resenha holocausto brasileiro
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Reesenha Holocausto BrasileiroTRANSCRIPT
ANA PAULA
AMANDA VARGAS
CAMILA CUER
EDINE RENATA RODRIGUES
JANE
MAHARA THIMOTEO
PATRICIA
RESENHA DO LIVRO HOLOCAUSTO BRASILEIRO
CURITIBA
2015
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ANA PAULA
AMANDA VARGAS
CAMILA CUER
EDINE RENATA RODRIGUES
JANE
MAHARA THIMOTEO
PATRICIA
RESENHA DO LIVRO HOLOCAUSTO BRASILEIRO
Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Psicopatologia Adulta do Curso de Psicologia da FAE Centro Universitária.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marilza Izidro.
CURITIBA
SETEMBRO 2015
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SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO:.........................................................................................4
2.0 HOSPITAL DE BARBACENA.......................................................................5
3.0 CASOS:........................................................................................................6
3.1 CASO DE SUELI E DEBORA: PÁGINA 118............................................6
3.2 CASO DE ROBERTO – PÁGINA 94 – ABANDONO................................8
4.0 CORRELAÇÃO ENTRE O LIVRO E A DISCIPLINA....................................9
4.1 O SABER A SERVIÇO DO PODER:........................................................9
5.0 CONCLUSÃO:............................................................................................12
6.0 COMENTÁRIOS..........................................................................................13
7.0 REFERÊNCIA..............................................................................................16
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1.0 INTRODUÇÃO:
Este trabalho foi escrito a fim de instigar a uma breve reflexão sobre até
que ponto uma pessoa pode nomear outra como um louco, como as relações
de poder podem fabricar a loucura e ainda que o diagnostico de doença mental
seja dado por um profissional, este indivíduo não deixa de ser um ser humano
que merece respeito acima de tudo.
O trabalho discorre sobre a história de dois relatos do livro Holocausto
brasileiro, com sua historia impactante, assustadora e comovente, escrito pela
repórter Daniela Arbex que entre tantos relatos de barbares cometidas em um
hospital psiquiátrico em Barbacena “O Colonia”, aponta para as relação de
poder, capitalismo e abandono dos menores e incapazes no nosso país e põe
o dedo em uma ferida antiga e ainda aberta na sociedade, o preconceito que
faz com que o diferente seja sempre visto como anormal. E por ser
considerado fora do padrão é expurgado.
Dentro de todo aquele horror, de todos os relatos, pinçamos as histórias
de Sueli e Debora, mãe e filha, a mãe, uma interna que defendeu até quando
pode a vida que estava sendo gerada em seu ventre, mais na situação em que
era colocada chegou a passar fezes na barriga, o que era bem comum entre as
internas gravidas a fim afastar as pessoas que poderiam fazer mal a seus
filhos, uma demonstração de carinho, sentimentos puros de amor ,
racionalidade e de instinto de sobrevivência e também a história de Roberto,
uma vez que em meio a este horror todo haviam crianças internas e Roberto foi
abandonado pela própria família em razão de preconceito e ignorância.
Por fim, foi correlacionado os relatos do livro com a matéria apresentada
na disciplina de Psicopatologia Adulto.
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2.0 HOSPITAL DE BARBACENA
O Hospital Colônia na cidade de Barbacena, Minas Gerais, foi um hospital
psiquiátrico, que durante século XX, foi um palco de milhares de casos de
tortura, maus tratos e tratamento desumano que resultou em pelo menos 60 mil
mortos.
As pessoas eram internadas sem diagnóstico de doença mental, eram
alcoólatras, homossexuais, prostitutas, epilépticos, meninas que foram
violentadas e que engravidaram pelos seus patrões, filhas de família que
perderam a virgindade antes do casamento, pessoas que era incômodas para
alguém com mais poder e crianças com deficiências também era internadas.
As pessoas chegavam de toda parte do Brasil, a maioria chegava de
trem, conhecido como “Trem doido”, essa expressão foi criada pelo escritor
Guimarães para referir-se ao caminhado para a morte na Colônia.Os pacientes
eram levados até o Colônia em grandes vagões de cargas. A cena era idêntica
a dos judeus que eram levados para o campo de concentração.
