artigo economia brasileira

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Uma avaliação da economia Brasileira nos últimos 25 Anos Autores 1 : Luann Felipe de Moraes Lobo Milena Auzier Vilena Orientador²: Prof. Dr. Dorli João Carlos Marques RESUMO O presente artigo analisa as transformações da economia brasileira nos últimos 25 anos buscando desde o Plano Real a atual conjuntura econômica. Em perspectiva histórica, ele examina o modo de transição da moeda para o Real e os Balanços Econômicos, Inflação, desigualdade social e o crescimento do PIB na época dos governos Collor, FHC, Lula e Dilma. O propósito desse estudo é avaliar evolução econômica brasileira e as melhores políticas econômicas adotadas. Foram feitas pesquisas bibliográficas em livros, artigos e consultas à internet, análises de gráficos e índices históricos para o embasamento teórico. O texto termina com uma análise macroeconômica dos últimos 25 anos e os desafios do Governo Dilma Rousseff face à atual situação da economia do Brasil e uma perspectiva para os próximos anos. Palavra-chave: Plano Real, Inflação, PIB (Produto Interno Bruto), Governo Collor; FHC, Lula; Dilma. 1 Email: [email protected] Email: [email protected] ²Email:Dorli…..

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O presente artigo analisa as transformações da economia brasileira nos últimos 25 anos buscando desde o Plano Real a atual conjuntura econômica. Em perspectiva histórica, ele examina o modo de transição da moeda para o Real e os Balanços Econômicos, Inflação, desigualdade social e o crescimento do PIB na época dos governos Collor, FHC, Lula e Dilma.

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Page 1: Artigo Economia Brasileira

Uma avaliação da economia Brasileira nos últimos 25 Anos

Autores1: Luann Felipe de Moraes Lobo

Milena Auzier Vilena

Orientador²: Prof. Dr. Dorli João Carlos Marques

RESUMO

O presente artigo analisa as transformações da economia brasileira nos últimos 25

anos buscando desde o Plano Real a atual conjuntura econômica. Em perspectiva histórica, ele

examina o modo de transição da moeda para o Real e os Balanços Econômicos, Inflação,

desigualdade social e o crescimento do PIB na época dos governos Collor, FHC, Lula e

Dilma. O propósito desse estudo é avaliar evolução econômica brasileira e as melhores

políticas econômicas adotadas. Foram feitas pesquisas bibliográficas em livros, artigos e

consultas à internet, análises de gráficos e índices históricos para o embasamento teórico. O

texto termina com uma análise macroeconômica dos últimos 25 anos e os desafios do

Governo Dilma Rousseff face à atual situação da economia do Brasil e uma perspectiva para

os próximos anos.

Palavra-chave: Plano Real, Inflação, PIB (Produto Interno Bruto), Governo Collor;

FHC, Lula; Dilma.

ABSTRACT

This article analyzes the transformation of the Brazilian economy over the past 25

years seeking since the Real Plan the current economic environment. In historical perspective,

it examines the currency transition mode to Real and Economic Balance, Inflation, social

inequality and the growth of GDP at the time of the Collor, FHC, Lula and Dilma. The

purpose of this study is to evaluate Brazil's economic developments and best adopted

economic policies. Literature searches were made in books, articles and Internet queries,

charts, analysis and historical rates for the theoretical basis. The text ends with a

macroeconomic analysis of the last 25 years and the challenges the government Dilma

Rousseff face the current situation of Brazil's economy and an outlook for the coming years.

Keywords: Real Plan, Inflation, GDP (Gross Domestic Product), the Collor

administration; FHC, Lula; Dilma.

1. INTRODUÇÃO 1Email: [email protected] Email: [email protected] ²Email:Dorli…..

Page 2: Artigo Economia Brasileira

2. Uma Abordagem econômica que antecedeu a década de 1990

A produção cafeeira no Brasil iniciou-se em 1840, porém agravou-se na década de 30,

o Brasil era um dos principais exportadores de café quase que responsável por três quartos das

exportações, devido ao seu extenso território e uma grande massa de mão-de-obra, porém, a

produção foi tanta que ocasionou uma superprodução. Ocorreu-se então novos métodos para a

defesa do café, de forma mais simples dentre eles foram: a depreciação da moeda quando

havia quedas dos preços das exportações, e em 1906 com o convênio de Taubaté o governo

então passou a comprar os excedentes de produção que logo depois essa medida começa a

falhar, porque essas compras eram de financiamento externo do governo com a crise as

reservas do exterior começam a diminuir enfraquecendo essa política de defesa.

