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09-02-2015 Teste de História 1. Contextualizar a pintura renascentista A arte do Renascimento nasceu entre a continuidade dos aperfeiçoamentos do gótico e a ruptura com essa mesma tradição, aproximando-se dos ideais clássicos. Nesta nova época, o Homem foi tomado como medida de todas as coisas, tornando-se, ele próprio, objeto de pesquisa. Os artistas possuíram uma formação mais humanista e científica que defendia a sua própria autonomia e emancipação. A pintura Renascentista nasceu em Itália no século XV, fundou-se num espírito novo e foi o culminar de um longo processo evolutivo vindos dos séculos XII e XIII. O conteúdo e a finalidade da arte era a beleza, entendida como representação objectiva da realidade e atingida com o conhecimento e a cópia da Natureza. Para que isso acontecesse os pintores renascentistas aplicaram-se na dedução de regras racionais e soluções científicas que, após descobertas, deram origem a cânones. A partir de finais do século XV e no século XVI, a expressão artística ganhou mais sentimento e emoção. 2. Evidenciar características técnico-formais e estéticas da pintura de “Quattrocento”(Florença) A pintura italiana no início do Quattrocento (século XV), apresenta características muito próprias e inovadoras, tanto técnicas como estético-formais e temáticas. A primeira conquista técnica foi a de perspectiva, rigorosa e científica, que permitiu a construção do espaço pictórico segundo as leis da óptica, das proporções geométricas, da exactidão matemática e do tratamento da luz, de um modo coerente e integrador. A segunda e mais tardia foi a introdução da pintura a óleo, técnica importada da Flandres e das cidades alemãs que conviveu com o fresco e a têmpera. A pintura a óleo, porque tem um tempo de maior secagem, permitiu a elaboração de modelados e de velaturas, pormenorizando a representação com obtenção de brilhos e reflexos intensos de grande vivacidade cromática, tão necessários ao verismo procurado pelos pintores renascentistas. A terceira foi a divulgação do uso do papel e o aparecimento das telas e dos cavaletes, que facilitaram a criação e a feitura das obras. 1

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Quattrocento, Cinquecento, pintura, arquitetura e escultura renascentista. Leonardo Da Vinci, Brunellechi, Bramante, Renascimento, palácio renascentista.

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Page 1: Renascimento

09-02-2015

Teste de História 1. Contextualizar a pintura renascentista

A arte do Renascimento nasceu entre a continuidade dos aperfeiçoamentos do gótico e a ruptura com essa mesma tradição, aproximando-se dos ideais clássicos. Nesta nova época, o Homem foi tomado como medida de todas as coisas, tornando-se, ele próprio, objeto de pesquisa. Os artistas possuíram uma formação mais humanista e científica que defendia a sua própria autonomia e emancipação.

A pintura Renascentista nasceu em Itália no século XV, fundou-se num espírito novo e foi o culminar de um longo processo evolutivo vindos dos séculos XII e XIII.

O conteúdo e a finalidade da arte era a beleza, entendida como representação objectiva da realidade e atingida com o conhecimento e a cópia da Natureza. Para que isso acontecesse os pintores renascentistas aplicaram-se na dedução de regras racionais e soluções científicas que, após descobertas, deram origem a cânones.

A partir de finais do século XV e no século XVI, a expressão artística ganhou mais sentimento e emoção.

2. Evidenciar características técnico-formais e estéticas da pintura de “Quattrocento”(Florença)

A pintura italiana no início do Quattrocento (século XV), apresenta características muito próprias e inovadoras, tanto técnicas como estético-formais e temáticas.

A primeira conquista técnica foi a de perspectiva, rigorosa e científica, que permitiu a construção do espaço pictórico segundo as leis da óptica, das proporções geométricas, da exactidão matemática e do tratamento da luz, de um modo coerente e integrador.

A segunda e mais tardia foi a introdução da pintura a óleo, técnica importada da Flandres e das cidades alemãs que conviveu com o fresco e a têmpera. A pintura a óleo, porque tem um tempo de maior secagem, permitiu a elaboração de modelados e de velaturas, pormenorizando a representação com obtenção de brilhos e reflexos intensos de grande vivacidade cromática, tão necessários ao verismo procurado pelos pintores renascentistas.

A terceira foi a divulgação do uso do papel e o aparecimento das telas e dos cavaletes, que facilitaram a criação e a feitura das obras.

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09-02-2015Quanto às inovações estéticas e formais, estas observam-se na harmonia, equilíbrio, realismo anatómico e beleza contidos nas figuras, revelando o estudo e o desenho da estatuária da Antiguidade Clássica.

À temática religiosa cristã, a predominante, acrescentam-se temas mitológicos ou ligados à literatura clássica. Os temas laicos, como o retrato, o nu e a paisagem são, neste campo, as grandes inovações. O retrato devido ao individualismo de homens e mulheres poderosos que pretendiam a eternidade; o nu, pela influência da arte clássica, onde o belo era a nudez natural; e a paisagem, dado o gosto pela cópia e pela idealização da Natureza.

