relatório do primeiro semestre / 2009 f4t...“a vida não é a que gente viveu, e sim a que a...

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modavam. Afinal, eram só brincadeiras... Na mesma medida, os avanços e as conquistas foram assinalados a todo instante, a cada mu- dança individual ou coletiva, a cada participa- ção, buscando sempre registrar o quanto eram competentes, o quanto já estavam crescidos e podiam fazer mais do que mostravam. O tempo foi passando, as broncas e as con- versas excessivas, chamando a atenção para as posturas inadequadas foram aparecendo menos, dando lugar a um clima muito mais produtivo, questionador e interessante. Foi muito importante estabelecer, com as crianças, regras claras para a nossa convivên- cia em grupo. E isso gerou mudanças de postu- ra. Escutar o amigo, respeitar os outros, organi- zar os materiais e tarefas, realizar as atividades com maior envolvimento, menos pressa e maior cuidado e diminuir as brincadeiras fora de hora são algumas das novas atitudes que fazem parte de uma grande lista de transformações. QUANTO TEMPO O TEMPO TEM? “Tempo combina com dia, noite, cresci- mento, passado, presente, futuro, chuva, vento, verão, esperança, céu, século, déca- da, números, relógio, hora, jogo, ansiedade, mês, ritmo, movimento, música ....O ano começou com os preparativos carna- valescos. O tempo não deixou o bloco sair, mas isso não foi impedimento para a comemoração das crianças num animado baile na escola. A letra do samba ajudou a sensibilizar a garotada para os estudos que teríamos pela frente. Ao retornarmos, em março, os questiona- mentos já se faziam presentes em nossas au- las. “O que é tempo?", "O tempo é sempre i- gual?", "Quando o tempo passa rápido de- mais?", "Quando o tempo demora a passar?". Repletos de perguntas e muitas ideias, co- PROJETO E ARTES É chegada a hora de recordarmos o tempo vivido junto a esse grupo de meninos e meni- nas tão queridos. Vivemos intensamente esse semestre, mas precisamos escolher o que con- tar, tendo a certeza de que o que não foi aqui registrado ficará guardado em nossa memória. “A vida não é a que gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” Gabriel Garcia Marques Iniciamos em fevereiro e junto com o calor do verão as crianças foram se adaptando à nova professora e à rotina do novo ano e ciclo. Sabí- amos que precisávamos escolher estratégias para esse início de trabalho levando em consi- deração as características desse grupo sabido e interessante. Porém, muito disperso durante as dinâmicas em sala de aula, onde qualquer acontecimento distraía facilmente as crianças envolvendo-as em assuntos paralelos, muitas brincadeiras, conversas fora de hora e comen- tários desnecessários. Mesmo sendo muito amigos, ainda era comum aparecer, entre os pares, implicância e desrespeito, apenas com a intenção de fazer graça. Assim, traçamos uma estratégia de interven- ção na tentativa de construir outro clima duran- te as aulas. Queríamos que o lado interessante e interessado dessa turma prevalecesse e, para isso, decidimos assinalar, sempre que fosse necessário, o que estava acontecendo, o que era pouco produtivo e atrapalhava a aula e os amigos que estavam falando e prestando atenção. No início, tal atitude causou estranhe- za, talvez pelo fato de que, internamente, pare- ciam não ter ideia de que essas atitudes inco- Relatório do Primeiro Semestre / 2009 F4T Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232 www.sapereira.com.br - [email protected] TURMA: ALICE C, ALICE G, ANDRE, ANTONIA, BEATRIZ, DAVI, DORA, EDUARDA, FERNANDO, FRANCISCO, GIOVANNA, HELENA L, HELENA T, JOÃO, JOSÉ, JULIANA, LUIZA, MIGUEL, PEDRO A, PEDRO W, PEDRO X, RAFAEL, TÉO, THEO, TOMAS ADULTOS NO TURNO DA TARDE Professores e Auxiliares nas Turmas: F1T: Julia e Mariana F2TA: Flávia F2TB: Lena F3T: Marcelo F4T: Rita F5T: Andréa N Música: João e Manoela Expressão Corporal: Aninha Teatro: Raquel e Helena Educação Física: Renato e Renata Artes Visuais: Moema Coral: Fernando e Raimundo Inglês: Rosangela Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Vivianne Orientação e Tribo: Cecilia Editoração: Viviane Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo Secretaria: Sandra Auxiliares Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo, Dudu e Mário

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Page 1: Relatório do Primeiro Semestre / 2009 F4T...“A vida não é a que gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” Gabriel Garcia Marques Iniciamos em

modavam. Afinal, eram só brincadeiras... Na mesma medida, os avanços e as conquistas foram assinalados a todo instante, a cada mu-dança individual ou coletiva, a cada participa-ção, buscando sempre registrar o quanto eram competentes, o quanto já estavam crescidos e podiam fazer mais do que mostravam. O tempo foi passando, as broncas e as con-

versas excessivas, chamando a atenção para as posturas inadequadas foram aparecendo menos, dando lugar a um clima muito mais produtivo, questionador e interessante. Foi muito importante estabelecer, com as

crianças, regras claras para a nossa convivên-cia em grupo. E isso gerou mudanças de postu-ra. Escutar o amigo, respeitar os outros, organi-zar os materiais e tarefas, realizar as atividades com maior envolvimento, menos pressa e maior cuidado e diminuir as brincadeiras fora de hora são algumas das novas atitudes que fazem parte de uma grande lista de transformações.

