uma formula o consistente para an lise... edvaldo joaquim pereira j nior
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disserttação sobre esforçosTRANSCRIPT
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Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia de Estruturas
Uma Formulao Consistente
para Anlise No-Linear
de Estruturas de Cabos Suspensos
Eng. Edvaldo Joaquim Pereira Jnior
Dissertao apresentada como requisito parcial para obteno
do grau de Mestre em Engenharia de Estruturas.
Orientador: Prof. Dr. Armando Cesar Campos Lavall
Belo Horizonte
Setembro de 2002
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Agradeo a Deus por tudo.
Aos meus pais Edvaldo e Zlia.
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Agradecimentos
Ao Prof. Dr. Armando Cesar Campos Lavall, pela apoio, amizade, dedicao e
atenciosa orientao durante este trabalho.
minha esposa, Andra L. Macdo Simes pelo apoio e compreenso diante das
atuais circunstncias.
Aos meus irmos Renata, Roberta, rico, Romeu e Cristiano pelo apoio
constante e por sempre torcerem pelo meu sucesso.
todos os meus amigos, colegas, professores e funcionrios do Departamento de
Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da Universidade Federal de
Minas Gerais, pela amizade e apoio tcnico.
-
i
ndice
Lista de Figuras ...............................................................................................iv
Lista de Tabelas ..............................................................................................vii
Resumo............................................................................................................viii
Abstract.............................................................................................................xi
1 Introduo ........................................................................................................1
1.1 Consideraes Iniciais .................................................................................1
1.2 Objetivos ......................................................................................................3
1.3 Organizao do Texto ..................................................................................2
2 Estudo Analtico dos Cabos............................................................................2
2.1 Introduo ....................................................................................................2
2.2 Cabos com Cargas Concentradas.................................................................2
2.3 Cabos com Carga Uniformemente Distribuda ao Longo do Vo (Parbola) .. 2
2.3.1 Cabo suspenso com apoios nivelados....................................................2
2.3.2 Cabo suspenso com apoios desnivelados ..............................................2
2.4 Cabos com Carga Uniformemente Distribuda ao Longo do Comprimento
(Catenria)................................................................................................2
2.4.1 Cabo suspenso com apoios nivelados....................................................2
2.4.2 Cabo suspenso com apoios desnivelados ..............................................2
-
ii
3 Formulao Numrica ....................................................................................2
3.1 Introduo ....................................................................................................2
3.2 Deformaes e Tenses ...............................................................................2
3.3 Relaes Constitutivas .................................................................................2
3.4 Sistema de Coordenadas - Graus de Liberdade ...........................................2
3.4.1 Consideraes iniciais ...........................................................................2
3.4.2 Definio dos sistemas de coordenadas e graus de liberdade ...............2
3.5 Teoria Estrutural ..........................................................................................2
3.6 Cinemtica do Elemento ..............................................................................2
3.6.1 Campo de deformao ...........................................................................2
3.6.2 Campo de deslocamento - consideraes analticas ..............................2
3.7 Equaes de Equilbrio ................................................................................2
3.7.1 Equilbrio do elemento ..........................................................................2
3.7.2 Equilbrio estrutural ...............................................................................2
3.7.3 Equaes incrementais do equilbrio.....................................................2
3.8 Interpolao..................................................................................................2
3.9 Expresses Analticas para a Matriz de Rigidez Tangente..........................2
3.9.1 Elementos prismticos em regime elstico linear..................................2
3.9.2 Elementos prismticos em regime elasto-plstico.................................2
4 Aspectos da Implementao ...........................................................................2
4.1 Consideraes Iniciais .................................................................................2
4.2 Implementao da Configurao Inicial de Equilbrio do Cabo .................2
4.3 Mtodo de Newton-Raphson .......................................................................2
4.4 Critrio de Convergncia .............................................................................2
4.5 Modelos Constitutivos para os Cabos..........................................................2
4.5.1 Caractersticas construtivas dos cabos e cordoalhas..............................2
4.5.2 Diagramas tenso-deformao para cabos ............................................2
-
iii
4.6 O Problema Elasto-Plstico Unidimensional...............................................2
4.7 Anlise Incremental das Tenses e Deformaes no Comportamento
Elasto-Plstico.....................................................................................................2
4.7.1 Primeiro Intervalo: 2yre 0 ...........................................................2
4.7.2 Segundo Intervalo: 3yrep1y < ......................................................2
4.7.3 Terceiro Intervalo: 4yrep2y < ......................................................2
4.8 Descrio das subrotinas..............................................................................2
5 Exemplos Numricos.......................................................................................2
5.1 Introduo ....................................................................................................2
5.2 Anlise Elstica No-Linear Geomtrica ....................................................2
5.2.1 Cabo suspenso sujeito ao peso prprio..................................................2
5.2.2 Cabo suspenso sujeito a cargas concentradas........................................2
5.2.3 Cabo suspenso com dois elementos.......................................................2
5.2.4 Cabo suspenso sujeito ao peso prprio e carga concentrada com
nmero de elementos variveis .......................................................................2
5.2.5 Cabo suspenso sujeito a carga distribuda ao longo do vo e cargas
concentradas ....................................................................................................2
5.3 Anlise No-Linear Geomtrica e Fsica.....................................................2
5.3.1 Estrutura hiperesttica com 3 cabos ......................................................2
5.3.2 Anlise inelstica de um cabo suspenso com 2 elementos....................2
6 Concluses ........................................................................................................2
Bibliografia............................................................................................................2
-
iv
Lista de Figuras
Figura 1.1 Torre estaiada 3
Figura 2.1 Cabo suspenso com apoios desnivelados e cargas concentradas
ao longo do vo 8
Figura 2.2 Cabo suspenso com apoios nivelados e carregamento
uniformemente distribudo ao longo do vo 9
Figura 2.3 Elemento de cabo com carregamento uniformemente
distribudo ao longo do vo 9
Figura 2.4 Trao no elemento de cabo 11
Figura 2.5 Cabo suspenso com apoios desnivelados e carregamento
uniformemente distribudo ao longo do seu vo 12
Figura 2.6 Cabo suspenso com apoios nivelados com carregamento
uniformemente distribudo ao longo do seu comprimento 17
Figura 2.7 Elemento de cabo com carregamento uniformemente
distribudo ao longo de seu comprimento 17
Figura. 2.8 Cabo suspenso com apoios desnivelados com carregamento
uniformemente distribudo ao longo do seu comprimento 19
Figura 3.1 Elemento de cabo nas suas configuraes de referncia e corrigida
24
Figura 3.2 Comportamento elasto-plstico de um elemento de cabo 27
Figura 3.3 Elemento de cabo em suas configuraes de referncia e corrigida
segundo sistemas globais e locais de referncia 30
Figura 3.4 Deslocamentos de um ponto de uma seo genrica em relao
ao sistema de eixos cartesianos globais 33
Figura 4.1 Fluxograma do programa principal 49
Figura 4.2 Mtodo de Newton-Raphson 54
-
v
Figura 4.3 Cordoalha de ao de sistema aberto 56
Figura 4.4 Cordoalha de ao de sistema fechado 56
Figura 4.5 Cabo de ao 57
Figura 4.6 Tipos de construes de cabos de ao 58
Figura 4.7 Mdulo de elasticidade secante Es segundo o ASCE 1996 60
Figura 4.8 Curvas tenso-deformao(=l/l) para cordoalhas ensaiadas
por Murray&Willems 62
Figura 4.9 Curvas tenso-deformao(=l/l) para cordoalhas com dimetros
inferiores a 31,8mm ( 1/4 in) 63
Figura 4.10 Comportamento elasto-plstico do material para o caso uniaxial
65
Figura 4.11 Diagrama tenso-deformao multi-linear 67
Figura 4.12 Material previamente plastificado segundo o trecho elasto-plstico 01
70
Figura 4.13 Material plastificado segundo o trecho elasto-plstico 01
na iterao corrente 72
Figura 4.14 Material previamente plastificado segundo o trecho elasto-plstico 02
76
Figura 4.15 Material plastificado segundo o trecho elasto-plstico 02
na iterao corrente 76
Figura 4.16 Material previamente plastificado segundo o trecho elasto-plstico 03
82
Figura 4.17 Material plastificado segundo o trecho elasto-plstico 03
na iterao corrente 85
Figura 5.1 Tela principal do programa 91
Figura 5.2 Sub-menu coordenadas dos ns 92
Figura 5.3 Sub-menu cabos 92
Figura 5.4 Sub-menu Elementos 93
Figura 5.5 Sub-menu Restrio Nodal 93
Figura 5.6 Sub-menu Lei Constitutiva 94
Figura 5.7 Sub-menu Carga nos Ns 95
-
vi
Figura 5.8 Sub-menu Parmetros de Controle 95
Figura 5.9 Cabo suspenso sujeito a peso prprio 96
Figura 5.10 Configurao de equilbrio do cabo com 10 elementos 97
Figura 5.11 Cabo suspenso sujeito a cargas concentradas 98
Figura 5.12 Geometria inicial do cabo com 18 elementos 99
Figura 5.13 Geometria do cabo nas posies inicial e final 99
Figura 5.14 Cabo suspenso com 2 elementos 100
Figura 5.15 Cabo suspenso sob carregamento concentrado e peso prprio 102
Figura 5.16 Estrutura da Fig. 5.15 nas posies de equilbrio inicial e deslocada
102
Figura 5.17 Cabo livremente suspenso submetido a carga distribuda ao longo
do vo e cargas concentradas 105
Figura 5.18 Posies inicial e final do cabo da Fig. 5.17 106
