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REMUNERAÇÃO @gmaistrojr Gilberto Carlos Maistro Jr

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Page 1: REMUNERAÇÃO @gmaistrojr€¦ · Art. 42. Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena, consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir

REMUNERAÇÃO

@gmaistrojr

Gilberto Carlos Maistro Jr

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Salário

• Salarium argentum

• Contraprestação ou retribuição?

• Base legal: CLT, artigos 76 a 83 (salário mínimo) e 457 a 467.

• Convenções da OIT: • 26 (métodos de fixação do salário mínimo)• 95 (medidas de proteção ao salário)• 99 (salário mínimo na agricultura)• 100 (igualdade de salários)

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Salário

•Verbetes da Súmula do TST para leitura(recomendada):

• 6, 7, 15, 27, 39, 45, 46, 47, 50, 52, 63, 67, 80, 91, 93,96, 101, 132, 143, 148, 155, 157, 171, 191, 202, 203,241, 248, 253, 254, 258, 289, 293, 318, 340, 344,354, 358, 361, 367, 370, 375, 388 e 431.

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Gorjetas

Artigo 457, §3º

- Importâncias pagas pelo cliente ao empregado:- espontaneamente- Decorrente de “cobrança” (melhor: sugestão de pagamento)

pela empresa – destinada à distribuição aos empregados

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Gorjetas

Artigo 457, §3º

Classificação:

Gorjetas próprias: pagas espontaneamente.

Gorjetas impróprias: incluídas na nota de serviço.

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Gorjetas

O trabalhador pode ser remunerado apenas com gorjetas?

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Gorjetas

Súmula do TST – verbete 354

GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidasespontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado,não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicionalnoturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

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Gorjetas

Das gorjetas e seus consectários

Aplica-se a súmula n. 354 do C. TST:

"GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidasespontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado,não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicionalnoturno, horas extras e repouso semanal remunerado".

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GorjetasO representante da reclamada declarou que "a casa é frequentada porcerca de 1.500 a 2.200 de clientes (...) o gasto médio por ciente (sic) era deaproximadamente de R$80,00". A testemunha trazida pela autora, entãogerente, declarou que esse gasto girava em torno de R$ 100,00. O juízoadota a média, R$ 90,00.

A média entre 1.500 e 2.200 clientes por mês é 1.850. A testemunhaapresentada pela demandante esclareceu que poucos clientes recusavam-se a pagar a taxa de serviço, correspondente a 10% do respectivoconsumo. Pois bem, da média de 1.850 subtraem-se 10%, restando 1.665fregueses mensais, pagantes da gorjeta, equivalente a 10% do preço doconsumo, isto é, R$ 9,00.

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Gorjetas

Dessarte, a título de gorjetas a ré arrecadava mensalmente R$ 14.985,00 (1.665x R$ 9,00).

A testemunha da empresa mencionou o total de 20 empregados, declarandoque 10 (5 cozinheiros + 5 sushimen) ou 11 (5 cozinheiros + 6 sushimen) nãoparticipavam do rateio das taxas de serviço, "ad litteram": "(...) a depoente temparticipação na taxa de serviços de 10%, assim como todos os garçons e opessoal da copa, apenas esses; que só os cozinheiros, cerca de 5 e o (sic)sushimen, 05 ou 06 não participavam do rateio da taxa de serviço (...) no totaltrabalhavam cerca de 20 empregado" (grifo do subscritor). Então, segundo odepoimento da testemunha trazida pela acionada, apenas 9 ou 10 empregadosreceberiam gorjetas. A reclamante havia declarado que 12 recebiam-nas. Comoessa quantidade é menos satisfatória para a autora, o juízo adota-a.

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Gorjetas

O somatório de R$ 14.985,00 dividido por 12 são R$ 1.248,75 mensais atítulo de gorjetas. É incontroverso que no primeiro contrato de emprego averba era totalmente sonegada. No segundo contrato, os valores mensaisdas gorjetas, de acordo com o que a documentação coligida permiteverificar, foram: R$ 51,85 e R$ 82,00 (ID. 41bbf3f - Pág. 2-3).

É patente que as gorjetas não foram integralmente solvidas.

A ex-empregadora está condenada ao pagamento de R$ 1.000,00 (limitedo pedido) mensais a título de gorjetas, quanto aos dois contratoslaborais, com reflexos nas férias mais 1/3, natalinas e FGTS mais 40%.

