repensando os conceitos no estudo da classificação

25
REPENSANDO OS CONCEITOS NO ESTUDO DA CLASSIFICAÇÃO Prithvi N. KAULA Resumo Considera a classificação como um dos mais importantes ramos do conhecimento. Explica o conceito de classificação conforme o entendimento e análise de filósofos incluindo os Predicáveis de Aristóteles, a árvore de Porfíio, a classificação Baconiana e outros esquemas escolásticos para a classificação do conhecimento segundo John Locke, Auguste Comte, Herbert Spencer, etc. Assinala a categoria dos esquemas de classificação que foram aplicados a ciências específicas. Discute os diferentes esquemas de classificação sem notação e os esquemas com notação que os modernos esquemas incluem e que foram empregados nas coleções de livros das bibliotecas. Discute a falácia da classificação de livros e as razões para se adotar o termo classificação bibliotecária. Destaca a falácia da classificação bibliotecária. Examina em detalhe os fundamentos teóricos dos diferentes esquemas desde a Classificação Decimal de Dewey até a Classificação Internacional de Rider. Analisa os diferentes marcos na área da classificação e suas implicações. Fornece as características do universo de assuntos e a abordagem estática dos criadores de esquemas concebidos antes de Ranganathan. Tece comentários à teoria dinâmica da classificação. Traça a análise do conceito na classificaçãp e as expectativas na aplicação da teoria de Ranganathan à CDU em relação ao projeto ASCOM. (Baseado no artigo submetido à 4. Conferência sobre Pesquisa em Classificação, Augsburg, Alemanha Ocidental, de 20 de junho a 2 de julho de 1982) SUMÁRIO 1 A CLASSIFICAÇÃO COMO "PROCESSO MENTAL" 2 AS CATEGORIAS ARISTOTÉLICAS 2.1 A Árvore de Porfírio 3 A CLASSIFICAÇÃO BACONIANA 4 OUTROS ESQUEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO 4.1 Os Esquemas Escolásticos 4.2 Os Esquemas para a Ciência 4.3 Outros Esquemas 4.31 Esquemas sem Notação 4.32 Esquemas com Notação 4.33 Esquemas Especializados 5 CLASSIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE ASSUNTOS 5.1 Falácia da Classificação de Livros

Upload: janaina-tenorio

Post on 17-Dec-2015

250 views

Category:

Documents


19 download

DESCRIPTION

Explica o conceito de classificação conforme o entendimento e análise de filósofos incluindo os Predicáveis de Aristóteles, a árvore de Porfíio, a classificação Baconiana e outros esquemas escolásticos para a classificação do conhecimento segundo John Locke, Auguste Comte, Herbert Spencer, etc.

TRANSCRIPT

REPENSANDO OS CONCEITOS NO ESTUDO DA CLASSIFICAOPrithvi N. KAULAResumoConsidera a classificao como um dos mais importantes ramos do conhecimento. Explica o conceito de classificao conforme o entendimento e anlise de filsofos incluindo os Predicveis de Aristteles, a rvore de Porfio, a classificao Baconiana e outros esquemas escolsticos para a classificao do conhecimento segundo John Locke, Auguste Comte, Herbert Spencer, etc. Assinala a categoria dos esquemas de classificao que foram aplicados a cincias especficas. Discute os diferentes esquemas de classificao sem notao e os esquemas com notao que os modernos esquemas incluem e que foram empregados nas colees de livros das bibliotecas. Discute a falcia da classificao de livros e as razes para se adotar o termo classificao bibliotecria. Destaca a falcia da classificao bibliotecria. Examina em detalhe os fundamentos tericos dos diferentes esquemas desde a Classificao Decimal de Dewey at a Classificao Internacional de Rider. Analisa os diferentes marcos na rea da classificao e suas implicaes. Fornece as caractersticas do universo de assuntos e a abordagem esttica dos criadores de esquemas concebidos antes de Ranganathan. Tece comentrios teoria dinmica da classificao. Traa a anlise do conceito na classificap e as expectativas na aplicao da teoria de Ranganathan CDU em relao ao projeto ASCOM.(Baseado no artigo submetido 4. Conferncia sobre Pesquisa em Classificao, Augsburg, Alemanha Ocidental, de 20 de junho a 2 de julho de 1982)SUMRIO1 A CLASSIFICAO COMO "PROCESSO MENTAL"2 AS CATEGORIAS ARISTOTLICAS2.1 A rvore de Porfrio3 A CLASSIFICAO BACONIANA4 OUTROS ESQUEMAS DE CLASSIFICAO DO CONHECIMENTO4.1 Os Esquemas Escolsticos4.2 Os Esquemas para a Cincia4.3 Outros Esquemas4.31 Esquemas sem Notao4.32 Esquemas com Notao4.33 Esquemas Especializados5 CLASSIFICAO DO CONHECIMENTO E CLASSIFICAO DE ASSUNTOS5.1 Falcia da Classificao de Livros5.2 Esquemas de Classificao do Conhecimento5.3 Identificao das Diferenas5.4 Por que Classificao Bibliotecria?5.41 Falcia da Classificao Bibliotecria5.5 Principais esquemas de Classificao Universal6 BASE TERICA DOS ESQUEMAS6.1 Classificao Decimal6.2 Classificao Expansiva6.3 Classificao da Library of Congress6.4 Classificao de Assunto6.5 Classificao Decimal Universal6.6 Classificao dos Dois Pontos6.7 Classificao Bibliogrfica6.8 Classificao Internacional de Rider7 O PRIMEIRO MARCO DE REFERNCIA E SUAS IMPLICAES8 O UNIVERSO DE ASSUNTOS E SUAS PECULIARIDADES8.1 O Mtodo Esttico8.2 O Advento da Teoria Dinmica91 O Trabalho nos Trs Planos91.1 Anlise Conceitual91.2 A Terminologia nas Esquemas91.3 Plano Notacional91.4 Anlise da Obra91.5 Reviso dos Termos Isolados92 Identificao dos Nmeros Homnimos e Sinnimos93 Histria de uma Esquema Modelo94 Anlise do Conceito95 CDU Reestruturada96 Aplicao da Teoria de Ranganathan CDU1 A CLASSIFICAO COMO UM "PROCESSO MENTAL"A Classificao tem sido colocada como a reunio de entidades semelhantes e a separao das no afins. Esta interpretao da classificao esteve em voga at o final do sculo XIX e o incio do sculo XX. A diferenciao tem sido considerada uma caracterstica bsica na classificao. James Duff Brown estabeleceu em 1916 que a classificao era um "processo mental" constantemente executado de forma consciente e inconsciente por qualquer ser humano, ainda que no reconhecido como tal. Na realidade, este um dos mais importantes campos do conhecimento.