resposta pedido lementos dicionais (pea)

43
RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS ADICIONAIS (PEA) N.º PL20200813001143 GRAVOTÊXTIL, SOCIEDADE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. TRAVESSA DA AGRELA 26, 4820-403 FAFE 29 de junho de 2021

Upload: others

Post on 31-Jul-2022

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS (PEA)

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL, SOCIEDADE ACABAMENTOS

TÊXTEIS, S.A.

TRAVESSA DA AGRELA 26,

4820-403 FAFE

29

de j

un

ho

de 2

02

1

Page 2: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 2 de 43

ÍNDICE GERAL

1 Introdução............................................................................................................... 5

2 Enquadramento do Projeto ...................................................................................... 5

3 Ordenamento do Território ...................................................................................... 5

4 Uso do Solo ............................................................................................................ 14

5 Qualidade do Ar ..................................................................................................... 15

6 Recursos Hídricos .................................................................................................. 19

7 Socioeconomia ...................................................................................................... 20

8 Análise de Riscos ................................................................................................... 21

9 Alterações Climáticas ............................................................................................ 25

10 Resumo Não Técnico (RNT) ................................................................................... 42

Page 3: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 3 de 43

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Quantificação das áreas REN em análise ....................................................... 7

Tabela 2 – Interação / impactes do Projeto com as funções das Áreas Estratégicas de

Proteção e Recarga dos Aquíferos em Áreas pertencentes à REN ................................. 10

Tabela 3 – Interação do Projeto com as funções das Zonas Ameaçadas Pelas Cheias

em áreas pertencentes à REN ....................................................................................... 11

Tabela 4 – Quantificação da superfície ocupada do solo em função das classes de uso

na área do Projeto ........................................................................................................ 15

Tabela 24 – Resultados das caracterizações das emissões gasosas da Gravotêxtil e

respetivos limites de emissão (2018 e 2020) ............................................................... 16

Tabela 23 – Fontes fixas de emissão gasosa ................................................................ 18

Tabela 5 – Impactes sobre a socioeconomia durante a fase de exploração .................. 21

Tabela 114 – Emissões de GEE do Projeto entre 2018 e 2020 ...................................... 32

Tabela 114 – Recarga média anual na RH2 (adaptado de ENAAC 2020, 2019) ............. 36

´

Page 4: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 4 de 43

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 42 – Carta de Uso e Ocupação do Solo na região do Projeto .............................. 14

Figura 1 – Plataforma existente a marginar com o rio Vizela na área do Projeto ......... 23

Figura 2 – Área potencialmente inundável, local onde a fotografia da Figura 1 foi

obtida e respetiva projeção de vista, no contexto do Projeto ....................................... 24

Figura 3 – Plataforma inundável à esquerda e plataforma não inundável à direita (o

estabelecimento industrial pode ser observado ao fundo) ........................................... 25

Figura 135 – Escoamentos médios mensais na RH2, cenário RCP 4.5 (APA, 2019) ...... 35

Figura 136 – Escoamentos médios mensais na RH2, cenário RCP 8.5 (APA, 2019) ...... 36

Figura 137 – Recarga média anual na RH2 (adaptado de ENAAC 2020, 2019) ............. 36

Figura 138 – Índice SPI para o período 2011 - 2040, para os cenários de emissão RCP

4.5 e RCP 8.5 (retirado de portaldoclima.pt) ................................................................ 37

Figura 139 – Índice SPI para o período 2041 - 2070, para os cenários de emissão RCP

4.5 e RCP 8.5 (retirado de portaldoclima.pt) ................................................................ 37

Figura 140 – Variação do número de dias em onda de calor, em relação ao período de

referência de 1971-2000, para o período 2011-2040 (retirado de portaldoclima.pt) ... 38

Figura 141 – Variação do número de dias em onda de calor, em relação ao período de

referência de 1971-2000, para o período 2041-2070 (retirado de portaldoclima.pt) ... 39

Figura 142 – Variação do número de dias com temperatura máxima >=35º C, em

relação ao período de referência de 1971-2000, para o período 2011-2040 (retirado

de portaldoclima.pt) ..................................................................................................... 40

Figura 143 – Variação do número de dias com temperatura máxima >=35ºC, em

relação ao período de referência de 1971-2000, para o período 2041-2070 (retirado

de portaldoclima.pt) ..................................................................................................... 41

Page 5: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 5 de 43

1 Introdução

Pretende-se com o presente documento dar resposta ao Pedido de Elementos Adicionais (PEA),

correspondente ao processo em curso do Licenciamento Único Ambiental N.º

PL20200813001143, relativo a Gravotêxtil - Sociedade Acabamentos Têxteis, S.A.

2 Enquadramento do Projeto

“O enquadramento do projeto no RJAIA que é mencionado no Relatório Síntese (RS)

do EIA, para além de não ser o correto, também está incompleto, pelo que deverá ser

revisto e apresentado o devido enquadramento legal.”

R: De acordo com a subalínea i) da alínea b) do n.º 3 do art. º1 do Decreto Lei n.º 152-B/2017

de 11 de dezembro, que altera e república o Decreto-Lei n.º 151-B/2013, de 31 de outubro,

estão sujeitos a AIA, os projetos tipificados no Anexo II, que estejam abrangidos pelos limiares

fixados.

De acordo com a atividade da Gravotêxtil, o estabelecimento encontra-se enquadrado na alínea

b) do n.º 8 do referido Anexo II, uma vez que a sua atividade contem tratamento inicial

(lavagem, branqueamento, mercerização) ou tintagem de fibras ou têxteis com capacidade

instalada maior ou igual que 10t/dia.

A realização do EIA faz parte do processo de licenciamento industrial do tipo 1, de acordo com

as normas disciplinadoras de exercício da atividade industrial, estabelecidas no Decreto-Lei n.º

169/2012, de 1 de agosto, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 73/2015, de 11 de maio

relativo ao Sistema da Indústria Responsável, SIR. Associadamente, o Projeto é abrangido pelo

Decreto-Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto, relativa às emissões industriais (Prevenção e

Controlo Integrados da Poluição, PCIP).

3 Ordenamento do Território

3.1 Apresentar a pronúncia do Município de Fafe quanto à forma de compatibilização

do projeto com o Plano Diretor Municipal e os parâmetros urbanísticos aplicáveis.

R: A pronúncia do Município de Fafe, encontra-se no Anexo I.

3.2 Apresentar a cartografia do PDM de Fafe com a demarcação dos estacionamentos

e proceder à respetiva análise do Regulamento.

R: A cartografia do PDM de Fafe com a demarcação dos estacionamentos encontra-se disponível

no Anexo II.

Page 6: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 6 de 43

Relativamente à análise do Regulamento do PDM de Fafe e no que refere ao estacionamento há

a referir que de acordo com a Planta de Condicionantes o mesmo se encontra em:

• recurso agrícola e florestal – Reserva Agrícola Nacional (RAN);

• área excluída da Reserva Agrícola Nacional (RAN);

• recursos ecológicos – Reserva Ecológica Nacional (REN);

• área excluída da Reserva Ecológica Nacional (REN);

• domínio hídrico – zona inundável (não classificada como zona adjacente

leitos dos cursos de água).

De acordo com a Carta de Ordenamento do PDM a unidade industrial encontra-se em:

• solo rural – espaços agrícolas;

• áreas com funções específicas – estrutura ecológica fundamental.

Na planta de ordenamento – anexo II (Património Arqueológico) o Projeto encontra-se em zona

cautelar de salvaguarda arqueológica.

Nesse sentido, e como fundamento sobre a impossibilidade de concretizar a pretensão requerida

fora das áreas da RAN, REN e Património Arqueológico; importa destacar, que de forma a dar

cumprimento à alínea g) n.º 8 do artigo 69.º e à alínea i) n.º1 do artigo 74.º do PDM de Fafe, o

projeto deve definir áreas de estacionamentos. Face a constrangimentos do terreno e à

necessidade de definição de áreas para cargas e descargas, zona de armazenamento

temporário e acessos ao interior do edifício não é possível a colocação de todos os

estacionamentos em área não abrangida pela RAN, REN e zona cautelar de salvaguarda

arqueológica, pelo que foram definidos 85 estacionamentos em área da RAN, REN e zona

cautelar de salvaguarda arqueológica.

3.3 Apresentar o extrato da carta da Reserva Ecológica Nacional (REN) de Fafe em

vigor, com a delimitação da área de estacionamentos, incluindo o local para o

estaleiro de obra.

R: O extrato da carta da REN de Fafe em vigor com a delimitação da área de estacionamentos e

o estaleiro de obra encontra-se disponível no Anexo III.

3.4 Fundamentar e justificar a ausência de alternativas para a localização dos lugares

de estacionamento, e demonstrar o seu enquadramento no Regime Jurídico da REN.

Page 7: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 7 de 43

R: Dentro do perímetro do terreno, os locais cujo uso do solo sejam de atividades económicas e

zona residencial nível II, e que poderiam estar disponíveis, já têm outros usos ou dão acesso a

espaços no interior das instalações, nomeadamente:

A. Área cargas e descargas;

B. Área armazenamento temporário de bidões, até serem recolhidos pelos

fornecedores;

C. Área de estacionamentos;

D. Acesso ao futuro armazém;

E. Acesso à oficina / serralharia;

F. Acesso ao Ecoponto;

G. Acesso à casa das máquinas.

Para além disso, o proponente não tem terrenos fora da área de RAN nas proximidades que

possam ser utilizados para estacionamento.

