o governo militar)

    Fontes de crescimento:

    Investimentos pblicos em infra-estrutura

    Aumento do investimento das empresas estatais (intermedirios)

    Demanda por bens durveis (crdito ao consumidor)

    Construo civil

    Crescimento das exportaes

    Bens de capital

    at 1970 menor crescimento capacidade ociosa.

    19711973 setor de maior crescimento (18,51%)

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    MILAGRE ECONMICO

    TRIP PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO GOVERNO

    Investimento em infra-estrutura e das estatais Polticas econmicas cambial, fiscal, crdito Atuao em setores considerados estratgicos Manuteno do controle social

    CAPITAL INTERNACIONAL Investimentos em bens de consumo durveis Indstria automobilstica, material eltrico, produtos farmacuticos, borracha,

    qumica e mecnica

    CAPITAL NACIONAL Associao a empresas multinacionais de modo a ter acesso a capital e tecnologia

    ENDIVIDAMENTO EXTERNO Necessidade de recursos para viabilizar crescimento Transformaes no sistema financeiro internacional e ampla liquidez existente Ausncia de mecanismos internos de financiamento de longo prazo

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    MILAGRE ECONMICO

    ASPECTO POLTICO

    Costa e Silva (67-69): endurecimento do governo militar

    Aliados civis rompem com o governo

    Estudantes e camadas mdias demonstram seu descontentamento (passeata dos cem mil e congresso da une em 1968) e sofrem punies

    Operrios reivindicam reajustes salariais (greves) e so coibidos

    Congresso teve recesso de 10 meses e 93 polticos foram cassados

    AI-5 - controle absoluto do governo sobre a sociedade brasileira

    Tecnoburocracia: substituio dos polticos por tecnocratas nos cargos tcnicos.

    Mdici (69-74):

    Censura imprensa

    Prtica de torturas

    Marketing: Ningum segura esse pas; Brasil: ame-o ou deixe-o

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    MILAGRE ECONMICO Contradies do Milagre Econmico

    nfase no transportes rodovirio (importao de 80% de petrleo e derivados)

    Crescimento interno atrelado a alto crescimento das importaes - PIB cresceu mdia de 10% ao

    ano e as importaes cresceram 24% ao ano

    Baseado na vinda de empresas multinacionais que visavam potencializao do lucro (acelerao

    da globalizao) - acaba ocorrendo a transferncia de tecnologia obsoleta e pouco reinvestimento

    de lucro no processo produtivo

    Distores do Milagre Econmico

    concentrao de renda - participao do trabalho na composio da renda em 1960, 60%, em 1980,

    37,9%.

    Crescimento setorial da produo industrial - nfase no transporte automotivo, setor de bens de

    consumo durveis (demanda limitada), baixa participao das exportaes

    Estado no motor do desenvolvimento - grande nfase na rea produtiva e negligncia de projetos

    de cunho social

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    I CRISE DO PETRLEO

    Guerra do Yom Kippur rabe X israelense 1973

    Opep (Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo) Arbia Saudita, Ir, Kuwait, Lbia,

    Emirados rabes, Venezuela, Iraque, Arglia, Nigria, Equador, Gabo, Indonsia, Qatar

    Em 1970 detinham 60% da produo mundial de petrleo e 90% das exportaes.

    Guerra: boicote ao fornecimento de petrleo para os EUA e outros pases que auxiliaram Israel na

    guerra.

    Fim da conversibilidade dlar

    Conseqncias no Brasil

    Em 1973, a produo interna de petrleo representava 23,5% do que era consumido.

    Aumento da inflao de 15% (73) para 34,4% (74)

    Balana de pagamentos

    Dficit no saldo de transaes correntes (aumento das importaes de petrleo e de bens

    de capital e insumos, sem contrapartida de exportaes

    Queima das reservas e vulnerabilidade brasileira