Com a crise de 1929, o Brasil reduziu suas exportações de café de 28,94 milhões

produzidos para 14,28 milhões. Os preços dos produtos importados subiram 33%, logo houve

uma redução nas importações de 60% essa procura que antes era satisfeita pelos produtos

importados passou a ser encontrada pela oferta interna, implementando assim, a política de

substituição das importações. Segundo Lacerda³:

Ao mesmo tempo, o crescimento econômico da procura por bens de capital e o forte aumento dos preços de importação desses bens, devido á desvalorização cambial, criaram condições propícias à instalação de uma indústria de bens de capital no país (LACERDA, 2010, p. 103).

O Brasil deixou de ser um país de modelo primário-exportador da economia brasileira

para um modelo de desenvolvimento do mercado interno. A partir da década de 1930 o Brasil

adotou uma medida que já vinha sendo adotada por outros países, chamada de substituição de

importações, que visava desenvolver o setor manufatureiro e resolver os problemas de

dependências de capitais externos. Essa nova política permitiu o desenvolvimento e a

industrialização. E alguns anos após essa nova política mostraram falhas. A acomodação das

empresas nacionais seria o principal motivo, pois elas se confiavam no protecionismo, o que

as deixavam livres da concorrência externa.

_______________

³Título do livro: Economia Brasileira.

Page 3: Artigo Economia Brasileira

Houve então uma instabilidade política e econômica e em seguida uma instauração do

regime militar. O Brasil passava assim como outros países na época, por uma ditadura militar.

O principal foco econômico nessa época foi o chamado “milagre econômico” entre os anos

1969 e 1973. Houve uma expansão dos gastos públicos, principalmente em infraestrutura e

em muitos outros investimentos que visavam o crescimento econômico.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nessa época até 1980 foi entre 7% e

13% ao ano. O nível de emprego aumentou, principalmente, pelos investimentos nos setores

de infraestruturas e indústria, nos setores de siderurgia, geração de eletricidade e indústrias

petroquímica. O setor foi puxado, principalmente, pelo crescimento e fortalecimento das

empresas estatais. Porém o Brasil sofreria consequências.

O crescimento econômico do Brasil começou a diminuir a partir de 1974 com a crise

mundial provocada pelo “choque do petróleo”. Os preços dos combustíveis derivados do

petróleo aumentaram bastante, elevando a inflação. A balança comercial brasileira ficou com

um déficit elevado em função da importação do petróleo a preços elevados.

Entretanto a crise já vinha sendo desenhada pelas consequências do “milagre

econômico”. Nesse período a inflação ficou entre 15% e 20% ao ano, resultado do aumento

descontrolado dos gastos públicos e o aumento da dívida externa, pois esse crescimento

econômico foi bancado, principalmente, com empréstimos feitos do exterior, elevando a

dívida de US$ 3,4 bilhões em 1964 a US$ 49 bilhões em 1979.

Apesar de a economia ter crescido consideravelmente, não houve distribuição de renda

e, portanto, aumentou mais ainda a desigualdade social no país, com o aumento da

concentração de renda. Em 1972, os mais ricos, que consistiam em 1% da população

detinham cerca de 39,8% da renda nacional, enquanto, em 1960, essa concentração era de

28,3%. O regime afirmava que era preciso primeiro fazer o bolo crescer para que ele fosse

dividido. Mas essa divisão não foi feita.

Durante o anos 80 continuaram as reduções do PIB, sendo que o crescimento era de

uma média anual de 7,4% na década de 1951-60, de 6,2% na década de 1961-70 e de 8,6% na

década de 1971-80. Mas nos anos 80 o PIB cresceu apenas 1,57%, o que gerou decréscimo na

renda per capita do Brasil, pois a população crescia em torno de 2% ao ano. Além disso, as

taxas internacionais de juros causaram um crescimento da dívida do Brasil com os EUA, além

do aumento do déficit público. A dívida interna seguia o mesmo caminho, aumentando cada

vez mais por causa da política fiscal expansionista do governo. Costuma-se dizer que os anos

80 perdeu toda expansão vivida nos anos anteriores. Essa época é chamada de “A década

perdida”.

Page 4: Artigo Economia Brasileira

3. Uma Análise do Brasil nos anos 1990

A abertura econômica de um país em desenvolvimento deve-se ter uma imensa

responsabilidade devido aos efeitos seguintes que ela pode trazer, no caso existe uma grande

questão para saber que tipo de abertura deve vir primeiro, a abertura de capital ou de bens?

