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LINHA DE CRÉDITO CONDICIONAL (CCLIP) PROGRAMA DE APOIO À GESTÃO E INTEGRAÇÃO DOS FISCOS NO BRASIL (PROFISCO BR-X1005) 1 AVALIAÇÃO DO PROFISCO E CENÁRIOS PARA A AMPLIAÇÃO DO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL Relatório do Workshop Temático sobre Gestão da Dívida Pública e dos Passivos Contingentes 1 Objetivo do Workshop: Identificar os principais avanços, resultados, desafios e lições aprendidas com o PROFISCO I e apresentar propostas para a ampliação do processo de modernização da gestão fiscal, a partir dos gaps e produtos não desenvolvidos e das novas tendências nacionais e internacionais. Local e Período: Brasília – 15 e 16 de Julho de 2014 A. AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA DO PROFISCO I. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO. O workshop teve início na tarde do dia 15 de Julho, com a apresentação dos resultados do processo de avaliação intermediária da Linha de Crédito PROFISCO (BR-X1005) 2 , conduzida pela Especialista do Banco, Cristina MacDowell, em conjunto com a Coordenadora do PROFISCO MG e representante da COGEF, Soraya Naffah. Esta apresentação abordou os seguintes temas 3 : (i) Avanços e situação dos projetos do PROFISCO; (ii) Diretrizes, desempenho, estratégias e ferramentas utilizadas pela linha de crédito; (iii) Cadeia de causalidade dos produtos, resultados e impactos, associada às evidências e indicadores; (iv) Legado e riscos de descontinuidades; (v) Desafios para o futuro. II. COMENTÁRIOS E SUGESTÕES. Ao final os participantes da plenária apresentaram as seguintes sugestões e comentários para aperfeiçoamento do processo de avaliação a) Tempos de preparação e desembolso. Separar os tempos do Banco e do Governo Brasileiro para empréstimos subnacionais. Verificar as regras fiscais da análise do Tesouro para os empréstimos subnacionais (LRF e Resoluções do Senado Federal). b) Produtos e resultados. Ajustar as tabelas para apresentar com percentuais (maior impacto). c) Aumento da arrecadação do ICMS (índice de crescimento). Esclarecer a construção do indicador. d) Lógica da avaliação. Apresentar os impactos antes dos resultados e produtos. 1 Equipe de elaboração e revisão: Luciana Pimentel (Consultora), Soraya Naffah (PROFISCO MG) e Sandra Machado (PROFISCO CE) 2 Relatório de Avaliação Intermediária I do PROFISCO, elaborado por FMM/CBR em conjunto com a COGEF/CONFAZ em junho de 2013 e parcialmente atualizado em maio de 2014. 3 Relatório do Workshop de Gestão Fazendária detalha o conteúdo dessa apresentação, assim como os comentários e sugestões coletados durante a plenária.

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LINHA DE CRÉDITO CONDICIONAL (CCLIP)

PROGRAMA DE APOIO À GESTÃO E INTEGRAÇÃO DOS FISCOS NO BRASIL (PROFISCO BR-X1005)

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AVALIAÇÃO DO PROFISCO E CENÁRIOS PARA A AMPLIAÇÃO DO PROCESSO DE

MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL

Relatório do Workshop Temático sobre Gestão da Dívida Pública e dos Passivos Contingentes1

Objetivo do Workshop: Identificar os principais avanços, resultados, desafios e lições aprendidas com o PROFISCO I e apresentar propostas para a ampliação do processo de modernização da gestão fiscal, a partir dos gaps e produtos não desenvolvidos e das novas tendências nacionais e internacionais.

Local e Período: Brasília – 15 e 16 de Julho de 2014

A. AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA DO PROFISCO

I. SÍNTESE DA AVALIAÇÃO. O workshop teve início na tarde do dia 15 de Julho, com a apresentação dos resultados do processo de avaliação intermediária da Linha de Crédito PROFISCO (BR-X1005)2, conduzida pela Especialista do Banco, Cristina MacDowell, em conjunto com a Coordenadora do PROFISCO MG e representante da COGEF, Soraya Naffah. Esta apresentação abordou os seguintes temas3: (i) Avanços e situação dos projetos do PROFISCO; (ii) Diretrizes, desempenho, estratégias e ferramentas utilizadas pela linha de crédito; (iii) Cadeia de causalidade dos produtos, resultados e impactos, associada às evidências e indicadores; (iv) Legado e riscos de descontinuidades; (v) Desafios para o futuro.

