relatorio sccp111019

52
COPA DO MUNDO FIFA 2014 Estádio de Itaquera Modelagem do Fluxo de Multidões Relatório Outubro de 2011 Preparado para: Preparado por: Construtora Norberto Odebrecht Av. Rebouças 3.970 – 31º andar São Paulo - S.P. 05402-600 Brasil Steer Davies Gleave Rua Bela Cintra, 756 – cj21 São Paulo – SP 01415-000 Brasil +55 (11) 3151 3630 www.steerdaviesgleave.com

Upload: mpon

Post on 25-Dec-2014

159 views

Category:

Design


0 download

DESCRIPTION

SCCP Stadium Document

TRANSCRIPT

Page 1: Relatorio sccp111019

COPA DO MUNDO FIFA 2014

Estádio de Itaquera

Modelagem do Fluxo de Multidões

Relatório

Outubro de 2011

Preparado para: Preparado por: Construtora Norberto Odebrecht Av. Rebouças 3.970 – 31º andar São Paulo - S.P. 05402-600 Brasil

Steer Davies Gleave Rua Bela Cintra, 756 – cj21 São Paulo – SP 01415-000 Brasil

+55 (11) 3151 3630 www.steerdaviesgleave.com

Page 2: Relatorio sccp111019

i

ÍNDICE 1 APRESENTAÇÃO .................................................................................... 1

Base de informação ................................................................................ 1

2 O PROJETO ......................................................................................... 3

Descrição dos níveis utilizados por espectadores ............................................. 3

3 ACESSO AO ESTÁDIO .............................................................................. 8

Estratégia de transportes ......................................................................... 8

Equipamentos de segurança ...................................................................... 9

4 METODOLOGIA – MODELAGEM ESTÁTICA ....................................................12

Metodologia Steer Davies Gleave ............................................................... 12

Guide to Safety at Sports Grounds (Green Guide) ........................................... 13

5 SAÍDA DE EMERGÊNCIA – TEMPO DE EVACUAÇÃO DAS ÁREAS DE ASSENTOS ..........16

Arquibancada Superior ........................................................................... 16

Nível 02 – Setor oeste - Camarotes ............................................................ 20

Nível 01 – Setor oeste - Camarotes e VVIP ................................................... 21

Arquibancada inferior ............................................................................ 22

6 SAÍDA DE EMERGÊNCIA – TEMPO DE EVACUAÇÃO DAS ÁREAS DE CIRCULAÇÃO ......26

Nível 04 ............................................................................................. 26

Nível 02 – Circulação de camarotes e público geral ......................................... 30

Nível 01 – Circulação de camarotes de hospitalidade e VVIPs ............................. 33

Nível 00 – Arquibancada inferior ................................................................ 36

7 SAÍDA DE EMERGÊNCIA – TEMPO DE EVACUAÇÃO ATÉ UM ‘LOCAL SEGURO’ .........39

Saída do podium .................................................................................. 39

8 SAÍDA NORMAL ....................................................................................42

9 CONCLUSÃO .......................................................................................43

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................45

Planejamento de Multidões ..................................................................... 45

Plano de Operação de Transporte para o local do evento ................................. 46

Estratégias Operacionais ......................................................................... 47

Page 3: Relatorio sccp111019

ii

FIGURAS Figura 2.1 Níveis considerados no estudo – Setores leste e oeste ............................... 3 Figura 2.2 Níveis considerados o estudo – Setores norte e sul ................................... 3

Figura 2.3 Nível 04 - Setores norte e sul ............................................................ 5 Figura 2.4 Nível 04 - Escadas de saída – Setor oeste ............................................... 5

Figura 2.5 Nível 02 – Setores norte e sul ............................................................ 6 Figura 2.6 Nível 02 – Escadas de saída – Setor leste ............................................... 6

Figura 2.7 Nível 02 – Escadas de saída – Setor oeste ............................................... 7 Figura 3.1 Pontos de acesso do perímetro externo ................................................ 8

Figura 5.1 Nível 05 - Configuração dos vomitórios – Setores norte e sul ...................... 17 Figura 5.2 Configuarção dos gangways – Arquibancada superior ............................... 18

Figura 5.3 Saída de emergência – arquibancada superior ........................................ 19

Figura 5.4 Saída de emergência – Arquibancada inferior ........................................ 23 Figura 5.5 Dimensionamento de pisos – Nível 00 – Setor leste .................................. 24

Figura 5.6 Saída de emergência – Arquibancada inferior – Hospitalidade leste .............. 25 Figura 6.1 Nível 04 - Pontos de conexão – Área de mídia e público geral ..................... 27

Figura 6.2 Saída de emergência – evacuação da área de circulação – nível 04 ............... 28 Figura 6.3 Saída de emergência – evacuação da área de circulação – nível 02 ............... 31

Figura 6.4 Nível 02 - Pontos de conexão – Área de hospitalidade e VVIP ...................... 34 Figura 6.5 Saída de emergência – Evacuação da área de circulação – Nível 01 .............. 35

Figura 6.6 Nível 00 - Saída do estádio – Hospitalidade – Setor leste ........................... 37

Figura 6.7 Possível conexão – Área de hospitalidade e público geral .......................... 37 Figura 7.1 Pontos de saída do podium .............................................................. 39

Figura 7.2 Saída de emergência – Saídas do podium.............................................. 40

TABELAS Tabela 1.1 Arquivos adotados no estudo ............................................................. 2

Tabela 2.1 Quantidade de espectadores – Copa do Mundo ........................................ 4 Tabela 3.1 Quantidade de ‘mag & bag’ recomendados ........................................... 10

Tabela 3.2 Distribuição dos ‘Mag & Bag’ – Pontos de acesso do público geral ................ 10 Tabela 3.3 Catracas necessárias – Copa do Mundo ................................................ 11

Tabela 5.1 Nível 02 – Área de assentos – Tempo de evacuação ................................. 20 Tabela 5.2 Nível 01 – Área de assentos – Tempo de evacuação ................................. 21

Tabela 6.1 Nível 04 – Tempo de evacuação –Setor oeste ......................................... 29

Tabela 6.2 Nível 04 – Tempo de evacuação – Setores norte e sul ............................... 30 Tabela 6.3 Nível 02 – Tempo de evacuação – Área de circulação - Setor oeste ............... 32

Tabela 6.4 Nível 02 – Tempo de evacuação – Área de circulação – Setores norte, leste e sul 33 Tabela 7.1 Redução da quantidade de catracas – Setor noroetse ............................... 41

Page 4: Relatorio sccp111019

1

1 Apresentação 1.1 A Steer Davies Gleave foi contratada pela Construtora Norberto Odebrecht para

desenvolver o estudo de Fluxo de Multidões do Estádio do Sport Clube Corinthians Paulista, também conhecido como o ‘Estádio Itaquera’, em São Paulo, que será um dos estádios sede dos jogos da Copa do Mundo FIFA de 2014.

1.2 O estudo desenvolvido pela Steer Davies Gleave tem como principal embasamento os padrões internacionais apresentados no ‘Guide to Safety at Sports Grounds’, também conhecido como Green Guide. Este documento está sendo utilizado pelo Comitê Organizador da Copa 2014 (LOC) como base para a avaliação dos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo – 2014, em relação de fluxo de multidões dos espectadores.

1.3 O projeto foi avaliado de acordo com a 5ª edição do Green Guide.

1.4 Também foram considerados os parâmetros, em relação ao fluxo de multidões da ‘Instrução Técnica nº 12/2011’ (IT12) do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e a ‘Nota Técnica de Referência em Prevenção Contra Incêndio e Pânico em Estádios e Áreas Afins’ publicada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (NT da SENASP), uma vez que estes documentos apresentam parâmetros locais e nacionais específicos para estádios e também estão sendo considerados pelo LOC como balizador para os projetos apresentados.