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Gorjetas

Dispositivo

Analisando a reclamação trabalhista proposta por Maria de Jesus Santoscontra a empresa Furenzu Sushi Restaurante Japonês Ltda. EPP, julgam-se PROCEDENTES EM PARTE os pedidos autorais para condenar areclamada a pagar à reclamante, com observância das deduções dedireito:R$ 1.000,00 (um mil reais) mensais a título de gorjetas, quantoaos dois contratos laborais, com reflexos nas férias mais 1/3, natalinas eFGTS mais 40%. Deferida à autora a gratuidade da justiça. Deferidos aosindicato profissional os honorários de advogado, correspondentes a15% do valor atualizado da condenação. Tudo nos termos dafundamentação, que integra este dispositivo.

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Gorjetas

O imposto de renda, sendo o caso, ficará a cargo da reclamante, nostermos da súmula n. 368, inc. II, e OJ n. 400 da SbDI-1 do C. TST.

A contribuição previdenciária onerará ambas as partes, de acordo com oinc. III da súm 368 do TST. Para o efeito do § 3º do art. 832 da CLT,esclareça-se que as verbas deferidas possuem natureza salarial, exceto:reflexos nas férias indenizadas mais 1/3 e FGTS mais 40%.

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Gorjetas

Decisão de 06 de abril de 2017.

Vara: 5ª Vara do Trabalho de Santos/SP

WILDNER IZZI PANCHERI

Juiz(a) do Trabalho Titular

Ação: reclamação trabalhista

Processo n. 1001000-15.2016.5.02.0442

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Portaria 349/2018 do MTE

Artigo 7º. As empresas anotarão na Carteira deTrabalho e Previdência Social de seus empregadoso salário fixo e a média dos valores das gorjetasreferente aos últimos doze meses.

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaGueltas

“... as chamadas gueltas pagas ao empregado com habitualidade atítulo de incentivo têm feição retributiva, ainda que pagas porterceiro. A onerosidade reside na oportunidade que o empregadorconcede ao empregado para auferi-las à semelhança do que ocorrecom as gorjetas. Em consequência, integra a remuneração dotrabalhador, por aplicação analógica do art.457, caput, §3º, da CLT,como também da Súmula 354 do TST. Vertente jurisprudencialcontrária nega a integração da verba à remuneração doempregado, por falta de previsão legal e por não ser pagadiretamente pelo empregador” (Alice Monteiro de Barros).

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaDas Gueltas

A parcela denominada “guelta” era paga pelos fornecedores eapenas repassadas pela recorrente, com a finalidade de incentivar avenda dos produtos, sem qualquer interferência da empresa. Não háestipulação de metas ou de unidades vendidas, desta ou daquelamarca; tampouco imposição de critérios ou valores. Vale dizer que areclamada nada mais fez do que informar a quantidade de vendas erepassar as “gueltas”.De sorte que, por se tratar de parcelas pagas por terceiros nãointegram a remuneração, restando descaracterizada qualquernatureza salarial das “gueltas”, ficando excluídos seus reflexos.

PROCESSO TRT/SP 00060.2009.341.02.00-8 -3ª TURMARECURSO ORDINÁRIO – Rel. Ana Maria Contrucci –d.j.26.10.2010

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaGueltas

GUELTAS. INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. De acordo com o artigo 457 da CLT,compreende-se na remuneração do empregado, além do salário pago peloempregador, as gorjetas que receber como contraprestação do trabalho. As gueltas,parcelas pagas por terceiros, tem a mesma natureza das gorjetas, já que sãoprovidas, in casu, pelos fornecedores do empregador como vantagem pecuniária atítulo de incentivo ao empregado. Assim, aplica-se ao caso em exame os precedentesdesta Corte, de que incide, analogicamente, o entendimento exarado na Súmula nº354 do TST, a qual prevê que as gorjetas integram a remuneração do empregado,não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno,horas extras e repouso semanal remunerado. Recurso de revista conhecido e nãoprovido." (Processo: RR - 31500-78.2005.5.03.0106 Data de Julgamento: 06/10/2010,Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT15/10/2010)

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Gueltas

Gueltas. Natureza. As gueltas são espécies de prêmios deincentivo ou gratificações pagas por terceiro ao empregado,por intermédio da empresa, visando incentivar a venda deseus produtos. O pagamento tem natureza de remuneraçãoquando é pago pelo terceiro, por intermédio da empresa aoempregado.

