repensando a amepe vence...

12
Leia mais: Entrevista O desembargador Milton Ne- ves e o Frei Aluísio Fragoso, ho- menageados na festa de fim de ano dos magistrados pernam- bucanos, realizada no dia 17 de dezembro, no Fórum Rodolfo Aureliano, são os entrevistados desta edição do JUDICATURA. Confira. Pág. 07 e 09 Confraternização: Festa de fim de ano reúne magistrados e familiares SOS Cidadania Juiz Valdelício Francisco da Silva, da Comarca de São Vi- cente Ferrer, município da Zona da Mata de Pernambu- co, funda ONG SOS Cidada- nia. O objetivo da entidade é trabalhar no resgate da ci- dadania de crianças e jovens carentes da cidade. Pág. 10 Interagindo: AMEPE lança cadernos do projeto “Interagindo com a Sociedade” Talentos: Juiz Odilon de Oliveira Neto dedica tempo livre à prática de esportes A Chapa Repensando a AMEPE foi reeleita para comandar a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco no biênio 2006/2007. O resultado foi divulgado no mesmo dia da eleição, 5 de dezembro de 2005. O juiz Mozart Valadares Pires, atual presidente da Associação, foi eleito por 299 votos, contra 227 do candidato da oposição, desembargador Bartolomeu Bueno. Mozart Valadares venceu em todas as sessões eleitorais – a diferença foi de 72 votos. O JUDICATURA traz para o leitor todos os detalhes da eleição e os compromissos da chapa reeleita. Repensando a AMEPE vence eleições Prestação de contas Em fevereiro, a Caixa de As- sistência dos Magistrados de Pernambuco (CAMPE) vai pu- blicar uma edição especial com a prestação de contas das ações realizadas pela CAMPE no biênio 2004/2005. O obje- tivo é deixar o associado bem informado. Pág. 12

Upload: others

Post on 03-Sep-2019

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Leia mais:

Entrevista

O desembargador Milton Ne-ves e o Frei Aluísio Fragoso, ho-menageados na festa de fim de ano dos magistrados pernam-bucanos, realizada no dia 17 de dezembro, no Fórum Rodolfo Aureliano, são os entrevistados desta edição do JUDICATURA. Confira. Pág. 07 e 09

Confraternização: Festa de fim de ano reúne magistrados e familiares

SOS Cidadania

Juiz Valdelício Francisco da Silva, da Comarca de São Vi-cente Ferrer, município da Zona da Mata de Pernambu-co, funda ONG SOS Cidada-nia. O objetivo da entidade é trabalhar no resgate da ci-dadania de crianças e jovens carentes da cidade. Pág. 10

Interagindo: AMEPE lança cadernos do projeto “Interagindo com a Sociedade”

Talentos: Juiz Odilon de Oliveira Neto dedica tempo livre à prática de esportes

A Chapa Repensando a AMEPE foi reeleita para comandar a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco no biênio 2006/2007. O resultado foi divulgado no mesmo dia da eleição, 5 de dezembro de 2005. O juiz Mozart Valadares Pires, atual presidente da Associação, foi eleito por 299 votos, contra 227 do candidato da oposição, desembargador Bartolomeu Bueno. Mozart Valadares venceu em todas as sessões eleitorais – a diferença foi de 72 votos. O JUDICATURA traz para o leitor todos os detalhes da eleição e os compromissos da chapa reeleita.

Repensando a AMEPEvence eleições

Prestação de contas

Em fevereiro, a Caixa de As-sistência dos Magistrados de Pernambuco (CAMPE) vai pu-blicar uma edição especial com a prestação de contas das ações realizadas pela CAMPE no biênio 2004/2005. O obje-tivo é deixar o associado bem informado. Pág. 12

Presidente:Dr. Airton Mozart Valadares Vieira Pires

1º Vice-Presidente:Dr. Laiete Jatobá Neto2º Vice-Presidente

Dr. Brasílio Antônio GuerraSecretária Geral

Dra. Nicole de Faria NevesSecretário Geral-Adjunto

Dr. Fernando Menezes SilvaDiretor de Finanças e Patrimônio

Dr. Edvaldo José PalmeiraDiretor de Finanças e Patrimônio-Adjunto

Dr. Marcos Franco Bacelar

CONSELHO FISCAL

Dr. Antônio Medeiros de SouzaDr. Evanildo Coelho de A. FilhoDra. Ildete Veríssimo de LimaDr. José Valdmir de O. Chaves

Dr. Cícero Bittencourt de Magalhães

Diretoria Cultural:Dr. Carlos Magno Cysneiros SampaioDr. Nivaldo Mulatinho de M. C. Filho

Diretoria Esportiva:Dr. Arnóbio Amorim A. Júnior

Dr. Luiz Gustavo M. AraújoDiretoria Jurídica:

Dr. Paulo Henrique Martins MachadoDiretoria de Informática:

Dr. Rafael José de MenezesDiretoria Social:

Dr. Clicério Bezerra e SilvaDra. Maria das Graças Serafim Costa

Diretoria CAMPE:Dr. Eudes dos Prazeres FrançaDr. Virgínio M. Carneiro Leão

Dr. Fábio Eugênio Dantas de O. Lima

Judicatura é uma publicação da Associação dos Magistrados de Pernambuco - AMEPE

Rua do Imperador D. Pedro II, 207 - Santo AntônioE-mail: [email protected] - Fone: (81) 3224-3251

Jornalistas Responsáveis:Giovana Mesquita DRT/PE – 2138 / Guida Vanderlei DRT/PE – 2914 / Mariana Dantas DRT/PE - 3614

Projeto Gráfico e Diagramação: Sebastião CorrêaImpressão: CCS GráficaTiragem: 1000 exemplares

Os artigos assinados refletem, exclusivamente, a opinião dos seus autores.

