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RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 1071/12 Título da Pesquisa: Mudanças no fósforo do solo com o manejo Interessado (Coordenador do Projeto): Paulo Sergio Pavinato Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Endereço: Av. Pádua Dias, 11 CEP: 13418-900 Cidade: Piracicaba Estado: SP Fone: (19) 3429 4170 Cel.: (19) 9.9605 1844 e-mail: [email protected] Local da Pesquisa: Piracicaba - SP Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 17.204,00 Vigência do Projeto: 03/01/2013 a 30/12/2013 RELATÓRIO FINAL: 1. INTRODUÇÃO: É recorrente a necessidade de aumento na produção agrícola sem expansão das áreas de cultivos, ou seja, através do aumento em produtividade pelas culturas. Diante disso, um dos principais focos da pesquisa em fertilidade do solo no mundo tem sido melhorar a utilização dos solos agrícolas, adequando à exploração dos nutrientes disponíveis, com vistas à redução de perdas e melhor eficiência de aproveitamento. Entre os nutrientes, o P é um dos limitadores à produção das culturas, especialmente em solos tropicais, devido principalmente a este apresentar-se em formas pouco disponíveis, sobretudo em função da elevada adsorção no solo, fazendo com que a eficiência de fertilizantes fosfatados em sistemas agrícolas seja baixa, com somente 10 a 30% do nutriente sendo usado pelas culturas no ciclo de aplicação. Os testes rotineiros de P no solo são utilizados para determinar o P disponível para as plantas, sendo usado tal parâmetro para quantificar a necessidade de adubação fosfatada do solo para crescimento ótimo das culturas. Entre eles destacam-se mundialmente os métodos Olsen, Bray- 2, Mehlich-1 e Mehlich-3, além do método da resina trocadora de ânions, amplamente utilizada no estado de SP. Estas técnicas que estimam P disponível, são rápidas e normalmente de baixo custo, porém sua aplicabilidade é restrita a grupos de solos com características semelhantes, cuja calibração entre teores extraídos pelo método e a absorção pelas plantas é indispensável. Essas extrações do P disponível fornecem valores que variam entre intensidade (I) e quantidade (Q), e as

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RELATÓRIO PARA AUXÍLIO DE PESQUISA Projeto Agrisus No: 1071/12 Título da Pesquisa: Mudanças no fósforo do solo com o manejo Interessado (Coordenador do Projeto): Paulo Sergio Pavinato Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz Endereço: Av. Pádua Dias, 11 CEP: 13418-900 Cidade: Piracicaba Estado: SP Fone: (19) 3429 4170 Cel.: (19) 9.9605 1844 e-mail: [email protected] Local da Pesquisa: Piracicaba - SP Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 17.204,00 Vigência do Projeto: 03/01/2013 a 30/12/2013

RELATÓRIO FINAL:

1. INTRODUÇÃO:

É recorrente a necessidade de aumento na produção agrícola sem expansão das áreas de

cultivos, ou seja, através do aumento em produtividade pelas culturas. Diante disso, um dos

principais focos da pesquisa em fertilidade do solo no mundo tem sido melhorar a utilização dos

solos agrícolas, adequando à exploração dos nutrientes disponíveis, com vistas à redução de perdas

e melhor eficiência de aproveitamento. Entre os nutrientes, o P é um dos limitadores à produção das

culturas, especialmente em solos tropicais, devido principalmente a este apresentar-se em formas

pouco disponíveis, sobretudo em função da elevada adsorção no solo, fazendo com que a eficiência

de fertilizantes fosfatados em sistemas agrícolas seja baixa, com somente 10 a 30% do nutriente

sendo usado pelas culturas no ciclo de aplicação.

Os testes rotineiros de P no solo são utilizados para determinar o P disponível para as

plantas, sendo usado tal parâmetro para quantificar a necessidade de adubação fosfatada do solo

para crescimento ótimo das culturas. Entre eles destacam-se mundialmente os métodos Olsen, Bray-

2, Mehlich-1 e Mehlich-3, além do método da resina trocadora de ânions, amplamente utilizada no

estado de SP. Estas técnicas que estimam P disponível, são rápidas e normalmente de baixo custo,

porém sua aplicabilidade é restrita a grupos de solos com características semelhantes, cuja

calibração entre teores extraídos pelo método e a absorção pelas plantas é indispensável. Essas

extrações do P disponível fornecem valores que variam entre intensidade (I) e quantidade (Q), e as

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vezes parte do P não lábil, dependendo das propriedades do extrator e das condições de extração.

Na verdade, a quantidade extraída vem quase toda do P adsorvido (Q), uma vez que o P em solução,

em condições normais, é extremamente menor que a primeira fonte (NOVAIS & SMYTH, 1999).

A eficiência dos extratores utilizados em laboratórios de rotina para avaliação da

disponibilidade de P para as plantas está relacionada com a habilidade desses extratores em

quantificar as diferentes frações de Pi dos solos, que se relacionam positivamente com o P

absorvido pelas plantas. Estudos têm mostrado que a planta absorve preferencialmente o P ligado a

Al e a Fe e absorve pouco o P ligado a Ca (NOVAIS & KAMPRATH, 1978).

O método Mehlich-1, conhecido por método duplo ácido ou Carolina do Norte consiste no

uso do H2SO4 0,025 N + HCl 0,05 N (NELSON et al., 1953), sendo uma solução extremamente

ácida que age dissolvendo predominantemente o P ligado ao Ca e quantidades menores de P ligado

a Fe e Al, em função das características de solubilidade dos fosfatos. Segundo Raij et al. (2001), o

método Mehlich-1 apresenta como vantagem para uso rotineiro a obtenção de extratos límpidos que

decantam facilmente, dispensando a filtragem das suspensões de solo. Entretanto, superestima o P

disponível em solos menos intemperizados e/ou com pH mais elevado e em solos que receberam

aplicação de fosfatos naturais pouco reativos (P-Ca). Além disso, extrai menos P de solos muito

argilosos e pode subestimar a sua disponibilidade, devido à neutralização parcial da solução

extratora e/ou pela readsorção do P extraído (KAMPRATH & WATSON, 1980). Assim, extratores

que não extraem ou não têm preferência em extrair P-Ca, como a resina de troca aniônica, o Bray-2

e o Mehlich-3, são considerados mais adequados que o Mehlich-1.

Já o método Olsen (OLSEN et al., 1954), que visa o emprego de solução de NaHCO3 (0,5

mol L-1 em pH 8,5) tende a estimar frações consideradas mais reais do que a planta consegue extrair

do solo quando comparado com o Mehlich-1. Entretanto tal método foi desenvolvido para uso

preferencialmente em solos alcalinos, motivo este que o tornou pouco usado no Brasil. No geral,

todos estes métodos tem sua utilização ligada diretamente à necessidade de calibração e correlação

com a absorção pelas plantas, o que exige tempo e custos de execução, por isso há dificuldade de

implantação de novas metodologias em regiões com métodos já calibrados e com pesquisadores e

técnicos já adaptados a essas metodologias.

Para alguns grupos de solos e, sobretudo, em distintas condições de manejo, correção e

adubação, a determinação do P disponível por um certo método pode não inferir sobre a real

quantidade de P passível de ser absorvido pelas plantas, sendo de suma importância valer-se de

determinações complementares do solo, como a determinação das capacidades de adsorção de P e

estimativa do P remanescente no solo, visando predizer sua real capacidade de fornecimento de P

para a solução do solo e, consequentemente, ser absorvido pelas plantas.

Somente a determinação do P disponível pode não inferir sobre a real quantidade de P

passível de ser absorvido pelas plantas, pois a determinação do P disponível em dado momento é

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uma medida estática e pode não refletir a real capacidade do solo de suprir as plantas. Em função

das distinções entre solos, plantas e, sobretudo, condições de manejo, a quantificação do P

disponível pode ser super ou subestimada. Assim, o conhecimento da capacidade do solo de repor o

P disponível às plantas seria um dos fatores que ajudariam a definir melhor esses manejos. Por isso,

seria de grande utilidade estimar a adsorção de fosfato do solo com o tempo ou estimar o P

remanescente, a fim de poder inferir com maior exatidão a possível disponibilidade de P no solo

após a aplicação de fertilizante.

