reprodução assistida

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Reprodução Assistida Prof. Carlos Eduardo Nicoletti Camillo

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Reproduo Assistida

Reproduo AssistidaProf. Carlos Eduardo Nicoletti CamilloReproduo AssistidaLegislao aplicvel:

CF, art. 226, 7,Lei n. 9.263/96,CC, art. 1.597, incisos III a V.Nota: PL 1.184/2003

Normas deontolgicas:Resoluo 2.013/2013 do CFM e Cdigo de tica MdicaReproduo AssistidaArt. 226/CF

7 - Fundado nos princpios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsvel, o planejamento familiar livre deciso do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e cientficos para o exerccio desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituies oficiais ou privadas.Reproduo AssistidaLei n. 9.263/96:

Art. 3 O planejamento familiar parte integrante do conjunto de aes de ateno mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma viso de atendimento global e integral sade. Pargrafo nico - As instncias gestoras do Sistema nico de Sade, em todos os seus nveis, na prestao das aes previstas no caput, obrigam-se a garantir, em toda a sua rede de servios, no que respeita a ateno mulher, ao homem ou ao casal, programa de ateno integral sade, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, como atividades bsicas, entre outras: I - a assistncia concepo e contracepo; (...)Reproduo AssistidaLei n. 9.263/96:

Art. 9 Para o exerccio do direito ao planejamento familiar, sero oferecidos todos os mtodos e tcnicas de concepo e contracepo cientificamente aceitos e que no coloquem em risco a vida e a sade das pessoas, garantida a liberdade de opo. Pargrafo nico. A prescrio a que se refere o caput s poder ocorrer mediante avaliao e acompanhamento clnico e com informao sobre os seus riscos, vantagens, desvantagens e eficcia.

Reproduo AssistidaCdigo Civil

Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constncia do casamento os filhos:(...)III - havidos por fecundao artificial homloga, mesmo que falecido o marido;IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embries excedentrios, decorrentes de concepo artificial homloga;V - havidos por inseminao artificial heterloga, desde que tenha prvia autorizao do marido.

R. A. - Res. 2.013/CFM1 - As tcnicas de reproduo assistida (RA) tm o papel de auxiliar na resoluo dos problemas de reproduo humana, facilitando o processo de procriao. [PL 1.184/2003, art. 2: infertilidade ou preveno de doenas genticas].

2 - As tcnicas de RA podem ser utilizadas desde que exista probabilidade efetiva de sucesso e no se incorra em risco grave de sade para a paciente ou o possvel descendente, e a idade mxima das candidatas gestao de 50 anos. [princpios da beneficncia e no-maleficncia]

3 - O consentimento informado ser obrigatrio a todos os pacientes submetidos s tcnicas de reproduo assistida, inclusive aos doadores. Os aspectos mdicos envolvendo as circunstncias da aplicao de uma tcnica de RA sero detalhadamente expostos, assim como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a tcnica proposta. As informaes devem tambm atingir dados de carter biolgico, jurdico, tico e econmico. O documento de consentimento informado ser expresso em formulrio especial e estar completo com a concordncia, por escrito, das pessoas submetidas s tcnicas de reproduo assistida. [PL 1.184, art. 4, Cdigo de tica Mdica art. 15, 3]R. A. - Res. 2.013/CFM4 - As tcnicas de RA no podem ser aplicadas com a inteno de selecionar o sexo (sexagem) ou qualquer outra caracterstica biolgica do futuro filho, exceto quando se trate de evitar doenas ligadas ao sexo do filho que venha a nascer.

5 - proibida a fecundao de ocitos humanos com qualquer outra finalidade que no a procriao humana.

[Vedada a sexagem, eugenia, hbridos ou quimeras Cdigo de tica Mdica, Art. 15, 2, Inciso III]

R. A. - Res. 2.013/CFM6 - O nmero mximo de ocitos e embries a serem transferidos para a receptora no pode ser superior a quatro. Em relao ao nmero de embries a serem transferidos, so feitas as seguintes determinaes: a) mulheres com at 35 anos: at dois embries); b) mulheres entre 36 e 39 anos: at trs embries; c) mulheres entre 40 e 50 anos: at quatro embries.

7 - Em caso de gravidez mltipla, decorrente do uso de tcnicas de RA, proibida a utilizao de procedimentos que visem reduo embrionria.

[No caso de procriao medicamente assistida, a fertilizao no deve conduzir sistematicamente ocorrncia de embries supranumerrios Cdigo de tica Mdica Art. 15, 1.]