QUANTO TEMPO O TEMPO TEM?

“Tempo combina com dia, noite, cresci-mento, passado, presente, futuro, chuva, vento, verão, esperança, céu, século, déca-da, números, relógio, hora, jogo, ansiedade, mês, ritmo, movimento, música ....”

O ano começou com os preparativos carna-valescos. O tempo não deixou o bloco sair, mas isso não foi impedimento para a comemoração das crianças num animado baile na escola. A letra do samba ajudou a sensibilizar a garotada para os estudos que teríamos pela frente. Ao retornarmos, em março, os questiona-

mentos já se faziam presentes em nossas au-las. “O que é tempo?", "O tempo é sempre i-gual?", "Quando o tempo passa rápido de-mais?", "Quando o tempo demora a passar?". Repletos de perguntas e muitas ideias, co-

PROJETO E ARTES É chegada a hora de recordarmos o tempo

vivido junto a esse grupo de meninos e meni-nas tão queridos. Vivemos intensamente esse semestre, mas precisamos escolher o que con-tar, tendo a certeza de que o que não foi aqui registrado ficará guardado em nossa memória.

“A vida não é a que gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.”

Gabriel Garcia Marques

Iniciamos em fevereiro e junto com o calor do

verão as crianças foram se adaptando à nova professora e à rotina do novo ano e ciclo. Sabí-amos que precisávamos escolher estratégias para esse início de trabalho levando em consi-deração as características desse grupo sabido e interessante. Porém, muito disperso durante as dinâmicas em sala de aula, onde qualquer acontecimento distraía facilmente as crianças envolvendo-as em assuntos paralelos, muitas brincadeiras, conversas fora de hora e comen-tários desnecessários. Mesmo sendo muito amigos, ainda era comum aparecer, entre os pares, implicância e desrespeito, apenas com a intenção de fazer graça. Assim, traçamos uma estratégia de interven-

ção na tentativa de construir outro clima duran-te as aulas. Queríamos que o lado interessante e interessado dessa turma prevalecesse e, para isso, decidimos assinalar, sempre que fosse necessário, o que estava acontecendo, o que era pouco produtivo e atrapalhava a aula e os amigos que estavam falando e prestando atenção. No início, tal atitude causou estranhe-za, talvez pelo fato de que, internamente, pare-ciam não ter ideia de que essas atitudes inco-

Relatório do Primeiro Semestre / 2009

F4T

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo – 2538-3231 Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232

www.sapereira.com.br - [email protected]

TURMA: ALICE C, ALICE G, ANDRE, ANTONIA, BEATRIZ, DAVI, DORA, EDUARDA,

FERNANDO, FRANCISCO, GIOVANNA, HELENA L, HELENA T, JOÃO, JOSÉ, JULIANA, LUIZA, MIGUEL, PEDRO A,

PEDRO W, PEDRO X, RAFAEL, TÉO, THEO, TOMAS

ADULTOS NO TURNO DA TARDE

Professores e Auxiliares nas Turmas:

F1T: Julia e Mariana F2TA: Flávia F2TB: Lena

F3T: Marcelo F4T: Rita

F5T: Andréa N Música: João e Manoela

Expressão Corporal: Aninha Teatro: Raquel e Helena

Educação Física: Renato e Renata Artes Visuais: Moema

Coral: Fernando e Raimundo Inglês: Rosangela

Coordenação Pedagógica: Jade e Andrea N Auxiliar do Turno: Vivianne Orientação e Tribo: Cecilia

Editoração: Viviane

Direção: Tetê, Cecilia, Anselmo

Secretaria: Sandra

Auxiliares

Pedro, José, Nívia, Lilian, Eduardo, Dudu e Mário

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guntamos que outro nome poderia ter "lembrança" e logo falaram: “memória!”. E con-tinuamos: “Onde acontece a memória, na nos-sa cabeça ou em nosso coração?”. Sem demo-ra, e com sorrisos gritaram: “Nos dois!” Defini-mos então o nosso projeto e sem demora o batizamos: “Baú de Memórias: Quantas histó-rias!” Para iniciá-lo lemos o livro "Guilherme Au-

gusto Araujo Fernandes", de Men Fox e, como não poderia deixar de acontecer, se envolve-ram e se comoveram com a história do menino Guilherme e sua amiga Dona Antonia, que foi compartilhada com as famílias através da adap-tação teatral que apresentaram em nossa Mos-tra de Artes.

BAÚ DE MEMÓRIAS: QUANTAS HISTÓRIAS! As crianças, nesse tempo, recordaram fatos

marcantes de suas vidas, falaram de sentimen-

meçamos a buscar definições sobre o tempo, que renderam curiosas discussões e reflexões, ajudando a encaminhar a escolha do nosso projeto. Buscaram definições entre filósofos, poetas, historiadores, mas também arriscaram suas próprias definições e nos surpreenderam:

“Tempo é um avanço contínuo e infinito.”

