edição de agosto do repórter local

20
PUBLICIDADE RONFE | p. 07 Caminhar contra o cancro VERMIL | p. 13 -14 Festival da Juventude este fim-de-semana FUTEBOL | p. 154 “Novo estádio do Joane só avança se me sair o Euromilhões” Rui Ribeiro, presidente do GDJ PUBLICIDADE Nº 149 • ANO XIII • AGOSTO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE Era uma vez... ... cinco escolas que agora encerram. FARIA MARTINS O adeus a um grande actor e amigo p. 08 Helena Fernandes: de Castelões à conquista do País através da TVI JOANE • p. 03 Paróquia pede 100 euros por família para pagar obra da Casa Mortuária. Eleito do PSD diz que Câmara deve recuperar torre da igreja velha. WWW.FACEBOOK.COM/REPORTERLOCAL/ RL MAGAZINE • p. 10 e 11

Upload: reporter-local

Post on 22-Mar-2016

224 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Jornal de Agosto

TRANSCRIPT

Page 1: Edição de Agosto do Repórter Local

PUBL

ICID

AD

E

RONFE | p. 07Caminharcontra o cancro

VERMIL | p. 13 -14 Festival da Juventude este fim-de-semana

FUTEBOL | p. 154“Novo estádio do Joane só avança se me sair o Euromilhões”

Rui Ribeiro, presidente do GDJ

PUBL

ICID

AD

E

Nº 149 • ANO XIII • AGOSTO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

Era uma vez...... cinco escolas que agora encerram.

FARIA MARTINSO adeus a um grande actor e amigo

p. 08

Helena Fernandes: de Castelões à conquista do País através da TVI

JOANE • p. 03

Paróquia pede 100 euros por família para pagar obra da Casa Mortuária.

Eleito do PSD diz que Câmara deve recuperar torre da igreja velha.

www.fAcebOOk.cOm/REPORTERLOCAl/

RL MAGAZINE • p. 10 e 11

Page 2: Edição de Agosto do Repórter Local
Page 3: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 3

tenho dúvidas que os joanenses estar iam animados a despender a lgumas dezenas de euros . Joa-ne é terra de vaidades!” , escre-veu no facebook do Rl .Helena ferreira e T iago montei-ro também al inharam nas cr í t i -

TORRE DA IgREJA vElhA nãO DEvE sER EsQUECIDA

“No mínimo dos mínimos, a câma-ra de famal icão deve empenhar-se no restauro da torre como se com-prometeu em 2009” . A af i rmação é de Porf í r io carvalho, e le i to do PSD em Joane e por t rês vezes candida-to à Junta local . em sua opinião, deve ser “um ar-ranjo condigno” e não apenas “para dis farçar” , tanto mais que “o pro-jecto está bem conseguido” , e por i sso, “a câmara e Junta não devem perder a oportunidade de arranjar a torre , não faz sent ido que ass im não seja” .O arranjo da torre está previsto no projecto mas não há a inda garan-t ia de f inanciamento. “A câmara t i-nha assegurado o arranjo da torre , contamos que ta l aconteça embora não haja a inda projecto. O arranjo por s i só não será caro, o que cus-tará mais será o restauro dos s inos . O dinheiro que estamos a tentar arranjar será pr ior i tar iamente para a casa mortuár ia” , assegura Antó-nio cardoso, da paróquia .

APOIOS AINDA POR DEFINIRTal como avançou o Rl , em exclu-s ivo, na edição anter ior, a inda não há a tota l idade do dinheiro para pagar a obra da casa mortuár ia (122 mi l euros) . O vereador da câmara de famal i-cão t i tu lar deste processo é José Santos . Ao Rl , assegurou que a câ-mara tem intenções de apoiar mas o valor está dependente do mon-tante dest inado a famal icão pelo Orçamento de estado. Ass im, con-clui , “não sabemos para já qual será o nosso contr ibuto para a obra de Joane” .Sobre o arranjo da torre , que está previsto no projecto fe i to pela câ-mara , José Santos não quis pronun-ciar-se por se encontrar de fér ias e , aquando do contacto do Rl , não ter consigo o processo.O apoio da Junta de Joane está também garant ido mas a inda não foi revelado. António Ol iveira , v i-ce-pres idente , d iz que o montante será discut ido em Assembleia de freguesia , mas garante que será um “apoio considerável ” .

A not íc ia do Rl da edição pas-sada sobre o custo da obra da casa mortuár ia (122 mi l euros) , mereceu cr í t icas na página do facebook do jornal . “A megalo-mania cont inua à sol ta em Joa-ne e o povinho é que a paga” , escreveu António ferreira . Na mesma l inha , custódio S i lva considerava o valor e levado e apontava a l ternat ivas . “Na igre-ja paroquial está uma sala opos-ta à pia bapt ismal que é usada para reuniões e ofertór ios . ex is-tem ainda os fundos da igreja que não têm proveito a lgum. Poderiam e dever iam ser apro-vei tados para sa las de cateque-se . com tudo is to real izado, não

Paróquia pede contributos aos paroquianos e garante que não será exclusiva para crentes

EM FOCO 1

O CASO DA CASA MORTUÁRIA DE CREIXOMILA casa mortuária é da Junta de freguesia. A utilização implica o paga-mento de uma taxa. Actualmente é de 50 euros para pessoas da freguesia e de 75 euros para pessoas de fora. Nos casos de pessoas com fracos recursos, o valor poderá ser revisto. A requisição da casa mortuária é feita na secretaria da Junta.

Cem euros por família para pagar Casa Mortuária

JOANE | cASA mORTUÁRIA

Luís Pereira

É incerto o arranjo da torre da igreja velha, em simultâ-neo com a obra da Casa Mortuária. Há quem, em Joane, tema que lhe acon-teça o mesmo que aconteceu à igreja velha, derrubada em 1978

122 MIL EUROS É MUITO OU POUCO DINHEIRO PARA CONSTRUíR UMA CASA MORTUÁRIA?

A paróquia de Joane está a pedir 100 euros por famíl ia para pagar a Casa Mortuária que vai agora começar a ser construída. “O valor foi calculado de forma estimativa

e deve ser visto apenas como referência. Sabemos que há famílias que não podem contribuir com essa q u a n t i a m a s h á p e s s o a s q u e p o d e r ã o c o n t r i b u i r com mais” , expl icou, ao RL, António Cardoso, da Comissão Fabriqueira.Face às incertezas quanto ao apoio da Câmara Mu-nicipal para a obra, a paróquia tem feito algumas dil igências para conseguir os 122 mil euros neces-sários. Além dos 100 euros por família, a comissão p o n d e r a e n v i a r c a r t a s a p e d i r u m m a i o r a p o i o f inanceiro a quem tiver maiores possibi l idades.A l i s t a d o s n o m e s ( 2 0 0 ) q u e p o d e r ã o r e c e b e r a carta está pronta e fo i e laborada com a a juda do ex-presidente de Junta Adão Fernandes. A Fabri-queira reúne este mês com uma comissão de apoio para decidir o conteúdo da carta e ponderar sobre o seu envio. “Pediram-me a colaboração e l imitei-me a fazer a l ista de nomes que julgo terem possibi l i -dades de darem o seu apoio. Já assim foi feito em 1970 para pagar o campo do Grupo Desportivo de Joane. O povo, para determinados f ins, reconhece a importância e colabora. Se 100 pessoas aderirem, já é muito bom”, diz Adão Fernandes.De acordo com o projecto, a Casa Mortuária terá duas salas para velar os defuntos e casas de banho (apenas para dias de cerimónias, não substituindo as “velhinhas” e deficientes casas de banho que se encontram junto à igre ja , também elas a carecer de uma intervenção).O eleito do PSD na Assembleia de Freguesia de Joane, Porf ír io Carvalho, sempre defendeu a construção da Casa Mortuária junto ao cemitério da vi la mas compreende que, à falta de terrenos, ela avance no terreno junto à igreja. “Não é a situação ideal , mas a possível , e deve ser aproveitada dada a urgência que a obra tem para Joane”, remata.

cas aos 122 mi l euros da casa mortuár ia . A revelação do valor foi motivo de conversa na v i la . mas os 122 mi l euros até foram o valor mais baixo de todas as propostas que foram apresenta-das pelas c inco empresas convi-dadas a entregarem orçamentos para a empreitada . De acordo com a acta que atr ibuiu a obra , a empresa joanense construções Ribeiro da S i lva foi a que apre-sentou o valor mais baixo. A casa mortuár ia foi adjudicada por cerca de 99 mi l euros a que acresce o IVA , fazendo os 122 mi l euros . A proposta mais e le-vada rondava os 160 mi l euros , sem IVA .

Manuel Cunha, ex-eleito da CDU na Assembleia de Fregues ia (AF) d iz que não é “radica lmente contra” o apoio da Junta de Joane e da Câmara de Famalicão à construção da Casa Mortuária pela paróquia, mas coloca muitas reticências. “Junta e C â m a r a d e m i t e m - s e d a s s u a s o b r i g a ç õ e s e m Joane. Lamento que a paróquia se meta onde não deve em vez de arranjar o que é seu e que carece de intervenção, como o salão”, argumenta.Se houver dinheiros públ icos na obra, adianta , a C a s a M o r t u á r i a d e v e s e r g e r i d a p e l o p o d e r pol í t ico . “Não sendo a so lução ideal e havendo esta oportunidade de resolver um problema que h á m u i t o r i d i c u l a r i z a a v i l a , n ã o e s t o u c o n t r a desde que se faça um protocolo com a paróquia e que seja o poder civi l a gerir o espaço”, defende.A p e s a r d e s e r o b r a d a p a r ó q u i a , a s e n t i d a d e s envolvidas asseguram que a Casa Mortuária será para crentes e não crentes. António Oliveira, da Junta, refere que ainda não se sabe a fórmula que oficiará essa garantia, mas acredita que existirá, t a n t o m a i s q u e “ e s t ã o e m c a u s a d i n h e i r o s d a Câmara e da Junta”. Em Ronfe a Casa Mortuária tem 20 anos, é pro-priedade da paróquia e é para uso exclusivo de f ié i s d a Ig re ja Cat ó l i c a . Q u e m não qu is e r u s ar a cape la , a única a l ternat iva que tem é ve lar o defunto em casa . “Numa s i tuação extrema, po-deremos recorrer à sede da autarquia” , admite Daniel Rodrigues, autarca de Ronfe.

Page 4: Edição de Agosto do Repórter Local

4 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

DADOS4.694número de alunos a frequentar as escolas cobertas pelo RL

A abertura do novo Cen-tro Escolar em Joane marca o início deste ano lectivo. O RL foi

saber em que condições está a ser preparado o regresso às aulas nas escolas da região.

