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ANGELA MENDONÇA 2017

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ANGELA MENDONÇA2017

“A gente não quer só comida,

A gente quer comida, diversão e arte.

A gente não quer só comida,

A gente quer saída para qualquer parte.

A gente não quer só comida,

A gente quer bebida, diversão, balé.

A gente não quer só comida,

A gente quer a vida como a vida quer.”

Titãs, Comida (1987)

Quem são os(as) adolescentesdos tempos de hoje? Aadolescência é um “tempo”histórico?

Como eles podem estar maispreparados para enfrentar omundo contemporâneo?

Quais são os desafios comque os profissionais quetrabalham com esse públicotêm de lidar?

O tempo da infância foi reduzido. Com amelhoria das condições de vida, saúde enutrição, a puberdade ocorre mais cedo, aeclosão de comportamentos sexuais tambémocorre mais cedo e a adolescência seprolonga nos seus limites inferior e superior,

indo dos 12 aos 30 anos.

ASPECTOS HISTÓRICOS

Leituras necessárias...

História da Educação no Brasil

DA OPORTUNIDADE AO DIREITO.. TRAJETÓRIA

HISTÓRICA

Antigamente..que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente que era

bom...

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Antigamente.. Que era

bom!

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

Atualmente.. É bom?

NO BRASIL..

QUESTÕES SOCIAIS QUE

LEVAM AO TRABALHO INFANTIL

A extrema pobreza – o aumento da renda per

capita tende a ser acompanhado por uma redução

no trabalho infantil;

A estrutura familiar – o aumento no número de

irmãos mais novos eleva a probabilidade de uma

criança/adolescente entrar no mercado de

trabalho;

A escolaridade dos familiares – quanto maior acesso

à educação dos familiares, maiores serão os salários

e, consequentemente, maior renda à família, desse

modo, a família não precisa alocar o tempo das

crianças em trabalho;

Os adolescentes enfrentam dificuldades para encontrartrabalho e nele se manterem, uma vez que além deinexperientes, encontram poucas oportunidades.

São impelidos a ocupação de um posto de trabalho para obteruma renda a fim de sustentar as despesas familiares ou aprópria sobrevivência, o que costuma comprometer apossibilidade de formação escolar e de maior qualificaçãoprofissional, as quais adiante provavelmente contribuiriampara a sequencia de sua carreira de trabalho.

I. Pobreza

II. Necessidade de colaborar com os pais ematividades econômicas realizadas no domicílio,

III. Desejo dos pais de que trabalhem,

IV. Necessidade de ganhar a vida por si mesmos,aliado a consideração de que é melhortrabalhar do que ficar ocioso.

V. Estratégia pessoal ou familiar de sobrevivênciado que uma iniciação que pode abrir as portaspara os bons empregos do mercado detrabalho no futuro

Os impactos de novas tecnologias aoseu anacronismo como critério deinclusão social e de poder político nasrelações sociais.

As recentes reviravoltas do mundo dotrabalho atravessam a vida dapopulação, produzindo formasespecíficas de vínculos que não têmcorrespondido a uma ampliação doacesso à dignidade humana porintermédio do direito a trabalho erenda.

Todos os segmentos, inclusive o dejovens, sofrem tais efeitos, respeitadassuas particularidades que não atenuame sim incrementam a problemáticaatual do trabalho.

“pra ajudar minha mãe eganhar o meu dinheirotambém” (E1);

“pra me manter nas roupas,comprar roupa, calçado, fazeruma festinha com os amigos”(E2);

“pra ajudar a minha família,um pouco também pra ajudara mim, comprar minhascoisas, que eu preciso “(E3).

A infância e seu lugar na história

1988 e construção de uma nova sociedade...

IGUALDADE JUSTIÇA SOCIAL

O seu propósito é contribuir para odesenvolvimento social e profissional doadolescente,mediante atividades teóricas epráticas desenvolvidas no ambiente detrabalho,oportunizando-lhe, assim, sua primeiraexperiência profissional.

Pressupõe a frequência ao ensino regular e prevêremuneração ao aprendiz, o programa contribuitambém para o aumento da renda familiar doadolescente, amplia seu interesse pela escola epromove a inclusão social.

Karl Marx, em sua obra O Capital, destacou as condiçõesvivenciadas pelas crianças que trabalhavam nas fábricas:

“[...] milhares de braços tornaram-se de súbito necessários.[...] Procuravam-se principalmente pelos pequenos e ágeis.[...] Muitos, milhares desses pequenos seres infelizes, desete a treze ou quatorze anos foram despachados para onorte. O costume era o mestre (o ladrão de crianças) vesti-los, alimentá-los e alojá-los na casa de aprendizes junto àfábrica. Foram designados supervisores para lhes vigiar otrabalho. Era interesse destes feitores de escravos fazeremas crianças trabalhar o máximo possível, pois suaremuneração era proporcional à quantidade de trabalho quedeles podiam extrair. (...) Os lucros dos fabricantes eramenormes, mais isso apenas aguçava-lhes a voracidadelupina. Começou então a prática do trabalho noturno,revezando, sem solução de continuidade, a turma do diapela noite o grupo diurno ia se estender nas camas aindaquentes que o grupo noturno ainda acabara de deixar, e vicee versa. Todo mundo diz em Lancashire, que as camas nuncaesfriam.” (1988, p. 875-876).

