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RESOLUÇÃO PACÍFICA DE CONFLITOS Moises Silva – SENASP/MJ 2014 CURSO NACIONAL DE MULTIPLICADOR DE POLÍCIA COMUNITÁRIA

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Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Apresentação: Moises Silva - 1º Tenente PMTO/SENASP

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Page 1: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

RESOLUÇÃO PACÍFICA DE CONFLITOS

Moises Silva – SENASP/MJ

2014

CURSO NACIONAL DE MULTIPLICADOR DE POLÍCIA COMUNITÁRIA

Page 2: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Objetivo geral

Apresentar e discutir conceitos, acepções, estruturas, estilos,

meios e procedimentos básicos aplicados à resolução

pacífica de conflitos no contexto da filosofia de Polícia

Comunitária.

Page 3: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Entendendo o conflito...

De acordo com o Dicionário Aurélio, CONFLITO é

definido como luta, combate, guerra, enfretamento,

oposição entre duas ou mais partes, desavenças entre

pessoas, grupos. Divergência de ideias, de opiniões,

de atitudes e de crenças.

Page 4: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

TRADICIONAL (1930-1940)

•De acordo com essa abordagem, todo conflito é considerado ruim e, por isso, deve ser evitado.

RELAÇÕES HUMANAS

(1940-1970)

•Conflito é uma consequência natural e inevitável em qualquer grupo, podendo ter o potencial de ser uma força positiva. No entanto, ainda é indesejado.

INTERACIONISTA

(1970-...)

•O conflito pode ser uma força positiva, além de ser, em alguns casos, necessário para o desempenho eficaz de um grupo.

TRANSIÇÕES NA CONCEITUAÇÃO DE CONFLITOS

Abordagens de conceituação de conflitos

Page 5: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Conflito funcional

•Apresenta consequências positivas

Conflito disfuncional

•Apresenta consequências negativas

EFEITOS OU CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS

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TIPOS DE CONFLITOS (ROBBINS 2002)

Conflito de tarefas

•Está relacionado ao conteúdo e às metas estipuladas para o trabalho.

Conflito de relacionamento/interpessoais

•Envolve situações complexas, movidas pelo relacionamento entre duas pessoas ou mais.

Conflito de processo

•Relaciona-se ao fato de como o trabalho é executado.

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NÍVEIS DE GRAVIDADE DO CONFLITO

CONFLITO MANIFESTO (Aberto)

Já atingiu as duas partes, sendo expresso, manifestado e percebido pelos envolvidos. É chamado de aberto por não apresentar dissimulação, sendo inclusive, percebido por terceiros.

CONFLITO EXPERENCIADO (Velado)

Já atinge ambas as partes, verifica-se o surgimento dos sentimentos de hostilidade e raiva entre as partes. Chamado de velado por ser dissimulado e não manifestado.

CONFLITO PERCEBIDO (Latente)

Os indivíduos envolvidos percebem a existência do conflito, percebem que existem objetivos diferentes dos objetivos dos outros. Chama-se latente, pois o conflito existe potencialmente.

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TIPOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Ganhar/Perder

• Continuidade do conflito

Perder/perder

• Continuidade do conflito

Ganhar/ganhar

• As partes conseguem identificar soluções bem-sucedidas para seus problemas, permitindo que ambas atinjam os objetivos desejados

• Extingue o conflito por completo (única relação)

Page 9: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Conflito interpessoal

“divergência ou contraposição de desejos/necessidades

entre as pessoas, ou seja: um “desacordo” entre pessoas.”

Page 10: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Conflitos Interpessoais e as Relações com a Segurança Pública

São inerentes às relações humanas... Nessa acepção são inevitáveis: advém da falta

de coincidência inexorável havida pela diferença entre os indivíduos;

Quando mal gerenciados tendem a crescer... Situações de violência... E desta para a

de crime;

Violência e crime, nas relações interpessoais, podem se objeto de profilaxia, na

medida em que haja um trabalho à administração pacífica de conflitos, lá na origem;

Culturalmente admite-se que conflitos interpessoais mal administrados podem projetar contextos de violência e crime?

