relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o...

45
1 relatório de projeto conclusão l uminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa prof o josé a bramovitz prof a orientadora lúcia mazillo costa raphael moras de v asconcellos

Upload: others

Post on 22-Feb-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

1

relatório de projeto conclusão

luminárias de bambu o conceito e a razão

art 1041 – 1aa profo josé abramovitz

profa orientadora lúcia mazillo costa

raphael moras de vasconcellos

Page 2: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

2

Introdução A BUSCA PELO FIM O sucateamento do fim Observamos na sociedade contemporânea uma impressionante variedade de formas e materiais, utilizados nos produtos de consumo que geram o fluxo de capital sustentador da economia de mercado. Muitas vezes percebe-se que o objeto decorre das necessidades do mercado, e inverte-se o valor inicial. A demanda é criada pelo fabricante, para escoar uma produção excedente. Assim satura-se o mercado de produtos feitos com o fim em si próprios. Felizmente existem aqueles que utilizam o mercado e sua necessidade de perpetuar-se para escoar a produção de produtos inteligentes, que serão bem alocados na vida dos habitantes do planeta, e terão o fim no bem estar proporcionado. O sucateamento das formas Tendo em mãos a montagem de um produto, congrega-se o espírito do objeto (sua forma, seus espaços vazios) e seu corpo físico (o material de que será constituído). Esta união expressa algo, que devemos perceber e concretizar. Não se pode privilegiar um ou outro, com a consequência de escapar o equilíbrio estético almejado. Portanto devemos ouvir com atenção aquilo que a forma e o material têm a nos dizer. O sucateamento dos materiais Para termos o privilégio de fabricar, precisamos extrair do mundo os corpos físicos que constituirão o produto. Já nesta etapa transformamos para sempre o meio em que habitamos. A economia, palavra que denota as regras de convivência no meio, está no quanto, como e onde utilizaremos esses materiais. Pois o objeto tem um ciclo de vida, e no final dele deve ser passível de reutilização ou reprocessamento. De outro jeito ficaremos atolados em nossa própria criação, vivendo entulhados e apertados. A luminária Esta peça fundamental do mobiliário doméstico proporciona o prazer de escolhermos o uso da luz. Podemos variar a direção, difundir a iluminação, delimitar espaços, criar jogos de sombra. Podemos exercer as aptidões humanas de imaginar e realizar. Ela deve se adaptar aos seus parceiros na manutenção do bem estar do lar. E suas formas de expressão não se esgotaram ainda, em milênios de história lumínica. Seu objetivo está no conforto ambiental, através da iluminação e da beleza estética. O bambu Centralizar o projeto em um material é trabalho perigoso às vezes. Corre-se o risco de ser limitado pelas imposições deste. Mas o bambu vem sendo usado com muita eficiência, há muito tempo, e parece não esgotar suas capacidades e aptidões. Já nasce em forma tubular, economiza água, estrutura o solo, alimenta os animais, limpa o ar e se espalha com facilidade pelo solo de muitas regiões do globo. Na economia capitalista ainda não foi “descoberto”, o que justifica sua utilização em projetos novos e antigos. É um material do passado, no presente e para o futuro. Um bem inestimável para o desenvolvimento da espécie humana neste planeta.

Page 3: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

3

proposta de estudo QUÊ, QUANTO E PORQUÊ

TEMA Iluminação decorativa

(para ambiente doméstico)

SUB-TEMA Luminárias de bambu

OBJETIVO Através do projeto, estabelecer uma relação funcional entre os conceitos: funcionalidade, custo, ecologia e beleza; em duas luminárias de bambu, para ambientes domésticos.

RELEVÂNCIA A iluminação decorativa valoriza os ambientes, separando e delimitando espaços, mantendo o nível de luminosidade característico das tarefas realizadas em cada um deles. Realça os aspectos formais, climatiza e conforta. Em um mercado saturado de produtos com design estrangeiro, é imperativo o estabelecimento de um padrão nacional de desenho, com qualidade no mínimo comparável à dos demais países. Neste país com reservas e recursos agrícolas incomensuráveis, quero demonstrar e incentivar o uso do bambu. Como material de fabricação, pretendo apreender suas características e aprofundar o entendimento de suas técnicas construtivas apropriadas.

CRONOGRAMA DE TRABALHO

MÊS JUL AGO SET OUT NOV DEZ

QUINZENA 1o 15o 1o 15o 1o 15o 1o 15o 1o 15o 1o 15o Definição de tema X

Pesquisa teórica X X X X

Pesquisa de campo X X X X Criação de conceitos X X X

Definições técnicas X X X

Modelagem X X X

Prototipagem X X X X X

Testes e reparos X X

Pré - banca X Banca final x

Page 4: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

4

conceitos SIGNOS DE APREENSÃO DA QUESTÃO

LUMINÁRIAS Na história da humanidade um dos grandes saltos foi o uso do fogo. Domar essa substância imaterial foi um passo crucial na direção de um mundo mais seguro e organizado. Ele aquecia o ambiente interno, e afastava a escuridão da noite. Os neandertais usaram o fogo em suas cavernas e ritos, e seus contemporâneos Homo Sapiens Sapiens já fabricavam alguns suportes para queima de combustível. A tocha foi a primeira lanterna, o vasilhame para queima de gordura de mamute foi talvez a primeira luminária. Na concentração noturna em torno da fogueira, curandeiros e xamãs engendravam histórias fantásticas, e atraíam a atenção dos companheiros, naquela ambientação causada pelo foco de luz. Dentro dos abrigos o óleo queimando iluminou muitas noites de amor, ou de planos, conversas e festas. De um vasilhame esculpido em barro, passa-se ao vasilhame de pedra desbastada. Queimam-se as tochas fixas na parede. O fogo crepita na lareira e abastece de luz o aposento. As velas no candelabro ajudam o erudito a ler e escrever seus conhecimentos. O vidro envolve o fogo da queima da gordura de baleia, e temos a lanterna. Os envoltórios do fogo já eram então de muitas formas e materiais. Os precussores da luminária moderna são os candelabros, lustres, candeeiros, lanternas de óleo e etc... O fenômeno elétrico é descoberto e utilizam-no para produzir calor num fio de metal, que irradia luz: a lâmpada incandescente. Com o referido advento, pôde-se controlar a direção do foco da luz. Dependendo do suporte da lâmpada a luz banhava o teto, o chão ou as paredes. Não havia mais resíduo de queima de combustível. Começou-se a produção dessas pequenas maravilhas aos milhares, e dependiam de bocais e fiação. Como integrar esses novos elementos em uma solução coerente e formal?

CLASSIFICAÇÕES DA ILUMINAÇÃO

Os projetos de luminotécnica são classificados segundo o gênero:

MONUMENTAL INDUSTRIAL COMERCIAL HOSPITALAR URBANO CÊNICO DOMÉSTICO ETC...