Proc. TRT/SP n.º 0001324-31.2010.5.02.0022 – 18ª TurmaRECURSO ORDINÁRIO - Rel. Sérgio Pinto Martins – d.j.21.03.2012

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Gueltas

Do exame dos autos, é certo que a reclamada reconhece quehavia o pagamento de comissões por terceiros.Em verdade, o que ocorre nos autos é a alegação de gueltas.Por estas últimas se entende uma forma de remuneraçãoindireta, que objetiva estimular vendas ou produção. A cargoexemplificativo, ocorre as referidas gueltas quando umlaboratório paga aos farmacêuticos que indicarem seuproduto, ou pelas empresas de crédito que pagam umacomissões aos empregados de um banco e etc.

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Gueltas

Em que pese as divergências doutrinárias e jurisprudenciais,a similitude entre o pagamento decorrente de gorjetas eaqueles provenientes das gueltas impõe reconhecer anatureza remuneratória da verba em comento.

Observo que, em termos fáticos, a única diferença entre agorjeta e as gueltas é que, enquanto a primeira é paga pelocliente pelos serviços prestados, a segunda é paga pelofornecedor também pela prestação de serviço ou venda deum produto.

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Gueltas

Concluo, assim, que inexiste impedimento legalpara considerar remuneratórias as comissõespagas por terceiro, o que impõe negar provimentoao recurso da reclamada.

PROCESSO TRT/SP Nº. 00006246220125020385 – 13ª Turma

Rel. SILVANE A.BERNARDES – d.j.10.12.2013 – Recurso Ordinário

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Outras parcelas de natureza remuneratória

GUELTAS. INTEGRAÇÃO À REMUNERAÇÃO. De acordo com o artigo 457 da CLT,compreende-se na remuneração do empregado, além do salário pago peloempregador, as gorjetas que receber como contraprestação do trabalho. Asgueltas, parcelas pagas por terceiros, tem a mesma natureza das gorjetas, jáque são providas, in casu, pelos fornecedores do empregador como vantagempecuniária a título de incentivo ao empregado. Assim, aplica-se ao caso emexame os precedentes desta Corte, de que incide, analogicamente, oentendimento exarado na Súmula nº 354 do TST, a qual prevê que as gorjetasintegram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo paraas parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanalremunerado. Recurso de revista conhecido e não provido." (Processo: RR -31500-78.2005.5.03.0106 Data de Julgamento: 06/10/2010, Relator Ministro:José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/10/2010)

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Gueltas

GUELTAS. NATUREZA JURÍDICA. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido deque as gueltas são equiparadas às gorjetas e, por isso, possuem natureza salarial.Aplica-se, por analogia, o entendimento consagrado na Súmula 354 do TST. Julgadosda SbDI-1 desta Corte e de todas as Turmas. Recurso de revista não conhecido.

TST – RR – 2174-66.2011.5.03.0008 - 8ª Turma

Relator: MÁRCIO EURICO VITRAL AMARO

Julgamento: 21/08/2019

Publicação: 23/08/2019

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Direito de arena (atleta profissional)

Lei Pelé (9.615/1998), artigo 42

CF, artigo 5º, XXVIII, a

Titularidade: da entidade de prática desportiva.

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaDireito de arena (atleta profissional)

Lei 9.615/1998, artigo 42 (com o texto alterado pela Lei 12.395/2011):

Art. 42. Pertence às entidades de prática desportiva o direito de arena,consistente na prerrogativa exclusiva de negociar, autorizar ou proibir acaptação, a fixação, a emissão, a transmissão, a retransmissão ou areprodução de imagens, por qualquer meio ou processo, de espetáculodesportivo de que participem.§ 1º Salvo convenção coletiva de trabalho em contrário, 5% (cinco porcento) da receita proveniente da exploração de direitos desportivosaudiovisuais serão repassados aos sindicatos de atletas profissionais, e estesdistribuirão, em partes iguais, aos atletas profissionais participantes doespetáculo, como parcela de natureza civil.

