sul de roraima

119
PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL-SDT COMISSAO DE IMPLANTACAO DE ACOES TERRITORIAIS TERRITORIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTAVEL SUL DE RORAIMA PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMETO RURAL SUSTENTÁVEL Propostas de Políticas Públicas para O Território Sul de Roraima RORAIMA 2010 1

Upload: trandieu

Post on 07-Jan-2017

229 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Sul De Roraima

PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL-SDTCOMISSAO DE IMPLANTACAO DE ACOES TERRITORIAIS

TERRITORIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTAVEL SUL DE RORAIMA

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMETO RURAL SUSTENTÁVEL

Propostas de Políticas Públicas para O Território Sul de Roraima

RORAIMA2010

1

Page 2: Sul De Roraima

PRESIDENCIA DA REPUBLICA MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO-MDA

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL-SDTCOMISSAO DE IMPLANTACAO DE ACOES TERRITORIAIS

TERRITORIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTAVEL SUL DE RORAIMA

PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMETO RURAL SUSTENTÁVEL

Propostas de Políticas Públicas para O Território Sul de Roraima

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável Sul de Roraima mediante o Diagnóstico Rural Participativo com os agricultores e agricultoras dos municípios Rorainópolis, Caracaraí, São Luiz, Caroebe e São João da Baliza no Estado de Roraima.

RORAIMA2010

2

Page 3: Sul De Roraima

Copyright © 2009.

Todos os direitos reservados. Está autorizada a reprodução total ou parcial deste

trabalho, desde que seja informada a fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

3

COPERR⁄ADLIS⁄CIAT

.

Plano Territorial De Desenvolvimento Rural Sustentável: Propostas De Políticas Públicas Para O Território Sul De Roraima. Rorainópolis/RR: MDA, 2010. P. 120 f.: il.; 30 cm.

1.Plano 2. Políticas 3. Desenvolvimento I. Título.

Page 4: Sul De Roraima

PRESIDENTE DA REPÚBLICALuiz Inácio Lula da Silva

MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOGuilherme Cassel

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIALJosé Humberto de Oliveira

DELEGADA DO MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO EM RORAIMACélia Regina Maciel de Souza

PRESIDENTE DA COPERRValdecir Cardoso Lima

COORDENADOR DA CIATJuarez Pereira de Souza

CONSULTORIA TÉCNICA

Consultor responsável José Ricardo Almeida dos Santos

Coordenador técnicoAdriano Alves de Souza

REVISÃOJosefrancis Carneiro Farias MemóriaJosé Ricardo Almeida dos Santos

COLABORADORES

Jane Brito CoutinhoLuzia Rafaela Lucas de PaivaGildesandro de Souza CunhaCláudio Rêgo de OliveiraJosiê Santos FreitasJaqueline Beatriz Henker FreitagElexandro MendesJosé Josanias Alves de SousaCarlos Francisco Salgado BarrosoMario Cesar Martins Costa de FreitasCélia Regina Maciel de Souza

4

Page 5: Sul De Roraima

Sumário

APRESENTAÇÃO...............................................................................................................................................6

INTRODUÇÃO....................................................................................................................................................9

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................................................9

CONCEITOS E DEFINIÇÕES........................................................................................................................11

PARTE I - DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA..............................15

1.1 – INSERÇÃO REGIONAL......................................................................................................................161.2 – A IMPORTÂNCIA DE RORAIMA NA REGIÃO NORTE.................................................................22

1.2.1 – Clima..............................................................................................................................................241.2.2 – Vegetação.......................................................................................................................................251.2.3 – Bacia Hidrográfica: ......................................................................................................................261.2.4 – Situação Geográfica:.....................................................................................................................261.2.4 – Demografia de Roraima.................................................................................................................281.2.5 – Ocupação do Solo..........................................................................................................................291.2.6 – Economia do Estado......................................................................................................................30

FIGURA 03 .........................................................................331.3. – O TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA.........................................................................34

1.3.1 – Perfil dos Municípios Integrantes..................................................................................................35Município de Rorainópolis...................................................................................................................................35Município de São João da Baliza..........................................................................................................................41Município de São Luiz..........................................................................................................................................45

Total p/ Região......................................................................................................................................47Município de Caracaraí.........................................................................................................................................49Município de Caroebe...........................................................................................................................................53

1.3.2 – Estradas Principais........................................................................................................................571.3.3 – Unidades de Conservação.............................................................................................................611.3.4 – Principais Bacias Hidrográficas...................................................................................................611.3.5 - Aspectos Geoambientais.................................................................................................................611.3.6 – Uso e ocupação do solo.................................................................................................................631.3.7 – Passivo Ambiental..........................................................................................................................631.3.8 – Organização Social........................................................................................................................641.3.9 – Estrutura Agrária...........................................................................................................................681.3.10 – Aspectos Econômicos...................................................................................................................711.3.11 – Finanças Públicas .......................................................................................................................721.3.12 – Produção Agrícola.......................................................................................................................731.3.14 – Serviços Sociais e de Apoio à População do Território .............................................................741.3.15 – Assistência Técnica e Capacitação no Território........................................................................75

PARTE II - CONSTRUÇÃO DO PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL E SUSTENTÁVEL PTDRS..................................................................................................................................77

2.1 – BREVE HISTÓRICO......................................................................................................................................782.2 – ANÁLISE SITUACIONAL: CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO...................802.3 – DEFINIÇÕES ESTRATÉGICAS PARA AS TOMADAS DAS DECISÕES NO TERRITÓRIO....................................................822.4 – OS PRINCÍPIOS ..........................................................................................................................................842.5 – VISÃO DE FUTURO......................................................................................................................................852.6 – ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO.................................................................................................................862.7 – EIXOS AGLUTINADORES...............................................................................................................................93

PARTE III – CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................114

3.1 – CONSOLIDAÇÃO DO PLANO.........................................................................................................1153.2 – ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO TERRITORIAL............................................................................1153.3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................119

5

Page 6: Sul De Roraima

APRESENTAÇÃO

No contexto das transformações econômicas, sociais, culturais e ambientais,

onde as mudanças acontecem cada vez mais aceleradas, foram necessárias

algumas atualizações de dados e novas propostas do Plano Territorial de

Desenvolvimento Rural Sustentável Sul de Roraima. O presente documento é

resultado de um trabalho inicial que tinha como título Plano Territorial de Desenvolvimento Sul de Roraima: Desenvolvimento Territorial com Gestão Social.

Com base nessas ponderações, foi possível ampliar nossos eixos

aglutinadores, linhas de ações, planos e projetos neste segundo trabalho,

mantendo algumas informações do primeiro PTDRS, porém, com uma nova

proposta e roupagem de Assistência Técnica e Extensão Rural baseada na

Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER). A construção do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do

Sul do Estado de Roraima – PTDRS -integra uma política pública do Ministério do

Desenvolvimento Agrário através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial.

Nesse contexto estão disseminadas diretrizes visando catalisar o desenvolvimento

sustentável das regiões do Brasil. Concebido sobre metodologias e estudos acerca

das teorias do desenvolvimento, o plano vem com o propósito de construir um novo

modelo de gestão para o desenvolvimento das localidades. A principal inovação

está no conclame, no propósito imperativo da participação dos atores sociais no

processo.

A teoria que consubstancia os procedimentos para elaboração de Planos

Estratégicos, considera que sejam construídas premissas, feitas grandes escolhas,

cujo desdobramento serão apresentadas em formas detalhadas, para finalmente

serem implantadas e/ou implementadas. Esse é o macro formado do Plano.

Diante deste contexto, o PTRDS do Sul do Estado foi concebido,

considerando variáveis locais, a partir do amadurecimento experimentado ao longo

dos últimos dez anos pelos atores sociais da região. O marco referencial desse

processo se remonta em um berço, que está inserido na implantação do Programa

Comunidade Solidária em meados da década de noventa. Daqueles dias até os

6

Page 7: Sul De Roraima

atuais houve uma evolução do senso social. Exemplo cabal desta afirmativa são a

criação e implantação da Comissão de Implantação das Ações Territoriais – CIAT

em Roraima.

A missão da CIAT está no propósito de harmonizar um ambiente propício

para a construção do PLANO. Nesse contexto estão inseridos questões das mais

diversas dimensões que foram e serão descritas ao longo do trabalho.

O Plano, enquanto instrumento para o planejamento e a gestão territorial

“representa o processo de construção de um modelo de desenvolvimento que

organiza as discussões, proposições e decisões em torno dos desafios a serem

enfrentados e resultados as serem alcançados”.

“O seu processo de construção transita a partir da reflexão crítica sobre os

problemas e potencialidades, das fragilidades e oportunidades, procurando

objetivar iniciativas na forma de projetos que concretizem a Visão de Futuro

concertada”.

Nesse sentido, a política do MDA-STR prevê que haja a necessidade de que

seja percorrido o itinerário do processo político e do processo técnico, para os

quais deverão ser mobilizados atores sociais do Território.

O Plano não é caracterizado apenas pelo documento que o representa, mas

sim, como um conjunto organizado de proposições e de decisões que confirmam

um acordo territorial que tem a participação da maioria dos atores sociais. Como

estabelece o arcabouço teórico.

Espera-se assim, que o plano territorial apresente algumas características

fundamentais para sua legitimidade:

Constituir-se como instrumento de gestão do desenvolvimento territorial,

garantido flexibilidade para os ajustes pertinentes;

Ter sido construído de forma participativa e, assim, ser fortemente apropriado

pelos atores territoriais.;

Ter caráter multidimensional e multi-setorial, oferecendo as condições

necessárias para a atração de investimentos diversos e com características

inovadoras;

Assumir mecanismos de monitoramento e avaliação a partir de informações

geradas nos territórios, de forma a efetivar um processo contínuo de revisão e

amadurecimento e aperfeiçoamento de suas diretrizes e propostas.

7

Page 8: Sul De Roraima

O conteúdo do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do

Sul do Estado de Roraima expressa estes preceitos

8

Page 9: Sul De Roraima

INTRODUÇÃO

O principal objetivo do presente documento consiste em demonstrar as

principais políticas públicas necessárias para setor primário no Território Sul de

Roraima, visando à devida implementação de ações conjuntas com a sociedade

civil, instituições públicas e o Estado. Cabe frisar que as propostas aqui inseridas

surgiram do anseio dos agricultores e agricultoras no sentido único da melhoria da

qualidade de vida no meio rural.

A proposta do plano é de que o desenvolvimento territorial supere o

crescimento segmentado e intermitente, a falta de oportunidade e de capacidades,

ultrapasse as barreiras sociais e políticas, para harmonizar-se com a cultura e

promova o crescimento econômico endógeno, a fim de valorizar os recursos, as

pessoas e os produtos do território.

Será necessário que sejam estabelecidos acordos, concessões, parcerias,

que o capital social agregue vantagens competitivas ao território, facilitando

alianças, sociedades, cooperação e confiança.

É preciso que se garanta a sustentabiidade do processo através da pratica

explicita da gestão social que significa sim apoiar o desenvolvimento de novas

institucionalidades, mas também agregar valor social a cada medida, cada ação,

cada projeto, cada atitude pessoal, visando sempre à melhoria sustentada da

qualidade de vida da população do território.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia aplicada para elaboração do plano Territorial de

Desenvolvimento Rural e Sustentável do Sul de Roraima se valeu da utilização e

uso de técnicas de visualização e moderação, e de alguns princípios do método

ZOPP de Planejamento Orientado para a Ação, sendo que foi possível a realização

dos procedimentos metodológicos do Diagnóstico Rural Participativo (DRP).

Assim como o uso da metodologia MAMPLA, que usa elementos do

planejamento estratégico favorece a identificação dos fatores favoráveis e

desfavoráveis ao desenvolvimento municipal, bem como indica as oportunidades e

9

Page 10: Sul De Roraima

ameaças, propiciando ainda a criação de planos de ação. É importante ressaltar

que, também, utilizamos a pesquisa bibliográfica como passo fundamental de

fundamentar teoricamente este plano.

Outro passo metodológico, adotado na elaboração do PTDRS consiste na

Pesquisa de Campo. Tal modalidade de pesquisa foi realizada em visitas nos

lotes dos colonos, nas agências de fomento, nas instituições de ATER, etc., onde

foi possível a aplicação de entrevistas e questionários para levantamento de dados

primários e secundários.

A importância do uso das metodologias acima é porque as ferramentas

utilizadas descartam o planejamento tradicional em função da sua visão estática e

retrospectiva da realidade e pelo fato de não antever conjunturas a frete.

Já o Planejamento Estratégico tem inerente na sua construção a

compreensão da realidade em constante mutação, e propicia a visão prospectiva e

favorece a antevisão de conjunturas a frente. Justamente por estes fatores que as

metodologias, foram selecionadas como modalidade preferencial na elaboração

dos planos estratégicos de desenvolvimento municipal.

O processo da construção do Plano foi desenvolvido e estruturado sob a

premissa básica da participação legítima e legal dos atores sociais do território. As

contribuições e opiniões foram os insumos, a matéria-prima, o pilar de sustentação

para garantir que os resultados contemplem, fundamentalmente o compromisso

institucional e a co-participação nas decisões com vista a se construir uma nova

realidade, galgada na responsabilidade compartilhada.

Nesse sentido, houve o cuidado e a preocupação de não se ocupar demais

pessoas com muitas atividades e responsabilidades. Assim, durante a realização

das oficinas temáticas foram extraídos e compilados, conforme relatórios nos

anexos do presente trabalho, as definições estratégicas para a construção do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Território Sul de

Roraima.

A construção do Plano seguiu etapas independentes, mas integradas entre

si. Inicialmente foram consignadas as premissas ou fundamentos básicos

constituídos a partir da definição da Visão e da Análise Estratégica, onde se quer

alcançar, concomitante a esta etapa, foi aplicado no território, um instrumento –

10

Page 11: Sul De Roraima

questionário – de pesquisa no intuito de ratificar as informações levantadas nas

oficinas acerca do território.

Ainda nas oficinas de trabalho foi realizada a leitura dos ambientes externo

e interno ao território, realizado o levantamento dos problemas vivenciados e

definida a Visão de futuro do plano, aonde se quer chegar. Convém afirmar que

tais oficinas tiveram como pano de fundo as dinâmicas de grupos muito

importante na coleta de informações e socialização de todos e todas.

Na seqüência, foram feitas as grandes escolhas que representaram os

objetivos estratégicos e as ações/projetos, além da definição da postura

estratégica.

A implantação e/ou implementação do Plano é o passo seguinte que requer

a definição da logística, da divulgação, da definição de projetos estratégicos e dos

planos táticos e operacionais. A estrutura baseada em um sistema integrado.

Derradeiramente, a elaboração do PTDRS do Território Sul de Roraima

caracteriza-se fundamentalmente, como uma Pesquisa Desenvolvimento como

um processo dinâmico, passível de mudanças, sendo necessário revisões e

atualizações no decorrer dos percursos históricos dos sujeitos do campo.

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para iniciarmos a abordagem do documento, é necessário

fundamentalmente do nivelamento dos conceitos utilizados na construção e

consecução do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável - PTDRS.

Estes conceitos e definições foram extraídos de documentos de referências

produzidos pelo Grupo Temático de “Institucionalidade para Gestão Social do

Desenvolvimento Rural Sustentável” do CONDRAF – Conselho Nacional de

Desenvolvimento Rural e Sustentável e outros documentos produzidos no âmbito

do Ministério do Desenvolvimento Agrário e bibliografias afins.

A apresentação dos conceitos visam estabelecer o entendimento das

propostas construídas a partir deste novo enfoque.

Ordenamento e Desenvolvimento – “tem o sentido geral do termo utilizado nas

ciências ambientais e na geografia, mas com algumas diferenças fundamentais.

11

Page 12: Sul De Roraima

Vai mais além da caracterização, localização ou destinação da ocupação espacial

e político de que se revestem as políticas públicas, expressas nas mais diversas

formas, geralmente estimulando ou restringindo atividades, apoiando esse ou

aquele setor ou região; nesse contexto ordenamento é o processo de formulação

do direcionamento que se pretende dar ao conjunto de medidas derivadas das

políticas públicas, e onde se projetam as condições que se aspiram alcançar

durante, e após, o processo de intervenção, atingindo um certo nível estável de

transformações verificáveis.

Ordenamento Territorial – “é o sentido descendente do ciclo proposto de

articulação entre estado e governo e a sociedade/instituições. É o processo de

diagnóstico, escuta e estudos, formulação e validação, informação e capacitação,

articulação com os interlocutores e implementação. Com a integral participação

dos atores sociais, de forma que aperfeiçoamentos possam, e devam, ser feitos,

ajustando os instrumentos às condições locais, tendo por objetivo o processo

educativo, a participação social e o resultado econômico.”

Território – “espaço físico, geograficamente definido, não necessariamente

contínuo, compreendendo cidades e campo, caracterizado por critérios

multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a

política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente

distintos, que relacionam interna e externamente por meio de processo específicos,

onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão

social, cultural e territorial”.

Território Rural – “São os territórios, conforme anteriormente, onde os critérios

mutidimensionais que os caracterizam, bem como os elementos mais marcantes

que facilitam a coesão social, cultural e territorial, apresentam, explicita ou

implicitamente, a predominância de elementos rurais. Nestes territórios incluem-se

os espaços urbanizados que compreendem pequenas e médias cidades, vilas e

povoados.”

Desenvolvimento Sustentável – “almeja resultados e soluções aos problemas

vivenciados pelas populações contemplando a combinação das dimensões do

desenvolvimento sustentável, econômica, sociocultural, político-institucional e

ambiental”.

12

Page 13: Sul De Roraima

Abordagem Territorial – “visa centrar foco das políticas no território, pois nele se

combinam a proximidade social, favorecendo a solidariedade e a cooperação, com

a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação dos serviços públicos,

organizando melhor o acesso ao mercado interno, chegando até ao

compartilhamento de uma identidade própria, que fornece uma sólida base para a

coesão social e territorial – verdadeiros alicerces para o capital social”.

Gestão Social e Desenvolvimento Territorial – “Deve ser estimulada pela

concretização dos espaços de debate e concertação para garantir a transparência,

a participação e a sustentabilidade. Ela deve ser vista como um universo em

construção que visa à gestão de assuntos públicos, principalmente políticas de

valor social para o desenvolvimento territorial. Assim, gestão social se relaciona

com os processos de descentralização política e administrativa, redefinindo novas

relações entre o político, o social e o econômico, além de conduzir ao

empoderamento da sociedade por meio de novas formas de compromissos entre

esta (sociedade) e o governo”.

Portanto, congregar estes conceitos, catalisar ações para a promoção de

movimentos transformadores requer fundamentalmente a quebra de muitos

paradigmas impregnados na sociedade brasileira; dos quais se destaca a parca

participação dos atores sociais nas definições e rumos da sociedade; sobretudo

naquilo que diz respeito ao destino dos segmentos econômico e social.

Assim, observa-se que nos últimos dez anos há uma atmosfera propícia que

incentiva e estimula a participação cada vez maior da sociedade na deliberação de

seus rumos. O Plano representa um exemplo cabal desta afirmativa. Portanto, é

premente que haja, cada vez mais, o exercício e o fortalecimento dos atores

sociais na busca incansável de definições e participação nos rumos da Gestão

Social e do Desenvolvimento Territorial nos mais diversos rincões desse imenso

país. O Empoderamento é o termo da vez que precisa efetivamente acontecer não

só na teoria, mas, sobretudo, na prática do dia-a-dia.

Considerar então, a partir deste novo horizonte, que “o Brasil necessita

aproveitar oportunidades de alterar efetivamente os velhos paradigmas orientados

para a concentração dos ativos e renda, para super exploração dos recursos

naturais e para discriminação de oportunidades. A solução definitiva virá apenas

13

Page 14: Sul De Roraima

com a aceitação de que transformações importantes deverão ocorrer na

sociedade, com o estabelecimento de padrões de desenvolvimento sustentáveis

em todos os setores, continuamente aprimorados por meio de ordenamentos

dinâmicos e democraticamente conduzidos”

É sob está égide que o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e

Sustentável do Sul do Estado de Roraima foi concebido.

14

Page 15: Sul De Roraima

PARTE I - DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE

RORAIMA

15

Page 16: Sul De Roraima

A elaboração do presente diagnóstico tem como objetivo apresentar

informações obtidas a partir de fontes secundárias identificadas nas pesquisas

bibliográficas, às quais foram agregados levantamentos de campo, na perspectiva

de construir um conjunto de hipóteses/questões que orientem as etapas de

construção do trabalho.

Neste sentido, teceremos algumas considerações teóricas do breve histórico

do território, da situação socioeconômica, índices populacionais, condições

edafoclimáticas, assuntos fundiários, o perfil das municipalidades. Desse modo,

será possível visualizar as principais cadeias produtivas em estágio de

potencialidade, os principais desafios e possibilidades de sucesso com

empreendimentos rentáveis que dignifiquem o homem e a mulher do campo.

1.1 – INSERÇÃO REGIONAL

A Amazônia engloba vários países da América do Sul, mas sua maior

porção está em território brasileiro, que corresponde a 63% do total da sua área.

