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  • 8/20/2019 Economia Brasileira Contabilidade

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    Disciplina: Economia Brasileira

    Professor: Msc. Marcelo Santos Oliveira

    Florianópolis

    2º Semestre de 2013

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    2 ASSESC– 2º Semestre 2013Disciplina Economia II – 2º Fase de AdministraçãoProfessor Msc. Marcelo Santos Oliveira

    Sumário

    Introdução a Macroeconomia ........................................................................................... 3 2. Controvérsias em Macroeconomia ............................................................................... 3 Principais agregados macroeconômicos ........................................................................... 5

     

    Produto Nacional .............................................................................................................. 5 

    Despesa Nacional ............................................................................................................. 6 

    Renda Nacional................................................................................................................. 6 Identidade básica das Contas Nacionais ........................................................................... 6 Valor adicionado............................................................................................................... 6 Outros agregados macroeconômicos: Produto Nacional Bruto, Produto NacionalLíquido e Produto Interno Bruto ...................................................................................... 7 Um olhar sobre as contas nacionais do Brasil .................................................................. 8 Composição do PIB brasileiro sob as três óticas – 2001-2005......................................... 8 

     Nível de atividade ............................................................................................................. 9 Produto Interno Bruto ....................................................................................................... 9

     

    Percentual ......................................................................................................................... 9 Produto Nominal e Produto Real, Produto Per Capita ................................................... 10 

    Agregados Macroeconômicos ........................................................................................ 11 Setor Público .................................................................................................................. 11 Apresentando o Setor Externo ........................................................................................ 12 Algumas considerações sobre o cálculo do produto de um país .................................... 14 As Maiores Economias do Mundo 2012 ........................................................................ 14 Renda Disponível e Investimento: dois conceitos importantes ...................................... 14 Consumo ......................................................................................................................... 15 As Três Óticas do Produto .............................................................................................. 16 Mercado de trabalho ....................................................................................................... 17

     

    Emprego e Desemprego.................................................................................................. 17 

    Conceito .......................................................................................................................... 17 

    Estrutura da população no mercado de trabalho ............................................................. 18 Tipos e Causas do Desemprego ...................................................................................... 19 

     Noções da teoria do desenvolvimento tecnológico: a importância da inovação ............ 20 Políticas Econômicas ...................................................................................................... 22 Política Fiscal ................................................................................................................. 23 Política Fiscal no Brasil .................................................................................................. 24 Política Monetária .......................................................................................................... 26 Moeda ............................................................................................................................. 26 Análise de Mercado Monetário ...................................................................................... 28

     

    Política Cambial ............................................................................................................. 30 

    Câmbio ........................................................................................................................... 30 

    Mercado cambial: definição e funcionamento................................................................ 31 Detalhando o funcionamento do mercado cambial ........................................................ 31 Taxas de câmbio e regimes cambiais ............................................................................. 34 Regimes Cambiais: ......................................................................................................... 34 Efeitos do câmbio sobre as atividades econômicas ........................................................ 34 Taxa de câmbio nominal e real ....................................................................................... 36 Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 37 

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    3 ASSESC– 2º Semestre 2013Disciplina Economia II – 2º Fase de AdministraçãoProfessor Msc. Marcelo Santos Oliveira

    Introdução a Macroeconomia

    Você já deve ter percebido como a economia éimportante em sua vida. Todos os dias, nos maisdiversos meios de comunicação, você pode se informarsobre uma gama enorme de informações acerca daeconomia mundial, do país, de uma empresa ou região.

    O desempenho de uma economia pode ser avaliadoatravés de indicadores que demonstram resultadosespecíficos de determinada variável econômica. Porexemplo: um indicador muito conhecido e de grandeimportância é a taxa de inflação. Essa taxa demonstra ocomportamento de uma variável fundamental para aeconomia: o nível dos preços.Sendo a economia uma ciência complexa e de extensasramificações, ela faz uso de importantes instrumentosanalíticos. Os economistas estão sempre preocupadosem mensurar o mais perfeitamente possível osfenômenos econômicos. O perfeito entendimento de umfenômeno econômico passa obrigatoriamente pelo seucorreto diagnóstico, o que só é possível com o conhe-cimento dos principais indicadores de uma economia.Este tipo de estudo e muito importante, pois nos forneceelementos para saber por que um par de sapatos valemais do que uma camisa ou o que acontecera se ogoverno cobrar impostos de indústrias poluentes.Entretanto, muitas vezes, ao acompanhar o noticiárioeconômico, as referencias são feitas a economia de umpais inteiro, e não a um mercado especifico.Desta forma, e muito comum nos referirmos à economiaamericana como sendo mais rica que a brasileira.Também falamos que a taxa de juros no Brasil e muitoalta e, por isso, a economia não volta a crescer e odesemprego permanece alto. Outras vezes, lemos queo consumo esta caindo e, dessa forma, não devemosesperar que as coisas melhorem no próximo ano.Note-se que, na primeira afirmativa, não especificamosquais famílias americanas são mais ricas do que asbrasileiras. Quando falamos de taxa de juros, não nosreferirmos sobre que setor da economia pede dinheiroemprestado e em quais circunstancias, da mesma formanão definimos se o desemprego e de engenheiros ou depedreiros. Por fim, nada foi dito se o consumo que estacaindo e o de brinquedos ou o de alimentos.Em todas as afirmativas, referimo-nos a economia deum pais como um todo, simplesmente não nospreocupamos em diferenciar as famílias e as firmas queresidem no mesmo pais. De certa forma, e como seestivéssemos falando da soma de todas as famílias etodas as firmas de um determinado pais.Certamente você já se deparou com essa idéia de tratara economia de um determinado pais como um todo, issoe feito diariamente nas paginas de Economia de todosos jornais. Quando aprendemos Contas Nacionais,vimos como medir o produto de todo um pais.Também foi visto como se calcula o consumo de todauma economia, o que e investimento e como este serelaciona com a poupança e porque o gasto público e

    contabilizado em separado. Uma das grandes lições

    daquela unidade foi que o produto de toda a economiadeve ser igual à soma dos gastos, ou seja, sesomarmos o consumo das famílias com o consumo dogoverno e adicionarmos o investimento o total seráexatamente igual ao PIB. Aprender a medir os agregados econômicos e um passo

    importante para entender o que se quer dizer quando noreferimos a uma economia como um todo. Porem, emalgum momento podemos ficar curiosos sobre apossibilidade de elaborar uma teoria que busqueexplicar o comportamento destas variáveis agregadas. A macroeconomia e parte da economia que estuda ocomportamento das variáveis econômicas agregadas.Os macroeconomistas costumam estudar problemascomo o crescimento econômico, a existência derecessões, a inflação, o desemprego e etc. A analise esempre feita para a economia como um todo, não existepreocupação com os comportamentos individuais decada agente.

    O Prof. Mario Henrique Simonsen costumava fazer umaanalogia entre o estudo de economia e o estudo de umafloresta. Segundo este professor, a microeconomia e oequivalente a estudar as arvores individuais, sem sepreocupar com a floresta como um todo. Por outro lado,a macroeconomia seria o equivalente a estudar aspetosda floresta como um todo, sem se preocupar com cadauma das espécies. Assim, classificar as espécies deuma floresta e determinar as famílias de cada uma seriaassociado ao trabalho de um microeconomista,enquanto caracterizar o ecossistema e discutir tópicoscomo grau de úmida de ou nível de preservaçãoambiental seria o equivalente ao trabalho de um

    macroeconomista.No restante desta unidade, vamos nos dedicar a estudaralgumas teorias macroeconômicas.Nossa atenção direcionada a como se determina o PIBde um pais, quais os mecanismos que igualam apoupança e o investimento, como a moeda aparece naeconomia e quais as causas da inflação.Assim, nestecontexto, você aprenderá quais são alguns dosprincipais indicadores econômicos de um país e o queeles representam ou objetivam demonstrar.

    2. Controvérsias em Macroeconomia

     Antes de seguirmos para uma discussão sobre os

    principais aspectos da macroeconomia, temos de tratarde uma característica marcante da macroeconomia quenão costuma ajudar em nada os que estão se iniciandonesta ciência. Em geral, os macroeconomistas nãopossuem uma explicação consensual para os principaisfenômenos macroeconômicos.Recentemente, uma revista de economia e finanças fezuma serie de propagandas onde apareciam manchetescom opiniões de vários economistas sobre temas demacroeconomia. O que chamava atenção e que asopiniões eram completamente incompatíveis umas comas outras, um exemplo e a taxa de juros. Na primeiramanchete, um economista afirmava que a taxa de juros

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    estava muito alta e causava desemprego, suarecomendação era baixar a taxa de juros. Na segundamanchete, outro economista alertava para necessidadede aumentar a taxa de juros como forma de evitar avolta da inflação. O anuncio terminava com um terceiroeconomista elogiando o Banco Central por manter a

    taxa de juros no patamar ideal.De fato, a discordância entre os economistas, emparticular os que atuam na área de macroeconomia, etão grande que já se tornou folclórica. Todos sabem queum par de economistas sempre possui pelo menos trêsopiniões distintas, e uma quarta para justificar osproblemas das outras. As principais divergências entre os macroeconomistasremontam ao trabalho de um economista inglêschamado John Maynard Keynes, segundo alguns omaior economista do século XX. Keynes atou naprimeira metade do século XX, participou ativamentedos acordos econômicos realizados ao final das duas

    grandes guerras e de certa forma foi o inspirador daordem econômica vigente desde o final da SegundaGrande Guerra. Instituições como o Fundo MonetárioInternacional (FMI) e o Banco Mundial devem seunascimento ao trabalho de John Keynes. Alem de participar ativamente dos debates econômicosde sua época, Keynes fez uma critica teóricaavassaladora, pelo menos foi o que se pensou a época,da teoria econômica então vigente. O fato que motivou acritica de Keynes foi a Grande Depressão de 1929.Naquela época, a lógica econômica partia da idéia deque o mercado sempre era capaz de Determinar umpreço que igualasse a quantidade ofertada e

    demandada de qualquer bem ou Serviço. Isso deveriaser verdade inclusive no mercado de trabalho.Dessa forma, as famílias escolhiam quanto desejavamtrabalhar e as firmas escolhiam o quanto contratar demão-de-obra. O mercado então determinava o saláriode equilíbrio, ou seja, o salário que fazia com que aquantidade de horas que as famílias desejassemtrabalhar fosse exatamente igual à quantidade de horasde trabalho que as empresas desejassem contratar.Uma vez que o mercado determinasse as horas detrabalho, a tecnologia vigente determinava o quantoseria produzido. Como a despesa deve sempre ser igualao produto, não havia nenhuma possibilidade de que

    não existisse demanda suficiente para tudo o que foiproduzido. Note-se que, segundo esta lógica, aspessoas só não trabalhavam se achassem que o salárioera muito baixo para compensar as horas de lazerperdidas, e as empresas nunca ficariam com estoquesque não fossem desejados.Durante boa parte do século XIX e o inicio do séculoXX, essa lógica parecia impecável na sua explicação dofuncionamento de uma economia, por isso e comum sereferir a esta escola de pensamento como escolaclássica. Porem, como justificar a Grande Depressãopartindo do pressuposto que o mercado de trabalhosempre determina o salário de equilíbrio?