As classes de disponibilidade de P adotadas para o sistema plantio direto (PD) foram obtidas

com informações do cultivo convencional, sem uma calibração própria. Por isso, os valores

analíticos podem não ser adequados para esse sistema, já que não se considera no PD a variação dos

teores de P em diferentes camadas no perfil do solo, que podem interferir na produtividade das

culturas. Adicionalmente, tem se observado a formação de uma camada de solo junto à superfície

com alto teor de matéria orgânica e disponibilidade de nutrientes, inclusive P, em consequência da

adição consecutiva de fertilizantes na superfície, ausência de revolvimento do solo e diminuição da

taxa de erosão, sugerindo maior disponibilidade de P pela menor suscetibilidade aos fatores de

retenção do nutriente por adsorção específica ao solo.

Este relatório apresenta dados de solos de sete locais onde foram coletados solos para

análises específicas da disponibilidade de P e adsorção de P no solo. Os objetivos principais foram

de avaliar o efeito do tempo de cultivo e dos sistemas de manejo na disponibilidade de fósforo nos

solos de alguns estados do cerrado brasileiro. Também foi objetivo estimar a capacidade máxima de

adsorção e o teor de P remanescente nestes solos em função da composição mineralógica e do uso

do solo com diferentes sistemas de cultivo, em função da cobertura vegetal e dos efeitos da

transição de vegetação nativa no cerrado para cultivo agrícola.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Áreas de Coleta

As coletas de amostras de solo foram feitas em regiões de produção de culturas comerciais

de grande importância agrícola para o Brasil, sendo elas soja, milho, e algodão, com históricos de

correção e adubação. Estas áreas foram definidas em função da disponibilidade para coleta, com

histórico confiável e preciso do manejo realizado em longo prazo.

Foram coletadas amostras de sete solos em regiões distintas de produção agrícola descritas

na tabela 1. As amostras foram coletadas nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10-20 cm, com o auxílio

de pá-de-corte. Todos foram coletados em quatro repetições, sendo que cada repetição foi composta

de quatro pontos de amostragem (subamostras). Após a coleta, transporte e manuseio (secagem e

moagem), foram realizadas análises de caracterização dos atributos químicos dos solos, sendo estes:

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pH em CaCl2, matéria orgânica (MO), além dos teores trocáveis de potássio (K+), cálcio (Ca+2),

magnésio (Mg+2) e alumínio + hidrogênio (H+Al).

Tabela 1. Locais e situações de solos amostrados no estudo.

Solo/local Sistema de cultivo/tempo Teor argila (%)

1-Latossolo vermelho - cultivo de milho/soja. Fazenda Planalto - Costa Rica - MS. (LV-1)

Convencional (desde 1994) Plantio direto (desde 1994) 65,6 Mata nativa

2- Latossolo vermelho - cultivo de algodão/soja/milho. Fazenda Planorte - Sapezal – MT. (LV-2)

Convencional (desde 2001) Plantio direto (desde 2001) 45,2 Mata nativa

3- Latossolo vermelho amarelo - cultivo de algodão/soja/milho. Fazenda Pamplona - Luziânia - GO. (LVA-1)

Convencional (desde 1992) Plantio direto (desde 1992) 65,3 Mata nativa

4- Latossolo vermelho amarelo - cultivo de algodão/soja/milho. Fazenda Parnaíba - Tasso Fragoso - MA. (LVA-2)

Convencional (desde 2000) Plantio direto (desde 2000) 25,5 Mata nativa

5- Latossolo vermelho Amarelo - cultivo de soja/milho. Fazenda Leonel - Sinop - MT.

Plantio direto (desde 2001) Mata nativa

45,3

6- Neossolo Quartzarênico – cultivo de soja/milheto (produção de sementes). Rondonópolis – MT.

Convencional (desde 2000) Plantio direto (desde 2008)* 5,0 Mata nativa

7- Latossolo Vermelho-Amarelo – cultivo de soja/algodão. Fazenda Panorama – Luís Eduardo Magalhães-BA.

Convencional (desde 2002) Mata nativa

26,0

*A fazenda não apresenta áreas com mais tempo de PD pela necessidade de calagem e incorporação a cada período de 4-5 anos.

As coletas em quatro situações foram realizadas em áreas experimentais de fazendas

agrícolas, descritas na tabela acima pelos números de 1 a 4. Nestes locais foram amostradas áreas

sob cultivo convencional e PD a longo tempo, seguindo sempre os manejos adotados

tradicionalmente nas lavouras destas fazendas. Portanto, representam fielmente as condições de

produção. Cabe ressaltar que duas dessas áreas estavam há em torno de 20 anos e outras duas há

mais de 10 anos sob os sistemas de cultivo descritos. Também foram coletadas amostras de áreas de

cerrado nativo o mais próximo possível dessas áreas experimentais, tentando simular a condição

real de abertura dessas áreas pra cultivo. Nestas quatro áreas o solo é classificado como Latossolo,

variando no teor de argila.

Nas demais áreas a coleta foi em área cultivada e cerrado nativo, não havendo comparação

de manejos. A coleta de solo em Rondonópolis-MT foi realizada em área de cultivo da empresa

Sementes Adriana, localizada sob Neossolo Quartzarênico, tendo como culturas antecessoras soja e

milheto. Em Sinop-MT as coletas foram feitas na Fazenda Leonel, sob Latossolo Vermelho

Amarelo distrófico, sendo área esta de cultivo em sucessão de soja/milho a pelo menos 12 anos. Em

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Luís Eduardo Magalhães-BA as coletas foram feitas na Fazenda Panorama, do grupo SLC Agrícola,

em área de cultivo em sucessão de algodão, milho e soja. Em todas as unidades amostrais foram

coletadas amostras de área de Cerrado nativo adjacente.

Todas essas amostras foram secas ao ar e processadas em moinho de martelo, passando em

peneiras de 2 mm. Portanto, as amostras avaliadas envolvem solos do bioma Cerrado, com

diferentes condições de manejo e adubação, para tentar entender melhor o comportamento e a

dinâmica do fósforo nestes diferentes ambientes. Os parâmetros descritos a seguir foram analisados

nestas amostras de solo:

2.2 Métodos de estimativa do P disponível

As amostras de todos estes solos foram analisadas quanto a disponibilidade de P por alguns

extratos usados no Brasil, foram determinados os teores de P disponível pelos métodos da Resina de

Troca Aniônica em membranas (RTA), Mehlich-1 (EMBRAPA, 1997) e também pelo método

Olsen (PIERZYNSKI, 2000), utilizado em alguns países da América do Sul e outros continentes.

A determinação por diferentes métodos busca melhorar a estimativa de disponibilidade de P

do solo para as culturas, correlacionando isso com as produtividades obtidas e extração dos

nutrientes. Essa análise de correlação com a produtividade será executada em estudo futuro.

2.3 Fósforo remanescente (P-rem)

O fósforo remanescente foi determinado a partir das amostras de solos, sendo utilizada uma

fração de 1,0 g da solo – sendo que foram utilizadas 4 repetições para cada amostra, às quais foram

adicionados 10 mL de uma solução contendo 60 mg L-1 de P, na forma de KH₂PO₄, diluídos em

CaCl₂ 0,01M, em tubos de 15mL. A amostra foi então agitada em uma mesa agitadora horizontal a

150 oscilações/minuto, pelo período de 1 hora (ALVAREZ et al., 2000).

Na sequência, a amostra foi centrifugada por 30 minutos a 5000 rpm, de modo a obter uma

solução sobrenadante translúcida, da qual foi retirada uma alíquota para leitura segundo método

proposto por Murphy & Riley (1962), com leitura em espectrofotômetro no comprimento de onda

de 882nm. Essa determinação do P remanescente foi realizada em substituição a determinação da

capacidade de dessorção do solo, em função de ser uma análise mais usual e utilizada por alguns

estados como base para recomendação da adubação fosfatada.

