repÓrter local

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PUBLICIDADE Nº 147 • ANO XIII • JUNHO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE Marco Oliveira a pintura é mais do que um passatempo WWW.FACEBOOK.COM/REPORTERLOCAL/ AIRÃO S. JOÃO pág. 10 EM FOCO • p. 03 a 06 Ainda há muito a fazer para Joane ser vila de corpo inteiro Especial de quatro páginas sobre os 25 anos da elevação a Vila. Opiniões, entrevista e imagens de ontem e de hoje. RONFE | p. 08 Desportivo assaltado três vezes em Junho MOGEGE | p. 09 Ana e Sofia, duas campeãs de Kickboxing OLEIROS | p. 11 Parque de Lazer é um sucesso de Verão VERMOIM | p. 13 Junta apoia idosos mais carenciados ENTREVISTA | SÁ MACHADO “É de prever que algumas freguesias de Famalicão se fundam com Joane” 25 ANOS DE VILA pág. 05 XXV Joanenses ausentes da festa Junta propõe à Câmara compra dos terrenos da estamparia por 1,5 milhões de euros PUBLICIDADE

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Edição de Junho de 2011

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Page 1: REPÓRTER LOCAL

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Nº 147 • ANO XIII • JUNHO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

Marco Oliveira a pintura é mais do que um passatempo

www.fAcebOOk.cOm/reporterlocal/

aIrÃo S. JoÃo • pág. 10

eM Foco • p. 03 a 06

Ainda há muito a fazer para Joane ser vila de corpo inteiroespecial de quatro páginas sobre os 25 anos da elevação a Vila. opiniões, entrevista e imagens de ontem e de hoje.

roNFe | p. 08Desportivo assaltado três vezes em Junho

MoGeGe | p. 09ana e Sofia, duas campeãs de Kickboxing

oleIroS | p. 11parque de lazer é um sucesso de Verão

VerMoIM | p. 13Junta apoia idosos mais carenciados

eNtreVISta | SÁ MacHaDo

“É de prever que algumas freguesias de Famalicão

se fundam com Joane”

25 aNoS De VIla • pág. 05

XXVJoanenses ausentes da festa

Junta propõe à Câmara compra dos terrenos da estamparia por 1,5 milhões de euros

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 3

fACEBOOkCOmO VEJO JOAnE?

o rl desafiou os “amigos” do rl no Facebook a dizerem o que pensam dos 25 anos de Joane como vila. aqui ficam algumas opiniões.

Nuno Silva basicamente falta tudo, o centro por acabar, um parque sem condições, estra-das com buracos (Avenida da Igreja, por exemplo). Marcelina Silva Um dia destes Joane é um” dormitório“.andreia campos Precisamos de grandes mudanças a nivel politico, religioso, cultural e cidadania.Débora Moura Inciativas culturais vai havendo algumas, principalmente através da ATc. Vejo é que muitas vezes as pessoas nem lá vão.luis M. Duarte Talvez a freguesia/vila com mais potencial num grande raio de km, e no entanto com uma taxa de crescimento mínima, fruto porventura das diferentes cores políticas da Junta e da câmara. O conformismo da população e da paróquia também é evi-dente. Joane, merece mais investimento, precisa de maior entendimento entre Jun-ta e câmara, com isso virá o crescimento.Miguel paulo em vez de fazer um caminho de progresso parece que regrediu e aproxima-se mais do título de «freguesia». mas isso parece não incomodar as pessoas, afinal as elei-ções fazem-me ver que estou errado. Joaquim coelho É pena os responsáveis autarquicos não se entenderem, seria melhor para todos os joanenses.rogério Simões O mesmo presidente que há uns anos re-cusava a ideia de Joane ser concelho vem agora reclamar independencia adminis-trativa. Tanto a câmara como a Junta têm constantemente vivido na mentira para todos os joanenses. Onde está a ambulân-cia, o os cTT, a corporação de bombeiros prometida por Nuno melo? O conformis-mo das pessoas é gritante. Ainda bem que nas próximas eleições tudo vai mudar. amélia Martins O que está a faltar em Joane é um bom debate de ideias. João rafael Os joanenses fazem uma coisa muito bem: não se mexem para nada. O que fal-ta a Joane é apenas iniciativa e trabalho. Quem se queixa que não há iniciativas culturais já alguma vez organi.zou algu-ma? Quem se queixa que há obras para fazer alguma vez foi a uma assembleia da junta discutir isso? Quem se queixa que há falta de equipamentos, já tentou, por voluntarismo, fazer algo para melhorar os equipamentos? Já alguma vez fizeram alguma coisa para melhorar Joane? então por que se queixam tanto?

José .

A 3 d e J u l h o d e 1 9 8 6 , a Assembleia da República confirmou o estatuto de vila a Joane. Passaram 25

anos: o que mudou? O que ganhou Joane com este estatuto? As opini-ões variam entre visões optimistas e olhares mais negativos.O ensino é uma das conquistas que o estatuto de vila trouxe a Joane. Manuel Cunha, ex-eleito na Assem-bleia de Freguesia (CDU), é crítico d o d e s e n v o l v i m e n t o d e J o a n e , mas reconhece essa conquista. “O ensino é digno de uma vila”, diz.O Parque da Ribeira é apontado pelo pároco, Manuel Silva, como o que de melhor se fez nestes 25 anos. “É um verdadeiro respiradouro para as pessoas. Pecou por não ter sido construído no dobro do terreno”, a f i rma, e logiando a inda o novo Centro Escolar, “uma conquista importante que vai oferecer me-lhores condições”.José Santos, joanense, vereador da Câmara de Famalicão, lembra que o Centro Escolar e outras infra-estruturas só foram instaladas em Joane por causa do estatuto de vila. “Apesar de simbólico, ele era im-portante para que Joane ganhasse ao longo dos 25 anos a importância que hoje indiscut ivelmente tem no concelho de Famalicão e até na região”, diz o vereador.José Santos recusa, no entanto, a ideia de que Joane ganharia com a autonomia financeira ou com a criação de um concelho. “Não teria capacidade dentro de uma lógica de economia de escala. Basta ver

o quão atrapalhados estão os pe-quenos concelhos, como Vizela”, argumenta.

JoaNe e o FUtUroNos últimos três anos Joane viu nascer obras que durante décadas teimavam em não sair do papel . O quartel da GNR, o arranjo no Largo 3 de Julho, a Casa Mortuária (arranca em Agosto) . Per is tem, contudo, problemas, e invest i -mentos adiados.Orlando Oliveira era presidente da Junta em 1986. Apesar de afirmar que só por má-fé se pode negar o desenvolvimento da vila, o agora vereador sem pelouro na Câmara f a m a l i c e n s e d i z q u e h á m u i t o por fazer. “Dois terços de Joane são área florestal e não têm sido cuidados. Foi esquecida a variante do Rio Pe le à es trada nacional . Falta participação cívica, veja-se o caso do GD de Joane. Os partidos andam arredados da discussão e nisso a Junta tem a sua quota-parte de culpa. É preciso um plano de pormenor e um centro de saúde

de raiz”, advoga. Manuel Cunha associa este período a 25 anos de “explosão imobiliária q u a s e s e m r e g r a s , a o s a b o r d o lucro fác i l dos promotores com boas relações com os autarcas” e aponta erros ambientais. “O que se tornou a Serra da Curviã revela des le ixo. O presidente da junta não usou diplomacia e engenho junto da Câmara para atrair o que faz falta, mas ruído, para se fazer notado no seu clube partidário”.Já José Santos fala na demora da intervenção na antiga estamparia. “Em 1999 fez-se um acordo com os proprietários. A empresa saiu para dar novo alento ao centro mas pouco ou nada foi feito. Este atraso tem comprometido o desenvolvimento da vila”. Sobre a possibilidade da Câmara comprar o terreno, consi-dera que a ideia “é interessante” mas duvida da capacidade financei-ra do município. “Em tempos seria uma boa compra. Hoje o terreno vale muito e duvido que a Câmara possa comprá-lo”, conclui.Numa perspectiva de futuro, o pá-roco Manuel Silva defende um lar de idosos, o arranjo e alargamento da avenida de acesso à igreja e a saída do estádio do GD Joane para a periferia. “A quinta da Mata seria uma boa opção, fazia com que zonas periféricas crescessem”, considera.O líder do PSD de Joane, Miguel Ribeiro, lamenta que estes 25 anos “não tenham sido acompanhados pe lo de se nvolv ime nto e xpe ctá -v e l ” , c o n s i d e r a n d o q u e J o a n e cresceu de forma desorganizada, tendo “muito potencial que tem sido desperdiçado”.

Luís Pereira

Em FOCO

O pároco Manuel Silva defende a saída do estádio do GD Joane. “A quinta da Mata seria uma boa opção, fazia com que zonas periféricas crescessem”, argumenta.

proGraMa DoS 25 aNoS De VIlaO programa das comemorações dos 25 anos de elevação de joane a Vila contou com BTT, torneio de xadrez, lançamento da primei-ra pedra do Corredor Pedonal, a sessão solene, a feira social da Comissão Inter-Freguesias e o Festival de Folclore do Grupo Infantil e Juvenil de joane

Vila, 25 anos depoisdIA 3 de JUlHO

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4 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

sá mACHADO“nãO é FáCiL gOVERnAR JOAnE”a quarta loja do largo 3 de Julho já tem destino definido?fizemos uma proposta para instalar serviços públicos. Somos donos do terreno, ainda não assinámos o di-reito de superfície e já lá estão três lojistas, por isso não aceitamos que a câmara ponha e disponha sem dar cavaco a ninguém. como está o processo dos terrenos hipotecados do largo 3 de Julho?H á u m a a c ç ã o p r i n c i p a l m a s s e m julgamento marcado. O município deveria ser mais intransigente, avan-çar com o arruamento do largo ao Parque da Ribeira . o centro está condenado a ter por muitos anos aquele prédio devoluto como imagem de fundo?Se a câmara não tivesse medo e invo-casse o interesse público, o problema estaria resolvido. Ninguém responde pela insegurança do prédio, só falta dizer que a culpa é da Junta .Já há decisões quanto à ocupação das escolas primárias?Propusemos à câmara que a de mato da Senra f ique para a lo ja Soc ia l , a de cima de Pele para a AcIP e as restantes para associações sem sede.abandonaram a ideia de um museu etnográfico? e o espólio do padre Benjamim Salgado?O m u s e u e s t á p r e v i s t o n u m a d a s salas. A questão do espólio nunca se colocou, deve ficar na secundária ou na biblioteca municipal. está posta de parte a ideia de alienar uma das escolas?Sim, é uma boa not íc ia para Joane que o município tenha abandonado essa hipótese.a dois anos de sair, o que fica como frustração de não ter conseguido?A compra do prédio ao lado da an-tiga sede de Junta . Na altura (1997) foi-nos oferecido por 25 mil contos. Pedi a Agostinho fernandes que me disse não. Senti-me derrotado mas com consc iênc ia de tudo ter fe i to para o comprar. Hoje Joane teria uma excelente sede de Junta .o q u e e s p e r a d e 2 0 1 3 ? po d e m aparecer mais candidaturas? Sempre se falou em independentes e na divisão do PS. Assisto de cama-rote embora apoie publicamente o candidato escolhido pelo PS. António Oliveira é um independente c laramente ident i f icado com o PS. A sua experiência pode pesar. mas anda por aí muita gente nervosa . Não se pense que é fácil governar Joane. Peço desculpa se estou a ser presun-çoso mas eu questiono: quem melhor do que eu saberá quem tem melhores condições para ocupar o cargo? O António é um excelente candidato mas é preciso que o PS assim o en-tenda e também que os que se acham capazes se apresentem para serem feitas escolhas.

