relatÓrio anual de epidemiologia de roraima - 20166 tabela 38 casos de sífilis congênita por...

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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA 2016 Boa Vista - RR, 2017

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Page 1: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

1

GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE RORAIMA COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

RELATÓRIO ANUAL DE

EPIDEMIOLOGIA DE

RORAIMA

2016

Boa Vista - RR, 2017

Page 2: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Maria Suely Silva Campos Governadora do Estado de Roraima

César Ferreira Penna de Faria

Secretário Estadual da Saúde de Roraima

Paulo Bastos Linhares Secretário Adjunto de Saúde

Daniela Palha Souza Campos

Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde

Luciana Cristina Grisoto Diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica

José Vieira Filho

Gerente do Núcleo de Sistemas de Informação

COORDENAÇÃO E ORGANIZAÇÃO Maria Soledade Garcia Benedetti

Infectologista e especialista em Saúde Pública Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR

Page 3: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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ELABORAÇÃO DADOS DEMOGRÁFICOS: Maria Soledade Garcia Benedetti.

NATALIDADE: Maria Soledade Garcia Benedetti.

DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE AMARELA: Ana Paula Viana de Oliveira Guth

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS: Nayane Picanço Nomiyama.

DOENÇAS DE TRANMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR: Lazaro Alfaro Valdes.

DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS: Katheryn Kellyn Waismann Odashiro,

Antonio Irapuama de Campos Buás, Janira Costa Silva, Nathalia Youssef Coutinho, Kátia

Rejane dos Santos Campos.

HEPATITES VIRAIS: Ananda Moura de Oliveira, Francinete Ferreira de Souza, Neyla

Maia da Silva.

HANSENÍASE: Márcia Silva de Souza.

IST/HIV/AIDS: José Aristites Viola Ramos, Janderson Souto Mangabeira, Angela

Aparecida Ferreira de Lima, Nelma Cavalcante da Costa, Sumaia dos Santos Dias,

Valdirene de Oliveira Cruz.

MALÁRIA: Luciana Pires de Freitas.

MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA: Eudemara Medeiros Siolva Carvalho.

TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E INFLUENZA:

Aryuska Rayane de Menezes Machado.

TRACOMA: Danúbia Rodrigues Basílio.

TUBERCULOSE: Elba Urzedo de Freitas Lamounier, Maria Goreth Sousa Alves, Angela

Maria Felix Alves oliveira.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR: Maria Soledade Garcia Benedetti.

ZOONOSES: Letícia Godinho Pezende, Solange Regina Abreu de Sá.

MORTALIDADE: Maria Soledade Garcia Benedetti.

Page 4: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 12

1 DADOS DEMOGRÁFICOS ...................................................................................................... 13

2 NATALIDADE ........................................................................................................................ 15

2.1 ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER................................................................................... 18

2.2 FECUNDIDADE ............................................................................................................... 19

3 MORBIDADE......................................................................................................................... 38

3.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR ................................................................... 39

3.2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS - SARAMPO, RUBÉOLA, SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA E VARICELA ......................................................................................................................... 49

3.3 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) E HIV/AIDS ........................................ 54

3.4 DOENÇAS HÍDRICAS E ALIMENTARES ............................................................................. 62

3.5 NÚCLEO DE CONTROLE DA DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE AMARELA .............. 63

3.6 HANSENÍASE.................................................................................................................. 70

3.7 HEPATITES VIRAIS .......................................................................................................... 74

3.8 MALÁRIA ....................................................................................................................... 78

3.9 NÚCLEO DE CONTROLE DA MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA ................................ 85

3.10 NÚCLEO DE CONTROLE DO TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E INFLUENZA ............................................................................................ 88

3.11 TUBERCULOSE ............................................................................................................. 94

3.12 NÚCLEO DE CONTROLE DE ZOONOSES....................................................................... 105

3.13 TRACOMA ................................................................................................................. 113

3.14 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS .......................................... 117

4 MORTALIDADE ................................................................................................................... 131

4.1 INDICADORES DE MORTALIDADE ................................................................................. 131

4.2 MORTALIDADE POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA .......................................................... 133

4.3 MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA ............................................................................... 137

4.4 MORTALIDADE POR SEXO ............................................................................................ 138

4.5. MORTALIDADE POR GRUPO DE CAUSAS ..................................................................... 140

4.6 MORTALIDADE NA INFÂNCIA E INFANTIL ..................................................................... 155

4.7 MORTALIDADE FETAL .................................................................................................. 160

4.8 MORTALIDADE MATERNA........................................................................................... 162

5 RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................. 166

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 168

Page 5: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 População residentes por área territorial e densidade demográfica. Roraima, 2016. Tabela 2 Taxa de natalidade (por mil habitantes). Roraima e Brasil, 1990 a 2016. Tabela 3 Número de nascidos vivos, proporção e taxa de natalidade por município de residência da

mãe. Roraima, 2016 Tabela 4 Número de nascidos vivos informados pela Sinasc e Registro Civil e razão Sinasc/Registro

Civil. Roraima, 2009 a 2013 e 2015. Tabela 5 Taxa geral de fecundidade. Roraima, 2006 a 2016. Tabela 6 Taxa de fecundidade específica (15 a 49 anos). Roraima, 2006 a 2016. Tabela 7 Distribuição dos nascimentos segundo esfera administrativa do estabelecimento de

saúde. Roraima, 2001 a 2016. Tabela 8 Número e proporção de nascidos vivos por idade da mãe. Roraima, 2006 a 2016. Tabela 9 Número e proporção de nascidos vivos por município de residência e idade da mãe.

Roraima, 2016. Tabela 10 Número e proporção de nascidos vivos por escolaridade (anos de estudo) da mãe.

Roraima, 2006 a 2016. tabela 11 Número de nascidos vivos por município de residência e escolaridade (anos de estudo) da

mãe. Roraima, 2016. Tabela 12 Número de nascidos vivos por município de residência e situação conjugal da mães.

Roraima, 2016 Tabela 13 Número e proporção de nascidos vivos por número de consultas de pré tabela 14 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e número de consultas de

pré Tabela 15 Número e proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2016. Tabela 16 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e tipo de parto. Roraima,

2016. Tabela 17 Número e proporção de nascidos vivos segundo a duração da gestação. Roraima, 2006 a

2016. Tabela 18 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e idade gestacional.

Roraima, 2016. Tabela 19 Número e proporção de nascidos vivos por peso ao nascer. Roraima, 2006 a 2016. Tabela 20 Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso ao nascer. Roraima,

2016. Tabela 21 Número r proporção de nascidos vivos segundo o APGAR no 1º e 5º minutos de vida.

Roraima, 2006 a 2016. Tabela 22 Número e proporção de anomalias congênitas. Roraima, 2013 a 2016. Tabela 23 Envio de lotes do Sinan por semana epidemiológica e município. Roraima, 2016. Tabela 24 Notificação de agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) por estabelecimentos

de saúde da REVEH/RR e quadrimestre. Roraima, 2016. Tabela 25 Notificação de agravos e DNC do Hospital Geral de Roraima, 2015 e 2016. Tabela 26 Notificação de agravos e DNC do Hospital da Criança Santo Antônio, 2015 e 2016. Tabela 27 Indicadores de vigilãncia epidemiológica do sarampo. Roraima, 2007 a 2016. Tabela 28 Casos de IST por agravo notificado. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 29 Casos de IST por município de notificação e residência, 2015 e 2016. Tabela 30 Casos de HIV em adultos por sexo. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 31 Casos de HIV em adultos por município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 32 Casos de Aids em adultos por município de notificação e residência. Roraima, 2015 e

2016. Tabela 33 Casos de Aids em adultos por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 34 Casos de gestante HIV+ por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 35 Casos de gestante HIV+ por município de notificação e residência. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 36 Casos de criança exposta ao HIV por município de residência. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 37 Casos de sífilis em gestante por faixa etária, município de notificação e residência.

Roraima, 2015 e 2016

Page 6: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016.

Tabela 39 Número de casos de doenças diarréicas agudas (DDA) por município. Roraima, 2005 e 2016.

Tabela 40 Incidência de hanseníase por classificação operacional. Roraima, 2006 a 2016. Tabela 41 Coeficiente de prevalência da hanseníase. Roraima, 2006 a 2016. Tabela 42 Frequência por classificação etiológica segundo faixa etária. Roraima, 2016. Tabela 43 Frequência por classificação etiológica segundo município de residência. Roraima, 2016. Tabela 44 Número de casos e taxa de incidência de meningite. Roraima, 2016. Tabela 45 Casos confirmados de tétano acidental. Brasil, 2008 a 2016. Tabela 46 Número de casos de tuberculose notificados em Roraima por tipo de entrada e local de

residência, 2016. Tabela 47 Número de sintomáticos respiratório examinados (incluindo áreas indígenas) por

município de residência e percentual em relação à meta em Roraima, 2016. Tabela 48 Número de casos de tuberculose (incluindo áreas indígenas) por município de residência

e percentual em relação à meta em Roraima, 2016. Tabela 49 Número e percentual de contatos examinados por município de residência. Roraima,

2016. Tabela 50 Cura, abandono, óbito e transferência de casos novos de tuberculose pulmonar com

confirmação laboratorial e município de residência. Roraima, 2015 Tabela 51 Frequência por ano de agravos notificados confirmados Tabela 52 Número de atendimentos antirrábicos por município. Tabela 53 Número de casos de leishmaniose tegumentar americana por município de infecção no

ano de 2015 e 2016 Tabela 54 Coeficiente geral de detecção de casos de leishmaniose tegumentar americana no ano de

2016 por município por 100.000 habitantes em Roraima Tabela 55 Número de casos confirmados de leishmaniose visceral por município de infecção dos

anos de 2015 e 2016. Tabela 56 Notificação e ocorrência de acidentes por animais peçonhentos por município. Roraima,

2015 e 2016. Tabela 57 Acidentes com animais peçonhentos conforme tipo de acidente. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 58 Acidente com animal peçonhento conforme gênero de serpente. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 59 Acidente com animal peçonhento conforme sexo e faixa etária. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 60 Acidente com animal peçonhento conforme evolução do caso. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 61 Prevalência do tracoma entre os escolares por município. Campanha do tracoma em

Roraima, 2015 Tabela 62 Número de pessoas examinadas, número de casos positivos e proporção de casos

positivo de tracoma entre os examinados. Roraima, 2002 a 2016. Tabela 63 População residente e frota de veículos registrado. Boa Vista, 2001 a 2016. Tabela 64 Informações gerais e indicadores de trânsito município de Boa Vista, 2016. Tabela 65 Distribuição de casos analíticos de tumores por topografia dos anos de 2006 a 2012. Tabela 66 Número de óbitos informados no SIM e Registro Civil e razão SIM/Registro Civil. Roraima,

2009 a 2013 e 2015. Tabela 67 Taxa de mortalidade geral de Roraima e Brasil, 1990 a 2016. Tabela 68 Número de óbitos por grupos de causas (cap CID10) e municípios de residência. Roraima,

2016. Tabela 69 Número de óbitos por local de ocorrência segundo município de residência. Roraima,

2016. Tabela 70 Número de óbitos por raça/cor segundo município de residência. Roraima, 2016. Tabela 71 Número de óbitos por município de residência. Roraima, 1997 a 2016 Tabela 72 Número e proporção de óbitos por faixa etária e grupos de causa (CID10). Roraima, 2016. Tabela 73 Número de óbitos de causas externas por causa básica (CID10). Roraima, 1990 a 2016. Tabela 74 Número de veículos em Boa Vista, Roraima e Brasil no ano de 2015. Tabela 75 Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório.

Roraima, 1996 a 2016. Tabela 76 Número, proporção e taxa de mortalidade por neoplasias. Roraima, 1996 a 2016. Tabela 77 Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório.

Page 7: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

7

Roraima, 1996 a 2016. Tabela 78 Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias.

Roraima, 1996 a 2016. Tabela 79 Número, proporção e taxa de mortalidade por causas mal definidas. Roraima, 1996 a

2016. Tabela 80 Número, proporção e taxa de mortalidade infantil. Roraima e Brasil, 1990 a 2016. Tabela 81 Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade infantil por município de residência.

Roraima, 2016. Tabela 82 Número de óbitos, proporção e taxa (por mil nascidos vivos) de mortalidade fetal.

Roraima, 2016. Tabela 83 Número de nascidos vivos, óbito materno e taxa (por 1.000NV) de mortalidade materna.

Roraima, 1996 a 2016. Tabela 84 Mortes maternas por causas obstétricas diretas e indiretas. Roraima, 2000 a 2015.

Page 8: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa político do Estado de Roraima. Figura 2 População residente do estado de Roraima, 1980 a 2016. Figura 3 Pirâmide etária Brasil e Roraima, 2015. Figura 4 Taxa de mortalidade (por mil habitantes). Roraima, 1990, 1995, 2000, 2005 a 2016 Figura 5 Proporção de nascidos vivos por sexo e município de residência da mãe. Roraima, 2016. Figura 6 Proporção de nascimentos ocorridos fora do município de residência da mãe. Roraima,

2013 a 2016. Figura 7 Anos de vida esperados para ambos os sexos. Brasil e Roraima, 2015. Figura 8 Taxa de fecundidade por ano. Brasil e Roraima, 2000 a 2012. Figura 9 Taxas de fecundidade específicos (15 a 49 anos). Roraima 2006 a 2016. Figura 10 Proporção de nascidos vivos segundo parto domiciliar e não domiciliar. Roraima, 2006 a

2016. Figura 11 Proporção de nascidos vivos por situação conjugal da mãe. Roraima, 2006 a 2016. Figura 12 Número médio de consultas de pré-natal por UF. Brasil, 2014. Figura 13 Proporção de parto cesáreo por Unidade da Federação de residência da mãe. Brasil,

2014. Figura 14 Proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2016. Figura 15 Proporção de nascidos vivos segundo o APGAR (8 a 10) no 1º e no 5º minuto de vida.

Roraima, 2006 a 2016. Figura 16 Distribuição da Rede Estadual de Vigilância Epidemiológica Hospitalar de Roraima por

município. Roraima, 2016. Figura 17 Comparação entre o número de agravos e doenças de notificação compulsória (DNC)

notificados pela REVEH/RR e todas as notificações realizadas no estado. Roraima, 2007 a 2016

Figura 18 Comparação da proporção de agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) notificados pela REVEH/RR e todas as notificações realizadas no estado. Roraima, 2007 a 2016

Figura 19 Número de notificações de agravos e doenças de notificação compulósria (DNC) realizadas pelo Hospital Geral de Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) no período de 2007 a 2016.

Figura 20 Proporção de aumento r redução das notificações realizadas pela REVEH/RR na comparação entre 2015 e 2016.

Figura 21 Vigilância epidemiológica das doenças exantemáticas. Roraima, 2013 a 2016. Figura 22 Número de casos notificados de varicela. Roraima e Boa Vista, 2013 a 2016. Figura 23 Número de casos de varicela por município de ocorrência. Roraima, 2016. Figura 24 Cobertura vacinal da 1 e 2 dose tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

Roraima, 2016. Figura 25 Casos de gestante HIV+ por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016. Figura 26 Casos de criança exposta ao HIV por sexo. Roraima, 2015 e 2016. Figura 27 Número de casos e o sorotipo de dengue. Roraima, 1981 a 2016. Figura 28 Coeficiente de incidência (por 100 mil hab) de dengue. Roraima, 2000, 2002 a 2004,

2006, 2008 a 2015. Figura 29 Número de casos de dengue notificados e confirmados. Roraima, 2010 a 2016. Figura 30 Número de casos de febre amarela. Roraima, 1984, 1991 a 1995, 1998, 1999,, 2001 e

2007. Figura 31a Número de casos de febre amarela e coeficiente de detecção (por 100 mil hab.) de

hanseníase. Roraima, 2006 a 2016. Figura 31b Proporção de casos com grau 2 de incapacidade física entre os casos novos detectados

e avaliados. Roraima, 2006 a 2016 Figura 32 Proporção de cura e abandono entre os casos novos de hanseníase dos anos de 2006 a

2015. Figura 33 Percentual de contatos examinados dos CN de hanseníase geral e em menos de 15

anos. Roraima, 2006 a 2016. Figura 34 Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais. Roraima, 2010 a 2015.

Page 9: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

9

Figura 35 Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais por faixa etária. Roraima, 2010 a 2015.

Figura 36 Número de casos autóctones de malária registrados no estado de Roraima entre janeiro de 2003 a dezembro de 2016.

Figura 37 Número de casos notificados de malária em Roraima e diferença percentual entre 2015 e 2016.

Figura 38 Sazonalidade da malária em Roraima observada entre 2003 e 2016. Figura 39 Percentual de casos de malária por categoria de local provável de infecção. Roraima,

2016. Figura 40 Número de casos de malária em Roraima por categoria de local provável de infecção e

diferença percentual entre 2015 e 2016. Figura 41 Número de casos notificados de malária nos municípios de Roraima em 2016 e seus

respectivos IPA (índice parasitário anual). Figura 42 Percentual de casos de malária por categoria e local provável de infecção notificados

em Roraima em 2016. Figura 43 Número total de casos de malária notificados em Roraima e diferença percentual, 2015

e 2016. Figura 44 Número de casos de malária por local provável de infecção e percentual por espécie

notificados em Roraima, 2015 e 2016. Figura 45 Número de casos de malária por município provável de infecção e percentual por

espécie notificada em Roraima, 2016. Figura 46 Frequência de meningite por etiologia por município de residência, 2016. Figura 47 Frequência de meningite por faixa etária segundo classificação final, 2016. Figura 48 Número de casos notificados de coqueluche por município. Roraima, 2016 Figura 49 Número de casos confirmados de tétano neonatal. Brasil, 1982 a 2016. Figura 50 Número de casos notificados de tétano acidental. Roraima, 2001 a 2013. Figura 51 Notificação de paralisia flácida aguda. Roraima, 2007 a 2016. Figura 52 Nº de casos notificados, internações e óbitos por influenza CID 10: J9 a J18. Roraima,

2009 a 2016. Figura 53 Incidência de tuberculose todas as formas. Roraima, 2016. Figura 54 Número de casos novos de tuberculose todas as formas e coeficiente de incidência por

100.000 residentes. Roraima, 2016. Figura 55 Número de casos novos de tuberculose residentes por sexo e faixa etária. Roraima,

2016. Figura 56 Número e percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por faixa etária e

residentes. Roraima, 2016. Figura 57 Percentual de casos novos de tuberculose por forma clínica e residentes. Roraima,

2016. Figura 58 Número e percentual de realização de testagem para HIV entre os casos novos de

tuberculose. Roraima, 2016. Figura 59 Percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por tratamento

supervisionado e residentes. Roraima, 2016. Figura 60 Proporção de realização de cultura de escarro entre os casos de retratamento de

tuberculose. Roraima, 2016. Figura 61 Proporção de realização de teste de sensibilidade entre os casos de retratamento de

tuberculose com cultura positiva. Figura 62 Número de casos de leishmaniose tegumentar americana por faixa etária no ano de

2016. Figura 63 Número de casos de tracoma em Roraima, 2002 a 2016. Figura 64 Roraima, mortes em acidentes de trânsito, 2002 a 2015. Figura 65 Roraima, mortes em acidentes de trânsito, 2002 a 2013. Figura 66 Roraima, mortes em acidentes de trânsito, 2002 a 2015. Figura 67 Estatísticas nacionais: mortes em acidentes de trânsito. Figura 68 Estatísticas nacionais: feridos graves em acidentes de trânsito. Figura 69 Roraima, morte em acidente de trânsito, 2002 a 2015. Figura 70 Proporção de acidentes de transporte por município de residência. Roraima, 2010 a

2015.

Page 10: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

10

Figura 71 Comparativo do crescimento anual de frota de veículos de Boa Vista, 2001 a 2016. Figura 72 Comparativo do crescimento anual de frota de motos de Boa Vista, 2001 a 2016. Figura 73 Comparativo do crescimento anual de frota de automóveis de Boa Vista, 2001 a 2016. Figura 74 Ficha de notificação compulsória interpessoal/autoprovocada. Figura 75 Taxa de mortalidade geral (por 1.000 habitantes). Roraima, 1990 a 2016. Figura 76 Proporção de óbitos por grupos de causa (CID 10) e município de residência. Roraima,

2016. Figura 77 Mortalidade proporcional por faixa etária. Roraima, 2006 e 2016. Figura 78 Curva de mortalidade (Nélson de Moraes). Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007 e 2016. Figura 79 Mortalidade proporcional de 50 anos e mais de idade. Roraima, 1995, 2000, 2006 e

2016. Figura 80 Proporção de óbitos por sexo e grupo de causas (CID 10). Roraima, 2016. Figura 81 Proporção de óbitos por causas externas. Roraima, 2001 a 2016. Figura 82 Proporção de mortes por causas externas (causas básicas). Roraima, 2016. Figura 83 Taxa de mortalidade (por 100 mil hab) de causas externas por causa básicas. Roraima,

1990, 1995, 2000 e 2016 Figura 84 Proporção de óbitos por causa externa e faixa etária. Roraima, 2006 a 2016. Figura 85 Proporção de mortes por causas externas e sexo. Roraima, 2001 a 2016. Figura 86 Proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório. Roraima, 2001 a 2016. Figura 87 Taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Roraima,

2006 a 2016. Figura 88 Proporção de óbitos das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Figura 89 Proporção de óbitos por neoplasias por topografia. Roraima, 2016. Figura 90 Proporção de óbitos de doenças do aparelho respiratório por causa b´sica. Roraima,

2016. Figura 91 Mortalidade proporcional por grupos de causas (CID 10). Roraima, 1993, 1996, 2006 e

2016. Figura 92 Proporção de óbitos de doenças infecciosas e parasitárias por causa básica. Roraima,

2016. Figura 93 Proporção de óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2016. Figura 94 Proporção de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Roraima, 1987, 1993,

2000, 2007 e 2016. Figura 95 Cobertura (%) do SIM para óbito infantil (<1 ano). Brasil e Regiões, 2000 e 2014. Figura 96 Evolução da taxa de mortalidade infantil (por 1.000 NV). Brasil e regiões, 1990 a 2013. Figura 97 Taxa de mortalidade infantil. Brasil, Regiões e Roraima, 1990, 2000, 2010, 2012 e 2014. Figura 98 Taxa de mortalidade infantil (por mil NV). Roraima, 1988, 1995, 2000, 2005 e 2016. Figura 99 Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) por componente. Brasil e Roraima, 1992,

2000, 2010, 2012 e 2014. Figura 100 Proporção de óbito infantil por ano e componente. Roraima, 2001 a 2016. Figura 101 Proporção de óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas (CID 10). Roraima,

2001 a 2016. Figura 102 Taxa de mortalidade materna. Roraima, 1996 a 2016.

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 Resultado do levantamento rápido do índice de infestação por Aedes aegypti - LIRAa por município. Roraima, 2016

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APRESENTAÇÃO O Relatório Anual de Epidemiologia de 2016 é uma análise dos indicadores epidemiológicos e tem como objetivo o conhecimento da realidade sobre a natalidade, morbidade e mortalidade do estado por meio desses indicadores de saúde atualizados. A saúde, como definida pela Organização Mundial da Saúde - OMS (World Health Organizaton - WHO), é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. De acordo com essa definição, a saúde se apresenta em um contexto amplo, onde seus determinantes incluem o ambiente social e econômico, o ambiente físico e as características e comportamentos individuais da pessoa. Dessa forma, a construção de indicadores de saúde é uma contribuição importante para a análise das condições de vida da população. No presente relatório, são abordados, inicialmente, alguns aspectos demográficos como a densidade demográfica e pirâmide populacional. Em segundo lugar, são apresentados dados de fecundidade e natalidade relacionados à gestação e ao recém nascido, dados de morbidade no que tange os agravos e doenças de notificação compulsória - DNC, e dados de mortalidade geral, por grupos de causa e sexo, mortalidade fetal, infantil e materna. Finalmente, faz-se recomendações que norteiam aspectos importantes para melhorar a vigilância epidemiológica no estado. É importante salientar que os dados epidemiológicos utilizados são de janeiro a dezembro de cada ano e portanto sujeitos à alteração. O ano de 2016 foi marcado pelo aumento na ocorrência de casos de microcefalia entre os recém nascidos, coincidindo com a introdução do zika vírus em 2015; a lamentável ocorrência de um caso letal de raiva humano; e a expressiva imigração de venezuelanos que fogem da crise econômica do seu país.

Maria Soledade Garcia Benedetti Infectologista e especialista em Saúde Pública

Gerente do Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVHDVE/CGVS/SESAU/RR

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1 DADOS DEMOGRÁFICOS Roraima ocupa uma área de 224.301,080 Km² e a população estimada para

2016 corresponde a 514.229 habitantes distribuídos em 15 municípios. A densidade demográfica é de 2,29 habitantes por Km² (IBGE, 2016). Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM aumentou de 0,459 em 1991 para 0,707 em 2010 (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2013).

Boa Vista, a capital, ocupa uma área de 5.687,037 Km2, concentra 63,4% da população do estado e possui a densidade demográfica de 49,99 habitantes por Km2

(IBGE, 2016a).

Figura 1 – Mapa político do Estado de Roraima

Fonte: Enciclopédia Wikipédia. O crescimento populacional de Roraima no período de 1980 a 2015 foi de

649,9%, passando de 79.121 em 1980 para 514.229 habitantes em 2016 (Figura 2).

Figura 2 – População residente do Estado de Roraima, 1980 a 2016 Fonte: IBGE (Censos e estimativas). Relatório Anual de epidemiologia de Roraima de 2015.

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

500.000

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

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Tabela 1 – População residente por área territorial e densidade demográfica. Roraima, 2016

RORAIMA

POPULAÇÃO 2016 ÁREA DA UNIDADE TERRITORIAL (KM²)

DENSIDADE DEMOGRÁFICA (HAB./KM²) N° %

514.229 100,0 224.301,080 2,29 Alto Alegre 16.053 3,12 25.567,031 0,04 Amajarí 11.285 2,19 28.472,310 0,33 Boa Vista 326.419 63,47 5.687,037 49,99 Bonfim 11.843 2,30 8.095,421 1,35 Cantá 16.516 3,21 7.664,831 1,81 Caracaraí 20.537 3,99 47.408,903 0,39 Caroebe 9.331 1,81 12.066,041 0,67 Iracema 10.592 2,06 14.409,508 0,60 Mucajaí 16.618 3,23 12.461,210 1,19 Normandia 10.339 2,01 6.966,811 1,28 Pacaraima 12.144 2,36 8.028,483 1,30 Rorainópolis 27.756 5,39 33.596,525 0,72 São João da Baliza 7.629 1,48 4.284,506 1,58 São Luiz 7.503 1,45 1.526,899 4,42 Uiramutã 9.664 1,88 8.065,564 1,04

Fonte: IBGE. Estimativas. Link http://cod.ibge.gov.br/HYF, acessado em 06/04/2017.

A pirâmide etária do Brasil e Roraima projetada pelo IBGE para 2015 (Figura 3) revela uma situação intermediária entre as pirâmides de país desenvolvido e de país em desenvolvimento, os chamados países emergentes.

Figura 3 – Pirâmide etária Brasil e Roraima, 2015 Fonte: IBGE. Estimativas e projeções.

Brasil

Roraima

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2 NATALIDADE

A natalidade mede a incidência de nascimentos numa população por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos - Sinasc. Esse sistema permite ainda a construção de indicadores de saúde levando em consideração as características da mãe, gravidez, do parto e do recém-nascido, e essas informações podem subsidiar os gestores na tomada de decisão sobre as ações prioritárias na atenção à saúde da mulher e do recém-nascido.

Tabela 2 – Taxa de natalidade (por mil habitantes) de Roraima e Brasil, 1990 a 2016

ANO

RORAIMA

BRASIL

NASCIDOS VIVOS

POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE NATALIDADE (POR MIL HABITANTES)

TAXA DE NATALIDADE (POR MIL HABITANTES)

1990 5.016 203.977 24,6 - 1991 5.298 217.583 24,3 23,4 1992 4.920 225.939 21,7 - 1993 6.067 241.092 25,1 - 1994 7.172 251.792 28,5 - 1995 7.023 262.194 26,8 - 1996 7.373 247.131 26,7 - 1997 8.148 254.498 32,0 - 1998 8.208 260.701 31,4 - 1999 8.726 266.914 32,7 21,2 2000 9.698 324.397 29,9 20,8 2001 9.561 337.253 28,3 20,2 2002 9.188 346.866 26,5 19,7 2003 10.286 357.296 28,8 19,1 2004 9.751 367.701 26,5 18,6 2005 9.699 391.318 24,7 18,1 2006 9.598 403.340 23,8 17,6 2007 9.584 415.281 23,1 17,1 2008 10.093 412.783 24,4 16,7 2009 9.678 421.497 22,9 16,2 2010 9.720 450.479 21,6 15,8 2011 9.969 460.165 21,6 15,5 2012 10.582 469.524 22,5 15,1 2013 10.556 488.072 21,6 14,7 2014 10.322 496.936 20,7 14,4 2015 10.535 505.665 20,8 14,1 2016 10.296 514.229 20,0 -

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000, 2013, 2014 e 2015.

A taxa de natalidade por mil nascidos vivos reduziu 18,7% no período de 1990 a 2016 em Roraima, com clara tendência decrescente. Essa redução também é observada no nível nacional, entre 2000 e 2012, observou-se uma redução de 13,3%

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no número total de nascimentos no país. Segundo dados corrigidos, esta redução, em 2012, representou 450 mil nascimentos a menos, se comparada com o ano de 2000 (BRASIL 2014a).

Figura 4 - Taxa de natalidade (por mil habitantes). Roraima, 1990, 1995, 2000, 2005 a 2016

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000, 2013, 2014 e 2015.

Foram captados 10.296 nascidos vivos de mães residentes de Roraima em

2016 e a distribuição por município de residência da mãe, proporção e taxa de natalidade encontra-se detalhada na Tabela 3. Boa Vista concentrou 65,5% dos nascimentos seguido de Rorainópolis (5,3%) e as maiores taxas de natalidade ocorreram em Normandia, Uiramutã, Bonfim e Pacaraima, municípios com extensas áreas indígenas. Tabela 3 - Número de nascidos vivos, proporção e taxa de natalidade por município de residência da mãe, Roraima, 2016

MUNICÍPIO Nº % TAXA DE NATALIDADE (por 1.000 habitantes) RORAIMA 10.269 100,0 20,0 Alto Alegre 224 2,2 13,9 Amajari 177 1,7 15,7 Boa Vista 6730 65,5 20,6 Bonfim 312 3,0 26,3 Cantá 304 2,9 18,4 Caracaraí 320 3,1 15,8 Caroebe 144 1,4 15,5 Iracema 107 1,0 10,1 Mucajaí 295 2,8 17,7 Normandia 339 3,3 32,8 Pacaraima 314 3,0 25,9 Rorainópolis 538 5,3 19,5 São João da Baliza 103 1,0 13,5 São Luiz 81 0,8 10,9 Uiramutã 281 2,7 29,0

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções).

1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Roraima 24,6 26,8 29,9 24,7 23,8 23,1 24,4 22,9 21,6 21,6 22,5 21,6 20,7 20,8 20

0

5

10

15

20

25

30

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É importante destacar, a ocorrência de 269 nascimentos de mães procedentes de outro país ou estado, sendo 214 da Venezuelana, 41 da Guiana e 14 de outras unidades da federação. Com relação ao sexo, há predomínio do sexo masculino (52,2%) no estado e nos municípios do interior (Figura 5).

Figura 5 - Proporção de nascidos vivos por sexo e município de residência da mãe. Roraima, 2016 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. A comparação entre os municípios de residência da mãe e de ocorrência do parto evidenciado na Figura 6 permite descrever, ainda que parcialmente, a mobilidade espacial das mulheres na busca de assistência ao parto. Capta-se aqui a mobilidade intermunicipal, mas não a que ocorre dentro do município.

Figura 6 – Proporção de nascimentos ocorridos fora do município de residência da mãe. Roraima, 2013 a 2016 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Alto Ale gre

Ama jarí

Boa Vis ta

Bom fim

Can tá

Cara caraí

Caroebe

Irace ma

Mu cajaí

Nor man dia

Paca raim

a

Rorai nó

polis

São J Bali za

São Luiz

Uira mu tã

Feminino 43,3 38,4 48,6 47,1 50 50 43,4 39,3 48,5 46,9 48,6 47 43,7 46,3 43,1

Masculino 56,7 61,6 51,4 52,9 50,0 50,0 56,6 60,7 51,5 53,1 51,4 53,0 56,3 53,7 56,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

%

Alto Alegre Amajarí Bonfim Cantá Caraca

raí Caroebe Iracema Mucajai Norman dia

Pacara ima

Rorai nópo

lis

São J Baliza São Luiz Uiramu

2013 39,1 49 81,6 93,6 68,4 82 76 89,3 52,1 61,2 72,4 80 81 73,3

2014 93 92,9 86,1 93,7 82,3 90,2 99,1 93,1 63,4 66,1 56,3 82,9 96,9 68,4

2015 90 93,3 80,6 94,9 95,4 92,7 97,6 94 65,4 74,5 22,2 69,3 48,8 53,9

2016 91 95,5 84,4 98 97,2 90,9 97,2 94,9 68,4 71 13,4 90,3 90,1 74,3

0102030405060708090

100

%

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A comparação de nascidos vivos registrados no Sinasc com os do Registro civil no período de 2009 a 2013 apresentou uma diferença importante, evidenciada pela razão de 3,47 em 2009 com decréscimo no período, atingindo 1,29, em 2013. Vale ressaltar, que os registros do cartório civil foram informados por apenas um cartório da capital. Com relação a 2015, dados do IBGE, e revelam redução dessa diferença (Tabela 4). Tabela 4 - Número de nascidos vivos informados pelo Sinasc e Registro civil e razão Sinasc/Registro civil. Roraima, 2009 a 2013 e 2015

ANO SINASC REGISTRO CIVIL RAZÃO SINASC/REGISTRO CIVIL DIFERENÇA 2009 9.678 2.789 3,47 6.889 2010 9.728 4.645 2,09 5.083 2011 9.969 4.408 2,26 5.561 2012 10.582 5.623 1,88 4.959 2013 10.556 8.188 1,29 2.368 2015 10.296 10.129 1,01 167

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Cartório de registro civil (2009 a 2013). IBGE - Estatística do Registro Civil de 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

2.1 ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER

É um indicador que mede quantos anos, em média, espera-se que viva um recém-nascido, este indicador reflete a qualidade e assistência da população. Em 2015, a esperança de vida ao nascer do brasileiro foi de 75,4 anos. Mas nem sempre foi assim, na década de 40 era de 42 anos, de 50 (46 anos), de 60 (52 anos), de 80 (54 anos), de 90 (60 anos). Roraima acompanha essa tendência crescente na esperança de vida ao nascer passando de 65,3 anos em 2000 para 70,6 em 2013, e em 2015, a esperança de vida ao nascer foi de 71,1 anos.

Figura 7 - Anos de vida esperados para ambos os sexos. Brasil e Roraima, 2015 Fonte: IBGE (Tábua Completa de Mortalidade 2015).

O total de anos que, em média, os homens esperam viver não é o mesmo total

de anos que em média a mulher espera viver: a esperança de vida de Roraima no ano de 2015 para os homens é de 68,8 e para as mulheres é de 74 anos. Em todos os

Brasil Roraima

Mulheres 79,1 74Homens 71,9 68,8

Total 75,5 71,1

6065707580

Espe

ranç

a de

vida

ao

nasc

er (

em a

nos)

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continentes a esperança de vida para mulheres é maior do que a esperança de vida para os homens. As maiores taxas estão na América do Norte e na Europa.

2.2 FECUNDIDADE

A taxa de fecundidade total expressa o número médio de filhos que uma mulher tem ao longo de seu período reprodutivo, entre 15 a 49 anos. É considerado o principal determinante da dinâmica demográfica, não sendo afetado pela estrutura etária da população. O Sinasc é a principal fonte para o estudo da fecundidade (BRASIL, 2013).

Nesse sentido, esse indicador expressa a condição reprodutiva média das mulheres, para que a reposição populacional seja assegurada, a taxa de fecundidade não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher, pois as duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva (BRASIL, 2013).

Na União Européia, formada por 31 países, a taxa de fecundidade média é menor que 1,38 filhos por mulher. Na França, a taxa está em 1,8, na Inglaterrra (1,6), na Grécia (1,3), na Alemanha (1,3), na Itália (1,2) e na Espanha (1,1).

No Brasil, a taxa de fecundidade passou de 2,14 filhos por mulher, em 2004, para 1,74 em 2014, queda de 18,6% (IBGE, 2015).

Figura 8 - Taxa de fecundidade por ano. Brasil e Roraima, 2000 a 2012 Fonte: Estimativas: IBGE/Projeções demográficas preliminares. Dados Diretos: MS/SVS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Notas: Taxas estimadas com os dados informados ao SINASC corrigidos por fatores obtidos na Pesquisa de Busca Ativa realizada na Amazônia Legal e no Nordeste, no ano de 2008. 1. Para toda a série histórica, os denominadores derivam das projeções demográficas. 2. Dados de 2000 a 2010 revistos em relação ao IDB anterior.

Há uma tendência de queda da taxa de fecundidade do Brasil e Roraima no

período de 2000 a 2012, quando registravam taxas de 2,29 e 3,57, respectivamente e reduziram para 1,77 e 2,50 filho/mulher (BRASIL, 2013). A maior taxa de fecundidade

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

RORAIMA 3,57 3,37 3,3 3,22 3,21 3,09 3 2,93 2,82 2,78 2,62 2,59 2,5

BRASIL 2,29 2,2 2,12 2,07 2,03 1,99 1,94 1,9 1,86 1,84 1,82 1,78 1,77

00,5

11,5

22,5

33,5

4

Taxa

de

fecu

ndid

ade

Page 20: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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de Roraima (2,50 filhos/mulher), ainda assim abaixo da média mundial de 2,52 (RORAIMA, 2014). Tabela 5 - Taxa Geral de Fecundidade. Roraima, 2006 a 2016

ANO MULHERES DE 15-49

ANOS NASCIDOS

VIVOS NASCIDOS VIVOS DE MÃES 15-49 ANOS

TAXA DE FECUNDIDADE (1.000 MULHERES)

2006 128.099 9.598 9.411 73,4 2007 129.064 9.584 9.371 72,6 2008 127.199 10.093 9.883 77,7 2009 128.936 9.678 9.478 74,7 2010 127.646 9.728 9.536 74,7 2011 125.654 9.969 9.793 77,9 2012 128.239 10.582 10.348 80,7 2013 130.830 10.556 10.336 79,0 2014 134.026 10.322 10.177 75,9 2015 140.955 10.535 10.363 73,5 2016 144.296 10.296 10.279 71,2

Fonte: Estimativas: IBGE/Projeções demográficas preliminares. Dados Diretos: MS/SVS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Notas: Taxas estimadas com os dados informados ao Sinasc corrigidos por fatores obtidos na Pesquisa de Busca Ativa realizada na Amazônia Legal e no Nordeste, no ano de 2008. 1. Para toda a série histórica, os denominadores derivam das projeções demográficas. 2. Dados de 2000 a 2010 revistos em relação ao IDB anterior.

A taxa geral de fecundidade - TGF apresentou tendência de quedas em Roraima no período de 1997 a 2013, passando de 128,3/1000 mulheres em 1997 para 66,7 em 2013, e alcançou uma taxa de fecundidade de 3,57 filhos/mulher em 2000 e 2,59 filhos/mulher em 2011, superior ao nível de reposição populacional de 2,1 filhos/mulher, porém com queda no período. Em 2016, a TGF mantém a tendência de redução observada no período e ficou 3,0% menor que em 2007 (Tabela 5). Com relação ao número de nascidos vivos por mãe chama a atenção que 36,7% (3.781) são de mães primigesta.

Tabela 6 – Taxa de fecundidade específica (15 a 49 anos). Roraima, 2006 a 2016

ANO 15 A 19 ANOS 20 A 29 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS

POP. NV TAXA POP. NV TAXA POP. NV TAXA POP. NV TAXA 2006 23.299 2.308 0,0990 36.982 5.147 0,1391 27.110 1.803 0,0665 16.986 153 0,0090 2007 21.369 2.328 0,1089 38.479 5.199 0,1351 27.670 1.719 0,0621 19.041 125 0,0065 2008 20.925 2.346 0,1121 37.733 5.454 0,1445 27.642 1.922 0,0695 18.972 161 0,0084 2009 21.204 2.248 0,1060 38.072 5.235 0,1375 28.441 1.806 0,0635 19.404 189 0,0097 2010 23.250 2.254 0,0969 43.580 5.139 0,1179 33.508 1.972 0,0588 22.648 171 0,0075 2011 23.747 2.317 0,0975 44.529 5.307 0,1191 34.236 1.994 0,0582 23.142 175 0,0075 2012 24.240 2.478 0,1022 45.444 5.392 0,1186 34.942 2.287 0,0654 23.613 191 0,0080 2013 25.481 2.465 0,0967 45.237 5.348 0,1182 35.760 2.323 0,0649 24.352 200 0,0082 2014 25.824 2.457 0,0951 46.054 5.196 0,1128 37.054 2.346 0,0633 25.094 178 0,0071 2015 26.061 2.338 0,0897 50.732 5.340 0,1052 38.273 2.498 0,0652 25.889 187 0,0007 2016 26.474 2.291 0,0865 51.684 5.052 0,0977 39.402 2.564 0,0650 26.736 205 0,0007

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Estimativas do IBGE.

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Dados do IBGE, de Roraima, para 2016 mostram a taxa de fecundidade total de 2,2o filhos por mulher, taxa de fecundidade de 97,4 filhos/%mulheres no grupo etário de 15 a 19 anos, e de, 121,8 filhos/%mulheres no grupo etário de 20 a 24 anos (IBGE, 2016a).

Na Tabela 6 e Figura 9 estão distribuídas as taxas de fecundada específica de Roraima no período de 2006 a 2016.

Figura 9 – Taxas de fecundidade específica (15 a 49 anos). Roraima, 2006 a 2016 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Estimativas do IBGE.

2.3 ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

Com relação à esfera administrativa do estabelecimento de saúde de ocorrência do parto, há um absoluto predomínio de partos ocorridos em estabelecimentos de saúde públicos (Tabela 7).