“O tempo é a vida, quando se nasce e quando se morre.

Todos temos um tempo.”

“O tempo pode ser hoje, amanhã ou on-tem.

Passado, presente e futuro. Tempo é ritmo. Tempo é ano. Tempo é saudade, felicidade e vida. Tempo é passageiro, no amor e na triste-

za.”

Assim, iniciamos os estudos sobre os dife-rentes conceitos de tempo, discutindo e expli-cando a diferença entre o tempo objetivo, men-surável, medido, tempo social que regula nossa sociedade e o tempo subjetivo, ligado ao nosso mundo interior, pelo ritmo de nossas sensações pessoais, o tempo íntimo, que só a nós perten-ce. Enquanto conversávamos sobre o tempo subjetivo, fomos brindados com colocações preciosas das crianças como: “Esse é o tempo que não se mede”. “É o tempo da nossa vida”, o tempo vivido, que conta a nossa história”. “É o tempo das coisas que acontecem e que mui-tas delas vêm até a gente através de lembran-ças.” Muitos afirmavam, convictos, que se lembra-

vam dos primeiros dias de vida, até da chegada em casa da maternidade... Outros já acredita-vam que as fotos é que nos ajudavam a lem-brar e a guardar os fatos, nos fazendo lembrar o que vivemos quando ainda éramos tão pe-queninos. Disseram também que não apenas as fotos tinham essa função, mas a palavra, a falada e a escrita. Nossa! Ficamos surpresos e felizes com tantas colocações pertinentes. Per-

tos, contaram muitas histórias através da narra-tiva oral e escrita e das muitas fotos que enfei-taram nossa sala durante quase todo o semes-tre. As lembranças saíram do fundo do baú. Foram tantas histórias! O primeiro bichinho, o babador, a roupinha que usou ao sair da mater-nidade, o primeiro presente, o primeiro aniver-sário, um machucado, uma viagem inesquecí-vel... O tempo foi sempre pouco para tudo o que

queriam contar. As fotografias antigas também saíram do baú

e ainda estão no mural da nossa sala, sendo cuidadas com muito carinho. Foi ótimo conviver nesse tempo na companhia dos pais, avós, avôs, tios, bisavós, gente muito querida das crianças. Avançaram muito em suas produções escri-

tas. Aos poucos, aprendem a revisitar seus textos e seus cadernos, avaliando o que podem fazer melhor aqui, arrumar ali, colorir lá... Todo esse cuidado com o fazer é de grande valia para todos e sentimos que já começaram a valorizar mais essas tarefas e consequente-mente suas produções. O trabalho com a Língua veio se intensifican-

do ao longo do semestre pela própria demanda das crianças. Com a ampliação de seus textos, mostraram-se mais atentas ao uso dos recur-sos de que dispõem, procurando não se esque-cer de usar os sinais de pontuação, a letra mai-úscula, o parágrafo e de questionar a escrita correta das palavras. Percebemos que estão mais motivadas para escrever, gostam de ler seus escritos para os amigos, contar suas his-tórias. Conversamos muito sobre a intenção do autor ao escrever sua obra e a importância de uma narrativa bem contada e envolvente. En-fim, esse é o clima que construímos durante suas produções escritas. Interpretação de textos também esteve em

nossa prática. Procuramos promover uma leitu-ra variada, para que as crianças entrassem em contato com diferentes gêneros textuais. A poesia ganhou um destaque especial na

F4. Na biblioteca, realizamos rodas de leituras, aproveitando os poemas das Cruzadinhas.

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Estiveram em nossas rodas Manuel Bandeira, Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andra-de e muitos outros ainda virão. Em sala de aula também fizemos uma caixa de livros trazidos pelas crianças que ajudaram a ampliar o reper-tório. Com tantas leituras, não faltaram inspirações

para suas primeiras produções e arriscaram criando poemas a partir de um texto que fize-ram sobre si mesmas. Foi assim que escreve-ram um autorretrato poético, que também pode ser apreciado em nossa Mostra de Artes. Os dois livros adotados, “Bisa Bia, Bisa Bel”,

de Ana Maria Machado, e “Memórias de um Cabo de Vassoura”, de Orígenes Lessa, pro-porcionaram, durante a leitura compartilhada, importantes momentos para o grupo: divertidos, emocionantes, envolventes, críticos, reflexivos. Todos gostaram muito! Concluímos o semestre com as crianças se

despedindo de suas memórias pessoais e reali-zando, junto às suas famílias, uma pesquisa sobre acontecimentos que consideravam mar-cantes para nossa história. A lista é grande e vamos precisar fazer escolhas. Aos poucos, ampliaremos esse material trazido para montar um grande painel, como uma revista aberta, que nos fará recordar, através de imagens e informações, importantes acontecimentos que marcaram épocas. Porém, esse trabalho só será apresentado em agosto. Foram muitos os feriados durante o semes-

tre, mas mesmo assim o ritmo de estudos e o envolvimento de todos com o projeto não dimi-nuiu. Apenas aprendemos a caminhar num tempo mais lento. Foi preciso iniciar o mural num dia, completar mais um pouco no outro, aguardar mais um pouquinho para concluir... Os planejamentos, sempre que possível,

foram discutidos com as crianças; assim fomos trabalhando e fazendo escolhas. Foi nesse clima cooperativo que caminha-

mos. Assim, nem tudo o que planejamos para o projeto pode ser concluído neste semestre. Precisamos um pouco mais dele, do tão falado tempo...