3.5 Apresentar a quantificação da área de REN total afetada e descriminada por cada

tipologia, a avaliação e classificação dos impactes expectáveis sobre as funções

ecológicas de cada um dos sistemas identificados e a indicação das medidas de

minimização respetivas, para a fase de construção, exploração e desativação, de

acordo com o disposto no Anexo I do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto,

alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 124/2019, de 28 de agosto.

R: A Erro! A origem da referência não foi encontrada. seguinte apresenta a quantificação

da área de REN total afetada e discriminada por tipologia.

REN ÁREAS AFETADAS PELO PROJETO

Tipologia Área dentro do lote do

projeto (m²)

Estacionamentos (m²)

Acesso Estacionamentos

(m²)

Total (m²)

Percentagem (%)

Área máxima de

infiltração 6.369,80 937,85 1.133,45 2.071,30 32,52

Zonas ameaçadas

pelas cheias 2.834,70 363,70 381,30 745,00 26,28

Tabela 1 – Quantificação das áreas REN em análise

Importa desde já referir que as áreas definidas como “Área de Máxima Infiltração”

correspondem atualmente às “Áreas Estratégicas de Proteção e Recarga de Aquíferos”, sendo

que por outro lado, as “Zonas Ameaçadas pelas Cheias”, mantêm a mesma nomenclatura de

Page 8: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 8 de 43

acordo com o atual RJREN (Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, alterado e republicado

pelo Decreto-Lei n.º 124/2019, de 28 de agosto).

No que concerne à avaliação e classificação dos impactes expectáveis sobre a REN importa

destacar que a pretensão de localização dos lugares de estacionamento não vai implicar

nenhuma fase de construção no verdadeiro sentido do termo, mas antes, e apenas, a colocação

de grelhas de enrelvamento sobre o solo com manutenção do coberto natural. No que concerne

às zonas ameaçadas pelas cheias e sem prejuízo da demarcação existente e válida na

cartografia do PDM de Fafe – que efetivamente abrange o local previsto – importa antes de

mais destacar que o local onde se prevê a instalação de estacionamento não se encontra num

local ameaçado por qualquer ocorrência desse género. Efetivamente, existe no local um talude

mais baixo e confinante com o rio Vizela, ao qual sucede, no sentido este, uma plataforma mais

elevada ditada pela topografia local, onde se encontra previsto o local de estacionamento, e

cuja possibilidade de ocorrência de cheia é inverosímil. De todo o modo, tendo em consideração

que na cartografia da REN em vigor tal área encontra-se demarcada como zonas ameaçadas

pelas cheias procede-se à avaliação e classificação de eventuais impactes que possam ocorrer.

Pelo exposto, sem prejuízo do enquadramento legal e interpretativo patente no presente

esclarecimento, apresentam-se na Tabela 2 e na

Tabela 3 cada uma das funções desempenhadas de acordo com as classes específicas da REN

abrangidas e respetiva afetação das funções.

A Tabela 2 apresenta as interações do Projeto relativamente às funções inerentes às áreas

estratégicas de proteção e recarga dos aquíferos em áreas pertencentes à REN.

FUNÇÕES / REQUISITOS

PRECEITUADO LEGAL

AFETAÇÃO DAS FUNÇÕES /

REQUISITOS JUSTIFICAÇÃO

FU

ÕE

S D

AS

ÁR

EA

S E

ST

RA

GIC

AS

DE

PR

OT

ÃO

E R

EC

AR

GA

DE

AQ

UÍFE

RO

S

Garantir a

manutenção dos

recursos hídricos

renováveis disponíveis

e o aproveitamento

sustentável dos

recursos hídricos

subterrâneos

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar –

colocação de grelhas

arrelvadas e uso para

parqueamento – não afetará a

garantia da manutenção dos

recursos hídricos disponíveis,

tanto os superficiais como os

subterrâneos. No limite,

poderá ocorrer um ligeiro

escoamento superficial gerado

aquando da queda de

precipitação devido à

compactação do solo pelo

pisoteio e pela existência das

grelhas arrelvadas. Além

disso, do ponto de vista

Page 9: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 9 de 43

FUNÇÕES / REQUISITOS

PRECEITUADO LEGAL

AFETAÇÃO DAS FUNÇÕES /

REQUISITOS

JUSTIFICAÇÃO

hidrogeológico, se por um

lado a capacidade de

infiltração diminuír

ligeiramente nos locais

inseridos em REN (na mesma

proporção do aumento do

escoamento superficial) a

infiltração será reforçada nas

áreas imediatamente

localizadas a jusante (à escala

microtopográfica),

compensando as infiltrações

que não ocorram a montante.

Em suma, tendo em

consideração a localização

topográfica das ações a

executar e o respetivo uso,

considera-se que o balanço

hídrico será o mesmo em

ambas as situações.

Contribuir para a

proteção da qualidade

da água

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar –

colocação de grelhas

arrelvadas e uso para

parqueamento – não vão

contribuir de forma direta

para a diminuição da

qualidade da água, tendo em

consideração a sua natureza e

baixa área de afetação.

Assegurar a

sustentabilidade dos

ecossistemas

aquáticos e da

biodiversidade

dependentes da água

subterrânea, com

particular incidência

na época de estio

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar –

colocação de grelhas

arrelvadas e uso para

parqueamento – não têm

qualquer relevância do ponto

de vista da sustentabilidade

dos ecossistemas aquáticos e

da biodiversidade

dependentes da água

subterrânea.

Prevenir e reduzir os

efeitos dos riscos de

cheias e inundações,

de seca extrema e de

contaminação e

sobrexploração dos

aquíferos

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar –

colocação de grelhas

arrelvadas e uso para

parqueamento – não têm

qualquer relevância do ponto

de vista da prevenção de

riscos de cheias e inundações,

Page 10: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 10 de 43

FUNÇÕES / REQUISITOS

PRECEITUADO LEGAL

AFETAÇÃO DAS FUNÇÕES /

REQUISITOS

JUSTIFICAÇÃO

de seca extrema e de

contaminação e

sobrexploração dos aquíferos.

Prevenir e reduzir o

risco de intrusão

salina, no caso dos

aquíferos costeiros e

estuarinos

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não aplicável

Não existem aquíferos

costeiros ou estuarinos na

área de influência do Projeto.

Assegurar a

sustentabilidade dos

ecossistemas de

águas subterrâneas,

principalmente nos

aquíferos cársicos,

como por exemplo

invertebrados que

ocorrem em cavidades

e grutas

n.º 3 da alínea

D) da Secção II

do Anexo I do

Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

A sustentabilidade dos

ecossistemas de águas

subterrâneas (no presente

contexto não existem

aquíferos cársicos, mas sim

formações hidrogeológicas do

tipo cristalino com algum

comportamento sedimentar)

encontra-se assegurada pelos

motivos já anteriormente

referidos.

Tabela 2 – Interação / impactes do Projeto com as funções das Áreas Estratégicas de Proteção e

Recarga dos Aquíferos em Áreas pertencentes à REN

FUNÇÕES / REQUISITOS

PRECEITUADO LEGAL

AFETAÇÃO DAS

FUNÇÕES / REQUISITOS

JUSTIFICAÇÃO

FU

ÕE

S D

AS

ZO

NA

S A

MEA

ÇA

DA

S P

ELA

S C

HE

IA

S

Prevenção e redução do

risco, garantindo a segurança

de pessoas e bens

n.º 3 da alínea C) da Secção III do Anexo I

do Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar – colocação de

grelhas arrelvadas e uso para parqueamento – não afetam a prevenção e redução do risco existente e mantém a

segurança de pessoas e bens.

Garantia das

condições

naturais de

infiltração e

retenção

hídricas

n.º 3 da alínea C) da

Secção III do Anexo I

do Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar – colocação de

grelhas arrelvadas e uso para

parqueamento – serão, no limite,

responsáveis por um ligeiro incremento

do escoamento superficial gerado

aquando da queda de precipitação

devido à compactação do solo pelo

pisoteio. De todo o modo, do ponto de

vista hidrogeológico, se por um lado a

capacidade de infiltração será diminuída

ligeiramente nos locais inseridos em REN

Page 11: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 11 de 43

Tabela 3 – Interação do Projeto com as funções das Zonas Ameaçadas Pelas Cheias em áreas

pertencentes à REN

De acordo com a análise efetuada, à luz do disposto no Anexo I do Decreto-Lei n.º 124/2019,

considera-se que as funções ecológicas da REN serão salvaguardadas, pelo que não irá ocorrer

afetação da estabilidade, nem do equilíbrio ecológico do sistema biofísico e dos valores em

presença na REN.

(na mesma proporção do aumento do

escoamento superficial) a infiltração será

reforçada nas áreas imediatamente

localizadas a jusante (à escala

microtopográfica), localizadas

igualmente em REN, compensando as

infiltrações que não ocorram a

montante. Em suma, tendo em

consideração a localização topográfica

das ações a executar e o respetivo uso,

considera-se que o balanço hídrico será

o mesmo em ambas as situações.

Regulação

do ciclo

hidrológico

pela

ocorrência

dos

movimentos

de

transbordo e

de retorno

das águas

n.º 3 da alínea C) da

Secção III do Anexo I

do Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar – colocação de

grelhas arrelvadas e uso para

parqueamento – não têm qualquer

relevância do ponto de vista da

regulação do ciclo hidrológico e dos

movimentos de transbordo e/ou retorno

das águas.