Figura 10 – Proporção de nascidos vivos segundo parto domiciliar e não domiciliar. Roraima, 2006 a 2016

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

15-19 0,099 0,1089 0,1121 0,106 0,0969 0,0975 0,1022 0,0967 0,0951 0,0897 0,0865

20-29 0,1391 0,1351 0,1445 0,1375 0,1179 0,1191 0,1186 0,1182 0,1128 0,1052 0,097730-39 0,0665 0,0621 0,0695 0,0635 0,0588 0,0582 0,0654 0,0649 0,0633 0,0652 0,06540-49 0,009 0,0065 0,0084 0,0097 0,0075 0,0075 0,008 0,0082 0,0071 0,0007 0,0007

00,020,040,060,08

0,10,120,140,16

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Domiciliar 12,7 9,6 11,3 9,4 7,6 7,8 10,3 6,5 1,7 3,17 1,2Não domiciliar 87,3 90,4 88,7 90,6 92,4 92,2 89,7 93,5 98,3 96,8 98,8

5

25

45

65

85

%

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Vale lembrar que é considerada na análise a esfera administrativa e não a origem do recurso financeiro do leito. Tabela 7 – Distribuição dos nascimentos segundo esfera administrativa do estabelecimento de saúde. Roraima, 2001 a 2016

ANO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE

PÚBLICO NÃO-PÚBLICO N° % N° %

2001 8.148 95,4 391 4,6 2002 8.226 94,7 459 5,3 2003 8.297 93,0 626 7,0 2004 7.788 92,6 624 7,4 2005 7.874 93,6 569 6,4 2006 7.962 95,1 410 4,9 2007 8.208 94,7 458 5,3 2008 8.388 93,4 591 6,6 2009 8.255 93,5 569 6,4 2010 8.447 93,3 604 6,7 2011 8.600 92,8 666 7,2 2012 8.830 93,4 621 6,6 2013 9.163 93,2 666 6,8 2014 9.352 90,6 727 7,0 2015 9.533 90,5 662 5,9 2016 9.674 94,0 622 6,0

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

As proporções de partos domiciliares foram de 12,7% (1.226/9.658) em 2006, 9,6% (930/9.653) em 2007, 11,3% (1.154/10.184) em 2008, 9,4% (927/9.807) em 2009, 7,6% (754/9.870) em 2010, 7,8% (795/10.131) em 2011, 10,3% (1.123/10.888) em 2011, 6,5% (685/10.556) em 2013, 1,7% (179/10.322) em 2014, 3,17% (334/10.535) em 2015, 1,2% (125/10.296) em 2016, e provavelmente indica relação com os nascimentos em área indígena.

2.4 REFERENTES À MÃE 2.4.1 IDADE DA MÃE

Nos últimos anos houve um envelhecimento da estrutura etária das mulheres

no momento do parto no país, com aumento da proporção de mães com 30 anos ou mais de idade, em 2012 foram 30,2% dos nascimentos. Cabe destacar, no entanto, que a proporção de nascimentos de mães com idades menores que 15 anos permaneceu constante ao longo do período, representando cerca de 30 mil nascimentos ao ano (BRASIL, 2014a).

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Tabela 8 – Número e proporção de nascidos vivos por idade da mãe. Roraima, 2006 a 2016

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Em 2014, 0,9% da mães tinha entre 10 e 14 anos de idade, 17,9% entre 15 e 19 anos, 68,9% entre 20 e 34 anos e 12,2% com 35 anos e mais. Ressalta-se que, embora do ponto de vista percentual, as mães de 10 a 14 anos representem apenas 0,9% do total, no Brasil; em números absolutos, estas chegam a 28.244 parturientes captadas pelo Sinasc (BRASIL, 2016a). Tabela 9 – Número e proporção de nascidos vivos por município de residência e idade da mãe. Roraima, 2016 MUNICÍPIO 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 TOTAL RORAIMA 183 2.291 2.809 2.243 1.696 868 189 16 1 10.296 Alto Alegre 8 65 59 39 33 17 3 0 0 224 Amajarí 6 50 38 31 33 14 5 0 0 177 Boa Vista 75 1.339 1.848 1.561 1.188 593 128 10 0 6.742 Bonfim 10 95 72 55 39 35 5 1 0 312 Cantá 8 69 92 71 31 24 9 0 0 304 Caracaraí 8 92 84 70 41 25 6 0 0 326 Caroebe 2 38 44 30 24 6 1 0 0 145 Iracema 5 21 31 28 13 8 0 1 0 107 Mucajaí 9 81 86 53 44 19 3 0 0 295 Normandia 9 86 86 53 67 27 9 2 0 339 Pacaraima 10 87 83 53 44 26 9 2 1 315 Rorainópolis 12 159 156 110 65 37 4 0 0 543 São J. Baliza 2 26 24 22 20 7 2 0 0 103 São Luiz 2 16 29 16 12 6 1 0 0 82 Uiramutã 17 67 77 51 41 24 4 0 0 281 Ignorado 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

A desagregação dos nascimentos por idade da mãe retoma a discussão da maternidade entre as adolescentes e jovens menores de 20 anos de idade e a gravidez

ANO < 15 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40 e +

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % 2006 182 2,0 2.308 24,0 3.102 32,3 2.045 21,3 1.251 13,0 552 5,7 158 1,6 2007 212 2,2 2.328 24,3 3.000 31,3 2.199 23,0 1.213 12,6 506 5,3 126 1,3 2008 209 2,1 2.346 23,2 3.076 30,4 2.378 23,5 1.335 13,2 587 5,8 162 1,6 2009 199 2,0 2.248 23,2 2.927 30,2 2.308 23,8 1.263 13,0 543 5,6 190 1,9 2010 191 1,9 2.254 23,1 2.869 29,5 2.270 23,3 1.388 14,2 584 6,0 172 1,8 2011 174 1,7 2.317 23,2 2.899 29,1 2.408 24,1 1.363 13,7 631 6,3 177 1,8 2012 233 2,2 2.478 23,4 2.968 28,0 2.424 23,0 1.602 15,1 685 6,5 192 1,8 2013 216 2,0 2.465 23,4 3.007 28,5 2.341 22,2 1.550 14,7 773 7,3 204 1,9 2014 174 1,7 2.448 23,7 2.912 28,2 2.269 22,0 1.609 15,6 731 7,1 178 1,7 2015 175 1,6 2.337 22,2 2.969 28,2 2.368 22,4 1.704 16,1 794 7,5 188 1,8 2016 183 1,8 2.291 22,2 2.809 27,3 2.243 21,8 1.696 16,5 868 8,4 206 2,0

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em idades mais tardias. Este tema assume grande relevância social, pela vulnerabilidade em termos biológicos e de condições de sobrevivência das crianças, pois a gravidez em idade muito jovem eleva os riscos de mortalidade para a mulher e seus filhos (BRASIL, 2014a).

Em suma vários estudos relacionam a gravidez em idades precoces com condições de pobreza, baixa escolaridade, abandono escolar e menor procura a serviços de saúde. A persistência desse número de nascimentos ao longo dos anos evidencia a necessidade do incremento de políticas públicas voltadas para a redução de condições de vulnerabilidade desse grupo populacional. Atribui-se nesta faixa etária um risco maior de ter um recém-nascido de baixo peso, pelo fato da mãe não possuir maturidade funcional do organismo (BRASIL, 2014a).

Em Roraima, nos últimos 11 anos houve a aumento de 32,5% na proporção de mães com 30 anos ou mais e redução de 10% entre as mães com idades menores que 15 anos. Na Tabela 9 estão distribuídos os nascimentos de 2016 por idade das mães e município de residência. 2.4.2 INSTRUÇÃO DA MÃE No Brasil, ao analisar o nível de instrução da mãe, observa-se que a proporção (23,7%) de nascidos vivos de mães sem instrução e fundamental incompleto. O maior percentual (37,7%) foi de mulheres com ensino fundamental completo e médio incompleto. Entre as mulheres com o ensino médio completo e superior incompleto a proporção foi de 23,9% e de ensino superior completo, 12,5% (BRASIL, 2016a).

Tabela 10 - Número e proporção de nascidos vivos por escolaridade (anos de estudo) da mãe. Roraima, 2006 a 2016

ANO

Nenhuma 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 11 anos 12 anos e + Não informado

Ignorado

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % 2006 622 6,4 1.063 11,0 2.767 28,8 3.622 37,7 1.138 11,8 225 2,3 161 1,7 2007 388 4,0 1.348 14,0 2.538 26,5 4.079 42,5 867 9,0 317 3,3 47 0,5 2008 625 6,2 967 9,6 2.556 25,3 4.778 47,3 892 8,8 211 2,1 64 0,6 2009 613 6,3 577 5,9 2.493 25,7 4.700 48,6 1.068 11,0 84 0,8 143 1,4 2010 747 7,7 341 3,5 2.029 20,8 5.279 54,2 1.272 13,1 34 0,3 26 0,2 2011 464 4,6 350 3,5 2.057 20,3 5.432 54,6 1.298 13,0 108 1,1 260 2,6 2012 531 5,0 321 3,0 2.018 19,1 5.652 53,4 1.400 13,2 265 2,5 398 3,7 2013 524 4,9 288 2,7 1.997 18,9 5.813 55,0 1.549 14,6 231 2,2 154 1,4 2014 151 1,4 196 1,9 1.823 17,6 6.335 61,3 1.646 15,9 96 0,9 75 0,7 2015 183 1,7 328 3,1 1.791 17,0 6.306 60,0 1.789 17,0 61 0,5 77 0,7 2016 146 1,4 227 2,2 1.597 15,5 6.438 62,5 1.849 17,9 30 0,3 9 0,1 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em Roraima, a análise dos dados sobre a instrução da mãe se deu pelos anos de estudo da mãe. A redução de mães com nenhuma escolaridade no período de 2006 a 2016 alcançou 78,1%, assim como entre as mães com 1 a 3 anos de estudo de 80%, e

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de 4 a 7 anos de estudo reduziu 46,2%. Por outro lado, houve aumento de mães com 8 a 11 anos de estudo em 65,8% e de 12 anos ou mais de estudo, 51,7%. O nível de instrução (escolaridade) da mãe é um diferencial no processo de acesso ao pré-natal e a educação, neste caso, se revela um fator importante na percepção da importância da assistência à saúde materno-infantil. Na Tabela 11 está detalhado o número de nascidos vivos de 2016 por escolaridade (anos de estudo) da mãe e município de residência. Tabela 11 - Número de nascidos vivos por município de residência e escolaridade (anos de estudo) da mãe. Roraima, 2016

MUNICÍPIO NÃO

INFORMADO NENHUMA 1 A 3 4 A 7 8 A 11 12 E + IGNORADO TOTAL RORAIMA 30 146 227 1.597 6.438 1.849 9 10.296 Alto Alegre 0 28 5 44 127 20 0 224 Amajari 0 19 7 29 114 8 0 177 Boa Vista 3 25 71 744 4.339 1.559 1 6.742 Bonfim 0 10 18 78 195 11 0 312 Cantá 0 7 14 58 211 14 0 304 Caracaraí 3 5 5 88 188 37 0 326 Caroebe 1 1 6 37 79 20 1 145 Iracema 0 2 2 31 57 13 2 107 Mucajaí 0 4 10 69 184 27 1 295 Normandia 5 10 24 84 197 18 1 339 Pacaraima 0 10 11 64 197 33 0 315 Rorainópolis 17 0 31 143 299 53 0 543 São J Baliza 0 0 4 21 57 19 2 103 São Luiz 1 0 3 17 55 6 0 82 Uiramutã 0 25 16 90 139 11 0 281 Ignorado 0 0 0 0 0 0 1 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. 2.4.3 SITUAÇÃO CONJUGAL DA MÃE

Estudos apontam que o número de nascidos vivos de mãe solteira é uma variável importante para caracterizar uma gestação com risco, pois sugerem que estas mães poderiam reunir um quadro mais desfavorável, ou seja, essa condição civil poderia estar ligada a alguns fatores socioeconômicos e culturais que limitariam um acesso pleno à assistência na gravidez (BRASIL, 2014a).

Em Roraima, no ano de 2016, a proporção de nascidos vivos de mãe solteira foi de 42,6%, embora considerada elevado, essa proporção sofreu redução de 30,6% com relação ao ano de 2015 (61,4%). Chama a atenção a alta proporção de informação ignorado ou não informada na DNV.

Por outro lado, as variáveis como estado civil das mães nas categorias casada, separada e viúva, determinam que estas mães possuam algum tipo de assistência, apoio do cônjuge ou do companheiro, ou mesmo uma rede de proteção familiar

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favorecendo um parto com condições mais estáveis, diferentemente das mães solteiras (BRASIL, 2014a).

Figura 11 – Proporção de nascidos vivos por situação conjugal da mãe. Roraima, 2006 a 2016 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Na Tabela 12 estão os números de nascidos vivos por situação conjugal da mãe e município de residência em 2016. Tabela 12 – Número de nascidos vivos por município de residência e situação conjugal da mãe. Roraima, 2016

MUNICÍPIO NÃO

INFORMADO SOLTEIRO CASADO VIÚVO SEPARADO

JUDICIALMENTE IGN TOTAL RORAIMA 21 4.387 2.242 17 67 3.562 10.296 Alto Alegre 0 114 41 0 2 67 224 Amajarí 0 91 26 0 1 59 177 Boa Vista 0 2.882 1.584 9 49 2.218 6.742 Bonfim 0 138 50 1 3 120 312 Cantá 0 133 42 0 1 128 304 Caracaraí 0 145 57 4 3 117 326 Caroebe 1 37 55 0 2 50 145 Iracema 0 47 30 0 1 29 107 Mucajaí 0 138 62 1 2 92 295 Normandia 8 181 32 0 1 117 339 Pacaraima 1 158 37 0 0 119 315 Rorainópolis 7 143 114 2 1 276 543 São J. Baliza 1 34 25 0 0 43 103 São Luiz 1 26 20 0 1 34 82 Uiramutã 2 119 67 0 0 93 281 Ignorado 0 1 0 0 0 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ignorado/Não informado 7,1 7,7 4,1 1,2 1 34,2 46,2 45,4 26,2 17,2 34,8Separado judicialmente 0,4 0,5 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,3 0,6 0,6 0,6Vúvo 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,06 0,2Casado 34,9 33,4 31,2 37,8 44,9 30,8 24,3 21 20,8 20,6 21,7Solteiro 57,4 58,2 64,3 60,4 53,6 34,4 29 33,2 52,1 61,4 42,6

0102030405060708090

100%

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2.5 REFERENTES A GRAVIDEZ E AO PARTO 2.5.1 ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL A Figura 12 mostra que as mães dos nascidos registrados no Sinasc, em 2014, realizaram aproximadamente oito consultas de pré-natal durante a gestação. O Paraná, com quase nove consultas em média, e mais oito UFs (SP, RS, MG, DF, RJ, SC, MS, e ES) apresentam numero de consultas acima da média brasileira. Por outro lado, chama atenção que das 18 UFs que tem número de consultas abaixo da média nacional, oito UFs (MT, GO, PB, CE, PE, RN, TO, e RO) fazem em torno de sete consultas de pré-natal; sete UFs (PI, AL, BA, SE, PA, RR, AM) fazem entre seis e sete consultas; e duas encontram-se no limiar, discretamente abaixo das seis consultas (AC e MA), preconizado como o mínimo de consultas a serem realizadas durante o pré-natal. Por fim, uma UF (AP) fez em média cinco consultas de pré-natal, em 2014 (BRASIL, 2016a).

Figura 12 - Número médio de consultas de pré-natal por unidade da Federação – Brasil, 2014 Fonte: MS/SVS/DANTPS/CGIAE/Sinasc.

Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2014 a proporção de mães que

não realizaram nenhuma consulta de pré-natal representam 0,6% dos nascimentos ocorridos no Brasil, 6,9% das mães realizaram de 1 a 3 consultas, 26,1% realizaram de 4 a 6 consultas e 66,4% realizaram 7 e mais consultas (BRASIL, 2016a).

Em Roraima, no período de 2001 a 2015 observamos no estado uma redução importante na proporção de mães sem consulta no pré-natal passando de 11,1% em 2001 para 3,7% em 2015, caindo 66,6% dessa condição totalmente inadequada, e aumento de 22,2% na proporção de mães com sete ou mais consultas no período. Porém consideramos baixo o número de mães consideradas assistidas no pré-natal, compreendendo 7 ou mais consultas, essa condição ocorre em menos da metade os nascimentos.

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Tabela 13 – Número e proporção de nascidos vivos por número de consultas de pré-natal. Roraima, 2001 a 2016

ANO NENHUMA 1 A 3 4 A 6 7 E + IGNORADO N° % N° % N° % N° % N° %

2001 1.060 11,1 1.530 16,0 3.084 32,2 3.691 38,6 196 2,0 2002 658 7,1 1.954 21,2 3.622 39,4 2.910 31,6 44 0,5 2003 775 7,5 2.020 19,6 4.359 42,4 3.007 29,2 125 1,2 2004 798 8,2 1.802 18,5 3.737 38,3 3.206 32,9 208 2,1 2005 699 7,2 1.621 16,7 2.995 30,9 4.215 43,4 169 1,7 2006 655 6,8 1.850 19,3 3.549 37,0 3.365 35 179 1,8 2007 542 5,6 1.672 17,4 3.741 39,0 3.429 35,8 200 2,1 2008 466 4,6 2.016 20,0 3.874 38,4 3.572 35,4 165 1,6 2009 436 4,5 1.702 17,6 3.514 36,3 3.935 40,6 91 1,0 2010 456 4,7 1.577 16,2 3.756 38,6 3.898 40,0 41 0,4 2011 449 4,5 1.762 17,7 3.703 37,1 3.950 39,6 105 1,0 2012 557 5,2 2.065 19,5 3.950 37,3 3.882 36,7 131 1,2 2013 450 4,3 1.865 17,6 4.073 38,6 4.061 38,5 107 1,0 2014 407 3,9 1.397 13,5 3.750 36,3 7.753 46 15 0,1 2015 394 3,7 1.406 13,3 3.747 35,5 4.973 47,2 15 0,1 2016 355 3,4 1.265 123 3.542 34,4 5.130 49,8 4 0,04

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Em 2016, houve aumento de mães com 7 e mais consultas no pré-natal na ordem de 3,1%, e a redução de mães sem nenhuma consulta (8,1%), mães com 1 a 3 consultas (10%) e de mães com 4 a 6 consultas (5,5%) em comparação com 2015.

Tabela 14 – Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e número de consultas de pré-natal. Roraima, 2016

MUNICÍPIO NENHUMA 1 A 3 4 A 6 7 E + IGNORADO TOTAL RORAIMA 355 1.265 3.542 5.130 4 10.296 Alto Alegre 31 27 69 97 0 224 Amajarí 24 28 74 51 0 177 Boa Vista 167 681 2.114 3.780 0 6.742 Bonfim 18 59 163 72 0 312 Cantá 16 84 125 79 0 304 Caracaraí 11 51 117 147 0 326 Caroebe 4 18 49 74 0 145 Iracema 6 3 50 48 0 107 Mucajaí 11 27 86 171 0 295 Normandia 14 77 172 76 0 339 Pacaraima 9 51 168 87 0 315 Rorainópolis 11 72 173 284 3 543 São J. Baliza 1 11 43 47 1 103 São Luiz 3 8 24 47 0 82 Uiramutã 29 68 114 70 0 281 Ignorado 0 0 1 0 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

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O acesso à assistência pré-natal é considerado uma condição muito importante para que a gestação transcorra sem problemas tanto para a mãe quanto para o filho ou, pelo menos, que haja um acompanhamento médico para as situações de risco. Alguns estudos mostram que a maioria das mortes por causas maternas são evitáveis, se ações que objetivam a qualidade da assistência perinatal e o acesso aos serviços de saúde da gestante forem tomadas (BRASIL, 2014a). Na Tabela 14 encontra-se a distribuição do número de nascidos vivos por número de consultas de pré-natal e município de residência da mãe em 2016. 2.5.2 DURAÇÃO DA GESTAÇÃO O baixo peso ao nascer e a prematuridade são considerados importantes fatores de risco para a saúde da criança, implicando decisivamente na mortalidade infantil, especialmente a neonatal. No Brasil, em 2014, 11,2% dos recém-nascidos foram prematuros, e na Região Norte 11,8% (BRASIL, 2016a). Tabela 17 – Número e Proporção de nascidos vivos segundo a duração da gestação. Roraima, 2006 a 2016

ANO < 37 SEMANAS 37 A 41 SEMANAS 42 SEMANAS E +

IGNORADO/ NÃO INFORMADO

N° % N° % N° % N° % 2006 676 7,0 8.809 91,8 88 0,9 25 0,2 2007 496 5,1 8.991 93,8 66 0,7 31 0,3 2008 846 8,4 9.185 91,0 40 0,4 22 0,2 2009 903 9,3 8.704 90,0 45 0,4 26 0,3 2010 831 8,5 8.833 90,8 30 0,3 34 0,3 2011 1.495 15,0 7.688 77,1 522 5,2 264 2,6 2012 1.716 16,2 7.950 75,1 482 4,5 437 4,1 2013 1.591 15,0 8.513 80,6 355 3,3 97 0,9 2014 1.226 13,6 8.285 80,2 425 4,1 206 2,0 2015 1.440 13,6 8.387 79,6 366 3,4 342 3,2 2016 1.504 14,6 8.334 80,9 348 3,4 110 1,1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. A idade gestacional por município de residência encontra-se na Tabela 18.

Com relação às características da idade gestacional, no período de 2006 a 2016, houve um aumento na proporção de mães com menos de 37 semanas de gestação de 108,5% e das mães com 42 e mais semanas de gestação o aumentou 277,7% nesse período passando de 0,9% em 2006 para 3,4 % em 2016.

A proporção de mães com gestação entre 37 a 41 semanas, período considerado ideal para o nascimento, reduziu 11,9% no período. Falha no preenchimento da DNV é evidente quando observamos a proporção de informação ignorada/não informado na série histórica da Tabela 17.

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Tabela 18 - Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e idade gestacional. Roraima, 2016

MUNICÍPIO MENOS 22 22 A 27 28 A 31 32 A 36 37 A 41 42 E + N INF TOTAL RORAIMA 16 69 133 1.286 8.334 348 110 10.296 Alto Alegre 0 2 3 20 188 7 4 224 Amajari 1 2 0 33 130 8 3 177 Boa Vista 12 48 79 856 5.554 189 4 6.742 Bonfim 0 1 3 38 249 13 8 312 Cantá 0 1 3 43 244 13 0 304 Caracaraí 0 3 6 35 257 11 14 326 Caroebe 0 1 1 22 114 4 3 145 Iracema 0 0 1 14 89 3 0 107 Mucajaí 0 2 5 31 246 10 1 295 Normandia 1 1 10 49 255 18 5 339 Pacaraima 0 2 2 38 251 13 9 315 Rorainópolis 2 3 13 61 388 37 39 543 São J. Baliza 0 2 0 9 81 4 7 103 São Luiz 0 0 4 8 60 3 7 82 Uiramutã 0 1 3 29 227 15 6 281 Ignorado 0 0 0 0 1 0 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). 2.5.3 TIPO DE PARTO O percentual de partos cesáreos no Brasil segue em elevação, e em 2014 alcança o patamar de 57% do total de nascidos vivos captados pelo Sinasc. A análise por unidade da Federação mostrou diferenças importantes. Os estados que apresentaram a maior proporção de cesáreas foram Goiás, Espírito Santo e Rondônia, com 67,4%, 66,6%, 66,3%, respectivamente, em detrimento dos estados de Roraima, com 34,6%, seguido do Amapá, com 35,6%, que apresentam as menores taxas de cesárea (BRASIL, 2016a).

Figura 13 - Proporção de parto cesáreo, por Unidade da Federação de residência da mãe – Brasil, 2014 Fonte: MS/SVS/DANTPS/CGIAE/Sinasc.

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A literatura é abundante em mostrar as elevadas proporções dos partos cesáreos no Brasil, que facilmente têm ultrapassado 50% em muitas regiões do país. O MS afirma que há uma tendência crescente de cesáreas em todas as regiões do País entre 2000 a 2012, com destaque para o Nordeste com a maior variação passando de 25% a 48% dos partos cesáreos no período. Ressalta-se que nenhuma região atendeu a recomendação da OMS de no máximo 15% de partos cesáreos. Pelo contrário, no Brasil, desde 2009, mais de 50% dos nascimentos ocorreram por este tipo de parto. O parto vaginal caracteriza-se por ser um tipo de parto de baixo custo, natural, mais acessível às mães e, portanto mais recomendado (BRASIL, 2013a). Dados do MS para o país em 2012, quanto à escolaridade e à idade materna, menores proporções de partos cesáreos são encontrados em mães com baixa escolaridade e mais jovens. No outro extremo, mais de 83% das mães, com 12 anos ou mais de estudo, e mais de 67% de mães, com idades entre 25 e 39 anos, realizaram parto cesáreo em 2012 (BRASIL, 2014a). No que diz respeito à cor da pele, enquanto 67% das mães brancas realizaram parto cesáreo, este percentual foi de 18% entre as indígenas, percentual ainda superior àquele recomendado pela OMS (BRASIL, 2014a).

Tabela 15 – Número e Proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2016

ANO VAGINAL CESÁREO IGNORADO

N° % N° % N° % 2001 7.169 75,0 2.390 25,0 2 0,0 2002 7.166 78,0 2.019 22,0 3 0,0 2003 7.932 77,1 2.351 22,9 3 0,0 2004 7.666 78,6 2.084 21,4 1 0,0 2005 7.561 77,9 2.135 22,1 3 0,0 2006 7.185 74,8 2.407 25,2 6 0,0 2007 6.858 71,5 2.772 28,5 4 0,0 2008 6.673 66,1 3.416 33,9 4 0,0 2009 6.174 61,9 3.500 38,1 4 0,0 2010 6.252 64,3 3.475 35,7 1 0,0 2011 6.806 68,3 3.156 31,7 7 0,0 2012 7.160 67,7 3.394 32,0 31 0,3 2013 6.889 65,2 3.651 34,7 16 0,1 2014 6.476 62,7 3.845 37,2 1 0,01 2015 6.404 60,8 4.129 39,2 2 0,02 2016 6.040 58,7 4.254 41,3 2 0,02

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. A análise dos nascimentos por tipo de parto permite avaliar, em parte, as práticas obstétricas. Ma série histórica da Tabela 15 e Figura 14 observa-se que o parto cesáreo apresentou aumento de 65,2%, em 2016 a proporção de partos cesáreos foi o maior da série e alcançou 41,3% de todos os partos, bem acima do preconizado pela

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OMS que aceita até 15% do total de partos, e apesar dos especialistas alertarem para os riscos que essa prática traz a saúde da mãe e do recém-nascido.

Figura 14 - Proporção de nascidos vivos por tipo de parto. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Em 2016, quatro estabelecimentos de saúde realizaram partos cesáreos, dois públicos, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth - HMINSN que realizou 38,1% (3.218) dos partos como cirúrgicos e Hospital Regional Sul Governador Ottomar de Souza Pinto - HRSOSP que realizou 64,6% (432), e dois estabelecimentos de saúde privados, o Hospital Unimed Boa Vista que realizou 95% (359) e o Hospital da Mulher com 94,6% (228). Tabela 16 – Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e tipo de parto. Roraima, 2016

MUNICÍPIO NÃO INFORMADO VAGINAL CESÁRIO TOTAL RORAIMA 2 6.040 4.254 10.296 Alto Alegre 0 161 63 224 Amajari 0 144 33 177 Boa Vista 0 3.701 3041 6.742 Bonfim 1 225 86 312 Cantá 0 232 72 304 Caracaraí 0 200 126 326 Caroebe 0 71 74 145 Iracema 0 74 33 107 Mucajaí 0 194 101 295 Normandia 0 275 64 339 Pacaraima 0 234 81 315 Rorainópolis 0 196 347 543 São João da Baliza 1 45 57 103 São Luiz 0 45 37 82 Uiramutã 0 242 39 281 Ignorado 0 1 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Cesáreo 25 22 22 21,4 22,1 25,2 28,5 33,9 38,1 35,7 31,7 32 34,7 37,2 39,2 41,3Vaginal 75 78 77,1 78,6 77,9 74,8 71,5 66,1 61,9 64,3 68,3 67,7 65,2 62,7 60,8 58,7

0

20

40

60

80

100%

Page 33: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Na Tabela 16 estão os número de nascidos vivos por tipo de parto e município de residência da mãe em 2016. 2.6 REFERENTES AO RECÉM-NASCIDO 2.6.1 PESO AO NASCER

O peso do recém-nascido entre 2.500g a 3.999g expressam que a nutrição e cuidados da mãe durante a gestação foram adequados e que comportaria menos riscos para os recém-nascidos. A proporção de nascimentos com baixo peso no Brasil em 2014 foi de 8,4%, com variações quanto a raça/cor da mãe: branca 8,5%, preta 9,7%, amarela 8,9%, parda 8,1% e indígena 7,4% (BRASIL, 2016a).

O baixo peso reflete piores condições de vida, cuja maior concentração provém da clientela usuária do SUS, onde é maior a demanda por serviços de maior complexidade (BRASIL, 2013a). Tabela 19 – Número e proporção de nascidos vivos por peso ao nascer. Roraima, 2006 a 2016

ANO ATÉ 2.500g 2.500 a 3.999g 4.000g e + IGNORADO

N° % N° % N° % N % 2006 671 7,0 8.001 83,3 540 5,6 386 4,0 2007 653 6,8 8.078 84,3 521 5,4 332 3,4 2008 680 6,7 8.321 82,4 647 6,4 445 4,4 2009 699 7,2 8.093 83,6 611 6,3 275 2,8 2010 724 7,4 8.363 85,9 566 5,8 75 0,7 2011 761 7,6 8.518 85,4 599 6,0 91 0,9 2012 801 7,5 9.044 85,0 628 5,9 112 1,0 2013 784 7,4 9.106 86,2 596 5,6 70 0,6 2014 738 7,1 8.932 86,5 652 6,3 00 0,0 2015 831 7,9 9.066 86,0 635 6,0 3 0,02 2016 862 8,4 8.818 85,6 613 5,9 3 0,03

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso ao nascer estão na Tabela 20.

Segundo os dados para 2015, 7,9% dos nascidos vivos possuem baixo peso ao nascer, essa proporção é a maior da série histórica apresentada na Tabela 10, e caracteriza um aumento de 12,8% na proporção de nascidos vivos com baixo peso ao nascer (<2.500g), na comparação de 2006 (7%) e 2015 (7,9%).

Há que se destacar o aumento na proporção dos nascidos vivos com 4.000g e mais de peso ao nascer na ordem de 7,1% passando de 5,6% em 2006 para 6% em 2015.

Page 34: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Tabela 20 – Número de nascidos vivos por município de residência da mãe e peso ao nascer. Roraima, 2016

MUNICÍPIO 0g a 999g

1000g a 1499g

1500g a 2499g

2500g a 2999g

3000g a 3999g

4000g e mais IGNORADO TOTAL

RORAIMA 59 61 742 2.168 6.650 613 3 10.296 Alto Alegre 1 1 27 43 139 12 1 224 Amajari 1 0 16 47 104 8 1 177 Boa Vista 46 43 470 1.405 4.381 397 0 6.742 Bonfim 1 2 17 83 182 26 1 312 Cantá 1 1 24 75 193 10 0 304 Caracaraí 2 0 18 49 225 32 0 326 Caroebe 0 0 8 32 96 9 0 145 Iracema 0 2 7 24 62 12 0 107 Mucajaí 1 2 24 58 184 26 0 295 Normandia 1 0 30 67 223 18 0 339 Pacaraima 1 0 25 85 185 19 0 315 Rorainópolis 3 6 39 100 363 32 0 543 São J Baliza 1 2 7 20 72 1 0 103 São Luiz 0 2 8 11 56 5 0 82 Uiramutã 0 0 22 69 184 6 0 281 Ignorado 0 0 0 0 1 0 0 1

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções).

2.6.2 VITALIDADE AO NASCER (APGAR)

O APGAR mede a vitalidade do recém-nascido no primeiro e no quinto minuto de vida. Tabela 21 – Número e proporção de nascidos vivos segundo o APGAR no 1° e 5° minutos de vida. Roraima, 2006 a 2016

ANO

APGAR 1° MINUTO 5° MINUTO

≤7 8 A 10 IGNORADO ≤7 8 A 10 IGNORADO N° % N° % N° % N° % N° % N° %

2006 1.181 12,3 7.213 75,1 1.204 12,5 305 3,2 8.089 84,2 1.204 12,5 2007 1.089 11,3 7.625 79,5 870 9,0 268 2,8 8.441 88,7 875 9,1 2008 1.203 11,9 7.738 76,7 1.107 10,9 239 2,3 8.747 86,7 1.107 10,9 2009 1.234 12,7 7.559 78,1 885 9,1 247 2,5 8.540 88,2 891 9,2 2010 1.173 12,0 7.777 79,9 778 8,0 156 16,0 8.795 90,4 777 8,0 2011 1.077 10,8 8.156 81,8 736 7,4 264 2,6 8.967 90,0 738 7,4 2012 987 9,3 8.431 79,6 1.167 11,0 227 2,3 9.189 92,1 1.169 11,7 2013 927 8,8 8.843 83,7 786 7,4 241 2,3 9.529 90,2 786 7,4 2014 856 8,3 9.250 89,6 213 2,1 199 1,9 9.906 95,9 217 2,1 2015 895 8,5 9.347 88,7 298 2,8 273 2,6 9.969 94,6 298 2,8 2016 960 9,3 9.244 89,8 92 0,9 240 2,3 9.965 96,8 91 0,9

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Page 35: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Em 2016, a proporção da informação do APGAR ignorado/não informado na DNV reduziu 92,8% no período de 2006 a 2016, refletindo melhorias na atenção ao parto.

A proporção de nascidos vivos com a vitalidade entre 8 e 10 no 5° minuto de vida aumentou 15% no período de 2006 para 2016, passando de 84,2% para 96,8%, refletindo boas condições no nascimento, e houve uma redução de 28,1% do APGAR igual e menor que 7.

A proporção de APGAR no 5° minuto, não informado na DNV, é expressiva nos municípios de Uiramutã onde representam 22,3% (82/367) dos nascidos vivos, e em menor proporção nos municípios do Cantá que registrou 6,5% (23/353) dos nascidos vivos, de Caroebe com 5,8% (9/154), de Alto Alegre com 5,6% (13/230), do Bonfim com 5,4% (16/296) e Normandia com 4,7% (14/295).

Figura 15 – Proporção de nascidos vivos segundo o APGAR (8 a 10) no 1° e 5° minuto de vida. Roraima, 2006 a 2016

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. 2.6.3 ANOMALIAS CONGÊNITAS Segundo o Ministério da Saúde o Sinasc registrou 0,7% de nascimentos com anomalias congênitas, e a Região Norte 0,5% (BRASIL, 2016). Em Roraima a proporção foi de 0,6% (66/10.296) representando um aumento de 50% com relação a 2015 (0,4%) sobretudo em decorrência do aumento de casos de microcefalia que foi responsável por 22,7% dos casos (Tabela 22). Tabela 22 – Número e proporção de anomalias congênitas. Roraima, 2013 a 2016

ANOMALIAS CONGÊNITAS 2013 2014 2015 2016 N° % N° % N° % N° %

Anencefalia 1 3,8 2 4,8 2 4,3 1 1,5 Encefalocele frontal 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Encefalocele NE 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Microcefalia 2 7,7 0 0,0 0 0,0 15 22,7 Macrocefalia 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 3,0 Hidrocefalia NE 3 11,5 2 4,8 5 10,8 2 3,0

75,1 79,5 76,7 78,1 79,9 81,8 79,6 83,7 89,6 88,7 89,884,2 88,7 86,7 88,2 90,4 90 92,1 90,2 95,9 94,6 96,8

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1 minuto 5 minuto

Page 36: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Outras malformações congênitas espec do encefalo

0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5

Espinha bífida sacra s/ hidrocefalia 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Espinha bífida NE 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Hidromielia 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Acondroplasia 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Mal formação congênita NE do olho 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Ausência do pavilhão auricular 0 0,0 3 7,3 1 2,7 1 1,5 Pavilhão supranumerário 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Ausência atresia estreit cond audit 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Malformação congênita dos ossículos do ouvido

0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0

Malformação do ouvido interno 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Outra malf cong ouvido médio 0 0,0 0 0,0 0 0,0 3 4,5 Seio fístula e cisto pré-auricular 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Malformação do ouvido NE 1 3,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Anomalia de posição da orelha 3 11,5 1 2,4 1 2,7 1 1,5 Malformação na orelha NE 1 3,8 2 4,8 0 0,0 0 0,0 Malformação NE da face e pescoço 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Pescoço alado 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Ausência cong e hipoplas art umbilic 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Ventrículo c/dupla via de entrada 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Malformação de septo cardíaco NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Outra malformação espec do coração 0 0,0 0 0,0 1 2,7 1 1,5 Ausência congen e hipoplasia artéria umbilical

0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 3,0

Outras malformações congen do pulmão 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Fenda do palato duro 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Fenda palatina NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Fenda labial unilateral 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Fenda palato duro c/ fenda labial bilateral 0 0,0 1 2,4 1 2,7 1 1,5 Fenda labial bilateral 1 3,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Fenda palato mole com fenda labial bilateral 1 3,8 1 2,4 0 0,0 3 4,5 Fenda palatos duro e mole c/ fenda labial unilateral

0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5

Fenda do palato c/ fenda labial unilateral NE 0 0,0 1 2,4 1 2,7 1 1,5

Fenda do palato c/ fenda labial bilateral NE 0 0,0 1 2,4 1 2,7 3 4,5 Malformações dos lábios NCOP 0 0,0 1 2,4 2 4,3 0 0,0 Outra malformação da língua 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Outra malformações congênitas espec aparelho digestivo

0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5

Ausência atresia estenose anus s/fist 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Malformação vulva 1 3,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Malformação dos órgãos genitais feminino NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Ausência e aplasia do testículo 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Outra malformação do pênis 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Outras malformações congênitas testículos e escroto

0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5

Sexo indeterminado NE 0 0,0 1 2,4 1 2,7 1 1,5

Page 37: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Pé torto equinovaro 0 0,0 2 4,8 0 0,0 1 1,5 Pé torto calcaneovaro 0 0,0 1 2,4 1 2,7 0 0,0 Outra deformid dos pés em varo 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Pé torto calcaneovalgo 5 19,2 1 2,4 2 4,3 3 4,5 Pé chato congênito 0 0,0 2 4,8 0 0,0 1 1,5 Deformidade cong do pé NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 1 1,5 Deform congen da mão 0 0,0 0 0,0 2 4,3 0 0,0 Ausência congen de mãos e dedos 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Dedos da mão supranumerários 1 3,8 0 0,0 2 4,3 5 7,6 Coalescência dos dedos 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Polidatilia NE 1 3,8 2 4,8 0 0,0 1 1,5 Ausência do antebraço e da mão 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Outra deform membro supincl cint escapular 0 0,0 1 2,4 0 0,0 1 1,5 Osteogenese imperfeita 0 0,0 1 2,4 0 0,0 1 1,5 Malfor congen NE ossos crânio e face 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Sínd c/malf cong afet predom face 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Gastrosquise 2 7,7 2 4,8 1 2,7 2 3,0 Malformação congen do baço 0 0,0 0 0,0 1 2,7 0 0,0 Síndrome do abdome em ameixa seca 1 3,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 Malformação da pele NE 0 0,0 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Malformações NE 1 3,8 1 2,4 0 0,0 0 0,0 Malf cong múltiplas NCOP 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 Síndrome de Down NE 1 3,8 1 2,4 7 15,2 1 1,5 Síndrome de Edwards NE 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 1,5 RORAIMA 26 0,2 41 0,4 46 0,4 66 0,6

Fonte: SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. IBGE (Censo demográficos e projeções). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

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3 MORBIDADE

Os dados de morbidade se referem aos agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) definidos pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da Portaria Nº 204/2016, alimentados no Sinan - Sistema Nacional de Agravos de Notificação, bem como dos dados do SIVEP (malária, influenza, etc), dados da vigilância sentinela e de doenças em monitoramento.

Tabela 23 - Envio de lotes do Sinan por semana epidemiológica e município. Roraima, 2016

MUNICÍPIO

SEMANA 01 A

SEMANA 53

SEMANAS COM

NOTIFICAÇÃO INFORMADA

% DE SEMANA COM

INFORMAÇÃO

SEMANAS SEM

NOTIFICAÇÃO INFORMADA

% DE SEMANA SEM

INFORMAÇÃO

SEMANAS NÃO INFORMADAS

(PENDÊNCIA)

Alto Alegre 53 52 98,1 1 1,9 52

Amajari 53 48 90,6 5 9,4 49 50 51 52 53

Boa Vista 53 52 98,1 1 1,9 53

Bonfim 53 52 98,1 1 1,9 53

Cantá 53 49 92,5 4 7,5 50 51 52 53

Caracaraí 53 52 98,1 1 1,9 53

Caroebe 53 52 98,1 1 1,9 53

Iracema 53 50 94,3 3 5,7 52 53

Mucajaí 53 52 98,1 1 1,9 53

Normandia 53 52 98,1 1 1,9 53

Pacaraima 53 50 94,3 3 5,7 47 51 53

Rorainópolis 53 52 98,1 1 1,9 53

São João da Baliza

53 52 98,1 1 1,9 53

São Luiz 53 52 98,1 1 1,9 53

Uiramutã 53 50 94,3 3 5,7 47 51 53

RORAIMA 795 767 96,5 28 3,5

FONTE: SINAN/NSIS/DVE/CGVE/SESAU

0 MUNICPIO COM REGULARIDADE 100%

10 MUNICPIO COM REGULARIDADE > 95<100%

5 MUNICPIO EM ALERTA >70<94%

0 MUNICPIO COM IREGULARIDADE < 69%

Um dos instrumentos de monitoramento do Sinan é o encerramento oportuno

das fichas de notificação/investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O envio de lote do Sinan, semanalmente, para o MS é uma forma de monitorar a regularidade de envio de informações sobre os agravos e DNC notificados no município para o nível estadual e federal.

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3.1 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA HOSPITALAR A Vigilância Epidemiológica Hospitalar (VEH) teve seu início em Roraima com a criação da Unidade de Vigilância Epidemiológica - UVE no Hospital Geral de Roraima - HGR e Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth - HMINSN, em 1998, e suas atribuições foram amparadas pela PORTARIA/SESAU Nº 131/1999. Em 2004, o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar foi instituído na Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS/MS por meio da Portaria Nº 2.529, a qual define competências para os estabelecimentos hospitalares, União, Estados, Distrito Federal e Municípios e cria a Rede Nacional de Hospitais de Referência. Nesse ano foi criado dentro do Departamento de Epidemiologia Estadual de Roraima o Subsistema de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, que desde 2009 tornou-se o Núcleo de Vigilância Hospitalar - NVH. Atualmente o NVH é subordinado ao Departamento de Vigilância Epidemiológica - DVE que por sua vez integra a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde - CGVS/SESAU/RR. O Núcleo de Vigilância Hospitalar faz interface com todas as gerências do Departamento de Vigilância Epidemiológica e tem como missão monitorar, assessorar, promover capacitações aos Núcleos Hospitalar de Epidemiologia - NHE e Unidades de Vigilância Epidemiológica - UVE que atuam no âmbito hospitalar do Estado de Roraima, os quais são responsáveis pela detecção, notificação e investigação das doenças, agravos e eventos de interesse de saúde pública conforme a Portaria 204/2016/SVS/MS, e atua em estreita articulação com a Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública (Rede CIEVS). O Hospital Geral de Roraima (HGR) compõe a Rede do Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Ministério da Saúde desde agosto de 2006 como o Hospital de Referência Nível I, assim como Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) que passou a integrar essa Rede posteriormente, e esses hospitais possuem Núcleo Hospitalar de Epidemiologia. Em 2016, foi elaborado o projeto de criação da Rede Estadual de Vigilância Epidemiológica Hospitalar de Roraima - REVEH/RR no primeiro semestre de 2016 e aprovado em CIB em 16 de novembro de 2016, e sua implantação se deu por meio do termo de adesão assinado pelo diretor do estabelecimento de saúde. Para a criação da REVEH/RR foi necessário a implantação de Unidades de Vigilância Epidemiológica (UVE) em cinco estabelecimentos de saúde, quatro no interior do estado: Hospital Pedro Álvaro Rodrigues no município do Bonfim, Hospital Francisco Ricardo de Macedo no município de São Luiz, Unidade Mista de Baliza no município de São João da Baliza, Unidade Mista Bom Samaritano localizado na comunidade indígena da Barata no município do Alto Alegre, e uma UVE na capital, no Centro de Referência da Saúde da Mulher - CRSM. É uma rede estadual composta por 21 estabelecimentos de saúde, destes, dois fazem parte da REVEH Nacional (HGR e HCSA) e 19 fazem parte apenas da Rede Estadual (Figura 16).

