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1 RELATÓRIO FINAL AUXILIO A PESQUISA Projeto Agrisus N o : 1925/2016 Título da Pesquisa: Produtividade e viabilidade econômica de milho e soja consorciado com plantas de cobertura em solo arenoso Interessado (Coordenador do Projeto): Rafael Felippe Ratke Instituição: : Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas, Rodovia Municipal Bom Jesus – Viana, km 01, Planalto Horizonte, Bom Jesus-PI, CEP: 64.900-000, telefone: 89 – 3562-1505; Local da Pesquisa: Fazenda Escola Alvorada do Gurguéia, UFPI, CPCE, Alvorada do Gurguéia-PI. Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 13.350,00 (Treze mil, trezentos e cinquenta reais). Vigência do Projeto: 30/08/2016 a 01/08/2018. RESUMO O uso de plantas de cobertura é essencial para implantação do sistema de plantio direto (SPD). O consórcio de milho e plantas de cobertura são utilizados para esse proposito, e favorecer a produção da cultura em rotação. Porém, os sistemas de cultivo devem obter eficiência técnica e econômica. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar a produtividade e a viabilidade econômica de feijão caupi e milho consorciado com plantas de cobertura cultivados em solo arenoso. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. Na safra 2016-2017 cultivou-se os tratamentos: milho + Urochloa brizantha (U. brizantha) cv. marandu (MU); milho + Crotalária (crotalaria juncea) (MC); milho + Feijão guandu-anão (Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha + crotalaria juncea (MUC); milho + U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF). Como referência para os consórcios foi utilizado o milho exclusivo ME (Zea m,ays). Foram avaliados: O acúmulo de massa seca (MS) e nutrinetes na MS, a produtividade de milho, a MS e taxa de cobertura do solo (TCS) nos períodos 30, 60, 90 120 e 150 dias logo após a colheita do milho. Na safra 2017-2018, não foi possível o plantio de soja devido ao ciclo da cultura e atrasos do início da estação chuvosa, dessa forma plantou-se o feijão caupi em sistema de plantio direto sob as parcelas do experimento e avaliados a massa seca, nutrição e produtividade do feijão caupi. Na MS do milho consorciado com plantas de cobertura, nos grãos de milho e nas folhas de feijão-caupi foram determinados os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn. Avaliou-se o lucro dos sistemas de cultivos propostos. O acumulo de massa seca, nutrientes na massa seca, produtividade de milho e exportação de nutrientes são influenciados pelo plantio consorciado de milho com plantas de cobertura. A massa seca, a taxa de cobertura do solo, teores de macro e micronutrientes demonstraram significância em função do tempo. Na safra 2017-2018, as maiores produtividade dos grãos de feijão caupi ocorrem em cultivo sucessivo a milho consorciado com plantas de cobertura. O lucro é reduzido pela falta de produtividade de milho em função do deficit hídrico ocorrido no ano de 2017 no período de florescimento do milho.

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RELATÓRIO FINAL

AUXILIO A PESQUISA

Projeto Agrisus No: 1925/2016

Título da Pesquisa: Produtividade e viabilidade econômica de milho e soja consorciadocom plantas de cobertura em solo arenoso

Interessado (Coordenador do Projeto): Rafael Felippe Ratke

Instituição: : Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas, Rodovia Municipal Bom Jesus – Viana, km 01, Planalto Horizonte, Bom Jesus-PI, CEP: 64.900-000, telefone: 89 – 3562-1505;

Local da Pesquisa: Fazenda Escola Alvorada do Gurguéia, UFPI, CPCE, Alvorada do Gurguéia-PI.

Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 13.350,00 (Treze mil, trezentos e cinquenta reais).

Vigência do Projeto: 30/08/2016 a 01/08/2018.

RESUMO

O uso de plantas de cobertura é essencial para implantação do sistema de plantio direto (SPD).O consórcio de milho e plantas de cobertura são utilizados para esse proposito, e favorecer aprodução da cultura em rotação. Porém, os sistemas de cultivo devem obter eficiência técnica eeconômica. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar a produtividade e a viabilidadeeconômica de feijão caupi e milho consorciado com plantas de cobertura cultivados em soloarenoso. O experimento foi conduzido em delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições.Na safra 2016-2017 cultivou-se os tratamentos: milho + Urochloa brizantha (U. brizantha) cv.marandu (MU); milho + Crotalária (crotalaria juncea) (MC); milho + Feijão guandu-anão(Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha + crotalaria juncea (MUC); milho +U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF). Como referência para os consórcios foi utilizado o milhoexclusivo ME (Zea m,ays). Foram avaliados: O acúmulo de massa seca (MS) e nutrinetes na MS, aprodutividade de milho, a MS e taxa de cobertura do solo (TCS) nos períodos 30, 60, 90 120 e 150dias logo após a colheita do milho. Na safra 2017-2018, não foi possível o plantio de soja devido aociclo da cultura e atrasos do início da estação chuvosa, dessa forma plantou-se o feijão caupi emsistema de plantio direto sob as parcelas do experimento e avaliados a massa seca, nutrição eprodutividade do feijão caupi. Na MS do milho consorciado com plantas de cobertura, nos grãos demilho e nas folhas de feijão-caupi foram determinados os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mne Zn. Avaliou-se o lucro dos sistemas de cultivos propostos. O acumulo de massa seca, nutrientesna massa seca, produtividade de milho e exportação de nutrientes são influenciados pelo plantioconsorciado de milho com plantas de cobertura. A massa seca, a taxa de cobertura do solo, teores demacro e micronutrientes demonstraram significância em função do tempo. Na safra 2017-2018, asmaiores produtividade dos grãos de feijão caupi ocorrem em cultivo sucessivo a milho consorciadocom plantas de cobertura. O lucro é reduzido pela falta de produtividade de milho em função dodeficit hídrico ocorrido no ano de 2017 no período de florescimento do milho.