3. Analisar as obras dos principais pintores de “Quattrocento”

O Nascimento de Vênus - Botticelli

O Beijo de Judas - Giotto

Díptico dos Duques de Urbino - Piero della Francesca

A Anunciação - Leonardo Da Vinci

Trindade - Masaccio

4. Mencionar as inovações pictóricas de “Cinquecento” A segunda fase do Renascimento, século XVI, foi designada por Alto Renascimento ou Perfeito Renascimento ou Cinquecento, por nele se atingir o auge das pesquisas e inovações, o equilíbrio e a maturidade.

Esta época iniciou-se em Florença, mais propriamente em Roma como foco principal. A arte do século XVI caracterizou-se pela harmonia, pela graciosidade, pelas proporções com base na forma humana, por uma maior expressividade e pela ligação à ciência.

Assim pode-se verificar:

• um crescente entendimento da Natureza e da capacidade para a reproduzir artisticamente

• um maior conhecimento e compreensão da anatomia

• aperfeiçoamentos na pintura a óleo que permitiram o uso mais subtil da cor, da luz e da sombra, assim como as ilusões de ótica (técnica do sfumato)

• melhor compreensão da perspectiva, da matemática e da ótica que conduziram a pintura a um maior domínio das relações espaciais

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5. Analisar a obra de Leonardo Da Vinci Expoente da maturidade da pintura renascentista, autor da Mona Lisa e da Anunciação, Leonardo Da Vinci:

• aplicou a prespectiva com rigor científico, atenuando ao limite a distinção entre espaço real e fictício;

• introduziu a técnica do sfumato e da perspetiva aérea, pela qual os contornos se esfumam e as formas perdem nitidez à medida que se esbatem no horizonte

• concentrou todo o interesse da sua pesquisa na representação da ação humana no mundo

• captou a dimensão psicológica das personagens

6. Caracterizar a arquitectura renascentista A arquitectura do Renascimento é descendente da arte da Antiguidade Clássica, da qual herdou os princípios fundamentais da harmonia e do equilíbrio e também as ordens arquitetônicas dórica, jónica e coríntia.

Os arquitetos renascentistas italianos estudaram profundamente a arquitetura clássica através da observação direta das ruínas de monumentos dessa época ou pela leitura dos tratados antigos. A isso, acrescentaram o estudo rigoroso das leis da Geometria e da Aritmética, que aplicaram ao cálculo do projeto e por fim, o estudo das Ciências Naturais e da Anatomia, tomando o corpo humano como modelo e cânone - a medida de todas as coisas.

A arquitectura renascentista nasceu em Itália, fruto das heranças clássicas, de preocupações racionais e humanísticas. Os arquitetos deste período inventaram modelos e criaram tratados, onde a aplicação dos avanços científicos, técnicos e tecnológicos da sua época servisse uma harmonia inteligível, racional, entre as partes e o todo. Assim, inventaram uma linguagem técnica, formal e estética inovadora.

Neste sentido, os edifícios religiosos e civis foram pensados e projetados à escala humana. Esteticamente, as inovações estavam relacionadas com a utilização e combinação de regras de simetria, regularidade, proporção e alinhamento. Isto exigiu, um traçado rigoroso, geométrico, com preferências pelas volumetria fechadas circulares, cúbicas e paralelepipédicas.

Nos edifícios, as fachadas eram planas, com regularidade ortogonal, acentuando a sua horizontalidade. A perspectiva linear consistia nos espaços interiores serem organizados a partir de um ponto fixo onde o observador está na base de uma pirâmide visual (ponto de fuga).

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7. Analisar as obras de Brunellechi e Bramante

Brunelleschi

• Arquiteto e escultor italiano

• Estudou na sua joventude os monumentos clássicos de Roma

• Construtor de:

- cúpula da Catedral de Florença;

- capela dos Pazzi;

-reconstrução da Igreja do Santo Espírito.

Renato Bramante

• Arquitecto e pintor italiano

• Foi considerado uma grande figura da arquitectura do Renascimento

• Em 1500 transferiu-se de Milão para Roma

• Em 1503 projetou a Igreja de S.Pedro in Montorio e a Basílica de S. Pedro no Vaticano. O projeto original foi modificado por Miguel Ângelo e Rafael.

8. Explicitar as características do palácio renascentista Os palácios renascentistas foram essencialmente urbanos, mandados construir pelas elites eclesiásticas, nobres e burguesas.

Um dos aspetos definidor do palácio é a sua estrutura cúbica ou paralelepipédica. Ergue-se normalmente à altura de três andares. podendo existir eventualmente um quarto andar atrás do ático. As fachadas de pedra aparelhada apresentam um aspeto maciço e austero e são rematadas por uma cornija saliente e decorada. Os andares encontram-se separados por entablamentos fingidos, virtualmente sustentados por pilastras e/ou colunas que enquadram as janelas alinhadas horizontal e verticalmente. Em cada piso a decoração obedece às ordens clássicas, geralmente evoluindo da ordem dórica, para a coríntia.