Figura 5.19 Estrutura hipersttica com 3 cabos em regime elasto-plstico
107
Figura 5.20 Comportamento elasto-plstico perfeito- lei constitutiva 01 108
Figura 5.21 Curva carga x deslocamento para a estrutura da Fig.5.15 com a lei
constitutiva 01 110
Figura 5.22 Comportamento elasto-plstico lei constitutiva 02 114
Figura 5.23 Curvas carga aplicada x deslocamento para a estrutura da Fig. 5.19
segundo as leis constitutivas 01 e 02 115
Figura 5.24 Comportamento elasto-plstico com strain-hardening - lei
constitutiva 03 116
Figura 5.25 Curva carga x deslocamento para a estrutura considerando
strain-hardening 118
Figura 5.26 Cabo suspenso com 2 elementos submetido a carga concentrada
119
Figura 5.27 Curva tenso-deformao(=l/l) para cordoalhas (1x37) segundo
Murray&Willems 119
Figura 5.28 Curva carga aplicada x deslocamento do ponto B para as anlises
-
vii
elstica e inelstica 122
Figura 5.29 Curva carga aplicada x fora de trao para as anlises elstica
e inelstica 122
-
viii
Lista de Tabelas
Tabela 4.1 Fator de ocupao para cabos e cordoalhas 58
Tabela 4.2 Resistncia trao de cabos de ao 59
Tabela 4.3 Parmetros recomendados para as cordoalhas ensaiadas por
Murray&Willems 62
Tabela 4.4 Parmetros recomendados por Murray&Willems para cordoalhas
com dimetros inferiores a 31,8mm (1 1/4in) 63
Tabela 5.1 Resultados tericos e do programa do exemplo 5.2.1 97
Tabela 5.2 Resultados relativos geometria do exemplo 5.2.2 100
Tabela 5.3 Resultados relativos a esforos e reaes do exemplo 5.2.2 100
Tabela 5.4 Resultados do exemplo 5.2.3 por vrios programas 101
Tabela 5.5 Resultados do exemplo 5.2.3 pelo programa Cabos-NLFG 101
Tabela 5.6 Esforos nos elementos para a estrutura da Fig. 5.15 103
Tabela 5.7 Nmero de iteraes x nmero de elementos 103
Tabela 5.8 Nmero de incrementos x trao mxima, flecha mxima
e nmero de iteraes 104
Tabela 5.9 Nmero de elementos x trao mxima, flecha mxima
e tempo de processamento 104
Tabela 5.10 Tabela comparativa para o cabo da Fig. 5.13 106
Tabela 5.11 Resultados analticos considerando a lei constitutiva 01 109
Tabela 5.12 Resultados da anlise numrica considerando a lei constitutiva 01
109
Tabela 5.13 Resultados da anlise numrica considerando a lei constitutiva 02
114
Tabela 5.14 Resultados da anlise numrica considerando lei constitutiva 03
117
-
ix
Tabela 5.15 Resultados da anlise inelstica do cabo da Fig. 5.25 120
Tabela 5.16 Resultados da anlise elstica do cabo da Fig. 5.25 121
-
x
Resumo
Com o objetivo de avaliar o comportamento no-linear das estruturas de cabos
suspensos, apresentada uma teoria geral para a anlise pelo mtodo dos
elementos finitos. Essa formulao considera os comportamentos no-lineares
fsico (NLF) e geomtrico (NLG) das estruturas. O desenvolvimento terico
feito dentro de uma formulao Lagrangiana, que utiliza a tcnica corrotacional
para a deduo consistente da matriz de rigidez tangente do elemento de cabo. A
formulao apresentada bastante geral, permitindo que os ns sofram grandes
deslocamentos e os elementos sofram grandes alongamentos e, alm disso, esses
elementos podem ser constitudos de material elasto-plstico. Ser feita a anlise
esttica da estrutura atravs de carregamento incremental, montono e
estritamente crescente, proporcional ou no, at o colapso global da estrutura. A
soluo do problema exige um procedimento incremental-iterativo, do tipo
Newton-Raphson, para se alcanar a convergncia da soluo. Dessa forma, foi
desenvolvido um programa de computador consistente e de fcil utilizao que
permite a anlise de cabos suspensos, levando-se em considerao os efeitos dos
grandes deslocamentos envolvidos e o comportamento inelstico dos cabos. A
implementao computacional do elemento feita atravs da linguagem de
programao PASCAL dentro das padronizaes do DELPHI. Os exemplos
apresentados so comparados com resultados tericos ou de outros programas de
computador amplamente testados, demonstrando a consistncia e preciso do
programa desenvolvido.
Palavras chave: Anlise no linear, estruturas de cabos, elementos finitos.
-
xi
Abstract
A general theory for the analysis of the non-linear behaviour of suspension
cables structures by the finite element method is presented. The formulation
takes into account the material and geometric nonlinearities. The theory is
developed applying a Lagrangian formulation where the corotacional technique
is used to obtain the tangent stiffness matrix of the space cable element. The
formulation intends to be as general as possible, allowing for the nodes to
undergo large displacements and the elements to undertake large strains. Besides,
elasto-plastic material can be used. A static incremental analysis will be
perfomed, applying an incremental, monotonic and increasing load, proportional
or not, until partial or global failure of the cable structure occurs. The solution of
the problem requires an incremental-iterative procedure, such as the Newton-
Raphson Method, to insure the convergence. An easy-to-use computer program
was developed which allows for analyses of suspension cables taking
encompassing large displacements effects and the inelastic behaviour of the
cables. The computational coding of the element was performed using the
PASCAL programming language obeying the DELPHI 4.0 standards. The
examples presented were compared with theoretical results and with results
produced by some commercial programs, showing the correctness and accuracy
of the developed program.
Key words: Non-linear analysis, cables structures, finite elements.
-
CAPTULO 1
Introduo
1.1 Consideraes Iniciais
As estruturas formadas por cabos constituem sistemas estruturais de grande
aplicao prtica na engenharia, tais como pontes pnseis, linhas de transmisso,
telefricos, cabos tensores (estais) para torres elevadas e coberturas pnseis.
As coberturas pnseis so formadas por um sistema estrutural, geralmente
formado por cabos de ao ou por cabos e barras de ao e um sistema vedante que
se apia no sistema estrutural. Devido s caractersticas de estruturas simples,
leves, versteis, econmicas, facilidade de montagem, vencer grandes reas
livres, tm vasto campo de aplicao, tais como na cobertura de ginsios de
esporte, estdios, piscinas, supermercados, depsitos, fbricas, igrejas, teatros,
pavilhes de exposio, feiras, aeroportos, terminais rodovirios, ferrovirios e
martimos e outras construes.
Podem ser citadas algumas obras importantes que tm sido projetadas nas ltimas
dcadas com a utilizao de cabos em diversos pases, como por exemplo:
a) o estdio de patinao (1966) em Presov na Eslovquia com dimenses de
78,4mx92,0 m.
-
2
b) a piscina coberta (1971) em Ceska Budejovice na Repblica Tcheca com
dimenses de 54 m x 64 m.
c) o palcio de esportes de Milo (1973) com 128 m de dimetro.
d) o estdio olmpico de Calgary (1983) no Canad, dimetro de 67,65 m.
e) a arena de esportes (1985) em Atenas com dimetro de 113,96 m.
No Brasil, o projeto, clculo, execuo e montagem de estruturas estaiadas j tm
sido realizados, principalmente em torres estaiadas de estruturas metlicas, Fig.
1.1, sendo utilizadas, na sua maioria, nas reas de telecomunicaes e
eletrificao.
A anlise estrutural das estruturas formadas por cabos torna-se complexa devido
ao comportamento no-linear, oriundo da importncia dos efeitos de segunda
ordem produzidos pelas reaes normais dos cabos e cargas externas durante os
grandes deslocamentos que ocorrem nestas estruturas.
Alm disso, os prprios cabos possuem um comportamento no-linear, pois as
suas propriedades de rigidez variam com a deformada e com as tenses a que
esto sujeitos.
Figura 1.1 Torre estaiada
-
3
Portanto, o clculo envolve no apenas o desenvolvimento das relaes no-
lineares entre foras e deslocamentos, mas tambm a difcil tarefa de se obter
uma soluo numrica correta para as equaes que descrevem o comportamento
destas estruturas de cabos.
Neste projeto de pesquisa, apresenta uma teoria geral para anlise de estruturas
de cabos suspensos, pelo mtodo dos elementos finitos, considerando-se os
comportamentos no-linear Geomtrico (NLG) e Fsico (NLF) envolvidos no
problema, utilizando-se a tcnica corrotacional para a deduo consistente das
matrizes de rigidez dos elementos de cabo. A soluo do problema no-linear
exige tambm um procedimento iterativo para se alcanar a convergncia do
mtodo.
Em se tratando do carregamento da estrutura, esse trabalho abranger as cargas
do tipo peso prprio, cargas concentradas e carga distribuda, no se
considerando cargas dinmicas e efeitos oriundos de vibraes dos cabos.
Ser feita a anlise esttica considerando o carregamento incremental, montono
e estritamente crescente, proporcional ou no, at que ocorra o colapso parcial ou
global da estrutura.
1.2 Objetivos
Este trabalho tem como objetivos apresentar um estudo terico sobre as
estruturas de cabos suspensos para diversos tipos de carregamentos; desenvolver
uma formulao, via elementos finitos, para a anlise de estruturas de cabos onde
sero consideradas as no-linearidades geomtrica e fsica, e ainda, desenvolver
um software para PCs e implement-lo utilizando-se um processo
incremental-iterativo para o estudo do comportamento no-linear destas
estruturas.
-
4
1.3 Organizao do Texto
Este trabalho foi dividido em seis captulos, cada um deles tratando de cada uma
das fases do trabalho. Apresenta-se a seguir, uma breve descrio do contedo de
cada um dos demais captulos que compoem o trabalho.
No captulo 2 faz-se um estudo analtico dos cabos suspensos, considerando-se as
hipteses de que os mesmos sejam perfeitamente flexveis e inextensveis. As
condies para garantir o equilbrio so formuladas para um problema
bidimensional, considerando-se trs tipos de carregamentos, a saber: cabos com
cargas concentradas, cabos com carga distribuda ao longo do vo (parbola) e
carga distribuda ao longo do comprimento (catenria).
No terceiro captulo apresentada uma teoria geral, pelo mtodo dos elementos
finitos, para a anlise no-linear das estruturas de cabos, considerando tanto o
comportamento no-linear geomtrico quanto o comportamento no-linear fsico
envolvidos no problema.
No quarto captulo apresentam-se os aspectos fundamentais da implementao
computacional do programa desenvolvido. So discutidos aspectos da
implementao da configurao de equilbrio inicial, da utilizao do mtodo de
Newton-Raphson usado no processo incremental-iterativo para a soluo do
problema no-linear e o critrio de convergncia adotado para a verificao do
final do processo. So discutidos modelos constitutivos para os cabos e os
procedimentos para a anlise incremental das tenses e deformaes no
comportamento elasto-plstico unidimensional. ainda apresentada uma breve
descrio de cada uma das subrotinas usadas no programa desenvolvido.
No quinto captulo so apresentados exemplos numricos onde se pretende
mostrar a eficcia da formulao utilizada, a preciso dos resultados obtidos pelo
programa desenvolvido, quando comparados com resultados tericos da
-
5
literatura e de outros programas existentes. Inicialmente so analisados exemplos
onde consideram apenas a no-linearidade geomtrica para diversos tipos de
carregamento e, em seguida, faz-se a anlise no-linear geomtrica e fsica de
estruturas de cabos, considerando-se diversos modelos constitutivos.
Finalmente, no sexto captulo so apresentadas as concluses deste trabalho e
sugestes para trabalhos futuros.