Os recém chegados à estação do Colônia eram levados para setor de
triagem, onde eram separados pela idade, sexo e característica físicas. Após
isso, os pacientes eram obrigados a entregar seus pertences e todos
passavam pelo banho coletivo para desinfecção e recebiam uniforme da cor
azul, conhecido como azulão, e seus nomes eram esquecidos pelo
funcionários, que os rebatizavam.
O Colônia era formado por departamento A e B e esses se dividiam em
pavilhões. Homens eram encaminhados ao departamento B, e os que tinha
condição para trabalhar iriam para o pavilhão Milton Campos. Os homens tinha
as cabeças raspadas de maneira semelhante aos prisioneiros de guerra. As
mulheres eram encaminhadas ao departamento A, conhecido como
Assistência.
As condições de vida dos internos no Colônia eram extremamente
desumanas, pois, às vezes, os internos comiam ratos, baratas, bebiam água do
esgoto que cruzava a instituição ou urina, dormiam sobre o capim em razão
dos pequenos dormitórios e ainda precisavam lidar com torturas que eram
frequentes dentro do hospital.
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Na instituição o eletrochoque era comum. Pacientes eram submetidos
sem nenhuma razão. Era aplicado com propósito de servir apenas como
castigo e muitos pacientes morriam com os eletrochoques. Sem haver
prescrição médica, os funcionários aplicavam medicamentos para aqueles
pacientes que estavam agressivos com objetivo de conter e intimidar.
Devido à superlotação do hospital, muitos pacientes eram colocados no
pátio da instituição praticamente sem roupas e expostos às baixas
temperaturas, no intuito de morrerem, para diminuir a superlotação. Alguns
morriam de frio, de fome, doença e também de choques. Ao morrer davam
lucro, os corpos sem vida dos pacientes do Colônia eram vendidos para as
faculdades sem consentimento das famílias dos pacientes. E quando tinha
excesso de cadáveres, os corpos eram colocados em ácidos, no pátio da
Colônia, diante dos pacientes. Após os corpos serem decompostos por ácido,
estes eram vendidos em ossadas.
Essa foi uma época que em que houve o maior número de mortes em
hospícios do Brasil, e ficou conhecido como “Holocausto Brasileiro”.
3.0 CASOS:
3.1 CASO DE SUELI E DEBORA: PÁGINA 118
Desde os primórdios em que a mulher foi dotada como procriadora, tem-
se então a dádiva de ser mãe, por ter bravura emocional quando tudo dá
errado, audácia para "fugir" quando necessário, e ousadia para protagonizar
sua história na luta que é a vida; Mas, a vida em sua plenitude, dá as mulheres
o poder de parir, porém, para muitas não dá o poder de criar, pois a
adversidade assume o papel da separação, a crueldade de desvincular um ser
inofensivo de alguém com consciência, mas julgada por terceiros como
incapaz. A mãe fica com o vazio eterno, em que o coração adoece e surge o
sofrimento da dor, da perda de um amor que é parte de si, pois o filho é um
pedacinho de sua mãe. A reciprocidade do amor materno é inigualável a
qualquer outro amor, pois é puro, gratuito e sem ódio ou rancor.
Toma-se então como base o caso de Sueli, que teve no Colônia uma
gestação decorrente de um romance, em que carregou em sua barriga um
bebê, o qual tinha muito apreço. Sueli, apesar de ser portadora da Epilepsia,
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durante o parto normal tinha consciência do que estava acontecendo, ajudando
com muita garra a dar a luz a sua filha, cujo o nome era Débora. Dez dias
decorrentes de seu parto, sua filha foi tirada de si, pois Sueli era vista como um
perigo e incapaz de auxiliar no desenvolvimento da menina. Seu coração ficou
partido, a injuria tomou conta de si, então, toda desumanidade descarregada
em si, Sueli correspondia friamente a cada ato de tortura, sendo sempre
castigada.
Certa vez, Sueli foi completamente despida no Colonia e “enjaulada”
dias a fio, não tendo o que comer e faminta, pegou sem muito pensar os ratos
que por ali passavam e os ingeriu, pois assim continuaria a sobreviver. Isso
levou os funcionários a pensar o quanto ela era desequilibrada, não
considerando o ato falho dos mesmos, que equivocaram-se a alimentá-la.