A os 25 anos costuma-se sair da casa dos pais. É isso que quer para Joane com a autono-

mia financeira?Não me passa pela cabeça a criação do concelho de Joane. No âmbito da troika fala-se na fusão de fre-guesias e não me parece que seja Joane a desaparecer mas outras a fundirem-se com Joane, se ca-lhar a fusão só irá acontecer com freguesias de Famalicão. Quando J o a n e é t r a t a d o c o m d e s p r e z o p e l a C â m a r a , c o n c l u í m o s q u e n ã o n o s q u e r e m , p o r i s s o f a l e i e m a u t o n o m i a f i n a n c e i r a . E m 1 0 a n o s d e A r m i n d o C o s t a n a C â m a r a , R i b e i r ã o r e c e b e u 9 9 5 mil euros em protocolos . Joane recebeu 301 mil euros! A Câmara não faz um plano de repavimen-tações em Joane mas deu, só em 2010, 234 mil euros a Ribeirão! É desconsideração! Desde 2007 que Armindo Costa não vem às comemorações da vila e não vem porque tem a consciência p e s a d a , s a b e m u i t o b e m o q u e anda a fazer a Joane! Desde que P a u l o C u n h a ( v i c e - p r e s i d e n t e ) assumiu o PSD de Famalicão que a estratégia é só uma para Joane: secar, secar e secar! Mas esta Câmara construiu um Centro Escolar de 3 mi-l h õ e s d e e u r o s , r e n o v o u o centro, colocou a rede de água e saneamento e foi com ela que o quartel da GNR apareceu…C o m o q u a r t e l , a C â m a r a n ã o gastou um cêntimo, o terreno foi tratado por Agostinho Fernandes e resul tou de contrapart idas . O Centro Escolar, 50% do valor vem de fundos comunitários. A Câmara gastou 1,5 milhões de euros mas começou a construí- lo em 2009

e só o inaugura em 2011. Nestes três anos os joanenses pagaram e m i m p o s t o s p a r a o m u n i c í p i o 3,6 milhões de euros, fora os 5% d e I R S . A r m i n d o C o s t a e s t á n a Câmara há 10 anos . Se em cada ano t ivesse recebido um milhão de euros dos joanenses, seriam 10 milhões. Se a Junta t ivesse rece-bido esse dinheiro directamente, j u n t a m e n t e c o m c o m p a r t i c i p a -ções, ser iam 15 milhões que em 1 0 a n o s t e r í a m o s i n v e s t i d o e m J o a n e . A C â m a r a n ã o i n v e s t i u nem metade!M a s h á u m a l ó g i c a d e s o l i -dariedade na distribuição de verbas pelo concelho…Parece só funcionar para Ribei-rão. Também não se compreende como é que Vermoim tem o dobro do valor em protocolos , mesmo tendo apenas 1/3 da população. É i s s o a s o l i d a r i e d a d e ? A m i m d i s s e r a m - m e q u e e m 2 0 1 0 n ã o h a v e r i a p r o t o c o l o s c o m a s f r e -guesias , mas chegámos ao f inal do ano e veri f icámos que foram realizados 1, 643 milhões de euros em protocolos.R e s o l v e - s e , p o r t a n t o , c o m autonomia financeira…Não só, também com nova legis-lação que imponha mais regras. Justiça seria a Câmara em matéria de rede viária atribuír verbas por q u i l ó m e t r o , d a n d o à s J u n t a s a responsabil idade de as fazer. Se assim fosse, garanto que o acesso à i g r e j a n ã o e s t a v a a v e r g o n h a que está. A obra no Largo 3 de Julho está pronta, a Casa Mortuária f i c a r á p r o n t a e s t e a n o e o Centro Escolar abre também em 2011…O Largo não está pronto. Há uma parte que se arrasta em tribunal. Quanto à Casa Mortuária, vai ser bonito ver até que ponto a palavra

da Câmara se mantém. Temo que mais uma vez dê o d i to por não dito. A obra, para já, arranca com apoio da Junta e dos paroquianos.Qual será a próxima grande obra que Joane poderá lutar?Há várias mas o Centro de Saúde d e r a i z é u m a n e c e s s i d a d e , o actual é exíguo. E terreno para isso?Há algumas alternativas, a nossa a p o s t a é n o c e n t r o . S e r i a i n t e -ressante ter o edi f íc io da Junta v i r a d o p a r a a r u a d e b a i x o e o C e n t r o d e S a ú d e v i r a d o p a r a a rua de cima.Está apostado em reduzir o passivo da autarquia (35 mil e u r o s ) . N o s p r ó x i m o s d o i s anos a Junta não apresentará obra?A s p e s s o a s e s t ã o à e s p e r a d o dinheiro e nós temos que pagar. Cerca de 10 mil euros ainda são da nova feira. Vamos ter receita que dará para algum investimento; a Câmara continua a não celebrar protocolos connosco, espero que e m 2 0 1 2 , c o m o a p r o x i m a r d a s e l e i ç õ e s , a b r a a t o r n e i r a p a r a Joane. Joane vai ficar mais uma dé-cada com o cenário da antiga estamparia? A Câmara tem aqui uma oportu-nidade se quiser ser ambiciosa. B a s t a p r o p o r a a q u i s i ç ã o d o s terrenos. Nesta a l tura ser ia um excelente negócio. Se para tal Jo-ane t iver que esperar 10 anos por uma sede de Junta, eu preferia. Não deve ser bem planeado para evitar erros do passado?O centro deve ter serviços públicos e z o n a d e l a z e r . N ã o q u e r e m o s h a b i t a ç ã o c o m d e n s i d a d e . P o -demos simplesmente comprar os terrenos, colocar relva em toda a extensão e, com tempo e dinheiro, planear o que lá colocar.

“É de prever fusão de algumas freguesias de Famalicão com Joane”

eNTReVISTA | SÁ mAcHAdO

Presidente da Junta defende autonomia financeira: “Quando Joane é tratado com desprezo pela câmara, concluímos que não nos querem”

eM Foco

p&

r O SEU FUTURO PASSA PELA CÂMARA DE FAMALICÃO?“O PS de famalicão vai definir em Outubro a sua estratégia para 2013. Até lá não contribuo para alimentar rumores porque nada está discutido embora saiba que o PSd anda muito nervoso, basta ver o que o dr. Paulo cunha tem dito a propósito da minha actividade política”.

Luís Pereira

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 5

SeSSãO SOleNe

ecONOmIA

eM Foco

JULIANA CUNHA

nAsCidA A 3 dE JuLhO

Juliana cunha é de Joane. celebra o seu aniversário natalício no mesmo dia em que a terra que a viu nascer festeja a elevação a vila (3 de Julho). mesmo não se tendo apercebido dessa coincidência , Juliana é uma jo-vem atenta ao que acontece em Joa-ne e por isso o Rl quis saber o que pensa da sua vila .“Gosto de viver numa vila que ofe-rece alguns privilégios como respirar o ar puro e usufruir de uma liberda-de diferente daquela que se vive nos centros urbanos. A terra que me viu nascer e crescer tem muita natureza , belas paisagens, e aquelas coisas que a vida no campo nos pode oferecer, embora estes recursos não tenham sido explorados devidamente pelas autoridades competentes”. Juliana cunha destaca a facilidade e a rapidez com que, a partir de Joa-ne, se pode deslocar a quatro gran-des centros urbanos. “esta facilidade é atractiva sobretudo para os jovens porque rapidamente se deslocam para cidades próximas onde podem compensar a falta de movimento que a vila tem”, salienta .A falta de dinamismo é o principal problema. “comparativamente com vilas vizinhas, Joane parece ter pa-rado no tempo, desenvolvendo-se muito lenta e desordenadamente. Noto falta de interesse e de paixão por parte daqueles que têm o desti-no da nossa vila nas mãos”.

Joanenses ausentes da festa

O trunfo da centralidade

Junta propõe à câmara compra dos terrenos da estamparia por 1,5 milhões de euros

A s comemorações dos 25 anos da elevação de Joa-ne a vila foram marcadas pelo lançamento da pri-

meira pedra do corredor pedonal e pelos recados de Sá Machado à Câmara de Famalicão.O corredor , entre a Rua da La -meira e o Parque da Ribeira, vai ser criado num terreno adquirido pela Junta em 2009 e pretende servir de complemento ao Parque. Trata-se de um investimento de 7 mil euros, que inclui a construção de muro junto ao Ribeiro de Cães. A s c e r i m ó n i a s d o s 2 5 a n o s n ã o conseguiram captar a atenção dos joanenses. No Parque da Ribeira estiveram sobretudo individuali-dades e políticos da vila que neste dia não deixam de aparecer. Poucos foram os populares presentes.Sá Machado criticou duramente a Câmara de Famalicão, repetindo que Joane está a ser mal tratada pelo município. A falta de protoco-los, os impostos pagos pelos joa-nenses, a autonomia financeira da vila e a comparação com Ribeirão voltaram a ser a tónica do discurso. “A Câmara não pode esquecer que Joane existe. Nos últimos tempos o município não tem distribuído com rigor as verbas”, acusou.O autarca falou em novos inves-t i m e n t o s , p r o p o n d o à C â m a r a

a aquis ição dos terrenos da ex-estamparia. “Seria uma oportu-nidade para engrandecer a vila”, disse. Um milhão e meio de euros é o valor do negócio e consta da proposta entregue ao v ice-pres idente da Câmara. “Analisaremos a proposta e depois faremos chegar a resposta à Junta”, declarou Paulo Cunha.O vereador não quis comentar a oportunidade que Sá Machado es-colheu para tecer críticas à Câmara - “os joanenses têm consciência do investimento que temos feito em Joane” - e lembrou que há outras formas de investir.“O presidente sabe do conjunto de intervenções que a Câmara fez di-

rectamente em Joane, como a rede de água e saneamento e o Centro E s c o l a r . T e m o s a p o i a d o m u i t o as muitas associações de Joane. A i n d a r e c e n t e m e n t e a p o i á m o s as obras nas valências sociais da ATC num valor acima de 250 mil euros”, disse Paulo Cunha.Já o PSD de Joane considerou o discurso do Presidente da Junta como “impróprio” e “deselegante” a forma como o vice-presidente da Câmara foi tratado. “Para viabi-l izar a cooperação entre Junta e Câmara é preciso que Sá Machado c o l o q u e o i n t e r e s s e d a f r e g u e -sia à frente dos seus interesses político-pessoais, o que não tem acontecido”.