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaDireito de arena (atleta profissional)

ATLETA PROFISSIONAL. DIREITO DE ARENA. ARTIGO 42, §1º DALEI N.9.615/98, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N.12.395/2011.NATUREZA CIVIL. O direito de arena passou a ter natureza civil,com o advento da Lei n.12.395/2011, de modo que o contratode trabalho firmado sob sua égide a ela fica sujeito, o quesignifica que essa parcela não gera reflexos trabalhistas(TRT/RJ, RO 00026892320135010482, 3ª Turma – Rel.RildoBrito, d.j.03.11.2014).

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaDireito de arena (atleta profissional)

ATLETA PROFISSIONAL. DIREITO DE ARENA. ARTIGO 42, §1º DALEI N.9.615/98, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N.12.395/2011.NATUREZA CIVIL. O direito de arena passou a ter natureza civil,com o advento da Lei n.12.395/2011, de modo que o contratode trabalho firmado sob sua égide a ela fica sujeito, o quesignifica que essa parcela não gera reflexos trabalhistas(TRT/RJ, RO 00026892320135010482, 3ª Turma – Rel.RildoBrito, d.j.03.11.2014).

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaDireito de arena (atleta profissional)EMENTA. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA SALARIAL. O direito dearena nada mais é do que o pagamento correspondente à participaçãodos atletas nos lucros auferidos pela entidade esportiva (empregador)com a negociação do direito de transmissão dos jogos em que veiculada aimagem dos jogadores escalados para o evento. Nesse sentido, impossíveldissociar os valores obtidos com a divulgação da imagem do atletaprofissional durante uma partida de futebol, da prestação laboral à qualse obrigou perante o Clube, do que emerge a irrefutável natureza salarialda parcela, aplicando-se, por conseguinte, o artigo 457 da CLT e Súmula354 do C. TST, por tratar-se de importância paga por terceiro aoempregado, como ocorre com as gorjetas.TRT/SP – 6ª Turma - PROCESSO nº 1001842-04.2013.5.02.0473 (RO). Rel. Valdir Florindo. d.j.30.06.2015.

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Outras parcelas de natureza remuneratória

Direito de arena (atleta profissional) - fundamentação

Diante do reconhecimento da prescrição das pretensões pecuniárias anterioresa 17.07.2011, incide integralmente à hipótese as disposições da Lei n.º12.395/11, publicada em 16.03.2011, que estabeleceu, no § 1º do art. 42 da Lein.º 9.615/98, que o direito de arena consubstancia "parcela de natureza civil”e, portanto, não repercute nas demais parcelas de natureza salarial, comopretendido pelo autor.

TRT/SP – 3ª Turma - PROCESSO nº 1001301-24.2016.5.02.0001 (RO). Rel.Mercia Tomazinho. d.p. 15.05.2018.

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Outras parcelas de natureza remuneratória

TST-ARR-1289-43.2015.5.09.0041 - 6ª Turma

Relatora: CILENE FERREIRA AMARO SANTOS

Julgamento: 15/05/2019

Publicação: 24/05/2019

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaAGRAVO DE INSTRUMENTO DO CORITIBA FOOT BALL CLUB . LEI 13.467/2017. UNICIDADECONTRATUAL. PRESCRIÇÃO BIENAL. RESCISÃO INDIRETA. DIREITO DE ARENA. NATUREZA JURÍDICA."BICHOS". NATUREZA JURÍDICA. TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na vigênciada Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça transcendência com relação aos reflexos gerais de naturezaeconômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de ofício e previamente pelo Relator(artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 do RITST). Ausente a transcendência o recurso não será processado. OTribunal Regional entendeu pela unicidade contratual e pela inexistência da prescrição bienal , porqueforam firmados dois contratos (o primeiro vigente de 01/01/2011 a 31/12/2013 e o segundo de12/07/2011 a 30/07/2016), sem a ocorrência de rescisão contratual e com anotação de admissão naCTPS em 01/01/2011, tendo sido apresentada a reclamação trabalhista em 12/08/2015. Quanto àrescisão indireta , o eg. TRT entendeu, com base no art. 31, §§1º e 2º, da Lei n° 9.615/98, que ficouconfigurada a falta grave ensejadora da rescisão indireta porque ocorreu atraso no pagamento dossalários e no depósito do FGTS por mais de três meses. Quanto aos valores do direito de arena antes davigência da Lei nº 12.295/11, o Tribunal Regional entendeu pela natureza remuneratória da parcela porequiparar-se com as gorjetas. Quanto à natureza salarial da parcela "bichos" , o eg. TRT, com base nodisposto no art. 31, §1º, da Lei nº 9.615/98, entendeu pela natureza salarial da verba "prêmios". Asmatérias debatidas não possuem transcendência econômica, política, jurídica ou social. Agravo deinstrumento de que se conhece e a que se nega provimento, porque não reconhecida a transcendência.