Dentro de cada gênero encontramos várias espécies: COMERCIAL

LOJAS BARES RESTAURANTES VITRINES ESCRITÓRIOS ANFITEATROS BIBLIOTECAS SHOPPINGS SALAS DE AULA HOSPITALAR SALAS CIRÚRGICAS ENFERMARIAS LABORATÓRIOS

Page 5: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

5

Toda esta variedade gera também necessidades específicas, como normas de iluminância (ABNT), inclusive demandando desenvolvimento tecnológico adequado. Equipamentos novos se adequam a uma determinada especificidade da iluminação. Na iluminação doméstica as regras e os equipamentos não são tão rigidamente determinados.

CLASSIFICAÇÕES DA LUMINÁRIA

Dentre as luminárias decorativas para ambiente doméstico temos:

Arandela - Qualquer luminária fixada à parede. Pode ser difusa ou pont ual e apresenta características construtivas bastante diversas.

Pendente - Luminária fixada ao teto por meio de uma haste ou fio condutor que a afaste dele.

Luminária de mesa - Luminária de trabalho ou decorativa, geralmente dotada de articulações que permitem o direcionamento da luz.

Coluna - Qualquer luminária decorativa apoiada ou fixada ao chão. Pode ser difusa ou pontual.

Calha - Luminária que geralmente usa lâmpadas fluorescentes tubulares. Possui este nome por ter uma forma bem estreita e bem alongada, podendo ser de sobrepôr, de embutir ou pendente.

ARANDELA PENDENTE LUMINÁRIA DE MESA

COLUNA CALHA

Page 6: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

6

CLASSIFICAÇÕES DA ILUMINAÇÃO

DIRETA SEMI-DIRETA

DIRETA & INDIRETA SEMI-INDIRETA

INDIRETA DIFUSA Em iluminação decorativa usa-se mais comumente luzes semi-diretas, diretas&indiretas, semi-indiretas, indiretas e difusas.

Page 7: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

7

ecologia RESPONSABILIDADE E SUSTENTABILIDADE “Rico é aquele que sabe ter o suficiente”, Lao Tsé O cenário mundial contemporâneo é fruto de séculos de desenvolvimento econômico, político e social. Focalizando o aspecto econômico, vemos que a civilização ocidental determinou as regras e características das trocas comerciais, da exploração dos recursos naturais e humanos, e da produção de bens e serviços, principalmente a partir da prática mercantilista. De princípio, este modo utilizou mão de obra escrava e recursos de povos estrangeiros. Não cuidou, nem poderia prever suas futuras influências funestas, do bem estar das populações não contempladas pela riqueza. Tendo isso em mente não é difícil captar o individualismo, o oportunismo ganancioso e o uso irresponsável dos recursos que compõem o lado negativo do capitalismo, base da economia mundial. Dentro do industrialismo, berço do desenho industrial, a produção preocupou-se sempre com o escoamento da produção e o lucro proporcionado, o fim do processo. Já os meios e as influências de suas práticas foram relegadas ao plano da ignorância e da irresponsabilidade. Os recursos necessários para a produção, não importando de onde viessem, se causariam impacto no equilíbrio ecológico ou se fariam falta mais tarde, foram sendo explorados e exauridos sem prévia análise. Com o advento dos avanços sociais do século vinte chegou-se à consciência ecológica, termo que define a necessidade de pensar o meio ambiente humano, suas ações, sua interação com o planeta e um futuro sadio para as próximas gerações. Começou-se a avaliar o impacto do industrialismo e do consumismo, e hoje vemos que não se pode ignorá-los, para nosso próprio bem. Transcrevendo as palavras de Maurício Andrés Ribeiro, arquiteto formado e atuante como Secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte no início dos anos 90, no seu importante estudo do ambiente humano, “Ecologizar – pensando o ambiente humano”: “O filósofo francês Edgar Morin afirma a necessidade de ecologizar o pensamento, diante do fato de que a nossa cultura e a nossa civilização baseiam-se em valores e visões de mundo dissociadas das leis da natureza, o que resulta na crescente degradação ambiental, acumulação de resíduos, perda de sustentabilidade.” Seguindo este pensamento concluímos que somos responsáveis por toda essa destruição. Resta-nos transformar nossa visão de mundo, de sociedade e de economia: “Em princípio, tudo pode ser ecologizado, no sentido de que podem-se adotar formas de pensar, de comunicar e de agir menos agressivas ao ambiente, menos danosas, mais harmonizadas com os processos naturais, no sentido amplo da ecologia.” Qual é o modo de ação? Como ecologizar o dia a dia? Maurício Ribeiro prossegue: “Cada profissão pode ser ecologizada, da arquitetura às artes, da economia à medicina, das engenharias à psicologia. Cada profissional tem responsabilidade pelos efeitos e impactos ambientais que sua atividade provoca.” Portanto devemos inserir este pensamento nas nossas atitudes profissionais, além das relações de cidadania. O design tem como fundamento o bem estar das pessoas, através de

Page 8: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

8

conceitos como funcionalidade, economia de materiais, ergonomia, estética. Ou seja, produz padrões de qualidade de vida. É fundamental a inclusão da ecologia como conceito básico em desenho industrial: “A prevenção da poluição depende fundamentalmente de mudanças no design, nos projetos dos produtos, sendo fundamental a contribuição dos arquitetos e designers. O design tem lugar central na hierarquia de proteção ambiental através da prevenção da poluição.” Nós, adeptos da profissão, devemos pensar o processo de produção de produtos globalmente e localmente. Não podemos esquecer o lucro, ele é um dos objetivos principais. Mas ele deve aliar-se à sustentabilidade: “A característica central do desenvolvimento sustentável é sua capacidade de perdurar ao longo do tempo, mantendo padrões de vida adequados. Para que uma forma de vida social seja sustentável, é preciso que a taxa de utilização dos recursos seja no mínimo igual à de reposição ou de geração de substitutos para esses recursos. Da mesma forma, a taxa de emissão de efluentes tem de ser no máximo igual à taxa de regeneração do meio ambiente.” Esses materiais substitutos estão já à nossa disposição, falta -nos utilizá-los progressivamente. Porém, desde o princípio, com responsabilidade. Eles permitirão a criação de produtos ecologicamente menos danosos, econômicos, e também a garantia da possibilidade de continuidade de nossa espécie. Segue-se a filosofia de transformar o design e suas características, segundo o autor, restaurando nossos princípio profissionais: “Restaurar é corrigir algo, (...) proporcionando uma forma que se aproxime do original (...) . Novos materiais podem ser implantados, com características que permitam atender a essa função, preferencialmente com estética aceitável.”