1.5 Estão sendo previstas estruturas temporárias em algumas partes do projeto, principalmente nas arquibancadas superiores dos setores norte e sul. A equipe da Steer Davies Gleave entende que o Corpo de Bombeiro de São Paulo está preparando uma Instrução Técnica especifica para estruturas temporárias que serão utilizadas como áreas de assentos, porém na época da elaboração deste estudo o novo documento não estava disponível e consequentemente, neste estudo, o projeto inteiro foi considerado na mesma forma, baseado nas recomendações da IT12.

1.6 É importante destacar que este estudo visa avaliar se o projeto proposto atende as recomendações dos documentos citados acima, porém não faz parte do seu escopo a aprovação do projeto. O projeto deve ser discutido e aprovado juntamente com os órgão locais de aprovação como o Corpo de Bombeiros.

Base de informação

1.7 O estudo e modelagem do fluxo de multidões que foi desenvolvido pela equipe da Steer Davies Gleave tem como base o material gráfico e informações apresentadas pela equipe de projeto.

1.8 A tabela abaixo apresenta os arquivos que foram considerados para o desenvolvimento deste estudo assim como suas fontes e datas de emissão. É importante ressaltar que nenhuma alteração posterior a estas versões foi considerada neste estudo.

Page 5: Relatorio sccp111019

2

TABELA 1.1 ARQUIVOS ADOTADOS NO ESTUDO

Arquivo Fonte Data de emissão

SAO_201_LEVEL-3_R5 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 12/09/2011

SAO_202_LEVEL-2_R5 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 12/09/2011

SAO_203_LEVEL-1_R5 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 12/09/2011

SAO_204_LEVEL 0_R8 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_205_LEVEL 1_R7 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_206_LEVEL 2_R7 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_207_LEVEL 3_R7 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_208_LEVEL 4_R7 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_209_LEVEL 5_R8 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 16/09/2011

SAO_210_RF_R4 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 01/08/2011

SAO_451_CS_R4 Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetes / DDG 01/08/2011

Page 6: Relatorio sccp111019

3

2 O projeto

Descrição dos níveis utilizados por espectadores

2.1 O projeto do estádio possui dois níveis nos setores norte, e sul, que serão utilizados exclusivamente pelo público geral; dois níveis no setor leste que serão utilizados pelo público geral e hospitalidade; e três níveis no setor oeste que serão utilizados por diversos grupos (VVIP, VIP, mídia, hospitalidade e público geral).

2.2 As figuras a seguir ilustram os níveis considerados neste estudo.

FIGURA 2.1 NÍVEIS CONSIDERADOS NO ESTUDO – SETORES LESTE E OESTE

FIGURA 2.2 NÍVEIS CONSIDERADOS O ESTUDO – SETORES NORTE E SUL

2.3 O projeto do estádio para a Copa do Mundo propõem que as arquibancadas superiores dos setores norte e sul serão construídas com infraestruturas temporárias. Os assentos das arquibancadas superiores nesses setores utilizarão dois níveis de vomitórios para acessar as áreas de circulação (Níveis 04 e 02).

2.4 A tabela a seguir apresenta a quantidade de pessoas prevista em cada nível de acordo com cada grupo.

Page 7: Relatorio sccp111019

4

TABELA 2.1 QUANTIDADE DE ESPECTADORES – COPA DO MUNDO

Nível Público Geral

Hospitalidade VIP/VVIP Mídia TOTAL

Camarotes Vila

Nível 05 28.190 - - - 3.008 31.198

Nível 02 - 747 - - - 747

Nível 01 - 522 - 261 - 783

Nível 00 24.136 504 5.468 1.500 - 31.608

TOTAL 52.326 1.773 5.468 1.761 3.008 64.336

(%) 81% 3% 8% 3% 5% 100%

Nível 05

2.5 O Nível 05 será o nível da arquibancada superior. Os setores norte, sul e leste receberão, exclusivamente, espectadores do público geral. No setor oeste da arquibancada superior estarão os profissionais de mídia, porém também haverá baias de assentos de público geral. O total de público deste nível será 31.198 pessoas, sendo 28.190 espectadores do público geral e 3.008 profissionais de mídia.

2.6 Estão previstos para este nível 38 vomitórios destinados ao público geral além de 8 vomitórios exclusivos aos profissionais de mídia (no setor oeste), totalizando 46 vomitórios.

Nível 04

2.7 Este será o nível das áreas de circulação dos vomitórios superiores dos setores norte e sul além de todos os vomitórios da arquibancada superior do setor oeste.

2.8 As áreas de circulação neste nível nos setores norte e sul serão atendidas por quatro escadas de 3,00 metros de largura que farão a ligação direita com o Nível 00 (térreo). A figura a seguir apresenta a configuração das escadas prevista para o Nível 04 para os setores norte e sul.

Page 8: Relatorio sccp111019

5

FIGURA 2.3 NÍVEL 04 - SETORES NORTE E SUL

2.9 O setor oeste contará com 8 escadas de 2,00 metros de largura que farão a ligação com o Nível 01, que será o nível de saída para estes espectadores, no caso de uma saída de emergência. Estas escadas também serão utilizadas por espectadores do Nível 02. A figura a seguir apresenta a configuração das escadas prevista para o Nível 04 no setor oeste.

2.10 Nota-se que escadas com largura de 2,00 metros não estão de acordo com o Green Guide que exige que cada channel de escada tenha largura máxima de 1,8 metros e que escadas maiores que isso precisam ter um corrimão central com channels de no mínimo de 1,2 metros de largura. Porem a IT-12 e a NT da SENASP permitem escadas até 2,4 metros de largura sem corrimão central.

FIGURA 2.4 NÍVEL 04 - ESCADAS DE SAÍDA – SETOR OESTE

Page 9: Relatorio sccp111019

6

Nível 02

2.11 O Nível 02 será a área de circulação dos vomitórios inferiores da arquibancada superior nos setores norte e sul e dos vomitórios da arquibancada superior do setor leste. Os espectadores do norte e do sul contarão com três escadas de 3,00 metros de largura, em cada setor, para fazer a conexão direita até o Nível 00. A figura a seguir apresenta a configuração das escadas deste nível nos setores norte e sul.

FIGURA 2.5 NÍVEL 02 – SETORES NORTE E SUL

2.12 A área de circulação do setor leste contará com cinco escadas de 3,00 metros de largura que farão a conexão com o Nível 00. A figura a seguir apresenta a configuração das escadas deste nível no setor leste.

FIGURA 2.6 NÍVEL 02 – ESCADAS DE SAÍDA – SETOR LESTE

Page 10: Relatorio sccp111019

7

2.13 No setor oeste deste nível estarão localizados camarotes de hospitalidade. Serão ao todo 43 camarotes distribuídos ao longo do setor oeste, totalizando um público de 747 espectadores.

2.14 Em caso de uma saída de emergência, os espectadores de hospitalidade deste nível serão atendidos pelas mesmas oito escadas que atenderão os espectadores da arquibancada superior do setor oeste, sendo que estas escadas terão sua saída no Nível 01. Para que isso seja possível é necessário que todas as escadas deste setor sejam abertas, dando acesso ao público deste nível. A figura a seguir apresenta a configuração das escadas e camarotes neste nível no setor oeste.

FIGURA 2.7 NÍVEL 02 – ESCADAS DE SAÍDA – SETOR OESTE

Nível 01

2.15 O Nível 01 existirá apenas no setor oeste, onde estarão localizados camarotes de hospitalidade e uma área de assentos para os espectadores VVIPs. A soma total de espectadores deste nível é 783, sendo 522 de hospitalidade e 261 VVIP.

2.16 Os espectadores do setor oeste da arquibancada superior e todo o público do Nível 02 utilizarão as oito escadas as que chegarão no Nível 01. O total de público que utilizará esta área de circulação para sair deste nível, em uma saída de emergência, será de 5.756.