Estabilidade

topográfica e

geomorfológi

ca dos

terrenos em

causa

n.º 3 da alínea C) da

Secção III do Anexo I

do Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar – colocação de

grelhas arrelvadas e uso para

parqueamento – dada a sua baixa

expressão, não têm qualquer relevância

do ponto de vista da estabilidade

topográfica e geomorfológica dos

terrenos.

Manutenção

da

fertilidade e

capacidade

produtiva

dos solos

inundáveis

n.º 3 da alínea C) da

Secção III do Anexo I

do Decreto-Lei n.º

124/2019

Não

As ações a efetuar – colocação de

grelhas arrelvadas e uso para

parqueamento – dada a sua diminuta

expressão, não afetaram a manutenção

da fertilidade e capacidade produtiva dos

solos inundáveis.

Page 12: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 12 de 43

As medidas de minimização para as diferentes fases do Projeto são as seguintes:

Fase de Construção:

• Deverão ser selecionadas grelhas de enrelvamento com elevada permeabilidade (pelo

menos 70% de acordo com a ficha técnica do fabricante);

• As grelhas de arrelvamento deverão ser colocadas nos locais estritamente necessários;

• As grelhas de arrelvamento deverão ser colocadas sobre o solo existente mantendo a

vegetação herbácea existente

Fase de Exploração:

• Na eventualidade de ocorrer a necessidade de substituir alguma das grelhas de

arrelvamento deverá optar-se por material com as mesmas características ou

semelhantes.

Fase de Desativação:

• Deverá proceder-se à remoção de todas as grelhas de arrelvamento existentes.

3.6 Identificar e analisar todas as servidões e restrições de utilidade pública

suscetíveis de serem afetadas pelo projeto, apresentando o parecer da Entidade

Regional da RAN do Norte dada a afetação de solos RAN e o parecer da entidade que

tutela a Linha Elétrica de Muita Alta Tensão.

R: As servidões e restrições de utilidade pública suscetíveis de serem afetadas pelo Projeto

foram mencionadas e analisadas no relatório síntese do EIA apresentado, nomeadamente no

que refere à linha elétrica de muito alta tensão.

O proponente pretende a seguinte utilização:

• Em REN:

o de 937,85m² de área para estacionamentos privados;

o de 1133,45m² de área para acesso aos estacionamentos.

• Em RAN:

o de 937,85m² de área para estacionamentos privados;

o de 1133,45m² de área para acesso aos estacionamentos.

• Em zona cautelar de salvaguarda arqueológica:

Page 13: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 13 de 43

o de 136,00 m² de área para estacionamentos privados (1);

o de 98,00 m² de área para acesso aos estacionamentos (2).

Os pareceres da Entidade Regional da RAN do Norte e o parecer da entidade que tutela a Linha

Elétrica de Muita Alta Tensão encontram-se disponíveis no Anexo IV.

3.7 Alterar as medidas de mitigação da fase de construção apresentadas no EIA para

que passem a ser medidas inerentes ao projeto e não a obrigações de terceiros.

R: As medidas de mitigação preconizadas não pretendiam retirar responsabilidade ao

proponente no caso de ocorrência de algum dano ambiental ou desrespeito pelas melhores

práticas aplicáveis, compreendendo-se, contudo, a sua reformulação. As duas medidas de

mitigação propostas são reformuladas e condensadas numa só.

Nesse sentido, onde é mencionado na página 135 de 411 do relatório síntese do EIA:

“ 4.2.10. Medidas de Mitigação

4.2.10.1. Fase de Construção

• O caderno de encargos para a construção da área de expansão deverá conter uma carta

de condicionantes a indicar de modo inequívoco os locais onde não poderão instalar

áreas de apoio à obra ou de estaleiros, bem como os locais onde será proibida a

circulação de veículos e/ou equipamentos associados à fase de construção.

• O empreiteiro deverá assinar um termo de responsabilidade relativo ao ordenamento do

território onde se comprometa a tomar conhecimento das condicionantes territoriais

existentes na envolvente da área de edificação (DPH, REN, RAN, outras condicionantes)

e das ações que não poderá efetuar nessas áreas. O empreiteiro aceitará ainda no

referido termo que será responsável pela comunicação das responsabilidades indicadas a

todos os subcontratados da obra. “

Deverá ler-se:

“ 4.2.10. Medidas de Mitigação

4.2.10.1. Fase de Construção

• O proponente será responsável pela ministração de uma ação de formação dirigida à

equipa de trabalho do empreiteiro / empresa de construção sobre o ordenamento do

território local onde lhes serão explicadas as condicionantes territoriais existentes na

envolvente da área de edificação (DPH, REN, RAN, outras condicionantes) e das ações que

não poderá efetuar nessas áreas. Na ação de formação a realizar será ainda entregue aos

Page 14: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 14 de 43

participantes uma carta de condicionantes a indicar de modo inequívoco os locais onde não

poderão instalar áreas de apoio à obra ou de estaleiros, bem como os locais onde será

proibida a circulação de veículos e/ou equipamentos associados à fase de construção.”

4 Uso do Solo

4.1 Atualizar a análise da Carta de Uso e Ocupação do Solo com referência à COS

2018, com a implantação dos limites do projeto (de forma que permita avaliar os usos

que se verificam na área do projeto) e da envolvente próxima, apresentando a

quantificação de superfície ocupada do solo e percentagem em função da área total,

das classes de uso.

R: Procedeu-se à atualização da informação tendo por base a COS 2018.

Na página 145 de 411 do relatório síntese do EIA a figura 43 (Carta de Uso e Ocupação

do Solo na região do Projeto) deverá ser substituída pela seguinte figura:

Figura 42 – Carta de Uso e Ocupação do Solo na região do Projeto

No seguimento da alteração importa também substituir o Anexo IV.1 do EIA, sendo o mesmo

Page 15: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 15 de 43

substituído pelo novo Anexo IV.1 inserido no Anexo V do presente pedido de elementos

adicionais.

Relativamente à quantificação de superfície ocupada do solo e percentagem em função da área

total, das classes de uso, tal informação pode ser consultada na Tabela 4.

Classe Área (ha) Percentagem

Culturas temporárias 0,016 0,75

Floresta alóctone 0,31 14,50

Indústria, comércio e

transportes 1,426 66,70

Tecido urbano 0,386 18,05

Total 2,138 100

Tabela 4 – Quantificação da superfície ocupada do solo em função das classes de uso na área do

Projeto

5 Qualidade do Ar

5.1 No ponto 3.3.3.4. “Emissões Gasosas de Fontes Fixas Emissões Gasosas” do EIA, a

Tabela 23 deverá ser revisitada, de acordo com o Plano de monitorização enviado à

empresa, no âmbito do autocontrolo de emissões atmosféricas, fazendo referência à

nova denominação da Fonte FF11 e FF12, bem como aos respetivos poluentes que

dizem respeito a cada Fonte de emissão pontual e respetiva periodicidade de

frequência de monitorização.

R.: O ponto 3.3.3.4. “Emissões Gasosas de Fontes Fixas” do EIA na página 69 a 70, onde consta

a tabela 23, a mesma, assume a seguinte forma:

Cód. Interno Descrição Parâmetros Autocontrolo

FF1 Râmola n.º 2 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF2 Râmola n.º 1 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF3 Secadeira n.º 1 COT's |PTS| Regime Trienal

FF4 Secadeira n.º 2 COT's |PTS| Regime Trienal

FF5 Râmola n.º 4

(entrada) COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF6 Râmola n.º 4

(saída) COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

Page 16: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 16 de 43

Tabela 5 – Resultados das caracterizações das emissões gasosas da Gravotêxtil e respetivos limites de emissão (2018 e

2020)

5.2Identificar eventuais áreas de excedência aos valores limite e quantificação da

população exposta e respetivas distâncias, no que diz respeito a recetores sensíveis

potencialmente afetadas pelas emissões geradas no Projeto.

R: De acordo com a síntese conclusiva do estudo de dispersão de poluentes efetuado e

constante no Anexo VI, não há afetação de recetores sensíveis e consequentemente da

população.

5.3 Apresentar layout da unidade industrial legível com todas as fontes emissoras

existentes e em funcionamento e a instalar na unidade industrial ou a relocalizar,

devidamente identificadas (FF…).

R: A planta identificativa das fontes fixas existentes, já com a nova codificação, encontra-se no

Anexo VII.

5.4 Revisitar o capítulo de Minimização de Impactes /ou compensação na fase de

construção (ampliação) e desativação, tendo em conta os impactes expectáveis em

matéria de qualidade do ar. Deverá ainda ser identificado o critério de verificação

e/ou evidências que demonstrem o cumprimento das medidas de minimização que

dizem respeito ao descritor “Qualidade do Ar”, para futura análise e monitorização do

cumprimento e/ou eficácia das mesmas.

FF7 Râmola n.º 3 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF8 Caldeira n.º 1 e

2 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF9 Râmola n.º 5 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Trienal

FF10 Râmola n.º 6 COT's |PTS|NOₓ|CO

PTS | Regime Trienal

COT's ; NOₓ; CO | Regime Quinquenal

FF11 ECO 1 COT's |PTS|NOₓ|CO Regime Quinquenal

FF12 ECO 2 COT's |PTS|NOₓ|CO

CO | Regime Trienal

COT's ; NOₓ; PTS | Regime Quinquenal

FF13 Cogeração COT's |PTS|NOₓ|CO|

SO2|COVNM

NOx | Regime Bianual (2x ano)

CO| Regime Trienal

SO2; PTS; COVNM | Regime Quinquenal

Page 17: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 17 de 43

R: Na página 341 de 411 do Relatório Síntese do EIA, onde se lê:

“4.12.9. Programa de Monitorização

Não se propõe nenhum programa de monitorização adicional, sem prejuízo da monitorização

atualmente realizada às fontes fixas do Projeto.”