II. COMENTÁRIOS E SUGESTÕES. Ao final os participantes da plenária apresentaram as seguintes sugestões e comentários para aperfeiçoamento do processo de avaliação

a) Tempos de preparação e desembolso. Separar os tempos do Banco e do Governo Brasileiro para empréstimos subnacionais. Verificar as regras fiscais da análise do Tesouro para os empréstimos subnacionais (LRF e Resoluções do Senado Federal).

b) Produtos e resultados. Ajustar as tabelas para apresentar com percentuais (maior impacto).

c) Aumento da arrecadação do ICMS (índice de crescimento). Esclarecer a construção do indicador.

d) Lógica da avaliação. Apresentar os impactos antes dos resultados e produtos.

1 Equipe de elaboração e revisão: Luciana Pimentel (Consultora), Soraya Naffah (PROFISCO MG) e Sandra Machado (PROFISCO CE) 2 Relatório de Avaliação Intermediária I do PROFISCO, elaborado por FMM/CBR em conjunto com a COGEF/CONFAZ em junho de 2013 e parcialmente atualizado em maio de 2014. 3 Relatório do Workshop de Gestão Fazendária detalha o conteúdo dessa apresentação, assim como os comentários e sugestões coletados durante a plenária.

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B. CENÁRIOS PARA A AMPLIAÇÃO DO PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO

FISCAL

A plenária de abertura deste tema, no dia 16 de julho, contou com a participação de gestores e técnicos das distintas instituições envolvidas na execução do PROFISCO e na preparação de um novo programa fiscal. Fátima Cartaxo (PNUD) foi a moderadora da plenária.

Secretários de Estado: José Barroso Tostes Neto (Secretário de Fazenda do Estado do Pará e Coordenador do CONFAZ) e, os Secretários de Fazenda dos Estados do Rio de Janeiro, Renato Villela, da Bahia, Manoel Vitório, de Alagoas, Mauricio Toledo e do Rio Grande do Sul, Odir Tonollier.

Governo Federal: Luiz Palmeira (Coordenador Geral de Programas e Projetos de Cooperação da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda - COOPE/SE/MF)

BID: Daniela Carrera Marquis (Representante no Brasil), Gerardo Reyes (IFD/FMM), Cristina Mac Dowell, Ana Lúcia Dezolt, Patricia Bakaj e Emílio Piñeda (Especialistas Fiscais).

A análise dos cenários para a ampliação do processo de modernização da gestão fiscal foi iniciada com um relato de Daniela Carrera, destacando: (i) os avanços já alcançados pelo PROFISCO e sua relevância para as ações em andamento e para o futuro; (ii) os desafios para a gestão da dívida pública e dos passivos contingente, principalmente aqueles relacionados com a realização de intervenções inovadoras e de impacto nas áreas de previdência pública e de PPPs, para que mitigação dos riscos de novos passivos contingentes; (iii) a importância dos temas abordados pelo PROFISCO, para o Brasil e para toda a região.

Em seguida, o representante do Ministério da Fazenda, Luiz Palmeira, cumprimentou os participantes pela prospecção de novas intervenções para modernização da gestão fiscal, ressaltando que a linha de financiamento do PROFISCO não é endividamento, mas investimento, com retorno para o mutuário, uma vez que os produtos financiados trazem retorno do investimento, para a gestão pública como um todo.

Finalmente, José Tostes, ressaltou os avanços extraordinários com os programas apoiados pelo BID desde o PNAFE. O apoio à implantação do SPED e da NF-e, que estão elevando a administração fiscal a um novo patamar, determinante para as receitas tributárias dos Estados, inclusive ampliando a participação nas receitas federais. Um novo programa deverá propiciar oportunidades de modernização em outras áreas além daquelas alcançadas pelo PNAFE e pelo PROFISCO: cinco workshops e mais um seminário de consolidação, com ênfase nas áreas financeira, dívida e contencioso, estão sendo realizados, em busca desse objetivo.

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C. NOVAS TENDÊNCIAS, MELHORES PRÁTICAS E RECOMENDAÇÕES PARA A GESTÃO DA DÍVIDA E DOS PASSIVOS CONTINGENTES.