O resultado do último pleito para a Diretoria da Associação dos Magistra-dos do Estado de Pernambuco - AMEPE bem demonstrou a forma de condução da Entidade de Classe almejada pelos magistrados pernambucanos. A defesa intransigente dos preceitos constitucio-nais e das prerrogativas dos juízes de primeiro grau, bem como a gestão de re-cursos humanos e materiais voltada para o atendimento aos associados foram o principal móvel da recondução da dire-toria eleita para o biênio 2006/2007.

Como não poderia deixar de acon-tecer, não prosperou o fictício discurso oposicionista do combate ao secta-rismo ou à divisão entre as magistra-turas de primeiro e segundo graus, alardeando-se uma pretendida inte-gração repudiada pelos que fazem o REPENSANDO A AMEPE, segundo a infundada fala da oposição. Medidas de proteção aos magistrados que já haviam sido sugeridas pela Diretoria da AME-PE, no início do ano de 2004 e distri-buídas para todos os membros do TJPE, sem que até hoje tenham sido apreciadas – nossa intenção -, fizeram parte do pro-grama da chapa adversária, apoiada por ampla maioria dos membros do Tribu-nal, que não se pronunciou sobre aque-las matérias – faltando o gesto.

Resolvido o processo de sucessão na AMEPE, reuniu-se o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, no último dia 19 de dezembro, para escolha dos desembar-gadores substitutos, dentre outras matérias administrativas, sendo voz corrente que seriam – de forma impessoal e coerente – escolhidos preferencialmente os magis-trados integrantes da primeira quinta parte da lista de antiguidade da terceira entrância – uma bela intenção. O gesto de respeito ao princípio da antiguidade, de fato, consistiu na escolha dos magistrados que ocupam as seguintes posições na primeira quinta parte da lista: 1 - 2 - 4 - 5 -7 - 8 -16 - 18 - 20 - 21 - 22 - 23 - 26 - 27 - 30.

Integração da magistratura:a intenção, o gesto e os números

A leitura fria dos números demons-tra que menos da metade dos escolhidos atendia àquele critério, sendo alijados da lista anterior membros da Diretoria da AMEPE, simpatizantes declarados ou mesmo suspeitos do exercício do voto com independência, ao mesmo tempo em que coincidentemente foram con-templados simpatizantes da candidatura oficial - ocupantes de posições extrema-mente distantes da primeira quinta parte da lista.

Comprova-se então que há enorme distância entre intenção escrita e gesto efetivo por parte da maioria dos que fa-zem a cúpula do Judiciário pernambuca-

no, quando se pre-ga a integração, pois necessário se faz esclarecer que critérios motiva-ram a escolha dos desembargadores substitutos ou ali-jamento dos que já integravam a lista

ou – mais grave – a primeira quinta par-te da lista.

Patenteia-se com tal atitude um re-provável cenário de punição branca aos que ousaram dissentir da orienta-ção oficial e votar com independência, de acordo com a própria consciência, ressuscitando-se velhas e condenáveis práticas do voto de cabresto, inaceitável no Estado Democrático de Direito, inad-missível perante Colégio Eleitoral tão qualificado.

Resta claro que os que fazem o RE-PENSANDO estão no caminho certo e que há um longo caminho a ser trilhado pelo Judiciário pernambucano até que os mais elementares preceitos do Direto Constitucional e do Administrativo se-jam observados e, mais do que isso, que se faz necessária uma Entidade de Clas-se cada vez mais independente do nosso Tribunal, que tenha coragem político-intitucional de insurgir-se, denunciar e combater, no campo político e jurisdi-cional, abusos que somente vulneram o Poder Judiciário, principalmente quando atentam contra os que o fazem.

A Diretoria

Menos da metade dos desembargadores

escolhidos atende ao critério de antiguidade

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006

Editorial

D urante almoço de confraternização, realizado no último dia 12 de dezembro, no restaurante Boi Preto (Pina), os funcionários e a Diretoria da AMEPE comemoraram juntos os bons resultados obtidos durante o ano. Como

agradecimento pelo empenho dos funcionários, o presidente da Associação, Mozart Valadares, resolveu homenagear a todos através da ex-funcionária Emília Maranhão. “Em nome da Di-retoria, agradeço a contribuição de todos com a nossa gestão. Também reafirmo que as portas da AMEPE continuam abertas para Emília”, disse Mozart. A funcionária, que trabalhou duran-te quatro anos na Associação, atualmente presta os serviços para a Juriscoope.

Além da homenagem, a AMEPE também presenteou a equi-pe com cestas de Natal e realizou sorteios. O funcionário João Marcos Pessoa Bandeira, da sede náutica de Pontas de Pedra, foi sorteado e levou para casa um DVD. Já Nizelândia Maria dos Santos, da sede social de Candeias, ganhou um televisor.

D escontração e alegria mar-caram a confraternização de Natal da magistratura pernambucana, realizada no último dia 17 de dezem-

bro, no salão do 5º andar do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, Joana Bezerra. A festa contou com a presença de magistrados, seus fami-liares e convidados especiais, entre eles o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Milton José Neves, e o pároco da comunidade do Coque, Frei Aluísio Fragoso. Durante o evento, eles receberam da Diretoria da AMEPE a medalha Paula Baptista. A honraria foi concedida em reconhe-cimento pelos serviços prestados à

AMEPE homenageia personalidades em festa de Natal

sociedade, em suas respectivas áreas de atuação.