    Se este fosse o caso, por que existiam filas de pessoasdesempregadas? Se as firmas eram capazes de vendertudo o que produziam, por que existiam tantos estoquesindesejados? Como explicar que o Brasil estivessequeimando sua safra de café se sempre existia umademanda para todos os bens produzidos?

    Segundo Keynes, a razão de tudo isto e que o modo depensar dos economistas clássicos estava simplesmenteerrado, ou, na melhor das hipóteses, só era valido parao caso raro em que ninguém estivesse desempregado.Primeiro, Keynes discordava da idéia que as famíliasdecidiam o quanto trabalhar comparando o salário como valor do tempo de lazer perdido. Dessa forma, a idéiaque as pessoas estavam sem trabalhar porquevalorizavam o lazer não fazia qualquer sentido.Com isso, o conceito de equilíbrio no mercado detrabalho não tinha nenhuma aplicação pratica.Sem o equilíbrio no mercado de trabalho, Keynes tevede criar outra forma de determinar o produto,

    relacionada à demanda total de uma economia.Segundo Keynes, as decisões de despesas comconsumo privado, investimento e gasto publicam eramquem condicionava a decisão da firma produzir. Se nãoexistisse demanda, as firmas reduziriam a produção,causando desemprego e jogando o pais em umarecessão.Note-se que este raciocínio e exatamente o oposto dalógica do modelo clássico. Em ambos os casos, o valordo produto deve ser igual ao da despesa total, isso e umresultado contábil e não pode discutido. Porem, nomodelo clássico, e a quantidade produzida quedetermina a despesa, enquanto no modelo keynesiano

    e a despesa que determina a quantidade produzida. Porisso, as quanto contratar de mão-de-obra. O mercadoentão determinava o salário de equilíbrio, ou seja, osalário que fazia com que a quantidade de horas que asfamílias desejassem trabalhar fosse exatamente igual àquantidade de horas de trabalho que as empresasdesejassem contratar.Uma vez que o mercado determinasse as horas detrabalho, a tecnologia vigente determinava o quantoseria produzido. Como a despesa deve sempre ser igualao produto, não havia nenhuma possibilidade de quenão existisse demanda suficiente para tudo o que foiproduzido. Note-se que, segundo esta lógica, as

    pessoas só não trabalhavam se achassem que o salárioera muito baixo para compensar as horas de lazerperdidas, e as empresas nunca ficariam com estoquesque não fossem desejados.Pela lógica keynesiana, durante uma recessão, oGoverno poderia incentivar a recuperação da economiaaumentando seus gastos e, dessa forma, contribuindopara o aumento da despesa total, o que levaria a umaumento da produção e o do emprego. Na lógicaclássica, uma recessão era o efeito de um distúrbiopassageiro na produção ou no desejo das famíliastrabalharem. O melhor que o governo faz e reduzir seusgastos para adequá-los a possível perda de receita.

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     Assim como no caso da propaganda da revista citadaanteriormente, são duas indicações contrarias sobre omesmo tema. Agora sabemos que elas não sãoconseqüências de implicância ou descuido, poremrefletem visões diferentes do funcionamento do sistemamacroeconômico.

    No decorrer desta unidade vamos encontrar variassituações semelhantes, sempre que possível faremosreferencias as abordagens da teoria clássica e da teoriakeynesiana. Por enquanto, devemos ter em mente quemeio século de debates entre macroeconomistas não foicapaz de levar uma conclusão sobre qual das escolaspossui uma explicação correta para o funcionamento damacroeconomia. Não devemos tentar chegar a estaconclusão em uma unidade de um curso introdutório deEconomia.

    Principais agregados macroeconômicos

    Inicialmente, você deve ter em mente que a economia

    se divide em vários ramos ou campos de conhecimento.Entre esses campos, destacam-se as finanças públicas,a história econômica, o pensamento econômico, odesenvolvimento econômico, a microeconomia e amacroeconomia. A microeconomia é o ramo da economia que sepreocupa em explicar e compreender os fenômenoseconômicos a partir de uma ótica que privilegia ocomportamento das unidades individualizadas de umsistema econômico: uma pessoa, uma firma etc. Amacroeconomia busca entender e explicar osfenômenos da economia a partir do comportamentogeral do sistema, de modo agregado.

    Macroeconomia é a parte da ciência econômica quefocaliza o comportamento do sistema econômico comoum todo. Têm como objeto de estudo as relações entreos grandes agregados estatísticos: a renda nacional, onível de emprego e dos preços, o consumo, a poupançae o investimento totais. Esse direcionamentofundamenta-se na idéia de que é possível explicar aoperação da economia sem que haja necessidade decompreender o comportamento de cada indivíduo ouempresa que dela participam.Microeconomia é o ramo da ciência econômica queestuda o comportamento das unidades de consumorepresentadas pelos indivíduos e pelas famílias; as

    empresas e suas produções e custos; a produção e opreço dos diversos bens, serviços e fatores produtivos.Em outras palavras, a microeconomia ocupa-se daforma como as unidades individuais que compõem aeconomia — consumidores privados, empresas co-merciais, trabalhadores, latifundiários, produtores debens ou serviços particulares etc. — agem e reagemumas sobre as outras (SANDRONI, 1999, p. 388). A macroeconomia tem como ponto de partida o estudodo fluxo circular da renda, que pode ser entendido comoo processo pelo qual a riqueza de uma economia éformada, distribuída e ampliada em determinadoperíodo de tempo. O fluxo circular pode ser entendido a

    partir de uma suposição: a existência de uma economiacapitalista onde só existam famílias e empresas, ouseja, não haja governo nem comércio com outrasnações. As famílias demandam bens e serviços das empresas esó adquirem os mesmos no mercado a determinado

    preço. Tal aquisição requer que as famílias paguem porela e, para que isso ocorra, as pessoas precisamganhar dinheiro de alguma forma. A maioria, então,trabalha para outras empresas (que prestam serviços ouofertam produtos para outras famílias), a fim de ganhardinheiro e poder obter o que deseja no mercado.Portanto, é dessa mesma forma que todos procedem,inclusive as empresas. As empresas consomemprodutos e serviços intermediários com vistas àprodução de seu produto final. Exemplo: uma padariaconsome forno e geladeira de uma indústria,objetivando a produção de pães, bolos e outrosprodutos.

    O fluxo circular resulta na circulação contínua deprodutos e rendimentos que permitem observar odesempenho macroeconômico de uma economia sobtrês óticas que culminam em três conceitosfundamentais: Produto Nacional (PN), DespesaNacional (DN) e Renda Nacional (RN). Analisamos cadaum a seguir:

    Produto Nacional

    O produto nacional é o valor monetário de todos osbens e serviços finais produzidos em determinadaeconomia em dado período de tempo.Você deve ter percebido que, na definição anterior

    sobre produto nacional, algumas palavras foramdestacadas. Entenda agora por quê:(1º) O produto nacional é expresso em valoresmonetários, ou seja, sua representação ou quantificaçãose dá através de dada unidade monetária. Exemplo: oproduto nacional do Brasil alcançou os R$ 100 trilhõesno ano de 2006.(2º) O valor monetário que expressa o produto nacionalcorresponde ao somatório dos bens finais. Não há somade bens intermediários, pois haveria dupla contagem.Observe:Suponha que a produção final de um país seja apenasde pães, e que o valor monetário da venda de pães

    tenha sido de R$ 1.000,00 em determinado período detempo, ou seja, o produto nacional desse país é R$1.000,00.Contudo, para produzir os pães, os padeiros gastaramR$ 500,00 com tudo o que era necessário para aprodução dos mesmos. Pode-se concluir que gastaramR$ 500,00 e venderam tudo por R$ 1.000,00.O produto nacional desse país é R$ 1.000,00, e não R$1.500,00, pois os R$ 500,00 dos bens intermediáriospara a produção de pães já estão inclusos no valor finalda produção feita pelos padeiros. A inclusão do valormonetário dos bens intermediários no cálculo do

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    produto nacional acarretaria um erro, pois estaria sendocometida dupla contagem.3º) O cálculo do produto nacional é a expressão do fluxocircular de uma economia em determinado período detempo. Só conseguimos analisar o produto nacional seindicarmos a que período de tempo ele se refere, como

    expresso em um exemplo anterior: o produto nacionaldo Brasil alcançou os R$ 100 trilhões no ano de 2006.

    Despesa Nacional

    Outro importante conceito é o da despesa nacional. Oconceito anterior, produto nacional, observa a economiae seu desempenho pela ótica da produção, do fluxo deprodução. Entretanto, o tamanho e a dinâmica de umaeconomia também podem ser analisados pela ótica dasdespesas e dos gastos realizados pelos agenteseconômicos.Como assinala Fonseca (2004, p. 272), despesanacional é o gasto dos agentes econômicos com o

    produto nacional. Revelam quais são os setorescompradores do produto nacional. Nesse sentido,apresenta o mesmo valor do produto nacional, porémmedido pela ótica de quem comprou o produto, e não dequem vendeu.