2.4 Capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP)

Para a determinação da capacidade de adsorção máxima de fósforo foram utilizadas as

amostras da camada de 10-20 cm dos solos descritos anteriormente, das quais foram pesados 2,0 g

de solo, sendo que a análise foi realizada em tréplica, juntamente com 20 mL de solução de P com

as concentrações estabelecidas a partir do resultado obtido da análise de P remanescente. Esses

extratos foram agitados em agitador horizontal a 150 oscilações/minuto por 48 horas. As

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concentrações de P utilizadas foram 0, 5, 10, 20, 40, 80, 120, 200 e 280 mg L-1, preparadas a partir

de uma solução de 1000 mg L-1 de KH₂PO₄ em CaCl₂ 0,01M.

As amostras foram então filtradas em filtro de papel por um período de 24 horas e

posteriormente centrifugadas a 5000 rpm por 20 min para a obtenção de um extrato translúcido da

solução de equilíbrio. A leitura foi realizada por colorimetria em espectrofotômetro, conforme

metodologia descrita por Murphy & Riley (1962), no comprimento de onda de 882 nm. A

quantidade de P adsorvida foi estimada pela diferença entre a concentração inicial e a concentração

remanescente em solução.

Após a tabulados dados, estes foram plotados no programa SigmaPlot para a obtenção das

curvas de CMAP, sendo as mesmas determinadas através da obtenção do valor máximo das

equações, obtido a partir do cálculo da derivada das equações.

As análises das amostras de solo foram realizadas nos laboratórios de química do solo do

Departamento de Ciência do Solo da ESALQ-USP, Piracicaba-SP, sendo que os equipamentos mais

importantes utilizados para estas análises foram agitadores de amostras, espectrofotômetro de

emissão, bloco digestor, centrífuga, reagentes químicos e tubos para agitação e extração. Os dados

obtidos no laboratório foram submetidos à análise da variância, e apresentados suas respectivas

médias, acrescidas do respectivo desvio padrão. Alguns dados ainda não foram analisados

estatisticamente em função do tempo, uma vez que algumas destas análises acabaram de serem

realizadas, mas as mesmas serão processadas assim que houver tempo hábil pra isso.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Caracterização da fertilidade das áreas coletadas

Nas três áreas amostradas com somente cultivo e mata nativa, Luís Eduardo Magalhães

(BA), Rondonópolis e Sinop (MT), neste caso o objetivo foi determinar a influência dos cultivos na

fertilidade do solo. Aqui foi realizada uma análise de caracterização para estas áreas considerando a

média das profundidades de 0-5 e 5-10 cm para a camada mais superficial (0-10 cm), o que é usual

para análise de solo em áreas de cultivo sob PD. Pode-se constatar que as áreas cultivadas tiveram

grande interferência no pH e nos teores de Ca e Mg (Tabela 2), em função da calagem, e também

nos teores de K, em função das adubações frequentes nestas áreas cultivadas. Já na mata nativa os

valores para todos estes parâmetros são considerados muito baixos, mostrando que o material de

origem destes solos é pobre em nutrientes, não formando solos férteis para cultivo sem adição de

fertilizantes.

Destaca-se aqui o teor de MO nos solos, que na área muito arenosa de Rondonópolis este

teor aumentou com o cultivo do solo na camada superficial, já em Luís Eduardo Magalhães não

houve alteração expressiva e em Sinop, solo muito argiloso, houve perda na camada mais

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superficial quando comparado com a mata nativa, mas houve acúmulo maior na camada de 10-20

cm, provavelmente em função de revolvimentos realizados na abertura das áreas, alguns anos atrás.

Tabela 2. Resultados de análise química do solo nas áreas cultivadas e de mata, no cerrado.

Local Situação Prof. (cm)

pH CaCl2

K Ca Mg H+Al MO g kg-1 -------------------mmolc dm-3-------------------

Luís Eduardo Magalhães

Lavoura 0-10 5,8 1,2 21 8 12 21

10-20 5,8 0,9 20 7 13 15

Mata 0-10 4,1 0,4 1 0 31 23 10-20 4,0 0,4 1 0 34 18

Rondonópolis Lavoura 0-10 5,8 2,8 34 10 12 25 10-20 5,3 0,8 22 4 16 18 Mata 0-10 4,1 0,6 0 0 20 18 10-20 4,1 0,3 0 0 25 13

Sinop Lavoura 0-10 5,0 3,6 50 14 52 56 10-20 4,7 1,4 27 10 88 48 Mata 0-10 3,5 1,2 1 1 149 68 10-20 3,9 0,6 0 0 88 36

Nas outras quatro áreas onde foram coletados solos do cerrado nativo e das áreas cultivadas

em sistema plantio direto (PD) e convencional de cultivo (PC) a análise foi mais completa, em

função destes dados fazerem parte da dissertação final de mestrado do aluno Marcos Rodrigues no

PPG Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ/USP, o qual irá terá a defesa final em janeiro de 2014.

A seguir serão apresentados os dados destas áreas com a comparação entre os sistemas de manejo

em profundidade.

3.1.1 Teores de MO no solo

Quando são comparados os sistemas de manejo, no solo LV-1 observa-se que os teores de

MO no Cerrado e no PD foram maiores na camada de 0 – 5 cm, comparado às demais

profundidades (Figura 1 - A). Já no PC, os teores de MO nas camadas de 0 – 5 e 5 – 10 cm foram

similares, com pequeno decréscimo para a camada de 10 – 20 cm, o que era esperado em função do

revolvimento anual. Comparando-se os manejos do solo ao longo do perfil, constatou-se que na

camada mais superficial (0 – 5 cm), o teor de MO no PC foi 23% inferior ao observado no PD e

17% a menor que no Cerrado nativo. Já nas camadas inferiores (5 – 10 e 10 – 20 cm) os teores de

MO nos três sistemas de manejo foram similares, observando diferença apenas entre o PD e o

Cerrado na camada de 5 – 10 cm, sendo menor no Cerrado.

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MO (g dm-3)

0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

MO (g dm-3)

0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

MO (g dm-3)

0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

MO (g dm-3)

0 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 1 - Teores de matéria orgânica (MO) no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes

manejos (Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A)

Costa Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso

Fragoso-MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa,

segundo o Teste T (LSD, p < 0,05)

No LV-2 verifica-se que o também houve diferença nos teores de MO ao longo do perfil,

tanto no PD como no Cerrado, mesmo comportamento observado para o solo LV-1 (Figura 1 – B).

Analisando o efeito dos sistemas de manejo em cada camada do solo, observa-se que, na camada de

0 – 5 cm, o teor de MO foi maior no Cerrado nativo, sendo o PD superior ao PC nesta camada (39,9

e 31,1 g kg-1, respectivamente), porém o acúmulo de MO nos solos cultivados não foram tão

pronunciados como verificado na vegetação nativa (53,0 g kg-1). Na camada de 5 – 10 cm os teores

de MO não diferiram entre os manejos do solo e o cerrado nativo, com valores médios variando de

30,1 a 32,4 e 32,8 g kg-1 para PD, PC e Cerrado, respectivamente. Já na camada mais inferior no

perfil (10 – 20 cm) observa-se maior teor de MO no PC, comparado ao PD e Cerrado, os quais não

diferiram entre si.

Os teores de MO em superfície (0 – 5 cm) no solo LVA-1 foram menores no PC, sendo 23,2

e 30,4 % inferiores ao Cerrado e ao PD, respectivamente, sendo que estes últimos não diferiram

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entre si (Figura 1 – C). Na camada de 5 – 10 cm, maior quantidade de MO foi observada no

Cerrado, comparado ao PC, o qual apresentou maior teor que o encontrado no PD em tal

profundidade. Por sua vez, na camada de 10 – 20 cm os teores de MO foram menores no PD, sendo

estes 17 e 18,5 % inferiores ao PC e ao Cerrado, respectivamente, não diferindo entre o Cerrado e o

PC. Verificou-se, em todos os sistemas de manejo, um gradiente decrescente nos teores de MO com

o aumento da profundidade do solo.