Esse percentual também é impressionante quando se comparada às dimensões do

Brasil, a Amazônia corresponde a quase a metade do metade do território nacional.

Segundo Becker (2004), na escala macrorregional, três “espaços-tempo”

podem ser identificados hoje na Amazônia, na sua porção correspondente ao

território brasileiro, cada um com várias sub-regiões (figura 1). Segundo a citada

autora, tais sub-regiões são “descontíguas e suas feições resultam da combinação

de seu substrato cultural e geográfico, da densidade demográfica e da intensidade

em que nelas incidiu o processo recente de ocupação”.1 Assim sendo, observa-se

que as sub-regiões ora são caracterizadas por sua fisiografia (várzeas, vales

florestas), ora pela etnia, ou são caracterizadas por apresentar processos e

atividades econômicas modernas. São elas:

Macrorregião do Povoamento Consolidado;

Amazônia Central e

Amazônia Ocidental

Por isso, costuma-se afirmar que:

1 Amazônia, Amazônias, São Paulo, Contexto, 2001, p. 145.

16

Page 17: Sul De Roraima

“... Há várias amazônias na Amazônia, muitas delas

contraditórias entre si. Há que se optar por aquelas que tornem

possível uma vida melhor, não só para os seus habitantes, mas

também para o planeta. Poucas são as regiões do mundo que

têm esse trunfo. E esse caminho passa necessariamente por

incorporar suas populações aos direitos básicos de cidadania,

oferecendo-lhes condições de fazer o que já sabem, além de

buscar novos caminhos a partir da experiência acumulada. A

Amazônia exige uma visão complexa do meio ambiente que não

dissocie ecologia de justiça social, da cidadania". (Carlos Walter

Porto Gonçalves – 2001)2

A Macrorregião do Povoamento Consolidado corresponde ao sul e leste da

floresta, envolvendo grandes extensões do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão,

além das áreas desmatadas do sudeste do Pará, Rondônia e sul do Acre. A

dinâmica de povoamento da macrorregião

“... e o próprio ritmo de crescimento da população já são ditados

pelas cidades e o movimento da urbanização. Somente em áreas

de ocupação rural mais densa no Maranhão e no Pará, tal

dinâmica é comandada pelo movimento da pequena produção.

Apresenta os mais altos índices de renda per capta e de

desenvolvimento humano, à exceção de Marajó e do nordeste de

Tocantins. Por ter sido a grande área de expansão de fronteira

agropecuária, este arco passou a ser denominado Arco do Fogo

ou do Desmatamento ou das Terras Degradadas".3

A Amazônia Central corresponde à área cortada por

“novas estradas oficialmente previstas ou espontâneas,

estendendo-se do centro do Pará e extremo norte de Mato

Grosso até a estrada Porto Velho-Manaus e à hidrovia do rio

Madeira. Trata-se de extensa região possível de expansão de

2 Amazônia, Amazônias, São Paulo, Contexto, 2001, p. 10.3 Berta p.146

17

Page 18: Sul De Roraima

atividades valorizadas em velocidade máxima nos eixos, e de

expansão de novas fronteiras agropecuárias".4

Finalmente, a Amazônia Ocidental, que nos interessa mais diretamente para

fins do presente trabalho, segundo Becker (2004), corresponde a imensas

extensões de terras à margem das importantes rodovias, implantadas no passado,

ainda comandadas pelo “ritmo da natureza”, correspondendo aos estados do

Amazonas, Roraima e maior parte do Acre. Segundo a autora é imensa a

potencialidade da região não só em florestas, mas em disponibilidade de águas, a

que se somam recursos minerais. Sem dúvida, a biodiversidade é a grande riqueza

dessa região. Apesar da concentração econômica em Manaus ainda observa-se o

domínio do extrativismo e da circulação fluvial, com forte presença de populações

indígenas, caboclas e de forças militares A região também é marcada, segundo

Becker (2004) pela vulnerabilidade das fronteiras políticas com a Colômbia, Peru e

Bolívia, ao contrário da fronteira com a Venezuela que se caracteriza pelas

possibilidades de integração regional5. Para a citada autora a Amazônia ocidental

permite a identificação de várias sub-regiões, a saber:

Fronteira de Integração Continental; Alto Rio Negro; Várzeas do Solimões; Florestania e, Manaus e seu entorno.

A primeira, Fronteira de Integração Continental, é que o foco será maior uma

vez que esta compreende o Sul do Estado de Roraima, local onde foi definido o

território. A região corresponde à porção de Roraima beneficiada pela rodovia que

liga o estado à Venezuela e pela energia produzida pela hidrelétrica de Guri,

naquele país. Tal sub-região difere das demais fronteiras políticas da Amazônia

mais vulneráveis a interesses conflitantes quanto à soberania. Na Fronteira de

Integração Continental a “... densidade demográfica é ainda baixa e a população indígena

é bastante organizada, o que não impede a presença de fortes

conflitos... A sub-região tem grande potencial econômico não só

4 Berta p.1515E expressas pela rodovia e pelo fornecimento de energia elétrica de Guri

18

Page 19: Sul De Roraima

florestal e mineral como agrícola, baseado na produção de arroz

no lavrado, que deve ser revestida pela penetração da lavoura de

soja".6

Tal projeção será analisada mais detalhadamente ao longo do

desenvolvimento do trabalho. Na seqüência serão apresentadas breves

considerações de Roraima observada na perspectiva de sua inserção na Região

Norte do país. Informações inseridas na dimensões sociais, democráticas e

ambientais.

6 p.157

19

Page 20: Sul De Roraima

FIGURA 1 - AMAZÔNIA LEGAL – SUB-REGIONALIZAÇÃO ESQUEMÁTICA - 2003

Fonte: Backer, 2004.

20

Page 21: Sul De Roraima

Para efeito de informações censitárias e porque não dizer de definições

estratégicas do ponto de vista das tomadas de decisões de investimentos, a região

amazônica apresenta configurações demográfica de baixa representatividade,

inviabilizando assim a promoção e o incremento de políticas públicas voltadas ao

seu desenvolvimento.

Do ponto de vista populacional a região Norte apresentava, em 2000, um

percentual equivalente a 7,6% da população do país, segundo censo do IBGE.

Tabela - População residente e taxa de crescimento anual, segundo as Regiões e

Unidades da Federação da Região Norte 1980/2000

Tabela 01

Regiões e População residenteUnidades da Federação 1980 1991 2000

Brasil 119.002.706 146.825.475 169 544 443Nordeste 34.812.356 42.497.540 47.679.381Sudeste 51.734.125 62.740.401 72.262.411Sul 19.031.162 22.129.377 25.071.211Centro-Oeste 6.805.911 9.427.601 11.611.491Norte 6.619.152 10.030.556 12.919.949Rondônia 491.069 1.132.692 1.377.792Acre 301.303 417.718 557.337Amazonas 1.430.089 2.103.243 2.840.889Roraima 79.159 217.583 324.152Pará 3.403.391 4.950.060 6.188.685Amapá 175.257 289.397 475.843Tocantins 738.884 919.863 1.155.251Distrito Federal 1.176.935 1.601.094 2.043.169Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000.

21

Page 22: Sul De Roraima

1.2 – A IMPORTÂNCIA DE RORAIMA NA REGIÃO NORTE

O jovem Estado de Roraima, no limiar dos seus treze anos de existência,

tem uma premente necessidade de dotar os setores da economia – primário,

secundário e terciário – das condições adequadas de infra-estrutura, ambiência

propícia ao desenvolvimento e suporte institucional.

A economia local, mesmo em seu estado de incipiência, vem ensaiando os

primeiros passos no sentido de deflagrar vigoroso processo de desenvolvimento

sustentável e paulatinamente vai sendo superado o paradigma histórico que

atribuía esta função ao Governo do Estado.

Esta consideração é feita em face da antiga estrutura de Território Federal,

transposta pela autonomia político-administrativa, outorgada através da

Constituição Cidadã de 1988. Em 1991, quando assumiu o primeiro governador

eleito pelo voto direto houve, como medida inicial à consolidação institucional do

Estado, conforme preconiza a Carta Magna, a implantação dos três poderes, tarefa

fundamental que prossegue ao longo desses anos, para que o Estado de Direito,

conquistado pela nacionalidade há duas décadas, finque efetivamente suas raízes

neste rincão.

Em Roraima, segundo estimativa do IBGE para 2002, a população era de

346.871 habitantes. Deste total, 61,8% estava concentrada na capital. Outra

característica peculiar da população roraimense refere-se à sua formação: ainda

segundo o IBGE, 52,8% são de pessoas nascidas no Estado e os demais 47,2%

são migrantes advindos principalmente dos Estados do Maranhão - 18,2%, Pará -

6,2% e Amazonas - 6%.

Quanto à dimensão econômica, importa enfatizar que o setor terciário ainda

respondia por 73% da composição do PIB, representando os serviços públicos

cerca de 53% e os demais segmentos 20%. Depreende-se desta assertiva que a

dependência da economia em relação à esfera governamental é ainda

excessivamente alta e, por outro lado, é no Comércio e na Prestação de Serviços

que se concentram os recursos.

Outra constatação diz respeito à força de trabalho: o índice da população

economicamente ativa do Estado era em 2002 de 58,3%, sendo que deste número

85% está ocupado e 15% desocupado. Não obstante, em 2004 este quadro

22

Page 23: Sul De Roraima

agravou-se completamente em face da decisão do Governo do Estado em

promover concursos públicos para regularizar a situação do Estado em relação aos

contratos de seus servidores, oferecendo número de vagas estritamente

necessário ao funcionamento da estrutura governamental, muito abaixo do

exorbitante efetivo então existente nos quadros provisórios da administração

pública.

Os concursos vêm sendo realizados para atender à administração direta e

indireta do Poder Executivo, que é o maior empregador no Estado. Os reflexos

desta medida causaram forte impacto negativo no mercado de trabalho roraimense

e, por conseguinte, na sua economia - cerca de 20.000 servidores públicos foram

demitidos.

Neste contexto, importa ressaltar que o Setor Terciário Privado é o segundo

colocado no quesito oferta de força de trabalho no Estado, enquanto o Setor

Terciário Governamental é o maior empregador; o Universo das empresas deste

setor é de aproximadamente 5000. O número de postos de trabalho diretos

aproxima-se dos 25.000 em Boa Vista. É a esta população que o SESC direciona a

prestação de seus serviços.

Historicamente, a ocupação das terras de Roraima deu-se pela perspectiva

de preservação do território nacional, em função de situarem-se em áreas de

fronteira. O processo de ocupação esteve vinculado inicialmente à conquista do rio

Amazonas e posteriormente à conquista dos rios Negro e Branco. A região foi, no

passado, alvo de grande cobiça por parte de exploradores e aventureiros de várias

nacionalidades, que realizaram incursões exploratórias em busca de ouro e

especiarias, muitas vezes com a utilização de mão-de-obra indígena.

Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, o Território Federal

foi transformado em Estado, tendo sua implantação efetivada em 1991, com a

posse do primeiro Governador do Estado, eleito em 1990, para a gestão no

período 1991/1994. O presente Governo é, portanto, o segundo a administrar o

novo Estado, deparando-se ainda com grandes desafios de integração no contexto

nacional e de potencialização de fatores de integração internacional,

caracterizados pela sua situação geográfica e posição estratégica.

A região Norte é responsável por 45,27% da superfície do país, deste total

Roraima representa apenas 5,81%, o que corresponde a 225.116,1 km². O Estado

23

Page 24: Sul De Roraima

representa uma das nove unidades que integram a Amazônia Legal, situando-se no

extremo norte do território brasileiro, o que lhe confere a particularidade de possuir

a maior parte de suas terras no Hemisfério Norte.

A privilegiada situação geopolítica de Roraima permite boa integração do

estado com o mercado regional e internacional. Dentre os principais lugares com

quem interage, a Venezuela se apresenta, segundo informações da Secretaria de

Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (SEPLAN), como um dos

maiores compradores de soja, importando cerca de um milhão de toneladas de

grãos e 1,2 milhões de alimentos derivados, procedentes do Brasil central. É

importante registrar que através da Venezuela, a produção é transportada para

Europa, “através do mar do Caribe - Porto La Cruz e Porto Ordaz, distantes 1.200

Km e 700 Km, respectivamente, de Boa Vista, por rodovia asfaltada, de maneira

rápida e econômica, o que aumenta consideravelmente a competitividade da soja

produzida em Roraima”.7

A outra opção é a saída pelo Porto de Itacoatiara, através do Porto de

Caracaraí. Conforme informações da SEPLAN o projeto de expansão do Porto de

Berbice, localizado na Republica Cooperativista da Guiana, apresenta-se como

uma das grandes potencialidades de integração econômica e oportunidades

empresariais para o Estado de Roraima, bem como, países e estados próximos.

Situado a 541 km de Boa Vista e a 88 km de Georgetown, o porto localiza-se em

águas profundas do Atlântico o que possibilita a implantação de serviço

internacional de transporte de mercadorias por contêiner.

1.2.1 – Clima

O clima do Estado de Roraima caracteriza-se por ser: Tropical Úmido e

Equatorial Subúmido. A temperatura média mínima está na faixa de 20°C e

máxima de 38°C em regiões de níveis baixos em relação ao mar. Em regiões de

níveis entre 800m a 1000m a média é inferior a 18°C. Em localidades de altitudes

acima de 1100m a temperatura mínima noturna chega a 6°C e a diurna inferior a

20°C em qualquer época do ano.

O Estado possui duas estações climáticas bem definidas: Chuvosa

(Inverno), entre abril e setembro, sendo junho e julho os meses em que mais

7 Secretaria de estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, 2003.

24

Page 25: Sul De Roraima

chovem. Seca (verão), de outubro a março, sendo dezembro e janeiro os meses de

maior seca. A precipitação pluviométrica em média, varía de 2.200/2.250mm a SW

para 1.600/1.000mm a NE da Bacia do Rio Branco, sendo que a umidade relativa

média compensada anual varia de 65% a 90% no mesmo sentido da pluviosidade.

1.2.2 – Vegetação

Grande parte da cobertura vegetal de Roraima, integra a Floresta

Amazônica e, nessa condição, é considerada pela Constituição Federal como

“Patrimônio Nacional”, cuja utilização obedecerá parâmetros legais que assegurem

sua preservação.

A cobertura vegetal de Roraima é classificada no “Projeto RadamBrasil” em

oito tipos distintos: florestas ombrófilas tropicais de baixa e média altitude, florestas

ombrófilas tropicais densas de montanhas, florestas ombrófilas tropicais abertas

com e sem palmeiras (Chamadas matas de terra firme), floresta tropical estacional

semidecidual, floresta tropical densa, savanas, campos limpos do rio Branco e

refúgios ecológicos (tepuis).

As florestas tropicais densas de baixa e média altitude, ocorrem no

complexo das Guianas, ao norte do Estado, num relêvo médio de 600m, onde

cadeias de montanhas são cobertas com uma mata fechada. Várias espécies são

características como jutaí (himinaea parviflora), piquiá (caryocarvillosun),

mandioqueira (qualea dinizil), Sumaúma (ceiba pentandra), matamatá

(eschweilera) e sucupira (bowdichia guianensis).

Nos locais mais baixos e nos vales, a mata é ainda densa (extremos oriental

e ocidental com maior índice pluviométrico), encontrando-se também manchas de

florestas abertas, onde as palmeiras já se evidenciam. Espécies como: louro preto

(licania canella), carapanaúba (aspidusperma excelsum), acariquara (minquartia

guianensis), abiurana (lucuna lasiocaupa) são algumas entre as árvores, açaí

(enterpe oleracea) e inajá entre as palmáceas.

Em áreas planas do Estado, predomina a mata densa com árvores de médio

e grande porte, onde destacam-se a caferana (dendrobagia boliviana), cedro

(cedrela odorata), freijó (cordia goeldiana), muirapixuna (martiodendrom excelsum),

macucu de sangue (licania heteromorpha), muiratinga-da-várzea (olmediophaena

maxima), pau-rainha (centrolobium paraense) e copaíba (copaifera langsdorfii).

25

Page 26: Sul De Roraima

De todos os Estados Amazônicos, Roraima apresenta a maior variedade de

fisionomias vegetais. A heterogeneidade se deve ao forte gradiente pluviométrico

do sul para o norte do Estado, os diversos substratos geológicos e as variações

altitudinais.

1.2.3 – Bacia Hidrográfica:

A Bacia Hidrográfica do Estado, pertence à Bacia Amazônica e tem 204.640

Km2 de extensão. Os principais rios que banham o Estado são os rios Branco

(45.530 Km2), Uraricoera (52.184 Km2), Catrimani (17.269 Km2), Mucajaí (21.602

Km2), Tacutú (42.904 Km2) e Anauá (25.151 Km2).

1.2.4 – Situação Geográfica:

Roraima representa uma das nove unidades que integram a Amazônia

Legal, situando-se no extremo norte do território brasileiro, o que lhe confere a

particularidade de possuir a maior parte de suas terras no hemisfério norte.

O Estado apresenta limites internacionais que se estendem por 958 Km,

com a Venezuela e 964 Km, com a República Cooperativista da Guiana,

totalizando assim, 1.922 Km de fronteiras, faixa considerada de Segurança

Nacional, que lhe confere uma posição estratégica no que concerne às relações

internacionais entre o Brasil e esses países.

Tabela 02

Pontos Cardeais

Coordenadas Geográficas Limites Geográficos (Km)

Norte +05°16’20” -60°12’43” República da Venezuela

Sul -01°35’11” -61°28’30” Estados do Amazonas e Pará

Leste +01°13’45” -58°33’42” República Cooperativista da Guiana

Oeste +04°15’00” -64°49’36” Estado do Amazonas e República da Venezuela

Fonte IBGE

Observado na perspectiva dos municípios que hoje compõem o estado de

Roraima, observa-se que o mesmo vem sofrendo um processo de sucessivos

desmembramentos, e, conseqüentemente formação de novas unidades. Tal

dinâmica foi acentuada a partir de 1995 quando foram criados sete novos

26

Page 27: Sul De Roraima

municípios, passando de oito para quinze o total que hoje Roraima é composto.

Mas, muitas polêmicas perpassam a temática da divisão territorial.

Tabela 03

Município Distância Rodoviária Área em Km %

Alto Alegre 86 26.109,7 11,59Amajari 185 28.598,4 12,70Boa Vista - 5.711,9 2,54Bonfim 125 8.131,5 3,61Cantá 36 7.691,0 3,41Caracaraí 135 47.623,6 21,15Caroebe 338 12.098,5 5,37Iracema 93 14.403,9 6,39Mucajaí 51 11.981,5 5,32Normandia 185 7.007,9 3,11Pacaraima 214 8.063,9 3,58Rorainópolis 292 33.745,0 14,99S. João da Baliza 313 4.324,7 1,92São Luiz 298 1.533,9 0,68Uiramutã 331 8.090,7 3,59Fonte IBGE

Distâncias Rodoviárias de Boa Vista - Roraima em Km:Tabela 04

Brasil KM Venezuela KM Guiana KM

Manaus – AM 658,8 Sta. Helena Uairen 220 Lethem 125Belém – PA 1.434,3 Puerto Ordaz 853 Georgetown 450Brasília – DF 2.490 Ciudad Bolívar 950

Fortaleza – CE 2.566 Puerto La Cruz 1271Cuiabá – MT 2.098,1 Caracas 1551

Belo Horiz. – MG 3.117,7 Barcelona 1256São Paulo – SP 3.290,2 Maracay 1579

Rio de Janeiro – RJ 3.419,8 Valencia 1626Porto Alegre – RS 3.771,9 Barquisimeto 1764

Maracaibo 2053Fonte: Fonte Anuário IBGE

27

Page 28: Sul De Roraima

1.2.4 – Demografia de Roraima

No contexto populacional da região, Roraima é o Estado menos populoso:

concentra apenas 2,51% do total, ou seja, 324.397 habitantes. Desse total cerca

de 76% residem nas áreas urbanas, situação que não deve sofreu grandes

alterações nos últimos anos.

População de Roraima por Município – 1996/2000 – Tabela 05

Municïpio Urbano Rural 1996 2000

Amajari 799 4.500 4.623 5.299Alto alegre 5.192 12.694 13.771 17.886Boa vista 196.942 3.441 153.936 200.383Bonfim 3.001 6.336 5.660 9.337Cantá 1.162 7.388 7.671 8.550Caracaraí 8.215 6.023 9.664 14.238Caroebe 1.977 3.758 4.829 5.735Iracema 3.224 1.553 2.817 4.777Mucajaí 6.991 4.207 10.895 11.198Normandia 1.453 4.639 6.796 6.092Pacaraima 2.758 4.231 5.777 6.989Rorainópolis 7.175 10.302 7.544 17.477São João da Baliza 3.873 1.207 4.058 5.080São Luiz 3.445 1.873 4.456 5.318Uiramutã 525 5.268 4.634 5.793TOTAL 246.732 77.420 247.131 324.152FONTE IBGE* Estimativa considerando somente o total da população

Densidade Demográfica: 1,44 hab/Km2

Taxa de crescimento populacional: 4,57% ao ano (período: 1991/2000),

considerada uma das maiores do país.

