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RELATÓRIO FINAL DO

PROJETO CAMINHOS DO CUIDADO

RELATÓRIO Nº 6RIO DE JANEIROFIOCRUZ / ICICT

2018

MINISTÉRIO DA SAÚDESECRETARIA DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZINSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA

E TECNOLÓGICA EM SAÚDE

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃOCENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE

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EXPEDIENTE

MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS)Gilberto Magalhães Occhi

SECRETARIA DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE (SGTES/MS)Rogério Luiz Zeirak Abdalla

DEPARTAMENTO DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE (DEGES/SGTES/MS)Claudia Brandão Gonçalves Silva

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ)Nísia Trindade Lima

VICE-PRESIDÊNCIA DE EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (VPEIC/FIOCRUZ)Manoel Barral Netto

INSTITUTO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA EM SAÚDE (ICICT/FIOCRUZ)Rodrigo Murtinho

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO (GHC)Adriana Denise Acker, José Ricardo Agliardi Silveira Mauro Fett Sparta de Souza

COORDENAÇÃO DO PROJETO CAMINHOS DO CUIDADOMaria Cristina Soares Guimarães

COORDENAÇÃO EXECUTIVAMaria da Conceição Rodrigues de Carvalho Ruy CasaleMel BonfimEster Cristina Machado Ruas

COORDENAÇÃO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICARuy Casale

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃORafael Cavadas

REDAÇÃOVanessa BorgesCamila da Silva Cruz

EDIÇÃO E REVISÃOMaria da Conceição Rodrigues de CarvalhoRafael CavadasIgor CruzCamila da Silva CruzFernanda Fiorese MartinsAntonio Pedro Loureiro

COORDENAÇÃO GRÁFICASandra Araujo

CAPA E PROJETO GRÁFICOPaula XavierSandra Araujo

DIAGRAMAÇÃOPaula XavierSandra Araujo

FOTOGRAFIASStephanie SaramagoPauliran FreitasRoberta Rauppfreeimage.com

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................................

CAPÍTULO 1 — ARTICULAÇÕES E ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO .............................

COORDENAÇÃO NACIONAL E GRUPO CONDUTOR ...............................................

AS ESCOLAS TÉCNICAS DO SUS.................................................................................

O ENCONTRO DOS CAMPOS: SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO BÁSICA ....................

ORGANIZAÇÃO INTERNA DO PROJETO.....................................................................

Coordenação Executiva......................................................................................

Equipe Pedagógica e apoios..............................................................................

Equipe de Infraestrutura e Logística................................................................

Equipe de Comunicação....................................................................................

Equipe de Gestão Acadêmica e apoios............................................................

Equipe Macrorregional......................................................................................

Coordenação Estadual e apoios.......................................................................

CAPÍTULO 2 — A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, TUTORES E ORIENTADORES DE APRENDIZAGEM.............................................................................

FORMAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AUXILIARES/TÉCNICOS EM ENFERMAGEM........................................................................................................

FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE APRENDIZAGEM E TUTORES........................

NÚCLEO PEDAGÓGICO...............................................................................................

ABORDAGEM PEDAGÓGICA E MATERIAIS DIDÁTICOS............................................

Caderno do Aluno...............................................................................................

Caderno do Tutor................................................................................................

Guia de Saúde Mental........................................................................................

CAPÍTULO 3 — OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO....................................................

MODELO DE NEGÓCIO................................................................................................

CAPÍTULO 4 — LINHA DO TEMPO E NÚMEROS DO PROCESSO FORMATIVO..........

CAPÍTULO 5 — A IDENTIDADE DO CAMINHOS DO CUIDADO....................................

CAPÍTULO 6 — PROGRAMA DE AVALIAÇÃO (AVALIACAMINHOS) ..........................

METODOLOGIA AVALIATIVA.......................................................................................

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO.......................................................................................

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CAPÍTULO 7 — PLATAFORMAS VIRTUAIS COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE......................................................................................................................

INDICADORES..............................................................................................................

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)................................................................................

EDITORIA DE PESQUISA E PRODUÇÃO.....................................................................

Cadernos do Cuidado ......................................................................................

Produções do Cuidado......................................................................................

REPOSITÓRIO...............................................................................................................

COMUNICAÇÃO...........................................................................................................

COMUNIDADE DE PRÁTICAS......................................................................................

ANEXO...................................................................................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................

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INTRODUÇÃO

Dialogar a respeito da trajetória do Caminhos do Cuidado é tão desafiador quanto executar suas metas e ações. Isso porque o projeto teve como alicerce uma tecnologia social inovadora para a gestão pública, tendo como intuito formar profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS) através da superação de barreiras físicas, po-líticas e pedagógicas. Em vista dessa superação, a incerteza de êxito da proposta do Ministério da Saúde deu lugar ao orgulho oriundo não apenas dos bons resultados quantitativos da formação, mas principalmente da mudança no Cuidado e Acolhimen-to às pessoas que fazem uso prejudicial de crack, álcool e outras drogas e que procu-ram atendimento na Atenção Básica do SUS.

Após o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológico em Saú-de da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) aceitarem o desafio de conduzir o Caminhos do Cuidado, através da coordenação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde (SGTES/MS), foi momento de iniciar a estruturação de um projeto que envolveu equipes setorizadas e descentra-lizadas, bem como estratégias para um projeto político-pedagógico (PPP) nunca visto antes na saúde pública do país.

Entre os anos de 2013 e 2015, o projeto Caminhos do Cuidado ofertou 292.955 vagas para a Formação em Saúde Mental – Crack, Álcool e outras drogas, com a capa-citação total de 237.263 agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos em enfermagem (ATEnf) que atuam na Atenção Básica do SUS. Para além disso, o escopo do projeto contemplou também a formação de tutores e orientadores de aprendiza-gem, com a oferta de 2.380 vagas para a formação de tutores – dos quais 1.946 atua-ram no projeto – e de 126 vagas para orientadores de aprendizagem. As metas foram atingidas com 100,93% de êxito – os números iniciais do processo formativo previam 290.197 vagas para os profissionais de saúde, 1.200 vagas para tutores e 80 para orien-tadores de aprendizagem.

Realizar ações capilarizadas e contextualizadas no país foi o ponto de partida para resultados tão significativos serem alcançados. Para tanto, fez-se necessárias diversas articulações com objetivo de criar vinculações institucionais e políticas nas diferentes esferas de governo (municipal, distrital, estadual e federal). Dentro das estratégias de pactuações políticas e de aproximações nos territórios, aconteceram reuniões com gestores estaduais e municipais de Saúde, utilizando espaços de pac-tuação do SUS como a Comissão Intergestores Tripartite (CIT), a Comissão Interges-tores Bipartite (CIB), Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e as Comissões Permanentes de Integração Ensino e Serviço (Cies) de cada estado. Por sua vez, a Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), junto às Escolas Técnicas do SUS (ETSUS), teve fundamental importância para que o projeto Caminhos do Cuidado conseguisse inserção e vínculo em diversos municípios do país.

A estrutura organizacional do projeto foi desenhada a partir do Grupo Condutor, o qual norteou a Equipe Nacional e o Núcleo Estadual. A Equipe Nacional foi composta pelas seguintes coordenações: Executiva; Pedagógica e apoios; Infraestrutura e Logís-tica; Gestão Acadêmica e apoios; e Comunicação. Por sua vez, o Núcleo Estadual foi composto pela Coordenação Estadual e apoios, com mediação das equipes macrorre-

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gionais. Dentro desta divisão, a equipe do Icict/Fiocruz ficou responsável pela parte de recurso e logística e a equipe do GHC ficou responsável pela parte pedagógica.

As aulas para ACSs e ATENFs aconteceram em 3.375 cidades das cinco regiões do país, com carga total de 60 horas, sendo 40 horas de atividades presenciais e 20 horas de atividades de dispersão, realizadas nos territórios de atuação dos alunos. Por sua vez, a formação dos tutores foi desenvolvida com carga de 120 horas, divididas em dois módulos: 40 horas presenciais e 80 horas na modalidade de Ensino a Distância. Os orientadores de aprendizagem foram formados na modalidade presencial, com carga de 24 horas.

Para viabilizar toda a execução das formações do projeto, foi desenvolvida uma es-trutura pedagógica robusta, com profissionais responsáveis pela elaboração e condu-ção das formações. Para que pudesse nortear a formação dos orientadores de aprendi-zagem e dos tutores, o Núcleo Pedagógico foi composto por educadores, apoiadores e consultores, além de contar com a participação de coordenadores e gestores nacionais e representantes das ETSUS. O grupo foi responsável pela elaboração dos materiais didáticos do curso: o Caderno do Aluno, o Caderno do Tutor e o Guia de Saúde Mental.

A abordagem pedagógica trabalhada na formação teve como base a Educação Permanente em Saúde e contou com uma técnica de aprendizagem significativa, a qual permite que o profissional identifique os problemas em suas atividades diárias, assim como se coloque no lugar do outro para sentir o universo afetivo, imaginário e cogni-tivo do outro e compreendê-lo dentro de suas próprias atitudes e comportamentos.

O método de operacionalização do Caminhos do Cuidado também foi totalmente inovador para o SUS. A equipe de Infraestrutura e Logística do projeto, responsável pela organização administrativa e financeira, desenvolveu toda uma tecnologia social que permitiu ampla participação das Escolas Técnicas do SUS das 27 unidades federa-das. Embora o fio condutor das formações fosse uma das maiores áreas do projeto, os números demonstram por si só a complexidade de se pensar uma logística diante da grandiosidade das ações que envolveram todo o processo formativo.

A implementação de sistemas e ferramentas virtuais se fez fundamental para o gerenciamento das ações e de recursos humanos do Caminhos do Cuidado. Diante dos desafios operacionais, foi estruturado, para o cumprimento das metas, um modelo de gestão que permitiu que as atividades das demais coordenações e equipes do projeto estivessem alinhadas e sincronizadas. Para esse objetivo, utilizou-se a ferramenta de gerenciamento MS-Project, a qual modulou os tempos e as atividades a serem realiza-das na gestão do projeto, e a matriz RACI (no inglês, Responsible, Accountable, Consulted e Informed).

Por meio desses recursos, foi possível dimensionar os números do projeto em re-lação a: turmas realizadas; vagas ofertadas; pessoas envolvidas; quantidade de refei-ções; deslocamento; fornecedores; bolsistas e operações financeiras. Para além disso, foi calculado também o deslocamento dos tutores por estado em relação ao total de quilômetros percorridos. Para se ter uma ideia, a distribuição dos kits dos alunos contou com o deslocamento de 11.639.166 Km — o equivalente a 290 voltas ao redor da Terra.

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A criação de um projeto conceitual e visual de Comunicação que identificasse e aproximasse os alunos e participantes do projeto foi outra dimensão importante do Caminhos do Cuidado. Este trabalho envolveu uma intensa pesquisa sobre o campo, seus objetivos e o que o Caminhos do Cuidado tinha de mais especial para comunicar, tendo como conceitos-base a Diversidade e a importância do Vínculo, do Acolhimento e do Cuidado.