Nosso método de trabalho é o projeto, fundamentado em levantamento de dados e geração de alternativas. Nessas alternativas entram os materiais substitutos, que comporão o produto. VENHO NESTE TRABALHO PROPÔR A UTILIZAÇÃO DE UM MATERIAL SUBSTITUTO COMO PRIMEIRO OBJETIVO, HORIZONTALMENTE TÃO IMPORTANTE QUANTO GERAR REDESENHO DE

LUMINÁRIAS. Percebo na nossa cultura uma inércia em relação ao uso de fibras naturais na confecção de produtos de uso geral e industrial. Dentro do contexto de ecologização proposto por Maurício Andrés Ribeiro, pretendo incentivar o uso do bambu como material de

Page 9: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

9

projeto, além de difundir e gerar o conhecimento acerca deste material tão comum na natureza, mas incomum nos bens de consumo na nossa sociedade. Termino esta preleção ecológica do meu trabalho com a afirmação do referido estudioso: “ No Brasil (...) a moda e suas leis imperam (...). O design pode tanto desenvolver produtos industriais eficientes e funcionais, como processos sociais conservativos de recursos e de energia. Trata-se de redesenhar estilos de vida e hábitos de consumo.”

Page 10: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

10

conforto ambiental UM OLHAR LUMINOTÉCNICO No livro “Arquitetura e meio ambiente – Bioclimatismo” a arquiteta especialista em conforto ambiental, Lourdes Zunino, cita Olgyay: “o conforto de cada indivíduo varia segundo uma série de fatores, basicamente divididos em dois grupos: cultural e fisiológico.” O ambiente luminoso corresponde ao grupo dos fatores físicos onde o homem está imerso em relação de dependência, através da percepção visual. Sabemos que, no cérebro, a visão ocupa uma grande área do córtex. Ou seja, para integrar suas potencialidades, o homem precisa de uma luminância ambiental adequada. De dia em áreas abertas e ensolaradas a maior parte dessa necessidade é saciada, mas, de noite e em áreas fechadas, precisamos de meios artificiais de iluminação, para não perdermos nossa percepção visual. A iluminação é fator influenciador também da saúde. Períodos longos sem luz deprimem o ser humano. O conforto ambiental como condicionador de saúde, segundo Maurício Andrés Ribeiro: “Trabalhar ou morar numa edificação que disponha de condições de conforto ambiental adequadas – temperatura, ventilação, luminosidade, controle acústico, etc. – é fator de proteção à saúde e de melhor qualidade de vida.” Sobre a eficiência da visão no ambiente, a arquiteta anteriormente citada define: “As condições de iluminação influenciam diversos efeitos ou manifestações do sistema ocular humano, sendo os principais: acuidade visual – distinção de detalhes sensibilidade – contrastes entre claro e escuro eficiência – discernimento das cores” Seja para andar numa rua asfaltada, seja para ler um livro, criamos ambientações luminosas para realizarmos nossas necessidades. Sobre a luz, continua: “Luz é a designação que recebe a radiação eletromagnética que, ao penetrar no olho, acarreta uma sensação de claridade.” Continua explicando que a faixa de radiação luminosa compreende-se entre os raios ultra-violeta e os raios infra-vermelho. A cor que vemos é função que depende da qualidade da luz e do material sobre o qual ela incide. A luz branca tem todas as cores dentro de si. É a mais utilizada nos ambientes arquiteturais, pois não modifica a cor dos objetos à sua volta.

Page 11: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

11

Para Zunino, a cor influencia diversos aspectos ambientais: “aspecto físico: frio, calor aspecto psicológico: depressão, excitação, tranquilidade, estimulante, desequilíbrio aspecto dimensional: aumenta, reduz, aproxima, afasta aspecto cultural: negro – luto branco – depressivo, qdo. em excesso vermelho – ira, excitante marrom – depressivo lilás – introspectivo verde – equilíbrio azul – tranquilidade” O projetista, do ambiente ou do objeto, deve ter essas considerações em mente, visando a influência específica que pretende atingir. Nem todas as lâmpadas elétricas do mercado irradiam luzes brancas, assim como a luz branca pode ser quente ou fria. A luz fria ressalta o azul e as cores frias, enquanto a luz quente ressalta o vermelho e afins. As lâmpadas incandescentes, incluindo aí as halógenas, têm uma boa reprodutibilidade das cores naturais. Já as fluorescentes, inclusive as compactas, tendem para as cores mais frias.

CAMPO VISUAL Querendo iluminar indiretamente, levamos em consideração o campo que abrange a visão dos indivíduos. Temos aí, com margem de 10 graus para as diferenças, as seguintes angulações: 50o para cima, 60o para baixo, e 80o para os lados.

Page 12: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

12

LEVANTAMENTO DE SIMILARES Pesquisa realizada com revistas, aquisição de catálogos comerciais e mostruários digitais ( rede mundial de computadores ).

mercado CONEXÃO PRODUTOR - USUÁRIO

Page 13: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

13

Através da análise dos produtos à disposição no mercado, podemos perceber uma crescente simplificação no modo de fabricação dos objeto. Pretende-se chegar a um resultado formal satisfatório, de fino acabamento, com poucas etapas no processo de produção. Esta situação decorre da evolução modernista neste século. As soluções formais de projeto de produtos sempre procuram novos materiais, combinações inusitadas de cores e elementos estruturais. Co-existem no mercado brasileiro vários nichos em iluminação decorativa, cada um direcionando seus desenhos para o gosto do consumidor-chave. Lustres de vidro para os que possuem casas antigas, pendentes metálicos leves para moradores de pequenos apartamentos, luminária de mesa articulada preta com frisos dourados para executivos em escritório.

FOCO MERCADOLÓGICO O foco mercadológico de minha pesquisa é a classe média urbana do Rio de Janeiro. Este público-alvo é composto de pessoas com grande poder de aquisição ( dentro dos padrões brasileiros ), costume de consumo ( porém com necessidade de reduzir gastos ), apartamentos de pequeno a grande porte, famílias de 3 a 6 pessoas, idade adulta e gosto cosmopolita. Vem crescendo nelas a procura de produtos ecológicos. Recebem muita publicidade, dentro do seu mundo informativo, através das mídias. Os estabelecimentos comerciais que atendem a esse público estão espalhados pela cidade. As lojas de esquina, que vendem lustres de ferro fundido e vidro e balizadores para jardim. As grandes cadeias de lojas de mobiliário , que têm um extenso catálogo de indústrias e designers que fabricam peças para elas. As lojas dentro de shoppings, frequentadas pelo público de maior poder aquisitivo, que vendem peças importadas e de luxo. Vem se estabelecendo no Rio de Janeiro um novo tipo de relação comercial: as feiras de moda. Começando pelo Mercado Mundo Mix, essas feiras se espalharam e conquistaram um público frequente de pessoas jovens inicialmente atraídas pela “modernidade” oferecida. Mais tarde, pessoas de mais idade (na maioria público feminino) perceberam nas feiras uma grande variedade de produtos a preços mais acessíveis que as lojas de grife, passando a frequentá-las. Esse mercado já demonstrou interesse nos produtos de bambu fabricados pelos alunos da PUC (CRAA).

