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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 89/92 (Continuação pág. 6) Na sequência dos debates realizados, a FNE fez propostas de alteração à proposta do Governo e empenhou-se na concretização de um projecto que correspondesse ao objectivo, fixado pelo 2Q Congresso, de promover a "criação de uma escola que seja lugar de realização pessoal e social dos que nela trabalham e estudam". Para que esta proposta tivesse êxito, a FNE não se poupou a esforços tendo mesmo a sua Secretária Geralpedido umaaudiência ao Primeiro Ministro no sentido de o sensibilizar para as propostas da Federação. O decreto-lei veio a concretizar as propostas que fizemos. Deve, contudo, registar-se o facto de o novo modelo não ter, ainda, entrado em vigor, o que a Federação, obviamente, lamenta. 2. O Secretariado publicou uma análise à política do Ministério em 1990. Este documento foi muito apreciado pelo rigor técnico que evidenciava. A aproximação de processos eleitorais, porém, desaconselhou a divulgação de novas análises. O novo plano de acção prevê que esta acção de análise às políticas do M.E. se faça, futuramente em novos moldes tendo em conta os constrangimentos encontrados no triénio que agora termina. 3. O Secretariado esteve atento aos Orçamentos da Educação tendo podido verificar um crescimento indiscutível do seu peso no Orçamento Geral do Estado. Reconhece , porém, que nesta área precisará, de futuro, de recorrer a especialistas que a possam ajudar a realizar análises mais rigorosas. ACÇÃO REIVINDICATIVA «OCWCÍOWíXKNÍWW&KK Como decorre do mandato expresso que recebeu dos Sindicatos, a FNE deu prioridade absoluta, na acção que desenvolveu, à actividade reivindicativa. Para apoiar as suas propostas viu-se forçada, por três vezes, a recorrer à greve o que aconteceu, em articulação com as outras organizações sindicais do sector, em 14 e 15 de Junho de 1989,26 e 27 de Outubro do mesmo ano e 18 de Fevereiro de 1992. Sempre que foi possível chegar a acordo com o Governo celebraram-se os respectivos acordos ou, quando o acordo não foi total, subscreveram-se actas conclusivas dos processos negociais. Assim a FNE celebrou com o Governo 6 acordos e com ele subscreveu 5 actas conclusivas de negociações. A acção reivindicativa que a Federação desenvolveu centrou-se em 4 grandes áreas : negociação dos estatutos profissionais, formação de professores, concursos e tabelas salariais. Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário 1989 foi o ano, por excelência, da negociação do Estatuto. Com ele foi, também, para a FNE a ocasião de procurar levar à prática a dignificação da Carreira Docente por que tanto lutou. Depois do processo da greve de Fevereiro de 1989, a FNE retomou o processo de negociação do estatuto que havia estado interrompido e chegou, com o Secretário de Estado Adjunto do Ministro, a um Acordo em 26 de Abril desse ano -acordo que tornou públicono início do 2- Congresso e que viria a nortear as negociações a partir de então. Tivemos aí o sentimento de que a luta que tínhamos feito tinha valido a pena e de que os princípios que sempre defendêramos iriam ficar expressos na versão final. O tempo da negociação foi-se arrastando e quando chegou o momento de discutir o posicionamento salarial na nova reestruturação da Função Pública e no quadro do Estatuto pudemos verificar que o Governo pretendia que os professores ficassem colocados, nas grelhas salariais do Novo Sistema Retributivo, abaixo dos técnicos e técnicos superiores da Administração Pública que possuíam idênticas habilitações. As nossas posições endureceram, então, e decidimos, de imediato, fazer um referendo aos nossos sócios a fim de sabermos da sua disponibilidadepara prosseguir a luta pela melhoria das suas condições de trabalho e remuneração. Realizamos centenas de reuniões a fim de alertarmos todos os professores para os graves problemas que surgiram nesse momento. O resultado do referendo foi inequívoco: 97% dos sócios dos Sindicatos membros da FNE mostraram-se dispostos a lutar pela reposição do seu posicionamento. Marcaram- (Cont. pág. 10) 7