28

Page 29: Sul De Roraima

1.2.5 – Ocupação do Solo

Para ilustrar a distribuição das terras do Estado, segundo a Secretaria de

Estado de Planejamento, Roraima possui a seguinte a configuração:

Tabela 06

Descrição Área (km 2) %Área total de Roraima 225.115,1 100Pretendida pela FUNAI 100.965 44,85Jurisdição do IBAMA 13.169 5,85EXÉRCITO 2.747 1,22ÁREAS ALAGADAS 13.394 5,95ÁREAS MONTANHOSAS 5.943 2,64ÁREA LIVRE 88.898 39,49ÁREA DISPONIVEL 44.449 19,745 Fonte: SEPLAN/DEES/DEPLAE - 2003

A figura, a seguir, ilustra com mais detalhes o quadro das Áreas de Uso

Especial do Estado de Roraima, elaborado pelo Instituto Sócioambiental8.

FIGURA 2 - ÁREAS DE USO ESPECIAL

8 Capobianco, p. 362, 2004.

29

Page 30: Sul De Roraima

Fonte: ISA, 2001.

1.2.6 – Economia do Estado

O perfil empresarial roraimense está embasado em micro e pequenas

empresas, constituídas, na sua grande maioria, por firmas individuais e sociedade

por quotas de responsabilidade limitada.

O fortalecimento empresarial de Roraima está atrelado a uma perspectiva

de desenvolvimento assentada, num primeiro momento, na consolidação da

produção de bens primários que garantam, a curto prazo, o auto-abastecimento

interno, em crescente níveis de processamento industrial e, cujo padrão

tecnológico é compatível com o atual estágio de desenvolvimento regional.

A dimensão geopolítica do Estado está sendo aproveitada como alavanca

indispensável para estimular o ciclo industrial.

As promissoras perspectivas em relação ao mercado externo têm na base

no avanço das relações fronteiriças com a proposta de se atingir novos mercados e

mediante o estímulo ao ingresso de capitais para a expansão das atividades

produtivas.

O conhecimento das tendências dos setores produtivos, das potencialidades

dos recursos naturais, aliado à identificação de novas oportunidades de

investimento são elementos essenciais para suportar um setor industrial capaz de

atender às demandas locais de consumo, geração de emprego e diversificação da

produção.

Observado do ponto de vista do Produto Interno Bruto - PIB, o estado de

Roraima representava no último Censo, uma situação de pouca importância no que

diz respeito à participação no total arrecadado pela região Norte.

PIB – EM MILHÕES DE REAIS – 2000 – Tabela 07

Ano 2000Região Norte (A) 50.650

Roraima (B) 1.117 Fonte: IBGE (2000).

1 Renda Per Capita

30

Page 31: Sul De Roraima

TAXA DE VARIAÇÃO PERCENTUAL NO PERÍODO – Tabela 08

ESPECIFICAÇÃO PERÍODO1970/75 1975/80 1980/85 1985/90 1990/95

RORAIMA 331,20 97,64 27,82 0,26 38,13REGIÃO NORTE 146,56 161,92 3,75 -3,12 6,03BRASIL 183,84 94,81 27,58 2,33 18,30FONTE: PEEM / EBAP / FGV

RENDA PER CAPITA VALORES ABSOLUTOS EM DÓLARES Tabela 09

ESPECIFICAÇÃO ANOS1970 1975 1980 1985 1990 1994 1995

RORAIMA 147

633

1.251

1.561

1.565

1.532

2.162

REGIÃO NORTE 197

485

1.271

1.318

1.277

1.073

1.354

BRASIL 355

1.006

1.961

2.502

2.560

2.541

3.028

FONTE: PEEM / EBAP / FGV

0

1000

2000

3000

4000

valo

res

abso

luto

s em

dól

ares

1970 1975 1980 1985 1990 1994 1995

DEMONSTRATIVO DA RENDA PER CAPITARORAIMA

REGIÃONORTE

BRASIL

Gráfico 01

Idioma: A língua oficial é o Português, como no resto do país, mas devido à

proximidade com a Venezuela e Guiana, parte da população fala inglês

(principalmente no Município de Bonfim e região) e Castellano (principalmente no

Município de Pacaraima e região), além das línguas indígenas como Makuxi,

Wapixana e Taurepang devido à existência dessas etnias no Estado.

Fuso Horário: Há diferença de -1 (uma) hora em relação a Brasília - DF, capital

do Brasil; -5 (cinco) horas durante o inverno e -6 (seis) horas durante o horário de

verão em relação à Europa e +4 (quatro) horas em relação a América Central.

Poder Estadual: Roraima é um estado da federação brasileira com regime de

governo democrático como em todo o país, representado por um Governador

(chefe do poder executivo), 24 Deputados Estaduais (que compõem a Assembléia

31

Page 32: Sul De Roraima

Legislativa) eleitos pelo diretamente pelo povo a cada 04 anos e os Tribunais

Regionais (que representam o poder judiciário).

Nos 15 (quinze) Municípios (Cidades) do Estado, a figura do Prefeito (chefe

do poder Executivo) e os 09 (nove) Vereadores (que compõem a Câmara

Municipal – poder Legislativo) também são eleitos diretamente pelo povo em

eleições Municipais a cada 04 anos.

A reforma agrária vem sendo implementada no estado de Roraima à mais

de 20 anos, 12 municípios já tiveram assentamentos, sendo que já foram

assentadas 11.682 famílias mas a área de 1.148.536 hectares tem capacidade de

suportar 22.711 famílias. O município com maior número de famílias assentadas é

o de Rorainópolis com 3.493 famílias em uma área de 297.398 hectares.

Dados Sobre A Reforma Agrária Em Roraima-2003 – Tabela 10

Município Cap. famílias Fam. Assentadas Área/ha

Alto Alegre 1.500 648 76..577,12Amajari 2.118 726 72.979,55

Boa Vista 906 906 79.050,02Bonfim 135 112 9.464,95Cantá 1978 669 110.856,06

Caracaraí 2241 1389 132.591,36Caroebe 3.000 1.263 164.266,70Iracema 2.269 911 206.672,26Mucajái 1.560 1.191 64.648,88

Rorainopólis 6.584 3.493 297.398,04São João da Baliza 157 226 10.608,39

São Luiz 263 148 16.436.15Fonte:

32

Page 33: Sul De Roraima

Figura 03

33

Page 34: Sul De Roraima

1.3. – O TERRITÓRIO SUL DO ESTADO DE RORAIMA

O propósito, a partir de agora é contextualizar e caracterizar o Território Sul

do Estado com objetivo precípuo de apresentar a sua realidade. Em alguns

momentos, as informações, apesar de serem do território fazem uma relação direta

com Roraima. Em outras, infelizmente, pela ausência de dados deixarão de

compor o documento.

Um alento nesse sentido serão os dados processados a partir da tabulação

dos questionários aplicados no território, que serão capazes de fornecer

informações atualizadas do local.

Figura 04

Vale ressaltar que o Território Sul de Roraima foi criado em 13/04/2004, com

finalidade especial de desenvolver socioeconômico ambiental, visando à melhoria

da qualidade de homens e mulheres roraimenses. Neste sentido, o

34

Page 35: Sul De Roraima

desenvolvimento aqui apontado tem caráter de sustentabilidade perpassando em

geração a geração.

1.3.1 – Perfil dos Municípios Integrantes

Inicialmente, os municípios de Caroebe, São João do Baliza, São Luiz do

Anauá, Rorainópolis e o Distrito de Novo Paraíso no município de Caracaraí, que

integram o Território Sul do Estado de Roraima e suas principais características

sócio-política e econômica:

A seguir faremos uma breve explanação do perfil da cada município que

compõem o território Sul do Estado de Roraima.

Município de Rorainópolis

Rorainópolis, nasceu com denominação de Vila do INCRA, numa referência

ao Projeto de Assentamento Dirigido Anauá – PAD/ANAUÁ, que possui sua sede

nesta localidade, desde de 1975, para instalação dos colonos migrantes de outros

estados do Brasil, mas começou a possuir características de vila no início do ano

de 1980. Vila do Incra passou a ser chamada de Rorainópolis nos anos 90, em

homenagem ao estado de Roraima. Foi transformado em município pela Lei nº 100

de 17 de outubro de 1995, com terras desmembradas do município de São Luis do

Anauá, a qual pertencem os seguintes distritos: à margem da BR 174 (Martins

Pereira, Nova Colina, Equador e Jundiá) e a sede Rorainópolis, à margem

esquerda do baixo Rio Branco (Santa Maria do Boiaçu, Taquera, Paraná da

Floresta, Do Cota, Remanso e Sumaúma). Santa Maria do Boiaçu é um dos

distritos mais antigo do município, foi fundada no dia 15 de abril de 1950, pelo

senhor Francisco Damásio. O município de Rorainópolis, foi instalado

administrativamente em 1º de janeiro de 1997, com a posse do seu primeiro

Prefeito eleito Antonio Carlos Lacerda Gago, para o quadriênio 97/2000. Pouco

mais de um ano de mandato, faleceu e assumiu para cumprimento do mandato o

vice-prefeito Geraldo Maria da Costa.

O município está localizado ao sul de Roraima, às margens da Rodovia

Federal Interamericana BR 174, que interliga Santa Helena do Uairén, fronteira

entre Brasil e Venezuela, com o Estado do Amazonas; a sede do município

distancia 291 Km da capital de Boa Vista e 468 Km de Manaus capital do

35

Page 36: Sul De Roraima

Amazonas. O município representa a porta de entrada e ligação do Estado com o

resto do Brasil. Destaque para a Vila do Equador, onde é cortado pela linha

imaginária do equador, que está representada por uma barra de ferro cravada em

uma rocha, situada à margem direita da BR 174. A vila de Jundiá, onde se

encontra os postos de fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda e

Secretaria de Segurança Pública, e onde inicia a reserva indígena Waimiri –

Atroari, por onde trafegam veículos em direção aos dois Estados. Dentro dessa

reserva encontra-se o rio Alalau, que limita o Estado de Roraima ao Estado do

Amazonas.

Figura 05LocalizaçãoLocaliza-se ao sul do Estado interligado aos demais municípios e ao Estado do Amazonas, através da BR - 174.

Limites- Norte: município de Caracaraí - Sul: Estado do Amazonas- Leste: municípios de São Luiz e São João da Baliza- Oeste: município de Caracaraí

Área- Área..........................................33.740,0 Km²- Participação em relação ao Estado..14,99 %

Criação do MunicípioLei nº 100, de 17 de outubro de 1995.

População Tabela 11

Rorainópolis Total Homens Mulheres Urbana Rural1996 7.544 4.033 3.511 2.712 4.832

2000 17.477 9.316 8.161 7.175 10.302Fonte: IBGE

Observa-se que, na relação homem/mulher, há predominância do sexo

masculino, com 1,14 homens para cada mulher, ficando eles com 53,3% do

contingente populacional, enquanto elas representam 46,7%. O quadro acima

36

Page 37: Sul De Roraima

mostra que 58,95% da população residente no município, concentra-se na zona

rural. A densidade demográfica é de 0,52 habitantes/Km².

A composição populacional deu-se, sobretudo, com a migração de

pessoas vindas principalmente do nordeste brasileiro, atraídos principalmente por

projetos de colonização do Programa Nacional de Reforma Agrária, do INCRA,

para o desenvolvimento da agricultura. Observa-se que de 1996 para 2000, a

população de Rorainópolis, cresceu 131,67%, considerado em termos

proporcionais o maior do país.

ClimaO clima do município é quente, com chuvas de verão e outono (Aw’i). Na região nordeste é equatorial, com uma estação seca (primavera) Amw.

TemperaturaA média da temperatura anual é de 26º C e a precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.

RelevoPredomínio de superfície plana (90%) e área alagável (10%).

Solos- Solos Hidromórficos Gleynizados- Solos Hidromórficos- Areia Quartzosza- Podzólicos Vermelho-Amarelos- Latossolo Vermelho-Amarelo- Latossolo Amarelo- Areia Quatizosa Hidromórfica

HidrografiaEstá composta pelos rios: Alalaú, Branco, Anauá e Jauaperí

Cobertura VegetalO município de Rorainópolis tem cobertura vegetal: floresta ombrófica e área de

contato (formação pioneira/floresta).

Estrutura FundiáriaNo município, predominam as pequenas propriedades agrícolas, oriundas do processo de colonização. A maior parte dos lotes possui até 100ha.

Áreas de Colonização

37

Page 38: Sul De Roraima

A situação fundiária do município de Rorainópolis está representada no quadro que se seguinte:

Tabela 12Projeto de

Assentamento Nº de Lote Quantidade de

Vicinal Assentado Residente

PAD/ANAUÁ 2142 43 1700

PA-INTEGRAÇÃO 402 07 270

PA-LADEIRÃO 80 01 48

PA-EQUADOR 180 02 85

PA-JUNDIÁ 180 01 130

VICINAL TRAIRÍ 80 01 70

SANTA MARIA DO BOIAÇU

80 01 30

TOTAL 3.142 56 2.333Fonte: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA

Por se tratar de áreas de assentamentos, há predominância de pequenas

propriedades rurais, variando de 50 a 100 hectares de tamanho.

A sede do Projeto de Assentamento Dirigido Anauá – PAD/ANAUÁ, presta

atendimento contínuo a todos os projetos de Assentamentos existentes no

município. O INCRA foi e é o grande agente de desenvolvimento rural do

município, boa parte da economia gira em torna da obtenção de créditos de

implantação aos assentados. Além de aprovar os projetos técnicos do PRONAF

tipo A.

Terras IndígenasÁrea Total: 6.254,25 Km²

Participação em relação ao total do Município: 18,53 %

Produção Agrícola e PecuáriaA agricultura do município de Rorainópolis tem como principais produtos

para comercialização o arroz, mandioca, banana, milho e laranja e cana. A tabela

abaixo mostra os dados aproximados da produção de 1999-2000.

Tabela 13Produto Unidade Área Área Produção Rendiment

38

Page 39: Sul De Roraima

Plantada (há) (a)

Colhida (ha) (b) (c) o Médio

(c/b)Arroz tonelada 620 580 1450 2.500

Mandioca tonelada 635 600 9.000 15.000

Banana Mil cachos 1.012 1.012 962 951

Milho tonelada 1.100 1.045 1.557 1.107

Laranja Mil frutos 45 40 965 24.125

Cana de açúcar tonelada 70 70 1400 20

Arroz tonelada 620 580 1450 2.500Fonte: IBGE – Censo Agropecuário – 2000

Em relação à pecuária, o município não dispõe de grandes áreas

reservadas para fazendas, por esta razão a pecuária não é tão significativa a ponto

de ser um fator determinante na economia local. Limita-se também em função do

baixo nível de capitalização dos pequenos agropecuaristas e por o sistema de

criação utilizado ser o semi-extensivo, tanto na pecuária de corte quanto na de

leite. Rorainópolis consome em média cerca de 2 (duas) toneladas de carne ao dia,

totalizando um volume anual de 720 toneladas de carne bovina .

Na tabela a seguir podemos verificar os principais tipos de criação/produto

do município com base no Censo Agropecuário – 2000.

Tabela 14

Criação/Produto Unidade QuantidadePercentual em

relação ao Estado (%)

Bovinos Cabeça 19.761 4,94

Suínos Cabeça 6.769 10,74

Eqüinos Cabeça 420 1,50

Caprinos Cabeça 180 3,44

Aves Cabeça 20.210 6,76

Leite/ano Litro 54.000 4,63

Ovos/ano Dúzia 91.000 5,33Comércio e Serviços

Nas unidades empresariais do município de Rorainópolis foi constatado que

75% das microempresas possuem prédio próprio, os demais são alugados. Quanto

a constituição jurídica, 91% da empresas são firmas individuais, 8% são

39

Page 40: Sul De Roraima

sociedades por cotas de responsabilidades limitada e 1% são cooperativas. Dos

produtos comercializados 42% são oriundos de outros estados, 12% de outros

municípios e apenas 46% de Rorainópolis. Da produção de Rorainópolis 40% são

comercializados no comércio local e 60% em outros municípios e/ou estados.

Cumpre ressaltar que o município de Rorainópolis, como em todo o

território, a cadeia produtiva de ovinos tem-se destacado, devido investimentos e

custeios através dos governos da esfera municipal, estadual e Federal, onde está

sendo possível consolidar a cadeia primária ovina. Vejamos a tabela abaixo:

Tabela 15: cadeias produtivas de Rorainópolis/RR

DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Gir,

Canchin, Girolando, Cimental5.595

SUÍNOS Mestiça 88OVINOS Santa Inês e Mestiça 274

CAPRINOS - 08EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 49

AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 5.875PEIXES Tambaqui, Piau 2.800

OUTROS Abelhas 4 caixasFonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)

Em geral o grau de escolaridade dos proprietários das empresas é baixo,

situando-se entre o ensino fundamental incompleto e o completo, correspondes

72%. A média salarial paga aos funcionários das microempresas são baixos,

ficando em torno de 1 salário mínimo. As admissões são na maioria das vezes por

convite pessoal e indicações de amigos dos proprietários, os mesmos não assinam

carteira.

As principais dificuldades encontradas na condução das atividades

empresariais foram apontadas na seguinte ordem: pouco capital de giro; baixa

demanda efetiva; alto índice de inadimplência; desorganização do setor e forte

concorrência no mercado local.

PotencialidadesO potencial agrícola do município de Rorainópolis, segundo as condições

climáticas, possibilitam o cultivo de inúmeros produtos, entre os quais: café, cacau,

cana-de-açúcar, entre outros. Mas, considerando os hábitos da população,

40

Page 41: Sul De Roraima

predominam as culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens. E como já destacamos a cadeia produtiva ovina tem sido uma atividade econômica emergente na municipalidade.

A combinação de fatores físicos e econômicos resulta no que diz respeito ao

processo de ocupação de espaço, em agricultura baseada em cultivo de rápido

retorno e em pecuária semi-extensiva, comprometendo áreas de grande

potencialidade voltadas para lavouras de maior valor comercial como por exemplo:

a soja, cacau, cana-de-açúcar, entre outras, além de uma variedade enorme de

frutas.

Município de São João da Baliza

O município de São João da Baliza foi criado em 1º de julho de 1982, com

terras desmembradas do município de Caracaraí pela Lei Federal 7,009.

O Governo Federal, na década de 70, impulsionado pela filosofia de

ocupação da Amazônia estava abrindo a rodovia BR 210, denominada Perimetral

Norte, quando o pioneiro, João Pereira, perdeu uma baliza do serviço topográfico

da estrada no igarapé nas proximidades do local onde mais tarde surgiu o

município.

O município de São João da Baliza localiza-se ao sudeste do Estado,

interligado aos demais municípios através da BR - 210. A sede do município está

localizada a margem da BR 210 Km 70 no sudeste do Estado a 255 metros acima

do nível do mar, encontra-se a 0º57’02’’ de latitude norte e 59º54’41’’ de longitude

do meridiano de Greenwich ao sudeste do Estado. O acesso ao município é feito

pela BR 174 e pela 210, a uma distância de 570 Km de Manaus e 313 de Boa

Vista.

41

Page 42: Sul De Roraima

Figura 06Localização

Localiza-se ao sudeste do Estado, interligado aos demais municípios através da BR - 210.

Limites- Norte: município de Caracaraí - Sul: Estado do Amazonas - Leste: município de Caroebe - Oeste: municípios de Rorainópolis e São

Luiz

Área- Área.........................................4.324,7 Km²- Participação em relação ao Estado.1,92 %

Criação do MunicípioLei nº 7009, de 1º de julho de 1982.

População - População..................5.091 habitantes - Densidade demográfica (hab/Km²)....1,18

Clima

O clima do município é do tipo Awi (tropical chuvoso com pequeno período de seca) e Aji (tropical chuvoso sem estação seca).

Temperatura

A média anual é de 27º C e a precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.

Relevo

Apresenta-se com predominância em superfície plana (80%), relevo ondulado com colinas e vales (10%) e relevo com vertentes de declive forte (10%).

Solos

- Podzólicos Vermelho-Amarelos- Latossolo Vermelho - Amarelo

Hidrografia

A hidrografia do município é representada pelos rios Jauaperi e Anauá.

Cobertura Vegetal

O município tem a seguinte cobertura vegetal: floresta ombrófila densa.

Estrutura Fundiária

42

Page 43: Sul De Roraima

Na estrutura fundiária do município, predominam os minifúndios, pequenas propriedades rurais com até 100 hectares, ocupadas por posseiros e arrendatários.