Em tempos de incertezas, Joane continua a ser escolhida por pequenos investidores que abrem aqui os seus negócios. A maior empregadora é a empresa de componen-tes de automóveis Coindu. A instalação recente do supermercado Bolama criou 87 postos de trabalho. Em Joane abundam cafés , mercear ias , talhos, padarias, restaurantes e pequenos negócios de vestuário e calçado. Tem seis instituições bancárias e micro-empresas (papelarias , agências de viagens, gabi-netes de contabil idade, entre outras). O negócio do ouro veio para f icar: Joane já tem seis casas de venda de ouro. Bruno Miranda é um pequeno investidor q u e e s c o l h e u J o a n e p a r a f i x a r a s u a cl ínica. O dentista de Matosinhos nunca teve l igação à v i la mas no momento de escolher, não hesitou. “Estava indeciso entre Taipas e Joane. Acabei por escolher a segunda porque está perto de tudo, de Braga, Famalicão, Guimarães e mesmo do Porto”, refere.Sem conhecer minimamente a vi la, ins-

talou o negócio em Laborins, com muitas dif iculdades iniciais . “Joane ainda tem complexos de inferioridade. As pessoas têm muita oferta em Joane mas acham que encontram melhor no Porto, em Braga ou em outras cidades. Os primeiros tempos foram complicados porque vinha de fora e a p o p u l a ç ã o é m u i t o d e s c o n f i a d a n o início. Depois de conhecer, não poderia encontrar povo mais afável” .A p e s a r d e c o n h e c e r J o a n e h á a p e n a s dois anos, Bruno Miranda acompanhou importantes desenvolv imentos como a renovação do Largo 3 de Julho. “Quando cá cheguei assustei-me com aquele cen-tro , l embro-me de me ter quest ionado se aquele ser ia mesmo o ponto centra l da vi la. Hoje noto que Joane está empe-nhado em desenvolver-se e f ico agradado quando ouço notícias para um hospital , por exemplo. Outro dos aspectos que me impressiona é a actividade associativa. Joane tem mais associações do que Espi-nho, a cidade onde actualmente resido”, comenta.

O ano de 1941 ainda hoje se encontra esculpido no topo do Salão Paroquial , lembrando a data da sua construção. foi erguido há precisamente 70 anos, num terreno doado pelo padre Adão Salgado. À data , era motivo de orgulho. Recebeu teat ro , concer tos , e ra ponto de encontro de jovens e movimentos numa altura em que pouco exist ia .Hoje a degradação faz corar de vergonha a vi la de Joane. O pároco manuel Si lva diz que a paróquia , proprietária do edi f íc io , tem reservados 75 mil euros para começar a r e c u p e r a ç ã o . A p e s a r d e r e co n h e c e r a u r g ê n c i a n a intervenção, o sacerdote re je i ta que o edi f íc io ponha em causa a segurança das pessoas que o f requentam. “O salão não cai , tem estrutura segura . É certo que está feio, precisa de ser renovado e é isso que queremos fazer. Por vezes as pessoas pensam que é muito s imples cr iar do nada condições para avançar mas as coisas levam o seu tempo e nem sempre é o tempo que dese jamos” , argumenta o pároco.

6.249 número de habitantes em 1991

7.528 habitantes em 2001

8.200 número (provisório) de ha-bitantes de Joane, segundo o censos 2011

25%crescimento populacional de Joane em 20 anos.

Luís Pereira

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6 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

JOANEONTEM E HOJEO que era e o que é . As fotograf ias registam as mudan-ças das terras . Joane mudou: umas vezes para melhor, outras nem por i sso.

Fotos Arquivo Rl | Junta de freguesia de Joane

ceNtro SocIalO antigo campo de jogos e o Centro Social e Paroquial que surgiu no seu lugar.

rUa De leoGNaNConstrução da EB2,3 e Complexo de Piscinas

larGo 3 De JUlHoAs “barracas” e o novo arranjo, com lojas ao fundo

parQUe Da rIBeIraO espaço agrícola e o Parque já aberto aos joanenses

av. paDre SIlVa reGoAlargamento da via e os prédios de hoje

“ A d e p e n d ê n c i a d e J o a n e face à Câmara de Famalicão ainda é grande e nós, Junta , gostávamos que ass im não fosse” . SÁ mAcHAdO, 04-03-1993, in comércio do Porto

“ M a i s a u t o n o m i a e m a i s v e r b a s p a r a r e s o n d e r a o s a n s e i o s d a p o p u l a ç ã o . O p o d e r m u n i c i p a l n ã o t e m sido justo para os joanenses “SÁ mAcHAdO, 29-06-2011, in Opinião Públ ica

MUDaNÇaS eM JoaNeArranjo da Avenida Pedro Hispano; Rua do Souto ainda por alargar e obras para abertura da rotunda da Via Inter-Muni-cipal (VIM).

JOANE E AS SUAS IGREJASNo princípio era “a igreja velha”, imóvel classificado, condenado ao longo de anos a uma degradação comum em Portugal, até que, em 1978, pela alvorada, foi demolida. Hoje, é a nova igreja, começada a construír em 1955. da “velha” resta apenas a torre sineira à espera do anunciado plano de reabilitação.

eM Foco

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 7

O relacionamento entre pais e f i lhos é algo complexo. É matéria que tem merecido atenção de especial istas e que ganha maior acuidade a cada novo caso que evidencia o confl ito entre uns e outros.À medida que vão crescendo, os f i -lhos vão revelando novas aspira-ções. Quando adultos, é natural que queiram autonomia. Consegui-la pode passar por sair de casa dos pais ou então por ter mais dinheiro. Nos dias que correm - de preocu-pante crise e de ascensão ao poder de um neoliberalismo de fazer mos-sa - sair de casa é dif íci l e cada vez algo mais adiado. Ter mais dinheiro também não pa-rece ser solução de fáci l aplicabil i -dade. O que resta? A concil iação ou então pais e f i lhos andarem às turras. Os pais, com a sua autoridade, não podem usar e abusar dos ult imatos, do género: “se não obedeceres, não és premiado” ou “enquanto estive-res debaixo das nossas telhas, obe-deces e não recebes mais nada”. Os f i lhos, numa idade dada à in-submissão, fazem finca-pé, querem dinheiro para as necessidades, para investir no futuro. . . E quando não

há consenso, tornam-se rebeldes. O resultado varia: tanto dá para que os f i lhos permaneçam em casa vi-vendo à custa do orçamento, magro que seja, dos pais, passando algu-mas dif iculdades; ou que ameacem bater com a porta.Qualquer especial ista familiar acon-selhará ponderação e bom senso. Não é necessário recorrer a medidas extremas. Os f i lhos podem de facto ter auto-nomia e mais mesada, mas também têm que dar mostras de entendi-mento com os pais, de cooperação. Embarcar apenas numa repetida vo-zearia, que serve para mostrar aos amigos do grupo que se tem certa viri l idade, não será o caminho mais certo. Os pais não devem olhar para um fi lho com aspereza só porque ele é dado a dizer o que lhe vai na alma (e muitas vezes com razão). O uso da autoridade conferida pelo estatuto de pais não pode servir para tudo. E os pais não podem mostrar pre-ferências por outros f i lhos, a quem presenteiam com mesadas bem mais avultadas e brinquedos muito mais caros. Haja entendimento. Caso contrário, não haverá paz.

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JOANE VilAJoane é vila há 25 anos. Para muitos, o estatuto não cola com a realidade de Joane: ca-minhos esburacados, falta de planeamento, obras adiadas; para outros, a vila está à vista nos equipamentos escolares, no Parque da Ribeira e no dinamis-mo económico e social da Vila. Sem prejuízo de se reconhecer estas últimas qualidades, parece evidente que a Joane falta ainda muito para ser uma vila quarto de século. e a culpa não será apenas da Junta, que tem re-cebido mandatos consecutivos dos Joanenses. SÁ MACHADOO presidente da Junta de Joane sabe como criar “parangonas” para os jornais. A questão da “autonomia financeira” que veio defender é pelo menos coeren-te no seu discurso: já a defendia em 1993. Na entrevista ao Rl foca ainda um assunto oportu-

no à luz das novas directrizes do Governo PSd-PP: a previsí-vel fusão com Joane de outras freguesias, mais pequenas, do concelho de famalicão. A con-sumar-se, mesmo sem ser con-celho, Joane pode “crescer” e desempenhar lugar central. OlEiROSdas pequenas localidades sur-gem muitas vezes os bons exem-plos: o parque de merendas de Oleiros foi construído pela “prata da casa” (o presidente e alguns voluntários) e tem-se re-velado, nestes dias de calor, a escolha de muitos habitantes.MARCO OliVEiRAO Rl continua a promover e a revelar jovens artistas da região. É o caso de marco Oliveira, um jovem de 21 anos, de Airão S. João, autor de um conjunto considerável de pinturas que tem mostrado em estabeleci-mentos comerciais da região e em museus.

PROTAgOnisTAs

Pais e filhos. Joane e famalicão

PAG. 16,17 E 18 | OPiNiÃOluís Santos, miguel Azevedo, Sérgio cortinhas e fernando castro martins.

REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 17

OPINIÃO

Sérgio Cortinhas

Professor.

OPINIÃO

OS DEJECTOS DOS CÃES | MÁRIO MARTINS (O POVO FAMALICENSE)

“Os cães cont inuam a fazer as suas necess idades nas zonas re lvadas e a jardinadas da Cidade de Famal icão e os

seus donos “estão-se marimbando” para o dever c ív ico e educacional da recolha dos dejectos caninos , para o seu

ensacamento e para a sua colocação no recipiente a esse f im dest inado” .

É injusto que Joane e outras terras

como Joane, dependam das graças

e da boa vontade do município e do

se u p re s ide nte , p ara p od e re m t e r

melhoramentos nas ruas , equipa-

m e n t o s s o c i a i s o u n o v o s p a r q u e s

e jardins.

As freguesias devem ser tratadas por

igual , tendo em consideração a sua

dimensão geográfica e populacional.

Não podem estar à mercê do poder

discricionário de uma Câmara, seja

ela qual for.

Mas 25 anos são sempre motivo de

o r g u l h o . J o a n e p a s s o u p o r f o r t e s

transformações. A rede viária teve

um desenvolvimento assinalável. Os

caminhos em terra quase que desapa-

receram e novas vias foram abertas,

criando uma nova centralidade.

J o a n e t e m h o j e b o a s o f e r t a s n a

creche, pré-primário, ATL, ensino

p r i m á r i o , p r e p a r a t ó r i o e s e c u n -

dário. Parale lamente foram sendo

c r i a d o s c e n t r o s d e e s t u d o e A T L

q u e p r e e n c h e m o s h o r á r i o s e x t r a

escolar. O comércio e serviços estão

bem implantados. A feira semanal

c o n t i n u a a s e r u m p o n t o d e r e f e -

r ê n c i a n a r e g i ã o . G a n h o u m e s m o

n o v a d i n â m i c a c o m a c r i a ç ã o d o

n o v o e s p a ç o e r e o r g a n i z a ç ã o d o s

feirantes.

A força de uma terra vê-se também

pelo movimento associativo, e este

continua forte em Joane. Associa-

ções desportivas e culturais, ranchos

fo lc lór icos , movimento escut i s ta ,

festas a santos populares , at let is -

mo, BTT…Joane continua vivo e em

actividade constante.

Mas muito há para fazer. Os projectos

são muitos e as reivindicações irão

prosseguir. Joane é uma referência

no concelho de Famalicão, tem uma

importância e identidade próprias,

e m e r e c e s e r t r a t a d o c o m t a l . O s

joanenses são pessoas informadas,

exigentes, gostam da sua terra e de

a ver crescer harmoniosamente. Não

gostam de quem não respeita Joane

e a sua grandeza.

Curiosamente diz-se preparado para

reclamar a independência mas não

para reclamar um concelho.

Não se percebe.

S e a i d e i a é c r i a r n o t í c i a s p a r a

aparecer, conseguiu.

