relatorio vsdij-rio

20
V SEMINÁRIO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA Relatório de participação Por Edilenice Passos Matrícula 28906

Upload: edilenice-passos

Post on 05-Jun-2015

619 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Relatorio vsdij-rio

V SEMINÁRIO DE INFORMAÇÃO E

DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA

Relatório de participação

Por Edilenice Passos

Matrícula 28906

Page 2: Relatorio vsdij-rio

V SEMINÁRIO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA Rio de Janeiro (RJ), 9 a 11 de maio de 2012

Relatório de Atividades

Edilenice Passos

1 Apresentação

O presente documento relata a apresentação de palestra no V Seminário de Informação e Documentação Jurídica, realizado na cidade do Rio de Janeiro, no período de 9 a 11 de maio de 2012.

2 Os Organizadores

O evento, organizado pelo Grupo de Profissionais em Informação Jurídica do Rio de Janeiro (GIDJ-RJ), foi promovido pela Revista Biblioo e a empresa Contempory Informática. Recebeu o apoio da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro.

Foto da seda PGE-RJ Copiada do site: http://www.rj.gov.br/web/pge

3 O Evento

O evento foi dividido em quatro painéis (Doutrina, Legislação, Jurisprudência e Espaço e Acervo) e a conferência de encerramento, que foram apresentados no período da manhã. No horário vespertino, foram apresentados os relatos de experiência; ministrados os minicursos e as foram feitas as visitas técnicas.

A mesa de abertura contou com a presença de Dr. Leonardo Mattietto, Procurador Chefe do Centro de Estudos Jurídicos - PGE-RJ, Cleber Rocha, Presidente do Grupo de Profissionais em Informação e Documentação Jurídica, Francisco de Paula Araújo, Editor Chefe da Revista Biblioo e Henrique Kelmer, Contempory Informática.

Page 3: Relatorio vsdij-rio

3.1 O Painel Doutrina

Neste painel, foram apresentadas quatro palestras e a mesa teve como moderadora Cristiane Ferreira (TRT 1ª Região).

3.1.1 Periódicos Institucionais, por Dr. Letácio Jansen (PGE-RJ)

O palestrante informou que o primeiro contato que teve com a problemática quando teve que analisar um processo sobre a aplicação da legislação de depósito legal aos acervos discográficos.

Atualmente pertence ao corpo editorial da Revista de Direito da Procuradoria Geral. A Revista surgiu em 1954, sob a iniciativa do então Procurador-Geral Gustavo Philadelpho de Azevedo, com a finalidade de difundir questões relativas à Administração Pública, tornando possível aos interessados o acesso à doutrina e aos pareceres elaborados pelos Procuradores. Segundo o palestrante é uma das revistas jurídicas públicas mais antigas do País. A PGE que é um órgão de excelência e a Revista é responsável pela identidade do órgão.

Os fascículos mais recentes, em versão digital, já estão disponíveis no sítio da PGE em: http://www.rj.gov.br/web/pge

3.1.2 O Jurista como produtor e usuário da informação, por Dra. Vanice Lírio do Vale (PGM-RJ)

A autora explicou sobre a atividade do jurista e o conceito de Direito. Mencionou ainda algumas características do Direito: a interdisplinariedade, a internacionalização do Direito, o cosmopolitismo judicial e a multiplicidade e a confiabilidade das informações.

A palestrante, a título de exemplo, mencionou a Constituição da África do Sul1 inclui em seu texto menção às leis internacionais que são aceitas no País desde que em sintonia com a Constituição.

Em relação às fontes de informação, a palestrante disse que o pesquisador está intensificando a busca pelo pluralismo de fontes. Ou seja, o pesquisador não pode se apegar a um autor ou há uma corrente de pensamento. Por outro lado, o mesmo pesquisador tem o dever de declinar fontes que não apresentem confiabilidade. Comentou ainda sobre as falácias da sociedade da informação: “com a internet, eu encontro tudo”; “tudo é confiável”; “se eu achei uma vez, acho de novo”. Por fim, a 1 ("Customary international law is law in the Republic unless it is inconsistent with the Constitution or an Act of Parliament").

Page 4: Relatorio vsdij-rio

palestrantes disse que o principal desafio do bibliotecário do século XXI é a formação do usuário.

3.1.3 Indexação de doutrina no Tribunal Regional do Trabalho, por Cesar Vaz Lyra

O palestrante contou sua experiência no uso de bibliotecas durante sua formação acadêmica e destacou que os professores da época privilegiavam os livros como fonte bibliográfica em detrimento do artigo de periódico.