[1]. Toda mente classifica objetos consciente ou inconscientemente para todos os tipos de propsito. A despeito de significaes e valores difundidos, o estudo da classificao no atraiu as pessoas de um modo geral, com exceo de alguns pensadores, lgicos, cientistas e especialistas em Biblioteconomia e Cincia da Informao.Voltar2 AS CATEGORIAS ARISTOTLICASGrande parte dos lgicos, filsofos e lexicgrafos que utilizaram a classificao para compreenso e anlise do conhecimento interpretaram o significado da classificao de diferentes modos. Eles definiram classificao como 'Classificao do Conhecimento', que Aristteles concebeu inicialmente como um 'exerccio mental' (382-322 a.C.), mencionando os 'predicveis' em seu 'Organon'[1]que, originariamente em nmero de quatro, foram os seguintes:(1) Gnero(2) Espcie(3) Diferena(4) Propriedade, e(5) Acidente.Estes predicveis podem ser chamados de categorias. No desenvolvimento deste artigo outras categorias sero adicionadas a estas.No devido curso, 10 categorias ou predicamentos foram reconhecidos. So as seguintes:1 Substncia2 Qualidade3 Quantidade4 Relao5 Lugar6 Tempo7 Situao8 Posse9 Ao10 Sofrimento ou passividadeEstas categorias foram os principais fatores usados pelos aristotlicos e outros para qualificar as diversas reas do conhecimento. Devemos mencionar tambm que os cinco predicveis mencionados acima forneceram alguns dos fatores de subdiviso para a moderna classificao biolgica. Aristteles, na 'Metafsica', dividiu o conhecimento humano em trs divises e as subdividiu como segue:Filosofia Terica FsicaMatemticaMetafsicaFilosofia prticaticaEconomiaPolticaFilosofia produtivaPoticaRetricaArte2.1 A rvore de PorfrioAs nove classes apresentadas acima podem se adequar maioria dos assuntos hoje reconhecidos. Seja como for, as categorias de Aristteles floresceram no 'prfiro'*, geralmente consideradas como ponto de partida para o estudo da classificao. A rvore de Porfrio a seguinte:

Voltar

3 A CLASSIFICAO BACONIANAPosteriormente surgiram inmeras classificas escolsticas do conhecimento. Entre elas devemos mencionar as divises identificadas por Roger Bacon em seu 'Opus major' (1214-1294), e por N. Francis Bacon, que, em seu 'Augmentis Scientiarum' sugeriu um esquema de classificao do conhecimento, publicado em 1605 . A classificao Baconiana (1603-1623) foi considerada clara e satisfatria para o estudo do conhecimento humano. Apesar de algumas de suas classes e divises se tornarem imbricadas, este sistema foi considerado um dos mais influentes nas diversas tentativas feitas para classificar o conhecimento. Seria tambm interessante mencionar o diagrama completo da classificao Baconiana.Voltar4 OUTROS ESQUEMAS DE CLASSIFICAO DO CONHECIMENTONota: A Classificao Baconiana foi ampliada por d'Alembert em 1767 e outros. W.T. Harris usou o sistema 'Baconiano invertido' em 1870, o qual influenciou a organizao da Classificao Decimal de Melvil Dewey (1873-1876).4.1 Os Esquemas EscolsticosEntre os filsofos que estabeleceram esquemas para classificar o conhecimento devem ser mencionados os seguintes:(a) Classificao de Locke (1688), de John Locke (1632-1704)(b) Classificao de Comte (1822-1851), de Auguste Comte (1798-1857)(c) Classificao de Coleridge (1826), de Samuel Taylor Coleridge (1772-1834)(d) Classificao de Spencer (1864), de Herbert Spencer (1820-1903)(e) Classificao de Bain (1870), de August Stadler(g) Classificao de Pearson (1892), de Karl Pearson(h) Classificao de Richardson (1901), de E. C. Richardson4.2 Os Esquemas para a CinciaOutras categorias de esquemas de classificao foram desenvolvidas para serem utilizadas em ramos especficos da Cincia. Vejamos a seguir:(a) Classificao Botnica de Lineus, de Carl Linn (1735-1778)(b) Classificao Botnica de Jussieu (1789), de Antoine Jussieu(c) Classificao de Hooker e Bentham (1862-1883)(d) Classificao de Engler (1900) (1892-1897)(e) Classificaes Zoolgicasde Carpenter (1845)de Lydekkar (1897)de Hertwig (1903)de Cuvier (1729-1832)de Owen (1884-1892)Nota: As subdivises importantes se basearam nos 'Cinco Predicveis' de Aristteles.4.3 Outros EsquemasOutros grupos de esquemas de classificao surgiram para aplicao na organizao dos livros. Estes sistemas de classificao podem ser agrupados em duas categorias:(1) Esquemas sem notao, e(2) Esquemas com notao.4.31 Esquemas sem NotaoOs esquemas sem notao so os abaixo relacionados:(a) Classificao de Aldus (1505), de Aldo Manuzzi (1415-1515)(b) Classificao de Gesner (1548), de Conrad Gesner (1516-1605)(c) Classificao de Maunsell (1595), de Andrew Maunsell(d) Classificaoo de Naud (1627), de Gabriel Naud(e) Classificao de Garnier, de Jean Garnier(f) Classificao de Brunet, de J. C. Brunet (1718-1867)(g) Classificao de Horne, de Thomas Hartwell Horne(h) Classificao de Leibnitz (1718)(i) Classificao do Museu Britnico (1836-1838)(j) Classificao de Schleiermacher (1852)(k) Classificao de Merlin (1842), de R. Merlin(l) Classificao de Palermo (1854), de Francisco