Page 14: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

14

PESQUISA DE MERCADO

Através de questionário fechado, realizei uma pequena pesquisa de mercado para avaliar a aceitação de luminárias de bambu dentro do público universitário, principalmente na PUC. Ítem 1 2 3 4 5 6 Sim 21 29 28 31 23 Não 8 2 3 8 Loja 8 Revista 4 Casa 10 PUC 7 Outros Essa pesquisa reflete a infiltração que o bambu vem exercendo no meio produtivo, principalmente, acredito, devido ao uso deste material por arquitetos, que seguem a tendência dos materiais alternativos. E demonstra o potencial mercadológico de um produto responsável ecologicamente, além de inovador em um nicho pouco explorado.

1- Você já viu alguma luminária fabricada com bambu?

Sim___ Não___ 2- Se sim, onde? Loja___ Revista___ Casa___ PUC___ Outros___

3- Você gostaria de ter em sua moradia uma luminária de bambu, se fosse bonita? Sim___ Não___ 4- Você a compraria, se tivesse preço acessível?

Sim___ Não___ 5- Você acha importante incentivar a compra de produtos de baixo impacto ambiental?

Sim___ Não___

6- Você pensa ou já pensou na responsabilidade ecológica de um produto, na hora de comprá-lo?

Sim___ Não___

A maioria das pessoas já havia visto luminárias de bambu, em casas e lojas. Os alunos da PUC já desenvolvem há algum tempo produtos de bambu, portanto não é surpresa 7 pessoas terem visto na própria faculdade. A grande maioria dos entrevistados gostaria de ter uma luminária de bambu bonita e a compraria se fosse barata. Todos estão cientes da importância da ecologia, e a maioria pensa no assunto quando vai comprar um produto.

Page 15: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

15

LUMINÁRIAS DE BAMBU A produção artesanal brasileira e mundial vem desenvolvendo luminárias de bambu ao longo do tempo, e hoje em dia não é difícil encontrar tais produtos em cidades tradicionalmente ligadas ao artesanato. Inclusive acham-se lojas nas capitais que revendem este material.

COLUNA MÓBILE BALIZADOR Portanto a viabilidade física e comercial desta combinação já é conhecida e utilizada no mercado.

PROJETOS ANTERIORES Este projeto é a continuação de meus estudos das possibilidades do bambu como estrutura. Tendo isso em mente persigo a utilização funcional e segura do bambu em produtos industriais e semi-artesanais. Realizei, junto a um colega da mesma faculdade, um trabalho artesanal unindo luminária e bambu num só conceito:

PENDENTES DE BAMBU ( PHY. AUREA ), RAMI E LONA, PARA LÂMPADA INCANDESCENTE CO-PROJETO JOÃO MÜLLER / RAPHAEL VASCONCELLOS 97

Page 16: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

16

Tive também a oportunidade de conhecer o trabalho de Marcos Quintanilha, e sua linha de luminárias de bambu. Com a convivência diária no CRAA ao longo dos anos fui apreendendo diversas técnicas utilizadas nas luminárias Bubanzá, e debati diversas possibilidades com Marcos.

LUMINÁRIA DE MESA BALIZADORES

Page 17: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

17

bambu CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PLANTA Nas comunidades artesanais, sempre encontramos exemplos de extrema técnica, onde o artesão sozinho cuida das etapas do processo de fabricação de suas peças, cada uma única. Na Ásia, onde o meio de vida rural é majoritário, encontramos ainda muitos desses passadores de tradição. E o bambu tem lugar destacado nestas culturas, como afirma Christine Recht, no seu livro “Bamboos”:

“it’s not only bamboo that plays a leading role in Asiatic religion, philosophy and art (...) but (...) it is the bamboo alone that is put to pratical use, be it as building material, food, or for making thousands of objets in daily use.”

Por ter essa versatilidade e durabilidade aliada à resistência, pode -se fazer copos, talheres, cestaria, móveis, escadas, casas, tubos, canetas, e até luminárias com bambu. A grande variedade de espécies encontradas pelo planeta oferece cores e tamanhos diferentes. E não só em objetos, o bambu tem outros usos. Mesmo com o advento da tecnologia moderna, e o uso de novíssimos materiais de engenharia, o bambu é de suma importância para muitas sociedades, como explica Recht:

“The importance of bamboo in Asia has not been diminished by the impact of modern technology. The qualities of this plant are such that it cannot very often be replaced, even with modern substitutes. A bamboo pipe is strong as steel, but more malleable. It grows tall and straight and is therefore perfect as a building material. It is light and hard, flexible and tough. It is difficult to set on fire and can be bent under heat, retaining its shape without losing its strength and elasticity. It can be split into the finest fibres, from which na almost unbreakable kind of rope can be made. The shoots are a vitamin-rich delicacy and the leaves provide nourishing animal fodder.”

MORFOLOGIA E ESTRUTURA Os bambus pertencem à família das Graminae, ou gramíneas, e são a subfamília Bambusoideae. Os cerca de 115 gêneros de bambu se espalham no mundo nos continentes tropicais e subtropicais, nos continentes da Ásia, Américas, e África. Esta planta não perde suas folhas no outono. Sua estrutura principal está no sistema subterrâneo de rizomas, nos culmos e nos galhos. Todos esses elementos são formados pelo mesmo princípio, de divisão de nós e entre-nós.

Família – Gramineae / Sub Família – Bambusoideae Cerca de 115 gêneros / 50% na América do Sul 48% das espécies americanas no Sul da Bahia Bambus Lenhosos : Dendrocalamus g. / Phylostachys a. / Bambusa tuldoides / Bambusa vulgaris Energia/unidade de tensão ( bambu ) = 30 MJ/m3 por N/mm2 (aço = 1500 / concreto = 240 / madeira = 80) A relação Peso por Resistência do bambu é maior que a do aço, do concreto e da fibra de carbono.

Page 18: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

18

ARTESANATO E INDÚSTRIA No artesanato, na indústria e na arquitetura usa-se principalmente os culmos do bambu, parte majoritária de sua massa.Os rizomas são aproveitados em produtos de artesanato e decoração. A indústria produz papel, pisos, cortinas e alimento de bambu.