3.1.4 Acervo digital da FUNENSEG, por Virgínia Lúcia Pereira de Souza Thomé

A palestra iniciou comentando a Escola Nacional de Seguros, que foi criada em 1971, com o propósito de dar habilitação ao corretor de seguros, tem sede no Rio de Janeiro, a instituição conta com outras quatorze unidades.

A seguir explanou sobre a Biblioteca Ivan da Mota Dantas foi criada em 1978. Seu acervo é composto por mais de 24.000 registros, entre livros, artigos de periódicos, monografias, teses, relatórios, e outros suportes. Também são encontrados cerca de 150 títulos de periódicos nacionais e estrangeiros, além de vídeos, CD-ROMs, DVDs, disquetes e textos didáticos produzidos pela entidade.

Foto extraída do sitio da Funsenseg: http://www.funenseg.org.br/pesquisa/biblioteca.php

Mostrou o funcionamento da biblioteca digital. Ao ser questionada sobre o resguardo dos direitos autorais do material incluído no acervo digital, a palestrante informou que na biblioteca digital contém apenas o material produzido pela própria instituição, nem mesmo o material que é produzido em co-editoria faz parte do acervo.

3.1.5 Relatos de Experiência

No primeiro dia, foram apresentados dois relatos de experiência, por profissionais atuantes em escritórios de advocacia.

3.1.5.1 Biblioteca especializada jurídica, por Patrícia Gaião

Inicialmente, foi apresentado do escritório Pinheiro Neto Advogados, com sedes no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, conta com 400 profissionais, e presta full service, ou seja atua em todas as áreas do Direito.

Page 5: Relatorio vsdij-rio

A biblioteca, criada por Rubens Gomes de Souza, desenvolveu e utiliza uma classificação para o registro dos documentos, atende somente o público interno e está aberta 24 horas por dia, sete dias por semana. Fora do horário do horário comercial, os usuários utilizam o auto-empréstimo.

O acervo conta com 280 registros, sendo 70 mil artigos de periódicos, 19 mil capítulos de livros, 50 mil artigos de jornais, 2 mil pareceres e 10 mil registros de jurisprudência.

Entre os serviços prestados destacam-se:

SAL – base de dados de legislação federal, estadual e municipal. Quando questionada sobre a provável duplicação de esforços tendo em vista a quantidade de bases de dados públicas disponíveis, a palestrante disse que muitas dessas bases de dados pecam pela confiabilidade e outras não tem longevidade, explicou que há uma grande dificuldade para localizar legislação federal de hierarquia inferior atualizada;

Portal de recursos repetitivos;

Perfil dos Ministros do STJ;

Jurisprudência comentada;

Monitoramento da concorrência.

3.1.5.1 Do isolamento a sistematização : o elo construído entre um centro de documentação e um escritório de advocacia, por Lourdes Maria dos Santos e Viviane Ferreira Santos Pinto

As palestrantes iniciaram por apresentar o escritório Campos Mello Advogados, que é um escritório de médio porte. O centro de documentação tem como missão mediar o acesso à informação com rapidez e exatidão.

Em relação à biblioteca, as palestrantes informaram que está em fase de implementação a política de desenvolvimento de coleções, as revistas estão sendo modificadas para o formato digital e tem se procurado a democratização do acesso ao periódico.

3.1.2 Minicursos

No primeiro dia foram oferecidos três minicursos, a saber: Noções de Direito para bibliotecários, ministrado por Cristiana Carneiro Ferreira da Silva; MARC 21, ministrado por Maria do Perpétuo Socorro e Normalização de trabalhos acadêmicos, por Maria Auxiliadora S. Nogueira.

3.1.3 Visita técnica

Devido à concomitância dos minicursos e da visita técnica, optei pela segunda. Foi realizada então visita técnica à Biblioteca Carvalho de Mendonça, da Faculdade Nacional de Direito (UFRJ).

O curso de Direito da UFRJ funciona do prédio Conde dos Arcos, primeira sede do Senado Federal, no Rio de Janeiro.

Page 6: Relatorio vsdij-rio

A Biblioteca Carvalho de Mendonça foi criada já em 1905, por iniciativa de Arnaldo Guinle, ex-aluno, que doou livros e estante. Possui um expressivo acervo jurídico com destaque para dois mil itens raros.

3.2 O Painel Legislação

Neste painel, foram apresentadas três palestras e teve como moderador Thiago Cirne Freitas (PGE-RJ).