    Renda Nacional

    Para entender o conceito de renda nacional, cabedestacar a possibilidade de se mensurar o tamanho deuma economia através da soma dos rendimentos pagosàs famílias, que são proprietárias dos fatores deprodução, pela utilização de seus serviços produtivos.Ou seja, o produto pode ser calculado pela soma de

    salários, juros, aluguéis e lucros.Identidade básica das Contas Nacionais

    Você viu que existem três caminhos para se medir oproduto, o tamanho de uma economia. Essas três óticaspermitem medir o resultado alcançado por umaeconomia em determinado período de tempo. Emborasejam diferentes por definição, as três óticas permitemque se alcance o mesmo valor numérico quanto aotamanho de uma economia. Assim, produto nacional éigual à despesa nacional, que é igual à renda nacional.

    PN = DN = RNVeja a demonstração:

    Supondo um modelo bem simplificado, em que nãoexista a ocorrência de estoques, ou seja, tudo o que seproduz é vendido, temos que:

    Produção (PN) = Vendas (DN)Se, no valor agregado, excluem-se as compras combens intermediários, a empresa gasta com pagamentosaos fatores de produção o que ela recebe com a vendade seus bens ou serviços, e o que sobra é o seu lucro. Assim, os gastos da empresa representam a própriarenda nacional, ou:

    PN = DN = RN

    Valor adicionado

    O conceito de valor adicionado, é o correto cálculo doproduto de uma economia, deve-se excluir do cômputototal os valores monetários dos bens intermediários, sobrisco de ocorrer dupla contagem.Um modo prático de evitar este risco é operacionalizar o

    cálculo do produto através do valor adicionado. O queseria esse valor adicionado? Valor adicionado seria ovalor agregado a um produto ou serviço emdeterminado setor. Seria o quanto aquele setoradicionou de valor ao seu produto. O valor adicionado éobtido após deduzir-se do valor bruto da produção (ovalor total com as vendas de um produto ou serviço) oconsumo dos bens intermediários necessários àprodução.Valor Adicionado (VA) = Valor Bruto da Produção (VBP) – Consumo dos Produtos Intermediários.Referimo-nos a bens e serviços finais. No processo deprodução, alguns bens possuem caráter intermediário:são resultados de um processamento, mas voltam aocircuito produtivo para dar origem a outros bens. Aço, petróleo, produtos químicos, fertilizantes, metaisprocessados são alguns exemplos.Há três maneiras de computar o valor total da produçãode bens e serviços finais:Somando diretamente o valor dos bens e serviços finais;Somando o valor total da produção das empresas edescontando o valor total dos bens intermediários; oufazendo este procedimento passo-a- passo;Calculando o valor de cada etapa do processo produtivoe descontando o que as empresas pagaram aosfornecedores da etapa anterior (p. ex., matérias-primas) – esse procedimento é chamado de cálculo pelo Valor Adicionado.Como Calcular o Valor Adicionado: Veja a tabelaabaixo, que mostra um processo simples de fabricaçãode pão e calcula o Valor Adicionado:

    O moinho e a padaria compraram bens intermediários(trigo e farinha, respectivamente) que devem serdescontados no cômputo geral. Se não fizermos isso,chegaremos a um valor errado de toda a produção (R$230,00).Nesse valor, contamos duas vezes a farinha e trêsvezes o trigo, os quais estavam embutidos nos preçosdas etapas posteriores.Descontando-os dessas etapas, estamos apurando oValor Adicionado de cada etapa do processo deprodução.Também é fácil observar que o valor do produto final(pão) é igual à soma dos Valores Adicionados.

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    Este último procedimento é mais adequado àseconomias complexas, que envolvem inúmerasempresas em diversos setores produtivos e múltiplastransações entre elas. A partir de agora, aceitaremos que as famílias podemreservar parte de seus ganhos na forma de poupança e

    que as empresas também produzem os chamados bensde capital, que servem para a expansão da capacidadeprodutiva, com vistas ao consumo futuro.Poupança (S) é a parte da renda nacional nãoconsumida em determinado período.

    S = RN – COnde:

    S = poupançaRN = renda nacionalC = consumoO produto nacional, como destaca Vasconcellos (2005,p. 209), é dividido em dois tipos de bens: a) oschamados bens de consumo (consumidos com um fim

    em si mesmos); b) os chamados bens de investimentos(não consumidos; eles fazem parte do processoprodutivo e têm como objetivo aumentar a produção e ariqueza). Assim, o investimento é uma variável de grandeimportância para se entender a dinâmica de umaeconomia. O investimento pode ser definido como ogasto em bens que objetivem aumentar a capacidadede produção de uma economia.O investimento é igual ao gasto realizado em bens decapital mais a variação de estoques. Vale destacar queo investimento realizado na ampliação dos chamadosbens de capital é comumente conhecido por formação

    bruta de capital fixo (FBKF).I = Ibk + rEOnde:

    I = investimentoIbk = gasto de bens de capitalrE = variação de estoques

    Chamamos atenção, também, para o conceito dedepreciação, que pode ser definido como o gasto a queestá submetido o capital físico em função de suautilização ou manutenção. Além disso, um bem decapital sofre desgaste natural em sua composição físicacom o passar do tempo, e isso implica custo (custo dedepreciação) ou investimento (investimento dereposição).Por exemplo: um táxi é o bem de capital de um taxista.Caso o taxista o utilize por todo um ano, ele terá o custode manutenção das boas condições físicas desse bemresultante de sua depreciação. Mas, preste atenção:mesmo que ele resolva não trabalhar com o táxi, ouseja, mantê-lo parado, ele terá que arcar com diversoscustos, pois, mesmo inativo, seu bem de capital sofredepreciação.Com esses três conceitos, é possível derivar outrosconhecidos agregados macroeconômicos, como produtonacional bruto, produto nacional líquido e produto

    interno bruto. 

    Outros agregados macroeconômicos: ProdutoNacional Bruto, Produto Nacional Líquido e ProdutoInterno Bruto

    O Produto Nacional Bruto (PNB) é o total de bens eserviços finais produzidos por uma economia, contando

    os bens e serviços produzidos para a reposição oumanutenção do capital, ou seja, a depreciação. O PNBcontabiliza a riqueza gerada pelos agentes econômicosnacionais que estejam ou não operando dentro doslimites territoriais nacionais. Assim, no cálculo do PNBestão inclusos os bens e serviços dos agenteseconômicos nacionais que estão operando no territórionacional, bem como os bens e serviços dos agenteseconômicos nacionais que estejam operando noexterior.O PNB inclui a riqueza dos agentes econômicosnacionais que atuam em mercado doméstico e a riquezaenviada do exterior por aqueles que atuam em mercado

    externo.O Produto Nacional Líquido (PNL), por sua vez, é o totalde bens e serviços finais produzidos por uma economiamenos o valor referente aos bens e serviços produzidospara a reposição ou manutenção do capital.Então: PNL = PNB – depreciação PNB = PNL + depreciaçãoMuito possivelmente, o conceito mais importante, em setratando de agregados macroeconômicos, é o deProduto Interno Bruto (PIB). Como você viuanteriormente, o Produto Nacional Bruto inclui tudo oque foi produzido por agentes econômicos nacionais.Em um território, como o brasileiro, diversas empresas

    estrangeiras atuam gerando renda e riqueza econtribuindo com o progresso econômico do país. Essasempresas remetem parte de seus lucros às suasmatrizes no exterior, assim como as empresasbrasileiras que operam no exterior enviam parte de seuslucros para a matriz que está sediada no Brasil.O Produto Interno Bruto (PIB) pode ser definido como ototal de riquezas geradas por agentes econômicosnacionais ou estrangeiros em determinado período detempo. O Produto Interno Bruto (PIB) é igual ao ProdutoNacional Bruto (PNB) mais a renda líquida enviada aoexterior pelos agentes econômicos estrangeiros.Temos, assim, a seguinte relação: 

    PIB + RLFE = PNB PNB – RLFE = PIB PIB = Produto Interno BrutoRLFE = Renda Líquida de Fatores ExternosPNB = Produto Nacional BrutoMais analiticamente, podemos dizer que:PIB + Rre – Ree = PNB ou PNB – Rre + Ree = PIB Rre = renda recebida do ExteriorRee = renda enviada ao ExteriorRLFE = Rre – Ree = renda líquida de fatores externos

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    Para finalizar esta etapa, destacamos que tanto oProduto Nacional (PN), como o Produto Nacional Bruto(PNB), como o Produto Nacional Líquido (PNL) e oProduto Interno Bruto (PIB) podem ser classificadoscomo: 1) preços de mercado e 2) a custos de fatores.Tome como exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB):O PIB a preços de mercado (PIBpm) diz respeito aosvalores transacionados no mercado. Dito de outra formaseria o PIB calculado pelos valores pagos peloconsumidor final.Por sua vez, o PIB a custo de fatores (PIBcf) dizrespeito aos valores do custo da produção, ao preço dafábrica. Exclui impostos indiretos e possíveis subsídiosconcedidos pelo governo.

    •  Surge, agora, uma nova relação: •  PNBpm = PNBcf + Ii – Sub,•  PNBcf = PNBpm – Ii + Sub, •  pm = a preços de mercado •  cf = a custo de fatores •  Ii = impostos indiretos (incidentes sobre ospreços) •  Sub = subsídios concedidos aos produtorespelo Governo •  Obs.: a relação acima vale tanto para o PNBcomo para o PIB (ou seja, também usamos PIBcf ePIBpm).

    Um olhar sobre as contas nacionais do Brasil

    Preste atenção ao breve texto a seguir, extraído dapublicação do IBGE intitulada Contas Nacionais doBrasil 2004-2005. Após o crescimento de 5,7% do Produto Interno Bruto –PIB em 2004, a economia brasileira enfrentou umadesaceleração, passando a uma taxa de 3,2% em 2005.