2.17 Para a saída deste público está previsto uma escada de largura 29,7 metros a qual fará a ligação deste nível com o Nível 00, já fora da área construída do estádio. Para esta escada é necessário prever corrimãos intermediários para garantir channels de no mínimo 1,2 e no máximo 1,8 metros.

Nível 00

2.18 Este será o nível da área de circulação da arquibancada inferior. Neste nível ficarão localizados espectadores do público geral, camarotes de hospitalidade, áreas de hospitalidade além de área de VIPs. Serão 24.136 espetadores do público geral; 504 pessoas distribuídas em oito camarotes de hospitalidade; 5.468 espetadores de hospitalidade que não ficarão em camarotes; e 1.500 espetadores VIP, totalizando um público de 31.608 pessoas.

2.19 As escadas de saída dos setores norte, sul e leste da arquibancada superior chegarão neste nível, o qual será o nível de evacuação final do estádio.

Page 11: Relatorio sccp111019

8

3 Acesso ao estádio

Estratégia de transportes

3.1 Como parte do planejamento da Copa do Mundo a cidade precisará elaborar uma estratégia de transporte para assegurar que os usuários do estádio possam chegar e sair tranquilamente a partir de vários pontos da cidade. Esta estratégia é necessária para que assim possam ser desenvolvidos cenários para a análise dos pontos de entrada e saída do estádio.

3.2 A estratégia operacional deve propor a implantação da sinalização e comunicação visual junto com a codificação dos ingressos por cores para facilitar que o publico geral entre e saia do estádio. Esta estratégia ajudará a fazer com que os espectadores acessem o estádio pelo ponto mais perto do seu assento, reduzindo conflitos e cruzamentos dos fluxos e melhorando também a operação em caso de saída de emergência.

3.3 No caso em estudo, foi apresentado pelo cliente um estudo contendo possíveis cenários de acesso ao estádio através dos diferentes modos de transportes que estarão disponíveis no período da Copa. É do entendimento da equipe da Steer Davies Gleave que este estudo não foi elaborado em conjunto com a cidade nem com os órgãos responsáveis pelo planejamento de transporte durante da época da Copa. Como a cidade ainda estava elaborando a estratégia de transporte para o evento, para este estudo foi discutido com o cliente e com a SPTuris e chegou-se a um consenso sobre a distribuição que deve ser adotada para este estudo de fluxo de multidões para o acesso do público, sendo que 42% do público entrará pelo acesso A e 58% pelo acesso B, como será apresentado mais a frente neste relatório. A figura a seguir ilustra os pontos de acesso considerados no ‘perímetro externo’ do estádio.

FIGURA 3.1 PONTOS DE ACESSO DO PERÍMETRO EXTERNO

Page 12: Relatorio sccp111019

9

3.4 A estratégia de transportes deve ser elaborada em conjunto com o estudo de fluxo de multidões uma vez que para que se possa entender como as áreas externas do estádio irão funcionar são necessárias informações sobre os transportes utilizados pelos diversos grupos de espectadores e o sentido de onde eles irão chegar.

3.5 Esta distribuição dos espectadores é muito importante para que não haja um acúmulo excessivo de espectadores em uma determinada entrada do estádio causando filas muito grandes nas áreas de segurança. É importante também que sejam previstas áreas de acúmulo compatíveis com o público esperado em cada acesso do estádio.

3.6 É importante ressaltar que a estratégia de transporte apresentada para a equipe da Steer Davies Gleave ainda está em uma fase preliminar a vai sofrer alterações.

Equipamentos de segurança

3.7 Para o período da Copa do Mundo será necessário que sejam delimitados perímetros ao redor do estádio para controlar o acesso dos espectadores. Um destes perímetros – ‘Perímetros externo’ – deverá ter equipamentos de revista magnética de raio-x para a revista do público e de sua bagagem. No ‘Perímetro Interno’ devem estar previstas as catracas. A seguir serão apresentadas as recomendações da equipe da Steer Davies Gleave sobre a quantificação destes equipamentos.

Perímetro Externo - Mag & Bag

3.8 As normas da FIFA exigem que seja realizado um controle de segurança inicial a ‘uma distância do estádio’. Para este controle é necessário um cordão de segurança com equipamentos para revista de pessoas e bagagens (‘Mag & Bag’). Este controle pode também ser necessário para ‘eventos de risco’ no período pós Copa.

3.9 Considerando que durante a Copa do Mundo é muito provável que todos os espectadores tenham que passar pela revista de segurança nos pontos de acesso do estádio é importante que o projeto esteja preparado para que 100% do público passe pela revista de segurança completa, considerando a capacidade típica dos equipamentos e um tempo de espera razoável.

3.10 De acordo com as recomendações do LOC foram adotadas as seguintes premissas para o controle de segurança do perímetro externo (‘Mag & Bag’):

I Todos os espectadores precisam passar pela revista completa;

I Devem ser previstos sempre conjuntos de um ‘Mag’ e um ‘Bag’;

I A taxa de fluxo de um conjunto deve ser de 395 pessoas por hora;

I Os equipamentos precisam ser planejados para atender um pico de 20% do público chegando em 10 minutos;

I A espera máxima de cada grupo de espectadores deve ser:

Público geral -> 20 minutos Hospitalidade -> 5 minutos Mídia -> menos de 1 minuto VIP/VVIP -> menos de 1 minuto Força de trabalho -> 30 minutos

I Deve ser adotada a densidade de 2,5 pessoas por metro quadrado para o cálculo da área de acúmulo antes dos equipamentos.

Page 13: Relatorio sccp111019

10

I Foi considerado que todos os profissionais de mídia e força de trabalho terão que passar pela revista de bagagens, e por isso para estes grupos, a taxa de fluxo adotada foi de 350 pessoas por hora por equipamento.

3.11 A tabela a seguir apresenta a quantidade de equipamentos necessária para atender a demanda prevista para o estádio, incluindo os equipamentos necessários para atender a força de trabalho de acordo com a recomendação do LOC (espera máxima de 30 minutos). A Steer Davies Gleave considera que uma espera de 30 minutos é muito alta para esse grupo e por isso também está apresentado na tabela a seguir a quantidade de equipamentos necessários para uma espera máxima de 10 minutos para este grupo de usuários.

TABELA 3.1 QUANTIDADE DE ‘MAG & BAG’ RECOMENDADOS

Grupo de Usuário

Demanda Mag & Bags

Espera máxima (mm:ss)

Fila máxima

(pessoas)

Fila máxima por unidade

(pessoas)

Área necessária

por unidade (m2)

Público Geral 52.326 91 19:52 11.898 131 52

Hospitalidade (Camarotes) 1773 5 00:58 31 6 3

Hospitalidade (Vilas) 5.468 13 04:59 427 33 13

VIP/VVIP 1761 5 00:49 27 5 2

Mídia 3.008 10 00:07 7 1 0,4

TOTAL 64.336 124 - - -

Força de trabalho 3.400

6 27:03 947 158 63

8 09:56 464 58 23

3.12 O projeto avaliado neste estudo não apresenta o detalhamento dos equipamentos de Mag & Bag, porém acredita-se que este detalhamento será apresentado pelo LOC e pelos órgãos responsáveis mais próximo ao evento. Assim foi calculada a necessidade dos equipamentos porém não foi avaliada sua localização nem dimensionamento exatos.

3.13 De acordo com a distribuição de entrada do público geral apresentada acima, tem-se que a distribuição dos equipamentos deve se dar pelos pontos de acesso como apresenta a tabela abaixo.

TABELA 3.2 DISTRIBUIÇÃO DOS ‘MAG & BAG’ – PONTOS DE ACESSO DO PÚBLICO GERAL

Ponto de Acesso

Demanda Mag & Bags

Espera máxima (mm:ss)

Fila máxima

(pessoas)

Fila máxima por unidade

(pessoas)

Área necessária por unidade

(m2)

A 21.977 39 18:40 4.792 123 49

B 30.349 53 19:37 6.843 129 52

TOTAL 52.326 92 - - - -

Page 14: Relatorio sccp111019

11

3.14 Da análise da tabela acima, nota-se que de acordo com a divisão adotada pelos pontos de acesso, serão necessárias para o público geral, mais equipamentos que o mínimo apresentado na tabela anterior.