-
CAPTULO 2
Estudo Analtico dos Cabos
2.1 Introduo
Os cabos so elementos freqentemente usados em aplicaes de engenharia para
suportar e transmitir cargas. Na anlise das foras atuantes nesses sistemas
estruturais, o peso dos cabos pode ser desprezado ou no, dependendo de sua
aplicao.
Quando utilizados para suportar pontes suspensas ou em talhas mecnicas, os
cabos se destacam na transmisso de carregamentos e, neste caso, o seu peso
pode ser desprezado tendo-se em vista seu baixo valor em relao s cargas a ser
suportadas. Por outro lado, quando utilizados em linhas de transmisso ou no
estaiamento de torres e tendas, por exemplo, seu peso pode ser importante e deve
ser includo na anlise.
Num estudo analtico introduzem-se as seguintes hipteses simplificadoras:
admite-se que o cabo seja perfeitamente flexvel e inextensvel. Por ser flexvel,
no oferece resistncia flexo e, portanto, a fora de trao atuante sobre ele
-
7
ser sempre tangente sua geometria nos pontos ao longo de seu comprimento.
Por ser inextensvel, os cabos tm o mesmo comprimento antes e depois da
aplicao da carga. Dessa forma, uma vez aplicada a carga, a geometria
deformada permanece fixa e o cabo ou cada segmento do cabo pode ser tratado
como corpo rgido.
As condies para garantir o equilbrio sero formuladas, neste captulo, para um
problema bidimensional, ou seja, os casos de carregamento analisados estaro
sempre coplanares com o cabo.
Considerando-se essas hipteses, apresentado a seguir um estudo dos cabos
suspensos para trs tipos de carregamentos, baseado em Barbato [1972], Beer e
Johnston [1994], Hibbeler [1999] e Leonard [1988].
Cabos com cargas concentradas.
Cabos com cargas distribudas ao longo do seu vo (parbola).
Cabos com cargas distribudas ao longo do seu comprimento (catenria).
2.2 Cabos com Cargas Concentradas
Quando o cabo suporta vrias cargas concentradas supe-se, neste caso, que o
peso do cabo seja desprezvel e este assume a forma de vrios segmentos de reta,
cada um dos quais com fora de trao constante. Considere, por exemplo, o
cabo mostrado na Fig. 2.1, onde as distncias h, L1, L2 e L3 e as cargas P1 e P2 so
conhecidas.
Neste caso, o problema constitudo de nove incgnitas que consistem na trao
em cada um dos trs segmentos, nas quatro componentes das reaes nos pontos
A e B e nos deslocamentos yC e yD dos pontos C e D. Para a soluo deste
problema, dispomos de duas equaes de equilbrio em cada um dos pontos A, B,
-
8
C e D, totalizando oito equaes. Sendo assim, ser necessrio conhecer algo
mais sobre a geometria do cabo para obter a nmero de equaes necessrias
que, neste caso, so nove. Por exemplo, o comprimento do cabo pode ser
especificado ou ento um dos deslocamentos yC ou yD dos ns C ou D.
Figura 2.1 - Cabo suspenso com apoiosdesnivelados e cargas concentradas ao longo do vo
2.3 Cabos com Carga Uniformemente Distribuda ao Longo do Vo(Parbola)
Neste caso, supe-se que o cabo suporta uma carga uniformemente distribuda ao
longo do seu vo e que seu peso prprio pode ser desprezado na anlise. Como
exemplo de aplicao, pode-se citar o caso das pontes pnseis.
O objetivo a seguir obter as equaes de equilbrio de um cabo, submetido a
um carregamento distribudo ao longo do seu vo, considerando-se as condies
de apoio nivelados e desnivelados, visando mostrar que a sua configurao de
equilbrio parablica.
2.3.1 Cabo suspenso com apoios nivelados
Considere-se o cabo AB sem peso mostrado na Fig. 2.2, com apoios nivelados,
sujeito a um carregamento uniformemente distribudo p(x).
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9
Figura 2.2 - Cabo suspenso com apoios nivelados ecarregamento uniformemente distribudo ao longo do vo
Onde A a inclinao do cabo no ponto A e f a flecha no meio do vo.
Considere-se o diagrama de corpo livre do elemento de cabo, representado na
Fig. 2.3.
Figura 2.3 - Elemento de cabo com carregamentouniformemente distribudo ao longo do vo.
Onde dx e dy so os comprimentos infinitesimais nas direes x e y, odS o
comprimento infinitesimal do elemento de cabo, 000 dHH e H + so as foras
horizontais nas extremidades do elemento de cabo, 00 dVV + so as foras
verticais nas extremidades do elemento de cabo e o ngulo de inclinao do
elemento de cabo.
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As condies de equilbrio aplicadas ao referido elemento,
== = 0M e0 Fy 0,Fx 0 , permitem escrever:
==
==
dxVdyHpdxdV
ConstanteH 0dH
00
0
00
(2.1)
Tendo-se em vista que H0 constante, obtm-se com auxlio das Eqs. (2.1) a
equao diferencial de equilbrio:
02
2
Hp
dxyd = (2.2)
que integrada duas vezes fornece:
10
CxHpy' += (2.3)
212
0
CxCx2H
py ++= (2.4)
Das condies de contorno da Fig. 2.1, tem-se que y=0 para x=l/2 e y=0 para
x=0, que levando nas Eqs. (2.3) e (2.4), obtm-se:
=
=
0C
2HplC
2
01
(2.5)
Introduzindo-se as constantes C1 e C2 nas Eqs. (2.3) e (2.4), obtm-se a equao
da tangente curva do cabo:
00 2Hplx
Hpy' = (2.6)
e a equao da parbola que define a configurao de equilbrio do cabo:
x2Hplx
2Hpy
0
2
0
= (2.7)
-
11
Fora horizontal 0H :
Conhecendo-se a flecha f para x=l/2, da Eq. (2.7) encontra-se Ho que dado por:
8fplH
2
0 = (2.8)
Comprimento do cabo 0S :
Da Fig. 2.3 tem-se que 2220 dydxds += , de onde se demonstra que:
dx)(y'1sd 20 += (2.9)
Integrando-se a Eq.(2.9), com o auxlio da Eq.(2.6), obtm-se o comprimento do
cabo:
+
+=
0
12
00
00 2H
pl2senh2Hpl1
Hpl
2pHS (2.10)
Fora de trao no cabo T :
Considerando a Fig. 2.4 e sendo 0H constante, tem-se que:
=
cos0HT (2.11)
Figura 2.4 Trao no elemento de cabo
Sendo 0ds
dxcos = e com o auxlio da Eq. (2.9) chega-se fora de trao no
cabo, que varivel ao longo do vo:2
0 )(y'1HT += (2.12)
-
12
Desenvolvendo-se a Eq. (2.12), com o auxlio da Eq. (2.6), chega-se fora de
trao no cabo:2
000 2H
plHpx1HT
+= (2.13)
2.3.2 Cabo suspenso com apoios desnivelados
Quando o cabo suspenso est com apoios desnivelados, a sua configurao
inicial de equilbrio pode ser determinada analiticamente para vrios parmetros
apropriadamente escolhidos. A seguir apresentado um estudo analtico, para um
cabo suspenso AB, com apoios desnivelados (desnvel h) e carregamento
uniforme distribudo p(x) ao longo do vo l, conforme mostrado na Fig. 2.5
Figura 2.5 - Cabo suspenso com apoios desnivelados ecarregamento uniformemente distribudo ao longo do seu vo
a) Desnvel ( h ) e ngulo ( A ) conhecidos
Das condies de contorno da Fig. 2.5, tem-se que para x=0, Atany' = e y=0,
que levando-se nas Eqs. (2.3) e (2.4) obtm-se:
=
=
0C
tanC
2
A1 (2.14)
-
13
Introduzindo-se a constante C1 na Eq. (2.3), obtm-se a equao da tangente
curva do cabo:
A0
tanxHpy' += (2.15)
Introduzindo-se as constantes C1 e C2 na Eq. (2.4) e sabendo-se que em x=l para
y=h, obtm-se a equao da parbola que define a configurao de equilbrio do
cabo desnivelado:
xtanxl
ltanhy A2
2A +
= (2.16)
Fora horizontal 0H :
Da Eq. (2.4) e sabendo-se que para x=0, y=0 e Ay = tan' e para x=l, y=h,
obtm-se 0H que dado por:
A
2
0 2ltan2hplH
= (2.17)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 dada pela Eq. (2.17) e integrando-se a Eq.
(2.9) com o auxlio da Eq. (2.15), obtm-se o comprimento do cabo desnivelado:
( )
++
+
++
+=
A
1A
0
10
AA
2
A0
A0
00
tansenhtanHplsenh
2pH
sectantanHpl1tan
Hpl
2pHS
(2.18)
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.11) e (2.15) obtm-se a fora de trao no cabo desnivelado:2
A0
0 tanHpx1HT
++= (2.19)
-
14
b) Desnvel ( h ) e abscissa do vrtice ( Vx ) conhecidos
Das condies de contorno da Fig. 2.5, temos que 0='y para Vxx = e y=h para
x=l. Da Eq. (2.15) obtm-se:
0
VA H
pxtan = (2.20)
que levando-se nas Eqs. (2.15) e (2.16), obtm-se as equaes da tangente e da
curva parablica que define a configurao de equilbrio do cabo, dadas
respectivamente por:
)x(xHpy' V
0
= (2.21)
x)2x(x)2lx(l
hy V2
V2
= (2.22)
Fora horizontal 0H :
Das Eqs. (2.17) e (2.20) encontra-se H0 que dado por:
)2lx(l2hpH V
20 = (2.23)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 dado pela Eq. (2.23) e integrando-se a Eq.
(2.9) com o auxlio da Eq. (2.21), obtm-se o comprimento do cabo:
++
++
+
=
20
2V
2
V20
2V
2
V
0
V1
0
V100
Hxp1x
H)x(lp1)x(l
21
Hpxsenh
H)xp(lsenh
2pHS
(2.24)
-
15
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.12) e (2.21) obtm-se a fora de trao no cabo:2
V0
0 )x(xHp1HT
+= (2.25)
c) Desnvel ( h ) e flecha do vrtice ( f ) conhecidosDas condies de contorno da Fig. 2.5 sabe-se que 0CtanC 2A1 == e . Sendo
Vxxfy == para , das Eqs. (2.4) e (2.17) obtm-se para a parbola com vrtice
entre os apoios o valor de A dado por:
[ ](h/f)11l
2ftanA += (2.26)
que levando-se nas Eqs. (2.15) e (2.16), obtm-se as equaes da tangente e da
curva parablica que define a configurao de equilbrio do cabo, dadas
respectivamente por:
++= )(h/f)1(1
l2fx
Hpy'
0
(2.27)
xl
)(h/f)12f(1x
l)(h/f)12f(1h
y 22
++
+= (2.28)
Fora horizontal 0H :
Das Eqs. (2.17) e (2.26) encontra-se H0 que dado por:
( )22
0(h/f)112f
plH+
= (2.29)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 dada pela Eq. (2.28) e integrando-se a Eq.