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Outras parcelas de natureza remuneratóriaRECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. DIREITO DE ARENA. PERCENTUALAPLICÁVEL. NATUREZA JURÍDICA. PARA O PERÍODO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº12.395/11. CONTRATO DE ATLETA PROFISSIONAL. O Tribunal Regional condenou osreclamados ao pagamento dos valores de arena no percentual de 5% como parcelade natureza civil a partir de 16/03/2011. A Lei nº 12.395/11 deve ser aplicada a partirda sua vigência ( 16/03/2011) em face do princípio da imediatidade da aplicação dalei, conforme dispõe o artigo 6º da LINDB – Lei de Introdução às normas do DireitoBrasileiro. A redução legal do percentual previsto a título de direito de arena e aalteração de sua natureza jurídica não implicam em violação ao princípioconstitucional do direito adquirido porque o direito de arena somente é devido apósa participação do atleta profissional em cada partida. Assim, com base no princípiodo tempus regit actum, após a alteração legal dada pela Lei nº 12.395/11, deve serobservado o percentual de 5% como parcela de natureza civil para cada partidaocorrida. Recurso de revista de que se conhece e a que se nega provimento.

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REMUNERAÇÃO

Art. 457. [...].

§ 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregadorem forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupode empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamenteesperado no exercício de suas atividades.

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SALÁRIO

Art. 457. [...].

§ 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda decusto, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diáriaspara viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração doempregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituembase de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

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REMUNERAÇÃO

Art. 457. [...].

§ 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificaçõeslegais e as comissões pagas pelo empregador.

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MORFOLOGIA DO SALÁRIO

Salário fixo Salário variável

Parcelas excluídas do salário variável (pela Reforma Trabalhista de 2017):

- Percentagens (?)- Gratificações ajustadas- Diárias para viagem- Abonos pagos pelo empregador

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SALÁRIO

Problema:

Percentagens e comissões

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SALÁRIO

Comissionista puro?

Tem direito ao recebimento do RSR? E dos feriados?

Súmula do TST, verbete 27: “É devida a remuneração do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista”.

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SALÁRIO

Forma de cálculo da remuneração do RSR para os comissionistas

Há previsão legal?

O que fazer?

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SALÁRIO

- ACT/CCT

- Na falta... critérios adotados para os empregados tarefeiros (analogia)

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SALÁRIO

- Horas extras do comissionista

Súmula do TST, verbete 340: “O empregado sujeito acontrole de horário, remunerado à base de comissões,tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% pelotrabalho em horas extras, calculado sobre o valor-horadas comissões recebidas no mês, considerando-secomo divisor o número de horas efetivamentetrabalhadas”.

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SALÁRIO

- Horas extras no caso de remuneração mista

- OJ da SDI-1 do TST, 397. COMISSIONISTA MISTO.HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃODA SÚMULA N.º 340 DO TST. (DEJT divulgado em 02,03 e 04.08.2010). O empregado que recebe remuneraçãomista, ou seja, uma parte fixa e outra variável, tem direitoa horas extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relaçãoà parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas doadicional de horas extras. Em relação à parte variável, édevido somente o adicional de horas extras, aplicando-seà hipótese o disposto na Súmula n.º 340 do TST.

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SALÁRIO

- Vendedores com e sem zona exclusiva de trabalho

- Lei 3.207/1957- Art.2º. O empregado vendedor terá direito à comissão avençada sobre

as vendas que realizar. No caso de lhe ter sido reservadaexpressamente, com exclusividade, uma zona de trabalho, terá essedireito sobre as vendas ali realizadas diretamente pela empresa ou porum preposto desta.

