resenha do filme enterre meu coração na curva do rio
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Resenha do Filme Enterre meu coração na curva do rioTRANSCRIPT
FACULDADE SANTO AGOSTINHO DE SETE LAGOAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
BRUNA VASCONCELLOS BARBOSA
RESENHA DO FILME “ENTERRE MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO”
SETE LAGOAS
2015
O filme “Enterre meu coração na curva do rio” foi inspirado no livro de
mesmo nome do autor Dee Brown. Nele foi relatado a história da colonização nas
Américas. Porém, em vez de narrar a história em que os colonizadores que
chegaram em missão de paz foram vilmente roubados pelos selvagens índios, como
é relatado na maioria das histórias, no filme houve foi o relatado da história de
acordo com o ponto de vista dos perdedores, que no caso, foram os índicos norte-
americanos.
Foi relatado no filme a grande diferença cultural que existia entre os
Europeus e os indígenas. Porém, como os Europeus não buscaram compreender os
modos indígenas, e como o seu poder bélico era maior, acabaram por impor a sua
cultura aos índios. Várias crianças indígenas foram obrigadas a estudarem em
escolas europeias para aprenderem sobre os seus modos e cultura. Tinham que ter
um nome americano, e não indígena. Tiveram que aprender o americano para
poderem se comunicarem com os colonizadores e poderem tentar fazerem acordos.
Os acordos não foram cumpridos, modo que foram obrigados a morarem em
reservas. Não podiam mais agir de acordo com a sua cultura, como exemplos, a
proibição da caça, não podiam sair da reserva em que eles viviam para buscar ervas
medicinais e tudo o que eles “precisarem”, somente poderia ser obtido através do
próprio governo, como o fornecimento da “ração” e cobertores.
Corroborando com o acima exposto, transcreve uma carta escrito por
Tatanka Yatanka, mais conhecido pelo seu nome americanisado de Touro Sentado,
que:
“O governo norte-americano desejava adquirir o território da tribo. O Grande Chefe de Washington mandou dizer que deseja comprar nossa terra. O Grande Chefe assegurou-nos também de sua amizade e sua benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Porém, vamos pensar em tua oferta, pois sabemos que se não o fizermos o homem branco virá com armas e tomará nossa terra” (YATANKA, Tatanka. Carta Do Chefe Sioux TOURO SENTADO(Tatanka Yatanka) Ao Presidente Dos EUA Em 1855(Franklin Pierce). Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/19303809/Carta-Do-Chefe-Sioux-TOURO-SENTADO-Tatanka-Yatanka-Ao-Presidente-Dos-EUA-Em-1855-Franklin-Pierce>. Acesso em: 21 set. 2015. ).
No filme, fica claro ainda o fato de que houve a comercialização da
cultura dos indígenas. São mundialmente conhecidos os nomes dos grandes líderes
indígenas, como o Touro Sentado, Nuvem Vermelha e Cavalo Louco, porém, estes
são os nomes americanizados. Poucos sabe quais são verdadeiramente os seus
nomes indígenas, e praticamente ninguém sabe qual é a sua história, o que eles
realmente fizeram. Ou seja, o nome prevaleceu, mas a história por trás dos mesmos
foram esquecidos.
Dee Brown buscou a preservação da cultura indígena, de modo a evitar
com que as histórias dos mesmos fossem apagadas da história. Para isso, dedicou
grande parte do seu tempo nas bibliotecas e cartórios, procurando por documentos
daquela época e dos 02 (dois) séculos de batalhas entre os indígenas e os
colonizadores e, posteriormente, dos Estados Unidos que avançavam suas colonias
para o oeste.
Deste modo, indubitável é o fato de que a história contada e mais
conhecida popularmente é de que os Estados Unidos fora construído sobre o suor
dos peregrinos injustamente expulsos da Inglaterra, porém, de acordo com a versão
menos conhecida e narrada pelos índios, a histórico do surgimento da maior
potência econômica atual foi feita a base do massacre de toda a população indígena
norte-americana.
Lady Sybylla, escreve em seu blog uma situação hipotética que facilita
a visualização narrada, de modo a trazer para os dias de hoje:
“Pegue qualquer enredo em que alienígenas invadem a Terra, tomam nossas cidades, matas as pessoas e agora transporte o conflito entre colonizadores e povos nativos para essa alegoria. É exatamente a mesma coisa. Povos superiores, com consciênia diferente, modos diferentes, chegam em um território novo e ignoram os povos que antes lá viviam”. (SYBYLLA, Lady. Resenha: Enterrem meu coração na curva do rio. 2015. Disponível em: <http://www.momentumsaga.com/2015/07/resenha-enterrem-meu-coracao-na-curva-do-rio-de-dee-brown.html>. Acesso em: 21 set. 2015).
Por fim, resta fazer apenas uma pergunta que cabe e facilita mais
ainda o ponto de vista que Dee Brown teve e a maioria das pessoas não
conseguiram ver: Se os Alemães tivessem ganhado a guerra, o holocausto teria sido
considerado um ato tão repugnante como é hoje ou teria sido uma digna e honrosa
vitória?