Palermo(m) Classificao da Royal Society (1857)(n) Classificao de Trubner (1859), de Nicholas Trubner(o) Classificao de Edwards(1859), de Edward Edwards (1812-1826)(p) Classificao de Smith (1882, de C. P. Smith(q) Classificao de Ogle (1895), de J. J. Ogle(r) Classificao de Sonnenschein (1897), de W. S. Sonnenschein(s) Classificao de Quinn-Brown (1894), de John H. Quinn e James Duff Brown4.32 Esquemas com NotaoOs esquemas de classificao com notao foram usados para organizar livros. Os esquemas nesta categoria so os seguintes:(a) Classificao de Harris (1879), de William T. Harris(b) Classificao de Schwartz (1871-1879), de Jacob Schwartz(c) Classificao Decimal de Dewey (1876, de Melvil Dewey (1851-1902)(d) Classificao Expansiva de Cutter (1891-1903), de Charles Ami Cutter(e) Classificao da Faculdade de Sion (?) (188601889), de W. H. Milman(f) Classificao Decimal Expandida de Bruxelas (1905, do Instituto Internacional de Bibliografia(g) Classificao Racional de Perkins (1882), de F. B. Perkins(h) Classificao de Hartwig (1888), de Otto Hartwig(i) Classificao de Fletcher (1889), de W. I. Fletcher(j) Classificao de Bonazzi (1890), de G. Bonazzi(k) Classificao de Rowell (1894), de J. C. Rowells(l) Classificao ajustvel de Brown (1898, de James Duff Brown(m) Classificao Cientfica Internacional (1901), usada no "International Catalogue of Scientific Literature(n) Classificao da Universidade de Princeton (1901), da Universidade de Princeton(o) Classificao da Library of Congress (1902), da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos(p) Classificao Decimal Universal (1902, da FID(q) Classificao de Assuntos (1906, de James Duff BrownDurante a primeira metade do sculo XX um bom nmero de bibliotecas adotou alguns dos sistemas de classificao acima mencionados e outros foram introduzidos com certas modificaes. Alm destes, surgiram poucos mas relevantes sistemas de classificao. So eles:(a) Classificao dos Dois Pontos (1933), de S. R. Ranganathan(b) Classificao Bibliogrfica de Bliss (1935, de H. E. Bliss(c) Classificao Internacional de Rider (1961), de F. Rider4.33 Esquemas EspecializadosSurgiram tambm esquemas especializados de classificao aplicveis a diversos assuntos e adotados por bibliotecas possuidoras de colees especializadas. No h necessidade de listar todos os esquemas especializados, pois tomaria muito espao. No entanto, alguns destes esquemas foram reconhecidos por especialistas nos seus respectivos campos.Voltar5 CLASSIFICAO DO CONHECIMENTO E CLASSIFICAO DE ASSUNTOSDa lista de esquemas mencionados nas Sees 4.3.1 e 4.3.2, os seguintes pontos ficam claros:(1) Os esquemas relacionados classificao do conhecimento pelos lgicos e filsofos podem ser denominados de esquemas de Classificao do Conhecimento; e(2) Os esquemas com ou sem notao projetados por alguns cientistas, por bibliotecrios e bibliotecas de organizaes cientficas podem ser denominados de esquemas de Classificao de Assunto.5.1 Falcia da Classificao de LivrosHouve uma certo engano no pensamento das pessoas envolvidas com a classificao nos estgios anteriores, no sentido de identificar os esquemas produzidos por filsofos como sendo classificao do conhecimento, mas que no se aplicavam organizao dos livros nas prateleiras das bibliotecas; enquanto outros esquemas, concebidos por especialistas da rea de assunto e bibliotecrios, foram denominados classifico de livros. Para evitar este conflito, alguns esquemas aplicveis5.2 Esquemas de Classificao do ConhecimentoDois tipos de esquema de classificao do conhecimento so reconhecidos:(1) Puro - Aplicado - Sequncia - Esquemas Livres(2) Puro - Aplicado - Sequncia - Esquemas5.3 Identificao das DiferenasIsso nos traz lembran que os esquemas de classificao, ainda que no aplicveis a livros de bibliotecas, podem ser chamados de esquemas de classificao do conhecimento. Para sermos mais especficos, eles podem ser chamados de esquemas de classificao de assunto. Cham-los de classificao de livros algo totalmente enganoso. Os livros como tal no so classificados por estes esquemas. o assunto e o pensamento contido num livro ou documento que so classificados. Ento, o termo que pode ser convenientemente utilizado para identificar tais esquemas classificao de assunto.5.4 Por que Classificao de Bibliotecas?A diferena entre classificao do conhecimento e classificao de assunto pode ser perfeitamente demonstrada. Na classificao do conhecimento nenhuma fronteira particular da rea do conhecimento geralmente especificada e reconhecida; ao passo que, na classificao de assunto, as reas especficas do conhecimento so identificadas e reconhecidas. Mas consciente ou inconscientemente a classificao de assunto est sendo chamada de classificao de bibliotecas. Isso se deve a dois motivos:(1) Classificao de assunto o nome de um esquema de classificaoo feito por James Duff Brown. Ento, se o termo classificao de assunto pudesse ser usado, ele significaria o esquema especfico e no vrios esquemas relacionados classificao de assuntos.