    Em valores correntes, o resultado alcançado foi de R$2,147 trilhões (...)Esta informação mostra que, em determinado período (oano de 2005) o crescimento percentual da economiabrasileira, tendo como referência o PIB, foi de 3,2% eque, em termos monetários, alcançou a marca dos

    2,147 trilhões. Primeiramente, é preciso assinalar que ocrescimento de 3,2%, em 2005, tem como parâmetro decomparação o ano anterior, ou seja, 2004.No mesmo texto, temos a afirmação de que em 2004 ataxa de crescimento do PIB foi de 5,7%. Essa taxa foicalculada em relação ao ano anterior (2003). Em suma:essas taxas dizem o seguinte: em 2005, a economia doBrasil se tornou 3,2% maior do que em 2004 e em 2004ela aumentou 5,2% em relação a 2003. A seguir, você tem a reprodução de uma tabela retiradada publicação Contas Nacionais do Brasil 2004-2005,na qual você pode conferir a identidade: PN = DN = RNe conhecer um pouco mais os diversos componentes do

    cálculo do produto brasileiro pelas três óticasanteriormente aprendidas.

    Composição do PIB brasileiro sob as três óticas –2001-2005

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    9 ASSESC– 2º Semestre 2013Disciplina Economia II – 2º Fase de AdministraçãoProfessor Msc. Marcelo Santos Oliveira

    Fonte: IBGE

    Nível de atividade

     A economia brasileira moderou a expansão em 2011,após crescimento vigoroso no ano anterior. Essaevolução mostrou-se compatível com as ações depolítica implementadas desde o final de 2010 e com ocenário de deterioração do ambiente econômicointernacional, em especial a partir do segundo semestredo ano. Nesse contexto, o PIB registrou expansão anualde 2,7% em 2011, ante 7,5% em 2010.É relevante enfatizar que, em ambiente de retração dademanda externa, a expansão econômica foi sustentadapela demanda doméstica, com ênfase no dinamismo do

    consumo das famílias, que, refletindo, principalmente,as condições favoráveis do mercado de trabalho e amanutenção dos programas governamentais dedistribuição de renda, registrou o oitavo crescimentoanual consecutivo.Usualmente, o investimento e a poupança de um paíssão divulgados em termos percentuais, em forma detaxas, tendo como base o Produto Interno Bruto. NoGráfico a seguir, está apresentada a taxa deinvestimento da economia brasileira de 1947 até 2006.Vale assinalar que a taxa de investimento é a razão en-tre a formação bruta de capital fixo e o Produto InternoBruto. O Gráfico apresenta a taxa de poupança daeconomia brasileira (relação poupança/PIB) para ointervalo de 1995-2005.

    Produto Interno Bruto 

    O PIB cresceu 2,7% em 2011, segundo as ContasNacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, oPIB a preços de mercado atingiu R$4.143 bilhões noano. A análise pela ótica da demanda revela que a evoluçãoanual do PIB decorreu de contribuições de 3,4 p.p. docomponente doméstico e de -0,7 p.p. do setor externo.Os investimentos, evidenciando a evolução favorável da

    construção civil e a absorção de bens de capital,cresceram 4,7%, seguindo-se as expansões doconsumo das famílias, 4,1%, e do consumo do governo,1,9%. A contribuição negativa do setor externo refletiuelevações de 9,7% nas importações e de 4,5% nasexportações.

    No âmbito da oferta, ocorreram elevações de 3,9% naagropecuária, de 2,7% nos serviços e de 1,6% naindústria. O resultado do setor agropecuário traduziu aexpansão anual de 7% da safra de grãos e asvariações respectivas de -2,8%, 6,6% e 9,4% nosabates de bovinos, aves e suínos. A evolução do setorde serviços foi impulsionada, principalmente, pelasatividades serviços de informação, 4,9%; intermediaçãofinanceira, seguros, previdência e serviços relacionados,3,9%; comércio, 3,4%; e transportes, armazenagem ecorreios, 2,8%, as duas últimas refletindo,essencialmente, as trajetórias dos setoresagropecuárias e industriais. O desempenho da indústria

    foi sustentado, em especial, pelos segmentos produçãoe distribuição de eletricidade, gás e água, 3,8%;construção civil, 3,6%; e indústria extrativa mineral,3,2%, contrastando com o menor dinamismo daindústria de transformação, que cresceu 0,1% no ano.

    Taxas reais de variação do PIB – Ótica do produtoPercentual

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    Fonte: IBGE

    Produto Nominal e Produto Real, Produto Per Capita

    O Produto Real é apurado a preços constantes. Issosignifica que multiplicamos os bens e serviços de umano pelos preços do ano anterior (ou posterior), paracompará-los com os desse outro ano. Assim, estamos medindo apenas as variações naquantidade produzida, evitando as distorçõesprovocadas pela variação dos preços.Chamamos inflação a variação generalizada dospreços numa economia. A inflação é medida por índicesde preços que captam as principais variações destes aolongo dos meses.Para manter os preços constantes, devemos, oumultiplicar o Produto Nominal do Ano 1 pela inflação

    acumulada no Ano 2, ou dividir o Produto Nominal do Ano 2 pela inflação deste mesmo ano, voltando assimaos preços do Ano 1. Para isso, tomamos o índice depreços que representa a inflação do ano desejado emforma decimal, acrescido de 1.O IBGE adotou em 2007 uma nova fórmula paracalcular do Produto Interno Bruto (PIB), e com issorevisou em alta o crescimento da economia do paísentre 2002 e 2005.De acordo com os novos cálculos do instituto, aeconomia brasileira cresceu 2,9% em 2005, e não 2,3%,como divulgado no ano anterior.

    O crescimento econômico em 2004 foi de 5,7% (frenteao 4,9% calculado inicialmente); o de 2003, de 1,1%(frente ao 0,5% anterior); e o de 2002, de 2,7% (acimado 1,9% divulgado antes).Segundo o instituto, o novo sistema de cálculo leva emconta estudos anuais econômicos e domiciliares, assim

    como informações tributárias das empresas, parapermitir maior “precisão”.Entre as informações agora incluídas no cálculo do PIB,estão as oferecidas pelas declarações fiscais dasempresas, o código de Classificação Nacional de Atividade Econômica, os resultados das Pesquisas deOrçamentos Familiares de 2003 e o Censo Agropecuário de 2006. Além disso, (o novo cálculo) atualiza conceitos edefinições introduzidos nas últimas recomendações dasNações Unidas e de outros organismos internacionais”,afirmou o IBGE em comunicado.O órgão também informou que o índice já revisado de

    2004 ainda não é definitivo e o de 2005 é preliminar,porque ambos dependem de novos cálculos.No final de 2007, serão divulgados os dados definitivosde 2004 e de 2005, e revisados os índices trimestraispara 2006”, afirmou o IBGE.O novo sistema de cálculo do PIB leva em conta 56atividades econômicas e 110 produtos, enquanto oanterior reunia dados de 43 atividades e 80 produtos.O setor de telecomunicações, por exemplo, agoraincluirá informações sobre empresas de consultoria emhardware e software, processamento de dados,atividades de bancos de dados e distribuição on-line,atividades cinematográficas e até de agências de

    notícias.O consumo de ONGs, igrejas e clubes também passaráa ter peso no cálculo do PIB. As mudanças elevaram significativamente o peso dosetor de serviços no PIB e reduziram o valor dasatividades do Governo no cálculo do índice.O mesmo critério pode ser aplicado ao PIB per capita(por cabeça, em latim), que é o valor do PIB divididopela população do país.O enfoque do PIB per capita real permite observar se aprodução física de bens e serviços está crescendoacima do incremento da população.Este fato, quando positivo, indica uma possível melhora

    na qualidade de vida, já que aumentou a disponibilidadede bens e serviços por habitante, em média.Evidentemente, isso não é automático: a distribuição derenda pode ser perversa e concentrar os benefícios emcamadas minoritárias da população.Mas o crescimento real per capita é sempre um objetivodesejável para o PIB.

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     –O Cartograma mostra que Produto Interno Bruto  percapita municipal 2010 demonstra que os municípios deMato Grosso e os do oeste baiano concentravam osmaiores valores adicionados da Agropecuária. NosEstados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,cerca de 29,0% e 25,0%, respectivamente, dosmunicípios encontravam-se nas duas maiores faixas.

    Também se observa que as áreas com menor valoradicionado bruto da Agropecuária estavam localizadasnos Estados da Paraíba, onde 83,0% dos municípiosencontravam-se na faixa inferior da distribuição; Piauí,81,2%; e Rio Grande do Norte, 72,5%.

    Agregados Macroeconômicos

    Setor Público

    Iniciamos relembrando um conceito central em contabili-dade nacional: o Produto Interno Bruto (PIB). O PIBpode ser definido como o total de riquezas gerada poragentes econômicos nacionais ou estrangeiros em

    determinado período de tempo.

    O setor público (também chamado de governo) é umdos mais importantes agentes de uma economia e tempapel fundamental na determinação de diversosagregados econômicos, como o PIB, por exemplo. Assim, em termos de determinação dos agregados deuma economia, devemos observar o cômputo, o

    somatório do setor governo. Dito de outra forma: como osetor público age na economia, na esfera nacional,estadual e municipal.No Brasil, o setor público é composto por três esferasde administração: a nacional (federal), a estadual e amunicipal.O governo (em suas três esferas) realiza suastransações via seus respectivos tesouros, e acomposição destes se dá através da arrecadação deimpostos, contribuições e taxas por parte do fisco. Essemontante arrecadado é denominado receita fiscal. Assim, os impostos são a principal fonte de receita parao setor governo e tem como objetivo maior permitir à

    autoridade pública a execução de bens e serviçosnecessários e fundamentais ao bem-estar geral dacoletividade.Os impostos podem ser classificados como diretos eindiretos.Impostos diretos são aqueles que afetam a riqueza doscontribuintes, incidindo diretamente sobre seus capitaisou suas rendas, e depende da quantidade das riquezasem possuídas ou das rendas ou salários recebidos.Exemplo: Imposto de Renda (IR).Impostos indiretos são decorrentes da produção ecomercialização e geralmente, incidem sobre vendas,produtos industrializados, importação, etc. Exemplos:

    IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e ICMS –Imposto sobre Comércio de Mercadorias ou Serviços. A receita fiscal do setor público é composta tambémpelas contribuições em forma de encargos trabalhistasque trabalhadores e empresas recolhem aos cofrespúblicos e por taxas, multas, aluguéis e outras receitasàs quais o governo tem direito.O recolhimento dos valores monetários que formam areceita fiscal tem como contrapartida a execução degastos por parte do governo. Você pode se perguntar:“Como o governo gasta?”Em princípio, o governo gasta com a manutenção dachamada máquina pública, ou seja, o conjunto de

    órgãos que permitem o funcionamento da atividadegovernamental, com as empresas estatais e, muitoespecialmente, com transferências e subsídios queexecuta ao setor privado, como bolsas de estudos,programas de assistência social, aposentadorias epensões etc. A partir dessa discussão, chegamos a conceitos impor-tantes:Carga tributária – é o montante de dinheiro arrecadadopelo governo através de impostos e taxas. A cargatributária pode ser classificada em carga tributária brutae carga tributária líquida.