MATEMÁTICA

cobrir regras sobre o nosso sistema de numera-ção decimal, sistematizando os conceitos de valor relativo e absoluto. Os jogos envolvendo a multiplicação por 10,

100 e 1000 animaram a garotada, operação importante, na medida em que vai trazendo subsídios para cálculos e importantes generali-zações. Ler, interpretar, resolver e criar problemas

continua sendo a essência da atividade mate-mática por favorecerem a construção de novas aprendizagens e permitirem o emprego de co-nhecimentos já construídos. Por isso, procura-mos oferecer dinâmicas diferentes de resolução e discussão a fim de que troquem mais seus saberes uns com os outros e confrontem opini-ões. Muitas vezes, é no calor da discussão que nascem importantes reflexões e surgem proce-dimentos que virão a ser validados no grupo. A exploração das medidas teve início com

propostas envolvendo o nosso sistema monetá-rio, em situações-problema. A idéia é que as demais unidades de medidas apareçam no trabalho a ser realizado na volta das férias de julho. Mas é claro que o lugar de destaque, e de

maior interesse no semestre, foi a sistematiza-ção da multiplicação, com o aprendizado do algoritmo e a apresentação da tabuada. Inicia-mos esse estudo com atividades que tratam da configuração retangular, adição de parcelas iguais e combinação, ideias características dessa operação. Descobriram que sabiam mui-to mais do que imaginavam sobre as proprieda-des multiplicativas e sobre a tabuada. Foi com grande entusiasmo que perceberam que podi-am entendê-la e não apenas decorá-la. Logo estaremos de volta e para o próximo

semestre reservamos novos desafios e mais aprendizados.

TRIBO A Tribo busca exercitar estratégias que te-

nham como fim o exercício da convivência. Busca o ouvir e o pensar, especialmente o pon-to de vista do outro. É uma oportunidade de reflexão sobre as questões relacionadas à co-munidade escolar, além das realizadas no es-paço da sala de aula. Procuramos tornar o espontâneo pensável e possível de aprimora-mento. É um momento de pausa no ritmo dinâ-mico de pesquisa, estudo, produção e vivências corporais e criativas para focar cada um de nós

As aulas de Matemática transcorrem num clima muito bom. É impressionante como gos-tam e se envolvem com tudo o que é apresen-tado. Aprendem com facilidade, questionam, dão opiniões e fazem relações o tempo todo. São muitas conversas e muitos debates. Pro-porcionamos esses momentos para que os alunos defendam seus pontos de vista, questio-nem os outros pontos de vista, apresentem hipóteses e suas estratégias pessoais em dife-rentes situações. Errar ou acertar têm a mesma importância e são valorizados no grupo. "O que me fez acertar?", "Onde errei?", "Por que eu errei?" são questões sempre levantadas e res-pondidas pelas próprias crianças. São interes-sados e curiosos em saber coisas novas. Têm recursos e vivências. O caderno está caprichado e muitos se en-

cantaram com a possibilidade de colori-lo, de-senhá-lo e enfeitá-lo. Entenderam que é impor-tante, também, cuidar da letra e dos números e, principalmente, da organização de seus regis-tros, indispensáveis para o entendimento e socialização dos encaminhamentos usados na resolução de problemas e nos cálculos. Começamos o semestre ampliando o campo

numérico, retomando as estratégias pessoais de cálculo e o algoritmo da adição e da subtra-ção. Atividades de ler, escrever, comparar, ordenar, compor e decompor os "números grandes" foram importantes para discutir e des-

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em si mesmo, no grupo, na escola, no mundo. Muito mais maduras e apropriadas desse espa-ço, as crianças ocupam esses momentos com competência, trazendo questões pertinentes guardadas especialmente para a esse encontro a fim de garantir uma discussão mais ampla e profunda. No nosso primeiro encontro, como é costu-

me, pensamos sobre o novo Ano, como cada um está crescendo, as novas aprendizagens e possibilidades. Paramos para refletir sobre o que cada um espera do Quarto Ano na convi-vência, nas emoções, nos projetos. As crianças escreveram seus desejos num papel que será guardado até a última Tribo do ano, quando poderemos avaliar nossas conquistas individu-ais e o quanto ainda precisamos caminhar para alcançar nossos objetivos. As Regras de Convivência retornam e to-

mam, mais uma vez, lugar na Tribo. Sua manu-tenção é imprescindível. Por isso elas estão sempre presentes, acompanhando as crianças em seu desenvolvimento e sua crescente capa-cidade de entendê-las e aplicá-las. Várias situa-ções garantiram as discussões e reflexões: apresentação de slides para ler e refletir sobre elas; bingo para lembrar sempre do que já foi lido e discutido; filme feito por ex-alunos repre-sentando-as na prática do dia-a-dia; cartões com situações-problema da rotina escolar com a indagação: “o que você faria?”; muitas con-versas sobre a atitude de cada um numa situa-ção de conflito ou de desrespeito. Essas dis-cussões redimensionam a importância das re-gras para vivermos em harmonia e favorecem espaço para ensinar, aprender e ter muitos amigos. Fazem com que ampliem, gradativa-mente, seu entendimento sobre a importância de cuidar com simplicidade e carinho dessa preciosa e complexa convivência. Em parceria com as aulas de Teatro, a mon-

tagem da peça “Guilherme Augusto Araújo Fer-nandes”, nos permitiu dedicar alguns encontros para pensar e conversar sobre essa etapa da vida – a velhice. Assistimos à versão montada por uma ex-turma da escola que apresentou o espetáculo para um público de idosos convida-dos de uma comunidade próxima à escola.

