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Pesqu de Vit Questionário S Maio de 2013 uisa Nacion timização SENASP nal

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  • Pesquisa Nacional de VitimizaoQuestionrio SENASP

    Maio de 2013

    Pesquisa Nacional de Vitimizao Questionrio SENASP

    Pesquisa Nacional

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Sumrio 1. APRESENTAO ................................

    1.1 Parceria Datafolha/Crisp/SENASP2. INTRODUO ................................

    2.1. Fontes oficiais de criminalidade no Brasil e a importncia das pesquisas de vitimizao ................................

    3. PESQUISAS DE VITIMIZAO3.1. Levantamento histrico, metodologia e utilizao3.2. Pesquisas Internacionais de 3.3. Pesquisas de Vitimizao no Brasil3.4. Comparao entre Pesquisas

    4. NOTAS TCNICAS................................4.1. Universo pesquisado ................................4.2. Definio Metodolgica4.3. Plano amostral ................................

    4.4. Mapeamento dos municpios amostrados4.5. Ponderao ................................

    5. Margem de Erro e Intervalo de Confiana (IC)6. CARACTERIZAO DA POPULAO AMOSTRADA

    6.1 Perfil da amostra ................................

    6.2. Caracterizao das rotineiras6.3. Meios de transporte ................................

    7. MAPEAMENTO DOS CRIMES7.1. Furto de veculos ................................

    7.2. Roubo de veculos ................................

    7.3 Furto de motocicletas e lambretas

    7.4 Roubo de motocicletas e lambretas

    7.5. Furto de objetos ................................7.6 Roubo de objetos ................................7.7 Sequestro ................................7.8 Fraude ou estelionato................................

    7.9 Acidente de trnsito ................................

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    ................................................................................................

    1.1 Parceria Datafolha/Crisp/SENASP ................................................................................................................................................................

    2.1. Fontes oficiais de criminalidade no Brasil e a importncia das pesquisas de ................................................................................................................................

    3. PESQUISAS DE VITIMIZAO................................................................3.1. Levantamento histrico, metodologia e utilizao ................................3.2. Pesquisas Internacionais de Vitimizao ................................................................3.3. Pesquisas de Vitimizao no Brasil ................................................................3.4. Comparao entre Pesquisas ...............................................................................................

    ................................................................................................

    ................................................................................................

    2. Definio Metodolgica ................................................................................................................................................................................................

    4.4. Mapeamento dos municpios amostrados ..............................................................................................................................................................................................

    5. Margem de Erro e Intervalo de Confiana (IC) ...................................................6. CARACTERIZAO DA POPULAO AMOSTRADA ................................

    ................................................................................................

    6.2. Caracterizao das rotineiras ...............................................................................................................................................................................................

    7. MAPEAMENTO DOS CRIMES ................................................................................................................................................................

    ................................................................................................

    7.3 Furto de motocicletas e lambretas ................................................................

    7.4 Roubo de motocicletas e lambretas ................................................................

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    ......................................... 9 2.1. Fontes oficiais de criminalidade no Brasil e a importncia das pesquisas de

    ......................................... 9

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  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    7.10 Agresses e ameaas7.11. Ofensa sexual ................................7.12 Discriminao ................................

    8. VITIMIZAO VICRIA ................................9. CARACTERIZAO DA VIZINHANA

    9.1. Vizinhana e relacionamento com vizinhos9.2. Imagem da vizinhana 9.3. Caractersticas da vizinhana9.4. Avaliao de alguns servios9.5. Sensao de segurana9.6. Percepo de criminalidade9.7. Percepo de risco de vitimizao

    10. PERCEPO DE SEGURANA PBLICA10.1. Contato com a polcia10.2. Polcia Militar ................................

    10.3. Polcia Civiil ................................11. MODELAGEM MULTIVARIADA DE ASSOCIAO

    11.2. Anlise de correspondncia por tipos de crimeANEXO 1 ................................

    COMPOSIO DAS REAS DE INDICADOR DE NECESSIDADE/DISPONIBILIDADE DA VIZINHANA POR UNIDADE DA FEDERAO ................................

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    7.10 Agresses e ameaas ................................................................................................................................................................................................

    ................................................................................................

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    9. CARACTERIZAO DA VIZINHANA ...............................................................9.1. Vizinhana e relacionamento com vizinhos ................................................................

    ................................................................................................

    9.3. Caractersticas da vizinhana .............................................................................................9.4. Avaliao de alguns servios ..............................................................................................9.5. Sensao de segurana ................................................................................................9.6. Percepo de criminalidade ................................................................................................9.7. Percepo de risco de vitimizao ................................................................

    10. PERCEPO DE SEGURANA PBLICA ......................................................10.1. Contato com a polcia ................................................................................................

    ................................................................................................

    ................................................................................................

    GEM MULTIVARIADA DE ASSOCIAO ................................11.2. Anlise de correspondncia por tipos de crime .............................................................

    .................................................................................................................

    COMPOSIO DAS REAS DE VITIMIZAO ................................................................INDICADOR DE NECESSIDADE/DISPONIBILIDADE DA VIZINHANA POR UNIDADE

    ................................................................................................

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    ...................... 240 ........................................ 240

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    ......................................... 251

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    ................. 263 .................................... 263

    INDICADOR DE NECESSIDADE/DISPONIBILIDADE DA VIZINHANA POR UNIDADE ......................................................... 275

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    1. APRESENTAO

    A primeira Pesquisa Nacional de Vitimizaoda Justia, atravs da SENASP uma das mais importantes iniciativas na organizao de informaes para a segurana pblica no Brasil. Reivindicao antiga de pesquisadores e gestores pblicos, este volume apresenta o primeiro grande levantamento deste tipo em mbito nacional,trazendo ddos mais diversos aspectos relativos s vitimizaes no pas, bem como uma avaliao das polcias, instituies mais diretamente vinculadas ao problema da segurana pblica.

    Pesquisas desta natureza constituemacerca das condies reais de segurana da populao. Elas buscam identificar, atravs dos crimes no comunicados s polcias, a real dimenso do agudo problema de nossa segurana pblica. Desde a dcada de 1970, anlises acadmicas tm colocado em questo se os registros administrativos oriundos dos crimes contabilizados pelas polcias (militar, com atividade ostensiva, e civil, com atividade judicial) seriam as melhores fontes para a realizao de uma contabilidade oficial de crimesdemonstra, por exemplo, que somente algo entre 25% e 30% dos problemas chega ao conhecimento das autoridades.

    Diferentemente dos registros oficiais, organizados prioritariamente para fins de gerenciamento do trabalho das instituies do sistema de vitimizao so um instrumento de pesquisa elaborado com metodologia especificamente voltada para a mensurao das experincias de vitimizao criminal da populao pesquisada. Isso faz com que os confiabilidade, as taxas de crimes que no se convertem em registros policiais e no chegam ao conhecimento de gestores pblicos ou pesquisadores.

    Alm de conseguir compor um quadro bastante fiel da epidemiologia do crime (sua distribuio espacial, sua frequncia e incidncia), os mostrado capazes de mensurar uma grande diversidade de aspectos ligados etiologia e ao contexto do fenmeno da criminalidade (aspectos relacionados ao perfil das vtrotinas e prticas que possivelmente se encontram correlacionadas s maiores taxas de vitimizao). Alm disso, como os razoavelmente definido e consolidado, cria

    1 Para uma anlise dos problemas relacionados consistncia dos registros administrativos que so utilizados

    para o computo da taxa nacional de homicdio

    Gesto de Informaes em Segurana Pblica. In Crime e Cidades 2012.

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Pesquisa Nacional de Vitimizao (PNV), lanada agora pelo Ministrio da Justia, atravs da SENASP - Secretaria Nacional de Segurana Pblica, constituiuma das mais importantes iniciativas na organizao de informaes para a segurana pblica no Brasil. Reivindicao antiga de pesquisadores e gestores pblicos, este volume apresenta o primeiro grande levantamento deste tipo em mbito nacional,trazendo ddos mais diversos aspectos relativos s vitimizaes no pas, bem como uma avaliao das polcias, instituies mais diretamente vinculadas ao problema da segurana pblica.

    Pesquisas desta natureza constituem-se no mais importante levantamento de dadacerca das condies reais de segurana da populao. Elas buscam identificar, atravs dos crimes no comunicados s polcias, a real dimenso do agudo problema de nossa segurana pblica. Desde a dcada de 1970, anlises acadmicas tm colocado em

    to se os registros administrativos oriundos dos crimes contabilizados pelas polcias (militar, com atividade ostensiva, e civil, com atividade judicial) seriam as melhores fontes para a realizao de uma contabilidade oficial de crimes1. Agora, este levandemonstra, por exemplo, que somente algo entre 25% e 30% dos problemas chega ao conhecimento das autoridades.

    Diferentemente dos registros oficiais, organizados prioritariamente para fins de gerenciamento do trabalho das instituies do sistema de justia criminal, os vitimizao so um instrumento de pesquisa elaborado com metodologia especificamente voltada para a mensurao das experincias de vitimizao criminal da populao pesquisada. Isso faz com que os surveys consigam revelar, com considervel dose de confiabilidade, as taxas de crimes que no se convertem em registros policiais e no chegam ao conhecimento de gestores pblicos ou pesquisadores.

    Alm de conseguir compor um quadro bastante fiel da epidemiologia do crime (sua ribuio espacial, sua frequncia e incidncia), os surveys de vitimizao tambm tm se

    mostrado capazes de mensurar uma grande diversidade de aspectos ligados etiologia e ao contexto do fenmeno da criminalidade (aspectos relacionados ao perfil das vtrotinas e prticas que possivelmente se encontram correlacionadas s maiores taxas de

    Alm disso, como os surveys trabalham com um corpo metodolgico j razoavelmente definido e consolidado, cria-se a possibilidade de padronizao de

    Para uma anlise dos problemas relacionados consistncia dos registros administrativos que so utilizados

    para o computo da taxa nacional de homicdio doloso, ver Ribeiro (2012). Ver tambm Beato, 2012. Cap. A

    Gesto de Informaes em Segurana Pblica. In Crime e Cidades 2012.