E...violência pode por fim, ainda que temporariamente, a conflitos interpessoais?

crimeVítima em potencialAutor em potencial

Ambiente propício

Page 11: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Culturalmente admite-se que sempre a melhor decisão será a de um terceiro

estranho à realidade e que as próprias partes podem ser as melhores gestoras de suas demandas?

...E com isso não se pretende desqualificar a importância do Poder Judiciário, das

Polícias e das Guardas... Mas, liberá-los para casos nos quais são imprescindíveis...

Chamados policiais para administração de conflitos

interpessoais chegam, em muitos locais, a índices superiores a

60%, o que distancia os trabalhos de segurança pública de

situações mais prementes.

Page 12: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Conflito

Instrumento tradicional: poder

(judiciário: binário –ganha-perde) e força

Aumento da violência e ou a reincidência

Podendo haver o recorrente e indevido

envolvimento do profissional

Retroalimentação

Os instrumentos tradicionais de administração de conflitos

interpessoais têm demonstrado eficácia para gerar

transformação do padrão relacional?

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Os Meios de Resolução Pacífica de Conflitos e os

recursos metodológicos de que se servem no plano da

Segurança Cidadã e da Polícia Comunitária vêm

como:

Instrumental de auxílio na intervenção em momentos em o confronto não se faça necessário

Polícias e

GuardasMeio à sua integração às ações comunitárias, dos gestores públicos e operadores do direito

Polícias e

Guardas

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Esse instrumental (MRPC) vai além... Proporciona:

Transformação do padrão de relacionamento e comunicação entre

agentes de segurança, a comunidade e os demais segmentos do Estado,

tão prejudicado pela confusão havida entre atribuições relativas à

segurança pública e a outros direitos, garantias fundamentais, postos em

xeque pelas demandas básicas, como as atinentes à saúde, educação,

alimentação, etc.

Page 15: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

Devemos ter claro NÃO ser atribuição exclusiva

do Estado a administração de conflitos

interpessoais que poderão ser tratados com

auxílio da lógica, da história, da psicologia, da

sociologia e do direito.

Page 16: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

...No entanto... Estado sobrecarregado...

Pronto: sensação de impunidade, reincidências, sentimento

de ineficácia dos serviços públicos, ...

E agora, como romper esse ciclo?

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Arbitragem Negociação

Conciliação Mediação

Meios de Resolução Pacífica de Conflitos

“ADRs”(Alternative dispute resolution)

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Aspectos importantes sobre as ADRs

O Estado nem sempre existiu... Surgiu a partir da Idade Moderna.

Na sociedade organizada, considera-se a existência de uma autoridade acima das partes com

poder de estabelecer limites de comportamento humano...

O Estado é imprescindível à pacificação do convívio social.

A notícia da intervenção de terceiros,

estranhos às relações negociais entre dois ou

mais sujeitos, voltados à facilitação do

entendimento entre esses, bem como à

otimização das negociações, NÃO É NOVA...

Desde os tempos de Salomão...

Page 19: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

As ADRs não devem ser encaradas numa dimensão privativista,

substitutiva do Judiciário, nem tampouco como terapia ou política

pública devotada a resolver o déficit de justiça judiciária pelo lado da

demanda...

“Alternativa”

Substutiva do Judiciário

Instrumento de segunda linha

Crítica

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Negociação

Definida como um processo de resolução de conflitos através do qual uma ou ambas as partes modificam as suas exigências até alcançarem um

compromisso aceitável para ambas.

Como é fácil de ver, é uma definição que se aplica a qualquer meio de resolução de conflitos não adjudicatório, quer seja mediação, conciliação ou

outro.

Em termos teóricos, a diferença entre negociação e mediação está na existência do terceiro imparcial.

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Conciliação

É uma forma de solução de conflitos em que as partes, através da ação de um terceiro, o conciliador, chegam a um acordo, solucionando a controvérsia.

Nesse caso, o conciliador terá a função de orientá-las e ajudá-las, fazendo sugestões de acordo que melhor atendam aos interesses dos dois lados em conflito.

Sempre com assistência do mediador até que se esgote a possibilidade das partes celebrarem um acordo que encerre essa demanda, com a formalização do respectivo

termo de transação ou compromisso arbitral. É o conciliador, pela sua formação jurídica, que a conduz até a formalização do acordo.