Deverá ler-se:

“4.12.9. Programa de Monitorização

Deverá manter-se o Plano de Monitorização existente para as fontes de emissão pontual e

respetiva legislação vigente em matéria de emissões atmosféricas e aplicável ao Projeto.”

5.5 Identificar eventuais equipamentos previstos (fontes de emissão pontual) para a

fase de ampliação em matéria de impactes para a qualidade do ar.

R.: Não estão previstas máquinas suscetíveis de emitirem efluentes gasosos. O espaço previsto

para ampliação será alocado para armazém de produto acabado.

5.6 Apresentar tabela - “Listagem de Máquinas e Equipamentos por processo

produtivo” e identificando as respetivas fontes de emissão pontual (FF) existentes e

projetadas/a realocar para a fase de ampliação.

R: A Tabela 23 do EIA – Fontes fixas de emissões gasosas, passa a incluir a identificação do

processo, a designação do equipamento, a quantidade e o respetivo código.

Processo Produtivo Equipamento Quantidade (N.º) Código Fonte Fixa

Acabamento

Tumbler 1 -

Cardas 4 -

Sanfor 2 -

Lâmina 1 -

Esmeril 1 -

Râmola n.º 2 1 FF1

Râmola n.º 1 1 FF2

Râmola n.º 3 1 FF7

Râmola n.º 4 (entrada) 1 FF5

Page 18: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 18 de 43

Processo Produtivo Equipamento Quantidade (N.º) Código Fonte Fixa

Râmola n.º 4 (saída) 1 FF6

Hidros 2 -

Máquina abrir 5 -

Calandras 2 -

Secadeira n.º 1 (Nova) 1 FF3

Secadeira n.º 2 1 FF4

ECO1 (sistema de

aproveitamento) 1 FF11

ECO2 (sistema de

aproveitamento) 1 FF12

Tinturaria

Jet's 30 -

Barcas 1 -

Cozinha de cores

Estantes rotativas 2 -

Bolseiros de envio de

corantes 2 -

Dos-chen de envio de

auxiliares 3 -

Serralharia

Serrote de fita 1 -

Esmeril 1 -

Torno mecânico 1 -

Cogeração

Caldeira de Co-Geração 1 FF13

Motor 1 -

Casa das caldeiras Geradores de vapor n.º 1 e

n.º 2 2 FF8

Tabela 23 – Fontes fixas de emissão gasosa

5.7 Esclarecer se o projeto se encontra abrangido pela apresentação de Plano de

Gestão de Solventes referente quer a fontes de emissão pontual existentes e em

funcionamento, quer sobre a área a ampliar.

R.: O projeto não se encontra abrangido pelo Plano de Gestão de Solventes (PGS), uma vez que

não tem enquadramento em nenhuma das atividades previstas no Anexo VII do Decreto–Lei n.º

127/2013, de 30 de agosto. Não tem enquadramento na atualidade, nem na futura ampliação.

5.8 Apresentar os cálculos da altura das chaminés ainda não aprovadas de acordo

com a metodologia fixada pela Portaria n.º 190-A/2018, de 2 de julho,

Page 19: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 19 de 43

complementados com a evidência de conformidade dos aspetos construtivos conforme

o estabelecido nas normas NP 2167:2007 e EN 15259.

R.:O cálculo das alturas das chaminés pode ser visto no Anexo VIII.

5.9 Revisitar o parágrafo que consta do ponto 4.12.9 “Programa de Monitorização”,

fazendo referência ao “Plano de monitorização” existente para as fontes de emissão

pontual e respetiva Legislação Vigente, em matéria de emissões atmosféricas e

aplicável ao projeto.

R.: Não se propõe nenhum programa de monitorização adicional, sem prejuízo da monitorização

atualmente realizada às fontes fixas do Projeto.

5.10 Em caso de excedência de Valores Limite de Emissão (VLE), identificar tipo de

medidas de gestão ambiental / medidas corretivas adequadas a adotar em caso de

excedência de Valores Limite de Emissão (VLE) - (Ponto 4.12.10.).

R.: Em função do plano de monitorização aprovado pela própria entidade não se verificam

excedências de VLE em nenhuma das fontes. Todos os equipamentos, especialmente, os que

emitem poluentes para a atmosfera, devem ter uma limpeza periódica de forma a minimizar

potenciais impactes. Caso se verifique excedência terá de ser analisado técnica e

financeiramente algumas tecnologias de forma a evitar que isso aconteça. De realçar que os

históricos não se verificam ultrapassagens de VLE.

Pelo exposto, na página 341 de 411 do Relatório Síntese do EIA, onde se lê:

“4.12.10. Medidas de Gestão Ambiental

Não se propõe nenhuma medida de gestão ambiental no que refere à qualidade do ar.”

Deverá ler-se:

“4.12.10. Medidas de Gestão Ambiental

• Efetuar a limpeza periódica dos equipamentos que geram efluentes gasosos”

6 Recursos Hídricos

6.1 Apresentação de planta à escala adequada, com indicação da rede de drenagem de águas

pluviais, residuais industriais e domésticas do estabelecimento. Indicação do destino final das

águas residuais domésticas.

Page 20: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 20 de 43

R.: As águas residuais domésticas são encaminhadas para o coletor da Águas Norte, S.A.,

misturando-se assim com as águas residuais industriais. A rede de águas pluviais, residuais

industriais e residuais domésticas é separativa e as respetivas plantas encontram-se no Anexo

IX.

7 Socioeconomia

7.1 Identificar e classificar os impactes negativos associados ao fator ambiental

socioeconomia, nomeadamente os decorrentes da alteração da qualidade do ar e ruído

gerados pela atividade industrial, assim como ao tráfego associado à atividade

industrial.

R: A análise, identificação e classificação de impactes negativos decorrentes da alteração

da qualidade do ar bem como o ruído gerado pela atividade industrial e tráfego

associado foi efetuada no fator ambiental Saúde Humana. Todavia, a mesma análise

será acrescentada ao fator ambiental socioeconomia.

Pelo exposto, na página 93 de 411 do relatório síntese do EIA, é acrescentado o

seguinte:

“4.1.9.2.5 Laboração do Projeto – Emissão de Ruído, Emissão de Poluentes Atmosféricos e

Existência de Substâncias Perigosas

A laboração do Projeto enquanto estabelecimento industrial do setor têxtil implica,

inevitavelmente, o recurso a máquinas e equipamentos industriais e tráfego associado. Tais

máquinas e equipamentos podem ser responsáveis pela geração de ruído e emissões

atmosféricas, bem como pela utilização de substâncias perigosas. Este aspeto ambiental,

juntamente com o tráfego de veículos, é indissociável da atividade de laboração do Projeto e

pode ser considerado como normal de acordo com o panorama tecnológico atualmente vigente.

A emissão de ruído, emissões atmosféricas e contacto com substâncias perigosas pode degradar

e/ou afetar de forma mais ou menos grave os recetores sensíveis, designadamente os

funcionários do Projeto e, no que concerne ao tráfego em geral, os habitantes locais. Tendo em

consideração que os veículos, máquinas e equipamentos possuem a homologação necessária

em termos de funcionamento e as conclusões dos fatores ambientais associados à qualidade do

ar, ambiente sonoro e saúde humana – retratados em capítulo próprio – considera-se que o

impacte ambiental sobre socioeconomia é de natureza negativa, de gravidade negligenciável e

probabilidade remota resultando num risco ambiental baixo e num impacte ambiental não

significativo.”

Page 21: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 21 de 43

No seguimento do referido importa também acrescentar à tabela 35 (Impactes sobre o descritor

socioeconomia durante a Fase de Exploração) presente na página 95 de 411 do relatório síntese

do EIA a coluna (aqui representada na forma de tabela autónoma) referente ao aspeto

ambiental agora avaliado e patente na Tabela 6.

Categorias de Análise

Aspeto Ambiental/ Impacte Ambiental

Laboração do Projeto – Emissão de Ruído, Emissão

de Poluentes Atmosféricos e Existência de

Substâncias Perigosas

Gravidade 4 – Negligenciável: danos ambientais sem importância

ou desprezáveis.

Probabilidade 4 – Remoto

Risco Ambiental 4 - Baixo

Condições de Controlo 4 - Existem

Significância 5 – Não Significativo

Natureza Negativo

Medidas de Mitigação Não

Monitorização Não

Tabela 6 – Impactes sobre a socioeconomia durante a fase de exploração

8 Análise de Riscos

8.1 A designação do Ponto 5 do Relatório de Síntese do EIA deverá ser alterada para

“Análise de Risco”.

R: Na página 393 de 411 do Relatório Síntese do EIA, onde se lê:

“5. Substâncias e Preparações Perigosas, Emergências e Análise de Risco de Acidentes Graves”

Deverá ler-se:

“5. Análise de Risco

8.2 Na Análise de Risco deve ser clarificado se ao estabelecimento industrial é

aplicável ou não, o Decreto-Lei n.º 150/2015, de 5 de agosto, que estabelece o

Regime de Prevenção de Acidentes Graves que envolvem substâncias perigosas e de

limitação das suas consequências para a saúde humana e para o ambiente (Diretiva Seveso

Page 22: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 22 de 43

II). No caso de não aplicável, considera-se que a análise de risco não deve fazer

referência a esta legislação.