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    , lanada agora pelo Ministrio Secretaria Nacional de Segurana Pblica, constitui-se em

    uma das mais importantes iniciativas na organizao de informaes para a segurana pblica no Brasil. Reivindicao antiga de pesquisadores e gestores pblicos, este volume apresenta o primeiro grande levantamento deste tipo em mbito nacional,trazendo dados dos mais diversos aspectos relativos s vitimizaes no pas, bem como uma avaliao das polcias, instituies mais diretamente vinculadas ao problema da segurana pblica.

    se no mais importante levantamento de dados acerca das condies reais de segurana da populao. Elas buscam identificar, atravs dos crimes no comunicados s polcias, a real dimenso do agudo problema de nossa segurana pblica. Desde a dcada de 1970, anlises acadmicas tm colocado em

    to se os registros administrativos oriundos dos crimes contabilizados pelas polcias (militar, com atividade ostensiva, e civil, com atividade judicial) seriam as melhores fontes

    . Agora, este levantamento demonstra, por exemplo, que somente algo entre 25% e 30% dos problemas chega ao

    Diferentemente dos registros oficiais, organizados prioritariamente para fins de justia criminal, os surveys de

    vitimizao so um instrumento de pesquisa elaborado com metodologia especificamente voltada para a mensurao das experincias de vitimizao criminal da populao

    om considervel dose de confiabilidade, as taxas de crimes que no se convertem em registros policiais e no

    Alm de conseguir compor um quadro bastante fiel da epidemiologia do crime (sua s de vitimizao tambm tm se

    mostrado capazes de mensurar uma grande diversidade de aspectos ligados etiologia e ao contexto do fenmeno da criminalidade (aspectos relacionados ao perfil das vtimas, as rotinas e prticas que possivelmente se encontram correlacionadas s maiores taxas de

    s trabalham com um corpo metodolgico j se a possibilidade de padronizao dessa forma

    Para uma anlise dos problemas relacionados consistncia dos registros administrativos que so utilizados

    doloso, ver Ribeiro (2012). Ver tambm Beato, 2012. Cap. A

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    de trabalho e a consequente realizao de estudos comparativos metodologicamente vlidos entre diferentes cidades, regies e pases.

    Nesse contexto, o estudo que ora se apresenta tem como objetivo delinear, em linhas gerais, os nmeros da vitimizao por crime no Brasil, com especial nfase em como esse fenmeno se estruturou ao longoexistente entre os registros administrativos (oriundos das polcias) e o que ocorre na realidade (oriundo da coleta direta viaapresenta em linhas gerais: (1) o perfil (em termos de sexo, idade, raa/cor e renda) de quem foi vtima dos crimes analisados alguma vez na vida; (2) as vitimizaes que j sofreram pelas organizaes policiais; (3) o grau de confiana que depositam nessas instituies; (4) o medo que possuem do crime e da violncia e (5) as medidas/alteraes de comportamento por eles apresentadas como forma de evitar a vitimizao por crime. Com isso, espera-se, alm de suprir uma lacuna de informaes h muito existente sobre crimes no Brasil, apresentar a natureza dos dados coletados pela Vitimizao e, dessa forma, incentivar seu uso tanto do ponto de vista acadmico como do ponto de vista da produo de

    Esta pesquisa foi feita com um desenho amostral definido pelo Ministrio de Justia com base na populao de Regies de Vitimizao, bem como com base em questionrio j definido. Coube-nos o trabalho de campo e as

    Antes de proceder apresentao dos resultados, algumas ressalvas metodolgicas devem ser feitas para que a compreenso do significado dos nmeros apresentados no seja comprometida. Primeiro, o fluxo de vitimizao e rno formato de figura para que seja possvel compreender as selees feitas para clculo do percentual final. Por exemplo, as questes sobre roubo e furto de carros, caminhes e caminhonetes foram apresentadas apenas quj terem possudo um veculo e, por isso, o N inicial distinto de crimes como agresso ou ofensa sexual.

    Segundo, as razes para registro ou no do crime na polcia no coincidem com o quantitativo de pessoas que responderam afirmativamente ou negativamente questo sobre procura da polcia aps a vitimizao, porque uma mesma pessoa poderia reportar duas ou mais razes como determinantes do registro do delito.

    Por fim, foram feitas algumas mensuraes a respemedo do crime e, ainda, das mudanas de hbitos que o medo do crime e o sentimento de insegurana podem ocasionar. Essas questes eram distintas das anteriores porque no

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    de trabalho e a consequente realizao de estudos comparativos metodologicamente vlidos entre diferentes cidades, regies e pases.

    Nesse contexto, o estudo que ora se apresenta tem como objetivo delinear, em linhas zao por crime no Brasil, com especial nfase em como esse

    fenmeno se estruturou ao longo do ltimo ano. Para alm de se mensurar a diferena existente entre os registros administrativos (oriundos das polcias) e o que ocorre na

    coleta direta via survey de vitimizao), essa nota de pesquisa apresenta em linhas gerais: (1) o perfil (em termos de sexo, idade, raa/cor e renda) de quem foi vtima dos crimes analisados alguma vez na vida; (2) as vitimizaes que j

    anizaes policiais; (3) o grau de confiana que depositam nessas instituies; (4) o medo que possuem do crime e da violncia e (5) as medidas/alteraes de comportamento por eles apresentadas como forma de evitar a vitimizao por crime. Com

    se, alm de suprir uma lacuna de informaes h muito existente sobre crimes no Brasil, apresentar a natureza dos dados coletados pela 1 Pesquisa Nacional de

    e, dessa forma, incentivar seu uso tanto do ponto de vista acadmico como do e vista da produo de policies papers.

    Esta pesquisa foi feita com um desenho amostral definido pelo Ministrio de Justia com base na populao de Regies de Vitimizao, bem como com base em questionrio j

    o trabalho de campo e as anlises dos dados da resultantes.

    Antes de proceder apresentao dos resultados, algumas ressalvas metodolgicas devem ser feitas para que a compreenso do significado dos nmeros apresentados no seja comprometida. Primeiro, o fluxo de vitimizao e registro polcia foram apresentados no formato de figura para que seja possvel compreender as selees feitas para clculo do percentual final. Por exemplo, as questes sobre roubo e furto de carros, caminhes e caminhonetes foram apresentadas apenas queles indivduos que declararam possurem ou j terem possudo um veculo e, por isso, o N inicial distinto de crimes como agresso ou

    Segundo, as razes para registro ou no do crime na polcia no coincidem com o ue responderam afirmativamente ou negativamente questo

    sobre procura da polcia aps a vitimizao, porque uma mesma pessoa poderia reportar duas ou mais razes como determinantes do registro do delito.

    Por fim, foram feitas algumas mensuraes a respeito do sentimento de segurana, medo do crime e, ainda, das mudanas de hbitos que o medo do crime e o sentimento de insegurana podem ocasionar. Essas questes eram distintas das anteriores porque no

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    de trabalho e a consequente realizao de estudos comparativos metodologicamente

    Nesse contexto, o estudo que ora se apresenta tem como objetivo delinear, em linhas zao por crime no Brasil, com especial nfase em como esse

    do ltimo ano. Para alm de se mensurar a diferena existente entre os registros administrativos (oriundos das polcias) e o que ocorre na

    de vitimizao), essa nota de pesquisa apresenta em linhas gerais: (1) o perfil (em termos de sexo, idade, raa/cor e renda) de quem foi vtima dos crimes analisados alguma vez na vida; (2) as vitimizaes que j

    anizaes policiais; (3) o grau de confiana que depositam nessas instituies; (4) o medo que possuem do crime e da violncia e (5) as medidas/alteraes de comportamento por eles apresentadas como forma de evitar a vitimizao por crime. Com

    se, alm de suprir uma lacuna de informaes h muito existente sobre crimes 1 Pesquisa Nacional de

    e, dessa forma, incentivar seu uso tanto do ponto de vista acadmico como do

    Esta pesquisa foi feita com um desenho amostral definido pelo Ministrio de Justia com base na populao de Regies de Vitimizao, bem como com base em questionrio j

    anlises dos dados da resultantes.

    Antes de proceder apresentao dos resultados, algumas ressalvas metodolgicas devem ser feitas para que a compreenso do significado dos nmeros apresentados no

    egistro polcia foram apresentados no formato de figura para que seja possvel compreender as selees feitas para clculo do percentual final. Por exemplo, as questes sobre roubo e furto de carros, caminhes e

    eles indivduos que declararam possurem ou j terem possudo um veculo e, por isso, o N inicial distinto de crimes como agresso ou

    Segundo, as razes para registro ou no do crime na polcia no coincidem com o ue responderam afirmativamente ou negativamente questo

    sobre procura da polcia aps a vitimizao, porque uma mesma pessoa poderia reportar

    ito do sentimento de segurana, medo do crime e, ainda, das mudanas de hbitos que o medo do crime e o sentimento de insegurana podem ocasionar. Essas questes eram distintas das anteriores porque no

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    estavam relacionadas vitimizao propriamente dita,de que esses dois fenmenos podem ter ligao diretadas temticas listadas foram abordados os itens abaixo discriminados.

    2 Para uma discusso sobre as relaes existentes entre vitimizao por crime, medo da violncia e mudana de

    comportamento em razo desses fenmenos, ver Borges (2011).

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    relacionadas vitimizao propriamente dita, ainda que tenhamos conhecimento de que esses dois fenmenos podem ter ligao direta2. De maneira geral, em cada uma das temticas listadas foram abordados os itens abaixo discriminados.

    Para uma discusso sobre as relaes existentes entre vitimizao por crime, medo da violncia e mudana de

    m razo desses fenmenos, ver Borges (2011).

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    ainda que tenhamos conhecimento . De maneira geral, em cada uma

    Para uma discusso sobre as relaes existentes entre vitimizao por crime, medo da violncia e mudana de

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    1.1 Parceria Datafolha/Crisp/SENASP

    O projeto Pesquisa Nacional de tcnicos da Secretaria Nacional de Segurana Pblica (Senasp), do Instituto de Pesquisas Datafolha e do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica (Crisp), a partir de iniciativa pioneira da Senasp /realizao da primeira experincia desta natureza no Brasil.