(2.9) com o auxlio da Eq. (2.27), obtm-se o comprimento do cabo :
-
16
( )
++
+
++
+= bsenhb
Hplsenh
2pHb1bb
Hpl1b
Hpl
2pHS 1
0
1022
00
00
(2.30)
onde: l
)(h/f)12f(1b
+=
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.14) e (2.27) obtm-se a fora de trao no cabo:2
00 )(h/f)1(1l
2fxHp1HT
+++= (2.31)
2.4 Cabos com Carga Uniformemente Distribuda ao Longo doComprimento(Catenria)
Quando o peso prprio do cabo se torna importante na anlise de foras, estuda-
se o caso do cabo com uma carga uniformemente distribuda ao longo do seu
comprimento. Como exemplo de aplicao, pode-se citar o caso das linhas de
transmisso. O objetivo a seguir obter as equaes de equilbrio de um cabo,
submetido a um carregamento distribudo ao longo do seu comprimento,
considerando-se as condies de apoio nivelados e desnivelados, visando mostrar
que na sua configurao de equilbrio, ele assume uma configurao de catenria.
2.4.1 Cabo suspenso com apoios nivelados
Considere-se o cabo AB mostrado na Fig. 2.6, com apoios nivelados, sujeito ao
seu peso prprio g(x), onde A a inclinao do cabo no ponto A e f a flecha
no meio do vo.
-
17
Figura 2.6 - Cabo suspenso com apoios nivelados com carregamentouniformemente distribudo ao longo do seu comprimento
Considere-se o diagrama de corpo livre do elemento de cabo da Fig. 2.7.
Figura 2.7 - Elemento de cabo com carregamentouniformemente distribudo ao longo de seu comprimento
Onde dx e dy so os comprimentos infinitesimais nas direes x e y, odS o
comprimento infinitesimal do elemento de cabo, 000 dHH e H + so as foras
horizontais nas extremidades do elemento de cabo, 00 dVV + so as foras
verticais nas extremidades do elemento de cabo e o ngulo de inclinao do
elemento de cabo.
As condies de equilbrio aplicadas ao referido elemento,
== = 0M e0 Fy 0,Fx 0 , permitem escrever:
==
==
dxVdyHgdSdV
ConstanteH 0dH
00
00
00
(2.32)
-
18
Tendo-se em vista que H0 constante, obtm-se com o auxlio das Eqs. (2.32) a
equao diferencial de equilbrio:2
02
2
dxdy1
Hg
dxyd
+= (2.33)
que integrada duas vezes fornece:
+= 1
0
CHgxsenhy' (2.34)
210
0 CCHgxcosh
gHy +
+= (2.35)
Das condies de contorno da Fig. 2.6, tem-se que y=0 para x=l/2 e y=0 para
x=0, que levando-se nas Eqs. (2.34) e (2.35), obtm-se:
=
=
0
02
01
2Hglcosh
gHC
2HglC
(2.36)
Introduzindo-se as constantes C1 e C2 nas Eqs. (2.34) e (2.35), obtm-se a
equao da tangente curva do cabo:
( )
= l2x
2Hgsenhy'
0
(2.37)
e a equao da catenria que define a configurao de equilbrio do cabo:
=
000
0
2Hglcosh
2Hglx
Hgcosh
gHy (2.38)
Fora horizontal 0H :
Conhecendo-se a flecha f em x=l/2, da Eq. (2.38) encontra-se, por tentativas, o
valor de Ho que vem de:
-
19
=
0
0
H2gl1
gHf cosh (2.39)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 que vem da Eq. (2.39) e integrando-se a
equao dx)(y'1ds 20 += com auxilio da Eq. (2.37), obtm-se o comprimento
do cabo :
=
0
00 H2
glgH2S senh (2.40)
Fora de trao no cabo T :
Desenvolvendo-se a equao 20 )(y'1HT += com o auxlio da Eq. (2.37)
chega-se finalmente fora de trao no cabo:
( )
=+= lx2
H2gHy1HT
00
20 cosh)'( (2.41)
2.4.2 Cabo suspenso com apoios desnivelados
Analogamente ao item 2.3.2, apresentado um estudo analtico para um cabo
suspenso, com apoios desnivelados (desnvel h) e carregamento uniforme
distribudo g(x) ao longo do comprimento conforme visto na Fig. 2.8.
Figura. 2.8 - Cabo suspenso com apoios desnivelados comcarregamento uniformemente distribudo ao longo do seu comprimento
-
20
a) Desnvel ( h ) e ngulo )( A conhecidosDas condies de contorno da Fig. 2.8, tem-se que para x=0, Atany' = e y=0
que levando-se nas Eqs. (2.34) e (2.35), obtm-se:
( )
( )[ ]
=
=
A10
2
A1
1
tansenhcoshg
HC
tansenhC(2.42)
Introduzindo-se a constante C1 na Eq. (2.34), obtm-se a equao da tangente
curva do cabo:
( )
+= A
1
0
tansenhHgxsenhy' (2.43)
Introduzindo-se as constantes C1 e C2 na Eq. (2.35), obtm-se a equao da
catenria que define a configurao de equilbrio do cabo:
( ) ( )[ ]
+= A
1A
1
0
0 tansenhcoshtansenhxHgcosh
gHy (2.44)
Fora horizontal 0H :
Sabendo-se que em x=l, y=h, da Eq. (2.44) encontra-se por tentativas o valor de
Ho :
( ) ( )[ ]
+= A
1A
1
0
0 tansenhcoshtansenhlHgcosh
gHh (2.45)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 e integrando a Eq. (2.9) com o auxlio da
Eq. (2.43), obtm-se o comprimento do cabo:
( )
+= AA
1
0
00 tantansenhH
glsenhg
HS (2.46)
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.12) e (2.43) obtm-se a fora de trao no cabo:
-
21
( )
+= A
1
00 tansenhH
gxcoshHT (2.47)
b) Desnvel ( h ) e abscissa do vrtice ( Vx ) conhecidosSabendo-se que 0y' = para Vxx = , da Eq. (2.43) obtm-se:
( )0
VA
1
Hgxtansenh = (2.48)
que levando-se nas Eqs. (2.43) e (2.44), obtm-se as equaes da tangente e da
curva catenria que define a configurao de equilbrio, dadas respectivamente
por:
= )x(x
Hgsenhy' V
0
(2.49)
=
0
VV
0
0
Hgxcosh)x(x
Hgcosh
gHy (2.50)
Fora horizontal 0H :
Sabendo-se que em x=l, y=h, da Eq. (2.50) encontra-se, por tentativas, o valor de
Ho que vem de :
=
0
VV
0
0
Hgxcosh)x(l
Hgcosh
gHh (2.51)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0 oriunda da Eq. (2.51) e integrando-se a Eq.
(2.9) com o auxlio da Eq. (2.49), obtm-se o comprimento do cabo:
+
=
0
VV
0
00 H
gxsenh)x(lHgsenh
gHS (2.52)
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.11) e (2.49) obtm-se a fora de trao no cabo:
= )x(x
HgcoshHT V
00 (2.53)
-
22
c) Desnvel ( h ) e flecha do vrtice ( f ) conhecidosSabendo-se que fy = para Vxx = , da Eq. (2.50) obtm-se:
=
00
V
Hgf1
Hgxcosh (2.54)
=
0
10V H
gf1coshg
Hx (2.55)
Substituindo-se as Eqs. (2.54) e (2.55) nas Eqs. (2.49) e (2.50), obtm-se as
equaes da tangente e da curva catenria que define a configurao de equilbrio
do cabo, dadas respectivamente por:
=
0
1
0 Hgf1cosh
Hgxsenhy' (2.56)
fg
HHgf1cosh
Hgxcosh
gHy 0
0
1
0
0 +
= (2.57)
Fora horizontal 0H :
Sabendo-se que em x=l, y=h, da Eq. (2.57) encontra-se, por tentativas, o valor de
Ho que vem de:
fg
HHgf1cosh
Hglcosh
gHh 0
0
1
0
0 +
= (2.58)
Comprimento do cabo 0S :
Conhecendo-se a fora horizontal H0, que vem da Eq.(2.58) e integrando-se a Eq.
(2.9) com o auxlio da Eq. (2.56), obtm-se o comprimento do cabo :
+
=
0
1
0
1
0
00 H
gf1coshsenhHgf1cosh
Hglsenh
gHS (2.59)
Fora de trao no cabo T :
Das Eqs. (2.12) e (2.56) obtm-se a fora de trao no cabo:
=
0
1
00 H
gf1coshHgxcoshHT (2.60)
-
CAPTULO 3
Formulao Numrica
3.1 Introduo
Visando o estudo das estruturas de cabos, apresentada neste captulo uma teoria
geral para a anlise no-linear das mesmas pelo mtodo dos elementos finitos.
Esta formulao considera tanto o comportamento no-linear geomtrico quanto
o fsico envolvidos no problema.
A formulao apresentada pretende ser a mais geral possvel, permitindo que os
ns sofram grandes deslocamentos e os elementos de cabos sofram grandes
alongamentos e, alm disto, estes elementos podem ser constitudos de material
elasto-plstico.
O desenvolvimento terico apresentado a seguir tem como base os trabalhos de
Pimenta [1986a e 1986b], Lavall [1996] e Leite[2000] e feito dentro de uma
rigorosa formulao Lagrangiana, que utiliza a tcnica corrotacional para a
deduo consistente das matrizes dos elementos de cabos no espao
tridimensional.
-
24
3.2 Deformaes e Tenses
Seja um elemento de cabo onde se designam por Vr, Ar e lr , o seu volume, a sua
rea da seo transversal e o seu comprimento, respectivamente, na configurao
de referncia ou inicial. Por Vc, Ac e lc so designados o seu volume, a sua rea da
seo transversal e o seu comprimento, respectivamente, na configurao
corrigida ou deformada, no qual atua uma fora normal N, conforme a Fig. 3.1,
sendo vlidas as seguintes equaes:
==
ccc
rrr
l AVl AV
(3.1)
Figura 3.1 - Elemento de cabo nas suasconfiguraes de referncia e corrigida.