Reivindicar independência alegan-

do d iscr iminação re la t ivamente a

outras f regues ias é no mínimo r i -

dículo e revela, entre outras coisas,

fa l ta de so l idar iedade geográf ica .

I m a g i n e - s e q u e , p o r e x e m p l o , a

população do lugar de Labruge se

sente discriminada pela Junta e se

prepara para “requerer a indepen-

dênc ia adminis trat iva” . R id ícu lo .

Sá Machado tenta impor-se dentro

do PS, entreter os Famal icenses e

brinca com coisas sérias.

Mas em matér ia de d iscr iminação

esta Junta não tem autoridade moral

para falar.

Ainda há pouco tempo a Associação

Teatro Construção (ATC) acusava a

Junta de Freguesia de Joane de ter

uma at i tude d iscr iminatór ia para

com aquela instituição.

Mais recentemente foram os escu-

t e i r o s a d e n u n c i a r e m t r a t a m e n t o

censurável .

Enf im, a Junta de Fregues ia tudo

tem feito para que as relações com

o município se desenvolvam sem o

absoluto respeito institucional que

é d e v i d o à s d u a s e n t i d a d e s , c o m

prejuízo óbvio para Joane.

C o m e s t e c o m p o r t a m e n t o é c a s o

p a r a p e r g u n t a r p a r a q u e s e r v e a

Junta de Freguesia de Joane senão

para passar atestados?

Numa altura em que Joane comemora

as bodas de prata das comemorações

d a e l e v a ç ã o a V i l a , f a l t a - n o s u m

executivo capaz de proporcionar à

freguesia as condições que a popu-

lação merece e que após 25 anos de

vi la já deviam existir .

Destes 25 anos quase todos foram

da responsabil idade do actual pre-

sidente da Junta.

Cada um que retire as suas i lações

m a s a s c o n c l u s õ e s s ã o ó b v i a s - a

Junta social ista de Joane tem sido

u m e n t r a v e a o d e s e n v o l v i m e n t o

da v i la . Um conse lho para Joane:

substituam a Junta.

A Junta de Freguesia tudo tem feito para que as relações

com o município se desenvolvam sem o absoluto respeito

institucional que é devido às duas entidades, com prejuízo

óbvio para Joane. É caso para perguntar para que

serve a Junta de Joane senão para passar atestados?

Os joanenses são pessoas informadas, exigentes, gostam

da sua terra e de a ver crescer harmoniosamente. Não

gostam de quem não respeita Joane e a sua grandeza.

1 . A not íc ia de que Sócrates va i es tudar F i losof ia para Pa -

r is durante um ano surpreendeu muitos e surpreendeu-me

t a m b é m a m i m . M a s f o i u m a b o a n o t í c i a . C o n s i d e r o q u e

m u i t o s o u t r o s p o l í t i c o s l h e d e v e r i a m s e g u i r o e x e m p l o .

Como prof iss ional de uma das áreas de conhecimento mais

a n t i g a s n a h i s t ó r i a d a h u m a n i d a d e r e c o n h e ç o q u e , q u e r a

n í ve l p e s s o a l qu e r a n í ve l d a o rg a n i z a ç ã o s o c i a l e p o l í t i c a

muito ter íamos a ganhar se houvesse uma aposta a largada e

melhor estruturada na formação f i losóf ica no nosso s istema

de e ns ino . Somos , d iz -se , um povo de brandos cos tume s e

isso é bom, mas também somos um povo acr í t ico e isso é mau.

Somos um povo pouco autênt ico, um povo que valor iza mais

o “ ter” do que o “ser” , que pensa pouco. Formamos muitos

jovens que dominam habi lmente as novas tecnolog ias mas

são incapazes de formular e expressar um raciocínio cr í t ico

devidamente estruturado sobre o melhor ou o pior s is tema

económico ou pol í t ico ou sobre os fundamentos de uma deci -

são pol í t ica , empresaria l ou pessoal . É a geração do “Porque

s im!” , educada por outras gerações que não t iveram a opor-

tunidade de aprender f i losof ia ou que v iveram amordaçadas

sob o s igno do medo. Ora a formação f i losóf ica pode dar um

importante contr ibuto para a mudança. Porque em f i losof ia

aprende-se que não há teorias f i losóf icas , económicas , pol í -

t icas ou c ient í f icas absolutamente certas ou erradas e que,

por i sso , o importante é procurar boas razões/argumentos

a p o i a d o s n o c o n h e c i m e n t o a d e q u a d o d o s p r o b l e m a s e n o

testemunho dos grandes pensadores para acei tar ou recusar

d e t e r m i n a d a s t e o r i a s . E m F i l o s o f i a a p r e n d e - s e q u e u m a

v ida autênt ica e com sent ido exige uma tomada de posição

esc larecida e apoiada em bons argumentos. Aprende-se que

a verdade é uma meta inalcançável e que, por isso, teremos

que ser permanentemente cr í t icos e cur iosos . Em f i losof ia

pergunta-se mais do que se responde, aprende-se a encarar

a d ú v i d a n ã o c o m o u m a a t i t u d e d e f r a q u e z a m a s u m s i n a l

de sabedoria . E já agora , em f i losof ia , entre outras co isas ,

aprende-se que todos os homens são iguais , que o homem é

um f im em si mesmo e não um meio e que a dignidade humana

é um carácter essencial e intr ínseco a qualquer ser humano.

Ora , se quem nos governa e quem e lege quem nos governa

pensasse ass im, o mundo e o pa ís es tar iam bem melhores .

J o s é S a r a m a g o n u m a e n t r e v i s t a c o n c e d i d a a o E x p r e s s o ,

diz ia , com alguma autoridade que “na sociedade actual nos

f a l t a f i l o s o f i a . F a l t a - n o s r e f l e x ã o , p e n s a r , p r e c i s a m o s d o

t rabalho de pensar e parece-me que sem ide ias não vamos

a parte nenhuma.”

E não vamos mesmo, digo eu.

2 . M u i t a g e n t e d a d i r e i t a e a l g u m a d a e s q u e r d a d e p o s i t a

conf iança no Governo que acaba de ser empossado. Espero

que seja capaz de levantar o país e de contr ibuir para que os

portugueses tenham uma v ida melhor no futuro . Para i sso

também conto com uma oposição de esquerda responsável e

promotora da mudança. Embora estranhando o apoio quase

massivo do aparelho socia l is ta , ve jo em António José Seguro

u m f u t u r o l í d e r d o P S q u e p o d e t r a z e r s a n g u e n o v o e m u -

danças importantes no PS, no s is tema pol í t ico português e

consequentemente no exercíc io de c idadania pol í t ica .

3 . O Larg o d a F e i ra e m Jo ane e s t á arranjad o mas não t e m

vida. Não atrai gente e , como ta l , o arranjo não benef ic iou,

até ao momento, os comerciantes do centro da vi la . Espera-se

imaginação e cr iat iv idade para dar a vol ta a esta s i tuação.

Sócrates, a Filosofia

e o País!

ReguiLa

UM POSTAL POUCO AGRADÁVEL!Quem chega a Airão santa maria pela Rua de Ruivos ( Joane), a primeira ima-gem que tem da freguesia é este imóvel completamente degradado. O edifício, que até ostenta a placa com o nome da Rua fonte de Goda, há anos que se encontra naquele local a “pedir” intervenção. A casa devoluta é propriedade privada e um dos muitos casos de degradação visíveis pela região, com casas que parecem “falecer” aos poucos. Quanto mais não seja por parecer mal, dar mau aspecto na entrada de uma freguesia, o poder público ( junta e Câmara de Guimarães) deveria reunir esforços para convencer os privados que não é esta a imagem da paisagem de uma fregue-sia que se quer asseada e atractiva.

repórter local | propriedade e editor - tamanho das palavras, lda, rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de airão telefone 252 099 279 e-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e luís pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | redacção luís pereira ([email protected]) | paginação Filipa Maia | colaboradores ana Margarida cardoso; analisa Neto; custódio oliveira; elisa ribeiro; Fernando castro Martins; João Monteiro; luís Santos; Miguel azevedo; luciano Silva; Sérgio cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: alberto Fernandes | registo IcS 122048 | NIpc 508 419 514

JOAQUIM FORTE

Page 8: REPÓRTER LOCAL

8 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

AD

E

FÓRum

O QUE sE DIzA fRAsE DO mÊs

“os governos são como os melões, têm que ser aber-tos para ver se são bons”custódio Oliveira, presidente da ATc de Joane, jornal Opinião Pública, a propósito do novo go-verno liderado por Pedro Passos coelho.

“lar de Santa apolónia (pousada de Sa-ramagos) custou 1 milhão de euros e está pronto para receber idosos”Opinião Pública

“pais em dificuldades estão a ‘entregar’ os filhos. 2731 famílias pediram ajuda, alegando carências e falta de controlo”.

“o Governo pSD/cDS pretende regula-mentar o código do trabalho “para ga-rantir a possibilidade de alteração das datas de alguns feriados, de modo a di-minuir as pontes demasiado longas e au-mentar a produtividade”.Público

“Nesse quadro de catástrofe anunciada, é preciso afirmar mais uma vez, alto e bom som, que esta não é a altura de apli-car em portugal uma coisa obscena cha-mada acordo ortográfico!”.Vasco Graça moura, diário de Notícias

“Governo de passos coelho corta 50 por cen-to do subsídio de Natal”diário de Notícias

“portugueses gastam 9 milhões de euros por dia em remédios”Título do diário de Notícias

“Ministro da educação suspende fecho de es-colas do primeiro ciclo”Título do jornal Público

“Nós não somos carneiros. o povo anda pa-cífico porque a austeridade ainda não aper-tou violentamente na barriga. Se houver mi-lhões de pessoas a quem a austeridade tira o pão da mesa, não temos como nos admirar por ver em portugal imagens idênticas às das ruas de atenas.Paulo baldaia, director da TSf, artigo de opinião no di-ário de Notícias

“Fernando Nobre abandonou a assembleia da república”Título do jornal Público

instalações do Desportivo de Ronfe assaltadas três vezes em Junho

As instalações do Desportivo de Ronfe foram assaltadas duas vezes durante o mês de Junho e, já depois de instalado o sistema de alarme, os larápios tentaram uma terce ira vez , sem sucesso.A primeira “invasão” ocorreu no início do mês. Levaram um grelhador e a máquina registadora do bar , que não t inha dinheiro (mais tarde, a p u r o u o R L , a m á q u i n a a p a r e c e u n a G N R de Famalicão). O segundo assalto aconteceu p o u c o s d i a s d e p o i s . R e s u l t a d o : b e b i d a s e pasti lhas elásticas. Os dois assa l tos levaram a que o c lube ins -t a l a s s e u m a l a r m e q u e i m p e d i u o t e r c e i r o a s s a l t o . A o f o r ç a r e m u m a p o r t a , o a l a r m e disparou afugentando os larápios.Os assaltos aconteceram sempre de madrugada. A GNR esteve no local bem como o Núcleo de Investigação Criminal de Guimarães.

QU

e Pe

NSA

R!

Se TIVeR fOTOGRAfIAS QUe mOSTRem ASPecTOS QUe JÁ deSAPAReceRAm OU efeITOS dAS AlTeRAçõeS NA PAISAGem dA SUA TeRRA , e Se AS QUISeR PARTIlHAR cOm OS leITOReS, eNVIe POR mAIl , GeRAl@RePORTeRlOcAl .cOm, OU POR cORReIO.