    A opo pela realizao da Pesquisa Nacional de Vitimizao no Brasil sinaliza o papel estratgico do conhecimento na elaborao e na implementao de polticas pblicas mais eficazes na rea da Segurana Pblica do Brasil. Nesse sentido, considerase a Pesquisa de Vitimizao de carter estratgico para a formulao de polticas de segurana pblica, j que instrumento internacionalmente utilizado para capturar oculta da criminalidade (subnotificaes) que no so conhecidas pelos dados oficiais registrados pelas polcias. ConstituiNacional e Informaes de Segurana Pblica, Prisionais e sobre Drogas (Sinesest sendo implementado pela SENASP.

    O projeto da pesquisa foi lanado pela Senasp/MJ, e seu processo de concepo e realizao contou com a participao e acompanhamento do Conselho Consultivo da Pesquisa Nacional de Vitimizao, criado pela Portamodificado pela Portaria n 12 de 14 de abril de 2010 e Portaria n 14 de 16 de maio de 2011.

    Para realizao da pesquisa foi contratado o Instituto Datafolha, que por sua vez estabeleceu parceria com o Crisp.

    Criado em 1983, o Datafolha surgiu como base de planejamento e fonte de contedo para o Grupo Folha da Manh e seus produtos e servios. sob os reflexos do cenrio de redemocratizao do pas, sua atuao se fundamenta no desenvolvimento contnuo dfidelidade a opinio pblica no Brasil.

    Para o instituto e seus mantenedores, a pesquisa ferramenta essencial, que potencializa e dinamiza a relao entre sociedade e Estado. O desafio de atender a demanda, aliando rigor cientfico agilidade jornalstica, exigiu ao longo de sua histria parcerias com o universo acadmico, caracterstica que figura como um dos principais diferenciais do Datafolha.

    Nesse trajeto, o instituto conduziu levantamen(Idosos Brasileiros, Racismo, Famlia Brasileira I e II, Perfil dos Sem

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Parceria Datafolha/Crisp/SENASP

    O projeto Pesquisa Nacional de Vitimizao uniu a experincia e os esforos tcnicos da Secretaria Nacional de Segurana Pblica (Senasp), do Instituto de Pesquisas Datafolha e do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica (Crisp), a partir de iniciativa pioneira da Senasp / Ministrio da Justia voltada realizao da primeira experincia desta natureza no Brasil.

    A opo pela realizao da Pesquisa Nacional de Vitimizao no Brasil sinaliza o papel estratgico do conhecimento na elaborao e na implementao de polticas blicas mais eficazes na rea da Segurana Pblica do Brasil. Nesse sentido, considera

    se a Pesquisa de Vitimizao de carter estratgico para a formulao de polticas de segurana pblica, j que instrumento internacionalmente utilizado para capturar oculta da criminalidade (subnotificaes) que no so conhecidas pelos dados oficiais registrados pelas polcias. Constitui-se em fonte complementar, portanto, do Sistema Nacional e Informaes de Segurana Pblica, Prisionais e sobre Drogas (Sinesest sendo implementado pela SENASP.

    O projeto da pesquisa foi lanado pela Senasp/MJ, e seu processo de concepo e realizao contou com a participao e acompanhamento do Conselho Consultivo da Pesquisa Nacional de Vitimizao, criado pela Portaria n 13 de 11 de Julho de 2008 e modificado pela Portaria n 12 de 14 de abril de 2010 e Portaria n 14 de 16 de maio de

    Para realizao da pesquisa foi contratado o Instituto Datafolha, que por sua vez estabeleceu parceria com o Crisp.

    983, o Datafolha surgiu como base de planejamento e fonte de contedo para o Grupo Folha da Manh e seus produtos e servios. Desde sua criao, sob os reflexos do cenrio de redemocratizao do pas, sua atuao se fundamenta no desenvolvimento contnuo de mtodos e tcnicas que visam refletir com preciso e fidelidade a opinio pblica no Brasil.

    Para o instituto e seus mantenedores, a pesquisa ferramenta essencial, que potencializa e dinamiza a relao entre sociedade e Estado. O desafio de atender a demanda, aliando rigor cientfico agilidade jornalstica, exigiu ao longo de sua histria parcerias com o universo acadmico, caracterstica que figura como um dos principais

    Nesse trajeto, o instituto conduziu levantamentos que resultaram em dossis temticos (Idosos Brasileiros, Racismo, Famlia Brasileira I e II, Perfil dos Sem

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    Vitimizao uniu a experincia e os esforos tcnicos da Secretaria Nacional de Segurana Pblica (Senasp), do Instituto de Pesquisas Datafolha e do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurana Pblica

    Ministrio da Justia voltada

    A opo pela realizao da Pesquisa Nacional de Vitimizao no Brasil sinaliza o papel estratgico do conhecimento na elaborao e na implementao de polticas blicas mais eficazes na rea da Segurana Pblica do Brasil. Nesse sentido, considera-

    se a Pesquisa de Vitimizao de carter estratgico para a formulao de polticas de segurana pblica, j que instrumento internacionalmente utilizado para capturar a cifra oculta da criminalidade (subnotificaes) que no so conhecidas pelos dados oficiais

    se em fonte complementar, portanto, do Sistema Nacional e Informaes de Segurana Pblica, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp), que

    O projeto da pesquisa foi lanado pela Senasp/MJ, e seu processo de concepo e realizao contou com a participao e acompanhamento do Conselho Consultivo da

    ria n 13 de 11 de Julho de 2008 e modificado pela Portaria n 12 de 14 de abril de 2010 e Portaria n 14 de 16 de maio de

    Para realizao da pesquisa foi contratado o Instituto Datafolha, que por sua vez

    983, o Datafolha surgiu como base de planejamento e fonte de Desde sua criao,

    sob os reflexos do cenrio de redemocratizao do pas, sua atuao se fundamenta no e mtodos e tcnicas que visam refletir com preciso e

    Para o instituto e seus mantenedores, a pesquisa ferramenta essencial, que potencializa e dinamiza a relao entre sociedade e Estado. O desafio de atender a essa demanda, aliando rigor cientfico agilidade jornalstica, exigiu ao longo de sua histria parcerias com o universo acadmico, caracterstica que figura como um dos principais

    tos que resultaram em dossis temticos (Idosos Brasileiros, Racismo, Famlia Brasileira I e II, Perfil dos Sem-Terra, Trabalho

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Infantil etc); sries histricas sobre temas de interesse social (Pena de Morte, Principal Problema da Cidade de So Paulo); avaliaes de governo; e prognsticos eleitorais, entre outras centenas de projetos tornados pblicos para a sociedade brasileira.

    Alm disso, realizou, com o mesmo rigor tcnico e fundamentos transparentes, pesquisas para clientes privados e Vitimizao contratada pelo: em 1997.

    Herdeiro de uma tradio de 30 anos de Departamento de Sociologia e AntropCrisp foi fundado em 1998. Atualmente, formado por um grupo de pesquisadores da UFMG e por especialistas externos com diferentes backgrounds: sociologia, estatstica, cincia da computao, economia, filopblica.

    Alm do reconhecimento acadmico, o Crisp ampliou sua atuao em parcerias com governos, nos vrios nveis, e gestores de polticas pblicas na rea da segurana e da defesa da cidadania. As aes do Co desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada e de interveno, visando o enfrentamento da violncia e desordem social.

    Ao longo de sua histria, j realizou mais de 25 pesquisas dentro da grandda Segurana Pblica, entre as quais: Fundao Ford; Avaliao do Programa Liberdade Assistida, para a Secretaria Especial de Direitos Humanos Ministrio da Justia; e Policiamento Comunitrio:para a Ouvidoria de Policia do Estado de Minas Gerais.

    Valorizando a ao interdisciplinar, o CrispEstatstica Espacial, do Departamento de Estatstica do Instituto de Cincias Exatas, ICEX, da UFMG, em projetos de geoprocessamento. Outros grupos de pesquisa da UFMG e de outras universidades atuam pontualmente em vpesquisas e metodologias desenvolvidas pelo Crisp tm colaborado com o desenvolvimento de outros projetos por diversos centros de pesquisa.

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Infantil etc); sries histricas sobre temas de interesse social (Pena de Morte, Principal o Paulo); avaliaes de governo; e prognsticos eleitorais, entre

    outras centenas de projetos tornados pblicos para a sociedade brasileira. Alm disso, realizou, com o mesmo rigor tcnico e fundamentos transparentes,

    pesquisas para clientes privados e governamentais. Entre elas consta a Pesquisa de Vitimizao contratada pelo: Instituto Latino Americano das Naes Unidas (ILANUD),

    Herdeiro de uma tradio de 30 anos de estudos em violncia e criminalidade do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal de Minas Gerais, o Crisp foi fundado em 1998. Atualmente, formado por um grupo de pesquisadores da UFMG e por especialistas externos com diferentes backgrounds: sociologia, estatstica, cincia da computao, economia, filosofia, pedagogia, medicina preventiva e sade

    Alm do reconhecimento acadmico, o Crisp ampliou sua atuao em parcerias com governos, nos vrios nveis, e gestores de polticas pblicas na rea da segurana e da defesa da cidadania. As aes do Centro de Estudos junto ao setor pblico tm por objetivo o desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada e de interveno, visando o enfrentamento da violncia e desordem social.

    Ao longo de sua histria, j realizou mais de 25 pesquisas dentro da grandda Segurana Pblica, entre as quais: Violncia nas Escolas de Belo Horizonte, para a Fundao Ford; Avaliao do Programa Liberdade Assistida, para a Secretaria Especial de

    Ministrio da Justia; e Policiamento Comunitrio: A Viso dos Policiais, para a Ouvidoria de Policia do Estado de Minas Gerais.

    Valorizando a ao interdisciplinar, o Crisp atua em conjunto com o Laboratrio de Estatstica Espacial, do Departamento de Estatstica do Instituto de Cincias Exatas, ICEX, da UFMG, em projetos de geoprocessamento. Outros grupos de pesquisa da UFMG e de outras universidades atuam pontualmente em vrios projetos conjuntos. Neste sentido, as pesquisas e metodologias desenvolvidas pelo Crisp tm colaborado com o desenvolvimento de outros projetos por diversos centros de pesquisa.