3.2.1 Acervo de legislação federal do Ministério da Fazenda, por Kátia Aparecida Teixeira de Oliveira.

A palestrante explanou sobre a legislação federal do Ministério da Fazenda e suas fontes de informação.

3.2.2 Consolidação da Legislação Estadual do Rio de Janeiro, por Patrícia Almeida.

Iniciando com um panorama da legislação estadual, a palestrante explicou que a base de dados que contém a legislação do Estado está disponível no site da ALERJ e é um produto da Secretaria-Geral da Mesa. Os atos não são indexados e a base de dados não possui todos os requesitos para a tornarem amigável. Estão sendo digitalizados os diários oficiais do Estado, mas estão disponíveis apenas na intranet. A digitalização está sendo feita por vários órgãos da Administração, de forma cooperativa.

As outras fontes que fornecem legislação do Estado é o site do Tribunal de Contas do Estado (www.atosdosexecutivo.rj.gov.br/publico) e a Imprensa Oficial do Rio de Janeiro.

Page 7: Relatorio vsdij-rio

A ALERJ e a UERJ, em parceria, estão trabalhando na legislação estadual do Rio Janeiro. Atualmente existem no ordenamento estadual mais de 6.000 normas jurídicas cariocas e cada ano são acrescentadas, em torno, de 200 novas normas jurídicas. No trabalho já foi possível identificar normas contraditórias, normas que precisam de revogação expressa, entre outros casos.

Um exemplo do produto final desse trabalho é a Lei nº 5.645, de 7 de janeiro de 2010, que consolida a legislação relativa às datas comemorativas no Estado do Rio de Janeiro.

3.2.3 Panorama da legislação municipal (Rio Janeiro), por Célia Maria Escobar Araújo.

A palestrante iniciou comentando sobre as fontes que contém a legislação do município do Rio de Janeiro, citando, entre outras, o Instituto Pereira Passos que fornece informações, estatísticas e mapas da cidade; e o Informa Online que fornece as leis municipais desde 1986 até o presente momento.

Recentemente, foi apresentado um projeto-piloto para organizar as fontes de informação para a legislação do município do Rio de Janeiro. Primeiramente foi realizado um mapeamento informacional, quando foram identificados todos os sistemas de informação existentes nas secretarias do Município. Para a criação de um portal onde se pudesse ter acesso à legislação municipal foram tomadas algumas decisões:

Existência de um único sistema: INFORMA WEB;

Normatização do processo técnico;

Uniformização das tabelas de assunto.

A base de dados está disponível em http://informaweb.rio.rj.gov.br

3.3 Painel Jurisprudência

Neste painel foram apresentadas quatro palestras e teve como moderador Anderson Andrade de Figueiredo.

3.3.1 Repertórios de Jurisprudência: tipos e características, por Cristiana Carneiro Ferreira da Silva.

A palestrante iniciou com explicando que a jurisprudência é uma das fontes do Direito e pode ser definida como “o conjunto de decisões reiteradas e uniformes dos tribunais.” A decisão isolada é um precedente.

Os repositórios autorizados são publicações editadas por empresas especializadas que possuem convênio e autorização das Cortes. O uso de repositórios não-autorizados, como fonte de informação, pode acarretar prejuízos irreparáveis.

Page 8: Relatorio vsdij-rio

3.3.2 Biblioteca Digital do Tribunal Regional Federal, por Claudia Maria Pigozzo.

A Biblioteca Digital do Tribunal Regional Federal, da 2ª Região, participa do Consórcio BDJUR, desde 2011, com cinco coleções:

Atos normativos;

Produção Intelectual;

Produção Acadêmica;

Obras raras;

Memória institucional (julgados históricos).

O TRF- 2ª Região é a única instituição do Consórcio que utiliza software proprietário, sendo portanto uma experiência pioneira e bem sucedida.

3.3.3 Biblioteca Digital da Revista dos Tribunais

Foi apresentada a biblioteca digital, seu acervo e modo de pesquisa.

3.3.4 Banco de Conhecimento do Tribunal de Justiça, por Marcus Vinícius

Foi apresentado o Banco de conhecimento, que é um repositório de jurisprudência, legislação e doutrina para a tomada de decisões.

3.3.5 Relatos de experiência

Foram apresentados dois relatos de experiência. O primeiro sobre um sistema de clipping e o segundo sobre gestão de acervo de memória.

