tecnicas de reprodução assistida

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Escola Secundária Santa Maria Biologi Prof. Minelvina

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Page 1: Tecnicas de Reprodução Assistida

Escola Secundária Santa Maria

BiologiaProf. Minelvina Pessoa

Page 2: Tecnicas de Reprodução Assistida

Índice

Introdução....................................................................................................................2

Infertilidade..................................................................................................................3

Causas de infertilidade..............................................................................................4

Infertilidade Feminina...............................................................................5

Infertilidade masculina.............................................................................6

Técnicas de Reprodução medicamente assistida................................................7

Inseminação artificial intra-uterina...........................................................7

Fecundação in vitro (FIV)..........................................................................8

Injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)............................9

Transferência intrafalopiana de gâmetas (GIFT).....................................10

Transferência intrafalopiana de zigotos ( ZIFT).......................................10

Barrigas de aluguer.................................................................................11

Crioconservação de gâmetas e de embriões..........................................11

Implicações morais, éticas e sociais das técnicas de reprodução medicamente assistida.......................................................................................................................12

Conclusão....................................................................................................................13

Bibliografia..................................................................................................................14

Page 3: Tecnicas de Reprodução Assistida

Introdução

Este trabalho visa focar as diferentes técnicas de reprodução assistida que trazem uma nova esperança a casais que são incapazes de conceber um filho naturalmente.

O nascimento de uma criança é um fenómeno que tem um grande impacto na vida humana e, por essa razão, o seu estudo é de grande importância.

A concepção depende de diversos fatores, físicos e psicológicos. Por isso, iremos analisar as diferentes causas de infertilidade e os seus possíveis tratamentos.

Apesar de, em grande parte dos casos, a infertilidade ser reversível, por vezes, o tratamento não se revela eficaz e são necessárias técnicas de reprodução medicamente assistida.

O progresso científico permitiu o desenvolvimento de diversas técnicas sofisticadas que podem ser utilizadas para auxiliar casais inférteis. Iremos então analisar cada uma delas, compreender em que consistem, em que situações devem ser utilizadas e, ainda, quais as suas vantagens e desvantagens.

As técnicas de reprodução medicamente assistidas têm conquistado algum mérito, todavia com o aparecimento destas, surgem dilemas no domínio da ética/bioética que iremos também abordar.

Page 4: Tecnicas de Reprodução Assistida

Início do planeamento de uma gravidez

Incapacidade de engravidar

Gravidez (população fértil)

Esterilidade- incapacidade para engravidar por meios naturais:-esterilidade masculina-esterilidade feminina

Subfertilidade- restrições à capacidade de conceberem naturalmente-relacionado com o casal

Infertilidade idiopática (sem causas evidentes)

Infertilidade

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a infertilidade consiste na incapacidade de gerar uma gravidez após dois anos de actividade sexual, sem utilização de métodos contraceptivos.

A Associação Portuguesa de Infertilidade (API), estima que, em Portugal, um em cada seis casais apresenta problemas de fertilidade e para 20% deles o único modo de obter gestação é através do recurso a técnicas de reprodução medicamente assistida.

De acordo com os antecedentes reprodutivos do casal, é possível distinguir dois tipos de infertilidade: a primária e a secundária.

Infertilidade primária: quando não existem antecedentes de gravidez no casal, o que corresponde à situação mais comum,

Infertilidade secundária: quando existem estes antecedentes e verifica-se uma dificuldade em conseguir obter uma nova gravidez depois de se realizar relações sexuais completas, sem utilizar qualquer tipo de método contraceptivo durante um mínimo de dois anos.

Por outro lado, deve estabelecer-se uma diferença entre infertilidade e esterilidade. A esterilidade implica incapacidade absoluta de concepção, enquanto que a infertilidade implica dificuldade, mas não impossibilidade, de concepção e/ou de levar a gravidez até ao seu termo.