Estávamos comemorando o Dia do Idoso. O filme emociona, toca o coração e dá margem para muitas conversas e reflexões. E as crian-ças nos surpreenderam, reconhecendo e valori-zando a importância dos idosos com sua vasta experiência de vida. Em nossos encontros o relaxamento não

pode faltar. Rápido mas intenso, é um momen-to de encontro consigo mesmo. As crianças param, dão uma trégua às infinitas demandas do nosso mundo e se percebem de um jeito diferente. Observam o corpo, a mente, os senti-mentos, afetos e sentidos presentes em cada um; e, se percebendo, percebem o outro com mais sensibilidade e possibilidade de interagir e cuidar. No próximo semestre seguiremos com nos-

sos encontros. Novos caminhos, outros assun-tos e temáticas surgirão, sempre acreditando que é na intencionalidade da discussão e refle-xão que tentamos garantir muitas aprendiza-gens e experiências importantes que poderiam acabar se perdendo como vivências sem senti-do.

ARTES Iniciamos o semestre produzindo os enfeites

para o carro de som que acompanharia o desfi-

le do bloco Sá Pereira. Utilizando tecidos e anilina, produzimos vários estandartes com o nome do samba - "Quanto tempo o tempo tem?" - e o da escola. Como o tempo ruim nos obrigou a substituir o desfile por um baile inter-no, utilizamos essa produção para criar a ambi-entação da escola. Passado o período de folia, estimulados pela

sinalização de nossa escola em 2009, que ho-menageia artistas surrealistas como Magritte, Chagall, Dalí e Remédios Varo, buscamos compreender os princípios que norteavam esse movimento, experimentando o desafio de nos libertarmos da lógica e da razão para irmos além da consciência cotidiana, expressando nossos sonhos. Nesse processo, começamos fazendo um rascunho individual de um pensa-mento, sonho ou ideia surrealista. Depois, sele-cionamos os projetos que tinham mais relação com a proposta e organizamos duplas ou trios para finalizar os trabalhos, utilizando lápis pas-tel. Posteriormente, alguns foram escolhidos e

ganharam tridimensionalidade. As instalações foram produzidas na semana que antecedeu a Mostra de Artes, e as crianças das sete turmas participantes cooperaram para que fossem finalizadas a tempo.

“Autorretrato é uma forma de registro em que o modelo é o próprio artista. O retratado é quem se retrata”

Katia Canton

Buscando dialogar com as pesquisas que a turma desenvolvia, nas aulas de Projeto, sobre memória, trouxemos a proposta de estudo so-bre os retratistas. Ao apreciarmos retratos e autorretratos de diferentes artistas, refletimos sobre como a necessidade do homem se autor-retratar sofreu inúmeras modificações ao longo da história. Em seguida, desafiamos as crian-ças a escolherem um meio de deixarem a mar-ca de sua própria imagem para a posteridade. A primeira etapa dessa experiência foi dei-

xarmos a cargo de cada um a escolha do mate-rial que estabelecesse maior sintonia com sua personalidade. Depois do material e da técnica escolhidos, cada criança buscou a melhor for-ma de se representar. Embora o caos reinasse, como em um barracão de escola de samba, conseguimos nos organizar para que todos os canudos, tampinhas, argila, massinhas, tintas etc, encontrassem seus devidos lugares e apli-cações. Para felicidade geral, acabamos com

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trabalhos bem interessantes que gratificaram bastante as crianças, ajudando-as a construí-rem a ideia de que o autorretrato é o espelho do artista, uma possibilidade de mostrar ao mundo, não apenas a sua imagem externa, mas também seu estado de espírito e sua ma-neira de ver e fazer arte, uma forma de perma-necer no tempo, de buscar um contato íntimo consigo mesmo e de ajudá-los a construir sua identidade.