R. A. - Res. 2.013/CFMPacientes de R.A. (Pertinncia Subjetiva)

1 - Todas as pessoas capazes, que tenham solicitado o procedimento e cuja indicao no se afaste dos limites desta resoluo, podem ser receptoras das tcnicas de RA desde que os participantes estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo, de acordo com a legislao vigente. [PL 1.184/2003 arts. 2, II e IV]

R. A. - Res. 2.013/CFMIV - DOAO DE GAMETAS OU EMBRIES1 - A doao nunca ter carter lucrativo ou comercial [CC, art. 11, 14 e Lei 9.434/97]2 - Os doadores no devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa.3 A idade limite para a doao de gametas de 35 anos para a mulher e 50 anos para o homem.4 - Obrigatoriamente ser mantido o sigilo sobre a identidade dos doadores de gametas e embries, bem como dos receptores. Em situaes especiais, as informaes sobre doadores, por motivao mdica, podem ser fornecidas exclusivamente para mdicos, resguardando-se a identidade civil do doador.5 - As clnicas, centros ou servios que empregam a doao devem manter, de forma permanente, um registro de dados clnicos de carter geral, caractersticas fenotpicas e uma amostra de material celular dos doadores.R. A. - Res. 2.013/CFM6 - Na regio de localizao da unidade, o registro dos nascimentos evitar que um(a) doador(a) venha a produzir mais do que uma gestao de criana de sexo diferente numa rea de um milho de habitantes. 7 - A escolha dos doadores de responsabilidade da unidade. Dentro do possvel dever garantir que o doador tenha a maior semelhana fenotpica e imunolgica e a mxima possibilidade de compatibilidade com a receptora.8 - No ser permitido ao mdico responsvel pelas clnicas, unidades ou servios, nem aos integrantes da equipe multidisciplinar que nelas trabalham participar como doador nos programas de RA. 9 permitida a doao voluntria de gametas.

[Sobre o sigilo: Conflito de Direitos Fundamentais V. Projeto Lei 1.184/2003 Arts. 8 e 9]

R. A. - Res. 2.013/CFMV - CRIOPRESERVAO DE GAMETAS OU EMBRIES1 - As clnicas, centros ou servios podem criopreservar espermatozoides, vulos, embries e tecidos gondicos.2 O nmero total de embries produzidos em laboratrio ser comunicado aos pacientes, para que decidam quantos embries sero transferidos a fresco, devendo os excedentes, viveis, serem criopreservados.

R. A. - Res. 2.013/CFM3 - No momento da criopreservao, os pacientes devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino que ser dado aos pr-embries criopreservados em caso de divrcio, doenas graves ou falecimento de um deles ou de ambos, e quando desejam do-los.4 Os embries criopreservados com mais de 5(cinco) anos podero ser descartados se esta for a vontade dos pacientes, e no apenas para pesquisas de clulas-tronco, conforme previsto na Lei de Biossegurana.R. A. - Res. 2.013/CFMVI Diagnstico Gentico Pr-Implantao de Embries

1 - As tcnicas de RA podem ser utilizadas acopladas seleo de embries submetidos a diagnstico de alteraes genticas causadoras de doenas. 2 - As tcnicas de RA tambm podem ser utilizadas para tipagem do sistema HLA do embrio, com o intuito de seleo de embries HLA-compatveis com algum filho(a) do casal j afetado por doena, doena esta que tenha como modalidade de tratamento efetivo o transplante de clulas-tronco ou de rgos. 3 - O tempo mximo de desenvolvimento de embries "in vitro" ser de 14 dias. R. A. - Res. 2.013/CFMVII - SOBRE A GESTAO DE SUBSTITUIO (DOAO TEMPORRIA DO TERO) [barriga de aluguel]As clnicas, centros ou servios de reproduo humana podem usar tcnicas de RA para criarem a situao identificada como gestao de substituio, desde que exista um problema mdico que impea ou contraindique a gestao na doadora gentica ou em caso de unio homoafetiva. 1 - As doadoras temporrias do tero devem pertencer famlia de um dos parceiros num parentesco consanguneo at o quarto grau (primeiro grau me; segundo grau irm/av; terceiro grau tia; quarto grau prima), em todos os casos respeitada a idade limite de at 50 anos. 2 - A doao temporria do tero no poder ter carter lucrativo ou comercial. [PL 1.184/2003, art. 3: vedada a gestao de substituio]R. A. - Res. 2.013/CFM3 - Nas clnicas de reproduo os seguintes documentos e observaes devero constar no pronturio do paciente: - Termo de Consentimento Informado assinado pelos pacientes (pais genticos) e pela doadora temporria do tero, consignado. Obs.: gestao compartilhada entre homoafetivos onde no existe infertilidade; - relatrio mdico com o perfil psicolgico, atestando adequao clnica e emocional da doadora temporria do tero; R. A. - Res. 2.013/CFM- descrio pelo mdico assistente, pormenorizada e por escrito, dos aspectos mdicos envolvendo todas as circunstncias da aplicao de uma tcnica de RA, com dados de carter biolgico, jurdico, tico e econmico, bem como os resultados obtidos naquela unidade de tratamento com a tcnica proposta; - contrato entre os pacientes (pais genticos) e a doadora temporria do tero (que recebeu o embrio em seu tero e deu luz), estabelecendo claramente a questo da filiao da criana; - os aspectos biopsicossociais envolvidos no ciclo gravdico-puerperal; - os riscos inerentes maternidade; R. A. - Res. 2.013/CFM- a impossibilidade de interrupo da gravidez aps iniciado o processo gestacional, salvo em casos previstos em lei ou autorizados judicialmente; - a garantia de tratamento e acompanhamento mdico, inclusive por equipes multidisciplinares, se necessrio, me que doar temporariamente o tero, at o puerprio; - a garantia do registro civil da criana pelos pacientes (pais genticos), devendo esta documentao ser providenciada durante a gravidez; - se a doadora temporria do tero for casada ou viver em unio estvel, dever apresentar, por escrito, a aprovao do cnjuge ou companheiro. R. A. - Res. 2.013/CFMVIII - REPRODUO ASSISTIDA POST-MORTEM

possvel desde que haja autorizao prvia especfica do(a) falecido(a) para o uso do material biolgico criopreservado, de acordo com a legislao vigente. R. A. - Res. 2.013/CFMEnunciado n. 103/CJF