No solo LVA-2 os teores de MO observados na camada de 0 – 5 cm foram maiores no

Cerrado, comparado ao PD e ao PC (Figura 1 – D), sendo que o PD, com teor de MO 20% inferior

ao cerrado, ainda foi superior em 46% ao PC. Já na camada de 5 – 10 cm, não foram evidenciadas

diferenças entre o PD e o PC, entretanto ambos foram inferiores ao Cerrado em aproximadamente

20%, isso mostra que este solo é muito suscetível à mudanças, com perda de MO nas camadas

superficiais quando cultivado, independente do manejo adotado. Na maior profundidade avaliada

(10 – 20 cm) não foram observadas diferenças nos teores de MO entre os sistemas de manejo. Com

a relação à distribuição da MO no perfil em cada sistema de manejo do solo, constatou-se que no

PC ocorreu uma distribuição uniforme nos teores de MO no perfil, já no PD e no Cerrado ocorreu a

formação de um gradiente decrescente ao longo do perfil.

3.1.2 pH do solo

Analisando-se o pH (CaCl2) do solo nas áreas avaliadas verifica-se que no LV-1 (Figura 2 –

A), na superfície do solo (camada de 0 – 5 cm), o pH foi maior no PD (6,2) do que no PC (5,6), o

qual também apresentou-se com menor H+ em solução que o Cerrado nativo (4,8). Já nas demais

camadas do solo não houve diferenças no pH do solo entre o PD e o PC, sendo ambos os manejos

superiores ao Cerrado. Comparando-se o pH no perfil do solo de cada um dos sistemas de manejo,

constatou-se que em ambos os sistemas o pH foi inferior na maior profundidade do solo (camada de

10 – 20 cm). No cerrado nativo houve redução de 4,8 em superfície para 4,3 nas camadas inferiores

do solo.

No solo LV-2 constatou-se elevadas concentrações de H+ em solução no Cerrado nativo,

com valor de pH de 3,6 para a camada de 0 – 5 cm, sendo este inferior aos encontrados nas demais

profundidades do solo (3,9 e 4,0 para as camadas de 5 – 10 e 10 – 20 cm, respectivamente) (Figura

2 – B). No PC não houve diferença no pH ao longo do perfil do solo, com valores médios entre 4,8

e 4,9. Já no PD houve maior pH em superfície, comparado às demais profundidades do solo, com

valores saindo de 5,2 (camada de 0 – 5 cm) para 4,8 e 4,6, respectivamente para as camadas de 5 –

10 e 10 – 20 cm, sendo que estas últimas não diferiram estatisticamente nos sistemas de manejo. O

pH foi bem maior nas áreas cultivadas, independente do sistema de manejo, comprando-se com o

Cerrado nativo, sendo tal resultado verificado em todas as profundidades avaliadas.

No solo LVA-1 verifica-se que o maior pH nas camadas superficiais foi no PD, com valores

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de 5,7 e 5,5 nas camadas de 0 – 5 e 5 – 10 cm, respectivamente, os quais foram superiores a camada

de 10 – 20 cm (pH de 4,6), sendo superior ao PC e ao cerrado nativo (Figura 2 – C). Já no PC,

ocorreu uma distribuição uniforme do pH no perfil do solo, com valores variando entre 5,1 e 5,2.

No cerrado nativo foram encontrados os menores valores de pH no solo, com índices variando de

4,0 a 4,2, sendo que o pH foi um pouco maior na camada de 10 – 20 cm, comparado as demais

camadas do solo.

No solo LVA-2 observa-se também valores muito baixos de pH no cerrado nativo, sendo

que para a camada de 0 – 5 cm o pH foi 3,7, valor este próximo dos encontrados nas demais

profundidades do solo (3,8 e 3,9 para as camadas de 5 – 10 e 10 – 20 cm, respectivamente) (Figura

2 – D). No PC o maior pH foi encontrado na camada de 5 – 10 cm, sendo superior ao PD e ao

cerrado nesta camada. O PD, por sua vez, apresentou maior pH em superfície (5,3), comparado as

demais profundidades do solo, as quais apresentaram valores de 4,4 e 4,6, respectivamente para as

camadas de 5 – 10 e 10 – 20 cm, não diferindo entre si.

pH

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

pH

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

pH

0,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 2 - Valores médios de pH-CaCl2 no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes

manejos (Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A)

Costa Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso

Fragoso-MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa,

segundo o Teste T (LSD, p < 0,05)

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Comparando-se os sistemas de manejo em cada profundidade constata-se que, em todas as

profundidades de amostragem, no Cerrado foram encontrados os menores valores de pH, sendo

muito baixos (menor que 4,0) na maioria dos solos. Já nas áreas cultivadas o pH está numa faixa

adequada para cultivo em todas as camadas avaliadas (próximo ou acima de 5,0) em função de

correções realizadas ao longo dos anos de cultivo, exceção para o solo LVA-2. O PD manteve o pH

do solo mais elevado nas camadas de 0-5 e 5-10 cm na maioria dos solos avaliados, enquanto que o

PC manteve mais uniforme o pH ao longo do perfil.

3.1.3 Teores de H + Al (acidez potencial do solo)

Os resultados encontrados para a acidez potencial (Figura 3 - A) no LV-1 demonstram que,

em todas as profundidades analisadas, a acidez foi maior no Cerrado nativo. Na camada superficial

do solo (0 – 5 cm), os teores de H + Al foram menores no PD que no PC, com teores de 19,4 e 28,8

mmolc dm-3, respectivamente. Nas profundidades de 5 – 10 e 10 – 20 cm não houve diferenças entre

o PD e o PC, sendo ambos menores que no cerrado nativo, Em relação à distribuição de H + Al no

perfil do solo, tanto no cerrado como nos sistema de manejo a menor acidez foi observada na

camada mais superficial do solo.

No LV-2 os teores de H + Al foram muito maiores no Cerrado nativo do que no PD e no PC,

em todas as profundidades analisadas (Figura 3 – B). Em todas as profundidades do solo os teores

de H + Al no PD e no PC foram similares. Comparando-se as profundidades do solo pode-se

observar que no Cerrado nativo o teor de H + Al encontrado na camada de 0 – 5 cm foi muito maior

que nas áreas cultivadas, sendo também maior que os encontrados nas camadas de 5 – 10 e 10 – 20

cm, respectivamente.

Os teores de H + Al no LVA-1 foram menores no PD nas camadas mais superficiais do

perfil do solo, comparado ao PC e ao Cerrado nativo (Figura 3 – C). Na camada de 0 – 5 cm do solo

o cultivo sob PC reduziu os teores de H + Al em 64,9%, enquanto que o uso do PD resultou em

redução de 72,5% na acidez potencial do solo. Já na camada de 5 – 10 cm, os teores encontrados no

PC e no PD foram 53,4% e 60,3% inferiores ao Cerrado, respectivamente. Por sua vez, na maior

profundidade analisada (10 – 20 cm) a redução na acidez foi maior no PC, com teor de H + Al

47,4% menor que o Cerrado, contra uma redução de apenas 20,9% no PD.

No LVA-2 os resultados não seguem a mesma tendência dos locais anteriores, sobretudo

comparando o PC e PD (Figura 3 – D). Como já observado para os demais solos, o cerrado nativo

apresentou os maiores teores de H + Al comparado com áreas cultivadas, perfazendo-se essa

tendência em todas as profundidades do solo analisadas. Entretanto, comparando-se o PD e o PC,

verifica-se que este último proporcionou menor acidez nas camadas superficiais do solo (0 – 5 e 5 –

10 cm) do que o PD. Na camada de 10 – 20 cm não houve diferença entre o PD e o PC.