(2) J que a classificao se aplicava a livros em bibliotecas, foi fcil nomear tal esquema pelo termo classificao de bibliotecas ou classificao de livros, esquecendo-se que ambos os termos foram totalmente enganadores.5.41 Falcia da Classificaoo de Bibliotecas"Library classification" pode significar a categorizao de bibliotecas, como biblioteca pblica, biblioteca escolar, biblioteca universitria, biblioteca especializada etc. Se, em vez de usar o termo "Library-classification" o termo fosse usado especificamente como classificao de bibliotecas, o significado se torna muito claro. Do mesmo modo como o termo "science classification", o termo "library-classification" no indica que seja um esquema para classificao das bibliotecas. O termo "book classification" ainda mais enganador. Os esquemas no classificam um livro como entidade fsica, mas sim o pensamento nele contido que identificado e classificado. Talvez o termo "book classification" tenha sido usado pelo fato do nmero de classificao ou o nmero da classe ter sido dado ao livro como um todo, resultando disso a seqncia dos livros nas estantes. Mas "book-classificaciton" leva em conta o aspecto fsico ou/ e as caractersticas de um livro e no o contedo ou o assunto especfico contido em suas pginas.Um esquema de nmeros para livros um esquema de classificao de livros. Mas um esquema de classificao de assunto ou para assuntos "no" um esquema de classificao de livros.5.5 Principais Esquemas de Classificao UniversaisDos principais esquemas de classificao usados, os seguintes so considerados universalmente aplicveis classificao dos assuntos:1 Classificao Decimal Dewey, de Melvil Dewey, 18762 Classificao Expansiva, de C. A. Cutter 18913 Classificao da Biblioteca do Congresso, da Library of Congress, 19024 Classificao Decimal Universal, da F I D 19055 Classificao de Assuntos, de J. D. Brown 19066 Classificao dos Dois Pontos, de S. R. Ranganathan 19337 Classificao Bibliogrfica, de H. E. Bliss 19358 Classificao Internacional de F. Rider 1961Voltar6 BASE TERICA DOS ESQUEMASMuito tem sido escrito sobre as caractersticas de cada um destes esquemas, mas algumas dificuldades encontradas na organizao de um esquema de classificao no foram bem compreendidas. Henry E. Bliss foi capaz de propor uma teoria de classificao 'antes' de organizar seu esquema - a 'Classificao Bibliogrfica'. O primeiro esboo impresso de seu esquema foi publicado em 1910 e ele trabalhou durante 25 anos para organizar o esquema baseado nos princpios por ele enunciados em seus dois monumentais trabalhos[2].Mesmo que outros esquemas tenham sido concebidos, seus autores ou criadores no divulgaram antes qualquer teoria sobre eles. Vejamos isto mais claramente na anlise dos esquemas existentes.6.1 Classificao DecimalMelvil Dewey planejou a 'Classificao Decimal' sem, em nenhum momento, ter exposto os fundamentos do esboo do esquema e a lgica por trs das divises dos principais assuntos, suas subdivises, seeses, subsee;es, etc. Ele se utilizou de uma notao - nmeros arbicos, cuja base constituda por 9 dgitos.Baseou seu esquema nestas 9 classes, fazendo 9 outras divises na categoria. Assim, houve pouca tentativa de fornecer um esquema para a organizao de assuntos baseada no consenso cientfico que prevalecia naquele tempo. Como um classificador de correspondncia no correio, ele conseguiu 9 escaninhos nos quais passou a encaixar os assuntos. Infelizmente Dewey no escreveu qualquer teoria, com exceo da Introduo que deu 'Classificao Decimal' e isso mesmo depois de ter parado sua carreira ativa como bibliotecrio ou professor de Biblioteconomia. Aps ter perdido seu emprego e vivido por 25 anos at sua morte, em dezembro de 1931, ele no fez qualquer tentativa de escrever a teoria ou os fundamentos da seqncia estabelecida no esquema de classificao ou das tabelas de seu esquema, alm do que havia exposto em sua 'Introduo'. Apenas nesta descreveu o esquema proposto.6.2 Classificao ExpansivaC.A. Cutter se interessou inicialmente pela catalogao e elaborou seu cdigo de catalogao em 1876[3]. Ele foi um cr;tico severo da 'Classificao Decimal' e considerou um desafio conceber seu prprio esquema de classificao, que ficou pronto entre 1891-1893. Ele introduziu tambm uma nova caracterstica chamada 'Lista de Lugar' mas nunca declarou qualquer teoria ou base terica ou lgica subjacente s seqncias de classes e dos isolados nas vrias partes de seu esquema de classificao.6.3 Classificao da Library of CongressDeve-se a Herbert Putnam a deciso de criar um esquema distinto para as grandes colees da Library of Congress. Inicialmente, ele desejava adotar a disposio da 'Classificao Decimal' modificando-a posteriormente como fosse possvel. Mas Dewey no concordou com a idia de modificao e ento a Library of Congress, consultando Cutter, adotou a disposio da 'Classificao Expansiva' com pequenas modificaes. A estrutura da 'LC' e suas classes foram baseadas no trabalho de comisses criadas para cada uma das principais reas do conhecimento. O esquema portanto perdeu a integrao da notao e dos conceitos. Parecia mais ou menos como uma lista prpria para a coleo da Library of Congress. Nem a teoria nem qualquer outro aspecto da notao decimal introduzida por Dewey e Cutter foi incorporada na construo do esquema. Nem mesmo um ndice cumulativo ou consolidado das classes ficou disponvel e somente h pouco se pensou nisso.6.4 Classificao de AssuntoJames Duff Brown defendia certos princpios de classificao mas no defendeu qualquer teoria para seu esquema de claissificao. Ele achava que as principais divises do esquema de classificao so suscetveis de muitas mudanas, mas o assunto especfico no deve mudar. Foi com este objetivo que ele defendeu que todos os trabalhos relativos a um assunto simples deviam permanecer juntos e justapostos a outros livros ou tpicos a eles relacionados[4]. Este novo mtodo de unio de todos os aspectos de