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1. INTRODUÇÃO

A perda de produtividade pode ser causada pelo monocultivo e práticas culturais inadequadas

que degradam o solo e os recursos naturais. O SPD pode reverter essa situação já que contemplam

não só o preparo mínimo do solo, mas também a prática de rotação de culturas (MACEDO, 2009).

O SPD é amplamente adotado como sistema de plantio. Porém, a sua plenitude nas diversas

condições climáticas e edáficas é altamente dependente de culturas adequadas para a produção e

manutenção de palha sobre o solo, para que o sistema seja eficiente e vantajoso. Nesse sentido,

várias culturas são utilizadas no SPD entre as quais: soja, milho, milheto, sorgo, nabo forrageiro,

girassol, algodão e gramíneas forrageiras tropicais, principalmente as braquiárias, consorciadas ou

não, para conservar o solo e evitar o monocultivo (MACEDO, 2009). O SPD é uma alternativa para

a recuperação de pastagens degradadas, e para a agricultura anual, melhorando a produção de palha,

as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, assim como, a utilização de equipamentos, a

renda e o emprego no campo (PACHECO et al. 2013).

O solo deve ser preservado para continuar produtivo por um longo período, nesse sentido é

necessário desenvolver sistemas de cultivo que melhorem a estrutura dos solos e possibilitem a

redução do uso de fertilizantes. Dessa forma, foi verificado que o cultivo de soja obteve-se ganhos

de 18% em sua produtividade sendo cultivada em área de pastagem adubada, em relação a área sem

pastagem, evidenciando uma economia de fertilizantes devido a ciclagem de nutrientes promovida

pela pastagem (VILELA et al. 2011).

O Brasil é um grande produtor de feijão, dentre os vários tipos existentes, destaca-se na

região Nordeste e no Cerrado o feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.]. Por ser uma planta

rustica, de facil adaptação a condições semiáridas e ciclo curto, o feijão caupi é muito plantado para

próprio consumo e em escala comercial. Destaca-se que no Brasil na safra 2016-2017 a área

cultivada com feijão caupi foi de 221 mil ha, e a produção foi de 503,2 mil toneladas (CONAB,

2018).

Embora trabalhos de pesquisas tenham sido conduzidos com o objetivo de avaliar a produção

de fitomassa e a liberação de nutrientes em áreas de cerrado, ainda existe carência de informações

sobre o processo de mineralização de nutrientes em solos arenosos (Torres et al. 2005; Kliemann et

al. 2006; e Boer et al. 2007). Essa carência é evidente no sul do Piauí, região de fronteira agrícola,

que possui áreas de transição entre cerrado/caatinga. Além disso, essa região possui distribuição

irregular de chuvas, e solos com baixa capacidade de armazenamento de água devido a sua textura

arenosa. Nesse sentido, o uso de SPD com plantas adaptadas a região que proporcionam a adequada

cobertura do solo é necessária para o cultivo em solo arenoso. Dessa forma, o objetivo do presente

trabalho foi avaliar a produtividade e viabilidade econômica do cultivo de feijão caupi e milho

utilizando-se o consórcio de plantas de cobertura na implantação do primeiro cultivo.

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2. MATERIAIS & MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da Universidade Federal do Piauí

(UFPI) localizado a Latitude: 8° 22′ 34″ S e Longitude: 43° 51′ 23″ W e 222 m de altitude. O solo

da área é classificado como Neossolo Quartzarênico órtico típico (CAMPOS et al., 2014), cujas

características químicas e granulométrica são apresentadas na (Tabela 1). O experimento durante a

safra de 2016-2017 e 2017-2018 foi realizado em cultivo de sequeiro. Os dados climáticos de

precipitação pluviométrica e temperatura durante a condução do experimento estão descritos na

Figura 1.

Tabela 1. Caracterização química e granulométrica do solo arenoso Prof. pH Ca Mg Al H + Al K SB T P V M MO Areia Silte Argila

m H2O ---------------------------cmolc dm3----------------------- mg dm3 -----%------- ---------------g kg-------------------

0-0,20 5,3 1,20 0,05 0,10 1,82 0,08 1,33 3,15 5,60 42,22 6,99 5,7 888 2 100

0,20-0,40 5,2 0,80 0,05 0,10 1,67 0,05 0,90 2,57 4,60 35,02 10,0 4,12 888 2 100

pH = potencial de hidrogênio; P = fósforo; K = potássio; Ca = cálcio; Mg = magnésio; Al = alumínio; H+Al =hidrogênio + alumínio; SB = soma de bases; T = capacidade de trocas catiônicas a pH 7,0; m = saturação por alumínio;V = saturação por base ; MO = matéria orgânica.