A G R U PA M E N T O D E E S C O L A S BERNARDINO MACHADO

A i n d a s e m i n a u g u r a ç ã o o f i c i a l a g e n d a d a , o C e n t r o E s c o l a r v a i acolher, a partir de 15 de Setembro, 412 crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo, com idades entre os três e os 10 anos, pela primeira vez reunidos numa só escola.“ V a m o s t e r m a i s u m a t u r m a n o pré-escolar. Em vez das duas ini-cialmente previstas, conseguimos autorização para mais uma, face às muitas solicitações que t ivemos. Chegaram a estar 20 crianças em l i s t a d e e s p e r a ” , r e f e r e A l f r e d o Lima, director do Agrupamento.O s a c e s s o s à n o v a e s c o l a e s t ã o concluídos embora haja a inda a p o s s i b i l i d a d e d e m a i s u m a v i a , aproveitando o caminho estreito que l iga o Centro a Airão Santa M a r i a . P a r a q u e o t r â n s i t o n ã o c h e g u e a c r u z a r - s e c o m o d o s u t i l i z a d o r e s d a p i s c i n a e d a E B 2 , 3 , o a c e s s o a o C e n t r o E s c o l a r será feito pelo lado do cemitério, pe la nova v ia que permite o es -coamento directo para a Estrada Nacional 206.Ainda no primeiro ciclo, além de Joane, o Agrupamento conta com m a i s 3 3 3 c r i a n ç a s . E m M o g e g e s e r ã o 1 2 4 , d i v i d i d a s p e l a s d u a s escolas; Vermoim recebe 120 alu-nos nas escolas de Agra Maior e Estalagem ao passo que na escola de Matinhos, em Pousada, estarão 89 crianças. Em Mogege existe a possibilidade de integração das 21 crianças do Jardim-de-Infância na escola da Boca do Monte.A tendência de quebra do número de alunos no primeiro ciclo con-t inua a veri f icar-se. E é preocu-pante. Tal como no ano passado, o Agrupamento volta a perder uma t u r m a ( c e r c a d e 2 0 a l u n o s ) . N a e sco la se de não e x is te m a l te ra -ções signif icativas: o ano lectivo arranca no dia 13 para os alunos d o 5 . º a n o ; o s r e s t a n t e s a n o s começam no dia 17.

Centro Escolar marca regresso às aulas

eNSINO | NOVO ANO eScOlAR

ADEUs EsCOlAs pRIMáRIAscom a abertura do novo centro escolar de Joane, fecham cinco escolas do primeiro ciclo. Durante décadas receberam milhares de alunos. Nas páginas 10 e 11 recordamos memórias desses estabelecimentos.

Luís Pereira

412 Joane, no centro escolar de Jo-ane (pré-escola e 1 . º c ic lo)

124 mogege, div ididos pelas duas escolas . É poss ível que haja a integração das 21 cr ianças do Jardim-de-Infância na escola da boca do monte.

120 Vermoim, nas escolas de Agra maior e esta lagem.

89 escola de matinhos de Pousada de Saramagos.

694escola bernardino machado 422 do 2 .º c ic lo (5 . º e 6 . º ano) ; 254 do 3 .º c ic lo (7 . º , 8 . º e 9 . º ) 18 do curso de educação e formação

1.639escola Sec . benjamim Salagado 439 no 3 .º c ic lo 924 no secundário .205 no nocturno. 61 nos cef

758Agrup. Abel Salazar (Ronfe) .161 no pré-escolar (47 em Sta . maria , 18 em Airão S . João, 25 em Vermil ) . 156 no 1 .º c ic lo de Ronfe , 37 no 1 .º c ic lo Vermil , 87 no 1 .º c ic lo Airão Sta maria , 29 no 1 .º c ic lo Airão S . João21 no 1 .º c ic lo Oleiros .

791escola Abel Salazar300 no 2 .º c ic lo 458 no 3 .º c ic lo .33 nos cef

Director do Agrupamento de Ronfe admite fecho das escolas de Vermil e de Oleiros.

EM FOCO 2

SECUNDÁRIA DE JOANE COM 100 ALUNOS A MENOS

A l f r e d o M e n d e s , d i r e c t o r d a E s c o l a S e c u n d á r i a P a d r e B e n -jamim Salgado (ESPBS) diz que p a r t e e m d e s v a n t a g e m f a c e à s escolas e a lunos das c idades de Guimarães e Famal icão. “Joane está entre dois grandes centros urbanos com escolas renovadas e com condições mais atractivas. É expectável que, face à situação do país , o projecto de moderni-zação prev is to para es ta esco la n ã o a v a n c e n o s p r ó x i m o s a n o s e i s s o d e i x a - n o s p r e o c u p a d o s porque os nossos alunos estão em desvantagem re lat ivamente aos alunos das escolas das cidades”, argumenta. Mendes associa essa desvantagem à p e r d a d e m a i s d e 1 0 0 a l u n o s em relação ao últ imo ano lectivo. U m m a i o r n ú m e r o d e r e p r o v a -ções no 9.º ano, a insuf ic iência de inscr i tos que não permit iu a c o n t i n u a ç ã o d o c u r s o d e A r t e s Visuais e a abertura do curso de Medições e Orçamentos são outras das razões apontadas. “Não nos vamos deixar abater e não permitiremos que nos quei-ram rotu lar como esco la de 2 .ª ou 3.ª categoria . As instalações p o d e m n ã o s e r t ã o m o d e r n a s como as outras mas os resultados e o trabalho com os a lunos está comprovadamente demonstrado que é bom e que pode melhorar”, assegura.A escola vai apostar em iniciati-vas informais que mantenham os b o n s r e s u l t a d o s n o s e x a m e s d e 9 .º ano - a secundár ia obteve a 2.ª melhor classif icação entre as

escolas do concelho de Famalicão. Ao níve l do secundário , reg is to para a grande procura do curso de Técnico de Auxil iar de Saúde que arranca este ano em parceria com o Hospital Narciso Ferreira.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ABEL SALAZAR | RONFE

A c o n v i c ç ã o d e S i l v é r i o S i l v a , d i r e c t o r d o A g r u p a m e n t o d e E s c o l a s A b e l S a l a z a r d e R o n f e , é a d e q u e e s t e a n o l e c t i v o q u e a g o r a c o m e ç a s e j a o ú l t i m o a funcionar em muitos dos edifícios do 1.º ciclo das cinco freguesias de Guimarães cobertas pelo RL. “As candidaturas aos apoios para os centros escolares têm prazos r igorosos. Creio que este será o ú l t i m o a n o s e m C e n t r o E s c o l a r ( C E ) e m R o n f e , c a s o c o n t r á r i o perde-se a oportunidade”, refere o director.P a r a e s t e r e s p o n s á v e l , é i n e v i -tável que, com o CE, a escola de Vermil venha a fechar, passando os a lunos para Ronfe . O Centro de Ronfe, sustenta, é “um inves-t imento demasiado grande para servir apenas uma comunidade”. “Vermil tem vindo a perder alu-n o s d e f o r m a a c e n t u a d a , c r e i o que acabarão por ir para Ronfe”, refere, adiantando que “faz todo o sentido também que a escola de Airão S. João acabe integrada na de Santa Maria”. Por outro lado, adianta , “Ole iros tem de tomar consciência que a escola encerrará no próximo ano. Este ano já está n o l i m i t e m í n i m o d e 2 1 a l u n o s previsto na lei e é certo e sabido que esse l imite vai baixar ainda mais”, alerta.

Page 5: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 5

Em Agosto, Joane f icou sem Faria Martins, actor, fundador da Asso-ciação Teatro Construção (ATC), fundador da Jangada Teatro de Lousada. Faria Martins fez r ir e chorar muita gente nas dezenas de peças de teatro em que participou. Os dois f i lhos, Sérgio e Bruno, her-daram-lhe a paixão pelas artes cé-nicas, pelo palco. . . Persiste a dúvida sobre se Joane soube tratar bem este homem do palco. Uma boa forma de o home-nagear, de lhe prestar tributo é per-mitir que um dos últ imos projectos em que Faria Martins se empenhou dê frutos. Faria Martins, juntamente com o f i lho Bruno e dois actores ingleses, todos eles radicados no Algarve, criaram a Associação Teatro da Di-dascália. Um projecto que pretende diamizar Joane culturalmente. Ao que parece, a associação fundada por Faria Martins terá um pequeno espaço numa das escolas do primei-ro ciclo que agora f icam devolutas, e o f i lho Bruno garante que a ideia passa por criar um espaço multidis-ciplinar, com cursos de teatro e ex-pressão dramática. Foi assim, num pequeno espaço - provavelmente com outras prova-

ções - que nasceu a Associação Te-atro Construção de Joane, fundada por um grupo de jovens de então, onde pontif icava Faria Martins.

As escolas estão em destaque nesta edição. Não só por causa do arran-que do novo ano lectivo mas, acima de tudo, pelo “f im de ciclo” das cin-co escolas primárias de Joane que vão f icar devolutas e ocupadas pelo movimento associativo. As decisões no que toca à entrega dos espaços podem merecer reservas e faltará saber se, nalguns casos, não se pro-curou “meter o Rossio na Betesga”, ou seja, contentar todos os pedidos de ocupação em detrimento da dife-renciação qualitativa das propostas dos interessados. Agora, tal como escreve Sérgio Cor-tinhas (pag. 17), é preciso analisar com rigor a actividade a desenvol-ver pelas associações e avaliar o contributo desse trabalho para a população. Se é um dado muito po-sitvo que as escolas não tenham sido vendidas ou alvo de negócios imobi-l iários (como noutras localidades) é preciso garantir que continuarão a ser espaços vivos. Uma responsabi-l idade de quem é dono dos edif ícios e de quem os vai ocupar.

EdiTORiAL

CAR

TOO

n R

Lti

ago

men

des

(tia

g0_

men

dez

@h

otm

ail.

co

m)

ESCOlAS “pRIMáRIAS”Ao fim de décadas, as cinco es-colas do 1º ciclo de Joane vão mudar de função. A abertura do novo centro escolar ditou o fecho destes estabelecimentos, por onde passaram gerações de alunos. O lado positivo deste fe-cho é o facto de passarem a ter novas funções; ao contrário do que aconteceu noutras localida-des, as escolas de Joane não fo-ram vendidas em hasta pública.

FARIA MARTINSPartiu cedo, aos 61 anos. funda-dor da ATc e Joane, actor profis-sional, morreu sem ver concre-tizado um dos últimos projectos em que se envolveu: o Teatro da Didascália. Os filhos, ambos ac-tores, prometem não deixar es-morecer o gosto pelo teatro que lhes foi inculcado pelo pai.

HElENA FERNANdESA jovem de castelões é uma das

seis seleccionadas para a fase de braga do programa da TVI “can-ta comigo”. Se for apurada no dia 11 (em directo a partir de braga), Helena passa à final do concurso, dia 18.

juNTA dE vERMIlO festival da Juventude (dias 2 e 3 de Setembro) é um sinal posi-tivo e revelador de que o papel de uma autarquia não tem de se resumir a passar atestados ou a limpar caminhos. espera-se que a iniciativa tenha adesão de pú-blico.

ANTóNIO MACHAdOO presidente da “Associação Projecto Ronfe há 50 anos” é o rosto da iniciativa “Ronfe pela Vida”. Apostada em sensibilizar a população para as questões oncológicas, a iniciativa inclui um colóquio e uma caminhada que pretende encher a principal avenida da vila.