Sem muito pensar, ela descontava sua fúria em atitudes impróprias a
cada ano que recordava do aniversario de sua filha, no dia do aniversário ela
dotava-se de crises incontroláveis, usando a frase “uma mãe nunca se esquece
da filha, mesmo quando não está mais com ela”; com muito ódio por ali estar e
nada poder fazer, ela descarregava em seu próximo o horror que viam nela,
chegou até arrancar no vivo a orelha de uma de suas colegas.
Por obras do destino, Sueli teve contato no Colonia com uma menina
que curiosamente queria saber o “por quê” ela estava ali, sem ambas terem
conhecimento da causa, a menina era a filha que Sueli tivera parido. Já na fase
adulta, a menina com o nome de Débora, mediante a muita rivalidade com sua
mãe, descobriu que não possuíam o mesmo sangue, intrigada, decidiu ir atrás
de sua identidade biológica, descobrindo na sequencia que sua mãe verdadeira
era vitima do Colonia, mas nem mesmo isso a assustou, pois ela estava
convicta do encontro, nada a deixou desistir.
Débora, muito confiante correu atrás de todo histórico de seu passado,
vivenciou histórias que degradavam sua biológica mãe, até que descobriu que
a mesma já não viverá mais.
Sueli e Débora foram vitimas do Holocausto, a vida de ambas foram
corrompidas por achismos e abandono. O que se via em Sueli, não era o que
aparentava, pois ela sofria apenas de crises de Epilepsia que poderia ser
controlada com medicamentos ao invés de procedimentos de Eletrochoques
que a conturbava e que atraia seu pior, levando-a a ter um transtorno irreal.
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3.2 CASO DE ROBERTO – PÁGINA 94 – ABANDONO
Quando se trata de abandono o coração se empedra, ainda mais por
saber que se tem uma família, com condições de criar, amar e cuidar, mas que
preferiram negligenciar e rejeitar o sangue de seu sangue por uma deficiência
que a medicina poderia auxiliar no controle.
Esse é o caso de Roberto, que tão cedo foi enviado para o Colonia,
ainda criança de tudo, do amor, dos problemas, inocente da vida, mas, que
antes mesmo de poder provar da doçura do viver, foi submetido a amargura, foi
abandonado em um lugar sombrio, onde não havia chance de se desenvolver e
ser alguém.
Roberto, dentre tantos que lá estavam era o único que tinha família,
certo dia a esperança de o menino sair de lá se avivou pelas funcionarias,
quando seu pai decidiu visitá-lo.
O menino vestiu da melhor roupa que pudera ter no Colonia, sendo lá
um lugar precário, sombrio e repugnante. Na simplicidade de garoto, ao ver seu
pai, sentiu-se iluminado, com direito a ter as mais diversas sensações, muito
emocionado, o menino teve incontinência urinária, o que causou repudio em
seu pai ao sentir o odor que vinha de seu filho, sem saber disfarçar, o homem a
quem Roberto teve deslumbre, o abandonou pela segunda vez, saindo para
comprar-lhe algo para comer e nunca mais voltou.
Roberto, não apresentava perigo social, mas, teve a infelicidade de
nascer com a doença de hidrocefalia, problema que causa inchaço no crânio,
mas que possui tratamento. Pela vergonha social da família, decidiram excluir
Roberto e abandoná-lo no Colonia, como se fosse uma ameaça.
A indiferença paterna nocauteou Roberto, pois viu-se novamente
abandonado da falta de respeito por seus sentimentos, levando-o a uma noção
profunda de que o mundo é um lugar perigoso e ameaçador, não sendo talvez
capaz de confiar em ninguém, possivelmente nem em si mesmo.
Não lhe faltaria comida, nem roupa no Colonia, não morreria de frio,
mas, possivelmente ficaria a mercê da escuridão do tempo, pois o abandono é
equivalente à morte, pois além de sentir-se abandonado, é consequência se
abandonar, Roberto possivelmente não sucumbiria com a precariedade como
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os outros, mas deixado lá, seria entregue a morte pela tristeza. Foi vitima da
negligencia e do Holocausto que abalou o país.