I. O PROBLEMA FINANCEIRO DOS EE&MM (MAIS ESTADOS). Este foi o tema abordado na palestra do economista e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Raul Velloso. Inicialmente, o palestrante informou que a apresentação consolida os resultados já observados de um Trabalho em andamento e, em seguida, enfatizou que o Governo Federal faz forte controle sobre o endividamento subnacional e que existem suficientes instrumentos de controle, mas sempre há que se considerar os impactos políticos. A abordagem sobre a dívida pública foi dividida em duas fases, a saber:

1ª FASE (Até 2008). Última renegociação – contrato prevê pagamento (11 a 13% da receita primária) com transferências. Principal ente é o MF – controles (camisa de força sobre a gestão financeira de estados e municípios), garantindo a geração de elevados superávits primários. Programas assinados – meta de fazer elevado resultado primário. Restaram casos críticos com resíduo impagável (projeções - comprometimento da receita muito elevado). Relação dívida receita caiu muito nesta fase e foi importante para mudar a avaliação de risco do país.

Contraste com o problema da dívida residual. A relação DIV/REC vem caindo. Há que se diferenciar os Estados que têm dívidas residuais dos que não as têm para montar cenários para investimentos. O foco era obter resultado primário e controlar – reduzir a dívida dos entes federados. A LRF foi feita para controlar estados e municípios e os contratos foram mais fortes. Na LRF merecem destaque: (i) o controle do gasto de pessoal (já havia em outras leis), (ii) proibição de novas renegociações de dívida (não existia) e (iii) a proibição de apresentar restos a pagar sem caixa no último ano de mandato.

2ª fase de 2011 a 2014 (após a crise de 2008 – 2009/2010 – transição). O Secretário do Tesouro avisou que a política de superávits primário havia mudado. Mudança do foco – da dívida para a questão macroeconômica. Reflexão: A política é a mesma ou vai continuar? Cobrança dos mercados financeiros (agências de risco) e de parte da opinião pública, para que a União revele se vai controlar mais a dívida (passado) ou não.

Novas autorizações de empréstimos (novo ciclo – na 1ª fase houve um ciclo em volume menor), com um grande volume de empréstimos (visão de futuro), inclusive para estados com dívidas residuais impagáveis. LRF – proíbe esta prática, sendo assim seria necessária uma nova renegociação. Estados que representam 70% da dívida apresentam resíduo (RJ, SP, RS, MG, AL....). Estudo em andamento: Impacto sobre os gastos primários. Endividamento para investimentos e não para pagar pessoal. Política anticíclica em investimentos. Há mais de R$ 30bi em empréstimos externos dos Estados em andamento na COFIEX ainda não aprovados no Senado. O que fazer com o pipeline herdado? Difícil o governo deixar de dar uma satisfação ao mercado sobre qual o superávit que se vai buscar

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(União, estados e municípios). Superávit atual e sustentável – viável – realizável (sem contabilidade criativa e medidas emergenciais)?

Em seguida foram apresentados vários gráficos com evidências acerca dos temas expostos (ver anexo no final deste relatório), cabendo destacar:

GRAFICO 1: Receita e despesa na 1ª fase cresciam 9% acima da inflação (IPCA). Na 2ª fase, sem mudança de política do lado do gasto a despesa caiu a 6,4%, já a receita após os níveis elevados está querendo se recuperar. Problema atual da União: crescimento do gasto acima da receita (6,4% e 2,1%). Projeção: inverter, crescimento do gasto em 4% (mesmo em ano eleitoral) e crescimento da receita 6,1%.

GRÁFICO 2. Resultado da mudança da 2ª fase. A nova política demonstra que é necessário derrubar o superávit primário, para tentar ativar a economia.

GRÁFICO 3. Confirma os dados da União de queda de receita do superávit primário. Compensação pelas desonerações – empréstimos, especialmente em ano eleitoral.

GRAFICOS 4 e 5. Apresenta um alerta. Elevação dos gastos de pessoal em detrimentos dos investimentos.

GRAFICO 6. Poupança em conta corrente versus operações de crédito.

GRAFICO 7. DCL / RCL. Os indicadores de dívida não são ruins porque está apenas no início um novo ciclo de endividamento.

GRAFICO 8. Operações de crédito de estados e controladas. Mudança grande de política. Observação. Comprometimento de receita com PPP em geral está abaixo do limite de 5%.