Áreas de Colonização – Tabela 16

MUN. SÃO J. BALIZA

LOTE QUANT. VICINAIS

QUANT. COLONOS (residentes)

Baliza 749 10 450

TOTAL p/ Região 749 10 450FONTE: ITERAIMA - 1997

Terras Indígenas

Área Total: 1.797,56 Km²

Participação em relação ao total do Município: 41,56 %

Produção Agrícola do Município de São João da Baliza – 1997 – Tabela 17

PRODUTO UNIDADEÁREA

PLANTADA (ha) (A)

ÁREA COLHIDA (ha) (B)

PRODUÇÃO(C)

RENDIMENTO MÉDIO (C/B)

Arroz Ton. 330 317 867 2.735Feijão Ton. 7 6 2 333Milho Ton. 120 86 101 1.174Mandioca Ton. 8 8 103 12.875Abacaxi Mil Frutos 1 1 5 5.000Banana Mil Frutos 289 289 272 941Laranja Mil Frutos 7 4 96 24.000FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES

Potencialidades

Os projetos de assentamento do município têm em vista a densidade de

produtores e o volume de produção, apresentam um quadro de grãos, entre arroz,

milho, feijão e mandioca, além da significativa produção de fruticultura. Outra

potencialidade do setor primário destaca-se a ovinocultura, atividade emergente no município como em todo o Território. Vejamos a tabela:

43

Page 44: Sul De Roraima

Tabela 18: cadeias produtivas de São João da Baliza/RR

DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Girolando,

Holandês1573

SUÍNOS Mestiça 155OVINOS Santa Inês e Mestiça 920

CAPRINOS - 30EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 49

AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 2406Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)

A Cadeia produtiva da ovinocultura teve crescimento geométrico com a maior

proliferação do rebanho a cada ano. As unidades produtivas do município

apresentam melhoria na questão do manejo dos animais, os agricultores realizam

cursos de qualificação profissional, além de aquisição de políticas de custeio e

Assistência Técnica e Extensão Rural do governo do Estado de Roraima

A aptidão agrícola, dadas as condições climáticas, possibilita o cultivo de

inúmeros produtos, entre os quais café, cacau, cana-de-açúcar, entre outros. Mas,

considerando os hábitos da população e a infra-estrutura existente, predominam as

culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens.

44

Page 45: Sul De Roraima

Município de São LuizO Município de São Luiz do Anauá foi criado pela Lei n.º 7.009, de 1º de julho

de 1982. Assim como todos os municípios roraimenses que surgiram na época, tal

emancipação político-administrativa atendeu à política pública de ocupação e

integração da Amazônia Legal ao resto do país, implementada pelos governos

militares, através da expansão das fronteiras agrícolas nacionais. O nome é uma

homenagem à capital do Maranhão, terra natal da maioria dos pioneiros da

colonização, acrescentando-se Anauá em menção ao rio Anauá, o principal do

Município.

Na década de 90, com a criação de novos municípios no Estado, São Luiz do

Anauá cedeu parte de seu território para a constituição do Município de

Rorainópolis, antiga vila do INCRA. Além desta, faziam parte ainda de São Luiz do

Anauá as vilas Moderna, Martins Pereira, Nova Colina, Equador, Jundiá e Santa

Maria do Boiaçu. Com a emancipação de Rorainópolis, São Luiz permaneceu

apenas com a vila Moderna como núcleo populacional importante no seu interior,

além das vicinais.

Figura 07Localização

Localiza-se na região sudeste do Estado, interligado à sede do município de São João da Baliza e à localidade do Novo Paraíso (Km 500), através da BR - 210.

Limites- Norte: município de Caracaraí- Sul: município de Rorainópolis- Leste: município de São João da

Baliza- Oeste: município de Rorainópolis

Área- Área.......................................1.533,9 Km²- Participação em relação ao Estado....0,68 %

Criação do Município Lei nº 7.009, de 1º de julho de 1982.

45

Page 46: Sul De Roraima

PopulaçãoPOPULAÇÃO RESIDENTE POR DOMICÍLIO – Tabela 19

1991 2000

Total Urbana % Rural % Total Urbana % Rural %

8.558 2.268 26,50 6.290 73,50 5.311 3.447 73,55 1.864 26,45

A redução de 47,93% do contingente populacional registrada entre 1991 e

2000 deu-se em virtude da emancipação de Rorainópolis, fato este que contribuiu

também para a mudança de status dos domicílios, como vemos na figura abaixo. A

densidade demográfica também foi alterada: passou de 0,27 habitantes por km2 em

91 para 2,93 habitantes por km2 em 2000.

ClimaPredomina o clima tropical chuvoso com pequeno período seco (Awi) e

tropical chuvoso sem estação seca (Aji).

TemperaturaA média da temperatura anual varia de 28º a 38º C e a precipitação

pluviométrica é de 1.500 mm.

RelevoSuperfície plana (60%), apresenta relevo forte e fracamente ondulado (40%).

Solos- Latossolo Amarelo- Terra Roxa Estruturada- Podzólico Vermelho-Amarelo - Plinhosso Silico, Glei pouco úmido silico e Areia Quartzosa

HidrografiaA bacia hidrográfica que abastece o município nasce no rio Anauá, além do rio Branco e seus principais afluentes.

Cobertura Vegetal A cobertura vegetal característica do município é a floresta tropical úmida e floresta de transição.

Estrutura FundiáriaNa estrutura fundiária do município predominam os minifúndios, pequenas propriedades rurais com até 100 ha, ocupados por posseiros e arrendatários.

Áreas de Colonização – Tabela 20

RORAINÓPOLIS LOTE QUANT. VICINAIS

QUANT. COLONOS (residentes)

46

Page 47: Sul De Roraima

São Luiz 1.016 07 800Vila Moderna 242 03 90Total p/ Região 1.258 10 890FONTE: ITERAIMA - 1997

Terras IndígenasÁrea Total: 23,94 Km²Participação em relação ao total do Município: 1,56 %

Produção Agrícola e Pecuária – 1997Através dos dados coletados no Cadastro Empresarial do SEBRAE/RR

junto a empresas formais, verificamos a existência de 44 estabelecimentos

empresariais, distribuídos em diversos setores e ramos de atividade. Uma

pesquisa do consumidor realizada em meados de 1998 pelo SEBRAE em Roraima

revelou uma evasão de demanda da ordem de 28,26% das pessoas entrevistadas.

As cidades que mais absorvem esta procura são, por ordem absoluta, Boa Vista

(78,33%), São João da Baliza (25,83%) e Manaus (21,33%).

Tabela 21

PRODUTO UNIDADEÁREA

PLANTADA (ha) (A)

ÁREA COLHIDA (ha) (B)

PRODUÇÃO(C)

RENDIMENTO MÉDIO (C/B)

Arroz Ton. 260 245 872 3.559Feijão Ton. 49 48 14 292Milho Ton. 550 420 501 1.193Mandioca Ton. 17 17 191 11.235Banana Mil Frutos 148 148 129 872Laranja Mil Frutos 38 29 572 19.724FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES

O rebanho bovino é pequeno mas garante o abastecimento do Município. O

baixo nível de capitalização dos pecuaristas é um dos principais problemas para o

não desenvolvimento da atividade em caráter empresarial. O sistema caracteriza-

se em ultra-extensivo, com uso de técnicas convencionais, provocando uma baixa

produtividade do rebanho.

Na tabela abaixo podemos verificar os principais tipos de criação/produto do

Município com base no Censo Agropecuário de 1996.

Tabela 23CRIAÇÃO / PRODUTO UNIDADE QUANTIDADE

Bovinos Cabeça 13.122

Suínos Cabeça 2.340

47

Page 48: Sul De Roraima

Porcas Cabeça 640

Eqüinos Cabeça 390

Caprinos Cabeça 210

Galinhas Cabeça 6.790

Frangos Cabeça 9.845

Leite Mil litros 315

Vacas Ordenha 700

Ovos Mil dúzias 70

Mel Kg 600

Potencialidades

Esse município como toda a região sul do Estado, tem aptidão agrícola,

apresentando como principais produtos: arroz, milho e feijão, mandioca em

tubérculos e banana.

O potencial agrícola do município, segundo as condições climáticas,

possibilita o cultivo de inúmeros produtos, entre os quais, café, cacau, cana-de-

açúcar, entre outros. Mas, considerando os hábitos da população, predominam as

culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens.

A combinação de fatores físicos e econômicos resulta no que diz respeito ao

processo de ocupação de espaço, em agricultura baseada em cultivo de rápido

retorno e em pecuária semi-extensiva comprometendo áreas de grande

potencialidade voltadas para lavouras de maior valor comercial como por exemplo

a soja, cacau, cana-de-açúcar, entre outras, além de uma variedade enorme de

frutas. Outra potencialidade setor primário destaca-se a ovinocultura que vem

sendo trabalhada pelos agricultores e agricultoras como uma possível atividade

econômica rentável e altamente lucrativa. Vejamos os dados:

Tabela 24: cadeias produtivas de São Luis/RR DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS

BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental, Caracu, Santa Gertrude.

3077

SUÍNOS Mestiça 188OVINOS Santa Inês e Mestiça 187

CAPRINOS - 16EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 70

48

Page 49: Sul De Roraima

AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 1356PEIXES Tambaqui, Piau 00

Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)

Desse modo, a cadeia produtiva da ovinocultura necessita de projetos em

investimentos e custeios no sentido de melhorar cada vez mais os índices técnicos

de produção, manejo dos animais,

É grande o potencial para implantação de projetos voltados para o

aproveitamento dos recursos naturais tais como: expansão da área cultivada de

arroz, milho e feijão; diversificação produtiva com a introdução da lavoura de

cacau, café e cana-de-açúcar, dentre outras variedades.

Município de Caracaraí

O Município de Caracaraí, outrora um simples campo destinado ao Porto

de embarque de gado em trânsito de Boa Vista para Manaus – AM, era

propriedade particular do Cel. Bento Ferreira Marques Brasil. O nome “Caracaraí” é

de origem indígena e quer dizer gavião pequeno. Caracaraí foi constituído a partir

da Lei Federal nº 2495 de 17 de Maio de 1955. Está situado entre as capitais de

Boa Vista e Manaus. Essa localização estratégica favoreceu o seu crescimento,

pois sempre desempenhou o papel de entreposto entre as duas capitais, sendo

ponto de conexão entre as vias de acesso rodoviário e fluvial, fato provocado pelo

obstáculo natural ao trânsito de embarcações existentes no Rio Branco – a

Corredeira do Bem Querer – situada à cerca de 15 km ao norte da cidade.

Apresenta vocação natural para a pecuária, extrativismo madeireiro,

pesca, agricultura, mineração, turismo e artesanato, cujo potencial encontra-se em

desenvolvimento.

Após um grande período de desenvolvimento, atualmente, sofre os

reflexos da estagnação econômica do Estado de Roraima, e com a chegada da

Energia de Guri perdeu também parte da arrecadação do ICMS, do óleo diesel que

abastecia os motores da usina termoelétrica da capital.

49

Page 50: Sul De Roraima

Figura 08

LocalizaçãoLocaliza-se, em grande parte, no

sudoeste do Estado, dividido pelo rio Branco e detém a maior área física do Estado.

Limites- Norte: municípios do Cantá, Bonfim e Iracema- Sul: municípios de Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz- Leste: município de Caroebe e República da Guiana- Oeste: Estado do Amazonas

ÁreaÁrea.........................................47.623,6 Km²- Participação em relação ao Estado..21,15 %

Criação do MunicípioLei nº 2495, de 27 de maio de 1955.

PopulaçãoTabela 25

Total Homens Mulheres Urbana Rural

Caracaraí 14.286 7.553 6.733 8.236 6.050

Clima

O clima do município de Caracaraí é do tipo Aw’i - tropical chuvoso e aji-tropical chuvoso sem estação seca, com os totais anuais de precipitação pluviométrica relativamente elevados, permitindo o desenvolvimento da zona de mata floresta. A precipitação pluviométrica é de 1.750 mm.

Temperatura

A média da temperatura anual é de 28º C. O intervalo de variação de temperatura no ano, situa-se entre 26º e 38º C.

Relevo

Predomina a superfície plana (70%), áreas inundáveis (20%) e elevações isoladas (10%).

Solos

- Solos Hidromórficos Gleyzados

50

Page 51: Sul De Roraima

- Podzólicos Hidromórficos

- Areia Quartzosa Hidromórfica

- Podzólico Vermelho-Amarelo

- Litólicos

- Latossolo Amarelo

- Concrecionário Laterítico

- Latossolo Vermelho-Amarelo

Hidrografia

O município de Caracaraí pertence à Bacia hidrográfica do médio e baixo rio Branco com inúmeras sub-bacias de regime permanente, incluindo as do rio Anauá. O principal manancial hídrico que atravessa a sede do Município é o rio Branco.

Cobertura Vegetal

Floresta ombrófila densa e área de contato (formação pioneira).

Estrutura Fundiária – Tabela 26

CLASSIFICAÇÃO Nº SITUAÇÃO Nº ESTRATOS (ha) QUANTIDADE

Mini 640 Proprietários 192 0 a 50 640

Pequenos 20 Arrendatários - 30 a 100 20

Médios 12 Posseiros 482 100 a 200 12

Grandes 02 Ocupantes - 200 a 500 02

TOTAL 674 - 674 - 674FONTE: SEPLAN - 1996

Áreas de Colonização – Tabela 27

MUN. CARACARAÍ LOTE QUANT. VICINAIS

QUANT. COLONOS (residentes)

Petrolina do Norte 401 02 65Serra Dourada 150 01 40Caicubi 80 01 -Cachoeirinha R. Branco 60 01 -Terra Preta 60 01 -RR – 170 493 01 290Novo Paraíso 70 01 15Água Boa de Cima 48 01 48Colônia Cemitério 50 - 30

51

Page 52: Sul De Roraima

TOTAL p/ Região 1.412 09 488FONTE: ITERAIMA - 1997

Terras IndígenasÁrea Total: 7.638,06 Km²Participação em relação ao total do Município: 16,03 %

Produção Agrícola do Município de Caracaraí – 1997 – Tabela 28

PRODUTO UNIDADEÁREA

PLANTADA (ha) (A)

ÁREA COLHIDA (há) (B)

PRODUÇÃO(C)

RENDIMENTO MÉDIO (C/B)

Arroz Ton. 290 273 633 2.319Feijão Ton. 13 11 3 273Milho Ton. 700 631 792 1.255Mandioca Ton. 231 231 3.170 13.723Abacaxi Mil Frutos 3 3 17 5.667Banana Mil Frutos 46 46 32 696Laranja Mil Frutos 37 20 454 22.700FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR

Potencialidades

O município de Caracaraí apresenta perspectivas agrícolas positivas, onde

estão assentadas cerca de 557 famílias de pequenos produtores. Além da

atividade agrícola, existe uma intensa atividade comercial baseada em produtos de

fabricação caseira.

A aptidão agrícola do município, segundo as condições climáticas, possibilita

o cultivo de inúmeras culturas. Mas, considerando os hábitos da população,

predominam as culturas de arroz, feijão, milho, mandioca e pastagens. Outra

potencialidade do setor primário destaca-se a ovinocultura, uma vez que existem projetos que estão desenvolvendo a atividade econômica como alternativa rentável, possibilitando a dinamização da cadeia produtiva.

Tabela 29: cadeias produtivas de Caracaraí/RR DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS

BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental, Caracu, Santa Gertrude.

1974

SUÍNOS Mestiça 360OVINOS Santa Inês e Mestiça 838

CAPRINOS - 183EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 147

AVES Galinha Caipira 2301

52

Page 53: Sul De Roraima

PEIXES Piau 50Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)

A combinação de fatores físicos e o atraso tecnológico resultam num

processo de ocupação do espaço baseado na agricultura de subsistência e no

desenvolvimento da pecuária semi-extensiva, implicando em baixos níveis de

rendimento e produtividade.

O potencial para implantação de projetos voltados para o aproveitamento

racional dos recursos naturais não podem ser desprezado. A expansão da área

cultivada com produtos tradicionais (arroz, feijão, milho e mandioca) e a

diversificação da lavoura, introduzindo-se culturas de alto valor comercial, são

fatores a serem considerados.

O município tem na pesca uma grande vocação natural, sendo o maior

produtor do Estado.

Para a diversificação da matriz produtiva, existem perspectivas favoráveis ao

desenvolvimento de culturas de ciclo curto (maracujá, abacaxi, melancia e outras).

Município de Caroebe

O município de Caroebe criado em 04 de novembro de 1994 pela lei 082/94,

que o desmembrou do município de São João da Baliza, foi instalado de fato em 1º

de janeiro de 1997, com a posse de seu primeiro prefeito, Sr. Antônio de Sousa

Martins Filho e do vice-prefeito Sr. Ilário José de Lima.

A região foi povoada a partir do processo de colonização desencadeado

pelo Governo Federal no processo de ocupação da Amazônia, nas décadas de 70

e 80, e incrementado pela corrida garimpeira, que teve seu auge em meados de

80. Até hoje a maioria da população reside na área rural, sendo a economia

voltada para a agricultura.

A partir da década de 80, surgiram e Caroebe investimentos na área

agrícola. Incentivados pelo consumo da capital-Boa Vista Caroebe é ainda o

grande cultivador e fornecedor de banana e arroz.

Figura 09

53

Page 54: Sul De Roraima

LocalizaçãoLocaliza-se ao sudeste do Estado,

interligado ao município de São João da Baliza através da BR - 210.

Limites- Norte: município de Caracaraí e República da Guiana- Sul: Estado do Amazonas - Leste: Estado do Pará- Oeste: municípios de São João da Baliza e Caracaraí

Área- Área........................................12.098,5 Km²- Participação em relação ao Estado....5,37 %

Criação do MunicípioLei nº 082, de 04 de novembro de 1994.

População

A população do município é formada basicamente por assentados do

Projeto de Assentamento Jatapú - INCRA, oriundas do nordeste do país com

passagens pelas regiões centro – sul e parte do norte, principalmente do Estado de

Rondônia, normalmente com pouca tradição agrícola, descapitalizados e grande

parte endividados junto ao crédito oficial.

Com base no Censo/95 - IBGE, comparado com o último em 2002, a

população total em 1996 era de 4.847 habitantes passando em 2002 para 5735

habitantes, distribuídos seguinte forma:

- População......................4.847 habitantes- Densidade demográfica (hab/Km²)....0,40

ClimaO clima do município é do tipo Awi (quente com chuvas de verão e outono).

TemperaturaA média da temperatura anual é de 27º C e a precipitação pluviométrica é de

1.500 mm.Relevo

É composto por superfície plana (70%), áreas alagáveis ou inundáveis (terraços fluviais) e relevo fortemente ondulado (20%).

54

Page 55: Sul De Roraima

Solos

- Litossolos (RG)- Podzólicos Vermelho-Amarelos (PB1, PB 4 e PB 6)- Latossolos Vermelho-Amarelos (LV18, LV13 e LV 23)

Hidrografia

A hidrografia do município é representada pelos rios Novo, Caroebe e Jauaperi.

Cobertura Vegetal

A cobertura vegetal do município é floresta ombrófila densa.

Estrutura Fundiária

É baseada no PAD - Jatapu (Projeto de Assentamento Direcionado) patrocinado pelo INCRA e também possui várias vicinais de assentamento patrocinado pelo Estado. Assim sendo, predominam lotes com até 100 hectares.

Terras Indígenas

Área Total: 6.376,32 Km²Participação em relação ao total do Município: 52,70 %

Produção Agrícola do Município de Caroebe – 1997 – Tabela 30

PRODUTO UNIDADEÁREA

PLANTADA (ha) (A)

ÁREA COLHIDA (ha) (B)

PRODUÇÃO(C)

RENDIMENTO MÉDIO (C/B)

Arroz Ton. 220 201 424 2.109Milho Ton. 250 198 236 1.192Mandioca Ton. 37 37 421 11.378Abacaxi Mil Frutos 1 1 3 3.000Banana Mil Frutos 696 696 665 955Laranja Mil Frutos 7 4 98 24.500FONTE: IBGE CENSO AGROPECUÁRIO / 96 E GCEA/RR DADOS PRELIMINARES

Potencialidades

O município de Caroebe possui vocação eminentemente agrícola. A

produção atual está direcionada para as culturas do arroz, milho, mandioca, laranja

e banana. Entretanto, a gama de produtos com perspectivas de cultivo é muito

vasta. Como exemplo pode-se citar: cacau, café, cana-de-açúcar, urucu, côco e

pupunha.

55

Page 56: Sul De Roraima

Os principais produtos agrícolas do município de Caroebe são a banana e a castanha-do-pará, sendo que o primeiro é comercializado nos mercados de Boa Vista e Manaus.

Existe grande potencial para culturas permanentes e essências florestais

nativas. A fruticultura tem sendo uma das bases da econômica do setor primário,

respondendo de modo significativo ao Produto Interno Bruto da Municipalidade. A

pecuária de corte tem sido uma atividade econômica importante, porém, tal

atividade tem causando impactos ambientais causando danos de degradação de

áreas, além do desmatamento e queimadas na região.