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 89/92(Continuação pág. 6)

Na sequência dos debates realizados, a FNEfez propostas de alteração à proposta do Governo eempenhou-se na concretização de um projecto quecorrespondesse ao objectivo, fixado pelo 2Q

Congresso, de promover a "criação de uma escolaque seja lugar de realização pessoal e social dos quenela trabalham e estudam". Para que esta propostativesse êxito, a FNE não se poupou a esforços tendomesmo a sua Secretária Geralpedido umaaudiênciaao Primeiro Ministro no sentido de o sensibilizarpara as propostas da Federação. O decreto-lei veioa concretizar as propostas que fizemos. Deve,contudo, registar-se o facto de o novo modelo nãoter, ainda, entrado em vigor, o que a Federação,obviamente, lamenta.

2. O Secretariado publicou uma análise àpolítica do Ministério em 1990. Este documento foimuito apreciado pelo rigor técnico que evidenciava.

A aproximação de processos eleitorais,porém, desaconselhou a divulgação de novasanálises. O novo plano de acção prevê que estaacção de análise às políticas do M.E. se faça,futuramente em novos moldes tendo em conta osconstrangimentos encontrados no triénio que agoratermina.

3. O Secretariado esteve atento aosOrçamentos da Educação tendo podido verificarum crescimento indiscutível do seu peso noOrçamento Geral do Estado. Reconhece , porém,que nesta área precisará, de futuro, de recorrer aespecialistas que a possam ajudar a realizar análisesmais rigorosas.

ACÇÃO REIVINDICATIVA«OCWCÍOWíXKNÍWW&KK

Como decorre do mandato expresso querecebeu dos Sindicatos, a FNE deu prioridadeabsoluta, na acção que desenvolveu, à actividadereivindicativa.

Para apoiar as suas propostas viu-se forçada,por três vezes, a recorrer à greve o que aconteceu,em articulação com as outras organizações sindicaisdo sector, em 14 e 15 de Junho de 1989,26 e 27 deOutubro do mesmo ano e 18 de Fevereiro de 1992.

Sempre que foi possível chegar a acordo como Governo celebraram-se os respectivos acordos ou,quando o acordo não foi total, subscreveram-seactas conclusivas dos processos negociais. Assim

a FNE celebrou com o Governo 6 acordos e com elesubscreveu 5 actas conclusivas de negociações.

A acção reivindicativa que a Federaçãodesenvolveu centrou-se em 4 grandes áreas :negociação dos estatutos profissionais, formaçãode professores, concursos e tabelas salariais.

Estatuto da Carreira dos Educadoresde Infância e dos Professores dos

Ensinos Básico e Secundário

1989 foi o ano, por excelência, da negociaçãodo Estatuto. Com ele foi, também, para a FNE aocasião de procurar levar à prática a dignificaçãoda Carreira Docente por que tanto lutou.

Depois do processo da greve de Fevereiro de1989, a FNE retomou o processo de negociação doestatuto que havia estado interrompido e chegou,com o Secretário de Estado Adjunto do Ministro, aum Acordo em 26 de Abril desse ano -acordo quetornou público no início do 2- Congresso e que viriaa nortear as negociações a partir de então.

Tivemos aí o sentimento de que a luta quetínhamos feito tinha valido a pena e de que osprincípios que sempre defendêramos iriam ficarexpressos na versão final.

O tempo da negociação foi-se arrastando equando chegou o momento de discutir oposicionamento salarial na nova reestruturação daFunção Pública e no quadro do Estatuto pudemosverificar que o Governo pretendia que os professoresficassem colocados, nas grelhas salariais do NovoSistema Retributivo, abaixo dos técnicos e técnicossuperiores da Administração Pública que possuíamidênticas habilitações.