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H + Al (mmolc dm-3)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180P

rofu

ndid

ade

(cm

)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

H + Al (mmolc dm-3)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

H + Al (mmolc dm-3)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

H + Al (mmolc dm-3)

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 3 - Acidez potencial (H+Al) no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes manejos

(Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A) Costa

Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso Fragoso-

MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa, segundo

o Teste T (LSD, p < 0,05)

3.1.4 Teores de K no solo

Os teores de K trocável nos solos analisados demonstram que, em todas as profundidades

analisadas, o cerrado nativo apresentou menor disponibilidade do nutriente (Figura 4). Sendo que os

teores de K trocável no solo, no solo nativo de cerrado, situou-se entre 0,4 e 1,4 mmolc dm-3.

Comparando os manejos do solo nas áreas de cultivo, não foram observadas diferenças nos

teores trocáveis de K entre o PD e o PC no LV-1, em todas as profundidades analisadas (Figura 4 -

A). Em relação à distribuição no perfil, no PD foi observado maior teor do nutriente em superfície,

com redução gradativa nas maiores profundidades do solo. Já no PC, maiores teores foram

observados na camada de 0 – 5 cm, entretanto, não verificou-se diferença no teor trocável de K

entre da camada de 5 – 10 cm para a de 10 – 20 cm.

No LV-2 os teores de K em superfície (0 – 5 cm) não diferiram entre os manejos (PD e PC),

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sendo ambos superiores ao cerrado nativo (Figura 4 - B). Nas camadas inferiores, o solo sob PC

apresentou teores de K superiores aos encontrados no PD. A distribuição do K no perfil foi mais

uniforme com o PC, onde se verificou redução no teor disponível apenas na camada de 10 – 20 cm,

enquanto que sob PD os teores de K no solo reduziram drasticamente já na camada de 5 – 10 cm.

K trocável (mmolc dm-3)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

K trocável (mmolc dm-3)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

K trocável (mmolc dm-3)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

K trocável (mmolc dm-3)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 4 - Teores trocáveis de potássio (K) no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes

manejos (Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A)

Costa Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso

Fragoso-MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa,

segundo o Teste T (LSD, p < 0,05)

No LVA-1 não foram encontradas diferenças nos teores de K entre os manejos do solo (PD

e PC), em todas as profundidades avaliadas (Figura 4 - C). Com relação à distribuição do nutriente

no perfil do solo, verificou-se que quando o solo foi manejo sob PD os teores de K não diferiram

entre as profundidades. Já sob PC, contatou-se que maior teor do nutriente em superfície, com

redução de 25% na camada de 5 – 10 cm, a qual não diferiu da profundidade de 10 – 20 cm.

No LVA-2 os teores de K disponível na superfície (0 – 5 cm) do solo foram maiores no PC,

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com redução de 37,5% quando do manejo do solo sob PD, sendo ambos maiores que o cerrado

nativo (Figura 4 - D). Nas demais camadas não foram observadas diferenças entre os manejos do

solo nas áreas cultivadas, sendo pouco superior ao cerrado nativo. A distribuição do nutriente no

perfil em consequência dos manejos do solo foi similar, constatando-se que tanto sob PD quanto no

PC os teores de K foram maiores na camada mais superficial do solo (0 – 5 cm). No entanto, cabe

destacar que, em valores absolutos, este solo apresentou teores baixos de K disponível comparado

com os demais solos utilizados no estudo, muito em função da constituição do mesmo, sendo mais

arenoso e apresentando menor capacidade de retenção deste nutriente nas cargas da CTC.

3.1.5 Ca trocável no solo

Os teores trocáveis de Ca podem ser observados na figura 5. Verifica-se que, em todos os

locais e em todas as profundidades do solo avaliadas, no cerrado nativo foram encontrados os

menores teores deste nutriente na forma disponível no solo.

Os teores Ca trocável encontrados no LV-1 em superfície (0 – 5 cm) foram maiores quando

o solo foi manejado sob PD, comparado ao PC, não sendo observadas diferenças entre os manejos

do solo nas demais profundidades (Figura 5 – A). Avaliando-se os teores de Ca trocáveis ao longo

do perfil do solo, as reduções não foram significativas nos 10 primeiros cm do solo, com redução

significativa na camada de 10 – 20 cm, sendo que tal distribuição do nutriente ocorreu tanto sob PD

quanto no PC.

No LV-2 a distribuição de Ca no perfil do solo manejado sob PC foi uniforme, não sendo

observadas diferenças nos teores disponíveis nas profundidades analisadas (Figura 5 – B). Já no PD

houve maior deposição de Ca em superfície (0 – 5 cm), com redução de 45% na concentração do

nutriente na camada de 5 – 10 cm, a qual não diferiu da maior profundidade avaliada (10 – 20 cm).

O manejo do solo influenciou nos teores de Ca em superfície (0 – 5 cm), sendo maior no PD,

comparado ao PC. Entretanto, na profundidade de 5 – 10 cm do solo não se observou diferença

entre os manejos, enquanto que na camada de 10 – 20 cm, o PC apresentou mais Ca disponível.

Ambos os manejos apresentaram teor de Ca bem superior ao cerrado nativo, em todas as camadas.

No LVA-1 verifica-se que o manejo do solo influenciou nos teores de Ca em superfície (0 –

5 cm), sendo 2,5 e 41,5 vezes maior no PD, comparado ao PC do solo e ao cerrado nativo,

respectivamente (Figura 5 – C). Entretanto, na camada de 5 – 10 cm não se observou diferença

entre os manejos, mantendo-se bem superiores ao cerrado nativo. Na camada de 10 – 20 cm, o PC

apresentou mais Ca disponível que o PD. A distribuição de Ca no perfil do solo sob PC foi

uniforme, enquanto que no PD houve maior teor em superfície (0 – 5 cm), com redução gradual

para as demais camadas. O teor de Ca no cerrado nativo foi praticamente nulo em todas as camadas

avaliadas.

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Ca trocável (mmolc dm-3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

Ca trocável (mmolc dm-3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

Ca trocável (mmolc dm-3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

Ca trocável (mmolc dm-3)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 5 - Teores trocáveis de cálcio (Ca) no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes

manejos (Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A)

Costa Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso

Fragoso-MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa,

segundo o Teste T (LSD, p < 0,05)

No LVA-2 a distribuição de Ca no solo seguiu a mesma tendência dos demais locais, sendo

que quando manejado sob PC os teores foram uniformes no perfil do solo (Figura 5 – D). Já no PD

houve maior teor de Ca em superfície com redução gradual para as demais camadas. O manejo do

solo influenciou diretamente no Ca em superfície (0 – 5 cm), sendo verificados maiores valores

quando do manejo em PD, o qual apresentou teor de Ca trocável 149% maior do que no PC.

Entretanto, nas demais profundidades não observou-se diferença entre os manejos no Ca disponível

do solo. Da mesma forma que o observado para o solo LVA-1, este solo apresentou valores

praticamente nulos de Ca trocável no cerrado nativo.

3.1.6 Mg trocável no solo

Os teores trocáveis de Mg no solo (Figura 6) indicam que, em todos os locais e

profundidades do solo avaliadas, no cerrado nativo foram encontrados os menores teores deste

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nutriente em forma disponível no solo. Os teores Mg encontrados no LV-1 (Figura 6 – A) nas

camadas superficiais (0 – 5 e 5 – 10 cm) foram maiores quando o solo foi manejado sob PD,

comparado ao PC, não sendo observadas diferenças entre os manejos do solo na maior

profundidade analisada (10 – 20 cm). Avaliando-se os teores trocáveis ao longo do perfil do solo,

não foram observadas diferenças no Mg nos 10 primeiros cm do solo manejado sob PC, enquanto

no PD os maiores teores foram observados apenas na camada de 0 – 5 cm.

No LV-2 a distribuição do Mg no perfil do solo sob PC foi uniforme nas profundidades

analisadas (Figura 6 – B). Já no solo sob PD houve maior quantidade de Mg em superfície (0 – 5

cm), com redução de 130% na quantidade disponível do nutriente já na camada de 5 – 10 cm, a qual

não diferiu da maior profundidade avaliada (10 – 20 cm). O manejo do solo influenciou os teores de

Mg em superfície (0 – 5 cm), sendo 127% maior no PD, comparado ao PC do solo. Na camada de 5

– 10 cm não houve diferença entre os manejos no Mg do solo, enquanto que na camada de 10 – 20

cm, o PC apresentou mais Mg disponível, com redução de 28% em relação ao PD.