Jacqueline Palmade

Perda de fundamentos, transcendência;esfacelamento da religião, da moral, da ética, dosagrado; crise do saber e sua legitimação; valoressublimes invadidos por valores de mercado;enfraquecimento dos vínculos sociais e surgimentode um novo individualismo, gerador da perda dasreferências indispensáveis à constituição do vínculosocial;

• c1ivagem das identificações sociais, especialmentenas esferas tecnoeconômica, política e cultural,sendo que a primeira estaria contaminando asdemais;

• fragilização das basesidentitárias e suas variantes:perda da ancoragem douniverso simbólicosustentado pela história,tradição,genealogia familiar,ou seja, um núcleo estável ecoeso;

perda das mediações entre opsicoafetivo e o social; perdada relação de apoio sobre ospais, considerando aregressão do casamento e aambivalência nas relações delongo prazo.

o narcisismo das pequenas diferenças (tribos,segundo a denominação de Michel Maffesoli),o novo individualismo (idealização dosucesso pecuniário) e os intermináveisadolescentes,

Estimulados a fazer contatos e a viver emgrupos instáveis, móveis e transitórios, osadolescentes acabam desenvolvendo contatosnuma rede de estranhos íntimos que vai seconstituir num grupo-tribo de referência.

O narcisismo próprio da adolescência, aoinvés de ser promotor de diferenciação eindividuação do sujeito, pode levá-lo aoconformismo, ao desaparecimento de si nasrelações grupais.

O convívio generalizado com osubemprego, desemprego,rotatividade, condições precáriasde trabalho,

Poucas oportunidades deaprendizado e qualificaçãotécnica, socializa a maioria dosmenores para as pioresatividades do mercado detrabalho e impõe barreirasadicionais para o acesso aosbons empregos

Entrar na força de trabalho, para muitos,significa sacrificar um pouco o futuro, umavez que trabalham e estudam ao mesmotempo ou deixam a escola em função dotrabalho

Geralmente, os pais de ADOLESCENTES que trabalham,trabalharam também eles desde muito jovens e raramentefrequentaram a escola.

Ao ver muitos adultos desempregados ousubempregados, mesmo tendo estudo, consideram que émelhor que seus filhos aprendam um ofício além daescola, para não correr o risco de ficarem na mesmasituação.

Os adolescentes tendem a acreditar que o trabalho osvaloriza diante de si próprios e de seus pais, lhes permiteadquirir uma independência financeira e psicológica eajudar suas famílias, mesmo que essa aparente conquistatenha um preço a pagar um tanto quanto alto.

Os modelos irmãos-irmãs, amigo-cúmplice,ou seja, horizontais, levam à constituição emanutenção de personalidades semgenealogia, sem incorporar as diferenças degerações, e não proporcionam identificaçõesestruturantes, mas apenas identificaçõeslaterais e transitórias.

Quando a diferença das gerações é negada, énegada também a noção de passado, detempo e de história, ou seja, o própriosucesso de aprendizagem e educação perde osentido.

As referências vão se situar no hoje, noimediato, no agora, e mata-se a própriamemória.

Para muitos adultos anecessidade de permanecerjovem e companheiro, nãoassumindo o seu papel e asua autoridade, é umaforma de evitar seuspróprios conflitos psíquicos,

Adultos infantilizadosparecem ser um caso maisgrave que o de adolescentesinfantilizados.

O tipo de posicionamento dos pais, que fogem daautoridade, se modifica e assume um caráter maisinformal, mais horizontal, mais próprio da confraria,dos companheiros, dos cúmplices.

Alicerçado no complexo de culpa, a perda do vínculovertical traz consequências profundas na maneira deviver essa adolescência e no processo de individuaçãodesses adolescentes.

Os pais, por seu lado, buscando parecer modernos emelhorar os canais de comunicação com os filhosacabam adotando comportamentos (vestir-se,divertir-se) e atitudes (inclusive a linguagem) que sãopróprios dos filhos, dando origem a uma sociedade"adolescentrique", na qual as diferenças entre asgerações passam a ser negadas, reduzidas oupseudo-eliminadas.

A inserção precoce e DESPROTEGIDA dosadolescentes no trabalho é prejudicial ecustosa para o indivíduo e para a própriasociedade.