Em uma breve solenidade, realiza-da no início da festa, o magistrado Luis Gustavo Mendonça Araújo, da 6ª Vara de Família, em nome da Associação, entregou a medalha Paula Baptista ao desembargador. “É com muita alegria que homenageamos o desembargador Milton Neves. Estou feliz em ter sido escolhido para representar a AMEPE neste feito. Admiro o trabalho e as ações do desembargador, que foi um dos res-ponsáveis pela instalação da 4ª Vara de Família da Capital”, disse Luis Gustavo. Milton Neves fez questão de agradecer a homenagem. “Recebo esta honraria com o coração aberto. Agradeço a toda Dire-toria”, afirmou.

Por ser um grande admirador do trabalho desenvolvido por Frei Aluí-sio, o magistrado Eudes França repre-sentou a Associação na homenagem ao religioso. “Ele, que sempre se decla-rou um apaixonado pela Justiça, nun-ca deixou de proteger os mais pobres. Frei Aluísio, um defensor da Teoria da Libertação, sempre motivou as comu-nidades carentes a lutarem pelos seus

direitos”, disse o magistrado. Com bastante emoção, Frei Aluísio dedicou a homenagem aos mais carentes. “Re-cebo esta homenagem pelos morado-res do Coque e pelos que tem fome e sede de Justiça”.

Após a solenidade, os convidados se divertiram com a apresentação da Orquestra Raízes. Com um repertório eclético, o grupo animou a festa até a madrugada.

Solidariedade – Atendendo a solicita-ção da AMEPE, muitos convidados doa-ram alimentos não perecíveis, que foram entregues à comunidade do Coque, atra-vés do Frei Aluísio Fragoso.

Funcionários e Diretoria comemoram resultados obtidos em 2005

Frei Aluísio Fragoso (esq) e Eudes França

Mozart Valadares (esq) e Milton Neves

Nizelândia Maria é sorteada e ganha um televisor

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006 - �

R esgatar a cidadania das pessoas. Este foi o pensa-mento do juiz Valdelício Francisco da Silva ao as-sumir a Comarca de São Vicente Ferrer, município da Zona da Mata de Pernambuco. “No dia em que fui transferido, vim conhecer a cidade e fui almoçar

numa churrascaria local. Fora do restaurante, havia mais de dez crianças pedindo esmolas. Quando me instalei no municí-pio, comecei a ver que o número de crianças e jovens nas ruas era maior do que eu pensava. Então resolvi, juntamente com a comunidade, fundar a ONG SOS Cidadania”, afirma. Segundo o juiz, o objetivo da entidade é resgatar a cidadania de crianças e jovens em situação de risco; prevenir e combater o trabalho e a prostituição infantil, além do uso de drogas.

Na SOS Cidadania, as crianças recebem atendimento psi-cológico, alimentação, acompanhamento de uma assistente

social, aulas de cidadania, futebol, natação e pintura. Todos ainda são encaminhados para a assistência médica municipal. A ONG também faz o acompanhamento das famílias dos me-nores. “Hoje, as famílias de São Vicente Ferrer abraçam essas crianças. Isso é fruto do trabalho que vem sendo realizado”, afirma o juiz. Criada há três anos, a SOS Cidadania é mantida por moradores da cidade, comerciantes, pelo juiz e conta com o apoio da Prefeitura.

Para as crianças beneficiadas, a ONG foi o início de uma nova vida. “Fui vendido pelo meu pai. Ele me trocou por uma galinha, 15 reais e um prato de sarapatel. Minha mãe não me quer em casa. Moro com minha tia e gosto de estar aqui porque a gente pinta, toca. Quero ser músico”, afirma M.P., 15 anos. “Meu pai me colocou no programa porque eu dormia na rua. Mas eu dormia na rua porque eu tinha medo de ir para casa e apanhar. Agora vou para a escola, tenho aula de futebol, refor-ço, cidadania e pintura. Gosto de estar aqui. Agora é só paz na minha casa”, afirmou W.B, 13 anos.

Voluntários – Para manter a ONG SOS Cidadania funcio-nando, o juiz Valdelício Francisco da Silva conta com o apoio de vários voluntários, pessoas da própria comunidade que se colocam à disposição para ajudar os jovens. Um deles é Eli-naldo Lino Sátero, o Irmão Nado. “Quando fui convidado para iniciar este trabalho percebi que as crianças não tinham regras. No primeiro dia de aula na ONG, roubaram tudo o que tinha na Biblioteca e ameaçaram os professores, nem os policiais os intimidavam. Até que eu descobri que eles precisavam era de carinho, porque eram crianças, na sua maioria, maltratadas em casa. Então passei a sentar ao lado deles, abraçar, chorar junto e, hoje, a mudança é radical. Hoje eles têm orgulho do que são”.

Conheça os programas da SOS Cidadania:Jovem Cidadão – O programa atende 20 menores, que irão trabalhar numa fábrica de beneficiamento de frutas (em processo de implantação). Para isso, eles farão um curso profissionalizante e receberão uma bolsa mensal pelo serviço prestado. O grupo de garotos também terá aulas de música para formação de uma banda.

Bom Garoto - Vinte e dois menores, de 10 a 15 anos, estão inscritos no projeto. Eles também participam de aulas de música. Os adolescentes criaram uma banda de fanfarra, que faz apresentações na cidade (foto).

Juventude Nota 10 - É dirigido para crianças e jovens de todo o município. Uma vez por ano, a ONG realiza um grande evento em uma escola da cidade, com duração de três dias, onde acontecem palestras sobre drogas, prostituição e pro-blemas em geral que afetam os jovens.