R.: O estabelecimento industrial da Gravotêxtil – Sociedade de Acabamentos Têxteis, S.A., não

está abrangido pelo Decreto–Lei n.º 150/2015, de 5 de agosto, conforme o Anexo X.

8.3 Rever a caraterização da análise de risco, face o referido no parágrafo anterior.

No seguimento da resposta anterior e uma vez que o Projeto não se encontra abrangido pelo

Decreto–Lei n.º 150/2015, de 5 de agosto, reitera-se o exposto no Relatório Síntese do EIA a

este propósito.

8.4 Pese embora o estabelecimento tenha projeto de segurança contra incêndios em

edifícios aprovado por esta ANEPC, faltam as Medidas de Autoproteção (MAPS)

designado de “Plano de Segurança Interno”, de acordo com o Decreto-Lei n.º

220/2008, de 12 de novembro, alterado pela Lei n.º 123/2019, de 18 de outubro –

Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndios em Edifícios, e Portaria n.º

1532/2008, de 29 de dezembro – Regulamento de Segurança Contra Incêndio em

Edifício.

R.: As Medidas de Autoprotecção (MAP), ainda não foram entregues para a aprovação uma vez

que o estabelecimento ainda não tem alvará de utilização camarário. No entanto, estas medidas

já estão elaboradas e devidamente implementadas. Ver documento no Anexo XI.

8.5 Para prevenção das consequências de um eventual acidente no interior da

instalação, todos os colaboradores deverão estar familiarizados com os

procedimentos de emergência definidos nas MAP, no qual constem as medidas a

tomar para controlo das situações de emergência e os meios para limitar as suas

consequências, incluindo uma descrição do equipamento de segurança e meios e

recursos disponíveis. Neste âmbito, devem ainda ser realizados exercícios e

simulacros na instalação, com o envolvimento dos agentes de proteção civil e meios

externos que se considerem necessários.

R.: Conforme explicado no ponto anterior, as MAP estão devidamente elaboradas e

implementadas no estabelecimento e, periodicamente, são efetuados os devidos simulacros e a

respetiva formação.

Ainda não foi possível à Gravotêxtil realizar um simulacro com as devidas entidades,

perspetivando-se que tal aconteça assim que obtenha o licenciamento da atividade.

Page 23: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 23 de 43

No Anexo XII encontram-se:

• Relatórios dos simulacros;

• Formação;

• Equipas de emergência;

• Formação em primeiros socorros;

8.6 Atendendo o estabelecimento industrial fica muito próximo do rio Vizela,

considera-se pertinente que a análise de risco caraterize o risco de inundação.

R.: O estabelecimento industrial dista do rio Vizela, no seu ponto mais próximo, pelo menos 75

metros. A Figura apresenta a situação existente na envolvente do rio Vizela na área do

Projeto.

Figura 1 – Plataforma existente a marginar com o rio Vizela na área do Projeto

Page 24: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 24 de 43

A fotografia retratada na Figura foi tirada junto ao rio Vizela, no extemos sudoeste do lote de

terreno do Projeto. O local exato onde a fotografia foi captada pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Área potencialmente inundável, local onde a fotografia da Figura 1 foi obtida

e respetiva projeção de vista, no contexto do Projeto

A Figura 1 mostra a área potencialmente inundável a partir do rio Vizela e corresponde a um

patamar inferior separado de um patamar superior onde se encontra instalado o

estabelecimento industrial. O topo do talude ou alcantil (ver Figura ; topo que separa ambos os

patamares) – o inundável do não inundável – dista, no seu ponto mais próximo, cerca de 46

metros ao estabelecimento industrial. Esta realidade é imposta pelas condições topográficas

existentes. Pelo exposto, considera-se que não existe sequer risco de inundação da área onde o

estabelecimento industrial se encontra localizado.

Apenas para clarificar melhor a situação existente apresenta-se na Figura 2 uma fotografia que

mostra a diferença altimétrica entre as plataformas e que será em média de 2 m de altura.

Page 25: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 25 de 43

Figura 2 – Plataforma inundável à esquerda e plataforma não inundável à direita (o

estabelecimento industrial pode ser observado ao fundo)

9 Alterações Climáticas

9.1 O Projeto objeto do presente procedimento de AIA deverá ter em consideração o seguinte:

Foi aprovado pela RCM n.º 107/2019, de 1 de julho, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica

2050 (RNC2050), que explora a viabilidade de trajetórias que conduzem à neutralidade

carbónica, identifica os principais vetores de descarbonização e estima o potencial de redução

dos vários setores da economia nacional, como sejam a energia e indústria, a mobilidade e os

transportes, a agricultura, florestas e outros usos de solo, e os resíduos e águas residuais.

9.2 Foi aprovado em Conselho de Ministros de 21 de maio, o Plano Nacional Energia e Clima

2030 (PNEC 2030), que estabelece para 2030 uma meta de redução de emissões de GEE entre

45% e 55% (face a 2005), uma meta de 47% de energia proveniente de fontes renováveis e

uma redução no consumo de energia primária de 35%, assinalando a aposta do país na

descarbonização do setor energético, com vista à neutralidade carbónica em 2050. As linhas de

atuação identificadas no PNEC 2030 como forma de redução de emissões de gases com efeito

de estufa devem ser consideradas o referencial para efeitos de implementação de eventuais

medidas de minimização dos impactes a ter em conta em função da tipologia deste Projeto.

9.3 Foi aprovado o Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC), pela

RCM n.º 130/2019 de 2 de agosto, que complementa e sistematiza os trabalhos realizados no

contexto da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC2020, aprovada

Page 26: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 26 de 43

pela Resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 56/2015, de 30 de julho), tendo em vista o

seu segundo objetivo, o de implementar medidas de adaptação. O P-3AC abrange diversas

medidas integradas em nove linhas de ação, como o uso eficiente da água, prevenção das

ondas de calor, proteção contra inundações, entre outras. As medidas de adaptação

identificadas no P-3AC como forma de minimizar os impactes das alterações climáticas sobre o

projeto devem ser consideradas o referencial para efeitos de implementação de eventuais

medidas de minimização dos impactes a ter em conta da tipologia de Projeto.

R: De modo a dar resposta aos pontos anteriormente mencionados adita-se na página 355 de

411 do relatório síntese do EIA o ponto 4.13.4 Enquadramento Legal e respetivos subpontos.

O anterior ponto 4.13.4 denominado Aspetos Ambientais Associados ao Projeto passam a ler-se

4.13.6 Aspetos Ambientais Associados ao Projeto (adiante no presente pedido de elementos

adicionais adicionou-se ainda o ponto 4.13.5 Emissões de Gases com Efeito de Estufa do

Projeto).

Pelo exposto, adita-se o seguinte:

4.13.4 Enquadramento Legal

4.13.4.1. Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050

Tendo como objetivo o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris, foi publicada a Resolução

de Conselho de Ministros n.º 107/2019, de 1 de julho, que aprovou o Roteiro para a

Neutralidade Carbónica 2050 (RNC 2050), tendo em vista que o balanço das emissões de GEE e

a sua remoção ou captura da atmosfera seja nulo no território nacional no ano 2050. A

Resolução de Conselho de Ministros n.º 107/2019 define oito premissas para a concretização

desta visão estratégica:

i) Promover a transição para uma economia competitiva, circular, resiliente e neutra em

carbono, gerando mais riqueza, emprego e bem-estar;

ii) Identificar vetores de descarbonização e linhas de atuação subjacentes a trajetórias

para a neutralidade carbónica em 2050;

iii) Contribuir para a resiliência e para a capacidade nacional de adaptação às

vulnerabilidades e impactes das alterações climáticas;

iv) Estimular a investigação, a inovação e a produção de conhecimento em áreas-chave

para a concretização do objetivo da neutralidade carbónica;

v) Garantir condições de financiamento e aumentar os níveis de investimento;

vi) Assegurar uma transição justa e coesa que contribua para a valorização do território;

Page 27: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 27 de 43

vii) Garantir condições eficazes de acompanhamento do progresso alcançado rumo ao

objetivo da neutralidade carbónica (governação) e assegurar a integração dos objetivos de

neutralidade carbónica nos domínios setoriais;

viii) Envolver a sociedade nos desafios das alterações climáticas, apostando na educação,

informação e sensibilização, contribuindo para aumentar a ação individual e coletiva.

Esta visão necessita de ser traduzida nas diversas estratégias e instrumentos de política setorial

na energia, nos transportes, no comércio, nos serviços, na indústria, nos resíduos, na

agricultura e florestas, tendo em conta os vetores de descarbonização identificados e a

prosseguir pelo país nos próximos 30 anos. No contexto do Projeto dá-se ênfase às questões

associadas à indústria.