As nossas posições endureceram, então, edecidimos, de imediato, fazer um referendo aosnossos sócios a fim de sabermos da suadisponibilidadepara prosseguir a luta pela melhoriadas suas condições de trabalho e remuneração.Realizamos centenas de reuniões a fim de alertarmostodos os professores para os graves problemas quesurgiram nesse momento. O resultado do referendofoi inequívoco: 97% dos sócios dos Sindicatosmembros da FNE mostraram-se dispostos a lutarpela reposição do seu posicionamento. Marcaram-

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 89/92

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se os dias de greve -14 e 15 de Junho. A greve foiuni êxito. Mais de 90% dos professores disseram aoGoverno que não podem estar de acordo com o seuposicionamento face às carreiras técnica e técnicasuperior e consegue-se, assim, assinar o Acordo de16 de Junho em que se institucionaliza a carreiraúnica para todos os professores - ideia pela qualsempre nos batemos - e em que se repõe oposicionamento dos docentes em relação à FunçãoPública. Aponta-se, ainda, para a rápida conclusãodas negociações dos aspectos técnico-jurídicos doEstatuto.

Há, no entanto, um momento de pausa e emSetembro retomamos as negociações para sermos,de novo, confrontados com alterações por parte doGoverno ao que havia sido acordado em 16 deJunho.

Exercemos todas as pressões possíveis paradesbloquear a situação mas vimo-nos confrontados,em meados do mês de Outubro, com a preparaçãode um Decreto-Lei que regulamentaria aspectosimportantes como os das remunerações e aprogressão na carreira.

A luta endureceu; de novo, fizemos plenáriose reuniões onde estiveram presentes cerca de 15.000professores. Recorre-se, uma vez mais, à greve.Concretizamo-la a 26 e 27 de Outubro. Foi outroêxito.

Mas, neste momento, o Governo não recuoue na sequência de uma negociação que acabou emruptura, publicou o Decreto-Lei 409/89 de 18 deNovembro onde ficaram consignadas as grelhassalariais até 1992, a progressão na carreira e asmedidas transitórias.

Face a este decreto e porque nele seregulamentavam assuntos de primordial importânciapara todos nós e com os quais não pudemos estar deacordo, organizamos uma petição que recolheumais de 20.000 assinaturas e que entregamos aoPresidente da Assembleia da República em 27 deNovembro.

Deslocamo-nos, também, aquando dadiscussão do Orçamento Geral do Estado, nos dias20,21 e 22deNovembro à Assembleia da Repúblicaa fim de demonstrarmos o nosso desagrado face aoque o Governo, unilateralmente, tinha reservadopara os professores.

Retoma-se a negociação do Estatuto nos seusaspectos técnico-jurídicos e no dia 13 de Dezembro

assinamos a acta final das negociações.As grandes lutas que travamos tiveram

resultados positivos. Conseguimos ver, assim,consagradas todas as grandes orientações quesempre defendemos .

A nossa recusa em subscrever, então, umacordo - ficando-nos por uma simples acta - ficou adever-se a duas questões : a não revogação doDecreto-Lei 409/89, por que nos batêramos, e aperda de tempo de serviço que, apesar de algumasconcessões importantes, o estatuto e a Portaria quelhe é complementar, acarretam.

Mas o Estatuto deixa para regulamentaçãoposterior vinte e sete matérias. Os anos de 1990 e1991 vão ser preenchidos com debates sobre aspropostas de regulamentação.

A FNE elaborou propostas de orientaçãopara as negociações da parte mais significativa dasmatérias a regulamentar e bateu-se sozinha, noterreno, para que esta regulamentação se fizesseantes das eleições de Outubro de 91.

À volta da regulamentação do Estatuto aFNE desenvolveu um debate nacional em 1990 eoutro em 1991. O primeiro foi um debate sobre asgrandes orientações do Estatuto e realizou-se emsimultâneo com o debate sobre a gestão, nos mesesde Maio e Junho. O segundo debate, realizadoentre Abril e Junho de 1991, centrou-rse sobrealgumas propostas concretas.