Figura 1. Dados de Precipitação, temperatura mínima, média e máxima durante o período dedesenvolvimento do projeto.Fonte: Precipitação pluviométrica durante a condução do experimento, dados próprios (pluviômetro instalado nafazenda) no ano de 2017 e 2018. Precipitação pluviométrica histórica (30 anos) e temperatura média (dados da estaçãometeorológica do INMET – Vale do Gurguéia – Cristino Castro-PI).

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições, as parcelas

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possuiam dimensões de 10 m x 10 m (100 m²). Os tratamentos foram consórcios: milho + Urochloa

brizantha (U. brizantha – Valor cultural: 35%) cv. marandu (MU); milho + Crotalária (crotalaria

juncea) (MC); milho + feijão guandu-anão (Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha

+ crotalaria juncea (MUC); milho + U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF). Como referência

para os consórcios foi utilizado o milho exclusivo (ME) híbrido 2B210PW (Zea mays).

As avaliações realizadas na safra 2016-2017 foram: A obtenção da massa seca (MS) das

plantas de cobertura consorciados com o milho e milho exclusivo foram avaliadas seguindo a

metodologia proposta por Crusciol et al., (2005), que consiste no uso de um quadrado metálico

com dimensões 0,50 × 0,50 m (0,25 m2) no florescimento do milho. O quadrado foi arremessado

aleatoriamente na área útil da parcela (10m²) para cada repetição, a parte aérea das mesmas foram

cortadas rente ao solo. As amostras foram levadas ao laboratório para pesagem e a obtenção da

massa verde (MV), logo após as amostras foram levadas a estufa a 65ºC, até atingir massa

constante para obtenção da MS.

A produtividade de milho , realizada no dia 10 de junho 2017, foi estimada coletando-se

manualmente espigas contidas em 2 m2, totalizando 2 linhas dentro de cada parcela. Posteriormente

os mesmos foram trilhados manualmente. A massa de grãos de milho foi determinada em balança

semi-analítica de precisão (0,01g) para a estimativa da produtividade. Os valores dos pesos de

grãos foram extrapolados para kg ha-1.

A taxa de cobertura do solo (TCS) obtida segundo metodologia proposta por Crusciol et al.

(2005), que consiste no uso de um quadrado de ferro com dimensões de 0,50x0,50 m (0,25m2),

com uma rede de barbantes espaçados a cada cinco cm que formam dez pontos, totalizando 100

pontos, nos quais, se observou a presença ou ausência de cobertura proporcionada pelos resíduos

vegetais em cada parcela através de quatro pontos aleatórios de amostragens de massa seca para

cada repetição (SODRÉ FILHO et al., 2004). Para a medição da cobertura do solo e coleta de

resíduos vegetais foram realizadas avaliações a cada 30 dias, nos períodos de 30, 60, 90, 120, 150

dias logo após o corte das plantas e dessecação da área, caracterizando os dias após o manejo

(DAM). O manejo foi o corte com auxílio de uma roçadeira do material vegetal residual do milho

com plantas de cobertura. Devido a colheita do milho ser manual, a altura de corte foi simulando

uma colheitadeira, ou seja, 0,20 m do solo.

Na safra 2017-2018 foi implantado a cultura do feijão caupi BR-17 Gurguéia na área do

experimento. O intuito foi promover sucessão de culturas na área, e verificar a influência da

ciclagem de nutrientes promovida pelas plantas de cobertura na nutrição e produção da cultura em

rotação. A semeadura do feijão caupi foi realizada no dia 24 de janeiro de 2018, no espaçamento de

0,55 m entre linhas e com média de 18 plantas por metro linear. Para a adubação utilizou-se 220 kg

ha-1 de superfosfato simples (18% P2O5 16% de Ca e 8% de S) e em cobertura com 50 kg ha -1 de

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Ureia (45% N) e 40 kg ha-1 de KCl (60% K2O). A adubação fosfatada foi realizada em linha no

momento do plantio com o auxílio de uma semeadora-adubadora. As adubações de N e K foi

realizado em cobertura 15 e 30 dias após a emergência do feijão caupi, utilizando 50% da dose em

cada época, respectivamente. Os tratos culturais foram realizados quando se apresentou necessário,

igualmente para todos os tratamentos (doenças, pragas e plantas daninhas).

O feijão caupi teve folhas amostradas no seu estádio inicial de florescimento (60 dias após a

emergência) para verificar o estado nutricional do mesmo. Realizando-se 30 amostras foliares em

cada repetição, formando uma amostra composta por parcela. Após a coleta as amostras foram

levadas ao laboratório, todas as amostras passaram por uma limpeza com água destilada para retirar

partículas de poeira sobre o material vegetal. Após a limpeza o material vegetal foi destinado a

analise química.