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Somado a isso, destacam-se as ações que propiciaram o fortalecimento da vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar como a elaboração do "Manual de Normas e Rotinas para a Vigilância Epidemiológica Hospitalar - 2016"; a primeira capacitação em vigilância epidemiológica hospitalar, a realização de estágios e treinamento em serviço.

Figura 16 - Distribuição da Rede Estadual de Vigilância Epidemiológica Hospitalar de Roraima - REVEH/RR por município. Roraima, 2016. Fonte: NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR

A REVEH/RR corresponde a 6,4 (24/327) dos estabelecimentos de saúde de Roraima, e notificou 75,7% (11.286/14.906) de todas as notificações de agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) do estado em 2016 (Figura 17 e 18).

Figura 17 - Comparação do número de agravos e doença de notificação compulsória (DNC) notificadas pela REVEH/RR e todas as notificações realizadas no estado. Roraima, 2007 a 2016 Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração). Excluído: 1) Notificações de malária; 2) 249 notificações de Síndrome Gripal em 2015 e 462 em 2016; 3) Notificações de monitoramento das doenças diarréicas aguda, doenças exantemáticas, PFA, tétano acidental e neonatal, e surtos.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

REVEH/RR 6.989 12.500 13.522 17.784 12.003 13.554 12.491 11.593 10.954 11.286RORAIMA 16.334 22.518 22.178 26.028 19.110 20.660 17.896 16.823 15.232 14.906

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Apesar da redução de 8,7% no número de notificações em Roraima nos últimos 10 anos (Figura 17), houve um aumento de 76,8% da participação da REVEH/RR nas notificações do estado passando de 42,8% em 2007 para 75,7% em 2016 (Figura 18). Entre as possíveis causas da redução das notificações no período podemos destacar o controle das endemias como a dengue que teve redução da notificação em 2016, melhorias na saúde da população com menos busca pelos serviços de saúde, e a subnotificação de agravos e doenças. Na Tabela 24 estão listados os agravos e DNC notificados pelos NHE do HGR e HCSA e pelas UVEs integrantes da REVEH/RR no ano de 2016, chama a atenção que o HGR notificou 25,8% de todas as notificações da REVEH/RR e o HCSA 15,8% e somente esses dois hospitais somaram 43% (4.854 notificações) dessas notificações, as UVEs notificaram 6.432 agravos e DNC e juntas alcançaram 57% das notificações. É importante ressaltar que as notificações de malária e de agravos em monitoramento como as doenças diarréicas agudas, doenças exantemáticas, tétano acidental e neonatal, PFA, e surtos não foram incluídas nas análises epidemiológicas por não fazer parte do Sinan.

Figura 18 - Comparação da proporção de agravos e doença de notificação compulsória (DNC) notificadas pela REVEH/RR e todas as notificações realizadas. Roraima, 2007 a 2016 . Roraima, 2007 a 2016 Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração). Excluído: 1) Notificações de malária; 2) 249 notificações de Síndrome Gripal em 2015 e 462 em 2016; 3) Notificações de monitoramento das doenças diarréicas aguda, doenças exantemáticas, PFA, tétano acidental e neonatal, e surtos. Destaca-se também que os agravos e DNC levantados foram apenas dos casos notificados, não é objetivo desse relatório analisar os casos confirmados, essa função cabe as áreas técnicas do Departamento de Vigilância Epidemiológica. Ressalta-se que alguns agravos são notificados após a confirmação como Infecção Sexualmente Transmissíveis - IST, HIV/AIDS, hanseníase, tuberculose, leishmanioses, atendimento anti-rábico, acidentes e violências.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

REVEH/RR 42,8 55,5 60,9 68,3 62,8 65,6 69,8 68,9 71,9 75,7

01020304050607080

%

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3.1.1 NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA - NHE

Existem dois Núcleos Hospitalar de Epidemiologia (NHE) em Roraima: o Hospital Geral de Roraima (HGR) de gestão estadual e o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) de gestão municipal de Boa Vista. No HGR foi implantada uma UVE em 1999 e em agosto de 2006 o hospital passou a compor a Rede do Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Ministério da Saúde como Hospital de Referência Nível I. O HCSA passou a integrar essa Rede posteriormente. Tabela 24 - Notificação de agravos e doença de notificação compulsória (DNC) por estabelecimento de saúde da REVEH/RR e quadrimestre. Roraima, 2016

Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração). EXCLUÍDO: 462 notificações de SG da CASAI, HGR, HCSA e Hospital Délio de Oliveira Tupinambá. NOTA: Não consta no SINAN notificações do Hospital da Mulher, Hospital Lotty Iris e Unidade Mista Bom Samaritano. O NHE do HGR notificou 19,5% (2.913/14.906) de todas as notificações ocorridas em Roraima em 2016, e o HCSA 13% (1.941), correspondendo a 32,5% de todas as notificações.

NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA - NHE 1º 2 º 3 º TOTAL % HOSPITAL GERAL DE RORAIMA 941 1.200 772 2.913 25,8 HOSPITAL DA CRIANCA SANTO ANTONIO 489 735 717 1.941 15,8 Subtotal 1.430 1.935 1.489 4.854 43,0 UNIDADE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA -UVE 1º 2 º 3 º TOTAL % CASA DE SAUDE DO INDIO 27 52 47 126 1,1 CENTRO DE REFERENCIA DA SAUDE DA MULHER 3 2 0 5 0,04 CENTRO DE SAUDE JAIR DA SILVA MOTA 46 17 12 75 0,6 CLÍNICA MÉDICA ESPECIALIZADA CORONEL MOTA 10 34 29 73 0,7 HOSPITAL DELIO DE OLIVEIRA TUMPINAMBÁ 37 68 39 144 1,3 HOSPITAL FRANCISCO RICARO DE MACEDO 0 23 9 32 0,3 HOSPITAL EPITACIO DE ANDRADE LUCENA 43 70 44 157 1,4 HOSPITAL JOSE GUEDES CATÃO 117 315 315 747 6,6 HOSPITAL MATERNO INFANTIL N SRA DE NAZARETH 364 422 331 1.117 10,0 HOSPITAL PEDRO ÁLVARO RODRIGUES 4 111 69 184 1,6 HOSPITAL REG SUL OTTOMAR DE SOUZA PINTO 170 321 161 652 5,7 HOSPITAL UNIMED DE BOA VISTA 7 1 0 8 0,07 POLICLÍNICA COSME E SILVA 694 958 640 2.292 20,3 UNIDADE MISTA DE CARACARAÍ 50 172 85 307 2,7 UNIDADE MISTA DE CAROEBE 90 75 5 170 1,5 UNIDADE MISTA IRMÃ CAMILA 5 79 3 87 0,7 UNIDADE MISTA RUTH QUITÉRIA 21 28 32 81 0,7 UNIDADE MISTA SÃO JOÃO DA BALIZA 29 60 31 120 1,0 UNIDADE MISTA SEMI PLENA UIRAMUTÃ 16 32 7 55 0,5 Subtotal 1.733 2.840 1.859 6.432 57,0 TOTAL 3.163 4.775 3.348 11.286 100,0

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Na análise das notificações por agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) realizadas pelo NHE do HGR nos anos de 2015 e 2016 (Tabela 25) observa-se a ocorrência de notificações no PAAR de IST como candidíase, sífilis e síndrome do corrimento uretral do homem, além de tuberculose e leishmaniose tegumentar americana, doenças que salvo exceções são de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) pela Estratégia Saúde da Família (ESF), o mesmo fato se repete em outros estabelecimentos de saúde da REVEH/RR tanto na capital como no interior do estado. Foram notificados ainda 46 casos de síndrome gripal (SG) em 2016 e ressaltamos a notificação de tracoma em 2015 e em 2016, 13 casos cada.

Figura 19 - Número de notificações de agravos e doenças de notificação compulsória (DNC) realizadas pelo Hospital Geral de Roraima (HGR) e Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) no período de 2007 a 2016 Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração). Excluído: 1) Notificações de malária; 2) Notificações de SG; 3) Notificações de monitoramento das doenças diarréicas aguda, doenças exantemáticas, PFA, tétano acidental e neonatal, e surtos. Na comparação do número de notificações realizadas nos anos de 2015 e 2016 houve uma redução global de 23,2% das notificações e em grande parte a custas da redução da notificação de dengue em 70% e da febre chikungunya em 92,3%. Por outro lado houve o aumento de notificação de atendimentos anti-rábico de 51,7% e Aids de 43,8%. Com relação ao NHE do HCSA destaca-se o aumento de 140,8% nas notificações de varicela, doença de notificação compulsória em Boa Vista por meio de portaria municipal, e 41,7% dos atendimentos antirrábico na comparação com 2015. Chama a atenção a notificação de 60 casos de toxoplasmose congênita em 2015, casos de intoxicação exógena e lesão interpessoal/autoprovocada nos dois anos (Tabela 26). Os casos de leishmaniose visceral são oriundos dos municípios do interior que buscam assistência especializada no único hospital infantil na capital. Quanto aos acidentes de trabalho grave e acidente de trabalho com exposição a material biológico tratam-se de casos ocorridos entre os servidores do hospital.

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

HGR 1.301 4.547 5.119 4.875 4.001 5.057 4.420 3.655 3.796 2.913HCSA 1.194 1.672 1.697 2.077 1.898 1.832 1.665 2.166 1.543 1.941

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Tabela 25 - Notificação de agravos e DNC do Hospital Geral de Roraima, 2015 e 2016 AGRAVOS E DNC 2015 2016 CANDIDÍASE 0 1 SÍFILIS EM ADULTO (EXCLUIDA A FORMA PRIMARIA) 2 4 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMITIDAS,NAO ESPECIFICADAS 13 22 AIDS 57 82 DOENCA DE CHAGAS AGUDA 1 0 DIFTERIA 0 1 DOENCAS EXANTEMATICAS 7 3 ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO 133 112 ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE 455 269 DERMATOSES OCUPACIONAIS 1 0 LER DORT 3 1 PNEUMOCONIOSE 1 0 FEBRE MACULOSA / RICKETTSIOSES 1 1 FEBRE TIFÓIDE 0 2 HEPATITES VIRAIS 482 316 INTOXICAÇÃO EXOGENA 97 100 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA 2 3 LEISHMANIOSE VISCERAL 46 64 LEPTOSPIROSE 16 8 MENINGITE 57 37 RAIVA HUMANA 0 1 TUBERCULOSE 93 80 FEBRE DO NILO 1 0 VARICELA 1 14 COQUELUCHE 1 0 FEBRE AMARELA 0 2 ATENDIMENTO ANTI-RABICO 450 683 ACIDENTE POR ANIMAIS PECONHENTOS 222 180 SÍFILIS NAO ESPECIFICADA 2 59 SÍNDROME DO CORRIMENTO URETRAL EM HOMEM 11 5 FEBRE DE CHIKUNGUNYA 248 19 VIOLÊNCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA 378 405 DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA 6 69 SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) 1 7 DENGUE 1.008 299 FEBRE CHIKUNGUNYA 0 64 TOTAL 3.796 2.913

Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração). Excluído notificações de SG (uma em 2015 e 46 em 2016). 3.1.2 UNIDADE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - UVE DA CAPITAL

Na capital estão as UVEs de gestão estadual: Policlínica Cosme e Silva (PCS), Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), Clínica Médica Especializada Coronel Mota e Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM), a última em fase de implantação; de gestão federal: Casa de Saúde do Índio (CASAI); e

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de gestão privada: Hospital Unimed Boa Vista (a CCIH realiza as notificações), Hospital da Mulher e Hospital Lotty Iris, as duas últimas em implantação. Tabela 26 - Notificação de agravos e DNC do Hospital da Criança Santo Antônio, 2015 e 2016 AGRAVOS E DNC 2015 2016 INFLUENZA HUMANA POR NOVO SUBTIPO (PANDEMICO) 0 1 AIDS 0 1 DOENCA DE CHAGAS AGUDA 0 1 DOENCAS EXANTEMÁTICAS 30 2 ACIDENTE DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO 15 19 ACIDENTE DE TRABALHO GRAVE 5 1 FEBRE MACULOSA / RICKETTSIOSES 0 1 HEPATITES VIRAIS 270 127 INTOXICACAO EXOGENA 142 124 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA 3 1 LEISHMANIOSE VISCERAL 38 62 LEPTOSPIROSE 5 3 MENINGITE 6 18 PARALISIA FLÁCIDA AGUDA/ POLIOMIELITE 0 1 TUBERCULOSE 2 7 VARICELA 252 607 COQUELUCHE 9 15 FEBRE AMARELA 1 1 SIFILIS CONGÊNITA 0 1 CRIANCA EXPOSTA HIV 1 2 ROTAVIRUS 28 124 ATENDIMENTO ANTI-RÁBICO 362 513 ACIDENTE POR ANIMAIS PECONHENTOS 45 73 FEBRE DE CHIKUNGUNYA 16 3 VIOLENCIA INTERPESSOAL/AUTOPROVOCADA 105 88 DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA 2 20 SÍNDROME GRIPAL 47 190 SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) 8 9 TOXOPLASMOSE 11 4 TOXOPLASMOSE CONGÊNITA 60 0 DENGUE 127 100 FEBRE CHIKUNGUNYA 0 12 TOTAL 1.543 1.941

Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração).

A Policlínica Cosme e Silva (PCS) notificou 15,3% (2.292/14.906) de todas as notificações realizadas em Roraima no ano de 2016 e houve aumento de 2,2% nas notificações na comparação com 2015, e pela análise dos agravos notificados apresenta um misto de atendimentos de Unidade Básica de Saúde (UBS) e de

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atendimento de urgência e emergência, tal como evidenciado em praticamente todos os estabelecimentos de saúde da REVEH/RR. A PCS registrou aumento nas notificações de atendimento anti-rábico na ordem de 41,5% em 2016, e esses atendimentos representam 43% (932/2.166) e 41,2% (1.319/3.202) de todos os atendimentos registrados em Roraima nos anos de 2015 e 2016, respectivamente. Houve aumento de 135,4% das notificações de varicela em 2016. O HMINSN notificou 7,5% (1.117/14.906) de todas as notificações do estado em 2016 e com relação a 2015 houve redução de 4,3% das notificações. No detalhamento das notificações por agravo/DNC chama a atenção que 64,1% (716) foram por IST, bem como a ocorrência de expressiva notificação de sífilis congênita. Destacamos ainda ocorrência de casos de doença aguda pelo vírus zika em gestantes. A Clínica Médica Especializada Coronel Mota apesar de ser um serviço ambulatorial de referência do estado apresentam notificações realizadas em 2015 e 2016 com características de doenças de atendimento em UBS no que se refere a notificação de IST. Houve redução de 13,1% das notificações em 2016 O Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) funciona nas instalações do HMINSN e as notificações são realizadas pela UVE do HIMNSN, está previsto a mudança de prédio ocasião em a UVE será efetivamente implantada, uma vez que existem profissionais capacitados para a referida função. A Casa de Saúde do Índio - CASAI é uma instituição que possui uma UVE bem atuante, e a redução de 24,5% das notificação em 2016 possivelmente não reflete subnotificação. Destaca-se a notificação de casos de tracoma (um em 2015 e quatro em 2016) e de síndrome gripal (174 em 2015 e 221 em 2016). O Hospital Unimed Boa Vista possui uma CCIH que realiza as notificações, e chama a atenção a redução de 85,9% no número de notificações em 2016. O Hospital da Mulher apesar das características de hospital quase que exclusivamente cirúrgico, possui uma CCIH, e recebeu capacitação em vigilância epidemiológica hospitalar. No final de 2016, foi desligado da REVEH/RR a pedido do hospital.

3.1.3 UNIDADE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - UVE DO INTERIOR

No interior do estado todas as UVES são de gestão estadual: Hospital Regional Sul Governador Ottomar de Souza Pinto em Rorainópolis, Hospital Délio de Oliveira Tupinambá em Pacaraima, Hospital Francisco Ricardo de Macedo em São Luiz, Hospital Epitácio de Andrade Lucena em Alto Alegre, Hospital Estadual José Guedes Catão em Mucajaí, Hospital Pedro Álvaro Rodrigues em Bonfim, Unidade Mista de Caracaraí, Unidade Mista de Caroebe, Unidade Mista Irmã Camila em Iracema, Unidade Mista Ruth Quitéria em Normandia, Unidade Mista em São João da Baliza, Unidade Mista Semi Plena Uiramutã, Unidade Mista Bom Samaritano na Maloca da Barata em Alto Alegre, e Centro de Saúde Jair da Silva Mota em Amajarí.

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O Hospital Regional Sul Governador Ottomar de Souza Pinto é um hospital de referência para a região sul do estado e notificou 4,3% (652/14.906) de todas as notificações do estado em 2016. Apesar de hospital de referência cirúrgica, maternidade, urgência e emergência, 34% (222) das notificações realizadas em 2016 foram por IST. Houve redução de 0,7% das notificações em geral e aumento das notificações de atendimento anti-rábico em 95,6% em 2016. O Hospital Délio de Oliveira Tupinambá (município de Pacaraima) é considerado um serviço estratégico para monitoramento da entrada de doenças no estado e consequentemente no país. A UVE notificou casos de síndrome gripal - SG (22 em 2015 e cinco em 2016) e apesar de ser um serviço sentinela para influenza não realizou coleta de casos de SG para monitoramento de cepas virais em circulação no ano de 2016, uma das dificuldades encontradas pelo hospital é o transporte de amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN/RR, o mesmo ocorre com relação ao envio de amostras de sorologia, essa realidade, lamentavelmente, não é exclusiva deste hospital, é evidenciada também nos demais estabelecimentos de saúde do interior do estado. O Hospital Francisco Ricardo de Macedo (Município de São Luiz) teve aumento de 220% nas notificações em 2016 em decorrência da implantação da UVE nesse ano, porém é necessário fortalecer a vigilância laboratorial no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. O Hospital Epitácio de Andrade Lucena (município de Alto Alegre) possui uma UVE bem estruturada com relação ao espaço físico e número de servidores, em 2016, teve o aumento de 29,7% no número de notificações, mas o hospital precisa fortalecer a vigilância laboratorial no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. O Hospital Estadual Vereador José Guedes Catão (Município de Mucajaí) notificou 4,5% (677/14.960) de todas as notificados ocorridas no estado em 2016 e o aumento de 72,2% das notificações com relação a 2015. Destacamos aumento de 102,8% nas notificações de atendimento anti-rábico, 104,2% para dengue e 95% para febre chikungunya. O Hospital Pedro Álvaro Rodrigues (Município de Bonfim) aumentou 493,3% o número de notificações em 2016 em decorrência da implantação da UVE no hospital nesse ano. Chama a atenção o aumento de notificações de atendimento anti-rábico e dengue. A Unidade Mista de Caracaraí encontra-se em reforma e os serviços estão fragmentada vários em prédios, a UVE encontra-se separada do serviço de atendimento de urgência e emergência e do serviço de SAME e estatística o que dificulta o desempenho de suas funções, contudo observa-se um aumento de 36,4% no número de notificações em 2016. Destacamos o aumento de notificações de violência interpessoal/autoprovocada além de atendimento anti-rábico e hepatites virais.

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A Unidade Mista de Caroebe aumentou em 400% as notificações em 2016 apesar da falta de espaço físico e da dificuldade de coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. As notificações de dengue aumentaram 1.657% em 2016. A Unidade Mista Irmã Camila (Município de Iracema) aumentou em 690,9% o número de notificações em 2016, em decorrência do fortalecimento da UVE no hospital nesse ano, porém é necessário fortalecer a vigilância laboratorial no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. Na Unidade Mista Ruth Quitéria (Município de Normandia) a UVE registrou aumento de 6,5% no número de notificações em 2016, porém é necessário fortalecer a vigilância laboratorial no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. A Unidade Mista de São João da Baliza teve aumento de 44,5% no número de notificações em 2016 em decorrência da implantação da UVE no hospital nesse ano, para 2017 acredita-se que haverão melhoras no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR devido a reativação do laboratório do hospital. A Unidade Mista Semi Plena Uiramutã não teve a UVE implantada devido a transferência do enfermeiro capacitado em vigilância epidemiológica hospitalar, o que explica em parte a redução em 50,9% no número de notificações realizadas em 2016. O Centro de Saúde Jair da Silva Mota é o serviço médico de referência no município de Amajarí e possui atendimento de urgência e emergência. Apesar da redução em 6,2% no número de notificações em 2016, a UVE é atuante. Destacamos a necessidade de fortalecer a vigilância laboratorial no que se refere a coleta e envio de amostras ao LACEN/RR. Para maior detalhamento da avaliação das notificações realizadas pela REVEH/RR em 2016 pode-se observar na Figura 20 a proporção de aumento e redução das notificações por unidades de saúde na comparação dos anos de 2015 e 2016. Os dados revelam o aumento de notificações em 11 (52,4%) unidades de saúde e a redução em 10 (47,6%). Essa avaliação, embora necessária, não explica as causas da redução ou aumento dessas notificações, contudo alguns aspectos podem ser considerados como a redução da subnotificação, explicando o aumento no número das notificações em algumas unidades de saúde, e em contra ponto, a melhoria na saúde da população com diminuição na ocorrência de agravos e doenças transmissíveis explicaria a redução da notificação em outras unidades, no entanto se faz necessário estudo mais profundo que explique as reais causas desse evento. Os estabelecimentos de saúde da REVEH/RR recebem, em tempo real, informações epidemiológicas de interesse local, nacional e internacional, documentos atualizados como guias, manuais, protocolos, informes técnicos para conhecimento e divulgação na unidade de saúde, bem como retroalimentação por meio de boletins epidemiológicos específicos da vigilância epidemiológica hospitalar e de outros núcleos do Departamento de Vigilância Epidemiológica, com periodicidade quadrimestral, por meio do site da CGVS e e-mail.

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Figura 20 - Proporção de aumento e redução das notificações realizada pela REVEH/RR na comparação entre 2015 e 2016 Fonte: SINAN/NVH/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos a alteração).

3.2 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS - SARAMPO, RUBÉOLA, SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA E VARICELA

A doença exantemática é definida como enfermidade infecciosa sistêmica cujo exantema (manifestações cutâneas) que acompanham o quadro clínico, são frequentes nos atendimentos eventuais e levam a inúmeros diagnósticos diferenciais (BRASIL, 2014b).

Nas Américas, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) com o objetivo de eliminar o sarampo de todo o hemisfério ocidental até o ano 2000, recomendou um plano baseado na epidemiologia e na atuação do sarampo entre os períodos pré e pós-vacinal (BRASIL, 2009).

No Brasil, há evidências de descontinuação da transmissão autóctone do vírus do sarampo desde o ano 2000, porém, o Ministério da Saúde tem confirmado vários casos importados de sarampo entre os anos de 2001 a 2015 (MARANO, 2015). O Plano de Erradicação do Sarampo iniciou em 1992 com o objetivo de erradicar a transmissão autóctone, do vírus do sarampo no Brasil e nos demais da Região das Américas até o ano 2000, através de compromisso com a OPAS/OMS. O Brasil registrou os últimos casos autóctones de sarampo em 2000. Desde então, devido

LEGENDA: HMINSN - HOSPITAL MATERNO INFANTIL N SRA DE NAZARETH

HGR - HOSPITAL GERAL DE RORAIMA HPAR - HOSPITAL PEDRO ÁLVARO RODRIGUES HCSA - HOSPITAL DA CRIANCA SANTO ANTONIO HRSOSP - HOSPITAL REG SUL OTTOMAR DE SOUZA

PINTO CASAI - CASA DE SAUDE DO INDIO UNIMED - HOSPITAL UNIMED DE BOA VISTA CRSM - CENTRO DE REFERENCIA DA SAUDE DA MULHER PCS - POLICLÍNICA COSME E SILVA CSJSM - CENTRO DE SAUDE JAIR DA SILVA MOTA UMCCI - UNIDADE MISTA DE CARACARAÍ CMECM - CLÍNICA MÉDICA ESPECIALIZADA CORONEL MOTA UMC - UNIDADE MISTA DE CAROEBE HDOT - HOSPITAL DELIO DE OLIVEIRA TUMPINAMBÁ UMIR - UNIDADE MISTA IRMÃ CAMILA HFRM - HOSPITAL FRANCISCO RICARO DE MACEDO UMRQ - UNIDADE MISTA RUTH QUITÉRIA HEAL - HOSPITAL EPITACIO DE ANDRADE LUCENA UMSJB - UNIDADE MISTA SÃO JOÃO DA BALIZA HJGC - HOSPITAL JOSE GUEDES CATÃO UMSPU - UNIDADE MISTA SEMI PLENA UIRAMUTÃ

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50

às altas coberturas vacinais e elevada sensibilidade da vigilância epidemiológica, apenas casos importados da doença foram detectados no País (BRASIL, 2013b).

A retomada do sarampo fez com que o MS requeresse novas campanhas concentradas na vacinação em massa em crianças expostas ao vírus. Além disso, a idade para a primeira dose foi reduzida de 01 ano de idade para 06 meses. De acordo com o calendário de vacinação nacional, uma primeira dose válida deve ser ministrada aos 12 meses de vida. A segunda, de reforço, três meses após a primeira dose válida (BRASIL, 2014b).

Tabela 27– Indicadores de vigilância epidemiológica do sarampo. Roraima, 2007 a 2016

INDICADORES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

N° casos suspeitos 2 2 0 1 1 1 0 72 51 2 Homogeneidade da cobertura (TRÍPLICE VIRAL): n° de municípios com cobertura vacinal ≥ 95% em crianças com 12 meses de idade

5

0

-

6

10

7

13

20

66,1

79,7

Investigação oportuna: n° de casos notificados investigados em até 48 horas (data da investigação - data da notificação)

2

2

0

1

1

1

1

72

96,0

2

Coleta Oportuna: n° de casos com Coleta oportuna (data da coleta - data do exantema) ou seja n° de casos com coleta em até 28 dias da data do início do exantema

2

2

0

0

1

1

0

72

92,2

2

Envio Oportuno: n° amostra enviada (data do envio - data da coleta) ao LACEN com até 5 dias da coleta

2

2

0

0

1

1

0

67

97,5

2

Resultado Oportuno: n° resultados liberados (data da liberação do resultado - data de recebimento da amostra no laboratório) em até 4 dias de recebimento no laboratório.

-

-

-

-

0

0

0

71

100

2

Casos encerrados por laboratório: n° de casos descartados ou confirmados por laboratório

2

2

0

1

1

1

0

72

92,1

2

Investigação Adequada: n° de casos suspeitos com visita domiciliar até 48h após notificação, com pelo menos, 8 variáveis preenchidas (dt. Notif., dt. Invest. , tomou vacina, dt. Início exantema, outros sinais e sintomas , dt. Coleta S2, realização de bloqueio vacinal, classificação final do caso).

2

2

0

1

1

1

0

72

92,2

2

Fonte: NCDE/DVE/CGVS/SESAU/RR.

O Plano de Erradicação do Sarampo e Controle da Rubéola e da Síndrome da

Rubéola Congênita (SRC) em Roraima foi implantado em julho de 1999, por meio de um assessor técnico do Ministério da Saúde, Dr. Carlos Enrique Kong Tamloc, e contava com recursos da Organização Pan Americanas de Saúde (OPAS). A partir de então ocorreram capacitações técnicas pelo o Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI) para multiplicador para o município de Boa Vista e para do Laboratório Central de

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Saúde Pública de Roraima (LACEN/RR) para a realização dos exames de diagnóstico no próprio Estado (RORAIMA, 2000).

No dia 02 de dezembro de 2015 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Brasil está oficialmente livre da rubéola e da SRC. O País foi reconhecido mundialmente através do certificado de eliminação dos referidos agravos depois de cinco anos sem registros de casos de transmissão da doença.

Para receber o título, o Brasil comprovou à OMS que desde 2008 não registra casos de rubéola e desde 2009 não registra casos de síndrome da rubéola congênita. A OMS reconheceu toda a América como a primeira região do mundo a alcançar a eliminação da rubéola e da SRC. A expectativa agora é que, até o final de 2016, o Brasil receba o certificado de eliminação do sarampo pela OMS.

O Brasil desenvolveu uma série de ações estratégicas, ao longo dos anos, para atingir esse objetivo, como campanhas de prevenção e a intensificação das ações de rotina de vacinação. Atualmente, três vacinas são ofertadas pelo SUS contra a rubéola: a dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e a tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Estas vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis durante todo ano em todas as salas de vacinação do país.

Em Roraima, no período de 2007 a 2016 foram notificados 137 casos suspeitos para as Doenças exantemáticas todos com diagnóstico diferencial para sarampo e rubéola, 136 suspeitos foram descartados por critérios laboratoriais e 01 caso foi confirmado para Sarampo (2015) Conforme apresenta os Indicadores de Vigilância Epidemiológica na Tabela 27.

Na Figura 21 se pode observar as séries históricas das doenças exantemáticas do estado de Roraima a partir do ano de 2013 ao ano de 2016, como: Taxa de Notificação de casos suspeitos Sarampo e Rubéola, Homogeneidade da Cobertura Vacinal da Vacina Tríplice Viral 1ª e 2ª dose (Vacina contra Sarampo, Caxumba e Rubéola). Investigação Oportuna, Coleta Oportuna, Casos Encerrados por Critério Laboratorial e Investigação Adequada. Em janeiro de 2015 foi notificado o primeiro caso de sarampo em Roraima após o Plano de Eliminação de Sarampo no Brasil, trata-se de um caso importado de Fortaleza (CE) confirmado laboratorialmente. Foram identificados e monitorados por 21 dias os quatro contatos domiciliares, realizado levantamento da situação vacinal, bloqueio vacinal com a vacina tríplice viral, extensa busca ativa de novos casos em Unidades de Saúde, e campanha para aumentar e homogeneizar a cobertura vacinal do sarampo no estado (BENEDETTI et al., 2015a). Em 2016 foram notificados no estado de Roraima, 02 casos Suspeitos para sarampo, sendo que os 02 casos foram descartados por critério laboratorial. Para Rubéola, foram 05 casos notificados suspeitos para Rubéola e todos descartados laboratorialmente, porém, quando o paciente é notificado para sarampo é aplicado diagnóstico diferencial também para rubéola, e ocorre de igual modo quando são

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notificados casos Rubéola, enquanto para a Síndrome da Rubéola Congênita não houve casos suspeitos notificados. A vigilância epidemiológica da Varicela tem por objetivo avaliar o impacto da vacinação antivaricela-zóster no país sobre a morbimortalidade por varicela; conhecer a incidência de casos graves de varicela no país; conhecer a mortalidade por varicela no país; conhecer os padrões de ocorrência da doença (sazonalidade e distribuição por faixa etária); estabelecer medidas de controle frente a situações de surtos e grupos populacionais de alto risco para complicações e morte.

Figura 21 - Vigilância epidemiológica das doenças exantemáticas. Roraima, 2013 a 2016. A - Taxa de Notificação das Doenças Exantemáticas; B - Homogeneidade da Cobertura Vacinal; C - Investigação Oportuna; D - Coleta Oportuna; E - Casos Encerrados por critério Laboratorial; F - Investigação Adequada Fonte: SINAN 19/06/2017. API/TabNet/DataSUS/MS - SINAN 19/06/2017.

2

14

10

7

2013 2014 2015 2016

A

40

7060

79,73

2013 2014 2015 2016

99,99

98 98

100

2013 2014 2015 2016

99,99

98 98

100

2013 2014 2015 2016

100

9092

100

2013 2014 2015 2016

100

78,692,2

100

2013 2014 2015 2016

B

C D

E F

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Figura 22 - Número de casos notificados de varicela. Roraima e Boa Vista, 2013 a 2016 Fonte: SINAN/NCDE/DVE/CGVS/SESAU-RR - 19/ 06/ 2017.

Apresentaremos as séries históricas do número de casos notificados por varicela em Roraima no período de 2013 a 2016; número de casos de varicela por município de ocorrência no ano de 2016; número de ocorrência por ano no município de Boa Vista no período de 2013 a 2016 na Figura 22 . É importante salientar que a varicela é de notificação compulsória apenas no município de Boa Vista, nos demais municípios são notificados apenas os casos de que necessitam internação (grave) e óbito.

Figura 23 - Número de casos de varicela por município de ocorrência. Roraima 2016 Fonte: SINAN/NCDE/DVE/CGVS/SESAU-RR- 19/ 06/ 2017.

No ano de 2016, alguns municípios não alcançaram a meta nacional (≥ 95%)

sendo que, alguns municípios alcançaram a cobertura vacinal no Imunobiológicos Tríplice Viral D1, e não alcançaram na campanha de Seguimento D2, enquanto outros municípios não alcançaram a meta nacional da Vacina Tríplice Viral na 1ª dose, como também na 2ª dose. Conforme pode ser observado na Figura 24 abaixo descrito.

1660 1686

535

1265

2013 2014 2015 2016

Roraima

1100

1400

500

1139

2013 2014 2015 2016

Boa Vista

7 0

1139

9 21 34 0 0 17 1 2 35 0 0 0

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Figura 24 - Cobertura Vacinal da 1ª e 2ª dose Tríplice Viral (contra Sarampo, Caxumba e Rubéola). Roraima , 2016 Fonte: NPNI/DVE/CGVS/SESAU/RR 19/06/2017.

3.3 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) E HIV/AIDS 3.3.1 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS – IST A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotada no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, publicado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV)/Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/MS, em 2016. Tabela 28 – Casos de IST por agravo notificado. Roraima, 2015 e 2016

AGRAVO NOTIFICADO 2015 2016 TOTAL Candidíase 477 558 1.035 Sífilis em adulto (excluída a forma primária) 89 66 155 Tricomoníase 57 78 135 Herpes genital (apenas o 1° episódio) 55 66 121 Condiloma acuminado (verrugas anogenitais) 135 176 311 Síndrome da úlcera genital (excluído herpes genital) 17 24 41 Síndrome do corrimento cervical em mulheres 1.306 1.117 2.423 Síndrome do corrimento uretral em homem 138 161 299 Total 2.274 2.246 4.520

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

57,2864,71

93,6 94,97

60,84

76,04

109,22

90,91

47,81

95,07

134,84

64,44 61,68

109,8499,53

47,38

80,15 81,14 80,2

51,51

79,39

111,35

78,32

102,92

81,45

105,48 108,15

0,93

103,28

87,2

1ª dose 2ª dose

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A notificação compulsória e a vigilância epidemiológica devem ser consolidadas e expandidas, visando a conhecer a magnitude e medir a tendência dos agravos para o planejamento das ações de controle.

Tabela 29 – Casos de IST por município de notificação e residência, 2015 e 2016

MUNICÍPIO NOTIFICAÇÃO RESIDÊNCIA 2015 2016 Total 2015 2016 Total

Alto Alegre 9 45 54 25 49 74 Amajari 20 11 31 30 17 47 Boa Vista 1.330 1.429 2.759 1.208 1.337 2.545 Bonfim 249 207 456 252 205 457 Cantá 61 49 110 80 59 139 Caracaraí 98 60 158 118 81 199 Caroebe 15 49 64 18 50 68 Iracema 10 40 50 16 44 60 Mucajaí 05 39 44 12 58 70 Normandia 69 44 113 76 47 123 Pacaraima 13 20 33 19 29 48 Rorainópolis 194 194 388 194 193 387 São João da Baliza 147 48 195 146 50 196 São Luiz do Anauá 39 8 47 38 8 46 Uiramutã 15 3 18 26 8 34

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). O sistema de saúde precisa estar preparado para implementar estratégias de

prevenção e de intervenção terapêutica imediata, garantindo também a disponibilização de insumos, a confidencialidade e a não discriminação.

Em 2016, dos 2.246 casos notificados, 1.117 foram da síndrome do corrimento cervical em mulheres, seguido de candidíase com 558 casos. O município de Boa Vista apresenta o maior número de notificações (1.429), seguido de Bonfim (207) e Rorainópolis (194). Quanto ao município de residência, dos 1.429 casos notificados em Boa Vista, 1.337 são residentes no município.

3.3.2 HIV/AIDS

No Brasil, desde a década de 80, a vigilância epidemiológica da Aids é baseada na

notificação compulsória de casos. A notificação compulsória da infecção pelo HIV/Aids permite caracterizar e monitorar tendências, perfil epidemiológico, riscos e vulnerabilidades na população infectada, com vistas a aprimorar a política pública de enfrentamento da epidemia.

A história natural dessa infecção vem sendo alterada consideravelmente, pela terapia antirretroviral (TARV), iniciada no Brasil em 1996, resultando em aumento da sobrevida dos pacientes, mediante reconstituição das funções do sistema imunológico e redução de doenças oportunistas.

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Tabela 30 – Casos de HIV em adultos por sexo. Roraima, 2015 e 2016 SEXO 2015 2016 TOTAL

Masculino 110 166 276 Feminino 47 49 96 TOTAL 157 205 362

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). Nos últimos anos da década de 1980 e início dos anos 1990, a epidemia

assumiu outro perfil. A transmissão heterossexual passou a ser a principal via de transmissão do HIV e apresenta tendência de crescimento em anos recentes, acompanhada de uma expressiva participação das mulheres na dinâmica da epidemia. Observou-se ainda, na década de 1990, um processo de interiorização e “pauperização” da epidemia, que, tendo se iniciado nos estratos sociais de maior escolaridade, avançou nos de menor escolaridade.

Tabela 31 – Casos de HIV em adultos por município de notificação. Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIO DE NOTIFICAÇÃO 2015 2016 TOTAL Boa Vista 141 205 346 Cantá 1 1 2 Pacaraima 10 9 19 Rorainópolis 3 0 3 TOTAL 155 215 370

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). Observa-se que os casos de HIV apresentam uma maior concentração

na população masculina, uma vez que foram notificados em 2016, 166 casos de HIV em homens, enquanto que foram 49 casos em mulheres.

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

O município de Boa Vista notificou 205 casos de HIV em adultos no ano de 2016, seguido de Pacaraima (9 casos) e Cantá (1 caso).

196

81

281

81

Masculino Feminino

2015 2016

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57

Em 2016 aumentaram os casos de AIDS em adultos (362), comparando-se com o ano de 2015 (277). Destes, 281 são do sexo masculino e 81 do sexo feminino. O município de Boa Vista notificou 347 casos, mas somente 314 declararam residir no município. Tabela 32 – Casos de Aids em adultos por município de notificação e residência. Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIO NOTIFICAÇÃO RESIDÊNCIA 2015 2016 Total 2015 2016 Total

Alto Alegre 0 0 0 1 1 2 Amajari 0 0 0 2 3 5 Boa Vista 257 347 604 215 314 529 Bonfim 0 1 1 1 3 4 Cantá 1 1 2 6 4 10 Caracaraí 1 0 1 6 5 11 Caroebe 0 1 1 0 1 1 Iracema 0 0 0 1 1 2 Mucajaí 0 0 0 8 3 11 Normandia 1 0 1 4 3 7 Pacaraima 10 10 20 9 6 15 Rorainópolis 5 2 7 6 0 6 São João da Baliza 2 0 2 1 4 5 São Luiz do Anauá 0 0 0 2 0 2 Uiramutã 0 0 0 1 1 2 RORAIMA 277 362 639 262 348 610

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

Quanto à faixa etária, em 2016 houve uma maior concentração de casos de 20 a 29 anos (144 casos), 30 a 39 anos (97 casos) e 40 a 49 anos (51 casos). Observa-se que o acesso à testagem rápida tem contribuído para o diagnóstico precoce do HIV e da Aids.

Tabela 33 – Casos de Aids em adultos por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016

FAIXA ETÁRIA 2015 2016 TOTAL 10 a 14 anos 0 1 1 15 a 19 anos 20 28 48 20 a 29 anos 84 144 228 30 a 39 anos 79 97 176 40 a 49 anos 56 51 107 50 a 59 anos 25 27 52 60 a 69 anos 12 11 23 70 a 79 anos 0 3 3 80 anos e mais 1 0 1 TOTAL 277 362 639

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

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Figura 25 – Casos de gestante HIV+ por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016 Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). Quanto ao diagnóstico de HIV+ em gestantes, observa-se uma considerável redução de casos, passando de 50 em 2015 para 20 em 2016. Dos 20 casos notificados, 11 estão na faixa etária de 20 a 29 anos e 5 de 15 a 19 anos, o que reforça a concentração da epidemia entre a população jovem.

Tabela 34 – Casos de gestante HIV+ por faixa etária. Roraima, 2015 e 2016

FAIXA ETÁRIA 2015 2016 TOTAL 15 a 19 anos 12 5 17 20 a 29 anos 27 11 38 30 a 39 anos 10 4 14 40 a 49 anos 1 0 1 TOTAL 50 20 70

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). O município de Boa Vista notificou 17 de casos de gestante HIV+, sendo que 16 residem no município; Bonfim notificou 02 casos de pessoas que não residem no município. Constata-se uma redução nos casos de criança exposta ao HIV, de 95 casos em 2015 para 48 em 2016. Dos 48 casos notificados em 2016, 25 são do sexo feminino e 23 do sexo masculino. Todos os casos de criança exposta ao HIV foram notificados em Boa Vista no ano de 2015 (95 casos) e de 2016 (60) e somam 143 casos. No período de 2007 a agosto de 2016 foram notificados no Sinan 256 gestantes com HIV/Aids e 32 casos em menores de 13 anos, dos quais 27 (84,3%) foram por transmissão vertical alcançando a taxa de transmissão vertical de 11,5% para o período. No detalhamento dessa taxa por ano observamos: 18,7% em 2007, 17,4% em 2008, 0,0% em 2009, 31,2% em 2010, 31,5% em 2011, 7,7% em 2012, 6,2% em 2013, 3,2% em 2014, 5,6% em 2015 e 4,5% até agosto de 2016. Com relação as mães, 44,9%

125

27

111041 0

50

20

0

10

20

30

40

50

60

2015 201615 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos TOTAL

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59

tinham entre 20-34 anos, e 58,6% possuíam o ensino fundamental completo. Roraima está muito acima da meta (<2%) pactuada pelo Brasil (BENEDETTI; TAMLOC, 2017a). Tabela 35 – Casos de gestante HIV+ por município de notificação e residência. Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIO DE NOTIFICAÇÃO 2015 2016 TOTAL Boa Vista 47 17 64 Bonfim 0 2 2 Caroebe 2 1 3 Mucajaí 1 0 1 TOTAL 50 20 70

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA 2015 2016 TOTAL Boa Vista 40 16 56 Bonfim 1 0 1 Cantá 1 0 1 Caroebe 2 1 3 Mucajaí 3 2 5 Normandia 0 1 1 Rorainópolis 3 0 3 TOTAL 50 20 70

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). Na Tabela 35 estão distribuídos o número de casos de gestante HIV+ por município de notificação e município de residência nos anos de 2015 e 2016

Figura 26 – Casos de criança exposta ao HIV por sexo. Roraima, 2015 e 2016 Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

A Figura 26 mostra o número de casos de crianças expostas ao HIV por sexo nos anos de 2015 e 2016 e chama a atenção a redução no número de casos em 2016.