PROTAgOnisTAs

A nova vida que se espera das velhas escolas

pAG. 08 | AdEuS A FARIA MARTINSO actor faria martins , fundador da ATc de Joane, faleceu no dia 17 de Agosto. Um dos seus últimos projectos foi a criação do Teatro da Didascália , que tem o f i lho bruno como principal impulsionador.

ReguiLa

UMA pAssADEIRA DIRECTA AO CAnTEIRO!Diz o Código da Estrada que uma passadeira é para que os peões atravessem uma rua ou uma estrada de forma segura. Há sítios onde elas não existem e as populações clamam por elas, às vezes com protestos; há outros, como em Joane, na Rua da Ribeira, onde num pequeno troço de estrada existem três exemplares listados para passagem dos peões. No caso da passadeira da imagem, não se percebe verdadeiramente o seu propósito. A menos que es-tejamos perante uma nova modalidade de passadeira ou que os peões agora também circulem em cima de jardins. Não queremos acreditar que quem decidiu colocá-la naquele lugar estivesse a pensar não nos peões mas sim em alguma bicharada que adora pousar nos canteiros!

Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | Redacção Luís Pereira ([email protected]) | Paginação Filipa Maia | Colaboradores Ana Margarida Cardoso; Analisa Neto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; Fernando Castro Martins; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

JOAQUIM FORTE

8 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

ADE

LOCALIDADES

Br u n o M a r t i n s , f i l h o

do falecido actor Faria

Martins (ver caixa) é o

grande impuls ionador

de um novo projecto teatral que

promete dinamizar a vi la de Jo-

ane. O Teatro da Didascália foi

fundado por actores de teatro -

além de Bruno e do pai , integra

dois ingleses - e , apesar de estar

actualmente em Tavira (Algarve),

é em Joane que quer criar raízes

- por agora, vai ocupar um espaço

na escola de Montelhão.

Bruno Martins, de 23 anos, seguiu

as pisadas do pai e do irmão mais

velho, Sérgio: ambos são actores

profissionais. Bruno vive actual-

mente no Algarve, onde trabalha

n o A L - M a S R A H T e a t r o . “ E u

também sou actor , para alegria

do meu pai e desespero da minha

mãe que gostaria de ter um fi lho

médico”, diz.

O pai acaba sempre por ser

a vossa influência?

I n f l u e n c i o u - n o s a s e g u i r u m a

carre i ra prof i ss ional enquanto

actores, mas de forma involuntá-

ria, penso que foi apenas porque

desde pequenos que assist íamos

aos espectáculos dele e aprende-

mos a gostar e a admirar o teatro,

mas em momento a lgum o meu

pai nos disse abertamente para

seguirmos uma carreira artística.

Mas tenho a cer teza de que e le

s e s e n t i a m u i t o o r g u l h o s o p o r

termos seguido os passos dele. . .

O T e a t r o d a D i d a s c á l i a v a i

ter espaço numa das escolas?

Até à data ainda não me foi con-

firmada qualquer cedência de es-

paço por parte da Junta de Joane

o u d a C â m a r a d e F a m a l i c ã o . A

ideia do projecto passa por criar

u m e s p a ç o s e d e d a c o m p a n h i a

d e t e a t r o , m a s s e r á u m e s p a ç o

m u l t i d i s c i p l i n a r d a n d o l u g a r

tanto ao teatro como à realização

de cursos de teatro e expressão

dramática. Tudo dependerá das

condições e tamanho do espaço

cedido”.

Outrora, e muito graças ao

seu pai, Joane foi um ponto

importante no teatro nacio-

nal por causa da Associação

Teatro Construção, que tem,

nos dias de hoje, “produzido”

m e n o s . O l h a c o m t r i s t e z a

para isso?

A ATC construiu ao longo dos

anos um públ ico muito pers-

picaz e sensível ao teatro, um

público que agora se vê privado do

mimo que era ter uma companhia

profissional de teatro à porta que

produzia coisas bastante interes-

santes. Tanto eu como qualquer

j o a n e n s e s e n t e u m c e r t o v a z i o

actualmente no que diz respeito

à p o u c a p r o d u ç ã o d a A T C , n o

e n t a n t o f o l g o e m s a b e r qu e n o

âmbito social a ATC continua a

realizar um bom trabalho.Luís Pereira/JF

RIOPELE FACTUROU

6,5 MILHÕES

ENTREVISTADO PELO RL ,

BRUNO FARIA FALOU DO PAI,

FARIA MARTINS, “UM HOMEM

COM UM CORAÇÃO ENORME”.

“ Tudo o que puder dizer sobre o

meu pai parecerá suspeito , mas é

pura verdade! Era uma pessoa como

há poucas , um ser humano extraor-

dinar iamente sensível , com um co-

ração enorme, um posi t iv ismo in-

vejável e um sent ido de humor que

o acompanhou até aos úl t imos dias

de v ida . Quem o conheceu sabe do

que fa lo . Tudo is to se ref lect ia no

palco, como se diz no teatro, era

um “bicho de palco”!

Como foi o percurso dele?

Foi operár io têxt i l , fundador da ATC

( trabalhou lá muitos anos) , actor da

companhia de teatro F i landorra em

Vi la Real , da Seiva Trupe do Porto

e ul t imamente encontrava-se a t ra-

balhar na Jangada Teatro em Lousa-

da , companhia da qual também foi

fundador, desde 1999.

Acha que Joane chegou a reco-

nhecer o trabalho dele enquanto

fundador e actor da ATC?

Os amigos dele reconheciam-no!

Isso era o que lhe importava . É re-

confortante perceber que a passa-

gem que o meu pai fez pela Terra

foi preenchida por muitos amigos .

I sso só demonstra que o percurso

dele deixou marcas , é ass im que a

v ida deve ser v iv ida!

JOANE• CULTURA

FARIA MARTINS | O ADEUS A UM GRANDE ACTOR E AMIGO

“Era um actor excelente, talentoso e um homem de elevado

carácter e enorme nobreza. Jamais o esqueceremos. A morte

nunca tem explicação, nem desculpa, sobretudo quando se é

demasiado novo para partir, como era o caso”.

ARTUR COIMBRA, FAFE

FARIA MARTINS

1950-2011

Em memória de Faria Martins

Bruno Martins dá corpo ao Teatro da Didascália. Em memória do pai,

fundador deste projecto apostado em dinamizar culturalmente a vila de JoaneJOANE • TEATRO

Page 6: Edição de Agosto do Repórter Local

6 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

AD

E

FÓRuM

O qUE SE DIzA FRASE DO MÊS

“A anunciada redução do nú-mero de vereadores munici-pais, mesmo que venha a si-tuar-se próxima dos 40%, não terá significado efectivo na redução da despesa pública. É, portanto, mais uma falácia (...). Como se o problema do País estivesse nas autarquias”.

luís Paulo Rodrigues, adjunto do presidente da câmara de famalicão, no seu blogue

“Artesãos do Minho temem concorrência chinesa”.Diário do minho

“Câmara de Famalicão entre as 10 maio-res empregadoras”manchete do jornal Opinião Pública

“No ano de 2010 registaram 45.666 dias de absentismo dos funcionários da Câ-mara de Guimarães, segundo estudo da Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Norte”.Guimarães Digital

“A novela em Guimarães [sobre a Capital da Cultura 2012] tem qualquer coisa de obsceno na sua opacidade e no declara-do divórcio entre as estruturas da mani-festação e a população local, que é uma razão de ser maior do evento”.Augusto m. Seabra, Público

“Vítor Gaspar (Ministro das Finanças) anunciou uma taxa adicional de IRS de 2,5% nos rendimentos superiores a 150 mil euros e 3% no IRC.”.Notícia do DN

“Mais de 37 mil professores contratados não conseguiram colocação”.Notícia jornal Público

“A saída de um treinador do comando técni-co nunca é uma decisão fácil, mas por vezes acaba por ser a melhor solução (…) Sentimos que não estavam reunidas as melhores con-dições e o ambiente mais agradável”.emílio macedo, presidente do Vitória de Guimarães, sobre saída do treinador manuel machado.

“Uma menina de sete anos foi à PSP da Afu-rada, em Vila Nova de Gaia, apresentar quei-xa por lhe terem roubado a boneca”.correio da manhã

Condutores forjam avarias para burlar seguradoras

Bispo de Bragança joga futebol com amigos do Facebook

Há condutores que avariam os carros d e l i b e r a d a m e n t e p a r a n ã o t e r e m que pagar combustível e portagens no regresso das férias, do Algarve. Depois , accionam a assistência em viagem e fazem a viagem de táxi , à borla. As seguradoras já conhecem o esquema.São só dois ou três qui lómetros na zona de Albufeira, mas devem ser o local onde, em percentagem, avariam mais carros em Portugal” , disse ao JN o responsável por uma agência d e s e g u r o s q u e t e m u m a c a r t e i r a c o m v á r i a s c e n t e n a s d e c l i e n t e s . O “fenómeno” não é novo mas este Verão tomou enormes proporções , quem fala dele nunca dá a cara”.

“Uma partida de futebol será um dos pr imeiros desaf ios do novo bispo da Diocese de Bragança-Miranda.Q u a n d o f o i n o m e a d o , J o s é C o r -d e i r o , d e 4 2 a n o s , c o n f e s s o u q u e um dos seus passatempos preferi-dos é jogar futebol e um grupo de amigos decidiu lançar a pergunta n o F a c e b o o k : “ G o s t a r i a d e j o g a r futebol com o novo bispo?”. Muita gente está a aderir a esta iniciativa através da página na Internet www.grãodeamendoeira.com, que inclui notícias, um blogue e um espaço no F a c e b o o k . E m p o u c o m a i s d e u m mês já foi visitado por mais de 20 mil pessoas”.

QU

e Pe

NSA

R!

Se TIVeR fOTOGRAfIAS QUe mOSTRem ASPecTOS QUe JÁ DeSAPAReceRAm OU efeITOS DAS AlTeRAçõeS NA PAISAGem DA SUA TeRRA , e Se AS QUISeR PARTIlHAR cOm OS leITOReS, eNVIe POR mAIl , GeRAl@RePORTeRlOcAl .cOm, OU POR cORReIO.

DIAS DE ONTEMJOANE, 1991Rua da Senra , Joane. A imagem documenta a aber-t u r a d a e s t r a d a d e l i g a ç ã o e n t r e o s l u g a r e s d a S e n r a /Torre e Giesta is . As marcas de r u ra l i d a d e d e o u t ro ra co n t i -n u a m b e m p r e s e n t e s , a p e s a r do “progresso” . O que era um carreiro de passagem de cr ian-ças no percurso dos lugares das fontes e da Torre e escola de G i e s t a i s , é h o j e u m a e s t ra d a pavimentada com alcatrão. A zona envolvente cont inua a ser verde, com vinhas e campos, mas começam a surgir a lgumas c a s a s e p e q u e n o s n e g ó c i o s . N ã o d e i x a d e s e r, c o n t u d o , u m d o s l u g a r e s p e r i f é r i c o s d e J o a n e m a i s t r a n q u i l o s e caracter ís t icos .