3.15 Para os demais grupos, a localização dos equipamentos deverá ser prevista de acordo com a operação que será adotada para cada um dos grupos.

Catracas

3.16 O projeto do estádio prevê um total de 188 catracas para o acesso de espectadores, distribuídas ao redor do estádio.

3.17 Para calcular a quantidade de catracas necessárias de acordo com as recomendações do Green Guide, deve-se adotar uma capacidade de 660 pessoas por hora por equipamento e considerar que a chegada dos espectadores é constante durante o período de uma hora.

3.18 Neste estudo foi também calculada a quantidade de catracas recomendada pela equipe da Steer Davies Gleave com base em estádios que estão em operação atualmente. Para este cálculo, adotou-se a capacidade de 800 pessoas por hora por equipamento e um pico de entrada de 22% dos espectadores em 10 minutos.

3.19 A tabela a seguir apresenta a quantidade de catracas propostas no projeto e a quantidade necessária, por grupo de espectador, de acordo com a recomendação do Green Guide e da Steer Davies Gleave para atender a demanda prevista.

TABELA 3.3 CATRACAS NECESSÁRIAS – COPA DO MUNDO

Grupo de usuários

Demanda (espectadores)

Catracas propostas

Recomendação – Green Guide

Recomendação -Steer Davies Gleave

Público geral 52.326 150 80 87

Hospitalidade 7.241 32 11 12

VIP/VVIP 1.761 6 3 3

Mídia 3.008 - 5 5

TOTAL 64.336 188 99 107

3.20 Nota-se que a quantidade de catracas propostas para o cada tipo de espectador atende o mínimo recomendado. Nas informações apresentadas, não foram apresentadas catracas especificas pela mídia. Porem é muito provável que serão utilizadas catracas portáteis pelo esse grupo de usuários.

3.21 Deve-se avaliar a localização e configuração exata das catracas destinadas aos diferentes grupos de usuários mais para a frente quando a estratégia de acesso para cada grupo estiver definida.

Page 15: Relatorio sccp111019

12

4 Metodologia – modelagem estática 4.1 Neste estudo foi desenvolvida uma avaliação da saída do estádio em uma situação de

emergência uma vez que, com relação ao desempenho do projeto proposto para o estádio, este será o cenário mais crítico.

4.2 A avaliação da saída de emergência foi realizada tendo como parâmetro a utilização do estádio no modo FIFA e teve como principal documento de referência o Green Guide.

Metodologia Steer Davies Gleave

4.3 A fim de avaliar o desempenho do projeto e o layout proposto para o estádio, a Steer Davies Gleave avaliou o deslocamento dos espectadores desde o início da saída, na área de assentos, até o momento da chegada do último espectador em um local considerado seguro. No caso em estudo a área depois do perímetro externo (Mag & Bags) foi considerada um ´local seguro’. A seguir será apresentada uma breve descrição da metodologia adotada neste estudo.

4.4 Inicialmente, as áreas de assento do estádio foram divididas em baias que tiveram a quantidade de assentos contada individualmente. Depois, cada baia foi associada a um vomitório/rota de saída e então foi obtido o fluxo de saída dos espectadores da área de assentos até a área de circulação, considerando a taxa de fluxo de cada área e as larguras propostas para as rotas de saída.

4.5 Cada saída da área de assentos foi analisada para avaliar sua capacidade real. Por exemplo, a capacidade de um vomitório está relacionada às rotas (gangways) que dão acesso ao vomitório e a quantidade de assentos que utilizam aquele gangway, e não apenas a largura total do vomitório.

4.6 Posteriormente, cada vomitório/gangway foi associado a uma rota de saída e o tempo de deslocamento para cruzar a área de circulação até esta rota foi calculado. É importante notar que a velocidade média dos espectadores adotada foi de 38 metros/minuto.

4.7 Todas as áreas de circulação do projeto foram consideradas áreas ‘relativamente seguras’. Isso foi discutido com a equipe de projeto e o Corpo de Bombeiro de São Paulo. A equipe de projeto confirmou que serão adotadas as medidas necessárias para atender os parâmetros necessários para permitir que as áreas de circulação sejam consideradas áreas ‘relativamente seguras’. Isso é um ponto crítico do projeto que tem um impacto fundamental no estudo de evacuação do estádio.

4.8 A capacidade de saída de cada rota, o perfil dos espectadores passando por esta rota, e se for o caso, as filas formadas nas áreas de circulação foram então calculadas. A capacidade das rotas de emergência e o tempo de deslocamento dentro do estádio foram utilizados então para desenvolver um perfil de chegada dos espectadores ao nível de saída do estádio.

4.9 As rotas de saída do edifício foram então associadas a um ponto de saída do perímetro externo, uma vez que no projeto em estudo as linhas das catracas já estão fora do alinhamento do estádio e foi considerado que, embora ainda não estejam detalhadas, elas terão o dimensionamento correto para atender a demanda esperada.

Page 16: Relatorio sccp111019

13

4.10 O volume da multidão foi então identificado por período de tempo nos pontos de saída. Estes valores foram usados para calcular o tamanho das filas, o tempo de espera máximo individual e o tempo total para que todos os espectadores estejam em um ‘local seguro’.

Guide to Safety at Sports Grounds (Green Guide)

4.11 O Green Guide apresenta recomendações para a segurança e conforto de espectadores em recintos esportivos.

4.12 Depois do desastre no estádio Hillsborough (na cidade de Sheffield, Inglaterra) no dia 15 de Abril de 1989 e do Taylor Report (CM 962), o Green Guide foi revisado e reeditado em 1990. A quinta edição foi revisada e publicada em 2008.

Tempo de Saída

4.13 O item 10.7 do Green Guide fala sobre ‘tempo de saída’.

‘The egress time is the total time in which all spectators can, in normal conditions, leave an area of viewing accommodation and enter into a free flowing exit system. It does not include the time taken to negotiate the entire exit route.’

('O tempo de saída é o tempo total necessário para todos os espectadores, em condições normais, deixarem a área dos assentos e entrarem em um sistema de saída de fluxo livre. Ele não inclui o tempo necessário para passar pela rota de saída inteira.’)1

4.14 O item 10.9 descreve o processo para se calcular a capacidade de um sistema de saída de emergência.

‘The emergency evacuation time is a calculation which, together with the rate of passage, is used to determine the capacity of the emergency exit system from the viewing accommodation to a place of safety or reasonable safety, in the event of an emergency’

('O tempo de saída de emergência é um cálculo que, juntamente com a taxa de passagem, é usado para determinar a capacidade do sistema de saída de emergência desde a área dos assentos até um local seguro ou razoavelmente seguro em caso de uma emergência’)1

‘The maximum emergency evacuation time for sports grounds varies between two and a half minutes and eight minutes.’

('O tempo máximo de saída de emergência para arenas de eventos esportivos varia entre dois minutos e meio e oito minutos.’)1

4.15 Essa variação reflete o risco de incêndio de cada área do recinto. Oito minutos é o tempo máximo de saída considerado para locais com baixo risco de incêndio. A maioria das áreas de circulação e de assentos do estádio está incluída nessa categoria.

1 Tradução livre do texto do Green Guide

Page 17: Relatorio sccp111019

14

Taxas de Passagem

4.16 As taxas de passagem apresentadas na 5ª edição do Green Guide serão utilizadas nas análises deste projeto. O item 10.6 (5ª edição) apresenta a taxa máxima de passagem, ou ‘taxa de passagem’, recomendadas para o calculo da capacidade da saída de emergência.