Informática Solidária - Também está à disposição de pessoas carentes da cidade o programa Informática Solidária, realizado em parceria com o Banco do Brasil. Cerca de 130 pessoas têm acesso às aulas de informática. O objetivo é aproximar mais as pessoas do mercado de trabalho.

SOS Cidadania: Juiz cria ONG que trabalha com crianças e jovens

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006

A Chapa Repensando a AMEPE foi ree-leita para comandar a Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco no biênio 2006/2007. O resultado foi divulgado no mesmo dia da eleição, 5

de dezembro de 2005, após uma hora de apuração. O juiz Mozart Valadares Pires, atual presidente da Associação, foi eleito por 299 votos, contra 227 do candidato da oposição, desembargador Barto-lomeu Bueno. Mozart Valadares venceu em todas as sessões eleitorais – a diferença foi de 72 votos. As mesas receptoras foram instaladas na Sede Ad-ministrativa da AMEPE (térreo do Fórum Paula Batista); no 5º andar do Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano (Joana Bezerra); e nas cidades de Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Serra Talhada, Araripina e Petrolina.

A eleição foi iniciada às 9h em ponto, mas logo cedo, representantes das duas chapas con-correntes ao pleito acompanhavam os preparativos, na sede da Associação, no Fórum Paula Batista. Até às 17h, 538 ma-gistrados foram às urnas para escolher os membros da nova diretoria e do Conselho Fiscal. À frente da chapa Repensan-do a AMEPE, o atual presidente da Associação e candidato eleito, juiz Airton Mozart Valadares, votou cedo, às 9h20. Valadares afirmou que a grande vencedora da eleição foi a gestão, que teve ao longo desses dois anos um alto índice de aprovação. Mozart Valadares também salientou que o ma-gistrado pernambucano está consciente de que não pode ser um apêndice do Tribunal de Justiça. “Não se pode perder a identidade, nem a independência. Esse entendimento são os

Repensando a AMEPE é reeleita para biênio 2006/2007

dois grandes fatores que garantiram a nossa vitória com uma grande margem”, ressaltou. À frente da chapa Integração, o desembargador Bartolomeu Bueno de Freitas Morais votou por volta das 11h30.

O juiz Adilson Agrícola Nunes, da cidade de Água Preta,

foi o primeiro a votar na sede da AMEPE, no Fórum Paula Batista. “Os magistrados precisam ter seus representantes, porque o juiz não pode se pronunciar sobre todos os assuntos. E a AMEPE é uma entidade séria, de prestígio, que represen-ta bem o magistrado e, por isso, é necessário cada vez mais valorizá-la”, destacou.

Diretoria eleita DiretoriaPresidente - Airton Mozart Valadares Vieira Pires1º Vice-presidente - Laiete Jatobá Neto2º Vice-presidente - Emanuel Bonfim Carneiro Amaral FilhoSecretário geral - Maria das Graças Serafim CostaSecretário geral-adjunto - Andréa Epaminondas Tenório de BritoDiretor de Finanças e Patrimônio - Edvaldo José Palmei-raDiretor de Finanças e Patrimônio-adjunto - Fernando Menezes Silva Conselho FiscalAntônio Medeiros de SouzaCícero Bittencourt de MagalhãesFernanda Moura de CarvalhoInês Maria de Albuquerque AlvesJoão Alberto Magalhães de Siqueira

Juiz Mozart Valadares Pires vota logo cedo na sede da AMEPE

Chapa Repensando a AMEPE comemora reeleição

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006 - �

Propostas no plano INSTITUCIONAL: Lutar pela:

Discussão e aprovação dos projetos já apresentados ao Tribunal de Justiça de Per-nambuco (TJPE), que contemplam o critério da antiguidade, também para remo-ção, redução do percentual de diferença de entrância para cinco por cento, assim como outras garantias que asseguram a independência/proteção do juiz substi-tuto, como inamovibilidade e respeito à ordem de classificação do concurso na escolha da primeira comarca; Preservação do subteto correspondente a 90,25% da remuneração dos ministros do STF; Democratização da discussão do orçamento do TJPE, com participação de juízes do 1º grau; Adoção de critérios objetivos para as escalas de férias e plantão judiciário; Autonomia da ESMAPE; Escolha do presidente do Tribunal de Justiça pelo voto secreto e direto, com par-ticipação de todos os magistrados; Manutenção da aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade; Manutenção da promoção por merecimento dos juízes que integram a 1ª quinta parte da lista de antiguidade; Transformação dos juizados especiais em unidades judiciárias, permitindo a titu-laridade dos juízes;Fiscalização do cumprimento das medidas que visem ao fim da prática do nepo-tismo no âmbito do Poder Judiciário; Independência da AMEPE em relação ao Tribunal de Justiça e a qualquer outro Poder externo.

1.

2.

3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

10.

11.

Continuar o combate ao nepotismo; buscar, cada vez mais, a independência de todos os magistrados; de-mocratizar a discussão do orçamento do Tribunal de Justiça de Pernambuco; lutar pela transformação dos

juizados especiais em unidades judiciárias, permitindo a titularidade dos juízes. Essas são algumas das propostas feitas pela chapa Repensando a AMEPE, que foi reeleita para o biênio 2006/2007. Nestas pági-

nas, o leitor vai poder conferir todas as propostas da diretoria eleita. Ao longo dos dois anos de mandato, o JUDICATURA deixará os associados informados sobre as propostas cumpridas.