Esquema 1: Principais tipos de infertilidade

Page 5: Tecnicas de Reprodução Assistida

Causas de infertilidade

A concepção de um novo ser é um processo complexo que depende de inúmeros fatores anatómicos, fisiológicos, psicológicos e até circunstanciais. Na maioria dos casos, a infertilidade é provocada por fatores anatómicos e/ou fisiológicos que afetam a mulher, o homem ou ambos os membros do casal.

Segundo o Centro de Estudos de Infertilidade e Esterilidade, um em cada dez casais tem dificuldade em engravidar. Nesses casais em 30% dos casos o problema é da mulher, em 30% dos casos o problema é do homem, em 30% dos casos o problema é dos dois e em 10% dos casos não é possível detetar uma causa (infertilidade idiopática).

30%

30%

30%

10%

Causas de infertilidade

Fatores femininosFatores masculinosFatores Masculinos e femininosIdiopático

A incapacidade de gerar uma gravidez pode ter diversas origens, por isso, de modo a determinar a causa e estabelecer o eventual tratamento da infertilidade, o casal deve consultar um médico. Os mais recentes avanços científicos conseguem proporcionar um diagnóstico preciso e, na maioria dos casos, a obtenção de uma solução eficaz para cada casal.

Page 6: Tecnicas de Reprodução Assistida

Infertilidade Feminina

A infertilidade feminina pode ter diversas causas, na sua maioria de origem anatómica. No quadro seguinte estão resumidas as principais causas de infertilidade feminina.

ORIGEM CAUSAS POSSÍVEIS/ TRATAMENTO

Falta de ovulação Disfunções hormonais, como: -secreção insuficiente das hormonas gonadotrópicas. Pode relacionar-se com um tumor na hipófise ou nos ovários. -Excesso de produção de prolactina. -Hipotiroidismo ou utilização de medicamento à base de esteróides, como cortisona.O tratamento é possível pela administração de hormonas ou medicamentos que estimulem a ovulação. A verificação da ocorrência de ciclos anovulatórios é feita através da pesquisa dos efeitos da progesterona obre o organismo (aumento da temperatura, presença na urina do produto final do metabolismo da progesterona).

Ovários anormais que não permitem a ovulação, como, por exemplo, cápsulas espessas do exterior.

Endometriose- tecido endometrial cresce na cavidade pélvica em torno do útero, trompas e ovários. Causa fibrose na cavidade pélvica, que encerra os ovários, não permitindo a libertação do oócito. O tratamento é possível pela administração de hormonas.

Bloqueio das trompas de Falópio

Infeções – salpingite, doença sexualmente transmissível ou inflamação provocada pelo DIU

Malformação congénita- tratamento, quando possível, por cirurgia.

Endometriose

Secreções da vagina ou do colo do útero hostis para os espermatozóides

Secreções vaginas agressivas - secreções muito ácidas ou alcalinas matam os espermatozóides. Tratamento com duches vaginais ácidos ou alcalinos.

Secreções de muco anormal pelo colo do útero - um tampão de muco viscoso impede a fecundação.

Interrupção da nidação

Tumores uterinos, como fibromiomas.

Degeneração prematura do corpo amarelo - faz baixar a secreção de progesterona e o endométrio é eliminado.

Endometriose

Idade Aumento da probabilidade de formação de oócitos com um número anormal de cromossomas – a incidência de erros de meiose aumenta com a idade. Os embriões são abortados espontaneamente numa fase muito precoce e o aborto não é identificado como tal, mas confunde-se com a menstruação.

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Infertilidade masculina

A infertilidade masculina pode, também, ter diversas causas. Estas estão principalmente relacionadas com os espermatozóides, como podemos ver no quadro seguinte.

ORIGEM CAUSAS POSSÍVEIS/ TRATAMENTO

Ausência de espermatozóides (azoospermia) ou quantidade reduzida de espermatozóides (oligospermia)

Disfunções hormonais – Secreção reduzida das hormonas hipofisárias LH e FSH ou de testosterona. Tratamento pela administração de hormonas.