52

23

75

4325

68

95

48

143

2015 2016 TOTAL

Masculino Feminino TOTAL

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Tabela 36 – Casos de criança exposta ao HIV por município de residência. Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA 2015 2016 TOTAL Alto Alegre 1 0 1 Boa Vista 68 48 104 Bonfim 1 0 1 Cantá 5 0 5 Caroebe 1 2 3 Mucajaí 1 5 6 Normandia 1 2 3 Pacaraima 3 0 3 Rorainópolis 10 3 13 São João da Baliza 1 0 1 São Luiz do Anauá 1 0 1 Uiramutã 1 0 1 TOTAL 94 60 143

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). 3.3.3 SÍFILIS EM GESTANTE E SÍFILIS CONGÊNITA Os dados epidemiológicos da sífilis em gestante com relação a faixa etária da gestante, município de notificação do caso e o município de residência da gestante estão apresentados na Tabela 37. Em 2016 foram notificados 150 casos e representa um aumento de 29,3% com relação a 2015. A faixa etária de 20 a 29 anos concentrou a maioria dos casos (50,7%) e a faixa etária de 15 a 19 anos registrou 33,3% dos casos. Entre os anos de 2007 e 2015 foram notificados 252 casos de SC no estado, do quais 97,6% corresponderam aos nascidos vivos (246/252) e 3,4%, natimortos (6). A taxa de incidência de SC variou de 2,4/1.000 NV em 2007 para 1,2/1.000 NV em 2015. Entre as características maternas prevaleceu as mãe entre 20 e 34 anos (62,7%), com ensino fundamental incompleto (42%), de cor parda (83,7%), realizou o pré-natal (83,3%), diagnóstico no momento do parto/curetagem (48%), tratamento inadequado (88,1%) e parceiros não tratados (84,1%). Quanto às crianças, 56,6% receberam tratamento com penicilina cristalina por 10 dias, realizaram o VDRL de sangue periférico (90,1%) e no líquor (7,9%), e radiografia de ossos longos (43,6%). Apesar da diminuição da taxa de incidência no período e de estar abaixo da média nacional de 6,5/1.000NV para 2015, os resultados obtidos não estão em consonância com a meta (0,5/1.000NV) da OPAS para eliminação da doença (BENEDETTI; SILVA, 2017).

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Tabela 37 – Casos de sífilis em gestante por faixa etária, município de notificação e residência. Roraima, 2015 e 2016

FAIXA ETÁRIA 2015 2016 TOTAL 10 a 14 anos 1 5 6 15 a 19 anos 32 50 82 20 a 29 anos 59 76 135 30 a 39 anos 16 17 33 40 a 49 anos 6 2 8

MUNICÍPIO DE NOTIFICAÇÃO 2015 2016 TOTAL Alto Alegre 0 1 1 Boa Vista 106 127 233 Bonfim 0 2 2 Cantá 1 2 3 Caracaraí 4 2 6 Caroebe 2 5 7 Mucajaí 1 3 4 Rorainópolis 0 8 8

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA 2015 2016 TOTAL Alto Alegre 1 1 2 Boa Vista 99 112 211 Bonfim 0 2 2 Cantá 2 4 6 Caracaraí 6 10 16 Caroebe 2 6 8 Mucajaí 3 4 7 Normandia 0 2 2 Pacaraima 1 1 2 Rorainópolis 0 8 8 TOTAL 114 150 264

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações). Com relação a sífilis congênita (SC) a Tabela 38 apresenta o número de casos de SC por diagnóstico final e município de notificação Tabela 38 – Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016

DIAGNÓSTICO

2015 2016 TOTAL

Diagnóstico Final Total 13 23 36 MUNICÍPIO DE NOTIFICAÇÃO 2015 2016 TOTAL

Boa Vista 13 18 31 Caroebe 0 1 1 Rorainópolis 0 4 4 TOTAL 13 23 36

Fonte: SINAN-NET (dados obtidos em 07.06.17, sujeito a alterações).

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3.4 DOENÇAS HÍDRICAS E ALIMENTARES O Núcleo de Controle das doenças hídricas e alimentares do estado tem a missão de reduzir a incidência do agravo e melhorar a qualidade de vida da população, promovendo ações de prevenção, vigilância, controle e assistência, respeitando os princípios e diretrizes do SUS. Planejam suas ações objetivando prestar assessoria técnica aos 15 municípios do Estado, visando fortalecer as ações de vigilância e assistência á população e promover capacitação de profissionais com o objetivo de habilitar estes profissionais na prevenção, detecção, investigação, notificação e encaminhamento aplicando as normas de higiene na manipulação de alimentos assim como a higiene pessoal na utilização dos banheiros; os quinze municípios foram orientados a elaborar um plano emergencial ante surtos diarréicos para fazer atendimento a pacientes na própria região aonde habitam hidratando, acompanhando ate a cura total e o diagnóstico do agente causador da diarréia.

São doenças transmitidas por alimentos, mais comumente conhecidas como DTAs, são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTAs e a maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex. chumbo, agrotóxicos). Surto de DTA é o episódio em que duas ou mais pessoas que se agregam na mesma moradia apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem. Para doenças raras, apenas um caso já é considerado como surto.

Das DTAs depende da sintomatologia, mas em geral, trata-se de doença autolimitada, por isso o tratamento é baseado em medidas de suporte (manual) para evitar a desidratação e óbito. Analisando os dados fornecidos pelo SIVEP_DDA podemos notar que no ano de 2016os casos de diarréia aguda tiveram um acréscimo insignificante na comparação ao ano de 2015, mas isso se deve a falta de informações inseridas no sistema dos municípios. Isso ocorre porque há uma grande rotatividade de recursos humanos no sistema. Devemos ressaltar ainda que as coordenações dos sistemas dos municípios que se encontram irregulares estão cientes da situação. O técnico responsável pelo Núcleo de Controle das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar já se dispôs a dar apoio e capacitar os técnicos dos sistemas responsáveis pelo SIVEP_DDA nos municípios que se encontram irregular. Ressaltamos o Estado não foi reportado nenhum surto de diarréia aguda, recuperando as semanas epidemiológicas silenciosas. O trabalho realizado na campanha de eliminação das doenças nas escolas beneficiou pela diminuição de casos de diarréia ao ser tratado crianças em estado de vulnerabilidade em áreas de difícil aceso. Pela primeira vez foi fiscalizada a qualidade da água subministrada nas escolas

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verificando se muitas escolas providenciavam água não apta para consumo humano cheia de lama, realizamos a higienização dos bebedouros dos oito municípios aonde se realizou a campanha, verificando a qualidade da água com os parâmetros certificados segundo a estipulação do ministério da saúde. Tabela 39 - Número de casos de doenças diarréicas agudas (DDA) por município Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIO 2015 2016 Alto Alegre 189 108 Amajarí 123 111 Boa Vista 6.779 5.458 Bonfim 139 210 Cantá 108 100 Caracaraí 273 270 Caroebe 73 40 Iracema 87 99 Mucajaí 319 219 Normandia 147 152 Pacaraima 297 267 Rorainópolis 521 496 São João da Baliza 52 119 São Luiz 69 46 Uiramutã 174 135

Fonte: Gerência das DTHA/DVE/CGVS/SESAU/RR A parceria realizada entre a vigilância ambiental e sanitária melhorou o índice de fiscalização na elaboração de alimentos, qualidade da água (notificação da UVE). 3.5 NÚCLEO DE CONTROLE DA DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E FEBRE AMARELA 3.5.1 DENGUE

No Brasil, é crescente a dispersão do mosquito Aedes aegypti, transmissor de diversas arboviroses, entre elas, a dengue.

Na Figura 27 está representado a reintrodução da dengue no Brasil através de Roraima com entrada de casos procedente dos países do caribe em 1981/82, este surto ficou restrito a Roraima e foram registrados cerca de 11 mil casos causados pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, foram registrados casos de dengue no Rio de Janeiro (RJ) e a partir do RJ se espalhou para todo o país. Roraima, veio registrar casos somente 10 anos após, em 1996, e a dengue se tornou mais uma endemia no estado (RORAIMA, 2000).

Os sorotipos identificado pelo Instituto Evandro Chagas (PA) em 1981/82 foram DENV 1 e DENV 4. Em 1999, o sorotipo encontrado foi o DENV 2. Em 2016, há a circulação dos quatro sorotipos concomitantemente (Figura 27).

Em janeiro de 2002 foram notificados quatro casos de dengue em Boa Vista que tiveram no exame de biologia molecular o isolamento viral dos sorotipos 1 e 3

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simultaneamente, os exames foram realizados na Instituto Evandro Chagas/PA (BENEDETTI et al., 2006a).

Figura 27 - Número de casos e o sorotipo de dengue. Roraima, 1981 a 2016 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima, 2000. Sinan/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR (dados sujeitos a alteração).

No período de 2000 a 2015 foram notificados 79.738 casos de dengue e

confirmados 39.659 (49,73% dos casos). O coeficiente de incidência variou de 1.266,04 (4.107/324.397) por 100 mil habitantes em 2000 e198 (984/496.936) em 2015,uma queda significativa no período, porém para o controle dessa endemia é necessário um trabalho contínuo de controle do vetor, já que coexiste circulação viral e susceptibilidade dos hospedeiros. Ressalta-se que é fundamental a vigilância sorológica e principalmente a realização do isolamento viral dos casos suspeitos para o monitoramento da circulação dos sorotipos.

Figura 28 – Coeficiente de incidência (por 100 mil habitantes) de dengue. Roraima, 2000, 2002 a 2004, 2006, 2008 a 2015 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima, 2000. Sinan/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR (dados sujeitos a alteração).

2000 2002 2003 2004 2006 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Incidência 1.266 365,5 1.394 153,3 202,8 1.339 740,4 1.559 286,4 389,9 183,1 178,5 198

0200400600800

1.0001.2001.4001.6001.800

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Em 2015, foram notificados 2.804 casos de dengue e confirmados 984 (35% dos casos), conforme a classificação foram 974 (99%) casos de dengue clássico, 10 (1%) casos de dengue com sinais de alarme.

Figura 29 – Número de casos de dengue notificados e confirmados. Roraima, 2010 a 2016 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Em 2016, foram notificados 1.944 casos de dengue e confirmados 196 (10,08%) dos notificados, Conforme a classificação foram 188 (95,91%) casos de dengue e 03 (1,53%) casos de dengue com sinais de alarme. O coeficiente de incidência foi de 38,76 (196/505.665) por 100 mil habitantes. Boa Vista concentrou 26,81% (516) das notificações e confirmou 37,17% (65) dos casos. Não houve registro de óbitos por dengue no período. Em 2016, foram notificados 1.924 casos de dengue e confirmados 196 (10,18%) dos casos. Conforme a classificação foram 188 (98,42%) casos de dengue e03 (1,57%) casos de dengue com sinais de alarme. O coeficiente de incidência foi de 193,40 (978/505.665) por 100 mil habitantes. Boa Vista concentrou 30,56% (588) das notificações e confirmou 40,95% (77) dos casos. Não houve registro de óbitos por dengue no período. No estudo de NEUCAMP et al. (2009) realizado por meio dos dados obtidos do Sinan e registro das famílias cadastradas no PSF foram levantados os casos de dengue notificados no período de janeiro de 2005 a julho de 2008 e os mesmos foram georeferenciados pelo endereço de residência num mapa digitalizado e posteriormente submetido à análise pelo programa SPRING, utilizando o método "estimador de densidade por Kernel e vizinho mais próximo". A localização dos casos de dengue através do SIG permitiu a determinação da progressão espacial e identificação de áreas de suposta transmissão da doença meses antes da ocorrência de epidemias francas.

11.817

3.0514.586

2.282 2.197 2.7941.944

7.036

1.322 1.834 899 880 978196

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Notificados Confirmados

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Com relação a dengue na infância, foi realizado um estudo com uma casuística de 100 pacientes pediátricos internados no Hospital da Criança Santo Antônio com dengue confirmado laboratorialmente, entre janeiro de 2005 a junho de 2008. Apenas 10% dos pacientes relataram contato com caso semelhante. A sensibilidade do critério de caso suspeito de dengue do MS foi de 85%. O tempo de internação por dengue teve média de 3,9 dias. A febre ocorreu em 100% dos casos durante uma média 4,87 dias. A principal manifestação hemorrágica foi à presença de petéquias, 24% preencheram os critérios de dengue clássica, 36% de dengue com complicações, 32% de FHD e 8% de SCD. O único sinal de alarme que se mostrou um bom indicador de gravidade foi a hepatomegalia dolorosa e 95 pacientes apresentaram plaquetopenia ≤ 150.000 (NAGM et al., 2009). No Quadro 1 apresentamos o resultado do levantamento rápido do índice de infestação por Aedes aegypti - LIRAa, por município, em quatro ciclos ocorridos em 2016. Quadro 1 - Resultado do levantamento rápido do índice de infestação por Aedes aegypti - LIRAa por município. Roraima, 2016

MUNICÍPIO 1º LIRAa 2º LIRAa 3º LIRAa 4º LIRAa Alto Alegre 3,0

3,7 6,4 0,8

Amajarí 0,0

3,5 1.8 0,0

Boa Vista 0,5

0,6 11,8 2,1

Bonfim 0,4 0,8 7,9 3,6 Cantá 1,3 0,4 0,9 0,5 Caracaraí* 1,6 1,2 5,7 2,2 Caroebe 0,5 2,2 3.1 4,4 Iracema 0,0 3.0 0,0 Mucajaí 2,4 1,2 1,6 1,6 Normandia 0,0 0,0 3,3 1,0 Pacaraima 4,3 1,3 0,4 1,3

Rorainópolis 4,3 10,4 A.aegypti 12,6

5,3 A.albopictus 1,6

S. J. Baliza 2,7 2,6 2,6 1,8 São Luiz do Anauá

0,0 0,9 3,1 0,0

Uiramutã 0,6 0,0 1,7 1,1 Fonte: NCDFA/DVE/SCGVS/SESAU/RR. * Realização parcial.

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3.5.2 FEBRE DE CHIKUNGUNYA (CHIK) No final de 2013 a OMS deu o alerta internacional sobre os riscos de introdução do CHIK nas Américas e orientou os países a desenvolverem planos de contingência para a preparação e resposta frente à introdução do CHIKV. No Brasil, os primeiros casos autóctones foram notificados em agosto e setembro de 2014, em municípios dos estados do Amapá e Bahia. Em Roraima, a introdução da CHIK ocorreu em meados de 2014 procedente de feira de Santana - BA (BENEDETTI et al., 2015b), no mesmo ano foram notificados 187 casos e confirmados 18 (9,6% dos casos), sendo que todos os casos foram notificados no município de Boa Vista. O primeiro caso autóctone no estado ocorreu no mês de novembro, no bairro Pricumã, em Boa Vista. Dos 18 casos confirmados, 10 são de pacientes brasileiros, 06 são importados da Venezuela e 02 da Guiana. Portanto, em relação aos casos confirmados, 33% são de pacientes oriundos de outros países, o que demonstra a importância da vigilância nas áreas de fronteiras. No ano de 2015, foram notificados 453 casos de CHIK e confirmados 18 (3,97% dos casos). Os casos confirmados estão distribuídos da seguinte forma: Boa Vista (16 casos), Rorainópolis (01 caso) e Pacaraima (01 caso). Todos os casos confirmados são de residentes no Brasil. Em 2016, foram notificados 288 casos de CHIK e confirmados 21 (7,29%) dos casos. Boa Vista concentrou 56,26% (162) das notificações e confirmou 90,47% (19) dos casos. Todos os casos confirmados são de residentes no Brasil.

3.5.3 DOENÇA AGUDA PELO VÍRUS ZIKA

O vírus Zika (ZIKAV) é um flavivírus. A primeira confirmação de infecção

humana se remete a 1952, a partir de amostras de soro humano do Leste da África, o ZIKAV é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente africano.

Em 1954, foi isolado em humanos na Nigéria, e nos anos seguintes foi confirmada sua circulação em diversos países do continente Africano, Asiático, na Oceania e, recentemente, nas Américas.

Nas Américas foi identificado no início de 2014, na Ilha de Páscoa, Chile. Até o momento são conhecidas duas linhagens do vírus Zika, uma africana e outra asiática.

A doença aguda pelo vírus Zika é uma doença autolimitada, normalmente de evolução benigna, caracterizada pelo quadro clínico de febre, hiperemia conjuntival não pruriginosa e não purulenta, artralgia e exantemamaculopapular que na maioria dos casos desaparecem após o período de 3 a 7 dias.

O principal modo de transmissão do ZIKAV é vetorial, envolvendo mosquitos pertencentes ao gênero Aedes, incluindo o Ae. aegypti, responsável também pela

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transmissão da dengue, chikungunya e febre amarela. No entanto, ainda existe a possibilidade de transmissão sexual, perinatal e ocupacional.

No Brasil, foi confirmada transmissão autóctone de doença aguda pelo vírus Zika em abril de 2015. Em Roraima, o primeiro caso importado ocorreu em maio de 2015 e o caso autóctone ocorreu dois meses após, no município de Boa Vista (BENEDETTI et al., 2016a).

Em 2015, foram confirmados 24 casos de infecção pelo vírus Zika, sendo 21 casos em Boa Vista e 03 em Mucajaí. Não houve registro de óbitos no período. Em 2016, foram notificados 358 casos de infecção pelo vírus Zika e confirmados 168 (46,92%) dos casos. Boa Vista confirmou 96,42% (162) dos casos e Mucajaí 11,9% (20). Não houve registro de óbitos no período. O MS reconheceu a associação da zika com a microcefalia. Nesse sentido, no levantamento realizado no período de janeiro de 2007 a agosto de 2016 nos registrados no Sinasc do Núcleo de Sistemas de Informação em Saúde/CGVS constatou-se a ocorrência de 497 anomalias congênitas no nascimento e destas 17 (3,42%) foram por microcefalia: 2008 (2 casos), 2009 (2), 2010 (1), 2014 (2) e 2016 (10). A incidência da microcefalia passou de 0,19/1.000 Nascidos Vivos em 2008 para 1,60/1.000NV em 2016, um aumento de 742% no período. Com o advento da microcefalia pelo vírus Zika o MS criou o RESP com o objetivo de registrar os casos de microcefalia. Em Roraima foram notificados no RESP 30 RN com microcefalia, destes, 10 (33,3%) casos tiveram a microcefalia confirmada após investigação epidemiológica, 4 (13,3%) casos estão sem classificação, 3 (10%) casos em investigação e 13 (43,4%) casos foram descartados. Até o momento um RN teve o vírus Zika detectado em fragmento da placenta por meio do RT-PCR, o soro do RN e da mãe foram negativos, e após investigação epidemiológica o RN teve a microcefalia descartada. Os dados mostram que houve um aumento substancial na incidência da microcefalia ao nascer em Roraima (BENEDETTI et al., 2017). 3.5.4 FEBRE AMARELA

A febre amarela é uma doença viral de grande importância na saúde pública do País e de Roraima.

Existem dois ciclos de transmissão do vírus da febre amarela: um urbano, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e outro silvestre, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos participam como hospedeiros.

Apesar do último caso de febre amarela urbana (FAU) datar de 1942, a febre amarela silvestre (FAS) apresenta periodicamente episódios de surtos, na área endêmica enzoótica que compreende as regiões norte e parte do centro-oeste e nordeste.

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Em Roraima há o registro de casos da FAS desde 1984 em área indígena acometendo índios brasileiros, sobretudo Yanomami e índios da Guiana Inglesa. No período de 1984 a 2005 foram confirmados 27 casos da doença, ocorrendo em 74% dos casos em indígenas e 26% em não indígenas. A proporção do sexo masculino é de 26:1. A faixa etária maior de 15 anos acumulou 85,2% dos casos. Todos os casos ocorreram na região Centro-Norte de Roraima. Após a notificação do primeiro caso em 1998, o Programa Estadual de Imunização (PNI) realizou uma intensa campanha de imunização e alcançou a cobertura vacinal de 127,1% na ocasião. Em 1999 letalidade foi de 66,7% e em 2005 de 100% (BENEDETTI; TAMLOC, 2009).

No ano de 1998 ocorreu um surto de FAS com a confirmação de sete casos, destes 71,4% em indígenas brasileiros e 42,8% em indígenas da Guiana Inglesa, cinco casos em Alto Alegre, um em Iracema e um em Mucajaí. A letalidade foi de 57,1% (RORAIMA, 2000).

É importante salientar o risco de reurbanização da febre amarela no Brasil, através de Roraima nesse período, tendo em vista a alta infestação predial por Aedes aegypti na capital Boa Vista. Após a notificação do primeiro caso, o Programa Estadual de Imunização, realizou uma intensa campanha de imunização, buscando atingir 100% da população. Foram aplicadas 47.735 doses de vacina contra febre amarela (RORAIMA, 2000).

A partir de 1998 ocorreram avanços importantes na vigilância epidemiológica desse agravo, como a melhora da notificação de casos suspeitos e das investigações, melhora no diagnóstico laboratorial, com a descentralização da sorologia ao LACEN/RR no início de 1999, possibilitando ainda a implantação da vigilância sorológica da síndrome febril-ictérica aguda (RORAIMA, 2000).

Em 1999, ocorreram três casos de FAS, em dois indígenas da Guiana Inglesa e um indígena brasileiro, todos do sexo masculino, não imunizados, que contrariam a doença na área rural dos municípios do Cantá e Uiramutã. A letalidade foi de 66,7% (RORAIMA, 2000).

Figura 30 – Número de casos de febre amarela. Roraima, 1984, 1991 a 1995, 1998, 1999, 2001 e 2007 Fonte: MS/FUNASA/CENEPI (dados até 1996). Sinan/Coordenação de Epidemiologia/SESAU/RR (dados de 1997 a 2000). Sinan/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR (dados a partir de 2001).

3

7

1 1 1 1

7

3

1 1

1984 1991 1992 1993 1994 1995 1998 1999 2001 2007

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No período de 2000 a 2013 foram confirmados dois casos de FAS, um em 2001 no município de Boa Vista e um em 2007 no município de Caroebe (RORAIMA, 2000, 2013). Em 2014, um caso de febre amarela foi notificado, entretanto sem confirmação. No mesmo ano, foram aplicadas 9.209 doses de vacina de febre amarela e apenas os municípios de Caroebe, Mucajaí, Rorainópolis e São João da Baliza atingiram a meta de cobertura vacinal, e a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano foi de 86,89%, não atingindo a meta (100%).

Em 2015, dois casos de febre amarela foram notificados, entretanto ambos foram descartados. No mesmo ano, foram aplicadas 57.725 doses de vacina de febre amarela e a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano foi de 71,28%, não tendo sido atingida a meta (100%).

Em 2016, houve apenas um caso de febre amarela notificado, entretanto, foi descartado. No mesmo ano, foram aplicadas 8.991 doses de vacina de febre amarela em menores de 1 ano, e a cobertura vacinal nessa faixa etária foi de 80,99%, não sendo atingida a meta (100%).

3.6 HANSENÍASE Este relatório tem como objetivo mostrar a situação epidemiológica da hanseníase no Estado de Roraima através da análise de indicadores epidemiológicos e operacionais, com ênfase no diagnóstico precoce da doença. No Brasil, apesar da redução no número de casos, de 23,22 doentes em cada 10.000 habitantes em 2006, no período compreendido entre 2006 a 2016 a hanseníase ainda se constitui em um problema de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva.

Figura 31a – Número de casos novos e coeficiente de detecção (por 100 mil hab.) de hanseníase. Roraima, 2006 a 2016 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000. SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

N° de casos 255 222 191 155 141 108 143 123 79 80 82

Coeficiente de detecção 63,22 56,1 46,27 36,77 31,25 23,47 30,46 25,2 15,9 15,8 15,9

0

50

100

150

200

250

300

Taxa

(100

mil

hab.

)

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71

Segundo o MS, o Estado do Mato Grosso é mais afetado pela doença, em 2015 registrou coeficiente de detecção 93,00/100.000 hab., seguido pelo Tocantins que em 2016 registrou um coeficiente detecção de 87,22. Em 2006, a taxa de detecção foi de 63,22/100 mil habitantes, com o maior número de casos novos da série histórica de 2006 a 2016 em Roraima. Em Roraima no ano de 2014, registrou 79 casos novos de hanseníase, representando um coeficiente de detecção de 15,9/100 mil habitantes, ou seja, alto. Quando voltamos à atenção para os casos em <15 anos, foram confirmados 7 casos novos, com coeficiente de 5,7/100 mil habitantes, ou seja, muito alto. Em 2015, foram notificados 80 casos novos de hanseníase, com um coeficiente de detecção na população geral de 15,8/100 mil hab. maior que o nível nacional que foi de 14,04. Na população menor de 15 anos o coeficiente de detecção foi de 0,6, com apenas 01 caso novo confirmado. Em relação à efetividade da detecção precoce dos casos novos, que estima a eficácia das atividades desenvolvidas para a detecção precoce desses casos, tivemos uma diminuição dessa efetividade em 2014, uma vez que em 2013 tivemos 5,5% dos casos novos diagnosticados com grau II de incapacidade física, sendo considerado um índice médio, enquanto que em 2014 essa porcentagem foi de 10,3%, ou seja, um índice alto, indicando que há falhas na detecção precoce desses casos. No ano de 2015 tivemos 10,2% dos casos novos diagnosticados com grau II de incapacidade física, indicando ainda um diagnóstico tardio. Já em 2016, esse índice foi de 6,7%, considerado médio.

Figura 31b – Proporção de casos com grau 2 de incapacidade física entre os casos novos detectados e avaliados. Roraima, 2006 a 2016 Fonte: Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000. SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR A classificação operacional dos casos chama atenção pela predominância dos casos Multibacilar (MB), sendo esta a forma transmissível da doença e de maior gravidade.

5,1

11,71

7,85 7,74

12,06 11,4

5,4 5,5

10,3 10,2

6,7

02468

101214

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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Tabela 40 - Incidência de hanseníase por classificação operacional. Roraima, 2006 a 2016

*100.000 hab Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

Entre 2006 a 2015 há uma heterogeneidade no indicador da proporção de cura,

uma vez que a porcentagem oscila entre 82% a 81%, sendo que o Parâmetro Nacional de referência para este indicador é alcançar ≥ 85% de proporção de cura entre os casos novos diagnosticados. Já em relação à proporção de abandono, essa oscilação se torna ainda maior, sendo 7,0% (2006) chegando a 11,6% (2014), caracterizando um aumento na proporção de abandono, sendo que entendemos como bom, as porcentagens < 10%, regular entre 10 a 25% e alto > 25%.

Figura 32 - Proporção de cura e abandono entre os casos novos de hanseníase dos anos de 2006 a 2015 Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR – dados sujeitos a alterações

É importante deixar claro que as transferências para o mesmo município e/ou para outros municípios estão ligado diretamente à porcentagem de cura e abandono, uma vez que a partir do momento que um paciente em tratamento é transferido para

ANO CLASSIFICAÇÃO POPULAÇÃO INCIDÊNCIA PB* (%)

INCIDÊNCIA MB* (%) PB MB

2006 102 154 403.344 25,2 38,1 2007 84 142 395.725 21,2 35,8 2008 69 123 412.783 16,7 29,8 2009 53 104 421.499 12,5 24,6 2010 57 85 451.227 12,6 18,8 2011 44 64 460.165 9,5 13,9 2012 50 94 469524 10,6 20,0 2013 44 85 488072 9 17,4 2014 30 53 496936 6 10,6 2015 14 66 505.665 2,7 13,0 2016 24 58 514.229 4,6 11,2

82 83 82,3 83,4 83 81,6 84 80 79 81,8

7 6,5 7,5 9 7 5,7 3,8 511,6

3,4

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Cura Abandono

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outro município e há uma baixa qualidade na inserção desses dados, podemos subestimar ou superestimar a porcentagem de cura ou de abandono.

Quando analisamos a proporção de contatos examinados entre os contatos intradomiciliares registrados dos casos novos de Hanseníase, observamos que ao longo dos anos esse o indicador vem oscilando ficando menor que o esperado pelo Ministério da Saúde é de ≥ 80% dos contatos registrados, sejam examinados.

Esse indicador visa à investigação epidemiológica dos contatos intradomiciliares, principal grupo de risco, tendo por finalidade a descoberta de casos entre aqueles que convivem ou conviveram com o doente e suas possíveis fontes de infecção.

Em menores de 15 anos, esse indicador se torna ainda mais importante, uma vez que, normalmente onde há uma criança com Hanseníase, existe um adulto transmitindo e a partir do momento que identificamos o transmissor e iniciamos com o tratamento, quebramos a cadeia de transmissão da doença.

Os contatos intradomiciliares examinados em < de 15 anos alcançou a meta em alguns anos (84,1% em 2007, 95,8% em 2009, 87,5% em 2012 e 100% em 2015).

Figura 33 - Percentual de contatos examinados dos CN de hanseníase geral e em menor de 15 anos. Roraima, 2006 a 2016

Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR – Dados sujeitos a alterações.

O coeficiente de prevalência de hanseníase serve para medir a magnitude da

doença. Entre os anos de 2006 a 2016, o Estado de Roraima apresentou uma baixa prevalência entre 0,02 a 1,4 casos por 10 mil habitantes, e uma incidência muito alta, chegando a atingir 63,4/100 mil habitantes em 2006, e o coeficiente de detecção foi de 63,2 casos em 100 mil habitantes. Tabela 41 – Coeficiente de prevalência da hanseníase. Roraima, 2006 a 2016

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ANO RA POP COEFICIENTE

DE PREVALÊNCIA

RISCO PARÂMETROS

2006 2 403344 0,05

BAIXO

BAIXO < 1,00/10mil hab 2007 0 395725 0,00

2008 0 412783 0,00 2009 0 421499 0,00

MÉDIO 1,00 A 4,99/10mil hab 2010 1 451227 0,02 2011 1 460165 0,02

ALTO 5,00 A 9,99/ 10mil 2012 0 469524 0,00 2013 3 488072 0,1

MUITO ALTO 10,00 A 19,99/10mil hab

2014 6 496936 0,1 2015 25 505665 0,5 HIPERENDÊMICO ≥ 20,00/10mil

hab 2016 73 514229 1,4 MÉDIO Fonte: SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

No período de 2006 a 2014 foram incluídos no SIM, seis óbitos por hanseníase,

nos anos de 2007, 2008, 2010 e 2011 registraram 1 óbito por ano e em 2009, 2012 e 2013, 2 óbitos por hanseníase. Devido à baixa letalidade dessa patologia é necessário revisão desses prontuários para melhor esclarecimento da causa de morte. Segundo o DATASUS/MS ocorreram nove internações por hanseníase em 2016 e em 2017, com um custo de R$ 3.741,60 para o SUS. O estudo de CARVALHO et al. (2009) analisa a satisfação do usuário do Programa de Controle da Hanseníase no município de Boa Vista por meio da aplicação de um questionário abordando a satisfação quanto ao acolhimento pelo PSF, quanto a assistência prestada pelo PSF e quanto ao incentivo ao usuário para continuar o tratamento aplicado em 148 pacientes, que corresponde a 60% dos pacientes notificados no Sinan, atendidos no PSF de 31 unidades de saúde no mês de julho de 2008. Foram identificados três pontos críticos na satisfação do usuário: ações de educação em saúde, continuidade do tratamento e incentivo para participarem de grupos de apoio.

3.7 HEPATITES VIRAIS

As hepatites virais constituem-se em problema de saúde pública relevante em

todo mundo. O Brasil é classificado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como um país de alta endemicidade para a hepatite A, como elevada prevalência para as hepatites B e delta (D), particularmente na região da Amazônia Legal e de endemicidade intermediária para a hepatite C.

O Núcleo de Controle das Hepatites Virais do Estado tem a missão de reduzir a incidência das hepatites virais e melhorar a qualidade de vida dos portadores da doença, promovendo ações de prevenção, vigilância, controle e assistência,

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respeitando os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. Para alcance dos objetivos o Núcleo Estadual de Hepatites Virais desenvolve

suas ações considerando cinco componentes: Vigilância Epidemiológica, Prevenção, Assistência e Articulação com a Sociedade Civil.

As metas elaboradas com prazo para execução integral do Plano Anual de Trabalho de 2016 (PAT-2016) têm o objetivo de implementar e consolidar de forma integrada as estratégias para vigilância epidemiológica e prevenção e controle das hepatites virais, visando reduzir a incidência desse agravo no estado de Roraima. Através de ações relacionadas à assessoria técnica aos 15 municípios do Estado, visando fortalecer as ações de vigilância e assistência aos portadores de hepatites virais. Além de promover capacitação de profissionais com o objetivo de habilitar estes profissionais na prevenção, detecção, investigação, notificação e encaminhamento dos casos de hepatites A, B, C e D.

No dia 28 de julho de 2015 implantou-se o atendimento multidisciplinar dos portadores crônicos das hepatites virais no SAE/Coronel Mota. Com a implantação deste serviço foi possível proporcionar assistência de qualidade aos portadores desta doença, garantindo assistência clínica, terapêutica, farmacêutica e psicossocial, em nível ambulatorial, fixando o paciente a uma equipe multidisciplinar que o acompanhará ao longo de sua doença,melhorando a qualidade de vida dessa população no estado de Roraima. Após implantação do atendimento multiprofissional das hepatites virais no SAE em 28 de julho de 2015, foram cadastrados 285 portadores de hepatites virais crônicas. Até dezembro de 2016, o número de portadores de hepatites virais crônicas em tratamento, cadastrados no SAE, é de 374 (205 do gênero masculino e 169 do gênero feminino), e 107o número de casos de hepatites virais crônicas notificados no SINAN.

Figura 34 - Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais, Roraima, 2010 a 2015 *C.I. – Coeficiente de Incidência (hepatite A), T.D. – Taxa de Detecção (Hepatites B, C e D) Fonte: SINAN-NET.

A Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais no Brasil utiliza o sistema universal e passivo, baseado na notificação compulsória de casos suspeitos que serão

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confirmados ou descartados através da avaliação do resultado de sorologia específica. No período de 2010 a 2016 foram notificados 15.838 casos suspeitos de hepatites virais, destes 1.484 foram confirmados por critério laboratorial e 01 por vínculo epidemiológico.

Figura 35 - Coeficiente de incidência e taxa de detecção das hepatites virais por faixa etária, Roraima, 2010 a 2015. *C.I. – Coeficiente de Incidência (hepatite A), T.D. – Taxa de Detecção (Hepatites B, C e D). Fonte: SINAN-NET.

Ao analisar os casos por município de residência no ano de 2016, observou-se maior incidência de hepatite A no município de Boa Vista (19 casos), seguido pelo município de Caracaraí (1 caso). A hepatite viral mais frequente no estado é a hepatite A, apresentando maior coeficiente de incidência no ano de 2014 com 27,90/100.000 habitantes. Em segundo lugar temos a hepatite B, que apresentou maior taxa de detecção no ano de 2012 com 24,07 casos/100.000 habitantes. Seguida pela hepatite C com maior taxa de detecção

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em 2011 com 05 casos por 100.000 habitantes e, por fim, a hepatite D com maior taxa de detecção em 2011 com 1,74 casos por 100.000 habitantes (Figura 34). Em relação à ocorrência das hepatites virais por faixa etária, observa-se que as maiores incidências de hepatite A ocorreram na primeira década de vida, principalmente na faixa etária de 5 a 9 anos, com maior incidência nos anos de 2012 e 2013. Em 2016 Foram totalizados 7 casos de hepatite A. Este cenário sugere um padrão epidemiológico de alta endemicidade no Estado, que está associado a precárias condições socioeconômicas e de saneamento básico. A taxa de detecção da hepatite B começa a aumentar a partir dos 15 anos, o que provavelmente está associado ao estilo de vida e ao comportamento que oferecem maior risco. Em 2015, observou-se maior detecção na faixa de 50 a 59 anos de idade, e em 2016 observou-se uma alteração, um aumento de detecção na faixa de 30 a 39 anos, totalizando 105 casos. A hepatite C acomete igualmente as faixas de 20 a 29 e 30 a 39, ambas com total de 8 casos cada. Em 2015, a maior taxa de detecção ocorreu na faixa etária de 60 a 69 anos de idade, já em 2016 constatou-se a detecção em pessoas muito mais novas (Figura 35). Tabela 42 - Frequência por classificação etiológica segundo faixa etária. Roraima, 2016

FX ETÁRIA IGN/BRANCO VÍRUS A VÍRUS B VÍRUS C TOTAL Menor 1 ano 24 1 3 1 29 1 a 4 anos 45 2 1 1 49 5 a 9 anos 42 7 2 0 51 10 a 14 anos 23 2 1 0 26 15 a 19 anos 43 1 11 3 58 20 a 29 anos 154 4 89 8 255 30 a 39 anos 139 1 105 8 253 40 a 49 anos 98 0 87 6 191 50 a 59 anos 83 2 74 3 162 60 a 69 anos 32 0 29 0 61 70 a 79 anos 9 0 15 0 24 80 anos e mais 4 0 1 0 5 Total 696 20 418 30 1164

Fonte: SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR

A hepatite B apresentou maior taxa de detecção no município de Boa Vista (311 casos), seguido pelo município de Mucajaí (40 casos). A hepatites C Apresentou maior taxa de detecção no município de Boa Vista (28 casos), seguido pelos municípios de Cantá (1 caso) e Pacaraima (1 caso). A soroprevalência de anticorpos Anti-VHC em doadores de sangue do Hemocentro de Roraima no período de 2006 a 2007 foi de 0,6% entre 18.081 doadores de sangue, entre as mulheres a prevalência foi de 1,12% e nos homens 0,5%. Dos 117 doadores com sorologia reagente 27% realizaram biologia molecular e destes 64% teve

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o RNA-VHC por PCR qualitativo positivo. A média de idade dos pacientes foi de 29,5 anos e a faixa etária mais acometida foi de 20-29 anos representando 54% dos casos (ASATO; CARVALHO; BENEDETTI, 2009). Tabela 43 - Frequência por classificação etiológica segundo município de residência. Roraima, 2016

MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA IGN/BRANCO VÍRUS A VÍRUS B VÍRUS C TOTAL Alto Alegre 10 0 5 0 15 Amajari 8 0 8 0 16 Boa Vista 509 19 311 28 867 Bonfim 8 0 1 0 9 Cantá 17 0 4 1 22 Caracaraí 21 1 13 0 35 Caroebe 7 0 1 0 8 Iracema 7 0 10 0 17 Mucajaí 68 0 40 0 108 Normandia 3 0 1 0 4 Pacaraima 7 0 7 1 15 Rorainópolis 10 0 5 0 15 São João da Baliza 7 0 2 0 9 São Luiz 3 0 1 0 4 Uiramutã 11 0 9 0 20 Roraima 696 20 418 30 1164

Fonte: SINAN/NCHV/DVE/CGVS/SESAU/RR

3.8 MALÁRIA A Malária é uma doença parasitária de grande incidência no mundo. Em 2013, a OMS estimou que tivessem ocorrido 198 milhões de casos da doença, o que ocasionou a morte de 584 mil pessoas em todo o mundo (OMS, 2014). No Brasil, as infecções causadas pelo Plasmodium vivax são as predominantes. O país registrou 128.746 casos novos de malária em 2016.

Esse relatório pretende realizar uma análise descritiva dos dados registrados no SIVEP–Malária–Sistema de Informação de Vigilância epidemiológica da Malária referentes ao Estado de Roraima. Os dados foram trabalhados utilizando o Software Tableau que possibilitaram diversas análises sobre a incidência e distribuição da malária no estado. A análise epidemiológica é importante para avaliar as atividades desenvolvidas no âmbito do Programa Estadual de Controle da Malária subsidiando o planejamento de novas ações após identificar prioridades que devem ser trabalhadas.

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Figura 36 - Número de Casos autóctones de malária registrados no Estado de Roraima entre janeiro de 2003 e dezembro de 2016. Na Figura 36 apresentamos a série histórica de janeiro de 2003 a dezembro de 2016 com o número de casos autóctones registrados em Roraima. Nessa Figura podemos observar que, desde 2003, quando as notificações de malária começaram a ser inseridas no SIVEP–Malária, 2013 foi o ano que apresentou a menor incidência de malária no Estado. Também é relevante identificar a sucessão de aumento e redução da incidência de malária com epidemias registradas em 2005 e 2010, que alcançaram IPA (Índice Parasitário Anual) de 83,5 e 42,2 (casos por mil habitantes) respectivamente.

Figura 37 - Número de casos notificados de malária em Roraima e diferença percentual entre 2015 e 2016. Importante observar que apesar do incremento de 12% nas notificações de malária autóctone e importada em 2016, apresentados na Figura 37, o Estado de Roraima registrou redução de 7% na incidência de malária autóctone.

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Em 2015 foram registrados 6.114 casos de malária autóctone enquanto em 2016, foram 5.663. Apesar da pressão de infecção provocada pelos casos importados em áreas receptivas, já que os vetores da malária são abundantes em diversas regiões do Estado, foi possível controlar e reduzir a transmissão local em 7% comparado ao ano de 2015. Isso demonstra certa eficácia no trabalho desenvolvido pelos Programas Estadual e Municipais de Controle da Malária ao longo de 2016. Os resultados só não foram melhores porque as ações de rotina necessárias à vigilância e controle da malária sofreram importante descontinuidade no último trimestre de 2016, em função da transição da gestão municipal nos 14 municípios do interior do Estado. Durante o Seminário Estadual de Avaliação de Controle de Endemias e Entomologia, que ocorreu em novembro de 2016, muitos representantes dos municípios relataram que parte da equipe de controle da malária foi demitida após as eleições, reduzindo ou mesmo paralisando as ações de diagnóstico, tratamento e controle vetorial no âmbito municipal. Diversos postos de microscopia foram fechados a partir de outubro, o que dificultou o acesso oportuno da população ao diagnóstico e tratamento da malária. Tal fato poderá comprometer amplamente os bons resultados obtidos já que coincide com o início do período sazonal dessa doença em Roraima, conforme demonstra a Figura 38, e com o período de final de ano quando aumenta o fluxo de brasileiros, vindos de garimpos da Venezuela e Guiana, que retornam para visitar a família, frequentemente infectados à procura de tratamento para malária no Brasil.

Figura 38 - Sazonalidade da malária em Roraima observada entre 2003 e 2016. Uma análise fundamental para entender a distribuição da malária no Estado de Roraima é a análise por categoria de local provável de infecção, conforme apresenta a Figura 39.

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81

Figura 39 - Percentual de casos de malária por categoria de local provável de infecção, Roraima, 2016.

Conforme pode-se observar na Figura 39, 27% da malária autóctone é registrada em área rural, 13% em áreas de assentamento e 10% em área urbana, registrada principalmente no município de São João da Baliza. Metade dos casos autóctones de Roraima é procedente de áreas indígenas, principalmente do DSEI–Yanomami.

Figura 40 - Número de casos de malária em Roraima por categoria de local provável de infecção e diferença percentual entre 2015 e 2016. Na Figura 40 é possível verificar que a categoria indígena apresenta incremento de 7% no número de casos registrados em 2016, saltando de 2.629 casos notificados em 2015 para 2.817 em 2016. É bom lembrar que em 2015 o incremento na categoria indígena, comparado à 2014 era de 66%. A categoria assentamento em 2015 havia registrado o maior percentual de redução quando comparado às demais, entretanto

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82

em 2016 apresentou aumento de 16% nas notificações de casos autóctones, com o registro de 751 casos. Em 2016, a categoria urbana apresentou o maior percentual de redução, 42%, seguido pela categoria rural que reduziu 19% em relação ao ano anterior. Roraima possui cinco municípios com IPA – Índice Parasitário Anual menor que 10, considerados de baixo risco de infecção por malária. São eles: Boa Vista, Bonfim, Uiramutã, São Luiz e Normandia que registraram respectivamente: 22 casos autóctones; 39; 71; 66 e apenas cinco casos ao longo do ano de 2016.