3.3.5.1 Sistema de clipping e monitoramento da informação, por Maria Cristina Lerina.

O escritório Veirano Advogados foi fundado em 1972, com cerca de 700 profissionais em nossas sedes nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Brasília. Prestamos assessoria jurídica em todas as áreas do Direito ligadas à atividade empresarial

O sistema de clipping mantido pelo escritório Veirano e Advogados Associados foi criado há 20 anos, reúne notícias, legislação e informações coletadas nos diários oficiais. São utilizadas 150 fontes diariamente, sendo 10 jornais e as outras são sites na internet; mensalmente são analisadas 60 revistas. E o clipping é enviado para 700 usuários, todos colaboradores ou clientes do escritório.

Page 9: Relatorio vsdij-rio

3.3.5.2 Gestão de acervo bibliográfico de memória e sistema híbrido de preservação : conquistas do Projeto Fênix na Biblioteca Nacional, por Ana Virgínia Teixeira da Paz Pinheiro.

O Projeto Fênix: resgate da memória em papéis de trapos recebeu patrocínio do BNDES, teve como objetivo restaurar e microfilmar itens raros que estavam fora de consulta por seu avançado estado de deterioração física que inviabilizar o seu manuseio, colocá-los à disposição da sociedade.

Antes

Depois

Fotos extraídas de: http://www.bn.br/planor/documentos/fenix.pdf

3.3.6 Minicursos

No segundo dia de evento, foram oferecidos quatro minicursos, a saber: Elaboração de referências bibliográficas, ministrado por Anamaria da Costa Cruz; Digitalização de acervo, com Henrique Kramer; Preservação de objeto digital, com Luís Sayão; e Psicologia do usuário : como torná-lo parceiro da biblioteca, ministrado por Lígia Paixão.

Optei por fazer o primeiro deles. A instrutora apresentou a NBR:6023, explicando detalhadamente como fazer as referências bibliográficas de todos os tipos de materiais.

3.3.7 Visitas técnicas

As visitas técnicas deste segundo dia de evento foram as bibliotecas da Justiça Federal de Primeiro Grau no Rio de Janeiro e a da Fundação Getúlio Vargas.

3.4 Espaço e Acervo

Inicialmente, foram planejadas três palestras, mas a professora Lígia Tammela, que falaria sobre o projeto da biblioteca do Centro de Tecnologia da UFRJ, não pôde comparecer por questões de saúde.

3.4.1 Projeto de reforma e construção da nova sede da Procuradoria Geral do Estado, por Patrícia Gullo.

O novo prédio da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro possui 17.000m² e 14 andares, sendo dois deles reservados à biblioteca. O acervo está acondicionado em estantes deslizantes, o mobiliário segue o padrão ABNT, foram

Page 10: Relatorio vsdij-rio

criados espaços para leitura individual e salas de estudo coletivo. As obras raras são colocadas em estantes especiais. Todo o projeto foi pensado para garantir a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências físicas.

A Biblioteca recebeu acervo doado por Octávio Tarquínio de Souza e Lúcia Miguel Pereira, com condição de manter a ambientação do espaço original. E assim foi feito.

Biblioteca Octávio Tarquínio de Souza e Lúcia Miguel Pereira

3.4.1 Segurança de acervos: há que vigiar, por Ana Virgínia Teixeira da Paz Pinheiro.

A palestrante iniciou falando sobre os principais problemas na segurança de acervo: furtos, vandalismo, negligência, sinistros e sociopatias. A segurança envolve os bens patrimoniais e o trânsito. O patrimônio está relacionado ao acervo, mobiliário e maquinário; por sua vez o trânsito envolve os bens patrimoniais, pessoas e informação.

Continuando, a palestrante, apontou os cuidados necessários para o trânsito das pessoas (determinar claramente quem pode entrar na sala-cofre, quem pode circulara por espaços onde as obras estão armazenadas, etc), o trânsito das obras tanto para exposições quanto para serem encaminhadas para os laboratórios de restauração.

Page 11: Relatorio vsdij-rio

Em relação à segurança da informação, a palestrante mencionou os cuidados necessários, como não permitir fotografias no local onde as obras raras estão acondicionadas, cuidar para que estagiários e terceirizados (que possuem menor grau de comprometimento com a instituição) e até mesmo com usuários que ganham confiança do staff da biblioteca e acaba por ter acesso indevido à coleção rara.

3.5 Conferência de encerramento

A Conferência de encerramento com o título de O profissional da informação jurídica: atuação, capacitação, aperfeiçoamento e perspectivas contou cinco palestrantes e teve como mediadora Célia Maria Escobar Araújo.