FAMAlICãO | eNcONTRO De POeTAS NA cASA De cAmIlODecorre sábado, 3 de Setembro, no auditório da casa de camilo, em S. miguel de Seide, a V edição da Portuguesia, encontro internacional de cultura e arte lusófonas que juntará 30 poetas de línguas portuguesas e espanholas. É um pro-jecto do poeta brasileiro wilmar Silva e do escritor famalicense luís Serguilha, com apoio da câmara de famalicão.

Fonte: JORNAl De NOTÍcIAS Fonte: JORNAl i

Page 7: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 7

RONFE • SOlIDARIeDADe

Caminhar pela vida e sensibilizar para os problemas do cancroIniciativa do projecto “Ronfe há 50 anos”, dias 16 e 18

R o n f e p e l a v i d a ” é o n o m e d e u m c o n j u n t o d e i n i c i a t i v a s p r o -m o v i d a s p e l a r e c é m -

c r i a d a a s s o c i a ç ã o “ P r o j e c t o Ronfe há 50 anos” que decorrem n o s d i a s 1 6 e 1 8 d e S e t e m b r o . A o r g a n i z a ç ã o p r e t e n d e s e n -s i b i l i z a r a p o p u l a ç ã o p a r a o s p r o b l e m a s o n c o l ó g i c o s , s o b r e -t u d o o c a n c r o d a m a m a . A L i g a P o r t u g u e s a C o n t r a o C a n c r o e a C r u z V e r m e l h a f i g u r a m c o m o p a r c e i r o s d a i n i c i a t i v a .“A ide ia part iu de um assoc iado q u e l i d o u c o m o p r o b l e m a d e f o r m a p r ó x i m a e d e s a f i o u a a s s o c i a ç ã o a d i n a m i z a r u m a i n i c i a t i v a d e e s c l a r e c i m e n t o ” , e x p l i c a A n t ó n i o M a c h a d o , p r e -s i d e n t e d a a s s o c i a ç ã o ( f o t o ) .N o d i a 1 6 , à s 2 1 : 3 0 h o r a s , e s t á p r e v i s t o u m c o l ó q u i o n o s a l ã o paroquia l em torno dos proble -m a s d e r i v a d o s d o c a n c r o b e m c o m o f o r m a s d e o p r e v e n i r . N o d o m i n g o , d i a 1 8 , a p a r t i r d a s 1 4 : 3 0 h o r a s , a a s s o c i a ç ã o p r e t e n d e e n c h e r a a v e n i d a p r i n c i p a l d a v i l a ( a d a i g r e j a ) c o m u m a c a m i n h a d a q u e t e r á o p e r c u r s o q u e n o r m a l m e n t e é f e i t o p e l a p r o c i s s ã o d a s f e s t a s d e S . T i a g o e q u e c o n t a r á c o m a p r e s e n ç a d e d e p u t a d o s d a A s s e m b l e i a d a R e p ú b l i c a e d e a u t a r c a s . D e p o i s d a c a m i n h a d a , o p r o -g r a m a s e g u i r á c o m u m a t a r d e

musica l assegurada por Nucha, M a r i a d o S a m e i r o e Z é A m a r o . “ Q u e r e m o s a t i n g i r a s 2 0 0 0 p e s s o a s n a c a m i n h a d a . A s e s -t r a d a s v ã o s e r f e c h a d a s e t o d o s o s q u e p a r t i c i p a r e m r e c e b e r ã o uma pulse ira para percebermos s e o o b j e c t i v o f o i a l c a n ç a d o ” , r e f e r e o d i r i g e n t e .A c a m i n h a d a t e m u m c a r á c t e r g r a t u i t o e m b o r a e s t e j a m a s e r v e n d i d a s c a m i s o l a s a l u s i v a s a e s t a i n i c i a t i v a p e l o p r e ç o d e u m e u r o . “ O d i n h e i r o r e v e r t e p a r a a L i g a P o r t u g u e s a C o n t r a o C a n c r o . A s c a m i s o l a s j á e s t ã o p r a t i -c a m e n t e t o d a s v e n d i d a s , m a s o s i n t e r e s s a d o s e m c o l a b o r a r c o m a L i g a p o d e r ã o f a z ê - l o entregando os seus donat ivos” , e x p l i c a A n t ó n i o M a c h a d o .À m a r g e m d e s t a i n i c i a t i v a , a a s s o c i a ç ã o p r e p a r a a f e s t a d o seu pr imeiro ano de ex is tênc ia , n o s d i a s 1 0 e 1 1 d e S e t e m b r o , c o m m ú s i c a c l á s s i c a e u m a p a l e s t r a s o b r e a s o r i g e n s d o Couto de Ronfe. Em simultâneo, p r e p a r a a c o n s t r u ç ã o d e m a i s u m p r e s é p i o a o v i v o e a r e c r e -a ç ã o d a p r e s e n ç a d e D . A f o n s o Henriques em Ronfe , no âmbito da Guimarães Capi ta l Europeia da Cul tura 2012. “Segundo reza a h i s t ó r i a , o D . A f o n s o H e n r i -q u e s t e r á , e m j o v e m , p a s s a d o p o r R o n f e n a q u i n t a d e E r l í g i o , i r m ã o d e D o m E g a s M o n i z , à d a t a a m i g o p r ó x i m o d o r e i ” , e x p l i c a M a c h a d o .

Luís Pereira

FAMAlICãO | ARTEsAnATO E gAsTROnOMIADecorre até 11 de Setembro a feira de Artesanato e Gastronomia de famalicão, com 114 expositores e 12 restaurantes e tasquinhas. O programa inclui uma mostra de produtos alimentares regionais, além de vários espectáculos de música popular.

LOCALidAdEs

PUBL

ICID

AD

E

RONFE | CONCuRSO pECuáRIOmais de uma centena de animais das raças autóctones barrosã e minhota marcaram presença no concurso pecuário da Associação de Agricultores de Ronfe (AAR), no passado dia 30 de Julho. A nona edição contou com “o maior desfile de bovinos do país”, segundo a organização, e com as populares “chegas” de carneiros.

Page 8: Edição de Agosto do Repórter Local

8 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

AD

E

LOCALIDADES

B r u n o M a r t i n s , f i l h o do falecido actor Faria Martins (ver caixa) é o g r a n d e i m p u l s i o n a d o r

de um novo projecto teatral que promete dinamizar a vi la de Jo-ane. O Teatro da Didascália foi fundado por actores de teatro - além de Bruno e do pai , integra dois ingleses - e , apesar de estar actualmente em Tavira (Algarve), é em Joane que quer criar raízes - por agora, vai ocupar um espaço na escola de Montelhão.Bruno Martins, de 23 anos, seguiu as pisadas do pai e do irmão mais velho, Sérgio: ambos são actores profissionais. Bruno vive actual-mente no Algarve, onde trabalha n o A L - M a S R A H T e a t r o . “ E u também sou actor , para alegria do meu pai e desespero da minha mãe que gostaria de ter um fi lho médico”, diz.

O pai acaba sempre por ser a vossa influência?I n f l u e n c i o u - n o s a s e g u i r u m a carre i ra prof i ss ional enquanto actores, mas de forma involuntá-ria, penso que foi apenas porque desde pequenos que assist íamos aos espectáculos dele e aprende-

mos a gostar e a admirar o teatro, mas em momento a lgum o meu pai nos disse abertamente para seguirmos uma carreira artística. Mas tenho a cer teza de que e le s e s e n t i a m u i t o o r g u l h o s o p o r termos seguido os passos dele. . .

O T e a t r o d a D i d a s c á l i a v a i ter espaço numa das escolas?Até à data ainda não me foi con-firmada qualquer cedência de es-paço por parte da Junta de Joane o u d a C â m a r a d e F a m a l i c ã o . A ideia do projecto passa por criar u m e s p a ç o s e d e d a c o m p a n h i a d e t e a t r o , m a s s e r á u m e s p a ç o m u l t i d i s c i p l i n a r d a n d o l u g a r tanto ao teatro como à realização de cursos de teatro e expressão dramática. Tudo dependerá das condições e tamanho do espaço cedido”.

Outrora, e muito graças ao seu pai, Joane foi um ponto importante no teatro nacio-nal por causa da Associação Teatro Construção, que tem, nos dias de hoje, “produzido” m e n o s . O l h a c o m t r i s t e z a para isso?A ATC construiu ao longo dos anos um públ ico muito pers-picaz e sensível ao teatro, um

público que agora se vê privado do mimo que era ter uma companhia profissional de teatro à porta que produzia coisas bastante interes-santes. Tanto eu como qualquer j o a n e n s e s e n t e u m c e r t o v a z i o actualmente no que diz respeito à p o u c a p r o d u ç ã o d a A T C , n o e n t a n t o f o l g o e m s a b e r q u e n o âmbito social a ATC continua a realizar um bom trabalho.

Luís Pereira/JF

RiOPELE FACTuROu 6,5 MiLhõEs

ENTREVISTADO PELO RL , BRUNO FARIA FALOU DO PAI, FARIA MARTINS, “UM HOMEM COM UM CORAÇÃO ENORME”.

“ Tudo o que puder dizer sobre o meu pai parecerá suspeito , mas é pura verdade! era uma pessoa como há poucas , um ser humano extraor-dinar iamente sensível , com um co-ração enorme, um posi t iv ismo in-vejável e um sent ido de humor que o acompanhou até aos úl t imos dias de v ida . Quem o conheceu sabe do que fa lo . Tudo is to se ref lect ia no palco, como se diz no teatro, era um “bicho de palco”! Como foi o percurso dele?foi operár io têxt i l , fundador da ATc ( trabalhou lá muitos anos) , actor da companhia de teatro f i landorra em Vi la Real , da Seiva Trupe do Porto e ul t imamente encontrava-se a t ra-balhar na Jangada Teatro em lousa-da , companhia da qual também foi fundador, desde 1999. Acha que Joane chegou a reco-nhecer o trabalho dele enquanto fundador e actor da ATC?Os amigos dele reconheciam-no! Isso era o que lhe importava . É re-confortante perceber que a passa-gem que o meu pai fez pela Terra foi preenchida por muitos amigos . I sso só demonstra que o percurso dele deixou marcas , é ass im que a v ida deve ser v iv ida!