‘ The informative annex of BS EN 13200-1:2003 (see Bibliography) for flow capacity advises that, for a width of 1,2 m.:

a. on stepped surface 79 people can reasonably exit in 1 minute (equal to 66 spectators per metre width per minute).

b. on level surface 100 people can reasonably exit in 1 minute (equal to 82 spectators per metre width per minute)’

(‘ o anexo informativo da BS EM 13200-1:2003 (ver bibliografia) de capacidade de fluxo aconselha que para uma largura de 1,2 metros:

a. em áreas de escadas 79 pessoas podem sair em 1 minuto (igual a 66 espectadores por metro linear por minuto) .

b. Em superfícies planas 100 pessoas podem sair em 1 minuto (igual a 82 espectadores por metro linear por minuto)’)1

Locais de seguro e razoavelmente seguro

4.17 Para um completo entendimento sobre a capacidade das saídas de emergência são necessárias definições de ‘local seguro’ e ‘local de razoavelmente seguro’. O Green Guide apresenta essas definições no glossário e nos itens 15.16 e 5.4.

No glossário:

‘Place of safety – A place, away from the building, in which people are at no immediate danger from the effects of fire’

(‘Local seguro – Local fora do edifício, onde as pessoas não estão sob os efeitos imediatos do fogo’)1

‘Place of reasonable safety – A place within a building or structure where, for a limited period of time, people will have some protection from the effects of fire and smoke. This place, usually a corridor or stairway, will normally have a minimum of 30 minutes fire resistance and allow people to continue their escape to a place of safety’

(‘Local razoavelmente seguro – Local dentro do edifício, onde, por um período limitado de tempo, as pessoas terão proteção dos efeitos do fogo e da fumaça. Esse local, normalmente um corredor ou escada, terá geralmente pelo menos 30 minutos de resistência ao fogo e permitirá que as pessoas continuem suas rotas para um local seguro.’)1

No item 15.16 o Green Guide apresenta ‘local seguro’ e ‘local razoavelmente seguro’ da seguinte forma:

‘A place of safety may be a road, walkway or open space adjacent to, or even within the boundaries of the sports ground.’

1 Tradução livre do texto do Green Guide

Page 18: Relatorio sccp111019

15

(‘Um local seguro pode ser uma rota, uma passagem ou o espaço aberto ao lado, ou mesmo dentro dos limites do estádio’.)1

‘Within a large sports ground there may also be a need to designate a place or places of reasonable safety where people can be safe from the effects of fire for 30 minutes or more, thus allowing extra time for them to move directly to a place of safety.’

('Dentro de um grande estádio de esportes, também pode haver a necessidade de designar um local ou locais razoavelmente seguros, onde as pessoas podem estar a salvo dos efeitos do fogo por 30 minutos ou mais, permitindo um tempo extra para elas irem para um local seguro’)1

4.18 A localização dos locais ‘razoavelmente seguros’ deve ser discutida e acordadas com as autoridades responsáveis pela aprovação do projeto de segurança do estádio. Para esse estudo a equipe da Steer Davies Gleave considerou as áreas de circulação do estádio como locais razoavelmente seguros. É importante ressaltar que para isso essas áreas devem receber um tratamento especial contra incêndio ou ventilação suficiente. Devem ser observadas algumas características como a proteção das portas dos quiosques contra o fogo.

Áreas de acúmulo

4.19 O Green Guide também apresenta diretrizes para áreas de concentração de pessoas. Esse tema é apresentado no item 10.4 da seguinte maneira:

‘A density of 40 persons per 10 square metres of the area available for standing within the reservoir area is the maximum permitted for safety.’

(‘Uma densidade de 40 pessoas por 10 metros quadrados em áreas em que as pessoas ficarão em pé dentro de áreas de concentração é o máximo permitido por questões de segurança’)1

4.20 Os padrões apresentados pelo Green Guide foram utilizados na análise apresentada nesse relatório.

1 Tradução livre do texto do Green Guide

Page 19: Relatorio sccp111019

16

5 Saída de Emergência – Tempo de evacuação das áreas de assentos

5.1 A análise das saídas de emergência apresentadas neste capítulo foi desenvolvida com base no layout do estádio para o período da Copa do Mundo.

5.2 Tendo como base os desenhos apresentados pela equipe de projeto, foi desenvolvida uma análise dos vomitórios propostos para o estádio. De acordo com o Green Guide, em locais de baixo risco de incêndio o tempo máximo de evacuação da área de assentos até um local ‘relativamente seguro’ é de 8 minutos, para áreas de ‘risco médio’ o tempo cai para 6 minutos e em áreas de ‘alto risco’ o tempo máximo de evacuação é de 2,5 minutos.

5.3 A IT12descreve um local ‘relativamente seguro’ como:

‘local dentro de uma edificação ou estrutura onde, por um período limitado de tempo, as pessoas tem alguma proteção contra os efeitos do fogo e da fumaça. Esse local deve possuir resistência ao fogo e elementos construtivos, (de acabamento e de revestimento) incombustíveis, proporcionando às pessoas continuarem sua saída para um local de segurança. Exemplos: escadas de segurança, escadas abertas externas (IT 11 – Saída de emergência), corredores de circulação (saída) ventilados (mínimo de 1/3 da lateral com ventilação permanente).

Arquibancada Superior

5.4 Neste estudo foi considerado que as áreas de circulação tanto do Nível 04 quanto do Nível 02 são locais ‘relativamente seguros’. É essencial que esta condição seja aceita pelo Corpo de Bombeiros local e pelos demais órgãos de aprovação do projeto.

5.5 Neste nível estão sendo propostos 46 vomitórios dos quais 8, no setor oeste, serão exclusivos para os profissionais de mídia.

5.6 Como foi apresentado anteriormente as arquibancadas superiores dos setores norte e sul serão construídas de infraestrutura temporárias e terão uma configuração de dois vomitórios, um localizado mais acima e outro mais abaixo nas baias de assentos. Os vomitórios superiores se conectam com a área de circulação do Nível 04 enquanto que os vomitórios inferiores se conectam com o Nível 02.

5.7 Nestes setores norte e sul, os vomitórios laterais apresentam uma configuração diferente dos vomitórios centrais, tendo seu ‘gangway central’ reduzido de 1,6 para 1,2 metros e a largura do vomitório alargada de 2,0 para 2,8 metros. A figura a seguir ilustra a configuração dos vomitórios propostos para os setores norte e sul deste nível.

Page 20: Relatorio sccp111019

17

FIGURA 5.1 NÍVEL 05 - CONFIGURAÇÃO DOS VOMITÓRIOS – SETORES NORTE E SUL

5.8 Os tempos de evacuação das áreas de assentos das arquibancadas superiores são inferiores dos tempos máximos exigidos pelo os documentos. Todas as baias destinadas ao público geral podem ser evacuadas em menos que 8 minutos e todas as baias da mídia podem ser evacuadas em menos que 6 minutos.

5.9 Neste estudo, a área da mídia foi considerada uma área de maior risco de incêndio do que a área destinada ao público geral por ela ter mesas temporárias, fios, equipamentos elétricos e outros equipamentos. Assim, foi considerado um tempo máximo de evacuação de 6 minutos.

5.10 A distância entre os eixos dos assentos é de 0,50 metros, que é de acordo com as recomendações.

5.11 Na arquibancada superior a maior fileira de cadeiras entre dois gangways tem 26 assentos, o que está de acordo com as recomendações do Green Guide e das normas locais. Porém, nos setores norte e sul, existem fileiras com 21 assentos que são servidos por apenas um gangway cada. Esse número de assentos é maior que o máximo recomendado pelo Green Guide (14 assentos) e pelos documentos nacionais (20 assentos) porém, como foi apresentado anteriormente, todas as baias podem ser evacuadas em menos que o tempo máximo recomendado. Desta forma isto não foi considerado um problema em temos de segurança dos espectadores nessas áreas.

