relatÓrio de atividades€¦ · tal projeto irá preencher o vácuo observado no segmento...

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

RCR Nº8 /2009

Requerimento de Comissão de Representação Externa para a criação da Ferrosul no Estado do Rio Grande do Sul.

Processo nº 21003-01.00/09 7 ALRS

Composição da Comissão:

Deputado Jerônimo Goergen – PP - (Coordenador)

Deputada Zilá Breitenbach – PSDB

Deputado Gilberto Capoani – PMDB

Deputado Adroaldo Loureiro – PDT

Deputado Fabiano Pereira – PT

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DA COMPOSIÇÃO DA MESA DIRETORA DA ASSEMBLÉIALEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PRESIDENTE: Dep. Ivar Pavan - PT

1º VICE-PRESIDENTE: Dep. Luciano Azevedo - PPS

2º VICE-PRESIDENTE: Dep. Francisco Appio - PP

1º SECRETÁRIO: Dep. Giovani Cherini - PDT

2º SECRETÁRIO: Dep. Nélson Härter - PMDB

3º SECRETÁRIO: Dep. Paulo Brum - PSDB

4º SECRETÁRIO: Dep. Cassiá Carpes - PTB

1º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Miki Breier - PSB

2º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Raul Carrion - PCdoB

3º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Dep. Marquinho Lang - DEM

4º SUPLENTE DE SECRETÁRIO: Adão Villaverde - PT

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REQUERIMENTO DE COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO

EXTERNA N.°8/2009

Excelentíssimo Senhor Deputado Ivar Pavan,

DD. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Senhor Presidente:

As Deputadas e os Deputados que subscrevem este requerimento

vêm, perante Vossa Excelência, nos termos dos artigos 75, e

especialmente, 89 e 90 do Regimento Interno desta Casa Legislativa,

requerer a instalação de Comissão de Representação Externa com a

seguinte denominação “Comissão de Representação Externa criação da

Ferrosul” a fim de obter informações através de audiências públicas jnto

aos municípios gaúchos sobre necessidades locais e sugestões para

implantação desta ferrovia pública. Tais debates constituen-se em

importante instrumento de participação regional que reforçam a

necessidade do fortalecimento do sistema de logística no Rio Grande do

Sul.

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Justificativa

A integração logística do Estado do Rio Grande do sul é uma

necessidade real e intransferível. A adesão do Governo gaúcho ao projeto

para implantação de empresa pública ferroviária, composta pelos Estados

que fazem parte do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul

(CODESUL), tornou-se um passo inevitável para a retomada da

interligação ferroviária de nosso Estado. Tal projeto irá preencher o

vácuo observado no segmento logístico do RS, levando a uma expressiva

região uma nova realidade, da efetiva competição com demais regiões do

país que já possuem interligação modal rodoviária, hidroviária e

ferroviária.

A implantação da Ferrosul consistirá em mecanismo impulsionador

do desenvolvimento econômico do Estado, onde haverá tanto o

escoamento da produção como também o retorno de insumos para o RS.

É importante referir que nosso Estado ressente-se de uma logística de

transportes que uma modais competitivos, modernos e eficientes, sendo o

que este projeto apresenta. As nações desenvolvidas no planeta já há

muito apoian-se na multimodalidade e esta oportunidade surge para o RS

como inevitável neste momento.

Falamos da implantação de um sistema onde o custo acessível é

uma realidade no que se refere ao escoamento da produção e para as

demais funções do transporte intermunicipal e interestadual. A conexão 4


deste nova malha com a ferrovia Norte-Sul irá interligar concretamente o

Brasil, assim como conectá-lo nos trilhos com o Mercosul. O impacto

inicial representado em estudos revela que 238 municípios gaúchos vão

ser beneficiados economicamente. Vemos como componente agregador,

o potencial que este projeto possui para corrigir o equívoco praticado da

abstenção feita pelo Estado no investimento permanente na malha

ferroviária, o que nos parece que começa a ser corrigido com louvor no

projeto Ferrosul.