A questão relativa à sequência da liberalização, envolvendo os mercados de

bens e de capitais, é a que apresenta maior polêmica. A maioria dos analistas,

porém, pautando-se pelas experiências de Chile e Argentina na década de 1970,

recomenda, em primeiro lugar, a liberalização do mercado de bens, para, apenas

depois, liberalizar o mercado de capitais, especialmente no que se refere às

restrições sobre o fluxo de capitais externos (LACERDA, 2010, p. 263).

Como observamos o capitulo passado, com o fim da política de substituição de

importação na década de 80, então sua atual forma de eficientizar a economia era a

liberalização, esse modelo tende a ter uma melhor aplicabilidade, como o Brasil estava em

decadência em relação à industrialização a primeira política adotada pelo governo diminuiu a

produção e a competitividade do setor, porém com a abertura econômica tinha-se esperança

de trazer uma retomada do desenvolvimento, e uma melhor qualidade de vida para a

população, essa questão se iniciou juntamente ao governo do Collor.

3.1. Governo Collor

A década de 90 trazia consigo uma herança dos anos 80 de uma economia fortemente

instável, devido aos atrasos tecnológicos e as pequenas taxas de importação que vinham

decaindo cada vez mais, por causa do grande aumento nas alíquotas de importação.

3.2. O plano Collor I e II

Collor entra em cena ao assumir o governo em 1990, com os seus planos de

estabilização. O plano Collor 1, tinhas varias aplicações assim como Antonio Lacerda

descreve.

Page 5: Artigo Economia Brasileira

O Plano Collor I, de março de 1990, combinava confisco dos depósitos à

vista e aplicações financeiras com prefixação da correção dos preços e salários,

câmbio flutuante, tributação ampliada sobre as aplicações financeiras e a chamada

“reforma administrativa”, que implicou o fechamento de inúmeros órgãos públicos e

demissão de grande quantidade de funcionários (LACERDA, 2010, p. 267).

A grande divida interna, obrigou a fazer cortes nos gastos públicos e de um aumento

da receita fiscal, porém essa política não foi duradoura, mas nos primeiro momento o

superávit primário foi e 4,5% do PIB logo depois se reduziram pela metade. Já o segundo

mandato foi rapidamente adotado por causa da aceleração da inflação, as medidas adotadas

foram congelamento de preços e salários, isso tudo causou uma grande recessão no país, isso

explica um PIB negativo de 10%. Esse cenário da má gestão do presidente, junto a

insatisfação da população e as grandes denúncias de corrupção acabou determinado o

impeachment do Collor em outubro de 1992.

Em meados de 1990 a liberalização começou a ganhar credibilidade, instaurou no

Brasil uma nova política industrial, com o seu principal objetivo a competitividade já bem

diferente dos modelos proposto anteriormente como a substituição das importações, foram

criados mecanismo importantes para o desenvolver esse novo modelo o (PCI) Programa de

competitividade Industrial e o (PBQP) Programa Brasileiro de qualidade e produtividade.

Assim as privatizações que ocorreram tinham objetivos bem claros era de retirar o

governo do mercado o Maximo possível, elaboraram o (PND) Programa nacional de

desestatização, como uma das medidas importantes para as reformas econômicas do governo.

3.3. O plano Real

Desenvolvido no início dos anos 1990, no governo de Itamar Franco, pelo seu ministro

da economia Fernando Henrique Cardoso. O plano real tinha etapas a serem cumpridas.

O Programa de Estabilização Econômica,

ou Plano Real, foi concebido e implementado em

três etapas:

a) Estabelecimento do equilíbrio das contas do

governo, objetivando eliminar a principal causa da

inflação.

b) Criação de um padrão estável de valor, a

Unidade Real de Valor (URV).

Page 6: Artigo Economia Brasileira

c) Emissão de uma nova moeda nacional com

poder aquisitivo estável, o real (LACERDA, 2010,

p. 289).

Primeiramente foi implantado o Programa de ação imediata em 14 de junho de 1993,

conhecido como a fase 1 do programa, objetivando a reorganização do setor público, dentre

eles tinha-se algumas metas como o combate á sonegação, um aprimoramento nas relações

dentre os estados e municípios, tornaram os bancos estaduais mais competitivos. A intenção

do governo era aumentar a confiança da população no setor público, aumentando a

credibilidade do governo para que introduzíssemos ao URV uma unidade de conta.