Uma medida de deformao definida como qualquer grandeza que compare os
comprimentos do elemento nas configuraes de referncia e corrigida. Uma
medida bsica de deformao o estiramento do elemento, dado por:
r
c
ll
= (3.2)
Uma famlia de medidas de deformao ou famlia de deformaes pode ser
definida atravs de:
=
=0m,
0m, m2
1m2
m
ln
)((3.3)
-
25
Com a ajuda da Eq. (3.2) e variando-se o valor de m, podem ser explicitados
alguns membros desta famlia. Em particular, neste trabalho ser adotada a
deformao linear para m=1/2, sendo designada por deformao linear ou
tcnica ou de engenharia:
rr
rc
21 l
ll
ll1 ==== (3.4)
Tenses e deformaes conjugadas so aquelas que ao se integrar o produto da
tenso pela taxa de deformao em todo o volume do elemento obtm-se a
energia interna total. Uma famlia de tenses m, conjugada com a famlia de
deformao m dada pela Eq. (3.3), pode ser expressa por:
Nm21
m = (3.5)
onde:
rN A
N= (3.6)
a tenso nominal ou tenso de engenharia.
Adotando-se m=1/2 vem que:
N21 = / (3.7)
Em uma anlise terica consistente de slidos e estruturas, as medidas de tenses
e deformaes devem ser conjugadas e objetivas. Tenses e deformaes
objetivas so invariantes sob movimentos de corpo rgido, ou seja, nenhuma
tenso ou deformao aparece de rotaes puras de corpo rgido.
As tenses e deformaes de engenharia so objetivas somente se as rotaes so
infinitesimais. Para problemas geometricamente no-lineares, a estrutura est, de
fato, submetida a deformaes infinitesimais medidas em relao a um sistema
de coordenadas fixo no elemento e submetida a grandes translaes e rotaes
quando medidas em relao a um sistema de coordenadas global fora do
elemento.
-
26
Para tornar as medidas de engenharia objetivas, emprega-se, ento, um sistema
de coordenadas fixo ao elemento (sistema corrotacional), no qual os
deslocamentos generalizados so medidos em relao a uma configurao
deformada.
Neste sistema no so considerados os graus de liberdade de corpo rgido,
levando-se em conta apenas os graus de liberdade naturais, associados s
deformaes, os quais so quantidades objetivas. Para levar em conta os
deslocamentos de corpo rgido, necessita-se uma transformao entre os dois
sistemas de coordenadas: um que descreve a configurao indeformada (sistema
de coordenadas Lagrangiano ou Cartesiano fora do elemento), e o outro que
descreve a configurao deformada (sistema de coordenadas corrotacional fixo
no elemento).
Adotando-se todos estes procedimentos, as tenses e deformaes de engenharia
tornam-se um par de medidas de tenso e deformao conjugadas e objetivas.
Elas sero utilizadas como referncia neste trabalho, sendo designadas por:
===
=
===
rN21
rr
rc21
AN
ll
lll1
/
/
(3.8)
3.3 Relaes Constitutivas
Seja a relao entre tenso e deformao expressa por:
( )mmm = (3.9)
O mdulo de rigidez tangente do material do elemento introduzido atravs do
coeficiente angular da curva mm dado por:
-
27
m
mm d
dD= (3.10)
-
28
Com o auxlio das Eqs. (3.3) e (3.5) chega-se a uma famlia de mdulos de
rigidez:
N4.m14m2
m 2m)(1DD += (3.11)
Onde fazendo-se m=1/2, tem-se que:
21DD /= (3.12)
Considere-se a Fig. (3.2), onde mostrada a relao tenso-deformao expressa
por )( mmm = , do comportamento elasto-plstico de um elemento de cabo.
Diz-se que o mesmo est em regime elstico se mD nico, sendo denotado por
emD , tanto em carga quanto em descarga. Se o elemento estiver em regime elasto-
plstico, mD pode ter dois valores : emD para o descarregamento elstico ou
epmD
para o carregamento elasto-plstico.
Figura 3.2 - Comportamento elasto-plstico de um elemento de cabo.
Ao se analisar um elemento em regime elasto-plstico distinguem-se, conforme
mostrado na Fig. 3.2, duas regies: uma elstica, onde m menor do que e ,
-
29
sendo e a tenso inicial de escoamento do material e uma regio elasto-plstica,
onde m maior do que e , de tal forma que:
-
30
Se ( ) 0 em , o elemento se encontra na fase plstica e emm DD = , se ele
estiver em descarga, ou seja, 0 mm
.
3.4 Sistema de Coordenadas - Graus de Liberdade
3.4.1 Consideraes iniciais
Num desenvolvimento terico baseado em uma rigorosa formulao
Lagrangiana, o sistema de referncia global da estrutura escolhido neste trabalho
foi o sistema de coordenadas Lagrangiano ou Cartesiano. Porm, conforme j
mencionado anteriormente, as tenses e deformaes de engenharia adotadas
como referncia neste trabalho, so energeticamente conjugadas mas no so
objetivas neste sistema.
Para torn-las objetivas, escolhe-se inicialmente um sistema local de coordenadas
corrotacional, diferente do sistema global de referncia, que est ligado ao
elemento, no qual os deslocamentos generalizados so medidos em relao a uma
configurao deformada. Trata-se, portanto de um sistema de referncia mvel
que acompanha a estrutura deformada. Neste sistema os graus de liberdade de
corpo rgido no so considerados, levando-se em conta apenas os graus de
liberdade naturais, que so quantidades objetivas. Escreve-se, ento, as funes
de interpolao para os deslocamentos locais do elemento em funo destes graus
de liberdade e obtm-se as deformaes de engenharia objetivas aplicando-se as
relaes deformao-deslocamento da elasticidade linear neste campo de
deslocamento.
-
31
Alm disso, a obteno das matrizes de rigidez do problema facilitada, uma vez
que se trabalha com um nmero reduzido de graus de liberdade.
Uma transformao de coordenadas muda do sistema corrotacional local para o
sistema Lagrangiano ou Cartesiano local, levando-se em conta os deslocamentos
de corpo rgido. Finalmente, uma rotao de eixos coloca este ltimo sistema
paralelo ao sistema global de referncia.
3.4.2 Definio dos sistemas de coordenadas e graus de liberdade
Seja uma estrutura de cabo formado por elementos supostamente retos em sua
configurao de referncia ou inicial. Suponha-se que este cabo esteja contido
em um espao tri-dimensional de coordenadas cartesianas x, y, z, definindo o
sistema global de referncia. Os ns do cabo possuem trs graus de liberdade: os
deslocamentos u, v e w ao longo dos eixos x, y e z respectivamente (Fig. 3.3).
Observe-se agora um elemento qualquer de cabo em sua configurao de
referncia, cujo comprimento medido entre os seus ns de extremidade, a e b,
lr. Sobre este elemento introduz-se um sistema de coordenadas local,
corrotacional (xr, yr, zr), com origem no seu centro. Os ngulos formados entre os
eixos de referncia global x, y, z e o eixo do elemento so respectivamente r, r,
r , conforme mostrado na Fig. 3.3.
Para um determinado nvel de carregamento este elemento est deformado e
encontra-se em uma posio atualizada ou corrigida. Nesta configurao o
comprimento entre os seus ns de extremidade lc. Sobre este elemento introduz-
se um sistema de coordenadas corrotacional (xc, yc, zc), com origem no seu
centro.
-
32
Os ngulos formados entre os eixos de referncia global x, y, z e o eixo do
elemento so respectivamente c, c, c, conforme mostrado na Fig. 3.3.
Figura 3.3 - Elemento de cabo em suas configuraes de refernciae corrigida segundo sistemas globais e locais de referncia.
Desta forma o estiramento do elemento e sua deformao linear ou de engenharia
so dados, respectivamente, por:
=
=
1llr
c
(3.13)
Os graus de liberdade a ser adotados so aqueles referentes ao sistema
corrotacional, que so quantidades objetivas e so denominados graus de
liberdade naturais ou corrotacionais. Estes graus de liberdade podem ser
colecionados num vetor q (1x1), onde =1 e definido por:
{ }1T q=q (3.14)
onde q1 mede a variao de comprimento do elemento e dado por:
rc1 llq = (3.15)
Os graus de liberdade cartesianos pi (i = 1,...6), so definidos por:
-
33
======
b6b5b4
a3a2a1
wp ; vp ; upwp ; vp ; up
(3.16)
e podem ser colecionados no vetor ip (6x1), denominado vetor dos
deslocamentos nodais do elemento da seguinte forma:
{ }bbbaaaTi wvuwvu=p (3.17)
Sendo xa, xb, ya, yb, za e zb as coordenadas nodais dos elementos na configurao
de referncia, tem-se:
( ) ( ) ( )[ ]( ) ( ) ( )[ ]
+=
+=
+=
=
=
=
++=
+++++=
c
36abc
c
25abc
c
14abc
r
abr
r
abr
r
abr
212ab
2ab
2abr
21236ab
225ab
214abc
lppzzarccos
,l
ppyyarccos ,l
ppxxarccos
lzzarccos ,
lyyarccos ,
lxxarccos
zzyyxxl
ppzzppyyppxxl
(3.18)
As derivadas das coordenadas locais corrotacionais q em relao s coordenadas
globais cartesianas pi, ou seja, i pq escritas na forma indicial q,i , onde
=1 e i=1,2,...,6, podem ser escritas numa matriz B (1x6) da seguinte forma:
[ ] ccc ccci, cos cos cos cos coscosq == B (3.19)
onde a matriz B rigorosamente uma matriz de mudana de coordenadas
instantnea e relaciona as variaes dos deslocamentos nas coordenadas locais
corrotacionais com as variaes dos deslocamentos nas coordenadas globais
cartesianas. As derivadas segundas de q em relao a pi, isto , ji2 pp/q
que envolvem apenas geometria e estaro presentes numa parcela da matriz de
-
34
rigidez geomtrica (teoria de segunda ordem) so dadas em um vetor G (6x6)
por:
-
35
==
c2
ccc2
ccccc2
c2
ccccc2
ccc2
ccccc2
ccccc2
ccccc2
c
simtrica
l1
sencoscossencoscoscoscossen
sencoscoscoscossencoscossencoscoscoscossencoscoscoscossencoscoscoscossen
Gq ij,
(3.20)
3.5 Teoria Estrutural
A teoria estrutural a ser desenvolvida neste trabalho segue a hiptese cinemtica
atribuda a Bernoulli-Euler, segundo a qual:
As sees transversais planas e ortogonais ao eixo da barra permanecem
planas, indeformveis e ortogonais ao eixo, aps a deformao.