4.0 CORRELAÇÃO ENTRE O LIVRO E A DISCIPLINA.
Percebemos que neste livro a autora fez um trabalho jornalístico
fantástico, pois ela escolheu fotos (apesar de serem em preto e branco) que
nos demonstrava o horror e a barbárie vivida no século XX dentro dos muros
do Hospício Colônia de Barbacena – MG.
Relatos de maus tratos e desamparo eram comuns a todos os internos,
os “indesejáveis” como eram mal vistos pela sociedade, estas pessoas se
tratavam de doentes, mendigos, prostitutas e ate mesmo mulheres gravidas
que foram abusadas e ridicularizadas e desempregados, estes eram
percebidos pela burguesia como seres repugnantes e assim eram depositadas
no mausoléu. A limpa era realizada sempre que necessário, pois toda a corja
de pessoas vistas como ruins e menos abastadas eram colocadas e
esquecidas pelas famílias no hospício (Situação que me remete a lembrar de
Hitler e o nazismo na Alemanha).
Alguns dos internos eram deficientes mentais porem 70% dos internados
não sofria doença mental, muitos foram submetidos a tratamentos (torturas)
psicológicos e maus tratos sem terem doenças propriamente ditas. Verdadeiras
cobaias humanas.
4.1 O SABER A SERVIÇO DO PODER:
Notamos que em Foucault a ideologia dominante fabrica seu opositor.
No que se refere ao poder, direito e verdade, sob a análise de Foucault,
discorre que as relações de poder postas, sejam pelas instituições, escolas,
prisões, quartéis, foram marcadas pela disciplina: “mas a disciplina traz consigo
uma maneira específica de punir, que é apenas um modelo reduzido do
tribunal” (Foucault, 2008:149). Sendo que pela disciplina (tortura e maus tratos)
as relações podem ser mais claras e observáveis, pois é por meio dela que se
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estabelecem as relações de hierarquia: opressor – oprimido, persuasivo-
persuadido, e tantas outras que necessitem comando e comandados.
Diante do triângulo demonstrado por Foucault, poder — direito —
verdade, percebe-se o tripé da sociedade, estado - mercado – sociedade civil,
e assim se da às condições: manda quem pode (os mais ricos) e obedece
quem precisa (os pobres, marginalizados).
Nesta relação de poder pode se caracterizar que o comercio de órgãos e
corpos que era realizado no hospício foi um ótimo negocio, pois o sistema
lucrativo encorajava as faculdades de medicina e seus cursos a continuarem
suas pesquisas sem se quer saber quem era o ser que estava sendo estudado
e assim a burguesia mais uma vez se beneficiava.
Quem não era louco ficava louco na Colônia, pois a convivência e as
situações que os internos eram submetidos, qualquer pessoa normal estava
sujeita a loucura. Os casos dos pacientes lobotomizados alguns aparentavam
melhora de comportamento, outros alterações incorrigíveis na fala, na
musculatura e membros e aqueles que viviam, tornavam – se verdadeiros
vegetais, pois suas ações não seriam mais realizáveis.
Dentre alguns casos poderemos ressaltar o relato feito pelo menino
Roberto, criança que foi abandonado e negligenciado pelo seu pai. A
incontinência urinaria que ele possuía poderia ser tratada de outra forma e não
da maneira em que ele foi submetido, acredito que se Freud com sua
delicadeza e condução de uma possível terapia poderia tê-lo curado, ou ate
mesmo se fossemos submeter o menino aos cuidados do Dr Pinel, este
paciente seria observado, acompanhado e só então hospitalizado de acordo
com sua real necessidade.
Ao longo da historia percebemos um avanço em meio a tratamentos e
internamentos voltados aos pacientes, mas esse avanço não tinha ainda
chegado a Barbacena, visto que muitos dos tratamentos como lobotomias e
eletrochoques deixavam os pacientes débeis e alguns evoluíam à morte.
Percebemos ao longo do livro que esses procedimentos eram corriqueiros no
hospício, os internos eram submetidos a vários experimentos e como sendo um
deposito de pessoas esquecidas, as famílias se quer sabiam o que acontecia
por traz das janelas da instituição, infelizmente a morte de alguns era lucro
para outros.