EXPRESSÃO CORPORAL Lembranças de um tempo... memórias. Pri-

meiro lembramos nossas regras de convivência e as especificidades da própria aula de Expres-são Corporal. Fizemos relaxamentos e aqueci-mentos organizando o corpo, entendendo sua estrutura, ritmo e tônus. Falamos de ossos, músculos e pele, buscando introduzir a consci-ência desses tecidos que compõem nosso cor-po e nos permitem desenvolver as possibilida-des motoras e articulares. Abordamos, tam-bém, o cuidado e a necessidade de preparar nosso principal instrumento para a aula. E começamos a procurar traduzir em movi-

mentos nossas lembranças e memória. De curto prazo, sequências de movimentos que eram repetidos de forma cumulativa em jogos lúdicos. Na roda, cada um criava um movimen-to que ia se somando ao movimento criado pelo amigo. Os movimentos iam formando uma se-quência que era repetida por todos enquanto durasse nossa memória coletiva. De longo pra-zo, lembrança de movimentos executados em momentos passados, que não se apagaram da memória. As crianças, depois de sensibilizadas, resgatavam e escolhiam uma lembrança grava-da na memória de cada um e, num jogo mími-co, íamos decifrando a cena que cada um re-presentava com seu corpo. Depois abordamos outra dimensão do Tem-

po, que foi a sua própria marcação com a movi-mentação do corpo. Utilizamos o cronômetro e marcamos o tempo de realização de determina-dos movimentos num espaço pré-definido. De-pois, com o metrônomo, realizamos movimen-

tos simples, seguindo o andamento proposto pelo aparelho. Assistimos, em DVD, ao espetáculo de dan-

ça 21, do grupo Corpo. O tempo é temática presente na coreografia e movimentação dos bailarinos. Aproveitamos essa apreciação para improvisar e dançar inspirados na trilha sonora especialmente composta pelo grupo UAKTI. No final do semestre, ensaiamos o baile que

fechava a peça "Guilherme Augusto Araújo Fernandes", apresentada na Mostra de Artes. E nos arriscamos com os passos de um co-

co, dança de roda acompanhada de cantoria, de influência africana e indígena, executada durante festas populares do litoral e do sertão nordestino, para a festa junina!!

MÚSICA Começamos o ano em ritmo de samba! En-

saiamos o samba enredo do bloco de carnaval (que virou um animado baile), assistimos a um

vídeo que mostra os principais instrumentos de percussão de uma bateria de escola de samba e conversamos sobre eles. Passado o carnaval, retomamos o estudo da

flauta doce soprano aprendendo “Asa branca” que foi escolhida por ser uma música conheci-da e tecnicamente viável para as crianças. A-pós a música ter sido aprendida sem o suporte de uma partitura, as crianças se dividiram em grupos com pelo menos uma criança já saben-do tocar bem a música. Assim, a mais experi-ente pôde ajudar seus colegas e, conforme outras crianças iam aprendendo, ampliava-se a rede de colaboração. Esse trabalho exigiu mui-ta atenção e concentração para decorar a músi-ca e companheirismo e paciência para traba-lhar em grupo. Sua organização nos permitiu uma atenção especial a algumas crianças que apresentaram maiores dificuldades. Nesse processo foi possível, também, uma

maior atenção às crianças novas, que estavam iniciando seus estudos da flauta doce. Terminado esse trabalho, começamos a es-

tudar “Canto do povo de um lugar”, de Caetano Veloso, que ouvimos e cantamos para que pu-déssemos tocar. A melodia foi trabalhada e, quando já estava bem aprendida, foi apresenta-do o arranjo, a quatro vozes, feito pela Manoela Marinho (professora das F2 e F5). As vozes foram sendo acrescentadas lentamente, de forma que todos tivessem a oportunidade de aprender as três primeiras, sendo a primeira a própria melodia da música. Sua divisão foi se dando gradual e espontaneamente, já que as crianças escolhiam, a cada aula, que voz iriam tocar. A divisão final foi cristalizada nas últimas aulas antes da Mostra de Artes, levando em consideração a fluência de cada um. A quarta voz, opcional e bem mais complicada, foi deixa-da para o fim. Devido a uma grande insistência, que se

transformou numa demanda da turma, foi apre-sentada a quarta voz, deixando o seu treino e o trabalho de realizá-la para quem quisesse. Mo-tivadas por este desafio, trabalharam a voz independentemente e o fizeram tão bem que acabou sendo definitivamente acrescentada à

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música. Quando a parte das flautas já estava mais

amadurecida, começamos a definir forma final do arranjo, acrescentando o canto. O resultado foi apresentado, com sucesso, para as outras turmas da escola e para as famílias na Mostra de Artes. Mais recentemente, começamos também a

fazer alguns exercícios preparatórios para o método “O Passo”, que ajudará na construção de ferramentas importantes para garantir uma maior qualidade e autonomia nos estudos de música. Terminamos o semestre ensaiando para a

festa junina e, no próximo semestre, retomare-mos o estudo da flauta doce e “O Passo” com dedicação total. A turma mantém como características a ma-

turidade e a organização, sem perder sua em-polgação e alegria. Como resultado dessa pos-tura, a produção musical cresceu, como vimos nos ensaios para a Mostra de Artes, quando conseguiu trabalhar muito bem e de maneira mais autônoma dividida em grupos. O desafio para o próximo semestre é manter a determina-ção e continuar focando a energia na sua pro-dução sem perder sua espontaneidade e moti-vação. Boas Férias!