Por esta hiptese, a teoria estrutural utilizada despreza o empenamento das
sees transversais e o efeito da deformao transversal ou de Poisson e, neste
caso, as deformaes segundo os eixos y e z e o coeficiente de Poisson so nulos
( )0 zzyy === . Sendo assim, a nica deformao relevante a deformaolongitudinal xx .
3.6 Cinemtica do Elemento
3.6.1 Campo de deformao
As Eqs. (3.13) mostram que o estiramento de um elemento de cabo no sistema
local, assim como a sua deformao linear ou de engenharia so dados,
respectivamente, por:
-
36
=
=
1llr
c
onde o ndice c indica a configurao atualizada ou corrigida e o ndice r indica a
configurao inicial ou de referncia.
3.6.2 Campo de deslocamento - consideraes analticas
Da hiptese de Bernoulli-Euler adotada neste trabalho, o campo de deslocamento
dos pontos do elemento de cabo fica completamente caracterizado se conhecidos
os deslocamentos axiais (u ) e transversais (v e w ) dos pontos situados sobre seu
eixo.
Figura 3.4 - Deslocamentos de um ponto de uma seogenrica em relao ao sistema de eixos cartesianos globais.
-
37
Considerando-se ento, o ponto P da seo do elemento caracterizado pela
distncia r relativa ao seu eixo, conforme mostrado na Fig. 3.4, pode-se escrever
os seus deslocamentos denotados por uc, vc e wc no sistema corrotacional (xc, yc,
zc) por:
( ) ( )( ) ( )( ) ( )
==
==
=
0xwzyxw
0xvzyxv
xuzyxu
cc
cc
cc
,,
,,
,,
(3.21)
onde uc, vc e wc so os deslocamentos longitudinal e transversais do ponto P da
seo do elemento, assim como cu , cv e cw so estes deslocamentos para os
pontos ao longo do seu eixo. Das Figs. 3.3 e 3.4, observa-se que o eixo do
elemento de cabo tem o comprimento infinitesimal rld antes da deformao e
cld aps a deformao, dados por:
[ ] 21222r dzdydxld ++= (3.22)
( ) ( ) ( )[ ] 212c2c2cc wddzvddyuddxld +++++= (3.23)
Para o sistema corrotacional, temos:
0wd e 0vd 0,dz 0dy c_
c_
==== , (3.24)
Portanto:
ccr uddxld e dxld +== (3.25)
O estiramento do eixo do elemento dado por:
r
c
ldld= (3.26)
que com a aplicao das Eqs. (3.25), fornece:
cc u1
dxuddx '+=+= (3.27)
-
38
Considerando-se uma fibra fora do eixo do elemento tem-se, com o auxlio das
Eqs. (3.21), (3.25) e (3.26):
==+=+
==r
c
r
cr
r
cr
r
c
ldld
dxuddx
dxdudx
dldl (3.28)
Logo, usando as Eqs. (3.27) e (3.28):
cu1 '+== (3.29)
A expresso do campo de deformao, j deduzida anteriormente, dada por
1 = e portanto:
cu'== (3.30)
Este ser o campo de deformao a ser utilizado neste trabalho. Observa-se na
Eq. (3.30), que para a definio do campo de deformao necessrio escolher
as funes de interpolao para o deslocamento cu do eixo do elemento de cabo.
Esta funo de interpolao aproximadora ser, ento, colocada em funo do
grau de liberdade natural (objetivo), q (=1) e o campo de deformao passar
a ser uma funo de:
( )[ ]ipqf = (3.31)
3.7 Equaes de Equilbrio
3.7.1 Equilbrio do elemento
Conhecido o campo de deformao, ( )[ ]i pqf = , o equilbrio do elemento podeser formulado atravs do Princpio dos Trabalhos Virtuais (PTV) como:
= Vr rdV w .int (3.32)
onde Vr o volume, a tenso normal e a deformao virtual de uma fibra
na configurao de referncia.
-
39
A deformao virtual dada pela variao de , dada pela Eq. (3.31), e obtida
com o emprego da regra da cadeia:
ii
ii
p q =pq
qp
=
,,
(3.33)
onde pi o vetor dos deslocamentos nodais virtuais do elemento.
As foras nodais internas Pi so definidas de tal forma que:
iiext p Pw = . (3.34)
Igualando-se as Eqs. (3.32) e (3.34) com a ajuda da Eq. (3.33) e sabendo-se que
i,q representa uma transformao de coordenadas (sistema Corrotacional para o
sistema Cartesiano) que independe do volume de referncia, tem-se a equao de
equilbrio do elemento dada por:
( ) i,rV r,i q dV P = (3.35)
Chamando Q de esforos internos nas coordenadas naturais, tem-se:
= rV r, dV Q (3.36)
e a equao de equilbrio do elemento dada em notao indicial por:
,ii q QP = (3.37)
Reunindo Q e Pi em dois vetores Q e P , respectivamente, pode-se escrever a
equao de equilbrio do elemento na forma matricial por:
QBP T= (3.38)
Matriz de Rigidez Tangente do Elemento no Sistema Local Cartesiano
Sendo ( )p,PP = e pensando numa formulao incremental do equilbrio, aderivada ou a variao de cada incremento de P no tempo pode ser dada por:
-
40
tp
pP
dtdP
= (3.39)
Chamando, tkpP =
em notao matricial a Eq. (3.39) pode ser dada por:
= pkP t (3.40)
onde tk a matriz de rigidez tangente do elemento nas coordenadas cartesianas.
As componentes kij da matriz de rigidez tangente so as derivadas de Pi em
relao s coordenadas cartesianas pj. Derivando-se a equao de equilbrio
(3.37) com o auxlio da regra da cadeia, tem-se:
ij,j,,iijj
i qQqQqkpP
+==
, (3.41)
Da derivada da Eq. (3.36) e com o auxlio da Eq. (3.10), conclui-se que:
( ) += rV r,,, dV D Q , (3.42)
onde define-se:
= rV r,, dV D D , (3.43)
= rV r, dV H , (3.44)
Levando-se a Eq. (3.42) na Eq. (3.41), com o auxlio das Eqs. (3.43) e (3.44),
tem-se:
321444 3444 21
P efeito pelo lresponsave
rigido corpo de movimento do parcela
ij,
Objetiva Parcela
j,,,i,j,i qQq)HD(qk
++= (3.45)
444 3444 2143421ordem segunda de efeitos os conta em leva
geometrica parcela
ij,j,,i,
vaConstituti Parcela
j,,i,j,i qQqHqq D qk ++= (3.46)
-
41
Escrevendo em notao matricial, a matriz de rigidez constitutiva vem da parcela
constitutiva da Eq. (3.46) dada por j,,i,M q D qk = .
Sendo B== j,i, qq uma matriz (1x6) e D=,D uma matriz (1x1), do produto
matricial resulta a matriz simtrica (6x6) a seguir:
BDBkM T= (3.47)
A matriz de rigidez geomtrica obtida da parcela geomtrica da Eq. (3.46) dada
por ij,j,,i,G q Qq H qk += que com o auxlio de H=,H =(3x3) e
= Gij,q =(6x6), ambas simtricas, resulta na matriz tambm simtrica:
T
G Q + GHBBk = (3.48)
Finalmente, obtm-se a matriz de rigidez tangente na forma a seguir:
GMt + kkk = (3.49)
+= GHBBBDBk Q + TTt (3.50)
3.7.2 Equilbrio estrutural
Do estudo anterior concluiu-se que o equilbrio do elemento dado na forma
indicial ou matricial, respectivamente, por:
i,i q QP = ou QBP T=
sendo ( )p,PP = .
Para escrever o equilbrio da estrutura, os graus de liberdade cartesianos de um
elemento, p , sero relacionados com os graus de liberdade cartesiano da
estrutura r atravs da seguinte expresso matricial:
-
42
rAp = (3.51)
onde A a matriz de incidncia cinemtica, responsvel pela compatibilidade
dos deslocamentos nodais do elemento pi , com os deslocamentos nodais da
estrutura rj , composta por 0 e 1. Variando-se a Eq. (3.51), vem que:
rAp = (3.52)
O trabalho virtual interno da estrutura dado pelo somatrio dos trabalhos
virtuais internos dos seus elementos. Assim, com o auxlio da Eq. (3.52), tem-se:
( ) rAPrAPpP = = == TTne1
TiwW .int
Chamando = PAS T o vetor dos esforos internos da estrutura, obtido
somando-se a contribuio de todos os elementos, conclui-se que:
rS = TW .int (3.53)
Como ( )pPP ,= e rAp = ,conclui-se que ( )rSS ,= .
O trabalho virtual externo, supondo-se somente foras externas concentradas
aplicadas nos ns da estrutura, representadas pelo vetor R , dado por:
rR = TextW . (3.54)
Fazendo o trabalho virtual interno, Eq.(3.53), igual ao trabalho virtual externo,
Eq.(3.54), pelo Princpio dos Trabalhos Virtuais (P.T.V), temos:
rSrR = TT (3.55)
e finalmente:
SR = (3.56)
que representa a equao do equilbrio estrutural.
-
43
3.7.3 Equaes incrementais do equilbrio
As equaes incrementais do equilbrio da estrutura so obtidas ao se derivar a
Eq. (3.56) no tempo:
= SR (3.57)
Da equao = PAS T vem que:
= PAS T (3.58)
Levando-se a Eq. (3.40),
= ptkP , na Eq. (3.58) obtm-se:
=pt
TkAS (3.59)
Da Eq. (3.52), onde
= rAp , aplicando a Eq. (3.59) fica:
= rAkAS tT (3.60)
Finalmente, pode-se escrever que:
= rKS t (3.61)
onde :
AkAK tT
t = (3.62)
a matriz de rigidez tangente da estrutura, obtida pela contribuio das matrizes
de rigidez de cada elemento, atravs da matriz de incidncia cinemtica A .
Assim, a equao do equilbrio incremental da estrutura, Eq. (3.57),
= SR , pode
ser escrita da seguinte forma, com o auxlio da Eq. (3.61):
= rKR t (3.63)
ou de forma aproximada:
-
44
rKR = t (3.64)
onde R representa os incrementos no carregamento e r os incrementos nos
deslocamentos nodais.
3.8 Interpolao
Sendo o campo de deformao dado pela Eq. (3.30), c'u == , torna-se
necessrio definir funes aproximadoras para o deslocamento cu do eixo do
elemento de cabo. Estas funes de interpolao para os deslocamentos sero
escritas em funo do grau de liberdade natural ou objetivo, q (=1), obtendo-
se finalmente ( )qf = .
Pode-se adotar diversas interpolaes para cu , ao longo do eixo do elemento de
cabo, de modo que elas fiquem explicitadas em funo de q .