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SALÁRIO

- Vendedores com e sem zona exclusiva de trabalho- Lei 3.207/1957- Art.2º. ...§ 1º A zona de trabalho do empregado vendedor poderá ser ampliada ourestringida de acordo com a necessidade da empresa, respeitados osdispositivos desta lei quanto à irredutibilidade da remuneração.

§ 2º Sempre que, por conveniência da empresa empregadora, for oempregado viajante transferido da zona de trabalho, com redução devantagens, ser-lhe-á assegurado, como mínimo de remuneração, um saláriocorrespondente à média dos 12 (doze) últimos meses, anteriores àtransferência.

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SALÁRIO

CLT, art. 466. O pagamento de comissões e percentagenssó é exigível depois de ultimada a transação a que sereferem.

§ 1º - Nas transações realizadas por prestaçõessucessivas, é exigível o pagamento das percentagens ecomissões que lhes disserem respeito proporcionalmente àrespectiva liquidação.

§ 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica apercepção das comissões e percentagens devidas naforma estabelecida por este artigo.

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SALÁRIO

Lei 3.207/1957

Art. 3º. A transação será considerada aceita se o empregador não a recusarpor escrito, dentro de 10 (dez) dias, contados da data da proposta. Tratando-se de transação a ser concluída com comerciante ou empresa estabelecidanoutro Estado ou no estrangeiro, o prazo para aceitação ou recusa daproposta de venda será de 90 (noventa) dias podendo, ainda, ser prorrogado,por tempo determinado, mediante comunicação escrita feita ao empregado.

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SALÁRIO

Diferenças de remuneração variável. Artigo 466, CLT.

Consoante ditame legal, efetivada a compra pelo cliente do produto daempresa, esta não pode em momento posterior à venda deixar dequitar a seu empregado a comissão correspondente, no caso deinadimplência por parte do cliente, sob pena de transferência dos riscosda atividade econômica ao empregado, atitude vedada na forma doartigo 2º da CLT. Recurso improvido.

(TRT/SP, 10ª Turma, PROCESSO nº 1000569-27.2017.5.02.0383(RO), rel.Rosa Maria Zuccaro, d.p.31.01.2018).

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SALÁRIO

Época de pagamento das comissões

Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidadedo trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um)mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens egratificações.

§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês,deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mêssubsequente ao vencido.

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SALÁRIO

Época de pagamento das comissões

Lei 3.207/1957

Art.4º. O pagamento de comissões e percentagem deverá ser feitomensalmente, expedindo a empresa, no fim de cada mês, a conta respectivacom as cópias das faturas correspondentes aos negócios concluídos.

Parágrafo único. Ressalva-se às partes interessadas fixar outra época para opagamento de comissões e percentagens, o que, no entanto, não poderáexceder a um trimestre, contado da aceitação do negócio, sendo sempreobrigatória a expedição, pela empresa, da conta referida neste artigo.

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SALÁRIO

Época de pagamento das comissões – vendas a prazo

Lei 3.207/1957

Art.5º Nas transações em que a emprêsa se obrigar por prestaçõessucessivas, o pagamento das comissões e percentagens será exigível deacôrdo com a ordem de recebimento das mesmas.

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SALÁRIOÉpoca de pagamento das comissões – vendas a prazo

I - COMISSÕES. MOMENTO EM QUE SE TORNAM DEVIDAS. TRANSAÇÃO ULTIMADA.NÂO PARTICIPAM DO OBREIRO DO RISCO DO NEGÓCIO (art. 2o da CLT). Artigo 466,parágrafo 2o da CLT. Nos termos do artigo 466, par. 2º da CLT, o que define a obrigação depagamento da comissão é, simplesmente, a realização da transação (estar a transaçãoultimada, na dicção do artigo celetista), vez que o empregado vendedor não participa dorisco do negócio. Sendo assim, quando a venda acontece (concordância entre ocliente/comprador e empregador/vendedor) a comissão se torna devida,independentemente, inclusive, da data em que o pagamento das parcelas ocorrer(conquanto só precise ser paga ao empregado vendedor, em caso de venda parcelada --obrigação de prestações sucessivas --, no momento em que cada parcela é quitada,consoante art. 5o da Lei 3.207/57). O vendedor não pode exigir a comissão antes do diada promessa do pagamento, mas, como regra, tem direito à comissão (porque realizou otrabalho que dele se esperava, qual seja, a aproximação entre o comprador e o vendedor)independentemente do pagamento se realizar, vez que o risco do negócio é sempre doempregador (art. 2º da CLT)

(TRT/SP, 4ª TURMA PROCESSO RO 1000825-28.2017.5.02.0008, rel. PAULO SERGIOJAKUTIS, d.p.08.05.2018)

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SALÁRIO

E se houver cancelamento da venda?