3.5.1 Novos desafios do CRB-7, por Marcos Miranda.

O presidente do CRB-7 mostrou o planejamento estratégico e o plano de metas do CRB-7. A entidade se propõe a ser uma unidade regional de excelência de fiscalização profissional. Conta com 6.308 profissionais registrados, sendo que 3.288 estão em atividade. O palestrante falou sobre as ameaças (desregulamentação da profissão, desobrigação do pagamento das anuidades, imagem conservadora negativa apresentada pela mídia nacional, entre outras); os pontos fracos (inadimplência, a comunicação com os profissionais, recursos financeiros e humanos); e os pontos fortes (articulação com órgãos públicos e participação em eventos para divulgar a entidade e a profissão). Também mencionou algumas das ações como a fiscalização preventiva e conversas com estudantes, profissionais e a sociedade.

3.5.2 O profissional da informação jurídica: atuação, capacitação, aperfeiçoamento e perspectivas, por Edilenice Passos.

Apresentei os vários aspectos instrumentais (as publicações, os encontros profissionais, o uso das mídias sociais) que vem fortalecendo e se destacando a Biblioteconomia Jurídica dentro do cenário da informação no Brasil. Abordei a formação acadêmica do bibliotecário jurídico, as qualidades pessoais necessárias para o exercício da profissão e suas perspectivas no mercado de trabalho.

O texto completo da palestra encontra-se em anexo.

3.5.3 O Sindicato dos Bibliotecários do Rio de Janeiro, por Tatiana Martins

A presidente do SINBIB-RJ disse que o Sindicato representa os bibliotecários do estado do Rio de Janeiro e está legitimado pelo Ministério do Trabalho. Entre as lutas bem sucedidas da entidade está o piso salarial do profissional, que atualmente é de

Page 12: Relatorio vsdij-rio

R$1.861,00. Mostrou ainda, que no Estado, o bibliotecário jurídico é profissional mais bem remunerados, pois inicia no mercado recebendo em torno de R$3.500,00.

3.5.4 Biblioteca do Instituto dos Advogados do Brasil, por Fernando Drumond.

A biblioteca do IAB foi criada em 1897, está aberta aos sócios, magistrados e estudantes. Possui uma coleção de obras raras. Tem com uma de suas principais finalidades o armazenamento e divulgação a memória cultural da produção jurídica dos consócios do IAB.

3.5.5 O Grupo de Profissionais de Informação e Documentação Jurídica – GIDJ-RJ, por Cleber Rocha.

O presidente da entidade disse que está no planejamento solicitar o título de utilidade púbica para entidade, produzir e publicar a versão online do guia de bibliotecas jurídicas e o guia de produtos e serviços de bibliotecas jurídicas.

3.6 Relatos de experiência

Ainda no terceiro dia do evento, foram apresentados dois relatos de experiência.

3.6.1 Gestão do conhecimento em escritório de advocacia, por Maria Telles Rudge

Iniciando a palestrante situou o escritório de advocacia Lobo & de Rizzo Advogados, que tem 100 advogados e é especializado em Direito Empresarial. Definiu que informação é, para eles, entendida como o material gerado por profissionais que não fazem parte do Escritório e conhecimento é aquilo que é gerado pelos advogados do Escritório. A base gerada para reunir os dois tipos de materiais, utiliza o software da Contempory, e é fácil e prático para ser utilizado. No início foi percebida uma desconfiança em partilhar o conhecimento adquirido e para superar essa resistência e estimular o uso da base dados são realizados “concursos” internos sobre o portal do conhecimento.

3.6.2 Sistemas de segurança em bibliotecas, por Isabel Nogueira

A bibliotecária-palestrante mostrou sua experiência de trabalho na RidfBrasil.

3.7 Minicursos

Os minicursos oferecidos foram: Fontes de informação na Web, por Manoel Silva Barata; e Padrões de higienização de acervos: termo de referência, por Maria Aparecida Mársico.

Page 13: Relatorio vsdij-rio

3.8 Apresentação sobre o Portal LexML

Durante o evento percebi o interesse de alguns profissionais sobre o Portal do LexML, me coloquei à disposição para mostrar as particularidades, vantagens de sua utilização após o término das palestra. Um público bastante interessado permaneceu para a apresentação na qual demonstrei o uso do Portal, especialmente a FRBRização da doutrina.

4 Agradecimentos

Mais uma vez, agradeço a oportunidade que me foi dada para disseminar o conhecimento adquirido e a troca de experiências.