Assim sendo e de acordo com o Manual de Identidade Visual do Caminhos do Cuidado, a marca do projeto foi concebida da seguinte forma: “a mão estendida do sím-bolo é a mão que toca, que acolhe, muito viva e cheia de calor humano. A linha da vida foi transformada em um caminho para o futuro, para a esperança. A tarefa do cuidado está em muitas mãos e são muitas as linhas da vida, com traçados diversos – muitos caminhos possíveis”.

Após concluídas as fases de planejamento e estruturação do projeto e da forma-ção dos profissionais de saúde, o Grupo Condutor do Caminhos do Cuidado conside-rou imprescindível a construção de uma metodologia de avaliação de aprendizagem do projeto. Desta forma, em 2016, teve início o Programa de Avaliação Institucional Educa-tiva do Caminhos do Cuidado (AvaliaCaminhos), conduzido em coordenação conjunta com o Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Esta foi considerada a última fase do projeto Caminhos do Cuidado.

O AvaliaCaminhos teve o objetivo de identificar e potencializar as conquistas, de-safios, recuos e avanços na formação e na articulação entre as instituições participantes do projeto. Foram registrados os procedimentos e instrumentos com potencial para se tornarem política pública ou estratégia político-educativa para a rede de escolas, insti-tuições de ensino e pesquisa e gestoras de saúde. Uma das estratégias do AvaliaCami-nhos foi o curso de Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva, que ofertou 126 vagas nas diferentes regiões do país, sendo 42 para articuladores locais e 84 para discentes.

Como o projeto foi tão intenso e inovador, tornou-se imprescindível armaze-nar toda a produção e construção do programa em um ambiente virtual, de forma a facilitar a recuperação da informação, servindo como instrumento de troca de experiências e aprendizado, bem como fornecendo uma fonte confiável de notícias sobre a temática trabalhada pelo projeto. Inicialmente, foi criado o site do Cami-nhos do Cuidado, tornando-se depois Observatório Caminhos do Cuidado e, por último, Observatório do Cuidado.

Hoje, a plataforma virtual ampliou seu foco e abarcou outras temáticas da saúde pública além da Saúde Mental, tendo como ponto central o Cuidado Integral à Saúde. O total de cinco canais foram criados: Indicadores; Educação a Distância (EAD); Repo-sitório; Editoria de Pesquisa e Produção (EPP); e Comunicação. Além disso, o site conta com a construção coletiva da seção Comunidade de Práticas. Em vista disso, é possível perceber que o Caminhos do Cuidado deixou rastros, legados, experiências, aprendiza-dos e produtos que contribuem para uma efetiva estratégia de Educação Permanente em Saúde no país.

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CAPÍTULO 1 — ARTICULAÇÕES E ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO

COORDENAÇÃO NACIONAL E GRUPO CONDUTOR

“O Caminhos do Cuidado foi possível porque a história da Saúde no Brasil acumulou muita coisa relacionada a esse campo, em especial ao da Saúde Mental, junto com a nossa capacidade de operar também em projetos de grande porte para um país de grandes dimensões como o nosso. O Caminhos do Cuidado apre-senta uma revolução não só no Cuidado, mas na mentalidade que essas pessoas podem começar a modificar no conjunto da sociedade”.

PAULO GADELHA, presidente da Fiocruz à época. A iniciativa do Ministério da Saúde de propor um projeto político-pedagógico (PPP)

para a formação no campo da Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas), voltado para todos os agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos em enfermagem que atuam na Atenção Básica do país, foi o primeiro passo para que atores estratégicos e institucionais do sistema de saúde se articulassem para algo até então inédito no SUS.

A aposta do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) e do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) no projeto e a determinação em realizá-lo – apesar dos desafios sob a ótica das dimen-sões políticas, pedagógicas e operacionais envolvidas – fortaleceu a confiança do Mi-nistério da Saúde de que seria possível alcançar a meta estabelecida. Essas instituições formaram o Grupo Condutor do projeto Caminhos do Cuidado e foram responsáveis pela operacionalização e sustentabilidade técnica e política da iniciativa, bem como pelo acompanhamento do processo formativo.

Para garantir as vinculações institucionais e políticas necessárias nas esferas go-vernamentais (municipal, distrital, estadual e federal), aconteceram reuniões expressi-vas com os gestores estaduais e municipais da saúde, utilizando os espaços de pactua-ção do SUS como: a Comissão Intergestores Tripartite (CIT); a Comissão Intergestores Bipartite (CIB); Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e as Comissões Permanentes de Integração Ensino e Serviço (Cies) de cada estado.

Foi necessária, ainda, uma articulação técnica e horizontal entre as diferentes áreas e serviços da Rede de Atenção, aproximando e fortalecendo as áreas técnicas de Saúde Mental e Atenção Básica de cada esfera de gestão. Por sua vez, a Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), junto às Escolas Técnicas do SUS (ETSUS), teve fundamental importância para que o projeto Caminhos do Cuidado conseguisse cumprir suas metas por meio de expressiva inserção e vínculo nos mais diversos territórios brasileiros.

AS ESCOLAS TÉCNICAS DO SUS

A atuação das ETSUS foi imprescindível para propiciar, de forma capilarizada, este encontro de saberes, pessoas e olhares que tenham em comum a promoção do Cuida-do e do Acolhimento em saúde a usuários do SUS em condição de vulnerabilidade por

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conta do uso prejudicial de drogas. Por meio da Educação Permanente em Saúde foi possível convergir para a construção de novas linhas de Cuidado – mesmo que muitas das instituições responsáveis pela formação de profissionais de nível médio e técnico do SUS não tivessem trabalhado ainda com a temática do projeto – o que proporcionou mudanças importantes em cada um dos territórios de forma contextualizada.

As Escolas Técnicas são instituições públicas criadas para atender as demandas locais de formação técnica dos trabalhadores que, preferencialmente, já atuam no Sis-tema Único de Saúde. As ETSUS atuam no segmento da Educação Profissional por meio de cursos técnicos e tecnológicos e utilizam as unidades de saúde como espaços de aprendizagem, bem como adequam o currículo ao contexto regional e têm como mo-delo pedagógico a integração ensino-serviço.

O ENCONTRO DOS CAMPOS: SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO BÁSICA

“O Caminhos do Cuidado obrigou a articulação interna en-tre coordenações de Saúde Mental e Atenção Básica nos diversos níveis do Sistema Único de Saúde para que, juntos, construíssem outra possibilidade de Cuidado para o usuário de Crack, Álcool e outras drogas”.

MARCELO PEDRA, psicólogo sanitarista.

O projeto Caminhos do Cuidado uniu a Atenção Básica e a Saúde Mental nos dife-rentes níveis de gestão, fortalecendo canais para o diálogo técnico entre as duas áreas do SUS. O ponto de convergência para superar a fragmentação, ainda vivenciada em grande parte da Rede de Atenção à Saúde, foi o foco no Cuidado às pessoas que fazem uso prejudicial de drogas em condições de vulnerabilidade.

Devido à ampla expansão de cobertura, a Atenção Básica tornou-se a principal porta de entrada dos brasileiros ao sistema de saúde, ou seja, o primeiro nível de aten-dimento à população. Por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), da Estratégia Saúde da Família (ESF) e de outras políticas de atenção primária, a área desenvolve um conjunto de ações no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a prote-ção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a re-dução de danos e a manutenção da saúde, com o intuito de desenvolver uma Atenção Integral à Saúde e que resulte de maneira positiva aos usuários do SUS.

A Saúde Mental, por sua vez, é uma política pública de saúde instituída em 2002, marcada pelo processo da Reforma Psiquiátrica no país visando uma Atenção mais inclusiva e menos estigmatizada. Propõe serviços e processos de trabalho que supe-rem o modelo manicomial ou de asilos, criando um modelo de cuidado no convívio com a família e a comunidade. Porém, essas são duas políticas que se desenvolveram em tempos distintos e que ainda apresentam formas individualizadas de se fazerem presentes nos territórios, mas que, por meio do projeto Caminhos do Cuidado, têm a oportunidade de se encontrar para superar desafios importantes.

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ORGANIZAÇÃO INTERNA DO PROJETO

A estrutura organizacional do projeto foi desenhada a partir do Grupo Condutor, (responsável pelas questões administrativas e de gestão), o qual estava ligado à Equipe Nacional e ao Núcleo Estadual. A Equipe Nacional foi composta pelos seguintes nú-cleos: Coordenação Executiva; Equipe Pedagógica e apoios; Equipe de Infraestrutura e Logística; Equipe de Gestão Acadêmica e apoios; e Equipe de Comunicação. Por sua vez, o Núcleo Estadual foi composto pela Coordenação Estadual e apoios, com media-ção das equipes macrorregionais.

Organograma do Grupo Condutor do Processo de Formação do Projeto Caminhos do Cuidado

• Coordenação Executiva

A Coordenação Executiva do projeto Caminhos do Cuidado, conforme defini-ção do Grupo Condutor, foi responsável por monitorar e assegurar as condições necessárias para a realização das atividades nos prazos acordados com o Ministério da Saúde, bem como coordenar as demais equipes envolvidas no projeto e geren-ciar recursos financeiros.

• Equipe Pedagógica e apoios

A Equipe Pedagógica e de apoios do projeto Caminhos do Cuidado represen-tou o fio condutor de todo o processo formativo, sendo responsável pela elabora-ção do curso oferecido para os agentes comunitários de saúde (ACS), auxiliares e técnicos em enfermagem (ATEnf), assim como pela formação dos tutores e orien-tadores de prendizagem.

Para além disso, planejou e coordenou as oficinas de validação e avaliação perma-nente do processo pedagógico, das tecnologias de aprendizagem e do material didático desenvolvido para o processo formativo. A proposta pedagógica – a problematização do cotidiano e do ensino-aprendizagem, desenvolvida com foco na Educação Perma-nente em Saúde – foi um dos grandes diferenciais do Caminhos do Cuidado.

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• Equipe de Infraestrutura e Logística

Devido às dimensões operacionais, aos prazos a serem cumpridos e ao orçamen-to estipulado, foi elaborado um modelo a ser aplicado durante a execução do projeto, em especial para a equipe de Infraestrutura e Logística. Ao final do projeto, os dados quantitativos realmente confirmaram que a estrutura desenvolvida foi fundamental para a qualidade dos resultados alcançados.

A estrutura organizacional se desenhou a partir da formação de setores, respon-sáveis por: adquirir passagens e prestar contas; realizar pagamento de diárias; forne-cer ajudas de custos e bolsas, por meio da Fundação para o Desenvolvimento Cientí-fico e Tecnológico em Saúde (Fiotec); contratar serviços diversos como alimentação e hospedagem; adquirir e enviar os materiais didáticos para cada território contemplado pelo projeto, além de montar uma estrutura de secretaria para atender às demandas da equipe interna.

• Equipe de Comunicação

A equipe de Comunicação do Caminhos do Cuidado desenvolveu estratégias, ações e canais mediados por um processo de negociação entre as áreas colegiadas en-volvidas. A equipe foi composta por profissionais de Jornalismo, Design Gráfico e Even-tos, atuando com o compromisso de prestar contas das atividades do projeto de forma didática e acessível em âmbito nacional, além de construir uma memória do processo formativo através do processo de escuta dos atores envolvidos com o projeto.