Vomitórios para Nível 04

Vomitórios para Nível 02

Vomitório central Vomitório lateral

Page 21: Relatorio sccp111019

18

5.12 A distancia máxima entre um assento e da boca de vomitório é aproximadamente 32 metros (no setor leste). Isso é um pouco mais que a distancia máxima recomendado pelo os documentos consultados, mas como no caso da quantidade de assentos isso não foi considerado um problema uma vez que o tempo de evacuação está de acordo com os limites permitidos.

5.13 Nos desenhos apresentados é possível notar que os pisos propostos para os gangways deste nível são constantes e tem 26,7 centímetros, o que atende as recomendações da IT-12 e SENASP que recomenda pisos com dimensões não inferiores a 25 centímetros, porém não atende as recomendações do Green Guide, que recomendam largura mínima da piso de 28 centímetros. Porém o Green Guide ressalta que para gangways radiais as vezes não é possível atender as dimensões mínimas de pisoa em função da curva de visibilidade da arquibancada. Nestes casos ele recomenda que sejam consideradas medidas adicionais como corrimãos laterais, etc. Os desenhos apresentados não apresentam o detalhamento que permite aferir se a altura dos degraus atende as normas, porém se for considerado que os degraus terão espelhos constantes estes estarão de acordo com os padrões locais.

5.14 A configuração de todos os vomitórios neste nível precisa ser revisado para garantir que os gangways radiais não terminem em um degrau, como estão desenhados nas plantas apresentadas. A figura a seguir indicar a modificação recomendada. Nota-se que essa modificação não impacta na capacidade dos vomitórios, e por isso não tem nenhum impacto nos tempos de saída apresentado neste estudo.

FIGURA 5.2 CONFIGUARÇÃO DOS GANGWAYS – ARQUIBANCADA SUPERIOR

5.15 A figura a seguir mostra a demanda e o tempo de evacuação de cada baia de assentos propostas para este nível.

Gangway radial precisa ser modificado para não terminar em um degrau.

Page 22: Relatorio sccp111019
Page 23: Relatorio sccp111019

20

Nível 02 – Setor oeste - Camarotes

5.16 Neste nível no setor oeste estão sendo propostos 43 camarotes, com capacidades diferentes, para hospitalidade. A capacidade total proposta para este nível é de 474 espectadores.

5.17 Estão sendo previstas portas de 0,77 metros entre as áreas de assentos e as áreas internas dos camarotes, o que atende a demanda de espectadores prevista para cada camarote, porém não atende as recomendações do Green Guide que recomenda que as portas dos camarotes não tenham menos de 0,80 metros. Estas portas precisam ser alteradas para atenderem as recomendações do Green Guide.

5.18 As portas previstas que conectam as áreas de camarotes às áreas de circulação tem 0,87 metros, o que atende tanto a demanda prevista para cada camarote como as recomendações do Green Guide em relação de largura mínima para portas.

5.19 Neste estudo foi considerado que as portas das áreas de assentos que estão com 0,77 metros serão substituídas por portas de pelo menos de 0,87 metros iguais as portas propostas para a conexão entre os camarotes e a área de circulação.

5.20 De acordo com a NT da SENASP é necessário prever para áreas de camarotes sistemas de chuveiros automáticos e de detecção automática de incêndio ou outras medidas de segurança contra incêndio que atendam aos parâmetros normativos pertinentes adotados na Unidade Federativa onde estará localizado o estádio. Isto precisa ser confirmado pela equipe de projeto e o Corpo de Bombeiro local.

5.21 A tabela a seguir apresenta a demanda e o tempo de evacuação das áreas de assentos neste nível.

TABELA 5.1 NÍVEL 02 – ÁREA DE ASSENTOS – TEMPO DE EVACUAÇÃO

Vomitório Grupo de Usuário

Demanda de cada camarote

(espectadores)

Tempo de evacuação (mm:ss)

LVL02BX01 Hospitalidade 84 01:28

LVL02BX02 e 03 Hospitalidade 12 00:13

LVL02BX04 Hospitalidade 33 00:35

LVL02BX05 a 20 Hospitalidade 12 00:13

LVL02BX21 a 23 Hospitalidade 27 00:29

LVL02BX24 a 39 Hospitalidade 12 00:13

LVL02BX40 Hospitalidade 33 00:35

LVL02BX41 e 42 Hospitalidade 12 00:12

LVL02BX43 Hospitalidade 84 01:28

TOTAL 747

5.22 Nota-se, a partir dos dados apresentados, que todas as áreas de assentos deste nível podem ser evacuadas em menos de 2 minutos. Este tempo está abaixo do máximo recomendado pelo Green Guide e pelas normais locais.

5.23 Os gangways propostos para a saída do público das áreas de assentos deste nível tem dimensões de pisos irregulares (com degraus de 0,30 , 0,30 e 0,45 metros), o que não está de acordo com as recomendações do Green Guide. Desta maneira, para estar de acordo

Page 24: Relatorio sccp111019

21

com o Green Guide, os pisos precisariam ser constantes, de 0,35 metros. A altura dos espelhos não está detalhada nos desenhos apresentados, porém admitindo-se uma distribuição uniforme da altura do patamar pelos três degraus propostos cada espelho terá 0,19 metros, o que está de acordo com os padrões da IT-12, NT da SENASP e do Green Guide.

Nível 01 – Setor oeste - Camarotes e VVIP

5.24 Neste nível estão sendo propostos 32 camarotes de hospitalidade e uma área de assentos para o público VVIP. Este nível só terá área de assentos no setor oeste e terá uma capacidade total de 783 espectadores, sendo 522 de hospitalidade e 261 VVIPs.

5.25 De forma análoga ao que acontece no Nível 02 estão sendo previstas portas entre a área de assentos e a área de camarotes de 0,77 metros, o que não atende as recomendações do Green Guide mas as portas que conectam a área de camarotes com a área de circulação tem 0,87 metros e atendem as recomendações mínimas dos padrões avaliados. Neste nível também foi considerado que as portas de 0,77 metros serão substituídas por portas de 0,87 metros.

5.26 De acordo com a NT da SENASP é necessário prever para áreas de camarotes sistemas de chuveiros automáticos e de detecção automática de incêndio e ou outras medidas de segurança contra incêndio que atendam aos parâmetros normativos pertinentes adotados na Unidade Federativa onde estará localizado o estádio.

5.27 A tabela a seguir apresenta a demanda e o tempo de evacuação das áreas de assentos deste nível.

TABELA 5.2 NÍVEL 01 – ÁREA DE ASSENTOS – TEMPO DE EVACUAÇÃO

Vomitório Grupo de Usuário

Demanda de cada vomitório (espectadores)

Tempo de evacuação (mm:ss)

LVL01BX01 Hospitalidade 72 01:01

LVL01BX02 e 03 Hospitalidade 12 00:13

LVL01BX04 Hospitalidade 21 00:22

LVL01BX05 a 28 Hospitalidade 12 00:13

LVL01BX29 Hospitalidade 21 00:22

LVL01BX30 e 31 Hospitalidade 12 00:13

LVL01BX32 Hospitalidade 72 01:01

VVIP01 VVIPs 45 00:45

VVIP02 VVIPs 87 01:24

VVIP03 VVIPs 87 01:24

VVIP04 VVIPs 42 00:42

TOTAL 783

5.28 De forma análoga ao que acontece no Nível 02, observa-se que todas as áreas de assentos podem ser evacuadas em menos de 2 minutos, o que atende as recomendações dos documentos de base que estão sendo considerados neste estudo.

5.29 Da mesma maneira como no nível acima, os gangways propostos para a saída do público das áreas de assentos deste nível tem dimensões irregulares, o que não está de acordo

Page 25: Relatorio sccp111019

22

com as recomendações do Green Guide. Para atenderem este documento o pisos precisam ser uniformes, no caso em estudo 0,35 metros.

Arquibancada inferior

5.30 Neste nível se dará o acesso à arquibancada inferior, que terá assentos destinados ao público geral, hospitalidade e VIPs. Este nível terá capacidade para 31.608 espectadores.