Resolvemos, através da negociação com oMinistério da Educação, problemas de interpretaçãoerrada do estatuto e lutamos para que a Portaria darecuperação de tempo de serviço, prevista no ECD,fosse assinada introduzindo-lhe mesmo algumasalterações que visaram a melhoria da situação dosprofessores sem Exame de Estado e que tinhamentre 25 e 28 anos de serviço em 1989. EstaPortaria, porém, continua a ter vários erros que nãofoi, ainda, possível corrigir.

Carreiras dos professores dos ensinosun ive r s i t á r io e poli técnico

A reestruturação das carreiras dos professoresdos ensinos superiores universitário e politécnico éuma necessidade que há muito se impõe.

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES 89/92

A FNE apresentou ao Governo em 1990propostas de alteração destas carreiras mas anegociação vem-se atrasando progressivamente commúltiplos argumentos, por parte do Ministério. Aproposta do ME relativa ao ensino politécnicoapontava para soluções em muitos pontos,inaceitáveis o que nos levou a propor a suareformulação. Entre 1990 e o momento actual oMinistério não nos apresentou nenhuma novaproposta.

Tudo o que a FNE conseguiu, neste períodode tempo entre dois Congressos, para o sector doensinos superior, foi negociar - sem ter chegado aacordo total - os novos índices das carreiras (acta de16 de Outubro de 1989) e o descongelamento dosescalões, que ficou consagrado na acta final de 5 deJunho de 1991.

Carreira cios professor es do ensino particular

A Federação Nacional dos Sindicatos daEducação elaborou uma proposta de carreira paraeste sector de ensino que foi discutida com cerca deduas centenas de professores no Congresso Nacionaldo Ensino Particular realizado em Lisboa, no FórumPicoas, em 15 e 16 de Março de 1990 e a que maisadiante nos referimos.

Na sequência do mandato que recebeu dosprofessores, a FNE estabeleceu com a Associaçãodos Representantes dos Estabelecimentos de EnsinoParticular, em 14 de Agosto de 1991 um acordo queprevê que no decurso do ano lectivo de 1991/92 acarreira seja negociada.

Carreira tio pessoal técnico,admin i s t r a t ivo e a u x i l i a r cie educação

Novos desafios se colocaram à Federaçãocom a inclusão no seu seio dos Sindicatos dosTécnicos, Administrativos e Auxiliares deEducação. Assim, e procurando corresponder àslegítimas expectativas dos nossos associados,sentiu-se a necessidade de iniciar o trabalhoconducente a uma modificação da carreira do pessoaltécnico, administrativo e auxiliar de educação.Começaram-se os estudos para elaboração de umaproposta de carreira, tendo-se já pedido abertura de

negociações e apresentação de uma proposta porparte do Ministério da Educação. O processo nãotem tido a celeridade de que todos gostaríamos.

O Secretariado perspectiva constituir umgrupo de trabalho que possa elaborar uma propostada FNE com vista ao início das negociações.

Esta tu to dos Professores de portuguêsno estrangeiro

A FNE negociou com o Governo o estatutodos professores que trabalham no estrangeiro. Esteestatuto não foi, porém, ainda objecto de decisãofinal por parte do Executivo.

Formação de professores

A formação de professores tem sido umapreocupação constante da FNE.

Esta preocupação tem-se efectivado a váriosníveis : na defesa intransigente de uma formaçãoinicial de nível de licenciatura para todos osprofessores, no debate rigoroso das propostas doMinistério sobre formação continuados professores,com elaboração e negociação de contra-propostas,na defesa de uma formação profissional de qualidadepara todos os docentes.