JARRAS E COPOS SAXOFONES O seu culmo nasce em forma tubular, uma vantagem natural, que agrega resistência e flexibilidade. É usado em encanamentos de água, elementos de coluna e estruturação de edificações e casas ( das quais algumas ultrapassam centenas de anos em perfeito estado de conservação ), receptáculos para líquidos, pós, e objetos. Essas são poucas das inúmeras formas de utilização desse material popular e acessível.

FIBRAS E ESTRUTURA As fibras do bambu seguem de um nó ao próximo, verticalmente, e, na região dos nós, enovelam-se e são mais frágeis. Portanto ele é um material muito resistente à compressão no sentido longitudinal, contanto que as fibras não estejam interrompidas, no caso de um furo com parafuso, ou vazado. Para minorizar este problema pode-se usar cavilhas ovais que trabalhem impondo resistência e continuidade.

Figura abaixo – Bambus com furos circular e oval O culmo é mais resistente no segundo caso

T

T

T

T

Page 19: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

19

COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO O bambu, dentro da classificação dos materiais de engenharia, é considerado madeira no grupo dos não metais orgânicos naturais. Existem inúmeros exemplos de obras arquitetônicas que utilizam o bambu como elemento estrutural, da mais rústica cabana ao complexo templo japonês. Processos de união: Aparafusamento – a união pode ser rígida ou flexível, heterogênea ou homogênea. Arruelas impedem um desgaste maior das paredes do bambu. Colagem – união rígida, homogênea ou heterogênea. Colas de madeira, plásticas, resinas, “araudite” e “super bonder” funcionam bem, dependendo da especifidade da união. Cavilha – união rígida, homogênea ou heterogênea. São pinos que atravessam duas peças, fixando-as. Usam-se colas para fixar ainda mais as cavilhas. (na foto, estrutura unida com cavilhas de bambu)

Torniquete – união flexível, homogênea ou heterogênea. Usam-se barbantes e cordas, de fibras sintéticas ou naturais.

Processos de separação: Furação – em furadeiras de bancada ou manual, utilizando brocas e serra de copo para madeira, de diâmetro menor que o da peça, e sempre de fora para dentro, evitando que as fibras externas, duras, “descasquem”.

Page 20: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

20

Corte – utilizando arcos de serra obtém-se um corte preciso e de bom acabamento, sempre evitando o descasque. Com serras tico-tico, em conjunto com furações prévias, chega-se a cortes vazados, de formas bem variadas. Com a cunha pode-se vazar longitudinalmente. Usam-se facas para dividir o culmo em ripas ou meia-canas.

Processos de transformação: Termo-moldagem – utilizando fontes de calor (maçarico, fogo) para esquentar, e moldes para guiar, pode-se conformar o bambu para atingir formas curvas, que, após esfriamento, permanecerão conformadas. (na foto, a pega do copo)

Processos de melhoria: Lixamento – utilizando lixas ou lixadeiras manuais e de bancada, retira-se as impurezas e a própria casca, para melhor acabamento. O lixamento pode também ser usado como processo de separação, para retirar parte do culmo, e acertar os ângulos.

Page 21: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

21

Superfície de acabamento e proteção – vernizes, tintas, resinas e gomas protegem o bambu do meio externo (umidade, temperatura, cupins), e dão acabamento superficial. Os vernizes, assim como as gomas e resinas, podem dar aparência brilhante ou fosca, e as tintas emprestam sua cor ao material. (na foto, pés de mesa envernizados)

FORMAS DE TRATAMENTO

Não sendo devidamente tratado, o bambu é suscetível ao ataque de insetos que se alimentam dos seus açúcares. Segundo Ximena Londoño, botânica e taxonomista especialista em bambus da espécie Guadua na Colômbia, a etapa mais importante do tratamento está na retirada in loco do bambuzal. O bambu deve ser cortado de madrugada, na lua minguante dos meses de inverno. Isso garante que a maior parte da seiva do bambu estará nas raízes, e não nos culmos. Deve ser apoiado em pé no chão, no próprio local onde foi cortado, deixando-o ficar assim por duas a três semanas. Garantindo esta etapa inicial de tratamento, usam-se as formas complementares. Está claro que não se pode sempre esperar até o inverno para cortar uma peça de bambu, mas deve-se ter o conhecimento em mente. Os tratamentos complementares são muitos: . Submergir em água corrente, ou parada, por 2 ou 3 dias. . Cozer o bambu . Assar o bambu, captar o “suor” (ácido piro-lenhoso), e depois cozê-los juntos. . Tratá-lo com soluções de ácido bórico ( BORAX ). . Queima através de maçarico . Secagem em estufa . Secagem ao sol

na foto um tanque com mangueiras que injetam solução de ácido bórico por dentro dos bambus

Page 22: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

22

FORMAS DE APRESENTAÇÃO E ESPÉCIES À VENDA NO MERCADO As espécies à venda por coletores no Rio de Janeiro são Phyllostachys aurea, também conhecida como bambu mirim, e Dendrocalamus giganteus, ou bambu gigante. A legislação brasileira, através do Decreto Federal no 750, proíbe a extração do bambu em qualquer APA (Área de Proteção Ambiental) e onde seja nativo na mata atlântica. O bambu de uma xeno-espécie pode ser retirado sem custos ou taxas de qualquer local público não protegido por leis ambientais específicas. Phyllostachys aurea (bambu-mirim):

Diâmetro comprimento preço Aspecto utilizações Até 12 cm até 10 m 60 reais

o cento amarelo, fino e comprido

estruturas leves, artesanato, cortinas, paredes, varas de pesca

Esta espécie é leve, resistente e flexível, com paredes finas. Seco, adquire uma cor dourada, que caracteriza seu nome. Seu aspecto regular é belo e simples. Comumente encontrada no Rio de Janeiro, em regiões da Serra do Mar.

Dendrocalamus giganteus (gigante):

Diâmetro comprimento preço Aspecto utilizações De 10 a 30 cm

até 15 m 3 reais o metro

verde, grosso e comprido

estruturas pesadas, artesanato, caixas, camas, mesas, vigas

Alta resistência a compressões verticais, suportando dezenas de toneladas. Pesado. Bruto, ele tem cor verde, e lixado assume aspecto levemente dourado, sobretudo quando tratado com substâncias superficiais. Recebe bem vernizes e gomas.

Page 23: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

23

ASSIMETRIA E VARIÂNCIAS DO BAMBU

O bambu é uma forma construída pela natureza. Não tem medidas definidas ou perfeitamente regulares. Chega a ser, em geral, assimétrico e irregular. A distância entre os nós varia, o diâmetro varia de acordo com a proximidade da raiz e de espécime para espécime. A cor e a textura variam com a idade e a maturidade. Tendo isso em mente podemos então utilizar corretamente o material, adaptando medidas, calculando tolerâncias e ajustes.