Aos 94 dias após o plantio procedeu-se a colheita, coletando-se 5 plantas em 2 m2 no centro

de cada repetição, sendo retirada a planta inteira e em laboratório foram realizadas as avaliações das

características: peso de 100 grãos g kg-1 (P100); Massa seca da planta em kg ha-1 (MSPLA); Massa

seca da vagem kg ha-1 (MSV); Produtividade dos grãos em kg ha-1 (PROD) determinado por parcela

em balança semi-analítica de precisão (0,01g); Número de grãos por vagem (NGV); número de

vagens por planta (NVP) e número de grãos ardidos (GAR). Os grãos do milho e do feijão caupi

foram secados em estufa a 65ºC até atingirem peso constante, corrigindo-se a umidade contida nos

grãos a 13% para obter-se a produtividade de grãos.

As coletas durante o período do experimento: MS do milho conjuntamente as plantas de

cobertura, grãos de milho, e a folhas de feijão caupi, foram trituradas em moinho tipo Willey para

realizar as análises químicas e determinar os teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn,

conforme a metodologia descrita por Silva (2011). Os resultados da análise química dos materiais

vegetais foram multiplicados pelos valores de massa seca produzida de milho e plantas de

cobertura, os macro e micronutrientes exportados foram resultantes da produtividade dos grãos de

milho multiplicando-se os teores de nutrientes nos grãos.

O software R (R FOUNDATION, 2016) com o pacote ExPDez, foi utilizado para a análise

estatística dos dados do experimento. Os resultados foram submetidos a transformação por √X+1,

devido ao alto coeficiente de variação apresentada na análise de variância. Havendo significância,

os valores médios, para os tratamentos, foram comparados entre si pelo teste de Tukey (P<0,10).

Foram ajustadas equações em função da quantidade de matéria seca e nutrientes devido ao tempo de

decomposição. Na produtividade e exportação de grãos de milho utilizou-se a mediana devido a

baixa pluviosidade nos meses de abril e maio do 2017, no florescimento do milho, que reduziu a

produtividade do mesmo a zero.

A analise econômica foi realizada obtendo-se o lucro em função das receitas econômicas

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com a produção de grãos diminuído-se custos de implantação e manejo das culturas. Os preços dos

insumos foram cotados no mês de maio de 2018 (PREÇOS, 2018). Os preços de Milho e Feijão-

Caupi em Grãos foram extraídos do Sousa et al. (2014).

3. RESULTADOS E SUA DISCUSSÃO

A produtividade de massa seca de plantas de cobertura com o milho não apresentaram diferen-

ças significativas, porém o acumulo de K e Mg foram significativos (Tabela 2). O maior acumulo de

K ocorreu com Urochloa, entretanto não diferenciou-se dos demais tratamentos. O Mg teve maior

acumulo no milho exclusivo e também não se diferenciou-se estatisticamente dos demais tratamen-

tos.

Tabela 2- Médias de produção de massa seca e acumulo de nutrientes em milho consorciado complantas de cobertura.

¹Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha cv. marandu (MU); milho + Crotalária (MC); milho +feijão guandu (MFG); milho + U.brizantha + crotalaria (MUC); milho + braquiária + guandu (MUF); ²Coeficiente devariação; ³Valores de teste F na análise de variância; ns - não significativo; * - Significativo (P<0,10; Médias seguidasde mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,10).

Os cultivos consorciados proporciona diferentes acúmulos de nutrientes no material vegetal

em função das plantas utilizadas (MENDONÇA et al., 2014). As poáceas apresentam o sistema ra-

dicular que desenvolve em profundidade, esse efeito proporciona a maior exploração do solo e me-

lhor absorção de nutrientes, principalmente os mais presentes na solução do solo como o K (TEO-

DORO et al., 2011; MENDONÇA et al., 2014). O ME apresentou maiores valores de Mg devido

não haver competição com plantas de cobertura para a absorção do mesmo (CHIEZA et al., 2017;

MENDONÇA et al., 2014).

As maiores produtividades foram obtidos no ME, MU e MF. A exportação de nutrientes nos

grãos foram influenciados pelo uso de plantas de cobertura, e obteve diferenças significativas entre

os tratamentos para N, P, K, Mg, Cu, Fe e Zn (Tabela 3). A produtividade foi menor que média esta-

dual 5.522 kg ha-1 para o estado do Piauí no ano 2017 (CONAB, 2018). As condições climáticas

(Figura 1) e a competição entre as plantas desfavoreceu a produção. Em plantios consorciados as

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maiores produtividades são encontradas no milho exclusivo, em diferentes classes de solos e climas

(CHIODELORI et al., 2012; MENDONÇA et al., 2015). As maiores exportações de nutrientes

acompanharam os tratamentos que obtiveram maiores produtividades.

Tabela 3 – Mediana da produtividade e exportação de nutrientes em grãos de milho consorciadocom plantas de cobertura.