5.31 De acordo com a equipe do projeto as áreas de circulação do Nível 00 (térreo) irão atender as recomendações para serem consideradas como locais ‘relativamente seguros’. Esta premissa foi adotada neste estudo de fluxo de multidões. É essencial que esta condição seja aceita pelo Corpo de Bombeiros local e pelos demais órgãos de aprovação do projeto.

5.32 Os tempos de evacuação das áreas de assentos deste nível estão inferiores a 8 minutos, que é o tempo máximo exigido pelos documentos que estão sendo considerados neste estudo.

5.33 A distância entre os eixos dos assentos é de 0,50 metros, o que está de acordo com as recomendações.

5.34 A quantidade máxima de assentos entre gangways é 40 assentos, o que que está de acordo com os documentos locais, mas não está de acordo com o Green Guide (28 assentos). Porém, mesmo com esta quantidade de assentos as áreas de assentos podem ser evacuadas dentro o tempo máximo permitido (8 minutos).

5.35 A distancia máxima entre um assento e a área ‘relativamente segura’ é 59 metros. Essa situação acontece no setor leste para os espectadores de público geral que estarão sentados na frente da área de hospitalidade. Isso está muito acima da distância máxima recomendada, mas é muito importante notar que o tempo de evacuação destas áreas ainda é inferior que o máximo permitido.

Setor oeste

5.36 É importante destacar que no setor oeste deste nível haverá assentos para dois grupos diferentes de espectadores: hospitalidade e VIPs. Como os assentos de hospitalidade estão colocados em fileiras na frente das fileiras destinadas aos VIPs, alguns espectadores terão que percorrer uma distância maior, aproximadamente 65 metros, para chegar à área de circulação, porém todos conseguirão sair da área de assentos dentro do tempo máximo recomendado. Também existe a possibilidade de que os espectadores de hospitalidade sentados nesta área central, em frente da área de VIP, possam, em caso de emergência, sair pelo lounge do VIP, reduzindo a distancia máxima a ser percorrida.

5.37 Os gangways propostos para a saída do público geral da arquibancada inferior tem pisos regulares de 40 centímetros, o que atende as recomendações do Green Guide e das normas locais. Os desenhos apresentados não mostram detalhes dos espelhos dos gangways, porém considerando uma distribuição uniforme os espelhos devem variar de 0,14 a 0,19 metros, o que atende a SENASP e ao Green Guide.

5.38 A figura a seguir apresenta a demanda de cada vomitório e o tempo de evacuação destas baias de assentos até um local relativamente seguro.

Page 26: Relatorio sccp111019
Page 27: Relatorio sccp111019

24

Setor leste

5.39 Neste setor existem 18 camarotes de hospitalidade. Os degraus dos gangways radiais dos dois camarotes laterais, estão apresentados nos desenhos com comprimentos irregulares. Foi considerado que isto é um equívoco de desenho, e que esses degraus serão regulares como os dos camarotes centrais deste setor. A figura a seguir apresenta os diferentes dimensionamentos de gangways neste setor.

FIGURA 5.5 DIMENSIONAMENTO DE PISOS – NÍVEL 00 – SETOR LESTE

5.40 A figura a seguir ilustra a demanda e o tempo de evacuação das áreas de camarotes do setor leste.

Page 28: Relatorio sccp111019
Page 29: Relatorio sccp111019

26

6 Saída de emergência – Tempo de evacuação das áreas de circulação

6.1 Da mesma maneira como para as baias de assentos, é importante destacar que os resultados apresentados neste capítulo referem-se ao período da Copa do Mundo.

6.2 Depois de deixarem a área de assentos, os espectadores serão conduzidos a saída mais próxima ou mais apropriada. A análise deste estudo visou modelar a movimentação dos espectadores em uma saída de emergência, direcionando-os ao ponto de saída mais adequado com o mínimo gerenciamento possível.

6.3 Os órgãos de aprovação locais são responsáveis por verificar se as circulações verticais tem condições de servir para a evacuação em uma situação de emergência de acordo com a legislação local vigente. Neste estudo todas as escadas das áreas de circulação foram utilizadas para a saída de emergência. Observou-se no entanto que as escadas propostas não eram enclausuradas e algumas não tinham seu fluxo interrompido no nível de saída.

Nível 04

Setor oeste - Mídia e público geral

6.4 Os profissionais de mídia irão acessar sua área e assentos através da área de circulação do setor oeste deste nível. Neste nível está sendo previsto para este grupo duas escadas de 2,0 metros cada , dois elevadores exclusivos. No sul deste setor está sendo proposta uma escada de 1,5 metros e um elevador adicional para estes profissionais.

6.5 Em uma situação de emergência os elevadores não poderão ser utilizados e a escada localizada ao sul deste setor não será a rota mais perto para nenhum profissional e por isso também não foi considerada para evacuação em uma situação de emergência. As escadas exclusivas para estes espectadores não serão capazes de evacuar a toda a população dentro do tempo recomendado pelo Green Guide, desta maneira, para a saída dos espectadores de mídia em uma situação de emergência, foi considerado que este profissionais poderão utilizar além de suas escadas exclusivas, as escadas destinadas ao público geral e aos espectadores da área de hospitalidade. Para que isto aconteça é necessário prever aberturas de no mínimo 1,5 metros de cada lada entre as áreas de circulação de mídia e de público geral, localizadas nos extremos deste setor.

6.6 A figura a seguir mostra como foi considerada a conexão destas áreas de circulação neste relatório.

Page 30: Relatorio sccp111019

27

FIGURA 6.1 NÍVEL 04 - PONTOS DE CONEXÃO – ÁREA DE MÍDIA E PÚBLICO GERAL

6.7 Os desenhos apresentados não mostram nenhum tipo de conexão entre estas áreas, porém considerou-se que seja possível prever estes pontos de conexão sem que haja alteração estrutural do projeto. Caso a equipe de projeto considere inviável esta possibilidade, os resultados apresentados neste estudo precisam ser reavaliados.

6.8 A figura a seguir apresenta as rotas de saídas dos diferentes públicos do setor oeste deste nível, bem como as áreas de acúmulo necessárias no acesso de cada escada. Para o cálculo da área de acúmulo foi considerada a densidade de 3 pessoas por metro quadrado (3 ppm²) o que é inferior a 4 ppm² que é o máximo permitido pelo Green Guide. Foi adotado 3ppm² por se tratar de uma situação mais confortável para os espectadores além de representar o pior caso em relação a área necessária.

Page 31: Relatorio sccp111019
Page 32: Relatorio sccp111019

29

6.9 Como pode ser observado na figura acima, foram consideradas oito rotas de saída para o setor oeste. A tabela abaixo mostra o tempo de evacuação e a área de acúmulo em cada ponto de saída desta área de circulação.

TABELA 6.1 NÍVEL 04 – TEMPO DE EVACUAÇÃO –SETOR OESTE

Saída Demanda Fila

máxima (pessoas)

Área necessária para o acumulo

(m2)

Espera máxima (mm:ss)

Última pessoa a deixar a área de circulação depois o

começo de evacuação (mm:ss)

ST17 609 0 0 00:00 05:35

ST18 427 0 0 00:00 04:26

ST19 539 108 36 00:50 04:54

ST20 538 112 37 00:51 04:47

ST21 538 112 37 00:51 04:47

ST22 539 108 36 00:50 04:54

ST23 427 0 0 00:00 04:26

ST24 609 0 0 00:00 05:35

TOTAL 4.226 - - - -

6.10 Nota-se que há área disponível para o acúmulo dos espectadores sem que haja obstrução dos vomitórios. É importante lembrar ainda que se for considerada a densidade máxima permitida pelo Green Guide as área necessárias serão ainda menores.

6.11 A área de circulação de mídia neste nível tem uma área de aproximadamente 2.200 m², que é capaz de acomodar mais de 100% da população prevista para esta área considerando a densidade de 2 ppm², o que atende o Green Guide que recomenda que a área de circulação deve ter espaço para acomodar pelo menos 30% da população total prevista.