II. COMENTÁRIOS E SUGESTÕES. Durante os debates na plenária foram apresentados comentários e sugestões acerca dos temas a seguir destacados.

a) Rio de Janeiro. O Estado gostaria de acompanhar o estudo. Quem tem resíduo tem trajetória diferenciada (aprofundar análise desses estados). Analisar cláusulas contratuais específicas. Valeria a pena entrar em mais detalhes nos casos críticos. Qual a diferença entre as duas fases? Antes o diagnóstico se aplicava a todos e a política se aplicava a todos. Agora o diagnóstico é diferenciado. O governo federal precisa adotar políticas diferenciadas e não consegue vender isso para a população. No Brasil o tratamento isonômico é muito importante para a federação. Taxonomia mais aderente aos casos específicos. O RJ se dispõe a ajudar.

b) Alagoas. Dívida. O Estado tem um resíduo com um perfil diferente, por exemplo, da Prefeitura de SP. A medida provisória já aprovada (SELIC) é uma medida saneadora e deverá baixar os resíduos (Tratamento diferenciado - IGP-DI). O endividamento foi uma troca (redução de receita) e a redução das

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despesas correntes (pessoal – vegetativa, vinculações como na área de educação) é difícil (não se pode reduzir gasto com pessoal). Gostaria de saber do resultado do estudo. Despesa com pessoal contamina outros estados. Como os estados estão lidando com o descumprimento da LRF? Discutir o papel de cada ente no risco (Congresso, União, Estados). Ex: vinculações do gasto com pessoal (FUNDEB). Previdência. Previdência complementar e fontes para financiamento do déficit. Distribuição de royalties - Fonte de financiamento dos déficits previdenciários. Vinculação de recursos para educação e saúde – apenas cumprimento de decisão política. Levantamento do volume do déficit previdenciário. Mapeamento do processo de dívida. Quais os indicadores? Onde está o problema?

c) Santa Catarina. Alguns Estados deixam de efetuar investimentos com recursos próprios para utilizar operações e crédito (gráfico da Poupança). Sugestão para aprofundar a relação do resultado primário com autorizações para contratação de operações de crédito. Exemplo: RJ – queda do resultado primário com aumento de investimentos. Fato mais favorável do que o aumento dos gastos correntes (pessoal).

d) Bahia. No Estado, desde 2007, o déficit previdenciário (aporte que o governo faz para cobrir o excesso – despesas de pessoal) cresceu mais de 25%. Gastos com educação e saúde (não pode incluir as despesas com déficit previdenciário – na BA maior parte na educação). Problema mais explosivo na BA que o problema da dívida. Este problema pressiona outros gastos. OBS: No caso do RJ os royalties de petróleo cobrem esses gastos. Alternativas de solução – compensação previdenciária. Melhoria do gasto e inclusão de novas receitas. Prazo prescricional no caso da BA pode gerar grandes perdas na recuperação. Fundo previdenciário precisa de capitalização.

D. ANÁLISE DO NOVO CONTEXTO FISCAL E DA VISÃO ESTRATÉGICA DA GESTÃO DA DÍVIDA E DOS PASSIVOS CONTINGENTES

Este tema foi desenvolvido a partir de um painel integrado por atores estratégicos dos governos estaduais e do governo federal.

I. José Tostes - Secretário de Fazenda do Estado do Pará e Coordenador do CONFAZ.

Excelente introdução do Prof. Raul Velloso. Relatos sobre o contexto na 1ª fase (até 2008) e a partir de 2008, implantação das políticas anticíclicas, com aumento do volume de investimentos. Dados da trajetória ascendente das operações de crédito. Este contexto requer um maior controle da gestão da dívida e da aplicação dos recursos – operações de crédito e investimentos. Demora na aprovação do projeto de lei em razão da repercussão nas agências de avaliação que avaliaram como uma “farra fiscal”. Importância da gestão do risco fiscal de PPPs.