A Comunicação foi responsável pela criação da identidade visual do projeto Ca-minhos do Cuidado e pela produção visual de peças para diferentes mídias. Para além dessas atividades, auxiliou as demais áreas por intermédio de mecanismos de comuni-cação interna, bem como promoveu a vinculação das ETSUS com a Coordenação Exe-cutiva e entre as próprias escolas.

• Equipe de Gestão Acadêmica e apoios

A Equipe de Gestão Acadêmica e apoios foi responsável pelo monitoramento do Sistema de Gestão Acadêmica. Suas atividades incluíam: planejamento, coordenação e implantação dos processos de cadastro das turmas; gestão do sistema para as sele-ções e matrículas para as formações de tutores, orientadores de aprendizagem e alu-nos; gestão da informação de frequências, avaliações e certificações.

• Equipe macrorregional

Durante todo o processo formativo, uma das preocupações do projeto foi a de se manter sempre aberto ao diálogo entre os atores institucionais envolvidos, espe-cialmente na esfera da Região de Saúde. Para isso, foram constituídas sete equipes macrorregionais do Caminhos do Cuidado e, em cada estado, foi definida uma coorde-nação do projeto. As equipes macrorregionais atuaram como elos entre as ações locais e nacionais, facilitando a articulação entre os grupos de trabalho nacionais e estaduais

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em cada etapa do processo formativo e construindo importantes fluxos de atuação para maior resolutividade das atividades.

Essas equipes participaram de reuniões políticas e técnicas entre os representan-tes das escolas e os conselhos locais para que o projeto acontecesse no território. Elas também acompanharam o andamento dos cursos de formação dos profissionais de saúde na região e esse apoio institucional fez a diferença para que o projeto atingisse a meta estipulada para cada estado.

• Coordenação Estadual e apoios

As Coordenações Estaduais e apoios foram compostas por profissionais indicados pelas ETSUS responsáveis por planejar, articular, coordenar e monitorar a execução da formação dos agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos em enferma-gem (ATEnf) em cada estado. Diferentes cenários – políticos, culturais, educacionais, entre outros – justificaram a importância de criar esses núcleos que atuaram diante da capilaridade do projeto.

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CAPÍTULO 2 — A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, TUTORES E ORIENTADORES DE APRENDIZAGEM

FORMAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) E AUXILIARES/TÉCNICOS EM ENFERMAGEM (ATENF)

O curso de Formação em Saúde Mental: Crack, Álcool e outras drogas para agen-tes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos em enfermagem (ATEnf) foi reali-zado nas cinco regiões do país entre os anos de 2013 e 2015. A formação teve carga de 60 horas, sendo 40 horas de atividades presenciais e 20 horas de atividades de disper-são, realizadas nos territórios de atuação dos alunos. Ao todo, foram ofertadas 292.955 vagas – destas, 284.948 foram preenchidas, com a formação de 237.263 alunos. Essa diferença nos números entre vagas ofertadas e alunos formados se dá, principalmen-te, em razão de ter havido, em algumas turmas do processo formativo, ausências e desistências que resultaram na não conclusão do curso. Entretanto, a aplicação dos recursos do projeto é feita com base no número de vagas ofertadas. A meta prevista para o processo formativo era ofertar 290.197 vagas – assim, o projeto atingiu 100,93% de seu compromisso inicial.

O número médio de alunos por turma foi de 35 – variando entre 28, em Roraima, e 41, em Goiás. Cada turma ficou sob a responsabilidade de até dois tutores. A execu-ção das atividades presenciais ocorreu, em média, no período de cinco semanas: um encontro presencial de oito horas/dia por semana. Estavam aptos a emitir certificados os alunos que completassem, no mínimo, 75% de frequência no curso.

A organização pedagógica foi dividida a partir de três eixos temáticos:

FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE APRENDIZAGEM E TUTORES

O curso voltado para orientadores de aprendizagem foi realizado por meio de oficina intitulada “Formação Pedagógica”, a qual aconteceu na modalidade presen-cial, com carga de 24 horas e obrigatoriedade de 100% de frequência. Foi formado um total de 126 orientadores de aprendizagem – a meta inicial do projeto era formar 80 profissionais.

EIXO 1 EIXO 2 EIXO 3

Conhecendo o território, as redes de atenção, os conceitos,

as políticas e as práticas de Cuidado em Saúde Mental;

A caixa de ferramentas dos ACS e ATEnf na

Atenção Básica;

Eixo transversal: Reforma Psiquiátrica,

Redução de Danos e Integralidade do

Cuidado como diretrizes para intervenção em

Saúde Mental e no uso de álcool, crack e outras drogas.

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Por sua vez, a formação para tutores do Caminhos do Cuidado teve carga de 120 horas e foi dividida em dois módulos: 40 horas de atividades presenciais e 80 horas na modalidade de Ensino a Distância (EAD). O curso contou com a inscrição de 2.380 profissionais, dos quais 2.348 foram formados. Desse contingente, 1.946 tutores foram mobilizados para atuar efetivamente no projeto. A formação abordou as seguintes te-máticas: aprofundamento e discussão dos conteúdos a serem trabalhados no curso dos ACSs e ATEnfs; metodologias ativas de aprendizagem; gestão acadêmica e ferra-mentas de EAD.

Ao todo, foram realizadas 47 turmas de formação de tutores, ministradas em to-das as 27 unidades federadas. Os quantitativos de cada estado e do Distrito Federal estão demonstrados na figura abaixo:

10EDUCADORES

126ORIENTADORES

2.348TUTORES FORMADOS

1.946TUTORES MOBILIZADOS

237.263ALUNOS

Equipepedagógica

Capacita

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NÚCLEO PEDAGÓGICO

Para viabilizar a execução das formações do projeto Caminhos do Cuidado, foi de-senvolvida uma estrutura pedagógica com profissionais responsáveis pela elaboração e condução do processo formativo. O Núcleo Pedagógico foi composto por dez educa-dores, dez apoiadores e dois consultores para que pudessem nortear os orientadores de aprendizagem e tutores, além de contar com a participação de coordenadores e gestores nacionais e representantes das ETSUS que, juntos, definiram as ações que promovessem, de fato, uma estratégia robusta de Educação Permanente em Saúde.

Para além da elaboração dos materiais didáticos, o Núcleo Pedagógico, em con-junto com a Equipe Pedagógica do projeto, atuou no planejamento, articulação e coor-denação das oficinas de validação e avaliação permanente do processo pedagógico e

TOTAL

1.946

AcreAlagoasAmapá

AmazonasBahiaCeará

Distrito FederalEspírito Santo

GoiásMaranhão

Mato GrossoMato Grosso do Sul

Minas GeraisPará

ParaíbaParaná

PernambucoPiauí

Rio de JaneiroRio Grande do Norte

Rio Grande do SulRondôniaRoraima

Santa CatarinaSão Paulo

SergipeTocantins

TUTORES FORMADOS POR ESTADO26

4410

52153

11211

5156

11439

57209

71789384

6888

5070

2816

75228

3429

Para atender as pessoas com uso problemático de crack, álcool e outras drogas, transmitindo os conceitos de redução

de danos da área de Saúde Mental para Atenção Básica

OFICINAS DE FORMAÇÃO DE TUTORESOs tutores vão formar

Agentes comunitáriosde saúde(ACS)

Auxiliares/técnicosem enfermagem (ATEnf)

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das tecnologias de aprendizagem. O Núcleo contou com um uma diversidade de profis-sionais que compartilharam experiências sobre o processo de Educação Permanente em Saúde, práticas de Cuidado em Saúde Mental e na Atenção Básica, trabalho em rede e Promoção da Saúde.

Para que a execução do projeto Caminhos do Cuidado ocorresse de forma simul-tânea no território, foi elaborada uma estratégia de formação diferenciada para cada ator envolvido no projeto (orientadores de aprendizagem, tutores e alunos) – a respon-sabilidade de organização ficou a cargo do Núcleo Pedagógico.

As primeiras formações foram as dos orientadores de aprendizagem e dos tuto-res, selecionados por meio de edital, em caráter regionalizado, para atender às especi-ficidades locais. A formação dos tutores ocorreu no próprio território, em consonância com uma estratégia de Educação Permanente comprometida com a construção do co-nhecimento no contexto local desses atores.

Após cumprida esta etapa, iniciou-se o processo de formação dos alunos. Em ape-nas dois anos, ocorreram todas as formações de ACSs e ATEnfs pelo projeto, que che-gou a alcançar 3.375 cidades do país, desde a implementação do projeto-piloto, em outubro de 2013 – realizada inicialmente em seis estados: Pernambuco, Acre, Distrito Federal, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul – até outubro de 2015.

Núcleo Pedagógico

Vinculadas ao Núcleo Pedagógico estavam as figuras do educador, do orientador de aprendizagem, do tutor, do consultor e o Grupo de Apoio. O papel do educador foi o de planejar, articular e coordenar o processo de formação e de acompanhamento de orientadores de aprendizagem e tutores. Além disto, o educador participou da elabo-ração de todo o material didático do curso. Ao todo, foram dez educadores no projeto, que ficaram responsáveis pela formação de 80 orientadores de aprendizagem.

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Os orientadores de aprendizagem, profissionais de nível superior, foram selecio-nados por edital e ficaram responsáveis pela formação dos tutores. Igualmente sele-cionados por meio de edital, os tutores são profissionais com experiência de um ano em Atenção Básica ou Saúde Mental e, no projeto, foram responsáveis pela execução e capacitação, nos territórios, de ACSs e ATEnfs em Saúde Mental.

O Núcleo Pedagógico também contou com dois consultores: profissionais com no-tório conhecimento no campo da Atenção em Saúde Mental, com experiência em docên-cia, gestão e planejamento. Eles acompanharam e alinharam as atividades nas forma-ções dentro da Política Nacional de Saúde Mental. Por fim, o Grupo de Apoio participou diretamente na formação dos orientadores de aprendizagem e tutores do projeto.

ABORDAGEM PEDAGÓGICA E MATERIAIS DIDÁTICOS

“Os usuários de crack, álcool e outras drogas carregam con-sigo a mazela de serem sujeitos malignos, desprovidos de todo o bem, e, desta forma, passíveis de serem desprezados pela socie-dade. Todo trabalho do projeto implica em reverter essa situação para que o usuário não fique isolado da sociedade, que o profis-sional de saúde tenha uma postura ética, em defesa da vida”.

ANTÔNIO LANCETTI, psicanalista.

A alma do projeto Caminhos do Cuidado foi a estratégia pedagógica proposta para a formação de todos os atores envolvidos (orientadores de aprendizagem, tutores e alunos), que mobilizou os profissionais de saúde a agirem de forma acolhedora fren-te às necessidades dos usuários em situação de vulnerabilidade.

Para apoiar a abordagem pedagógica do projeto Caminhos do Cuidado, foi uti-lizado o conhecimento acumulado no Cuidado em Saúde Mental na Atenção Básica, sistematizado no Caderno de Atenção Básica nº 34 do Ministério da Saúde, de 2013, que reúne ferramentas e estratégias de intervenções terapêuticas já realizadas por diferentes profissionais no âmbito da Atenção Básica. O documento aborda a Saúde Mental como sofrimento psíquico de pessoas que, em alguns casos, merecerá enfoque específico por adquirir certa estabilidade e regularidade – modificando o antigo concei-to de doença que se contrapõe a saúde física ou biológica.