A presente Comissão tem por finalidade fazer o levantamento das

necessidades regionais de nosso Estado, para que se possa construir um

projeto sólido, igualitário e integrado dentro de um novo momento do

sistema logístico do Rio Grande do Sul.

Nestes termos,

pede deferimento.

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O sucateamento e a retomada das Ferrovias no Brasil

Depois da privatização, a malha ferroviária brasileira encolheu.

De fato, a própria Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT),

órgão regulador do setor ferroviário, mostra-se preocupada com a

redução da malha ferroviária brasileira de 28,8 mil quilômetros, antes da

privatização, para cerca de 10 mil quilômetros de trilhos, depois da

privatização. A fiscalização sobre as concessões ferroviárias federais,

efetivamente, escapa à alçada do Governo do Estado, mas esta situação

precisa ser enfrentada e está sendo.

Milhares de trechos ferroviários em todo o Brasil, realmente, foram

abandonados depois das privatizações. No Sul do país, populações de

várias regiões lutam para reativar estradas de ferro. A futura Ferrosul terá

como uma de suas tarefas tornar possível a volta à operação desses

trechos nos quatro estados do Sul. Assim como linhas foram desativadas

também o patrimônio e a memória ferroviária, construídos ao longo de

séculos, foram relegados ao abandono pelos concessionários privados. A

Ferroeste alia-se aos ferroviários e amantes do trem com ações concretas

pela preservação dos bens materiais e imateriais da cultura ferroviária

nacional. Neste sentido o parlamento gaúcho e o Rio Grande do Sul

como um todo ingressaram neste projeto que torna-se realidade.

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O objetivo da criação da Ferrosul – a partir da atual plataforma

da Ferroeste e de seus novos ramais – é integrar os Estados do Sul (PR,

SC, RS e MS) através de uma operadora ferroviária pública de

propriedade dos quatro Estados. O presidente da Ferroeste, Samuel

Gomes, considera que o apoio dos deputados ¨demonstra cabalmente que

a transformação da estatal paranaense em uma empresa pública de quatro

Estados, nos moldes do BRDE, está na agenda do legislativo gaúcho.

O ponto de partida para a criação da Ferrosul no RS aconteceu

durante audiência pública no município de Nonoai, em 8 de outubro de

2009. Na ocasião, seis associações de municípios apoiaram o evento :

Associação dos Municípios da Zona de Produção (Amzop), Associação

dos Municípios do Alto Uruguai (Amau), Associação dos Municípios

Celeiro do Rio Grande (Amuceleiro), Associação dos Municípios do

Planalto Médio (Amuplam), Associação dos Municípios do Alto Jacuí

(Amaja) e Associação dos Municípios das Missões (AMM). Um apoio

expressivo que resultou na completa adesão do executivo ao projeto,

manifestado pelas secretarias de Infra-Estrutura e Logística e da

Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Casa Civil e pela

governadora do Estado. Foi elaborada a “Carta de Nonoai” que

manifestou oficialmente o apoio regional em favor da necessidade

criação da Ferrosul.

Todos entenderam a importância do momento tendo em vista a

perspectiva de sairmos do isolamento ferroviário com a ligação do Porto 7


de Rio Grande no Rio Grande do Sul, com o Porto de Paranaguá no

Paraná. A extensão deste ramal da Ferroeste trará uma ¨alternativa

comercial¨ tanto para exportar a produção regional, de milhões de

toneladas de grãos, quanto para a importação de insumos agrícolas.