Figura 41 - Número de casos notificados de malária nos municípios de Roraima em 2016 e seus respectivos IPA (Índice Parasitário Anual).

Alto Alegre, Amajarí e São João da Baliza são considerados municípios de alto risco, apresentando IPA maior que 50, sendo Amajarí o município que registrou IPA mais elevado em 2016; 99, 6/1.000(o que significa que a cada 1.000 habitantes, 99 contraíram malária). O município que registrou o maior número de casos foi Alto Alegre, com 1.240 casos autóctones registrados em 2016, seguido de Amajarí que registrou 1.068 casos. Observando na Figura 42 veremos que 95% da malária registrada em Alto Alegre e 66% dos registros de Amajarí são procedentes de área indígena, principalmente do DSEI Yanomami. A Figura 42 demonstra o percentual de casos de malária por categoria de local provável de infecção em cada um dos 15 municípios de Roraima. É um gráfico que sempre deve ser analisado junto da Figura 41 que apresenta o IPA local e o número absoluto de casos notificados.

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83

Figura 42 - Percentual de casos de malária por categoria e local provável de infecção notificados em Roraima em 2016. Analisando os municípios que compõe o DSEI Yanomami, observamos que, em 2016, a categoria indígena corresponde a 83% dos registros de malária autóctone em Caracaraí; 49% dos registros de malária autóctone de Mucajaí e 4% de Iracema.

Figura 43 - Número total de casos de malária notificada em Roraima e diferença percentual, 2015 e 2016.

Page 84: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

84

Na Figura 43 observamos os municípios que registraram o maior incremento nas notificações de malária em 2016, sendo eles: Boa Vista, Pacaraima, Amajari, Mucajaí, Cantá e Caroebe. A capital Boa Vista lidera o número de notificações de malária porque registra grande número de malária importada, embora tenha IPA 0,07 considerado muito baixo e tenha registrado apenas 22 casos autóctones. Vale destacar o aumento de 178% na notificação de casos em Pacaraima, município que faz fronteira com a Venezuela. Esse país sofre com a pior epidemia de malária de que se tem registro na Venezuela e o Estado Bolívar, região que faz fronteira com Roraima, registrou números superiores a 150 mil casos novos de malária em 2016. Com a escassez de medicamentos e grandes dificuldades nas ações de controle da malária na Venezuela, muitas pessoas que residem próximas a fronteira com o Brasil tentam buscar diagnóstico e tratamento em Pacaraima, o que surpreendeu e sobrecarregou os dois postos de diagnósticos de malária disponíveis na sede desse município. Quando analisamos a incidência de casos autóctones por espécie parasitária em 2016, é possível observar que o percentual de casos registrados de malária falciparum e mista em Roraima saltou de 3%, em 2015, para 9% em 2016.

Figura 44 - Número de casos de malária por local provável de infecção e percentual por espécie notificados em Roraima, 2015 e 2016.

Esse dado aponta para o grande desafio e a necessidade de discutir estratégias para a eliminação do P. falciparum circulante em Roraima, em médio ou longo prazo, considerando a situação da malária nas fronteiras com os países vizinhos Guiana e Venezuela e a situação do DSEI Yanomami. Analisando a Figura 45 verificamos que os municípios Amajarí e Alto Alegre apresentaram o maior percentual de notificações de malária falciparum autóctone no estado 28% e 10%, respectivamente. Os municípios Bonfim, São Luiz, São João da Baliza e Normandia não registraram casos de malária falciparum autóctone, ou seja, não houve registro de transmissão local por P. falciparum nesses municípios.

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85

Figura 45 - Número de casos de malária por município provável de infecção e percentual por espécie notificados em Roraima, 2016.

Foi realizado um estudo sobre a morbidade entre os menores de 10 anos de idade no período de 2003 a 2015 em Roraima. Dos 1.957.375 exames realizados no período 10,2% (199.661) foram positivos para malária, destes 15,7% (31.432) eram pelo Plasmodium falciparum e 31,6% (63.230) importados. Na faixa etária de 0 a 9 anos de idade ocorreram 22,9% (45.815) dos casos de malária no período, em 2003 foram 23,7% (2.809/11.818), e em 2015, 27,6% (2.196/7.951) representando um incremento da proporção de malária nessa faixa etária de 16,4% no período. No detalhamento da faixa etária observou-se que entre os menores de 1 ano foram confirmados 5,7% (2.615) dos casos, entre 1 a 4 anos 42,6% (19.556) dos casos e entre 5 a 9 anos 51,6% (23.644) dos casos. Na comparação entre 2003 e 2015 a proporção de casos de malária variou de 6,0% (167/2.809) em 2003 para 7,7% (169/2.196) em 2015 entre os menores de 1 ano, na faixa etária de 1 a 4 anos variou de 41% (1.151) para 42,3% (930), e na faixa etária de 5 a 9 anos variou de 53% (1.491) para 50% (1.097), respectivamente (SANTOS et al., 2016a).

3.9 NÚCLEO DE CONTROLE DA MENINGITE, COQUELUCHE E DIFTERIA 3.9.1 MENINGITE

A meningite bacteriana é um processo inflamatório das meninges, membranas

que envolvem o cérebro e a medula espinhal, causada por uma grande variedade de bactérias.

No Brasil, as principais ocorrências de meningite bacteriana são causadas por N. meninigitidis, S. pneuminiae e H. influenzae.

No estado de Roraima, dos 51 casos de meningite notificados até novembro de 2016, apenas 3 foram classificadas como bacteriana, e 31 ou seja 60% tiveram como classificação final ignorado ou em branco..

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86

Tabela 44 - Número de casos e taxa de incidência de meningite. Roraima, 2016

ESTADO NÚMERO DE CASOS POPULAÇÃO RESIDENTE TAXA DE INCIDÊNCIA

Roraima 51 514.229 9,91 Fonte: IBGE/SINAN/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR

A distribuição por faixa etária concentrou maior número de casos entre menor de 1 ano até 19 anos

FIGURA 46 - Frequência de meningite por etiologia por município de residência, 2016. Fonte: SINAN 2016.

Figura 47 - Frequência de meningite por faixa etária segundo classificação final, 2016. Fonte: SINAN 2016

Alto Aleg

re

Amajari

Boa Vist

a

Bonfim

Cantá

Caracar

Caroeb

eIracema

Mucaja

í

Norma

ndia

Pacaraima

Rorainópoli

s

São João da Baliza

São Luiz

Uiramut

ã

municipio

ignorado

IGN/EM BRANCO 1 0 22 0 0 2 0 1 1 0 1 2 0 0 1 0MM+MCC 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0MB 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0

MNE 0 0 7 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0MV 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

MOE 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0MH 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

05

10152025

0 0 01

0 0 0

21

0

4 43

2

4

01

21

2

5

0 01

23

7

2

7

1

Menor 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

Ign/Branco Confirmado Descartado

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87

3.9.2 COQUELUCHE

Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até em morte. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível,através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em média,pode durar de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas. A coqueluche é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional e sua investigação laboratorial é obrigatória nos surtos e nos casos atendidos nas unidades sentinelas,previamente determinadas, a fim de identificar a circulação da B. pertussis.

Figura 48 – Número de casos notificados de coqueluche por município. Roraima, 2016 Fonte: SINAN/DVE/CGVS/SESAU/RR

Devido à complexidade da coleta de material para exames e às dificuldades operacionais, os exames laboratoriais não são realizados rotineiramente para a confirmação dos casos suspeitos, o que leva a uma dificuldade na notificação, uma vez que existem outras infecções que se manifestam de forma clínica semelhante. 3.9.3 DIFTERIA Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal, imunoprevenível, causada por bacilo toxigênico, que frequentemente se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. É caracterizada por apresentar placas pseudomembranosas típicas.

0

14

1 1 0 02

0 1 11

22

0 02 1 1 1 2 1

Confirmado Descartado

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88

Ocorre pelo contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível,por meio de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. O leite cru pode servir de veículo de transmissão. No ano de 2016 não houve nenhum caso notificado deste agravo no Estado de Roraima.

3.10 NÚCLEO DE CONTROLE DO TÉTANO NEONATAL, TÉTANO ACIDENTAL, PARALISIA FLÁCIDA AGUDA E INFLUENZA 3.10.1 TÉTANO NEONATAL

Com a implementação de uma política de eliminação do tétano neonatal como problema de saúde pública no mundo, sua incidência tem sido reduzida sensivelmente, principalmente nas Américas. A meta estabelecida pela OMS é de menos de um caso novo por 1.000 nascidos vivos por distrito ou município, em cada país. A doença continua existindo como problema de saúde pública apenas em países de menor desenvolvimento econômico e social, principalmente no Continente Africano e no Sudeste Asiático (MS, 2014).

Figura 49 - Número de casos confirmados de tétano neonatal. Brasil, 1982 – 2016* Fonte: CGDT/DEVIT/SVS/MS. * Dados preliminares.

No Brasil, entre 2003 e 2016, ocorreram 90 casos de tétano neonatal, com

maior registro nas regiões Norte e Nordeste. Nesse período, verificou-se uma

0

100

200

300

400

500

600

700

800

82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16

Ano

Casos

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89

tendência decrescente no comportamento da doença, com redução de 88% no número de casos. A taxa de incidência no país está abaixo do preconizado pela OMS, porém, em alguns municípios, a meta da OMS ainda não foi alcançada (MS, 2014).

Em Roraima, não há ocorrência de tétano neonatal desde 1993, ano em que

foram registrados os últimos casos. Para que seja mantida a não ocorrência de casos é importante intensificar a vigilância epidemiológica, incluindo a vigilância de óbitos infantis, a manutenção de elevada cobertura vacinal de mulheres em idade fértil, a qualidade do pré-natal e da consulta puerperal, além do aumento da cobertura de partos assépticos (BRASIL, 2007). 3.10.2 TÉTANO ACIDENTAL

O tétano acidental é uma doença universal que pode acometer homens, mulheres e crianças, independente da idade quando suscetíveis. É mais comum em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos. A letalidade da doença é alta, de cada 100 pessoas que adoecem cerca de 30% morrem.

O tétano é uma doença rara nos países da Europa e América do Norte, sobretudo em decorrência do desenvolvimento social/educacional e da vacinação.

No Brasil, tem-se observado uma redução contínua do tétano acidental. No ano de 1982 foram confirmados 2.226 casos com um coeficiente de incidência de 1,8/100.000 habitantes. Em 1992 ocorreram 1.312 casos com incidência de 0,88/100.000 habitantes, observando-se uma redução de 59% em relação à década anterior. Em 2002 o número de casos reduziu-se ainda mais com a ocorrência de 608 casos e incidência de 0,35/100.000 habitantes. A partir de 2007, o número médio de casos confirmados foi em torno de 300 casos/ano e incidência de 0,16/100.000 habitantes (MS, 2015).

Figura 50 – Número de casos notificados de tétano acidental. Roraima, 2001 a 2013. Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR. NOTA: Em 2014, 2015 e 2016 não houve casos notificados.

A ocorrência de tétano acidental no estado de Roraima é baixa, baseando-se

nos 11 casos suspeitos notificados no SINAN entre 2001 a 2016. Nos registros de internação do SUS consta apenas uma hospitalização por tétano acidental em 2013,

1

2

1

2

1 1 1 1 1

2001 2002 2004 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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90

evoluindo a óbito. No ano de 2016 não houve nenhuma notificação de Tétano Acidental.

Tabela 45 - Casos confirmados de tétano acidental. Brasil, 2008 a 2016* Região - UF 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Região Norte 46 33 32 44 44 37 39 44 34 Rondônia 3 5 3 5 7 3 5 4 1 Acre 3 0 2 5 7 3 0 2 3 Amazonas 13 11 6 14 7 10 8 13 8 Roraima 2 1 1 1 1 1 0 0 0 Pará 22 13 18 16 22 18 25 22 21 Amapá 1 2 0 1 0 1 1 3 1 Tocantins 2 1 2 2 0 1 0 0 0

Fonte: Sinan/SVS/MD. *Dados preliminares. 3.10.3 PARALISIA FLÁCIDA AGUDA (PFA)

A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença infecto-contagiosa viral

aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e sua evolução, freqüentemente, não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. No Brasil, não há circulação de poliovírus selvagem desde 1990, em virtude do êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do SUS.

Até o início da década de 1980, a poliomielite apresentou alta incidência no Brasil, em muitos casos, ocasionando seqüelas permanentes. No Brasil, o último caso de poliomielite causada pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989. A eliminação da doença no país foi alcançada por meio da administração da vacina oral contra a pólio (VOP) em campanhas de vacinação em massa e na vacinação de rotina das crianças, aliadas à vigilância epidemiológica da paralisia flácida aguda (MS, 2014).

Em 1994, após 3 anos de ausência da circulação do poliovírus selvagem no Continente Americano, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde certificou essa região como livre da transmissão autóctone do poliovírus selvagem. Mesmo nesse cenário, é importante estar atento para o risco de importações de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Nigéria, Paquistão e Afeganistão), o que demanda ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população (MS, 2014).

Desde então, todos os países da região assumiram o compromisso de manter altas e homogêneas coberturas vacinais, bem como uma vigilância epidemiológica ativa e sensível para identificar, imediatamente, a reintrodução do poliovírus selvagem

Page 91: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

91

em cada território nacional e adotar medidas de controle capazes de impedir a sua disseminação (MS, 2014).

Como manutenção da erradicação da Poliomielite no Brasil, a Vigilância Epidemiológica tem como meta mínima a notificação de 2 casos de PFA a cada 100 mil habitantes menores de 15 anos/ano, assim todo caso de paralisia flácida aguda deve ser investigado, nas primeiras 48 horas após o conhecimento, devendo coletar uma amostra de fezes até o 14º dia do déficit motor, com o objetivo de obter as informações necessárias para a correta classificação do caso. Esta medida visa subsidiar a tomada de decisões em tempo hábil, quanto às formas de controle indicadas em cada situação.

Figura 51 – Notificação de paralisia flácida aguda. Roraima, 2007 a 2016 Fonte: SINAN/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em Roraima de 2007 a 2016 foram notificados 20 casos de PFA, porém nos anos de 2012, 2013 e 2015 não nenhum caso suspeito notificado. 3.10.4 INFLUENZA

No século XX, ocorreram três importantes pandemias de influenza, a gripe

espanhola (1918-20), a gripe asiática (1957-60) e a de Hong Kong (1968-72), que, juntas, resultaram em altas taxas de mortalidade, com quase 1 milhão de óbitos (MS, 2014).

Uma característica importante das pandemias é a substituição da cepa atual por uma nova cepa pandêmica. Além disso, existe a possibilidade de haver pandemias, pela alta capacidade de mutação antigênica do vírus influenza A, inclusive com troca genética com vírus não humanos, ocasionando rápida disseminação e impacto entre os suscetíveis não imunes. A importância da influenza como questão de saúde publica cresceu após o ano de 2009, quando se registrou a primeira pandemia do século XXI, devido ao vírus influenza A (H1N1), com mais de 190 países notificando milhares de casos e óbitos pela doença (MS, 2014).

Para o monitoramento das cepas dos vírus influenza circulantes no Brasil, foram implantadas no país as Unidades Sentinelas da Influenza, que podem detectar a

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

PFA 6 4 3 3 2 0 0 1 0 1

0

1

2

3

4

5

6

N°d

e ca

sos

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92

circulação de novos subtipos que poderiam estar relacionados a novas pandemias de influenza. As Unidades Sentinelas são regulamentadas pela PORTARIA Nº 183, DE 30 DE JANEIRO DE 2014, que revogou portarias anteriores, mas manteve as orientações técnicas e os repasses financeiros para os serviços sentinelas.

As Unidades sentinelas para registro de informação de casos de Síndrome Gripal(SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são unidades ou serviços de saúde que atuam na identificação, registro, investigação e diagnóstico de casos suspeitos e confirmados (MS, 2014).

Os sítios sentinelas para a vigilância da influenza estão distribuídos em unidades de saúde de todas as Unidades Federadas (UFs) e tem como objetivo principal identificar os vírus da influenza circulantes no Brasil, para:

Contribuir com a composição da vacina contra influenza; Isolar espécimes virais para o envio ao Centro Colaborador de Influenza

referência nas Américas para a OMS; Conhecer a patogenicidade e virulência do vírus influenza circulante em cada

período sazonal, visando à orientação terapêutica; Garantir representatividade mínima da circulação viral em todas as UFs do país,

tanto de casos graves como de casos leves; Identificar situação inusitada e precoce de possível novo subtipo viral (MS,

2014). O registro de casos de SG e SRAG devera ser feito pelas unidades sentinelas e

inserido no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), o qual e o instrumento oficial de registro das informações. Tal registro deve ser realizado de acordo com o fluxo estabelecido e organizado em cada UF.

Os casos identificados em unidades de vigilância sentinela devem ser notificados pelo profissional de saúde, utilizando, como critérios de inclusão, os atendimentos por: gripe, SG, influenza, resfriado, faringite, laringite, amigdalite, traqueíte, infecção das vias aéreas superiores (IVAS), dor de garganta, rinorreia e laringotraqueíte. Também poderão ser utilizados os seguintes CID 10: J00 Nasofaringite aguda (resfriado comum); J02.9 Faringite aguda não especificada; J03.9 Amigdalite aguda não especificada; J04.0 Laringite aguda; J04.1 Traqueíte aguda; J04.2 Laringotraqueíte aguda; J06 (todos) Infecção aguda das vias aéreas superiores e não especificadas; J10 (todos) Influenza devido a vírus influenza identificado; e J11 (todos) Influenza devido a vírus influenza não identificado. E para a informação dos agregados de atendimentos de SRAG, selecionar as internações classificadas como pneumonia e influenza de acordo com os códigos CID 10: J09 a J18 da unidade sentinela, também por semana epidemiológica (MS, 2014).

Em Roraima funcionam quatro Unidades Sentinelas para Vigilância da Influenza, três dessas localizadas na capital Boa Vista: Hospital Geral de Roraima (HGR), Hospital da Criança Santo Antonio (HCSA) e Casa de Apoio a Saúde do Índio (CASAI), e no

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93

Hospital Délio Tupinambá (HDT), em Pacaraima, cidade fronteira com a Venezuela. A CASAIe o HDT são Sentinelas para SG e o HGR e HCSA são Sentinelas para SG e SRAG.

Para executar as ações,as US recebem incentivo financeiro definido em portaria, e para não haver a desabilitação devem cumprir metas. Nos casos de SG, coletar por semana 5 amostras de secreção orofaríngea através de swab, preferencialmente até o 7º dia a partir do início dos sintomas, enviando a amostra ao LACEN, digitar no SIVEP-Gripe o número de atendimentos, distribuindo por sexo e faixa etária de acordo com a semana epidemiológica correspondente.

Em SRAG, coletar amostras de no mínimo 80% (oitenta por cento) dos casos de SRAG notificados nas UTI, com o devido envio de amostra ao LACEN e incluir os casos no sistema de informação SIVEP-Gripe. Todos os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) internados em UTI ou que forem a óbito devem também ser notificados no sistema SINAN Influenza Web.

Figura 52 – Nº de casos notificados, internações e óbitos por Influenza CID 10: J9 a J18. Roraima, 2009 a 2016 Fonte:SINAN Influenza Web/NCPFIT/DVE/CGVS/SESAU/RR. Nos anos de 2010, 2011, 2013, 2015 e 2016, foram notificados poucos casos suspeitos de Influenza CID 10: J9 a J18, já 2009, 2013 e 2014 tiveram mais casos notificados. Geralmente a procura por atendimento especializado ocorre quando indivíduo não obtém melhora, e esse período geralmente ultrapassa os 7 dias do início dos sintomas, o que dificulta a detecção do vírus na amostra, além do que, a coleta tem que ser adequada, para que não haja contaminação da amostra, o material coletado tem que ser suficiente para análise e a temperatura de armazenamento de acordo com o preconizado pelo protocolo. Entre os anos de 2009 a 2016 houve 179 casos suspeitos de Influenza notificados no Estado de Roraima, e 16 pessoas evoluíram a óbito.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Notificação 79 1 1 3 20 41 9 16Internação 66 1 1 3 20 41 9 16Óbito 6 0 0 0 3 0 0 7

01020304050607080

Page 94: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

94

3.11 TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) historicamente um importante problema de saúde pública no mundo. Considerando a estratégia global de redução da morbidade e mortalidade por tuberculose, a OMS, estabeleceu como metas para seu controle a detecção de 70,0% de todos os casos novos com 85,0% de sucesso de tratamento (cura).

Este relatório tem como objetivo divulgar as informações dos indicadores da tuberculose em Roraima, para analise dos dados, foi utilizado a base do sistema de informação de agravos de notificação (SINAN NET) e boletins estatística, encaminhado pelos municípios com dados importantes para monitoramento e analise das informações para planejamento e mudanças de estratégia para o controle da tuberculose no estado.

Vale ressaltar que programa estar implantado nos 15 municípios e descentralizado para 100% das equipes do programa de estratégia saúde da família (PSF). As metas do Estado são as mesmas preconizadas pelo Programa Nacional do Controle da Tuberculose (PNCT). Os dados são parciais e estão sujeitos as alterações.

A situação epidemiológica da TB no Brasil divulgado pelo MS mostra a queda na no coeficiente de incidência de TB de 37,9 casos por 100 mil habitantes em 2007 para 32,4 em 2016, uma queda de14,5% no período. A região Norte teve o coeficiente de 41,8 por 100 mil habitantes e Roraima de 27,6 por 100 mil habitantes, o segundo menor da região. O coeficiente de mortalidade (por 100 mil habitantes) de Roraima foi de 0,8, da Região Norte de 2,3 e do país de 2,2. Outro indicador de monitoramente importante é a proporção de contatos examinados dos casos novos de TB pulmonar com confirmação laboratorial e Roraima teve 56,5% desse indicador alcançado valor maior que a média nacional de 51,9% e da região Norte (44,3%) (BRASIL, 2017a). Na análise dos resultados durante o ano de 2016 foram notificados 168 casos de tuberculose no Estado, sendo 157 (93,4%) casos residentes no estado, 04 (2,3%) casos são residentes do Amazonas, 01 (0,6%) caso residente na Guiana e 06 casos (4%) da Venezuela. Dos casos notificados em 2016, residentes em Roraima, 142 (90,4%) são casos novos (indivíduos que nunca realizaram tratamento para tuberculose e/ou iniciaram e abandonaram o tratamento com menos de 30 dias), 8 (5,1%) transferência (indivíduos residentes no estado que realizaram o diagnostico em outra UF e retornaram para o estado) 6 (3,8%) casos de Reingresso após abandono (pessoas que iniciaram o tratamento e abandonaram antes de finalizar), 6 (3,8%) casos de recidiva (casos que realizaram o tratamento, curaram e voltaram a adoecer), 2 (1,2%)casos de Pós Óbito (são aqueles que nunca foram registrados no Sinan e foram notificados após a morte). Esse indicador representa, indiretamente, a sensibilidade do sistema de vigilância em captar as pessoas com tuberculose precocemente, bem como a qualidade dos serviços assistenciais prestados à população. O pós-óbito reflete falha na busca ativa de casos novos e na identificação de contatos a serem examinados.

Page 95: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

95

Tabela - 46 Número de casos de tuberculose notificados em Roraima por tipo de entrada e local de residência, 2016

NÚMERO LOCAL DE RESIDÊNCIA

RORAIMA AMAZONAS GUIANA VENEZUELA TOTAL Casos Novos 133 02 01 06 142 Transferência 8 0 0 0 8 Reing. Após Abandono 04 02 0 0 06 Recidiva 06 0 0 0 06

PÓS OBITO 02 0 0 0 02

Total 157 04 01 06 168

Fonte: SINANNET/PCT dados sujeitos a alterações

Em relação à avaliação dos casos suspeitos, cuja meta é examinar 100% dos sintomáticos respiratórios (pessoas com tosse por 3 semanas ou mais), que refere a 1% da população, apenas o municípios de Alto Alegre, Amajarí, Boa Vista e Normandia atingiram a meta. Os demais municípios, não atingiram a meta. Tabela 47 - Número de sintomáticos respiratórios examinados (incluindo áreas indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima, 2016

MUNICÍPIOS META POR MUNICÍPIO

1 % POP.

SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS EXAMINADOS % EXAMINADOS

DSL DSY NI TOTAL A. Alegre 162 117 299 0 416 256,0 Amajarí 110 24 167 0 191 174,0 Boa Vista 3207 56 2 3614 3672 144,4 Bonfim 117 76 0 3 73 68,0 Cantá 161 50 0 14 64 40,0 Caracaraí 203 0 4 0 4 2,0 Caroebe 91 3 0 0 3 3,3 Iracema 103 0 3 0 3 3,0 Mucajaí 163 0 3 30 33 20,0 Normandia 102 204 0 9 213 209,0 Pacaraima 119 86 0 17 103 87,0 Rorainópolis 273 1 0 15 16 6,0 São J. Baliza 75 3 0 3 6 8,0 São Luiz 74 0 0 7 7 9,4 Uiramutã 94 75 0 0 75 80,0

TOTAL 4.994 695 478 3712 4879 97,7 Fonte: SINAN-NET/GNCT/SES dados sujeitos a alteração

Vale ressaltar que a baixa busca ativa dos sintomáticos respiratórios de forma continua nos municípios de residência acarreta o aumento dos diagnósticos realizados no município de Boa Vista, pela rede de média e alta complexidade, com aumento do

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96

custo do tratamento, diagnóstico tardio, manutenção da cadeia de transmissão e prejuízo social para o paciente. Necessitando de ações de vigilância de forma continua para que a descoberta de casos seja nos municípios de residência e realizadas precocemente para quebra da cadeia de transmissão da doença. A taxa de incidência de tuberculose estima-se o risco de um indivíduo vir a desenvolver tuberculose em qualquer de suas formas clinicas, em uma determinada população, em intervalo de tempo determinado. No período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença no país apresentou uma variação média anual de -1,7%, passando de 37,9/100 mil hab. em 2007 para 32,4/100 mil hab. em 2016. Apesar dessa redução, convém ressaltar que a meta para eliminação da tuberculose como problema de saúde pública no Brasil é de <10 casos para cada 100 mil hab. O país possui elevada variabilidade entre as Unidades da Federação (UF) quanto ao risco de adoecimento por tuberculose: de 10,5/100 mil hab., no Distrito Federal, a 67,2/100 mil hab. no Amazonas, em 2016. Em Roraima a taxa de incidência em 2007 era de 28,2/100.000hab. em 2016 foi de 26,6/100.000 hab., onde podemos observar uma redução, conforme esperado pelo nível Nacional. Vale ressaltar que em nosso estado a incidência é bastante heterogenia, com taxas elevadas até mesmo maior que a do Brasil, como é caso dos municípios de Normandia, Cantá, Caracaraí e Alto Alegre. Quando observamos esse mesmo indicador distribuído pela faixa etária podemos ver o que a população que tem o maior risco de adoecimento em nosso estado é a população acima de 65 anos.

Figura 53 - Incidência de tuberculose todas as Formas. Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. Quanto à distribuição da tuberculose em relação ao sexo,68,8% acometeram o sexo masculino e 31,2% do sexo feminino. O que pode demonstrar ser pela maior exposição dos homens ao bacilo (fonte de infecção), devido ao trabalho e vulnerabilidade social (drogas, álcool...).

61,6 60,4

23,917,8

34

15,7

010,8

19,6 21,4

9,1

27,6 28,5

14,3 11,4

010203040506070

Page 97: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

97

Figura 54 - Número de casos novos de tuberculose todas as formas e coeficiente de incidência por 100.000 residentes. Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. NOTA: Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito

Em relação à faixa etária, o maior número de casos foi entre a faixa de 15 a 34 anos,o que representa a maior força produtiva, igual a média nacional. Porém vale ressaltar que quando avaliado o maior risco de adoecimento encontra-se na faixa etária de 65 anos ou mais,com uma taxa de incidência de 113,0/100.000 hab., maior que a taxa de incidência do Amazonas em 2016 que foi de 67,2/100.000 hab e quase 5 vezes a incidência geral do Estado (26,6/100.000 hab).

Figura 55 - número de casos novos de tuberculose residentes por sexo e faixa etária. Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. NOTA: Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito Com relação ao número de casos novos diagnosticados por município de residência, somente os municípios de Boa Vista, Cantá, Caracaraí, Normandia e São Luiz atingiram a meta de diagnosticar 70,0% dos casos novos esperados em relação a meta programada.

0 a 14a nos

15 a 24 anos

25 a 34 anos

35 a 44 anos

45 a 54 anos

55 a 64 anos 65 e +

Coef.Incid. 6,9 32,3 34,7 21,1 34,0 37,9 113,0Nº C.N 11 33 31 14 16 11 20

020406080

100120140

6

12 12

14

0

75

2119

13 1210

13

0

5

10

15

20

25

0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 e +

Feminino Masculino

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Figura 56 - Número e percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por faixa etária e residentes em Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. NOTA: Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito

Vale ressaltar que 69 (51%) dos casos novos foram diagnosticados no HGR, 9 (7%) na CASAI e 4 (4,4%) no HCSA.

Tabela 48 - Número de casos novos de tuberculose (incluindo áreas indígenas) por município de residência e percentual em relação à meta em Roraima, 2016

MUNICÍPIOS

CASOS NOVOS

ESPERADOS (META)

CASOS NOVOS NOTIFICADOS

INDÍGENA NÃO

INDÍGENA TOTAL

% DE CASOS NOTIFICADOS EM RELAÇÃO AO ESPERADO

(META) Alto Alegre 10 05 01 06 60,0 Amajari 13 03 01 04 31,0 Boa Vista 99 03 91 94 95,0 Bonfim 07 02 02 04 57,1 Cantá 07 03 04 07 100,0 Caracaraí 08 01 07 08 100,0 Caroebe 03 0 0 0 0,0 Iracema 02 0 0 0 0,0 Mucajaí 08 01 02 03 37,5 Normandia 04 04 0 04 100,0 Pacaraima 04 0 0 0 0,0 Rorainópolis 12 0 03 03 25,0 São J. Baliza 03 0 01 01 33,3 São Luiz 01 0 01 01 100,0 Uiramutã 03 01 0 01 33,3

TOTAL 184 23 113 136 74,0 Fonte: SINAN-NET/GNCT/SES dados sujeitos a alteração

O MS espera que apenas 10% dos casos de tuberculose seja diagnosticados na rede hospital, que são os casos de difícil diagnóstico, porém os resultados demonstram a baixa resolubilidade nas ações da atenção básica para diagnóstico precoce dos casos

11

33 31

14 1610

208,0

24,4 23,0

10,4 12,0

7,4

14,8

010203040506070

0 a 14a nos 15 a 24 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 55 a 64 anos 65 e +

Nº C.N % C.N

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de tuberculose. Em relação à forma clínica dos casos novos de tuberculose residentes no

Estado, 101 (74,8%) são pulmonares e 14 (10,4%) pulmonar + extrapulmonar, desses casos, 96(83,5%) são bacilíferos, a forma mais infectante da doença, 20 casos (14,8%) são extrapulmonares.

No estudo de Machado et al. (2016) sobre a qualidade de diagnóstico de tuberculose pleural no estado de Roraima no período de 2005 a 2013 foram notificados 116 casos de tuberculose pleural entre os 1.395 casos de tuberculose correspondendo a 8,3% do total. Dos casos de TB pleural 18,1% eram indígenas, 56,9% residem na capital e 1,7% no sistema prisional. O alcoolismo foi o agravo associado mais prevalente (14,4%) seguindo de AIDS (12,5%). A baciloscopia do escarro foi positiva em 5,2% dos casos e de líquido pleura ou fragmento da pleura parietal foi positiva 3,5% entre os 40 casos que realizaram o exame. A cultura de líquida pleural ou fragmento da pleura foi realizada em 46,6% dos casos e destes 2,6% foram positivas, e o histopatológico de fragmento de pleura parietal foi realizado em 32,8% dos casos e em 23,3% foram positiva ou sugestiva de TB. O MS recomenda que 100% dos casos de tuberculose sejam ofertados o teste HIV/AIDS e realizado o aconselhamento dos pacientes. No Brasil, em 2016, 73,2% dos casos novos de tuberculose realizaram testagem para o HIV. A testagem para o HIV em todos os pacientes com tuberculose é uma importante estratégia para identificação oportuna da coinfecção, o que pode possibilitar a introdução precoce da terapia antirretroviral (TARV).

No estudo realizado no período de 2009 a 2014 sobre a coinfecção HIV/Aids e TB foram analisados 833 casos e 159 óbitos por HIV/Aids com a letalidade de 19,1%. Destes 97 casos foram de coinfecção HIV/Aids e TB e a taxa de coinfecção foi de 11,6%. Destes casos, 81,44% (79 casos) eram do sexo masculino, 83,5% (81) eram casos novos, 8,24% (8) retratamento, 5,15% (5) retratamento após abandono e 3,09% (3) transferência. 43,29% (42) dos casos eram da forma clínica pulmonar, 40,2% (39) extra-pulmonar e 16,49% (16) pulmonar e extra-pulmonar. 40,42% (38) foram encerrados como cura, 36,17% (34) óbito, 11,7% (11) abandono, 9,57% (9) transferência, 3,19% (3) em branco/ignorado e 1,06% (1) TBMR. Em 2009, foram 8 casos, 25% encerrados como cura e abandono, cada, e 50% óbito. Em 2010, 16 casos, 62,5% cura, 25% óbito e 12,5% abandono. Em 2011, 16 casos, 62,5% cura, 25% óbito e 12,5% abandono. Em 2012, 15 casos, 43,77% cura, 31,25% óbito, 6,25% abandono, transferência e TBMR, cada. Em 2013, 27 casos, 37,03% óbito, 29,62% cura, 14,81% abandono e transferência, cada. Em 2014, 15 casos, 46,66% óbito, 26,66% transferência, 20% em branco/ignorado e 6,66% cura (BENEDETTI et al., 2016b). Neste estudo, foi observada alta prevalência e mortalidade da co-infecção em Roraima, sendo nítido que o diagnóstico precoce e a adesão ao tratamento permitindo a conclusão terapêutica são fundamentais na redução da mortalidade pela co-

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infecção, e esses dados refletem a necessidade de se adotar estratégias especiais de acompanhamento dessa clientela (BENEDETTI et al., 2016b).

Figura 57 - percentual de casos novos de tuberculose por forma clinica e residentes em Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. NOTA: Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito Em 2016, Roraima apresentou um bom desempenho (90,5%) na realização do exame, os municípios que se destacaram foram: Bonfim, Mucajaí, Rorainopolis, São João, São Luiz e Uiramutã (100%) e Boa Vista (95,7%). A coinfeccção TB/HIV no estado foi de 9,8%. A tuberculose é a principal causa de morte, por doença infecciosa, em pessoas vivendo com HIV/Aids, e o uso da TARV em pacientes coinfectados reduz a mortalidade nesse grupo mais vulnerável. Pessoas que convivem com o vírus do HIV, devem ser avaliados para infecção latente e indicado o tratamento pra infecção latente da tuberculose (ILTB). Tendo assim a oportunidade de evitar o desenvolvimento da doença. Apenas 12 casos realizaram o tratamento da ILTB em 2016. Na análise da Figura 58, observa-se que 7,3 % dos casos não realizaram o teste HIV, 2,2 % não têm o registro do resultado do teste, 81,4% tiveram resultados negativos, e 8,8% o resultado positivo em relação aos casos que receberam o resultado de exame. O MS/PNCT recomenda que 100% dos casos de tuberculose com confirmação laboratorial, os casos de retratamentos e aquelas pessoas que apresentam algum problema social, realizem o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e que esta estratégia seja garantida pelas equipes de saúde dos municípios e que esteja inserido nas atribuições das equipes de estratégia saúde da família. O TDO é um dos indicadores prioritário para aumentar a adesão ao tratamento “cura” e reduzir o abandono que na maioria das vezes quando ocorrem é em pessoas que apresentam alguma vulnerabilidade social ou econômica, convivem com a dependência química (drogas e álcool, desagregação familiar, sem residência fixa),

74,8

14,810,4

Pulmonar Ext. Pulmonar Pulmonar+extrapulmonar

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agravos associados (diabetes, HIV/AIDS e doença mental) necessitando assim de um acompanhamento mais humanizado, especializado e direto.

Figura 58 - Número e percentual de realização de testagem para HIV entre os casos novos de tuberculose. Roraima, 2016 Fonte: SESAU/SINAN-NET/NCT E IBGE -dados sujeitos a alteração. NOTA: Casos Novos = Casos Novos + Não Sabe + Pós Óbito Em 2016, 66,4% dos casos estão registrados como TDO realizado e33,3% como tratamento auto administrado. Porém durante o monitoramento observa-se que a maioria dos casos não obedecem aos critérios estabelecidos pelo PNCT, como a utilização da ficha de TDO para todos.

Figura 59 - Percentual de casos novos de tuberculose todas as formas por tratamento supervisionado e residentes em Roraima, 2016 FONTE: SINAN NET PCT / SES. Dados sujeito a alterações

O MS preconizaa realização de cultura seguida do teste de sensibilidade, principalmente nos casos de retratamento. É válido destacar que o TS deve ser realizado em todos os casos com cultura de escarro positiva, a fim de que haja o diagnóstico precoce da tuberculose drogarresistente e posterior execução de medidas pertinentes ao manejo clínico. Diante de todas as informações repassadas e normas preconizadas,ainda existe casos sem a realização do exame.

12

110

3108,8

81,4

2,2 7,3

0

20

40

60

80

100

120

Positivo Negativo Em And. Não.Real.

Casos Notificados / RR % dos Casos Notif. /RR

66,4

33,3TDO Realizado

Auto Administrado

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Figura 60 - Proporção de realização de cultura de escarro entre os casos de retratamento de tuberculose. Roraima, 2016 FONTE: SINAN NET PCT / SES. Dados sujeito a alterações

O exame de contatos é uma estratégia que deve ser realizada de forma ativa e contínua, e tem como objetivo identificar/descartar casos de tuberculose ativa e de infecção latente de tuberculose (ILTB). Por meio dessa estratégia, é possível detectar precocemente os casos de tuberculose e iniciar o tratamento oportunamente, visando à interrupção da cadeia de transmissão da doença.

Figura 61 - Proporção de realização de teste de sensibilidade entre os casos de retratamento de tuberculose com cultura positiva FONTE: SINAN NET PCT / SES. Dados sujeito a alterações

No Brasil, em 2016, 51,9% dos contatos dos casos novos de tuberculose confirmados por critério laboratorial foram examinados. O resultado obtido para esse indicador ficou aquém do que foi pactuado no Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde para 2017 (70%). Em Roraima esse indicador alcançou 73,2%. Apenas os municípios de Boa Vista, Cantá, Normandia e Rorainópolis tingiram a meta de 70% dos contatos examinados entre os casos novos de tuberculose com confirmação laboratorial. A identificação dos casos de ILTB e a adequada avaliação quanto à indicação da profilaxia evitarão futuros casos de tuberculose. Em 2016 foram indicados 46 tratamentos para ILTB. Isso significa que 46 pessoas podem deixar de adoecer nos

63,6

27,3

9,1

Positivo Negativo Não realizado

14,3

71,4 14,3

Ign/Branco Sensível Não realizado

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próximos anos, o que é extremante relevante para o controle da tuberculose no Estado. Tabela 49 – Número e percentual de contatos examinados por município de residência. Roraima, 2016

MUNICÍPIOS REGISTRADO CONTATOS EXAMINADOS

EXAMINADOS % EXAMINADO EMRELAÇÃO AO REGISTRADO Alto Alegre 42 0 0,0 Amajarí 01 0 0,0 Boa vista 328 27 82,3 Bonfim 13 5 38,5 Cantá 32 42 131,3 Caracaraí 30 15 50,0 Caroebe 0 0 0 Iracema 0 0 0 Mucajaí 8 0 0,0 Normandia 4 4 100,0 Pacaraima 0 0 0,0 Rorainópolis 6 11 183,3 São J. Baliza 7 0 0,0 São Luiz 0 0 0 Uiramutã 3 0 0,0

TOTAL 474 347 73,2 Fonte: SINAN-NET/GNCT/SES dados sujeitos a alterações

Em relação à avaliação da cura, a meta pactuada é de curar 85,0%, dos casos novos com confirmação laboratorial.Em 2015 80,0% dos casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial evoluíram para a cura, esse dado é muito importante, pois, a cura de pessoas com tuberculose e o não abandono do tratamento contribuem para a interrupção da cadeia de transmissão. Por sua vez, percebe-se que a proporção de abandono do tratamento de tuberculose no mesmo período foi (7,3%). Esse resultado está acima do que é preconizado pela OMS (<5%). Os municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim, Caroebe, Normandia, Pacaraima, Rorainópolis e Uiramutã atingiram a meta (cura 85%). Foram considerados casos com confirmação laboratorial os que apresentaram resultado positivo na baciloscopia e/ou no teste rápido molecular para tuberculose e/ou exame de cultura positiva. Os casos que apresentaram situação de encerramento registrado como mudança de diagnóstico foram excluídos da análise. Para o cálculo das proporções de cura e de abandono de tratamento, foram excluídas as situações de encerramento – falência, mudança de esquema e TBDR. O Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose (SITE-TB) é a principal ferramenta da vigilância de casos de tuberculose que necessitam de

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104

tratamentos especiais no Brasil, entre eles os casos de tuberculose drogarresistente(TBDR). Ao ser diagnosticado com alguma resistência aos medicamentos, o paciente deve ser notificado nesse sistema e classificado como um dos seguintes padrões de resistência: monorresistência, resistência à rifampicina pelo teste rápido molecular para tuberculose(TRM-TB), polirresistência, multirresistência e resistência extensiva aos medicamentos. Neste sistema também são notificados os casos de Micobactéria não Tuberculose (MNT) e outros tratamentos especiais. Este Sistema está implantado no ambulatório de Referencia Terciária da Tuberculose na Clinica de Especialidades Médicas Coronel Mota. Tabela 50 - Cura, abandono, óbito e transferência de casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial e município de residentes. Roraima – 2015

COORTE CURA

ABANDO- NO

ÓBITO POR OUTRAS CAUSAS

ÓBITO POR TUBERCULOSE

TRANSFE- RÊNCIA TOTAL

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº % Alto Alegre 02 100 0 - 0 - 0 - 0 - 02 Amajarí 04 66,7 0 - 01 16,7 01 16,7 0 - 06 Boa Vista 61 82,4 08 10,8 02 2,7 01 1,4 01 1,4 74 Bonfim 03 100 0 - 0 - 0 - 0 - 03 Cantá 03 75,0 0 - 01 25,0 0 - 0 - 04 Caracaraí 01 33,3 0 - 01 33,3 0 - 0 - 03 Caroebe 01 100 0 - 0 - 0 - 0 - 01 Iracema 0 0,0 0 - 0 - 0 - 0 - 02 Mucajaí 0 0,0 0 - 01 100 0 - 0 - 01 Normandia 02 100 0 - 0 - 0 - 0 - 02 Pacaraima 03 100 0 - 0 - 0 - 0 - 03

Rorainópolis 07 87,5 0 - 0 - 0 - 01 12,5

08

S J Baliza 0 0,0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 São Luiz 0 0,0 0 - 0 - 0 - 0 - 0 Uiramutã 01 100 0 - 0 - 0 - 0 - 01 Estado 88 80,0 08 7,3 06 5,5 02 1,8 02 1,8 110

Fonte: SINAN-NET/GNCT/SES- Base de dados do Sinan gerada em maio de 2017. Sujeitos à alteração Em 2016 foram notificados no (SITETB), 3 casos de Tuberculose Droga Resistente (2 casos polirresistência e 1 caso monorresistência), 1 caso de MNT e 1 caso de tratamento especial. Dos casos notificados 1 abandonou, 1 concluiu o tratamento e 3 casos continuam em tratando.