¹Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha cv. marandu (MU); milho + Crotalária (MC); milho +feijão guandu (MFG); milho + U.brizantha + crotalaria (MUC); milho + braquiária + guandu (MUF); ²C.V.:nCoeficien-te de variação; ³Valores de teste F na análise de variância, ns - não significativo, * - Significativo (P<0,10); Médias se-guidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,10).

A MS e N, K, Ca, S, Cu, Fe, Mn e Zn de resíduos de milho e plantas de cobertura consorciados

mostrou-se diferenças significativas em função dos cultivos e do tempo de coleta após a colheita do

milho. A (TCS) obteve interação significativa entre os consórcios e o tempo (Tabela 4). Nesse senti-

do, verificou-se que os consórcios obtiveram maiores massa seca na superfície do solo em compara-

ção ao ME. A MS de plantas de cobertura apresentou regressão polinomial quadrática em função do

tempo, indicando que até os 90 DAM, a MS de todos os tratamentos manteve-se com baixa decom-

posição.

Dessa forma, os cultivos consorciado com Urochloa apresentaram maiores medias de TCS, mos-

trando a eficiência desta poácea na proteção do solo. Assim, a Urochloa favoreceu a cobertura do

solo até os 90 DAM, quando comparados aos MC, MF e o milho exclusivo (Figura 2). As regres-

sões polinomiais de TCS em função do tempo foram significativas para todos os tratamentos. A de-

composição da MS é diminuída em função da falta de umidade (TORRES et al., 2005). Nos meses

de maio a outubro no ano de 2017 não ocorreu chuvas, assim diminuindo a decomposição da MS e

aumentando a TCS no solo.

A taxa de cobertura apresentou regressões polinomiais são incomuns para as plantas de cober-

turas com milho, a decomposição apresenta-se geralmente em exponencial ou em linear decrescente,

e assim a taxa de cobertura também deve diminuir ao longo do tempo (CRUSCIOL et al., 2005). Des-

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sa forma, as condições ambientais, e a composição do resíduo vegetal na superfície do solo, influen-

ciaram a decomposição das massas de plantas produzidas nos consórcios.

Tabela 4- Médias de massa seca, taxa de cobertura do solo, nutrientes na palhada de milho e plantasde cobertura consorciadas em função do tempo.

¹Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha cv. marandu (MU); milho + Crotalária (MC); milho + feijão guan-du (MFG); milho + U.brizantha + crotalaria (MUC); milho + braquiária + guandu (MUF); C.V.: Coeficiente de varia -ção; ²MS: Massa seca; ³TCS: Taxa de cobertura do solos; 4Valores de teste F na análise de variância, ns - não significati-vo, * Significativo (P<0,10); Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste deTukey (P<0,10).

Figura 2. Massa seca (A) e taxa de cobertura do solo (B) cultivado com milho e plantas de cobertura em função dotempo. Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha cv. marandu (MU); milho + Crotalária (MC);milho + feijão guandu (MFG); milho + U.brizantha + crotalaria (MUC); milho + braquiária + guandu (MUF); ns - nãosignificativo, * Significativo (P<0,10);

O N, Cu, e Mn nos resíduos culturais foram maiores nos consórcios quando comparados ao ME.

Entretanto, K, Ca, S, Fe e Zn não apresentaram diferenças significativas entre os cultivos. As dife-

A B

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renças de acumulo de nutrientes ocorre devido a produção de MS. Os teores de nutrientes na massa

seca de milho e plantas de cobertura apresentaram-se diferentes em função do tempo (DAM). Os te-

ores de N na MS apresentou regressão linear e Ca e S apresentaram regressões polinomiais qua-

dráticas significativas em função do tempo (Figura 3). Os teores de K, P, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn na

MS apresentaram regressões não significativas (Figura 3 e Figura 4). Nesse sentido, Ca e S são li-

berados mais lentamente nos resíduos dos cultivos estudos quando comparado ao N. O N minerali-

zado pode ser perdido por lixiviação e volatilização, assim ficando indisponível aos cultivos suces-

sivo (CALONEGO et al., 2012). A mineralização do Ca é lenta devido o mesmo fazer parte da pa-

rede celular (YAMAMOTO et al., 2011). Quanto maior a disponibilidade de MS, maior aporte de

nutrientes nos sistemas de cultivos dependendo do material vegetal cultivado.