DIAs DE ONTEmroNFe, 2008f o i d u r a n t e a n o s c a m p o d e treinos do ext into Juventude de Ronfe. A urgência da paróquia na construção de um centro Social capaz de melhorar o serv iço de creche e cr iar um lar para ido-sos nos terrenos onde o c lube d e Ro n f e o c u p a va co m o s e u campo re lvado, levou a que o desport ivo de Ronfe (que surge em subst i tu ição do Juventude) , sa ísse dos terrenos da paróquia e cons t ru í s se , junto à es t rada Nacional 206 um novo estádio. custou 1 mi lhão de euros . A paróquia cont inua à espera que o novo centro Socia l se ja uma real idade.

VERMil | ASSembleIA de fReGUeSIAA Assembleia de freguesia de Vermil reúne no próximo domingo, dia 10, pelas 10:00 horas. O encontro terá lugar na sede da Junta de Vermil

CASTElÕES | NOVA dIRecçãO AdecASérgio ferreira é o novo presidente da Associação desportiva de castelões (AdecA), que festeja o seu 18.º aniversário no próximo sábado, 9 de Julho. A festa inclui jogos de futsal e o tradicional bolo de aniversário.

Grelhador, bebidas e pastilhas elásticas na mira dos assaltantes

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 9

JunhoAs lágr imas de Ana e Sof ia Ol ive i ra que ca í ram durante a ent rev i s ta que concederam ao Rl espelham bem os efe i tos que uma lesão faz aos sonhos de desport is tas dedicados .“começámos há 6 anos numa academia , em Ronfe . como fechou, pas-sámos a t re inar no pólo de Guimarães da Univers idade do minho. Há 6 anos que competimos e temos s ido campeãs regionais e nacionais” , conta Ana Ol iveira .As i rmãs t re inam diar iamente em casa e na Academia Arte Nobre em Guimarães . Para estarem no mais a l to nível , des locam-se com regula-r idade a S . Torcato e à l ixa , onde exis tem melhores condições .O ta lento da at leta sénior já a fez arr iscar um pouco mais na modal i-dade. dentro do universo do k ickboxing , Ana Ol iveira prat ica low-kick onde o tão temido kO pode acontecer.“É permi t ido bater na adversár ia com toda a potênc ia mas sem joe -l h a d a s e co t ove l a d a s . e m t e m p o s d e co m p e t i ç ã o , c h e g o a c a s a d o s t re inos com uma ou outra negra . I ron icamente , de ixa-me orgu lhosa porque sei que as pisaduras foram fe i tas por homens com mais idade e peso que eu e mesmo ass im acabo por t re inar de igual para igual ” , refere Ana Ol iveira .O Rl fo i recebido em casa das a t le tas e toda a famí l ia par t ic ipou na conversa . O pa i , domingos , v ive intensamente a v ida desport iva das f i lhas e estas vêem nele uma fonte de inspiração. “Há uns anos v i um homem a bater numa rapar iga . A imagem f icou-me e sempre disse que, se viesse a ter f i lhas , i r ia arranjar formas delas aprenderem a defender-se desde cedo. Ass im foi , procurei logo que andassem em artes marcia is . Na a l tura , rebentou a bomba cá em casa , a minha mulher só pensava nas negras que as miúdas v iessem a ter ” , conta o pai .A mãe cont inua com grandes preocupações mas já se rendeu à modal i -dade. fã incondic ional das f i lhas , é e la quem menos se conforma com a in just iça que recentemente aconteceu com a mais velha . depois da conquista do t í tu lo nacional , uma campeã que tenha mais de 16 anos sonha com os europeus . Apesar de ser a natural escolha , em 2008 foi a v ice-campeã a representar o país na europa em detr imento da jovem de mogege.“ H á u m a g r a n d e d e s o r g a n i z a ç ã o n a fe d e r a ç ã o a o p o n t o d e s e r e m p e r m i t i d a s e s t a s i n j u s t i ç a s . J á p ro t e s t e i m a s n i n g u é m d á r e s p o s t a ” , lamenta a mãe.O d e s co n s o l o d e f a l h a r o s e u ro p e u s d e s t a fo r m a a s s u m e p a r t i c u l a r r e l e v â n c i a p a r a A n a O l i v e i r a p o r q u e p o d e r á t e r s i d o a s u a ú l t i m a oportunidade . É que , face a uma lesão recentemente detectada num olho, que a obr igará a fazer um transplante , a carre i ra da at le ta es tá s e r i a m e n t e co m p ro m e t i d a , d e v e n d o a f a s t a r - s e d e f i n i t i va m e n t e d a compet ição . “custa mui to . Não é só a modal idade em s i , é todo um est i lo de v ida que se va i aprendendo a adquir i r ” , d iz , emocionada , a a t le ta sén ior que depos i ta na i rmã as e speranças de cont inuar uma br i lhante carreira no k ickboxing. l .P.

ANA E SOFiA OliVEiRA

FESTIVAL FOLCLóRICO DA RUSGA DE JOANENo próximo sábado, 9 de Julho, realiza-se no Parque da Ribeira (21:00 horas) a 19.ª edição do festival de fol-clore da “Rusga” de Joane. Conta com a participação de ranchos de Leiria, monção, figueira da foz e do Grupo de Danzas “Doña Urraca” de zamora, Espanha.

caMpeÃS NacIoNaIS De KIcKBoXINGana e Sofia oliveira são irmãs, 18 e 13 anos. Vivem em Mogege e têm sido, anos consecutivos, campeãs nacionais em kickboxing em diferentes escalões. a atleta mais velha compete no escalão sénior, a mais nova está nos iniciados. Dentro de cada escalão, as atletas entram em “sub-escalões” sendo o peso de cada uma a definir com que atletas competem. ana é, por isso, campeã sénior com menos de 65kg e Sofia em iniciados com menos de 50kg.

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10 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

A pintura de Marco Luís Pereira

C o m 2 1 a n o s , M a r c o O l i v e i r a , d e Airão S. João, já vende e expõe as suas pinturas. “Pinto imagens que me surgem, estados de espírito que

tenho”, define-se o artista.Util iza sobretudo acríl ico embora também recorra a colagens, sprays e tinta plástica. Demora cerca de um mês a pintar uma tela: tudo depende da inspiração. “Um trabalho abstracto demora sempre menos. Se estiver c o m u m a o b r a e m p r o g r e s s o p i n t o u m a , duas horas por dia. É difícil parar enquanto não pomos na tela o que queremos”, narra o jovem pintor.Marco Oliveira tem mostrado com regula-r idade os seus t rabalhos em cafés e lo jas comerciais. Até final do ano quer fazer uma exposição. Profissionalmente, trabalha como comercial e sabe bem que será difícil viver só da pintura. Passo a passo vai singrando na arte, mostrando o seu trabalho a fundações e museus que lhe reconhecem o valor. “Não há apoios governamentais para jovens pintores. Estamos sempre dependentes dos convites”, lamenta.“A inspiração é essencial para pintar. É im-portante ter imagem do que se quer na cabeça para a passar para a te la . Salvador Dal i é u m d o s e x p o e n t e s m á x i m o s d a p i n t u r a . Consegue cr iar cenár ios que fasc inam. O abstracto associo sempre ao pintor Jackson Pollock”. Os interessados em conhecer a obra de Marco Oliveira devem contactar com o próprio através do telemóvel 917 778 266.

O s. João do senhor JoãoJoão mendes, dono de um café de Ronfe, organiza por sua conta as festas de S. João. este ano com direito a estrela musical: Quim barreiros

DUAS FESTAS NUMA NOITENuma noite apenas, 18 de Junho, lado a lado, Joane acolheu duas iniciativas: a noitada de santo António, no Largo 3 de Julho e, a escassos metros, no Parque da Ribeira, o primeiro festival for-

mação, Arte e Cultura, organizado pelo Centro de Novas Oportu-nidades da Escola secundária. O director da escola alega que não foi informado da festa de santo António, mas o pároco lembra que os festejos ficam marcados de ano

para ano. “Não havia necessidade de duas festas no mesmo dia. A festa de santo António fica sempre marcada de um ano para o outro e ocorre sempre no fim-de-semana a seguir ao feriado. Todos o sabem”, diz o sacerdote.

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 11

PARQUE DE LAZER EM OLEIROSÀ falta de praia, a população da fre-guesia de Oleiros, e das vizinhanças, delicia-se no parque de lazer e de merendas. Inaugurado a 12 de Junho, tem registado enchentes ao fim-de-semana. O parque, com 850 m2, tem

sete mesas para piqueniques, baloiços e um riacho, além de uma área para jogos tradicionais. A Junta espera agora chegar a acordo com os proprietários dos terrenos para alargar o parque. Presente na inauguração, Domingos Bragança, vereador da Câmara de

Guimarães, mostrou-se surpreendido. “Nunca pensei que se pudesse fazer uma coisa destas em pouco terreno. É pequeno mas arranjadinho”, disse. O parque custou 20 mil euros. A Câ-mara vimaranense vai ajudar a pagar a obra com quatro mil euros.

T e m o m e s m o n o m e q u e o s a n t o e a t r a d i ç ã o c o m e ç a p r e c i s a m e n t e p o r essa coincidência, aliada ao gosto pela música popular portuguesa. Há 9 anos

que João Mendes, proprietário do Café do Alto, no Al to de Suzende, em Ronfe , organiza por sua conta as festas de S. João da freguesia. Este ano elevou a fasquia e trouxe o conhecido Quim Barreiros. Sete mil pessoas festejaram n a n o i t a d a d e 2 3 p a r a 2 4 J u l h o . N o f i n a l , a conta foi paga por João Mendes.“No início fazíamos umas cascatas de S. João e trazia umas bandazitas . O povo começou a aderir e eu comecei a investir mais um bocadi-to. Não tenho apoios f inanceiros de nenhuma i n s t i t u i ç ã o p o r q u e t a m b é m n u n c a o s p e d i . Todos os meus cl ientes arregaçam as mangas e ajudam, uns a fazer a cascata, outros tratam da i luminação e outros do asseamento”.Não lhe f i ca barata a fes ta mas nada paga a a l e g r i a q u e J o ã o M e n d e s t r a n s p o r t a n e s s e s d ias . Este ano, os dois d ias f i caram-lhe por 12 mil euros. Mais de metade levou o artista. E a m u l t i d ã o q u e e s t e v e n o r e c i n t o d o c a f é nessa noite não compensou o investimento.“Entre comes e bebes ganhámos mais do que aqui lo que eu contava mas, mesmo assim, longe de dar para pagar a festa. A maior parte das pessoas nunca tomaram se-quer um café no meu estabelecimento mas esse também não era um requi-s i to , t ive gosto em receber todos” , assegura.Nem só de música se faz a festa do João ao João, o santo. Não dispensa a p r o c i s s ã o c o m o s a n t o e m a r -

chantes devidamente trajados. No local , que engloba o espaço do café e o terreno/ campo de futebol em terra bat ida , anexado ao Café do Alto e do qual João Mendes é igualmente proprietário, é feito um tapete em flores, como n a s p r o c i s s õ e s r e l i g i o s a s , p o r o n d e p a s s a o andor. No dia seguinte, houve ainda a actuação de dois ranchos folclóricos. “Preparámos tudo um mês antes e montámos a festa numa semana. É uma festa popular mas n ã o p r e t e n d o c o m p e t i r c o m a s f e s t a s d e S . Tiago, embora me tenham dito que, este ano, esta seria melhor do que a festa da freguesia”.Dois dias depois da actuação em Ronfe, Quim Barreiros actuou na vizinha vi la de Brito nas f e s t a s e m h o n r a a o m e s m o s a n t o . Q u a n d o João Mendes contratou o art ista, sabia disso e manteve segredo de todos os cl ientes sobre a contratação do artista.