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II. Odir Tonollier – Secretário de Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul. Políticas anticíclicas. Utilização dos recursos públicos (aumento da despesa) para estimular investimentos. Lei-PAF. Propósito de organizar as despesas dos estados. Relação DIV/RCL confirma esta informação. Revisão da LRF na parte da proibição se faz necessária – Aguardando aprovação. Esta medida vai influenciar no perfil da dívida e não na formação de resíduos. Quase como o contexto de 1997, apenas sem o caos. Que exige uma renegociação (estados – governo federal). A formação de resíduos está prevista na Lei, faz parte do contrato e tem previsão de novo contrato para que ele seja pago. A formação de resíduos não é má gestão. No caso do RS o patamar atual dos resíduos (mantido o crescimento da receita) é administrável e poderá ser drasticamente reduzido. O RS sem aprovação da nova Lei estaria devendo em 2027 o mesmo valor do início do contrato. Até 2010 o RS (12 anos) não teve acesso a qualquer recurso e perdeu espaço na economia. A partir de 2011, em função do crescimento da receita, o Estado entrou em um ciclo de investimentos com recursos de operações de crédito. Análise Investimentos - RCL. Investimentos são obras e assemelhados (4320). Não é possível que se trate gastos com educação como se fosse consumo. No RS estão sobrando escolas (redução do tamanho das famílias). Os postos de saúde foram objeto de muitos investimentos. Gastos com educação não são um gasto meio.

III. Mauricio Toledo - Secretário de Fazenda do Estado de Alagoas. Contextualização das demandas de empréstimos. Investimento anual do estado quase se equivale aos recursos aplicados no pagamento da dívida. Operações de crédito foram necessárias para manter os investimentos. Problema está no freio – problema de descontinuidade, caso a economia não melhore. Desenvolvimento e equilíbrio da federação. Discussão do FPE não abordou os temas mais relevantes. Diferenças da receita pública entre os estados. Piso salarial, salário mínimo igual, oferta de serviço público de entes distintos (menor receita). Dívida é consequência de todos esses fatores. Modelos de PPP. Evidenciar um modelo onde fique clara a visão de longo prazo (subsídio). Mais saudável – um investimento público inicial maior. Previdência é o maior problema. Dívida pública é conhecida e discutida, o que não ocorre com o déficit da previdência. Modelo que permita calcular o déficit e seus riscos, com posterior discussão das fontes de financiamento. Venda de Ativos – solução nacional para não repetir o erro da Lei 6497. Precatórios. Importância para chamar a atenção para o que não deve ser judicializado. As demandas judiciais têm origem no controle dos gastos. Contratos e convênios devem ser tratados em conjunto. Ex: Prestação de contas e registro contábil de convênios.

IV. Manoel Vitório - Secretário de Fazenda do Estado da Bahia. Relação DIV/RCL. No caso da BA, atualmente está em 0,5. Importância de investimentos, com responsabilidade fiscal. Deterioração da situação da previdência. Não vai explodir, mas é uma doença que vai avançando rapidamente. No caso da BA a área de educação e saúde são as maiores responsáveis pelo déficit, mas as despesas não podem ser incluídas nos respectivos percentuais (Educação – de 25% se elevaria para 30%). Forma de compensar – Operações de crédito. Venda de ativos para constituição de fundo específico. Necessidade de regulação para execução por meio dos bancos oficiais. Compensação previdenciária

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(Regime Geral e Regime Público). Grandes volumes de recursos a receber da União. Prazo prescricional de 5 anos (Supremo). Processo a processo. Cruzamento de bancos de dados de pessoal do estado e da previdência. Este recebível poderia ser como garantia para a União. Relação causa-efeito (a exemplo da dívida). Análise de impacto previdenciário para reajustes de servidores, ações judiciais, etc. PPP. Mecanismo de melhoria do serviço público. Problema – Modelo de gestão de PPP.

V. Renato Villela - Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. Apresentação do Raul Velloso. Não passou para a 2ª fase – continua preocupado com o resultado primário. Resolução do senado, LRF não mudaram – Importância de analisar os contratos. Desenho do programa. 1. Gestão de dívida – novo espaço fiscal tornou mais relevante (oferta de crédito de bancos públicos e privados, nacionais e internacionais). Unidade qualificada para gestão da dívida. RJ investiu muito na área, com sistemas e qualificação de pessoal – vitórias nas discussões, abordando TIR, etc. União como garantidor acompanha tudo. Recomendável fazer avaliações (ver diagnósticos de outras instituições financeiras internacionais) – Metodologia reconhecida – DeMPA (pontos fortes e pontos fracos). 2. PPP. Critérios para definição e escolha - não tem recursos. Papel da área fiscal – RJ: Metodologia de análise econômico-financeira (análise dos custos explícitos e despesas contingentes, em planilha excel). Não ter fundo garantidor ajuda muito – Processo “não sai”. 3. Risco orçamentário. Legislação antiga – Não tem orçamento por resultado, não consegue medir a efetividade e a eficiência do gasto. Vinculações orçamentárias são políticas públicas preguiçosas. Solução. Conhecer o problema. Ver soluções adotadas por outros países – ver modelo em excel. Observação: Desvincular a contabilidade da política pública. O gasto deve ser vinculado ao resultado.