Figura 3. Macronutrientes na massa seca de milho e plantas de coberturas em função do tempo. Nitrogênio (A),Fósforo (B), Potássio (C), Cálcio (D), Magnésio (E) e Enxofre (F). Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho +Urochloa brizantha cv. marandu (MU); milho + Crotalária (MC); milho + feijão guandu (MFG); milho +

A B

C D

FE

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U.brizantha + crotalaria (MUC); milho + braquiária + guandu (MUF); ns - não significativo, * Significativo(P<0,10);

Figura 4. Micronutrientes na massa seca de milho e plantas de coberturas em função do tempo. Cobre (A), Ferro(B), Manganês (C) e Zinco (D). Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha cv. marandu (MU);milho + Crotalária (MC); milho + feijão guandu (MFG); milho + U.brizantha + crotalaria (MUC); milho +braquiária + guandu (MUF); ns - não significativo, * Significativo (P<0,10);

Os teores de macro e micronutrientes em folhas de feijão caupi não apresentaram diferença

significativa em função do cultivo em rotação ao milho com plantas de cobertura (Tabela 5). Esse

efeito é dependente de fatores do cultivo, em solos arenosos a perda de nutrientes no sistema pode

não favorecer a presença dos mesmos na época do cultivo do feijão caupi, um ano após o cultivo do

milho e plantas de cobertura. Entretanto, verifica-se que diferente ambiente de produção, a nutrição

foliar é afetada pelo cultivo anterior, principalmente em SPD com o uso de plantas de cobertura

(FONSECA et al., 2010; CARVALHO, 2008).

Dentre os parâmetros produtivos avaliados de feijão caupi, apenas a produtividade de grãos

apresentou influência significativa em função ao cultivo em solo com resíduos culturais de milho e

plantas de cobertura em SPD (Tabela 6). Nesse sentido destaca-se a maior produção de feijão caupi,

625,40 kg ha-1 no MUF, e que nos cultivos em SPD na palhada dos consórcios obteve-se médias

produtivas superiores ao ME. A produção de feijão caupi foi superior a média produtiva do Brasil,

359 kg ha-1 (CONAB, 2018), no cultivo em rotação aos consórcios. Nesse sentido, os resíduos de

feijão guandu (MARANGONI et al., 2017) e do consórcio Urochloa e milho (CARMEIS FILHO et

B

C D

A

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al., 2014) proporcionaram maior produtividade feijoeiro comum.

Tabela 5 – Teores médios de macro e micronutrientes do feijão caupi em sistema plantio direto naépoca de florescimento

¹Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha (U. brizantha) cv. marandu (MU); milho + Crotalária(crotalaria juncea) (MC); milho + Feijão Guandu-Anão (Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha +crotalaria juncea (MUC); milho + U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF); ²C.V.: Coeficiente de variação; ³Valoresde teste F na análise de variância, ns - não significativo, * - Significativo (P<0,10); Médias seguidas de mesma letraminúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,10).

Tabela 6 – Médias de Peso de 100 grãos (P100); Número de grãos por vagem (NGV); Número de

vagens (NVP); Grãos por planta (GPLA) Peso de grãos por planta (PGPLA); Grãos ardidos (GAR);

Massa seca da planta (MSPLA); Massa seca da vagem (MSV); Produção dos grãos (PROD) de feijão

caupi cultivado em rotação a milho com plantas de coberturas.

¹Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha (U. brizantha) cv. marandu (MU); milho + Crotalária

(crotalaria juncea) (MC); milho + Feijão Guandu-Anão (Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha +

crotalaria juncea (MUC); milho + U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF); ²C.V.: Coeficiente de variação; ³Valores de

teste F na análise de variância, ns - não significativo, * - Significativo (P<0,10); Médias seguidas de mesma letra

minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,10).

Os cultivos milho consorciado com plantas de cobertura e feijão caupi não obtiveram retornos

econômicos superiores aos custos de cultivo (Tabela 7). A baixa produtividade de grãos de milho

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influenciados pela deficiência hídrica no ano de 2017 foi a causa da baixa receita do sistema de

cultivo proposto. O incremento de plantas no cultivo de milho aumenta o custo de produção,

principalmente de fabáceas, devido ao custo com sementes, e maior quantidade de sementes por ha,

como no caso do feijão guandu. No cultivo de feijão caupi em rotação ao milho e plantas de

cobertura obteve lucro, menos no ME, porém esse lucro não foi suficiente para minimizar a perda de

retornos econômicos no cultivo do milho. Nesse sentido, verifica-se que poderia-se recomendar o

plantio de feijão caupi, sem antes o cultivo antecessor do milho e plantas de cobertura, porém os

maiores produções e lucros do feijão foram obtidos com o uso de plantas de cobertura no sistema

produtivo. Dessa forma, ressalta-se a importância da utilização de plantas de cobertura para

implantação dos cultivos, para promover maior produtividade dos sistemas de cultivo.

Tabela 7 – Custos, receitas e lucro/prejuízo do cultivo de milho consorciado com plantas de coberturae feijão-caupi em rotação aos consórcios.

¹Descrição: Milho exclusivo (ME); Milho + Urochloa brizantha (U. brizantha) cv. marandu (MU); milho + Crotalária

(crotalaria juncea) (MC); milho + Feijão Guandu-Anão (Cajanus cajan) cv. Iapar 43 (MF); milho + U.brizantha +

crotalaria juncea (MUC); milho + U.brizantha + feijão guandu-anão (MUF); ²Custos: tabelas anexas; ³Receitas: R$ 48,92

por saca 60 kg de milho e R$ 244,84 por saca de 60 kg de feijão seco (SOUSA et. al. 2014).

Garcia et al. (2012) relatam que o plantio simultâneo de Urochloa ruziziensis não prejudicou a

produção e o lucro do cultivo de milho, devido ao preço dessa planta de cobertura ser compesador.