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Levamos em conta a historia da loucura que foi explicada em sala de
maneira a associarmos as situações impostas naquele livro, neste texto
observamos que o louco era considerado o “bode expiatório” o herege, ele era
considerado anormal por não colocar suas ideias para fora, não ter voz nem
vez. Michel Foucault dizia que a loucura não deixava de evidenciar uma
relação com a razão, ele também traz a tona o problema dos asilos, casas de
repouso e manicômios que na época existia, esses lugares traziam solidão, dor
e principalmente a perca da liberdade o que na realidade da situação qualquer
pessoa normal ficando exclusa torna-se louca.
Desta maneira, ninguém fica louco por que quer, mas a sociedade, no
momento de elaboração da neurose como também da psicose, evidencia sua
superioridade de elencar qual personalidade substitutiva deverá adotar. Isto é,
a sociedade que irá definir as normas do pensamento, comportamento e limites
da loucura.
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5.0 CONCLUSÃO:
O presente trabalho sobre o livro “Holocausto Brasileiro” redigido pela
jornalista Daniela Arbex, teve como objetivo possibilitar reflexões sobre
situações vividas pela nossa sociedade bem como fazer um comparativo com a
sociedade em que vivemos atualmente. O trabalho possibilitou também uma
análise mais profunda de nossa sociedade bem como conceitos vistos em sala
de aula e correlações com teorias e filosofias com a de Foucault e a do “Bode
Expiatório”.
Através de relatos e fatos históricos, este trabalho foi de suma
importância para a compreensão de temas que são discutidos em nossa
sociedade até hoje. Com ele foi possível formar opinião sobre o tema,
desenvolver ideias, organização e comunição alem de possibilitar aos alunos a
analise de dados e melhor compreensão de conteúdos. Esse trabalho o qual
teve o objetivo cumprido possibilitou a todos conhecer a fundo o histórico do
que atualmente denominamos como patologias.
6.0 COMENTÁRIOS:
12
Uma grande livro de reportagem da Daniela Arbex, “Holocausto
Brasileiro”, uma leitura fácil ao mesmo tempo impactante, assustadora e
comovente. Fiquei impressionada pela situação desumana em que os internos
viviam no hospital de Barbacena. Esse livro me fez a fazer associação da
disciplina psicopatologia adulto com: as formas consideradas de tratamento,
disciplina e punição (eletrochoque, lobotomia) dos pacientes; o livro “A
Loucura”, do autor Jaccard; e o funcionamento dos manicômios antes da
reforma psiquiátrica. (Camila Cuer)
O Holocausto Brasileiro, escrito pela jornalista Daniela Arbex, conta a
história do maior hospício do Brasil, conhecido pelo nome de Colônia, que
ficava na cidade de Barbacena, MG. Um livro impactante e bastante bruto.
Posso dizer que esta obra demonstrou a realidade vivida no século XX no
hospital Psiquiátrico, face esta que não estamos acostumados a perceber em
nossa sociedade atual. Ele me fez abrir os olhos em direção a situações
cotidianas em nosso país. Aprendemos a controlar o que não é controlado,
asilar os velhos, os loucos, os doentes e mendigos, seres invisíveis perante a
sociedade atual. Muitas são as pessoas ditas normais que são levadas a
loucura quando expostas a torturas e maus tratos. É um choque de realidade
dura e cruel, porem importantíssima ao estudante de Psicologia, pois desta
forma percebemos que a disciplina de Psicopatologia adulto tem fundamental
importância a nossa formação. (Edine)
O presente trabalho de analise do livro “Holocausto Brasileiro” escrito
pela jornalista Daniela Arbex, nos possibilitou alcançar inúmeros objetivos bem
como inicialmente o conhecimento mais amplo sobre a história de nossa
sociedade com relação aos manicômios e lutas antimanicomiais e também a
análise e reflexão da mesma. Correlação com teorias e filosofias que
descrevem e embasam esses fatos históricos e a relação com o que
atualmente denominamos patologias. (Marhara).
Definitivamente a história relatada no livro Holocausto brasileiro é
impressionante e triste, um verdadeiro choque de realidade, até que ponto vai a
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maldade o desprezo daqueles que estão bitolados e alienados ao poder ao
capitalismo, as normas e regras tradicionais que não “percebiam”, as barbáries
que aconteciam contra o seu semelhante depositados em um local pútrido
desprezível?