Brasília, 21 de maio de 2012

Edilenice Passos 28906

Page 14: Relatorio vsdij-rio

V SEMINÁRIO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO JURÍDICA REGISTRO FOTOGRÁFICO

Rose (MG), Edilenice (DF), Andresa (RJ), Simone (Amapá) e Lúcia (RJ)

Célia Escobar (RJ), Edilenice (DF)

Page 15: Relatorio vsdij-rio

TRABALHO APRESENTADO NO EVENTO

Page 16: Relatorio vsdij-rio

O PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO JURÍDICA: ATUAÇÃO, CAPACITAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO E PERSPECTIVAS.

Edilenice Passos

1 APRESENTAÇÃO

A Biblioteconomia Jurídica vem se fortalecendo e se destacando entre as outras especialidades da Biblioteconomia no Brasil, devido a vários aspectos instrumentais, como por exemplo: as publicações, os encontros profissionais, o uso das mídias sociais, mas especialmente por causa da atuação do profissional bibliotecário.

Por muitos anos, o livro Documentação Jurídica, que havia sido publicado no final da década de 70, do século passado, era o único material de referência para aqueles que queriam atuar na área. Somente vinte anos depois surgiria outro sobre a ordenação de acervo jurídico. Seriam necessários mais 14 anos para surgir outra publicação. Mas, nos anos recentes outras publicações têm surgido com mais frequência. Além disso, há teses, dissertações, trabalhos de alunos de graduação e inúmeros artigos de periódicos.

Os eventos de âmbito nacional, regional e local colaboram com a transferência de conhecimento e com a educação continuada dos profissionais. Alguns tiveram apenas uma edição, mas outros tantos estão se consolidando no cenário profissional.

Lucivaldo Barros (2007) nos conta que em “1971, a Federação Brasileira das Associações de Bibliotecários (FEBAB) criou a Comissão Brasileira de Informação e Documentação Jurídica (CBIDJ), durante o VI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, realizado em Belo Horizonte (MG), com objetivo de estimular estudos na área.” Atualmente, existem Grupos de Informação e Documentação Jurídica atuantes em várias regiões brasileiras.

A Classificação Decimal de Direito (CDDir), criada por Doris Queiroz Carvalho, em 1977, é outro marco da área.

As bases de dados que contem informação jurídica são reconhecidas pela qualidade e pela importância como fontes de informação. Também na linguagem documentária, a Biblioteconomia Jurídica se destaca com vários tesauros mantidos por importantes bibliotecas jurídicas nacionais.

Os bibliotecários jurídicos conta com a Lista Infolegis: Bibliotecários Jurídicos Reunidos, que há dez anos reúne mais de 600 profissionais, provê a divulgação diária das recentes decisões dos tribunais brasileiros e informações sobre novas publicações e eventos da área.

Todos estes aspectos instrumentais mostram e confirmam a importância da Biblioteconomia Jurídica, mas pouco ainda se sabe sobre o profissional que atua na área da informação jurídica. 2 A PESQUISA JURÍDICA

A pesquisa jurídica é a essência do trabalho do bibliotecário jurídico. A busca pela informação jurídica é uma ação planejada e requer conhecimento de técnicas e pesquisa, do Direito, de conhecimento dos aspectos teóricos sobre a informação jurídica, das fontes de informação jurídica e da tecnologia da informação.

As técnicas de pesquisa são ensinadas no curso de graduação de Biblioteconomia. Mas, os outros conhecimentos necessitam ser adquiridos pelo profissional por intermédio da educação continuada.

Page 17: Relatorio vsdij-rio

3 O BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO De acordo com a Associação Americana de Bibliotecas Jurídicas (American

Association of Law Libraries), “o bibliotecário jurídico é o profissional que lida com a informação jurídica, que trabalha em vários locais, incluindo universidades de Direito, escritórios de advocacia e bibliotecas governamentais.”

Para a Ordem dos Advogados do estado americano de Indiana, o bibliotecário jurídico é a “pessoa que possui mestrado em Ciência da Informação ou doutorado em jurisprudência ou mestrado em alguma ciência afim e trabalha com informação jurídica em bibliotecas ou centros de informação jurídica para escritórios de advocacia, órgãos governamentais, universidades de Direito ou tribunais.”

A Universidade de Direito da Georgia define o bibliotecário jurídico como “aquele que tem um papel importante nas comunidades acadêmicas e jurídicas, que assume a responsabilidade primária do desenvolvimento das coleções das bibliotecas, do seu controle bibliográfico e auxilia juristas e outros estudiosos no uso das coleções. O bibliotecário jurídico provê um grande leque de serviços, mas não pratica a profissão de advogado. Sem esse profissional altamente qualificado, a pesquisa e a qualidade do ensino nas universidades de Direito seriam seriamente afetados.”