O BAMBU E OS INDÍGENAS BRASILEIROS

De acordo com o “Dicionário da Arte Indígena Brasileira”, os índios utilizam o bambu para diversas atividades, e em diversos objetos. Podemos enumerar: Flautas ( transversas, de pã, duplas ) Facas Pau ignígero (de fazer fogo) Aspirador de rapé Cachimbos Cestas Sarabatana Prendedor de cabelos Flechas Bastão de ritmo Usavam espécies nativas, como Taquaruçu, “Guadua Glomerata”, Taquarinha, “Cruatecasea Spruceana”, “Arundinaria Schomburgkii”, entre outras. Portanto pode-se com certeza afirmar que o uso deste material em solo brasileiro é milenar.

O BAMBU E A PUC-RIO Acho importante salientar a existência de vinte anos de pesquisa sobre o bambu na PUC-Rio, iniciada por Kosrow Ghavami, professor doutor da Engenharia da PUC-Rio. Mais tarde com o professor Luis Mendes Ripper o trabalho foi reforçado, e criado o LOTDP. Os alunos de desenho industrial da PUC entram em contato com a pesquisa sobre bambu através da professora Ana Branco, do professor Ripper e dos alunos do CRAA. Portanto o meu trabalho é a continuação de um esforço em conjunto.

PROTÓTIPO E MODELOS DE CADEIRA DO ALUNO IAN JUNTA PARA DOMUS GEODÉSICO DE BAMBU (RAPHAEL V. E PEDRO MIRANDA)

Page 24: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

24

material CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SUBSTÂNCIAS

MATERIAL ELÉTRICO Lâmpadas:

No mercado existem as lâmpadas incandescentes, as dicróicas e as fluorescentes. No meu trabalho privilegiarei as incandescentes e as fluorescentes compactas. Estas últimas agora tem roscas próprias para bocais de lâmpada incandescentes. Bocais:

Os bocais de plástico são os mais comuns, e também os mais baratos. Eles possuem entrada para rosca, ou “nipe”. O nipe é um tubo de metal rosqueado externamente, e vazado por dentro, que é encontrado nas mesmas lojas que vendem-se os bocais. É usado para unir o bocal a outros elementos da luminária. Interruptores de meio de fio:

Os interruptores de mieo de fio disponíveis no varejo são de plástico, e existe pouca variedade de formas e cores.

Page 25: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

25

Tomadas:

Fiação: Os fios mais comuns são os paralelos, envoltos em plástico branco ou preto. Existem também os fios transparentes, em que se observa os fios cor de cobre através do envoltório transparente.

FIXADORES Parafusos:

Porcas: a disponibilidade de porcas segue a mesma tendência dos parafusos, em grande quantidade e variedade. Para o pendente as porcas darão o acabamento externo da fixação. São porcas niqueladas, com cabeço semi-esférico.

Os plugues são estandartizados, de plástico e têm entrada para fiação.

Encontramos parafusos em lojas de ferragens espalhadas pela cidade. Existem os parafusos sem acabamento, os de precisão, sextavados, quadrados, redondos, etc... Eles podem ser inoxidáveis, niquelados, cobertos com cobre ... Suas especificações variam de alguns milímetros até alguns centímetros.

Page 26: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

26

Estrangulador de laço: Para fixar os laços do cabo de aço usam-se “luvas”, pequenos cilindros vazados de aço. Após passagem do laço e da volta, pressiona-se o cilindro que amassa e retém o laço em sua posição.

SUPORTE Cabo de aço revestido com nylon: É utilizado na pesca. É especificado pela sua resistência, possui boa flexibilidade, e tem fino acabamento .

Page 27: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

27

DESMEMBRAMENTO Com o objetivo de entender estruturalmente o objeto, decompômo-los em seus elementos básicos.

Pendente espelho fiação fixações sustentação do pendente pendente bocal lâmpada refrator/difusor/limitador Coluna haste cúpula bocal lâmpada fiação fixações base tomada interruptor

Arandela fiação arandela fixações difusor/refrator/limitador bocal lâmpada Luminária de mesa base interruptor haste lâmpada bocal refrator/difusor/limitador fiação tomada

criação SOLUÇÕES PARA A QUESTÃO

Page 28: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

28

Os desenhos são o início da solução, e as idéias vão sendo constantemente aprofundadas.

PENDENTE

ARANDELA

Page 29: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

29

COLUNA

LUMINÁRIA DE MESA

CALHA

Page 30: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

30

PARTIDO ADOTADO Em virtude do tempo disponível para a realização do projeto, decidi adotar apenas duas soluções. O pendente em virtude de ser simples em sua concepção, além de aproveitar bem o material. Foi também a idéia germe de todo o processo de criação. Escolhi também a coluna, principalmente por ser uma estrutura de haste, o que remete imediatamente à forma básica do bambu.

Pendente O princípio básico é uma meia-cana de bambu grosso, com um corte vazado suspenso, que é aproveitado como refrator. Ele é fixado no teto, onde há a caixa de passagem, com entrada para dois parafusos. Deles saem quatro cordas que suportam a meia-cana. Desta última saem mais quatro cordas que suportam o refrator.

A meia cana de 30 cm de comprimento, 15 cm de diâmetro, 7.5 cm de altura e 1.5 cm de espessura (valores aprox.) O corte vazado seria de forma elíptica, com 20 cm de comprimento e 10 cm de largura, sobre a superfície curva do bambu.

O espelho deve ser maior que o diâmetro da caixa de passagem, com 4” (10 cm) . A primeira alternativa pensada foi uma chapa de fórmica ou madeira branca, para desaparecer no teto de mesma cor.

Porém, o corte retangular é mais prático, e igualmente funcional e estético.

Page 31: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

31

A alternativa adotada foi retirar uma ripa de 10 cm. de largura de um culmo. O furo central é a passagem do fio.

O próximo passo é decidir como será a fixação dos suportes entre o espe-lho e a meia-cana: Em (1) são quatro fixações, descendo um suporte de cada uma. Em (2) são apenas duas fixações, descendo dois suportes de cada uma. Este partido foi escolhido, pois economiza fixadores e não acarreta em perda significativa de equilíbrio.

Na meia-cana existem 4 furos para os fixadores. Desses fixadores pode-se descer os suportes do refrator.

No desenho vê-se a possibilidade de unir dois laços no mesmo parafuso. Mas é preferível vazar o refrator e deixar passar o fio por baixo e de volta para cima, economizando fixadores.