Conclui-se que, o PNCT é descentralizado e hierarquizado nos três níveis de Governo, com atribuições e responsabilidades especificas. Tem como objetivo principal a redução da morbidade e mortalidade da doença no mundo e conta com parceria da OMS e Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), onde juntos estabelecem as normas e diretrizes para controle da doença.

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105

O núcleo de controle da tuberculose, no estado Roraima está sempre trabalhando para que a população tenha acesso aos serviços de saúde e não encontrem dificuldades para realização do diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, realizando procedimentos de vigilância, para reduzir a transmissão da doença. O que depende do grau de oferta e qualidade dos serviços prestados.

O Estado vem apresentando vários avanços, cumprindo quase todas as metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde para o controle da tuberculose, o aumento da identificação do número de sintomáticos respiratórios em vários municípios apresentando um percentual superior a 100%, indicador principal para o diagnóstico precoce e a quebra da cadeia de transmissão, e uma detecção de casos superior a 70% o esperado pelo MS, porém o diagnóstico de quase 50,0% dos casos de tuberculose, são realizados na rede secundaria ou terciária, o que demonstra a fragilidade da atenção básica em detectar os casos até mesmo os de diagnóstico simples, através da baciloscopia de escarro, onde a porta de entrada dos casos deveria ser nas unidades básicas de saúde (equipes de saúde da família), existe a necessidade de melhorar o acesso e a resolubilidade das mesmas e priorizar a tuberculose na gestão municipal. Pois somente o tratamento imediato dos casos de forma correta e a investigação dos casos suspeitos poderão representar o aumento do diagnóstico precoce e quebra da cadeia de transmissão da doença e reduzir os óbitos.

O número de abandono de tratamento ocorrido em alguns municípios demonstra a necessidade de reforçar o tratamento diretamente observado pelas equipes de saúde dos municípios, visto ter um número muito pequeno de casos de tuberculose para serem acompanhados durante o ano e uma boa cobertura de Equipes de Saúde da Família.

Priorizar a avaliação dos contatos e o tratamento correto da tuberculose com o TDO deve ser uma preocupação dos municípios e buscar estratégias para superar os desafio e obstáculos encontrados, para evitar o desenvolvimento de bacilos resistentes.

3.12 NÚCLEO DE CONTROLE DE ZOONOSES

O Núcleo de Controle de Zoonoses (NCZ) tem o papel de assessorar os municípios e desenvolver as ações de prevenção, detecção e controle dos agravos relevantes. Assim como, realizar treinamentos e distribuição de medicamentos para leishmaniose (glucantime®, pentamidinas, anfotericinas), vacina e soro antirrábico e soros antivenenos para todos os municípios.

O NCZ é responsável pelos seguintes programas: raiva, leptospirose, hantavirose, leishmaniose tegumentar americana (LTA), leishmaniose visceral (LV), acidentes por animais peçonhentos, doença de chagas e febre maculosa. São doenças de notificação obrigatória ainda na suspeita, portanto, notificações não significam efetivamente casos confirmados, porém, necessitam de investigação antes da

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confirmação por critério clínico e laboratorial. Agravos agudos como acidente rábico e acidente por animais peçonhentos não entram neste critério, assim como LTA doença notificada apenas quando confirmada.

A Tabela abaixo demonstra não ocorrer variação muito grande no número de casos no Estado de Roraima, provavelmente por serem doenças endêmicas podemos observar uma tendência estacional dos agravos.

Tabela 51 – Freqüência por ano de agravos notificados confirmados

AGRAVOS NOTIFICADOS 2011 2012 2013 2014 2015 2016 B.57.1 DOENCA DE CHAGAS AGUDA 1 3 1 1 2 - A.77.9 FEBRE MACULOSA / RICKETTSIOSES - - - - - - A.98.8 HANTAVIROSE - - - - - - B.55.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA 277 559 667 548 622 192 B.55.0 LEISHMANIOSE VISCERAL 16 11 21 21 21 42 A.27.9 LEPTOSPIROSE - 03 05 04 01 - A.82.9 RAIVA HUMANA - - - - - 1 W.64 ATENDIMENTO ANTI-RABICO 1977 2252 2089 1708 2166 3411 X.29 ACIDENTE POR ANIMAIS PECONHENTOS 492 686 646 649 578 557

FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

Em 2016, ocorreram 557 acidentes com animais peçonhentos. Dentre os casos

ocorridos, a maioria ocorreu com homens, na faixa etária produtiva e os acidentes estavam relacionados ao contato com serpentes do gênero botrópico. A distribuição geográfica do agravo é maior nas áreas indígena, em função da relação mais estreita dos indígenas com os animais.

Quanto aos atendimentos antirrábicos, foram notificados 3.411, no mesmo ano, sendo que um desses acidentes desencadeou a raiva humana, infecção relacionada ao contato do homem com gato infectado pelo vírus rábico, cujo paciente evoluiu para óbito (BENEDETTI et al., 2017).

A notificação do atendimento anti-rábico foi incluída no SINAN em 2000, e no período de 2000 a 2015 foram notificados 22.982 atendimentos antirrábico humano devido acidente por animal potencialmente transmissor da raiva em Roraima. Entre 2000 a 2006 ocorreram 4.701 atendimentos e a partir de 2007 houve aumento dessas ocorrências com o registro de 18.281 atendimentos, uma média de 2.000 atendimentos por ano. Nesse período 51,2% dos atendimentos ocorreram em estudantes, seguido de dona de casa com 12% e aposentado/pensionista com 7,1%. Quanto à espécie do animal agressor há um predomínio absoluto das agressões por cães em 91,5% das ocorrências, seguido pelos felinos com 5,8% e morcego com 0,9%. Em 2015 o número de agressões alcançou 2.165 com uma incidência de 428,15 por 100 mil habitantes, mostrando alta ocorrência de acidentes com animais domésticos e/ou silvestres potencialmente transmissores de raiva, e necessidade de alta cobertura

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vacinal antirrábica em animais domésticos para prevenir a raiva animal e conseqüentemente a raiva humana (BENEDETTI; TAMLOC, 2017b).

Observa-se que houve um aumento de casos de LV em 2016 sob os anos anteriores, isso se deve as ineficiências das ações nas áreas indígenas do estado. Não houve confirmação de casos de doenças de chagas aguda, febre maculosa, hantavirose e leptospirose. Tabela 52 - Número de atendimentos antirrábicos por município

MUNICÍPIO 2015 2016 Alto Alegre 114 66 Amajarí 13 22 Boa Vista 1.820 2.834 Bonfim 20 42 Cantá 0 2 Caracaraí 16 87 Caroebe 11 27 Iracema 1 15 Mucajaí 70 148 Normandia 13 30 Pacaraima 14 28 Rorainópolis 49 91 São João da Baliza 6 1 São Luiz 0 6 Uiramutã 19 12 TOTAL 2.166 3.411

FONTE: Tabwin/SINAN/DEPID

3.12.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA)

No ano de 2015 foi notificado, segundo município de infecção, 622 casos de LTA, enquanto em 2016 foram notificados 192 casos.

O município de Boa Vista e Caroebe, no ano de 2015, foram os municípios com maior número de casos, 127 e 119 respectivamente, enquanto, Boa Vista e Pacaraima apresentaram maior número de casos em 2016, 65 e 53 respectivamente. Caroebe e os municípios do sul do Estado apresentavam grande número de casos de LTA devido à presença dos vetores, a expansão da área urbana para as regiões de floresta, aos assentamentos associados à exploração desordenada da floresta, derrubada de matas para construção de vicinais, instalação de povoados, extração de madeira, desenvolvimento de atividades agropecuárias, atividades de caça e pesca - padrão relacionado ao processo migratório, ocupação de áreas de matas secundárias ou residuais. Porém no final de 2015 os assentamentos cessaram e os assentados começaram a migrar para as áreas urbanas em virtude da falta de estrutura das vicinais. Em áreas endêmicas como as do Estado de Roraima, a diminuição do contato das pessoas com o vetor gera diminuição do número de casos da doença.

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Tabela 53 - Número de casos de LTA por município de infecção no ano de 2015 e 2016

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 09/01/2017.

É importante ressaltar que Boa Vista não apresenta casos autóctones, os

dados representam que muitos pacientes do interior preferem realizar o tratamento na capital apesar do tratamento está disponível em todos os municípios.

Figura 62 - Número de casos de LTA por faixa etária no ano de 2016 Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 09/01/2017.

De acordo com o gráfico acima, a maior parte dos casos de LTA acometem

pessoas da faixa etária entre 20 e 49 anos, 55,72% de todos os casos notificados em 2016. O sexo masculino é responsável por 78,6% das notificações.

Em relação aos casos autóctones de LTA o Estado registrou, no ano de 2016, a média de 27,38 casos autóctones por 100.000 habitantes. Vale ressaltar o município de Pacaraima que registrou o coeficiente de 565,47 casos por 100.000 habitantes, seguido de Caroebe com 189,19 casos.

12

10

7

21

10-14 15-19 20-34 35-49 50-64 65-79

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO 2015 2016

Alto Alegre 31 5 Amajarí 15 4 Boa Vista 127 65 Bonfim 24 9 Cantá 6 11 Caracaraí 5 3 Caroebe 119 14 Iracema 13 1 Mucajaí 12 0 Normandia 0 0 Pacaraima 100 53 Rorainópolis 88 12 São João da Baliza 42 1 São Luiz 15 0 Uiramutã 25 14 Total 622 192

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Tabela 54 - Coeficiente geral de detecção de casos de LTA no ano de 2016 por município por 100.000 habitantes em Roraima

MUNICÍPIO DE INFECÇÃO Nº. DE CASOS AUTÓCTONES LTA

POPULAÇÃO TOTAL MUNICÍPIO

COEFICIENTE DE DETECÇÃO/100.000 HAB.

Alto Alegre 3 14.562 20,60 Amajarí 3 7.980 37,59 Boa Vista 5 260.930 1,92 Bonfim 9 10.604 84,87 Cantá 7 11.638 60,15 Caracaraí 1 18.789 5,32 Caroebe 14 7.400 189,19 Iracema 1 6.118 16,35 Mucajaí 51 13.017 0,00 Normandia 9 7.403 0,00 Pacaraima 1 9.019 565,47 Rorainópolis 9 25.714 35,00 São João da Baliza 113 5.945 16,82 São Luiz 3 5.922 0,00 Uiramutã 3 7.742 116,25 Total 232 412.780 27,38

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 09/01/2017.

3.12.2 LEISHMANIOSE VISCERAL (LV)

O número de casos confirmados de LV em 2016 aumentou muito em 2016.

Foram registrados 21 casos em 2015 e 44 casos em 2016. O número de animais positivos aumentou nas áreas indígenas principalmente no município de Uiramutã. As ações profiláticas de borrifação das residências precisam ser realizadas pelos DSEIs nas comunidades, assim como a eutanásia dos cães positivos. Os dados do SINAN demonstram que os DSEIs não estão realizando as ações.

O NCZ tem monitorado constantemente a ocorrência de casos de LTA e LV, por município de notificação, e realizado a distribuição de medicamento de acordo com a necessidade de cada município. A distribuição do medicamento é realizada por paciente, impedindo dessa forma a sub-notificação de LTA. Infelizmente, a medicação ainda é dada ao paciente apesar dos esforços do NCZ em capacitar os profissionais de saúde para que conheçam a importância de ser aplicada sempre em uma Unidade de Saúde.

As dificuldades encontradas continuam sendo a rotatividade dos profissionais da Unidade de Notificação dos Municípios, que compromete a qualidade das notificações; a dificuldade em trabalhar com os Distritos de Saúde Indígena que insistem em não notificar e não encerrar os casos em tempo oportuno, comprometendo a meta estadual.

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Tabela 55 - Número de casos confirmados de LV por município de infecção dos anos de 2015 e 2016

MUNICÍPIO 2015 2016 Alto Alegre 0 0 Amajari 0 0 Boa Vista 20 44 Bonfim 0 0 Cantá 0 0 Caracaraí 0 0 Caroebe 0 0 Iracema 0 0 Mucajaí 0 0 Normandia 0 0 Pacaraima 1 0 Rorainópolis 0 0 São João da Baliza 0 0 São Luiz 0 0 Uiramutã 0 0 Total 21 0

Fonte: NCZ – Núcleo de Controle de Zoonoses - SINAN / Tabwin – 09/01/2017.

3.12.3 ACIDENTE POR ANIMAL PEÇONHENTO As notificações nem sempre são feitas no local de ocorrência do acidente. Tabela 56 - Notificações e ocorrências de acidentes por animais peçonhentos por município. Roraima, 2015 e 2016

MUNICÍPIOS 2015 2016

NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA NOTIFICAÇÃO OCORRÊNCIA Alto Alegre 123 120 71 71 Amajarí 39 38 28 27 Boa Vista 254 266 269 262 Bonfim 5 5 10 9 Cantá 0 0 0 0 Caracaraí 12 12 13 12 Caroebe 10 10 10 10 Iracema 11 11 5 5 Mucajaí 19 19 42 42 Normandia 3 3 6 6 Pacaraima 17 18 15 13 Rorainópolis 5 5 14 14 São João da Baliza 8 8 10 10 São Luiz do Anauá 8 8 6 6 Uiramutã 20 19 31 30

Fonte: TabWin

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Em 2015 foram notificados 585 casos de acidentes por animais peçonhentos, enquanto 2016 ocorreram 550 notificações. O perfil dos acidentados, comparando 2015 com o ano anterior, é definido pela maior ocorrência entre homens, na faixa etária de 20 a 49 anos nos dois períodos citados. Dentre os acidentes ocorridos a maioria é por serpente, do gênero Bothrops (jararacas), tanto em 2015 quanto 2016.

A Tabela 57 nos mostra a incidência dos animais causadores pelos acidentes. Tabela 57- Acidentes com animais peçonhentos, conforme tipo de acidente. Roraima, 2015 e 2016

TIPO DE ACIDENTE 2015 2016 Ign/Branco 02 08 Serpente 392 29 Aranha 25 95 Escorpião 81 11 Lagarta 4 78 Abelha 48 24 Outros 33 542 Total 583 305

Fonte: TabWin

O gênero de serpente que mais causam acidente em nosso estado é o

botrópico, como podemos observar no quadro acima. Tabela 58 - Acidente com animal peçonhento conforme gênero de serpente. Roraima, 2015 e 2016

SERPENTE 2015 2016 Ign/Branco 2 8 Botrópico 392 305 Crotálico 25 29 Elapídico 81 95 Laquético 4 11 Não Peçonhenta 48 78 Total 33 24

Fonte: TabWin

O sexo masculino é mais afetado por estes acidentes, em sua maioria na faixa

etária compreendida entre 20 a 49 anos. Todos os agravos relacionados ao NCZ possuem como rotina ações de

prevenção, controle e monitoramento do número de casos. O Estado de Roraima notificou o primeiro caso confirmado de Raiva Humana. Dessa forma, devido à constatação da circulação do vírus no Estado será necessário intensificar as medidas de prevenção e controle desse vírus, visando impedir a disseminação da Doença neste Estado.

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Tabela 59 - Acidente com animal peçonhento conforme sexo e faixa etária. Roraima, 2015 e 2016

ANO 2015 2016 FX ETÁRIA SINAN MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO

< 1 ano 5 5 12 6 1 a 4 10 13 15 13 5 a 9 20 17 33 25 10 a 14 36 26 45 27 15 a 19 54 21 47 23 20 a 34 121 49 98 43 35 a 49 80 44 83 31 50 a 64 42 23 32 9 65 a 79 13 3 10 3 80 e + 0 1 1 0 Total 381 202 376 180

Fonte: TabWin

No ano de 2015 foi notificado 1 óbito, em quanto que, em 2016 foram

notificado 4 óbitos, todos ocorridos por picada de serpente. Tabela 60 - Acidente com animal peçonhento conforme evolução do caso. Roraima, 2015 e 2016

EVOLUÇÃO 2015 2016 Ign/Branco 38 65 Cura 545 480 Óbito 1 4 Óbito por outra causa 1 0 Total 585 550

Fonte: TabWin

Considerações finais

O Programa da raiva terminou o ano com déficit de técnicos municipais, pois muitas prefeituras não deram continuidade às equipes de zoonoses da gestão anterior. Dessa forma o Núcleo terá que capacitar novamente os novos técnicos municipais de zoonoses, além de ter que realizar a suplementação das campanhas antirrábicas animais do ano de 2016.

Em relação ao Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos verificou-se que o número de acidentes diminuiu em relação a 2015. Todos os municípios estão sensibilizados para notificar esses casos, mas há uma necessidade de capacitar os profissionais em relação ao preenchimento correto de todos os campos da ficha de notificação, assim como é necessário orientar médicos e enfermeiros em relação à identificação do animal peçonhento de forma a se utilizar corretamente a medicação específica. A maior dificuldade é o desabastecimento de soros antivenenos por parte do Ministério da Saúde.

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O programa de Leishmanioses (LTA e LV), devido à mudança no protocolo de diagnóstico de Leishmaniose Visceral Canina, agora realizado por meio de teste rápido (TR DPP), todos os municípios foram treinados para a utilização desta nova metodologia.

Foi dado início a campanha de chipagem de cães e gatos visando o controle e a posse responsável desses animais. Esperamos que esse trabalho traga grandes benefícios para Boa Vista, como por exemplo a diminuição dos acidentes causados por esses animais nas ruas do município. 3.13 TRACOMA

Estimativas globais da OMS, apontam a existência do tracoma em 59 países. São aproximadamente 21 milhões de pessoas com tracoma ativo, 8,2 milhões com triquíase tracomatosa (TT) e 1,3 milhão de cegos devido ao tracoma (BRASIL, 2014d).

Em 2008, em Genebra, na reunião da Aliança Global da OMS para Eliminação do Tracoma como Causa de Cegueira foi recomendo medidas para a eliminação do tracoma como causa de cegueira até o ano 2020 (BRASIL, 2014d).

O Governo brasileiro se propôs a realizar a tarefa até o ano de 2020, e entre as estratégias estão: (1) a realização de busca ativa de casos de tracoma em 10% da população de escolares da rede pública do 1° ao 5° ano do ensino fundamental dos municípios prioritários integrantes da região, (2) realizar tratamento dos casos positivos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) e de seus contatos, (3) busca ativa dos casos de TT na população maior de 14 anos, (4) e encaminhamento dos casos de TT para a realização de cirurgia (BRASIL, 2014d).

Os indicadores epidemiológicos para obtenção da certificação de eliminação do tracoma como causa de cegueira junto a OMS são: menos de um caso de TT por 1.000 habitantes; e menos de 5% de Tracoma Inflamatório (TF e/ou TI) em crianças menores de 10 anos de idade em todos os municípios (BRASIL, 2014d).

O tracoma apesar de não ser uma doença de notificação compulsória é uma doença de interesse para a saúde pública por apresentar alta prevalência e causar deficiência visual e cegueira em grande parte dos países subdesenvolvidos (RORAIMA, 2014).

Dados do último inquérito de prevalência da doença em escolares, realizado entre 2002 e 2008 em 27 estados do Brasil, em 1.514 municípios amostrados ( com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M - menos que a média nacional), mostraram que o tracoma, em sua forma transmissível, apresenta prevalência em torno de 5%. Em 37,6% dos municípios amostrados foram encontrados coeficientes acima de 5%, o que é considerado pela OMS como parâmetro indicativo de que a doença não atingiu as metas de eliminação enquanto causa de cegueira (BRASIL, 2014d).

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114

O Programa de Controle do Tracoma foi implantado em Roraima no final de 2001, e as primeiras ações de estruturação e pesquisas começaram em 2002 com a realização do inquérito em escolares de Boa Vista. Foram examinados 1.028 escolares e diagnosticados 81 casos de tracoma inflamatório (TF e/ou TI) com a prevalência de 7,87% (RORAIMA, 2014)

Em 2003 o inquérito em escolares foi realizado em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) nos municípios de Alto Alegre (17 casos), Amajarí (5), Bonfim (56), Cantá (35), Caracaraí (28), Caroebe (11), Iracema (26), Mucajaí (18), Normandia (11), Pacaraima (3), Rorainópolis (39), São João da Baliza (21), São Luiz (11) e Uiramutã (8), correspondendo 93,3% (14/15) dos municípios, incluindo escolas indígenas, e revelaram taxas de prevalência média no estado de 4,34% (289 diagnósticos/6.650 examinados) com taxas de detecção variando de 1,12% a 12,7% (RORAIMA, 2014). Os municípios de Bonfim e São João da Baliza apresentaram as maiores taxas de detecção (BRASIL, 2007).

No período de 2002 a 2015 foram examinados 38.453 escolares da rede pública do 1º ao 5º ano do ensino fundamental do Estado de Roraima, além de contatos domiciliares e funcionários das escolas. Foram diagnosticados 5.379 casos de tracoma com a prevalência acumulada no período de 13,98% (BENEDETTI; SILVA; SAZASAKI, 2015). Esses dados apontam que a taxa de detecção do tracoma em Roraima está muito acima da média nacional para o período de 2007- 2014, igual a 4,3% (BRASIL, 2014a).

Em 2015, o programa do tracoma no estado intensificou suas ações com capacitação em vigilância epidemiológica do tracoma para as secretarias municipais de saúde (SMS) e estabelecimentos de saúde da capital e interior, realizou reunião com todas as ESF do estado para divulgação do programa e realização de busca ativa de TT na comunidade. Foram realizadas ações de busca ativa do tracoma em sete municípios (46,66%), examinadas 7.122 pessoas (incluídos inquéritos realizados nos DSEIs Leste e Yanomami) e confirmados 632 casos de tracoma (BENEDETTI; SILVA; SAZASAKI, 2015). Tabela 61 - Prevalência do tracoma entre os escolares por município. Campanha do Tracoma em Roraima, 2015

Município População N° de escolares

matriculados (1° ao 5° ano)

N° e Proporção de escolares

pactuados para a campanha

N° de alunos examinados

para o tracoma

Casos de

traco-ma

Prevalência do tracoma

(%)

N° % Boa Vista 320.714 42.940 6.732 15,21 3.811 240 6,29 Bonfim 11.739 1.685 604 35,84 246 35 14,22 Iracema 10.320 905 885 46,40 617 33 5,34 Pacaraima 11.908 958 702 73,27 241 41 17,04 Rorainópolis 27.288 2.458 1.726 71,27 528 77 14,58 Roraima 505.665 95.133 10.012 10,52 5.443 426 7,82

Fonte: BENEDETTI et al, 2015c.

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115

Nesse ano foi realizado ainda a campanha entre os escolares da rede pública do 1° ao 5° ano do ensino fundamental dos municípios de Boa Vista, Bonfim, Iracema, Pacaraima e Rorainópolis com o objetivo de examinar 10% desses escolares. Dos 5.443 escolares examinadas foram diagnosticados 426 casos de tracoma. A prevalência variou de 5,34% em Iracema a 17,04% em Pacaraima (Tabela 61).

No estudo sobre a correlação entre a prevalência do tracoma e o IDM-M em Roraima no período de 2002 a 2015 os municípios foram divididos em dois grupos de acordo com o IDH. No grupo 1 ficaram os municípios com IDH-M < 0,600, o que é considerado como um baixo (<0,600): Uiramutã com IDH-M e prevalência de 0,453 e 38,07%, respectivamente, Amajarí (0,488/22,65%), Alto Alegre (0,542/ 10,97%), Iracema (0,582/4,73%) e Normandia (0,594/8,57%). No grupo 2 ficaram os municípios com IDH-M médio (0,600 a 0,699): 0Mucajaí (0,665/2,73%), São João da Baliza (0,655/9,9%), Pacaraima (0,650/17,59%), São Luiz (0,649/51,56%), Caroebe (0,639/72,52%), Bonfim (0,626/11,19%), Caracaraí (0,624/33,35%), Rorainópolis (0,619/8,76%) e Cantá (0,619/76,25%) e o resultado demonstrou associação moderada, inversamente proporcional e estatisticamente significativa entre a taxa de detecção do tracoma e o IDH-M (p<0,05) (BENEDETTI; SILVA,2016).

Em Roraima, no período de 2002 a 2016, 45.335 pessoas foram examinadas e 6.140 casos foram diagnosticados, na maioria TF.

Tabela 62 – Número de pessoas examinadas, número de casos positivos e proporção de casos positivos de tracoma entre os examinados. Roraima, 2002 a 2016 Indicadores 2002 2003 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Pessoas examinadas (N)

1.028 6.650 2.252 598 1.367 2.856 3.829 1.037 6.045 5.941 7.122 6.610

Casos positivos (N)

81 289 268 212 523 264 1.191 259 661 1.010 632 750

Proporção de casos positivos (%)

7,87 4,34 11,90 35,45 38,25 9,24 31,10 24,97 10,9 17,0 8,88 11,34

Fonte: SINAN 2017 e Relatórios do Núcleo de Controle do tracoma/DVE/CGVS/SESAU/RR.

Em 2016, houve no Estado de Roraima inquérito/campanha em dez municípios, representando 66,67% (10/15) , um aumento de 20% no número de municípios que realizaram a campanha/inquérito. Foram examinadas 6.610 pessoas e confirmados 750 casos, Alto Alegre (188), Amajarí (132), Boa Vista (65), Bonfim (13), Cantá (09), Caracaraí (39), Iracema(25), Pacaraima (46), São Luiz( 106), Uiramutã (127), com a prevalência de 11,34%( 750/6610) para o estado. Esses indicadores epidemiológicos demonstram que Roraima necessita de uma ação efetiva de busca ativa, monitoramento, tratamento e avaliação do pacientes diagnosticados com tracoma.

Em Roraima devido à alta prevalência o tracoma deve permanecer como diagnóstico diferencial de conjuntivite folicular crônica em crianças e adolescentes, e

Page 116: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

116

para obtenção da certificação de eliminação do tracoma como causa de cegueira (RORAIMA, 2015).

Figura 63 - Número de casos de tracoma em Roraima, 2002 a 2016 Fonte: SINAN 2017. Relatórios do Núcleo de Controle do Tracoma/DVE/CGVS/SESAU/RR e Relatório Anual de Roraima de 2014.

Neste contexto, destacamos a necessidade de capacitação dos profissionais da

ESF de todos os municípios para o diagnóstico do tracoma, o que possibilitará a detecção e tratamento. A participação da Atenção Primária de Saúde é fundamental para a vigilância e o controle do tracoma com vistas a sua eliminação como causa de cegueira. A ESF adotada na política de atenção do Sistema Único de Saúde constitui-se em poderosa estratégia de acesso das populações mais vulneráveis, identificando áreas geográficas de maior risco, contribuindo para um melhor acesso ao tratamento e às ações educativas de promoção e de prevenção de doenças (BRASIL, 2014d).

Por outro lado à intensificação das ações preventivas referentes às vias de transmissão mais eficazes que são a melhoria das condições de saneamento básicas, incluindo-se o controle dos vetores, melhorias da habitação, do acesso à água, do destino adequado dos dejetos e da qualidade de vida da população, por meio de articulação com os setores de saneamento e ambiental são fundamentais (BRASIL, 2014d).

Uma grande dificuldade encontrada pelos serviços de atenção à saúde deve-se ao pouco conhecimento da ocorrência, da freqüência e da distribuição da doença por parte dos gestores e dos profissionais de saúde. Diante desta necessidade, é fundamental a sensibilização dos gestores e a capacitação dos profissionais de saúde. As equipes de vigilância epidemiológica e de atenção básica devem atuar, de forma integrada, para a adoção de medidas de prevenção e controle com vistas ao controle e à eliminação da doença como causa de cegueira (BRASIL, 2014d).

2002 2003 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Examinados 1028 6650 2252 598 1367 2856 3829 1037 6050 5941 7122 6610

Tracoma 81 289 268 212 523 264 1191 259 661 1.01 632 750

010002000300040005000600070008000

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117

3.14 DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS – NCDANTS 3.14.1 PROJETO VIDA NO TRÂNSITO

O Projeto Vida no Trânsito (PVT) faz parte da iniciativa internacional denominada ‘Road Safety in Ten Countries’ (RS 10), formada por um consórcio das seguintes instituições: OMS; OPAS; Association for Safe International Road Travel(ASIRT); EMBARQ; Global Road Safety Partnership (GRSP); Johns Hopikins Bloomberg School of Public Health (JHU); World Bank Global Road Safety Facility (GRSF); e Bloomberg Philanthropies, 5 esta que é uma das instituições financiadoras do projeto juntamente com os recursos próprios dos países. Essa iniciativa está presente em dez países no mundo – Federação Russa, China, Turquia, Egito, Vietnam, Camboja, Índia, Quênia, México e Brasil.

Do total de vítimas fatais no trânsito mundial, 62% ocorrem em dez países na seguinte ordem de magnitude: Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Brasil, Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito (Organização Mundial da Saúde – OMS 2009).

O comprometimento do Governo Brasileiro em desenvolver o Projeto no país tem como propósito enfrentar a grave situação dos acidentes de trânsito, descrita anteriormente, a partir de ações nacionais, estaduais e municipais, procurando desenvolver e aprimorar estratégias de segurança no trânsito bem sucedidas, possíveis de serem apropriadas pelos municípios e Estados. O Projeto é mais uma estratégia dentro do conjunto de intervenções que farão parte do Plano Nacional da Década de Ações de Segurança.

Vias Seguras <[email protected]>

Figura 64 - Roraima, mortos em acidentes de trânsito, 2002 a 2015 No Brasil a implantação do Projeto Vida no Trânsito (PVT) deu-se através da

Portaria Interministerial nº 2.268, de 10/08/2010, sendo o Ministério da Saúde o responsável pela coordenação dessa comissão, com dois fatores de risco prioritários

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dessa comissão: velocidade e álcool. Em 2011, foi registrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) um total de 43.256 óbitos por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT). Desse total, 82,3% foram homens e entre estes, 38,8% se encontrava na faixa de idade de 20 a 39 anos. (Epidemiol. Serv. Saúde, Brasilia, 2013) www.paho.org/.../index.php?...opas...projeto-vida-no-transito/ Fonte: Ministério da Saúde/Adriano Schimit

Fontes do Ministério da Saúde (43.075 óbitos e 201.000 feridos hospitalizados em 2014) e o Seguro DPVAT (em 2015, 42.501 indenizações por morte e 515.751 por invalidez).

A Figura abaixo mostra a evolução do número de óbitos registrados pelo Ministério da Saúde de 2004 a 2015, com aumento de 1,9% no último ano. Comparação com outros dados

A Seguradora Líder, entidade gestora do seguro obrigatório DPVAT, fornece estatísticas referentes às indenizações pagas por morte.

Também, até 2006, o DENATRAN publicou Anuários Estatísticos a partir dos Boletins de Ocorrência estabelecidos pela Polícia.

A Figura abaixo mostra a comparação entre os dados provenientes destas três fontes:

Figura 65 - Roraima, mortos em acidentes de transito, 2002 a 2013

Nesta Figura, a curva "DPVAT" representa o número de indenizações pagas cada ano. Isto não corresponde ao número de óbitos ocorridos no ano, pois certos processos de indenização podem levar vários anos. A forma irregular da curva traduz unicamente a evolução dos processos administrativos de indenização, sem nada a ver com a evolução do número de ocorrências.

Page 119: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

119

Figura 66 - Roraima, mortos em acidentes de trânsito, 2002 a 2015

Ao contrário, a curva "DATASUS" representa o número de óbitos registrados

pelo Ministério da Saúde cada ano. A Figura mostra que, no período 2002-2015, o número de mortos no trânsito,

indenizados pelo DPVAT, foi superior ao número registrado no âmbito do Sistema Único de Saúde. Entre 2002 e 2014, a diferença foi, em média, de 30%. Dados sobre os mortos e feridos graves

A Figura abaixo mostra a evolução, de 2002 a 2015, de dois indicadores

referentes aos feridos que sofreram lesões graves:

Figura 67 - Estatísticas nacionais: mortos em acidentes de trânsito.

A curva "DATASUS" representa o número de pessoas que foram internadas em hospital em decorrência de acidentes de trânsito.

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120

Figura 68 - Estatísticas nacionais: feridos graves em acidentes de trânsito. A curva "DPVAT" representa o número de pessoas que foram indenizadas por

invalidez permanente cada ano. Isto não corresponde ao número de lesões ocorridas no ano, pois certos processos de indenização podem levar vários anos. A grande diferença entre as ordens de grandeza dos números de indenizações antes e depois 2007 pode se dever a uma maior facilidade de acesso ao seguro a partir daquele ano.

Estes dois indicadores têm a ver com a gravidade das lesões, porém os valores dos últimos anos são tão diferentes que não é possível tirar deles, diretamente, uma avaliação do número de feridos graves. Uma análise comparativa mais detalhada seria necessária.

Estatísticas do Seguro DPVAT

O DPVAT indenizou, em média, 52.000 sinistros de morte de 2002 a 2015. Este número passou a 42.501 em 2015.

O número de indenizações por invalidez permanente cresceu de forma explosiva a partir de 2004, chegando a 595.693 em 2014 e diminuindo em 2015 para 515.757.

Em 2015, os três números de indenizações - por morte, por invalidez permanente e por despesas médicas – diminuíram significativamente.

No ano de 2016 as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT registraram redução de 33% ante o ano de 2015. Os casos de Invalidez Permanente, apesar de representarem a maioria das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT no período (80%), registraram redução de 33% ante o mesmo período de 2015. Fonte: www.vias-seguras.com

Page 121: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

121

Estatísticas de acidentes em Boa Vista

Em Boa Vista, Roraima o projeto surgiu em 2012, com objetivo de fortalecer as ações de segurança no Trânsito e reduzir os índices de óbitos em acidentes. Um dos pontos do PVT, é a qualificação das informações, identificando os fatores de risco e pontos críticos de maior ocorrência de acidentes.

Mesmo com as intensas campanhas de conscientização e maior rigor da fiscalização, o número de acidentes em Roraima ainda é preocupante. Conforme o setor de estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), de janeiro a junho do ano de 2015, o número de acidentes de trânsito sofreu um aumento de 19% em relação ao mesmo período do ano de 2014.

De acordo com a autarquia, no primeiro semestre de 2015, foram contabilizados 2.342 acidentes em todo o Estado. No mesmo período do ano de 2014, foram registrados 1.966. Apesar disso, houve diminuição de mortes no trânsito. No primeiro semestre de 2014, foram totalizadas 95 mortes, e em 2015, foram 85 mortes. Uma queda de 10,5% no número de óbitos. Fonte:folhabv.com.br/noticia/Roraima-registra-aumento-no-numero-de-acidentes-de-transito/10612

Conforme dados repassados pelo Departamento Estadual de Trânsito de Roraima (Detran-RR), com base em informações do Instituto Médico Legal (IML), de janeiro a setembro de 2015 foram registradas 124 mortes causadas por acidentes de trânsito. Já em 2016, até setembro, foram 95.

Comparando 2015 com 2016, houve uma redução de 23,4% das mortes violentas no trânsito, o levantamento mostra ainda que as principais vítimas são os motociclistas. De janeiro a setembro de 2015, foram registrados 48 casos. Já em 2016, até setembro, foram 39, o que significa uma redução de 18,8%. Fonte: roraimaemtempo.com Avaliação do número de mortos no trânsito Detran: 146 mortos em 2011, 164 em 2012, 188 em 2013;

Ministério da Saúde (DATASUS), óbitos ocorridos no Estado: 135 em 2011, 149 em 2012, 152 em 2013; 146 em 2014 e 160 em 2015.

DPRF, mortos nas rodovias federais do Estado: 35 em 2011, 28 em 2012; SIM/DVE/CGVS/SESAU-RR: 135 mortes por acidente de transporte em 2010,

138 em 2011, 153 em 2012, 162 mortes em 2013, 154 em 2014, 176 em 2015 e 102 em 2016. Fontes: DETRAN, DATASUS, DPRF, SIM.

Page 122: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

122

Figura 69 - Roraima, morte em acidentes de trânsito, 2002 a 2015 Fonte: www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_nacionais; Detran/Roraima; SIM.

Figura 70 - Proporção de acidentes de transporte por município de residência. Roraima, 2010 a 2016 Fonte: SIM

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Uiramutã 0,5 0 0,6 0 0 0,6 0

São Luiz 0,7 0 0,6 1,2 2,6 1,2 0,9S.J.Baliza 0 0 0,6 0,6 2,6 1,2 0,9Rorainópolis 4,4 5 9,8 6,1 10,4 7,3 2,8Pacaraima 4,4 0,7 0,6 0 1,3 1,2 0Normandia 0,7 1,4 0 0 1,3 1,8 1,9

Mucajaí 0,7 2,9 3,9 1,8 3,2 5,5 0,9Iracema 5,9 2,1 0,6 0,6 2,6 3 1,9

Caroebe 0,7 0 0,6 0,6 0,6 2,4 0,9Caracaraí 3,7 3,6 5,2 5,5 3,2 4,2 3,7Cantá 3 6,5 6,5 1,8 3,2 3,6 8,4Bonfim 2,2 2,9 3,26 0,6 3,2 4,9 0,9Boa Vista 68,6 71 62,7 75,9 63 59,5 72

Amajarí 0,7 2,1 1,3 1,2 0,6 1,8 2,8Alto Alegre 3,7 1,4 3,9 3,7 4,5 1,2 0,9

0102030405060708090

100

%

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123

Tabela 63 - População residente e frota de veículos registrada BOA VISTA, 2001 a 2016

Fonte: Elaborado pelo Setor de Estatística da SMST com dados do DENATRAN e (IBGE) Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN- 2016

Obs: *Estimativa do IBGE (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014,2015 e 2016).

ESPECIFICAÇÃO ANO

2001 2002 2003 2004 2005 2006* 2007* 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

POPULAÇÃO 208.514 214.541 221.027 236.319 242.179 249.655 249.853 260.930 266.901 284.258 290741 296.959 308.996 314.900 326.419 326.419

FROTA 40.207 45.390 51.602 56.639 60.546 66.754 77.656 88.281 99.316 112.724 124.235 134.915 145.678 156.708 166.867 153.723

MOTO 15.841 18.564 22.000 24.986 27.210 31.233 36.634 42.395 47.629 53.583 59.125 63.850 68.372 72.556 76.059 62.277

AUTOMÓVEL 20.655 22.142 24.133 25.671 26.258 27.384 29.695 31.742 35.991 41.202 45.008 48.794 52.974 57.494 61.828 60.989

CAMINHONETE 1.061 1.721 2.111 2.416 3.351 4.246 7.044 9.478 10.544 12.167 13.684 15.103 16.591 18.216 19.769 21.268

CAMINHÃO 1.800 1.898 2.084 2.160 2.183 2.196 2.350 2.404 2.545 2.724 2.909 3.068 3200 3.362 3.537 3.655

UTILITÁRIO 1 2 18 28 54 69 148 250 306 458 616 722 815 932 1.018 1.085

ÔNIBUS 169 246 275 299 349 366 397 505 527 585 622 641 678 746 822 836

MICRO-ÔNIBUS 126 135 160 171 182 204 232 267 308 337 360 394 435 470 492 498

OUTROS 190 224 242 224 222 245 269 275 401 489 638 968 1.105 1.252 1.416 3.115

Page 124: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

124

Figura 71 - Comparativo do crescimento anual da frota de veículos de Boa Vista, 2001 a 2016 Fonte: SINAN NET

Os dados de Roraima de acordo com a frequência de óbito segundo município de residência por acidente de transporte, aponta o município de Boa Vista com maior porcentagem, seguido por Cantá e Caracaraí.

Figura 72 - Comparativo do crescimento anual da frota de motos de Boa Vista, 2001 a 2016 Fonte: SINAN NET

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

REDUÇÃO

AUMENTO

FROTA

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

MOTO

Page 125: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

125

Figura 73 - Comparativo do crescimento anual da frota de automóveis de Boa Vista, 2001 a 2016 Fonte: Frota (DENATRAN) e organização SMST

Tabela 64 - Informações gerais e indicadores de trânsito município de Boa Vista, 2016 POPULAÇÃO1: 326.419 HABITANTES FROTA REGISTRADA2: 153.723 VEÍCULOS VEÍCULOS3: Motos 62.277 40,5% Automóveis 60.989 39,6% Caminhonete 21.268 13,8% Caminhão 3.655 2,3% Utilitário 1.085 0,7% Semi Reboque 964 0,6% Ônibus 836 0,5% Micro-Ônibus 498 0,3% Outros 3.115 2,0% Total 153.723 100% 1 O Município de Boa Vista concentra 63% da população do Estado de Roraima.1 O Município de Boa Vista concentra 88% da frota de veículos do Estado de Roraima. 1 Neste indicador as camionetas são agrupadas junto com os automóveis e as motonetas junto com as motocicletas em “Motos”. 3.14.2 REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL – RCBP

O Registro de Câncer de Base Populacional – RCBP constitui-se de uma ferramenta de vigilância e monitoramento das neoplasias. Tendo como objetivo:

1 O Município de Boa Vista concentra 63% da população do Estado de Roraima. 2 O Município de Boa Vista concentra 88% da frota de veículos do Estado de Roraima. 3 Neste indicador

as motocicletas em “Motos”.

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

AUTOMÓVELL

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126

coletar, analisar e classificar as informações de todos os casos novos de cânceres, a fim de produzir estatísticas epidemiológicas dos diferentes tipos de neoplasias dessas ocorrências em uma população definida.

No Brasil, há atualmente 27 (vinte e sete) RCBP implantados, esses registros representam uma importante fonte de informações sobre a incidência do câncer no Brasil. A partir dos dados gerados pelo RCBP, estima-se a incidência desta patologia por áreas geográficas, esses dados são encaminhados periodicamente via sistema para o Instituto Nacional do Câncer- INCA e Ministério da Saúde. Descrição do RCBP Roraima

Os registros de câncer são fontes imprescindíveis para o desenvolvimento de

pesquisas epidemiológicas e clínicas, como também para planejamento e avaliação das ações de controle. Os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) surgiram no Brasil em fins dos anos 1960 por iniciativas que buscavam a obtenção de informações sobre morbidade por câncer no país, como se verificava em diversas partes do mundo. No início dos anos 1980 surgia no INCA o primeiro Registro Hospitalar de Câncer (RHC) brasileiro.

Os RCBP produzem informações que permitem descrever e monitorar o perfil da incidência, enquanto os RHC reúnem informações que têm por finalidade a avaliação da qualidade da assistência prestada a pacientes atendidos em determinado hospital ou num conjunto de hospitais. Fonte: www1.inca.gov.br/situacao/arquivos/acoes_vigilancia.pdf)

O RCBP Roraima integra a rede de informações do Instituto Nacional do Câncer, todos os procedimentos desenvolvidos baseiam-se nas normas de padronização recomendadas pela IARC/OMS, cujos objetivos: I - Coleta ativa em todas as fontes de notificadoras do RCBP, nas quais serão identificados todos os tumores malignos diagnosticados no ano definido; II - Adotar condutas padronizadas conforme determinação do INCA/MS; III – Criar e executar relatórios operacionais e não operacionais; IV – Analisar as informações de forma integrada, de modo a contribuir para o planejamento, monitoramento e avaliação das ações oncológicas, bem como para a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis.