De modo a atingir um balanço neutro entre as emissões de poluentes e o sequestro de carbono

pelo uso do solo e florestas, o RNC 2050 estabelece como objetivos a redução de emissões de

GEE entre 85% e 90% até 2050, face aos valores de 2005, e a compensação das restantes

emissões através do uso do solo e florestas, a alcançar através de uma trajetória de redução

de emissões entre 45% e 55% até 2030, e entre 65% e 75% até 2040, face aos valores de

2005. Estabelecem-se nesse contexto vários vetores de descarbonização e linhas de atuação,

dos quais se destacam os seguintes:

a) Descarbonizar a produção de eletricidade, eliminando a produção de eletricidade a partir do

carvão até 2030 e prosseguindo com a total descarbonização do sistema electroprodutor até

2050, apostando nos recursos endógenos renováveis;

b) Concretizar a transição energética, aumentando muito significativamente a eficiência energética

em todos os setores da economia, apostando na incorporação de fontes de energia renováveis

endógenas nos consumos finais de energia, promovendo a eletrificação e ajustando o papel do

gás natural no sistema energético nacional;

c) Descarbonizar a mobilidade, privilegiando o sistema de mobilidade em transporte coletivo,

através do seu reforço e da descarbonização das frotas, apoiando soluções inovadoras e

inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a mobilidade

elétrica e outras tecnologias de zero emissões, a par da redução da intensidade carbónica dos

transportes marítimos e aéreos, apostando na inovação, na eficiência e em combustíveis mais

limpos e de base renovável, bem como, a descarbonização do transporte de mercadorias de

curta e longa distância, promovendo uma cadeia logística com uma repartição modal que

minimize a intensidade carbónica e energética do sistema de transporte, reafirmando o papel do

transporte marítimo e fluvial conjugado com o transporte ferroviário de mercadorias;

d) Promover a transição energética na indústria, a incorporação de processos de produção de baixo

carbono e as simbioses industriais, promovendo a inovação e a competitividade;

e) Alterar o paradigma de utilização dos recursos na produção e no consumo, abandonando o

modelo económico linear e transitando para um modelo económico circular e de baixo carbono;

Page 28: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 28 de 43

f) Prevenir a produção de resíduos, aumentar as taxas de reciclagem e reduzir muito

significativamente a deposição de resíduos em aterro;

g) Estimular a investigação, a inovação e a produção de conhecimento para a neutralidade nos

vários setores de atividade;

h) Fomentar o desenvolvimento da nova economia ligada à transição energética e à

descarbonização, apoiando o desenvolvimento de novos clusters industriais e de serviços, e a

geração de novas oportunidades empresariais;

i) Promover uma transição justa e coesa, que valorize o território, crie riqueza, promova o

emprego e contribua para elevar os padrões de qualidade de vida em Portugal.

O desenvolvimento do RNC 2050 articulou-se com os trabalhos de preparação do Plano Nacional

de Energia e Clima (PNEC) e que consiste no principal instrumento de política energética e

climática para 2021-2030.

4.13.4.2. Plano Nacional de Energia e Clima 2030

O Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030), aprovado pela Resolução do Conselho de

Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho, constitui o instrumento de política energética e climática

nacional para a próxima década em direção a um futuro neutro em carbono.

O PNEC 2030 posiciona Portugal entre os países mais ambiciosos da Europa no combate às

alterações climáticas e visa o estabelecimento de metas, objetivos, políticas e medidas em

matéria de: redução de emissões de GEE; incorporação de energias e fontes renováveis;

eficiência e segurança energética; mercado interno e investigação; inovação e competitividade;

bem como uma abordagem clara para o alcance dos objetivos e metas definidos.

O PNEC 2030 tem como visão estratégica para Portugal no horizonte 2030 “Promover a

descarbonização da economia e a transição energética visando a neutralidade carbónica em

2050, enquanto oportunidade para o país, assente num modelo democrático e justo de coesão

territorial que potencie a geração de riqueza e uso eficiente de recursos”.

O alcance da visão estratégica definida assenta em 8 objetivos:

a) descarbonizar a economia nacional;

b) Dar prioridade à eficiência energética;

c) Reforçar a aposta nas energias renováveis e reduzir a dependência energética do país;

d) Garantir a segurança de abastecimento;

e) Promover a mobilidade sustentável;

f) Promover uma agricultura e floresta sustentáveis e potenciar o Sequestro de Carbono;

g) Desenvolver uma indústria inovadora e competitiva;

h) Garantir uma transição justa, democrática e coesa.

Page 29: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 29 de 43

De entre os objetivos enunciados os que possuem maior relevância para o Projeto, sem prejuízo

de nenhum dos restantes, correspondem aos elencados nas alíneas a), b), c) e g).

4.13.4.3. Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas

O Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC) foi aprovado pela

Resolução do Conselho de Ministros n.º 130/2019, de 2 de agosto, visa concretizar o segundo

objetivo da Estratégia Nacional para Adaptação às Alterações Climáticas 2020 (ENAAC 2020):

implementar medidas de adaptação, particularmente ao nível de intervenções físicas com

impacto direto no território. Nesse contexto, estabelece as linhas de ação e as medidas

prioritárias de adaptação, identificando as entidades envolvidas, os indicadores de

acompanhamento e as potenciais fontes de financiamento.

As linhas de ação estabelecidas visam a redução dos principais impactos e vulnerabilidades do

território que são os seguintes:

a) aumento da frequência e da intensidade de incêndios rurais;

b) aumento da frequência e da intensidade de ondas de calor;

c) aumento da frequência e da intensidade de períodos de seca e de escassez de água;

d) aumento da suscetibilidade à desertificação;

e) aumento da temperatura máxima;

f) aumento da frequência e da intensidade de eventos de precipitação extrema;

g) subida do nível das águas do mar;

h) aumento de frequência e da intensidade de fenómenos extremos que provocam

galgamento e erosão costeiro.

Por outro lado, as linhas de ação do P-3AC correspondem às seguintes:

1. Prevenção de incêndios rurais – intervenções estruturantes em áreas agrícolas e florestais;

2. Implementação de técnicas de conservação e de melhoria da fertilidade do solo;

3. Implementação de boas práticas de gestão de água na agricultura, na indústria e no

setor urbano para prevenção dos impactos decorrentes de fenómenos de seca e de

escassez;

4. Aumento da resiliência dos ecossistemas, espécies e habitats aos efeitos das alterações

climáticas;

5. Redução da vulnerabilidade das áreas urbanas às ondas de calor e ao aumento da

temperatura máxima;

6. Prevenção da instalação e expansão de espécies exóticas e invasoras, de doenças

transmitidas por vetores e de doenças e pragas agrícolas e florestais;

7. Redução ou minimização dos riscos associados a fenómenos de cheia e de inundações;

Page 30: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 30 de 43

8. Aumento da resiliência e proteção costeira em zonas de risco elevado de erosão e de

galgamento e inundação;

9. Desenvolvimento de ferramentas de suporte à decisão, de ações de capacitação e

sensibilização.

No âmbito do Projeto importa destacar a linha de ação indicada no ponto 3 – Implementação de

boas práticas de gestão de água na agricultura, na indústria e no setor urbano para prevenção

dos impactos decorrentes de fenómenos de seca e de escassez. De entre os principais objetivos

desta linha de ação, aplicável à indústria, destacam-se os seguintes tendo em consideração o

contexto do Projeto:

a) Reduzir o consumo de água nos vários setores;

b) Incrementar a eficiência hídrica nos vários setores.

As medidas/concretização dos objetivos indicados consistem em:

c) Adoção de boas práticas de gestão de água na indústria, com vista à redução do

consumo:

i) Reutilização de águas residuais na indústria;

ii) Instalação de sistemas para o aproveitamento das águas pluviais.

9.4 A avaliação dos impactes decorrentes de projetos sujeitos a AIA prende-se com a

necessidade de calcular as emissões de GEE que ocorrem direta ou indiretamente nas diversas

fases do projeto e que as mesmas sejam analisadas numa perspetiva de mitigação às

Alterações Climáticas (AC). Adicionalmente devem ser tidos em conta todos os fatores que

concorrem para o balanço das emissões de GEE, quer na vertente emissora de carbono quer na

vertente de sumidouro, se aplicável.

9.5 O EIA identificou o aumento das emissões de GEE decorrentes do projeto como um dos

impactes ambientais, que estão associados à atividade industrial resultantes da queima dos

combustíveis fósseis (gasóleo) e do consumo de energia elétrica por parte das máquinas,

equipamentos e veículos utilizados na atividade nas fases de construção e exploração. No

entanto, o EIA carece de informação relativa ao cálculo da estimativa das emissões de GEE

totais inerentes ao projeto, que ocorrem direta ou indiretamente nas diversas fases do projeto.

9.6 Assim, pede-se que seja remetida a estimativa das emissões de GEE inerentes ao Projeto.

De salientar que para determinação das emissões de GEE em todos os setores devem ser

utilizadas sempre que possível os fatores de cálculo (exemplo: fatores de emissão) e as

metodologias de cálculo constantes do Relatório Nacional de Inventários (NIR - National

Inventory Report) que pode ser encontrado no Portal da APA em:

Page 31: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 31 de 43

https://apambiente.pt/_zdata/Inventario/20200318/NIR_FINAL.pdf

A introdução de medidas de minimização de emissões, nomeadamente através da

implementação de medidas de aumento da eficiência energética, é um aspeto relevante para

que seja assegurada uma trajetória sustentável em termos de emissões de GEE. O EIA analisou

e avaliou as Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) constantes em cada BREF passíveis de serem

aplicadas e implementadas na instalação, uma vez que o projeto ainda não está concluído. O

Proponente propôs medidas, tais como: a. Produção de energia térmica através dos dois

equipamentos geradores de vapor e produção de energia elétrica para autoconsumo através do

sistema de cogeração; b. Aplicação das MTD referidas no BREF ICS no processo de

arrefecimento da etapa de tingimento através da água; c. Utilização, na fase de construção da

obra de expansão, de máquinas e equipamentos, sempre que aplicável, a marcação CE e

devidamente homologados. 9/11

9.7 Relativamente ao EIA apresentado, há a apontar que as emissões de GEE devem ser

analisadas em capítulo próprio e numa perspetiva de Mitigação às AC e não englobadas no

descritor “Qualidade do Ar”.