Conheça as propostas da diretoria eleita

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006

Propostas no Plano ADMINISTRATIVO:

Reforma do Estatuto; Criação das Coordenadorias Regionais; Aquisição de sede administrativa própria; Realização do III Congresso Estadual dos Magistrados; Publicação do II Livro de Sentenças dos Magistrados Pernambucanos; Realização de encontros regionais – permitindo mais interação entre os magis-trados e possibilitando uma reflexão sobre qualidade de vida; Ampliação da interiorização das ações da AMEPE: Interagindo com a sociedade, Sextas culturais, palestras, entre outras; Parceria da AMEPE com a sociedade civil organizada, com os Poderes Estaduais e entidades de classe; Melhoria e melhor disciplina do uso das sedes de lazer; Autonomia administrativa para a CAMPE; Lista de discussão da AMEPE, através da Internet; Celebrar convênios que permitam a utilização de unidades de lazer de congêne-res de outros estados da Federação; Apoio e incentivo à prática esportiva, através da realização de torneios estaduais e nacionais, em modalidades diversas.

Propostas no Plano ADMINISTRATIVO: 1. 2. 3. 4. 5. 6.

7.

8. 9. 10. 11. 12.

13.

Para marcar a posse da sua Diretoria, a Associação dos Magistrados de Pernambuco (AMEPE) promove, no próximo dia 03 de fevereiro, uma palestra sobre o papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), destacando a análise de compe-tência, procedimentos e sanções para os que não cumprem suas determinações. Para falar sobre o assunto, a Associação

vai convidar dois conselheiros do CNJ. O evento será reali-zado no auditório do 2º andar do Fórum Rodolfo Aureliano (Joana Bezerra), a partir das 17h. Após a palestra, acontece a prestação de contas do biênio 2004/2005 e a posse da dire-toria reeleita, seguida de um coquetel, que será oferecido na sede de apoio da AMEPE, localizado no 5º andar do fórum.

Continuar o combate ao nepotismo; buscar, cada vez mais, a independência de todos os magistrados; de-mocratizar a discussão do orçamento do Tribunal de Justiça de Pernambuco; lutar pela transformação dos

juizados especiais em unidades judiciárias, permitindo a titularidade dos juízes. Essas são algumas das propostas feitas pela chapa Repensando a AMEPE, que foi reeleita para o biênio 2006/2007. Nestas pági-

nas, o leitor vai poder conferir todas as propostas da diretoria eleita. Ao longo dos dois anos de mandato, o JUDICATURA deixará os associados informados sobre as propostas cumpridas.

Conheça as propostas da diretoria eleita

Palestra sobre o CNJ marcará posse da Diretoria da AMEPE

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006 - �

JUDICATURA - O senhor é co-nhecido na magistratura pernam-bucana como um juiz conciliador, que sempre defendeu o acordo en-tre as partes. Quais as vantagens proporcionadas pela conciliação não só para os envolvidos no caso como também para o Poder Judi-ciário? A economia processual se-ria uma delas?

Milton Neves – Certamente. Reduz-se, desse modo, o tempo de tramitação dos feitos, promovendo a solução mais eficiente ao conflito de interesses: aquela que as próprias partes envolvidas elegeram. No mês de outubro passado, só para citar um exemplo, realizei uma audiência em meu gabinete, buscando a concilia-ção em um processo de separação li-tigiosa já em grau de recurso. Como a matéria recursal dizia respeito apenas a nulidades processuais, me senti compelido a essa providência, já visualizando o transtorno de o feito recomeçar no Juízo de origem, protraindo indefinidamente o litígio. Mas há outros benefícios que mere-cem ser citados. Quando eu fui juiz de Vara de Família, minha maior preocupação era de estabelecer um canal de diálogo entre os separandos, que em sua grande maioria compa-reciam à audiência emocionalmente alquebrados. Nos casos mais graves, obtinha algum sucesso em romper com o silêncio mútuo do casal, de modo a que, pelo menos, a relação com os filhos fosse preservada, e o

cumprimento de uma determinação ju-dicial se desse da maneira menos trau-mática. Como se vê, embora pudesse resultar infrutífera a conciliação, os ganhos extrajurídicos eram relevantes. Essa constatação fez com que eu me tornasse, também, um grande incenti-vador da criação do Centro de Apoio Psicossocial.

JUDICATURA - Para o senhor,

quais seriam os caminhos necessá-rios para diminuir a morosidade da Justiça brasileira?

MN – Passa principalmente pela reforma das leis processuais, com o fortalecimento das decisões dos magis-trados de primeiro grau, racionalizando o sistema recursal brasileiro; pela va-lorização e aprimoramento do quadro de servidores do Poder Judiciário; pela adoção de rotinas administrativas efi-cientes; pela troca de experiências entre magistrados; pelo aprofundamento da informatização, com novas ferramentas desenvolvidas especialmente para au-xiliar os juízes em sua tarefa judican-te, bem como a conversão do processo para o meio digital.

JUDICATURA - O que o senhor acha da proposta referente à criação de cargos de titularidade para os Juizados Especiais?

MN – Os Juizados desempenham um papel importantíssimo de otimiza-ção da Justiça. E a titularidade gera a especialização, o que estimula melho-res resultados de trabalho.

JUDICATURA - O TJPE foi o primeiro Tribunal de Justiça do Brasil a obedecer a resolução do CNJ, que determina o voto aberto e fundamentado para as promoções por merecimento. O senhor acha que a decisão também deveria in-cluir os casos de remoção?

MN - Sim, o voto aberto e funda-mentado é sempre preferível, pois é o que dá melhor respaldo às decisões ad-ministrativas, propiciando aos interes-sados o acesso aos motivos, de modo a reagir em relação a estes.

JUDICATURA - Em relação aos

critérios adotados para as promo-ções, o senhor concorda que os mes-mos deveriam ser apenas objetivos ou a fundamentação do voto tam-bém requer uma análise subjetiva?