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    • A carga tributária bruta é o valor total obtido pelogoverno com a arrecadação tributária.• A carga tributária líquida é a carga tributária brutamenos as transferências e subsídios realizados pelogoverno ao setor privado.

    Usualmente, a carga tributária é expressa na

    forma de índice percentual com base no PIB. Assim,você verá em muitas ocasiões informações do tipo:“carga tributária alcança os 35% do PIB”, ou seja, acarga tributária tem sua magnitude expressa compercentual de uma grandeza maior no caso; o ProdutoInterno Bruto (PIB).

    Apresentando o Setor Externo

    Outro importante ponto a destacar quando estudamos acontabilidade nacional é a relação de uma economiacom o chamado setor externo. No Produto InternoBruto, você viu que estão contabilizadas as riquezas eprodutos gerados por estrangeiros em território

    nacional, bem como de brasileiros em territórioestrangeiro. Assim, entender como a economia nacionalse comporta na estrutura econômica mundial é passofundamental.É importante para um país ter o perfeito reconhecimentode sua importância e tamanho na economia mundial, afim de, por exemplo, orientar de modo mais preciso aorganização de sua produção. Até o presente momento, analisamos o comportamentodas contas nacionais a partir da idéia de uma economia“fechada”, ou seja, sem relações com o exterior. A partirde agora, analisaremos as relações dessa economiacom o exterior, ou seja, o modelo que analisaremos

    corresponde a uma economia “aberta”.Dois são os conceitos centrais, em se tratando de rela-ções de uma economia com o exterior: exportações eimportações. A. Exportações – são compras de bens e serviçosnacionais realizadas por estrangeiros. Em economia éconvencionado indicar exportações pela letra X.B. Importações – são as compras de bens eserviços estrangeiros realizadas pelos agenteseconômicos internos. Em economia, é convencionadoindicar importações pela letra M. As exportações (X)correspondem à saída de bens e serviços e entrada defluxos monetários, enquanto as importações

    correspondem à entrada de bens e serviços e saída defluxos monetários.Uma economia aberta é aquela que mantém laços com-erciais e produtivos com o exterior, que faz parte dosfluxos comerciais, produtivos e financeiros mundiais. Abalança comercial de um país é uma conta que traduz aposição do país frente ao comércio mundial. A balançacomercial apresenta o resultado que um país obtevecom o comércio mundial, ou seja, expressa os valoresalcançados com as exportações (vendas) e importações(compras) de bens e serviços. Afirmamos que a balança comercial de um país é super-avitária quando o valor das exportações supera o valor

    das importações. Quando o inverso ocorre, ou seja,quando o valor das importações é maior que o dasimportações, afirmamos que a balança comercial édeficitária.

    Vale destacar que os principais fatores que influenciama balança comercial são: a ocorrência de variações nospreços das mercadorias comercializadas e variaçõesnos volumes comercializados.Veja, a seguir, a reprodução da divulgação dos dadossobre a balança comercial brasileira para janeiro de

    2013, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio (MDIC, 2013): As exportações brasileiras, na terceira semana de janeiro (14 a 20), com cinco dias úteis, foram de US$3,216 bilhões (média diária de US$ 643,2 milhões). Oresultado está 18% abaixo da média de US$ 784,6milhões acumulados até a segunda semana, comregistro de quedas nas exportações das três categoriasde produtos.Entre os básicos (-25,3%), a redução foi maior parapetróleo em bruto, minério de ferro, milho em grãos,carnes bovina, suína e de frango, algodão e farelo desoja. Nos manufaturados (-15,5%), os recuos mais

    acentuados alcançaram os automóveis de passageiros,açúcar refinado, polímeros plásticos, etanol, suco delaranja, óxidos e hidróxidos de alumínio, e laminadosplanos de ferro ou aço. Entre semimanufaturados (-8,8%), os maiores declínios ocorreram nas vendas deaçúcar em bruto, ouro em formas semimanufaturadas,celulose, produtos semimanufaturados de ferro ou aço eferro fundido. As importações, no período, contabilizaram US$ 4,939bilhões, com desempenho médio diário de US$ 987,8milhões. Pela média, foi verificado aumento de 8,9%sobre o resultado até a segunda semana de janeiro e seexplica, principalmente, pelo incremento nos gastos com

    combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos,

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    adubos e fertilizantes, produtos farmacêuticos, produtossiderúrgicos, e instrumentos de ótica e precisão.Na terceira semana de janeiro, o saldo comercial ficoudeficitário em US$ 1,723 bilhão, com desempenhomédio diário negativo de US$ 344,6 milhões, e acorrente de comércio somou US$ 8,155 bilhões, com

    resultado médio por dia útil de US$ 1,631 bilhão.Nos 13 dias úteis de janeiro (1° a 20), as exportaçõesforam de US$ 9,493 bilhões, com média diária de US$730,2 milhões. Pela média, houve redução de 0,5%, emrelação ao resultado de janeiro de 2012 (US$ 733,7milhões).

    Neste comparativo, houve recrudescimentos nosembarques de produtos básicos (-3,2%), por conta desoja em grão, petróleo em bruto, arroz em grão, carnessalgadas e farelo de soja; e de manufaturados (-0,8%),

    em razão de óleos combustíveis, máquinas e aparelhospara terraplanagem, partes de motores para veículos,aviões, bombas e compressores, calçados e partes,autopeças, e pneumáticos. As exportações de produtossemimanufaturados registraram aumento de 6,7%,puxado, principalmente, por alumínio em bruto, ouro emformas semimanufaturadas, açúcar em bruto e ferrofundido.Na comparação com o resultado diário do mês dedezembro passado (US$ 987,5 milhões), asexportações caíram 26%. Houve diminuição nas vendasprodutos básicos (-34,1%), manufaturados (-23,9%) esemimanufaturados (-11,4%).

     As aquisições no exterior, em janeiro, estão em US$12,194, com média diária de US$ 938 milhões. Oresultado está 18,3% acima da média de janeiro do anopassado (US$ 793,1 milhões), com crescimento,principalmente, nos gastos com aeronaves e peças(59,6%), produtos diversos das indústrias químicas(57,9%), combustíveis e lubrificantes (51,9%), produtosfarmacêuticos (48%), químicos orgânicos e inorgânicos(25,3%), e plásticos e obras (24,3%).Sobre o resultado verificado em dezembro passado(US$ 875 milhões), houve acréscimo de 7,2%, comdestaques nos seguintes produtos: equipamentoselétricos e eletrônicos (34,1%), plásticos e obras (28%),

    produtos diversos das indústrias químicas (26,1%),aeronaves e peças (25,9%), combustíveis e lubrificantes(25,2%), borracha e obras (24,1%), e produtossiderúrgicos (17,7%). A balança registra saldo negativo no mês de US$ 2,701bilhões (média diária negativa de US$ 207,8 milhões). A

    corrente de comércio, no acumulado mensal, está emUS$ 21,687 bilhões, com desempenho médio diário deUS$ 1,668 bilhão. As relações de um país com o exterior também devemcontemplar o montante de lucros que as empresasestrangeiras que atuam em seu território enviam àssuas sedes no exterior, bem como as remessas dasempresas nacionais que no exterior também atuam.Em uma economia aberta, é comum que empresas es-trangeiras atuem na estrutura produtiva doméstica, ouseja, interna. Essas empresas, de tempos em tempos,enviam aos seus proprietários parte dos lucros queauferem com a atividade em outras praças.

     A chamada renda enviada ao exterior (RE) é a parcelado que foi produzido internamente em um país, porémnão pertence aos agentes nacionais. Parte do que foiproduzido é enviado ao exterior sob a forma de lucros, juros, ressarcimento, compensações, etc. Por outrolado, a renda recebida do exterior (RR) é a parcelaenviada do estrangeiro pelos agentes nacionais que láatuam.É preciso estar atento para a seguinte questão: oslucros enviados ou recebidos não correspondem àsexportações ou importações. Não representamcomercialização de mercadorias, mas parte da rendagerada. Assim, não devem ser computadas na balança

    comercial. Assim, chegamos à seguinte conclusão:

     Agora que você já conhece a importância do setor

    público e do setor externo em uma economia, nóspoderemos determinar as fórmulas de cálculo doproduto considerando a economia como o setor públicoe como o setor externo. A fórmula da Despesa Nacional (DN) pode ser reescritalevando em consideração os quatro setores, ou seja:famílias, empresas, o setor público e o setor externo.Lembrando que a fórmula expressa os gastos (asdespesas) da economia de um país. A fórmula completa da despesa interna bruta (DIB) é aseguinte:

    DIB (despesa interna bruta) = C + I + G + (X – M)Onde:

    • DIB = despesa interna bruta 

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    • C = consumo das famílias • I = investimento realizado pelas firmas • G = representa os gastos do governo• (X – M) = é o saldo das transações externas

    Pelo lado da renda, podemos visualizar como asfamílias alocam ou utilizam a renda gerada na

    economia. A fórmula a seguir mostra como a renda éconsumida, poupada ou utilizada para pagamentos deimpostos pelas famílias. A fórmula da renda interna bruta (RIB) é a seguinte:

    RIB (renda interna bruta) = C + S + TOnde:• RIB = renda interna bruta • C = consumo • S = poupança • T = impostos 

    Algumas considerações sobre o cálculo do produtode um país

    O produto interno bruto de um país ou região é umaimportante medida do nível de atividade econômica.Quando afirmamos que os EUA têm um PIB maior queo do Brasil e o da Noruega, estamos oferecendo umadimensão do tamanho e da diversificação dessaseconomias.Muito embora às vezes tomemos o PIB como indicadorde riqueza de uma economia, devemos ponderar etomar bastante cuidado ao utilizá-lo como instrumentodemonstrador de bem-estar econômico e social. Porquê? Primeiramente, pelo fato de ser o PIB umaexpressão meramente quantitativa da atividadeeconômica; ele oferece sinais, mas não a garantia deelementos qualitativos.Por exemplo: a Noruega, muito embora tenha um PIBbem inferior ao dos EUA, possui uma qualidade de vida,de bem-estar social superior ao americano. Outrospaíses, como a Suíça, possuem PIB menor que obrasileiro, porém as condições de vida são superiores.O Quadro a seguir apresenta a relação com os 10maiores PIBs do mundo em 2012. Observe que nemsempre a posição referente ao tamanho do PIBcorresponde à qualidade de vida.