R.: De modo a dar resposta aos pontos anteriormente mencionados adita-se na página 355 de

411 do relatório síntese do EIA e logo após o ponto 4.13.4 Enquadramento Legal (aditado

anteriormente) o ponto 4.13.5 Emissões de Gases com Efeito de Estufa do Projeto.

O anterior ponto 4.13.4 denominado Aspetos Ambientais Associados ao Projeto passam a ler-se

4.13.6 Aspetos Ambientais Associados ao Projeto.

Assim, adita-se o seguinte:

“4.13.6 Emissões de Gases com Efeito de Estufa do Projeto

O Projeto monitoriza os seus consumos energéticos e respetiva emissão de GEE uma vez que se

enquadra como um consumidor intensivo de energia. O Projeto tem em curso um Sistema de

Gestão de Consumos Intensivos de Energia (SGCIE) que obedece à legislação em vigor na

matéria.

No Anexo XIII é possível consultar o Relatório de Execução e Progresso 2020 (Lowjoule, 2021)

relativo ao SGCIE do Projeto e onde são apresentados os consumos desagregados por tipo de

energia, secção de produção e diversos indicadores.

No que concerne às emissões de GEE derivadas do consumo de energia do Projeto, apresenta-

se na tabela seguinte os respetivos valores entre 2018 e 2020.

Page 32: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 32 de 43

ANO CO2 (ton)

2020 10.688,25

2019 11.125,03

2018 10.533,60

Tabela 114 – Emissões de GEE do Projeto entre 2018 e 2020

De acordo com a análise da tabela anterior o Projeto emitiu em 2020 um total de 10.688,25

toneladas deCO2.

O Projeto tem em curso um Plano de Racionalização dos Consumos de Energia (PREn) a vigorar

entre 2016 e 2023, plano esse que tem por objetivo a racionalização dos consumos energéticos

e com claros efeitos diretos na emissão de GEE. O PREn aprovado permitiu estabelecer um

Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia (ARCE) para o Projeto.

Tendo por base o REP 2020 (Anexo AC.8.4; Lowjoule, 2021), nomeadamente as suas

conclusões, importa destacar que em 2020 registou-se uma diminuição de 0,3% nos consumos

energéticos totais comparativamente com o ano de referência, 2015. Além disso, a produção

aumentou nesse mesmo período 8,9% na secção de tinturaria e 14,8% na secção de

acabamento. No final de 2020, o indicador consumo específico e intensidade energética

apresentaram uma evolução favorável face às metas legais estabelecidas em ambas as secções

de produção.

O indicador DE intensidade carbónica evoluiu negativamente comparativamente com a meta

legal, todavia, e face às metas previstas para o Projeto, o referido indicador apresentou uma

evolução favorável em ambas as secções de produção. A meta prevista para 2019 e 2020 era

de uma Intensidade Carbónica (IC) de 2,72 ton CO2/tep tendo-se atingido um IC de 2,65 e

2,66 em 2019 e 2020, respetivamente. O Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia

(ARCE) prevê, contudo, a partir de 2021 e até 2023 um IC de 1,75.

Importa ainda destacar que no âmbito das medidas de eficiência energética o Projeto

implementou, em 2017, a recuperação de calor dos gases de exaustão das râmolas 2, 4 e 5

para pré-aquecimento da água da tinturaria. Esta medida permitiu evitar a emissão de 1.155,20

ton CO2 (Lowjoule, 2021). Adicionalmente, foi também implementada em 2019 a instalação de

Page 33: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 33 de 43

um sistema de cogeração para autoconsumo e que permitiu evitar a emissão de 246,69 ton

CO2 em 2019 (Lowjoule, 2021).

“Importa ainda substituir na página 357 de 411 do relatório síntese do EIA o texto do

ponto 4.13.5.2.1 Laboração do Projeto – Emissão de Gases com Efeito de Estufa pelo

seguinte enunciado:

“A laboração do Projeto, situação existente atualmente, recorre a várias máquinas e

equipamentos inerentes à tipologia de produção realizada. As máquinas e equipamentos

recorrem a energia elétrica e a combustíveis gasosos e líquidos. O fornecimento de energia aos

equipamentos referidos implica a emissão indireta de GEE (no caso dos equipamentos a energia

elétrica) e direta no caso dos combustíveis com origem fóssil. Além disso, a frota de veículos

associada ao Projeto é responsável, pelo menos nos próximos anos, pelo consumo de

combustíveis líquidos, designadamente diesel. De todo o modo, o recurso à energia é

indispensável para o funcionamento do Projeto.

A emissão de GEE do Projeto no ano de 2020 foi de 10.688,25 ton CO2 estando o mesmo

munido de um SGCIE. Nesse contexto, o Projeto tem em curso um PREn a vigorar até 2023 e

tem igualmente estabelecido um ARCE. Este contexto particular implica que o Projeto

monitorize constantemente os seus consumos energéticos e que atue sobre os mesmos, com

claros reflexos na minimização da pegada carbónica. Tendo por base o ano de referência de

2015 o Projeto diminuiu os consumos energéticos e, consequentemente a pegada carbónica, em

0,3%, não obstante ter alcançado um aumento de produção de 8,9% e 14,8% nas secções de

tinturaria e de acabamento, respetivamente.

Face ao exposto, o impacte sobre o Clima e Alterações Climáticas é considerado negativo,

negligenciável e de ocorrência certa, resultando num risco ambiental moderado. O impacte é

considerado como Não Significativo.”

9.8 Quanto aos equipamentos de climatização que se encontram previstos, deve acautelar-se a

seleção preferencial de equipamentos que utilizem gases fluorados com menor potencial de

aquecimento global ou mesmo equipamentos que utilizem fluídos naturais.

R: Adita-se na página 359 de 411 do relatório síntese do EIA uma medida de mitigação

adicional ao ponto 4.13.7.2 Fase de Exploração que consiste em:

“A seleção de equipamentos de climatização deverá acautelar que utilizem gases fluorados com

menor potencial de aquecimento global ou mesmo equipamentos que utilizem fluídos naturais.

Page 34: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 34 de 43

Quanto à vertente Adaptação:

9.9 No essencial, a vertente adaptação às AC incide na identificação das vulnerabilidades do

Projeto às AC, na fase de exploração, tendo em conta, em particular, os cenários climáticos

disponíveis para Portugal e eventuais medidas de minimização. Aspetos importantes a

considerar englobam a possibilidade de aumento da frequência e intensidade dos fenómenos

extremos. Assim, o EIA deve abordar a avaliação destes fenómenos tendo em consideração não

apenas os registos históricos, mas também o clima futuro para a identificação das

vulnerabilidades do Projeto.

9.10 Importa destacar que, o Portal do Clima, disponível em http://portaldoclima.pt,

disponibiliza as anomalias de diversas variáveis climáticas (temperatura, precipitação,

intensidade do vento, evapotranspiração, entre outras) face à normal de referência de 1971-

2000, para os seguintes períodos 2011-2040, 2041-2070, 2071-2100. Os resultados são

apresentados para Portugal continental com uma resolução aproximada de 11 km para cenários

de emissões conducentes a forçamentos radiativos médio (RCP 4.5) e elevado (RCP 8.5).

9.11 Neste seguimento, o Proponente recorreu aos dados disponíveis no Portal do Clima para a

análise da previsão de evolução das principais variáveis climáticas, para os cenários de

emissões RCP 4.5 e RCP 8.5 e indicou que as principais alterações climáticas projetadas para a

região do Ave no horizonte 2040 são o aumento da temperatura média anual, em especial das

máximas e a diminuição da precipitação média anual.

9.12 No entanto não se encontra refletida no Relatório Síntese do EIA uma avaliação das

vulnerabilidades e dos fenómenos extremos a que o Projeto ficará sujeito no longo prazo, nem

identificou eventuais medidas para minimizar os efeitos das AC no Projeto.

R: De modo a dar resposta aos pontos anteriormente mencionados adita-se ao último parágrafo

do ponto 4.13.3. Alterações Climáticas (página 355 de 411 do relatório síntese do EIA) o texto

seguinte:

“Pelo exposto, considerando a variação nas variáveis precipitação e temperatura, é expectável

que as principais interferências das alterações climáticas sobre o Projeto se prendam com a

diminuição da disponibilidade de água e o aumento da temperatura, sem prejuízo dos

resultados obtidos no estudo hidrogeológico efetuado ao Projeto, uma vez que não se

perspetiva que o fornecimento de água seja afetado. É ainda expectável a ocorrência de

fenómenos climáticos extremos, particularmente um aumento da frequência, intensidade e

duração das secas, vagas de calor e episódios de calor extremo.

Page 35: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 35 de 43

Assim, relativamente à diminuição da disponibilidade de água, há que ter em conta que a

precipitação anual na área manter-se-á elevada, com um decréscimo na ordem dos 500 mm no

pior ano do pior cenário, e um decréscimo típico na ordem dos 100-200 mm anuais, quando

ocorre de todo decréscimo (Figura 132). A precipitação anual atual é na ordem dos 1.700 mm

(Figura 123), correspondendo por isso a um decréscimo na ordem dos 8 a 12% em anos típicos,

ascendendo aos 30% no pior ano.

No âmbito da ENAAC 2020, produziu-se em 2019 um relatório intercalar onde se faz uma

análise da variação do escoamento superficial e da recarga dos aquíferos para as diversas

regiões hidrográficas (APA, 2019).