O investimento em maiores qualificação eescolarização implica maior estabilidadepessoal e social.

No interior da ConstituiçãoFederal e do ECA o trabalhoPROTEGIDO é reconhecido nãosó como um valor ético-moralpara a sociedade, mas tambémé registrado como uminalienável e necessário direitoindividual pelo qual o cidadãoé protegido, pode seemancipar e até fortalece oacesso aos demais direitos.

A educação, direito de todos e dever do Estado e dafamília, deve visar ao pleno desenvolvimento da pessoa,seu preparo para o exercício da cidadania e suaqualificação para o trabalho

A profissionalização é um direito fundamental inalienáveldos adolescentes, razão pela qual deve o Estado asseguraros meios necessários à sua implementação por meio depolíticas públicas eficazes.

A Constituição Federal estabelece como dever da família,da sociedade e do Estado assegurar ao adolescente, comabsoluta prioridade,o direito à profissionalização, dentreoutros direitos fundamentais

Um importante instrumento de profissionalizaçãode adolescentes, na medida em que permite suainserção simultânea no mercado de trabalho eem cursos de formação profissional, comgarantia de direitos trabalhistas eprevidenciários.

A aprendizagem deve ser implementada emconsonância com o princípio da proteção integraldo adolescente, devendo ser respeitada a suacondição peculiar de pessoa em desenvolvimentoe a capacitação profissional adequada aomercado de trabalho, sendo vedado o trabalhonoturno, insalubre, perigoso ou prejudicial à suaformação psíquica, intelectual ou moral.

Sistema de Garantiade Direitos Criança / Adolescente

Criança / Adolescente

SociedadeFamília

Poderes

Estado / Órgãos / Agentes Públicos

Sistema de Garantiade Direitos

Criança / Adolescente

Sociedade

Poderes

Estado / Órgãos / Agentes Públicos

Defensoria Pública

Sistema de Garantiade Direitos Desarticulado

Família

As emoções e as expressões faciais egestuais fornecem informações adaptativasde enorme relevância para a aprendizagem,elas são fenomenológicas porque sãosubjetivamente experienciadas e vivenciadas.

O cérebro humano integra inúmeros ecomplexos processos neuronais de produçãoe de regulação das respostas emocionais

Para que a aprendizagem ocorra, pelaimportância que tem a emoção na cognição(como sinônimo de razão), é necessário que secrie à volta das situações ou desafios (tarefas,propostas, atividades, etc.) de aprendizagem umclima de segurança, de cuidado e de conforto,algo que distingue a cognição social noshumanos, exatamente porque se operou, aolongo da evolução, uma grande expansãocerebral nas regiões temporais e frontaisresponsáveis pela percepção social e pelacomunicação.

As emoções estão mesmo intrinsecamenteenvolvidas nas funções de atenção, designificação e de relevância e valor social,relacional e motivacional que atravessam asvárias fases do processo de aprendizagem,dado que este não se opera de forma isoladaou espontânea, mas sim de formacompartilhada e continuada.

Em suma, as emoções precisam fazer partedas experiências de aprendizagem dequalquer “aprendiz’, pois a sua integraçãoefetiva e eficiente só se operaneurofuncionalmente quando a emoção e acognição estão em perfeita sintonia.

A formação técnico-profissional desenvolve-se por meio de

1-Atividades teóricas e práticas

2-Metodologias organizadas em tarefas decomplexidade progressiva desenvolvidas noambiente de trabalho

3-Garantia de direitos humanos e sociais

a) a adequacao das instalacoes fisicas e as condicoes geraisdo ambiente em que se desenvolve a aprendizagem;

b) a compatibilidade das atividades desenvolvidas pelosadolescentes com o previsto no programa de aprendizagemnas fases teorica e pratica, bem como o respeito aosprincipios estabelecidos pelo Estatuto da Crianca e doAdolescente;

c) a regularidade quanto a constituicao da entidade;

d) a adequacao da capacitacao profissional ao mercado de trabalho, com base na apuracao feita pela entidade;

e) respeito a condicao peculiar de pessoa emdesenvolvimento do adolescente;

f) o cumprimento da obrigatoriedade de osadolescentes ja terem concluido ou estaremcursando o ensino obrigatorio, e acompatibilidade da jornada da aprendizagemcom a da escola;

g) a ocorrencia de ameaca ou violacao dosdireitos do adolescente,em especial tratamentodesumano, violento, aterrorizante, vexatorio ouconstrangedor, bem como exploracao, crueldadeou opressao praticados por pessoas ligadas aentidade ou aos estabelecimentos onde ocorrer afase pratica da aprendizagem;

h) a observancia das proibicoes previstas no art.67 do Estatuto da Crianca e do Adolescente.

ANGELA MENDONCA

41 999219675

[email protected]