TEATRO

“CUECA MUSICAL" Durante as duas primeiras semanas, apro-

veitando o clima de carnaval, selecionamos algumas marchinhas que consideramos mais teatrais, como "A marcha da cueca, "Daqui não saio" e "Me dá um dinheiro aí". Desafiamos as crianças a criarem, em grupos e dentro de suas possibilidades, uma cena que antecedesse o momento da música escolhida, seguindo o mo-delo do teatro de revista e dos musicais. Várias histórias surgiram para uma mesma marchinha, ou seja, a tal cueca foi reinventada diversas vezes, sempre com muito estilo e criatividade! Tamanha foi a farra, que a turma optou por

fazer um registro escrito, coletivo, das cenas da "Marcha da Cueca", que sem dúvida, foi a cam-peã do pré-carnaval musical 2009. Buscando um vínculo com o trabalho nas

aulas de Projeto, lemos o texto de Walter Ben-jamin, “A Torta de Amoras”, que nos fala sobre a relação da memória afetiva e sensorial. De-pois, apresentamos a história “Guilherme Au-gusto Araújo Fernandes”, de Mem Fox. Sua leitura foi definidora: os alunos ficaram bem empolgados, o que nos levou a adaptar o texto e ensaiá-lo para a Mostra de Artes. O mais difícil foi selecionar os personagens, pois todos queriam ser os velhinhos da história! Então, a saída foi colocar os narradores, também carac-terizados, contando a história. Com o afastamento da Raquel, Helena, que

já estagiava na escola, passou a se responsa-bilizar pelo trabalho, dando continuidade aos ensaios. Tínhamos um duro trabalho pela fren-te: uma peça longa, com muito texto, e com personagens um pouco distantes do universo das crianças. Somente durante o processo fomos nos dando conta do tamanho do desafio que propusemos às crianças. Mas a turma abraçou a proposta desde o

início, trazendo adereços para caracterizar os personagens e compondo tipos bem definidos e engraçados. Todos se empenharam ao máximo ultrapassando suas dificuldades, conquistando maior desenvoltura e habilidades na interpreta-ção. O resultado foi um sucesso, as crianças ficaram gratificadas e se divertiram muito na apresentação final.

CORAL Ar, respirar. Ritmo, pulsar. Beleza, usufruir. Prazer, sentir. Som, ouvir e soar. Som suave, forte, organizado e até mesmo

aleatório. Silêncio, prestar atenção e escutar.

Momento de falar e cantar; momento de es-cutar. Coral, tudo isso junto, lado a lado, ombro a

ombro. A uma voz, em união-uníssono. A mais vozes, em união-polifônica. Respirar junto: retomar o ar com a certeza de

que o outro irá sustentar a nota; sustentar a nota para que o outro possa retomar o seu ar. Concentrar-se individualmente para que o

grupo se concentre. Descobrir e superar novos limites, descobrir

novas possibilidades ao cuidar do som do con-junto, crescendo pessoalmente com e junto aos colegas. É basicamente isto o que queremos nos en-

saios do coral. Concomitantemente à preparação do reper-

tório, também fazem parte do nosso trabalho: - um trabalho de técnica vocal para desen-

volver e dominar, cada vez mais, o instrumento natural de cada um; - a consciência e controle da respiração co-

mo mola mestra do canto e da música; - a estimulação da consciência auditiva: abrir

os ouvidos para o mundo sonoro!; - a utilização lúdica e intuitiva de fundamen-

tos musicais como registros, intervalos, impul-sos e apoios, harmonia vocal, dinâmica e agó-gica e a energia adequada para executá-los Estes elementos são aplicados com base no

repertório que está sendo ensaiado no momen-to. Sempre com a visão de que o coral é um

espaço educacional e de desenvolvimento da sociabilidade, onde a música representa um objetivo que depende de cooperação e constru-ção coletiva, montamos um repertório aparente-mente pequeno, mas razoavelmente complexo, polifônico, que foi trabalhado no sentido de se realizar o melhor possível dentro das limitações de idade das crianças. Em função do projeto deste ano, preparamos

dois arranjos que abordam a questão do tempo, cada um à sua maneira: “Eu nasci há 10 mil anos atrás” de Raul Seixas e Paulo Coelho, e “Expresso 2222”, de Gilberto Gil, que conclui sua viagem embarcado no Trenzinho do Caipi-ra de Villa-Lobos, com texto de Ferreira Gullar. Essas letras foram apresentadas, na Mostra de Artes 2009, parcialmente, já que o foco inicial da aprendizagem foi da música. Ass letras se-rão apresentadas, na íntegra, no segundo se-mestre. Ao lado dessas novidades ligadas ao projeto, também aprendemos e apresentamos algumas músicas que já podem ser considera-das os “hits” do Coral da Sá Pereira: “Banana”, de Joyce, “Planeta Blue” de Milton Nascimento e Fernando Brant, e “La Bamba”, de Richie Valens, com a calorosa participação do público presente na cantoria. Como sempre, dividimos o repertório em músicas já conhecidas pelas crianças do quinto ano, que ajudam os do quar-to ano a aprendê-las e músicas novas, ligadas ao tema do projeto vigente. Todas com arranjos criados para o coral pelo nosso maestro. Na preparação para a festa pedagógica tive-

mos a oportunidade de “esquentar” fazendo um ensaio geral para as crianças dos primeiros anos onde aspectos como concentração, orga-nização e movimentação foram abordados. Na semana seguinte à estréia, as crianças pude-ram assistir a um video da apresentação, mo-

Page 7: Relatório do Primeiro Semestre / 2009 F4T...“A vida não é a que gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.” Gabriel Garcia Marques Iniciamos em

mento que é sempre esperado com muita exci-tação, e onde todos fazem uma autoavaliação, trocam sentimentos, críticas, sugestões e ob-servações a respeito de sua realização até o momento.