Page 32: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

32

1 Espelho O espelho é conectado à caixa de passagem por dois parafusos. Com dois laços entre a cabeça de cada parafuso e a parede externa do espelho, suporta-se a meia-cana: 1- parafuso 2- laços dos suportes 1 3- espelho 4- caixa de passagem 5- porca

2 Meia-cana O mesmo parafuso que recebe um laço de suporte do espelho, recebe também um laço de suporte do refrator. 1- parafuso 2- laço do suporte 1 3- meia-cana 4- laço do suporte 2 5- porca

O suporte para bocal é uma ripa de bambu, com um furo para aparafusar o nipe, e juntas nas pontas para encaixar e colar na meia-cana. Na luminária de bambu mostrada em projetos anteriores utilizei este princípio do próprio nipe rosquear a parede interna do furo.

Page 33: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

33

A fiação desce através da caixa de passagem, passa pelo furo central do espelho, adentra o nipe e se conecta com o bocal.

Com o refrator posicionado abaixo da lâmpada, o feixe de luz não incide diretamente verticalmente, porém lateralmente a luminosidade se espalha diretamente. A tinta refletora dá mais vigor à luz que rebate no refrator.

Page 34: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

34

Coluna A coluna é composta da base, haste e cúpula. A base suporta a haste, que suporta a cúpula. A fiação atravessa o interior da haste e encontra a tomada da parede.

A base equilibra o peso do resto da coluna através de uma cruz. A meia-cana inferior por onde entra a haste tem a altura subtraída da espessura do bambu. Isso permitirá o prolongamento de outra meia-cana por sobre a meia-cana inferior.

As duas meia-canas são afixadas por meio de cavilhas verticais, do mesmo material. A haste é lixada para adquirir ponta cônica. O furo na meia-cana superior é maior que o furo da meia-cana inferior, dando maior rigidez ao conjunto.

A haste também adquire ponta cônica para receber a cúpula inferior.

Page 35: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

35

A cúpula superior apóia-se na inferior através de cavilhas que a suportam. A cavilha é fixa apenas na cúpula inferior, para facilitar a troca de lâmpada.

O bocal adentra a haste, e o fio corre por dentro do bambu até encontrar o interruptor de meio de fio, e depois o plugue de tomada.

A luz não incide na altura dos olhos, mas é rebatida para os lados e diagonalmente para baixo, visando a leitura em sofás e cadeiras.

A área ocupada pela coluna é delimitada pela sua base, e a cúpula não ultrapassa esses limites. A área total ocupada pela coluna é um círculo de 40 cm. de diâmetro, sendo portanto de baixo impacto no espaço.

Page 36: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

36

desenvolvimento EXTERNALIZAÇÕES DO PROJETAR MODELOS Com os partidos adotados, passei à construção dos modelos. Utilizei bambus finos e cola super-bonder. A escala aproximada é de 1 para 5.

modelos da coluna e do pendente

PROTÓTIPOS

COLUNA O principal problema encontrado na fabricação da coluna foi a sua base. Como o bambu não tem características regulares, além de ser flexível, a base de cruzeta precisa estar bem fixa para não comprometer o equilíbrio e a estabilidade da coluna. O uso de cavilhas verticais foi testado, com uma cruzeta bipartida na parte superior.

Esta base não sustentava o balanço da haste. Por ser bipartida na parte superior os lados se afastavam com a entrada da haste, e as 6 cavilhas verticais sozinhas não suportavam o esforço de manter a cruzeta fixa.

Page 37: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

37

Solucionei o problema eliminando a bipartição, adicionando uma cavilha horizontal e conificando a ponta da haste. O furo da parte superior da cruzeta é maior que o furo da parte inferior da cruzeta. O encaixe da haste é feito nesses dois furos, mais a cavilha horizontal que atravessa a parte superior da cruzeta e a haste.

As cavilhas são feitas do mesmo bambu da cruzeta, o Dendrocalamus G.. Usam-se formões e martelos para separar verticalmente o bambu, e lixa-se para obter a forma cilíndrica e dar acabamento. É sempre preferível obter cavilhas da parte mais externa do bambu, que é mais resistente.

O limitador inferior da cúpula é encaixado na haste também pelo método cônico.

Page 38: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

38

Adiciondo as cavilhas para suporte e o limitador superior da cúpula temos a estrutura montada.

Na foto acima à direita podemos ver a haste já vazada internamente com a passagem do fio entre o bocal até o interruptor de meio de fio, e daí até o plugue de tomada. A próxima etapa consiste em aplicar cola à base de epóxi nas cavilhas da base, na junção das cavilhas da cúpula com a parte inferior desta ( a parte superior fica livre para desmonte visando a troca de lâmpada ) e no bocal.

Lixando as peças uma última vez estamos prontos para aplicar tinta refletora na parte inferior interna da cúpula, e aplicar verniz em todas as partes visíveis da coluna.

O processo inteiro leva em torno de três horas para montar, e um dia inteiro a mais para secar.

Page 39: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

39

TESTE DA COLUNA

O teste revelou que a iluminação da coluna é bastante restringida, e cria um jogo de luz interessante nas paredes próximas. Permite a leitura no sofá ou cadeira próximos. Adapta-se muito bem à estética do ambiente. Sua forma nào é conflitante com os objetos e o espaço em torno.

Page 40: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

40

PENDENTE

A estrutura do pendente é obtida pela separação de um vazado da meia cana do bambu. . O corte transversal ao bambu é feito por serra tico-tico, e o corte longitudinal (na direção das fibras) é feito por formão. No primeiro protótipo fiz um vazado que o professor Abramovitz considerou pequeno para conter a iluminação direta. Portanto procurei no mesmo protótipo vazar uma parte maior. Mas o protótipo rachou, pela falta de cuidado na hora de introduzir o formão na rachadura, a partir do furo. Tive de refazer o protótipo, agora com mais cuidado.

No segundo protótipo o refrator é maior, possibilitando maior contenção da luz. Aplicando tinta refletora no refletor temos maior refração da luz.

O suporte do bocal é encaixado no corpo do pendente, e colado ( foto à esquerda ). O espelho fixa -se à caixa de passagem por meio de parafusos ( que também sustentarão os laços ). O nipe é enroscado ao suporte e ao bocal. O fio passa pelo espelho, através do nipe e chega ao bocal.

Page 41: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

41

No primeiro protótipo utilizei cordoalhas de aço com conectores de barra de cindal para fixar o laço. Mas a cordoalha revelou-se pouco flexível, e o conector de pouco acabamento.

Passei então a utilizar cabos de aço revestidos por nylon, muito comum em lojas de pesca. O laço é fixado por luvas próprias ao cabo. São pequenos cilindros que se amassam, envolvendo o cabo. Na foto à esquerda pode-se ver os parafusos de 5/32 polegadas, as porcas de acabamentoniquelado, o cabo de aço, as luvas e os suportes já preparados com laço.

TESTE DO PENDENTE

O teste com o pendente revelou que as sombras formam interessante jogo de luzes no teto. Não incide na área exatamente abaixo, banhando suavemente o ambiente. Sua tonalidade dá um efeito agradável ao espaço. A sua forma é simples e bela, porém o bocal aparente retira um pouco da elegância do conjunto. Espero solucionar este problema.