O extrativismo vegetal é representado pela extração da castanha, do

angelim, louro, roxinho, cupiúba e maçaranduba. Outra potencialidade do setor

primário consiste na ovinocultura merecendo destaque para futuros investimentos. Vejamos dados da tabela:

Tabela 31: cadeias produtivas de Caroebe/RR

DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAISBOVINOS Mestiça, Nelore, Gir,

Canchin, Girolando, Cimental3458

SUÍNOS Mestiça 251OVINOS Santa Inês e Mestiça 229

CAPRINOS - 56EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 132

AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 2569PEIXES Tambaqui, Piau 6450

Fonte: (DRP SUL DE RORAIMA, 2009)

É importante ressaltar que a cadeia produtiva da ovinocultura nos censos do IBGE na época de sua realização, ainda, não constava dados quantitativos dessa atividade econômica. Convém enfatizar que através do DRP foi possível

visualizar a cadeia produtiva a partir de meados de 2000 e início da década de

2010, em razão das políticas empreendedoras da PETROBRÁS, agências de

fomento e políticas de custeios promovidas pelo Governo do Estado de Roraima.

56

Page 57: Sul De Roraima

1.3.2 – Estradas Principais

A malha viária do Território Sul do Estado, principal meio de escoamento da

produção e entrada dos bens duráveis e não-duráveis no Estado, é composta por

rodovias federais e estaduais as chamadas RR´s, assim como as vicinais

Os demais meios conhecidos utilizados pela logística para transportar a

produção do território são os meios de transporte aéreos e fluviais, que existem em

escalas significativamente menores e praticamente não utilizadas no local.

As estradas que compõem a malha viária do Território Sul do Estado de

Roraima, é composta principalmente por rodovias federais e vicinais. As principais

são:

Rodovias Federais

– BR 174 que atravessa o Estado no sentido Norte e Sul e liga Roraima ao vizinho

Estado do Amazonas e a República Bolivariana da Venezuela, passando pelos

municípios de Rorainópolis, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Boa Vista – a capital do

Estado, até Pacaraima, última fronteira brasileira com a Venezuela;

- BR 210 – Perimetral Norte – prevista para ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico,

cruza o Estado no sentido Leste e Oeste, passando pelos Municípios de Caroebe,

São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Caracaraí e a Colônia São José; neste

ponto a rodovia é interditada porque penetra na reserva indígena Yanomami;

- BR 431 que liga a BR 174 a santa Maria do Boiaçú, município de Rorainópolis,

integrante do Território;

- BR 432 que liga a BR 174 ao distrito de Novo Paraíso, localidade que integra

oTerritório.

Rodovias Estaduais e Municipais

As Estradas que compõem a malha viária do Território Sul de Roraima são

denominadas vicinais, para faciliar o entendimento da coloc]nização e da malha

viária que compõem o território estamos apresentando os mapas das vicinais de

cada município:

57

Page 58: Sul De Roraima

Figura 10

Figura 11

Figura 12

58

Page 59: Sul De Roraima

59

Page 60: Sul De Roraima

Figura 14

Figura 15

60

Page 61: Sul De Roraima

1.3.3 – Unidades de Conservação

As Unidades de Conservação inseridas no Território Sul do Estado de

Roraima são:

Tabela 32Unidade/Categoria Área/Há Município

Floresta Nacional do Anauá 260.190 Rorainópolis

Floresta Nacional do Jauarperí* 182.517 Rorainópolis e São João da Baliza

Situação da área, falta decreto de criação.Fonte: Núcleo de Unidade de Conservação IBAMA/RR

1.3.4 – Principais Bacias Hidrográficas

Especificamente no Território Sul de Roraima, a configuração hidrográfica é

composta de sub-bacias:

Tabela 33

Sub-bacias Área aproximada km² Afluentes

Catrimãni

Anauá

17.269

25.151

Camoji, aromopô, Catrimâni, AjaraniBaraúna, Anauazinho, Novo

Fonte:Roraima do hemisfério norte (1994). Agostinho 2001.

1.3.5 - Aspectos Geoambientais

Demografia

O Território Sul de Roraima também compartilha do modelo de ocupação

das terras definido na década de 70 pelo Governo Federal, cuja proposta a época

foi ocupar as regiões de fronteira no intuito de povoá-las para protegê-las.

Diante desta estratégia houve intensos movimentos migratórios para o

Estado, sobretudo de populações advindas das regiões nordestinas, da própria

região amazônica em especial dos Estados de Amazonas e Pará, além das regiões

do sul que vinham para Roraima a fim de obter melhores condições de vida.

Nesse sentido a formação demográfica do Território Sul de Roraima deriva

desse modelo composto basicamente pelo intenso movimento migratório,

transcorrido ao longo dos últimos trinta anos, cujas origens e o perfil da população

que chegou ao Estado são de pessoas oriunda dos Estados do Maranhão

principalmente, Amazonas, Pará, Ceará e Paraná. Depois do município de Boa

61

Page 62: Sul De Roraima

Vista, a capital, Rorainópolis possui a maior taxa de crescimento demográfico do

Estado.

Lamentavelmente o perfil predominante destas populações apontam para

parca ou nenhuma escolaridade, baixíssimas condições econômico-finaceira, nível

cultural e de esclarecimento voltado às crenças populares e fé cristã, ou seja, a

base da formação sócio-político e econômica do Território Sul é composta por um

caldeirão de culturas, completada pela participação das populações tradicionais –

os índios roraimenses, ou seja, a população espelha a realidade do Brasil.

Guardadas as similaridades com as características da constituição do

Estado, o território tem a seguinte configuração:

• Elevadas taxas de crescimento populacional, evoluindo de uma população de

40.885 habitantes em 1970, para 79.159 em 1980 e para 217.583 em 1991.

• Baixas densidades demográficas, principalmente, nas regiões sudoeste e sul do

estado;

• Alta concentração populacional na zona urbana, a exceção do município de

Caroebe.

• População indígena formada por várias sociedades tribais, correspondente a

cerca de 36.600 habitantes no total do Estado.

O fato que representa um marco na história e na demografia do Estado e

por conseguinte do Território sul é a transformação do território federal para Estado

com a promulgação da Constituição brasileira de 1988 . Em 1990, com a posse do

primeiro governador eleito pelo sufrágio universal, Roraima sai da condição de

completo isolamento vivido no passado, para a condição de Estado da Federação.

Outro registro importante a ser abordado diz respeito ao expressivo

crescimento populacional ocorrido durante a década de oitenta, estabelecendo

uma trajetória de crescimento populacional que permanece até os dias de hoje.

Entre 1980 e 1991, em apenas onze anos, a população aumentou 174,8%.

Segundo dados do IBGE, Roraima é o estado brasileiro que hoje mais recebe

migrantes, oriundos em grande medida da própria Amazônia.

Meados da década de noventa com criação dos oito municípios, e aí

incluem-se os quatro do território, com exceção o município de Caracaraí, há um

estado de acomodação populacional naquela região.

62

Page 63: Sul De Roraima

1.3.6 – Uso e ocupação do solo

A pressão econômica e populacional que incide atualmente sobre o estado,

e em especial no território, torna urgente a execução do Zoneamento Ecológico-

Econômico, realizado em pelo Governo do Estado em parceria com o Governo

Federal no início da década de 2000.

Nos dias atuais, apesar do ZEE ter sido concluído, ele ainda não foi

transformado em Lei, impedindo, portanto, a sua aplicação. Assim o instrumento

que em tese serve para orientar os tomadores de decisão sobre as áreas propícias

para cada tipo de atividade econômica e aquelas reservadas à proteção ambiental,

na prática não tem sido utilizado para o seu fim.

A política atual de ocupação do solo no território tem sido baseada no

modelo de ocupação agrícola promovido pelo governo federal, através do INCRA e

do Governo do Estado. O que se tem observado ao longo da última década são

conflitos sócio-ambientais, sendo necessário rever o atual modelo.

Uma das alternativas vislumbradas para melhorar esta situação pode ser a

otimização (intensificação) do uso de assentamentos já existentes – ao invés de

abertura de novas fronteiras, a agregação de tecnologias alternativas ao uso do

fogo respeitando as áreas de preservação permanente, e o desenvolvimento de

tecnologias econômica e ambientalmente adequadas.

Há, hoje, no território, um maior compromisso pelo fortalecimento das

políticas voltadas para o desenvolvimento sustentável, aumentando a

produtividade da agricultura e incentivo à tecnologias novas como o plantio direto,

o controle biológico e os sistemas agroflorestais, a pecurária extensiva, a pecuária

de leite, assim como a implantação de atividades consideradas novas para o local

como o turismo e o eco-turismo, este último expresso principalmente no município

de Rorainópolis e Caracaraí.

1.3.7 – Passivo Ambiental

Enquanto passivo ambiental, o território tem demonstrado que há um

movimento intenso de desmatamento ilegal. Fiscais do IBAMA têm registrado

autos de infrações com a apreensão de madeiras, animais silvestres e etc.

A principal fonte deste passivo está no desmatamento desenfreado das áreas

de preservação. As árvores, ou toras de madeiras como são chamadas são

63

Page 64: Sul De Roraima

derrubadas para a exportação para os vizinhos: o estado de Amazonas e para a

Venezuela. O produto sai do território sem agregar qualquer valor. Inclusive, a

madeira se constitui num dos principais produtos na balança comercial do Estado,

conforme quadro abaixo.Em face a ausência de informações específicas do

território, para efeito de ilustração, o quadro abaixo expressa a Balança Comercial

do Estado.

Balança Comercial de Roraima 1993-2003 – Em US$ 1.000FOB - Tabela 34

Ano Exportação Importação Saldo1994199519961997199819992000200120022003*

5.6344.3577.1162.5832.4821.7132.5864.3786.0223.097

4.1177.5446.6205.95410.2341.1544.8583.4392.7901.402

1.517-3.187

496-3.371-7.752

199-2.272

9393.2321.695

Fonte: Economia e Mercado 2003* janeiro a setembro de 2003

Em US$ 1.000 FOB - Tabela 35

Conta ValorTotal das Exportações 3.011.810

Bens de CapitalBens de capital (exceto equip transporte de uso industrial)

6.2286.228

Bens IntermediáriosAlimentos e BebidasInsumos Industriais

2.860.74710.914

2.849.833

Bens de ConsumoBens de consumo duráveisBens de consumo não duráveis

144.8351.915

142.920Fonte: Economia e Mercado 2003

1.3.8 – Organização Social

Historicamente o Brasil não possui uma cultura estruturada na formação de

organizações sociais. As características desta afirmativa está na própria formação

brasileira, especialmente, na recente história da revolução de 1964, ou Golpe de

64

Page 65: Sul De Roraima

1964 que coibiu toda e qualquer manifestação coletiva. A herança advinda desse

período constitui-se na pouca experiência no quesito articulação coletiva.

Entretanto, findada a fase da ditadura, e instalada a atmosfera da

democracia, houve a recuperação e revitalização da consciência de cidadania

nacional. Esses fatores atuaram e continuam atuando diretamente na formação

político-econômica e social brasileira.

Em meados da década de 90 a sociedade já desponta e respira novos

anseios para a recém democracia brasileira, herdada da vontade popular e calcada

na âncora da constituição cidadã. Considera como uma das principais conquistas

da democracia do povo brasileiro.

Articulações e parcerias passaram a representar o propósito de diversas

organizações, sejam elas públicas e/ou privadas. É nesse contexto que as

organizações sociais começam a despontar nas suas diversas representações:

sindicais, cooperativas, associações, partidárias, organizações não

governamentais, etc.

Em Roraima o contexto não se difere apenas na temporalidade. O Estado

por estar localizado no extremo norte do país recente das ações não chegarem em

tempo real. O advento da comunicação on line, via rede mundial de computadores,

trouxe um novo alento para o Estado.

Especialmente quando se aborda sobre a questão das organizações sociais

em Roraima é prudente relatar alguns fatores peculiares como localização do

Estado ser na região amazônica, a concentração de recursos naturais em

abundância, a existência de extensas áreas de preservação nacional, além da

existência de populações tradicionais – índios. Essas variáveis atraíram e

continuam atraindo um contingente expressivo de cidadão estimulados a criar

inúmeras organizações de cunho não governamental sob a bandeira da defesa dos

recursos naturais.

Numa concepção oposta a citada acima, o Estado também tem aqueles

organismos que foram estimulados a serem constituídos visando atender algumas

políticas públicas. A despeito do tema há, em especial, a própria constituição do

território sul de Roraima.

65

Page 66: Sul De Roraima

Os números expressivo de organizações sociais criadas sob a égide de

atender alguns dispositivos legais, demonstram que constituir instituições sociais

não tem dificuldade alguma. Entretanto, os propósitos de suas constituições é que

precisam ser melhor fiscalizados.

A situação real acerca da constituição e existência das organizações sociais

no território requer estudos específicos a fim de se mapear e se construir um

cadastro, um banco de dados capaz de refletir fidedignamente a realidade.

Existem iniciativas nacionais que primam pelo conceito de rede visando a

melhor articulação entre elas.

Infelizmente esta não é a realidade do território do sul de Roraima. A

situação que consta é de que não há efetivamente um cadastro único das

organizações sociais do estado. Não se sabe seu número exato, nem qual a

natureza da sua constituição e menos ainda a que se destina.

Entretanto, de prático o que há no território são organizações sociais

eminentemente constituídas sem fins lucrativos, como associações de produtores,

sindicatos de trabalhadores rurais, movimento de mulheres camponesas,

cooperativas de produtores, religiosas e organizações não governamentais em

defesa de povos indígenas.

A construção do presente plano é o resultado concreto e fiel de que as

organizações sociais estão se mobilizando, organizando-se para tomarem para si o

seu próprio destino. O conceito do empoderamento apesar de recente na realidade

brasileira, tem sido o propósito perseguido pela grande maioria das organizações

sociais já estabelecidas. Aquelas em que sua representatividade é legal e legítima

diante da sociedade.

No território, nos últimos dez anos inúmeras iniciativas advindas do poder

central estimularam a constituição de organizações sociais e na formação dos

atores sociais locais.

As dificuldades percebidas no sul do Estado quanto a formação e

constituição das organizações sociais se dão em face do perfil da população.

Como abordado em itens anteriores, as características dos brasileiros residentes

no território são a baixa escolaridade, a relativa vulnerabilidade social, com o

66

Page 67: Sul De Roraima

agravante do pouco tempo de estabelecido no Estado. O que representa, em uma

instância mais apurada, o incipiente apego ao local.

Mesmo assim, diante dos entraves, o Território tem demonstrado pujança

nesta seara, grande parte atribuída ao modelo desenvolvimentista implementado

pelo Governo Federal para descentralizar recursos financeiros. Este mecanismo

tem aproximado os atores sociais a procurar instituições associativas e

cooperativas visando serem beneficiários de políticas públicas.

O cadastro das organizações sociais do Estado registram

aproximadamente 200 organizações, entre elas de produtores rurais, partidos

políticos, associações de produtores, de artesão, de associações de pais e

mestres, cooperativas de produtores rurais e etc. Estes números foram extraídos

do Banco da Amazônia, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria

Estadual de Agricultura e Pesca, que apesar de não serem exatos, são os números

que aproximados da realidade.

Uma constatação acerca do tema é que os órgãos não possuem condições

técnicas e financeiras para a manutenção das informações atualizadas, o que

resulta na inexistência de dados confiáveis para efeito de execução da

função/atividade de planejar.

Outros catalisadores no processo de reconstrução das organizações sociais

no Território Sul de Roraima são: o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas – SEBRAE, e a Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca.

Mais recentemente a CIAT, durante a construção do Plano Territorial de

Desenvolvimento Rural e Sustentável.

O fortalecimento destas organizações passa definitivamente pelo

amadurecimento dos atores sociais que as compõem. E nesse sentido já se

constata que há um histórico desenhado no Território a partir de iniciativas com a

CIAT e ADLIS. As organizações registradas na Secretaria de Estado da Agricultura

e Pesca são:

Tabela 36Município Organizações Sociais

Caroebe 04

São João da Baliza 06

67

Page 68: Sul De Roraima

São Luiz do Anauá 09

Rorainópolis 25

Novo Paraíso 44Fonte: Economia e Mercado 2003

Estas organizações têm realizado importantes contribuições no processo de

desenvolvimento econômico e sustentável na medida em que se estabelecem em

propósitos firmes e se utilizam de estratégias coesas.

A Cooperativa de produtores de Banana, no município de Caroebe é um

exemplo desta afirmativa. O histórico da organização percorre a trajetória onde são

escritas as conquistas já realizadas pelos seus atores sociais em prol de melhores

condições de vida no município.

1.3.9 – Estrutura Agrária

O breve histórico no processo de construção do Território Sul de Roraima

aponta para a demonstração das características da estrutura agrária com:

Programas de assentamento rurais promovidos pelo INCRA que tem sua

arquitetura definida em formato espinha de peixe, o que representa um modelo que

não cria núcleos urbanos de suporte para os assentados forçando-os a, na medida

em que necessitem de serviços básicos, como educação e saúde, deslocarem-se

para as sedes dos municípios; pela realidade vivenciada no território este modelo

precisa ser revisto.

0

5

10

15

num

. pro

jeto

s

até 80 81-85 86-90 91-95 95-hoje

Número de Projetos de Assentamentos criados no Estado de Roraima por

Qüinqüênio

'''

Gráfico 02

68

Page 69: Sul De Roraima

-

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

área

(ha)

até 80 81-85 86-90 91-95 95-hoje

Projetos de Assentamento no Estado de Roraima - Qüinqüênio

Gráfico 03

Cumpre enfatizar que os lotes dos assentamentos de reforma agrária no

Território tem algum tipo de documentação, emitida por órgão público competente.

Vejamos abaixo os dados:

80

17

54

76

47

2

42

2717

2 3 5

36

2 4 71

9 4 1 1

20

34

0

20

40

60

80

1

TIPO DE DOCUMENTO

TÍTULO CIPRA ITR TITULO, CIPRA, CCIR, ITRCIPRA, CCIR, ITR CIPRA, CCIR CCIR, ITR CIPRA, ITRTITULO, CCIR, ITR TITULO, CIPRA, TITULO, CIPRA, ITR TITULO, CCIROUTROS Cadastro Escritura TITULO, ITRDeclaração CCIR Comprovante de compra EspelhoDemarcação NENHUM NÃO INFORMOU

Gráfico 04

69

Page 70: Sul De Roraima

DOCUMENTOS DO LOTE

90%

4% 6%

Lotes DocumentadosNenhum documentoNão Respondeu

Fonte: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009. Gráfico 05

A regularização fundiária no Território como em todo estado de Roraima

necessita de um estudo mais aprofundado, analisado com propriedade os assuntos

pertinentes a plataforma fundiária. Neste sentido, o Governo Federal tem

implementado algumas ações através do Programa Terra Legal no Território Sul.

Vejamos o processo de georreferenciamento e os beneficiados em áreas urbanas:

Tabela 37: Municípios georreferenciados e população beneficiada no território Sul de Roraima

Municípios Área (HÁ) georreferenciada População urbana 2007

Quantidades de domicílio

CAROEBE 208.8255 2.726 1.683

RORAINÓPOLIS 217.0614 10.114 5.462

SÃO JOAO DA

BALIZA

228.4580 3.993 1.458

Fonte: BRASIL (2010) TERRA LEGAL – RORAIMA – 2010 adaptado por SANTOS, J.R.A.

Considerando-se que o Estado de Roraima tem uma particularidade em sua

plataforma agrária, o georreferenciamento das áreas urbanas pertencentes a União

tem uma prioridade fundamental que consiste em beneficiar com políticas públicas

aos habitantes desses espaços geográficos. Neste contexto que através do

Programa Terra Legal torna-se possível compreender a dinâmica da estrutura

70

Page 71: Sul De Roraima

fundiária, existindo o repasse de doação de glebas ao Estado de Roraima, através

de convênios firmados entre Governo do Estado e Federal.

Não podemos negar que o Programa Terra Legal tem contribuído

satisfatoriamente visando a documentação de glebas certificadas, ações conjuntas

com o Governo Estadual, proporcionando passos de legitimação da regularização

fundiária no Território, uma vez que os trabalhos dessa natureza de

georreferenciamento tem contribuído para o desenvolvimento da situação

ambiental, social e econômica. Diante da proposição do Programa Terra Legal estão previstas a promoção de outorga do titulo de domínio de aproximadamente

11.500 ocupantes no Estado de Roraima para regularização fundiária (BRASIL,

TERRA LEGAL – RORAIMA, 2010).

1.3.10 – Aspectos Econômicos

As principais atividades econômicas, em comum, dos municípios são:

agricultura de subsistência como o arroz, milho, mandioca e feijão; pecuária

tradicional com predominância na criação de bovino com o rebanho estimado em

81.000 cabeças; Extrativismo Vegetal no qual os principais produtos de exploração

são: castanha do Brasil, lenha, frutas nativas, matéria prima para confecção do

artesanato e como atividade principal à extração de madeira de lei, com produção

anual estimada em 40.000 m³.

A estrutura econômica do Território Sul do Estado, à semelhança de

Roraima possui características de insipiência dos agentes econômicos.

Tradicionalmente, o principal agente de desenvolvimento é o Governo Federal,

através do repasse dos recursos dos Fundos de Participação aos Estados e

Municípios, conforme o código tributário nacional, inserido na Constituição Federal

a partir do Artigo 145.