Temperatura elevada durante a espermatogénese. Pode ser devido a: - Criptorquidismo, os testículos não descem para dentro da bolsa escrotal e permanecem no abdómen ou no canal inguinal. O epitélio tubular degenera e os testículos são incapazes de formar espermatozóides. Pode ser feita uma cirurgia para colocar os testículos no escroto, mas nem sempre é eficaz. - Veia varicosa no escroto: produz calor e impede a maturação dos espermatozóides. Pode ser removida por cirurgia.

Doenças e infecções: Certas doenças causam a destruição do epitélio dos túbulos seminíferos, como a papeira e algumas DSTDrogas e radiações

Causas genéticas- Delecções do cromossoma Y que removem genes cujos produtos controlam a espermatogénese ou mutações nos genes que codificam receptores dos androgénios.

Imobilidade dos espermatozóides

Anormalidade morfológica- Os espermatozóides apresentam características morfológicas anormais que impedem a sua mobilidade.

Presença de leucócitos no esperma- Os leucócitos produzem compostos tóxicos que se ligam à membrana citoplasmática dos espermatozóides e destroem enzimas essenciais às reacções de produção de ATP.

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Técnicas de Reprodução medicamente assistida

Depois de efetuado o diagnóstico pode, então, ser estabelecido um tratamento da infertilidade. Caso estes tratamentos não sejam bem sucedidos, o casal pode recorrer a outros procedimentos médicos que visam auxiliar a reprodução do casal e que se incluem na reprodução mediamente assistida.

Técnicas de reprodução medicamente assistida: conjunto de técnicas que visam obter uma gestação, substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo.

As técnicas mais utilizadas são: - Inseminação artificial intra-uterina - Fecundação in vitro (FIV) - Injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI) - Transferência intrafalopiana de gâmetas (GIFT) - Transferência intrafalopiana de zigotos (ZIFT)

Inseminação artificial intra-uterina Consiste em depositar os espermatozóides, previamente capacitados em laboratório, no

interior do útero, usando meios artificiais, na altura da ovulação.

Situações em que é utilizada:Ø Problemas de ejaculação (anatómicos, psicológicos ou de origem nervosa)Ø Casais cujo homem apresenta oligospermiaØ Quando o esperma do elemento masculino do casal é infértil ou quando pode transmitir

uma doença genéticaØ Mulheres sem companheiros que desejam sem mãeØ Mulheres que produzem secreções vaginais agressivas.

Vantagens:• Pouco invasivo • Método rápido e prático • Grandes hipóteses de fertilização em relação ao Coito Programado

Desvantagens:• Não tem eficácia para mulheres com trompas obstruídas • A fertilização pode não ocorrer, precisando realizar mais um procedimento • Risco de gravidez múltipla

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Fecundação in vitro (FIV)Consiste na colocação, em ambiente laboratorial, de um número significativo de

espermatozóides em redor de cada oócito II, procurando obter pré-embriões de boa qualidade que serão transferidos, posteriormente, para o útero. Este tratamento é precedido de tratamentos hormonais que visam induzir o desenvolvimento folicular e obter o número máximo de oócitos II. O desenvolvimento folicular é acompanhado, seguindo-se um novo tratamento hormonal para induzir a maturação dos folículos. Apenas após estes procedimentos é possível realizar a fecundação in vitro.

Situações em que é utilizada:Ø Homem apresenta um número muito reduzido de espermatozóides ou gâmeta com

reduzida mobilidade, incapazes de fecundar o gâmeta feminino.Ø Casais cuja mulher tem um bloqueio das trompas de Falópio, mas ovários e útero

funcionaisØ Quando um dos membros do casal tem uma doença de transmissão sexual incurável e

as relações sexuais sem preservativo podem contaminar o parceiro

Vantagens:• A fertilização é confirmável.• Mulheres que fizeram laqueação de trompas podem recorrer a esta técnica para terem

filhos;• Mulheres inférteis podem ter filhos através desta técnica;• Pode ser realizada uma avaliação nos oócitos, e a fertilização e o desenvolvimento dos

pré-embriões podem ser acompanhados em laboratório;

Os embriões e os gâmetas podem ser criopreservados e utilizados, posteriormente, pelo casal.