Page 42: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

42

LISTA DE MATERIAIS E ORÇAMENTO

COLUNA MATERIAL QUANT. PREÇO ( R$ ) Bambu Dendrocalamus Giganteus ( 15 cm. ) 64 cm. 1,92 Bambu Phylostakis Aurea ( 4,5 cm. ) 1,60 m. 0,80 Bocal Plástico para lâmpada incandescente modelo de rosca 1 1,80 Fiação paralela 3 m. 2,80 Interruptor de meio de fio 1 2,60 Plugue de tomada 1 1,50 Lâmpada incandescente (60 w.) 1 1,50 Verniz / Tinta alumínica 1 demão

de cada 1,50

Adesivo epóxi 3 g. 1,50 TOTAL 15,92

PENDENTE MATERIAL QUANT. PREÇO ( R$ ) Bambu Dendrocalamus Giganteus ( 15 cm. ) 32 cm. 1,00 Frete do bambu - - - 0,70 Bocal Plástico para lâmpada incandescente modelo de rosca 1 2,00 Fiação Transparente 30 cm. 0,18 Nipe ( 6 cm. ) 1 1,00 Lâmpada incandescente (60 w.) 1 1,50 Cabo de aço revestido com nylon (15 lbs.) 188 cm. 1,00 Luva para cabo de aço 8 0,56 Parafuso 5/32 ” 4 0,20 Rosca 5/32 “ niquelada 4 0,60 Verniz / Tinta alumínica 1 demão

de cada 1,50

Adesivo Epóxi 1 g. 0,50 TOTAL 10,74

PRODUÇÃO

O custo total de produção de cada luminária é baixo. O tempo de construção dos protótipos, levada à cabo por apenas uma pessoa, é longo. Mas se a produção for dividida entre três pessoas, calculo que o tempo total para cada luminária se reduziria a alguns minutos. Cada tarefa individualizada e treinada, tornando-se eficiente e com menos desperdício. O espaço requerido por esse tipo de produção é pequeno. Uma oficina com maquinário de marcenaria se adequa muito bem, visto que o bambu se comporta de forma semelhante à madeira em relação ao seu maquinário. Pretendo continuar a incrementar a linha de luminárias de bambu e, neste verão, já trabalhar com encomendas destes dois exemplares. Existe uma oficina desativada de um colega do

Page 43: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

43

centro acadêmico de desenho industrial que pretende reativar o espaço e montar uma linha de produção de camas de bambu. Fui convidado a tabalhar na oficina em troca de uma parcela dos meus lucros. FERRAMENTAS E INSTRUMENTOS: Martelo, formão, alicate, trena, facão, pincel, chave de fenda, lixa, grosa, serra de arco. MAQUINÁRIO: Serra de fita, serra circular, serra tico-tico, lixadeira de bancada, furadeira de bancada.

PREÇO

Calculo o preço da luminário levando em conta os preços de loja, a exclusividade, o trabalho artesanal e a qualidade do design. A coluna sairia por 120 a 150 reais, enquanto o pendente teria o preço entre 60 e 80 reais.

DISTRIBUIÇÃO Além do círculo de conhecidos, parentes e amigos, pretendo mostrar meu trabalho em lojas de decoração onde a originalidade do produto seja reconhecida. Entrarei em contato com realizadores de feiras como a ‘Babilônia Feira Hype’ e em lojas de decoração que trabalhem com materiais alternativos. Existe um vasto campo a ser explorado, e aposto no aspecto eclético das duas luminárias de bambu.

Page 44: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

44

agradecimentos Dra. Lourdes Zunino – arquiteta formada pela FNA / UFRJ Prof Luis Carlos Ripper – Desenho Industrial / PUC-Rio Prof K. Ghavami – Engenharia / PUC-Rio Prof Ximena Londoño – Botânica / Cáli – Colômbia Dr. Tarciso de Souza Filgueiras – Botânico aposentado pelo IBGE / Brasília Prof Rubens Cardoso e Prof Edson Sartori – Bamboo Design Brasil / Campo Grande – MS Daniel Tadao Yamamoto – Formando em arquitetura na UNIDERP! / Campo Grande – MS Lynn G. Clark – botânica da American Bamboo Society George Shor – American Bamboo Society Angel Sampedro del Rio – Buenos Aires / Argentina Marco Pereira – pesquisador da Unesp / Bauru / SP Cal Hashimoto – fabricante / Hawaii Marcelo Fonseca, Pedro Orlando e Ian (“A Firma”), Marcelo Moreira, Marcos Quintanilha (“Bubanzá”), Mário Seixas, João Muller, Pedro Miranda e todo o pessoal de bambu da PUC, que sempre apoiou meus interesses. CRAA – Centro de Representantes de Alunos de Artes / PUC-Rio Vila dos diretórios – espaço de convivência pessoal e integração dos cursos. Depto. de Artes / PUC-Rio Prof José Abramovitz – pela paciência e compreensão. Prof Lúcia Mazillo – amiga e orientadora, me apoiou desde o começo. Força fundamental no projeto, co-autora de várias soluções. Ao bambu agradeço o companheirismo, a disponibilidade, a tenacidade e a flexibilidade. Aos meus pais, avós, tios e primos. Tudo o que sou veio de vocês. In Lake Che (eu sou outro você) dezembro de 1999

Ximena, Salgado e Rubão, em Campo Grande – MS

Abramovitz e Marco Antônio na PUC-Rio.

CRAA e Ripper no primeiro seminário sobre utilização do bambu, invadindo Campo Grande, terra de Daniel Tadao

Page 45: relatório de projeto conclusão · 1 relatório de projeto conclusão luminárias de bambu o conceito e a razão art 1041 – 1aa profo josé abramovitz profa orientadora lúcia

45

bibliografia Bamboos – Recht, Christine & Wetterwald, Max F. / Timber Press – Portland, Oregon , 1992 Ecologizar, pensando o ambiente humano – Ribeiro, Maurício Andrés / Rona Editora – Belo Horizonte, 1998 Arquitetura e Meio Ambiente, Bioclimatismo – Rosa, Lourdes Zunino / FAU, UFRJ – Rio de Janeiro, 1991 Uso racional de energia elétrica em edificação, Iluminação – Agência para aplicação de energia, ABILUX, PROCEL / São Paulo, 1991 Iluminância de interiores – ABNT, NB-57 / 82 Apostilas do curso de Teoria e Técnica dos Materiais (ART 1822), ministradas pelo Profo Marco Antônio, do Depto de Artes da PUC-Rio. Catálogos de fabricantes de equipamentos elétricos e de fabricantes de luminárias.