Segundo o documento elaborado pelo Departamento de Atenção Básica (DAB), as evidências demonstram que o Cuidado com foco no sofrimento psíquico de pessoas permite que os profissionais de saúde promovam inúmeras possibilidades de Cuidado em parceria com o usuário em situação de vulnerabilidade, ao efetivar uma mudança de expectativas e objetivos do Cuidado. Ao propor um novo olhar do profissional de saúde para esse usuário, portador de um sofrimento psíquico – situação que pode ocorrer na vida de qualquer pessoa, mas que, em alguns, adquire manifestações parti-culares – o profissional de saúde poderá ter mais condições de entender como se dão as causas do sofrimento (em cada situação e para cada pessoa, singularmente), e de propor um manejo de cuidado diferenciado.

A abordagem da pedagogia ativa – onde o diálogo com os alunos, a sondagem de conhecimentos e as percepções sobre o tema foram o início para construção de um

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novo olhar e agir em saúde – proporcionou uma formação muito mais próxima das necessidades desses usuários em situação de vulnerabilidade.

Apesar da orientação pedagógica ter partido de diretrizes estabelecidas, a abor-dagem pedagógica utilizada nos cursos permitiu que os agentes comunitários de saúde (ACS) e os auxiliares/técnicos em enfermagem (ATEnf) construíssem novos caminhos para as questões da Saúde Mental, considerando o Cuidado como um processo múlti-plo, de infinitos caminhos, que se qualifica na inclusão do outro, no Acolhimento e na escuta durante suas atividades do dia a dia.

Equipar os ACSs e ATEnfs com uma caixa de ferramentas para que desenvolves-sem ações de Saúde Mental no cotidiano ou fortalecessem as estratégias já em uso foi objeto do modelo pedagógico. Em todas as formações do Caminhos do Cuidado, seja para tutores ou para alunos, foram utilizadas técnicas psicopedagógicas, como as de sociodrama, para despertar nos profissionais a escuta e a empatia pelo usuário em situação de vulnerabilidade. A técnica permite que o profissional se coloque no lugar do outro para sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo daquele indivíduo e com-preendê-lo dentro de suas próprias atitudes e comportamentos.

Além da escuta, outras técnicas compuseram a caixa de ferramentas, como o sim-ples ato de não julgar o usuário, trabalhar em equipe, respeitar as diferenças, incentivar a corresponsabilidade para construção de um projeto de vida mais saudável visando a integralidade do Cuidado. Os profissionais de saúde foram capacitados também na estratégia de Redução de Danos (RD) para o cuidado dessas pessoas, conforme preco-nizado pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB).

Nessa perspectiva, os alunos do projeto Caminhos do Cuidado foram formados para o diálogo e a negociação com os usuários, por meio de avaliação contínua das intervenções, evitando ditar ou impor normas, autoridade, e sim negociando escolhas e atitudes que poderiam ser adotadas em relação ao uso prejudicial de álcool e outras drogas. Também foi trabalhado o estigma que a população, os trabalhadores de saúde e os próprios usuários de drogas têm sobre esta condição, visando superar as barreiras que agravam e dificultam a busca do tratamento.

A construção do modelo pedagógico do Caminhos do Cuidado contou com a ex-pertise de especialistas em Saúde Mental – entre eles o psicanalista Antônio Lancetti, escritor, militante da luta antimanicomial, defensor dos direitos humanos e que liderou a intervenção que transformou Santos na primeira cidade sem manicômios. Lancetti, que faleceu em 2016, foi consultor do projeto e participou ativamente da construção dos conteúdos que orientaram a formação do projeto, colaborou na elaboração dos materiais didáticos do projeto Caminhos do Cuidado.

A seguir, os materiais didáticos elaborados pelo Núcleo Pedagógico do proje-to Caminhos do Cuidado para as formações de alunos, tutores e orientadores de aprendizagem:

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• Caderno do Aluno

Entre os materiais desenvolvidos para a formação do projeto está o Caderno do Aluno, utilizado pelos agentes comunitários de saúde (ACS) e os auxiliares/técnicos em enfermagem (ATEnf) em todo o território brasileiro. O material didático traz situações problemáticas presentes no dia a dia dos profissionais de saúde e incentiva reflexões para novas ações de Cuidado com o objetivo de facilitar o acolhimento de usuários em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde, mobilizando e articulando redes de apoio social e comunitária.

• Caderno do Tutor

Outro material desenvolvido para o projeto Caminhos do Cuidado foi o Caderno do Tutor, o qual traz descrições detalhadas das atividades do tutor, sujeito-chave na formação dos ACSs e ATEnfs. A publicação reúne metodologias de aprendizagem e ou-tros dispositivos no intuito de conectar o mundo do trabalho dos ACSs e ATEnfs às suas demandas de formação, de acordo com os problemas e necessidades identificadas no processo de trabalho no território, no acolhimento aos usuários e na mobilização e articulação de redes de apoio social e comunitária.

• Guia de Saúde Mental

Uma importante contribuição para o SUS, proporcionada pelo projeto, foi a cons-trução coletiva do Guia de Saúde Mental, que compôs o material didático dos ACSs e dos ATEnfs. O guia é uma ferramenta de trabalho que visa apoiar os profissionais de saúde no desenvolvimento de ações de Cuidado em Saúde Mental voltadas aos usuá-rios do SUS, familiares e comunidade em geral – em especial, àqueles que fazem uso prejudicial de crack, álcool e outras drogas. O material apresenta, de maneira simples, questões do cotidiano do trabalho vivo dos profissionais nas diferentes regiões do Bra-sil e busca, por meio de informação e dicas práticas, ampliar as possibilidades de inter-venção, qualificando a atuação na Atenção Básica.

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CAPÍTULO 3 — OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJETO

“A rampa de aprendizagem foi íngreme e trouxe algumas dificuldades, mas, após a superação, o modelo se consolidou e mostrou sua eficiência, conseguindo atingir os objetivos. A agili-dade com que se é capaz de processar essas alterações de per-curso, sem fugir da missão do projeto, é um dos fatores que pos-sibilitaram o seu sucesso”.

RUY CASALE, coordenador de Infraestrutura e Logística.

“Fomos inovando e aprendendo muito com este projeto. A Fiotec hoje é uma instituição completamente diferente depois do Caminhos do Cuidado. Fomos desafiados e encontrando solu-ções para os desafios. Em quase 20 anos de instituição, nós nun-ca tivemos um projeto nesta dimensão”.

ADILSON DOS SANTOS, gerente geral da Fiotec à época.

O método de operacionalização do projeto Caminhos do Cuidado foi inovador para o Sistema Único de Saúde (SUS). A equipe de Infraestrutura e Logística do proje-to, responsável pela organização administrativa e financeira, desenvolveu toda uma tecnologia que permitiu ampla participação das Escolas Técnicas do SUS das 27 uni-dades federadas.

A solução adotada foi complexa para suportar a magnitude das atividades, que se realizavam simultaneamente e em vários pontos do país, com prazos que tinham de ser cumpridos dentro do orçamento estipulado. Em apenas dois anos, quando ocorreu o processo formativo, foram realizadas milhares de transações que sustentaram todo o projeto: contratações; distribuição de kits do aluno (compostos por caderno, guia do aluno, mochila, camiseta e caneta); articulação com fornecedores locais, entre tantos outros serviços. Um esforço único e sem antecedentes no SUS.

O trabalho da equipe foi determinante para a realização das fases de preparação e execução das turmas como, também, para que o projeto alcançasse os objetivos quantitativos de prazo e custo. Desta forma, a estrutura organizacional de Infraestru-tura e Logística do Caminhos do Cuidado se desenhou a partir da formação de núcleos de atividades, responsáveis por: adquirir passagens e prestar contas das mesmas; rea-lizar pagamento de diárias, ajudas de custos e bolsas por meio da Fundação para o De-senvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec); contratar serviços diversos, como alimentação e hotéis; realizar a aquisição e o envio de material didático para cada território que o projeto percorreu, além de uma estrutura de secretaria para atender as demandas da equipe interna.

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Para o gerenciamento de recursos humanos de cada uma das células de ativida-des do Caminhos do Cuidado, foi utilizada a ferramenta RACI – importante instrumento para formalizar os papéis e responsabilidades de cada um dos colaboradores dentro do projeto. A ferramenta define o responsável pela execução da tarefa (Responsible), a autoridade responsável pela aprovação da tarefa (Accountable), o ator que precisa ser consultado na atividade (Consulted) e o ator que precisa ser informado da atividade (Informed). A matriz RACI proporcionou benefícios para o projeto no que se refere ao rastreamento das informações com maior facilidade, além de ter melhorado a identi-ficação de cada um dos responsáveis pelas tarefas e evitar que pessoas–chave fossem ignoradas ou esquecidas.

Juntamente com a ferramenta RACI, foi utilizada uma matriz de carga de atividade, conhecida como “Men-load”, que tem a finalidade de dimensionar as responsabilidades que podem ser atribuídas a cada recurso disponível, permitindo uma distribuição mais homogênea desses recursos. Desta forma, a Coordenação Executiva do projeto conse-guia, por exemplo, prever o recurso que seria necessário para começar uma turma de formação em qualquer cidade do país, incluindo o deslocamento de tutores, a distribui-ção de kits até o fornecimento da alimentação.

MODELO DE NEGÓCIO

Em vista de tantas especificidades, foi estruturado um modelo de negócio para permitir que as atividades das demais coordenações e equipes do projeto estivessem alinhadas e sincronizadas. Com esse objetivo, a ferramenta de gerenciamento de pro-jeto MS-Project foi fundamental para modular os tempos e as atividades a serem reali-zados na gestão do projeto.

Tela do MS-Project

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Para atender a necessidade de armazenamento de toda a informação relevante e dos dados gerados pelo Caminhos do Cuidado, foi inicialmente desenvolvido um banco de dados no programa Access, que contemplou o sistema de cadastro e o controle das células: Ajuda de Custos, Bolsas, Passagens e Contratação de Serviços.

Após a estruturação do modelo de negócio e a definição das atividades necessá-rias para a execução do processo formativo, o desafio seguinte foi preparar a equipe para conseguir atender a todas as demandas que seriam trazidas pela formação. Para tanto, foram definidos os fluxos e procedimentos operacionais, bem como foi feita a cronoanálise (técnica de gestão que lida com o tempo necessário para a conclusão dos processos), de forma que as atividades tivessem sempre um padrão de execução.

Para auxiliar no controle de dados e processos do projeto Caminhos do Cuida-do, a equipe de Infraestrutura e Logística também utilizou o sistema Workflow Or-questra e o Sistema de Gestão Acadêmica Unificada (Sagu), além da construção de uma base de dados de controle das atividades da área. Todos os sistemas funciona-ram de forma integrada, dando cobertura para a realização do processo formativo em todas as suas etapas.