O PIB, produto interno bruto, a preço básico corrente do Estado, em %:

Tabela 38Setor 1995 1996 1997 1998 1999 2000

Primário 11,3 4,6 5,5 4,0 6,0 4,3

Secundário 15,7 17,1 18,0 12,8 12,3 8,4

Terciário 73,0 78,3 76,5 83,2 81,7 87,3

71

Page 72: Sul De Roraima

Total 100 100 100 100 100 100Fonte: Economia e Mercado 2003

O quadro acima reforça a tese de que o governo é o grande responsável

pela geração da riqueza no estado. A renda média dos chefes de domicílios, por

municípios – 2000

Tabela 39Município Renda Média R$

CaracaraíCaroebeRorainópolisSão João da BalizaSão Luiz do Anauá

532,72500,09369,38548,85471,81

Fonte: Economia e Mercado 2003

População Economicamente Ativa do Estado

Tabela 40Situação %

EmpregadosEmpregadoresConta-própriaNão remunerados em ajuda a membro da famíliaTrabalhadores na produção para o próprio consumo

66,11,724,63,44,2

Fonte: Economia e Mercado 2003

População empregada de Roraima segundo a condição no emprego 2000

Tabela 41Situação %

Com carteira de trabalho assinadaMilitares e funcionários públicosOutros sem carteira de trabalho assinada

28,728,542,8

Fonte: Economia e Mercado 2003

1.3.11 – Finanças Públicas

Receitas do Governo de Roraima 1998/2000Em milhares de reais - Tabela 42

Contas 1998 1999 2000Receitas CorrentesReceitas de Capital

425.2711.059

433.3991.982

569.87828.353

Fonte: Economia e Mercado 2003

72

Page 73: Sul De Roraima

Transferências Constitucionais ao Estado de Roraima – 2000/2002

Em milhares de reais - Tabela 43

Transferências 2000 2001 2002FPEIOFIPI-EXPFUNDEFLC87/96LC87/96-1579

302.210865

75.978751

0

355.645571

85.281873

0

440.14116117

100.1539630

Total 379.012 441.875 541.390Fonte: Economia e Mercado 2003

Repasse do FPM para os Municípios de Roraima – 2000/2002

Território Em milhares de reais - Tabela 44

Transferências 2000 2001 2002CaracaraíCaroebeRorainópolisSão João da BalizaSão Luiz do Anauá

774580580732732

959645943839839

1.261757

1.512989989

Total 3.398 4.225 5.508Fonte: Economia e Mercado 2003

1.3.12 – Produção Agrícola

A Produção Frutífera do Território é cultivada de forma tradicional, ou seja,

com pouca tecnologia produtiva, sendo a banana a principal cultura cultiva, no qual

o município de Caroebe é o maior produtor do Estado de Roraima, tendo como

principais mercados consumidores as capitais Boa Vista-RR e Manaus-AM. A

tabela abaixo, com os dez produtos mais importantes de cada município do

território, demonstra essa presença de produtos em comum, no qual está

explicitado:

Tabela 45Caroebe Rorainópolis S. J. da Baliza São LuizBanana Banana Banana Pecuária Corte

73

Page 74: Sul De Roraima

Pecuária Corte Galinhas Pecuária Corte Banana

Pecuária Leite Pecuária Corte Arroz Pecuária LeiteMandioca Pecuária Leite Pecuária Leite Milho

Arroz Mandioca Galinhas GalinhasGalinhas Milho Extrativismo Vegetal Arroz

Acerola Arroz Mandioca LaranjaExtrativismo Vegetal Suínos Milho Suínos

Milho Outras Permanente tangerina FeijãoCupuaçu Laranja Eqüinos Mandioca

Fonte: IBGE - Censo Agropecuário – 1995/1996.

É importante enfatizar que o Território Sul de Roraima destaca-se na

produção agropecuária, apresentando índices de produção significativos para

efetivação da dinamização econômica das cadeias produtivas. Vejamos alguns

dados:

Tabela 46: produção pecuária do Território Sul de Roraima DISCRIMINAÇAO RAÇAS TOTAL DE ANIMAIS

BOVINOS Mestiça, Nelore, Gir, Canchin, Girolando, Cimental

15677

SUÍNOS Mestiça 1042OVINOS Santa Inês e Mestiça 2448

CAPRINOS - 293EQUINOS Lavradeiro, Pangaré, Mestiça 447

AVES Galinha Caipira, Peru e Pato 14501PEIXES Tambaqui, Piau 9300

Fonte: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009.

Como se pode observar o Censo Agropecuário do IBGE (1995-1996), ainda

não apontava dados da cadeia produtiva da ovinocultura em razão da falta de

investimento e projetos nessa atividade econômica do setor primário na época de

realização da contabilidade do censo. Neste sentido, foi possível mensurar

informações do quantitativo de ovinos, contabilizando cerca de 2.448 animais das

raças Santa Inês e Mestiça.

1.3.14 – Serviços Sociais e de Apoio à População do Território

Os serviços de apoio à população no território além daqueles garantidos por

lei e executados pelos entes governamentais federais, estaduais e municipais,

74

Page 75: Sul De Roraima

estão aqueles fornecidos pelas instituições como o Serviço de Apoio as Pequenas

e Médias Empresas – SEBRAE, o Serviço Social do Comércio –SESC, e de forma

itinerante, de acordo com as demandas o Serviço Nacional de Aprendizado Rural –

SENAR.

Os serviços prestados por estas instituições são basicamente voltados a

formação da população, ou seja, a educação, formação técnica e gerencial, além

da Assistência Técnica.

1.3.15 – Assistência Técnica e Capacitação no Território

Conforme o diagnóstico Rural Participativo, a ATER deve ser repensada e

estruturada como eixo fundamental na construção e disseminação de

conhecimentos para melhoramento técnico da produção e produtividade agrícola.

Neste sentido, o Território Sul de Roraima necessita de políticas publicas de ATER

que possa viabilizar novas tecnologias em prol do homem e mulher do campo.

Vejamos algumas sugestões propostas pelos agricultores e agricultoras:

Tabela 47: Sugestoes para melhoria da ATER do Território Sul de Roraima SUGESTÕES

• Acompanhar o produtor;• Aumentar o quadro de funcionários;• Orientação ao produtor com atenção e responsabilidade;• Melhoria na logística para os técnicos trabalharem;• Implantar na região uma Empresa de Assistência Técnica.• Freqüência técnica na propriedade

: CIAT - Oficina Territorial de construção do Plano Safra, 2009.

Cumpre pontuar algumas considerações extremamente importantes na

tabela. A situação da logística tem sido um gargalo na operacionalização de ATER,

uma vez que a falta de veículos e combustível são problemáticas freqüentes. Outro

ponto importante consiste na possibilidade da criação de EMATER/RORAIMA com finalidade especial de otimizar os serviços de extensão rural no Território.

Desse modo, após a realização do Diagnóstico Rural Participativo em

decisão deliberativa apontou-se a modalidade de Assistência Técnica e Extensão

75

Page 76: Sul De Roraima

Rural com concepção agroecológica. Isto posto, para referendar essa modalidade

de assistência técnica temos a PNATER (Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural), uma vez que essa política tem como objetivo geral

“Estimular, animar e apoiar iniciativas de desenvolvimento rural sustentável, que envolvam atividades agrícolas e não agrícolas, pesqueiras, de extrativismo, e outras, tendo como centro o fortalecimento da agricultura familiar, visando a melhoria da qualidade de vida e adotando os princípios da Agroecologia como eixo orientador das ações”.

Do ponto de vista da Assistência Técnica e do desenvolvimento da

capacidade técnica da força de trabalho no território o que se tem atualmente são:

Assistência Técnica – Governo do Estado de Roraima através da Secretaria de

Estado da Agricultura e Pesca.

Capacitação – Instituições Públicas e Privadas. As públicas atuam especificamente

na formação de docentes para rede pública e particular de ensino. No município de

Rorainópolis está o UERR – Universidade do Estado do Amazonas. Quanto às

instituições Privadas estão o SEBRAE/RR, o SENAR/RR e escolas de informática

e auxiliar de enfermagem.

76

Page 77: Sul De Roraima

Parte II - Construção do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural

e Sustentável PTDRS

Propostas de Políticas Públicas para o

Sul do Estado de Roraima com Gestão

Participativa

77

Page 78: Sul De Roraima

Considerando-se que o planejamento estratégico constituiu-se em um

instrumento que permite ao território visualizar transformações que ocorrem na

ambiência externa, principalmente no que se refere às mudanças nas diretrizes

governamentais, estaduais e federais, socioeconômicas, mercadológicas e

tecnológicas, permitindo ao corpo gestor do território posicionar-se de forma mais

eficaz frente a tais mudanças.

É por essa razão que o Plano Territorial Sul de Roraima tem como principio

norteador a dinâmica das mudanças econômicas, sociais, ambientais e culturais

visando compreender e solicitar a implementação de políticas públicas com método

de gestão participativa e democrática. No decorrer da leitura desse documento,

teceremos algumas considerações pertinentes a historicidade da elaboração do

PTDRS, o modelo de gestão almejada o percurso metodológico do DRP, as

principais tomadas de decisão, entre outras situações.

2.1 – Breve Histórico

A construção do Plano Territorial integra uma política pública do Ministério

do Desenvolvimento Agrário. Nesse contexto foram disseminadas as diretrizes

visando catalisar o desenvolvimento sustentável das regiões do Brasil. Concebido

sobre metodologias e estudos acerca das teorias do desenvolvimento, o plano vem

com o propósito de construir um novo modelo de gestão para o desenvolvimento

das localidades. A principal inovação está no conclame, no propósito imperativo da

participação dos atores sociais no processo. O empoderamento precisa acontecer

de fato e de direito.

Dessa maneira, a sustentação de tais preceitos de empoderamento, em

especial da classe oprimida, torna-se necessário um processo de dialogicidade

onde é possível que o homem e a mulher do campo sejam um ser de decisão (FREIRE, 1983, p. 25 grifo nosso). Logo, as propostas aqui apresentadas são

frutos das decisões coletivas de vários segmentos sociais para que nossa

governabilidade possa tomar conhecimento e legitime em projetos de cidadania.

A teoria que consubstancia os procedimentos para elaboração de Planos

Estratégicos, considera que sejam construídas premissas, feitas grandes escolhas,

78

Page 79: Sul De Roraima

cujo desdobramento serão apresentadas em formas detalhadas, para finalmente

serem implantadas e/ou implementadas. Esse é o macro formado do Plano.

Diante deste contexto, o PTDRS foi concebido, considerando variáveis

locais, a partir do amadurecimento experimentado ao longo dos últimos dez anos

dos atores sociais da região. O marco referencial desse processo se remonta no

seu berço, a partir da implantação do Programa Comunidade Solidária em meados

da década de noventa. Daqueles dias até os atuais houve uma evolução do senso

social. Exemplo cabal desta afirmativa é a criação da Comissão de Implantação

das Ações Territoriais – CIAT em Roraima.

A missão da CIAT foi harmonizar um ambiente propício para consolidar a

construção do PLANO. Nesse contexto estão inseridos questões das mais diversas

dimensões.

O Plano, enquanto instrumento para o planejamento e a gestão territorial

“representa o processo de construção de um modelo de desenvolvimento que

organiza as discussões, proposições e decisões em torno das questões a serem

enfrentadas e resultados as serem alcançados”. É oportuno afirmar que a gestão

territorial para o Território Sul de Roraima tenha como paradigma de cunho

ideológico democrático e participativo. Isso requerer comprometimento dos sujeitos

do campo, as instituições da sociedade civil e o Poder Público.

“O seu processo de construção transita a partir da reflexão crítica sobre os

problemas e potencialidades, das fragilidades e oportunidades, procurando

objetivar iniciativas na forma de projetos que concretizem a Visão de Futuro

concertada”.

Nesse sentido, a política do MDA-SDT prevê que haja a necessidade de que

seja percorrido o itinerário do processo político e do processo técnico, para os

quais deverão ser mobilizados atores sociais do Território.

O Plano não é caracterizado apenas pelo documento que o representa, mas

sim, como um conjunto organizado de proposições e de decisões que confirmam

um acordo territorial que tem a participação da maioria dos atores sociais. Como

estabelece o arcabouço teórico.

79

Page 80: Sul De Roraima

Espera-se assim, que o plano territorial apresente algumas características

fundamentais para sua legitimidade:

Constituir-se como instrumento de gestão do desenvolvimento territorial,

garantido flexibilidade para os ajustes pertinentes;

Ter sido construído de forma participativa e, assim, ser fortemente apropriado

pelos atores territoriais.;

Ter caráter multidimensional e multi-setorial, oferecendo as condições

necessárias para a atração de investimentos diversos e com características

inovadoras;

Assumir mecanismos de monitoramento e avaliação a partir de informações

geradas nos territórios, de forma a efetivar um processo contínuo de revisão e

amadurecimento e aperfeiçoamento de suas diretrizes e propostas.

Diagnosticar as problemáticas da agricultura familiar no Território, apontando

soluções importantes para o desenvolvimento agrícola territorial.

Demonstrar como um documento importante para legitimação de políticas

públicas para melhoria da qualidade de vida de homens e mulheres do campo.

Foi considerando os preceitos acima descritos que o PTDRS do Sul do

Estado de Roraima foi concebido.

2.2 – ANÁLISE SITUACIONAL: CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO

“Ninguém transforma sua vida sem conhecer sua própria realidade”

“[...] os esquemas e as “receitas” antes simplesmente importados, passam a ser substituídos por projetos, planos, resultantes de estudos sérios e profundos da realidade. E a sociedade passa assim, aos poucos, a se conhecer a si mesma. Renuncia à velha postura de objeto e vai assumindo a de sujeito.”. (FREIRE, 2003).

80

Page 81: Sul De Roraima

O pensamento epistemológico de Paulo Freire acima explicitado tem a

intencionalidade de referendar este Plano Territorial resultado de estudos sérios e

profundos da realidade. E o mais importante a participação dos agricultores e

agricultoras como sujeitos e não mais a postura de objetos. Portanto, tal plano não

surgiu de receitas prontas e acabadas realizadas outrora em gabinetes, mas fruto

ideológico de homens e mulheres do campo.

O processo da construção do Plano foi desenvolvido e estruturado sob a

premissa básica da participação legítima e legal dos atores sociais do território. As

contribuições e opiniões foram os insumos, a matéria-prima, o pilar de sustentação

para garantir que os resultados contemplem, fundamentalmente o compromisso

institucional e a co-participação nas decisões com vista a se construir uma nova

realidade, galgada na responsabilidade compartilhada.

Nesse sentido, houve o cuidado e a preocupação de não se ocupar demais

pessoas com muitas atividades e responsabilidades. Assim, durante a realização

das oficinas temáticas foram extraídos e compilados, conforme relatórios nos

anexos do presente trabalho, as definições estratégicas para a construção do

Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável do Território Sul de

Roraima.

A construção do Plano seguiu etapas independentes, mas integradas entre

si. Inicialmente foram consignadas as premissas ou fundamentos básicos

constituídos a partir da definição da Visão e da Análise Estratégica, o que se quer

alcançar, considerando um horizonte temporal de quatro anos.

Isso implica na leitura dos ambientes externo e interno, na apresentação dos

atores relevantes e no levantamento dos problemas vivenciados no território, que

culminará na definição da Visão de futuro do plano, onde se quer chegar,

Na seqüência, foram feitas as grandes escolhas que representaram os

objetivos estratégicos e as ações/projetos. A implantação e/ou implementação do

Plano é o passo seguinte que requer a definição da logística, da divulgação, da

definição de projetos estratégicos e dos planos táticos e operacionais.

81

Page 82: Sul De Roraima

2.3 – Definições Estratégicas para as Tomadas das Decisões no Território

O desenho, a arquitetura do PTRDS teve como premissa básica, considerar

as dimensões social, econômica, democrática, regional e ambiental. Nesse

contexto houve, o momento para a elaboração do diagnóstico situacional da

realidade vivenciada no local, com o elenco dos pontos fortes e das fragilidades

internas

Foi considerada também, a questão do macroambiente do território, onde

foram vislumbradas as oportunidades, assim como foram apontadas às ameaças.

Destas varáveis foi construído o diagnóstico e a análise situacional do território.

O arcabouço teórico que permeia a elaboração do Plano aponta para

definições do Planejamento Estratégico, Tático e Operacional e conta com uma

postura estratégica.

A etapa exatamente posterior ao plano operacional requer a definição da

hierarquização das prioridades a fim de se construir uma agenda positiva das

ações programadas. No presente documento, esta etapa não está contemplada.

Na atual etapa, denominada II, do Plano há o registro e o mapeamento de

informações primárias colhidas in loco, através da aplicação de instrumentos de

pesquisa – questionários, e informações secundárias que após o processamento,

serão consolidadas em informações consistentes, com valor agregado, onde o

conhecimento gerado moldará o comportamento técnico e os modelos de gestão,

que sem sombra de dúvidas, nortearam os atores sociais durante a trajetória da

construção do PTRDS.

O propósito do modelo levará a tomada de decisões e ao controle social.

Assim decisões estratégicas, técnicas e/ou pontuais, terão implícitas o caráter da

construção e da valorização do conhecimento, do estudo da causa, do efeito e,

portanto, do fortalecimento e do comprometimento dos atores envolvidos no

processo.

Ainda durante a construção do PTRDS, outro propósito perseguido foi

estimular o maior número de atores sociais possíveis para que sua participação

fosse perene, com vista a criar uma cultura; visando também solidificar e cristalizar

o entendimento das questões do território, da visão da coesão social e territorial,

82

Page 83: Sul De Roraima

do conceito de desenvolvimento sustentável com abordagem territorial e do

fortalecimento das instituições ali representadas.

Esse objetivo visou integrar e interagir no território para construir uma

atmosfera adequada para a elaboração do diagnóstico situacional participativo, e

por conseguinte, do Plano , e que ele refletisse na íntegra, a visão de mundo, as

perspectivas e limitações dos atores sociais ali presentes; visando o

comprometimento com o desenvolvimento do território de maneira sustentável.

A essência do plano espelha a perspectiva futura, capaz de mobilizar a

população, criar uma rede para disseminar o paradigma da responsabilidade

compartilhada voltada para a construção de uma vida melhor, a partir do próprio

conhecimento, da leitura da realidade.

O resultado disso, entre as várias questões positivas trabalhadas pode ser

observada na capacitação dos atores sociais participantes do processo, no

fortalecimento das instituições do território, e na consolidação de um instrumento

norteador, balizador, construído para tornar-se o principal instrumento de mudança

no território.

O Plano representará um meio, uma ferramenta, que na sua concepção, tem

como característica a visão de processo e de futuro, considerando o curto, o médio

e o longo prazo; o documento representa os anseios dos atores que juntos

pactuaram compromissos visando o atingimento de metas e objetivos, sob a

perspectiva do enfrentamento das dificuldades estruturais, conjunturais e pessoais.

É importante frisar que este Plano tem 29 (vinte e nove) linhas de ações

delineadas conforme os eixos aglutinadores. Cabe ressaltar que algumas linhas de

ações permaneceram do primeiro PTDRS, uma vez que durante o percurso

histórico das implementações não fora executadas. Porém, novas ações surgiram

devido as mudanças e necessidades do Território.

A conclusão final acerca do processo de investigação e participação na

construção do plano do território sul de Roraima traz um alento na medida em que

estão acontecendo iniciativas públicas e privadas voltadas para o enfrentamento

das questões sociais, em especial nas localidades onde o ordenamento e o

desenvolvimento sustentável significará o melhoramento da qualidade de vida dos

atores sociais ali residentes.

83

Page 84: Sul De Roraima

A definição estratégica do Plano é Promover a Qualidade de Vida para a

população do Território num horizonte temporal de quatro anos.

2.4 – Os Princípios A serem perseguidos durante o processo de gestão do PTDRS ,

representam os compromissos impostos pelos participantes no sentido de cumprir

sua missão.

Os princípios representam grandes áreas de atuação selecionadas no

contexto da missão estabelecida. Correspondem à explicitação de posições ou

áreas de atuação projetadas para o Plano, e devidamente aceitas pelos atores

sociais participantes da elaboração do documento como desejáveis e possíveis.

A identificação dos princípios torna-se interessante medida que a missão é um

negócio extremamente amplo e, dificilmente, será alcançado em sua totalidade.

Os princípios pactuados entre os participantes e validados durante as oficinas

foram, atuar com:

Transparência durante o processo de construção, gestão e avaliação

Ética nas decisões tomadas

Responsabilidade para com os objetivos do plano

Fidelidade aos princípios e valores do plano

Respeito Mútuo no processo de gestão do plano

Qualidade nos procedimentos

Decência e integridade nas ações

Paz e harmonia no território

Comprometimento com as ações do território

Honestidade em todas as decisões e ações do plano no território

Respeito ao Meio Ambiente

Fé na conquista dos propósitos

Dignidade nos procedimento

Consciência Ambiental

Responsabilidade para com meio ambiente e ao próximo

Tratamento de Igualdade para todos

Compromisso coma comunidade

Respeito as Leis

84

Page 85: Sul De Roraima

Democracia para garantir a cidadania e o empoderamento

2.5 – Visão de Futuro

Considerando a metodologia e bibliografias pesquisas, significa que ela é o

limite que os atores sociais conseguiram enxergar dentro de um período de tempo

mais longo e uma abordagem mais ampla.