Tendo o Ministério decidido entregar partesignificativa da profissionalização dos professoresdos 2Q e 3- Ciclos do ensino básico e dos professoresdo ensino secundário à Universidade Aberta e umavez que o início das emissões desta Universidade,no ano de 1990, se fez tardiamente, novos problemasse perspectivaram quanto à formação destesprofessores. Para procurar resolvê-los o Secretariadoreuniu, no dia 29 de Maio desse ano, com oSecretário de Estado da Reforma Educativa e como Reitor da Universidade Aberta tendo-se, então,concretizado um acordo tendente a minimizar osproblemas sentidos pelos professores que seencontravam a fazer a profissionalização atravésdesta instituição. Conseguiu a FNE que os examesse efectuassem no mês de Outubro, que osprofessores formandos tivessem dispensado serviçonão lectivo nos meses de Julho e Setembro e que,durante o mês dos exames, tivessem três dias dedispensa de serviço lectivo e não lectivo integrando

(Com. pág. 12) 11

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notícias'da FEDERAI

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

(Continuação pág. 11)

a véspera de cada exame.Na sequência deste acordo, realizamos, no

Porto, um plenário destinado aos professores sóciosdos Sindicatos membros da Federação com apresença do reitor da U.A., no dia 5 de Junho.

Concursos

A Federação tem lutado sempre pela melhoriadas condições dos concursos e pela estabilidade deemprego dos trabalhadores da educação.

Pessoal docente

Embora tivéssemos conseguido um grandeavanço com a estabilidade dos professores, queficou consagrada nos Decreto-Lei 35/88 e do 18/88, havia questões de fundo que importava resolvere designadamente a que se referia à situação dosprofessores contratados do Ensino Primário queface ao Despacho Normativo 91/88 eramconsiderados como meros tarefeiros, sem qualquerdireito ou regalia.

As soluções encontradas passaram pelarevogação do Despacho Normativo 91/88 e pelapublicação do Despacho Normativo 95/89 que prevêque os professores contratados do Ensino Primáriotêm direito às mesmas regalias dos professores doQuadro e a sua reintegração no sistema de assistênciamédica e medicamentosa da ADSE.

A FNE considera imperativ a a negociação dacriação dos quadros de zona pedagógica tendo emvista melhorar a situação de vínculo e de menormovimentação geográfica dos professores e doseducadores de infância.

Pessoal não docente

A FNE concluiu, com o Ministério daEducação no ano de 1991, um acordo que prevê

* a definição até 20 de Julho dos critériosdefinidores das dotações dos quadros de afectação;integração até 30 de Junho nos quadros do pessoalcontratado, já concursado que se encontre em serviçonos estabelecimentos de educação e ensino nasvagas existentes;

* celebração de novos contratos até 25 deJunho para o pessoal contratado até 30 de Junho,

que se revele indispensável ao funcionamento dosistema; abertura do concurs o para Técnico AuxiliarEspecialista da Carreira de Técnico da Acção SocialEscolar;

* abertura de concursos após conclusão doconcurso de oficial administrativo principal, paraas restantes categorias da carreira Administrativa eda carreira de Técnico Auxiliar da Acção Escolar eEncarregados de Pessoal Auxiliar da AcçãoEducativa;

* abertura de concurso, até ao fim do prazo devalidade do concurso de habilitação para 3S oficiaisaberto em 30 de Junho de 1989, para 3° oficial parapermitir a candidatura dos escriturários dactilógrafosconcursados e habilitados para o referido concurso;

* as listas graduadas dos concursos a realizarserão de âmbito nacional;

* início imediato dos estudos conducentes àdefinição das condições em que os Chefes deServiços de Administração Escolar poderão serpromovidos a Chefes de Repartição.

Salários

Anualmente têm-se negociado os aumentossalariais :

* dos trabalhadores da Educação do sectorpúblico, no âmbito da FESAP,

* dos trabalhadores do ensino particular, emarticulação com outros Sindicatos do sector,

* dos professores de português no estrangeiro,por negociação directa da FNE com o ME.