3.4. A URV

Conhecida como uma transição para a nova moeda, a fase 2 da moeda implantado em

27 de maio de 1994. Ela veio justamente para conter a grande desvalorização da moeda

cruzeira. A URV serviria para o comercio determinar seus preços e efetuar contratos e

determinar salários. A fase 3 surgiu com a nova moeda já como REAL, no mês de Julho de

1994.

3.5. Dados sobre esse momento econômico

Nesse período o PIB cresceu 5,67% em 1994, a indústria 7%, a agropecuária 7,6% e o

setor de serviço 4%. Esse aumento nos meses seguintes foi impulsionado principalmente pela

queda da inflação e teve efeitos significativos sobre o poder de comprar da população.

3.6. Desestabilidade do Real.

O plano real foi o melhor já desenvolvido no país, porém suas medidas foram bastante

rígidas, o que transformou todas as estruturas do Brasil na área macroeconômica com o

aumento do coeficiente de importação, entrada de novos concorrentes com os investimentos

diretos, e a privatização também deu um grande impulso para diminuir o déficit do governo,

ocorreu uma serie de mudanças na área microeconômica do país no mundo empresarial, tudo

isso favoreceu o crescimento do PIB para os mais altos níveis após uma década de grandes

taxas de inflação que se manifestou no país.

Page 7: Artigo Economia Brasileira

O maior problema encontrado no plano real, foi que as empresas instaladas não

conseguiram produzir de acordo com o que a demanda queria, logo, ocorreu uma elevação

dos juros e houve uma restrição do crédito, e um dos fatores mais importantes para o

crescimento econômico é a poupança interna que é responsável pelos financiamentos

privados, nessa época era em torno de 16% em relação ao PIB.

Outra grande preocupação que levou o Brasil após a introdução do plano real para

mais uma crise foi o aumento do consumo interno, redução das alíquotas tarifarias e o dólar

barato estimularam o aumento das importações. O Brasil exportou mais do que importou

neste período, os níveis de importação aumentaram de US$ 25,8 bilhões em 1993 para US$

61,5 bilhões em 1997 já as exportações evoluíram de US$ 38,7 bilhões para US$ 53,0 bilhões,

um pequeno crescimento em relação às importações, causando um desequilíbrio na balança

comercial, então, o governo voltou a adotar medidas que aumentasse ainda mais esse

desequilíbrio.

Com o agravamento das contas publicas e o déficit da conta corrente, afastava os

credores intensificando a crise. A crise russa dificultou ainda mais a obtenção de créditos

externos induzindo o Brasil a recorrer ao FMI, que ofereceu recursos de US$41,5 bilhões com

a desvalorização do real, um elevado aumento nas taxas de juros e a escalado do desemprego.

Em troca o FMI colocava uma serie de medidas:

Assim, o início de 1999 foi marcado por um intenso debate sobre a viabilidade de cumprimento das

medidas sugeridas pelo FMI, especialmente no que se referia aos juros, já que seu aumento agravaria a recessão

e diminuiria a receita do governo, afetando-o também nas suas contas pela elevação do custo do financiamento

da dívida pública. [...] Também a implantação do regime de metas inflacionárias a partir de 2000 viria a

representar um avanço na condução da política monetária (LACERDA, 2010, p. 298).

4. Uma Análise do Brasil nos anos 2000

Em 2002, ocorreu uma acirrada disputa no âmbito político, a concorrência da

presidência de um lado José Serra (PSDB) e do outro Luiz Ignácio Lula da Silva (PT). Com a

eleição de um partido de esquerda para a presidência causou uma instabilidade no mercado

financeiro, com impacto também na bolsa de valores, nas taxas de juros e no câmbio. A

principal preocupação era se o atual presidente teria coragem de assumir o contrato que o FMI

propôs para o presidente anterior. Em um documento “Nota sobre o acordo com o FMI” O

Ministro da fazenda Antonio Palocci se comprometia em respeitar os acordos.

Page 8: Artigo Economia Brasileira

Devido essa troca de representantes nada mudaria o tripé, desenvolvido com o

objetivo de ter uma base econômica caracterizada por regime de meta de inflação com o

cambio flutuante e a política de geração de superávit fiscal primário.