O Cdigo Civil reconhece, no art. 1.593, outras espcies de parentesco civil alm daquele decorrente da adoo, acolhendo, assim, a noo de que h tambm parentesco civil no vnculo parental proveniente quer das tcnicas de reproduo assistida heterloga relativamente ao pai (ou me) que no contribuiu com seu material fecundante, quer da paternidade socioafetiva, fundada na posse do estado de filho.R. A. - Res. 2.013/CFMVIII REPRODUO ASSISTIDA POST MORTEMNo constitui ilcito tico a reproduo assistida post mortem desde que haja autorizao prvia especfica do(a) falecido(a) para o uso do material biolgico criopreservado, de acordo com a legislao vigente.[V. art. 1.597, inciso III, CC]

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS1. Consideraes iniciais.2. Direitos da Personalidade2.1. Conceito.2.2. Caracteres gerais: absolutos, intransmissveis, irrenunciveis, impenhorveis, inalienveis.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS3. Doao de rgos: transmissibilidade excepcionadaTrata-se de negcio jurdico caracterizada pela disposio gratuita post mortem ou inter vivos de tecidos, rgos e partes do corpo humano excetuados o sangue e gametas, configurando-se, enfim, numa transmissibilidade excepcionada de direitos da personalidade.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS4. FundamentosArt. 1, inciso III, CFArt. 196 e ss., CFArts. 13 e 14, CCLei 9.434/97 com as alteraes introduzidas pela Lei 10.211/01.Normas inferiores, com destaque para o Cdigo de tica Mdica: arts. 43 a 46.Trata-se de norma especial, aberta (em branco), sendo certo que h inmeras outras normas inferiores que a preenchem, especialmente, portarias do MS.Obedece-se aos princpios da biotica.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS5. Objeto da LeiDoao de tecidos, rgos e partes do corpo humano excetuados o sangue e gametas.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS6. Modalidades de doao (disposio)3.1. Post mortem (art. 3 a 8)Retirada dos rgos e tecidos a) precedida de morte enceflica (art. 3) = V. art. 14 do CCO conceito antigo, definia MORTE ENCEFLICA como "a cessao irreversvel das funes cardaca e respiratria".

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOSConceito moderno: "o indivduo que apresenta cessao irreversvel das funes cardaca e respiratria OU cessao irreversvel de TODAS as funes de TODO o encfalo, incluindo o tronco cerebral, est morto".b) autorizao do cnjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessria, reta ou colateral, at o 2 grau inclusive, firmada em documento com 2 testemunhas (art. 4) = princpio da autonomiac) autorizao de ambos os pais ou responsveis se o incapaz ( art. 5) = princpio da autonomia- vedada para indigentes (art. 6)

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS3.2. Inter vivos (art. 9 a 8) = V. art. 13 do CCa) capacidade do doador (art. 9), manifestada por seu consentimento = princpio da autonomiab) destinatrios dos rgos = cnjuge ou parentes consangneos at o 4 grau inclusive (art. 9)c) rgos duplos ou de partes de rgos, tecidos ou partes do corpo cuja retirada no impea o organismo do doador de continuar vivendo sem risco para a sua integridade e no represente grave comprometimento de suas aptides vitais e sade mental e no cause mutilao ou deformao inaceitvel, e corresponda a uma necessidade teraputica comprovadamente indispensvel pessoa receptora ( 3)d) autorizao por escrito ( 4)DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS- para outra pessoa: mediante autorizao judicial, dispensada, na hiptese de medula ssea ( 2)- Incapaz: 5- Vedao gestante 7- Auto-transplante = consentimento do prprio indivduo ou, se incapaz, de um de seus pais ou responsveis legais.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS6.1. Hiptese de tratamento- Auto-transplante / enxerto = consentimento do indvido = princpio da autonomia6.2. Procedimento da doao = arts. 3 e ss., Lei 9.434/97 = princpios da beneficncia e no-maleficncia.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS7. TransplanteRequisitos do negcio jurdicoa) capacidade do agente = dever expressar o consentimento (art. 10) = princpio da autonomiab) Procedimento do transplante = arts. 3 e ss., Lei 9.434/97 = princpios da beneficncia e no-maleficncia.

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS7.1. Lista nica de espera = princpio da Justia = Art. 10Critrios: cronolgico, histocompatibilidade e periclitao (emergncia).

DOAO E TRANSPLANTE DE RGOS8. Sanes penais (arts. 14 a 20) e administrativas (arts. 21 e 22)