Por sua vez, a Universidade do Colorado conceitua os “bibliotecários jurídicos como os profissionais da informação que se especializam em informação jurídica. Trabalham numa variedade de contextos jurídicos e não-jurídicos, incluindo faculdades de Direitos, escritórios de advocacia, órgãos governamentais. Bibliotecários jurídicos pesquisam, analisam e avaliam a qualidade e exatidão das fontes de informação jurídica. Também ensinam, treinam e desenvolvem as coleções de bibliotecas e administram bibliotecas e centros de informação.”

Neste estudo, considera-se o bibliotecário jurídico como o especialista na recuperação da informação jurídica, capaz de avaliar e utilizar fontes de informação jurídica. Deve ter conhecimentos amplos de técnica de pesquisa, conhecimentos básicos de Direito.

O bibliotecário jurídico realiza buscas por informações jurídicas, por isso deve conhecer profundamente as fontes de informação, precisa estar em contato com seus pares – por meio de lista de discussão ou participando de eventos – para troca de experiências e apoio no desenvolvimento de suas atividades. O bibliotecário moderno não pode deixar-se ofuscar pelas fontes digitais e esquecer as impressas. Como as coleções das bibliotecas são híbridas, os bibliotecários jurídicos precisam estar familiarizados tanto com uma quanto com a outra. 3.1 A FORMAÇÃO ACADÊMICA DO BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

Os cursos de graduação de Biblioteconomia oferecem uma formação genérica ao profissional, que teoricamente estaria capacitado a trabalhar em todos os tipos de bibliotecas, até mesmo nas mais especializadas.

Entretanto, o trabalho em qualquer tipo de biblioteca necessita de maiores conhecimentos do que aqueles obtidos na universidade. A “especialização” do bibliotecário acaba sendo forjada na instituição que presta serviços. Naturalmente, esta “especialização” é deficiente e irregular e dependerá do interesse e esforço de cada um.

O papel de moderadora da Lista Infolegis, por dez anos, permitiu observar as deficiências na formação do bibliotecário jurídico por meio das questões primárias que são encaminhadas. Alguns desconhecem fontes básicas de informação ou como utilizá-

Page 18: Relatorio vsdij-rio

las, outros a própria linguagem jurídica. Outros ainda desconhecem as fontes de informação que poderiam ser utilizadas para recuperar qualquer tipo de informação, como por exemplo, o sítio da Biblioteca Nacional e o Catálogo Coletivo de Publicações Seriadas.

Para atuar na área jurídica, o bibliotecário necessita ter, no mínimo, conhecimentos básicos do Direito e da linguagem jurídica. Esses conhecimentos são necessários para a negociação do pedido de pesquisa, da seleção das fontes de informação e na busca propriamente dita.

Algumas universidades, como as do Pará, do Paraná e do Rio Grande do Sul, ministram ou ministraram disciplina voltadas à formação do bibliotecário. Não há estudos sobre o desempenho profissional de bibliotecários que cursaram essas disciplinas em contraposição aos que não cursaram. Entretanto, alguns bibliotecários que atualmente trabalham em bibliotecas participantes da Rede RVBI, informaram para pesquisa de TCC de Alison Asevedo (2010) que a preparação para o concurso público facilitou o trabalho em bibliotecas jurídicas. Se esta preparação já pôde fazer diferença, é bem provável que uma disciplina eletiva também fará. 3.2 OUTROS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS AO BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

Nos dias de hoje, todos os profissionais que lidam com informação necessitam estar atualizados em relação à tecnologia da informação, e os bibliotecários jurídicos não poderiam ser diferentes. Estes conhecimentos são necessários para utilizar ou criar fontes de informação, ou para a disseminação da informação.

As mídias sociais saíram do seu primitivo e limitado objetivo, de reunir amigos, e extrapolaram para os meios acadêmicos e profissionais, que estão utilizando os sítios na internet, os blogs, o Facebook para se estarem conectados com seus usuários ou para sua própria atualização.

A biblioteca se transformou, a documentação está registrada em novos formatos, os usuários mudaram seus hábitos e sua linguagem. Os bibliotecários também precisam acompanhar estas mudanças para andar a par e passo com os usuários.