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Arbitragem

É uma forma de solução de conflitos em que as partes, por livre e espontânea vontade, elegem um terceiro, o árbitro ou o Tribunal Arbitral, para que este resolva a controvérsia, de acordo com as

regras estabelecidas no Manual de Procedimento Arbitral das Centrais de Conciliação, Mediação e Arbitragem.

O árbitro ou Tribunal Arbitral escolhido pelas partes emitirá uma sentença que terá a mesma força de título executivo judicial, contra a qual não caberá qualquer recurso, exceto embargos de

declaração.

É, o árbitro, juiz de fato e de direito, especializado no assunto em conflito, exercendo seu trabalho com imparcialidade e confidencialidade.

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

Conceito: é uma forma de administração pacífica de conflitos através

de um terceiro, equidistante, estranho ao conflito, que atuará como uma

espécie de “catalisador” e não interferirá na decisão final das partes que

o escolheram.

Mediador

Parte B Parte A

Page 24: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

A mediação aqui tratada NÃO deve

ser confundida com “intervenção”

em situação de crise” (sequestro), mas utilizada em

casos como:

Conflitos interpessoais

Conflitos interpessoais em contexto de crime (ex: Lei

9.099/95 e 11.340/06)

Conflitos interpessoais em contextos de violência

CONTEXTUALIZANDO A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

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CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE MEDIAÇÃO

¥ Processo participativo e flexível;

¥ Propõe-se a devolver às pessoas o controle sobre o conflito;

¥ Trabalha a comunicação e o relacionamento das partes;

¥ Trabalha, parte a parte, o problema a ser resolvido pelos próprios

envolvidos (protagonismo);

¥ É confidencial;

¥ Não existe julgamento ou oferta de solução;

¥ Constitui instrumento formado por técnicas que independem da formação

universitária do mediador, mas que impõe capacitação específica;

¥ Sua aplicação tem se demonstrado relevante em conflitos escolares,

familiares, empresariais, na área penal, nas relações de trabalho, em

comunidades, entre outras...

Page 26: Resolução Pacífica de Conflitos - Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária - Moises Silva - 1º Ten PMTO/SENASP

OBJETIVO DA MEDIAÇÃO

Não é necessariamente a obtenção de um acordo, mas a transformação do

padrão de comunicação e relacionamento dos envolvidos, com vias a um

entendimento.

As partes, na mediação, são introduzidas à cultura da comunicação e da administração

pacífica de seus próprios problemas, à conversão de um conflito de interesse em

possibilidades reais para sua administração efetiva.

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MEDIADOR

Quem é o mediador?

Terceiro estranho ao conflito;

Rege o processo, mas não decide; questiona respeitosamente, busca os reais interesses,

além das posições rígidas

É imparcial;

Trabalha em regime de confidencialidade;

Não decide, não aconselha e não propõe acordo às parte;

Facilita a comunicação;

Focaliza a transformação dos padrões relacionais; Resgata as habilidades das partes para que se sintam capazes de decidir;

Utiliza técnicas específicas de escuta ativa e análise para definição de interesses.

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Importante!

O mediador não decide, não é juiz nem um árbitro e as partes não

perdem para que se componham ou, em parte das vezes alcancem um acordo. E se esse acordo vier, ele poderá ser jurídico ou não,

formalizado ou não. E não será o profissional de segurança pública

que redigirá os acordos. É importante que sejam formalizados, por

exemplo, pela Defensoria Pública, Advogados, pelo Ministério Público, pelo Judiciário.

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•Surgiu na década de 50. Tratava de questões comerciais com auxílio de um terceiro. Foco direcionado para o acordo na resolução de questões específicas. O mediador é um facilitador da comunicação. O acordo significa a diminuição das diferenças, as semelhanças enfatizadas e elencados os valores e interesses comuns.

Tradicional-Linear

(Havard)

•Pressupõe um aumento no protagonismo das pessoas envolvidas no conflito, em que elas próprias se percebam como partes integrantes do conflito e de sua solução.

Transformativo (Bush e Folger)

•Tem suas bases na comunicação, nos elementos verbais e não-verbais, corporais, gestuais, entre outros.