Mg trocável (mmolc dm-3)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

PDPCCerrado

A

Mg trocável (mmolc dm-3)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

B

Mg trocável (mmolc dm-3)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

C

Mg trocável (mmolc dm-3)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Pro

fund

idad

e (c

m)

0

5

10

20

D

Figura 6 - Teores trocáveis de magnésio (Mg) no perfil do solo de áreas de Cerrado sob diferentes

manejos (Plantio Direto, PD; Preparo Convencional, PC e vegetação nativa, Cerrado). A)

Costa Rica-MS (LV-1). B) Sapezal-MT (LV-2). C) Luziânia-GO (LVA-1). D) Tasso

Fragoso-MA (LVA-2). Barras horizontais representam a diferença mínima significativa,

segundo o Teste T (LSD, p< 0,05)

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No LVA-1 verifica-se que o Mg trocável aumentou nas camadas superficiais do solo (0 – 5 e

5 - 10 cm) com a adoção do PD, comparado ao PC e ao cerrado nativo, respectivamente (Figura 6 –

C). Entretanto, na profundidade de 10 – 20 cm o PC resultou em 77% mais Mg disponível do que o

solo manejado sob PD. Analisando-se a distribuição dos teores de Mg no perfil em cada manejo do

solo, constata-se que tanto no solo manejado sob PD quanto com o PC do solo, maiores quantidades

de Mg foram depositados em superfície (0 – 5 cm), com distribuição uniforme nas demais camadas

em ambos os manejos.

Os teores trocáveis de Mg nas camadas superficiais (0 – 5 e 5 – 10 cm) do LVA-2 foram

superiores no PD quando comparado ao PC (Figura 6 – D), não sendo observadas diferenças entre

os manejos na maior profundidade avaliada (10 – 20 cm). Avaliando-se os teores trocáveis ao longo

do perfil, sob PD maiores quantidades de Mg foram encontradas em superfície (0 – 5 cm), sendo

31% e 165% superiores aos resultados verificados no PC e no cerrado nativo, respectivamente. No

PC não foram observadas diferenças nos teores Mg nos 10 primeiros cm do solo, entretanto

verifica-se maior deposição do Mg em subsuperfície (10 – 20 cm), com teor aproximadamente 30%

maior que nas camadas superiores.

3.2 Comparação de métodos de estimativa do P disponível

De modo geral, o que nota-se sobre os métodos de determinação de P disponível no solo é

que a Resina consegue extrair mais P que o Mehlich-1 de solos mais argilosos, como de Costa Rica,

Sapezal e Luziânia, exceção a isso foi o solo de Sinop, no qual o Mehlich-1 apresentou teor de P

maior que Resina (Tabela 3). Nos solos mais arenosos, ou não considerados argilosos, de modo

geral, o Mehlich-1 extraiu teores de P semelhantes ou até superiores que a Resina, como é o caso

dos solos de Tasso Fragoso, Luís Eduardo Magalhães e Rondonópolis. O método Olsen parece ser

uma forma de estimativa promissora para as condições de solos de cerrado, pois os dados não

flutuam tanto quanto os demais métodos avaliados em relação ao teor de argila e MO do solo. Os

valores absolutos foram relativamente parecidos com o Mehlich-1 em solos mais argilosos, sendo

inferiores a este em solos mais arenosos. A correlação entre Olsen e Mehlich-1 foi de 0,874, já para

a Resina e Olsen foi de 0,741.

Quando se comparam os sistemas de cultivo e o método em cada solo as diferenças em

profundidade parecem ser mais expressivas com a determinação do P por Resina comparando com

Mehlich-1 e Olsen, como é possível observar para os solos de Costa Rica, Sapezal, Luziânia, Tasso

Fragoso e Sinop (Tabela 3), sendo que nestes solos mencionados foi observado acúmulo maior de P

na camada mais superficial do PD (0-5 cm). Esse comportamento praticamente não é observado

nestes solos com o uso de Mehlich-1 e Olsen, onde isso ocorreu apenas em Sapezal e Sinop. A

explicação mais lógica para isso é que o teor de MO está afetando a extração com estes métodos,

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pois o P está sendo disponibilizado, pois a Resina detecta, mas possivelmente se readsorvendo ou

formando compostos não mensuráveis pela metodologia do azul-molibdato. Na média de todos os

solos, a Resina extraiu mais que o Mehlich-1 e Olsen, com valores de 14,48, 10,98 e 9,32 mg kg-1

de P, respectivamente.

Importante também destacar que o cultivo dos solos tem promovido expressivo aumento no

teor de P disponível, independente do método de extração, pois em praticamente todos os solos e

métodos o teor é bem superior ao cerrado nativo. Exceção para o solo de Sinop, o que pode ser

explicado pelo solo de mata nativa se coletado numa floresta de transição (mata fechada), com bom

desenvolvimento e alta ciclagem de nutrientes, possivelmente mantendo o sistema estável como um

todo.

3.3 Fósforo remanescente (P-rem)

Nos solos avaliados houve comportamento muito distinto, sendo os valores de P

remanescente diferentes para cada tipo de solo em função da formação e constituição do mesmo

(Tabela 4). No solo de Costa Rica não foi observado efeito do manejo na adsorção de P, pois o

remanescente foi igual para PD e PC, diferindo um pouco na camada superficial (0-5 cm) do

cerrado nativo, provavelmente em função de maior MO nesta camada, mas, no geral, são valores

bastante baixos, o que mostra o alto potencial de adsorção de P neste solo. Já no solo de Sapezal, de

modo geral, o cultivo no PC manteve mais P em solução que no cerrado nativo e PD, mostrando

que as práticas de manejo neste solo melhoram a disponibilidade de P em solução. No solo de

Luziânia os valores de P remanescente foram bastante semelhantes nas situações avaliadas, apenas

na camada de 10-20 cm do cerrado nativo houve maior adsorção de P, possivelmente pelo menor

teor de MO nesta camada. Enfim, para estes três solos citados acima, a retenção de P no solo foi alta

(no geral, menor que 20 mg L-1 de P remanescente), deixando pouco deste nutriente em solução, o

que caracteriza alta afinidade de adsorção deste nutriente no solo. Pois todos estes solos receberam

adubação fosfatada nas áreas cultivadas e isso praticamente não afetou a quantidade de P

remanescente em solução.

Similar aos solos já mencionados, o solo de Sinop-MT também teve alta adsorção de P

deixando baixo P remanescente (Tabela 4) . Neste solo somente foram avaliadas duas situações,

cultivo em PD e mata nativa. Os resultados aqui mostrados são semelhantes na camada superficial

entre a mata e o PD, mas distintos nas camadas mais profundas, sendo que no PD houve maior

adsorção de P, isso pode ser explicado pela maior decomposição da MO quando esta área começou

a ser cultivada, com uso de sistema convencional com lavração e gradagem. Mas como nos últimos

anos (11 anos) esta área está sendo mantida sob PD, a camada de 0-5 cm já acumulou MO e está

com uma condição semelhante à mata na manutenção do P remanescente, indicando uma maior

capacidade de fixação de fósforo pelo solo, além do fato de que solos com alta capacidade de

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fixação apresentam maior velocidade inicial de fixação do íon fosfato (SANTOS et al., 2011), o que

explica os menores valores de P remanescente nessas profundidades após o curto período de contato

solo – solução.

Tabela 3. Comparação de metodologias para determinação do P disponível (mg kg-1) em vários solos da região do cerrado brasileiro.