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    Infantil etc); sries histricas sobre temas de interesse social (Pena de Morte, Principal o Paulo); avaliaes de governo; e prognsticos eleitorais, entre

    outras centenas de projetos tornados pblicos para a sociedade brasileira. Alm disso, realizou, com o mesmo rigor tcnico e fundamentos transparentes,

    governamentais. Entre elas consta a Pesquisa de Instituto Latino Americano das Naes Unidas (ILANUD),

    estudos em violncia e criminalidade do ologia da Universidade Federal de Minas Gerais, o

    Crisp foi fundado em 1998. Atualmente, formado por um grupo de pesquisadores da UFMG e por especialistas externos com diferentes backgrounds: sociologia, estatstica,

    sofia, pedagogia, medicina preventiva e sade

    Alm do reconhecimento acadmico, o Crisp ampliou sua atuao em parcerias com governos, nos vrios nveis, e gestores de polticas pblicas na rea da segurana e da

    entro de Estudos junto ao setor pblico tm por objetivo o desenvolvimento de projetos de pesquisa aplicada e de interveno, visando o

    Ao longo de sua histria, j realizou mais de 25 pesquisas dentro da grande temtica Violncia nas Escolas de Belo Horizonte, para a

    Fundao Ford; Avaliao do Programa Liberdade Assistida, para a Secretaria Especial de A Viso dos Policiais,

    atua em conjunto com o Laboratrio de Estatstica Espacial, do Departamento de Estatstica do Instituto de Cincias Exatas, ICEX, da UFMG, em projetos de geoprocessamento. Outros grupos de pesquisa da UFMG e de

    rios projetos conjuntos. Neste sentido, as pesquisas e metodologias desenvolvidas pelo Crisp tm colaborado com o desenvolvimento

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    2. INTRODUO 2.1. Fontes oficiais de criminalidade no Brasil e a vitimizao

    Pela primeira vez o Brasil dispe de um retrato mais fidedigno da vitimizao de sua populao. A demanda por informaes mais confiveisdiversas regies do Brasil, bem como seus sociais,sempre foi uma das aspiraes dos interessados pela temtica da segurana pblica, tanto em termos acadmicos, como no mbito das polticas pblicas. Vrias so as razes desta expectativa.

    As cifras obscuras do crime

    O grande descompasso existente entre as cifras oficiais e as cifras apresentadas pela pesquisa ser um dos aspectos mais notveis deste relatrio. Em parte, isto revela as dificuldades que as unidades da Federao e o Governo Federal aincontabilizar minimamente seus nmeros de crimes. Segundo o Anurio do Frum Brasileiro de Segurana Pblica relativo ao ano de 2011, foram contabilizados oficialmente pelos Estados 1.060.788 ocorrncias de Roubo2011, revela que 3,7% da populao com mais de 16 anos de idade declarou ter sido vtima desta modalidade de crime nos ltimos 12 meses, polcia.

    Existem diversas razes para as pessno relatrio. A seriedade do crime do qual so vtimas uma das razes para reportarem o caso (Paixo e Beato, 1998). provas ou testemunhas (18%), no abem roubado (12%) e at mesmo pela falta de confiana na polcia (12%). Existe tambm a possibilidade destes nmeros estarem telescopicamente amplificados pela percepo dos respondentes.

    Entretanto, o fato 41,3% dos entrevistados terem noticiado serem vtimas de roubo em todo o Brasil tambm revelador da qualidade das estatsticas no pas, especialmente quando vemos a situao da subnotificao em cada Estado. Existe um padro que pode ser observado em outros pases que considera queentrevistados vtimas de roubo comunicam este fato polcia. Nos EUA, esforos feitos 3Excludos os Roubos de Veculos

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Fontes oficiais de criminalidade no Brasil e a importncia das pesquisas de

    Pela primeira vez o Brasil dispe de um retrato mais fidedigno da vitimizao de sua populao. A demanda por informaes mais confiveis sobre os crimes que ocorreram nas diversas regies do Brasil, bem como seus perfis de distribuio entre os diversos grupos sociais,sempre foi uma das aspiraes dos interessados pela temtica da segurana pblica, tanto em termos acadmicos, como no mbito das polticas pblicas. Vrias so as

    obscuras do crime

    O grande descompasso existente entre as cifras oficiais e as cifras apresentadas pela pesquisa ser um dos aspectos mais notveis deste relatrio. Em parte, isto revela as dificuldades que as unidades da Federao e o Governo Federal ainda encontram para contabilizar minimamente seus nmeros de crimes. Segundo o Anurio do Frum Brasileiro de Segurana Pblica relativo ao ano de 2011, foram contabilizados oficialmente pelos Estados 1.060.788 ocorrncias de Roubo3. A pesquisa de vitimizao, realizada em 2010 e

    % da populao com mais de 16 anos de idade declarou ter sido vtima desta modalidade de crime nos ltimos 12 meses, sendo que pelo menos 41% deram queixa

    Existem diversas razes para as pessoas no buscarem a polcia, segundo ser visto no relatrio. A seriedade do crime do qual so vtimas uma das razes para reportarem o caso (Paixo e Beato, 1998). Mas outras incluem o desejo de no fazer nada, falta de provas ou testemunhas (18%), no achar que era importante (16%), pela insignificncia do bem roubado (12%) e at mesmo pela falta de confiana na polcia (12%). Existe tambm a possibilidade destes nmeros estarem telescopicamente amplificados pela percepo dos

    % dos entrevistados terem noticiado serem vtimas de roubo em todo o Brasil tambm revelador da qualidade das estatsticas no pas, especialmente quando vemos a situao da subnotificao em cada Estado. Existe um padro que pode

    em outros pases que considera que apenas um quarto a um tero de entrevistados vtimas de roubo comunicam este fato polcia. Nos EUA, esforos feitos

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    importncia das pesquisas de

    Pela primeira vez o Brasil dispe de um retrato mais fidedigno da vitimizao de sua sobre os crimes que ocorreram nas

    perfis de distribuio entre os diversos grupos sociais,sempre foi uma das aspiraes dos interessados pela temtica da segurana pblica, tanto em termos acadmicos, como no mbito das polticas pblicas. Vrias so as

    O grande descompasso existente entre as cifras oficiais e as cifras apresentadas pela pesquisa ser um dos aspectos mais notveis deste relatrio. Em parte, isto revela as

    da encontram para contabilizar minimamente seus nmeros de crimes. Segundo o Anurio do Frum Brasileiro de Segurana Pblica relativo ao ano de 2011, foram contabilizados oficialmente pelos

    vitimizao, realizada em 2010 e % da populao com mais de 16 anos de idade declarou ter sido vtima

    menos 41% deram queixa

    oas no buscarem a polcia, segundo ser visto no relatrio. A seriedade do crime do qual so vtimas uma das razes para reportarem o

    Mas outras incluem o desejo de no fazer nada, falta de char que era importante (16%), pela insignificncia do

    bem roubado (12%) e at mesmo pela falta de confiana na polcia (12%). Existe tambm a possibilidade destes nmeros estarem telescopicamente amplificados pela percepo dos

    % dos entrevistados terem noticiado serem vtimas de roubo em todo o Brasil tambm revelador da qualidade das estatsticas no pas, especialmente quando vemos a situao da subnotificao em cada Estado. Existe um padro que pode

    apenas um quarto a um tero de entrevistados vtimas de roubo comunicam este fato polcia. Nos EUA, esforos feitos

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    junto populao para reportarem os crimes crimes contra o patrimnio e a 50% dos crimes violentos (Truman, 2011). De acordo com o International Crime Victimizationde uma forma geral, tem apenas 17% de sua populao relatando sua vitimizao polcia.

    Ainda hoje, a maioria dos Estados brasileiros est em patamares muito aqum do que

    j era relatado em outros pases, ainda nos anos 1980 (Skogan, 1984). Em parte, isto se deve s deficincias na organizao de informaes criminais, problema nunca enfrentado em nenhum nvel de governo.

    Medo e insegurana

    Devido ao fato de operarem atravs de questionrios amplos, so capazes de mensurar aspectos culturais e comportamentais relacionados ao medo e insegurana, fatores estes que no so tomados em considerao pelos dados oficiais. E este talvez um dos dados mais impressionantes acerca do impacto da qualidade de vidos habitantes dos centros urbanos, pois indicam o quanto o medo e a percepo de ser uma vtima em potencial tm afetado a maneira como os cidados relacionamvizinhos, movimentam-se nas cidades, e quais medidas de proteo adotam diante dacrena de serem vtimas. A grande maioria da populao brasileira tem medo de ter sua casa invadida (71,9%)4, e de ter objetos ou veculos tomados fora (roubo ou arrombamento, impressiona o grande nmero de pessoas que receiam ser assassinadas (64,9%).

    O medo de ser assassinado desproporcionalmente alto no Brasil, pois em outros pases e cidades estes nmeros so muito mais baixos. exemplo, mostrou que apenas 18% da populao local tinha um certo rassassinada (May et ali, 2008). Emmostrou que este tipo de medo variou entre 60% e 5%, sendo a mdia da Regio Metropolitana 24% (Alemika e Chukwuma, 2005). Na frica do Sul, pas com elevandices de homicdio, ele temido por 34,1% (SSA, 2011).

    Segundo o Informe Latinobarmetroafirma que nunca ser vtima de violncia. Estamos piores do que Nicargua (22%), Guatemala (19%), Panam (17%), Ur

    4 Na frica do Sul, o arrombamento de residncias temido por 50,4%, e o de veculos por 15% (Statistics South

    frica, 2011)

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    junto populao para reportarem os crimes levaram a um nvel de notificao de 40% dos o patrimnio e a 50% dos crimes violentos (Truman, 2011). De acordo com o

    International Crime Victimization Survey, estamos frente de pases como o Mxico que, de uma forma geral, tem apenas 17% de sua populao relatando sua vitimizao polcia.

    a hoje, a maioria dos Estados brasileiros est em patamares muito aqum do que j era relatado em outros pases, ainda nos anos 1980 (Skogan, 1984). Em parte, isto se deve s deficincias na organizao de informaes criminais, problema nunca enfrentado m nenhum nvel de governo.