um assunto em um lugar possibilitou a negao do mtodo da classificao feita por especialistas. Esta talvez a razo pela qual a 'Classificaoo de Assuntos' tenha desaparecido como classificao prtica, mesmo em bibliotecas onde foi introduzida pelo prprio Brown. No houve qualquer interesse em escrever uma teoria da classificao que fornecesse a base de qualquer mtodo escolhido por Brown para seu esquema. A presena do Esquema de Categorias foi, no entanto, um novo esquema do que hoje chamamos isolados comuns.6.5 Classificao Decimal UniversalPaul Otlet e Henry La Fontaine estavam ansiosos por adotar uma esquema de classificao para a bibliografia universal que decidiram publicar depois de fundar o Instituto Internacional de Bibliografia (IIB) em 1895. A expanso da 'CDD' era a nica possibilidade colocada anteriormente. Afirmam que Melvil Dewey, tendo sabido da expanso de seu esquema sem seu conhecimento, no aprovou tal expanso de incio e no autorizou o IIB a fazer isso. Ele pensava que qualquer expanso iria minimizar a utilidade bsica do esquema original e justificar as crticas feitas a ela. Mas, havendo adotado mais tarde o esboo e a estrutura bsica do esquema, os dois belgas tornaram-se os sucessores tanto dos bons quanto dos maus pontos da 'CDD'. A ausncia de qualquer princpio bsico para um esboo do esquema e a seqncia de classes fizeram com que a 'CDU' sofresse dessas limitaes. Apesar do detalhamento do esquema e do uso de notao mista com bom nmero de dgitos indicadores, e inmeros esquemas auxiliares, o esquema carece de uma teoria bsica proposta por seus criadores originais.6.6 Classificao dos Dois PontosDr. Ranganathan concebeu o esboo da 'Classificao dos Dois Pontos' e adotou o esquema para a coleo da Biblioteca da Universidade de Madras antes de estabelecer qualquer teoria subjacente ao esquema. surpreendente que ele tenha concebido um novo mtodo para a organizao do esquema de classificao - mtodo facetado - sem mencionar tudo o que veio a especificar em sua teoria mais tarde, depois da publicao do esquema. Ele escreveu os 'Prolegomena to Library Classification' em 1937[5]depois da 'Classificao dos Dois Pontos' ter sido criada e publicada em 1933. Os 'Prolegomena' serviram de base para dois trabalhos fundamentais de H. E. Bliss, autorizados pelo prprio Ranganathan.A teoria bsica, as tcnicas de notao, as regras, os princpios, os postulados etc. foram propostos e ampliados subsequentemente[6].Ele analisou seu esquema de classificao para ilustrar a teoria que defendia e tambm fez da 'Classificao dos Dois Pontos' uma aproximao das volumosas teorias que enunciou e defendeu atravss de toda sua vida. paradoxal que um grande terico em classificao tivesse concebido um esquema de classificao antes de enunciar sua teoria e mais tarde adaptasse o esquema sua teoria ou fizesse do esquema uma aproximao de sua teoria.6.7 Classificao BibliogficaH. E. Bliss foi o nico classificacionista que enunciou uma teoria para o esquema de classificao criado mais tarde por ele. claro que ele traou o esboo em 1910, o que o levou a um estudo de 25 anos e ao exame de vrios esquemas com suas avaliaes crticas, como observou em seus dois trabalhos (ver item anterior) e tambm em inmeros princpios que defendeu antes de ter concebido e publicado seu esquema de classificao em 1935. No existe outro exemplo em toda a histria da Classificao para bibliotecas onde um pesquisador tenha levado 25 anos para o estudo da classificao, apresentado sua teoria e defendido seus prprios princpios para ento conceber o esquema como uma aproximao teoria por ele anunciada. Bliss foi o primeiro classificacionista capaz de dizer que um esquema de classificao representava a 'organizao do conhecimento' e, por isso, ter o respeito dos cientistas e especialistas no ramo.6.8 Classificao Internacional de RiderRider teve a oportunidade de estudar as vrias teorias e sua aplicao aos vrios esquemas antes dele, mas preferiu ignorar o que havia acontecido at ento e retornou aos tempos de Dewey, quando no havia qualquer teoria especfica sobre a concepo de um esquema de classificao. Parece estranho que Rider tenha gasto 30 anos na concepo de seu esquema e no tenha feito nada para aprender algo das exposies tericas feitas antes dele. Seu esquema uma aproximao da moderna teoria da classificao.Voltar7 O PRIMEIRO MARCO DE REFERNCIA E SUAS IMPLICAESMelvil Dewey introduziu a notao decimal em seu esquema de classificao. Introduziu pela primeira vez na classificao a notao de valor ordinal. A partir deste mtodo fornecia um nmero integral expresso na escala de 10. Isso possibilitava uma base hierrquica na notao. Dewey, no entanto, no inseriu o ponto decimal no incio de cada nmero decimal. Ele usou um ponto depois dos trs primeiros dgitos como um dgito no significativo para fazer com que o nmero fosse capaz de ser lido com apenas uma olhadela.A introduo da notao da frao decimal foi o primeiro passo significativo na classificao de assuntos. Isto tambm diferenciou esta classificao da classificao escolstica dos lgicos e filsofos. Estes esquemas no serviam para a subdiviso de qualquer assunto, num grau sempre crescente de detalhes, nem mesmo para ajudar no arranjo dos isolados formados, possibilitando manter o arranjo consistente. O sistema de nmeros ordinais, que representado por nmeros de classes, foi concebido mediante a introduo da notao de frao decimal.A utilidade da notao de frao decimal foi reconhecida por criadores