E. DESENHO DA GESTÃO DA DÍVIDA PÚBLICA E DOS PASSIVOS CONTINGENTES

I. Proposta do grupo técnico. A proposta de desenho para este tema foi apresentada pela Coordenadora do GEFIN, Célia Carvalho. O resumo a seguir apresentado incorpora as propostas de aperfeiçoamento coletada durante a plenária, com destaque em vermelho.

RESULTADO 1: MELHORIA DA GESTÃO E DA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA

Indicadores de resultado Produtos

(i) Debt management performance assessment

(DeMPA)

i) Sistema de gestão da dívida implantado

(ii) Indice de endividamento (DCL/RCL) ii) Módulos do sistema implantados:

a. Relatórios Gerenciais consolidados para o PAF

b. Simulação e administração de contratos

c. Registro e controle de atividades

d. Integração ao Sistema de Administração

Financeira

iii) Servidores capacitados

iii) Índice de avaliação do custo do pagamento em

atraso (metodologia da STN)

(iv) Índice de risco da dívida pública (STN)

(v) Average Time Maturity (STN)

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RESULTADO 2: AUMENTO DOS INVESTIMENTOS E DOS SERVIÇOS E QUANTIFICAÇÃO DO RISCO EM PPP

Indicador de resultado Produtos

(i) Grau de acerto de projeção e quantificação dos

passivos (PPPs)

(i) Metodologia de analise de impacto financeiro das

PPPs no caixa do estado

OBS: Na ausência de linha de base o indicador de

resultados pode ser definido a posteriori

(iii) Metodologia de elaboração e implantação de um

fundo garantidor (características)

(iv) Modelo de garantia implantado

(v) Modelo de analise de viabilidade de riscos fiscais

(vi) Servidores capacitados em analise do impacto

financeiro de PPP

RESULTADO 3: MITIGAÇÃO DE RISCOS PREVIDENCIÁRIOS

Indicador de resultado Produtos

(i) Grau de acerto na identificação e quantificação dos

passivos previdenciários

(i) Modelagem de fundo de pensão ou previdência

complementar elaborada: (Legislação, Comitê de

Investimento Fundos e plano de custeio e benefícios

definidos)

OBS: Na ausência de linha de base o indicador de

resultados pode ser definido a posteriori

(ii) Metodologia de avaliação financeira e atuarial

implantada

(vi) Servidores capacitados em avaliação financeira e

atuarial

RESULTADO 4: MELHORIA DA QUALIDADE DA INFORMAÇÃO DOS PRECATÓRIOS

Indicador de resultado Produtos

(i) % Precatório monitorado pelo sistema (i) Sistemática de Acompanhamento de Precatórios e

RPVs implantado

OBS: Na ausência de linha de base o indicador de

resultados pode ser definido a posteriori

(ii) Modulo de Relatórios gerenciais implantados

RESULTADO 5: MONITORAMENTO DE RISCOS NA PROVISÃO DE PRECATÓRIOS E RPVS NA LDO

Indicador de resultado Produtos

(i) Grau de acerto na identificação e quantificação desses

passivos

(iii) Modulo de simulação para provisão implantado

OBS: Na ausência de linha de base o indicador de

resultados pode ser definido a posteriori

(iv) Módulo de registro e controle de atividades dos

processos

OBS: Revisão da legislação de pessoal que gera

Precatórios / RPV.