Desvantagens:• Risco de nascimentos múltiplos, uma vez que são transferidos para o útero materno

múltiplos embriões;• No caso de ocorrer nascimentos múltiplos existe a possibilidade de perda de gravidez,

complicações obstétricas, parto prematuro e mortalidade neonatal;• Risco de o bebé possuir malformações congénitas;• Risco de complicações com a saúde materna, como “Síndrome de Hiperestimulação

Ovariana” (SHO) que decorre da necessidade de estimulação hormonal e que traz consigo outras complicações;

• Desapontamento por parte do casal, no caso de ineficácia dos tratamentos; • Técnica dispendiosa

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Injeção intracitoplasmática de espermatozóides (ICSI)Consiste na introdução artificial de um espermatozóide dentro de um oócito II,

provocando a fecundação. Posteriormente, o embrião é transferido para o útero ou para as trompas de Falópio. Também é designada por microinjecção. A realização da inseminação é efetuada por micromanipuladores montados num microscópio e microagulhas, em que uma segura no oócito e a outra imobiliza e injeta o espermatozóide.

Situações em que é utilizada:Ø Oligospermia grave (homens com um número muito baixo de espermatozóides)Ø Concentrações elevadas de anticorpos anti-espermatozóidesØ Ausência de fecundação em tentativas de FIV convencionalØ Ausência congénita ou obstrução dos canais deferentes (que ligam os testículos ao

pénis)Ø Homens que fizeram vasectomia

Vantagens Dá aos casais a oportunidade de conceber o seu filho genético, quando outras opções

estão fechadas; Não parece afectar a forma como as crianças concebidas através do processo de

desenvolvimento mental ou fisicamente. Apenas e necessário um espermatozóide viável por óvulo Permite utilizar espermatozóides imaturos Permite escolher o sexo da criança, por seleção dos espermatozóides Elevada taxa de sucesso

Desvantagens É uma prática recente em relação à fertilização in vitro, por isso ainda estão a ser

estudados os possíveis efeitos; Tem os mesmos riscos que a fecundação in vitro, tais como nascimentos múltiplos e

gravidez ectópica; Durante a concepção, apenas os espermas mais resistentes conseguem viajar grandes

distâncias e romper a membrana do óvulo para fecundá-lo. Ficando para trás o mais fraco mas a Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide ignora esse processo de selecção natural, verificando-se um aumento do risco de problemas genéticos que são passados para a criança;

É um procedimento ainda mais caro do que a fecundação in vitro.

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Transferência intrafalopiana de gâmetas (GIFT)Nesta técnica os oócitos e espermatozóides são recolhidos dos dois membros do casal e

são depositados, em conjunto, nas trompas de Falópio, num local que ultrapassa uma obstrução existente e que permite a fecundação e a progressão do embrião ate ao útero.

Situações em que é utilizada:Ø Em casais cuja mulher tem um bloqueio das trompas de Falópio, endometriose ou

anomalias no muco cervical, mas que tenha ovários e útero funcionais; Ø Casais cujo homem possua esperma disfuncionalØ Casos de infertilidade sem causa aparente

Vantagens: Processo mais económico do que FIV Maior taxa de sucesso do que a FIV uma vez que ocorre em meio natural

Desvantagens: Baixa percentagem de êxito desta técnica Grande possibilidade de concepção de gémeos, pois recolhem-se vários óvulos, para se

garantir alguma margem de sucesso.

Transferência intrafalopiana de zigotos (ZIFT) Nesta técnica um zigoto obtido por fecundação in vitro é colocado nas trompas de

Falópio, num local onde foi ultrapassada uma obstrução existente, e progride até ao útero.