O mapeamento, a execução e o monitoramento de processos de negócio foram feitos com o auxílio do sistema Workflow Orquestra (fluxo de trabalho), já utilizado anteriormente pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC). Após a ferramenta do GHC ser adequada para atender às necessidades do projeto Caminhos do Cuidado, o sistema permitiu automatizar diversos fluxos operacionais, tornando-os mais ágeis e organiza-dos, tendo em vista que as equipes do projeto eram geograficamente distribuídas em todo o país. Neste caso, o Workflow Orquestra colaborou com quatro fluxos: progra-mação de turmas, alteração de turmas, solicitação de aprovação para a Coordenação Executiva e registro do aluno. Desta forma, a ferramenta utilizada permitiu visualizar todas as atividades relacionadas ao início das turmas de formação, prevendo, inclusive, o tempo que levaria até a execução da formação no território.

O Sagu contribuiu para o gerenciamento dos processos de criação das turmas, matrícula dos alunos, registro de frequência, notas, certificação e os dados cadastrais de alunos, tutores, orientadores e participantes do projeto. As funcionalidades do Sagu foram customizadas para o projeto de duas formas essenciais para a gestão acadêmi-ca: uma interface administrativa, utilizada pela equipe acadêmica para registrar todas as informações das turmas e extrair relatórios para avaliação e controle; a segunda, para o tutor, poderia ser acessada na seção “Portal do Tutor” do site do Caminhos do Cuidado. Nesse cadastro, realizado por meio do sistema Sagu, foi criado um extenso banco de dados com as informações pessoais de orientadores, tutores e alunos que fizeram a formação.

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CAPÍTULO 4 — LINHA DO TEMPO E NÚMEROS DO PROCESSO FORMATIVO

Formação de agentes comunitários de

técnicos de enfermagem da Saúde da Família em Saúde Mental, com ênfase em Crack, Álcool e Outras Drogas, que consta entre as prioridades da Presidência da República no plano de enfrentamento ao crack.

MARÇOOUTUBRO

CONVIDA

PARA EXECUTAR A

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,

o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz

(Icict/Fiocruz)

a Escola do Grupo Hospitalar

Conceição (Escola GHC)

Desenho do projeto com plano de trabalho e

cronograma de execução

A meta é oferecer formação para os agentes comunitários de saúde do país e um auxiliar/técnico em enfermagem por equipe de saúde da família, totalizando

2012 2013

10EDUCADORES

80ORIENTADORES

DE APRENDIZAGEM (META)

1.200

290.197

Equipepedagógica

Capacita

saúde e auxiliares/

VAGAS PARA TUTORES (META)

VAGAS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE (META)

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ABRIL

Apresentação do Plano de Comunicação (Produção, Circulação e Apropriação)

JUNHO

Oficina de validação do material didático pela equipe de consultores do projeto, com a preocupação deser uma tecnologia de educação

permanente para as equipes de saúde

ESBOÇO DO PLANO DE CURSO, COM MATRIZ CURRICULAR E QUESTÕES DE APRENDIZAGEM

A construção da matriz curricular está comprometida com a atenção gerida na perspectiva da Linha de Cuidado em Saúde Mental. Para tanto, tem como base os princípios do SUS, a Política Nacional de Saúde Mental, a Política de Atenção Básica e a Política de Atenção Integral aos usuários de álcool e outras drogas.

PRODUÇÃOCriação da identidade visual das peças institucionais e didáticas (cartilha, caderno, mochila, pasta, bloco, vídeos, manual tutorial) e eventos públicos, como aula inaugural, formação de orientadorese tutores, formaturade alunos.

CIRCULAÇÃOCriação de estratégias para fazer circular as informações do Caminhos do Cuidado para a comunidade interna e externa por meio da intranet www.caminhosdocuidado.com, do site www.caminhosdocuidado.org, de e-mail marketing e da mídia espontânea.

APROPRIAÇÃOApropriação da mensagem pelosalunos e tutores,com a organizaçãode mostras regionais, produção de vídeos formativos e informativos, publicação, no site, de depoimentos dos alunos e das equipes regionais.

ELABORARAM E VALIDARAM O MATERIAL DIDÁTICOOFERECIDO NO CURSO

como no acompanhamento das oficinas de aprendizado para

orientadores e tutores. Eles trocam experiências, esclarecem dúvidas

dos alunos, propõem e compartilham estratégias educativas junto aos profissionais

da Equipe de Apoio Pedagógico.

Eixo temático 1Conhecendo o território, as redes de atenção, os conceitos, as políticas e as práticas de Cuidado em Saúde Mental

MATRIZ CURRICULAR

Fonte: Elaboração própria

CARGA HORÁRIA

24horas

presenciais

12horas de

dispersão

Eixo temático 2A caixa de ferramentas dos agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/ técnicos em enfermagem (ATEnf) na Atenção Básica

Eixo transversalReforma Psiquiátrica, Redução de Danos e Integralidade do Cuidado como diretrizes para intervenção em saúde mental e nouso de álcool, crack e outras drogas

16horas

presenciais

8horas de

dispersão

40horas

presenciais

20horas de

dispersãoTotal

EDUCADORES CONSULTORES

COORDENAÇÃOPEDAGÓGICADO PROJETO

CAMINHOS DO CUIDADO

2013 2013

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JULHO

Construção do mapa das atribuições dentro da

estrutura organizacional

Planejamento do Lançamento Nacional

em 23 de outubro nos seis estados-piloto e, até o fim

do ano, em todos os estados do país

Regionalização

Cronograma e infraestrutura necessária à

execução do projeto

Meta de lançamento

das primeiras turmas de

alunos: outubro

Oficina de validação do caderno do aluno por agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos

(ATEnf) de cada região do país. O processo de avaliação do caderno considerou linguagem, dinâmica, técnica, relação entre teoria e prática, compatibilidade dos textos, vídeos e formatação. Ao fim, foram elaboradas propostas para qualificação do material didático.

AGOSTO SETEMBRO/OUTUBRO

Oficina de planejamento para

organização do trabalho

Estrutura organizacional da equipe nacional

A execução deste projeto pressupõe a articulação entre as instituições do

SUS que protagonizaram a formação no território

As bases do projeto: engajar as equipes que compõem a rede de cuidado; fazer a descentralização

autárquica e os pactos entre os entes federados; construir a integralidade e

criar um sistema regionalizado.

Escolasde Saúde Pública e Escolas

Técnicasdo SUS

Conselho de Secretários Municipais de Saúde

Saúde MentalAtenção Básica

dos três entesfederativos

Acre

Paraná

Rio Grandedo Sul

São Paulo

DistritoFederal

Pernambuco

PERNAMBUCO

ACRE

DISTRITOFEDERAL

SÃO PAULO

PARANÁ

RIO GRANDEDO SUL

O Caminhos do Cuidadoé oficialmente lançadoem seis estados:

2013 20132013

Em agosto, aconteceuo primeiro encontro

com Escolas Técnicasdo SUS (ETSUS) dos

estados definidoscomo pilotos - Pernambuco,

Acre, São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Rio Grande

do Sul - para o lançamento das primeiras turmas.

em enfermagem

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Oficinas de orientadores de aprendizagem do projeto Caminhos do Cuidado

Formação dos alunos

Certificação e Mostras

Para atender as pessoas com uso problemático de crack, álcool e outras drogas, transmitindo os conceitos de redução

de danos da área de Saúde Mental para Atenção Básica.

Durante três dias, os futuros orientadores participaram de aulas, dinâmicas e receberam

conhecimentos de Educação a Distância (EAD) para atuar junto aos tutores, que serão responsáveis pela

formação dos agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos em enfermagem (ATEnf).

Os estados promoveram mostras, reunindo a produção

de uma série de trabalhos criativos dos alunos do projeto Caminhos do Cuidado que remontam à temática

da Formação em Saúde Mental, Álcool, Crack e outras Drogas.

NOVEMBRO-SETEMBRO

“Nunca antes na história do país houve uma formação tão abrangente para a Atenção Básica com o tema da Saúde Mental”. Assim o diretor de Articulação e Coordenação de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, Leon Garcia, definiu a oportunidade. Ele palestrou sobre Saúde Mental, Álcool, Crack e outras drogas durante a Oficina de Formação de Orientadores, realizadaem Brasília, no Distrito Federal.

DEZEMBRO

TOTAL

1.875

OFICINAS DE FORMAÇÃO DE TUTORESOs tutores vão formar

Agentes comunitáriosde saúde(ACS)

Auxiliares/técnicosem enfermagem (ATEnf)

AcreAlagoasAmapá

AmazonasBahiaCeará

Distrito FederalEspírito Santo

GoiásMaranhão

Mato GrossoMato Grosso do Sul

Minas GeraisPará

ParaíbaParaná

PernambucoPiauí

Rio de JaneiroRio Grande do Norte

Rio Grande do SulRondôniaRoraima

Santa CatarinaSão Paulo

SergipeTocantins

TUTORES FORMADOS POR ESTADO26

4710

44157

10810

5156

9433

55222

7282

8885

6882

5269

2420

76179

3431

O projeto Caminhos do Cuidado disponibiliza em seu site os certificados para os agentes comunitários de saúde (ACS) e auxiliares/técnicos em enfermagem que concluírama Formação em Saúde Mental (Crack, Álcool e outras drogas)do projeto Caminhos do Cuidado. Os estados promoveramsolenidade de formatura para entrega de certificados.

METAS E VAGAS OFERTADAS (de out/2013 a dez/2014)

Metas: 290.197TOTAL DO BRASIL

NORTE NORDESTE CENTRO-OESTE SUDESTE SUL

Vagas ofertadas: 227.703

32.440 114.532 20.657 86.998 35.570

25.666 95.303 19.488 54.312 32.934

2013 20142014

Álcool, Crack e outras drogas.

Curso de 40 horas presenciais e 20 horas de atividades de dispersão, com turmas de 40 alunos. São cinco encontros presenciais para a Formação em Saúde Mental com ênfase em Crack, Álcool e outras drogas, do projeto Caminhos do Cuidado.

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JANEIRO-MARÇO ABRIL-AGOSTO 2015 2015

Encontros e reuniões com foco no alcance de metas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais,com a participação dos coordenadores estaduais e

macrorregionais, da Coordenação Executiva do projetoe de representantes do Ministério da Saúde.

Encerramento das turmas em 15 estados.Meta de 100% (ou mais) atingida: Acre, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins.

De abril até o final do mês de junho, o Distrito Federal e outros cinco estados (Amazonas,

Maranhão, Mato Grosso, Pará e Paraná) alcançaram meta acima de 100%.

Ao final do mês de agosto, os estados que atingiram menos de 100% da meta foram:

Paraíba, Rondônia, Sergipe e São Paulo.

METAS

Distrito Federal

Goiás

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Paraná

Mato Grosso

AmapáRoraima

AmazonasPiauí

Ceará

Rio Grande do Norte

ParaíbaPernambuco

Alagoas

Minas Gerais

Rio de Janeiro

Espírito Santo

São Paulo

SergipeBahia

Pará

Maranhão

Tocantins

Mato Grossodo Sul

Turmas encerradas até AGOSTO/2015 com menos de 100% da meta atingida

Turmas encerradas de ABRIL a AGOSTO/2015com 100% da meta (ou mais) atingida

Turmas encerradas de JANEIRO a MARÇO/2015 com 100% da meta (ou mais) atingida

RondôniaAcre

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SETEMBRO NOVEMBROAGOSTO2015 2015

Oficina "Caminhos do Cuidado: trajetórias", realizada de 15 a 18 de setembro em Brasília. O encontro

reuniu atores relevantes para a fase de formação, que tiveram a oportunidade de produzir uma

reflexão e expor suas impressões sobre os rumos

do processo avaliativo.