INFORMAÇÃO

O plano aprovado pelo Congresso, nestamatéria, foi integralmente cumprido. Assim :

. o jornal da FNE foi publicado com umaperiodicidade bi-mensal;

. publicaram-se 12 números especiaisreferentes a momentos particularmente relevantesda acção reivindicativa da FNE : Junho de 1989(acordo celebrado com o Governo sobre as posiçõessalariais dos professores por relação aos demaistécnicos e técnicos superiores da Administração

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

Pública), Setembro de 89 (3 números : contratocolectivo do ensino particular, luta pelaconcretização do acordo de Junho sobre salários,ponto da situação sobre a negociação do estatuto),Outubro de 89 (novamente o problema das grelhassalariais e balanço da greve de 26 e 27 de Outubro),Novembro de 89 (ensino superior - grelha salariale propostas para a carreira), Dezembro de 1989(dois números: ponto da situação e conclusão dasnegociações do estatuto da carreira docente), Maiode 1990 (congresso do ensino particular), Fevereirode 1991 (acordo sobre a Universidade Aberta edebate sobre a gestão das escolas), Setembro de1991 (contrato colectivo do ensino particular) eFevereiro de 1992):preparação da greve de 18 deFevereiro);

. foi dado apoio aos novos Sindicatos paradifusão de notícias aos seus associados;

. semanalmente enviaram-se notícias para osórgãos de comunicação social e promoveram-semúltiplos encontros com a Imprensa entre os quais9 conferências de Imprensa.

FORMAÇÃO

Ao nível da formação a FNE desenvolveuuma acção particularmente intensa. Das múltiplasiniciativas que desenvolveu - entre as quais umaacção de formação para professores do le ciclo doensino básico que se desenrolou nos meses deSetembro, Outubro e Novembro de 1990, emLisboa, sobre o tema "Projecto Educativo da escolaprimária" - cumpre salientar duas de especialrelevância:

* a organização de cursos de formação paraapoiar os professores na elaboração de relatórioscríticos e de currículos e

* a constituição do Instituto Superior deEducação e Trabalho.

Cursos sobre relatório crítica e currículo

Foram feitos cursos de formação, com aduração de 4/5 dias cada, destinados a sócios dosSindicatos dos professores. Os cursos inciaram-sepor uma acção de formação, de monitores para aparte prática, escolhidos de entre membros das

direcções dos Sindicatos.Entre Setembro de 1990 e Fevreiro de 1991

mais de 7000 professores passaram pelos nossoscursos.

Instituto Superior de Educação e Trabalha

Com o objectivo de oferecer aos sócios umaformação contínua articulada e de alta qualidade aFNE, em colaboração com os seus Sindicatosmembros, constituiu, em 27 de Dezembro de 1991,por escritura pública, o Instituto Superior deEducação e Trabalho, instituto universitáriovocacionado para a formação contínua deprofessores e de dirigentes sindicais. O processode reconhecimento oficial do ISET estápraticamente concluído.

O ISET organiza os seus cursos de acordocom uma lógica de formação contínua, estruturadapor forma a facilitar aos seus formandos a aquisiçãode novos graus académicos: diplomas de estudossuperiores especializados, mestrados edoutoramentos. O objectivo primordial é o deoferecer programas de formação permanente queos formandos poderão seguir até ao termo da suavida profissional ou da sua actividade comosindicalistas no activo.

Iniciaram-se já em Setembro de 1991 acçõesde formação na área de Administração Escolar.

O ISET pôs à disposição de todos osSindicatos, no ano de 91/92, o primeiro módulo deformação nesta área de especialidade.

REFORÇO DA FEDERAÇÃO

Tal como se havia proposto, a FNE apoiou aconstituição do Sindicato Democrático dosProfessores da Madeira e os Sindicatos dos Técnicos,Administrativos e Auxiliares de Educação da ZonaCentro e do Sul e Regiões Autónomas, com o quese concluiu a cobertura Nacional da Federação aonível da Educação.