    Devido ao fato de operarem atravs de questionrios amplos, surveyso capazes de mensurar aspectos culturais e comportamentais relacionados ao medo e insegurana, fatores estes que no so tomados em considerao pelos dados oficiais. E este talvez um dos dados mais impressionantes acerca do impacto da qualidade de vidos habitantes dos centros urbanos, pois indicam o quanto o medo e a percepo de ser uma vtima em potencial tm afetado a maneira como os cidados relacionam

    se nas cidades, e quais medidas de proteo adotam diante dacrena de serem vtimas. A grande maioria da populao brasileira tem medo de ter sua

    , e de ter objetos ou veculos tomados fora (70,7roubo ou arrombamento, impressiona o grande nmero de pessoas que receiam ser

    O medo de ser assassinado desproporcionalmente alto no Brasil, pois em outros pases e cidades estes nmeros so muito mais baixos. Survey realizado em Kentucky, por exemplo, mostrou que apenas 18% da populao local tinha um certo rassassinada (May et ali, 2008). Em Lagos, Nigria, avaliao feita entre 16 comunidades mostrou que este tipo de medo variou entre 60% e 5%, sendo a mdia da Regio Metropolitana 24% (Alemika e Chukwuma, 2005). Na frica do Sul, pas com elevandices de homicdio, ele temido por 34,1% (SSA, 2011).

    Latinobarmetro de 2010, somente 7% da populao brasileira afirma que nunca ser vtima de violncia. Estamos piores do que Nicargua (22%), Guatemala (19%), Panam (17%), Uruguai (13%), Colmbia (12%), Mxico (11%),

    Na frica do Sul, o arrombamento de residncias temido por 50,4%, e o de veculos por 15% (Statistics South

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    a um nvel de notificao de 40% dos o patrimnio e a 50% dos crimes violentos (Truman, 2011). De acordo com o

    frente de pases como o Mxico que, de uma forma geral, tem apenas 17% de sua populao relatando sua vitimizao polcia.

    a hoje, a maioria dos Estados brasileiros est em patamares muito aqum do que j era relatado em outros pases, ainda nos anos 1980 (Skogan, 1984). Em parte, isto se deve s deficincias na organizao de informaes criminais, problema nunca enfrentado

    surveys de vitimizao so capazes de mensurar aspectos culturais e comportamentais relacionados ao medo e insegurana, fatores estes que no so tomados em considerao pelos dados oficiais. E este talvez um dos dados mais impressionantes acerca do impacto da qualidade de vida dos habitantes dos centros urbanos, pois indicam o quanto o medo e a percepo de ser uma vtima em potencial tm afetado a maneira como os cidados relacionam-se com seus

    se nas cidades, e quais medidas de proteo adotam diante da crena de serem vtimas. A grande maioria da populao brasileira tem medo de ter sua

    70,7%). Mas alm do roubo ou arrombamento, impressiona o grande nmero de pessoas que receiam ser

    O medo de ser assassinado desproporcionalmente alto no Brasil, pois em outros realizado em Kentucky, por

    exemplo, mostrou que apenas 18% da populao local tinha um certo receio de ser Lagos, Nigria, avaliao feita entre 16 comunidades

    mostrou que este tipo de medo variou entre 60% e 5%, sendo a mdia da Regio Metropolitana 24% (Alemika e Chukwuma, 2005). Na frica do Sul, pas com elevados

    de 2010, somente 7% da populao brasileira afirma que nunca ser vtima de violncia. Estamos piores do que Nicargua (22%),

    uguai (13%), Colmbia (12%), Mxico (11%),

    Na frica do Sul, o arrombamento de residncias temido por 50,4%, e o de veculos por 15% (Statistics South

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Argentina (10%), Costa Rica (10%) e Paraguai (10%), Chile (8%), Honduras (8%) e Repblica Dominicana (8%). A mdia latino

    Uma das consequncias dramticas desta avaliao a deteriorao da qvida e do relacionamento entre as pessoas nos grandes centros urbanos brasileiros. No Brasil, 78,1% das pessoas evitam sair com pertences ou objetos de valor na rua, 73% no frequentam locais desertos ou eventos com poucas pessoas. 6horrios de chegada em casa e 5vizinhos so evitados por 18,5casa. Uma anlise mais detalhada certamente revelar como este medo est relacivariveis como gnero, idade, e fatores geogrficos (CRISP, 2008). A qualidade dos servios policiais

    A pesquisa tambm abordou como so avaliados os servios policiais no pas, quais Estados apresentam mais problemas em relao a eles, bem como a vitimizaes de diferentes naturezas provocadas pela prpria polcia. De uma maneira geral, a posio brasileira em relao a suas organizaes policiais ainda bastante desconfortvel. Levantamento feito em 139 pases pelo que as polcias tm para enfrentar o problema da lei e ordem em cada pas mostra que o Brasil ocupa a 74a posio, com um score de 4,1 numa escala de 1 a 7. Mesmo em uma regio do planeta em que as polcias so particularmente mal avaliadas, a situao do Brasil no confortvel.

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Argentina (10%), Costa Rica (10%) e Paraguai (10%), Chile (8%), Honduras (8%) e Repblica Dominicana (8%). A mdia latino-americana de 10%.

    Uma das consequncias dramticas desta avaliao a deteriorao da qvida e do relacionamento entre as pessoas nos grandes centros urbanos brasileiros. No

    % das pessoas evitam sair com pertences ou objetos de valor na rua, 73% no frequentam locais desertos ou eventos com poucas pessoas. 64,3% restrihorrios de chegada em casa e 51,6% evitam falar com pessoas estranhas. At mesmo

    8,5% das pessoas, e 20,2% no gostam de ficar sozinhos em Uma anlise mais detalhada certamente revelar como este medo est relaci

    variveis como gnero, idade, e fatores geogrficos (CRISP, 2008). A qualidade dos servios policiais

    A pesquisa tambm abordou como so avaliados os servios policiais no pas, quais Estados apresentam mais problemas em relao a eles, bem como a vitimizaes de diferentes naturezas provocadas pela prpria polcia. De uma maneira geral, a posio

    ra em relao a suas organizaes policiais ainda bastante desconfortvel. Levantamento feito em 139 pases pelo World Economic Forum a respeito da capacidade que as polcias tm para enfrentar o problema da lei e ordem em cada pas mostra que o

    posio, com um score de 4,1 numa escala de 1 a 7. Mesmo em uma regio do planeta em que as polcias so particularmente mal avaliadas, a situao do Brasil

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    Argentina (10%), Costa Rica (10%) e Paraguai (10%), Chile (8%), Honduras (8%) e

    Uma das consequncias dramticas desta avaliao a deteriorao da qualidade de vida e do relacionamento entre as pessoas nos grandes centros urbanos brasileiros. No

    % das pessoas evitam sair com pertences ou objetos de valor na rua, 73% no % restringem seus

    % evitam falar com pessoas estranhas. At mesmo % no gostam de ficar sozinhos em

    Uma anlise mais detalhada certamente revelar como este medo est relacionado a

    A pesquisa tambm abordou como so avaliados os servios policiais no pas, quais Estados apresentam mais problemas em relao a eles, bem como a vitimizaes de diferentes naturezas provocadas pela prpria polcia. De uma maneira geral, a posio

    ra em relao a suas organizaes policiais ainda bastante desconfortvel. a respeito da capacidade

    que as polcias tm para enfrentar o problema da lei e ordem em cada pas mostra que o posio, com um score de 4,1 numa escala de 1 a 7. Mesmo em uma

    regio do planeta em que as polcias so particularmente mal avaliadas, a situao do Brasil

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Tabela 1 - Capacidade de

    1 Finland2 Singapore3 Iceland4 Hong Kong5 Chile6 Switzerland7 Canada8 Norway9 Qatar42 Puerto Rico49 Costa Rica56 Uruguay64 74 Brazil82 Panama99 El Salvador101 Nicaragua106 Honduras107 Trinidadand Tobago114 Guyana118 Peru121 Argentina132 Mexico133 Guatemala136 Paraguay138 Bolivia

    139 Fonte: World Economic Forum. The Global Competitiveness Report.2010

    Esta qualidade de servios no foi avaliada apenas em termos de vitimizao de delitos, mas da no cortesia, rapidez e segurana com que os policiais militares atendem a populao. No Brasil, apenas de que a Polcia Militar , de modo geral, corts, rpida e segura em seu atendimento.

    No que diz respeito confiana nas instituies policiais, h muitas variaes entre os Estados. No melhor caso est Minas Gerais, onde 26,1% Polcia Militar e 23% na Polcia Civil.resultado, com 24,2% de muita confiana. As mais mal avaliadas so a Polcia Militar do Rio, com 10,8% de muita confiana, a Polcia Militar e a Polcia Civil do Par (8,9% e 9,0% Pesquisa Nacional de Vitimizao

    Capacidade de implementar lei e ordem por 139 pases

    Pases Score 1-7 1 Finland 6,6 2 Singapore 6,4 3 Iceland 6,4 4 Hong Kong 6,3 5 Chile 6,3 6 Switzerland 6,3 7 Canada 6,2 8 Norway 6,2 9 Qatar 6,2 42 Puerto Rico 4,9 49 Costa Rica 4,6 56 Uruguay 4,5 64 Colombia 4,3 74 Brazil 4,1 82 Panama 3,9 99 El Salvador 3,5 101 Nicaragua 3,5 106 Honduras 3,4 107 Trinidadand Tobago 3,4 114 Guyana 3,3 118 Peru 3,1 121 Argentina 3 132 Mexico 2,5 133 Guatemala 2,3 136 Paraguay 2,3 138 Bolivia 2,1 139 Venezuela 2,1

    Fonte: World Economic Forum. The Global Competitiveness Report.2010

    Esta qualidade de servios no foi avaliada apenas em termos de vitimizao de cortesia, rapidez e segurana com que os policiais militares atendem a

    populao. No Brasil, apenas 35,8% da populao concordam totalmente com a afirmao de que a Polcia Militar , de modo geral, corts, rpida e segura em seu atendimento.

    espeito confiana nas instituies policiais, h muitas variaes entre os est Minas Gerais, onde 26,1% da populao confia muito na

    na Polcia Civil. No Distrito federal, a Polcia Civil alcana seu melhor resultado, com 24,2% de muita confiana. As mais mal avaliadas so a Polcia Militar do Rio, com 10,8% de muita confiana, a Polcia Militar e a Polcia Civil do Par (8,9% e 9,0%

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    implementar lei e ordem por 139 pases

    Fonte: World Economic Forum. The Global Competitiveness Report.2010-2011

    Esta qualidade de servios no foi avaliada apenas em termos de vitimizao de cortesia, rapidez e segurana com que os policiais militares atendem a

    % da populao concordam totalmente com a afirmao de que a Polcia Militar , de modo geral, corts, rpida e segura em seu atendimento.

    espeito confiana nas instituies policiais, h muitas variaes entre os populao confia muito na

    No Distrito federal, a Polcia Civil alcana seu melhor resultado, com 24,2% de muita confiana. As mais mal avaliadas so a Polcia Militar do Rio, com 10,8% de muita confiana, a Polcia Militar e a Polcia Civil do Par (8,9% e 9,0%

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    respectivamente), e a Polcia Militar e a Polcia Civil do Amazonas (8,4% e deve ser analisado com cautela, pois os melhores indicadores brasileiros so menos da metade do que se alcana na mdia da Unio Europeia (65%) (Dammert e Alda, 2008). Dentre nossos vizinhos, temos os Carabineros do Chile com 70,6% de apropor Canad (62,6%), Estados Unidos (58,1%) e Colmbia (56%).