Situação Prof. (cm)

Costa Rica Sapezal Resina Mehlich-1 Olsen Resina Mehlich-1 Olsen

PD 0-5 31,96* 12,37 12,67 56,20 13,92 15,32

5-10 24,97 9,17 14,36 16,69 8,09 7,22

10-20 27,09 17,00 16,51 15,76 7,02 8,92

PC 0-5 27,21 13,98 12,44 16,99 6,11 6,58 5-10 23,39 11,81 8,32 16,91 6,03 7,09 10-20 23,59 10,53 8,00 14,22 5,40 6,63

Mata 0-5 6,23 3,17 4,48 10,24 2,17 6,81 5-10 4,22 2,14 3,16 7,62 1,46 4,48 10-20 3,96 1,98 2,56 4,14 1,10 1,55

Situação Prof. (cm)

Luziânia Tasso Fragoso Resina Mehlich-1 Olsen Resina Mehlich-1 Olsen

PD 0-5 16,76 5,95 6,77 29,44 26,19 18,89

5-10 12,69 7,60 9,88 19,84 25,46 19,11

10-20 7,36 4,66 10,06 20,60 25,21 17,79

PC 0-5 21,88 6,34 10,24 15,32 11,33 6,86 5-10 21,42 9,13 14,91 19,21 17,72 10,38 10-20 11,76 4,10 8,78 37,51 39,74 29,95

Mata 0-5 2,41 0,90 5,08 7,98 1,24 14,77 5-10 1,98 0,84 2,84 7,20 0,86 5,21 10-20 1,58 0,67 1,74 6,29 0,73 3,38

Situação Prof. (cm)

Sinop Luís Eduardo Magalhães Resina Mehlich-1 Olsen Resina Mehlich-1 Olsen

Cultivada 0-5 10,88 22,65 10,84 19,47 38,17 24,78

5-10 4,16 14,68 4,57 20,66 35,21 23,60

10-20 2,39 9,48 2,65 26,60 39,08 25,10

Mata 0-5 7,55 10,44 8,23 0,94 1,24 2,24 5-10 4,89 7,97 4,85 0,78 1,02 1,92 10-20 3,02 6,92 1,87 0,78 0,98 1,42

Situação Prof. (cm)

Rondonópolis Resina Mehlich-1 Olsen

Cultivada 0-5 34,38 23,67 15,50

5-10 28,35 21,98 12,76

10-20 16,04 16,56 8,69

Mata 0-5 3,50 6,75 5,03 5-10 2,59 7,23 3,02 10-20 2,39 6,76 2,29

Média geral métodos 14,48 10,98 9,32 *Correlação geral: Resina (RTA)*Mehlich-1: 0,616 Resina (RTA)*Olsen: 0,741

Mehlich-1*Olsen: 0,874

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Tabela 4. Fósforo remanescente* (mg L-1) em áreas de cultivo e cerrado nativo do Centro-oeste

brasileiro.

Situação Prof. (cm)

Local

Costa Rica Sapezal Luziânia Tasso Fragoso

Sinop Luís E. Magalhães

Rondonó- polis

PD 0-5 13,00 13,10 13,93 33,49 20,61 51,72 58,99

5-10 12,77 10,43 11,62 34,56 8,98 53,00 58,27

10-20 12,61 8,54 17,55 36,66 8,31 47,55 56,16

PC 0-5 14,80 18,29 15,76 38,48 - 40,95 -

5-10 13,89 19,64 14,32 37,99 - 36,72 -

10-20 11,92 21,20 24,25 35,25 - 38,26 -

Mata 0-5 17,09 11,69 14,85 23,96 22,73 - 51,60

5-10 11,18 15,04 17,28 24,48 15,74 - 49,00

10-20 14,65 16,19 2,53 26,07 16,15 - 42,77 *P na solução de equilíbrio após adição de solução 0,01 mol L-1 de CaCl2, contendo 60 mg L-1 de P.

No solo de Tasso Fragoso, com menor teor de argila (em torno de 25%), há menor adsorção

de P, deixando maior teor de P remanescente quando comparado com os solos de Costa Rica,

Sapezal, Luziânia e Sinop (Tabela 4). Os sistemas de cultivo foram semelhantes no P remanescente,

mas o cerrado nativo mostrou valores menores. Isso poderia ser explicado pelas adubações

corretivas que são realizadas nestas áreas, e que em função da menor capacidade de adsorção de P

neste solo (diferente dos solos citados anteriormente), foi possível manter maior teor de P em

solução.

Os teores de P remanescente nos solos de Rondonópolis e Luís Eduardo Magalhães foram

altos, em função dos solos serem bastante arenosos, com baixa capacidade de adsorção de P. Estes

valores estão próximos a valores comumente encontrados na literatura (FARIAS et al., 2009). Para

o solo de Luís Eduardo Magalhães também é possível observar menores valores de P remanescente

para solos de mata nativa em todas as profundidades, o que pode indicar maior baixo P nativo no

solo, uma vez que os solos cultivados já tiveram adições externas de P – na forma de adubos

minerais (fosfatagem e adubação solúvel), reduzindo assim a deficiência natural dos solos e

ocupando previamente diversos sítios eletropositivos de ligação da fração coloidal do solo.

3.4 Capacidade máxima de adsorção de fósforo (CMAP)

De modo geral, a CMAP expressa a capacidade que o solo tem de reter P de alguma forma,

muitas vezes não deixando o mesmo disponível para as plantas. Villar et al. (2010), citando vários

autores, menciona que solos intemperizados como os da região do Cerrado brasileiro são

conhecidos pelo seu alto desenvolvimento pedogenético e por seu reduzido número de espécies

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minerais, sendo que os minerais encontrados em abundância nesses solos são: caulinita, gibbsita,

hematita, goethita e maghemita. Sendo que a adsorção de P, termo genérico para todo processo que

resulta na retenção do elemento, acontece de forma mais intensa nesses solos (Novais & Smyth,

1999).

Nas figuras a seguir são apresentados os valores de CMAP para todos os solos avaliados,

resultado este que determina diretamente o comportamento do P no solo após a aplicação via

fertilizantes. Avaliando de maneira conjunta, os solos mais argilosos, no caso os de Costa Rica

(Figura 7), Sapezal (Figura 8) e Luziânia (Figura 9), apresentam uma CMAP maior de 1000 mg kg-

1, o que caracterizam solos com altíssima retenção deste nutriente, devendo ser manejada a

adubação de forma localizada para que haja maior aproveitamento pelas cultura. Destaque entre

estes três está o solo de Luziânia, com CMAP maior que 1500 mg kg-1. Para todos estes solos a

CMAP foi maior no Cerrado nativo (Mata) que nas áreas de cultivo, sendo que o PD e PC não

diferiram muito. No PD a CMAP é maior em função de ter sido utilizado solo da camada de 10-20

cm pra análise, com menor teor de MO que no PC, o que afeta a adsorção de P em função da

competição de compostos orgânicos. Isso vale também para o solo de Tasso Fragoso (Figura 10).

Para os solos de Tasso Fragoso (Figura 10) e Sinop (Figura 11) estes valores ficaram um

pouco menores, entre 800 e 1000 mg kg-1, em função das características mineralógicas destes solos.

A CMAP do solo de Sinop indica também uma maior capacidade de adsorção de P pelo solo com

cobertura de cultivo comercial (lavoura) quando comparada à cobertura vegetal nativa (mata), cujos

valores de CMAP são de 1366,4 e 916,1 mg kg-1 de P adsorvido, respectivamente.

Concentração inicial de P (mg L-1

)

0 50 100 150 200 250 300

P a

dsorv

ido (

mg k

g-1

)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400Mata Y= 1386.86*(1-exp(-0,0089*X))

PD Y= 1087.95*(1-exp(-0,012*X))

CV Y= 1036.33*(1-exp(-0,0128*X))

Figura 7. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solos cultivados por longo tempo e sob

mata nativa em Costa Rica-MS.

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Concentração inicial de P (mg L-1

)

0 50 100 150 200 250 300

P a

dsorv

ido (

mg k

g-1

)

0

200

400

600

800

1000

1200

1400Mata Y= 1290.04*(1-exp(-0,0109*X))

PD Y= 1069.03*(1-exp(-0,0124*X))

CV Y= 1008.64*(1-exp(-0,0133*X))

Figura 8. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solos cultivados por longo tempo e sob

mata nativa em Sapezal-MT.