Ser adotada uma interpolao linear para os deslocamentos. Escrevendo em
funo do grau de liberdade natural ou objetivo, tem-se:
( )
+=
21
lxqxu
r
r1rc (3.65)
ou
( ) ( )r11rc x qxu = (3.66)
onde
( )21
lxx
r
rr1 += (3.67)
Tendo-se em vista a equao c'u = , necessria a derivada de ( )rc xu :
( )r
1rc l
qxu =' (3.68)
-
45
Levando-se a Eq. (3.68) na equao do campo de deformao c'u = , obtm-se
finalmente:
r
1
lq
= (3.69)
Com o objetivo de se calcular Q, D, e H,, conforme as Eqs. (3.36), (3.43) e
(3.44), respectivamente, necessrio encontrar a expresso do elemento de
volume dVr:
rrr dx dAdV = (3.70)
onde Ar a rea da seo transversal do elemento na configurao de referncia.
Derivando duas vezes a equao r
1
lq = em relao a q temos:
r1 l
1=, (3.71)
011 =, (3.72)
Levando-se a Eq. (3.71) na Eq. (3.36) e com o auxlio da Eq. (3.70) obtm-se:
=
2lr
2lr r
r1 dx l
NQ (3.73)
onde
= rdA N (3.74)
a fora normal atuante na seo transversal.
Tomando-se a Eq. (3.43) e introduzindo-se a Eq. (3.71) com o auxlio da Eq.
(3.70), obtm-se:
=
2rl
2rl r2
r11 dx l
CD (3.75)
onde o coeficiente de rigidez C, vale:
= Ar rdA DC (3.76)
-
46
Finalmente, levando-se as Eq. (3.72) na Eq. (3.44) com o auxlio das Eq. (3.70) e
(3.74), chega-se a:
0H11 = (3.77)
As integrais para obteno de Q1 e D11 so feitas na direo xr e tm como limites
de integrao 2lr e 2lr e, em geral, so computadas numericamente atravs,
por exemplo, do mtodo de Gauss, com pelo menos dois pontos de integrao.
As integrais para obteno de N e C so efetuadas sobre toda a seo.
3.9 Expresses Analticas para a Matriz de Rigidez Tangente
1.1.1 Elementos prismticos em regime elstico linear
Deduz-se a seguir as expresses analticas para N, C, Q1, H11 e D11, em regime
elstico linear.
Determinao da Fora Normal N
Sabendo-se que =E e o campo de deformao dado por r
1c l
q'u1 === ,
com o auxlio da Eq. (3.74) tem-se:
r
1rr l
q A E A EN == (3.78)
que constante na seo e ao longo do elemento.
Determinao da Fora Interna Natural Q1Usando-se a Eq. (3.73) com auxlio da Eq. (3.78), determina-se:
NA El lA Edx
lA EQ r2
rl
2rl r
r
rr
r
r1 = =
=
=+
(3.79)
-
47
Determinao do Elemento da Matriz D11Usando a Eq. (3.76) e sabendo-se que D=E, tem-se:
rA EC = (3.80)
Da Eq. (3.75) temos:
r
r11 l
AED = (3.81)
Elemento da Matriz H11Da Eq. (3.77), temos que 0H11 = .
Matriz de Rigidez Tangente do elemento em Coordenadas Locais
Cartesianas no Regime Elstico Linear
Finalmente, sabendo-se que GMt kkk += , sendo BDBk TM = e
= GHBBk Q + TG , com o auxlio das Eqs. (3.19), (3.20), (3.77) a (3.81), temos
que a matriz de rigidez tangente do elemento, em regime elstico, no sistema
local em coordenadas cartesianas dada por::
eG
eM
et kkk += (3.82)
Onde:
=
c2
ccc2
ccccc2
c2
ccccc2
ccc2
ccccc2
ccccc2
ccccc2
r
reM
simtrica
lA E
coscoscoscoscoscoscoscoscos
coscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscos
k
(3.83)
e
-
48
=
c2
ccc2
ccccc2
c2
ccccc2
ccc2
ccccc2
ccccc2
ccccc2
c
eG
simtrica
lN
sencoscossencoscoscoscossen
sencoscoscoscossencoscossencoscoscoscossencoscoscoscossencoscoscoscossen
k
(3.84)
3.9.2 Elementos prismticos em regime elasto-plstico
A seguir obteremos as expresses analticas para N, C, Q1, H11 e D11, em regime
elasto-plstico.
Determinao da Fora Normal epN
Sabendo-se que no caso elasto-plstico a lei constitutiva dada por =D e o
campo de deformao por r
1c l
q'u1 === , com o auxlio das Eqs. (3.74) e
(3.76), tem-se:
ClqCN
DdAdADdAN
r
1ep
Ar rAr rAr rep
==
= = =(3.85)
que constante na seo e ao longo do elemento.
Determinao da Fora Interna Natural ep1Q
Usando-se a Eq. (3.73) com auxlio da Eq. (3.85), obtm-se:
ep2rl
2rl
r
1r2
r
12lr
2lr
r
epep1 Nl
q Cdx lq C
lNQ ==
=
=
+
+
(3.86)
Determinao do Elemento da Matriz ep11D
Da Eq. (3.76), = Ar rDdAC , determina-se:
= rA DC (3.87)
-
49
Levando-se na Eq. (3.75),
=
2rl
2rl r2
r
ep11 dx l
CD , tem-se que:
r
ep11 l
CD == (3.88)
Elemento da Matriz ep11H
Da Eq. (3.77), temos que 0Hep11 = .
Matriz de Rigidez Tangente do elemento em Coordenadas locais Cartesianas
no Regime Elasto-Plstico
Finalmente, de forma anloga ao caso elstico, tem-se que epGepMept kkk += , sendo
BDBk TepM = e = GHBBk Q + TepG , com o auxlio das Eqs. (3.19), (3.20),
(3.77), (3.85) a (3.88), temos que a matriz de rigidez tangente do elemento, em
regime elasto-plstico, no sistema local em coordenadas cartesianas dada por:epG
epM
ept kkk += (3.89)
Onde:
=
c2
ccc2
ccccc2
c2
ccccc2
ccc2
ccccc2
ccccc2
ccccc2
r
epM
simtrica
lC
coscoscoscoscoscoscoscoscos
coscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscoscos
k (3.90)
e
=
c2
ccc2
ccccc2
c2
ccccc2
ccc2
ccccc2
ccccc2
ccccc2
c
epG
simtrica
lN
sencoscossencoscoscoscossen
sencoscoscoscossencoscossencoscoscoscossencoscoscoscossencoscoscoscossen
k (3.91)
-
CAPTULO 4
Aspectos da Implementao
4.1 Consideraes Iniciais
Neste captulo, descrevem-se os aspectos principais da implementao do
programa de computador Cabos-NLFG, desenvolvido neste trabalho de pesquisa
para a anlise no-linear elasto-plstica de cabos, considerando a formulao
terica apresentada no captulo 3.
Sendo assim, procura-se mostrar a utilizao do mtodo de Newton-Rapshon
para a soluo numrica das equaes no-lineares que descrevem o problema, o
critrio de convergncia adotado para verificao do final do processo
incremental-iterativo e os modelos constitutivos atribudos ao material, bem
como as aproximaes adotadas. Consideraes sobre a gerao dos elementos
de cabos a partir da configurao de equilbrio inicial adotada, aspectos de sua
implementao e uma descrio sucinta das subrotinas do programa
desenvolvido so tambm apresentados.
A Fig. 4.1 mostra o fluxograma do programa Cabos-NLFG, adaptado de
Owen&Hinton [1980], indicando os passos bsicos para se fazer uma anlise
no-linear de estruturas reticulares, assim como as subrotinas componentes do
programa principal.
-
51
INICIO
GEOMETRIA INICIALDefinio dos ns de contorno, lei constitutiva adotada, atributo dos cabos
(flecha, desnvel, ngulo inicial,etc), clculo da fora horizontal da parbola,correo p/ catenria, gerao da geometria da catenria, etc.
CLCULOCalcula o nmero de equaes, os mdulos elstico, tangente(s),
parmetro(s) de encruamento(s) e define a deformao limite.
GEOMETRIA_ESTRUTURACalcula-se os comprimentos e os cossenos dieretores
dos elementos na sua posio indeslocada.
INICIA_ELEMENTOCALFaz-se a geometria na sua posio indeslocada igual a
geometria atualizada e corrigida.
INICIAR_VARIVEISSo inicializadas e zeradas as variveis envolvidas no programa.
CLCULO_TRAOCalculam-se analiticamente o esforos de trao em cada elemento.
ARQUIVA DADOSArmazena-se os dados iniciais do(s) cabo(s), tais como: incidncia dos
elementos, coordenadas dos ns, restries nodais, lei constitutiva,atributos do(s) cabo(s), cargas aplicadas, etc.
.
INCM:= 1 TO NINCREM
01
-
52
INCREMENTA_CARGAIncrementao do vetor de cargas.
01
RIGIDEZCalcula-se a matriz de rigidez global da estrutura.
SISTEMA_GAUSSFaz-se o escalonamento da matriz de rigidez, substituio regressiva
para resoluo do sistema de equaes.Calcula-se as reaes de apoio,os deslocamentos e atualiza-se o vetor de cargas nodais totais para
contemplar as reaoes de apoio.
GEOMETRIA_ESTRUTURA_CCalcula-se os comprimentos e cossenos diretores
dos elementos na posio deslocada.
ESFORCO_NORMALClculo dos esforos normais dos elementos e do vetor de
cargas equivalentes..
VERIFICA_CONVERGNCIA_ESFORCOSVerificao da convergncia e calcula o vetor de cargas residuais.
ESCREVE_RESULTADOSResultados do processo incremental-iterativo em um arquivo de
sada, com extenso .sai..
SIM
NO
LO
OP
DO
PR
OC
ESSO
ITER
ATIV
O
LO
OP
DO
PR
OC
ESSO
INC
RE
ME
NTA
L
FINAL
Figura 4.1 Fluxograma do programa principal
-
53
O programa desenvolvido capaz de fazer a anlise considerando as no-
linearidades geomtrica e fsica envolvidas no problema, baseado num processo
incremental-iterativo, no qual o equilbrio verificado para cada iterao
segundo um critrio de convergncia adotado previamente.
O programa foi feito em linguagem de programao PASCAL, de acordo com as
padronizaes do DELPHI, para analisar somente problemas do tipo cabo
suspenso. Nesta verso no comercial, o programa admite que todos os ns so
rtulas perfeitas e os carregamentos so considerados quase estticos, montonos
estritamente crescentes e aplicados somente nos ns do cabo.