No século XVI, os palácios ganham um aspeto mais leve e elegante, com fachadas planas e portas e janelas encimadas por frontões triangulares e/ou semicirculares. A porta principal apresenta mais decoração que no século XVI, chegando a atingir a janela do andar superior.

No interior, os palácios foram organizados em torno de um pátio central aberto, rodeado por arcadas (logias) onde se apoiavam os andares superiores.

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09-02-2015Os andares possuíam funções distintas:

Rés-do-chão: zona de serviço

1º Piso: dependências pessoais do dono da casa e à zona social

2º Piso: dependências respectivas aos restantes membros da família

9. Evidenciar na Praça do capitólio as inovações do urbanismo do renascimento As novas concepções arquitectónicas do Renascimento tiveram como consequência novos conceitos do urbanismo. Segundo estes, as cidades deviam organizar-se através de eixos principais, negando os aglomerados caóticos e labirínticos das cidades medievais. As cidades ideais possuíam estruturas organizadas segundo uma malha regular onde o alinhamento de igrejas, palácios e edifícios administrativos e políticos se articulava por planos matemáticos.

No centro da relação urbanística estava a praça, concebida como local nobre da cidade, um espaço retangular cercado por uma enorme arcada. Contudo, a praça mais emblemática deste novo conceito de urbanismo foi a que resultou do enquadramento monumental da “Colina do Capitólio”, de Miguel Ângelo.

Uma cidade ideal seria com casas proporcionadas ao espaço, igreja circular e organizada numa perspetiva linear. A arte efémera foi criada por muitas “cidades ideais” que serviram de inspiração para muitas decorações da cidade.

10. Diferenciar tipos de escultura A escultura renascentista é fruto do desenvolvimento e aperfeiçoamento da escultura gótica e do contacto dos artistas com a escultura clássica. Esta nasceu em Florença, no século XV, com os artistas Lourenzo Ghiberti, Donato Donatello, Andrea Verrocchio, entre outros. A escultura atinge o seu apogeu no século XVI com Miguel Ângelo Buonnaroti. A influência Clássica é mais visível na escultura do que na arquitectura e sobretudo na pintura. No século XV a escultura é a mais prestigiada das artes, tendo uma aprendizagem rápida dos modelos clássicos, em que o Homem é a “medida de todas as coisas”. A escultura copia a natureza em todas as suas proporções.

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11. Conhecer as características da escultura no que concerne na imitação dos clássicos e aspetos inovadores

Imitação dos clássicos

• Representação do Homem com fidelidade

• Aspetos físicos e anatómicos

• Expressão

• Reaparece o nu (Donatello)

• Retrato (corpo inteiro ou busto)

• Estátuas equestres (Verrocchio)

• Relevo aplicado a superfícies arquitectónicas continua a ser utilizado

Aspetos inovadores

• Maior realismo e verismo

• Os modelos são muitas vezes contemporâneos

• Aparecem pormenores da atualidade (armas, jóias, vestuários…)

• Representações da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia), fascínio pela História

• O modelo clássico é utilizado até para representar figuras bíblicas

• Esculturas de pequeno formato (coleccionadores privados)

• Autonomia na escultura em relação à arquitectura

• Predomínio da escultura de vulto redondo

• Escultura como monumento individual

• Obras expostas no meio de praças, jardins ou edifícios

• A escultura torna-se independente

• Maior liberdade criadora para o artista

• O artista concebe e executa a obra, à qual pretende dar um cunho individual (originalidade)

• O autor passa a ser reconhecido

• Há uma grande produção escultórica do século XV

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12. Avaliar o trabalho dos principais escultores do Renascimento

Lourenzo Ghiberti Porta do Paraíso, 1425-1452, bronze, porta lesto do batisfério de Florença

• perspectiva

• profundidade

• tri-dimensionalidade

• relevo

Lourenzo Ghiberti, escultor de transição entre o Gótico e o Renascimento. Nas suas obras, o mais importante é o relevo, que contêm influências clássicas. As figuras são representadas num cenário com tri-dimensionalidade e perspectiva e realismo anatómico.

Donato Donatello (aprendiz de Ghiberti) Donatello foi o primeiro escultor renascentista e autor do primeiro nu, desde o fim do Império Romano, sendo também autor da primeira estátua equestre. Donatello possuía uma grande capacidade técnica e expressiva, inventando a técnica no relevo: o esbatido (schiocciato), que permitia aumentar o número de planos possíveis e ajudar a criar uma sensação de maior profundidade.

Andrea Verrocchio Verrocchio trabalhou sobretudo em Veneza e continha uma grande capacidade técnica.

Miguel Ângelo Buonnaroti Foi um dos maiores escultores de todos os tempos. Foi escultor, pintor, arquitecto e poeta, no entanto, considerava-se apenas como escultor. Miguel Ângelo não fazia projetos, segundo este, as formas ja estavam na pedra, competia-lhe extraí-las. Miguel fez obras como David e Tondo Pitti.

Miguel Ângelo abandonou a representação clássica (realismo racional) e passou a expressar-se de uma maneira mais emotiva e mais dinâmica, isto fez com que as suas obras evoluíssem.

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