    Parte da explicao dos baixos graus de avaliao positiva tem a ver com a vitimizao por policiais. A vitimizao por extorso, por exemplo, particularmente aguda em alguns Estados brasileiros, especialmente o Rio de Janeiro, onde cerca de 7,2% da populao diz que j foi extorquida por policiais militaresNorte e Amazonas este percentualLatinobarmetro, o combate corrupo policial seja necessrio para 15% da populao brasileira, embora estejamos ainda abaixo da mdia latino(Latinobarmetro, 2010)

    Uma das informaes mais promissoras a ser apresentada pela pesquisa a visvel melhora dos indicadores de Estados da Federao que desenvolveram polticas pblicas de segurana de forma consistente e continuada ao longo do tempo. Quando comparamos os resultados relativos vitimizao durante toda a vida com aqueles obtidos para os ltimosdoze meses, vemos que uma importante inverso ocorreu. Se os Estados da regio Sudeste se sobressaiam em perodos passados, agora asposies de proeminncia em relao vitimizao mais recente. Este nmero repete a dinmica que estamos observando tambm em relao aos homicdios. At meados dos anos 2000, o Sudeste era responsvel por 51% dos homicdios que ocorriam em todo o pas. Aps este perodo, vrias polticas, projetos e programas tm sido implementados nos Estados da Regio, especialmente Minas Gerais, So Paulo e Rio de Janeiro, que foram capazes de inverter esta situao a ponto de hoje termos o Nordeste como responsvel pela maior parcela de homicdios (cerca de 36%), contra 31% do Sudestepermitiro uma avaliao mais consistente e independente das polticas e sua implementao nos Estados, atravs da aferio feita pela populao. Tratacomplemento importante nos registros oficiais que deve ser tomado em considerao por gestores e policymakers, pois identifica aspectos no imediatamente visveis nos dados oficiais. A organizao de dados e informaes uma das primeiras e talvez a mais central 5Importantes esforos vem sendo empreendidos pelo Estado do Rio de Janeiro no controle da corrupoda implantao de programas como as UPPs que certamente modificaro bastante este quadro em alguns anos. Este esforo de purificao, entretanto, ainda encontra resis6 Outros Estados como Pernambuco tambm

    controle da criminalidade violenta.

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    respectivamente), e a Polcia Militar e a Polcia Civil do Amazonas (8,4% e deve ser analisado com cautela, pois os melhores indicadores brasileiros so menos da metade do que se alcana na mdia da Unio Europeia (65%) (Dammert e Alda, 2008). Dentre nossos vizinhos, temos os Carabineros do Chile com 70,6% de apro

    Canad (62,6%), Estados Unidos (58,1%) e Colmbia (56%). Parte da explicao dos baixos graus de avaliao positiva tem a ver com a

    vitimizao por policiais. A vitimizao por extorso, por exemplo, particularmente aguda stados brasileiros, especialmente o Rio de Janeiro, onde cerca de 7,2% da

    populao diz que j foi extorquida por policiais militares5. No Amap, Par, Rio Grande do Norte e Amazonas este percentual gira em torno de 5%. Da que, segundo o

    o combate corrupo policial seja necessrio para 15% da populao brasileira, embora estejamos ainda abaixo da mdia latino-americana de 31%.

    Uma das informaes mais promissoras a ser apresentada pela pesquisa a visvel a dos indicadores de Estados da Federao que desenvolveram polticas pblicas de

    segurana de forma consistente e continuada ao longo do tempo. Quando comparamos os resultados relativos vitimizao durante toda a vida com aqueles obtidos para os ltimosdoze meses, vemos que uma importante inverso ocorreu. Se os Estados da regio Sudeste se sobressaiam em perodos passados, agora as regies Nordeste e Norte passam

    proeminncia em relao vitimizao mais recente. Este nmero repete a ica que estamos observando tambm em relao aos homicdios. At meados dos

    anos 2000, o Sudeste era responsvel por 51% dos homicdios que ocorriam em todo o pas. Aps este perodo, vrias polticas, projetos e programas tm sido implementados nos

    s da Regio, especialmente Minas Gerais, So Paulo e Rio de Janeiro, que foram capazes de inverter esta situao a ponto de hoje termos o Nordeste como responsvel pela maior parcela de homicdios (cerca de 36%), contra 31% do Sudeste6. Os dados tambm

    mitiro uma avaliao mais consistente e independente das polticas e sua implementao nos Estados, atravs da aferio feita pela populao. Tratacomplemento importante nos registros oficiais que deve ser tomado em considerao por

    , pois identifica aspectos no imediatamente visveis nos dados A organizao de dados e informaes uma das primeiras e talvez a mais central

    sendo empreendidos pelo Estado do Rio de Janeiro no controle da corrupo

    da implantao de programas como as UPPs que certamente modificaro bastante este quadro em alguns anos. Este tretanto, ainda encontra resistncias no mbito de outros Estados.

    Outros Estados como Pernambuco tambm lograram mais recentemente implementar polticas bem sucedidas de

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    respectivamente), e a Polcia Militar e a Polcia Civil do Amazonas (8,4% e 7,4%). Este dado deve ser analisado com cautela, pois os melhores indicadores brasileiros so menos da metade do que se alcana na mdia da Unio Europeia (65%) (Dammert e Alda, 2008). Dentre nossos vizinhos, temos os Carabineros do Chile com 70,6% de aprovao, seguidos

    Parte da explicao dos baixos graus de avaliao positiva tem a ver com a vitimizao por policiais. A vitimizao por extorso, por exemplo, particularmente aguda

    stados brasileiros, especialmente o Rio de Janeiro, onde cerca de 7,2% da . No Amap, Par, Rio Grande do

    gira em torno de 5%. Da que, segundo o o combate corrupo policial seja necessrio para 15% da populao

    americana de 31%.

    Uma das informaes mais promissoras a ser apresentada pela pesquisa a visvel a dos indicadores de Estados da Federao que desenvolveram polticas pblicas de

    segurana de forma consistente e continuada ao longo do tempo. Quando comparamos os resultados relativos vitimizao durante toda a vida com aqueles obtidos para os ltimos doze meses, vemos que uma importante inverso ocorreu. Se os Estados da regio Sudeste

    regies Nordeste e Norte passam proeminncia em relao vitimizao mais recente. Este nmero repete a

    ica que estamos observando tambm em relao aos homicdios. At meados dos anos 2000, o Sudeste era responsvel por 51% dos homicdios que ocorriam em todo o pas. Aps este perodo, vrias polticas, projetos e programas tm sido implementados nos

    s da Regio, especialmente Minas Gerais, So Paulo e Rio de Janeiro, que foram capazes de inverter esta situao a ponto de hoje termos o Nordeste como responsvel pela

    . Os dados tambm mitiro uma avaliao mais consistente e independente das polticas e sua

    implementao nos Estados, atravs da aferio feita pela populao. Trata-se de um complemento importante nos registros oficiais que deve ser tomado em considerao por

    , pois identifica aspectos no imediatamente visveis nos dados A organizao de dados e informaes uma das primeiras e talvez a mais central

    sendo empreendidos pelo Estado do Rio de Janeiro no controle da corrupo policial, alm da implantao de programas como as UPPs que certamente modificaro bastante este quadro em alguns anos. Este

    mais recentemente implementar polticas bem sucedidas de

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    das estratgias para o controle da criminalidade e violncia. Pesquisas de vitimizao sinstrumentos nobres e de excelncia por nos darem um perfil mais ntido e real do que est efetivamente ocorrendo com a populao. So, portanto, um instrumento inigualvel de polticas pblicas. Sentimentos de insegurana, bem como vitimizaes por difede delito so informaes cruciais para governantes saberem para quais grupos sociais devem dirigir seus melhoresconcentram as maiores vitimizaes.importante instrumento de orientao em relao ao que deve ser feito para melhorar sua relao com as comunidades, fortalecendo o carter de servio pblico que as polcias devem desempenhar.

    Da sua importncia acadmica

    Para acadmicos, estudidos mais ricos bancos de dados para a compreenso e anlise do fenmeno da violncia e da criminalidade no Brasil. Ele permitir anlises desagregadas por Estado e Regies, possibilitando traar perfis regionais e por grupos sociais atravs de vrias dimenses. Pesquisadores podero se debruar sobre aspectos especficos do fenmeno, tal como os crimes contra o patrimnio e contra a pessoa. Alm disso, ser possvel fazer ilaes acerca da causalidade dos delitos. Dimenses socioeconmicas e variveis relativas ao capital social, bem como dimenses de controle, foram igualmente contempladas na pesquisa.

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    das estratgias para o controle da criminalidade e violncia. Pesquisas de vitimizao sinstrumentos nobres e de excelncia por nos darem um perfil mais ntido e real do que est efetivamente ocorrendo com a populao. So, portanto, um instrumento inigualvel de polticas pblicas. Sentimentos de insegurana, bem como vitimizaes por difede delito so informaes cruciais para governantes saberem para quais grupos sociais devem dirigir seus melhores esforos, bem como as regies e tipos de cidadesconcentram as maiores vitimizaes. A avaliao das polcias tambm se constimportante instrumento de orientao em relao ao que deve ser feito para melhorar sua relao com as comunidades, fortalecendo o carter de servio pblico que as polcias

    Da sua importncia acadmica

    Para acadmicos, estudiosos e analistas de segurana pblica, estar disponvel um dos mais ricos bancos de dados para a compreenso e anlise do fenmeno da violncia e da criminalidade no Brasil. Ele permitir anlises desagregadas por Estado e Regies,

    erfis regionais e por grupos sociais atravs de vrias dimenses. Pesquisadores podero se debruar sobre aspectos especficos do fenmeno, tal como os crimes contra o patrimnio e contra a pessoa. Alm disso, ser possvel fazer ilaes acerca

    ade dos delitos. Dimenses socioeconmicas e variveis relativas ao capital social, bem como dimenses de controle, foram igualmente contempladas na pesquisa.