JOANE• cUlTURA

FARIA MARTINS | O ADEUs A UM gRAnDE ACTOR E AMIgO“era um actor excelente, talentoso e um homem de elevado carácter e enorme nobreza. Jamais o esqueceremos. A morte nunca tem explicação, nem desculpa, sobretudo quando se é demasiado novo para partir, como era o caso”. ARTUR COIMBRA, FAFE

FARIA MARTINS1950-2011Em memória de Faria Martins

Bruno Martins dá corpo ao Teatro da Didascália. Em memória do pai, fundador deste projecto apostado em dinamizar culturalmente a vila de Joane

JOANE • TeATRO

Page 9: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 9

Agosto

“O “ Ídolos” foi uma excelente exper iência . Ponderei muito esta part i-c ipação no “canta comigo” . Hoje já tenho 28 anos e receber um não nesta fase é mais compl icado do que era antes” , d iz Helena fernandes A jovem foi se leccionada entre 350 candidatos que prestaram provas no cast ing de braga e será uma das se is f inal i s tas que subirão ao palco no próx imo d ia 11 de Setembro . A t ransmissão em d i rec to de braga já esteve marcada para o passado dia 21 de Agosto mas foi cancelada devido à chuva . Se for apurada , Helena disputará na semana seguinte a grande f inal . “Dos se is , passam dois , um pelo voto te lefónico do públ ico e o o u t ro p o r d e c i s ã o d o júr i . Os dois de cada c idade disputarão no dia 18 a f inal d o p r o g r a m a ” , e x p l i c a a cantora ao Rl .Re co r d e - s e q u e e m 2 0 0 4 , H e l e n a c o n s e g u i u , e n t r e m i l h a r e s d e c a n d i d a t o s , chegar ao 6 .º lugar do pro-g ra m a “ Í d o l o s ” . D e p o i s d i s s o , f e z p u b l i c i d a d e n a T V d e m a r c a s d e supermercados : fo i , até há dois anos , uma das vozes da “leopoldina” , a campanha de sol idar iedade de Natal . Prof iss ionalmente é ass is tente socia l da câmara de famal icão, a música é uma ocupação de tempos l ivres . “Gostava de chegar mais longe do que cheguei no “ Ídolos” , em-bora os formatos dos programas sejam di ferentes . As músicas que vou cantar são di f íceis e posso ser t ra ída pelos nervos” , confessa .

HElENA FERNANdES

CAnTAR COM hElEnA FERnAnDEsHelena Fernandes cantará “Grita, Sente” de Diana Bastos e “Deixa-me sonhar” de Rita Guerra. A jovem cantora apela ao televoto dos leitores do RL para que consiga chegar à final do programa.

CANTA COMIGO EM BRAGA Sete anos depois da sua participação na segunda série do programa televisivo “ídolos”, a jovem cantora de Castelões Helena Fernandes, volta a tentar a sua sorte, desta vez no programa de caça talentos da TVI “Canta Comigo”, apresentado aos domingos por Rita Pereira.

PUBL

ICID

AD

E

Em 2004, Helena chegou ao 6.º lugar do “Ídolos”. Até há dois anos, foi uma das vozes da “Leopoldina”, campanha de solidariedade de Natal.

PROJECTO DE SANDRA FERREIRA PROMOVE ENCONTROS COM CRIANÇAS E IDOSOS PARA VALORIZAR AFECTOS

Retirada do ensino, Sandra Ferreira, de Ronfe, criou o projecto “Ecografias”. Encontros com crianças e idosos em i n s t i t u i ç õ e s d a r e g i ã o p a r a f a l a r e valorizar os afectos. No horizonte está o sonho de levar o projecto a reclusos.“ T e n t o c h a m a r o a n t i g o à m e m ó r i a e tratar do lado humano da pessoa”, explica.Sandra Ferreira diz que os pais se de-mitiram da sua função de educadores dos filhos. Nessa perspectiva, pretende levar crianças e jovens para um mundo que desconhecem. “Procuro interagir com os que me estão a ouvir através d e e l e m e n t o s l ú d i c o s q u e c a p t e m a atenção deles. Pretendo desbloquear a s p e s s o a s , f a z ê - l a s s e r e s h u m a n o s

competentes”, explica.“ E c o g r a f i a ” n a s c e u d a g r a t i d ã o q u e Sandra Ferre ira tem à t ia-avó que a criou. Desde que f icou acamada, San-dra tem-se dedicado a tempo inteiro a c u i d a r d e l a , d e s p e r t a n d o e m s i a necess idade de va lor izar os a fectos . “Utilizo a terapia como forma de evasão e de enriquecimento. É um projecto ambicioso porque não tem verbas mas dentro das ambições n ã o p r e t e n d o m o r a r n e m d e m o r a r nelas”.Sandra Ferreira tem tentado cumprir o sonho de fazer chegar o seu projecto a reclusos. “É a minha ambição. En-quanto ta l não acontece , cont inuo o contacto com os idosos e as crianças”.

Jogo de emoções

Page 10: Edição de Agosto do Repórter Local

10 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O arranque do novo ano escolar, e s t e m ê s , r e p r e s e n t a o f i m d e u m c i c l o q u e e n v o l v e u muitas gerações de joanen-

ses : as “ve lhinhas” escolas pr imárias vão fechar portas ao ensino e passar a ter novas ocupações (ver caixa) . Para muitos, as “primárias” representaram o primeiro contacto com o ensino. Não faltam memórias das cinco escolas que agora vão ter outro destino. O RL ouviu algumas. Miúdos com as calças de cotim presas por um f io é a imagem de uma escola do ant igo regime. É uma das imensas memórias que Manuela Ferreira guarda de três décadas de professora nas esco-las da Avenida e Montelhão em Joane.Começou com 18 anos, em 1960, numa escola da Avenida com uma única sala. Depois de uma passagem de sete anos por Airão S. João, regressou a Joane, onde esteve até à reforma, em 1994.“Na altura eram turmas com 40 alunos. O s m i ú d o s e r a m o r e f l e x o d o s p a i s analfabetos. Dif iculdades económicas e d e h i g i e n e e r a m i m e n s a s . N o c a s o das meninas, como dormiam com com-b i n a ç õ e s , m u i t a s v e z e s u r i n a v a m e o cheiro na sala de aula era insuportável . Dif iculdades de l inguagem eram tam-bém grandes obstáculos. Palavras que ainda hoje ouvimos dos ant igos como “auga” (água) “maurga” (malga) era a

l inguagem que usavam”, recorda.A separação de alunos era uma realida-de: as meninas na escola da Avenida-M o n t e l h ã o e o s r a p a z e s n a e s c o l a d e M a t o d a S e n r a . “ V i n h a m c r i a n ç a s d e Gavim, Monte do Rio e Cima de Pele , a p é , f i ze s s e c h u va o u s o l . N ão h av ia essa co isa dos pa is levarem as cr ian -ças à escola, muito menos, transporte escolar. Vi muitos a virem descalços”, descreve Manuela Ferreira.O filho, Francisco, seguiu-lhe as pisadas (deu aulas nas escolas da Avenida e de G i e s t a i s ) e r e c o r d a q u e , n o i n v e r n o , quando se acendiam as sa lamandras , “ e r a f u m o p o r t u d o q u a n t o e r a s í t i o , e r a p r e f e r í v e l p a s s a r f r i o ” . D e i g u a l modo, diz ainda, “sempre que se partia um vidro era preciso escrever mais de 10 ofícios e só passado meio ano é que o vidro se arranjava”.A falta de funcionárias era outro pro-blema, destaca João Tinoco, professor durante 30 anos em Giestais. “À sexta-feira, t ínhamos nós, professores e alu-nos, de varrer a sala”, recorda ao RL.A g r a n d e p a r t e d o s a l u n o s , a d i a n t a , não fazia ideia do que era Lisboa”, as-sinala Tinoco, descrevendo a odisseia que foi organizar uma visita escolar à capital. “Não havia auto-estradas e uma v iagem de autocarro à capi ta l durava um dia inteiro. Depois era muito caro e as crianças de Giestais pertenciam à c l a s s e p o b r e . M a s t o d a a e s c o l a f o i a Lisboa e ao Jardim Zoológico”.

As saudades que eu já tenho da minha escolinha!Retratos e memórias recolhidos pelo Rl das escolas de montelhão, Giestais, Avenida, mato da Senra e cima de Pele que agora encerram.

Fernando Martins Lembro-me como era difícil passar o inverno devido ao frio, mas de vez em quando lá apanhava umas reguadas que me aqueciam as mãos.Chiklette Lopes Lembro-me de ir a pé de Cima de Pele para a escola de Montelhão.

E também me lembro que ninguém podia chegar tarde ou fazer erros pois a professora tinha sempre uma régua para castigar. ):Adelaide Machado Ainda me lembro do tempo em que esperávamos à porta da esco-la no inverno, cheios de frio, esperando que

Desafiámos os amigos do Rl a contar as suas memórias do tempo em que se sentaram nos bancos das escolas de Montelhão, giestais, Mato da senra ou Cima de pele.

Luís Pereira

“manuela ferre i ra fo i professora durante mais de 30 anos . co-meçou com 18 anos , em 1960, numa escola da Avenida com uma única sa la . Depois de uma passagem de sete anos por Ai rão S . João , regressou a Joane , onde es teve a té à re forma , em 1994 . Antes do 25 de Abr i l , recorda , “os manuais estavam adaptados ao reg ime, e ram maçudos , sem gravuras . A manei ra d i ta tor ia l que t rabalhávamos era ref lexo de ordens do regime. T ínhamos todo interesse que as cr ianças aprendessem mas sobretudo o brio prof iss ional de levar bons a lunos ao exame da quarta c lasse” .e” .

JOANE • RePORTAGem

Page 11: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 11

a professora chegasse com as chaves para abrir a porta. E também me lembro da régua da professora zirinha da Senra, que ela usava com mestria e que nos fez passar de classe com distinção! Bons tempos apesar de tudo.Kel Costa Pela minha escola primária (Giestais), ja passaram por muitas geracões, desde o meu irmão mais

velho, que já tem 50 anos, até aos meus sobrinhos. Obrigado, professora D. Maria José.Ana da Silva Foi a fase mais importante da minha vida. Ainda hoje passo pela escola do Mato da Senra e lembro-me das brincadeiras de recreio, dos dias frios de inverno, da teimosia dos rapazes em quererem jogar à

bola mesmo quando chovia. Ruben Costa O meu primeiro amor foi na de Giestais!Maria Amélia Martins No meu tempo de escola (anos 60) o ensino era mais severo, sendo regra a recor-rência aos castigos de régua; eram os únicos “bolos” que as crianças pobres desse tempo conheciam.

As saudades que eu já tenho da minha escolinha!

A ideia de construção, em Joane, de um centro escolar n ã o é d e a g o ra . H á c e r c a d e 1 5 a n o s , p ro f e s s o r e s e Junta sonhavam com essa concre t i zação . conta João Tinoco, professor durante 30 anos na escola de Gies ta i s , que as esco las e a Junta apresentaram ao Presidente da câmara de então, Agost inho fernandes (PS) , um projecto para construír um parque escolar que agrupasse as vár ias escolas do 1º c ic lo . “Respondeu-nos que a ideia era magníf ica , mas que ser ia mui to cara e inv iáve l a cur to prazo” , recorda o professor. O passo segu in te , p rossegue , fo i p ropor à câmara s o l u ç õ e s a l t e r n a t i va s q u e p e r m i t i s s e m a r ra n j a r o d i n h e i ro n e c e s s á r i o . U m a d e l a s f o i s u g e r i r q u e a câmara , na e laboração do Plano Director municipal , cat ivasse o terreno adjacente na parte nascente da e b 2 , 3 b e r n a r d i n o m a c h a d o p a ra a co n s t r u ç ã o d o Parque escolar. “Apresentámos um plano f inanceiro em que demonstrávamos que com a venda dos terre-nos das escolas que iam f icar devolutas se pagar ia a construção do centro escolar ” . Para i sso, refere João T inoco, os terrenos das escolas que f icar iam vazias com o centro escolar ter iam que ser cons iderados , no PDm em aprovação, como terrenos de edi f icação futura . A f a s e f i n a l d a p ro p o s t a f o i a p r e s e n t a d a e m 2 0 0 0 e , c o m o s e s a b e , n ã o f o i p o r d i a n t e . J o a n e t e m a g o ra u m n o vo c e n t ro e s co l a r e a s e s co l a s d a rã o lugar a inst i tu ições da v i la . “A nossa ideia vai agora concret izar-se em benef ic io das cr ianças de Joane” , conclui João Tinoco.