4.1. Período do Governo Lula

O período de 2003 a 2008 foi marcado pela volta do crescimento econômico. Neste

período o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 4,2% a.a., praticamente o

dobro do período anterior. Mas em 2009, em decorrência da crise financeira mundial,

consequência da bolha imobiliária nos EUA, o PIB foi negativo em 0,6%. Nos anos 2004,

2007 e 2010 o crescimento alcançou marcas acima de 5%.

O Investimento/PIB em 2003 era de 16,23% em 2008, antes da crise financeira

mundial, chegou a atingir 20,1%. O crescimento econômico nessa época foi sentido no

mercado de trabalho. Em 2003 a taxa desemprego era de 11,3%. Em 2010 a taxa alcançou a

marca de 6,1%.

Ainda nesse período de recuperação do crescimento, há também uma melhora nos

indicadores de distribuição de renda e de redução da pobreza. O índice de Gini, indicador da

distribuição de renda, foi de 0,59 em 2003 e 0,54 em 2009. Lembrando que em 1981 o índice

de Gini era de 0,58 e em 2001 marcou 0,60.

Vale ressaltar também os efeitos sobre a pobreza. A taxa de extrema pobreza que era

de 11,49% em 2005 diminuiu para 7,28% em 2009, de acordo com cálculo do Instituto de

Pesquisa Econômicas Aplicadas (IPEA). A taxa de pobreza teve uma diminuição mais

significativa, de 30,82% em 2005 para 21,42% em 2009.

Esses avanços se deram principalmente a retomada do crescimento econômico e a

ampliação do mercado formal. A política de transferências de renda tendo como principal

programa o Bolsa Família também tiveram papeis fundamentais. O programa Bolsa Família

beneficiou 12,7 milhões de famílias em 2010 e injetou na economia cerca de R$ 13 bilhões.

Nesse período a taxa de inflação esteve atrelada com a meta determinada pelo

Conselho Monetário Nacional (CMN). Exceto em 2003 quando o Índice Nacional de Preço ao

Consumidor Amplo (IPCA) registrou inflação de 9,3%. Nos demais, a inflação esteve na meta

ou abaixo.

É notável que durante o governo do Lula, a política econômica manteve a combinação

macroeconômica definida no governo do Fernando Henrique Cardoso, ou seja, manteve o

tripé metas de inflação, regime de câmbio flutuante com intervenção e ajuste fiscal.

Page 9: Artigo Economia Brasileira

Em relação a metas de inflação, o fato a ser reconhecido é que Lula foi capaz de

manter a estabilidade de preços num período de crescimento. E a relação da taxa de juros foi

onde o governo foi mais criticado, pois apesar de todo crescimento econômico, o Brasil ainda

sustentava o primeiro lugar no ranking de juros real no mundo. Logo após a crise financeira

de 2008, as taxas de juros reais caíram significativamente e praticamente todos os países. Em

2002 o Brasil liderava o ranking das taxas de juros reais com 11,1% a.a., em 2010 continuou

liderando com 4,8% a.a., de juros reais.

A descoordenação entre a política monetária e política fiscal é uma das responsáveis

pela manutenção das elevadas taxas de juros reais ao longo do governo Lula. Apesar de ter

tido um cenário favorável em seu governo, após a crise de 2008 sofreu um forte impacto, mas

logo depois a economia voltou a crescer.

4.2 Período do Governo Dilma

No inicio do governo Dilma Rousseff, em 2011 ela manteve um regime políticos

macroeconômicos baseados na meta de inflação e de superávit fiscal primário e na flutuação

da taxa de câmbio suja. Outro acontecimento que deu uma força para o inicio do governo foi a

grande relação entre o ministro da fazenda e o banco central do Brasil que juntos resultaram

em uma grande eficácia.

E no segundo semestre de 2011 à 2012 o governo adotou medidas anticíclicas, logo:

redução na taxa básica de juros, estímulo creditícios e desoneração tributária, com o cenário

na crise do euro, houve desaceleração da inflação, ocorreu uma reforma na política para tentar

diminuir a taxa básica de juros (selic) e as taxas de juros internacionais.

Em 2012, foi marcado pelo aprofundamento da desaceleração da atividade econômica,

com objetivo de estimular a economia, os bancos públicos substituídos pelo privado optaram

por uma forma anticíclica, e tentaram diminuir o efeito negativo sobre a oferta de crédito.

Com o programa de sustentação de investimentos (PSi), suas principais estratégias era

um pacote de compras governamentais e de investimentos públicos que é uma forma mais

acelerada para o estimulo ao crescimento econômico. O combate a inflação, ocorreu um

processo de aceleração inflacionaria em 2012 até o primeiro semestre de 2013, deu início a

uma nova fase de elevação da taxa de juros.