Situações em que é utilizada:Ø Em casais cuja mulher tem um bloqueio das trompas de Falópio, mas ovários e

úteros funcionais.

Vantagens: O médico consegue confirmar a fecundação dos óvulos pelo espermatozóide, antes de

transplantá-los para o interior das trompas de Falópio, assegurando a formação de um zigoto

Permite escolher o sexo da criança. Possibilita ainda a deslocação natural do embrião até ao útero. Aumenta a taxa de sucesso da nidação

Desvantagens: Relativamente à FIV, a ZIFT tem a mesma ou menor taxa de sucesso, daí que esta

técnica não seja das mais utilizadas; Baixa percentagem de êxito e sobra de vários zigotos não colocados no corpo da

mulher; Tal como a GIFT, hoje está praticamente abandonada servindo para casos excepcionais,

como na incapacidade de se colocar os embriões através do colo uterino.

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Existem também técnicas como: as barrigas de aluguer e a crioconservação de gâmetas e de embriões.

Barrigas de aluguerEste método tem aplicação na esterilidade feminina por impossibilidade de gestação,

devido, por exemplo, à ausência de útero. Consiste na geração de um ser por outra mulher que não seja a sua mãe biológica. Para tal, pratica-se uma fecundação in vitro com gâmetas do casal com posterior colocação no útero de acolhimento ou ainda por inseminação artificial com espermatozóides do elemento masculino do casal, sendo o oócito fornecido pela “mãe de substituição”. Em Portugal, esta prática não é permitida.

Crioconservação de gâmetas e de embriõesOs gâmetas destinados a processos de reprodução assistida e os embriões que resultam

destes processos podem ser congelados em azoto líquido, com crioprotectores químicos que previnem a formação de cristais de gelo, os quais podem danificar as células.

A crioconservação de esperma é um processo simples e correntemente utilizado. O esperma de dadores é armazenado em bancos de esperma onde pode ser acompanhado por um registo das características físicas e psicológicas dos dadores. Homens que são sujeitos a quimioterapia ou a radiações podem recorrer à congelação de esperma que lhes garanta a possibilidade de serem pais no futuro.

A crioconservação de oócitos II é um processo mais complexo, uma vez que estas células se encontram na metáfase da meiose II e o fuso acromático é uma estrutura sensível a temperaturas extremas. A quebra do fuso acromático pode conduzir à perda de um cromossoma. São normalmente candidatos à crioconservação de oócitos: mulheres que pretendem adiar a maternidade para uma idade avançada, mulheres que vão ser submetidas a quimioterapia ou outros tratamentos teratogénicos, mulheres que trabalham com substâncias tóxicas ou teratogénicas.

Os embriões humanos excedentes dos processos de reprodução assistida são crioconservados por um determinado período de tempo. Foram utilizados, com sucesso, embriões com 13 anos. Os casais envolvidos podem optar por dar-lhes os seguintes destinos: implantação futura; doação a outros casais com problemas de infertilidade; doação para investigação fundamental em células estaminais; destruição, após o tempo recomendado para a implantação. Estas opções são condicionadas pela legislação dos países onde os processos de reprodução medicamente assistida são implementados. Em Portugal, a legislação estabelece um período de três anos: “Os embriões que, nos termos do artigo anterior, não tiverem de ser transferidos, devem ser criopreservados, comprometendo-se os beneficiários a utilizá-los em novo processo de transferência embrionária no prazo máximo de três anos”. A utilização de embriões em investigação coloca questões de ordem ética e não é consensual.

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Implicações morais, éticas e sociais das técnicas de reprodução medicamente assistida

Com os progressos ao nível científico na biologia e genética e, ainda com o desenvolvimento tecnológico, as técnicas de reprodução medicamente assistida têm conquistado mérito, todavia com o aparecimento destas, surgem dilemas no domínio da ética/bioética

Embora a reprodução medicamente assistida satisfaça a necessidade de vários casais inférteis, levanta importantes questões éticas e morais suscetíveis de causar a discussão em todos os sectores da sociedade. Portanto, é importante estar informado e refletir sobre um tema que pode testar alguns dos aspetos mais delicados da condição humana.