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    das estratgias para o controle da criminalidade e violncia. Pesquisas de vitimizao so instrumentos nobres e de excelncia por nos darem um perfil mais ntido e real do que est efetivamente ocorrendo com a populao. So, portanto, um instrumento inigualvel de polticas pblicas. Sentimentos de insegurana, bem como vitimizaes por diferentes tipos de delito so informaes cruciais para governantes saberem para quais grupos sociais

    esforos, bem como as regies e tipos de cidades que A avaliao das polcias tambm se constituir em

    importante instrumento de orientao em relao ao que deve ser feito para melhorar sua relao com as comunidades, fortalecendo o carter de servio pblico que as polcias

    osos e analistas de segurana pblica, estar disponvel um dos mais ricos bancos de dados para a compreenso e anlise do fenmeno da violncia e da criminalidade no Brasil. Ele permitir anlises desagregadas por Estado e Regies,

    erfis regionais e por grupos sociais atravs de vrias dimenses. Pesquisadores podero se debruar sobre aspectos especficos do fenmeno, tal como os crimes contra o patrimnio e contra a pessoa. Alm disso, ser possvel fazer ilaes acerca

    ade dos delitos. Dimenses socioeconmicas e variveis relativas ao capital social, bem como dimenses de controle, foram igualmente contempladas na pesquisa.

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    3. PESQUISAS DE VITIMIZAO3.1. Levantamento histrico, metodologia e utilizao

    Como foi dito anteriormente, a utilizao de dados oficiais para mensurar o fenmeno do crime precisa ser vista com algumas ressalvas. Em funo disso, pesquisadores passaram a experimentar outros instrumentos de pesquisa que, somados aos registros oficiais, tornaram possvel compreender melhor a epidemiologia e a etiologia do crime. Nesse sentido, os surveys de vitimizao vm se constituindo, ao longo dos ltimos 50 anos, em um dos mais interessantes instrumentos de mensurao do fenmeno criminal.

    Trabalhando atravs da aplicao de questionrios em amostras representativas de uma determinada populao, estescaractersticas dos crimes sofridos pelos entrevistados. Desta maneira, se constituem em um instrumento bastante abrangente de aferio da vitimizao criminal, permitindo mensurar inclusive a quantidade aproximada de crimes que no chegam ao conhecimento da polcia, ou cifras negras.

    3.2. Pesquisas Internacionais de Vitimizao

    Cinquenta anos aps o vitimizao difundiram-se mundialmente e consagraramde investigao criminolgica e de polticas pblicas de segurana. Diversos pases desenvolveram levantamentos nade vrias agncias locais e consrcios internacionais de pesquisas de vitimizao.

    A presente seo pretende, portanto, apresentar algumas dessas agncias de pesquisas que adquiriram relevncia inteconsideradas referncias a outras pesquisas ao redor do mundo. Dentre elas, destacamo National Crime VictimizationSurvey (ICVS), European Interregional Crime and Justice ResearchAmericano das Naes Unidas para Preveno do Delito e Tratamento do Delinquente(ILANUD). Antes de apresentar cada uma delas, importante frisar que nem todas se enquadram exatamente como fontes de coleta ativa de dados primrios sobre vitimizao. Entretanto, devido sua relevncia e relao com estudos dessa natureza, elas sero

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    SQUISAS DE VITIMIZAO . Levantamento histrico, metodologia e utilizao

    Como foi dito anteriormente, a utilizao de dados oficiais para mensurar o fenmeno do crime precisa ser vista com algumas ressalvas. Em funo disso, pesquisadores passaram a experimentar outros instrumentos de pesquisa que, somados aos registros

    s, tornaram possvel compreender melhor a epidemiologia e a etiologia do crime. s de vitimizao vm se constituindo, ao longo dos ltimos 50

    anos, em um dos mais interessantes instrumentos de mensurao do fenmeno criminal.

    lhando atravs da aplicao de questionrios em amostras representativas de uma determinada populao, estes surveys obtm dados sobre o nmero e as caractersticas dos crimes sofridos pelos entrevistados. Desta maneira, se constituem em

    tante abrangente de aferio da vitimizao criminal, permitindo mensurar inclusive a quantidade aproximada de crimes que no chegam ao conhecimento da polcia, ou cifras negras.

    . Pesquisas Internacionais de Vitimizao

    Cinquenta anos aps o primeiro levantamento norte-americano, as pesquisas de se mundialmente e consagraram-se como um instrumento importante

    de investigao criminolgica e de polticas pblicas de segurana. Diversos pases desenvolveram levantamentos nacionais de vitimizao, criando bases para a consolidao de vrias agncias locais e consrcios internacionais de pesquisas de vitimizao.

    A presente seo pretende, portanto, apresentar algumas dessas agncias de pesquisas que adquiriram relevncia internacional, isto , aquelasconsideradas referncias a outras pesquisas ao redor do mundo. Dentre elas, destacam

    National Crime Victimization Survey (NCVS), Internacional Crime Victimization International Crime Survey (EU-ICS),

    Interregional Crime and Justice Research Institute (UNICRI) e o Americano das Naes Unidas para Preveno do Delito e Tratamento do Delinquente

    . Antes de apresentar cada uma delas, importante frisar que nem todas se enquadram exatamente como fontes de coleta ativa de dados primrios sobre vitimizao. Entretanto, devido sua relevncia e relao com estudos dessa natureza, elas sero

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    Como foi dito anteriormente, a utilizao de dados oficiais para mensurar o fenmeno do crime precisa ser vista com algumas ressalvas. Em funo disso, pesquisadores passaram a experimentar outros instrumentos de pesquisa que, somados aos registros

    s, tornaram possvel compreender melhor a epidemiologia e a etiologia do crime. s de vitimizao vm se constituindo, ao longo dos ltimos 50

    anos, em um dos mais interessantes instrumentos de mensurao do fenmeno criminal.

    lhando atravs da aplicao de questionrios em amostras representativas de obtm dados sobre o nmero e as

    caractersticas dos crimes sofridos pelos entrevistados. Desta maneira, se constituem em tante abrangente de aferio da vitimizao criminal, permitindo

    mensurar inclusive a quantidade aproximada de crimes que no chegam ao conhecimento

    americano, as pesquisas de se como um instrumento importante

    de investigao criminolgica e de polticas pblicas de segurana. Diversos pases cionais de vitimizao, criando bases para a consolidao

    de vrias agncias locais e consrcios internacionais de pesquisas de vitimizao.

    A presente seo pretende, portanto, apresentar algumas dessas agncias de rnacional, isto , aquelas normalmente

    consideradas referncias a outras pesquisas ao redor do mundo. Dentre elas, destacam-se Internacional Crime Victimization

    , United Nations e o Instituto Latino-

    Americano das Naes Unidas para Preveno do Delito e Tratamento do Delinquente . Antes de apresentar cada uma delas, importante frisar que nem todas se

    enquadram exatamente como fontes de coleta ativa de dados primrios sobre vitimizao. Entretanto, devido sua relevncia e relao com estudos dessa natureza, elas sero

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    tambm aqui descritas, de modo, inclusive, a explicitar as especificidades de cada um dessas entidades.

    National Crime Victimization Survey (NCVS)O NCVS realiza surveys

    uma das principais e mais qualificadAo realizar duas coletas primrias por ano, com aproximados cem mil entrevistados distribudos em cerca de cinquenta mil domiclios ao longo do territrio norte americano, a populao amostrada respondeconsequncias da vitimizao. Alm disso, enquanto U.S. Census Bureau, possvel afirmar que a prpria pesquisa se tornou uma poltica pblica por si mesma, com certa garantia de recursos para sua manuteno, o que contribui para a padronizao e sazonalidade da aplicao.

    O survey do NCVS pautadetalhadas acerca das vitimizaes e suas causas; 2) escriminais no registrados pela polcia (identificar a cifra obscura da criminalidade); 3) produzir mensuraes padronizadas de alguns tipos de crimes selecionados e 4) permitir comparaes entre distintas reas e unidades de tecontemplam dois grandes grupos de eventos criminais patrimnio - que englobam basicamente as ocorrncias de estupro e outras ocorrncias de ordem sexual, roubo, furto, agresso, roubo espec

    Por ser uma pesquisa realizada semestralmente, o Survey indica todos os eventos criminais sofridos nos ltimos seis mesesreferncia das perguntas especficas sobre respondentes normalmente tm para recordar vitimizaes sofridas j nos ltimos trs meses.No entanto, a adoo desse critrio demandaria quatro ao invs de duas pesquisas para cobrir o ano todo, aumentando demasia

    Por fim, importante destacar o carter aberto e livre para o acesso aos dados produzidos pelo NCVS. Dentro de seu prprio site explicitamfirmadas, bem como so disponibilizadas plataformas para importao rpidiversos relatrios e bancos para qualquer pessoa ou instituio interessada. O ltimo boletim do NCVS divulgado em outubro de 2012, com dados referentes ao ano de 2011,

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    ui descritas, de modo, inclusive, a explicitar as especificidades de cada um

    National Crime Victimization Survey (NCVS) surveys de vitimizao desde 1973 e se consolida atualmente, como

    uma das principais e mais qualificadas fontes de informaes sobre criminalidade nos EUA. Ao realizar duas coletas primrias por ano, com aproximados cem mil entrevistados distribudos em cerca de cinquenta mil domiclios ao longo do territrio norte americano, a populao amostrada responde a diversas questes relativas frequncia, caractersticas e consequncias da vitimizao. Alm disso, enquanto survey administrado diretamente pelo

    , possvel afirmar que a prpria pesquisa se tornou uma poltica , com certa garantia de recursos para sua manuteno, o que contribui

    para a padronizao e sazonalidade da aplicao.

    pauta-se em quatro objetivos principais: 1) oferecer informaes detalhadas acerca das vitimizaes e suas causas; 2) estimar a proporo de eventos criminais no registrados pela polcia (identificar a cifra obscura da criminalidade); 3) produzir mensuraes padronizadas de alguns tipos de crimes selecionados e 4) permitir comparaes entre distintas reas e unidades de tempo. Geralmente, as pesquisas contemplam dois grandes grupos de eventos criminais - crimes contra a pessoa e contra o

    que englobam basicamente as ocorrncias de estupro e outras ocorrncias de ordem sexual, roubo, furto, agresso, roubo especfico de veculo, vandalismo, entre outros.