ESCOLA DE GIESTAIS grupo Folclórico de Danças e C a n t a re s d e Jo a n e ; g r u p o Etnográfico Rusga de Joane; Coral Divino salvador de Joane; grupo Infantil e Juvenil Danças Cantares de Joane; Associação de pais dos Alunos da Escola secundária de Joane; Associação Musical de Joane.-ESCOLA DA AVENIDA Agrupamento do CnE de Joane; guias de portugal; Fraternidade nuno álvares.-ESCOLA MATO DA SENRAComissão social Inter-freguesias | loja social.-ESCOLA MONTELHÃOAssociação Juventude de Joane; Escola de Atletismo Rosa Oliveira; Associação Didascália; Associação de Reformados; Joane BTT.-ESCOLA CIMA DE PELEAve Cooperativa de Intervenção psico-social (ACIp)

memÓRIA

URBANIZAR TERRENOS DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS

qUEM VAI OCUPAR AS ESCOLAS?

Page 12: Edição de Agosto do Repórter Local
Page 13: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 13

N os dias 2 e 3 de Setembro, Vermil recebe a primei-ra edição do Festival da J u v e n t u d e , C u l t u r a e

Desporto organizado pela Junta de Freguesia local com a colaboração de alguns jovens voluntários. O certame arranca esta sexta-feira pe las 20h30, no sa lão paroquia l da freguesia, com danças de salão e teatro.Estão inscritas oito equipas mas-c u l i n a s e t r ê s f e m i n i n a s p a r a d i s p u t a r e m , n o s e g u n d o d i a d e festival , um torneio de f u t s a l , c o m i n í c i o à s 1 4 : 3 0 h o r a s . A t a r d e desport iva decorre no c a m p o d e j o g o s l o c a l q u e n o s ú l t i m o s d i a s tem sido alvo de peque-nas reparações para que o torneio decorra com todas as condições de segurança.A p r i m e i r a e d i ç ã o d o festival termina no sá-bado, dia três, com dois concertos musicais.Ao palco, montado junto à sede da autarquia, na rua Rodrigo Ribeiro, subirão duas bandas: a joanense “Coromole”, que actua a partir das 21:00 horas e a banda “Dialectos”, de Ronfe. A organização promete durante toda a noite uma pequena b a r r a c a c o m a l g u n s p e t i s c o s e bebidas.“Pretende-se envolver e conscien-cial izar a população jovem para as

questões que dizem respeito à sua t e r r a . E s t e é u m p r i m e i r o p a s s o que queremos dar para começar a fomentar uma participação activa e cr í t ica dos jovens em Vermi l” , re fere Marça l Mendes , da Junta de Freguesia.A organização do evento surge na sequência do fórum de debate de i d e i a s p r o m o v i d o e m N o v e m b r o de 2010 pe la JSD de Vermi l que juntou alguns jovens da freguesia.O festival tem um orçamento que r o n d a o s 1 . 5 0 0 e u r o s , c o n t a n d o

com a colaboração de voluntários da freguesia e do apoio da Câmara Municipal de Guimarães que cede o palco para os concertos da noite do dia 3 de Setembro.“ N ã o q u e r e m o s e l e v a r m u i t o a s e x p e c t a t i v a s p a r a n ã o s a i r m o s d e f r a u d a d o s . S e c o n s e g u i r m o s reunir 200 pessoas no evento já será bom”, diz Marçal Mendes.O RL é parceiro de promoção do Fest ival da Juventude, Cultura e Desporto de Vermil .

Festival da juventude anima freguesia de vermil

VERMIL • cUlTURA

POLíTICA | NUNO melO ASSUme NOVAS fUNçõeS NO PP O joanense Nuno melo vai assumir novas competências na estrutura nacional do cDS/PP, passando a representar o part ido em questões inst i tucionais e pol í t icas . “Uma forma de l ibertar dir igentes que estão no governação. O part ido não pode deixar de af i rmar l ivremente os seus pensamentos e ideologias pol í t icas só porque está numa col iga-ção de governo” , expl ica Nuno melo ao Rl .

DIA 2 | Sex .20:30Danças de SalãoTeatro comédia

LOCAL Sa lão Paroquial

DIA 3 | Sab. 14:30 - Torneio de futebol

LOCAL campo de Jogos

21:00 - concertos :“coromole”“Dia lectos”

LOCAL Palco Rua Rodrigo Ribeiro

PUBL

ICID

AD

E

EsPECiAL

PROgRAMA

Iniciativa da Junta decorre nos dias 2 e 3 de Setembro

Este é um primeiro passo que queremos dar para começar a fomentar uma participação activa e crítica dos jovens em Vermil

Page 14: Edição de Agosto do Repórter Local

14 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

PUBL

ICID

AD

E

JOANE | bTTeATRO PROmOVe cAmINHOS PeNOSOSA quinta edição dos “caminhos Penosos” , organizada pela bTTeatro, real iza-se no próximo dia 11 de Setembro. A edição deste ano vai percorrer t r i lhos novos dos concelhos de famal icão, Guimarães e braga , com uma distância de 35km. As inscr ições devem ser fe i tas em www.btteatro.com. As mulheres não pagam.

ESPECIAL

Coromole: nova canção militante com origem em joane

A daptam música portuguesa de inter-venção e através dela querem passar uma “mensagem de a ler ta” para a s ituação do país. Zeca Afonso, An-

tónio Variações e “Diabo na Cruz”, abundam no reportório dos Coromole, banda joanense com um ano de existência, composta por sete amigos de escola.“Sempre t ive l igações à música t radic ional p o r t u g u e s a e c o m e c e i p o r f a l a r c o m u m primo da ideia de uma banda neste registo. D e p o i s d o “ p a s s a a p a l a v r a ” j u n t á m o - n o s sete , e laborámos o projecto e começámos”, narra Diogo Fernandes, mentor do projecto e multi- instrumentista da banda (toca concer-tina, bandolim, viola braguesa e harmónica). T iago Ferre ira na gui tarra melódica e voz ; Pedro Oliveira na guitarra e solos; o baterista Marco Fernandes; André Silva na percussão, o baixista Diogo e Patrícia nos solos, compõem o restante f igurino de Coromole, com idades e n t r e o s 1 6 e o s 1 8 a n o s . À e x c e p ç ã o d e dois, todos os elementos são joanenses.No próximo sábado, dia 3, darão em Vermil , no Fest ival da Juventude, o oitavo concerto da banda. Bares e fes-tas são os locais onde habitualmente actuam. “A ide ia da banda é pegar n a s r a í z e s d e m ú s i c a t r a d i c i o n a l portuguesa e adaptá- las a versões nossas. O rock dos Xutos e a música pop, qualquer banda toca . Música inglesa estava fora de questão e por isso queremos marcar pela diferença”, assegura Tiago Ferreira.O grupo ensaia três dias por semana numa garagem a que chamam “estúdio improvisado” com direito a isolamento de som feito com… caixas de ovos!“Quem nos ouve tem gostado. Já t ive-mos um senhor que chorou quando nos ouviu tocar a “Grândola v i la morena”.

A malta da nossa idade não está habituada a ouvir este t ipo de música mas quando nos ouve, acaba por aderir . É música para todos os ouvidos. Os antigos revivem os seus tempos e os mais novos ouvem a música dos antigos num ritmo mais puxado”, asseguram. “ T e r r a d e m a u s o l h a r e s ” ( q u e g a r a n t e m não ser Joane) e “Cinderela” são para já os

únicos originais da banda que vai entrar em gravações, embora com algum amadorismo, d e t r ê s t e m a s p a r a p o d e r a p r e s e n t a r a o s proprietár ios de bares e locais de diversão na mira de espectáculos.“Ainda ninguém teve lucro na banda a não ser uns kebabs no f im dos concertos na roulotte. O cachet é, para já, pouco elevado, ronda, na melhor das hipóteses, os 200 euros. Os ins-trumentos são pertença individual e a banda apenas paga o material que se danif icar”.Os Coromole têm página no Facebook. Para os interessados em conhecer melhor o traba-lho da banda, a melhor forma de contacto é o te lemóvel 910821992. L.P

A ideia da banda é pegar nas raízes de música tradicional portuguesa e adaptá-las a versões próprias.

Page 15: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 15

Rui Ribeiro é o novo presidente do Grupo Desportivo de Joane. Ao RL , fala da s i tuação f inanceira do clube, defende uma redução colossal das despesas e o reforço da aposta na formação. Quanto ao “ badalado” projecto do novo estádio do clube, diz que será posto de lado durante o seu mandato e que só avan-çará se for bafejado pelo Euromilhões.