Circular-Narrativo

Modelos de mediação

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Técnica

Útil em contextos complexos, como os jurídicos, de violência e

crime.

Trabalho técnico interdisciplinar (direito, psicologia, social,

engenharia), porém despidos das atividades próprias de suas

formações de origem.

Comunitária

Policial e Guarda podem aplicar as técnicas de ADRs em seus

atendimentos diários em conflitos interpessoais, fazendo encaminhamentos focalizados, por exemplo para núcleos de

mediação técnico-comunitária.

Poderão mediar conflitos na implantação de projetos de

polícia comunitária. Destacados especificamente para núcleos de mediação. Atentando-se

para o fato de que mediador é mediador, policial é policial,

guarda é guarda...

ESPÉCIES DE MEDIAÇÃO

Metodologicamente destacam-se:

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Mediação Comunitária

É uma ferramenta de estímulo à solidariedade, mecanismo facilitador

do estabelecimento de cooperação entre partes, propiciando o

empoderamento e autodeterminação de grupos sociais.

Foco: conflitos entre atores da comunidade na sua ecologia;

Realizada: pela comunidade;

Local: comunidade

Visão: mudança dos padrões do comportamento dos atores

comunitários, através do fortalecimento dos canais de comunicação,

com vistas à administração pacífica dos conflitos interpessoais entre os

integrantes da comunidade. Pode ser aplicada nas disputas de

vizinhos, de propriedade e uso de terras, conflitos familiares,

educacionais, de saúde, DE SEGURANÇA, utilização e acesso de

equipamentos urbanos.

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DESENVOLVIMENTO DA MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA

É necessária a estruturação prévia do trabalho em rede

(pública e social);

Conhecer a ecologia (estudo das relações existentes no

ambiente) local;

Mapear as instituições e órgãos públicos existentes, que

possam servir de apoio ao trabalho de mediação (parceiros

formais ou informais: unidades de saúde, polícia, guarda,

escolas, igrejas, associações, grupos culturais, entre outros.

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POP PARA APLICAÇÃO DAS ADRS NOS CONFLITOS INTERPESSOAIS

Situação 1: As partes em conflito são seres humanos e estão em sofrimento

Não procurar um culpado pelo contexto de conflito ou violência;

Distanciar-se, não se envolver pessoalmente com o problema;

Identificar as particularidades da comunidade;

Tomar em conta seus valores pessoais e sua visão de mundo, diante da situação de conflito. Como isso afeta?;

Observar as condições materiais, físicas e psicológicas das partes em conflito. Definir a intervenção mais adequada;

Identificar se há viabilidade de ADRs ou a necessidade premente de providência jurisdicional;

Mapear e estabelecer parceria com os serviços da rede;

Utilizar os equipamentos da rede pública para os encaminhamentos necessários, independentemente do trabalho com as ADRs;

Identificar se há rede disponível pessoal das partes;

Compreender os significados, interesses e necessidades contidas nas narrativas das partes em conflito;

Toda narrativa tem a intenção de nos convencer de algo. Ficar atento.

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Situação 2: As partes em conflito sempre tentarão fazer alianças para validar suas

posições

• Empregar estratégias de comunicação;

• Localizar os interesses, diferenciando-os das posições;

• Buscar alternativas satisfatórias para as partes envolvidas;

• Separar as pessoas do problema. Buscar as possibilidades de solução do problema,

o que é fazer e não quem tem razão;

• Atentar para seus próprios limites e sentimentos, afinal, você também é um ser

humano.

POP PARA APLICAÇÃO DAS ADRS NOS CONFLITOS INTERPESSOAIS

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ESTUDO DE CASO: POP

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Referência básica:

Brasil. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária. 5ª Ed. Mj. 2013.

MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal – treinamento em grupo. Rio de Janeiro: José Olympio. 1998.

RIBAS, Andréia Lins e Ramalho, Cassiano. Gestão de Pessoas para concursos. Alumnus. 2013.

http://www.ogirassol.com.br/materia.php?u=opiniao--a-geometria-do-crime.-por-moises-silva-da-silva

http://laboratorioral.fd.unl.pt/index.php?headline=31&visual=4

http://www.tjpe.jus.br/concilia/oque.asp