Oficina para o Processo de Avaliação, em 5 de novembro,

em Porto Alegre, reunindo membros da Coordenação

Geral do projeto Caminhos do Cuidado, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e do Instituto de Comunicação e Informação

Científica e Tecnológica emSaúde da Fundação Oswaldo

Cruz (Icict/Fiocruz).

A solenidade de encerramento do projeto foi realizada em 7 de agosto no estado de São Paulo. O município de Narandiba foi

escolhido por formar, na região, a última turma

do Caminhos do Cuidado. Até7/8/2015, foram formados

2.348 tutores (dos quais 1.946 ministraram aulas em um ou mais estados brasileiros), 126

orientadores de aprendizagem e 10 educadores.

2015

300.000

280.000

260.000

240.000

220.000

200.000

180.000

160.000

140.000

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

0

VAGAS OFERTADAS POR ANO(Período: 31/12/2103 - 4/08/2015)

31/12/2013 31/12/2014 04/08/2015

2013 - 8.493 vagas

2014 - 227.703 vagas

2015 - 292.955 vagas

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SETEMBRO2016

Abertura do Curso de Especialização em Acompanhamento,Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva

O evento aconteceu no dia 13 de setembro, em Brasília, reunindo 126 alunos selecionados(representantes de todas as ETSUS), 9 tutores e 5 orientadores de aprendizagem do Curso de

Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva, bem como representantes do Caminhos do Cuidado, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRGS). O prazo definido para a conclusão da especialização foi agosto de 2017.

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Os números do projeto, por si só, demonstram a complexidade de se pensar uma logística diante da grandiosidade das ações que envolveram todo o processo formativo. Foram dimensionados os números em relação às turmas realizadas e vagas ofertadas, às pessoas envolvidas, ao número de refeições, aos deslocamen-tos, aos fornecedores, aos bolsistas e às operações financeiras. Para além disso, foi calculado também o deslocamento dos tutores por estado em relação ao total de quilômetros percorridos.

NÚMERO DE TURMAS REALIZADASE VAGAS OFERECIDAS

NÚMERO DE PESSOAS ENVOLVIDASNO PROJETO

NÚMERO DE REFEIÇÕES CONTRATADAS

Mobilizou uma equipe de 1.530.835refeições para atender

306.167pessoas entre alunose tutores

2.494 profissionais

284.868 alunos

4.050 fornecedoresde serviços (indiretos)

DESLOCAMENTO DOS TUTORES POR ESTADO (km)EXEMPLOS DE TIPOS DE TRANSPORTE

NÚMERO DE KITS DO ALUNO DISTRIBUÍDOS

TRANSPORTEFLUVIAL

QUANTIDADE 95

Foi formado um total de 8.017 turmas, em 3.375 cidades diferentes do Brasil, com a oferta total de 292.899 vagas.

Foram distribuídos

299.500 kits de material didático (compostos por: caderno do aluno, guia, mochila, camiseta e caneta) para todos os alunos. Para que todo este material chegasse ao seu destino, foram percorridos 11.639.166km em todo o Brasil - o equivalente a 290 voltas na Terra.

NÚMERO DE FORNECEDORES PARCEIROS ENVOLVIDOS NO PROJETOTivemos

54 parceiros estratégicos no fornecimento de materiais e serviços necessários à realização do projeto.

Tivemos ainda

3.600 fornecedores locais, os quais, cada um em sua cidade ou região, forneceram alimentação, sistemas de multimídia, estrutura física para a realização das aulas, entre outros serviços.

OPERAÇÕES FINANCEIRASForam realizadas mais de

46.715 operações financeirasno projeto.

do total da meta100,93%

LOCAISEstado do ParáOBSERVAÇÃOA contratação de transporte fluvial foi feita diretamente pelo usuário do transporte, reembolsado posteriormente por ajuda de custo.

TÁXI AÉREO

QUANTIDADE 27

OUTROS

LOCAISEstados do Acre e Amazonas

QUANTIDADEAlém da utilização de táxi e condução própria, a grande maioria dos deslocamentos dos tutores se deu via transporte coletivo.LOCAISTodos os estados brasileiros.

22.382 pagamentos de diárias.

3.970 pagamentos de bolsas às equipes e tutores participantes.

NÚMEROS DE BOLSISTAS Tivemos

487bolsistas que passaram pelo projeto compondo a equipe.Tivemos um total de

2.082tutores contratados como bolsistas, envolvidos com o projeto.

PB

PE278.000

AP25.700

DF20.600

RR16.600

RO90.500

AC44.100

MS90.800

SE99.100

AM102.400 RN

124.800

MT145.300

GO248.300

PR278.100

PA414.100

MA412.400

BA694.800

CE541.700

TOTAL

6.123.700km

MG676.000

SC204.200

RS252.700

RJ262.100

ES117.100SP

275.600

PI176.000 PE

332.200

PB163.600

AL224.900

A distância média percorrida pelo tutor no deslocamento de sua residência ao local das aulas foi de

46km

TO90.000

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CAPÍTULO 5 — A IDENTIDADE DO CAMINHOS DO CUIDADO

A equipe de Comunicação iniciou as atividades a partir da criação de um projeto conceitual e visual do Caminhos do Cuidado que representasse o compromisso que defendia. O trabalho envolveu uma intensa pesquisa sobre o campo, seus objetivos e o que o Caminhos do Cuidado tinha de mais especial para comunicar, tendo como conceitos-base a Diversidade e a importância do Vínculo do Acolhimento e do Cuidado.

Assim sendo e em acordo com o Manual de Identidade Visual do Caminhos do Cuidado, a marca do projeto foi concebida da seguinte forma: “a mão estendida do sím-bolo é a mão que toca, que acolhe, muito viva e cheia de calor humano. A linha da vida foi transformada em um caminho para o futuro, para a esperança. A tarefa do cuidado está em muitas mãos e são muitas as linhas da vida – com traçados diversos, muitos caminhos possíveis”.

A identidade visual passou a ser reconhecida em todo o território nacional, des-pertando nos sujeitos envolvidos no projeto um sentimento de pertencimento que se estende até os dias atuais. O símbolo do Caminhos do Cuidado criou marcas im-portantes nos atores envolvidos e compôs todos os materiais e produtos desenvolvi-dos pelo projeto: Caderno do Aluno, Caderno do Tutor, Guia de Saúde Mental, camise-tas, canetas, relatórios, mochilas, pastas, garrafas, cartões de visita, relatórios anuais, nécessaires, crachás, envelopes, folhetos, adesivos, CDs e espaços virtuais de divulgação.

Símbolo

Marca

Logotipo

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CAPÍTULO 6 — PROGRAMA DE AVALIAÇÃO (AVALIACAMINHOS)

“É importante não naturalizar tudo o que foi realizado no projeto Caminhos do Cuidado. O programa de Avaliação nasceu a partir de uma visão crítica daquilo que tínhamos feito. É fun-damental que se reflita sobre o quão importante e inovador foi o caminho derivado do processo de formação”.CRISTINA GUIMARÃES, coordenadora do projeto Caminhos do Cuidado

Após concluídas as fases de planejamento e de formação dos 284.868 profissio-nais de saúde no país, o Grupo Condutor do Caminhos do Cuidado considerou funda-mental a elaboração de uma metodologia de avaliação de aprendizagem do projeto. Desta forma, teve início o Programa de Avaliação Institucional Educativa do Caminhos do Cuidado (AvaliaCaminhos), conduzido em coordenação conjunta com o Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O AvaliaCaminhos teve o objetivo de identificar e potencializar as conquistas, desafios, recuos e avanços no processo formativo e na articulação entre as institui-ções participantes do projeto Caminhos do Cuidado. Foram registrados os proce-dimentos e instrumentos com potencial para se tornarem política pública ou estra-tégia político-educativa para a rede de escolas, instituições de ensino e pesquisa e gestoras de saúde.

METODOLOGIA AVALIATIVA

O programa foi dividido em duas fases. A primeira foi a avaliação do projeto Cami-nhos do Cuidado, que se debruçou sobre a condução do projeto original, medindo seus efeitos nos atores participantes dos processos de trabalho no território. A segunda fase foi a estruturação e realização do curso de Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva do Programa de Avaliação Institucional Educativa, voltado aos trabalhadores das Escolas Técnicas do SUS (ETSUS).

O objetivo maior da especialização foi, inicialmente, oferecer formação em mo-nitoramento e avaliação de processos formativos para os profissionais das escolas, vi-sando fixar nas mesmas uma competência mínima no tema. Indo além, o trabalho final foi a entrega de monografias e dos Projetos de Intervenção (PIs), elaborado de forma coletiva e colaborativa pelos alunos vinculados a cada uma das escolas. Aqui, a meta era prover às escolas um projeto que permitisse a continuidade e sustentabilidade das ações de formação vinculadas às de monitoramento e avaliação.

Para a pesquisa de campo, foi instituída uma rede de articuladores locais, vincu-lados a cada uma das escolas e em todos os estados, responsáveis por coletar dados e produzir informação e conhecimento sobre o período da formação do Caminhos e, em seguida, refletir sobre as mudanças produzidas no território. Foi construída coletiva-mente uma matriz avaliativa composta pelas dimensões: política, gerencial, itinerários formativos e cenários do cuidado.

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O AvaliaCaminhos executou atividades-piloto para verificar a adequação dessa matriz e para interrogar como seria possível colher outros dados importantes para a avaliação. Estas atividades ocorreram com atores do projeto nas cidades de Porto Ale-gre e do Rio de Janeiro, que concentraram grande parte das equipes nacionais partici-pantes da fase de formação.

O primeiro movimento de aproximação com os agentes comunitários de saúde (ACSs) formados pelo projeto Caminhos do Cuidado ocorreu no 12º Congresso Interna-cional da Rede Unida, de 21 a 24 de março de 2016, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Na ocasião, dez ACSs participaram, junto com a equipe do AvaliaCaminhos, de uma roda de conversa na qual tiveram a oportunidade de revisitar a memória e compartilhar suas experiências. Depois dessa fase, o processo avaliativo passou a ser implementado em todo o Brasil, com a incorporação da figura dos articuladores locais.

O grupo de avaliação foi coordenado por Ricardo Ceccim, professor titular da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) à época e que, ao longo das últimas décadas, tem se dedicado à Educação Permanente para as políticas públicas de saúde, às práticas pedagógicas em saúde e à avaliação educacional e de processos e resulta-dos na saúde.

Portanto, o desafio do Caminhos do Cuidado foi o de optar por um processo de avaliação não tradicional, que levou em consideração não somente os resultados como também a reflexão sobre os processos e trajetórias percorridas, somados à oportuni-dade de formar recursos humanos para o SUS capazes de avaliar outras iniciativas para além das atividades do próprio projeto. A conclusão do programa foi registrada com a entrega do “Relatório AvaliaCaminhos no território: metodologia, matriz avaliativa, capilaridades de um jeito de avaliar em Saúde”.