“ O Q u i m t i n h a - m e a v i s a d o q u e i r i a actuar em Br i to . Só quis saber da

d a t a , s e a c t u a s s e p r i m e i r o e m Brito, não o contrataria, assim, v e i o p r i m e i r o a R o n f e p a r a a s u r p r e s a d e m u i t o s m a s n ã o p e n s o q u e t e n h a e s t r a g a d o a

festa a Brito. Quem gosta de Quim Barreiros, vê-o todos os

dias se for preciso”, explica.João Mendes já só pensa

na festa do próximo ano e diz que já trabalha para

ela. Depois do sucesso da edição deste ano, as expectat ivas são altas.

O s. João do senhor João

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 13

JOANE

localIDaDeS

A J u n t a d e F r e g u e s i a d e V e r m o i m d e c i d i u c a n -ce lar o convív io sénior a n u a l e c a n a l i z a r o d i -

nheiro gasto com a iniciativa para apoio aos idosos mais carencia-dos. A informação foi avançada pelo autarca local , Xavier Forte , durante o Dia da Fregues ia (26 d e J u n h o ) . “ O d i n h e i r o s e r á c a n a l i z a d o p a r a p a g a r m e d i c a -

m e n t o s e m e r c e a r i a a o s i d o s o s mais necessi tados de Vermoim”, just i f icou Xavier Forte . O autarca aprovei tou a presen-ç a d e L e o n e l R o c h a , v e r e a d o r d a C â m a r a d e F a m a l i c ã o , p a r a l e m b r a r n e c e s s i d a d e s a n t i g a s , c o m o a c o n c l u s ã o d a r e d e d e água e saneamento, as obras no cemitér io e o acesso ao pavi lhão desportivo. No rol das urgências, destacou um novo arranjo urba-níst ico no adro, as rotundas na

Junta apoia idosos doentesNa festa do dia da freguesia, Junta lembrou à câmara necessidades urgentes

Luís Pereira

VerMoIM • dIA dA fReGUeSIA

VerMIl | feSTIVAl de fOlclORe NO dIA 16 de JUlHO O Grupo folc lór ico danças e cantares de Vermil real iza a 23ª edição do seu fest iva l no próximo dia 16 de Ju lho junto á sede de Junta . começa às 21:30 horas e conta com a part ic ipação de quatro grupos , a lém do anf i t r ião: Rancho de ma-nique do Intendente ; cei fe iras da Gafanha da encarnação; lavradeiras e Jovim e Rancho de Gens (Gondomar) .

ATC ACAdEmiA dE bELAs ARTEs

A Associação Teatro construção vai ter uma Academia de belas Artes . O projecto arranca em Se-tembro e pretende juntar of ic i-nas de escultura , p intura , música , dança , poesia , c inema e teatro. “ Vamos procurar ensinar com excelência e qual idade porque entendemos que a arte tem uma função determinante na forma-ção e educação das cr ianças e jo-vens” , refer iu custódio Ol iveira , pres idente da ATc .A academia pretende potenciar futuros art i s tas a part i r dos 6 anos de idade (o l imite de idade a inda não está def inido) e funcionará em regime pós-escolar, inc luindo sábados e fér ias escolares .A ATc está a def inir o leque de professores para cada área . O preço da inscr ição andará à vol ta dos 30 euros mensais . “este t ipo de projectos demora a af i rmar-se e por i sso, a única expectat i-va que temos para já , é arrancar” , a f i rma custódio Ol iveira .entretanto, os 38 peregr inos da ATc já cumpriram a pr imeira etapa da caminhada a Sant iago de compostela , entre lourdes e Pamplona .

EN 206 e um parque de lazer .“ S a b e m o s q u e a C â m a r a s a b e g e r i r b e m o s d i n h e i r o s e n ã o p o d e e s q u e c e r q u e o t e m p o d e di f iculdades é também o tempo de oportunidades” , d isse .Leonel Rocha acabou por não se comprometer na real ização das necessidades e prefer iu assegu-rar que o município está atento.“Estou a transpirar muito e não é s ó d o c a l o r q u e e s t á n a s a l a . N ã o s e i c o m o h a v e m o s d e d a r r e s p o s t a a t u d o q u a n t o d i s s e ” , gracejou o vereador.Xavier Forte disse que Vermoim t e m d e “ f a z e r a s p a z e s c o n s i g o p r ó p r i a ” e p a u t o u o d i s c u r s o p o r c r í t i c a s a o s e u a n t e c e s s o r , Joaquim Almeida. “A freguesia soube crescer e honrar os seus c o m p r o m i s s o s . A n a v e q u e c o -m a n d a m o s , q u a n d o c h e g á m o s estava a precisar de combustível . Hoje Vermoim tem re ferênc ias que antes não passavam de mi-ragens” , sustentou.No f inal da cer imónia, a autar-q u i a e n t r e g o u a c h a v e d e o u r o da freguesia à Câmara Municipal de Famalicão.

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14 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O desconhecido é assustador .É uma verdade universal . É bio lógico – já nascemos a ter medo do que não conhece-mos. Do que não sabemos. O não saber é in-f ini tamente pior do que saber que as coisas não vão resul tar . É por isso que as decisões são tão problemáticas . Se soubéssemos o que ia acontecer , era apenas uma escolha entre bom ou mau, correcto ou incorrecto , fác i l ou di f íc i l , s imples ou complexo. Mas a verdade é que nunca sabemos. A nossa exis -tência é um t iro no escuro, e nunca sabe-mos onde vai acertar . Tentar p lanear a v ida é assustadoramente inút i l – há demasiadas condic ionantes que nunca adiv inharemos. E eu nem sequer consigo programar conve-nientemente as minhas fér ias de Verão. Nunca t ive medo do escuro. A sensação ca l -ma do negro que me abraça à noi te embala--me. Mas nunca consegui caminhar nele . Tive sempre medo. Medo das sombras , medo dos obstáculos , medo de bater , ca ir e mago-ar-me. Até agora, f iz b irra . Acendi sempre a luz , i luminei o caminho. Mas nem o mais potente dos holofotes pode i luminar aque-le que é o percurso natural dos humanos.

Num certo ponto da nossa v ida, s imples-mente não fazemos a mais pál ida ideia do que vai acontecer a seguir . E , aos 20 anos, i sso consegue ser terr ive lmente assustador .E então chegamos aquele ponto das nossas v idas em que, s implesmente , caminhamos num arame sem rede. Há a probabi l idade de sermos bem sucedidos . Ouvimos palmas, congratulam-nos, d izem-nos que sempre acreditaram em nós: no nosso sucesso, no nosso trabalho, no nosso ta lento. Mas há a probabi l idade de cairmos. O fa lhanço es-

maga-nos, a humilhação pesa-nos. Poucos f icam para nos consolar . Mas é um r isco que temos de tomar. Aqueles que f icam sempre atrás do pano, a ver o espectáculo da v ida dos outros a desenrolar-se sem realmente fazer parte dele , nunca serão mais que au-diência , pass iva e inerte . Nunca saberão o que é o sucesso, porque nunca fa lharam. A luz fundiu. Agora só há escuro. O que vai acontecer , não se i . A única coisa que se i é que não fare i parte de uma mult idão de espectadores . Estarei no centro da acção. Sorr ire i , acenarei . F icarei nervosa, cami-nharei no arame e provavelmente fa lharei . E depois de chorar e maldizer a minha má sorte , vol tare i a tentar . Uma vez . Outra vez . Outra vez . Até conseguir acender a luz e tornar-me dona do meu próprio dest ino. (Por isso , não tragas a lanterna. Consigo ver as sombras no escuro. Se bater e ca ir , vol to a levantar-me. É só até encontrar o interruptor , de qualquer das formas. E eu se i que e le está já aqui . Está já aqui ao pé . É só caminhar mais um pouco. Um pé à f rente do outro, lentamente , devagarinho. Estás a vê- lo? Estou quase a agarrá- lo…).

NãO TRAGAS A lANTeRNA

o rl continua a dar destaque ao património existente nas nossas freguesias. Uma forma de dar a conhecer imóveis de interesse.

Quem passa na Estrada Nacional 206 (que l iga Guimarães e Famalicão), depara-se, na freguesia de Vermoim, com uma imponente moradia de tons c laros com muitas janelas . Trata-se do Solar da Breia , uma construção com f i s ionomia nobre implantada num local pr ivi legiado, com uma visão “al t iva” sobre o vale das Terras de Vermoim.A informação histórica sobre esta Casa não abunda . Crê-se que terá s ido, nos seus primórdios , o centro de uma exploração agrícola . O e d i f í c i o e s t á co n s t r u í d o e m g ra n i t o , t e m u m m u ro co m o co m -primento de 15 metros , com um frontão pres idido por um brasão. A fachada tem c inco vãos , const i tu ídos por 4 janelas e uma porta , tudo em forma rectangular, com os l intéis moldurados enfei tados , cada um por uma vieira . Não existem dados suf ic ientes para se conhecer a data de constru-ção de raiz deste imóvel digno de realce. Estudiosos do patr imónio arquitectónico apontam-lhe elementos (como a cozinha) que pelas s u a s c a ra c t e r í s t i c a s n o s a p o n t a m p a ra o p e r í o d o e n t re o s s é c u l o s XVI e XVII .

Solar Da BreIra, VerMoIM, séc. XVI

O QuE FAZER COm EsTE PATRimÓniO

POUSADA | PASSeIO A SAmIlO passeio anual da f reguesia de Pousada de Saramagos real iza-se no próximo dia 16 e tem como dest ino a praia de Samil , em Vigo. Os interessados neste passeio-conví-v io deverão inscrever-se na sede da Junta de freguesia

Aqueles que ficam sempre atrás do pano, a ver o espectáculo da vida dos outros a desenrolar-se sem realmente fazer parte dele, nunca serão mais que audiência, passiva e inerte.

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 15

QUENTES E BOAS!preSIDeNte De JoaNe Mete-Se coM oS MoSQUItoS De SaNta MarIa!eu não sei que mal é que os meus compatr iotas mosquitos f izeram ao sr. Pres idente da Junta de Jo-ane, Sá machado, para merecerem tanta desconsi-deração da sua parte! deveras ofendido f iquei quando sobrevoava a As-sembleia de freguesia de Joane e ouvi-o refer i r-se à praia f luvia l de Airão Santa maria , respondendo ao l íder da JSd luís fernandes que quer ia na sua terra uma igual , d izendo que a praia não é dig-na desse nome porque não passa de uma “poceca cheia de mosquitos” . Olhe que nós não fazemos mal a ninguém e até so-mos l impinhos , caro Ivo!

a FUGa QUe preocUpa JoSÉ MacHaDoO ex-pres idente do PSd de Joane, José machado, anda empenhado em saber quem zumbiu a este mosquito sobre as cr i t icas que fez no úl t imo ple-nár io do part ido e que aqui demos conta o mês passado. entre te lefonemas e conversas de corte de cabelo, são muitas as pessoas que estão sob o olhar de sus-peita do também ex-director das pisc inas da v i la . Para o a judar a e l iminar hipóteses , asseguro-lhe que anda “ f r io” , s r. machado!