Concentração inicial de P (mg L-1

)

0 50 100 150 200 250 300

P a

dso

rvid

o (

mg k

g-1

)

0

500

1000

1500

2000Mata Y= -0,0206X

2 + 12.37X - 29.35

PD Y= -0,0225X2 + 11.79X - 16.99

CV Y= -0,0217X2 + 11.02X - 5.46

Figura 9. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solos cultivados por longo tempo e sob

mata nativa em Luziânia-GO.

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Concentração inicial de P (mg L-1

)

0 50 100 150 200 250 300

P a

dso

rvid

o (

mg k

g-1

)

0

200

400

600

800

1000Mata Y= 874.46*(1-exp(-0,0132*X))

PD Y= 762.04*(1-exp(-0,0157*X))

CV Y= 695.39*(1-exp(-0,0163*X))

Figura 10. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solos cultivados por longo tempo e sob

mata nativa em Tasso Fragoso-MA.

Concentracao inicial de P (mg L-1)

0 50 100 150 200

P a

dsor

vido

(m

g kg

-1)

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400Mata Y = 916.193*(1-exp(-0.009X) r2:0.99Lavoura Y = 1366.390*(1-exp(-0.008X) r2:0.99

Figura 11. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solo cultivado e sob mata nativa em

Sinop-MT.

A CMAP para os solos de Luís Eduardo Magalhães está apresentada na figura 12, no qual

também podemos observar uma maior adsorção no solo cultivado com lavoura em relação ao solo

nativo do Cerrado, com valores de 269,3 mg kg-1 de P adsorvido e 166,2 mg kg-1 de P adsorvido,

respectivamente. Comparando com os solos anteriores, os valores são muito menores, mostrando

que este solo tende a manter mais P em solução, ou na fração lábil, quando fertilizantes são

aplicados, isso explica o alto teor de P remanescente neste solo. Essa correlação entre P

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remanescente e CMAP já era esperada e está de acordo com a literatura (CORREA et al., 2011).

Os teores de CMAP para o solo de Rondonópolis (muito arenoso) são ainda menores (Figura

13) que os primeiros solos mencionados, variando de 100 a 150 mg kg-1 de P adsorvido, o que é

explicado pela constituição do solo, cujos constituintes com capacidade de adsorção de P estão

praticamente ausentes, em função do baixo teor de argila e alto teor de areia deste solo. Cabe

destacar que neste solo, bem como nos solos de Luís Eduardo Magalhães e Sinop a mata apresentou

menor CMAP que a área de cultivo, o que se explica pelo maior teor de MO em áreas nativas que

nas áreas cultivadas nestas condições.

Concentracao inicial de P (mg L-1)

0 50 100 150 200

P a

dsor

vido

(m

g kg

-1)

-100

0

100

200

300

400 Mata Y = 166.16*(1-exp(-0.0477X) r2:0.95Lavoura Y = 269.32*(1-exp(-0.0139X) r2:0.97

Figura 12. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solo cultivado e sob mata nativa em

Luís Eduardo Magalhães-BA.

Concentracao inicial de P (mg L-1)

0 50 100 150 200

P a

dsor

vido

(m

g kg

-1)

-50

0

50

100

150

200Mata Y = 112.91*(1-exp(-0.021X) r2:0.99Lavoura Y = 115.91*(1-exp(-0.018X) r2:0.99

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Figura 13. Capacidade máxima de adsorção de fósforo em solo cultivado e sob mata nativa em

Rondonópolis-MT.

O fato dos solos provenientes de mata apresentarem menor CMAP pode ser explicado p

destes solos apresentarem maior variedade de ácidos orgânicos, os quais competem com o P pelos

sítios de ligação eletropositivos. Sistemas sob mata apresentam maior estabilidade no local e, por

não haver revolvimento de solo, a manutenção de C orgânico é maior, assim como a área ocupada

pela rizosfera, o que indica essa maior quantidade e variedade de ácidos orgânicos presentes

(PAVINATO, 2007). Essa discrepância entre os valores de P-remanescente e CMAP pode ser

explicada pelo fato dos solos com cobertura vegetal nativa serem mais pobres em fósforo, drenando

este mais rapidamente (SANTOS et al., 2011), contudo após certo tempo a competição com os

ácidos orgânicos, como acima exposto, impossibilita uma adsorção maior de P.

As análises por difratometria de Raio-X ainda não foram concluídas pelo laboratório do

professor responsável por estas análises, por isso não foram apresentados aqui os difratogramas dos

resultados.

4. CONCLUSÕES

Os solos estudados apresentaram maiores teores de fósforo pelos métodos em solos com

lavoura, demonstrando que a adição antrópica tem influenciado fortemente os teores disponíveis no

solo. Nas condições de solo coletadas, os teores foram maiores na superfície no PD, ou seja, na

profundidade de 0 a 5 cm, do que nas profundidades subsuperficiais de 5-10 e de 10-20 cm, o que

era esperado em função da deposição de material orgânico superficial e pela aplicação superficial de

fertilizantes.

Os valores de CMAP observados foram superiores nos solos cultivados com lavouras

comerciais em regiões de solos arenosos (Luís Eduardo Magalhães e Rondonópolis) ou com cerrado

nativo sendo uma floresta de transição (Sinop), indicando, portanto, uma menor capacidade de

adaptação desses solos à menores teores de fósforo em relação aos solos com cobertura vegetal

nativa, os quais possuem maior resiliência com relação à escassez de P, conseguindo explorar

melhor o frações menos lábeis de P.

Já em solos mais argilosos, de áreas de cerrado nativo com pouca vegetação, a CMAP foi

maior nas áreas nativas, o que indica que está havendo lentamente a saturação do solo por P em

áreas cultivadas com fertilizações constantes deste nutriente, mas os valores de CMAP são ainda

bastante altos, necessitando de boas práticas de fertilização para melhor aproveitamento do

nutriente aplicado via fertilizante.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PAVINATO, P.S. Dinâmica do fósforo no solo em função do manejo e da presença de resíduos em superfície, Tese de Doutorado, Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp – Botucatu, 2007, 144p.

PIERZYNSKI, G. M. Methods for phosphorus analysis for soils, sediments, residuals, and waters. Bulletin n 396, Southern Cooperative Series, 2000.

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Relatório de gasto - financeiro

Material de custeio N.F. Valor total (R$)

Justificativa

Frascos e embalagens para armazenagem de extratos

7460 7598 2275 7746 7742 0571 0570 8212

69,50 56,40 60,00 123,60 34,49 10,00 31,00 54,50

Para a incubação do solo armazenagem dos extratos, bem como outros materiais de consumo laboratorial, necessários durantes as análises

Tubos para agitação do solo e centrifugação

5217 5385

710,00 1350,00

Para a e determinação da CMAP e P remanescente

Reagentes para análises químicas de CMAP, P remanescente e métodos de extração

2465 2493 2536 2558 99188

296,00 40,00 380,00 173,00 342,00

Reagentes utilizados para as extrações de P e determinações em laboratório

Manutenção de equipamento laboratorial

0211 620,00 Conserto de espectrofotômetro - necessário para realizar as análises

Sacos para coleta de amostras de solo e incubação

6480 6631 6878 0234

333,50 71,70 76,70 98,50

Material necessário para alocar o solo nas diferentes etapas do estudo

Resinas de troca aniônica em membranas

Pg desembaraço Invoice 9029 – resinas

Despesas import.

175,00 1299,40 3280,19

Para o estudo determinação da CMAP e determinação das frações por extratores

Análise mineralógica do solo, por difratometria de raio-X

Tranf. recurso para prof. resp. análises

1816,11 Para detecção dos minerais que compõem cada solo

Diárias e combustível para coleta de amostras de solo

Diárias, hosp. comb. 1767

Reembolso comb. Reembolso ref. Hosp.

3113,30 510,00 216,20

1002,71

Despesas com hospedagem e alimentação durante a coleta das amostras de solo

Fundo de participação Fealq - FPA (10%)

Isento Obrigatório

Fundo de participação Depto Ciência Solo (5%)

860,20 Obrigatório

Total 17204,00

Piracicaba, 19/12/2013 Paulo Sergio Pavinato