de esquemas de classificao que vieram depois de Melvil Dewey. Todos eles, menos os criadores da 'LC' e 'CIR', adotaram a notao de frao decimal para fornecer hospitalidade na cadeia em seus esquemas. O uso da notao pura foi vencido pelo uso da notao mista por inmeros inventores. Todos estes criadores forneceram grande hospitalidade atravs do uso da notao mista com seus valores ordinais. Os esquemas de classificao concebidos pelos filsofos eram em sua grande maioria baseados em suas idias, especulaes e intuio. No havia, alm disso, nenhuma necessidade de anunciar qualquer teoria por trs dos arranjos feitos para as vriasreas do universo do conhecimento.Voltar8 O UNIVERSO DE ASSUNTOS E SUAS PECULIARIDADESA classificao de assuntos ou o que chamamos de 'subject classification' significava a classificao de assuntos especficos de vrias dimenses. Para fazer js s exigncias de caractersticas do universo de assuntos era necessrio desenvolver uma teoria de classificao de assuntos. O surgimento do conceito de Isolado Comum e dos esquemas auxiliares foram os novos desenvolvimentos na criao de um esquema de classificao. A criao bsica de um esquema de classificao ficava ao sabor do criador. O crescimento exponencial de assuntos e a taxa de proliferao do universo de assuntos criou um grande problema. O trabalho de construo de esquemas tinha limitaes e sentiu-se necessidade de desenvolver uma teoria regular de classificao aplicada criao de um esquema de classificao. Dr. S. R. Ranganathan foi o primeiro a perceber a necessidade de uma teoria dinmica de classificao. Ele descobriu que o universo dos assuntos tinha suas prprias particularidades que ele assim estabeleceu:(i) O Universo de Assuntos era dinmico;(ii) Era infinito;(iii) Era multidimensional;(iv) Era multidirecional;(v) Era sempre turbulento; e(vi) Era um continuum.Dr. Ranganathan, alm disso, imaginou que o universo de assuntos, que tinha particularidades (ver o mencionado acima) e que estava se tornando rapidamente dinmico, carecia de uma teoria dinmica da classificao.8.1 O Mtodo Esttico evidente que antes de Ranganathan os criadores de classificao imaginavam um esquema esttico de classificao para fazer face s exigncias do universo de assuntos dinmico, multidimensional, sempre turbulento. Ento, naturalmente, os esquemas de classificao deixaram de satisfazer as exigncias do universo de assuntos do momento presente e do futuro. As tentativas na teoria de classificao, conforme contidas na classificao, tanto tericas como prticas, e a organizao do conhecimento em bibliotecas foram muito estticas e descritivas e havia pouca evidncia dos elementos dinmicos nelas contidos.8.2 O Advento da Teoria DinmicaOs 'Prolegomena to Library Classification' surgiram em 1937. Com isso, a teoria esttica descrita at ento chegou ao fim e uma nova teoria dinmica surgiu, com certas limitaes. A segunda edio dos 'Prolegomena' continuou o processo da teoria dinmica, que ficou totalmente pronta na terceira edio, em 1967. Os princpios normativos formulados nesta teoria esto contidos no seguinte:(1) Leis gerais do processo bsico de pensar;(2) Cinco leis da Biblioteconomia, formando a base para o desenvolvimento da Biblioteconomia, incluindo a classificao;(3) Postulados, princpios e regras para fornecer diretrizes no trabalho de classificao;(4) Regras a serem usadas como cririo na concepo de uma esquema para classificao no plano verbal; e(5) Regras para conceber diretrizes no trabalho de classificao no plano da notao.Voltar91 O Trabalho nos Trs PlanosAntes dos princpios normativos serem aplicados, o trabalho de classificao foi demarcado em trs planos a saber:1 Plano das idias2 Plano verbal3 Plano notacional91.1 Anlise ConceitualO trabalho no plano das idias considerado superior. Ele provm do trabalho da mente, que o lugar onde se originam as idias. O criador de idias precisa de auto-comunicao no interior da mente a fim de criar mais idias. O trabalho no plano das idias pode ser tomado como anlise do conceito. Uma idia um conceito que ao tomar forma concreta pode levar a alguma informao. A anlise conceitual uma tarefa difcil que tem que ser esgotada na concepo do esquema de classificao. Um conceito pode ser um isolado, um quase isolado ou um assunto e a identificao de conceitos, sua posio no universo de assuntos, seu arranjo sistemtico entre outros conceitos, etc., que faz do trabalho uma tarefa rdua.91.2 A Terminologia nos EsquemasA linguagem uma mediadora para a comunicao de idias ou conceitos. Naturalmente, o trabalho no plano verbal tem que levar em considerao a terminologia usada na expresso do conceito particular e na interpretao daqueles conceitos ao comunicar o correto significado e a relao no contexto com outros conceitos. Estes tm que ser livres de homonmia e sinonmia, particularmente numa linguagem classificatria, que no uma linguagem natural.91.3 Plano NotacionalO trabalho no plano notacional tem certas restries. Ele tem que funcionar de acordo com o que est convencionado pelo que foi trabalhado no plano das idias. A relao entre o plano notacional e o plano das idias a do senhor e o criado. Mas, assim como um criado tem que seguir todas as extravagncias e fantasias de seu senhor, tambm o plano notacional tem que desenvolver sua capacidade e versatilidade com o objetivo de complementar totalmente as descobertas no plano das idias.91.31 Reduo das RestriesA restrio no plano notacional era evidente quando Melvil