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SALÁRIO

VENDEDOR COMISSIONISTA. Desconto em comissões por cancelamento devenda. Ilicitude. O risco do empreendimento não pode ser repassado aoempregado, cujo direito à comissão surge no momento em que ultimada avenda.

(TRT/SP, 17ª TURMA, RECURSO ORDINÁRIO, PROCESSO Nº 1001789-09.2016.5.02.0088, REL. MARIA DE LOURDES ANTONIO, d.p.13.09.2018).

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SALÁRIO

Cessação do contrato de trabalho

Lei 3.207/1957

Art 6º A cessação das relações de trabalho, ou a inexecução voluntária donegócio pelo empregador, não prejudicará a percepção das comissões epercentagens devidas.

Rescisão complementar

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SALÁRIO

Estorno das comissões

Lei 3.207/1957

Art.7º. Verificada a insolvência do comprador, cabe ao empregador o direitode estornar a comissão que houver pago.

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SALÁRIO

Estorno das comissões

PN 97 TST

97 - Proibição de estorno de comissões.

Ressalvada a hipótese prevista no art. 7º da Lei nº 3.207/57, fica vedado àsempresas o desconto ou estorno das comissões do empregado, incidentessobre mercadorias devolvidas pelo cliente, após a efetivação da venda. (Ex-PN nº 157)

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SALÁRIO

Estorno das comissões

COMISSIONISTA PURO. ESTORNO DE COMISSÕES. Apenas nahipótese de insolvência do comprador é permitido aoempregador estornar a comissão paga anteriormente, sob penade transferir-se ao empregado o risco da atividade econômica.Recurso a que se dá provimento, no particular.

(TRT/SP, 17ª TURMA, PROCESSO nº 1000863-44.2015.5.02.0385 (RO), rel. FLAVIO VILLANI MACEDO,d.p.10.12.2015).

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SALÁRIO

Estorno das comissões

Cláusula star del credere. A cláusula star del credere (por meio da qual oempregado torna-se solidariamente responsável pela solvabilidade epontualidade dos clientes da empregadora, autorizando o compartilhamentodos riscos do negócio jurídico) revela-se incompatível com a ordemtrabalhista vigente, pois somente a insolvência do comprador possibilita odireito do empregador de estornar as comissões pagas (art. 7º da Lei3.207/1957); cumprindo assinalar que é característica intrínseca doempregador a assunção dos riscos da atividade econômica (art. 2º, caput, daCLT). Recurso do reclamante provido neste tópico. (TRT/SP, 8ª TURMA,RECURSO ORDINÁRIO, Rel.ADALBERTO MARTINS, PJE TRT/SP Nº 1001593-59.2015.5.02.0707, d.p.11.11.2016).

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SALÁRIO

Adicional por acúmulo de função

Art 8º Quando for prestado serviço de inspeção e fiscalização peloempregado vendedor, ficará a empresa vendedora obrigada ao pagamentoadicional de 1/10 (um décimo) da remuneração atribuída ao mesmo.

E quanto à cobrança?

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SALÁRIOVENDEDOR - ADICIONAL DE ACÚMULO DE FUNÇÃO - LEI 3207/57 - Pleiteia areclamante o percebimento do adicional previsto no art. 8º da Lei nº 3.207/57,afirmando que efetuava trabalho de inspeção e fiscalização, analisando oestoque de produtos da reclamada. O legislador, ao fixar o adicional de 1/10 daremuneração do empregado vendedor, estabeleceu como critério objetivo acumulação do trabalho de inspeção e fiscalização, além das vendaspropriamente ditas, sendo a finalidade deste dispositivo a compensação dovendedor empregado pelo exercício de outras atividades que tomam o seutempo e reduzem, desta forma, as vendas efetivas de produtos. Em razão darevelia da reclamada, a reclamante efetuava tarefas de inspeção e fiscalização,compreendidas em arrumação de gôndolas, abastecimento e verificação deprazo de validade dos produtos, razão pela qual reforma-se a sentença deorigem a fim de acrescer à condenação o pagamento de adicional de 10% poracúmulo de função sobre a totalidade da remuneração paga mensalmente,acrescido de reflexos.(TRT/SP, 11ª TURMA, PROCESSO nº 1000644-33.2017.5.02.0491 (RO),REL.ODETTE SILVEIRA MORAES, d.p.31.01.2019).