Page 10: Artigo Economia Brasileira

Em 2015, em seu segundo mandato com o seu ministro da fazenda teve como objetivo

estabelecer uma meta de superávit primário, porém também adotou medidas de ajuste fiscal

que modificou alguns recursos trabalhistas e elevação da carga tributária.

Atualmente ocorreu um déficit primário, e o projeto de lei de diretrizes orçamentárias

para 2016 adotada pelo banco central, foi uma projeção para o PIB de 2015 um retração de

0,9% e um crescimento real de 1,3% , 1,9% e 2,4% para os anos de 2016, 2017 e 2018.

5. Análise macroeconômica dos 25 anos do Brasil

Os anos 90 foi o período em que o Brasil passou por grandes mudanças em sua

economia, sendo a maior delas até hoje, o Plano Real, que visava à estabilização da moeda e o

tripé econômico (câmbio flutuante; regime de metas de inflação; responsabilidade fiscal) que

foi implantado com sucesso pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso e sua

equipe. Em menos de quatro décadas, o Brasil foi de inflação crônica (1965-1974) à inflação

altíssima (1975-1984) à hiperinflação (1985-1994) à estabilização (1995-2004) à atual meta

de inflação de 4,5% ao ano. Com a economia estabilizada, as pessoas puderam investir,

poupar e tomar riscos.

Page 11: Artigo Economia Brasileira

Em 2003 Luís Inácio Lula da Silva é eleito novo presidente do Brasil e o período de

2003 à 2008 foram marcados pela volta do crescimento econômico, devido também aos feitos

do governo anterior e a manutenção do tripé econômico. O governo de Lula deve seu maior

destaque na política voltada para o âmbito social, na diminuição da desigualdade do país e

diminuição da miséria com programas sociais como o Bolsa Família, que foi a junção da

“Bolsa Escola”, “Auxílio Gás”, “Cartão Alimentação” criados ainda no governo do FHC.

Lula expandiu o programa por boa parte do país, atingido mais de 10 milhões de pessoas. E o

que se viu então foi uma diminuição da desigualdade social.

Page 12: Artigo Economia Brasileira

Em 2008 ocorreu a maior crise financeira mundial desde a grande depressão de 1929.

Medidas de caráter anticíclicas foram tomadas, houve desonerações de diversos impostos

como IPI e da folha de pagamentos, que permitiu que o país continuasse a sua trajetória de

crescimento.

Contudo, a retirada dos estímulos foi tardia, e o governo passou a combinar política

monetária e fiscal expansionista, que levaria o Brasil a um crescimento econômico de 7,5%

naquele ano. Porém viria a refletir mais tarde a alta da inflação. A demora da retirada dos

estímulos se deu na visão de conseguir eleger a presidência a até então ministra da Casa Civil

Dilma Roussef.

A herança inflacionária e os custos para elegerem foi uma das grandes causas pelo

crescimento pífio apresentado no governo Dilma. O que fez ser eleita acabou sendo uma má

herança de seu antecessor.

O nível de preço da economia voltou a subir em 2011, atingindo mais de 7%. Mesmo

assim, o banco central inverteu a lógica prevalecente do mercado e trocou a direção das taxas

de juros reduzindo-a de 12,5% a 0,5%. Logo, devido ao crescimento da economia de 7,5% em

2010 seguido pela diminuição da taxa de juros no ano 2011 resultaria em um aumento da

Inflação nos anos seguintes.

Page 13: Artigo Economia Brasileira

Passado as eleições de 2014, com a reeleição da Presidente Dilma, o governo começou

então a adotar políticas fiscais contracionistas para controlar principalmente a Inflação. O que

terá como consequência uma queda do crescimento da economia do país. A previsão do

governo para o orçamento do ano 2016 é de um saldo negativo de mais de 30 milhões de

reais. Segundo o Banco Central a estimativa é que o Índice de preços ao Consumidor Amplo

(IPCA) feche o ano de 2015 em 9,29%. Para o comportamento do Produto Interno Bruto

(PIB) neste ano a estimativa é de retração de 2,44%. Se confirmado, será o pior resultado em

25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. E a estimativa do

PIB para 2016 segundo analistas, é de uma contração de 0,5%.

REFERÊNCIAS

Page 14: Artigo Economia Brasileira

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