Dewey escolheu somente 9 dgitos para representar a classe na sua esquema. A mesma limitao continuou com a 'CDU', embora esta tenha tentado desenvolver-se em sua limitao atravs da adoo da notao mista e inmeras divises analticas dos esquemas auxiliares. Mas o trabalho no plano notacional foi sem dvida alguma melhorado com a publicao da 'CC', em 1933, em uma estrutura facetada, e uma teoria dinmica suplementada por vrias tcnicas e divulgada desde 1950.91.32 rea Menos AssistidaA 'Classificao dos Dois Pontos' tenciona implementar as descobertas da teoria dinmica da classifica'o para vencer as limitaes notacionais e levar a cabo as exigncias de trabalho no plano das idias. O trabalho nos trs planos tem que ser separado. Tal separao facilita a explorao de cada esfera de trabalho. Observou-se que, enquanto o trabalho no plano das idias e no plano notacional necessitava de constante ateno, reviso, modificao e desenvolvimento, o trabalho no plano verbal tinha permanecido mais ou menos constante.91.4 Anlise da ObraUma anlise da obra nos trs planos traz tona os seguintes pontos:(1) A anlise do conceito tem que ser feita em assoco com especialistas em lingstica e especialistas no assunto. No pode ser feito por um especialista em classificao ou pelo prprio criador do esquema. Isso significa que mais e mais pessoas de outras disciplinas devem estar associadas com o trabalho de classificao, particularmente na anlise dos conceitos - sua interpretao, sua seqncia, sua interrelao e elucidao.(2) Postulados, princpios e regras devem ser aplicveis rigorosamente aos trs planos de trabalho e s reas especificadas onde um trabalho posterior precise utilizar os princpios e cnones.(3) H necessidade de se demarcar outro plano de trabalho entre o plano verbal e o notacional. Uma vez desenvolvidos e expressos os conceitos, eles precisam ser estabelecidos numa seqncia requerida pelo plano das idias antes de adotar a notao. Este plano se engajar no arranjo, rearranjo, adoo ou mudana de seqncia dos isolados ou conceitos, conforme estabelecido no plano verbal, mas antes que as tcnicas notacionais sejam aplicadas. Isto pode ser interpretado de uma outra maneira. Antes do aparato notacional ser dado a um conceito ou a uma rie de conceitos, necessrio algum trabalho para tornar a seqncia de conceitos ou a aplicao de conceitos compavel com a tcnica notacional dispovel para a classificao. Alguns podem no concordar com a observao, mas claro que o trabalho no plano notacional tem que ser o de levar em conta a idia de preparao do conceito para o emprego da notao e a operao da notao aos conceitos.91.5 Reviso dos Termos IsoladosOs esquemas de classificao foram concebidos com a terminologia em uso naquele tempo. No curso dos anos alguns termos se tornaram obsoletos e perderam sua aceitao e alguns novos termos vieram a entrar no campo para representar os antigos conceitos. Ento a substituio de termos antigos e a omisso de termos obsoletos e a introduo de novos termos tm que ser feitas atravs de constante reviso dos termos isolados em cada uma das tabelas de um esquema de classifica'voo. Este trabalho foi levado adiante pelo Departamento de Biblioteconomia da Universidade Hindu de Benares por um aluno de mestrado em Biblioteconomia, que preparou um quadro comparativo dos termos usados em Cincias Biolgicas em trs esquemas de classificao - CDD, CC e CDU - e tambm no tesauro em cada um dos assuntos[7]. O resultado foi que todos os esquemas tiveram menos termos correntes e tiveram tambm inmeros termos obsoletos. Tal trabalho tem que ser feito em outras disciplinas se quisermos que nossos esquemas de classificao representem os conceitos corretamente e com uma terminologia atualizada e modelar.92 Identificao dos Nmeros Homnimos e SinnimosExiste uma grande quantidade de nmeros homnimos e sinnimos particularmente na 'CDD' e na 'CDU'. Em 1946, quando eu era aluno do Departamento de Biblioteconomia na Universidade Hindu de Benares iniciei o trabalho de identificao de nmeros homnimos e sinnimos na 'Classificao Decimal'. O resultado, um esforo grandioso, foi publicado em 1946[8].Este trabalho no foi continuado posteriormente. Alguns passos devem ser dados para se descobrir os nmeros sinnimos e homnimos de forma que se estabelea a unicidade dos nmeros de classes e o esquema de classificao fique livre de nmeros homnimos e de nmeros sinnimos.93 Histria de um Esquema ModeloNeste artigo no pretendo me deter em outras idias, sugerindo observaes para seu aperfeioamento, mas amplamente aceito na India que as pessoas se engajem na avaliao e no desenvolvimento da teoria existente e na tcnica notacional desenvolvida pelas contribuies do Dr. Ranganathan. Mesmo reconhecendo que a 'Classifico dos Dois Pontos' uma esquema prtico muito superior a outros esquemas de classificao, ela talvez no seja adotada por grande nmero de bibliotecas fora da India, mas adotada por um grande nmero de bibliotecas no sul da India e praticamente nas mais importantes bibliotecas do norte da India. A teoria por trs da 'CC' viver e est sendo estudada em quase todas as escolas de Biblioteconomia e de Cincia da Informao. O estudo da teoria da classificao atravs do "CCC' (Comit Central de Classificao da FID) torna-se um guia para a classificao prtica, mesmo trabalhando com outros esquemas. Aqueles que tiverem como experincia o trabalho com a 'CDD', a 'CDU' e a 'CC', iro concordar comigo que, ao trabalhar com esses