O RCBP notifica os casos de qualquer indivíduo residente em Roraima, com a confirmação e diagnóstico de neoplasia maligna por meio de exames anatomopatológicos, citológicos, hematológico, histológico, exploração cirúrgica, por imagem, exame clínico ou por outro meio diagnóstico com parecer médico, e casos de óbitos por câncer. Fontes de informações: Registros de Câncer de Base Populacional do Estado.

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Contribuição de Casos Definitivos por Fonte de Notificação Para que o registro de câncer de base populacional possa desenvolver e

cumprir suas atividades operacionais através da alimentação do sistema interligado com o Instituto Nacional do Câncer, é importante a colaboração das fontes notificadoras, para este registro. Temos como colaboradores o Centro de Atenção ao Paciente Oncológico, Centro de Referência da Saúde da Mulher, Hospital Coronel Mota, Hospital da Criança Santo Antônio, Hospital Geral de Roraima, Laboratório Central de Patologia Estadual, Laboratório de Cito Patologia Municipal, Laboratório de Citopatologia Estadual, Laboratório de Patologia e Análises Clinicas Lapac, Laboratório Nossa Senhora de Fátima, Registro Hospitalar de Câncer, Sistema de Informação de Mortalidade e Siscolo.

Características Gerais do Banco de Dados, a Base de Análise são Informações do Registro de Câncer de Base Populacional Tabela 65 – Distribuição de casos analíticos de tumores por topografia dos anos de 2006 a 2012 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 TOTAL COLO DO ÚTERO 288 296 418 263 40 98 282 1685 PELE 100 106 200 206 120 163 94 989 PRÓSTATA 27 35 77 56 44 66 63 368 MAMA 21 21 30 23 35 10 0 140 FÍGADO 11 13 0 0 0 0 0 24 RETO 10 0 0 0 0 12 0 22 PULMÃO 0 13 17 15 15 0 0 60 TIREÓIDE 0 11 0 13 0 0 0 24 ESTÔMAGO 0 24 18 0 19 22 0 83 NIC II 0 0 0 0 0 248 153 401 PÊNIS 0 0 0 0 0 15 0 15 OVÁRIO 0 0 0 0 0 12 0 12 TOTAL 457 519 760 576 273 646 592

Fonte: Registro de Câncer de Base Populacional

A Tabela acima indica a incidência de casos de câncer do colo do útero no

período de 2006 a 2012 no estado de Roraima. Verifica-se um alto índice de câncer do colo do útero no Estado.

No ano de 2005, o trabalho de busca ativa, análise de prontuários e mapeamento de novas fontes, continua sendo realizado com algumas dificuldades em relação ao acesso a essas informações, em virtude de sua complexidade.

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3.14.3 VIOLÊNCIA INTERPESSOAL E AUTOPROVOCADA

No Brasil e no mundo, o impacto da morbimortalidade por causas externas (violências e acidentes) constitui uma das maiores preocupações para chefes de Estado e dirigentes do setor saúde. O incremento da mortalidade por violências e acidentes, assim como do número de internações e de sequelas devido, principalmente, a homicídios, acidentes de transporte terrestre e quedas têm contribuído significativamente para a redução da expectativa de vida de adolescentes e jovens e da qualidade de vida da população. O fenômeno das violências e acidentes pode ser considerado endêmico em muitos países, entre os quais o Brasil, tornando-se um grave problema de saúde pública.

O MS, reconhecendo que as violências e os acidentes exercem grande peso social e econômico, em especial, sobre o Sistema Único de Saúde – SUS, e que as intervenções pautadas na vigilância, prevenção e promoção da saúde são fundamentais para o enfretamento desse problema, assumiu a responsabilidade de implantar, em 2001, a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.

Em 2006, as ações de prevenção de violências e acidentes e de promoção da saúde e cultura de paz foram priorizadas na Política Nacional de Promoção da Saúde. Para consolidar a implementação dessas políticas, especialmente no tocante à vigilância epidemiológica de violências e acidentes, o MS publica este Instrutivo para o preenchimento da Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, Sexual e/ou Outras Violências, cujo objetivo é subsidiar os profissionais de saúde e de outros setores que atuam nos serviços de atendimento às pessoas que sofreram ou que vivem em situações de violências para um preenchimento mais padronizado dessa ferramenta de coleta de dados. Secretaria de Vigilância em Saúde/MS 6 A Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências e seu Instrutivo para o preenchimento foram construídos em colaboração com gestores e profissionais de saúde do MS e de outras instituições governamentais das três esferas que compõem o SUS, de instituições de ensino e pesquisa e parcerias não governamentais.

Essa ficha é composta por um conjunto de variáveis e categorias que retratam as violências perpetradas contra si (violências autoprovocadas), contra outra pessoa ou contra grupos populacionais (violências interpessoais), conforme a definição de caso contida nesse instrutivo. Este instrutivo refere-se à Ficha de notificação/investigação individual de violência doméstica, sexual e/ou outras violências do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net. O aplicativo de entrada de dados no Sinan foi desenvolvido pelo Datasus/MS, no segundo semestre de 2008, em parceria com a Gerência Técnica do Sinan e com a Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes, e tem como objetivos específicos coletar, transmitir e consolidar dados gerados rotineiramente pela vigilância epidemiológica

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dos agravos de notificação compulsória, fornecendo informações para tomada de decisão e análise do perfil da morbidade da população nas três esferas de governo, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. A coordenação nacional das ações de promoção, prevenção e vigilância de violências e acidentes – Viva e do Sinan é de responsabilidade da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, do MS, por meio da Coordenação Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis – CGDANT, do Departamento de Análise de Situação em Saúde – Dasis e da Gerência Técnica do Sinan, da Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública – CGVR e do Departamento de Vigilância Epidemiológica – Devep, respectivamente. Essas ações são articuladas e desenvolvidas no âmbito do SUS com as secretarias de Saúde de estados e municípios. VIVA: Instrutivo da Notificação de Violência Doméstica, Sexual e outras Violências. Fonte:bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/viva_instrutivo_notificacao_violencia_domestica.pdf Comparativo do Crescimento Anual de Fichas de Notificações Compulsórias das Violências Interpessoais e Autoprovocadas em Boa Vista, 2009-2016

Figura 74 - Ficha de notificação compulsória interpessoal/autoprovocada Fonte: DANTS/DVE/CGVS/SESAU/SINAN

A vigilância de violências e acidentes tem o objetivo de subsidiar ações de enfrentamento dos determinantes e dos condicionantes das causas externas, que se tornaram objeto de vigilância e de prevenção em saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, sob a coordenação do Ministério da Saúde numa perspectiva intersetorial, priorizando-se os grupos em situação de vulnerabilidade, com base no direito à saúde e à vida, incentivando a formação de redes de atenção e proteção às pessoas vítimas

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de violências e acidentes, buscando, desta forma, garantir a atenção integral, a promoção da saúde e a cultura de paz.

Este monitoramento tem subsidiado a elaboração de políticas públicas e de ações de saúde que estão voltadas para o enfrentamento desses problemas. Fonte: portalsaude.saude.gov.br

Conforme mostra a Figura, após a intensificação das capacitações para o correto preenchimento das fichas de notificação compulsória no estado de Roraima, houve um aumento significativo nas notificações do ano de 2015 para 2016.

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4 MORTALIDADE

As informações sobre a mortalidade permitem saber o número de óbitos, a causa da morte, as condições da morte, entre outros indicadores de saúde, e permite ainda estabelecer atividades de vigilância epidemiológica de agravos determinados, análises de condições de vida a partir de indicadores de saúde, avaliação do impacto de ações de saúde, e tendências ao longo do tempo (RORAIMA, 2015). O perfil das causas de morte no Brasil tem mudado de forma importante nas últimas décadas. A transição epidemiológica e demográfica vem ocorrendo de forma acelerada. O envelhecimento populacional e a redução das causas de morte por desnutrição, doenças infecciosas e parasitárias, materno-infantil, além do crescimento acelerado das mortes por doenças crônicas e causa externa vêm delineando um novo cenário para a atuação da política pública (BRASIL, 2014a). A comparação do número de óbitos captados no SIM com os do Registro civil no período de 2009 a 2013 apresentaram uma diferença importante, evidenciada pela razão de 3,47 em 2009 com decréscimo no período, atingindo 1,29, em 2013. Vale ressaltar, que os registros do cartório civil foram informados por apenas um cartório da capital. Em 2016, a captação dos dados do registro civil foi por meio dos dados do IBGE e a razão SIM/registro civil foi de 1,13 a menor da série histórica da Tabela 66.

Tabela 66 – Número de óbitos informados no SIM e Registro civil e razão SIM/Registro civil -Roraima, 2009 a 2013 e 2015

ANO SIM REGISTRO CIVIL RAZÃO SIM/REGISTRO CIVIL DIFERENÇA 2009 1.601 580 2,76 1.021 2010 1.703 843 2,02 860 2011 1.663 730 2,27 933 2012 1.873 763 2,45 1.100 2013 2.024 749 2,70 1.275 2015 2.220 1955 1,13 265

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Cartório de registro civil até 2013. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. 4.1 INDICADORES DE MORTALIDADE

A taxa de mortalidade geral (TMG) mede o risco de morte por todas as causas em uma população de um dado local e período. A TMG inferior a 4 por mil habitantes indica precariedade na cobertura das informações de mortalidade. A padronização da taxa permite controlar ou isolar o efeito de determinadas características que esteja afetando comparação entre populações diferentes (BRASIL, 2014a). Em Roraima, no período de 1990 a 2016 a TMG por mil habitantes, permaneceu praticamente estável, acima de 4 por mil habitantes, variando de 4,10 por mil habitantes em 1990 para 4,32 por mil habitantes em 2016.

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Tabela 67 – Taxa de mortalidade geral de Roraima e Brasil, 1990 a 2016

ANO RORAIMA BRASIL

N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL HAB.)

TAXA DE MORTALIDADE (POR

MIL HAB.) 1990 855 203.977 4,19 - 1991 818 217.583 3,75 - 1992 769 225.939 3,00 - 1993 783 241.092 3,24 - 1994 935 251.792 3,71 - 1995 967 262.194 3,68 - 1996 1.029 247.131 4,16 - 1997 926 254.498 3,63 - 1998 1.095 260.701 4,20 - 1999 1.096 266.914 4,10 - 2000 1.265 324.397 3,89 6,67 2001 1.275 337.253 3,78 6,56 2002 1.232 346.866 3,55 6,44 2003 1.494 357.296 4,18 6,35 2004 1.503 367.701 4,08 6,27 2005 1.517 391.318 3,87 6,20 2006 1.594 403.340 3,95 6,14 2007 1.594 415.281 3,83 6,10 2008 1.544 412.783 3,74 6,07 2009 1.601 421.497 3,79 6,05 2010 1.703 450.479 3,78 6,03 2011 1.663 460.165 3,61 6,02 2012 1.873 469.524 3,98 6,03 2013 2.024 488.072 4,14 6,04 2014 2.036 496.936 4,09 6,06 2015 2.169 505.665 4,29 6,08 2016 2.220 514.229 4,32 -

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos à alteração). - Sem informação. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais). Taxa bruta de mortalidade por mil habitantes – IBGE. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013,2014 e 2015. Com relação ao número absoluto de óbitos houve o aumento de 159,6% no período passando de 855 óbitos em 1990 para 2.220 em 2016.

Na análise da mortalidade por município de residência no ano de 2016, Boa Vista concentrou 65,8% de todos os óbitos, seguido de Caracaraí e Rorainópolis com 4,7%, cada.

Os óbitos por grupos de causa segundo os capítulos da CID 10 estão na Tabela 68. Na Tabela 69 consta o número óbitos por local de ocorrência e chama a atenção que

20% dos óbitos ocorridos em 2016 são domiciliares.

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Figura 75– Taxa de mortalidade geral (por 1.000 mil habitantes). Roraima, 1990 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015. 4.2 MORTALIDADE POR MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

Tabela 68 - Número de óbitos por grupos de causas (capítulo CID10) e município de residência. Roraima, 2016 MUNICÍPIO GRUPOS DE CAUSAS SEGUNDO CAPÍTULOS DO CID 10 - 2016 TOTAL

I II III IV V VI IX X XI XII XIII XIV XV XVI XVII XVIII XX

RORAIMA 118 274 13 199 8 39 428 198 69 5 8 54 6 190 49 127 434 2.220

Alto Alegre 5 5 0 8 0 0 12 11 2 0 0 1 1 6 2 5 22 80 Amajarí 3 5 0 4 0 0 6 6 4 0 0 0 0 4 1 5 16 54

Boa Vista 72 211 6 147 5 30 296 125 47 3 6 37 1 115 28 74 259 1.462 Bonfim 4 3 2 3 0 0 9 5 2 0 0 1 0 6 5 4 8 52 Cantá 7 8 0 2 0 1 12 4 3 1 0 1 0 3 0 1 21 64

Caracaraí 5 6 0 8 0 1 15 9 7 0 1 3 3 8 1 9 29 105 Caroebe 0 1 0 1 0 1 8 1 0 0 0 3 0 1 0 3 7 26

Iracema 1 3 0 2 0 2 5 0 1 0 0 0 0 2 0 3 9 28 Mucajaí 6 10 1 6 1 0 16 3 1 0 0 3 1 5 1 2 12 68 Normandia 2 2 1 1 0 0 8 4 0 1 0 0 0 11 0 11 10 51

Pacaraima 5 2 0 4 0 3 5 5 0 0 0 1 0 5 1 6 1 38 Rorainópolis 3 10 3 7 0 1 20 13 0 0 1 1 0 13 7 1 24 104

São J Baliza 2 3 0 3 0 0 6 2 0 0 0 1 0 2 1 0 4 24 São Luiz 1 3 0 1 1 0 3 1 1 0 0 1 0 1 1 0 4 18 Uiramutã 2 2 0 2 1 0 6 9 1 0 0 1 0 8 1 3 8 44

Ignorado 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 LEGENDA:

I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo II. Neoplasias (tumores) XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár XIV. Doenças do aparelho geniturinário

IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas XV. Gravidez parto e puerpério V. Transtornos mentais e comportamentais XVI. Algumas afec originadas no período perinatal

VI. Doenças do sistema nervoso XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas IX. Doenças do aparelho circulatório XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat X. Doenças do aparelho respiratório XX. Causas externas de morbidade e mortalidade

XI. Doenças do aparelho digestivo Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos à alteração).

1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

TMG 4,19 3,68 3,89 3,87 3,95 3,83 3,74 3,79 3,78 3,61 3,98 4,14 4,09 4,29 4,32

3,2

3,4

3,6

3,8

4

4,2

4,4

Page 134: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

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Na distribuição dos óbitos por raça/cor observa-se que 12,9% são de indígenas correspondendo a 288 óbitos em 2016 (Tabela 70).

Tabela 69 - Número de óbitos por local de ocorrência segundo município de residência. Roraima, 2016 MUNICÍPIO HOSPITAL OUT EST SAÚDE DOMICÍLIO VIA PÚBLICA OUTROS IGN TOTAL RORAIMA 1.431 29 447 96 200 17 2.220 Alto Alegre 36 6 19 1 14 4 80 Amajarí 25 3 9 2 14 1 54 Boa Vista 1.017 16 272 59 95 3 1.462 Bonfim 28 0 13 2 9 0 52 Cantá 30 0 13 7 14 0 64 Caracaraí 57 0 29 4 12 3 105 Caroebe 15 0 6 4 2 0 27 Iracema 14 0 10 0 3 1 28 Mucajaí 49 0 6 3 7 3 68 Normandia 25 0 14 2 8 2 51 Pacaraima 22 0 11 2 3 0 38 Rorainópolis 60 2 26 7 9 0 104 São J Baliza 18 0 4 1 1 0 24 São Luiz 13 0 2 1 2 0 18 Uiramutã 21 2 13 1 7 0 44 Ignorado 1 0 0 0 0 0 1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos à alteração). - Sem informação.

O número de óbitos por município de residência do período de 1997 a 2016 está na Tabela 71.

Tabela 70 - Número de óbitos por raça/cor segundo município de residência. Roraima, 2016

MUNICÍPIO BRANCA PRETA AMARELA PARDA INDÍGENA NÃO INFORMADO TOTAL RORAIMA 377 84 4 1.306 288 161 2.220 Alto Alegre 6 2 0 20 49 3 80 Amajari 2 1 0 14 34 3 54 Boa Vista 295 52 3 979 38 95 1.462 Bonfim 2 0 0 16 25 9 52 Cantá 4 3 0 38 16 3 64 Caracaraí 17 3 0 59 20 6 105 Caroebe 2 3 0 17 2 3 27 Iracema 4 3 0 13 6 2 28 Mucajaí 15 2 0 36 9 6 68 Normandia 2 1 0 6 29 13 51 Pacaraima 5 0 0 10 21 2 38 Rorainópolis 13 8 0 73 3 7 104 São J Baliza 8 6 0 9 0 1 24 São Luiz 2 0 1 14 0 1 18 Uiramutã 0 0 0 1 36 7 44 Ignorado 0 0 0 1 0 0 1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/C.S/SESAU/RR. Dados até 31/12/2016 (sujeitos à alteração). - Sem informação.

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135

Tabela 71 – Número de óbitos por município de residência. Roraima, 1997 a 2016

MUNICÍPIO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Roraima 916 1.068 1.072 1.265 1.275 1.382 1.494 1.524 1.517 1.594 1.594 1.544 1.601 1.706 1.670 1.893 2.024 2.036 2.167 2.020 Alto Alegre 12 32 32 68 47 65 70 64 83 107 95 44 93 50 75 130 139 104 97 54 Amajarí 03 10 17 42 18 21 33 38 33 46 40 21 48 33 30 61 67 51 55 1.462 Boa Vista 774 738 751 813 887 935 948 987 944 993 1.035 1.020 1.052 1.132 1.097 1.201 1.270 1.270 1.400 52 Bonfim 11 27 15 31 25 19 44 29 38 55 42 35 38 40 34 27 50 59 51 64 Cantá 13 19 20 28 17 29 29 31 30 32 38 42 33 47 48 62 45 55 74 105 Caracaraí 20 42 43 59 60 53 60 57 51 57 65 64 61 65 65 74 84 94 103 27 Caroebe 03 14 14 08 13 16 24 20 19 24 26 26 27 28 39 34 34 28 32 28 Iracema 01 5 05 05 15 32 30 21 21 27 22 27 35 35 20 19 35 34 32 68 Mucajaí 26 36 38 47 46 58 49 50 56 49 47 42 60 53 61 51 85 73 53 51 Normandia 06 10 20 34 12 28 37 36 34 36 26 36 18 38 17 34 20 42 40 38 Pacaraima 09 11 22 26 15 28 43 46 40 42 25 48 25 42 47 42 39 35 42 104 Roiranópolis 19 24 30 43 55 46 36 49 66 53 68 60 49 61 72 89 76 91 108 24 São J Baliza 10 09 11 11 23 13 19 22 18 19 22 14 20 26 11 29 23 27 26 18 São Luiz 06 12 11 15 25 14 23 25 13 13 18 19 15 26 13 12 22 28 22 44 Uiramutã 03 03 10 33 15 24 45 49 71 40 25 44 26 30 39 28 35 44 32 54 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Em 2016 incluído um óbito com município ignorado. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013,2014 E 2015.

Page 136: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

136

Figura 76 – Proporção de óbitos por grupo de causa (CID10) e município de residência. Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração.

Alto Alegre Amajarí Boa Vista Bonfim Cantá Caracaraí Caroebe Iracema Mucajaí Normandia Pacaraima Rorainóp. S. J. Baliza São Luiz Uiramutã Roraima

Cauxas externas 27 29,6 17,7 15,4 32,8 27,6 26,9 32,1 17,6 19,6 2,6 23 16,7 22,2 18,2 19,5

Sint sinais e achad anorm ex clín e laboratório 6,2 9,2 5,1 7,7 1,5 8,6 11,5 10,7 2,9 21,5 15,8 0,9 0 0 6,8 5,7

Maldormações congênitas, deformid e anomalias cromossômicas 2,5 1,8 1,9 9,6 0 0,9 0 0 1,5 0 2,6 6,7 4,2 5,5 2,3 2,2

Algumas afecções origináriasno período perinatal 7,5 7,4 7,8 11,5 4,7 7,6 3,8 7,1 7,3 21,5 13,1 12,5 8,3 5,5 18,2 8,5

Gravidez, parto e puerpéio 1,2 0 0,1 0 0 2,8 0 0 1,5 0 0 0 0 0 0 0,3

Doenças do aparelho geniturinário 1,2 0 8,5 1,9 1,5 2,8 11,5 0 4,4 0 2,6 0,9 4,2 5,5 2,3 2,4

Doenças do sist osteomuscular e tec cojuntivo 0 0 0,4 0 0 0,9 0 0 0 0 0 0,9 0 0 0 0,4

Doençsa da pele etecido celular subcutâneo 0 0 0,2 0 1,5 0 0 0 0 1,9 0 0 0 0 0 0,2

Doenças do aparelho disgestivo 2,5 7,4 3,2 3,8 4,7 6,7 0 3,5 1,5 0 0 0 0 5,5 2,3 3,1

Doenças do aparelho respiratório 13,7 11,1 8,5 9,6 6,2 8,6 3,8 0 4,4 7,8 13,1 12,5 8,3 5,5 20,4 8,9

Doenças doaparelho circulatório 15 11,1 20,2 17,3 18,7 14,3 30,7 17,8 23,5 15,7 13,1 19,2 25 16,7 13,6 19,3

Doenças do sistema nervoso 0 0 2 0 1,5 0,9 3,8 7,1 0 0 7,9 0,9 0 0 0 1,7

Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0,3 0 0 0 0 0 1,5 0 0 0 0 5,5 2,3 0,4

Doenças endócrinas, nutric e metabólicas 10 7,4 10 5,6 3,1 7,6 3,8 7,1 8,8 1,9 10,5 6,7 12,5 5,5 4,5 8,9

Doenças do sangue, órgãos hemat e trans imunit 0 0 0,4 3,8 0 0 0 0 1,5 1,9 0 2,9 0 0 0 0,6

Neoplasias 6,2 9,2 14,4 5,6 12,5 5,7 3,8 10,7 14,7 3,9 5,2 9,6 12,5 16,7 4,5 12,3

Doenças infeccioss e parasitárias 6,2 5,5 4,9 7,7 10,9 4,7 0 3,5 8,8 3,9 13,1 2,9 8,3 5,5 4,5 5,3

0102030405060708090

100

Page 137: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

4.3 MORTALIDADE POR FAIXA ETÁRIA As causas de morte e o risco de morrer variaram segundo a faixa etária e o sexo.

Na análise da mortalidade proporcional por faixa etária (Figura 77), no período de 2006 a 2016, observa-se alta proporção de morte entre os menores de 1 ano, entretanto, há uma redução de 32% na proporção dessas mortes, passando de 12,5% em 2006 para 8,5% em 2016, apesar da importante redução, esse valor é superior a média da Região Norte para 2013 que foi de 7%, perdendo apenas para o Amapá (12%), e bastante acima da média das Regiões Sul (2%) e Sudeste (3%) (BRASIL, 2013a).

Figura 77 – Mortalidade proporcional por faixa etária. Roraima, 2006 e 2016

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2015. Dados sujeitos a alteração.

Com base na análise da mortalidade proporcional a curva de Nélson de Moraes pode

ser classificada em quatro tipos: Tipo I – muito baixo; Tipo II – baixo; Tipo III – regular; e Tipo IV – elevado. No período de 1987 a 2016, observa-se uma mudança no padrão da curva de Nélson de Moraes assumindo um padrão de curva intermediária entre o Tipo I em 1987 e Tipo IV, em 2016.

Figura 78 – Curva de mortalidade proporcional (Nélson de Moraes). Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007 e 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000. Dados sujeitos a alteração.

< 1 ano

1 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14

anos

15 a 19

anos

20 a 29

anos

30 a 39

anos

40 a 49

anos

50 a 59

anos

60 a 69

anos

70 a 79

anos

80 e + anos

2006 12,5 3,2 1,3 1,6 2,9 7,9 7,2 9,8 10,9 10,8 13 11,82016 8,5 2,3 0,7 1,1 2,9 8,1 6,9 8,4 10,6 14,8 13,3 16,9

02468

1012141618

< 1 ano 1 a 4 anos 5 a 19 anos 20 a 49 anos 50 anos e +

1987 31,8 8,5 9,9 21,5 28,3

1993 24,2 5 7,1 29,1 32,42000 13,1 4,7 8,1 32,5 41,1

2007 11,2 2,2 6,1 28 45,52016 8,5 2,3 4,7 23,4 55,6

0102030405060

Page 138: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

O indicador Swaroop-Uemura mede a mortalidade na população com 50 anos e mais de idade. Quando a proporção for equivalente a 70% ou mais das mortes na população, equivale a um nível de saúde elevado, característico de países desenvolvidos.

Na análise desse indicador na Figura 79 observa-se que o maior índice foi alcançado nos anos de 2015 e 2016 com 55,6% das mortes nesse grupo etário, cada. Para o Brasil a participação dos óbitos da população de 50 anos e mais de idade está em elevação há cerca de duas décadas (BRASIL, 2013a).

Os óbitos por grupos de causas e faixa etária estão detalhados na Tabela 72.

Figura 79 – Mortalidade proporcional de 50 anos e mais de idade. Roraima, 1995, 2000 e 2006 a 2016

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015 4.4 MORTALIDADE POR SEXO No Brasil, com relação as mortes entre os homens, as doenças do aparelho circulatório foram a principal causa de óbito, respondendo por 26% do total das mortes. As causas externas foram a segunda causa de morte, respondendo por 19% do total das mortes. As neoplasias foram a terceira causa, respondendo por 15% (BRASIL, 2014a). Entre as mulheres, as doenças do aparelho circulatório foram a principal causa de óbito, respondendo por 31% do total das mortes. As neoplasias foram a segunda causa, respondendo por 17% do total das mortes e as doenças respiratórias foram a terceira causa com 12% do total das mortes (BRASIL, 2014a).

Em Roraima, entre os homens as causas externas foram a principal causa de óbito correspondendo a 26,1% de todas as mortes, seguido das doenças do aparelho circulatório com 18,9% e das neoplasias com 10,5%. Entre as mulheres, as doenças do aparelho circulatório corresponderam a 19,4% de todas as mortes, seguido das neoplasias com 15,1% e das doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas com 12,7%.

1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

50 anos e + 37,7 41,1 47,1 46,6 45,5 48,3 47,6 52,5 54,7 51,6 50,5 54,8 55,6 55,6

0

10

20

30

40

50

60

%

Page 139: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

139

Tabela 72 – Número e proporção de óbitos por faixa etária e grupos de causa (CID 10). Roraima, 2016

CAUSA (CAPÍTULO CID10) < 1 ANO 1 A 4 ANOS 5 A 14 ANOS 15 A 49 ANOS 50 A 79 ANOS 80 ANOS E + IGNORADO* TOTAL

N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % N° % Algumas doenças infecciosas e parasitárias 9 4,7 7 13,7 5 11,9 53 9,0 33 3,8 10 2,6 0 0,0 117 5,2 Neoplasias (tumores) 0 0,0 1 1,9 1 2,4 46 7,8 184 21,4 41 10,9 0 0,0 273 12,3 Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitário 0

0

0,0 1 2,4 7 1,2 4 0,4 1 0,3 0 0,0 13 0,6

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 3

1,6 8

15,7 0 0,0 25 4,3 118 13,7 44 11,7 0 0,0 198 8,9

Transtornos mentais e comportamentais 0 0 0,0 0 0,0 5 0,8 3 0,3 0 0,0 0 0,0 8 0,4 Doenças do sistema nervoso 4 2,1 4 7,8 3 7,1 7 1,2 11 1,3 9 2,4 0 0,0 38 1,7 Doenças do aparelho circulatório 4 2,1 5 9,8 5 11,9 50 8,5 237 27,6 122 32,4 1 0,8 424 19,1 Doenças do aparelho respiratório 16 8,4 14 27,4 2 4,7 18 3,1 81 9,4 68 18,1 0 0,0 199 8,9 Doenças do aparelho digestivo 2 1,0 0 0,0 0 0,0 23 3,9 32 3,7 13 3,4 0 0,0 70 3,1 Doenças da pele e do tecido subcutâneo 1 0,5 0 0,0 0 0,0 2 0,3 2 0,2 0 0,0 0 0,0 5 0,2 Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0

0,0 0

0,0

0

0,0

4 0,7

2

0,2

2 0,5

0

0,0

8 0,4

Doenças do aparelho geniturinário 0 0,0 0 0,0 0 0,0 9 1,5 28 3,2 16 4,2 0 0,0 53 2,4 Gravidez,parto e puerpério 1 0,5 0 0,0 0 0,0 4 0,7 0 0,0 0 0,0 0 0,0 5 0,2 Algumas afec originadas no período perinatal 84 44,4 0

0,0

0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 106 90,6 190 8,5

Malfcong, deformid e anomalias cromossômicas 37 19,5 2 3,9 2 4,7 1 0,2 0 0,0 0 0,0 7 6,0 49 2,2

Sint sinais e achado anorm ex clín e laborat 11 5,8 4 7,8 4 9,5 28 4,8 50 5,8 41 10,9 1 0,8 139 6,3 Causas externas de morbidade e mortalidade 17

9,0 6

11,7

19 45,2 303 51,8 74 8,6 9 2,4 2 1,7 434 19,4

RORAIMA 189 100,0 51 100,0 42 100,0 585 100,0 859 100,0 376 100,0 117 100,0 2.220 100,0 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. * incluído óbitos fetais: 106 (Algumas afec originadas no período perinatal) e 7 (Malfcong, deformid e anomalias cromossômicas).

Page 140: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

A razão de óbitos masculino em relação ao feminino em Roraima foi de 1,62 em 2000, ou seja, ocorreram 162 óbitos masculinos para cada 100 do sexo feminino. No grupo das causas externas, a razão masculino/feminino é de 4,97, ou seja, 497 óbitos masculinos para cada 100 femininos. Em 2006 a razão de óbitos masculino/feminino foi de 1,69 e em 2013 de 1,77 destacando um aumento dessa razão no período (RORAIMA, 2014).

Em 2015, a razão foi de 1,79 óbitos masculinos em relação ao feminino, e os óbitos masculinos corresponderam a 64% (1.388/2.167) de todas as mortes. Em 2016, os óbitos masculinos foram 61,8% (1.372/2.220) de todas as mortes.

Figura 80 – Proporção de óbitos por sexo e grupo de causa (CID10). Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração. NOTA: IBGE (Censo e estimativas populacionais).

4.5. MORTALIDADE POR GRUPO DE CAUSAS

A distribuição da mortalidade por grupo de causas (CID 10) estão detalhadas nas

Tabela 68, Figura 76 e 80. 4.5.1 MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

Enquanto a principal causa de morte no mundo e no Brasil são as doenças do aparelho circulatório, em Roraima as causas externas ocupam a principal causa de morte há décadas, e corresponderam a 19,4% de todas as mortes ocorridas em 2016.

A proporção das mortes por causas externas reduziu de forma importante nos últimos 15 anos na ordem de 25% no período de 2001 (25,7% das mortes) para 2016

64,153,1

61,546,0

62,547,4

61,359,8

77,180,0

14,364,1

49,546,9

59,083,2

61,8

35,946,9

38,454,0

37,552,6

38,740,2

22,920,0

85,738,9

100,050,5

53,141,0

16,738,2

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Algumas doenças infecciosas e parasitáriasNeoplasias (tumores)

Doenças do sangue, órgãos hemat e transt …Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Transtornos mentais e comportamentaisDoenças do sistema nervoso

Doençasdo aparelho circulatórioDoenças do aparelho respiratório

Doenças do aparelho digestivoDoenças da pele e do tecido subcutâneo

Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivoDoenças do aparelho geniturinário

Gravidez, parto e puerpérioAlgumas afecções originadas no período …

Malf cong deformid e anomalias cromossômicasSint sinais e achad anorm ex clín e laborat

Causas externas de morbidade e mortalidadeRoraima

Masculino Feminino%

Page 141: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

(19,4%), e a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes passou de 97,2 por 100 mil habitantes em 2001 para 84,4 em 2016, uma redução de 13,2%.

Os acidentes de trânsito, os homicídios e os suicídios respondem, em conjunto, por cerca de dois terços dos óbitos por causas externas no Brasil. As taxas são consideravelmente mais altas na população de adultos jovens, principalmente do sexo masculino. Essas taxas auxiliam na análise das variações geográficas e temporais da mortalidade específica por causas externas, identificando situações que possam demandar a realização de estudos especiais e podem subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações preventivas e assistenciais relativas à morbimortalidade associada a causas externas (BRASIL, 2014a).

Figura 81 – Proporção de óbitos por causas externas. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

No estudo sobre o perfil da morbidade por acidentes e violências em Boa Vista (RR), foram levantados 391 casos de acidentes e violências no período e 74,7% (292/391) ocorreram no masculino. Do total de casos 58,6% (229) foram por acidente de trânsito, 12,2% (48) por agressões, 8,4% (33) por quedas, 4,3% (17) por autoagressões e 16,3% (64) foram indeterminadas ou ignoradas Dentre os acidentes de trânsito 69% (158/229) envolveram motocicletas, 15,7% (36/229) automóveis e 15,3% (35/229) ciclistas. Em relação às agressões 90,4% ocorreram no sexo masculino com predomínio das agressões corporais (27% dos casos), seguido por arma branca (18,7%) e por arma de fogo (10,4%). A ocorrência das autoagressões foi mais prevalente também no sexo masculino (83,3% dos casos) com predomínio das lesões auto-provocadas pelo uso indevido de drogas ilícitas e álcool, ambas com 35,2% dos casos, seguido de lesões por intoxicação por produtos químicos e tentativa de suicídio, ambas com 11,8% dos casos (BENEDETTI et al., 2006b). Este levantamento permitiu o aperfeiçoamento da ficha de notificação de acidentes e violências do SISAV e visava melhorar o fluxo de notificação, além de traçar o perfil epidemiológico dos acidentes e violências no atendimento de emergência do Pronto Socorro estadual (BENEDETTI et al., 2006b). Outro estudo realizado em Roraima sobre a mortalidade por causas externas no ano de 2015 mostra que as mortes por causas externas representaram 23,12% (513/2.219) de todas as mortes, ocupando o primeiro lugar entre todos os grupos de causas de mortes

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Causas externas 25,7 26,3 22,6 22,3 21,7 21,2 24,9 21,8 21,9 22 21 22,4 24,5 21 23,4 19,4

0

10

20

30

Page 142: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

listados na CID 10. Os homicídios corresponderam a 36,4% (187 mortes), seguido dos acidentes de transporte com 33,5% (172 mortes), suicídios com 7,2% (37 mortes), afogamentos com 5% (26 mortes), quedas com 3,9% (20 mortes) e 13,8% (71 mortes) por outras causas externas. Quanto ao sexo 83% (426/513) ocorreram no sexo masculino. Na distribuição por faixa etária, destacamos a ocorrência em todas as faixas etárias, 4,6% em menores de 1 ano, 1,5% entre 1 a 4 anos, 1,9% entre 5 a 9 anos, 1,9% entre 10 a 14 anos, 8,9% entre 15 a 19 anos, 25,1% entre 20 a 29 anos, 20,6% entre 30 a 39 anos, 11,3% entre 40 a 49 anos, 9,3% entre 50 a 59 anos, 6,6% entre 60 a 69 anos, 3,5% entre 70 a 79 anos e 3,9% em 80 e mais anos. Entre as causas básicas destacam os atropelamentos com 5,23% dos casos entre os acidentes de transporte (9/172) e os acidente com motociclistas 34,88% (60/172), e entre os homicídios 37,96% (71/187) foram por arma branca e 28,87% (54/187) por arma de fogo. Considerando-se que as causas externas são causas previsíveis e preveníveis, é inaceitável que, atualmente, uma grande parcela da população venham a perder suas vidas por essas causas. A etiologia das mortes por causas externas é multifatorial, tem raízes biológicas, psicológicas, sociais e ambientais e deve ser enfrentada, concomitantemente, por vários seguimentos da sociedade (BENEDETTI; VIEIRA FILHO; SOUZA, 2016).

Em 2015, a principal causa de morte entre os componentes do grupo foram os homicídios com 37,4% (190/508) dessas mortes, seguido pelos acidentes de transporte com 32,1% (163), suicídios 7,5% (38), afogamentos 5,1% (26), e quedas 3,9% (20). As demais causas externas foram classificadas como "outros" e somaram 71 mortes correspondendo a 13,9%.

Figura 82 – Proporção de mortes por causas externas (causas básicas). Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Em 2016, os homicídios ocorreram em 41,2% (179/434) dessas mortes, seguido dos

acidentes de transporte (23,3%/101), suicídios (12%/52), afogamentos e submersões acidentais (7,6%/33), quedas (1,8%/8) e as demais causas somaram 61 mortes. Na análise da taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externa segundo a causa básica no período de 2006 a 2016, os acidentes de transporte tiveram uma taxa de mortalidade de 27,2 por 100 mil habitantes em 2006 e 19,6 em 2016, expressando uma redução de 27,9%.

23,3%

41,2%7,6%

12,0%1,8%

14,1%

Acidentes de transporte HomicídiosAfogamentos SuicídiosQuedas Outros

Page 143: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

143

Os homicídios tiveram a taxa de 27,5 por 100 mil habitantes em 2006 e 34,8 em 2016, um aumento de 26,5% na taxa.

Os suicídios tiveram um aumento expressivo na taxa de mortalidade de 17,4% no período de 2006 a 2015, passando de 8,6 por 100 mil habitantes em 2006 para 10,1 em 2016. Roraima tem uma das maiores taxas de mortes por suicídio no país. Tabela 73 – Número de óbitos de causa externa por causa básica (CID10). Roraima, 1990 a 2016

ANO ACIDENTE DE TRANSPORTE

HOMICÍDIO AFOGAMENTO SUICÍDIO QUEDAS OUTROS TOTAL

1990 52 127 14 04 - 56 253 1991 46 79 13 18 - 81 237 1992 71 95 16 08 - 26 216 1993 64 72 13 11 - 16 176 1994 86 77 25 10 - 29 227 1995 84 88 26 15 - 17 230 1996 95 94 20 19 - 25 253 1997 118 90 28 16 - 23 275 1998 123 148 25 21 - 29 346 1999 142 119 33 22 - 25 341 2000 130 128 25 22 - 35 340 2001 127 110 30 17 8 36 328 2002 139 133 26 20 1 45 364 2003 94 122 25 22 3 72 338 2004 84 85 42 26 6 97 340 2005 102 112 25 28 7 56 330 2006 110 111 27 35 6 49 338 2007 144 122 27 46 11 47 397 2008 119 106 24 31 4 53 337 2009 128 117 21 32 7 46 351 2010 147 125 13 34 10 47 376 2011 135 100 23 34 13 50 355 1012 149 145 18 39 7 64 422 2013 155 212 30 33 16 50 496 2014 147 151 27 15 10 79 429 2015 163 190 26 38 20 71 508 2016 101 179 33 52 8 61 434

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

Os afogamentos apresentaram a taxa de mortalidade de 6,6 por 100 mil habitantes em 2006 e 6,4 em 2016, uma redução de 3% nesse período.

A taxa de mortalidade por quedas aumentou 20%, passando de 1,5 por 100 mil habitantes em 2006 para 1,8 em 2016.

Page 144: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

144

Figura 83 – Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) de causas externas por causas básicas. Roraima, 1990, 1995, 2000 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração. Relatório Anua de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Causas Externas 124 87,7 104 97,2 106 94,5 92,4 84,3 83,8 95,5 81,6 83,2 83,2 76 89,4 101 86,3 100,4 84,4Acidente de transporte 29 32 40 37,6 40 26,3 22,8 26 27,2 34,6 28,8 30,3 32,6 29,3 31,7 31,7 29,5 32,2 19,6

Homicídio 73 33 39 31,7 38,3 34,1 23,1 28,6 27,5 29,3 25,6 27,7 27,5 21 30,6 41,7 30,3 37,5 34,8Suicídio 1,9 5 7 5 5,7 6,1 7,1 7,1 8,6 11 7,5 7,6 7,5 7,4 8,1 6,7 3 7,5 10,1Afogamento 8 9 8 8,9 7,5 0 11,4 6,4 6,7 6,5 5,8 5 2,9 5 3,8 6,1 5,4 5,1 6,4

0

20

40

60

80

100

120

140

Taxa

por

100

mil

habi

tant

es

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Figura 84 – Proporção de óbitos por causa externa e faixa etária. Roraima, 2006 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

A distribuição das mortes por causas básicas de causas externas e faixa etária, no período de 2006 a 2016, estão apresentadas na Figura 84. A proporção de óbitos masculinos e femininos no período de 2001 a 2016 está na Figura 85.

Figura 85 – Proporção de mortes por causas externas e sexo. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

< 1 ano 1 a 9 anos

10 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 e + anos Ignorado

2006 6,9 63,2 65,3 68,2 49,5 29,5 8,3 3,3

2007 9,5 39 70,6 68,1 61,2 32,9 8,1 3,72008 5,3 36 65,1 61,4 57,9 32,5 7,1 5,5

2009 8,8 31,3 55,3 71,4 54,9 28 8,6 2,12010 4,6 21 66,2 69 53,5 34,4 6,9 7,72011 4,7 36,1 55,7 67,9 48,6 34,8 8,1 3,22012 14,7 27,2 67 69,2 50,3 34,8 8,5 02013 14,9 25,9 92 75 57,1 20 9,5 4,3

2014 12,8 26,1 65,3 73,4 56,9 31,4 8,6 2,72015 6,1 3,5 11 24,8 20,2 11,6 9,2 0,62016 3,9 3,2 12,3 29,3 18,8 12,5 19,3 0,5

010

20

30

4050

60

70

8090

100

%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Feminino 12,5 14,6 13,6 15,9 18,8 16 18,2 16,3 22,2 18,7 19,2 17,2 19,2 17,2 16,9 16,7

Masculino 87,5 85,4 86,4 84,1 81,2 84 81,8 83,7 77,8 81,3 80,8 82,8 80,8 82,7 83,1 83,2

0102030405060708090

100

Page 146: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

146

Com relação a frota de veículos observa-se um aumento de 250% no período de 2005 a 2015 passando de 54.559 veículos em 2005 para 191.053 veículos em 2015, segundo dados do Ministério das Cidades/Departamento Nacional de Trânsito (IBGE, 2015).

Boa Vista concentra 85,8% (164.033/191.053) de toda a frota do estado. Na Tabela 74 encontra-se o número de veículos em Boa Vista, Roraima e Brasil referente ao ano de 2015.

As motocicletas tiveram aumento de 235% nesse período, passando de 21.694 motocicletas em 2005 para 72.614 em 2015, e correspondiam a 38% (72.614/191.053) do total de veículos em 2015. Houve aumento da frota de veículos na ordem de 6,8% em relação a 2015. Tabela 74 - Número de veículos em Boa Vista, Roraima e Brasil no ano de 2015.