    Por ser uma pesquisa realizada semestralmente, o National Crime Victimizationtodos os eventos criminais sofridos nos ltimos seis meses

    referncia das perguntas especficas sobre vitimizao. reconhecido o problema que respondentes normalmente tm para recordar vitimizaes sofridas j nos ltimos trs meses.No entanto, a adoo desse critrio demandaria quatro ao invs de duas pesquisas para cobrir o ano todo, aumentando demasiadamente os custos.

    Por fim, importante destacar o carter aberto e livre para o acesso aos dados . Dentro de seu prprio site explicitam-se quais parcerias foram

    firmadas, bem como so disponibilizadas plataformas para importao rpidiversos relatrios e bancos para qualquer pessoa ou instituio interessada. O ltimo

    divulgado em outubro de 2012, com dados referentes ao ano de 2011,

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    ui descritas, de modo, inclusive, a explicitar as especificidades de cada um

    de vitimizao desde 1973 e se consolida atualmente, como as fontes de informaes sobre criminalidade nos EUA.

    Ao realizar duas coletas primrias por ano, com aproximados cem mil entrevistados distribudos em cerca de cinquenta mil domiclios ao longo do territrio norte americano, a

    a diversas questes relativas frequncia, caractersticas e administrado diretamente pelo

    , possvel afirmar que a prpria pesquisa se tornou uma poltica , com certa garantia de recursos para sua manuteno, o que contribui

    se em quatro objetivos principais: 1) oferecer informaes timar a proporo de eventos

    criminais no registrados pela polcia (identificar a cifra obscura da criminalidade); 3) produzir mensuraes padronizadas de alguns tipos de crimes selecionados e 4) permitir

    mpo. Geralmente, as pesquisas crimes contra a pessoa e contra o

    que englobam basicamente as ocorrncias de estupro e outras ocorrncias de fico de veculo, vandalismo, entre outros.

    National Crime Victimization todos os eventos criminais sofridos nos ltimos seis meses como perodo de

    vitimizao. reconhecido o problema que respondentes normalmente tm para recordar vitimizaes sofridas j nos ltimos trs meses.No entanto, a adoo desse critrio demandaria quatro ao invs de duas pesquisas

    Por fim, importante destacar o carter aberto e livre para o acesso aos dados se quais parcerias foram

    firmadas, bem como so disponibilizadas plataformas para importao rpida e gratuita de diversos relatrios e bancos para qualquer pessoa ou instituio interessada. O ltimo

    divulgado em outubro de 2012, com dados referentes ao ano de 2011,

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    apontou que apenas 50% da vitimizao violenta foi relatada polciaPLANTY, 2012).

    Anlise comparada do perodo entre violentos - estupro ou agresso sexual, roubo, agresso no relatados polcia caiu de 50% para 42%. O percentual de vitimizaes por crimes violacredita que a polcia no podia fazer nada para ajudar, dobrou de 10% em 1994 para 20% em 2010. De 2006 a 2010, os maiores percentuais de crime no declarados foram furto domstico (67%) e estupro ou violncia sexual roubo de veculo. Cerca de trs em cada dezprejuzo para a vtima foram declaradas polcia entre 2006 e 2010. No mesmo perodo, 26% das vitimizaes perpetradas por algupolcia, em comparao com vitimizaes perpetradas por um estranho (51%). 38% das vitimizaes perpetradas por conhecidos intimos no foram denunciadas porque a vtima temeu ser vtima de represlia. 76% de crimforam notificados polcia, assim como vitimizaes contra jovens de 12 a 17 foram mais propensas a no serem notificadas do que as vitimizaes contra as pessoas de outras faixas etrias (LANGTON,BERZOFSKY, SMILEY

    International Crime Victims

    Atualmente, o mais amplo Victimization Survey (ICVS), realizado por um consrcio de pesquisadores desde 1989. Ao todo j foram contemplados 78 pases de vrios pontos do globo, tais como Japo, Argentina, Sua, frica do Sul, Estnia, Moambique, Nova Zelndia, Turquia e outros. At agora, cinco rodadas j foram realizadas, nos anos de 1989, 1992, 1996, 2000 e 2004, totalizando mais de trezentas e vinte mil pessoas entrevistadas (VAN DIJK, 2008). O Brasil participou das trs ltimas rodadas, atravs de questionrios aplicados nas cidades de Rio de Janeiro e So Paulo.

    Desde sua fundao, o principal objetivo do padronizados ao redor do mundo, a fim de permitir a comparabilidade dos dados entre a maior quantidade possvel de pases e/ou cidades. Essa possibilidade de comparao entre diferentes naes se configura, portanto, como uma vantagem extremamehaja vista que permite obter vrios padres de referncia para a ocorrncia de crimes em determinados locais. Em outras palavras, a partir da base de dados desse consorcio,

    Pesquisa Nacional de Vitimizao

    apontou que apenas 50% da vitimizao violenta foi relatada polcia

    Anlise comparada do perodo entre 1994 a 2010 verificou que o percentual de crimes estupro ou agresso sexual, roubo, agresso no relatados polcia caiu de 50%

    para 42%. O percentual de vitimizaes por crimes violentos no notificados porque a vtima acredita que a polcia no podia fazer nada para ajudar, dobrou de 10% em 1994 para 20% em 2010. De 2006 a 2010, os maiores percentuais de crime no declarados foram furto domstico (67%) e estupro ou violncia sexual (65%), enquanto o menor percentual foi de roubo de veculo. Cerca de trs em cada dez vitimizaes (31%) envolvendo uma arma e prejuzo para a vtima foram declaradas polcia entre 2006 e 2010. No mesmo perodo, 26% das vitimizaes perpetradas por algum que a vtima conhecia bem foi declarada a polcia, em comparao com vitimizaes perpetradas por um estranho (51%). 38% das vitimizaes perpetradas por conhecidos intimos no foram denunciadas porque a vtima temeu ser vtima de represlia. 76% de crimes violentos que ocorreram em escola no foram notificados polcia, assim como vitimizaes contra jovens de 12 a 17 foram mais propensas a no serem notificadas do que as vitimizaes contra as pessoas de outras

    BERZOFSKY, SMILEY-MCDONALD, 2012).

    International Crime Victims Survey (ICVS) Atualmente, o mais amplo survey de vitimizao disponvel o International Crime

    , realizado por um consrcio de pesquisadores desde 1989. Ao contemplados 78 pases de vrios pontos do globo, tais como Japo,

    Argentina, Sua, frica do Sul, Estnia, Moambique, Nova Zelndia, Turquia e outros. At agora, cinco rodadas j foram realizadas, nos anos de 1989, 1992, 1996, 2000 e 2004,

    ais de trezentas e vinte mil pessoas entrevistadas (VAN DIJK, 2008). O Brasil participou das trs ltimas rodadas, atravs de questionrios aplicados nas cidades de Rio

    Desde sua fundao, o principal objetivo do ICVS a realizaopadronizados ao redor do mundo, a fim de permitir a comparabilidade dos dados entre a maior quantidade possvel de pases e/ou cidades. Essa possibilidade de comparao entre diferentes naes se configura, portanto, como uma vantagem extremamehaja vista que permite obter vrios padres de referncia para a ocorrncia de crimes em determinados locais. Em outras palavras, a partir da base de dados desse consorcio,

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    apontou que apenas 50% da vitimizao violenta foi relatada polcia (TRUMAN &

    1994 a 2010 verificou que o percentual de crimes estupro ou agresso sexual, roubo, agresso no relatados polcia caiu de 50%

    entos no notificados porque a vtima acredita que a polcia no podia fazer nada para ajudar, dobrou de 10% em 1994 para 20% em 2010. De 2006 a 2010, os maiores percentuais de crime no declarados foram furto

    (65%), enquanto o menor percentual foi de vitimizaes (31%) envolvendo uma arma e

    prejuzo para a vtima foram declaradas polcia entre 2006 e 2010. No mesmo perodo, m que a vtima conhecia bem foi declarada a

    polcia, em comparao com vitimizaes perpetradas por um estranho (51%). 38% das vitimizaes perpetradas por conhecidos intimos no foram denunciadas porque a vtima

    es violentos que ocorreram em escola no foram notificados polcia, assim como vitimizaes contra jovens de 12 a 17 foram mais propensas a no serem notificadas do que as vitimizaes contra as pessoas de outras

    International Crime , realizado por um consrcio de pesquisadores desde 1989. Ao

    contemplados 78 pases de vrios pontos do globo, tais como Japo, Argentina, Sua, frica do Sul, Estnia, Moambique, Nova Zelndia, Turquia e outros. At agora, cinco rodadas j foram realizadas, nos anos de 1989, 1992, 1996, 2000 e 2004,

    ais de trezentas e vinte mil pessoas entrevistadas (VAN DIJK, 2008). O Brasil participou das trs ltimas rodadas, atravs de questionrios aplicados nas cidades de Rio

    a realizao de surveys padronizados ao redor do mundo, a fim de permitir a comparabilidade dos dados entre a maior quantidade possvel de pases e/ou cidades. Essa possibilidade de comparao entre diferentes naes se configura, portanto, como uma vantagem extremamente relevante, haja vista que permite obter vrios padres de referncia para a ocorrncia de crimes em determinados locais. Em outras palavras, a partir da base de dados desse consorcio,

  • Pesquisa Nacional de Vitimizao

    possvel observar se um determinado grau de vitimizao em um passe alto ou baixo em relao aos outros.

    Em sntese, a padronizao do instrumento de mensurao para aplicao em vrias localidades realizada pelo ICVSexpansvei