MN – Eu creio que o magistrado deva ser avaliado integralmente: em relação à qualidade do seu trabalho, ao grau de presteza, à produtividade etc; e, aliado a tudo isso, como ser hu-mano cônscio do papel relevante que desempenha perante a sociedade; pela sua capacidade de harmonizar, de ser-vir de referencial, de dialogar com as partes e advogados. A missão de um magistrado não se cinge a números, ela também tem uma dimensão huma-na inquantificável. A preocupação de apenas corresponder à realidade dos números, dos critérios objetivos pre-viamente fixados, pode frustrar esse desiderato, fazendo do magistrado um ser autômato.

Desembargador Milton José Neves:um conciliador

Entrevista

Com inúmeros serviços prestados à magistratura pernambucana, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Milton José Neves, iniciou a carreira atuando nas comarcas de Triunfo e Petrolina. Respondeu ainda pelas comarcas de Flores, Serra Talhada, Carnaíba, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista e Afrânio. Promovido por mere-cimento para a 3ª entrância, foi juiz auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça. Entre outras atividades, também foi juiz da 8ª Zona Eleitoral, juiz substituto do Tribunal Regional Eleitoral e instalou a 4ª Vara de Família da Capital, onde permaneceu como titular até sua promoção, por antiguidade. Atualmente, Milton Neves, é professor do curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco e integra, no TJPE, a Terceira Câmara Cível e o Primeiro Grupo de Câmaras Cíveis do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco. Confira abaixo a entre-vista concedida pelo desembargador ao JUDICATURA.

� - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006

O trabalho do juiz é muito estressante.

Durante as corridas ou na natação, libero as tensões do dia-a-dia

“E sporte é saúde, felicidade, lazer e bom humor”, afirma o juiz Odilon de Oli-

veira Neto, 59 anos. Corredor há mais de 25 anos, e também um exímio nadador, o magistrado atribui a sua boa condição física e tranqüilidade à prática de ativi-dades esportivas. “O trabalho do juiz é muito estressante. Todas as manhãs, durante as corridas ou na natação, libero as tensões do dia-a-dia e carrego as energias para enfrentar a jornada de traba-lho”, explica Odilon de Oliveira. Embora se defina como um ama-dor, o juiz leva o esporte a sério e, frequëntemente, participa de competições nacionais. A última foi a tradicional corrida de São Silvestre, realizada no último dia 31 de dezembro.

Dos 16 mil atletas que participaram

da corrida, o juiz foi o 5.003º a cruzar a linha de chegada. Ele, que completou a prova em 1h23min, recebeu a meda-lha de participação – entregue apenas aos atletas que terminaram a prova em menos de duas ho-ras. O bom resul-tado na corrida foi conseqüência do treinamento do ma-gistrado, que cos-tuma correr cerca de 10 quilômetros por dia, além dos treinos de natação. “Comecei a correr com o objetivo de perder peso e acabei me apaixonando pelo esporte”, conta Odilon, que possui 1,65m de altura e já chegou a pesar 82kg. Atualmente, o juiz pesa 63kg.

Já em relação à natação, o juiz optou

pelo esporte há menos de um ano. No último mês de novembro, ele participou, em Aracajú (SE), do 38º Campeonato

Talentos da Magistratura

Brasileiro Masters de Natação, con-quistando bons resultados na categoria de 55 a 59 anos. Ele recebeu quatro medalhas, inclusive uma de bronze, com o 3º lugar nos 100 metros peito. “Esta foi a primeira vez que participei

da competição. Fui com o ob-jetivo de adqui-rir experiência. Realmente não esperava o bom resultado”, disse Odilon, que já está se preparan-do para a pró-xima edição do

campeonato, no mês de abril. Grupos – Para ficar ainda mais pró-

ximo das atividades esportivas, o ma-gistrado participa de vários grupos do Grande Recife, entre eles o Corre-Reci-fe, Corredores Metropolitanos do Nor-deste (Cormene), Associação dos Cor-redores da Jaqueira (Acorja) e Equipe de Nadadores do Clube Português.

Juiz Odilon de Oliveira Neto

Social / Institucional

Voto de aplauso

O juiz da 2ª Vara da Comarca de Vitória de Santo Antão, Frederico Morais Tomp-son, recebeu homenagem da Câmara de Vereadores do Município por ter promo-vido trabalho de mutirão de audiências, em setembro de 2005. O voto de aplauso, de autoria do vereador Heleno Rodrigues, foi aprovado por unanimidade.

Cidadão Salgueirense

O magistrado Hailton Gonçalves recebeu, no último dia 05 de dezembro, o título de Cidadão Salgueirense, concedido pela Câmara de Vereadores do Município. A homenagem é um reconhecimento do trabalho desenvolvido pelo juiz durante os três anos que atuou na 2ª Vara de Sal-gueiro. Atualmente, Hailton Gonçalves é juiz da Comarca de Cachoeirinha.

Confraternização

Para encerrar as atividades esportivas do ano de 2005, a AMEPE realizou, no últi-mo dia 20 de dezembro, na Sede Social de Candeias (Jaboatão dos Guararapes), um jogo de futebol entre os magistrados. Após a partida, foi promovido um chur-rasco, onde os juízes pernambucanos aproveitaram para recarregar as energias. Corrida e torneios de sinuca, tênis e fute-bol foram algumas das atividades patro-cinadas pela AMEPE no ano passado.