A visão de Futuro proporciona o grande delineamento do planejamento

estratégico a ser desenvolvido e implementado. A visão representa como o

território quer ser .

Durante a oficina de elaboração do Plano os atores sociais definiram

enquanto Visão de Futuro:

“Definir as principais políticas públicas para o Território Sul

de Roraima, com finalidade especial ao desenvolvimento

local, visando a melhoria da qualidade de vida do homem e

mulher do campo, nos aspectos econômicos, sociais,

ambientais, culturais”.

A seqüência da metodologia na construção do Plano definiu o

Posicionamento Estratégico, ou as diretrizes mestras que nortearão as

ações/projetos. Assim foram definidos as grandes diretrizes ou

O processo que definiu os quatro eixos aglutinadores pelos participantes das

oficinas, e representa o amadurecimento de suas prioridades. Tanto que estes

quatro eixos foram sendo ratificados ao longo dos últimos dose meses, ou seja,

são diretrizes consistentes que buscam efetivamente dar o norte para o alcance do

objetivo estratégico do Plano. Abaixo, os 08 (oito) Eixos Aglutinadores do

Desenvolvimento no território:

Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de

políticas públicas.

Políticas Públicas em Saúde Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território

Fortalecimento institucional

85

Page 86: Sul De Roraima

Infra-Estrutura para o Território.

Conservação dos recursos naturais

Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima

Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima

Além deles, foram definidos também os Eixos Transversais Desenvolvimento no território, aqueles que independente das diretrizes estão

inseridos na realidade:

Os Eixos transversais do Plano são:

Ø Meio Ambiente;

Ø Infra-estrutura;

Ø Gênero e Gerações;

A metodologia de desenvolvimento do Plano tem como aspecto relevante na

construção do Diagnóstico situacional e participativo a:

2.6 – Análise do Ambiente Externo

Na análise de ambientes externos são avaliados condições e fatores que

existem fora do controle da atuação da CIAT. Estas condições/fatores estão

contempladas as oportunidades e as ameaças, para a implantação e

desenvolvimento deste plano.

As oportunidades podem ser transformadas em fatores favoráveis (pontos

fortes), desde que sejam realizadas ações de forma eficaz, como também podem

ser transformadas em fatores desfavoráveis (pontos fracos), se aproveitadas de

forma ineficaz. Portanto as oportunidades são condicionantes que permitem e

facilitam a implementação do plano.

As oportunidades são aquelas apontadas durante as oficinas de

planejamento e correspondem as variáveis externas e não controláveis pelo

organismo e/ou organização, que podem criar condições favoráveis para a

consecução dos objetivos estratégicos do Plano, em relação a seu ambiente.

86

Page 87: Sul De Roraima

As oportunidades vislumbradas pelo atores sociais foram:

Energia Elétrica do linhão de guri - Venezuela

Comunicação - telefonia Fixa e móvel expandindo-se

Meios de Comunicação – Programa de rádio a disposição do território

Potencialidades para a atividade do turismo no território

Localização estratégica do território - Hemisfério norte

Potencial Hídrico no território

Abundância de Naturais no território

Estradas Asfaltadas e por asfaltar BR 210

Florestas Nacionais legalizadas e em processo de legalização

Manejo Sustentável dos Recursos Naturais em processo de

implantação

Potencial Extrativista no Território

Solos Agricultáveis no território

Mercado Consumidor Disponível no território e no seu entorno

Políticas Publicas Existentes

Integração dos Municípios do território

Matérias-Primas disponíveis no território

Linhas de acesso a Créditos disponíveis

Rodovias Federais formam a malha viária do território

Leis Ambientais implantadas

Clima Estável no território

Espaço Geográfico estratégico

Localização Geográfica estratégica

Alguns programas Sociais com foco nos problemas locais

Programa Luz para Todos.

As ameaças detectadas durante a elaboração do Plano, representam no

contexto do diagnóstico estratégico, as variáveis externas não controláveis pelo

atores sociais e que no processo, podem criar as condições desfavoráveis

As ameaças possuem um lado de oportunidade, que se devidamente

abordades de forma eficaz, podem ser transformadas em fatores favoráveis

87

Page 88: Sul De Roraima

(pontos fortes) ao desenvolvimento do município. As ameaças são condicionantes

que dificultam ou impedem a implementação do plano.

As ameaças definidas detectadas foram:

Energia Elétrica no campo Ineficiente e em alguns lugares inexistente

Comunicação - telefonia Fixa - ineficiente

Crescimento Demográfico Desordenado

Estradas abandonadas e sem manutenção no território

Instabilidade Política

Impunidade

Deficiência de manutenção na infra-estrutura do território, em especial nas

obras, algumas delas inacabadas: hospitais, estradas, escolas, centro de

comercialização, pontes. Vicinais, escola agrícola, presídio, lagoa de

estabilização, matadouro, casa de farinha, aeroporto, posto de saúde, bacia

leiteira e etc.

Invasão de terras públicas;

Estradas - BR 174 sem sinalização, sem manutenção, sem acostamento

Corrupção na Política do território

Questão Fundiária indefinida no Estado

Ausência de Infra-estrutura no território

Politicagem

Deficiência do atendimento de saúde no território

Êxodo Rural

Leis Ambientais

Falta de difusão Tecnológica no território

Educação no campo Descontinuada

Burocracia nas Linhas de Crédito

Falta de Política Agrícola Definida

Transporte Escolar Inadequado, irregular, sem manutenção

Regulamentação das Terras indefinidas

Fiscalização Ambiental Inoperante

Falta de Política de Educação Ambiental

Alterações Climáticas no território

Falta de Monocultivo no território

88

Page 89: Sul De Roraima

Medo de mudar dos atores sociais do território

Diversidades Culturais

Cultura Paternalista no Estado

Assistência Técnica Deficiente no território

Incentivo à Pecuária Latifundiária

Ingerência dos Gerentes Bancários nas definições de investimentos

Falta saúde no território

Falta transporte nas vicinais

Pouco investimento dos poderes públicos na estrutura existente

Políticas públicas indefinidas para o setor agrícola

90% dos créditos voltados para a pecuária

Pouca Oferta de capacitação

Deficiência na Assistência Técnica e Extensionista de Roraima

Assim como no ambiente externo, o diagnóstico estratégico requer que seja

realizada a Análise Interna, visando detectar os Pontos Fortes e os Pontos Fracos.

Os Pontos Fortes são as variáveis internas do Plano controláveis que

propiciam uma condição favorável em relação ao ambiente. Durante as oficinas de

elaboração do Plano, os atores sociais apontaram os seus pontos fortes como

sendo:

População Jovem, sem portadores de deficiências

Pouco Uso de Agrotóxico na agricultura

Existência de Economia Solidária no Território

Capacidade para produzir artesanato, cerâmica, hortaliças e mudas

Capacidade para gerenciar processo de inseminação

Capacidade para gerenciar propriedade Rural - Pecuária

Capacidade para operar Mecânica Pesada

Aproveitamento do clima para plantio

Participação em Cursos de Formação profissional

Diversidade Cultural na Localidade e no plantio

Localidade : fácil para convergir forças

Terras agricultáveis em abundância

Força de vontade da população

89

Page 90: Sul De Roraima

Aproveitamento da Energia Elétrica

Fazer uso SEBRAE/SEAPA – representante

Bom Nível de Participação da população nas discussões políticas

Busca de melhoria para o território

Associações de produtores estruturadas

União da população em prol das melhorias do território

Força de Vontade para o desenvolvimento do território

Acreditar no processo de mudanças

Seriedade Compromisso nas ações do território

Busca de Conhecimento através da participação

Organizações Rurais

Disponibilidade de Infra-Estrutura no território

Recursos Naturais aproveitáveis

Assistência Técnica

Bom mercado

Crédito rural disponível para fazer uso

Persistência em lutar pelos objetivos

Criatividade

Os Pontos Fracos são as variáveis internas controláveis que provocam uma

situação desfavorável ao alcance dos objetivos estratégicos em relação ao

ambiente. Para o plano foram elencados, enquanto pontos fracos no território o:

Pessimismo e negativismo dos atores sócias do território

Pouca Divulgação das áreas turísticas do território

Não saber escolher os representantes do território

Desunião entre os produtores rurais do território

Imediatismo nas ações propostas

Desinteresse e descrédito nas políticas públicas

Não sabem buscar informações

Medo do novo e das mudanças

Desânimo com a realidade instalada no território

Pouca consciência política

Alienação (em conseqüência das políticas assistencialistas)

90

Page 91: Sul De Roraima

Esperar pelos órgãos Públicos

Produtores não conservam o solo e a conseqüência é o assoreamento dos rios

Falta de consciência ambiental

Ausência de organização central das associações

Falta de mobilização para reformar as leis para agricultura familiar

Falta organização em escala de produção para melhor vender seus produtos

Falta saúde por deficiência alimentar

Descrédito nas Políticas Públicas

Produção agrícola de subsistência

Produção sem valor agregado no território

Incapacidade para produzir com qualidade

Desconhecimento dos direitos constitucionais

Falta de mobilização e cobrança para a recuperação das estradas

Pouca organização associativa e coletiva

Existe o excesso de responsabilidade sobre determinadas pessoas

Associações rurais desarticuladas

Falta de união e bom senso das pessoas

Eleição de gestores públicos sem compromissos com o povo

Pouco comprometimento dos envolvidos

Baixa escolaridade dos produtores rurais no território

Descréditos nos programas e projetos públicos

Pouca inclusão de gênero/participação da mulher nas discussões

Comodismo da população

Falta Capacitação na área rural

Escassos Recursos financeiros

Baixa Produção e produtividade

Produto sem valor agregado

Pesca Predatória no território

Os Pontos Neutros detectados durante a elaboração do plano são variáveis

do ambiente que não interferem na elaboração e análise do diagnóstico estratégico

e situacional, mas que foram apontados pelos atores sociais como existentes. Os

pontos Neutros foram:

91

Page 92: Sul De Roraima

Atravessador da produção que não remunera a produção de maneira justa

Crédito voltado para o segmento Agropecuário

Considerando a construção do diagnóstico estratégico há, na metodologia

de construção o conceito e definição da Postura Estratégica do Plano. Ela é

limitada por três aspectos: a missão, a relação positiva ou negativa entre as

oportunidades e ameaças, e a relação positiva ou negativa entre os pontos fortes e

fracos.

Existe na prática, um aspecto que influencia na definição da postura

estratégica que é o elemento psicológico, que envolve valores, atitudes,

motivações e anseios dos atores sociais, do território, bem como dos integrantes

que participaram ativamente do processo de construção do plano.

Entre as análises permitidas através da definição da Postura Estratégica,

pode-se verificar estabelecer:

• A sobrevivência

• A manutenção

• O Crescimento

• O Desenvolvimento

Na realidade, a escolha da Postura pode ser a combinação dessas

decisões, que irão atuar de acordo com as necessidades vivenciadas no território.

O quadro a seguir representa a postura estratégica definida para o PTDRS

do Sul do Estado:

Quadro 01AMBI

AMBIENTE INTERNOAnálise

SituacionalPredominância de

Pontos FracosPredominância de Pontos

Fortes

92

Page 93: Sul De Roraima

ENTE

EXTERNO

Predominância de Ameaças

Postura Estratégica: Sobrevivência

- Ausência de manutenção e inexistência de política desenvolvimentista

Postura Estratégica:Manutenção das crenças nas mudanças

- expectativas na implantação de políticas públicas desenvolvimentistas

Predominância de

Oportunidades

Postura Estratégica:Crescimento

- Expansão- Recuperação- Aproveitamento

Postura Estratégica:Desenvolvimento

- da educação-da produção- da cidadania- da estabilidade

Na consolidação da análise situacional construída a partir do diagnóstico da

realidade do território, o passo seguinte foi desenvolver os Eixos aglutinadores,

que são as diretrizes, os caminhos apontados pelos atores sociais capazes de

definir os objetivos estratégicos a serem alcançados no curto, médio e longo prazo.

O PTDRS desenvolveu as linhas de ações e as propostas de implantação e

implementação dos projetos no território.

2.7 – Eixos Aglutinadores

Inseridos em cada Eixo Aglutinador do Território, as linhas de Ações

Propostas, possuem objetivos factíveis e consensualmente alcançável. As linhas

de Ações representam de fato os Programas que serão desenvolvidos com a

definição explícitas de seus objetivos.

Os Objetivos são os alvos, ou pontos quantificados e qualificados, com

prazos de realizações e responsáveis. É o que se pretende atingir com o esforço

A definição dos Programas, assim como dos objetivos foi um exercício

complexo durante as oficinas, uma vez que era preciso hierarquizar, priorizar as

ações no território de forma que em seu contexto fosse considerado a factibilidade,

93

Page 94: Sul De Roraima

e os limites de atuação da CIAT e dos atores sociais. Mais do que nunca foram

considerados as variáveis que envolvem o processo de tomada de decisão.

Foram definidos Oito (08) Eixos Aglutinadores do Desenvolvimento no

Território:

Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de

políticas públicas.

Políticas Públicas em Saúde Fortalecimento institucional

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território

Infra-Estrutura para o Território.

Conservação dos recursos naturais

Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima

Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima

O primeiro eixo aglutinador consiste na proposta de políticas públicas para a

Educação do Campo, pois, essa modalidade de educação dignifica o homem e a

mulher do campo como sujeitos do processo ensino-aprendizagem, metodologias

de ensino-aprendizagem diferenciada da urbana, currículos adequados, didática

pedagógica que valorize a cultura camponesa e em especial a Educação do

Campo promove a cidadania, valorizando a agricultura familiar.

O eixo da Educação do Campo possui 07 (sete) linhas de ações, propondo

40 (quarenta) planos e projetos. É importante ressaltar que o povo indígena do

território teve sua reivindicação atendida neste Plano, sendo de fundamental

importância a inclusão de uma educação diferenciada para esses povos.

É importantíssimo enfatizar, inicialmente, quem são os sujeitos do campo

que consistem em “pequenos agricultores, quilombolas, indígenas9, pescadores, camponeses, assentados e reassentados, ribeirinhos, povos de florestas, caipiras, lavradores, roceiros, sem-terra, agregados, caboclos, meeiros, bóias-frias” (FENANDES & MOLINA, 2004, p. 64). Esses sujeitos fazem 9 A Educação do campo contempla a inclusão dos indígenas no processo pedagógico conforme os teóricos (FERNANDES & MOLINA, 2004)

94

Page 95: Sul De Roraima

parte do universo da Educação do Campo, onde todos e todas têm diversidades

culturais, conflitos sociais, políticos e econômicos no espaço geográfico onde

vivem.

O segundo eixo aglutinador corresponde as Políticas Públicas em Saúde,

uma vez que o Território necessita da melhoria da qualidade do atendimento e

infra-estrutura neste setor tão importante aos sujeitos do campo. Neste sentido,

esse eixo aglutinador está organizado em quatro linhas de ações, onde

destacamos a saúde indígena. São 19 (dezenove) planos e projetos em

proposição.

O Terceiro Eixo aglutinador é o Fortalecimento Institucional, tão importante

quanto os demais eixos, foi o fortalecimento institucional, que traduz a vontade da

CIAT e dos atores sociais no compromisso de que o Plano deverá se constituir no

principal instrumento de desenvolvimento no território. As Linhas de Ações desse

eixo são: A Gestão Associativa, a Regularização Fundiária e por último a Gestão

do Plano. As proposições desenvolvidas com propósitos de tornarem projetos são

de totalizam vinte e cinco.

O quarto eixo aglutinador foi à implantação das cadeias produtivas no território, cujas linhas de ações totalizaram nove que Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte; Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais; Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica; Crédito agrícola; Beneficiamento e comercialização da produção familiar; Mecanização agrícola; Olericultura; Recursos pesqueiros de águas continentais. Foram 50 (cinqüenta) propostas planos e projetos neste eixo aglutinador.

O quinto Eixo Aglutinador definido no Plano é a Infra-Estrutura básica do

território, nele foram programadas três linhas de ações que são: O Uso da

estrutura física existente no território, a Instalação de Sistema de Comunicação nas

sedes coletivas e a Infra-estrutura básica. O total de propostas de projetos para o

presente eixo soma dezesseis.

O sexto eixo aglutinador Conservação dos Recursos Naturais tendo como

propostas de linhas de ações Uso sustentável dos Recursos Naturais e implementação da agroecologia no território. Neste sentido, surgiram através

deste eixo importante 19 (dezenove) planos e projetos.

95

Page 96: Sul De Roraima

O sétimo eixo consiste no Fortalecimento da cultura, esporte e lazer, tendo

como linhas de ações Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima e Esporte e lazer. isto posto, foram 07 (sete)

planos e projetos propostos.

O derradeiro eixo aglutinador intitulado Articulação e mobilização política no

Território Sul de Roraima teve duas linhas de ações com 05 (cinco) propostas de

planos e projetos.

96

Page 97: Sul De Roraima

Propostas de Políticas Públicas para o Desenvolvimento Territorial Rural Sustentável Sul de RoraimaRESUMO ANALÍTICO QUANTITATIVO DE PLANOS E PROJETOS DO PTDRS SUL DE RORAIMA

ORDEM DIMENSAO EIXOS AGLUTINADORES LINHAS DE ACOES NÚMERO DE PLANOS OU PROJETOS

01

SOCIAL

Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.

Educação do Campo: uma proposta pedagógica para o homem e mulher do campo.

06

Transporte escolar e Educação do Campo

01

Alimentação Escolar e Educação do Campo

08

Melhoria da infra-estrutura das escolas do campo.

03

Inclusão digital 03Educação profissional com ênfase em Educação do Campo

06

Políticas públicas e educação no campo.

10

Políticas Públicas em Saúde

Propostas básicas de saúde 09Saúde da família e indígena 03Combate as doenças endêmicas

04

Propostas de saneamento nas comunidades rurais do Território.

03

Fortalecimento institucionalGestão do plano de desenvolvimento territorial

07

Gestão ambiental integrada e 06

Page 98: Sul De Roraima

descentralizadaRegularização fundiária 04

02ECONÔMICA

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território

Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte.

09

Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais.

12

Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica

06

Crédito agrícola 04Beneficiamento e comercialização da produção familiar.

10

Mecanização agrícola 03Olericultura 03Recursos pesqueiros de águas continentais.

04

Infra-estrutura Uso da estrutura existente no território.

05

Instalação de sistema de comunicação nas sedes coletivas e centros de formação.

07

Page 99: Sul De Roraima

Infra-estrutura básica 0503 AMBIENTAL Conservação dos recursos

naturaisUso sustentável dos Recursos Naturais

13

Implementação da agroecologia no território

06

O4CULTURAL Fortalecimento da cultura,

esporte e lazer no território Sul de Roraima

Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima

03

Esporte e lazer04

05POLÍTICA Articulação e mobilização

política no Território Sul de Roraima

Incentivos fiscais e política de credito.

03

Qualificação profissional dos gestores públicos

02

DIMENSAO SOCIAL Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos

Implementação da Educação do

Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas

Educação do Campo: uma

1. Formação de grupos de pesquisas em parceria com Instituições de Ensino Superior para construção de propostas pedagógicas através da Educação do Campo no Território Sul de Roraima.

2. Construção de currículos escolares que atendam as realidades dos atores sociais do campo.

3. Formação continuada de professores e professoras numa perspectiva de Educação do Campo.

Page 100: Sul De Roraima

Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.

em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos através de políticas públicas.

proposta pedagógica para o homem e mulher do campo.

4. Valorização da Pedagogia da Alternância e da Terra.

5. Formalização de parcerias com as secretarias de educação do Território com finalidade especial de implementar as políticas públicas da Educação do Campo.

6. Educação de Jovens e Adultos numa concepção pedagógica de Paulo Freire.

Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.

Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos

Transporte escolar e Educação do Campo

1. Aumento e adequação da frota escolar para atender a demanda de estudantes do campo.

Alimentação Escolar e Educação do Campo

1. Regionalização da alimentação escolar através da produção de alimentos oriundos da agricultura familiar do Território Sul de Roraima.

2. Acompanhamento nutricional dos estudantes mediante profissional qualificado por escola.

3. Ampliação da frota de veículos para entrega da alimentação escolar.

4. Qualificação profissional das merendeiras das escolas do Território.

5. Regularização das centrais de organizações e cooperativas rurais para o fornecimento da merenda escolar.

6. Mapeamento dos produtos da agricultura familiar com potencial para o fornecimento da merenda escolar.

Page 101: Sul De Roraima

através de políticas públicas.

7. Regularização do produtor rural/bloco de notas para comercialização dos produtos para alimentação escolar.

8. Sensibilização das associações de pais e mestres e Conselho de Merenda Escolar para importância da regionalização da alimentação escolar dos estudantes.

Melhoria da infra-estrutura das escolas do campo.