Nesse contexto, verifica-se que o custo de semente pode inviabilizar o sistema produtivo, como

também a falta de produção do milho. Contudo, o cultivo de feijão caupi somente é viável, nas

condições edafoclimáticas deste trabalho, com o uso de plantas de cobertura.

4. CONCLUSÕES

As plantas de cobertura consorciadas com milho apresentam um potencial produtivo de

massa seca e acumulo de nutrientes em solo arenoso;

A produtividade de grãos de milho foi reduzida com o uso de plantas de cobertura em plan-

tio simultâneo.

As maiores médias de massa seca na superfície e a taxa de cobertura do solo são

Consórcios Feijão-caupi Total

Cultivos¹ Custo² Receita³ L/P Custo Receita L/P Custo Receita L/P

ME 2.033,36 923,88 -1.109,48 999,15 986,09 -13,06 3.032,51 669,28 -2.363,23MU 2.403,36 380,87 -2.022,49 999,15 2.015,81 1.016,66 3.402,51 1.297,95 -2.104,56MC 2.299,15 38,43 -2.260,72 999,15 2.283,30 1.284,15 3.298,30 1.312,53 -1.985,77MF 2.741,86 573,99 -2.167,87 999,15 1.770,15 771,00 3.741,01 1.194,93 -2.546,08MUC 2.669,15 23,75 -2.645,40 999,15 1.583,50 584,35 3.668,30 601,89 -3.066,40MUF 3.111,86 9,78 -3.102,08 999,15 2.552,05 1.552,90 4.111,01 1.560,12 -2.550,88

-------------------------------------------------------R$ ha-1--------------------------------------------------------

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encontradas quando utilizado milho consorciado com plantas de cobertura.

A exportação de nutrientes nos grãos de milho é influenciada pelo uso de plantio consorcia-

do de plantas de cobertura.

Os nutrientes acumulados na palhada do milho e plantas de cobertura consorciadas promo-

vem aporte de nutrientes no solo.

Os teores foliares de macro e micronutrientes em feijão caupi não são influenciados pelo

cultivo antecessor de milho e plantas de cobertura.

O aumento de produtividade de feijão caupi ocorre com o cultivo em rotação a milho

consorciado com plantas de cobertura.

O lucro do cultivo de feijão caupi e milho consorciado com plantas de cobertura é reduzido

pela baixa produtividade de milho em consequência ao deficit hídrico.

5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS.

O período chuvoso na região da área de instalação do experimento (Alvorada do Gurguéia-PI),

iniciou-se em Outubro e Novembro de 2017, em Dezembro deste ano a chuva aumentou sua inten-

sidade (93 mm). Dessa forma, decidiu-se plantar a soja na área do experimento no dia 16/12/2017

com a cultivar precoce Msoy 8644 RR, pois espera-se que as chuvas de maior intensidade nesse

mês, porém isso não ocorreu e após o plantio houve poucas chuvas até o início de janeiro (Tabela

8).

Tabela 8. Volume de chuvas nos meses de Dezembro 2017 e Janeiro de 2018 em Alvorada do Gur-guéia. (INMET - Estação meteorológica automática de Alvorada do Gurguéia-PI)

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A ausência de chuvas influenciou a germinação das sementes e poucas plantas sobreviveram. Em

função disso, replantou-se o experimento com soja no dia 06/01/2017, esperando chuvas mais

intensas no mês de Janeiro. Entretanto, as chuvas no início de Janeiro foram poucas, e voltou a

chover no final desse mês após o dia 20/01/2018 (Tabela 1). Assim, a soja plantada estava com

baixa germinação. Como a soja plantada tem ciclo de 120 dias, 4 meses, o replantio de soja não

seria recomendado, devido à intensidade de chuvas serem menores a partir do mês de abril, nessa

região. Dessa forma, diante dessa situação, plantou-se o feijão-caupi no dia 24/01/2018

6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

6.1. Dissertação de mestrado

O experimento originou a dissertação de mestrado intitulada “Sistemas de produção de grãos

no ecótono cerrado-caatinga”, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia: Solos e

Nutrição de Plantas da Universidade Federal do Piauí, campus Professora Cinobelina Elvas, Bom

Jesus-PI, pela colaboradora do projeto Engª Agrª Denise Batista de Morais sob minha orientação

defendida na data de 27/07/2018.

6.2. Artigos científicos

O experimento originou muitos dados, que estão sendo analisados estatisticamente para

posteriormente serem publicados em artigos. Pretende-se publicar 2 artigos científicos com os

resultados, nos artigos publicados será mencionada a colaboração financeira da Fundação Agrisus.

7. REFERÊNCIAS

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CAMPOS, A. R. Classificação pedológica de perfis de solo em transecto na bacia hidrográficado rio Gurguéia (Dissertação: Mestrado em Agronomia – Solos e Nutrição de Plantas).Universidade Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas, Programa de Pós Graduaçãoem Agronomia – Solos e Nutrição de Plantas, 2014, 72 p.