Audiência pública realizada no dia 11 de setembro no município de

São Jorge do Oeste, no Sudoeste do Paraná, revelou estudo técnico,

econômico e sócio-ambiental confirmando as projeções do potencial de

cargas das regiões abrangidas. Da reunião saiu a ¨Carta de São Jorge do

Oeste¨ reafirmando a determinação de ¨perseguir o sonho de uma

ferrovia que integre as economias do Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul através da expansão da Ferroeste¨. O prefeito de Nonoai,

João Rubin, que participou da audiência no Paraná, representando pela

primeira vez os municípios gaúchos, saiu da reunião convencido de que

era necessário colocar o Norte e Noroeste de seu Estado ¨no mapa da

Ferroeste¨. O estudo preliminar de viabilidade do ramal até Chapecó foi

elaborado pelo Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento),

a pedido da Ferroeste e do Governo do Paraná. O projeto da ferrovia

começou a ganhar impulso em 2006 com a ¨Carta do Sudoeste¨,

documento que elenca 40 reivindicações da região abrangida pela

Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e pelas

associações das câmaras municipais do Sudoeste (Acamsop 13/14). As

audiências públicas realizadas visam aperfeiçoar o estudo, colhendo

críticas e sugestões de cada região sobre aspectos da economia local que

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eventualmente não tenham sido contemplados no levantamento para

complementar o estudo do projeto Ferrosul.

Benefícios para o RS com a criação da Ferrosul

A grande conquista, encaminhada por esta comissão, aconteceu

durante reunião entre os governadores do CODESUL em 18 de

novembro de 2009, onde firmaram a “Carta de Campo Grande”.

- O documento reconhece a assinatura da resolução 1042/09 para

implantação da Ferrosul, pelos governadores do CODESUL, que tem

como objetivo a criação da mesma, a partir da atual plataforma da

Ferroeste e de seus novos ramais, integrando os Estados do CODESUL

através de uma operadora ferroviária pública de propriedade dos 4

Estados. O documento é composto pelas seguintes considerações:

- A ferrovia objetiva aumentar integração de transportes entre as

economias dos Estados que compõe o CODESUL

- Fomentará integração logística e econômica com demais Estados

do Brasil e países fronteiriços

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- Garantirá transporte eficiente e de baixo custo para escoamento

de safras agrícolas e movimentação de insumos

- Vai retomar de forma concreta os investimentos no transporte

ferroviário possibilitando efetiva ligação com sistema logístico do país

- Irá Permitir que complete-se o projeto de integração nacional com

malhas de bitola larga conectando o território nacional com linhas

modernas de alta capacidade

- Com o uso compartilhado de linhas será possível a retomada do

transporte também de passageiros

- Criado grupo de trabalho com representantes dos quatro Estados

e BRDE para elaborar até 18 de dezembro proposta para criação da

Ferrosul

- A Ferrosul terá o propósito de planejar, construir e operar

ferrovias nos quatro Estados do Sul, sugerindo estrutura organizacional e

operacional.

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-Ramais existentes no RS-

* Ramais que funcionam apenas durante a safra (cerca

de dois meses por ano)

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Conclusão

A proposta de estruturação da Ferrosul a partir da Ferroeste, tem

suporte e justificativa em diversos motivos. Podem ser citados alguns

deles:

- em 18 de novembro de 2009, em Reunião do Codesul, realizada

em Campo Grande, os Senhores Governadores dos Estados aprovaram a

Resolução Codesul nº 1.042, na qual, dentre diversos outros importantes

aspectos, ficou estabelecida a “disposição do Estado do Paraná no

sentido de que sua empresa, Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A –

Ferroeste, sirva de base para a criação de uma empresa ferroviária gerida

pelos governos do Estados do Codesul”,

- a Ferroeste é empresa já existente, está em franca operação

comercial, é proprietária de uma estrada de ferro nova e moderna, com

253 quilômetros de extensão, construída entre Guarapuava e Cascavel no

Estado do Paraná e é detentora da concessão para a construção e

operação de uma ferrovia até Maracajú no Mato Grosso do Sul e um

ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu no Paraná e de demais ramais que

sejam necessários para suas operações, já sendo uma realidade e sendo

detentora de direitos e obrigações como concessionária de serviço

público de transporte ferroviário;

- a malha da Ferroeste, quando alcançar Maracajú, no Mato Grosso

do Sul, terá entroncamento com a malha ferroviária de bitola métrica já

existente e, no futuro, com a malha nova em construção, de bitola larga, 12


conectando-se com a Malha Ferroviária Brasileira pelo interior dos

estados, assim possibilitando o desenvolvimento dessa vasta região do

território brasileiro, carente de infra-estrutura e de industrialização;