    As Maiores Economias do Mundo 2012

     A grande surpresa na lista é o Brasil que ultrapassou oReino Unido e agora ocupa a sexta posição entre àsmaiores economias mundiais.

    O Brasil tem se destacado no cenário econômicomundial. Depois da estabilização da moeda ainda nogoverno Itamar o Brasil pouco a pouco restabeleceu suaeconomia, o que foi mantido por governos posteriores.O Brasil faz parte do BRIC, o grupo de paísesconsiderados as maiores economias mundiais do qual

    fazem parte o Brasil, China, Rússia e Índia.Ranking  País  Produto Interno Bruto 

    1 Estados Unidos $15,524,180,000,000

    2 China $7,700,370,000,000

    3 Japão $6,108,630,000,000

    4 Alemanha $3,701,100,000,000

    5 França $2,932,040,000,000

    6 Brasil $2,618,760,000,000

    7 Reino Unido $2,601,680,000,000

    8 Itália $2,381,070,000,000

    9 Rússia $2,146,280,000,000

    10 Índia $2,001,140,000,000

    Outro ponto a se destacar sobre as limitações epeculiaridades referentes à análise do PIB diz respeitoaos bens e serviços que nele são computados.Primeiramente, é preciso chamar atenção que somenteas atividades estritamente econômicas podem serconsideras no cálculo do produto. O que são atividadesestritamente econômicas? Aquelas que são

    comercializadas no mercado. Assim, cortar a grama do vizinho é considerado umaatividade econômica; contudo, cortar sua própria gramanão é um produto remunerado e que aparece nomercado, assim, não é um produto estritamenteeconômico.Por fim, chamamos atenção para o fato de não seremcomputados no PIB as chamadas atividades ilegais(contrabando, tráfico, prostituição etc.), e nada daeconomia informal (trabalhadores sem registro, serviçode autônomos sem recibo etc.).

    Renda Disponível e Investimento: dois conceitosimportantes

    O Consumo é um componente fundamental do PIB naótica da despesa. As famílias consomem de acordo com sua renda, o quesignifica que variações na Renda Nacional afetam oConsumo agregado e, portanto, o PIB.O conceito fundamental, nesse caso, é a RendaPessoal Disponível (RPD), que mede a parcela daRenda Nacional que fica efetivamente com as pessoas.Para chegar à RPD, partimos da Renda Nacional (RN) ededuzimos todas as parcelas não distribuídas àsfamílias: os Lucros Retidos pelas empresas (nãodistribuídos aos acionistas); os Impostos Diretos e as

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    Contribuições Previdenciárias, FGTS e assemelhados,pagos pelas empresas.Por outro lado, acrescentamos os pagamentos deTransferências do governo (aposentadorias e pensões,seguro-desemprego, bolsas, etc.).Chegamos, assim, à Renda Pessoal (RP).

    Deduzindo os Impostos Diretos e contribuiçõesprevidenciárias e outras, pagos pelas pessoas físicas,encontramos a Renda Pessoal Disponível (RPD).Outro componente essencial do PIB na ótica daDespesa é o Investimento.Este possui uma importância fundamental na teoriamacroeconômica, porque representa o fator-chave parao crescimento e o desenvolvimento econômico.Chamamos Investimento o gasto das empresas com aaquisição de bens de capital, isto é, com o aumento dasua capacidade produtiva. Assim, o Investimento significa ampliação da oferta debens e serviços no futuro.

    Por convenção, também denominamos Investimento oaumento dos estoques das empresas (por analogia, aredução de estoques é um desinvestimento ouinvestimento negativo). Assim, quando uma empresa realiza determinadovolume de produção do qual apenas uma parte serávendida, o restante (novo estoque) passa a serconsiderado na Teoria Econômica como Investimento -neste caso, um aumento na capacidade de consumofuturo.Portanto, Investimento representa a aquisição de bensde capital, com a ampliação da capacidade física deprodução das empresas, mais a variação de estoques.

    Se você teve dúvidas sobre o cômputo da variação deestoques como Investimento, vamos admitir a hipótesesimplificadora de que ocorram apenas variaçõesdesejadas dos estoques das empresas.

    Consumo 

    O consumo é parte importantíssima da demandaagregada de uma economia (país, estado, cidade etc.),respondendo em larga medida por sua dinâmica.O consumo pode ser definido como parte da rendadestinada à aquisição de mercadorias (bens ouserviços) que visem à satisfação de necessidades dosindivíduos (GREMAUD, 2004, p. 142).

     As mercadorias consumidas têm finalidades ecaracterísticas diversas e de modo genérico podemosclassificá-las como bens de consumo não-duráveis,bens de consumo duráveis e serviços.Os chamados bens de consumo não-duráveis sãoaquelas mercadorias cujo tempo de consumo érelativamente rápido, tais como produtos alimentares ede vestuário. Por sua vez, os bens de consumo duráveissão aqueles utilizados por um período de tempo maisprolongado, tais como automóveis e eletrodomésticos.Os serviços são aqueles bens que não se enquadramnem como industriais nem como agrícolas e têm comouma de suas marcas a intangibilidade. São exemplos:

    serviços educacionais, de transporte, de alimentação ede turismo.O consumo total de uma economia é chamado deconsumo agregado e este é subdividido em consumodas famílias (ou pessoal) e consumo do governo(coletivo).

    Consumo das famílias – é o montante de bens eserviços adquirido em forma de consumo pelosindivíduos conforme suas necessidades e desejos.Consumo do governo – é o montante de bens e serviçosconsumido pela coletividade através de ações do poderpúblico. São os bens públicos oferecidos pelo governo,tal como segurança, saúde, educação, limpeza públicaetc. A Tabela 10.3 apresenta o PIB brasileiro e o consumodas famílias e do governo entre 2001 e 2005. Percebaque o consumo final representou quase 80% do PIB em2005.

    O consumo não é uma variável independente, pelo con-trário, ela é muito sensível às mudanças observadas emoutras variáveis da economia. Mas então quais são osfatores que determinam o nível de consumo em umaeconomia?São vários, por exemplo: o barateamento de produtosimportados por conta de valorização cambial resulta noaumento do consumo desses bens por parte dasfamílias; alterações no sistema financeiro nacional quepermitam às pessoas um melhor acesso a créditos ataxas de juros mais baratas tendem a resultar emaumento do consumo.Outros fatores também estão associados ao aumentodo consumo: festividades religiosas (Natal, Páscoa etc.),

    datas comemorativas (dias das mães, dos namorados),questões climáticas e culturais etc.Contudo, um fator determinante para o aumento doconsumo é o nível de renda. Quanto maior a rendadisponível de famílias e governos, maior tende a ser oconsumo. E aqui chamamos atenção para um ponto: arenda disponível, no caso das famílias, é a renda brutadeduzida dos impostos e obrigações financeiras.

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    Exemplo: dado um nível de renda de R$ 1.000,00,temos no momento “A” um consumo de R$ 800,00 euma poupança de R$ 200,00. Sendo fixa a rendadisponível, como posso aumentar em R$ 100,00 apoupança? Bem, como visto, somente deixando deconsumir R$ 100,00, que serão então destinados àpoupança.

    As Três Óticas do ProdutoOs bens e serviços subdivide-se: bens de consumo nãoduráveis e duráveis, bens intermediários, bens decapital, serviços. Também observamos os fatores deprodução envolvidos no processo. A subdivisão acimarepresenta as categorias de uso dos bens e serviços.

    Já constatamos que a Renda Nacional é constituídapelas remunerações dos proprietários dos fatores deprodução envolvidos no processo produtivo.O estudo da evolução desses componentes e da suadistribuição (por exemplo, a participação relativa dossalários na renda nacional) é o foco desta abordagem. A ótica de produção busca analisar o desempenho daeconomia observando a evolução das categorias deuso, dos setores e sub-setores de atividade ecomparando-as entre si e com o conjunto.Ela também observa os fatores de produção, suaescassez ou abundância relativa. A distribuição do Valor Adicionado pelos diversossetores e sub-setores é outra informação relevante,assim como as inter-relações entre eles (quem vendepara quem e compra de quem, em quais proporções).Ótica da DespesaExpressamos a Despesa Nacional – os gastos com acompra do PIB – através de uma expressão muitoutilizada em Macroeconomia: Y = C + I + G + (X – M) Y = Produto ou Renda (no caso, falamos do ProdutoNacional)C = consumo das famíliasI = investimento (compra de bens de capital pelas

    empresas)

    G = gastos do governo (realizados com recursosretirados das famílias e empresas por meio dosimpostos)X – M = exportações menos importações, ou seja, osaldo do comércio exterior.Vamos entender o significado desta importante equação

    macroeconômica. A despesa com o PIB compõe-se de bens deconsumidos pelas famílias; de bens de capital, cujacompra pelas empresas representa um investimento -isto é, ampliação da sua capacidade produtiva; decompras do governo, que retira recursos das famílias eempresas por meio da tributação e despende-os nacompra de bens e serviços, incluindo bens de capital (ogoverno também investe, é o chamado investimentopúblico).Finalmente uma parte da produção nacional de bens eserviços é comprada por famílias, empresas e governosno Exterior (passaremos a utilizar a expressão Resto

    do Mundo).Se fecharmos a equação assim, o resultado será maiorque o PIB, porque as famílias, empresas e o governotambém consomem bens e serviços produzidos noResto do Mundo (importados). Assim, somamos as exportações e subtraímos asimportações para completar a fórmula da Despesa como PIB.