CARMEIS FILHO, A. C. A.; CUNHA, T. P. L.; MINGOTTE, F. L. C.; AMARAL, C. B.; LEMOS,L. B.; FORNASIERI FILHO, D. Adubação nitrogenada no feijoeiro após palhada de milho ebraquiária no plantio direto. Revista Caatinga, v. 27, n. 2, p. 66 – 75, ., 2014.

CARVALHO, A. M.; COSER, T. R.; REIN, T. A.; DANTAS, R. A.; SILVA, R. R.; SOUZA, K. W.Manejo de plantas de cobertura na floração e na maturação fisiológica e seu efeito na produtividadedo milho. Pesquisa agropecuária brasileira, v.50, n.7, p.551-561, jul. 2015.

CHIEZA, E. D.; JOSÉ GUERRA, G. M.; ARAÚJO, E. S.; ESPÍNDOLA, J. A.; FERNANDES, R.

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CHIODEROLI, C. A.; MELLO, L. M. M.; HOLANDA, H. V.; FURLANI, C. E. A.; GRIGOLLI, P.J.; SILVA, J. O. R.; CESARIN, A. L. Consórcio de Urochloas com milho em sistema plantio direto.Ciência Rural. v.42, n.10, 2012.

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MARANGONI, R. E.; ARAÚJO, L. S.; VALENTE, M. S.; SILVA, L. G. B.; SILVEIRA, P. M.;CUNHA, P. C. R. Produção de fitomassa seca de guandu-anão e milheto e a decomposição daspalhadas sob cultivo do feijoeiro. Revista Agro@mbiente On-line, Boa vista – RR. v. 11, n. 2, p.119-127 , abril-junho, 2017.

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12 de junho de 2016.

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SODRÉ-FILHO, J.; CARDOSO, A.N.; CARMONA, R.; CARVALHO, A.M. Fitomassa e coberturado solo de culturas de sucessão ao milho na região do cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira,v.39, p.327-334, 2004.

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TORRES, J. L. R.; PEREIRA, M. G.; ANDRIOLI, I.; POLIDORO, J. C.; FABIAN, A. J.Decomposição e liberação de nitrogênio de resíduos culturais de plantas de cobertura em um solode Cerrado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 29:609-618, 2005.

VILELA, L.; MARTHA JUNIOR, G. B.; MACEDO, M. C. M.; MARCHÃO, R. L.; GUIMARÃESJÚNIOR, R.; KARINA PUL- ROLNIK, K.; MACIEL, G. A. Sistemas de integração lavoura--pecuária na região do Cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 46, n. 10, p. 1.127-1.138, 2011.

YAMAMOTO, E. L. M.; FERREIRA, R. M. A.; FERNANDES, P. L. O.; ALBUQUERQUE, L. B.;ALVES, E. O. Função do cálcio na degradação da parede celular vegetal de frutos. Revista Verde,v.6, n.2, p. 49 – 55, 2011.

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ANEXOS

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MEMORIAL DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DE MILHO E FEIJÃO CAUPI

TABELA 1 – Custos de insumos e operações realizadas para o cultivo de milho e plantas de cobertura.

Insumos Quantidade Unidade Valor Valor Total

Sementes R$ R$/hasemente milho 25 kg 25,0 625,00

semente de crotalaria juncea 12 kg 22,1 265,79semente de feijão guandu anão 50 kg 14,2 708,50

semente de capim urochloa cv. Brizantha marandu 10 kg 37,0 370,00

Fertilizantes Super fosfato simples (18% P2O5) 330 kg 1,39 458,70

Cloreto de Potássio (60% K2O) 120 kg 1,97 236,40Ureia (45% N) 150 kg 2,03 304,50

DefensivosGlifosate 2,5 L 27,13 67,82klorpan 0,5 L 30,79 15,39

priore xtra – fungicida 0,3 L 149,70 44,91

Operação com máquinasGradagem 1 ha 185,45 185,45

Adubação e plantio 1 ha 25,43 25,43Aplicação com maquinas 3 ha 13,16 39,48

manejo pós-colheita 1 ha 30,28 30,28

Custo sem valor de sementes 1408,36

Custo milho exclusivo e consórcios Custo FinalME 2033,36MU 2403,36MC 2299,15MF 2741,86

MUC 2669,15MUF 3111,86

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TABELA 2 – Custos de insumos e operações realizadas para o cultivo de milho e plantas de cobertura.

Insumos Quantidade Unidade Valor Valor TotalSementes R$ R$/ha

semente feijão-caupi 53 kg 4,08 216,24Fertilizantes

Super fosfato simples (18% P2O5) 220 kg 1,39 305,80Cloreto de Potássio (60% K2O) 40 kg 1,97 78,80

Ureia (45% N) 50 kg 2,03 101,50DefensivosGlifosate 3 L 27,30 81,90Amistad 0,25 L 280,00 70,00

engeo pleno 0,25 L 320,00 80,00

Operação com máquinasAdubação e plantio 1 ha 25,43 25,43

Aplicação com maquinas 3 ha 13,16 39,48

Total 999,15