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I. Comentários e sugestões. Durante as discussões da plenária foram apresentadas as seguintes sugestões e comentários para aperfeiçoamento do desenho proposto:

a) Gestão de pessoas. Avaliação do problema de pessoal - área financeira não tem carreira, não tem força política, força de trabalho insuficiente, etc; É preciso que o quadro de servidores saiba falar a língua dos Bancos – Capacitação (RJ)

b) Gestão orçamentária. Avaliação do problema do risco orçamentário - Legislação antiga (L 4320); Promoção do orçamento por resultado, caso contrário não é possível medir a efetividade e a eficiência do gasto; Realização de estudos para conhecer soluções adotadas por outros países (Desvincular a contabilidade da política pública - gasto deve ser vinculado ao resultado) RJ.

c) Gestão da dívida. Realização de avaliação da dívida com metodologias reconhecidas (DeMPA) - algumas instituições multilaterais promovem avaliação da dívida como passo inicial para financiamento. (RJ); Implantação de sistemática de tratamento dos resíduos da dívida (RS); Criação de guide book, a exemplo do modelo do Bando Mundial para a Gestão da Dívida; Discussão da tramitação de pedido de empréstimo no governo federal, com objetivo de diminuir prazos (AL); Realização de mapeamento do processo da dívida (AL).

d) Gestão previdenciária: Realização de estudo sobre previdência complementar (AL); Definição de modelo de gestão da dívida previdenciária, que permita calcular o déficit e seus riscos, com posterior discussão das fontes de financiamento (AL); Implantação de análise de impacto previdenciário para reajustes de servidores, ações judiciais, etc (BA); Implantação de sistemática de compensação previdenciária com cruzamento de bases de dados de pessoal do estado e da previdência para auxiliar no saneamento dos gastos (BA); Realização de estudo para analisar a possibilidade de venda de ativos para constituição de fundo específico (necessidade de regulação para execução por meio dos bancos oficiais) (BA).

e) Gestão de PPP: Definição de modelo onde fique clara a visão de longo prazo (AL); Definição de modelo de gestão de PPP (BA); Definição de critérios para seleção de projetos (RJ); Definição de metodologia de análise econômico-financeira (análise dos custos explícitos e despesas contingentes) (RJ).

f) Gestão de precatórios: Ampliação do escopo para ações judiciais como um todo e controle do gasto público - origem das demandas judiciais (AL); Implantar sistema de controle para identificar o que não precisa ser judicializado (AL); Implantação de sistemática de acompanhamento dos processos judiciais com um todo (Fazenda Ré – Procuradorias Estaduais); Realização de estudo para analisar a limitação do sigilo fiscal na divulgação de riscos fiscais; Implantação do monitoramento de riscos fiscais; Implantação do PGE-Net com módulo integrado; Implantação de sistema de controle de convênios e contratos (AL).

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g) Gestão de custos. Realização de estudos para analisar os distintos modelos (Exemplos: Governo federal, estado de SP e estado da BA) e a dificuldade decorrente da inexistência do orçamento por resultados e da incorporação da prática na alocação dos recursos pelos gestores; Avaliação dos requisitos para adaptação às novas normas de contabilidade e ao novo sistema financeiro.

h) Produtos obrigatórios – importantes para a área financeira.

O GEFIN poderia utilizar suas reuniões para elaborar as especificações técnicas dos produtos inovadores e obrigatórios.

Compartilhamento do conhecimento e escuta aos técnicos da área financeira (GEFIN) para definição das prioridades para financiamento.

Os produtos obrigatórios podem ser a fonte para a cesta de indicadores, a exemplo do componente de administração tributária, com os produtos do SPED e do cadastro, propostos pela Receita Federal. No caso da área financeira, para o PROFISCO I, a STN não aceitou a obrigatoriedade de produtos. Se o objetivo da linha de crédito é fechar a brecha que existe entre as administrações tributárias deveria haver uma linha de base de indicadores comuns.

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ANEXO – GRÁFICOS (Apresentação Raul Velloso)

Gráfico 1.

Gáfico 2.

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LINHA DE CRÉDITO CONDICIONAL (CCLIP)

PROGRAMA DE APOIO À GESTÃO E INTEGRAÇÃO DOS FISCOS NO BRASIL (PROFISCO BR-X1005)

12

Gráfico 3.

Gráficos 4 e 5.

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LINHA DE CRÉDITO CONDICIONAL (CCLIP)

PROGRAMA DE APOIO À GESTÃO E INTEGRAÇÃO DOS FISCOS NO BRASIL (PROFISCO BR-X1005)

13

Gráfico 6.

Gráfico 7.

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LINHA DE CRÉDITO CONDICIONAL (CCLIP)

PROGRAMA DE APOIO À GESTÃO E INTEGRAÇÃO DOS FISCOS NO BRASIL (PROFISCO BR-X1005)

14

Gráfico 8.