O livro relata histórias de pessoas que não tinham doenças mentais,
pelo menos não antes de serem submetidos a todo aquele horror, aliás, os
dados do próprio livro conta que 70% daqueles que passaram pelo horror não
tinham doença mental, e ainda que tivessem, não deixavam de ser seres
humanos e mesmo que fossem animais, não mereciam passar por aquilo.
Tanto que em relatos daqueles que sobreviveram e foram para casas de
repouso e melhor
assistido, em fim tratados como gente, não sabiam como lidar com a nova vida,
que era simples mais digna.
A perca da identidade, da dignidade, a violação aos direitos do cidadão,
violência, desprezo, em fim, os relatos são de virar o estomago de qualquer
leitor, e de dar vontade de gritar, sair da realidade. Tudo isso vindo do
desprezo do poder “governamental” e das próprias famílias, de uma sociedade
amarrada a normas regras que dão atenção a coisas pequenas e fecham os
olhos para coisas tão importantes. Em fim, o livro as denuncias, a intenção da
escritora é espetacular. (Patricia)
O nome desse livro por si só em minha opinião já é extremamente forte
e impactante porque o holocausto remete ao nazismo, uma época de grande
tragédia e crueldade na humanidade, e primeiramente achei um pouco
exagerada a comparação, porém ao ler esse livro me surpreendi com as
semelhanças de tratamento dos pacientes que chegavam ao hospital e os
judeus que eram enviados aos campos de concentração.
O tratamento que esses pacientes recebiam era desumanos, injustos, e
cruéis. Os pacientes tinham sua identidade, sua subjetividade, confiscada e
massacrada. A maioria dos pacientes nem se quer tinham alguma doença
mental ao chegarem ao hospital, mas eram enviados pra lá por serem
considerados indesejáveis na sociedade.
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Em minha opinião o livro relata uma tragédia singular em nossa história.
Aquela cultura higenista com a ideia de “limpeza social” até hoje é presente em
nossa sociedade, a meu ver isso deve ser extinto, porque quem somos nós
para julgar ao outro? Uma loucura só pode ser considerada tal se ela causar
sofrimento ao individuo ou a alguém. Esse livro me emocionou muito, e me fez
repensar e reavaliar meus próprios valores. ( Amanda Vargas).
É um livro que despertou em mim a viva curiosidade pela história da
loucura e da morte. Foi chocante saber dos relatos que ocasionaram e
resultaram em tantos falecimentos, muitos, desnecessários, diria até que a
maior parte. O Colonia foi o inicio e o fim da vida de muitas pessoas, que sem
forças ou oportunidades para lutar, entregaram-se a loucura, mesmo sem tê-la.
Sueli foi um caso tipico, que por infelicidade da vida, teve epilepsia, levada
obrigatoriamente a ser considerada insânia, por negligencia humana. Um livro
que valeu a pena de ler. ( Jane Rodrigues).
O livro relata da jornalista Daniela Arbex retrata de forma a deixar
impressionada a história de um hospício em Barbacena Minas Gerais, são
cenas que deixam medo e terror, mais de 60mil mortos e muitos nem sequer
apresentavam loucua de verdade.
O grande muro escondia cenas tristes e de muita crueldade, sob um frio
de rachar a pele, comendo porcaria ou até ratos, rodeados por baratas e
moscas, dormindo sobre a palha no cimento, tudo isso entre uma sessão de
eletrochoque e outra, ou espancamento, ou mesmo lobotomia. Muitos
praticaram trabalho forçado. Após morrerem de todo tipo de doença ou
violência, seus corpos eram vendidos para faculdades de medicina, e sua
passagem pela vida, apagada como se inexistente.
A jornalista relata e ilustra de forma concisa a história de muitas pessoas
que ainda estão vivas, e contou de forma emocionante e realista. ( Ana Paula)
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7.0 REFERENCIA:
FOUCAULT, Michel.Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto
Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
ARBEX,Daniela.Holocausto Brasileiro.1.ed.São Paulo.Geração Editorial,2013
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