- hoje a Ferroeste já está conectada com a malha de bitola métrica

em Ponta Grossa, assim fazendo conexão com as regiões sudeste e sul,

- a Ferroeste tem importantes ativos operacionais, além de sua

Estrada de Ferro, tais como as oficinas em Guarapuava e o grande

Terminal de Cargas em Cascavel, onde estão em operação terminais de

grandes empresas do agronegócio, cooperativas, cerealistas, terminal

alfandegário para exportações e outras empresas prestadoras de serviços

que operam serviços logísticos diversos. Existe um parque de

armazenagem e instalações para distribuição de produtos como calcário,

cimento, adubos e fertilizantes, derivados do petróleo, contêiners e outras

cargas, tudo em fase de operação comercial, resultado dos esforços da

comunidade, da iniciativa privada da região e, sobretudo, do Governo do

Paraná que realizou os investimentos para a construção dessas obras e da

Estrada de Ferro;

- hoje a Ferroeste é o resultado do esforço conjunto, que há 21 anos

foi e continua sendo empreendido para sua construção, operação e

expansão, desde a data da Assembléia Geral de constituição, então ainda

como empresa privada, em 15/03/1988, podendo hoje, por ser empresa

pública, realizando operações de transporte e atividades logísticas

eficientes e baratas, distribuir os frutos desses esforços aos usuários da

ferrovia pública, razão principal de ser da Ferroeste, 13


- assim é que a proposição de transformação da Ferroeste constitui

a alternativa natural, mais rápida, mais fácil, mais barata e de viabilidade

administrativa, econômica e financeira para estruturar a Ferrosul e

viabilizar uma revolução logística na Região do Codesul, integrando seus

portos, hidrovias, redes de armazenagem, pólos agro-industriais e

industriais e viabilizando o desenvolvimento no interior dessa rica região

que ainda carece de infra-estrutura moderna e eficiente, que possa ser ao

mesmo tempo de grande capacidade para o transporte de grandes safras e

ainda pratique tarifas baratas, sendo o modal ambientalmente correto,

como é o caso da ferrovia,

- a modificação do Estatuto Social da Ferroeste com a alteração de

sua denominação social, com a ampliação da área de atuação e com a

entrada dos novos sócios dos Estados do Codesul, deverá ser objeto de

aprovação pelas respectivas Assembléias Legislativas, dando à Ferrosul a

segurança institucional e política que este grandioso empreendimento

necessita de modo idêntico ao que ocorre com o BRDE o Banco

Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, que também é controlado

pelo Codesul.

Por estes motivos mencionados de ordem técnica e estrutural,

somados à enorme adesão que esta Comissão recebeu dos legislativos

municipais, prefeituras, entidades representativas de classe, federações,

associações, sindicatos, comércio, indústria e sociedade civil é que

entendemos ser o projeto Ferrosul um caminho inevitável e

extremamente necessário para ser implantado em nosso Estado. Nosso 14


trabalho realizado durante 30 dias pelo Rio Grande pôde comprovar o

interesse que o RS manifesta em receber uma nova malha férrea, que seja

protagonista de uma integração modal que permita o crescimento do

desenvolvimento econômico e social do Estado, um dos objetivos mais

nobres que o parlamento gaúcho empenha-se em tornar realidade.

CARTA GAÚCHA EM DEFESA DA FERROVIA PÚBLICA

DA INTEGRAÇÃO DO SUL DO BRASIL - FERROSUL

No dia 3 de dezembro de 2009, em Audiência na Assembleia Legislativa

do Estado do Rio Grande do Sul, levados pelas incontáveis

reivindicações e expressivas adesões que verificamos pelo Rio Grande

para a concretização de um novo investimento em transporte e a

retomada da malha ferroviária em nosso Estado, como mola propulsora

do desenvolvimento econômico e social, registramos, nesta Carta, nossa

firme disposição de contar com um moderno caminho de ferro, que

venha a se constituir na efetiva ligação do Brasil, de Norte a Sul, como

forma inequívoca de integração e desenvolvimento econômico, social e

ambiental da Nação.