    Renda Disponível e Investimento: dois conceitosimportantes

    O Consumo é um componente fundamental do PIB naótica da despesa.

     As famílias consomem de acordo com sua renda, o quesignifica que variações na Renda Nacional afetam oConsumo agregado e, portanto, o PIB.O conceito fundamental, nesse caso, é a RendaPessoal Disponível (RPD), que mede a parcela daRenda Nacional que fica efetivamente com as pessoas.Para chegar à RPD, partimos da Renda Nacional (RN) ededuzimos todas as parcelas não distribuídas àsfamílias: os Lucros Retidos pelas empresas (nãodistribuídos aos acionistas); os Impostos Diretos e asContribuições Previdenciárias, FGTS e assemelhados,pagos pelas empresas.Por outro lado, acrescentamos os pagamentos de

    Transferências do governo (aposentadorias e pensões,seguro-desemprego, bolsas, etc.).Chegamos, assim, à Renda Pessoal (RP).Deduzindo os Impostos Diretos e contribuiçõesprevidenciárias e outras, pagos pelas pessoas físicas,encontramos a Renda Pessoal Disponível (RPD).Outro componente essencial do PIB na ótica daDespesa é o Investimento.Este possui uma importância fundamental na teoriamacroeconômica, porque representa o fator-chave parao crescimento e o desenvolvimento econômico.

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    Chamamos Investimento o gasto das empresas com aaquisição de bens de capital, isto é, com o aumento dasua capacidade produtiva. Assim, o Investimento significa ampliação da oferta debens e serviços no futuro.Por convenção, também denominamos Investimento o

    aumento dos estoques das empresas (por analogia, aredução de estoques é um desinvestimento ouinvestimento negativo). Assim, quando uma empresa realiza determinadovolume de produção do qual apenas uma parte serávendida, o restante (novo estoque) passa a serconsiderado na Teoria Econômica como Investimento,neste caso, um aumento na capacidade de consumofuturo.Portanto, Investimento representa a aquisição de bensde capital, com a ampliação da capacidade física deprodução das empresas, mais a variação de estoques.Se você teve dúvidas sobre o cômputo da variação de

    estoques como Investimento, vamos admitir a hipótesesimplificadora de que ocorram apenas variaçõesdesejadas dos estoques das empresas.

    Mercado de trabalho

    O Brasil debate-se com tais problemas há mais de umadécada.  Se, no mundo, não houve desde 1930 umasituação calamitosa como a que afetou o mundocapitalista naquele período, nem por isso o problemadeixou de se manifestar em escala mais ou menosimportante em diversos países e atrair a preocupaçãodos economistas, dos governantes e de toda a

    sociedade.  Quebra da Bolsa de Nova York,  Leis trabalhistas na Gestão de Getulio Vargas

    No desenvolvimento dos países, o mercado de trabalhoé muito importante por ajudar a delimitar a riqueza dasnações e a distribuição de renda. O mercado detrabalho está passando por um problema que atingetodos os países, dos desenvolvidos aossubdesenvolvidos.O problema de desemprego é mundial, e especialmentea partir da década de 1970, quando ocorreram um forteavanço tecnológico (com maior automação daprodução) e mudanças na organização do trabalho (coma adoção de práticas de enxugamento detrabalhadores), a situação foi agravada. Além do desemprego, o crescente aumento dainformalidade é outro problema do mercado de trabalho,com muitos trabalhadores em atividades sem qualquerregistro. Esses não entram nas estatísticas, assim, nãoé possível dimensionar ao certo o tamanho e o númerode trabalhadores em um país.

    Emprego e Desemprego

    Como sabemos, os problemas referentes aodesemprego não foram exclusivos da época de Keynes,

    nem dos países desenvolvidos. O Brasil debate-se com

    tais problemas há mais de uma década. Se, no mundo,não houve desde 1930 uma situação calamitosa como aque afetou o mundo capitalista naquele período, nempor isso o problema deixou de se manifestar em escalamais ou menos importante em diversos países e atrair apreocupação dos economistas, dos governantes e de

    toda a sociedade.Vamos estudar primeiramente os aspectos técnicosrelacionados ao conceito e ao cálculo do desemprego,para em seguida discutir suas possíveis causas.

    Conceito

    Define-se desemprego como a situação das pessoasque podem e querem trabalhar, mas não conseguemencontrar um emprego. Observe atentamente a definição, pois ela condicionatoda a metodologia de construção dos índices deemprego e desemprego. Ela também está na raiz dosdebates sobre metodologias distintas de apuração

    desses indicadores.Define-se desemprego como a situação das pessoasque podem e querem trabalhar, mas não conseguemencontrar um emprego.Observe atentamente a definição, pois ela condicionatoda a metodologia de construção dos índices deemprego e desemprego.Ela também está na raiz dos debates sobremetodologias distintas de apuração desses indicadores.Destacamos, primeiramente, as diferenças entre omercado de trabalho formal e o informal.a) Mercado de trabalho formal: contempla as relações

    contratuais de trabalho, em grande parte determinadaspelas forças de mercado, e são objeto de legislaçãoespecífica que os regula.b) Mercado de trabalho informal: é o mercado em queprevalecem regras de funcionamento com um mínimode interferência governamental.No mercado de trabalho, no que se refere aosindivíduos que o constituem, classificamos a populaçãosegundo a atividade econômica que cada um exerce.Para tanto, iniciamos com a definição de força detrabalho (ou população economicamente ativa – PEA). A força de trabalho representa os elementos que irãoconstituir o mercado de trabalho, o qual por sua fez

    abastece as firmas no que diz respeito à necessidadede mão-de-obra. A PEA é um subconjunto da população em idade ativa(PIA). O critério para definir idade ativa varia de paíspara país, mas em geral se refere ao intervalo de dez aquinze anos. No Brasil, a PIA adotada é de dez anos oumais de idade.

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    Estrutura da população no mercado de trabalho

    Construindo um Índice de Desemprego

    a) População em Idade Ativa (PIA) e PopulaçãoEconomicamente Ativa (PEA)

    Começamos identificando as parcelas da populaçãototal de um país que não se encontram no mercado detrabalho. Basicamente, são as crianças, os

    adolescentes e os idosos que ultrapassaram o limitelegal para aposentadoria. A população restante éconsiderada em idade de trabalhar e forma a PIA.No Brasil, a idade legal de ingresso no mercado detrabalho foi elevada de 14 para 16 anos há alguns anos.Essa mudança relaciona-se ao problema dodesemprego e a questões associadas a ele. De umlado, procurou-se restringir a liberdade de as empresassubstituírem trabalhadores adultos por adolescentes e jovens, o que limita a discriminação do mercado detrabalho contra pessoas acima dos 40 anos (ou atémenos que isso). Por outro lado, reforçou-se com essamedida a prioridade do estudo para os jovens, antes de

    ingressarem no primeiro emprego. A médio e longoprazo, espera-se assim enfrentar a inadequação daforça de trabalho no Brasil às exigências cada vezmaiores das empresas e contribuir para reduzir aparcela de baixa escolaridade na força de trabalho,melhorando a distribuição de salários entre ostrabalhadores (portanto, a distribuição de renda emgeral). Ao mesmo tempo, a idade-limite para aposentadoriavem sendo aumentada, inclusive como resposta à crisecrônica dos sistemas previdenciários no Brasil e nomundo. Uma das causas disso é que a expectativamédia de vida tem crescido intensamente nas últimas

    décadas, graças aos progressos da medicina, dosaneamento básico e da educação. Assim, a duraçãoda vida de um aposentado tem crescido, pressionando osistema previdenciário, cuja arrecadação tem caído ouestagnado devido ao próprio desemprego e ao aumentoda informalidade no mercado de trabalho. Assim, a PIA representa o conjunto das pessoas acimado limite mínimo e abaixo do limite máximo de acessoao mercado de trabalho. Esses limites são definidospela legislação em vigor.No entanto, nem todas as pessoas em idade detrabalhar são consideradas integrantes da força detrabalho. Uma parte não está em condições de

    participar do mesmo, por razões de saúde física ou

    mental, invalidez, etc. Outra parte está desinteressada:são as donas de casa, os estudantes bolsistas ousustentados pela família durante o período de estudo eoutros grupos semelhantes. Retirando essa parcela daPIA, obtemos a População Economicamente Ativa –PEA, que expressa o total da força de trabalho do país.