Gerencial

Matriz Avaliativa – AvaliaCaminhos – Dimensões e descritores

Política

Cenários do Cuidado

Itinerários Formativos

Organização das informações avaliativas sobre planejamen-to; criação e estabelecimento de fluxos. Comporta a interlocução entre atores e instituições envolvidos e a transformação dos modos de fazer a gestão do projeto Caminhos do Cuidado.

Evidencia-se em estratégias de Estado e do mundo das relações. Comporta escolhas “condutoras” de práticas (pensares, fazeres e sentires) no território. Prática da negociação que traz para cena diferentes visões de mundo; diz respeito à capacidade de mobilizar grupos e pessoas, convoca agencia-mentos coletivos para o fortaleci-mento do SUS, considerando zonas de conflito, tensionamentos e interesses.

Remete aos conceitos e práticas de educação, aprendizagem e metodo-logias pedagógicas. Diz respeito também ao roteiro previsto e aos desvios ou invenções surgidos no itinerário do projeto Caminhos do Cuidado, apostando em elementos éticos, estéticos e políticos como a construção coletiva, a escuta do outro e a horizontalização do saber.

Expressa as práticas e as ressonâncias nos cenários de atenção, gestão, participação e formação envolvidos no escopo de Atenção Básica/Saúde Mental. Contempla também o cuidado como exercício permanente do encontro de si com a alteridade.

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

O objetivo do curso de Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva foi mobilizar demandas de transformação presentes nas escolas, articulando atores institucionais, equipes de saúde, estudantes, egressos, usuários dos serviços de saúde e movimentos sociais.

Com carga de 360 horas, a formação teve início em julho de 2016 e encerramento em janeiro de 2018. As aulas aconteceram na modalidade semipresencial com a utili-zação de ferramentas de Ensino a Distância (EAD) e houve mais dois encontros presen-ciais obrigatórios. Ao todo, foram ofertadas 126 vagas nas diferentes regiões do país, sendo 42 para articuladores locais e 84 para discentes.

Para a seleção dos alunos, cada instituição pôde indicar um articulador local e dois discentes para o curso. Para concorrer às vagas, era necessário: ter vínculo com as ETSUS ou com a Escola GHC; possuir diploma de nível superior; disponibilidade de de-dicação de ao menos 5 horas semanais; acesso à Internet e possibilidade de participar dos encontros presenciais regionais e nacionais.

A primeira aula presencial dos selecionados aconteceu no mês de setembro de 2016, em Brasília, com a presença de representantes do Ministério da Saúde, do projeto Caminhos do Cuidado, da Fiocruz e da UFRGS. O segundo encontro presen-cial do AvaliaCaminhos foi realizado também em Brasília após quase um ano, em agosto de 2017, e teve como atividade principal a apresentação dos 120 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e os 41 Projetos de Intervenção (PI). A lista com os PIs está anexa a este relatório.

A organização pedagógica da Especialização contemplou quatro eixos interdisci-plinares:

EIXO1

EIXO2

EIXO3

EIXO4

Políticas de saúde e educação profissional na saúde;

Processos avaliativos e educação em Saúde Coletiva;

Pesquisa-formação e práticas colaborativas na educação em Saúde Coletiva;

Avaliação e práticas participativas na produção do Cuidado em Saúde.

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CAPÍTULO 7 — PLATAFORMAS VIRTUAIS COMO ESTRATÉGIA DE EDU-CAÇÃO PERMANENTE

Dispor do uso de novas tecnologias foi uma das estratégias adotadas no Plano de Comunicação desde o início do Caminhos do Cuidado. Com esta perspectiva, o pri-meiro produto criado como forma de manter transparência nas ações do projeto foi o site do Caminhos do Cuidado – um espaço virtual desenvolvido para disponibilizar in-formação a respeito da estruturação do projeto e quanto a todo o processo formativo realizado entre 2013 e 2015.

Em 2016, já na fase final do Caminhos do Cuidado, uma plataforma virtual intitu-lada Observatório Caminhos do Cuidado foi elaborada com o objetivo de manter viva a discussão sobre a Saúde Mental através de uma estratégia de Educação Permanente em Saúde, mesmo após o término das formações. Com isso, foi disponibilizado aos profissionais de saúde e à sociedade em geral um ambiente onde pudessem realizar debates de forma ampla e obter informações relevantes sobre a temática trabalhada pelo projeto.

Entretanto, após o Grupo Condutor pactuar outras propostas de formação de ní-vel médio e técnico com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saú-de, do Ministério da Saúde, foi desenvolvido então o Observatório do Cuidado, o qual teve sua missão ampliada com a chegada de outros projetos formativos, com maior protagonismo das ETSUS, expandindo seu foco para o Cuidado Integral à Saúde, com-plementando a estratégia de Educação Permanente em Saúde pensada inicialmente. A ação se mostrou positiva: mesmo após o término do Caminhos do Cuidado, ainda é possível encontrar informação sobre o processo formativo do projeto, assim como notícias e conteúdos científicos a respeito da temática da Saúde Mental, crack, álcool e outras drogas.

São compromissos assumidos pelo Observatório do Cuidado:

• Desenvolver e apoiar estudos e pesquisas sobre a formação de atores estraté-gicos do SUS – especialmente a formação técnica – que orientem ações de Educação Permanente e de políticas públicas;

• Apoiar o processo de formação de atores estratégicos para o SUS;

• Apoiar a elaboração de estratégias de articulação dos diferentes atores nos ter-ritórios;

• Apoiar a produção de cursos de formação de Ensino a Distância (EAD), a partir do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS);

• Estimular e apoiar a produção técnico-científica das ETSUS;

• Disponibilizar à sociedade civil e, em especial, aos trabalhadores e gestores do SUS publicações relevantes sobre temas de saúde pública.

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Ao todo, cinco canais foram criados: Indicadores; Educação a Distância (EAD); Reposi-tório; Editoria de Pesquisa e Produção (EPP) e Comunicação. Além destes canais, o Obser-vatório do Cuidado conta com a construção conjunta da área de Comunidade de Práticas.

INDICADORES DO CAMINHOS DO CUIDADO

O canal Indicadores do Observatório do Cuidado disponibiliza, por meio da fer-ramenta Business Intelligence (BI), uma base de dados completa e organizada com os quantitativos do projeto Caminhos do Cuidado.

Um dos dados extraídos do sistema se refere ao número de vagas oferecidas e de alunos matriculados para cada estado e ente municipal. A primeira avaliação que se pode fazer é que dez estados e o Distrito Federal alcançaram o índice de ocupação de vagas entre 98% e 100% – são eles: Rondônia, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Per-nambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Espírito Santo. Nos demais estados, a ocupação das vagas variou entre 92% e 97% – com exceção do Acre (89%). A ferramen-ta é interativa e permite também a informação de ocupação de vagas por município, apresentando a meta estipulada e o número de aluno matriculados.

Outro indicador do projeto Caminhos do Cuidado diz respeito às turmas de for-mação dos alunos previstas para abranger todos os estados e ao número de turmas efetivamente realizadas. De 8.226 turmas planejadas, 8.017 foram realizadas conforme previsto no projeto, espalhadas em todas as regiões do país. Apenas 2,5% das turmas inicialmente previstas foram canceladas no decorrer da execução das atividades.

A ferramenta também permite observar o percentual de alunos que não concluí-ram o curso por estado e no Distrito Federal. Com exceção dos estados do Acre (15%), Amapá (14,25%), Roraima (11%), Espírito Santo (4,7%). Mato Grosso (4,7%) e Pará (4,6%), as demais unidades federadas apresentaram percentual de alunos que não concluíram o curso entre 5% e 10%.

O visitante poderá explorar e acompanhar o alcance quantitativo de metas, bem como identificar conquistas da formação ofertada pelas ETSUS, fluxos de trabalho e até

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mesmo alguns desafios surgidos ao longo do trajeto. Os painéis utilizam algumas ferramentas que permitem fazer seleções e melhorar sua visualização, conforme figura abaixo:

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

Uma das propostas do Observatório do Cuidado é a qualificação técnica dos profissionais de saúde através da Educação a Distância (EAD). Esse método de ensino-aprendizagem permite a troca de saberes, estimula a pesquisa, impulsiona a busca por novos conhecimentos e incentiva o intercâmbio entre alunos e pro-fessores/tutores.

Com este foco, alguns cursos com a temática do projeto acontecem através da ferramenta AVASUS, desenvolvida pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em parceria com o Ministério da Saúde. Este é um espaço virtual na área da saúde pública, criado para dar suporte à formação profissional, à gestão e à assistência no SUS.

A vantagem é que os módulos educacionais são elaborados para que o aluno te-nha a melhor experiência em aprendizado remoto e possa realizar as aulas de acordo com sua própria disponibilidade de tempo, além de contar com o apoio de diferentes mídias como textos, áudios e vídeos – tudo isso com foco na promoção de conhecimen-to integrado e acessível para o fortalecimento da Educação Permanente em Saúde.

EDITORIA DE PESQUISA E PRODUÇÃO

A Editoria de Pesquisa e Produção (EPP) nasceu no âmbito do projeto Caminhos do Cuidado e tem como missão ser um espaço voltado ao estímulo de reflexão crítica e de produção e circulação de conhecimento sobre o Cuidado Integral em Saúde, à luz da proposta de Educação Permanente em Saúde. A EPP desenvolve produtos em versão eletrônica, de acesso livre, seguindo os compromissos do SUS, e apresenta duas linhas editoriais: Cadernos do Cuidado e Produções do Cuidado. As publicações se destinam preferencialmente a membros das ETSUS.

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• Cadernos do Cuidado

O primeiro número da Revista Cadernos do Cuida-do teve por base o projeto e foi lançado em janeiro de 2018 com a temática “Caminhos do Cuidado: que peda-gogia em larga escala é essa?”. Foi submetido para pu-blicação um número expressivo de trabalhos, divulga-dos ao longo das edições, dando visibilidade às ações e produções das Escolas Técnicas do SUS.

O editor científico desta primeira edição foi Ro-berto Tykanori, professor e pesquisador da Universida-de Federal de São Paulo (Unifesp). Os principais temas abordados pelos autores dos trabalhos foram a forma-ção e a avaliação do projeto Caminhos do Cuidado, pro-jetos de intervenção no território, Educação Permanen-te, Saúde Mental e Linhas de Cuidado.

• Produções do Cuidado A primeira publicação desta série, Produções do Cuidado, é o livro digital (e-book)

com os 41 Projetos de Intervenção (PI), produzidos durante o curso de Especialização do AvaliaCaminhos e descritos na seção "Anexo" deste em anexo neste documento.

REPOSITÓRIO

O Repositório é um espaço virtual hospedado no portal do Observatório do Cui-dado que reúne e disponibiliza, em acesso aberto, a produção intelectual relacionada aos eixos temáticos dos projetos formativos, a começar pelo projeto Caminhos do Cui-dado. Este espaço virtual expressa o compromisso com a ampliação do acesso a um conjunto de documentos (artigos de periódicos, livros completos, capítulos de livro, fotos, vídeos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, relatórios de pesquisa e Recursos Educacionais Abertos), de forma a apoiar também o processo de Educação Permanente em Saúde no país.