Hoje, aqui em Porto Alegre, estamos agrupamos representantes das mais

diversas regiões de nosso Estado, onde pudemos levar a proposta de

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implantação da Ferrosul, a fim de colhermos sugestões, observando

realidades e necessidades locais. Tivemos um contato próximo e

gratificante com prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, lideranças

regionais, empresariais, sindicatos, associações, entidades de classe,

comércio e indústria, quando compramos que a implantação de uma nova

malha ferroviária no RS, em conjunto com os Estados do Mato Grosso

do Sul, Paraná e Santa Catarina é mais do que uma realidade. É um

desejo das populações de cada um desses Estados. Juntos, estamos

escrevendo uma página deste grandioso projeto, que pensa a logística

como forma de integração do País como um todo, haja vista que há muito

nos ressentimos da ausência de investimentos no Setor Ferroviário.

Como já foi feito na Carta de Nonoai - RS, na de Chapecó - SC, de

Florianópolis - SC, de Foz do Iguaçu - PR e de São Jorge d´Oeste – SC e

em reunião do Parlasul, reiteramos, com esta Carta de Porto Alegre, este

projeto da Ferrosul, que se traduz na expansão dos trilhos da Ferroeste

em bitola mista – larga e métrica – como um projeto de interesse comum

da Região Sul e da Nação brasileira.

Nesse sentido, registramos nossa admiração pelo que o Estado do Paraná

fez, tomando a frente do investimento nos trilhos, enquanto nada se fazia

no Brasil. Houve visão, ousadia e ação, com o início da construção da

ferrovia entre Guarapuava e Dourados, no Mato Grosso do Sul. O Paraná

não pensou duas vezes ao investir algo em torno de 363 milhões milhões

de dólares na construção do primeiro trecho da ferrovia, entre

Guarapuava e Cascavel, obra que está paga e em operação e que é base 16


para o projeto de integração do interior do Sul do Brasil com os seus

portos, com o País e o continente Latino Americano.

É preciso reforçar que a construção de novas ferrovias em bitola larga no

Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste brasileiro, executadas pelo

Governo Federal, só se completará quando a Ferrovia Norte-Sul

interligar-se, em bitola larga, com os trilhos da Ferroeste, em Maracajú,

no Mato Grosso do Sul. Assim teremos as conexões com todos os portos

com linhas modernas e de alta capacidade. Por isso é que a Região Sul

necessita estar integrada a um sistema de bitola larga.

Vemos, no horizonte, a possibilidade real da retomada do transporte de

passageiros com esta ampliação dos ramais da Ferroeste, que já provou

ser uma experiência de sucesso, nos trazendo trilhos com bitolas larga e

métrica. A Ferrosul terá condições de, com este sistema moderno, operar

tanto o transporte de cargas, como de passageiros.

O sucateamento da malha ferroviária brasileira nos dá a convicção de que

é chegada a hora do investimento em um novo modelo. A privatização a

que o sistema foi submetido não se constituiu em processo com efeitos

benéficos aos usuários, devido a excessos na constituição de preços, o

que penalizou produtores, sem trégua, descaracterizando um serviço que

tem em seu ponto precípuo o interesse pelo bem público.

Não podemos mais ficar observando a redução de nossa malha

ferroviária que hoje está limitada a pouco mais de 10 mil quilômetros

explorados. Foram concedidos 28 mil quilômetros, o que resulta em um

déficit de 18 mil quilômetros, muito mais do que a metade do que hoje 17


está em uso. Um país que conheceu o auge do desbravamento de

encostas e planícies com os trilhos das chamadas “estradas de ferro”, que

tanto encantaram comunidades e alimentaram sonhos, não merece assistir

a tamanho desprestigiamento. Digamos não ao abandono e ao desprezo

pelas ferrovias. Vamos seguir o exemplo de quem está na vanguarda das

malhas ferroviárias. Chineses, europeus e indianos já perceberam, há

muito, o que representa um sistema modal moderno e barato. Isso faz

muito sentido para nós e nos faz sonhar alto.

