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RELATÓRIO VISITA AO SEBRAE/CE 14 A 16 DE JULHO DE 2010 Alberto Ribeiro Vallim TRAINEE INTRODUÇÃO ATIVIDADE 1 VISITA À SEDE DO SEBRAE/CE Na manhã do primeiro dia (14/07), fomos recebidos por Cláudia Ramalho e Kátia Acioli, da Unidade de Gestão de Pessoas. Fomos apresentados ao Diretor Administrativo e Financeiro, Airton Gonçalves Júnior, e ao Diretor Técnico, Alci Porto Gurgel Júnior. Tivemos alguns minutos para conversar com o superintendente Carlos Antônio de Moraes Cruz. Ele falou sobre a importância da internacionalização das MPE, não somente no sentido de começar a exportar, mas também em se preparar para concorrer no mercado interno com os produtos e serviços estrangeiros que alcançam o país. Em seguida, conversamos com Régis Cavalcante Dias, ex-superintendente do Sebrae/CE e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, e atualmente trabalhando na Unidade de Gestão de Negócios. Sua experiência como secretário estadual, após uma longa passagem pelo Sebrae, possibilitou identificar deficiências do governo no apoio às MPE. Ele relatou que, na esfera governamental, existe um certo conhecimento sobre a importância das MPE, mas, de modo geral, não se sabe exatamente o que elas são e nem o que fazer para ajudá-las. Além disso, frisou que as pessoas ainda veem o Sebrae como “muleta”, e que é fundamental mudar essa ideia para que passem a ver o Sebrae como “incubadora”. A viagem à Fortaleza para conhecer alguns dos projetos do Sebrae/CE foi feita junto com Ricardo Bortoli, outro participante do Programa de Formação de Trainees. Ao longo da visita, conhecemos Baturité, Redenção, Vazantes (distrito de Aracoiaba) e Curral Grande (distrito de São Gonçalo do Amarante), além de Fortaleza.

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Relatório Visita Técnica Sebrae/CE Alberto Vallim

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Page 1: Relatório Sebrae-CE Alberto Vallim

RELATÓRIO VISITA AO SEBRAE/CE

14 A 16 DE JULHO DE 2010

Alberto Ribeiro Vallim TRAINEE

INTRODUÇÃO

ATIVIDADE 1 VISITA À SEDE DO SEBRAE/CE Na manhã do primeiro dia (14/07), fomos recebidos por Cláudia Ramalho e Kátia Acioli, da Unidade de Gestão de Pessoas. Fomos apresentados ao Diretor Administrativo e Financeiro, Airton Gonçalves Júnior, e ao Diretor Técnico, Alci Porto Gurgel Júnior.

Tivemos alguns minutos para conversar com o superintendente Carlos Antônio de Moraes Cruz. Ele falou sobre a importância da internacionalização das MPE, não somente no sentido de começar a exportar, mas também em se preparar para concorrer no mercado interno com os produtos e serviços estrangeiros que alcançam o país.

Em seguida, conversamos com Régis Cavalcante Dias, ex-superintendente do Sebrae/CE e ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, e atualmente trabalhando na Unidade de Gestão de Negócios. Sua experiência como secretário estadual, após uma longa passagem pelo Sebrae, possibilitou identificar deficiências do governo no apoio às MPE. Ele relatou que, na esfera governamental, existe um certo conhecimento sobre a importância das MPE, mas, de modo geral, não se sabe exatamente o que elas são e nem o que fazer para ajudá-las. Além disso, frisou que as pessoas ainda veem o Sebrae como “muleta”, e que é fundamental mudar essa ideia para que passem a ver o Sebrae como “incubadora”.

A viagem à Fortaleza

para conhecer alguns dos projetos do Sebrae/CE foi feita junto com Ricardo Bortoli, outro participante do Programa de Formação de Trainees. Ao longo da visita, conhecemos Baturité, Redenção, Vazantes (distrito de Aracoiaba) e Curral Grande (distrito de São Gonçalo do Amarante), além de Fortaleza.

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ATIVIDADE 2 PARTICIPAÇÃO NO PROJETO “NEGÓCIO A NEGÓCIO” Na tarde do dia 14/07, conhecemos o projeto “Negócio a Negócio” que tem por objetivo, basicamente, levar o Sebrae até as MPE. Empresas de até 4 funcionários e empreendedores individuais são convidados a receber um atendimento individual e gratuito de consultores do Sebrae, que tentarão solucionar dificuldades e propor melhorias para a gestão de cada empresa. Para isso, estagiários voluntários do Sebrae saem às ruas, passando de negócio em negócio, para cadastrar as empresas que desejarem participar do programa. Acompanhamos Gustavo Baião, o coordenador das visitas, e os estagiários à Avenida Oliveira Paiva, onde há grande concentração de empresas que se enquadram no projeto. Porém, grandes dificuldades são encontradas. Os funcionários, na maioria das vezes, não estão autorizados a fornecer os dados para o cadastro, e os donos ou gerentes raramente estão presentes.

O que mais notamos, no entanto, é o desconhecimento dos micro e pequenos empresários sobre o Sebrae e sobre seus direitos e deveres. Alguns não sabem exatamente o que é o Sebrae, e por isso a abordagem deve ser muito bem planejada para não causar desconfiança.

Em muitas visitas descobrimos empresários informais que não sabiam que poderiam se enquadrar na legislação como Empreendedores Individuais (EI), e por isso não tinham a menor perspectiva de formalizar seu negócio. Por serem informais, não foi possível incluí-los imediatamente no "Negócio a Negócio", mas foi possível instruí-los sobre os benefícios de se formalizar e como proceder.