Já tomou pulso ao funcionamento e preocu-pações do clube?cheguei há pouco tempo mas o “b ichinho” já co-meçou a mexer um bocado. Apesar de ter muita vontade em trabalhar i s to dá , de facto , muitas dores de cabeça .A maior parte dos directores vem da direcção anterior…Somos nove , aprovei te i a lgumas mais-va l ias que est iveram na d i recção anter ior e procure i t razer a lguma gente nova . es tou convicto que todos estão unidos e mot ivados .Já sabe o valor do passivo do clube?Tenho a lguns números mas são assuntos que pref i ro , para já , guardar para informação inter-na , apenas .Mas terá de haver sacrif íc ios…I s so é certo . Vamos ter que reduzi r ao máximo a despesa . O dinheiro está muito caro .Que prioridades tem traçadas?Ao níve l desport ivo queremos fazer um bom in í-c io de época com v i tór ias em todos os esca lões . Passo a passo i remos fazer o melhor que puder-mos e soubermos . Queremos , no p lano das es-t ruturas , reunir com a câmara para perceber a d isponibi l idade desta em apoiar o c lube com o re lvado s intét ico . Sem o apoio da câmara , não podemos colocá- lo .O futuro passa pela aposta na formação?enquanto cá est iver será essa a pol í t ica . Que-remos preparar o c lube para que ao longo das próximas épocas os at letas permaneçam no c lu-be até à equipa sénior. mas esse é um trabalho para a lgumas épocas . Sempre que se ja poss íve l , os juniores serão chamados à equipa pr inc ipa l . Embora esteja há apenas um mês no cargo, já deu para perceber porque é que o c lube se defronta todos os anos, no f inal da época , com o vazio direct ivo?estou a começar e a inda é d i f íc i l de perceber

francisco costa sucede a Jorge bap-t is ta no cargo de tre inador do Gru-po Desport ivo de Joane ( I I I Div isão, sér ie A ) . A sua pr imeira prova de fogo em casa , no domingo, dia 4 , será f rente ao Vianense. “este campeonato é uma novidade para mim e para a maior parte dos jogadores . Garanto que deixaremos a pele em campo para conquistar os t rês pontos” , assegura o técnico.esta é a sua quinta época em bar-reiros . Treinou os juniores na épo-ca passada e foi e le quem pegou há quatro anos na pr imeira equipa de in ic iados que subiu de div isão. Tem ainda uma passagem de quatro épocas pelo Serzedelo. “O Joane não nada em dinheiro, tem os jogadores que tem, para mim te-rão de ser os melhores do mundo porque é com eles que vou traba-lhar. Sou muito exigente e ambicio-so. Pretendia t re inar a equipa pr in-cipal e encaro o lugar como uma oportunidade que estou a agarrar com unhas e dentes” , expl ica .O GDJ fez quatro jogos na pré-épo-ca . empatou com o Ol iveirense e o Torcatense, venceu o S . cosme e o jogo de apresentação, no passa-do sábado, f rente ao Ruivanense. A equipa conta com 21 jogadores mas aguardam-se duas novas contrata-ções . Sete passaram pela formação do c lube e da época passada per-manecem seis . Rui e André (ex-fa-mal icão) , Russo (ex-Amares) , I sma-el (ex-Ol iveirense) e dois jogadores do louro completam o plantel .“Já t ransmit i a mensagem aos jo-gadores , a f i losof ia passa por nada prometer e fazer tudo para con-quistar pontos . estamos a construir a base de uma equipa nova e os jo-gadores estão extremamente moti-vados e i sso tem-se v is to nos tre i-nos” refere francisco costa .

Luís Pereira

“Novo estádio só avança se me sair o Euromilhões”

Francisco Costa treinador do GD Joane

ENTREVISTA • RUI RIbeIRO, PReSIDeNTe DO GDJ JOANE • fUTebOl

Presidente da comissão Administrativa defende redução ao máximo da despesa

isso . Pe lo que tenho v is to das épocas anter iores , as razões acabam por ser f ruto de a lgumas d ivergên-c ias entre d i rectores . O facto de a lguns quererem trabalhar e ex is t i rem inter ferências de outros pode também contr ibuir para a lgumas d ivergências .E isso é algo que não quer que aconteça na sua direcção…?conto com a a juda de todos . Penso e espero que, da forma como quero que o c lube funcione, i s so será ev i tado. cada di r igente tem uma área de res-ponsabi l idade e tem completa autonomia para t ra-balhar, embora tenhamos que t rabalhar todos em s intonia em prol da inst i tu ição. Quero que se jamos lembrados por fazermos um trabalho vá l ido. Pode acontecer de deixarmos a lgumas d ív idas , mas aca-ba por ser normal . O importante é que se faça um trabalho com r igor.Em que pé f ica o processo do novo estádio?Já d isse e reaf i rmo, a menos que me sa ia o euro-mi lhões ou ha ja a lguém que queira invest i r, es te mandato f icará posto de lado.A sua chegada à presidência do Grupo Desporti-vo de Joane (GDJ) teve alguma motivação pol í-t ica , já que é um empenhado elemento do PSD?Não. cheguei com o apoio dos sóc ios e pe lo ape-lo dos anter iores d i r igentes que cons ideraram que ser ia a pessoa indicada para o cargo. Sempre goste i do GDJ , de resto , há dois anos também est ive na d i recção.

TRATAvW Golf 1.4. Ano 20005 portas, A/C, jantes liga leve, fecho central, airbags. um só registo. 4200 €Tlm: 914602477

Page 16: Edição de Agosto do Repórter Local

16 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Ainda me recordo do meu primeiro dia de escola. Lembro-me sobre-tudo das pessoas , da ansiedade, d o r e c e i o d a q u i l o q u e e r a n o v o para mim. Uma nova fase na vida s e i n i c i a v a . C o m e ç a v a a í o m e u percurso escolar. Estas sensações por mim sentidas, sentiu-as pro-vavelmente embora com diferentes nuances , cada um dos que estão a ler este artigo.Neste mês de Setembro a “minha”, velhinha escola de Giestais, as nos-sas “velhinhas” escolas de Joane, vão deixar de cumprir a sua missão de servir de edif íc io que alberga alunos e a sua aprendizagem.Será que as ant igas esco las pr i -márias vão “morrer”, vão perder “vida”? Não.A J u n t a d e F r e g u e s i a d e J o a n e ,

ciente da importância destes edi-f ícios desde há muito tempo que tinha traçado o destino a dar a tais escolas quando estas deixassem de cumprir a sua missão de edif ícios de ensino.S a b í a m o s c l a r a m e n t e q u e n a n o s s a V i l a e x i s t i a m m ú l t i p l a s associações do mais variado cariz, que por força de várias situações não possuíam um espaço que se pudesse chamar de sede. Um lugar para realizar reuniões, para traçar estratégias, ou muito simplesmen-te um local onde os associados se pudessem encontrar.De facto, são muitas as associações d e J o a n e q u e n ã o p o s s u e m u m espaço a que possam chamar sede, tendo muitas vezes que improvisar locais de reunião

O objectivo das contas públicas é reduzir o défice de 9,1% do PIB para 5,9%. Face ao desvio orçamental encontrado, o Executivo diz não ter t ido outra opção que não avançar, para uma subida de IRS, equivalen-te a metade do subsídio de Natal , acima do salário mínimo nacional. Obrigou-se também à antecipação para Outubro do aumento do IVA do gás e da electricidade, previsto no memorando da “troika” apenas para 2012. A subida de impostos é just i f icada com a lent idão dos e fe i tos no déf ice dos cor tes nas despesas.Não há dúvidas que são medidas q u e v ã o d i f i c u l t a r a v i d a d o s portugueses mais desfavorecidos já demasiado “fustigados” com a carga f iscal . A irresponsabil idade dos anteriores governos levaram

a esta triste situação.A consolidação das contas públicas n ã o p o d e s e r a l c a n ç a d a a p e n a s pela parte da receita, até porque a c a r g a f i s c a l e s t á n o l i m i t e d o s u p o r t á v e l . R e d u z i r a d e s p e s a do Estado é imperioso e é esse o c a m i n h o q u e o G o v e r n o t e m d e seguir.O P S D e n q u a n t o o p o s i ç ã o d e -monstrou total apoio para todas as medidas que fossem necessárias para a redução do défice português pelo lado da despesa. Desafiou os portugueses , a t ravés da cr iação de um si te , a propor ideias para c o r t a r n a d e s p e s a s e m c o m p r o -m e t e r a q u a l i d a d e d o s s e r v i ç o s p ú b l i c o s . É c a s o p a r a d i z e r q u e tem responsabilidade acrescida na matér ia . É pois com expectat iva que se aguarda

velhas escolas com nova vida

Reduzir a despesa

OPiniÃOOs artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

Miguel AzevedoMembro da Comissão Política do Nú-cleo de Joane do PSD

António OliveiraVice-presidente da Junta de Freguesia de Joane | PS

>>

>>

PUBL

ICID

AD

E

Page 17: Edição de Agosto do Repórter Local

REPÓRTER LOCAL • AGOSTO DE 2011 • 17

OPINIÃO

Sérgio CortinhasProfessor | Joane

OPINIÃOESTAdO dO MuNdO | NIcOlAU SANTOS (eXPReSSO)“O Mundo deixou de estar nas mãos dos pol í t icos e passou para as dos especuladores . Se não se mudar i s to , es ta his tór ia só pode acabar mal” .

o anúncio dos cortes.Para já o sinal mais mediático foi a ext inção dos 18 governos c iv is . Medida acertada e fáci l porque os governos civis estavam desprovidos d e c o m p e t ê n c i a s e a s p o u c a s , d e c a r á c t e r a d m i n i s t r a t i v o , p o d e m perfeitamente passar para as câma-ras municipais com vantagem para as populações . Só vamos notar a extinção do governo civi l de Braga porque vamos deixar de ver o Sr . Governador nas suas cirúrgicas e mediát icas aparições nas fregue-sias do concelho de Famalicão com o único objectivo de fazer polít ica part idár ia de opos ição à Câmara Municipal , em abuso permanente do cargo. O tribunal de contas, organismo a quem compete f iscal izar as contas do estado tem sob sua jur isdição a A d m i n i s t r a ç ã o c e n t r a l , l o c a l e

r e g i o n a l , e m p r e s a s , i n s t i t u t o s e fundações que consomem metade d o P I B . E m 2 0 1 0 e n t r e o s 1 3 7 4 0 organismos do estado, o Tribunal de Contas só recebeu a contabil i -dade de 1724 e apenas f i sca l izou 418. Portugal não tem capacidade para f iscal izar os organismos que recebem dinheiro do Estado com t o d a s a s c o n s e q u ê n c i a s q u e d a í podem vir. Não restam dúvidas que é preciso r e d u z i r d r a s t i c a m e n t e o n ú m e r o de entidades públicas e subsídios d a d o s p e l o E s t a d o , d e u t i l i d a d e d u v i d o s a . A e x t i n ç ã o o u f u s ã o d e o r g a n i s m o s f i n a n c i a d o s p e l o Estado permitirá menos burocra-c ia , menos c l iente l i smo e menos estruturas e dirigentes.A r e d u ç ã o q u e d e v e r á s e r a m b i -c iosa re f lect i rá a necess idade de r e p e n s a r a s f u n ç õ e s d o E s t a d o . Será necessário definir com clareza as áreas em que o Sector Públ ico deve es tar ou não presente . Pre-cisamos de serviços públicos mais eficientes, mais ágeis, mais capazes de funcionar com qualidade e sem desperdícios.A s i t u a ç ã o e m q u e e s t e g o v e r n o a s s u m i u o s d e s t i n o s d a n a ç ã o é das piores da nossa história. Já de-monstrou coragem mas a tarefa de, em simultâneo, diminuir o défice e relançar a economia é dif icí l ima. Com a ajuda de todos será capaz.

e de recepção de correspondência (as habitações dos seus presidentes ou associados) .Como tal , desde logo, e já há muito tempo, a Junta de Freguesia reuniu c o m a s a s s o c i a ç õ e s d e J o a n e e manifestou a sua intenção de junto da proprietár ia dos edi f íc ios das a g o r a a n t i g a s e s c o l a s , o u s e j a a Câmara Municipal de Famalicão, r e i v i n d i c a r a a f e c t a ç ã o d e t a i s edi f íc ios , para sede daquelas as-sociações que não possuíam sede.L o n g o f o i o c a m i n h o p e r c o r r i d o d e s d e e n t ã o , o c e r t o é q u e , p a s -s a d o e s t e t e m p o a o b r a d o n o v o C e n t r o E s c o l a r e s t á f i n a l m e n t e p l e n a m e n t e c o n c r e t i z a d a , e o s e d i f í c i o s d a s a n t i g a s e s c o l a s , f r u t o d a i d e i a , d i n â m i c a e v i s ã o desta Junta de Freguesia , vão ser usados, na sua maior parte , como sede pelo movimento associat ivo da v i la de Joane.Os edi f íc ios das escolas pr imárias

que têm muitas histórias para con-tar, vão ganhar de novo vida, outro t i p o d e “ v i d a ” , d i n a m i z a d a p e l o movimento associat ivo de Joane, que poderá contar com um espaço p a r a d e s e n v o l v e r c a b a l m e n t e a s suas act iv idades. A s s a l a s e x i s t e n t e s e o s l o g r a -douros dos edif íc ios permit irão às associações de Joane desenvolver e m o s t r a r a s s u a s a c t i v i d a d e s c o m a i n d a m a i s d i n â m i c a , c o m mais v i s ib i l idade , com melhores condições , e bem o merecem pois n u n c a f o i , n e m é f á c i l , r e a l i z a r como real izam um trabalho abne-gado, a troco de nada a não ser a sat is fação de verem reconhecido o seu trabalho.A s h i s t ó r i a d a s n o s s a s e s c o l a s p r i m á r i a s d a r á p o i s l u g a r à h i s -tór ia das associações Joanenses , o s e d i f í c i o s r e n a s c e r ã o , a g o r a n ã o c h e i o s d e c r i a n ç a s , m a s s i m pujantes de v ida associat iva .