Justiça no rádio

O programa Encontro com a Justiça é transmitido todos os sábados, sempre às 11h, na Rádio Capibaribe (1240 AM). O programa, que conta com a participação de juízes, promotores de justiça, defen-sores públicos, delegados de polícia e outros profissionais de Direito, informa à população como ter acesso à Justiça e reivindicar das autoridades o respeito aos seus direitos. Encontro com a Justiça é realizado através de uma parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Associação Juízes para Democracia, Delegados pela Cidadania e Instituto La-tino-Americano de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Iladh). Os magis-trados interessados devem entrar em con-tato com a AMEPE, através do telefone 3412-5901.

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006 - �

trabalho. Eles acabam entrando na mar-ginalidade. Uma pessoa que não tem um tostão, vê a família passando fome, é difícil resistir, só se fosse santo.

JUDICATURA – Quando começou a sua relação com a AMEPE?

FAF – Fui convidado por integran-te da Associação dos Magistrados para participar de um debate. Neste dia, con-videi-os para conhecer o bairro, con-versa com a comunidade, saber o que as pessoas pensam. O convite foi aceito e tivemos um primeiro encontro. Depois, aconteceram mais duas reuniões. Isso criou a comunidade uma confiança com o Judiciário. Quando você vai na casa do povo, vale mais do que mil promes-sas. As portas dos juízes se abrem para os pobres.

JUDICATURA – Os encontros já surtiram resultados?

FAF – Foram realizados dois even-tos, atendendo a solicitações da comuni-dade nesses encontros. Um mutirão para atender a comunidade e encaminhar soli-citações de divórcios, guarda de criança, teste de paternidade. E também um casa-mento coletivo, realizado em dezembro. A comunidade já sabe que se for neces-sário eles têm um canal de comunicação

com o Judiciário, há uma confiança de que é possível, mas eles ainda não vão até o fórum sozinhos.

JUDICATURA – O senhor con-corda que o Judiciário está distante da população?

FAF – Concordo em termos. O pobre não tem uma roupa, não tem facilidade de falar, fica constrangido. Ele não se julga apresentável. As pes-soas têm preconceito, olham para ele como um elemento estranho. Para di-minuir a distância nada melhor que ir até o pobre para ver e ouvir o que eles têm a dizer – isso toca os que estão no Judiciário, eles se sentem movidos a tomar decisões práticas. A idéia de visitá-los é um passo inicial funda-mental.

JUDICATURA – Qual a sua avaliação do trabalho realizado pela atual diretoria da AMEPE?

FAF – Percebo muita sensibi-lidade com relação a implantação de uma sociedade justa e uma nova abertura para os que estão excluídos – os pobres. A prova disso foi a ida deles ao Coque, para conversar com a população e tentar resolver as soli-citações feitas.

Frei Aluísio Fragoso: 38 anos de vida religiosa dedicada ao povo

Paraibano de Cabedelo, Aluísio Fragoso nasceu em 1940. Ordenado padre em 1967, deixou sua cidade natal e veio para o Recife no mesmo ano. Ao chegar à capital pernambucana, o Frei Aluísio assumiu o Convento de Santo Antônio, localizado na Rua do Imperador, bairro de Santo Antônio, centro do Recife. Formado em Filosofia e Teologia, e com conhecimento em Francês, Inglês e Alemão, lecionou por nove anos as disciplinas Ética, Francês e Cultura Religiosa na Faculdade de Filosofia do Recife. Após esse período, decidiu largar a vida acadêmica, para dedicar todo o seu tempo aos pobres. Foi nesta época, no ano de 1977, que iniciou um trabalho religioso e social no bairro do Coque, local que tem um dos maiores índices de violência do Recife. Nesta página, o leitor do JUDICATURA vai poder conferir o que o Frei Aluísio, um dos homenageados na Festa de Fim de Ano da AMEPE, acha do Poder Judiciário e vai ficar sabendo também um pouco do trabalho realizado por ele no Coque. Eis a entrevista.

Entrevista

JUDICATURA – Como o senhor chegou ao bairro do Coque?

Frei Aluísio Fragoso – Uma mo-radora do bairro do Coque veio até o convento pedir ajuda. Não existia um trabalho religioso e social no bairro. Então, em 1977, iniciamos a formação de grupos de Jovens, Terceira Idade, Catequese, Alcoólicos Anônimos, entre outros, além da formação de lideranças comunitárias. Acompanho o trabalho de todos, mas cada grupo tem seu coor-denador, voluntários do bairro.

JUDICATURA – Como o senhor e a comunidade convivem com a vio-lência do bairro?

FAF – Por estar lá há 28 anos, eles me respeitam. Muitos dos que hoje estão na marginalidade foram alunos dos nossos grupos. A comunidade não pode reagir. Lamenta, senti, mas está impotente.

JUDICATURA – Qual seria a so-lução para minimizar o problema da violência no local?

FAF – Educação básica de qua-lidade – desenvolver talentos, fazer com que eles se sintam úteis. O gran-de drama da violência hoje são ado-lescentes ociosos, sem dinheiro, sem

10 - Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006

Arlaine Lima e Ferlúcio Araújo comemoram formalização de união

“Já estamos juntos há 12 anos. Nunca perdemos a esperança de registrar a nossa união. Estamos rea-lizando um sonho”, disse o almoxarife Rosivaldo Moura Cavalcante, 33 anos. No último dia 20 de dezembro, ele casou no civil com a sua compa-

nheira Edvânia Santos do Nascimento Cavalcanti, 36 anos, com quem tem dois filhos. O casal foi um dos beneficiados pelo casamento coletivo presidido pelo juiz da 5ª Vara da Fa-mília, Rafael Machado. A solenidade, que aconteceu no Fórum Rodolfo Aureliano, é resultado de uma solicitação dos mora-dores da comunidade do Coque.