VEÍCULO BOA VISTA RORAIMA BRASIL

Automóveis 57.827 63.111 49.822.708

Caminhões 3.537 4.430 2.645.992

Caminhões-trator 506 569 593.892

Caminhonetes 19.769 21.849 6.588.813

Caminhonetas 4.001 4.426 2.908.233

Micro-ônibus 492 636 375.274

Motocicletas 60.084 72.614 20.216.193

Motonetas 15.975 18.349 3.833.159

Ônibus 822 994 590.657

Tratores 2 2 30.371

Utilitários 1.018 1.049 637.211 Fonte: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2015.

4.5.2 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO

Esse grupo de causas de morte compõe o principal grupo de morte no mundo e no país, incluindo as doenças hipertensivas, doenças isquêmicas do coração, as doenças em decorrências da febre reumática e as cerebrovasculares.

As doenças cardiovasculares são responsáveis por 29,4% de todas as mortes registradas no país em um ano. Isso significa que mais de 308 mil pessoas faleceram principalmente de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A alta freqüência do problema coloca o Brasil entre os 10 países com maior índice de mortes por doenças cardiovasculares (BRASIL, 2017b).

As doenças do aparelho circulatório é o segundo grupo de morte em Roraima com 19,1% (424/2.220) de todas as mortes ocorridas em 2016, 61,3% (260/424) dessas mortes ocorrerem no sexo masculino e a razão masculino/feminino é de 1,58.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2016 foi de 83,2 mortes por 100 mil habitantes. Nos últimos 20 anos essa taxa aumentou 46% (Tabela 58).

Page 147: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

Figura 86 – Proporção de óbitos por doenças do aparelho circulatório. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

No detalhamento das taxas de mortalidade por causa básica observa-se um aumento

de 2,9% na taxa de mortalidade por doenças cereborvasculares no período de 2006 a 2016, 40,9% na taxa das doenças isquêmicas do coração, e de 32,9% na taxa das doenças hipertensivas (Figura 87).

Tabela 75 – Número, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório. Roraima, 1996 a 2016

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

APARELHO CIRCULATÓRIO

TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° % 1996 1.029 247.131 141 13,7 57,0 1997 926 254.498 151 16,3 59,3 1998 1.095 260.701 188 17,2 72,1 1999 1.096 266.914 189 17,2 70,8 2000 1.265 324.397 236 18,6 72,7 2001 1.275 337.253 228 17,9 67,6 2002 1.232 346.866 226 18,3 65,1 2003 1.494 357.296 282 18,9 78,9 2004 1.503 367.701 262 17,4 71,2 2005 1.517 391.318 292 19,2 74,6 2006 1.594 403.340 362 22,7 89,7 2007 1.594 415.281 281 17,6 67,6 2008 1.544 412.783 331 21,4 80,2 2009 1.601 421.497 287 17,9 68,1 2010 1.703 450.479 337 19,8 74,8 2011 1.663 460.165 381 22,9 82,8 2012 1.873 469.524 356 19,0 75,8 2013 2.024 488.072 376 18,6 77,0 2014 2.036 496.936 389 19,1 78,3 2015 2.167 505.665 416 19,2 82,3 2016 2.220 514.229 428 19,1 83,2

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Ap. circulatório 17,9 16,3 18,7 16,9 19 18,5 17,4 21 17,5 20,4 22,2 18,5 18 19 19,2 19,1

0

5

10

15

20

25

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Figura 87 – Taxa de mortalidade das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Roraima, 2006 a 2016

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

Em 2016, houve o predomínio das doenças cerebrovasculares com 29,9% (128/428)

das mortes por doenças do aparelho circulatório, seguido das doenças isquêmicas do coração com 26,4% (113), e das doenças hipertensivas com 19,4% (83).

Figura 88 – Proporção de óbitos das doenças do aparelho circulatório por causa básica. Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015. 4.5.3 MORTALIDADE POR NEOPLASIAS

As neoplasias constituem um importante problema de saúde pública no mundo, pois em vários países há aumento acentuado de sua incidência, em função de diferentes características socioeconômicas e culturais (BRASIL, 2013a). No Brasil é a segunda causa de morte e em Roraima a terceira e correspondeu a 12,3% de todas as mortes em 2016.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes aumentou 40,3% no período de 1996 (38/100 mil habitantes) a 2016 (53,3/100 mil habitantes).

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Doenças do aparelho circulatório 73,13 66,94 78,73 66,42 77,02 80,4 74,11 74,78 77,87 82,26 83,23Doenças cerebrovasculares 24,29 22,39 22,52 21,82 24,19 23,25 18,1 25,2 24,95 22,1 25Doenças isquêmicas do coração 15,61 16,37 19,62 16,13 17,98 22,81 19,16 17,62 22,13 19,4 22Doenças hipertensivas 12,14 6,74 11,14 10,9 11,54 17,6 17,03 15,98 13,28 17,8 16,14

0102030405060708090

Taxa

(por

100

mil

hab)

.

19,4%

26,4%29,9%

24,3%Doenças hipertensivas

Doenças isquemicas do coração

Doenças cerebrovasculares

Outras

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Tabela 76 – Número, proporção e taxa de mortalidade por neoplasias. Roraima, 1996 a 2016

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

NEOPLASIAS TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° %

1996 1.029 247.131 94 9,1 38,0 1997 926 254.498 101 10,9 39,6 1998 1.095 260.701 77 7,0 29,5 1999 1.096 266.914 92 8,4 34,4 2000 1.265 324.397 110 8,7 33,9 2001 1.275 337.253 108 8,5 32,0 2002 1.232 346.866 133 10,8 38,3 2003 1.494 357.296 144 9,6 40,3 2004 1.503 367.701 155 10,3 42,1 2005 1.517 391.318 141 9,3 36,0 2006 1.594 403.340 182 11,4 45,1 2007 1.594 415.281 188 11,8 45,2 2008 1.544 412.783 172 11,1 41,6 2009 1.601 421.497 200 12,5 47,4 2010 1.703 450.479 207 21,1 45,9 2011 1.663 460.165 204 12,2 44,3 2012 1.873 469.524 223 11,9 47,9 2013 2.024 488.072 228 11,2 46,7 2014 2.036 496.936 276 13,5 55,5 2015 2.167 505.665 275 12,7 54,3 2016 2.220 514.229 274 12,3 53,3

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

Quanto a topografia as neoplasias estão apresentadas na Figura 89 e as principais

são: as neoplasias da traquéia, brônquios e pulmões com 12,4% (34/274), estômago com 10,2% (28), próstata com 7,3% (20), mama e fígado e vias biliares com 6,2% (17), cada, leucemia com 5,5% (15) e do colo, reto e ânus com 5,1% (14).

Figura 89 – Proporção de óbitos de neoplasias por topografia. Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

3% 1% 10%5%

6%

4%3%

12%

0%

6%

3%4%2%7%

1%5%

2%

1% 6% 2% 16%

Neoplasia do labio, cav oral e faringe Neoplasia do esôfagoNeoplasia do estomago Neoplasia do colo, reto e anusNeoplasia fígado e vias bil intrahepat Neoplasia do pancreas Neoplasia da laringe Neoplasia de traqueia, bronquios e pulmoes Neoplasia de pele Neoplasia de mamaNeoplasia de colo de utero Neoplasia de uteroNeoplasia de ovario Neoplasia de próstata

Page 150: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

4.5.4 MORTALIDADE POR DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO As doenças do aparelho respiratório ocuparam a quarta posição das mortes no

estado, e essas doenças atingem principalmente crianças e idosos. Em 2016 foram responsáveis por 8,9% (198/2.220) de todas as mortes.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes em 2016 foi de 38,5 por 100 mil habitantes e encontra-se em elevação conforme mostra a Tabela 77, e apresentou um aumento de 64,5% desde 1996.

Figura 90 – Proporção de óbitos de doenças do aparelho respiratório por causa básica. Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração.

Entre as causas básicas de mortalidade a pneumonia representou 58% (115/198) das

mortes e a influenza 1% (2).

Tabela 77– Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório. Roraima, 1996 a 2016

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO TAXA DE MORTALIDADE

(POR 100 MIL HAB.) N° % 1996 1.029 247.131 58 5,6 23,4 1997 926 254.498 38 4,1 19,9 1998 1.095 260.701 86 7,8 32,9 1999 1.096 266.914 72 6,5 26,9 2000 1.265 324.397 104 8,2 32,0 2001 1.275 337.253 65 5,1 19,2 2002 1.232 346.866 107 8,7 30,8 2003 1.494 357.296 99 6,6 27,7 2004 1.503 367.701 110 7,3 29,9 2005 1.517 391.318 133 8,7 33,9 2006 1.594 403.340 135 8,4 33,4 2007 1.594 415.281 107 6,7 25,7 2008 1.544 412.783 131 8,2 31,7 2009 1.601 421.497 118 7,4 27,9 2010 1.703 450.479 138 8,1 30,6 2011 1.663 460.165 121 7,3 26,2 2012 1.873 469.524 159 8,5 33,8 2013 2.024 488.072 178 8,8 36,4 2014 2.036 496.936 175 8,6 35,2 2015 2.167 505.665 174 8,0 34,4 2016 2.220 514.229 198 8,9 38,5

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

58%

2%

21%

18%

1% Pneumonia

Outras infecções agudas das viasaéreas inferioresDoenças cronicas das vias aéreasinferioresRestante doenças do aparelhorespiratórioInfluenza (Gripe)

Page 151: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

4.5.5 MORTALIDADE POR DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Figura 91 - Mortalidade proporcional por grupo de causas (CID10). Roraima, 1993, 1996, 2006 e 2016 Fonte: SIM/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 1993, 2000, 2015.

A transição epidemiológica está bastante evidente em Roraima como pode ser

observado na Figura 91 onde as doenças infecciosas e parasitárias reduziram de 12,6% em 1993 para 5,3% em 2016 uma redução de 42%, e saiu da terceira causa de morte em 1993 para a quinta em 2016, haja vista que o comportamento das doenças infecciosas tem mudado em todo o mundo nas últimas décadas, em grande parte pelas melhorias socioeconômica da população.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes reduziu em 51% no período de 1996 e 2016, porém houve um aumento de 59% dessa taxa com relação ao ano de 2015 (Tabela 78).

As principais causas básicas de morte foram: doença pelo HIV com 31,3% (37/118) de todas as mortes, seguido da septicemia com 27,9% (33), doenças infecciosas intestinais com 12,7% (15), tuberculose com 6,8% (8) e hepatites virais com 5,9% (7).

No estudo sobre a mortalidade por DIP no período de 1996 a 2014 observou-se os 744 óbitos corresponderam a 7% da totalidade de óbitos do período, com variações proporcionais de 12,2% (115/942) em 1996 e 4,3% (59/1371) em 2004. O coeficiente de mortalidade sofreu uma redução importante no período de 46,53/100.000 habitantes em 1996 para 16,04 em 2004. Houve um deslocamento da faixa etária mais acometida de 33% (38/115) em menores de um ano em 1996, para 20,3% (12/59) na faixa etária de 30-39 anos em 2004 e predomínio de mortes no sexo masculino de 68,6% (79/115) em 1996 e 66,1% (39/59) em 2004. Entre as causas básicas, em 1996, 27% (31/115) das mortes foram por septicemia, 25,2% (29/115) por diarréias, 13,9% (16/115) por Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) e 10,4% (12/115) por tuberculose, e em 2004, 28,8% por SIDA e diarréias (17/59) para ambas, 15,2% (9/59) por septicemia e 8,5% (5/59) por tuberculose (BENEDETTI et al., 2005).

1993 1996 2006 2016

Mal definidas 5,6 4,6 5,3 5,7Neoplasias 6,7 10 11,4 12,3

Aparelho respiratório 10,5 6,2 8,5 8,9Infecciosas e parasitárias 12,6 11,2 5,8 5,3Ap circultório 13,5 15 18,5 19,2Causas externas 21,6 26,9 21,2 19,5

01020304050607080

%

Page 152: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

152

Tabela 78 – Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias. Roraima, 1996 a 2016

ANO N° DE ÓBITOS POPULAÇÃO RESIDENTE

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

TAXA DE MORTALIDADE (POR 100 MIL HAB.)

N° % 1996 1.029 247.131 116 11,2 46,9 1997 926 254.498 84 9,1 33,0 1998 1.095 260.701 97 8,8 37,2 1999 1.096 266.914 76 6,9 28,4 2000 1.265 324.397 84 6,6 25,8 2001 1.275 337.253 68 5,3 20,1 2002 1.232 346.866 52 4,2 14,9 2003 1.494 357.296 105 7,0 29,3 2004 1.503 367.701 59 3,9 16,0 2005 1.517 391.318 96 6,3 24,5 2006 1.594 403.340 93 5,8 23,0 2007 1.594 415.281 83 5,2 19,9 2008 1.544 412.783 93 6,0 22,5 2009 1.601 421.497 101 6,3 23,9 2010 1.703 450.479 98 5,7 21,7 2011 1.663 460.165 87 5,2 18,9 2012 1.873 469.524 80 4,3 17,0 2013 2.024 488.072 110 5,4 22,5 2014 2.036 496.936 89 4,3 17,9 2015 2.167 505.665 88 4,0 14,4 2016 2.220 514.229 118 5,3 22,9

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de 2015.

Outro estudo mais recente sobre a mortalidade infantil em Roraima no período de 2006 a 2015 observou-se que as mortes por DIP somaram 936 óbitos no período, entre os menores de 1 ano de idade somaram 145 mortes representando 15,5% (145/936) de todas as mortes por DIP. A participação das mortes infantis variou de 23,6% (22/93) em 2006 para 6,6% (6/90) em 2015, sofrendo uma redução dessa proporção de 72% no período, e na análise das causas básicas de morte podemos observar que 59,3% (86/145) dessas mortes ocorreram por "diarréia e gastroenterite de origem infecciosa presumível"; 22,7% (33 mortes) por septicemia; 2,7% (4) por coqueluche; 2% (3) por varicela; 1,3% (2) por difteria, dengue, sífilis congênita precoce, leishmaniose visceral, meningococcemia, coccidiodiomicose pulmonar aguda e HIV, cada; e 0,7% (1) por malária vivax, malária não especificada, intoxicação alimentar devido ao Clostridium perfringens, citomegalovirus e balantidíase, cada. Quando analisamos a totalidade de mortes entre os menores de 1 ano no período observamos uma redução na participação das mortes por DIP na ordem de 71,3%. Em 2006 esse grupo de causas de morte foi responsável por 10,8% (22/203) de todas as mortes em menores de 1 ano, e em 2015 ficou em 3,1% (6/90) (SANTOS et al., 2016b).

Page 153: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

Figura 92 – Proporção de óbitos de doenças infecciosas e parasitárias por causa básica. Roraima, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Este estudo destacou a redução proporcional das mortes infantis por DIP no período analisado e o predomínio das mortes por doenças diarréicas (59,3%), corroborando com os dados da literatura que apontam as doenças diarréicas como importante causa de morte nessa faixa etária e sua forte associação com fatores socioeconômicos. Chama a atenção que 6,2% (9/145) das mortes foram em decorrência de doenças imunopreveníveis como a coqueluche, difteria e varicela, e a presença de doenças negligenciadas em 5,5% (8/145) das mortes, entre elas, leishmaniose visceral, malária, dengue e sífilis congênita (SANTOS et al., 2016b). 4.5.6 MORTES MAL DEFINIDAS Percentuais elevados de mortes com causas mal definidas sugerem deficiências na declaração das causas de morte e, em outras circunstâncias, nos processos de registro, coleta, crítica e análise dos dados de mortalidade. A freqüência de causas mal definidas é condicionada pela disponibilidade de recursos médicos e assistenciais, inclusive, para diagnóstico. Também pode refletir o cuidado no preenchimento da Declaração de Óbito (DO). O emprego de termos imprecisos e expressões dúbias que prejudicam a identificação da causa básica da morte colocam o óbito como de causa mal definida (RORAIMA, 2014). Entre as limitações, destaca-se que as bases de dados nacionais sobre mortalidade ainda apresentam cobertura insatisfatória em muitos municípios do País, havendo expressiva subnotificação de óbitos; a proporção de causas mal definidas tende a estar subestimada em áreas com baixa cobertura de informação sobre mortalidade; essas áreas costumam apresentar condições assistenciais insatisfatórias, com prejuízo para a identificação das causas de morte (BRASIL, 2013a).

13% 7%

28%6%

31%

15% Doenças infecciosas intestinais

Tuberculose

Septicemia

Hepatites virais

HIV

Outras

Page 154: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

Tabela 79 – Número e proporção dos óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2016

ANO Nº DE ÓBITOS CAUSAS MAL DEFINIDA

Nº % 2001 1.275 76 5,9 2002 1.382 67 4,8 2003 1.494 90 6,0 2004 1.524 115 7,5 2005 1.517 95 6,2 2006 1.594 84 5,3 2007 1.594 76 4,7 2008 1.544 47 3,0 2009 1.601 78 4,9 2010 1.703 63 3,7 2011 1.663 57 3,4 2012 1.873 120 6,4 2013 2.024 102 5,0 2014 2.036 79 3.9 2015 2.167 108 4,7 2016 2.220 127 5,7

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. Em 2016, a taxa de mortalidade por causas mal definidas foi de 5,7 por 100 mil habitantes, 3,4% menor que em 2001. Apesar da redução e de apresentar percentual inferior ao percentual de óbitos por causas mal definidas do Brasil que é de 6%, e da Região Norte que registrou 10% (BRASIL, 2014a), esse indicador demonstrar fragilidade no diagnóstico de doenças e/ou no preenchimento da DO, e acredita-se que a busca de parcerias com a assistência para o melhor preenchimento da DO, capacitação dos profissionais e a criação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) esse percentual pode ser ainda menor.

Figura 93 – Proporção de óbitos por causas mal definidas. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Causas mal definidas 5,9 4,8 6 7,5 6,2 5,3 4,7 3 4,9 3,7 3,4 6,4 5 3,9 4,7 5,2

0123456789

10

Page 155: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

155

4.6 MORTALIDADE NA INFÂNCIA E INFANTIL Em 2009, 8,1 milhões de crianças em todo o mundo morreram antes de completar 5 anos de vida. A maioria dessas crianças vivia em países em desenvolvimento e morreu de uma doença ou uma combinação delas que poderiam facilmente ter sido evitadas ou tratadas (UNASUS, 2017). Em Roraima a proporção da mortalidade em crianças menores de 5 anos de vida reduziu drasticamente, em 73,2%, desde 1987.

Figura 94 - Proporção de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Roraima, 1987, 1993, 2000, 2007, 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 1993, 2000 e 2015. Segundo dados divulgados para o Brasil pelo MS, dos últimos anos aos dados mais recentes, a proporção de óbitos de crianças com menos de 1 ano representa em média 85% entre aquelas que faleceram com até 5 anos de vida (BRASIL, 2014a). Em Roraima, para o ano de 2016, essa proporção é de 78,7%. A redução da mortalidade infantil configura-se como prioritária e estratégica para a redução da mortalidade na infância (crianças com até 5 anos de vida) para o país (UNASUS, 2017). Um indicador importante para a análise do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é a mortalidade infantil, que corresponde ao número de crianças que vão a óbito antes de completar 1 ano de idade (UNASUS, 2017). A mortalidade infantil tem sido, ao longo do tempo, utilizada como bom indicador das condições de vida, refletindo o estado de saúde da parcela mais vulnerável da população: os menores de 1 ano. Valores altos refletem em geral, níveis precários de saúde, condições de vida e de desenvolvimento socioeconômico (BRASIL, 2016). É evidente a melhoria da cobertura dos óbitos infantis no SIM para o Brasil e por regiões nos anos de 2000 e 2014 (Figura 95). A taxa de mortalidade em menores de 5 anos (TM<5) ou taxa de mortalidade na infância é um indicador importante para o acompanhamento das condições de saúde de uma população, a ponto de constar no quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que define especificamente a redução de dois terços da TM<5 mundial entre 1990 a 2015 (BRASIL, 2016a).

1987 1993 2000 2007 2016

< 5 anos 40,3 29,2 17,8 13,4 10,8

01020304050

%

Page 156: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

156

Figura 95 - Cobertura (%) do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para óbitos infantil (<1 ano). Brasil e Regiões, 2000 e 2014 Fonte: MS/SVS/CGIAE - SIM e Busca Ativa. 2014 (Dados preliminares). Embora a TM em menores de 5 anos mundial tenha sido reduzida de 91 óbitos por mil nascidos vivos (NV) entre 1990 para 43 óbitos por mil NV em 2015, o quarto ODM não foi atingido, considerando os dados mundiais. No entanto, a UNICEF estima que o Brasil já tenha alcançado a meta, com TM<5 atingindo o nível de 16 óbitos por mil NV em 2015 (BRASIL, 2016a). Em Roraima foram registrados 240 óbitos em menores de 5 anos e a taxa de 23,3 óbitos por mil NV. No Brasil, apesar dos avanços na redução da mortalidade infantil nos últimos 20 anos, persistem taxas elevadas, quando comparadas com outros países da América Latina (UNICEF, 2016). Segundo as estimativas da taxa de mortalidade infantil (TMI) divulgadas pela OMS, em 2015, países como o Chile e Argentina apresentam TMI de 7 por mil nascidos vivos (NV) e 11,1 por mil NV, respectivamente, contra uma taxa de 14,6 por mil NV do Brasil (BRASIL, 2010; UNICEF, 2016).

Figura 96 - Evolução da taxa de Mortalidade Infantil (por mil nascidos vivos). Brasil e Regiões, 1990 a 2013 Fonte: MS/SVS/CGIAE - SIM e Sinasc e Busca Ativa.

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Total

2000 62 60,8 91 100 79,5 74,1

2014 81,5 82 94,7 100 86,2 88,4

020406080

100

%

Page 157: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

157

Figura 97 – Taxa de mortalidade infantil. Brasil, Regiões e Roraima, 1990, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: MS/SVS/CGIAE/SIM e SINASC, 1990, 2000, 2010 e 2012. BRASIL, MS, Saúde Brasil - 2013 – Dados preliminares. SIM/NSN/DVE/CGVS/SESAU/RR.Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima de 2000, 2013 e 2014. Entre 1990 e 2014, a Taxa de Mortalidade Infantil - TMI do Brasil reduziu de 47,1 para 14,1 óbitos infantis/1.000 NV, representando redução de 70%. O Brasil atingiu a meta da ODM para redução em dois terços da mortalidade infantil antes do prazo final de 2015. O percentual de redução da TMI e na infância (Figura 97) evidencia que grandes decréscimos ocorreram em todas as regiões do Brasil, com destaque para a Região Norte (BRASIL, 2016a). A série histórica apresentada na Tabela 48 mostra o número de nascidos vivos de Roraima desde 1990, ocasião em que as mortes em menores de 1 ano de idade correspondiam a 21,4% de todas as mortes, apesar do número se manter estável no período essa proporção reduziu e hoje correspondem a 8,5% de todas as mortes.

A TMI, reduziu 57% em Roraima no período de 1888 a 2016, passando de 42,6 por mil NV para 18,3 por mil NV, e fica claramente demonstrado na Figura 98.

Apesar da importante redução ainda está acima da média nacional de 14,1 óbitos infantis por mil NV para o ano de 2014. A menor taxa da série apresentada na Tabela 48 foi de 12,8 óbitos por 1.000 NV em 2011. Em 2016, com relação a mortalidade infantil por município de residência observa-se que 50,8% (96/189) das mortes ocorreram no município de Boa Vista, seguido de Rorainópolis com 9,5% (18), Caracaraí com 8,5% (16), Alto Alegre com 5,8% (11), Amajarí com 5,3% (10), Uiramutã com 4,2% (8), Normandia e Pacaraima com 3,7% (7) cada, Mucajaí com 3,2% (6), Bonfim com 2,1% (4), São João da Baliza com 1,6% (3), e Cantá, Iracema e São Luiz com 0,5% (1) cada. O município de Caroebe não registrou óbito em menores de 1 ano de idade.

Brasil Norte Nordeste Sul Sudeste Centro-oeste Roraima

1990 47,1 45,9 75,8 28,3 32,6 34,3 36,42000 26,1 32,8 35,9 16,9 20,1 22,3 17,1

2010 16 21 19,1 11,6 13,4 15,9 13,22012 14,6 19,5 17,1 10,8 12,3 15 16,7

2014 14,1 17,7 16,3 10,7 12,3 15,1 20,4

01020304050607080

Taxa

(1.0

00 N

V)

Page 158: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

Tabela 80 - Número, proporção e taxa de mortalidade infantil. Roraima e Brasil, 1990 a 2016

ANO RORAIMA BRASIL

NASCIDOS VIVOS

ÓBITO INFANTIL TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV)

TAXA DE MORTALIDADE (POR MIL NV) N° %

1990 5.016 183 21,4 36,4 - 1991 5.298 154 18,8 29,0 - 1992 4.920 172 22,3 34,9 - 1993 6.067 186 23,7 30,6 - 1994 7.172 203 21,7 28,3 - 1995 7.023 191 19,7 27,1 - 1996 7.373 214 20,8 29,0 - 1997 8.148 147 15,8 18,0 - 1998 8.208 174 15,9 21,1 - 1999 8.726 146 13,3 16,7 - 2000 9.698 166 13,1 17,1 29,0 2001 9.561 161 12,6 16,8 27,4 2002 9.188 125 9,0 13,6 26,0 2003 10.286 177 11,8 17,2 24,6 2004 9.751 184 12,0 18,8 23,3 2005 9.699 188 12,4 19,3 22,1 2006 9.598 203 12,7 21,1 21,0 2007 9.584 179 11,2 18,6 19,9 2008 10.093 168 10,9 16,6 18,9 2009 9.678 182 11,3 18,8 18,0 2010 9.728 129 7,6 13,2 17,2 2011 9.969 128 7,7 12,8 16,4 2012 10.582 177 9,3 16,7 15,6 2013 10.556 194 9,6 18,3 15,0 2014 10.322 211 10,3 20,4 14,1 2015 10.535 189 8,7 17,9 13,8 2016 10.296 189 8,5 18,3 -

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. sujeitos à alteração. - Sem informação. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

As maiores TMI por município de residência foram encontradas nos municípios de Amajarí (56,5 por mil NV), Caracaraí (50 por mil NV) e Alto Alegre (49,1 por mil NV). Boa Vista possui taxa similar a TMI do país e o Cantá registrou a TMI de 3,3 por mil NV.

Figura 98 – Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos). Roraima, 1988, 1995, 2000, 2005 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2015.

1988 1995 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Roraima 42,6 27,1 17,1 19,3 21,1 18,6 16,6 18,8 13,2 12,8 16,7 18,3 20,4 17,9 18,3

0

10

20

30

40

50

Page 159: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

159

Tabela 81 - Número de óbitos, proporção e taxa de mortalidade infantil por município de residência. Roraima, 2016

MUNICÍPIO Nº % NÚMERO DE NASCIDOS VIVOS

TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (por 1.000 NV)

RORAIMA 189 100,0 10.269 18,3 Alto Alegre 11 5,8 224 49,1 Amajari 10 5,3 177 56,5 Boa Vista 96 50,8 6.730 14,3 Bonfim 4 2,1 312 12,8 Cantá 1 0,5 304 3,3 Caracaraí 16 8,5 320 50,0 Caroebe 0 0,0 144 0,0 Iracema 1 0,5 107 9,3 Mucajaí 6 3,2 295 20,3 Normandia 7 3,7 339 20,6 Pacaraima 7 3,7 314 22,3 Rorainópolis 18 9,5 538 33,4 São João da Baliza 3 1,6 103 29,1 São Luiz 1 0,5 81 12,3 Uiramutã 8 4,2 281 28,5

Fonte: SIM e SINASC/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. 4.6.1 MORTALIDADE INFANTIL POR COMPONENTES

A mortalidade infantil é dividida em neonatal precoce (< 7 dias), neonatal tardia (7 a 27 dias) e pós-neonatal (28 dias a < 1 ano). Nos últimos anos, as principais causas de morte de crianças menores de 1 ano de idade passaram a ser por afecções perinatais, que dependem de fatores associados às condições da criança no nascimento e à qualidade da assistência à gravidez e ao parto. Em anos recentes, a TMI tem caído principalmente por causa da redução da mortalidade pós-neonatal, reflexo da melhoria da atenção básica à criança e dos fatores associados ao meio ambiente, sobretudo água e saneamento. Dessa forma, tornou-se proporcionalmente maior a participação dos componentes neonatais na TMI. Estes, para serem atenuados, dependem do aperfeiçoamento do atendimento à mãe desde a gestação e o parto até o pós-parto, bem como da qualidade da atenção ao recém-nascido com condições especiais de risco (UNASUS, 2017). Atualmente, as políticas de redução da mortalidade infantil do Brasil priorizam os primeiros 27 dias de vida da criança, a exemplo do que acontece nos países mais desenvolvidos (UNASUS, 2017).

Todas as TMI por componentes de Roraima mostraram redução importante no período de 1992 a 2016. A taxa de mortalidade pós-neonatal reduziu no período de 1992 (34,9 por mil NV) e 2016 (7,3 por mil NV) na ordem de 79,1%. A taxa de mortalidade neonatal tardia reduziu 13,6% nesse período passando de 2,2 em 1992 para 1,9 em 2016. A taxa de mortalidade neonatal precoce variou de 16,2 em 1992 para 9,1 em 2016, uma redução de 43,8% no período.

Page 160: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

160

Figura 99 – Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos) por componente. Brasil e Roraima, 1992, 2000, 2010, 2012 e 2014 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia 2015. Saúde Brasil, 2015 - SVS/MS.

Em 2016, a proporção da mortalidade pós-neonatal foi de 39,7% (75/189), a mortalidade neonatal tardia foi de 10,6% (20/189), e a mortalidade neonatal precoce 49,7% (94/189). A mortalidade neonatal representou 60,3% das mortes infantil. No detalhamento da mortalidade por componentes observa-se no período de 2001 a 2016 que a mortalidade neonatal, componente mais complexo e atualmente o mais expressivo da mortalidade de menores de um ano de idade, sofreu aumento de 0,16% passando de 60,2% (79/161) em 2001 a 60,3% (114/189) em 2016, a mortalidade pós-neonatal sem manteve com 39,7% em 2001 e em 2016 .

4.7 MORTALIDADE FETAL

A morte fetal é a morte do produto da concepção, ocorrida antes da sua completa expulsão ou extração do organismo materno, independentemente do tempo de gestação. A morte é indicada pelo fato de que, depois da separação, o feto não respira nem mostra qualquer outro sinal de vida, como batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou movimentos de músculos voluntários (BRASIL, 2014a). A mortalidade fetal precoce refere-se aos abortos e está compreendida no período entre a concepção e a vigésima semana de gestação, no qual o feto tem um peso aproximado de 500g. A morte fetal intermediária ocorre entre a 20ª e a 28ª semana de gestação (com pesos fetais entre 500 e 1.000g) e a fetal tardia entre a 28ª (1.000 g) e o parto (BRASIL, 2014a).

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 20,7 4,6 16,62000 9,4 3,6 13,1

2010 4,9 2,6 8,52012 4,3 2,5 7,82014 4,3 2,4 7,5

05

10152025

Taxa

(1.0

00 N

V)

Brasil

Pós-Neonatal

Neonatal Tardia

Neonatal Precoce

1992 34,9 2,2 16,22000 17,1 3,1 6,7

2010 5,5 1,2 6,42012 7 1,5 8,12014 3 7,9 9,5

05

10152025303540

Roraima

Page 161: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

161

Figura 100 – Proporção de óbito infantil por ano e componentes. Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015. No Brasil tem se observado uma diminuição do número de nascidos mortos (natimortos), principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em 2013, a taxa de mortalidade fetal (1.000 NV) por regiões brasileiras foram: Norte 11,2/1.000 NV, Nordeste 13,1/1.000 NV, Sudeste 10,6/1.000 NV, Sul 9,1/1.000 NV e Centro-Oeste 9,3/1.000 NV (BRASIL, 2013).

Em Roraima, a taxa de mortalidade fetal no período de 1992 (23,6/1.000 NV) a 2016 (10,9/1.000 NV) registrou uma redução de 53,8%, acompanhando uma tendência nacional, porém na comparação com 2015 houve o aumento de 18,5% na taxa.

Neonatal precoce Neonatal Tardia Pós-Neontal

2001 49 11,2 39,72002 40,8 23,2 362003 38,4 12,4 49,22004 35,8 17,4 46,82005 44,7 13,8 41,52006 39,9 16,2 43,82007 45,2 15,6 39,2

2008 50,6 8,9 40,52009 37,9 18,1 43,52010 48,8 9,3 41,92011 54,2 13 32,82012 48,6 9 42,42013 46,9 11,3 41,82014 46,4 14,7 38,8

2015 45,5 17,5 372016 49,7 10,6 39,7

0

10

20

30

40

50

60

%

Page 162: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

162

Tabela 82 - Número de óbitos, proporção e taxa (por mil NV) de mortalidade fetal. Roraima, 1992 a 2016

ANO NASCIDOS VIVOS ÓBITO FETAL

N° TAXA DE MORTALIDADE FETAL (MIL NV) 1992 4.920 116 23,6 1993 6.067 88 14,5 1994 7.172 112 15,6 1995 7.023 117 16,2 1996 7.373 108 13,8 1997 8.148 116 14,2 1998 8.208 114 13,9 1999 8.726 118 13,5 2000 9.698 108 11,1 2001 9.561 112 11,7 2002 9.188 128 12,5 2003 10.286 129 12,5 2004 9.751 149 15,2 2005 9.699 107 11,0 2006 9.598 106 11,0 2007 9.584 100 10,4 2008 10.093 83 8,2 2009 9.678 88 9,0 2010 9.728 89 9,1 2011 9.969 87 8,7 2012 10.582 129 12,1 2013 10.556 130 12,3 2014 10.322 105 10,1 2015 10.535 97 9,2 2016 10.296 113 10,9

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

4.8 MORTALIDADE MATERNA

É considerado morte materna a “morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais”.

São classificadas em diretas e indiretas. A morte materna obstétrica direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas na gravidez, parto e puerpério, devidas a intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas.

Page 163: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

163

Figura 101 – Proporção de óbitos em menores de 1 ano por grupos de causas (CID10). Roraima, 2001 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos à alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, 2014 e 2015.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Doenças osteomusculares e tec conjuntivo 0 0 0 0 0,5 0,5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Doenças da pele e tec subcutâneo 0 0,8 0 0 0 0 0 0 0 0,8 0 0 0,5 0 0 0,5

Causas externas 3,1 1,6 1,1 3,8 11,2 6,9 9,5 5,3 8,8 4,6 6,9 14,7 14,9 12,8 16,4 9Mal definidas 7,4 2,4 8,5 11,4 6,9 4,4 7,8 1,8 3,3 2,3 3,8 5,6 3,1 1,9 4,2 5,8Malformações congênitas e anomal cromossômicas 18,6 20,8 18,1 14,6 13,8 15,3 14,5 17,8 9,3 17 18,3 11,3 12,4 17 18 19,6Afecções originárias no período perinatal 50,6 46,4 31,1 35,3 38,1 41,4 42,7 44,2 47 49,1 52,7 39 37,9 43,1 40,7 44,4Doenças do aparelho geniturinário 0 0,8 0 1,1 0 0 0 0,6 1,6 0 0,8 0 1 0 0 0,5

Doenças do aparelho digestivo 1,2 1,6 0,6 0 1 1 2,2 0,6 1,1 0 0 1,7 0 0,4 1 1Doenças do aparelho respiratório 6,2 11,2 19,8 15,7 14,3 12,3 8,4 12,5 9,3 10,8 7,6 10,1 14,9 12,8 8,4 8,4

Doenças aparelho circulatório 1,2 1,6 0,6 2,7 1,6 0,5 1,1 1,8 3,3 1,5 1,5 1,1 1 1,4 4,6 2,1Doenças sistema nervoso 0,6 2,4 1,7 2,2 1 0,5 0 1,2 1,6 1,5 0 3,4 1 0,4 0,5 2,1Doenças endócrina, nutricional e metabólica 4,3 4 2,2 8,3 2,1 4,9 3,3 3 3,8 3,1 2,3 3,9 5,1 3,8 3,1 1,6Doenças sangue e imunológico 0 0 0 0 0,5 1,5 0 1,8 1,1 0 0 0 0,5 0 0 0Neoplasias 0 0 0 0,5 0 0 0,5 1,2 0,5 0 0,7 0 0 0,4 0 0

Doenças infecciosas e parasitárias 6,8 7,2 16,4 6 9 10,8 10 8,3 9,3 9,3 5,3 9 7,7 5,7 2,6 4,8

0102030405060708090

100

%

Page 164: RELATÓRIO ANUAL DE EPIDEMIOLOGIA DE RORAIMA - 20166 Tabela 38 Casos de sífilis congênita por diagnóstico final e município de notificação. Roraima, 2015 e 2016. Tabela 39 Número

164

Tabela 83 – Número de nascidos vivos, óbito materno e taxa (por 1.000 NV) de mortalidade materna. Roraima, 1996 a 2016

ANO NASCIDOS VIVOS ÓBITO MATERNO

N° TAXA DE MORTALIDADE MATERNA (MIL NV) 1996 7.373 03 0,4 1997 8.148 08 0,9 1998 8.208 12 1,4 1999 8.726 05 0,5 2000 9.698 06 0,6 2001 9.561 05 0,5 2002 9.188 05 0,5 2003 10.286 04 0,3 2004 9.751 02 0,2 2005 9.699 05 0,5 2006 9.598 09 0,9 2007 9.584 11 1,1 2008 10.093 08 0,7 2009 9.678 10 1,0 2010 9.728 01 0,1 2011 9.969 06 0,6 2012 10.582 04 0,3 2013 10.556 05 0,4 2014 10.322 04 0,3 2015 10.535 09 0,8 2016 10.296 04 0,4

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

Em Roraima, a taxa de mortalidade materna se manteve estável na comparação dos

anos de 1996 e 2016, a maior taxa registrada na série da Tabela 66 ocorreu em 1998 (1,4 por mil NV). Na comparação com 2015 houve a redução de 50% na taxa.

A morte materna obstétrica indireta é aquela resultante de doenças existentes antes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante a gravidez, não devidas à causas obstétricas diretas, mas que foram agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.

Figura 102 – Taxa de mortalidade materna. Roraima, 1996 a 2016 Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Dados sujeitos a alteração. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000 (dados até 2000). Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2013, SESAU/RR, 2014.

19 96

19 97

19 98

19 99

20 00

20 01

20 02

20 03

20 04

20 05

20 06

20 07

20 08

20 09

20 10

20 11

20 12

20 13

20 14

20 15

20 16

Mortalidade materna 0,4 0,9 1,4 0,5 0,6 0,5 0,5 0,3 0,2 0,5 0,9 1,1 0,7 1,0 0,1 0,6 0,3 0,4 0,3 0,8 0,4

0

0,5

1

1,5

2

Taxa

(mil

NV)

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A mortalidade materna é um bom indicador para avaliar as condições de vida de uma população. O estudo desses óbitos pode revelar o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade (BRASIL, 2013). Tabela 84 – Mortes maternas por causas obstétricas diretas e indiretas. Roraima, 2000 a 2015

ANO OBSTÉTRICAS DIRETAS OBSTÉTRICAS INDIRETAS N° % N° %

2000 06 100,0 00 0,0 2001 05 100,0 00 0,0 2002 04 80,0 01 20,0 2003 04 100,0 00 0,0 2004 01 50,0 01 50,0 2005 04 80,0 01 20,0 2006 06 66,7 03 33,3 2007 10 90,9 01 9,1 2008 07 87,5 01 12,5 2009 09 90,0 01 10,0 2010 01 100,0 00 0,0 2011 05 83,3 01 16,7 2012 02 50,0 02 50,0 2013 05 100,0 00 0,0 2014 03 75,0 01 25,0 2015 08 88,9 01 11,1

Fonte: SIM/NSIS/DVE/CGVS/SESAU/RR. Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2000, 2013, 2014 e 2015.

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5 RECOMENDAÇÕES

Divulgação do Relatório Anual de Epidemiologia de Roraima 2016 para o Governo do Estado, Casa Civil, Assembléia Legislativa, Gestores estadual e municipais de Saúde, de Educação e Segurança Pública, e para os profissionais da área da saúde;

Estreitar o relacionamento da vigilância epidemiológica (VE) estadual com a assistência em saúde (Atenção Básica e Urgência/Emergência) pública e privada, bem como as instituições de ensino e pesquisa;

Estreitar o relacionamento da VE estadual com a VE municipal para melhor articulação de estratégias de prevenção e promoção à saúde;

Ampliar a divulgação da página da CGVS na internet para maior divulgação do boletim

epidemiológico, elaborados quadrimestral por todos os núcleos do DVE/CGVS, e demais documentos epidemiológicos, a fim de retroalimentar os gestores e os profissionais de saúde com o objetivo de subsidiá-los na tomada de decisão;

Desenvolvimento de ações coordenadas de supervisão entre os programas do

Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) nas Secretarias Municipais de Saúde (SMS) no que se refere à VE e os sistemas de informação em saúde;

Monitoramente contínuo da natalidade, mortalidade e dos agravos e doenças de

notificação compulsória (DNC) pelas áreas técnicas com o objetivo de intervir de forma imediata junto às SMS;

Reestruturação do CIEVS/NIEVS estadual com aumento no número de profissionais e

preparação técnica dos mesmos e a criação de uma sala de situação permanente para monitoramento dos agravos de interesse da saúde pública do estado;

Fortalecimento dos laboratórios de análise clínica nas unidades de saúde, sobretudo, no interior do estado, quanto a coleta, armazenamento e transporte de amostras biológicas ao LACEN/RR (atendendo todas as normas técnicas necessárias para a adequabilidade da amostra);

Fortalecimento do Núcleo de Vigilância Hospitalar (NVH) do estado visando ampliar a

capacidade de reposta do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) do HGR e HCSA e Unidade de Vigilância Epidemiológica (UVE) existentes em estabelecimentos de saúde da capital e interior;

Promoção de capacitação periódica em notificação de agravos e DNC para os NHE e UVE por meio das áreas técnicas/núcleos do DVE e Saúde do Trabalhador;

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Promoção de monitoramento contínuo das notificações pelos núcleos do DVE e Saúde do Trabalhador a fim de identificar possíveis falhas de preenchimento e promover o feedback por meio de treinamento em serviço;

Promoção de oficina de trabalho em vigilância epidemiológica em âmbito hospitalar para aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas na rotina;

Promoção de capacitação em vigilância epidemiológica dos agravos e DNC para os profissionais de saúde da área da assistência, da capital e interior, e capacitação em manejo clínico para os médicos visando melhorar a qualificação profissional, bem como as informações das fichas de atendimento e prontuários, principais fontes de notificação;

Promoção de maior integração entre os NHE e UVE e os demais profissionais de saúde das unidades de saúde, bem como maior envolvimento da direção com o funcionamento da vigilância epidemiológica no âmbito hospitalar;

Promoção de integração entre os NHE e UVE e a vigilância epidemiológica municipal, sobretudo no interior do estado;

Adequação do espaço físico e aquisição de equipamentos de informática para as UVE que atuam em âmbito hospitalar sobretudo dos estabelecimentos de saúde do interior do estado;

Garantir que os recursos de portaria ministerial específicas para o NHE do HGR sejam destinados exclusivamente para o mesmo;

Criação do Serviço de Verificação de óbito (SVO) no estado.

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GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

COORDENADORIA GERAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DEPARTAMENTO DEVIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Rua Dr. Arnaldo Brandão com a Av. Capitão Júlio Bezerra, nº 826 Bairro São Francisco

CEP 69.305-080 Telefone (95) 3623-2757

Boa Vista – Roraima