INGLÊS A F4T iniciou o ano com disposição e alegria!

Estabeleceu-se, de imediato, um vínculo bem positivo entre a turma e a “teacher”. Essa rela-ção serviu de incentivo e resultou em progres-sos e conquistas para todos. Depois de nos conhecermos melhor, um

pouquinho de samba misturado com salsa e rumba, ou seja, ao som da nossa pequena no-tável: Carmen Miranda. Seu centenário, o Car-naval e seu sucesso nos EUA foram os assun-tos que permearam nossos primeiros encontros de 2009. Um pequeno texto biográfico sobre a cantora serviu como modelo para as crianças retomarem o processo de escrita de pequenos textos autorais iniciado no final do ano passa-do. Essa prática transmite segurança, dando oportunidade de revisitar conteúdos já trabalha-dos anteriormente. Para acompanhar nossas aulas ouvimos, cantamos e assistimos ao vídeo “Weekend in Havana”. Os conteúdos aparecem no Quarto Ano de

maneira mais formalizada. É comum as crian-ças estabelecerem relações entre o aprendiza-do da gramática da Língua Portuguesa com a Inglesa. Surgem sempre exclamações do tipo: “Ah... mas a gente está vendo isso com a Ri-ta...!" ou “Você está falando de artigos, não é?” Essa comparação é muito tranquilizadora para eles. Para estabelecermos relações com o projeto

institucional, trabalhamos com a árvore genea-lógica de cada criança, nomeando e ampliando

noções como “family”, “generations”, “parents”, “grandparents”, entre outros. Esse vocabulário apareceu em músicas, textos, histórias e exer-cícios. Também cantamos e dançamos ao som de “Love Generation”, de Bob Sinclair e “We are family”, de Sisters Sledge. As noções de “nouns”, “articles” e

“adjectives” foram exploradas através de dife-rentes textos e exercícios no caderno. Finaliza-mos o semestre trabalhando um texto produzi-do com a contribuição de todos, no qual as crianças tiveram a oportunidade de fazer uso de todos os conhecimentos adquiridos. "See you all in August!"

EDUCAÇÃO FÍSICA Iniciamos o semestre com muita disposição e

alegria para as brincadeiras e jogos no Perei-rão. Queimado, pique-bandeira, futebol, bas-quete e handebol foram atividades que incenti-varam a cooperação, o espírito esportivo e a competição de forma ética. As crianças foram incentivadas a experimentar diferentes possibi-lidades de movimento, a persistir e ultrapassar os obstáculos. Tolerância e novas formas de solucionar os problemas foram aprendizados importantes. As regras dos jogos foram adaptadas ao

nosso espaço e às faixas etárias, para que pudéssemos executar diversas ações motoras como chutes, arremessos, saltos, corridas, equilíbrio, mudanças de direção e paradas bruscas que resultam em maior coordenação, noção de espaço, tempo, lateralidade e destre-za. Como, ao competir, estamos lidando direta-

mente com emoções e habilidades que cons-tantemente são colocadas à prova, alguns pro-blemas podem surgir, pois ganhar ou perder, se

relacionar com o colega e movimentar-se de forma segura no espaço ainda são um desafio. Além disso, as crianças puderam experimentar ajudar, brigar, questionar, reivindicar e organi-zar, reforçando o papel da Educação Física na vida para a aquisição e construção de valores. Os jogos e brincadeiras, as regras de convi-

vência, o respeito aos amigos, aos professores e às diferenças são aprendizados importantes para a nossa vida fora do universo esportivo. São crianças bastante afetivas e, cada vez

mais, vêm desenvolvendo as suas habilidades. Costumam argumentar quando se sentem in-justiçadas, expondo seus pontos de vista com clareza. Num dos recreios, trouxeram cordas, elásticos, amarelinha e experimentaram o quei-mado Rei e Rainha, que a avó do João jogava quando pequenina. Animadas e felizes com a realização de mais

um Pereirão sobre rodas, as crianças trouxe-ram seus patins, "skates" e patinetes e, num circuito adaptado a cada turma, foram desafia-das a testar seu equilíbrio, atenção, destreza, percepção do espaço e cuidado consigo e com o outro. Os casos de excesso de velocidade, ultrapassagens perigosas, tráfego na contra-mão, atropelamento de pedestres e avanços de sinal, eram multados com um minuto fora do circuito. As crianças foram estimuladas a em-prestar o brinquedo para as que não haviam trazido e a trocar de brinquedo com um colega. O sucesso foi grande! Para encerrar o semestre realizamos brinca-

deiras tradicionais juninas como bola na lata, corrida de saco, bola na boca do palhaço, limão na colher, entre outras, sempre buscando rela-cioná-las às regras de convivência e ao respei-to ao outro. Viva São João, São Pedro e Santo Antônio!