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SALÁRIO – decisão do TRT/MG

(7ª Turma, Processo 0010193-34.2019.5.03.0185 (RO), rel.

Cristiana M.Valadares Fenelon, d.j.19.09.2019).

Insurge-se a reclamada contra a condenação ao pagamento de adicional poracúmulo de funções, fixado na origem em 10% do salário do autor, a partirde 01/11/2015. Nega o exercício das atividades de cobrança de clientesinadimplentes.

Sem embargo à fundamentação trazida pela ré, a prova testemunhal é claraacerca da realização habitual de serviços de cobrança, quando o autorocupou a função de vendedor:

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SALÁRIO

"(...) que se o cliente ficasse inadimplente, não conseguia vender para ele e por isso não conseguia atingir os objetivos nas vendas; que os analistas passavam para o depoente fazer cobrança, havendo determinação também dos supervisores; que o depoente fazia em média 2 cobranças por semana (...)" - primeira testemunha ouvida a rogo do reclamante.

"(...) havia meta de cobrança, tendo que sanar o problema do cliente; que melhor dizendo, a meta era de vendas, não de cobrança, mas se o cliente estivesse inadimplente, não podia vender e afetava a meta de vendas; (...)" -segunda testemunha ouvida a rogo do reclamante.

"(...) que não sabe se os outros vendedores fazem cobranças; (...)" - segunda testemunha ouvida a rogo da ré.

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SALÁRIO

As normas coletivas estabelecem o pagamento de acréscimo salarial, para ocaso de o vendedor realizar, cumulativamente, as atividades de cobrança.Cita-se exemplificativamente a cláusula 5ª da CCT 2013/2014 (ID. a9d6a6d -p. 5):

"Quando for exigido do empregado vendedor ou viajante que preste,também serviço de cobrança, a ele será paga contraprestação em separadopor essa atividade, salvo se já prevista remuneração englobada no contratode trabalho, anteriormente a vigência desta Convenção.“

Partindo dessas premissas, mostra-se adequada a fixação do acréscimosalarial, em conformidade ao art. 8º da Lei 3.207/57.

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SALÁRIO

COMISSÕES. BASE DE CÁLCULO. Comissões devem ser apuradas sobre achamada venda auferida, e não sobre os valores majorados com osacréscimos decorrentes do financiamento. (TRT/SP, 17ª TURMA, PROCESSOnº 1001861-63.2015.5.02.0465 (RO), REL. MOISES DOS SANTOS HEITOR,d.p.23.02.2017)

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GRATIFICAÇÕES

Forma de reconhecimento pelos serviços do empregado.

Classificação:

Legal (prevista na lei)

Ajustada (em norma contratual ou convencional)

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GRATIFICAÇÕES

Parcelas contraprestativas

Empregador ao empregado

Evento ou circunstância relevante ou norma jurídica

(Maurício Godinho Delgado)

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PRÊMIOS

Vinculados a comportamentos de ordem pessoal do empregado

Eficiência e produtividade

Prêmio x Gratificação

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REMUNERAÇÃO

Art. 457. [...].

§ 12. A gorjeta a que se refere o § 3o não constitui receita própria dosempregadores, destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo oscritérios de custeio e de rateio definidos em convenção coletiva ou acordocoletivo de trabalho.

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outrasprestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou docostume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum serápermitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos erazoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais dasparcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82).

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aosempregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade,livros e material didático;

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, empercurso servido ou não por transporte público;

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamenteou mediante seguro-saúde;

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

V – seguros de vida e de acidentes pessoais;

VI – previdência privada;

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas comosalário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:

VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidadedeverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder,respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento)do salário-contratual.

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REMUNERAÇÃO

Art. 458 – [...]

§ 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ouodontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas commedicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesasmédico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido emdiferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário doempregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, paraefeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 dejulho de 1991.