4.2 Implementao da Configurao Inicial de Equilbrio do Cabo
A seguir, faz-se um estudo para a obteno da curva da catenria, funo do peso
prprio do cabo, a qual foi implementada no programa deste trabalho, para
determinar a configurao inicial de equilbrio do cabo suspenso, possibilitando a
a gerao automtica dos ns e elementos da estrutura.
De acordo com as equaes dos itens 2.4.1 e 2.4.2, a determinao da fora
horizontal da catenria 0hF , imprescindvel para a obteno da equao da curva
somente se faz por tentativas e/ou de forma incremental.
Desta forma, utilizou-se o mtodo incremental de Newton-Raphson para
resoluo das equaes e determinao da fora horizontal 0hF , e
conseqentemente, obteno da curva da catenria.
A soluo das equaes tem incio, a partir da atribuio de um valor da fora
horizontal inicial 0hF , obtida da curva parablica, que uma excelente
aproximao para o caso da curva da catenria.
-
54
Assim sendo, no incio do processo incremental temos:
)(')(
0h
0h0h1h Ff
FfFF = (4.1)
Onde 1hF uma primeira aproximao da fora horizontal da curva da catenria,
)f(F 0h a funo resduo da fora horizontal da catenria e )(Ff' 0h a sua
derivada. A convergncia do processo incremental ocorrer quando o valor da
funo resduo )f(F 0h tender para zero.
A seguir, mostrado de forma sucinta, o procedimento implementado no
programa, para obteno da fora horizontal e, conseqentemente, obteno da
curva da catenria, considerando a combinao dos seguintes parmetros do
cabo: desnvel h, ngulo A , flecha no vrtice f e abscissa do vrtice vx .
a) Desnvel ( h ) e o ngulo )( A conhecidosNeste caso, o valor da fora horizontal inicial 0hF obtida da curva parablica
dada pela Eq.(2.17):
A
2
h0 l2h2plF
=
tan
Da equao da fora horizontal da catenria para os mesmos parmetros acima,
Eq.(2.45), obtemos a funo resduo )f(F 0h dada por:
( ) ( )[ ] hlFg
gFFf A
1A
1
ho
hoho
+= tansenhcoshtansenhcosh)( (4.2)
que derivando uma vez obtem-se:
( ) ( )[ ]
( )
+
+
+=
A1
hoho
A1
A1
hoho
Fgl
FL
lFg
g1Ff
tansenhsenh
tansenhcoshtansenhcosh)('(4.3)
-
55
b) Desnvel ( h ) e abscissa do vrtice ( Vx ) conhecidosNeste caso, o valor da fora horizontal inicial 0hF obtido da curva parablica
dada pela Eq. (2.23):
)( V2
ho lx2lh2pF = (4.4)
Da equao da fora horizontal da catenria para os mesmos parmetros acima,
Eq.(2.51), obtemos a funo resduo )f(F 0h dada por:
hFgx
Fxlg
gFFf
ho
V
ho
Vhoho
= cosh)(cosh)( (4.5)
que derivando uma vez obtem-se:
( )
( ) ( )
+
+
+
=
ho
v
hoho
v
ho
v
ho
v
ho
v
ho
vho
Fxlg
Fl
Fgx
Fxlg
Fx
Fgx
Fxlg
g1Ff
senhsenhsenh
coshcosh)('
(4.6)
c) Desnvel ( h ) e a flecha ( f ) conhecidosAnalogamente, o valor da fora horizontal inicial 0hF obtida da curva parablica
dada pela Eq.(2.29):
( )22
hofh11f2
plF)/(+
=
Da equao da fora horizontal da catenria para os mesmos parmetros acima,
Eq. (2.58), obtemos a funo )f(F 0h dada por:
hfg
FFgf1
Fgl
gFFf ho
ho
1
ho
hoho +
= coshcosh)( (4.7)
que derivando uma vez obtem-se:
-
56
g1
1Fgf1F
Fgf1
Fglf
- Fgf1
Fgl
Fl -
Fgf1
Fgl
g1Ff
2
hoho
ho
1
ho
ho
1
hoho
ho
1
hoho
+
=
coshsenhcoshsenh
coshcosh)('
(4.8)
4.3 Mtodo de Newton-Raphson
O uso do mtodo dos elementos finitos para anlise no-linear de estruturas,
geralmente leva ao sistema de equaes simultneas da seguinte forma:
0=+Pkp (4.9)
onde p o vetor de incgnitas, P o vetor de cargas aplicadas e k a matriz de
rigidez da estrutura. Se os coeficientes da matriz k dependem das incgnitas p
ou de suas derivadas, o problema se apresenta de uma forma no-linear e, neste
caso, solues diretas da Eq. (4.9) so, em geral, impossveis, havendo portanto a
necessidade do uso de um processo iterativo.
Neste trabalho, adota-se o mtodo Newton-Raphson, onde admite-se que durante
qualquer etapa do processo iterativo de soluo, a Eq. (4.9) no satisfeita a
menos que a convergncia ocorra. No mtodo de Newton-Raphson um sistema
de foras residuais suposto existir de tal forma que:
0+= Pkp (4.10)
As foras residuais podem ser interpretadas como uma medida de quanto a
soluo obtida se distancia do equilbrio.
-
57
Para problemas estruturais a matriz k pode ser fisicamente interpretada como a
matriz de rigidez da estrutura e o vetor de incgnitas p como o vetor de
deslocamentos nodais. Em uma anlise no-linear incremental, na qual a rigidez,
de alguma forma depende dos deslocamentos nodais, a matriz k igual ao
gradiente da relao foras deslocamento da estrutura e denominada matriz de
rigidez tangente.
A anlise de tais problemas deve ser realizada atravs de um processo
incremental-iterativo, j que a soluo em um determinado estgio no depende
apenas dos deslocamentos obtidos naquele estgio, mas tambm do histrico do
carregamento.
O algoritmo para a soluo deste problema ilustrado na Fig. 4.2 para o caso de
uma nica varivel. A soluo tem incio a partir da atribuio de um valor para
as incgnitas 0p (para problemas estruturais 0p =0). A matriz )k(p0 ,
correspondente a este estado de deslocamento determinada e o vetor 0
ento calculado a partir da Eq. (4.10). A correo 0p calculada da seguinte
forma:
)()( r1rr pp kp = (4.11)
-
58
Figura 4.2 - Mtodo de Newton-Raphson.
-
59
Uma melhor aproximao para o vetor de incgnitas ento obtido comr01 ppp += . Este processo iterativo prossegue at a soluo convergir para a
resposta no-linear, o que indicado pela condio de que a norma do vetor r
ou a norma do vetor rp tender para zero.
4.4 Critrio de Convergncia
Neste trabalho, optou-se por implementar o critrio de convergncia baseado nas
foras nodais residuais, por se considerar as foras normais preponderantes neste
tipo de estrutura. Neste caso, os valores das foras nodais residuais em cada
iterao so comparados com os valores da iterao imediatamente anterior. Esta
convergncia deve ser verificada no final de cada iterao do processo numrico.
Uma vez que a variao entre esses valores se torna suficientemente pequena
para cada um dos valores nodais, ento a convergncia foi atingida. Atravs deste
critrio, admite-se que o processo converge se:
( )( )
TOLER100 f 2i
N
1i
2j
i
N
1i
=
= (4.12)
onde i so as foras residuais, fi so as foras totais aplicadas, N o nmero
total de incgnitas do problema, j denota o nmero da iterao e TOLER a
tolerncia em percentual. Observa-se, atravs da Eq. (4.12), que a convergncia
atingida se a norma das foras residuais menor ou igual ao valor da tolerncia
TOLER, multiplicado pela norma das foras totais aplicadas.
O valor da tolerncia TOLER, adotada neste trabalho, foi de 0,1%, por ser mais
adequada para as estruturas de cabos.
-
60
4.5 Modelos Constitutivos para os Cabos
4.5.1 Caractersticas construtivas dos cabos e cordoalhas
Os sistemas estruturais formados por cabos, so constitudos geralmente por
cordoalhas de ao ou por cabos de ao de fios torcidos. O fio ou arame, um
metal com uma seo transversal circular ou no. Segundo a NBR 6327, arame
um fio de ao obtido por trefilao. Uma cordoalha consiste de um arranjo de
fios dispostos helicoidalmente, em uma ou mais camadas, ao redor de um eixo,
usualmente composto de um fio central, produzindo uma seo simtrica. As
cordoalhas podem ser do tipo aberta, Fig. 4.3, ou fechada, Fig. 4.4.
Figura 4.3 - Cordoalha de ao de sistema aberto.
As cordoalhas do tipo fechada consistem de fios dispostos da mesma forma como
descrito acima, mas que so envolvidos por uma ou mais camadas fechadas de
arames de seo Z. Estas, tm a vantagem sobre a cordoalha aberta de possuir
maior mdulo de elasticidade. A carga ltima, no entanto, no aumenta
proporcionalmente, j que um valor limitado pela resistncia de ruptura dos
arames individuais.
Figura 4.4 - Cordoalha de ao de sistema fechado.
-
61
Existem cordoalhas para fins estruturais fabricadas com 7 at 277 fios, com
dimetros de 12,7mm (1/2in) a 101,6mm (4in), e fora de ruptura nominal que
vai de 126kN a 8232,5kN, segundo a norma da ASTM A-586/92.
Os cabos de ao de fios torcidos, Fig. 4.5, apresentam uma pluralidade de
cordoalhas, denominadas de pernas, dispostas helicoidalmente ao redor de um
ncleo central, tambm chamado alma, que pode ser composto de uma cordoalha
ou de um outro cabo. Os cabos em geral so encontrados com 6 ou 8 pernas, com
cada uma delas compostas de 7 a 61 fios. Por isso os cabos so identificados por
dois nmeros: o primeiro indicando o nmero de pernas e o segundo indicando o
nmero de fios por perna, por exemplo, cabo 6x19.
Figura 4.5 - Cabo de ao
Os cabos so fabricados com dimetros que variam de 9,5mm (3/8in) at
101,6mm (4in) e fora de ruptura nominal de 52,51kN a 6497kN, segundo norma
da ASTM A-603/94.
A rea metlica de um cabo ou cordoalha de ao constituda pela soma das
reas das sees transversais dos arames individuais que o compem, exceto dos
arames de enchimento (filler). De maneira aproximada pode-se calcular a rea
metlica multiplicando-se a rea total da seo transversal pelo fator de ocupao
que varia em funo da construo do cabo ou cordoalha. Valores tpicos deste
fator encontram-se na Tab. 4.1.
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Tabela 4.1 Fator de ocupao para cabos e cordoalhas
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