A obra do novo Centro Escolar está finalmente concretizada,

e os edifícios das antigas escolas, fruto da ideia, dinâmica

e visão desta Junta de Freguesia, vão ser usados, na sua

maior parte, como sede pelo movimento associativo da

vila de Joane

1. A ce d ê nc ia d as e sco l as p r imár ias d e vo l ut as d e Joane d e ve ser um processo muito bem gerido. É uma oportunidade única que não existe noutros municípios que estão a vender as escolas devolutas em hasta pública para amortizar dívida. Por isso, deve ser analisada com muito rigor a actividade que as associações/instituições desenvolverão nesses espaços e avaliado o contributo para a população do trabalho a ser desenvolvido. Deve ser contra-tualizada responsavelmente a uti l ização desses espaços. Devem transformar-se em espaços vivos. Devem ser lançados concursos de ideias. Devem ser acolhidos projectos que contribuam para o desenvolvimento cultural , social e , porque não, económico da Vila. A Assembleia de Freguesia de Joane deve ser protagonista de um debate público sobre este assunto. Assim espero!2. O q u e f a z u m a b o a e s c o l a s ã o o s p r o f e s s o r e s , p e s s o a l n ã o docente e os seus dirigentes e as dinâmicas educativas que estes conseguem desenvolver com a comunidade e os alunos contri -buindo para o seu cresc imento humano e cognit ivo . Mas uma boa escola é também feita de bons equipamentos e instalações e de espaços adequados para desenvolver as referidas dinâmi-cas. O Centro Escolar de Joane que abre em Setembro mudará radicalmente para melhor as condições de ensino-aprendizagem e terá condições para ser uma boa esco la . Mas d iga-se , sob o ponto de vista arquitetónico e funcional, o novo Centro Escolar de Joane deixa muito a desejar. Observe-se, a partir da EN 206 ou da entrada Norte o novo Centro Escolar e conclui-se que o b o m g o s t o e o e q u i l í b r i o u r b a n o - p a i s a g í s t i c o n ã o e s t e v e , d e maneira nenhuma, na mente de quem projectou aquele edif ício. Parece mais um bairro social mal projectado do que uma escola do 1º Ciclo. Infel izmente! 3. Não se i se o arquitecto do Centro Escolar fo i o mesmo que projectou as lo jas do largo da Feira (se é que houve, de facto, projecto para obra tão medíocre) mas é mais uma obra de mau gosto arquitectónico a que esta Câmara Municipal nos tem ha-bituado em Joane. 4. Afinal somos tão pobres tão pobres que nem ricos temos. Va-mos de mal a pior! Pensávamos que o corticeiro Américo Amorim era o homem mais rico de Portugal e um dos 200 mais r icos do mundo e não passa de um simples assalariado. Alimentávamos a esperança de o homem ter dinheiro para ajudar a endireitar as f inanças do país mas, pelos vistos, nem um euro para mandar cantar um cego tem. Que rolha nos saíu!5. Começam a conf irmar-se as suspeitas levantadas antes das eleições: este governo faz “ jus” ao seu l iberalismo de direita. O que signif ica que (e talvez seja essa uma das marcas distintivas d a e s qu e rd a e d a d i re i t a ) a g ra va rá c a d a ve z m a i s , a t ra vé s d e impostos directos ou indirectos, as condições de vida das classes assa lar iadas menos r icas mantendo intocáveis os r icos , como se estes vivessem num offshore ou não fossem também grandes responsáveis pela crise (f inanceira) que vivemos.

Notas de fim de verão

Só vamos notar a extinção do governo civil de Braga porque vamos deixar de ver o Sr. Governador nas suas mediáticas aparições a fazer oposição à Câmara Municipal de Famalicão

Page 18: Edição de Agosto do Repórter Local

18 AGOSTO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

OPINIÃO

P r o n t o . L á s e f o r a m a s e s c o l a s d a s m i n h a s nostalg ias , a saber: a escola (mascul ina) do M o n t i l h ã o , o n d e e s t u d e i d e 1 9 6 2 a 1 9 6 5 ; a de Giesta is , onde f iz a quarta c lasse; e a da Avenida, onde me graduei com o Diploma da 6ª Classe do Cic lo Complementar de Ensino P r i m á r i o , e m 1 9 d e J u l h o d e 1 9 6 9 . F o r a m seis anos inesquecíveis, por todas as razões, e t o d o s e l e s s o b a d o c ê n c i a d e u m a ú n i c a professora, natural de Joane, de nome Rosa S a l g a d o . A m i n h a f o r m a ç ã o e s c o l a r b á s i c a resume-se , ass im, a se is anos , t rês esco las , uma professora. Uma boa síntese.Em Joane as escolas fecham, mas não é para que f iquemos sem elas . Na nossa v i la , terra dinâmica e jovem, fecham as escolas ve lhas para que abram as novas. Fel izmente conta-mos agora com um Centro Escolar moderno, central e bem apetrechado.Mortas as escolas ve lhas - a lém daquelas , a das Charrueiras e a de Cima do Pele - , ser ia ó t imo que de las f i casse uma memória v iva . Q u e o s s e u s e d i f í c i o s s e m a n t e n h a m d e p é , p r e s e r v a n d o , t a n t o q u a n t o p o s s í v e l , a s u a arquitectura; e que os mesmos se dest inem, agora, a f ins culturais e públicos. E ainda que o s s e u s n o m e s f i q u e m r e g i s t a d o s , t a m b é m , na toponímia dos lugares, pois não podemos fazer tábua rasa desta marca inest imável do e s f o r ç o e d u c a t i v a d a c o m u n i d a d e d u r a n t e tantas décadas.Posto isto, o que conta agora é que todos nos dediquemos, também, a construir uma Nova

Escola , já não no sent ido do edi f icado, mas no âmbito da comunidade educativa. Hoje em dia todos somos chamados à Escola: os mais velhos podem voltar a ser estudantes; os pais podem criar associações para participar, a seu modo, no projecto educativo dos seus f i lhos; a p r ó p r i a c o m u n i d a d e o u a s o c i e d a d e c i v i l pode ocupar as suas cadeiras nos órgãos de gestão dos próprios agrupamentos escolares, designadamente nos seus Conselhos Gerais . Não é nada pouco e não é nada mau para quem, como os da nossa geração, se habituaram ao quero posso e mando do regime corporat ivo do antigamente e dos inqualif icáveis castigos corporais da nossa infância escolar.Como pai e funcionário de uma escola, julgo meu dever ape lar espec ia lmente aos encar -regados de educação para que participem no mundo escolar dos seus fi lhos, a partir de casa, mas também no próprio estabelecimento de ens ino . Por favor , não apareçam só para se queixarem disto ou daquilo; venham, e muitas vezes, para perguntar o que podem fazer para que as queixas deixem de ser necessárias . E s e f o r p r e c i s o , a i n d a a s s i m , p o i s a p a r e ç a m t a m b é m p a r a a q u e i x a e o p r o t e s t o . A f i n a l e s t a m o s n u m a d e m o c r a c i a e a p a r t i c i p a ç ã o tem de ser multifacetada. E p e r g u n t e m p e l a s a c t i v i d a d e s e m q u e o s

e n c a r r e g a d o s d e e d u c a ç ã o p o d e m t o m a r parte: actividades culturais abertas; festa de Natal; semana da leitura; sessões de poesia, etc . . Estou só a divagar. Mas façam também propostas novas e participem sem medo e sem vergonha. A Escola faz-se com a matéria-prima que há. E integrem as associações de pais e encarregados de educação, para contribuir de modo mais elaborado. Claro que todo este interesse dá trabalho e ocupa tempo. Mas não nos esqueçamos que é pelos nossos f i lhos que o fazemos. Haverá uma razão mais mobil izadora?A m i m a c o n t e c e u - m e , n u m a r e u n i ã o d e a s -sociação de pais , ser e le i to para o Conselho Geral da escola secundária de dois dos meus f i lhos. Exerci o cargo durante um ano, durante o qual integrei o grupo de trabalho que e la-borou o Regulamento Interno escolar; usei o meu direito de voto na eleição da directora do estabelecimento de ensino; e t ive uma inter-venção sempre activa, cooperativa e exigente. Estou muito orgulhoso desta minha prestação, e muito gostava de ser copiado. (Porque este copianço não é negativo).A s a u l a s t e r ã o i n í c i o e n t r e o s d i a s 1 4 e 1 5 próximos. Muitas coisas estarão para acon-t e c e r n a á r e a d a e d u c a ç ã o , n o m e a d a m e n t e a redução de apoios às famíl ias mais caren-c iadas . Também este modelo de gestão das escolas , part ic ipado e democrát ico (embora com direções unipessoais) , está ameaçado de retrocesso para formas menos participativas, tendo já havido declarações nesse sentido. Os tempos que vivemos são de grande perplexi-dade e exigência. O pior que podemos fazer é cruzar os braços. Lutar por uma melhor Escola e por um Mundo melhor não pode estar fora de nossa agenda.

Escola morta, Escola postaFernando Castro [email protected]

ESQuECER O BACAlHAu | JORgE FIEl, Jn“O novo normal que vem aí impl ica esquecer o bacalhau (reservado para dias de festa) e res ig-narmo-nos à lata de atum”.

PUBL

ICID

AD

E

O pior que podemos fazer é cruzar

os braços. Lutar por uma melhor

Escola e por um Mundo melhor não

pode estar fora de nossa agenda.

Page 19: Edição de Agosto do Repórter Local
Page 20: Edição de Agosto do Repórter Local