Talvez o mais importante em conhecer esse projeto foi ver de perto a realidade dos micro e pequenos empresários. Alguns haviam perdido o emprego recentemente e aberto o negócio para ter um meio de se sustentar, outros não tiveram sucesso em negócios anteriores e tentavam agora em outro ramo. Nos dois casos, o planejamento e a gestão do negócio ficam prejudicados, e esses fatores, somados à falta de informações sobre onde podem buscar ajuda, podem ser grandes criadores de entraves ao desenvolvimento do empreendimento. ATIVIDADE 3 VISITA A GRUPOS DE ARTESANATO DA REGIÃO DO MACIÇO DE BATURITÉ No dia 15/07 conhecemos dois grupos de artesanato que estão sendo auxiliados pelo Sebrae. Fomos acompanhados pela Vanderlene Vasconcelos, que trabalha no posto de atendimento do Sebrae em Baturité, e pelo José Armistrong Martins Cunha, da Unidade de Gestão de Pessoas do Sebrae/CE. A primeira visita foi ao Grupo Libertar, uma associação de artesãos da cidade de Redenção, que trabalha com bordado, patchwork e arte em madeira. O grupo recebe o apoio do Sebrae desde 2005, e as parcerias e consultorias conquistadas com esse apoio possibilitaram a participação em cursos, o desenvolvimento de coleções temáticas, e a conquista do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato e do Prêmio Mulher de Negócios em 2007 e 2008. No entanto, o comprometimento das artesãs com o grupo ainda é muito variável, e há pouco interesse pela formação gerencial.

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A segunda visita foi a um grupo de artesanato de Vazantes, distrito do município de Aracoiaba. O grupo trabalha com bordado, crochê e patchwork, e recebe apoio do Sebrae desde 2009. Algumas melhorias já podem ser notadas, como o conhecimento das artesãs sobre planilhas, cálculos de custo e planejamento estratégico, e recentemente finalizou-se o trabalho de identidade visual, que criou a logomarca do grupo. Os maiores problemas da associação hoje são a falta de equipamentos próprios, pois as

poucas máquinas pertencem à ONG Fé e Alegria, que trabalha na localidade há vários anos, e a falta de liderança e de pensamento empreendedor.

ATIVIDADE 4 VISITA AO GRUPO ARTFIO No dia 16/07 conhecemos um dos grupos de artesanato mais bem estruturados entre os que recebem apoio do Sebrae/CE. Viajamos a Curral Grande, distrito do município de São Gonçalo do Amarante, para conhecer o grupo ArtFio. Fomos acompanhados pela Sandra Duarte, coordenadora de turismo e artesanato da agência do Sebrae Metropolitano de Fortaleza, e pela Adriana Frota, consultora de artesanato. O grupo recebe apoio do Sebrae desde 2009, mas já era bastante organizado antes disso devido à forte liderança e pensamento empreendedor da presidente da associação, Conceição Juvêncio. Ela organiza tabelas com os resultados individuais das artesãs, dá prêmios às que mais produzem, promove a troca de aprendizados e o ensino às mais jovens, forma representantes comerciais no grupo para substituí-la em alguns eventos, entre outras ações. A liderança de Conceição levou o grupo a desenvolver uma técnica para a confecção de redes de crochê que impede a deformação da peça após o uso, algo que, até onde sabem as artesãs, nenhum outro grupo consegue fazer.

O apoio do Sebrae levou o grupo a participar de cursos gerenciais e a criar muitos contatos por meio da participação em feiras de artesanato em vários lugares do Brasil. O grupo também foi incluído em um projeto de desenvolvimento regional chamado “Costa dos Ventos”, que visa fomentar o turismo e o artesanato na região. Essas ações trouxeram visibilidade e fama à associação, que recebe, atualmente, um grande número de encomendas. CONCLUSÃO As visitas às associações de artesanato, somadas à conversa do primeiro dia com Régis Dias, deixou evidente a importância do Sebrae em facilitar o contato entre governo e micro e pequenos empresários. O trabalho do Sebrae é essencial para que os governantes, que muitas vezes desconhecem a realidade das MPE, saibam a melhor forma de direcionar os recursos públicos para ajudar esse setor. O Sebrae trabalha de forma muito próxima às prefeituras dos municípios onde estão os grupos visitados, e grande parte dos recursos que financiam cursos, consultores e a participação em feiras

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de artesanato vem do governo local. Em síntese, o Sebrae tem, como uma de suas funções, buscar recursos públicos para atender às demandas das MPE.

Existe, contudo, o problema explicitado pelo projeto “Negócio a Negócio”. Micro e pequenos empresários muitas vezes não sabem que o Sebrae é uma instituição que pode ajudá-los com suas dificuldades. Além disso, conhecer esse projeto possibilitou observar a realidade das MPE com clareza: dificuldades de planejamento e gerenciamento que são consequência, em muitos casos, do empreendedorismo por necessidade. A viagem à Fortaleza, de modo geral, foi uma oportunidade excelente para aprender sobre o modo como o Sebrae deve atuar. Não somente para entender melhor as necessidades e dificuldades dos clientes da instituição e as formas de ajudá-los, mas também onde buscar parceiros e recursos que possam colaborar com esse desafio. FOTOS

Trabalhos do Grupo Libertar.

Sede do Sebrae/CE, em Fortaleza. Estagiários do projeto “Negócio a Negócio” em

visita a uma MPE.

Trabalhos da Associação ArtFio.

Trabalhos da Comunidade de Vazantes.