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COMUNICAÇÃO

A Assessoria de Comunicação do Observatório do Cuidado é responsável pela produção textual, audiovisual e gráfica dos conteúdos da plataforma virtual e dos projetos formativos. A área é responsável por produzir relatórios técnicos regula-res e atender as mensagens que chegam pelo Espaço de Relacionamento e pelos demais e-mails institucionais.

Um dos principais objetivos das ações da Comunicação é criar oportunidades de contato, aprimorar a divulgação dos projetos e fortalecer cada vez mais a relação en-tre as Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS), gestores, pesquisadores, acadêmicos, usuários e profissionais atuantes na área da saúde. As novidades também são impulsionadas nas mídias sociais do Observatório do Cuidado por meio do Face-book, Twitter, Instagram e Youtube para fortalecer o vínculo entre os diversos atores envolvidos nos projetos formativos e o público interessado pela temática trabalhada.

COMUNIDADE DE PRÁTICAS

A Comunidade de Práticas do Observatório do Cuidado (CP) é um espaço virtual desenvolvido para que diversos atores possam construir uma rede colaborativa de tra-balho, visando superar as barreiras da distância. A ferramenta tem como objetivo po-tencializar a troca de informações e conhecimentos entre os profissionais participan-tes, bem como o compartilhamento de dificuldades, para que estas sejam discutidas e solucionadas de forma eficaz, promovendo um aprendizado em grupo.

Dinâmica e de fácil navegação, a plataforma dá a possibilidade de criar grupos específicos para debates de acordo com os temas escolhidos, sendo possível o arma-zenamento de fotos, vídeos, informações de eventos e mensagens. A CP está instalada no Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que disponibiliza o acesso aos membros participantes por meio de login direto ou pela rede social Facebook.

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ANEXO

Projetos de Intervenção (PI) elaborados pelos alunos do Curso de Especiali-zação em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva do Programa de Avaliação Institucional Educativa do Caminhos do Cuidado (AvaliaCaminhos). O material produzido na pós-graduação está disponível em um livro eletrônico (e-book).

• Processos educacionais na escola tocantinense do SUS: olhar avaliativo.

• Educação Profissional: o papel dos Gestores (Secretários de Saúde, Coordenado-res de Serviços e de Equipes de Trabalho) como potencializadores do reconhecimento, incentivo e participação efetiva dos trabalhadores da saúde nos cursos de formação, capacitação providos pelo Centro de Formação de Recursos Humanos de Pariquera-A-çu (CEFORH).

• Proposta de inserção da temática álcool, crack e outras drogas como tema trans-versal nos currículos dos cursos de agente comunitário de saúde (ACS) e auxiliar em saúde bucal (ASB): centro formador de pessoal para a saúde de Assis.

• Evasão escolar (ou desistência) no curso de especialização técnica de nível médio em enfermagem em urgência e emergência: pesquisar para entender as causas possíveis.

• Construção de um amplo avaliativo para as ações educativas em saúde realizada pela Secretaria Municipal de Saúde do município de São Paulo.

• Análise da pactuação para execução do curso de formação de conselheiros de saúde para o controle social no SUS: trilhando novos caminhos.

• Avaliação institucional como movimento de reflexão e ressignificação do projeto político pedagógico (PPP): CEFORSUS/SP de Araraquara - São Paulo.

• Proposta pedagógica para a FUNESA: um desafio necessário.

• Autoavaliação: um exercício para melhorias nos processos e fazeres educativos da EFOS - região de saúde da Grande Florianópolis - Escola de Formação em Saúde.

• Avaliação do processo formativo do curso de formação inicial do Agente Comu-nitário de Saúde (ACS) ETSUS Blumenau.

• Quem são e onde estão os egressos da Escola GHC: sete anos de formação para o SUS.

• Refletindo sobre a avaliação de processos pedagógicos como prática dos núcleos regionais de educação em saúde coletiva no Rio Grande Sul: escola técnica do SUS/RS.

• Avaliação diagnóstica dos processos avaliativos presentes no estágio profissio-nal supervisionado do curso técnico em hemoterapia da ETSUS/RR.

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• Avaliação do curso de qualificação em saúde mental do estado de Rondônia/RO.

• A importância da avaliação na qualificação dos profissionais de saúde para a prática docente no Centro de Formação Pessoal para os Serviços de Saúde: Dr. Manoel da Costa Souza - CEFOPE - RN.

• Reinventando a ETIS: a educação permanente em saúde e a educação à distância como práticas da Escola de Formação Técnica em Saúde Enfermeira Izabel dos Santos.

• Análise de articulação e integração entre a Escola de Saúde Pública do Paraná e o Centro Formador de Recursos Humanos Caetano Munhoz da Rocha e as regionais de saúde na realização do Projeto Caminhos do Cuidado no Paraná.

• Projeto político pedagógico da Escola Técnica do SUS do Piauí: uma estratégia para o fortalecimento do processo ensino aprendizagem no SUS Escola Técnica do SUS do Piauí - Centro Estadual de Educação em Saúde "Monsenhor José Luís Barbosa Cortez".

• Projeto de intervenção: implantação do processo de acompanhamento, moni-toramento e avaliação do programa de residência multiprofissional em saúde coletiva com ênfase em gestão de redes de saúde - Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco.

• Avaliação institucional interna: proposta de construção do projeto de autoavalia-ção da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso para educação profissional técnica de nível médio.

• Atuação dos ACS no fortalecimento da RAPS a partir do Projeto Caminhos do Cuidado Escola Técnica do SUS Professora Ena de Araújo Galvão.

• A humanização nos serviços de saúde: a formação profissional e suas contribui-ções para operacionalização do Sistema Único de Saúde - SUS.

• Reflexões e produção de sentidos sobre avaliação: Escola de Saúde Pública de Minas Gerais.

• Implantação de ferramenta virtual para o acompanhamento dos processos edu-cativos desenvolvidos pela Escola Técnica do Sistema Único de Saúde do Maranhão.

• As perspectivas e os desafios no fortalecimento da ETSUS - Goiás.

• A necessária integração ensino-serviço: interfaces entre a academia e rede de saúde mental do Espírito Santo.

• Construção de estratégia metodológica para avaliação dos cursos realizados pela ETSUS Vitória.

• Fortalecendo o processo avaliativo no projeto político pedagógico da ETSUS Ca-riri: Escola Técnica Dr. Antônio Marchet Callou ETSUS Cariri.

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• Instrumento de avaliação: uma proposta para a Escola de Saúde Pública de Iguatu.

• Possibilitamos uma educação emancipatória? análise-intervenção das práticas avaliativas do curso técnico de enfermagem da Escola de Formação em Saúde da Famí-lia de Visconde de Sabóia de Sobral, Ceará.

• Avaliação afetiva: a inclusão das implicações afetivas dos alunos nos processos de avaliação.

• Acompanhamento monitoramento e avaliação: uma estratégia para fortalecimen-to dos processos de trabalho na Escola de Formação Técnica em Saúde - ETSUS Bahia.

• Avaliação diagnóstica processual e a escola técnica do SUS/AP - Centro de Educa-ção Profissional Graziela Reis de Souza.

• Avaliação institucional educativa dos cursos técnicos e especializações técnicas na Escola de Formação Profissional Enfermeira Sanitarista Francisca Saavedra - ETSUS/AM.

• Projeto de capacitação em saúde mental.

• Integrando áreas técnicas e de aprendizagem nos processos de formação da Escola Técnica em Saúde Maria Moreira da Rocha.

• Elementos constitutivos rumo ao plano de desenvolvimento institucional do cen-tro formador de recursos humanos – CEFOR-RH/SES-PB.

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REFERÊNCIAS

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______. ______. Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS). Educação Profissional em Saúde. [Apresentação]. Escolas. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/trabalho-educacao-e-qualificacao/gestao-da-educacao/formacao-tecnica/rede-de-escolas-tecnicas-do-sus-ret-sus>. Acesso em: 21 de maio de 2018.

______. ______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental. Brasília, 2013. 171 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34). Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab34>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. ______. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde; Grupo Hospitalar Conceição. Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde. Caderno do Aluno – Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas): para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos em enfermagem da Atenção Básica. Brasília, 2013. 132 p. (Projeto Caminhos do Cuidado). Disponível em: <https://repositorio.observatoriodocuidado.org/bitstream/handle/669/1/Caderno%20do%20aluno.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. ______. ______. ______. Caderno do Tutor – Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas): para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos em enfermagem da Atenção Básica. Brasília, 2013. 184 p. (Projeto Caminhos do Cuidado). Disponível em: <https://www.caminhosdocuidado.org/wp-content/uploads/2013/09/caderno_tutor-leitura.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. ______. ______. ______. Guia de Saúde Mental: atendimento e intervenção com usuários de álcool e outras drogas. Brasília, 2013. 48 p. (Projeto Caminhos do Cuidado – Formação em Saúde Mental (crack, álcool e outras drogas) para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos em enfermagem da Atenção Básica). Disponível em: <https://www.caminhosdocuidado.org/wp-content/uploads/2014/02/guia_saude_mental-2ed-web.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. ______. ______. ______. PNAB – Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, 2012. 108 p. (Série E. Legislação em Saúde). Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/pnab>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. ______. ______. ______. Relatório 2015. Rio de Janeiro: Fiocruz/Icict, 2016. 96 p. (Projeto Caminhos do Cuidado). (Relatório, n. 2). Disponível em: <http://observatorio.caminhosdocuidado.org/images/CdC_Documentos/CdC_Relatorio2015.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2017.

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CAMINHOS DO CUIDADO [página oficial]. Rio de Janeiro, c2016. Disponível em: <http://www.caminhosdocuidado.org>. Acesso em: 21 dez. 2017.

______. Observatório. Rio de Janeiro, c2016. Disponível em: <http://observatorio.caminhosdocuidado.org/>. Acesso em: 10 dez. 2017.

______. Prática de sociodrama é proposto por Antonio Lancetti durante a IV Mostra da Saúde da Família. Publicação em 8 maio 2014. Disponível em: <https://www.caminhosdocuidado.org/pratica-de-sociodrama-e-proposto-por-antonio-lancetti-durante-a-iv-mostra-da-saude-da-familia/>. Acesso em: 10 dez. 2017.

CANAL SAÚDE OFICIAL. Sala de convidados – Caminhos do Cuidado. Rio de Janeiro, [exibição em] 25 fev. 2014. Entrevista concedida a Renato Farias, 13 mar. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=BMDJzcMhj_4>. Acesso em: 21 dez. 2017.

EDUCASAUDE. Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde. AvaliaCaminhos. Porto Alegre: UFRGS, [2016]. Disponível em: <https://www.ufrgs.br/educasaude/category/avalia-caminhos/>. Acesso em: 20 dez. 2017.

OBSERVATÓRIO DO CUIDADO [página oficial]. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <http://observatoriodocuidado.org/>. Acesso em: 20 dez. 2017.

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OBSERVATÓRIO DO CUIDADORua Buenos Aires, nº 2 / sala 804 – Centro

CEP: 20070-022 – Rio de Janeiro/RJ(21) 3178-4848

www.observatoriodocuidado.orgwww.observatoriodocuidado.org/espaco-de-relacionamento

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