Em relação ao escoamento superficial, para a Região Hidrográfica do Cávado, Ave e Leça (RH2),

onde se insere o projeto, verifica-se nas figuras que a variação do escoamento será

relativamente diminuta (Figura 135 e Figura 136), verificando-se a maior variação negativa nos

meses de outubro e novembro – provavelmente refletindo o aumento da sazonalidade da

precipitação.

Figura 135 – Escoamentos médios mensais na RH2, cenário RCP 4.5 (APA, 2019)

Page 36: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 36 de 43

Figura 136 – Escoamentos médios mensais na RH2, cenário RCP 8.5 (APA, 2019)

Em relação à recarga dos aquíferos, considerou-se uma recarga de referência de 340,3 hm3, e

calcularam-se as variações apresentadas na Tabela 114 e Figura 137.

Referência

2011-2040 2041-2070 2071-2100

Cenário 4.5

340,43

329,79 320,12 324,44

Cenário 8.5

325,92 323,4 305,92

Tabela 114 – Recarga média anual na RH2 (adaptado de ENAAC 2020, 2019)

Figura 137 – Recarga média anual na RH2 (adaptado de ENAAC 2020, 2019)

Para o cenário de emissões 4.5, prevê-se uma diminuição na ordem dos 10,6 hm3 (2011-2040)

aos 19,9 hm3 (2071-2100). Para o cenário 8.5, prevê-se uma redução dos 14,5 hm3 (2011-

2040) aos 34,5 hm3. Isto corresponde a uma redução de 10% no horizonte mais alargado do

pior cenário, e de 3% no horizonte mais imediato do cenário mais otimista.

De acordo com os dados apresentados e tendo em consideração o estudo hidrogeológico e as

conclusões da avaliação feita no âmbito do fator ambiental hidrogeologia, não se considera que

a redução prevista vá ter impacte na capacidade de laboração do projeto.

Relativamente ao impacte das alterações climáticas sobre a frequência e intensidade dos

eventos de seca, analisaram-se os dados disponíveis no Portal do Clima em relação ao índice

Page 37: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 37 de 43

SPI (Standardized Precipitation Index), que reflete a ocorrência de anomalias na precipitação

(Figura e Figura ).

Figura 138 – Índice SPI para o período 2011 - 2040, para os cenários de emissão RCP

4.5 e RCP 8.5 (retirado de portaldoclima.pt)

Figura 139 – Índice SPI para o período 2041 - 2070, para os cenários de emissão RCP

4.5 e RCP 8.5 (retirado de portaldoclima.pt)

Page 38: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 38 de 43

O índice SPI reflete também um aumento da sazonalidade na precipitação, com uma diminuição

no verão e aumento nas restantes estações. Ainda assim, verifica-se que o índice anual subirá,

não sendo por isso provável que a ocorrência de secas tenha um impacte considerável no

Projeto.

No que concerne aos fenómenos de calor extremo e risco de incêndio verifica-se pela análise da

Figura 140 e da Figura 141 que é expectável um aumento do número de dias em onda de calor,

em relação ao período de referência de 1971-2000.

Figura 140 – Variação do número de dias em onda de calor, em relação ao período de

referência de 1971-2000, para o período 2011-2040 (retirado de portaldoclima.pt)

Page 39: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 39 de 43

Figura 141 – Variação do número de dias em onda de calor, em relação ao período de

referência de 1971-2000, para o período 2041-2070 (retirado de portaldoclima.pt)

Igualmente, espera-se um aumento da ocorrência de eventos de calor extremo, aqui refletida

no número de dias consecutivos com temperatura máxima igual ou superior a 35º C (Figura

142 e Figura 143).

Page 40: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 40 de 43

Figura 142 – Variação do número de dias com temperatura máxima >=35º C, em

relação ao período de referência de 1971-2000, para o período 2011-2040 (retirado de

portaldoclima.pt)

Page 41: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 41 de 43

Figura 143 – Variação do número de dias com temperatura máxima >=35ºC, em

relação ao período de referência de 1971-2000, para o período 2041-2070 (retirado de

portaldoclima.pt)

Ainda que estes aumentos de temperatura possam ter relevância nos processos produtivos,

quer ao nível do equipamento quer do bem-estar dos funcionários, refletem-se também no

aumento do risco de incêndio florestal. É expectável que a região do Ave vá sofrer um aumento

da frequência de ocorrência de incêndios florestais, bem como da sua dimensão, esperando-se

ainda um alargamento da época de incêndios (Bento-Gonçalves, 2012). Uma vez que estes

fenómenos, nomeadamente a ocorrência de incêndios florestais nas imediações, estão fora do

controlo do projeto, apenas se podem propor medidas para lidar com a sua ocorrência, como

sejam evitar a acumulação de materiais ou resíduos no perímetro do projeto, que possam

representar um risco de deflagração ou alastramento de eventuais incêndios. Contudo, importa

referir que a posição topográfica do Projeto é vantajosa no que ao risco de incêndio diz respeito

uma vez que o mesmo se encontra numa zona de fundo de vale, perto do rio Vizela.

“ Adita-se na página 359 de 411 do relatório síntese do EIA uma medida de mitigação adicional

ao ponto 4.13.7.2. Fase de Exploração que consiste em:

Page 42: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 42 de 43

“Nas áreas do perímetro fabril deverá ocorrer uma manutenção periódica da vegetação

rasteira e arbustiva, sem prejuízo da vegetação ripícola existente nas margens do rio Vizela.“

9.13 De salientar, como referido no relatório do EIA que “O Projeto é um consumidor de

recursos hídricos intensivo, ou seja, consome muita água, principalmente água subterrânea”. A

água utilizada 10/11 nas áreas sociais do projeto são provenientes da rede pública de

abastecimento, enquanto a água utilizada na produção é proveniente de 13 furos. No

subcapítulo “Águas subterrâneas e de Superfície” do Relatório, o Proponente conclui que “O

impacte ambiental não é considerado como importante na medida em que existe água em

abundância no local e que as chuvas do semestre húmido são suficientes para a necessária

recarga dos furos”. Assim sendo, deverá o Proponente esclarecer se teve em conta o efeito das

alterações climáticas no longo prazo nesta análise.

R: A avaliação e análise da significância do impacte ambiental referido é mantida tal como

indicado no EIA. Ainda que seja verdade a previsível diminuição da disponibilidade de água no

futuro devido às alterações climáticas, tal como mencionado na resposta ao ponto anterior, a

precipitação anual manter-se-á elevada. Por outro lado, importa referir que na região em

estudo não existem verdadeiros aquíferos, mas sim formações cristalinas nas quais a água

subterrânea circula essencialmente através de fraturas nas rochas e que a localização

topográfica do Projeto é altamente favorável para a elevada recarga das áreas de influência das

captações existentes. As disponibilidades hídricas subterrâneas existentes são elevadas e ainda

que ocorra alguma diminuição da precipitação tal facto irá ter uma baixa influência nas

captações subterrâneas do Projeto.

10 Resumo Não Técnico (RNT)

10.1 Considera-se que o RNT não apresenta as condições necessárias para a abertura

da Consulta Pública, tendo como base quer a Nota Técnica de 2008 "Critérios de Boa

Prática para o RNT" elaborada pela APAI em colaboração com a Agência Portuguesa

do Ambiente, quer os "Critérios para a Fase de Conformidade em AIA" aprovados pela

Informação da Secretaria de Estado do Ambiente n.º10 de 18/02/2008, quer ainda o

ponto 1 do módulo X.i do Anexo II da Portaria n.º 399/2015, 5 de novembro. Sem

prejuízo de incorporar a nova informação decorrente das solicitações relativas aos

Page 43: RESPOSTA PEDIDO LEMENTOS DICIONAIS (PEA)

RESPOSTA PEDIDO ELEMENTOS

ADICIONAIS

N.º PL20200813001143

GRAVOTÊXTIL – SOCIEDADE DE ACABAMENTOS TÊXTEIS, S.A. Página 43 de 43

fatores ambientais atrás referidos, o RNT deverá ser reformulado de acordo com as

considerações seguintes:

10.2 O RNT no seu conteúdo deverá conter a descrição dos impactes residuais, da

monitorização e das lacunas. Deve referir a eficácia estimada das medidas previstas

para prevenir, reduzir ou compensar os impactes negativos e para potenciar os

impactes positivos. Deve identificar os impactes residuais e a monitorização. Na

conclusão deve refletir o balanço dos impactes significativos (positivos e negativos).

10.3 As peças desenhadas incluídas no RNT deverão ser completadas, nomeadamente,

a Figura 1 deverá conter a escala, e a Figura 2 deverá conter a orientação (Norte) e a

respetiva escala.

10.4 Deverão ser retirados os códigos técnicos intrusivos que constam do rodapé do

RNT. Deverá ainda ser apresentado o seguinte, para efeitos de consulta pública

Ficheiros (em formato Shapefile), com a localização e delimitação georreferenciada do

projeto em avaliação, no sistema de coordenadas ETRS_1989_TM06-Portugal, tendo

em vista a utilização do sistema de Consulta Pública dos procedimentos de AIA,

através de uma plataforma eletrónica.

R: O RNT com as devidas correções e os ficheiros em shapefile encontram-se no Anexo XIV.

No seguimento do atrás exposto, os aspetos identificados deverão ser esclarecidos /

apresentados sob a forma de Aditamento ao EIA, de forma a possibilitar a correta

compreensão e avaliação ambiental deste Projeto.