esquemas, particularmente atribuindo nmeros aos documentos, o mtodo 'CC', baseado nos seus fundamentos tericos, sempre til.Ao escolher a primeira fase, a segunda, a terceira, etc., de um nmero de classe que represente um assunto cientfico, o mtodo da teoria bsica da 'CC' proveitoso. A impossibilidade da 'CDU' fornecer nmeros nicos, pelo fato de poder construir nmeros alternativos, encontra na Anlise de Faceta e nos princpios de seqncia de facetas a base para produzir nmeros de classe teis para atender as necessidades da maioria dos usurios.94 Anlise do ConceitoCreio que o termo 'Classificao para Bibliotecas' deveria ser substituido por Classificao de Conceitos pois a classificao de assunto cria homonmia. J a Dra. I. Dahlberg trabalhou na anlise conceitual endossando a teoria bsica da classifico como foi realizada pelo Dr. Ranganathan. Ela de opini que a estrutura do sistema deveria ser baseada na categoria de descritores de objetos e campos de aspectos, o que um esclarecimento avanado para a categoria fundamental e para os conceitos de relao de fase usados na Classificao dos Dois Pontos.95 CDU ReestruturadaEstou convencido, tambm, que o futuro do sistema de classifico universal se baseia na adoo de uma teoria dinmica da classificao, como a desenvolvida por Ranganathan. Embora a CDU seja um esquema internacional de classificao e seja adotada em muitas bibliotecas especializadas, bem como na rea de informao, o esquema com suas limitaes incapaz de ir ao encontro das necessidades das dinmicas caractesticas do universo de assuntos. Enquanto a estrutura da CDU no puder ser modificada, uma estrutura modificada na forma de BSO (Broad System of Ordering) j foi criada[9]. A CDU pode ter grande utilidade e longevidade com mais flexibilidade e hospitalidade se adotar alguns dos conceitos e princpios tericos bsicos, incluindo as tcnicas notacionais na reestruturao de suas classes. Esta uma nova linha de estudo que deve ser considerada pela FID e seus comit - FID/CCC e FID/CR.95.1 Concepo do ASCOMEnquanto estive no encontro do Centro Regional da UNESCO para o Hemisfrio Ocidental assumi a tarefa de criar um esquema analtico-sint'rtico de classificao de Medicina dentro da organizao da CDU, que estava sendo adotado no Centro Nacional de Informao em Cincias Mdicas em Havana, Cuba. Dois mdicos e dois bibliorios trabalharam comigo e ns criamos um novo esquema de Medicina chamado ASCOM (Analytico-Synthetic Classification of Medicine) dentro da estrutura da CDU[10]. O esquema foi apresentado posteriormente no Congresso Mundial de Medicina realizado em Bruxelas e foi colocado, ainda, em computador. Tais estudos em outras reas ajudariam tremendamente no desenvolvimento das potencialidades existentes e na versatilidade dos esquemas da CDU.96 Aplicao da Teoria de Ranganathan CDUUm aluno do Mestrado em Biblioteconomia do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Hindu de Benares desenvolveu o trabalho 'Aplicao da Teoria de Ranganathan CDU'. Este trabalh me convenceu que resultados muito melhores podem ser obtidos pela aplicao da teoria proposta por Ranganathan e reconhecida por todo mundo, se pudesse ser incluida no esboo do quadro da CDU. Em 1962, Donker Duyvis, Secretrio Geral da FID, ao homenagear Ranganathan expressou seu desejo de que poderia haver a combinao dos dois sistemas de classificao bibliogr -CDU e CC - e que se houvesse algum que tivesse interesse em tal trabalho, este seria o 'Sbio Amigo do Oriente'. Deixem-me colocar aqui o que ele realmente disse:'Sei que a tarefa de reunir as duas classificaes multidimensionais e dinmicas mais do que sobre-humana e devo me confessar incapaz de cumpr-la mesmo parcialmente. Mas, se descobrirmos algum em quem possamos confiar, ele far uma sria tentativa de unific-las. Acho que esta pessoa & o nosso sbio amigo vindo do Oriente.'[11]Donker Duyvis tinha confiaa de que o 'bio homem' - Dr. Ranganathan - poderia combinar os princpios da Classificao dos Dois Pontos com a utilidade da CDU e o esquema combinado que ele pudesse projetar seria uma grande contribuio para o estudo da classificao e de sua aplicao ao trabalho de informao, por muitos anos vindouros.* O autor faz um trocadilho com o nome de Porfrio [N. do T.]Referncias[1]BROWN, J. D. Library classification and cataloging, 1916, p. 1.[2]BLISS, H. E. Organisation of knowledge in libraries and subject approach to books. 1. Ed. 1933, 2. Ed. 1939.[3]CUTTER, C. A. Rules for a dictionary catalogue.[4]BROWN, J. D. Subject classification - Introduction.[5]RANGANATHAN, S. R. Prolegomena to library classification. Ed. 1. 1937; Ed. 2. 1957; Ed. 3. 1964.[6]Ibid. p. 13.[7]VARSHNEY, S. Canon of currency and schedules of classification schemes. (M. Lib. Sc. Dissertation)[8]KAULA, P. N. Homonymous and synonymous decimal numbers (ILA Bulletin, vol. 4, 1946, p. 32-35).[9]COATES, Eric; LLOYD, G.; SIMANDL, Dusan . Broad system of ordering manual. 1979.[10]DORF RUDICH, Solomon; BRAVO, j. Raman; KAULA, P. N. ASCOM - Analyutico-synthetic classification of Medicine (Herald of Library Science, vol. 12, 1973, p. 299-312)[11]DUYVIS, Donker Jubilee of the creator of the Colon Classification (In: Library Science Today, ed. by P. N. Kaula, p. 34)(Do orignal em ingls: Rethinking on the concepts in the study of classification, publicado em Herald of Library Science, vol. 23, n. 2, Jan./Apr. 1984, p. 30-44)(Direitos de trado e divulgao cedidos pelos editores de Herald of Library Science)