A FNE apoiou os novos Sindicatos e estespuderam, no terreno, levar mais longe as mensagensda Federação.

Pode dizer-se que, hoje, a FNE tem já a13

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

possibilidade de estabalecer um diálogo directo erápido com todos os trabalhadores da Educação, oque ficou bem patente na mobilização quedesenvolveu aquando da greve de 18 de Fevereirodeste ano. Deve registar-se que, na preparação dagreve, apenas aFNE teve uma presença permanenteatravés de cartazes, comunicados e visitas dedirigentes às escolas.

Também a acção de formação que temdesenvolvido em todo o território nacional promovea imagem da FNE como grande organização sindicalsimultaneamente preocupada com a defesa dascondições de vida e de trabalho dos profissionais daEducação e com a sua formação permanente.

ANIMAÇÃO CULTURAL

Não se tornou possível desenvolver algumasdas actividades previstas no plano de acção aprovadopelo 29 Congresso, situação que o Secretariadoespefa poder ultrapassar-se no próximo triénio.

Do plano então aprovado levaram-se a efeitoos convívios anuais entre associados dos Sindicatosmembros da FNE.

Em 1989, na Quinta de Santo Antão, emLeiria, em 1990, na Quinta da Paradela, nosCarvalhos, e em 1991, na Quinta do Lago, em Mira,professores de todo o país conviveram durante umaparte da tarde e da noite sempre num clima degrande alegria e de solidariedade entre todos.

OUTRAS INICIATIVAS

Congresso do Ensino Particular

Como já se referiu, a FNE realizou, emLisboa, em 15 e 16 de Março de 1990, um congressode professores do ensino particular tendo comoobjectivo discutir uma proposta de carreira para osprofessores deste sector.

O Congresso foi altamente participado eproduziu as orientações de base para a carreira anegociar.

Reunião do SPlE/Europa em Lisboa

A Federação acolheu em Lisboa a Assembleia

Geral da secção europeia do SPIE em 26,27 e 28de Outubro de 1990. Dirigentes sindicais de 17países da Europa - incluindo, pela primeira vez,organizações sindicais de professores da EuropaCentral e de Leste - debateram, em conjunto, ofuturo do movimento sindical. Foram, ainda,debatidos três temas de grande importância : Aregulamentação das convenções internacionais detrabalho, a livre circulação do pessoal da educaçãona Europa e a privatização da educação.

Os sindicalistas europeus foram unânimesem elogiar a organização do encontro tanto nosaspectos técnicos como no calor humano doacolhimento recebido.

Abertura da sede em Lisboa

Como era há muito vontade dos órgãosdirectivos da Federação, abriu-se a sede em Lisboano mês de Dezembro de 1989. A partir de então, ecom o apoio dos dirigentes do SDPGL, tem sidopossível manter uma presença diária em Lisboa,sem prejuízo de os serviços centrais da FNE - comoo estatuto prevê - continuarem a estar sediados noPorto, cidade onde trabalha a Secretária Geral.

Representativa das organizaçõessindicais de professores

Tendo sido despoletada, ainda no ano de1989, uma forte polémica sobre a situação dosprofessores em Portugal e a sua adesão aomovimento e organizações sindicais, na sequênciada divulgação do chamado relatório Braga da Cruz,a FNE tudo fez para ultrapassar o problema que selhe colocou.

Após várias tentativas infrutíferas para queBraga da Cruz reconhecesse o erro do seu trabalho,a FNE recorreu a especialistas nacionais eestrangeiros para fazer uma análise de todo oprocesso tendo publicado uma brochura e realizadoum Seminário Nacional, em Lisboa a 20 deSetembro de 1990, sob o título "Controvérsia sobrea situação do professor - armadilhas dos métodosquantitativos". A polémica terminou aqui tendo aFederação demonstrada a falácia do estudo feitodado que a amostra não foi constituída de modocientificamente aceitável.

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