“O casamento é um direito de todo cidadão. Durante mutirão

realizado em setembro do ano passado para atender aos morado-res do Coque, constatamos que muitos tinham o desejo de casar, mas faltavam condições”, explicou o magistrado. No total, 19 casais da comunidade selaram o compromisso no casamento coletivo, com registros no Cartório de São José. Os custos com taxas e documentos foram reduzidos de R$ 103 para R$ 20, já que todos comprovaram não ter renda suficiente.

Para a telefonista Alaine Lima de Oliveira, 32 anos, e o

vendedor Ferlúcio Araújo, 40 anos, que também reafirmaram a união iniciada há mais de 10 anos, a redução das taxas foi fun-damental. “Essa foi uma grande oportunidade. Estamos muito felizes”, disse Alaine, que fez questão de levar a sua filha mais

nova, a pequena Ariana, de 2 anos, para a cerimônia. “Ela foi a nossa daminha”, brincou emocionada.

De acordo com o juiz Rafael Machado, dependendo da

demanda, outros casamentos coletivos poderão ser realizados. “A comunidade deve usufruir dos serviços oferecidos pelo Judiciário. Estamos sempre procurando promover uma maior aproximação dos magistrados com a comunidade vizinha ao Fórum Joana Bezerra”, ressaltou.

Casais do Coque selam união em casamento coletivo

AMEPE lança cadernos do “Interagindo com a Sociedade”

Para ampliar as discussões levantadas nos eventos realizados com entida-des da sociedade civil e, ainda, preservar a memória da AMEPE, a diretoria da Associação está editando um caderno com os debates do “Interagindo com a Sociedade”, programa criado pela atual gestão e que tem o objetivo de aproximar a sociedade do Poder Judiciário. O primeiro caderno, que traz o encontro com representantes do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, já está pronto. Com 129 páginas, a edição tem apresentação do desembargador Og Fernandes e introdução do professor Antônio Paulo Rezende, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco. Todos os magistrados, que responderam a pesquisa da AMEPE sobre o Ju-diciário, vão receber um exemplar. O caderno também será enviado para o Sindicato dos Jornalistas, Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Biblio-teca Nacional, universidades e faculdades de Direito e outras instituições interessadas pelo tema.

Os próximos números já estão sendo preparados. São eles: Sindicato dos Médicos de Pernambuco e Conselho Regional de Medicina; Frei Aluísio Fragoso; presidente da Câmara Municipal do Recife, Josenildo Sinésio; presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Júlio Olivei-ra, e Cláudio Ferreira, conselheiro federal da OAB; Gustavo Krause, ex-governador de Pernambuco; Francisco Sales, procurador Geral de Justiça; e Alexandre Rands, professor e empresário. Outras edições, como o Código de Ética da Magistratura, que já está pronto, e bio-grafias de juízes que fizeram história e contribuíram com a Justiça de Pernambuco, também serão publicadas e distribuídas pela AMEPE.

Informativo da Associação de Magistrados de Pernambuco - Ano XVII - Janeiro - 2006 - 11

Mozart Valadares (esq), Eudes França e Virgínio Carneiro Leão no descerramento da placa

Caixa de Assistênciados Magistrados de Pernambuco

Diretoria Dr. Eudes dos Prazeres França - Diretor Dr. Fábio Eugênio Dantas de Oliveira - Diretor Adjunto Dr. Virgínio Marques Carneiro Leão - Diretor Adjunto Rua Comendador Bento Aguiar, 250Madalena - RecifeCEP 50750-390Fone/Fax: 81 3227-7681

Expediente:

F oi inaugurada simbolicamente, no último dia 16 de dezembro, a primeira etapa da ampliação e reforma da sede da Caixa de Assistência dos Magistrados

de Pernambuco (CAMPE). O descerra-mento da placa foi acompanhado pe-las diretorias da CAMPE e AMEPE, e ocorreu durante a festa de confra-ternização de fim de ano da entidade com seus funcionários. A primeira etapa da obra consistiu na reforma integral da casa, de propriedade da CAMPE, situada no terreno ao lado da sede utilizada pela instituição. Ao longo de oito meses, o imóvel foi praticamente reconstruído. A re-

Nova sede CAMPE é inaugurada

forma tem o objetivo de melhorar cada vez mais o atendimento prestado ao as-sociado, oferecendo ainda mais conforto para todos. Todo o setor administrativo da instituição já está funcionando na nova casa, que possui

Para deixar o associado por dentro das ações realizadas pela CAMPE no biênio 2004/2005, a entidade vai publicar uma edição especial no próximo mês de fevereiro. O jornal traz matérias com informações sobre melhorias relacionadas com recursos humanos, instalações, ampliação de atendimento e otimização dos serviços - uma prestação de contas para o associado. Aguarde!!! A publicação também será enviada para hospitais, clínicas e outras instituições credenciadas.

recepção, setor financeiro, setor de au-ditoria médica, setor de contas médicas, sala de estar médico, departamento de informática, sala da gerência, sala da di-retoria, auditório e vestiários. O horário de atendimento é, das 8h às 17h, inclusi-ve para autorização de procedimentos.

A segunda etapa da obra já foi ini-

ciada e deve ser concluída em abril. No local, estarão disponíveis a recepção odontológica, esterilização, setor de implantodontia e cinco consultórios. O prédio ampliado e reformado, além de permitir o funcionamento de toda estru-tura administrativa da CAMPE, ainda disponibilizará espaços que permitirão, a qualquer tempo, a acomodação de no-vos setores ou da prestação de novos serviços, já que o imóvel antigo será utilizado somente para o serviço odon-tológico, com a ampliação, reforma e reestruturação dos consultórios.

CAMPE faz prestação de contas