1. Melhoria das escolas das vicinais, vilas e sedes. Nos aspectos estrutura física e qualidade do ensino no território.

2. Reformas das escolas do campo.3. Implantação de hortas escolas com finalidade pedagógica.

Inclusão digital

1. Acesso a internet para todas as escolas do campo do Território.

2. Aquisição de laboratórios de informática nas escolas da zona rural.

3. Realização de cursos de informática para estudantes e funcionários das escolas do campo.

Educação profissional com ênfase em Educação

1. Oferta de cursos de pós-graduação para professores numa perspectiva de Educação do Campo.

2. Cursos técnicos em agropecuária, agroindústria, florestal e recursos pesqueiros de águas continentais.

3. Curso de licenciatura em Educação do Campo.4. Implantação do Projovem Campo: saberes da Terra.

Page 102: Sul De Roraima

do Campo 5. Curso de Graduação nas Ciências Agrárias com Ênfase em Educação do Campo.

6. Curso de tecnólogo em Agroecologia.

Implementação da Educação do Campo no Território Sul de Roraima através de políticas públicas.

Consolidar a Educação do Campo no território Sul de Roraima, acampando lutas em prol da melhoria da qualidade do ensino dos atores sociais campesinos através de políticas públicas

Políticas públicas e educação no campo.

1. Políticas públicas em educação para portadores de necessidades educativas especiais (uso de Libras, braile, soroban, formação de professores especializados, salas de apoio pedagógico aos Portadores de necessidades, etc).

2. Políticas públicas aos povos indígenas do Território Sul de Roraima10

3. Aquisição de antenas parabólicas para funcionamento da TV ESCOLA.

4. Aparelhamento tecnológico das escolas da zona rural (TVs, DVDs, caixas acústicas, aparelhos de som, Data-show, etc).

5. Fortalecimentos dos conselhos escolares e Associações de Pais e Mestres.

6. Apoiar ações que envolvem os esportes nas escolas rurais.

7. Reformar e ampliar escolas da zona rural.8. Realização de concursos públicos para funcionários da

educação. 9. Ampliação do quantitativo de escolas do Ensino

Fundamental e Ensino Médio na Zona Rural.10.Implantação de bibliotecas rurais.

10 Proposta da FUNAI/RR e dos representantes indígena sendo uma reivindicação em plenária.

Page 103: Sul De Roraima

Políticas Públicas em Saúde

Implementar as políticas públicas na área da saúde no Território Sul de Roraima através de ações concretas dos poderes executivos (Federal, Estadual e Municipal) com apoio do poder legislativo e das entidades governamentais e não-governamentais numa perspectiva de melhoria da qualidade do atendimento no setor da saúde.

Propostas básicas de saúde

1. Instalação da farmácia popular em todos os municípios do território.

2. Implantação de laboratórios de patologia clínica nas comunidades rurais.

3. Estação de tratamento de água para consumo humano na zona rural.

4. Realização de oficinas para destino correto do lixo domiciliar.

5. Realização do programa de saúde bucal nas escolas e comunidades rurais.

6. Qualificação profissional dos agentes de saúde.7. Construção de postos de saúde na zona rural.8. Aumento do quadro de funcionários da saúde através de

concursos.9. Implementar programas da saúde da mulher no Território.

Saúde da família e indígena

1. Realização de programas de Educação Sexual.2. Implementação de programas de planejamento familiar.3. Ampliação e melhoria ao atendimento as populações

indígenas do território.Combate as doenças endêmicas

1. Controle da malária, dengue.2. Aumento da frota de veículos da FUNASA, Secretarias de

Saúde para combate das doenças endêmicas.3. Aumento de funcionários.4. Fomento a pesquisas

Propostas de saneamento nas comunidades rurais do Território.

1. Construção de poços artesianos nas comunidades rurais.2. Construção de sanitários com fossas sépticas na zona

rural.3. Tratamento da água com hipoclorito, fervura.1. Construção de sede de instituições no Território.2. Firmar parcerias inter-institucionais para realizar as ações.

Page 104: Sul De Roraima

Fortalecimento institucional

l

Gestão do plano de desenvolvimento territorial

3. Elaboração e implementação de projetos.4. Elaboração de planos de gestão dos bens públicos para

associações organizativas e conselhos municipais.5. Assessoramento técnico para gestão do plano.6. Realização de intercâmbios entre os territórios. 7. Qualificação profissional do gestor público para elaboração

de projetos com ênfase ao processo de participação nas ações estratégicas.

Gestão ambiental integrada e descentralizada

1. Construção de hortos no território.2. Sensibilização e mobilização dos gestores municipais para

despertar o interesse da gestão ambiental descentralizada.3. Estruturação dos órgãos ambientais.4. Elaboração de projetos que contemple o aproveitamento

dos resíduos sólidos, manejos comunitários e recuperação de áreas degradadas.

5. Promoção da Educação Ambiental 6. Realização de pesquisas e estudo sobre Zoneamento

agroecológico do Território para maior eficácia da gestão ambiental.

7. Realização de seminários, fóruns, simpósios sobre a gestão ambiental no Território.

Gestão associativa

1. Identificação das principais carências das organizações do território.

2. Assessoramento técnico as associações.3. Estruturação físico-financeira das organizações

associativas.4. Qualificação profissional em gestão, planejamento e

prestação de contas.

Page 105: Sul De Roraima

5. Fortalecimento da CIAT e dos atores sociais como instância representativa e deliberativa.

6. Adequações das cooperativas voltadas a comercialização.

Regularização fundiária

1. Realização de diagnostico da situação fundiária atual no território.

2. Sensibilização e mobilização das instituições competentes visando a desburocratização da questão fundiária.

3. Elaboração de propostas de políticas públicas voltadas para a realidade fundiária do território.

4. Apresentação de propostas voltadas para a melhoria da estrutura institucional (INCRA) para que sejam atendidas as demandas de regularização fundiária no Território.

DIMENSAO ECONÔMICA Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território

Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento e comercialização dos produtos do setor primário.

Melhoria da pecuária de grande, médio e pequeno porte.

1. Melhoramento genético da pecuária.2. Manejo de pastagens.3. Implantação de Unidades Demonstrativas

de Pastagens em todos os municípios do Território.

4. Construção de abatedouros em conformidade as normas sanitárias.

5. Acompanhamento zootécnicos dos animais.6. Vacinação dos rebanhos.7. Crédito rural para as atividades de pecuária. 8. Apoio com investimentos e custeios em

projetos e planos para a cadeia produtiva da ovinocultura.

9. Frota de veículos para o escoamento da produção pecuária.

Page 106: Sul De Roraima

Desenvolvimento das culturas perenes, semi-perenes e anuais.

1. Incentivo a adubação orgânica para essas culturas numa concepção agroecológica..

2. Uso de mecanização agrícola em áreas já exploradas.

3. Distribuição de sementes.4. Implantação de viveiros para produção de

mudas frutíferas nos municípios do Território.

5. Realização de análises de solos e pesquisas voltadas para conhecimento técnico das culturas.

6. Estudos e projetos voltados para Sistemas Agroflorestais no Território.

7. Estudos das culturais anuais para verificação de viabilidade econômica.

8. Aquisição de mudas de plantas resistentes a pragas e doenças.

9. Beneficiamento, armazenamento e comercialização da produção.

10.Implantação de laboratórios de análise de solos no Território.

11. Apoio em investimentos e custeios em projetos e planos para a cadeia produtiva da bananicultura.

12.Frota de veículos para o escoamento da produção agrícola.

1. Aumento do quadro de técnicos de nível

Page 107: Sul De Roraima

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.

Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário

Implementação da assistência técnica (ATER) e ATES com finalidade agroecológica.

superior e médio no Território.2. Formação de equipes profissionais em

diversas áreas de conhecimento (Ciências Agrárias, Ciências Humanas, Ciências exatas, Ciências da Saúde).

3. Formação continuada de técnicos com pressupostos da Pedagogia da Terra e da Alternância.

4. Programa de formação de consultores para elaborações de projetos e planos de negócios, etc.

5. Criação da EMATER RORAIMA6. Credenciamento de organizações rurais

como entidades de ATER.

Crédito agrícola 1. Investimento e custeios para fomento de agroindústrias.

2. Renegociação de dívidas dos projetos do PROCERA, FNO, PRONAF.

3. Divulgação do acesso ao crédito.4. Credenciar instituições junto as entidades

de fomento.

Page 108: Sul De Roraima

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.

Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário

Beneficiamento e comercialização da produção familiar.

1. Implantação de planos de negócios e economia solidária.

2. Criação de feiras livres no território.3. Implantação do selo de qualidade.4. Gerenciamento dos locais de

comercialização.5. Assessoria técnica para as agroindústrias

da agricultura familiar.6. Implantação de fabricas de ração.7. Qualificação profissional dos produtores

rurais da agricultura familiar.8. Construção de entrepostos comerciais em

Manaus-AM.9. Aquisição de frota de veículos para

efetivação da comercialização dos produtos oriundos da agricultura familiar.

10.Beneficiamento de polpas de frutas com finalidade especial de agregação de valor.

Mecanização agrícola 1. Aquisição de tratores e implementos agrícolas (grade, arado) para o Território.

2. Aquisição de enxadas rotativas para formação de canteiros para hortaliças.

3. Qualificação profissional através de curso de mecanização agrícola para tratoristas.

Olericultura 1. Implantação de casas de plasticultura (CASAS DE VEGETAÇÃO E ESTUFA) no Território.

2. Realização de estudos sobre as principais potencialidades olerícolas no Território.

3. Incentivo a horta comunitárias com ênfase

Page 109: Sul De Roraima

Fortalecimento das Cadeias Produtivas Prioritárias do Território.

Otimizar as cadeias produtivas do Território Sul de Roraima com finalidade especial de melhoria da qualidade da produção e produtividade por meios de investimentos e custeios desde as Unidades Produtivas de Produção, perpassando pelo escoamento, beneficiamento, ATER, e comercialização dos produtos do setor primário

a produção de produção orgânicos.

Recursos pesqueiros de águas continentais.

1. Construção de viveiros escavados de peixes através de estudos e laudos técnicos com viabilidade econômica e ambiental.

2. Instalação de laboratórios de reprodução de alevinos no Território.

3. Implantação de fábrica de ração para peixes.

4. Políticas de aqüicultura no território

Infra-estrutura para

Tornar as estruturas físicas e equipamentos existentes funcionáveis, comunicação eficiente e implementar uma

Uso da estrutura existente no território.

1. Identificar as estruturas físicas e equipamentos inativas e precárias e suas finalidades no território.

2. Identificar a atividade que poderá ser

Page 110: Sul De Roraima

o território infra-estrutura básica no território.

realizada no local.3. Buscar parcerias com as instituições

públicas e privadas para viabilizar seu funcionamento .

4. Elaborar plano de gestão da estrutura física e dos equipamentos existentes para as organizações do território.

5. Buscar junto às instituições gestoras concessões de uso de bens públicos.

Instalação de sistema de comunicação nas sedes coletivas e centros de formação.

1. Instalação de sistema de internet via satélite nas sedes e centros de formações e escolas promovendo a inclusão digital para gêneros e gerações e etnias;

2. Capacitação no sistema de gêneros, etnias e gerações para o mercado de trabalho

3. Criar e manter um banco do território;4. Realizar estudos para identificar a

comunicação no território;5. Buscar concessões junto ao governo federal

para implantação de rádio comunitária;6. Formar parcerias para implantar os

sistemas;7. Acompanhar as instalações e

funcionamento do sistema;

Infra-estrutura básica

1. Fazer diagnóstico das necessidades de infra-estrutura básica;

2. Implantar e ampliar o atendimento dos agentes financeiros no território – Basa, BB e CEF;

Page 111: Sul De Roraima

3. Fiscalizar e reivindicar junto às autoridades componentes a execução dos projetos de infra-estrutura.

4. Sensibilização e mobilização dos gestores públicos para:

- Construção e implantação de ramais nas vicinais;- Saneamento básico, escoamento- Iluminação pública;- Pavimentação asfáltica;- Ampliação e manutenção das Estradas das vicinais;- Melhoria da oferta de energia elétrica;- Escoamento da produção;

5. Elaboração de propostas de Políticas Públicas voltadas para atender as necessidades de infra-estrutura básica no território;

DIMENSÃO AMBIENTAL Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos

Page 112: Sul De Roraima

Conservação dos recursos naturais

.

Realizar estudos e projetos voltados para o desenvolvimento sustentável dos recursos naturais com finalidade econômica, social e ambiental.

Uso sustentável dos Recursos Naturais

1. Implantação do artesanato agro-extrativista no território.2. Qualificação e formação de profissionais para

aproveitamento dos recursos naturais.3. Certificação dos produtos agro-extrativista do território

(selo de qualidade).4. Implementação do projeto de manejo florestal sustentável.5. Implantação do ecoturismo.6. Implementação da pesca artesanal e amadora com

manejo.7. Implantação do extrativismo vegetal.8. Recomposição de áreas de Preservação Permanente

((matas ciliares, nascentes, e áreas com presença de erosão (voçorocas e em sulcos).

9. Fomento de recuperação de áreas degradadas.10.Produção de mudas florestais.11.Fiscalização e monitoramento da caça e pesca predatória12.Policiamento ambiental.13.Conservação dos mananciais em áreas urbanas e rurais.

Implementação da agroecologia no território

1. Implantação de Unidades Demonstrativas de Cultivos agroecológicos.

2. Banco de sementes crioulas.3. Criação de Institutos de Permacultura no Território.4. Implantação de captação da água da chuva com finalidade

de irrigação dos plantios.5. Implantação de SAFS6. Criação do curso Tecnólogo em Agroecologia (Nível

Superior).

Page 113: Sul De Roraima

DIMENSÃO CULTURALEixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos

Fortalecimento da cultura, esporte e lazer no território Sul de Roraima

Apoio as manifestações culturais e festas agropecuárias no Território Sul de Roraima.

1. Apoio as manifestações culturais como festejos religiosos, festas agropecuárias, festival de música.

2. Incentivo aos cantores da terra.3. Curso de canto, música, dança instrumentos musicais, etc.

Esporte e lazer

1. Realização de torneios de futebol, atletismo, natação, etc.2. Estruturação de campos de futebol.3. Construção de quadras poliesportivas na zona rural.4. Apoio aos times das comunidades rurais do Território.

DIMENSÃO POLÍTICA Eixo aglutinador Objetivo Linha de ação Planos e projetos

Articulação e mobilização política no Território Sul de Roraima

Incentivos fiscais e política de credito.

1. Melhores propostas de política de crédito para o agricultor e agricultura rural.

2. Incentivos de política fiscal em prol de uma agricultura orgânica. 3. Criação de emendas parlamentares para promoção de projetos

de agricultura familiar para o Território.

Qualificação profissional dos gestores públicos

1. Realização de seminários, fóruns, cursos, simpósios sobre as políticas públicas descritas no PTDRS para os gestores públicos.

2. Elaboração de projetos de leis, emendas parlamentares, decretos, portarias, etc., que beneficie este PTDRS em nível municipal, estadual e federal.

Page 114: Sul De Roraima

Parte III – Considerações Finais

Page 115: Sul De Roraima

3.1 – CONSOLIDAÇÃO DO PLANO

O processo de construção do Plano Territorial Rural de Desenvolvimento

Sustentável do Sul de Roraima, realizado através de cinco oficinas de trabalho, via

aplicação da metodologia de trabalho que usa a visualização e a participação dos

atores sociais como insumo básico, em especial aqueles que são os

representantes legais e legítimos no território, percorreu uma trajetória que tem

início em momentos anteriores à própria construção do plano. Precisamente nas

oficinas da implantação da CIAT, considerada como o embrião, o nascedouro do

processo.

O pano de fundo dessa ação é o Território Sul de Roraima composto pelos

municípios de Caroebe, São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Rorainópolis e o

Distrito de Novo Paraíso, no município de Caracaraí.

Os conceitos apreendido para um novo propósito com certeza foram

fortalecidos através da sua massificação durante as oficinas. Pensar diferente,

pensar o território a partir de agora é o desafio para os atores do sul do Estado de

Roraima, que tem pela frente grandes anseios para serem perseguidos.

O cenário futuro pode ainda não ser efetivamente positivo, mas ele aponta

para representativas mudanças que significam de fato, melhoras.

A melhoria das condições de vida dos atores sociais do território não

depende exclusivamente de suas vontades. Eles sabem dessa verdade a partir da

construção participativa do presente plano. Eles têm noção clara de que estão

inseridos em dimensões mais complexas como a econômica, sociocultural,

ambiental e democrática.

Entretanto, o viés a partir de agora é de lutas, batalhas, desafios a serem

transpostos para seus objetivos maiores sejam alcançados. E empoderamento,

articulação, parcerias, negociações institucionais são as estratégias que serão

mais utilizadas a partir de agora.

3.2 – Acompanhamento e Avaliação do Plano Territorial

Outro processo de suma importância e imprescindível no contexto da

construção e elaboração do PTRDS do Sul de Roraima está no Acompanhamento

115

Page 116: Sul De Roraima

e Avaliação do Plano. Teoricamente, a concepção de um plano prevê a elaboração

do diagnóstico situacional de maneira participativa, considerando as peculiaridades

locais e a dinâmica da realidade.

A seguir vem o estabelecimento dos programas, ações, projetos e atividades

orientados para execução do plano, que deverão ser mensurados quantitativa e

qualitativamente a fim de comprovar o seu impacto na realidade do território.

A terceira e imprescindível parte está no processo acompanhamento e

avaliação do Plano. Os conceitos básicos de avaliação, segundo Marcio Bastos

Medeiros é o exame sistemático de certos objetos, baseado em critérios explícitos

e mediante procedimentos reconhecidos de coleta e análise de informações sobre

o conteúdo, estrutura, processo, resultados, qualidade e/ou impactos de quaisquer

intervenções planejadas na realidade. Envolve tanto julgamento com atribuição de

valor e mensuração e não é tarefa neutra, mas comprometida com princípios e

critérios. Requer uma cultura, uma disciplina intelectual e uma familiaridade prática,

amparadas em valores.

116

Page 117: Sul De Roraima

Figura16

Os modelos existentes para a consecução do processo de avaliação

consideram entre as suas variáveis a temporalidade. Nela são realizadas

avaliações quanto ao impacto, a metavaliação e ao monitoramento de programas.

Outro meio de se avaliar, é quanto ao tipo de avaliação, podendo ser a auto-

avaliação, a avaliação interna, a avaliação externa e a avaliação mista.

A avaliação é realizada a partir de objetivos e critérios, quais sejam:

A Eficácia

A Economicidade

A Eficiência

A Efetividade

Objetivos da Avaliação

Aprendizado

AVALIAÇÂO

Controle Social Tomada de Decisão

117

Page 118: Sul De Roraima

A Equidade

A Sustentabilidade

E a Análise do Custo-benefício, análise custo-efetividade.

Assim há elementos essenciais para a Avaliação, e condições de

avaliabilidade que precisam de:

Critérios de avaliação estabelecidos;

Objetivos e metas especificados;

Indicadores e linhas de base;

Dados, registros do processo;

Fontes de dados/meios de verificação

Abordagens consistentes com a natureza dos dados e dos objetos de avaliação

Considerando o conjunto desses mecanismos de avaliação, o presente

Plano prevê que a partir da elaboração da Agenda Positiva, da hierarquização das

Ações/projetos a serem realizados haja o desenvolvimento, nos mesmos modelos

da concepção do Plano, ou seja, que seja desencadeado outro processo de

construção de uma modelo de avaliação adequado. Nele estarão consideradas as

condições, as contingências, as limitações e as proposições a fim de que

efetivamente haja a avaliação continuada do Plano.

Portanto, o PTDR Sul de Roraima tem como propostas norteadoras através

políticas públicas visando a melhoria da qualidade de vida de homens e mulheres

do campo com ações concretas de geração de trabalho e renda.

118

Page 119: Sul De Roraima

3.3 – Referências Bibliográficas

Censo 2000 – IBGE

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 27.ed. Rio de Janeiro: Paz

e Terra, 2003.

Oliveira, Djalma – Planejamento estratégico Aplicado nas Organizações- Editora Altas, São Paulo, 2002 – 4ª edição.

Oliveira, Luiz Soares de – Economia dos Recursos Naturais, Desenvolvimento Sustentável e Teoria do Crescimento Econômico: Uma aplicação para o Brasil, Porto Alegre, junho de 2004, 96p

Roraima Economia e Mercado 2003 – Instituto Fecor de Pesquisa e Desenvolvimento – Boa Vista –FECOMÉRCIO-RR,2003,132p

Documentos Institucionais

MEDEIROS, Márcio – Avaliação do Plano Plurianual –PPA

Série Documento Secretaria de Desenvolvimento Territorial –SDT: “Referência

para uma Estratégia de Desenvolvimento Rural Sustentável no Brasil, publicado

pelo CODRAF, nº 04 NEAD/MDA em outubro de 2003, Brasília, março de 2005.

Série Documento Secretaria de Desenvolvimento Territorial –SDT “Marco

Referencial para Apoio ao Desenvolvimento de Território Rurais, publicado pela

SDT, Brasília, junho de 2005.

Série Documentos do CODRAF n° 01 “Institucionalidades para a Gestão Social do

Desenvolvimento Rural Sustentável” Brasília, setembro de 2005.

Perfil do Estado de Roraima – Secretaria Estadual de Planejamento – SEPLAN –

Boa Vista – 2002, 602p

119