Alguns dos aspetos mais sensíveis relacionados com a reprodução medicamente assistida são:

O aumento do número de gravidezes múltiplas (gémeos, trigémeos e mais), resultante da implantação de vários embriões ou de medicação para estimular a ovulação, o que pode levar a complicações durante a gravidez e após o nascimento das crianças (há um aumento da probabilidade de nascimento prematuro).

A possibilidade da doação de oócitos e embriões.

O diagnóstico genético pré-implantatório para fins não médicos (por exemplo, seleção do sexo ou de outras características).

A maternidade de substituição (“barriga de aluguer”) e suas implicações legais e emocionais.

A criopreservação de gâmetas e embriões (deverá haver um limite de tempo para a sua conservação?)

A possibilidade de acesso às técnicas de reprodução medicamente assistida por famílias não tradicionais (mães solteiras ou casais homossexuais).

O limite de idade para aceder a estas técnicas (será aceitável a maternidade depois dos 50 anos?).

Estas são as principais causas que nos levam a questionar sobre os efeitos da reprodução medicamente assistida, pois somos confrontados com questões que deixam muito a desejar. Embora seja benéfico para muitos casais inférteis, pode também levar à criação problemas financeiros e emocionais para os mesmos.

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Conclusão

Com este trabalho, adquirimos novos conhecimentos sobre a infertilidade, a reprodução medicamente assistida e sobre as problemáticas com elas envolvidas.

O diagnóstico de infertilidade e o tratamento médico têm um impacto muito grande no bem-estar psicológico dos casais. A descoberta de dificuldades em ter um filho biológico constitui, na maioria das vezes, uma situação inesperada e geradora de stresse. Apesar de muitos dos casais conseguirem ajustar-se e aprender formas de lidar com a infertilidade, existem outros em que as respostas emocionais acabam por persistir e intensificar-se, gerando stresse e depressão

A infertilidade é um problema grave mas não um motivo de vergonha ou discriminação social, como se julgava durante muito tempo. Este problema pode acontecer a qualquer um, e hoje graças às técnicas de reprodução medicamente pode ser ultrapassado.

No entanto, estas técnicas não trazem exclusivamente benefícios - cada uma delas apresenta as suas desvantagens, riscos e limitações, como verificámos e mencionámos durante a realização deste trabalho.

É ainda de destacar que toda esta manipulação de um método antes exclusivamente natural levanta muitas implicações éticas e uma forte discordância da utilização destas técnicas entre a sociedade.

Assim, todas estas técnicas vieram, definitivamente revolucionar o mundo em que vivemos. No entanto, essa revolução possui fatores benéficos e fatores prejudiciais. Os segundos certamente não irão pesar muito na maior parte das decisões tomadas pelos casais com dificuldades cuja única alternativa é recorrer a um destes métodos de reprodução medicamente assistida.

Page 16: Tecnicas de Reprodução Assistida

Bibliografia

RIBEIRO, Elsa; SILVA, João Carlos; OLIVEIRA, Óscar - BioDesafios. Lisboa: ASA, 2012

OSÓRIO, Lígia Silva – BIOLOGIA 12 PREPARAR OS TESTES. Porto: Areal Editores, S.A

http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=798

http://brasil.babycenter.com/a4300261/principais-causas-de-infertilidade-tabela

http://www.gineco.med.br/infertilidade.htm

http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/

biologia_trabalhos/infertilidadehumana.htm

http://www.ceie.pt/CEIE.html

http://www.fertilidadeumaviagem.com/opcoes_terapeuticas/

procriacao_medicamente_assistida/ICSI/index.asp?C=17872412266494328704

http://www.gravidezfacil.com.br/reproducaohumana_tratamentos.html

http://www.apfertilidade.org/web/infertilidade