Na maior parte do tempo, o bibliotecário jurídico brasileiro realiza pesquisa sobre informação jurídica nacional. Mas, dependendo do local de atuação, eventualmente, pode vir a necessitar de informação jurídica estrangeira ou internacional. Por isso, o conhecimento de idiomas, mesmo que for apenas para leitura, é sempre uma qualidade a mais e bem-vinda no currículo do bibliotecário jurídico. 3.3 QUALIDADES PESSOAIS NECESSÁRIAS AO BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

Para o desempenho da profissão, o bibliotecário jurídico, além das habilidades acadêmicas, necessita possuir algumas habilidades pessoais.

BOA MEMÓRIA – guardar nomes de autores, de fontes de informação, reconhecer os usuários e suas pesquisas anteriores, auxilia na pesquisa, no contato com o usuário e na disseminação das informações;

PERSISTÊNCIA – o pesquisador precisa ser meticuloso para localizar a informação completa e atual. Apesar de a área jurídica possuir muitas e boas fontes de informação, eventualmente a pesquisa por informação jurídica pode não ser tão óbvia e fácil, e o pesquisador necessitará de persistência para tentar uma fonte após outra até a localização do item procurado;

Page 19: Relatorio vsdij-rio

CRIATIVIDADE – ao não encontrar a informação, o bibliotecário precisa ter criatividade para pensar em outros argumentos de pesquisa, em outas fontes de informação, em situações análogas;

RESPONSABILIDADE – o comprometimento com o trabalho é primordial. O recebimento do pedido de pesquisa é um “contrato” entre o usuário e o bibliotecário que precisa ser desempenhado com integridade. O bibliotecário jurídico que não realiza seu trabalho com competência pode trazer grandes prejuízos financeiros aos seus clientes;

ÉTICA PROFISSIONAL – o advogado está ligado ao cliente pelo sigilo profissional. Esse sigilo se estende ao bibliotecário quando auxilia na localização de informação;

CRIAÇÃO DE PARCERIAS – busca de parcerias e troca de experiências é salutar, seja por intermédio de lista de discussões ou participação de eventos. A parceria entre gerações costuma traz benefícios às duas partes, o bibliotecário-júnior aprende com a experiência de seu parceiro e o bibliotecário-sênior pode se inteirar das dificuldades dos jovens, de sua linguagem e/ou de sua motivação. 3.4 PERSPECTIVAS PARA A FORMAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

O curso de graduação não é suficiente por si só para preparar o bibliotecário jurídico para sua atuação profissional. A “especialização” feita pelo trabalho é insuficiente e irregular.

A classe já está em alto grau de maturidade e deveria pensar em cursos de especialização que possam formar de forma integral o bibliotecário para atuar no mercado de trabalho exigente. 4 A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

Como dito anteriormente, o trabalho do bibliotecário jurídico gira em torno da recuperação da informação jurídica (normativa, analítica ou interpretativa). Devido à sua formação acadêmica, o bibliotecário está mais familiarizado com a recuperação da informação jurídica analítica (doutrina). Mas, não significa que não seja capaz de recuperar a informação jurídica normativa ou interpretativa.

O bibliotecário jurídico também está capacitado para criar novas fontes de informação. As novas tecnologias vão mostrando novos caminhos para a apresentação da informação, cada vez mais de forma amigável para que o usuário com o menor conhecimento de Direito ou da tecnologia da informação seja capaz de recuperar a informação. 5 PERSPECTIVAS PARA O BIBLIOTECÁRIO JURÍDICO

O bibliotecário jurídico vem desempenhando suas funções, com ou sem dificuldades, não há estudos suficientes para demonstrar. Para merecer o respeito e a confiança do usuário precisa estar altamente preparado. A universidade não está fornecendo a formação acadêmica completa. As entidades de classe têm se esforçado com a organização de eventos e mini-cursos. Mas, essas iniciativas não são suficientes. É necessário um curso completo de especialização que possa suprir todo o conhecimento necessário para que o bibliotecário jurídico possa exercer suas funções com segurança e fornecer respostas rápidas e corretas no menor tempo possível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Anna Maria Freire Cunha de, SANDOVAL, Elza Maria da Silva. Metodologia de ordenação do acervo jurídico. São Paulo: Publishop, 1991. 50 p.

Page 20: Relatorio vsdij-rio

ATIENZA, Cecília Andreotti. Documentação jurídica : introdução à análise e indexação de atos legais. Rio de Janeiro : Achiamé, 1979. 266p.

BARROS, Lucivaldo Vasconcelos. Reflexões sobre o ensino da Documentação Jurídica no Brasil: a experiência da disciplina no currículo do Curso de Biblioteconomia da UFPa. Seminário Nacional de Informação e Documentação Jurídica, 1, Brasília, 2007. Anais eletrônicos..., Brasília, 2007. 1 CD.