A Assembleia Gaúcha atendeu ao chamado da sociedade e foi parceira ao

proporcionar este debate de forma ampla e irrestrita pelo nosso Rio

Grande. Estivemos expondo a importância desta ferrovia ao Governo do

Estado do Rio Grande do Sul, que soube entender a relevância deste

projeto e avalizou a criação da Ferrosul em reunião do Conselho de

Desenvolvimento e Integração Sul - Codesul, momento em que a

Ferrosul começou a ser constituída oficialmente, ferrovia que deverá ter

aporte de recursos do BRDE e BNDES.

Estamos vislumbrando este momento histórico como algo impulsionador

do desenvolvimento de muitas regiões, que, como nós, aqui no Rio

Grande, temos a excelência na produtividade de grãos. Formaremos um

grande cinturão de escoamento da produção, o que representará, também,

um mecanismo de integração da futura malha ferroviária com as

rodovias, hidrovias e portos. Este é o objetivo da Ferrosul.

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Para que o projeto Ferrosul seja algo concreto, durador e

eficiente para todos nós gaúchos, propomos:

que seja criado um grupo composto por Fiergs, Famurs, Uvergs , Acergs,

Cooperativas, Ministério Público Estadual e Federal, Assembléia

Legislativa, Coredes e outras entidades e órgãos públicos para

acompanhar o trabalho dos técnicos dos quatro Estados integrantes do

Codesul na elaboração do projeto da empresa Ferrosul;

que todos os candidatos ao governo do Estado do RS, nas próximas

eleições, incluam em suas propostas o compromisso de dar continuidade

ao projeto da nova Ferrovia pública;

que a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT exija da

América Latina Logística - ALL o cumprimento das exigências do

contrato de concessão para a exploração da malha ferroviária federal;

que o Governo Federal inclua nos seus projetos de desenvolvimento a

criação da Ferrosul, dando todo o suporte necessário para tanto;

que seja garantida a integração com outros modais de logística e que os

governos envolvidos realizem permanentes investimentos nestes setores,

a fim de primar pelo equilíbrio em transportes;

que seja garantida, nesta nova ferrovia, a operação do transporte de

passageiros e de cargas com custos menores;

que seja estabelecido um programa de geração de investimentos na

recuperação, modernização e ampliação da infraestrutura existente, já

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bastante degradada pelo déficit de investimentos dos anos antecedentes –

inclusive de manutenção corrente;

que se avalie e se coloque em prática a retomada da geração de

encomendas de equipamentos e sistemas novos, bem como a recuperação

e modernização do material rodante degradado;

que se estabeleça um programa constante de investimentos na

modernização da malha ferroviária, através de recursos obtidos com a

operação da Ferrosul;

que o projeto Ferrosul, formado pelos quatro Estados do Codesul, sirva

de estímulo e exemplo para que os demais Estados da federação também

façam investimentos em outros modais logísticos, para que o País tenha

de maneira uniforme uma real integração em transportes.

Não é demais, então, lembrar que vivemos um momento histórico,

quando não podemos perder o “trem da modernidade”, da retomada do

sistema ferroviário, que representará muito para nós e para as futuras

gerações. Para tanto, há que ter coragem para levar este projeto adiante,

com a grata certeza de não faltará o apoio do povo gaúcho e de se seus

poderes representativos para a concretização da Ferrosul. Que estejamos

iluminados para fazer acontecer a Ferrosul. O Rio Grande estará, sim, de

novo, nos “trilhos com o Brasil”. É o que estamos empenhados em fazer.

Assembleia Legislativa/RS, Porto Alegre, em 03 de dezembro de

2009.

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relatÓrio de atividades€¦ · tal projeto irá preencher o vácuo observado no segmento...

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