CARTAs AbERTAs Comendador aPareCIdo

Meu caro e douto amigo. Permita-me que parti lhe com Vocelência a pueril preocupação (pueril mas muito madura, note-se) que me chegou de uma criancinha que se me dirigiu por carta. Os hábitos - é da carti lha - vão mudando, e ainda bem, embora ainda persistam cer-tas práticas trogloditas, como o de aman-dar umas escarretas para o chão. De vez em quando lá se ouve aquele barulho hor-rível , rrrrrrrrrrrrrrrr, vindo lá das pro-fundas da garganta, e depois uma subs-tância esverdeada que voa até ao chão. Tão grave como isso é essoutro hábito de fazer da rua um caixote de l ixo. Emba-lagens de bebidas, papéis, tudo no chão. Mas, caro autarca, se este é um hábito que pode ser corrigido com certo civismo junto dos que ainda acham perfeitamente normal atirar da janela dos carros a co-riscazinha do cigarro, apesar de todos os bólides virem equipados com o respectivo cinzeiro, merece igualmente reparo a ine-ficácia das entidades públicas, no caso a Junta e a Câmara de Famalicão, que não cuidam de disseminar os devidos equipa-mentos, como papeleiras.

Recebi há dias uma carta de uma petiz da escola de Montelhão, em Joane, merece-dora de todos os encómios, e cujo conte-údo gostaria de parti lhar com o prezado amigo. Sei que tal como o velho autor des-tas cartas, também o caro autarca parti-lha da máxima de que as crianças são o sol da vida. Na rua Cristo Rei, que l iga o salão paro-quial , o centro social e o seu infantário e ATL às escolas primárias, isto é, arru-amento mui frequentado por criançada e outras pessoas, não existe uma única pa-peleira. Se a criança que circula em fi la indiana da escola ao ATL quer desfazer-se de forma civi l izada do caroço do ameixo ou da casca da banana ou da perniciosa chiclete, não vislumbra no trajecto um simples caixote de l ixo!Para podermos assacar responsabil ida-des a quem tem estes hábitos, é preciso não dar o f lanco. E uma ou duas papelei-ras ou caixotes de l ixo não custam assim tanto dinheiro!Aceite os melhores cumprimentos deste que se assina Comendador Aparecido.

por D. VIRINHA

eXmo. Sr. PreSIdenTe da JUnTa de Joane

opINIÕeS DoS leItoreS VIa FaceBooKos 25 anos da elevação de Joane a Vila foi o assunto mais comentado (veja pag. 3) . M a s o s co m e n t á r i o s n ã o s e f i c a ra m p o r este tema .

Manuel cunha Joane e os joanenses expiam por demais o pecado de terem votado Armindo costa e Sá machado.teresa Guerreiro considero-me apartidária e não sou defensora de pol í t icos . No entanto, considero que o Sá machado já deu provas em Joane. Se ass im não fosse como estar ia no cargo estes anos t o d o s ? ! S e rã o o s j o a n e n s e s u m b a n d o d e i letrados que não sabem o que fazem? Joane es tá a ser pre jud icado em vár ios aspectos pelas guerr i lhas com a camâra laranja que quer mostrar poder. . . Nada mais!amélia Martins Teresa , há s i tuações concretas em Joane que provam, infe l izmente, muita negl igência da parte do Sá machado. Uma delas , bastante s igni f icat iva , é a fa l ta da casa mortuár ia . Isabel Santos b o a i n i c i a t i v a d o R e p ó r t e r l o c a l e m d a r a c o n h e c e r o s t a l e n t o s l o c a i s . Pa r a b é n s . cont inuem.Bento Machado R e a b e r t u r a d a p i s c i n a d e A i r ã o S . J o ã o . Parabéns para esta gente que está fazendo coisas pela nossa terra como ninguém fez . f ico content íss imo com isso.

É uma sessão de c inema para inte lectuais? Um le i lão de oferendas de uma festa popular? Ou a sa la de espera ao ar l ivre de um posto médico? Não, nada disso. É apenas a “plate ia” da sessão so-lene das comemorações dos 25 anos da e levação de Joane a Vi la . Vieram os “pol í t icos” e a lguns mirones ; os joanenses , mesmo os que cr i t icam tudo e todos , cont inuam afastados da v ivência c í-v ica da sua terra .

siga-nos!JÁ somos 3700!

SOBRARAM CADEiRAS NO ANiVERSÁRiO DA VilA

ateNDa o teleMÓVel , preSIDeNte!Hoje poucos comuns mortais v ivem sem telemóvel mas há quem ainda não tenha compreendido bem a funcional idade prát ica destes equipamentos ou, pelo menos, a tenha desaprendido. É o caso do autarca de Ronfe , daniel Rodrigues , que desde há uns meses que tem como prát ica não atender te lefonemas, pelo menos a lguns deles . faça lá uma pausa nos seus afazeres part idár ios e causídicos e atenda esse te lemóvel!

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16 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Há dias veio publicado no Jornal de Notic ias que Joane rec lama a independência. Segundo a notícia, o p r e s i d e n t e d a J u n t a , d e s c o n -tente com a fa l ta de protoco los , a c u s a a C â m a r a M u n i c i p a l d e discriminação e diz-se preparado para “rec lamar a independência administrativa da vi la”.Vejamos. A Câmara Municipal tem duas formas de fazer investimento na freguesia. Por protocolos, de-legando na Junta de Freguesia a obra, ou investindo directamente. A Câmara optou pelo investimento directo e em 2010 investiu em Jo-ane cerca de 170.000€. Em 2011 o investimento já vai em 336.000€. Não tem razão o presidente da junta para se queixar de discriminação e só se entende a queixa por motivos polít ico-partidários.Relat ivamente à ameaça ve lada , não é possível tornar uma freguesia independente sem que se autono-mize sob a forma de concelho.

O presidente da Junta sabe disso e muito mais. T a m b é m s a b e q u e p a r a q u e t a l a c o n t e ç a é d e t e r m i n a n t e a v o n -tade dos Joanenses, que tem que s e r e x p r e s s a a t r a v é s d o s ó r g ã o s autárquicos representativos e que estes têm que ser consultados nos termos da lei . Sá Machado sabe que não poderá s e r c r i a d o u m c o n c e l h o p o r q u e , e n t r e o u t r o s f a c t o r e s d e t e r m i -nantes , Joane não tem e le i tores suficientes, não tem área mínima e faltam infra-estruturas mínimas, como por exemplo, instalações de h o t e l a r i a e c o r p o r a ç ã o d e b o m -beiros.Em lugar algum da lei está prevista a criação de um concelho no caso de um presidente de Junta estar descontente com o município.O senhor presidente da Junta sabe dis to tudo mas ins is te em at irar areia para os olhos dos Joanenses.

Passaram 25 anos desde que Joane f o i e l e v a d a à c a t e g o r i a d e V i l a . Muito há a mudar no sistema admi-nistrativo do território Português. Recentes determinações da “trói-ka” anunciam a possibilidade de se extinguirem ou fundirem algumas freguesias e concelhos. Não sei se será este o caminho a seguir pelo novo governo, mas algo terá que ser feito. Algumas freguesias, vi las e conce-lhos precisam de uma reforma es-trutural, mas não necessariamente geográf ica . Ex is tem ass imetr ias

i n j u s t a s p a r a o s c i d a d ã o s q u e moram nestas freguesias ou vi las. T o m e m o s c o m o e x e m p l o a n o s -s a V i l a , J o a n e . E s t a r e m o s p o r es ta a l tura com 8 .000 ou 9 .000 habi tantes . Brevemente i rão ser d i v u l g a d o s o s d a d o s d o C e n s o s 2011. Em Portugal há vários con-celhos com menos habitantes que a Vila de Joane. Isto só por si , não representa mal nenhum. A questão prende-se com a distr ibuição de verbas que possibi l i tam formular o orçamento anual para cada uma delas.

Um conselho para Joane

Vinte e cinco anos de reivindicações

OPiniãOOs artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

miguel azevedomembro da Comissão Política do nú-cleo de Joane do PSd

Luís Santosmembro da Junta de Freguesia de Joane | PS

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REPÓRTER LOCAL • JUNHO DE 2011 • 17

opINIÃo

Sérgio CortinhasProfessor.

opINIÃoOS DEJECTOS DOS CÃES | mÁRIO mARTINS (O POVO fAmAlIceNSe)“Os cães cont inuam a fazer as suas necess idades nas zonas re lvadas e a jardinadas da cidade de famal icão e os seus donos “estão-se marimbando” para o dever c ív ico e educacional da recolha dos dejectos caninos , para o seu ensacamento e para a sua colocação no recipiente a esse f im dest inado” .

É injusto que Joane e outras terras como Joane, dependam das graças e da boa vontade do município e do s e u p r e s i d e n t e , p a r a p o d e r e m t e r melhoramentos nas ruas , equipa-m e n t o s s o c i a i s o u n o v o s p a r q u e s e jardins. As freguesias devem ser tratadas por igual , tendo em consideração a sua dimensão geográfica e populacional. Não podem estar à mercê do poder discricionário de uma Câmara, seja ela qual for. Mas 25 anos são sempre motivo de o r g u l h o . J o a n e p a s s o u p o r f o r t e s transformações. A rede viária teve um desenvolvimento assinalável. Os caminhos em terra quase que desapa-receram e novas vias foram abertas, criando uma nova centralidade. J o a n e t e m h o j e b o a s o f e r t a s n a creche, pré-primário, ATL, ensino p r i m á r i o , p r e p a r a t ó r i o e s e c u n -dário. Parale lamente foram sendo c r i a d o s c e n t r o s d e e s t u d o e A T L q u e p r e e n c h e m o s h o r á r i o s e x t r a

escolar. O comércio e serviços estão bem implantados. A feira semanal c o n t i n u a a s e r u m p o n t o d e r e f e -r ê n c i a n a r e g i ã o . G a n h o u m e s m o n o v a d i n â m i c a c o m a c r i a ç ã o d o n o v o e s p a ç o e r e o r g a n i z a ç ã o d o s feirantes. A força de uma terra vê-se também pelo movimento associativo, e este continua forte em Joane. Associa-ções desportivas e culturais, ranchos fo lc lór icos , movimento escut i s ta , festas a santos populares , at let is -mo, BTT…Joane continua vivo e em actividade constante. Mas muito há para fazer. Os projectos são muitos e as reivindicações irão prosseguir. Joane é uma referência no concelho de Famalicão, tem uma importância e identidade próprias, e m e r e c e s e r t r a t a d o c o m t a l . O s joanenses são pessoas informadas, exigentes, gostam da sua terra e de a ver crescer harmoniosamente. Não gostam de quem não respeita Joane e a sua grandeza.