    Ou seja, a PEA é o conjunto das pessoas que podem equerem trabalhar. Podem, porque estão dentro doslimites legais do mercado de trabalho; querem, porqueeliminamos do cálculo os desinteressados.

    b) População Ocupada e Não Ocupada

     A PEA inclui os empregados e desempregados. O termotécnico utilizado é População Ocupada (PO) ePopulação Não Ocupada (PNO). Os ocupados incluemnão apenas empregados, como autônomos eempregadores. Isto é, todos os situados no mercado detrabalho formal.Os trabalhadores informais não são computados nas

    estatísticas de emprego. Fazem parte da parcela tidacomo desempregada. Alguns estudos apresentam osinformais como subempregados, ou seja, com jornadaparcial, salários inferiores aos equivalentes no mercadoformal, exclusão dos direitos trabalhistas eprevidenciários etc.

    c) A Taxa de Desemprego

    Podemos agora calcular o desemprego em termospercentuais. Ele representa a parcela da PEA que nãoconsegue emprego. Ou seja, é a População NãoOcupada dividida pela PEA, multiplicada por 100 (pararesultar em forma percentual). OU seja,

    Des = (PNO ¸ PEA) x 100 Considerando que a PEA é a soma da PO com a PNO,podemos também escrever:

    Des = [PNO ¸ (PO + PNO)] x 100  Assim, quando ouvimos falar em taxas de desemprego,estamos sendo informados sobre a proporção da forçade trabalho que não consegue colocação no mercado,embora deseje. Não é uma porcentagem da populaçãototal. Na verdade, essa taxa é obtida por sucessivassubtrações da População Total: primeiro, extraem-se ossegmentos fora dos extremos etários legais para obter aPIA; em seguida, os impossibilitados e desinteressadosem trabalhar, para chegar à PEA. Finalmente, esta é

    subdividida em Ocupados e Não Ocupados. Esta últimaparcela é, então, relacionada ao total da PEA para seobter a taxa de desemprego.O mercado de trabalho manteve evolução favorável em2011. A média anual da taxa de desemprego, divulgadapela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, queabrange as seis principais regiões metropolitanas dopaís, atingiu 6,0% no ano, a menor da série iniciada em2002, recuando 0,7 p.p. em relação a 2010. Essaevolução decorreu de aumentos anuais de 2,1% nopessoal ocupado e de 1,2% na populaçãoeconomicamente ativa (PEA).

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     A formalização do emprego se intensificou em 2011,registrando-se aumento de 6,2% no número deempregados com carteira de trabalho assinada e recuosrespectivos de 5,3% e 0,6% nos contingentes detrabalhadores sem carteira e que trabalham por conta

    própria.Emprego formal – Admissões líquidas

    De acordo com o Cadastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged) do Ministério do Trabalho eEmprego (MTE) foram criados 1,6 milhão de empregosformais em 2011, terceiro melhor resultado desde oinício da série, em 1985, mas 26,7% inferior aoobservado em 2010. Destacaram-se, no ano ascontratações líquidas registradas nos setor de serviços,786 mil; no comércio, 369 mil; e na indústria detransformação, 175 mil.

    Desemprego Aberto e Oculto 

    O desemprego tem conseqüências conhecidas: quedana renda, baixa da auto-estima, aumento daprecariedade para as pessoas de baixa renda,depressões etc. Uma das conseqüências nem sempremuito divulgada, e cujo impacto na economia é

    relevante, é a desmotivação para sair à procura de umnovo emprego.Uma parcela expressiva dos desempregados acabasentindo-se desmoralizada após diversas tentativasinfrutíferas. Isso leva à falta de iniciativa e mesmo àdescrença total na possibilidade de recolocar-se nomercado de trabalho. As pesquisas sobre emprego e desemprego levantam junto às pessoas escolhidas, o tempo no qualpermaneceram em busca de emprego sem obterresultados. No caso, o desmotivado acaba respondendoque não tem ido à procura de emprego. Isso o coloca àmargem da PEA, pois aparece como alguém que nãoquer trabalhar. Algumas instituições incluem pessoasnessa condição na categoria de desemprego oculto. Istoé, a atitude desmotivada está ocultando o desejo detrabalhar, dada a desmoralização do indivíduo.Essa, por exemplo, é uma das diferenças metodológicasmais importantes entre a Pesquisa de Emprego eDesemprego (PED) da Fundação SEADE em São Pauloe o IBGE. Este último apresenta taxas sempre maisbaixas de desemprego do que a SEADE. A diferençaestá no desemprego oculto.Isto também responde por resultados aparentementecontraditórios

    Tipos e Causas do DesempregoOs economistas costumam assinalar diversas causaspara o desemprego, as quais representam tiposdistintos do fenômeno.

    a) Desemprego Conjuntural, Cíclico ou Involuntário

    É o tipo clássico estudado por Keynes. Ocorre nas fasesdescendentes do ciclo econômico, quando o Produtofica abaixo do nível de pleno emprego (hiatodeflacionário – Demanda Agregada inferior à Oferta Agregada). O receituário keynesiano baseado naspolíticas monetária e fiscal aplica-se a esta espécie dedesemprego.

    b) Desemprego Estrutural ou Tecnológico

    Esta modalidade resulta de transformações na estruturada economia. Uma parte expressa trabalhadores semos requisitos técnicos ou educacionais necessários aosnovos empregos (por exemplo, migrantes da área ruralpara a urbana, ou parcelas da população de baixa rendanos grandes centros, em que as empresas adotamtecnologias e métodos administrativos que requeremuma escolaridade mínima para serem acompanhadaspela força de trabalho). Outra parte refere-se aprofissões e especialidades ultrapassadas pelas

    mudanças tecnológicas, tornando esses profissionais

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    inúteis para os processos produtivos atuais. Este tipo dedesemprego acentuou-se muito com as transformaçõestecnológicas e organizacionais das duas última décadasem todo o mundo, atingindo também o Brasil.

    c) Desemprego Sazonal 

    Ocorre em função das variações no ritmo e nafreqüência da atividade econômica em épocas típicasdo ano. Nas áreas rurais, é uma situação bastantecaracterística: durante o período de colheita, o empregose expande, para se contrair em seguida. No meiourbano, o emprego no comércio durante o período dasfestas de final de ano é outro exemplo. Ninguémconsidera que a queda desse tipo de emprego em janeiro represente uma “crise de desemprego”, porque éum fato sazonal que se repete todos os anos.

    d) Desemprego Friccional ou Natural 

    É aquele que ocorre na transição de um tipo de

    emprego para outro. Pessoas que perderam o empregonão encontram sempre outro no momentoimediatamente seguinte; há uma “fricção”, umadificuldade de adaptação e de informação até ocorrer arecolocação. Imperfeições na informação sobre asvagas existentes, dificuldades no deslocamento da forçade trabalho (os economistas referem-se à “mobilidadeimperfeita da mão-de-obra”) e fatores institucionaispodem retardar o regresso à População Ocupada.Uma situação característica de imperfeição namobilidade dos trabalhadores ocorre quando o empregomuda de lugar. Regiões marcadas por atividadesantigas são substituídas por outras mais dinâmicas, mas

    leva tempo para a força de trabalho do local mais antigose adaptar. As vagas existem, mas as pessoas estãodistantes e têm dificuldades de se deslocar. Podeocorrer durante muito tempo a coexistência de regiõescom escassez de mão-de-obra e outras com altodesemprego. Em princípio, ocorrerá um progressivomovimento migratório, mas ele leva tempo. Isso, casoas vagas da outra região sejam compatíveis com osdesempregados da região na pior situação (se nãoforem, estamos diante de uma situação de desempregoestrutural e não mais friccional).Outro exemplo, agora sobre as dificuldadesinstitucionais, refere-se à documentação e aspectos

    burocráticos, que retêm o trabalhador recém-demitido,dificultando a sua liberação plena para procurar novoemprego. As exigências às empresas para contratarpodem ser outro empecilho à rápida absorção dessecontingente de desempregados “friccionais”.6. A Curva de Phillips e a “taxa natural de desemprego”O economista inglês A . W. H. Phillips observou umasérie estatística sobre a economia britânica entre 1861 e1957, constatando uma forte relação entre épocas demaior crescimento econômico, tendências inflacionáriase aumento do emprego. Inversamente, nos períodos demaior fraqueza econômica, a inflação e o empregorecuavam. Seu estudo foi divulgado na forma popular de

    um gráfico que associa negativamente a inflação e odesemprego, com inclinação negativa. O significado éfácil de entender: o crescimento econômico aumenta ademanda por trabalho, causando elevação dos salários;estes pressionam os custos das empresas, que osrepassam aos preços (principalmente em economias

    altamente oligopolizadas). Já a estagnação econômicaleva o mercado de trabalho a ficar pressionado pelosdesempregados, limitando, assim, as possibilidades deaumentos salariais com impactos de custos nasempresas. Assim, existe um “trade off” (troca) entreinflação e desemprego.“Durante certo tempo, a curva de Phillips teve aceitaçãoquase total entre os economistas. Os maisconservadores usavam-na para execrar a ação dossindicatos, cujas conseqüências inflacionárias seriamprejudiciais à economia. Outros usavam-na parapropugnar por acordos entre empresas e trabalhadores,com coordenação do governo, buscando harmonizar

    metas de aumento de emprego e níveis salariais.”Contudo, os anos 1980 foram marcados, nos paísesavançados, pela coexistência inédita entre baixocrescimento econômico e taxas de inflaçãoincomumente altas. Surgiu o termo “estagflação”(stagflation) para designar essa combinação esquisita. Ainda assim, a curva de Phillips permaneceu prestigiadapela Teoria Econômica. Continua-se a acreditar que ocrescimento econômico traz consigo, ao lado doaumento do emprego, a ameaça da inflação (o que ateoria keynesiana explica com a inflexibilidade da Oferta Agregada, uma vez atingida a barreira do plenoemprego) e que as políticas anti-inflacionárias, em geral

    voltadas a reduzir a Demanda Agregada, afetamnegativamente o nível de emprego. Em certa medida, osdados econômicos posteriores não desmentiram essascrenças.O conceito de “taxa natural de desemprego” surgiunesse contexto. Abandonada a idéia de que o plenoemprego era um destino natural das economias queseguissem o receituário keynesiano, certos economistaspassaram a acreditar que existe uma taxa dedesemprego que convive com taxas de inflação baixas eestáveis. Se o governo tentar estimular a economiaalém desse nível, a inflação recrudescerá; se tentarbaixar mais ainda a inflação, é o desemprego que se

    intensificará. Assim, cabe conformar-se com a taxanatural, uma vez que as alternativas a ela são piores.

    Noções da teoria do desenvolvimento tecnológico: aimportância da inovação

    O rápido desenvolvimento tecnológico no mundo, espe-cialmente nas duas últimas décadas do século XX, tevecomo conseqüências inúmeras transformações na vidae no cotidiano das pessoas. A adoção rápida