Curiosamente diz-se preparado para reclamar a independência mas não para reclamar um concelho. Não se percebe. S e a i d e i a é c r i a r n o t í c i a s p a r a aparecer, conseguiu.Reivindicar independência alegan-do d iscr iminação re la t ivamente a outras f regues ias é no mínimo r i -dículo e revela, entre outras coisas, fa l ta de so l idar iedade geográf ica . I m a g i n e - s e q u e , p o r e x e m p l o , a população do lugar de Labruge se sente discriminada pela Junta e se prepara para “requerer a indepen-dênc ia adminis trat iva” . R id ícu lo . Sá Machado tenta impor-se dentro do PS, entreter os Famal icenses e brinca com coisas sérias.Mas em matér ia de d iscr iminação esta Junta não tem autoridade moral para falar. Ainda há pouco tempo a Associação Teatro Construção (ATC) acusava a Junta de Freguesia de Joane de ter uma at i tude d iscr iminatór ia para com aquela instituição. Mais recentemente foram os escu-

t e i r o s a d e n u n c i a r e m t r a t a m e n t o censurável . Enf im, a Junta de Fregues ia tudo tem feito para que as relações com o município se desenvolvam sem o absoluto respeito institucional que é d e v i d o à s d u a s e n t i d a d e s , c o m prejuízo óbvio para Joane.C o m e s t e c o m p o r t a m e n t o é c a s o p a r a p e r g u n t a r p a r a q u e s e r v e a Junta de Freguesia de Joane senão para passar atestados?Numa altura em que Joane comemora as bodas de prata das comemorações d a e l e v a ç ã o a V i l a , f a l t a - n o s u m executivo capaz de proporcionar à freguesia as condições que a popu-lação merece e que após 25 anos de vi la já deviam existir . Destes 25 anos quase todos foram da responsabil idade do actual pre-sidente da Junta. Cada um que retire as suas i lações m a s a s c o n c l u s õ e s s ã o ó b v i a s - a Junta social ista de Joane tem sido u m e n t r a v e a o d e s e n v o l v i m e n t o da v i la . Um conse lho para Joane: substituam a Junta.

A Junta de Freguesia tudo tem feito para que as relações

com o município se desenvolvam sem o absoluto respeito

institucional que é devido às duas entidades, com prejuízo

óbvio para Joane. É caso para perguntar para que

serve a Junta de Joane senão para passar atestados?

Os joanenses são pessoas informadas, exigentes, gostam

da sua terra e de a ver crescer harmoniosamente. Não

gostam de quem não respeita Joane e a sua grandeza.

1 . A not íc ia de que Sócrates va i es tudar F i losof ia para Pa -r is durante um ano surpreendeu muitos e surpreendeu-me t a m b é m a m i m . M a s f o i u m a b o a n o t í c i a . C o n s i d e r o q u e m u i t o s o u t r o s p o l í t i c o s l h e d e v e r i a m s e g u i r o e x e m p l o . Como prof iss ional de uma das áreas de conhecimento mais a n t i g a s n a h i s t ó r i a d a h u m a n i d a d e r e c o n h e ç o q u e , q u e r a n í v e l p e s s o a l q u e r a n í v e l d a o r g a n i z a ç ã o s o c i a l e p o l í t i c a muito ter íamos a ganhar se houvesse uma aposta a largada e melhor estruturada na formação f i losóf ica no nosso s istema d e e n s i n o . S o m o s , d i z - s e , u m p o v o d e b r a n d o s c o s t u m e s e isso é bom, mas também somos um povo acr í t ico e isso é mau. Somos um povo pouco autênt ico, um povo que valor iza mais o “ ter” do que o “ser” , que pensa pouco. Formamos muitos jovens que dominam habi lmente as novas tecnolog ias mas são incapazes de formular e expressar um raciocínio cr í t ico devidamente estruturado sobre o melhor ou o pior s is tema económico ou pol í t ico ou sobre os fundamentos de uma deci -são pol í t ica , empresaria l ou pessoal . É a geração do “Porque s im!” , educada por outras gerações que não t iveram a opor-tunidade de aprender f i losof ia ou que v iveram amordaçadas sob o s igno do medo. Ora a formação f i losóf ica pode dar um importante contr ibuto para a mudança. Porque em f i losof ia aprende-se que não há teorias f i losóf icas , económicas , pol í -t icas ou c ient í f icas absolutamente certas ou erradas e que, por i sso , o importante é procurar boas razões/argumentos a p o i a d o s n o c o n h e c i m e n t o a d e q u a d o d o s p r o b l e m a s e n o testemunho dos grandes pensadores para acei tar ou recusar d e t e r m i n a d a s t e o r i a s . E m F i l o s o f i a a p r e n d e - s e q u e u m a v ida autênt ica e com sent ido exige uma tomada de posição esc larecida e apoiada em bons argumentos. Aprende-se que a verdade é uma meta inalcançável e que, por isso, teremos que ser permanentemente cr í t icos e cur iosos . Em f i losof ia pergunta-se mais do que se responde, aprende-se a encarar a d ú v i d a n ã o c o m o u m a a t i t u d e d e f r a q u e z a m a s u m s i n a l de sabedoria . E já agora , em f i losof ia , entre outras co isas , aprende-se que todos os homens são iguais , que o homem é um f im em si mesmo e não um meio e que a dignidade humana é um carácter essencial e intr ínseco a qualquer ser humano. Ora , se quem nos governa e quem e lege quem nos governa pensasse ass im, o mundo e o pa ís es tar iam bem melhores . J o s é S a r a m a g o n u m a e n t r e v i s t a c o n c e d i d a a o E x p r e s s o , diz ia , com alguma autoridade que “na sociedade actual nos f a l t a f i l o s o f i a . F a l t a - n o s r e f l e x ã o , p e n s a r , p r e c i s a m o s d o t rabalho de pensar e parece-me que sem ide ias não vamos a parte nenhuma.” E não vamos mesmo, digo eu.

2 . M u i t a g e n t e d a d i r e i t a e a l g u m a d a e s q u e r d a d e p o s i t a conf iança no Governo que acaba de ser empossado. Espero que seja capaz de levantar o país e de contr ibuir para que os portugueses tenham uma v ida melhor no futuro . Para i sso também conto com uma oposição de esquerda responsável e promotora da mudança. Embora estranhando o apoio quase massivo do aparelho socia l is ta , ve jo em António José Seguro u m f u t u r o l í d e r d o P S q u e p o d e t r a z e r s a n g u e n o v o e m u -danças importantes no PS, no s is tema pol í t ico português e consequentemente no exercíc io de c idadania pol í t ica .

3 . O L a r g o d a F e i r a e m J o a n e e s t á a r r a n j a d o m a s n ã o t e m vida. Não atrai gente e , como ta l , o arranjo não benef ic iou, até ao momento, os comerciantes do centro da vi la . Espera-se imaginação e cr iat iv idade para dar a vol ta a esta s i tuação.

Sócrates, a Filosofia e o País!

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18 JUNHO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

opINIÃo

A LOC - L iga Operár ia Cató l ica , t a m b é m d e s i g n a d a M o v i m e n t o d e T r a b a l h a d o r e s C r i s t ã o s e s t á a c o m e m o r a r 7 5 a n o s d e v i d a e também de presença muito empe-nhada e notada na nossa região. As freguesias de Joane, Ronfe, Airão Santa Maria, Mogege, Castelões, B r i t o e V e r m o i m , e n t r e o u t r a s , h a b i t u a r a m - s e a r e s p e i t a r e a r e c o n h e c e r a c i d a d a n i a a c t i v a , embora discreta , das e dos mil i -tantes desta organização eclesial , sempre comprometidos a seu modo com as organizações promotoras da dignif icação da pessoa humana ( s i n d i c a t o s , a u t a r q u i a s , a s s o -c iações de cu l tura) , i s to para lá d a p r ó p r i a p r o d u ç ã o c u l t u r a l e espiritual com a marca locista em inúmeras atividades de formação que levam a cabo.E s t a n o s s a r e g i ã o c o n t r i b u i u ,

também, ao longo desta histór ia de sete décadas e meia com diri -gentes para os mais altos níveis da direcção da LOC/MTC nos planos d i o c e s a n o , n a c i o n a l , e u r o p e u e também internacional, sendo que esta singular instituição da Igreja e do mundo do trabalho está pre-sente em muitas dezenas de países de todos os Continentes.D i s p e n s o - m e d e n o m e a r a s p e s-s o a s q u e n e s t a r e g i ã o m a i s s e destacaram ao longo dos tempos na edificação desta extraordinária c o n s t r u ç ã o d e p e d r a s t ã o v i v a s quanto invisíveis para olhos pouco despertos, até porque o espaço é c u r t o . M a s d e v o r e g i s t a r a q u i o n o m e d e s s e o p e r á r i o - m o r , q u e g e r a l m e n t e n ã o s o b e a o s a n d a i -m e s d a v i s i b i l i d a d e ( p o r q u e o m o v i m e n t o é d e l e i g o s ! ) , m a s trabalha em permanência na sua b a s e a p o n t a n d o s e m p r e p a r a a vert ical idade e as a l turas . Estou a falar da f igura do padre Avelino Cardoso, nado e criado em Ronfe e sempre abraçando a nossa região,

mesmo quando exerceu o seu mi-nistério na França e na Inglaterra.O M o v i m e n t o L O C / M T C n a s c e u em 1936 sob a or ientação de um outro sacerdote, o padre-sociólogo Abel Varzim, natural de Cristelo, Barcelos, com formação superior na universidade de Lovaina (Bél-gica) e com um vastíssimo currí-c u l o , o n d e s e i n c l u i o e x e r c í c i o de deputado da nação, professor, editor, cooperativista, fundador de associações de promoção humana, l igadas ou não à LOC/MTC.Abel Varzim vai estar muito pre-s e n t e n a s c o m e m o r a ç õ e s d o s 7 5 anos do movimento, não só por ser o fundador do mesmo – diríamos antes co- fundador , uma vez que a LOC/MTC foi gerada “entre os trabalhadores, por eles e para eles” - , m a s , t a m b é m , p o r q u e a q u e l e eclesiást ico tem uma vasta e im-pressionante obra publicada, ain-da muito actual e também fecunda para os actuais dias da Igreja e do mundo do trabalho. Aconselho a todos as obras e os testemunhos

de vida desta magistral f igura da Igreja, da cultura e da sociologia operária.A s c o m e m o r a ç õ e s e s t ã o m u i t o para a lém de qualquer conjunto d e e v e n t o s s a u d o s i s t a s , a n t e s pretendem rev iver o caminho já feito para continuar a marcha his-tórica desta parcela das mulheres e homens simples em busca da sua emancipação e sa lvação, sempre orientados superiormente por esse inestimável património imaterial que é o Ensino Social da Igreja. Por isso é que as mesmas celebrações se subordinam ao d ís t i co : “Com a Audácia do Passado, Recr iar a Humanização do Trabalho”N a n o s s a d i o c e s e h o u v e j á u m a actividade no salão paroquial de S. Martinho de Candoso, no dia 3 de Julho. As comemorações por cul-minam a 27 de Novembro no Porto, em encontro de níve l nac ional e com programa a inda em estudo. Se deseja colaborar ou participar pode crer que o seu contributo é bem-vindo e necessário.

Trabalhadores Cristãos em Bodas de Diamante

Fernando Castro [email protected]

RONFE | CONCURSO PECUÁRIO COM CHEGA DE BOIS E CARNEIROSA 19.ª edição do concurso Pecuár io de Raças Autóctones da Associação de Agr icul tores de Ronfe real iza-se a 31 de Ju lho, junto à escola Abel Salazar. O desf i le dos animais , que parte da casa do Povo, e o concurso pecuár io const i tuem os pontos a l tos . da parte da tarde, a organização repete a chega de carneiros e a chega de bois . O concurso Pecuár io foi já premiado 4 vezes consecut ivas como o melhor concurso da região.

PUBL

ICID

AD

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