Setores norte e sul

6.12 No setores norte e sul deste nível estarão localizadas as áreas de circulação dos espectadores de público geral da arquibancada superior que sairão pelos vomitórios superiores da arquibancada. Estão sendo previstas quatro escadas de 3 metros de largura cada, em cada setor. Essas escadas vão precisar corrimãos centrais (com dois channels de 1,5 metros de largura) e corrimãos laterais, que não estão apresentados nas plantas.

6.13 A Figura 6.2 acima ilustra os pontos de saída que foram considerados para a saída do público geral nos setores norte e sul do Nível 04.

6.14 A tabela a seguir mostra o tempo de evacuação e a área de acúmulo em cada pontos de saída dos setores norte e sul do Nível 04.

Page 33: Relatorio sccp111019

30

TABELA 6.2 NÍVEL 04 – TEMPO DE EVACUAÇÃO – SETORES NORTE E SUL

Saída Demanda Fila

máxima (pessoas)

Área necessária para o acumulo

(m2)

Espera máxima (mm:ss)

Última pessoa a deixar a área de circulação depois o

começo de evacuação (mm:ss)

ST02 1.086 0 0 00:00 07:00

ST03 1.334 142 47 00:43 07:30

ST11 1.334 142 47 00:43 07:30

ST12 1.086 0 0 00:00 07:00

ST14 1.086 0 0 00:00 07:00

ST15 1.334 142 47 00:43 07:30

ST26 1.334 142 47 00:43 07:30

ST27 1.086 0 0 00:00 07:00

TOTAL 9.680 - - - -

6.15 As áreas apresentadas na tabela acima referem-se a uma densidade de 3 ppm², que como já foi apresentado, é inferior a máxima permitida pelo Green Guide.

6.16 Deve-se destacar também que, conforme já foi apresentado anteriormente, todas as áreas de circulação do projeto foram consideradas áreas ‘relativamente seguras’, assim, deve ser discutido com os responsáveis pela aprovação da área de segurança do estádio que medidas devem ser adotadas para que estas áreas tenham condições de segurança para os espectadores.

6.17 Às áreas de circulação dos setores norte e sul deste nível tem aproximadamente 800 m² cada, o que é suficiente para acomodar 34% do público previsto considerando a densidade de 2 ppm².

Nível 02 – Circulação de camarotes e público geral

6.18 No Nível 02, os setores norte, leste e sul serão destinados à circulação do público geral da arquibancada superior enquanto que o setor oeste será de uso exclusivo dos espectadores dos camarotes de hospitalidade deste nível.

Setor oeste

6.19 No setor oeste, foi considerado que os espectadores de hospitalidade poderão utilizar todas as escadas disponíveis e não apenas as duas escadas exclusivas para este grupo de usuários. De forma análoga aos profissionais de mídia, os espectadores de hospitalidade terão também elevadores exclusivos que não poderão ser utilizados em uma situação de emergência.

6.20 A figura a seguir ilustra as rotas de saída consideradas para o setor oeste deste nível , bem como as áreas de acumulo necessárias no acesso de cada escada. Para o calculo da área de acúmulo foi considerada a densidade de 3 ppm².

Page 34: Relatorio sccp111019
Page 35: Relatorio sccp111019

32

6.21 A tabela abaixo ilustra a demanda e o tempo de saída da área de circulação do setor oeste deste nível.

TABELA 6.3 NÍVEL 02 – TEMPO DE EVACUAÇÃO – ÁREA DE CIRCULAÇÃO - SETOR OESTE

Saída Demanda Fila máxima (pessoas)

Área necessária para o acumulo

(m2)

Espera máxima (mm:ss)

Última pessoa a deixar a área de circulação depois o começo de evacuação

(mm:ss)

ST17 141 19 6 00:14 02:51

ST18 60 25 8 00:12 01:08

ST19 48 16 5 00:08 01:03

ST20 111 15 5 00:08 01:36

ST21 138 30 10 00:21 01:53

ST22 48 16 5 00:08 01:03

ST23 60 25 8 00:12 01:08

ST24 141 19 6 00:14 02:51

TOTAL 747 - - - -

6.22 Nota-se que são esperados pequenos acúmulos na área de acesso das escadas e que há no projeto área suficiente para o acúmulo destes espectadores sem que haja obstrução das saídas dos camarotes.

6.23 A área de circulação deste setor tem uma área de aproximadamente 5.700 m² o que é suficiente para acomodar mais de 100% dos espectadores que utilizarão esta área, considerando uma densidade de 2 ppm².

Setor norte, sul e leste

6.24 Nos setores norte e sul do estádio estão sendo previstas áreas de circulação da parte do público geral que não sairá pelo Nível 04. No setor leste, toda a população da arquibancada superior vai utilizar esta área de circulação. Nos setores norte e sul estão sendo previstas três escadas de 3 metros de largura cada que vão diretamente para o Nível 00. No setor leste estão sendo previstas cinco escadas de 3 metros de largura cada. Todas estas escadas irão precisar de corrimãos centrais (dividindo em dois channels de 1,5 metros de largura) e corrimãos laterais, que não estão apresentados nas plantas.

6.25 As planta enviadas no dia 16.09.11 pelo cliente não apresentavam no setor leste, a uma rota de saída para os dois vomitórios laterais. Porém, no dia 29.09.11 foram enviadas novas plantas pelo cliente que mostravam estas saídas. É importante destacar que apenas esta alteração foi considerada do desenho enviado nesta data, as demais análises foram feitas com base nos desenhos enviados no dia 16.09.11.

6.26 A Figura 6.3 ilustra os pontos de saída que foram considerados para a saída do público geral nos setores norte, leste e sul do Nível 02.

Page 36: Relatorio sccp111019

33

6.27 A tabela a seguir mostra o tempo de evacuação e a área de acúmulo em cada ponto de saída dos setores norte, leste e sul do Nível 02.

TABELA 6.4 NÍVEL 02 – TEMPO DE EVACUAÇÃO – ÁREA DE CIRCULAÇÃO – SETORES NORTE, LESTE E SUL

Saída Demanda Fila

máxima (pessoas)

Área necessária para o acumulo

(m2)

Espera máxima (mm:ss)

Última pessoa a deixar a área de circulação depois o começo de evacuação

(mm:ss)

ST01 1.240 163 54 00:50 07:07

ST04 1.456 274 91 01:24 08:15

ST05 1.762 329 110 01:40 09:36

ST06 1.904 429 143 02:10 10:17

ST07 1.656 185 62 00:57 09:01

ST08 1.904 429 143 02:10 10:17

ST09 1.762 332 111 01:41 09:37

ST10 1.456 274 91 01:24 08:13

ST13 1.240 163 54 00:50 07:07

ST16 1.456 274 91 01:24 08:13

ST25 1.456 274 91 01:24 08:13

TOTAL 17.292 - - - -

6.28 Observa-se que a área de circulação pode ser evacuadas dentro dos limites máximos recomendados pelo Green Guide e que o projeto apresentado mostra que há espaço para o acúmulo de pessoas sem que haja a obstrução da saída dos vomitórios.

6.29 Os setores norte, leste e sul deste nível tem aproximadamente 2.400 m², 3.100 m², e 2.400 m² respectivamente, o que é suficiente para acomodar mais de 100% da população previstas para nos setores norte e sul e 74% da população prevista no setor leste adotando-se a densidade de 2 ppm², o que atende as recomendações do Green Guide.

6.30 É importante lembrar que, como já foi dito anteriormente, todas as áreas de circulação do projeto foram consideradas áreas ‘relativamente seguras’, assim, deve ser discutido com os responsáveis pela aprovação da área de segurança do estádio quais as medidas que devem ser adotadas para que estas áreas tenham condições de segurança para os espectadores.

Nível 01 – Circulação de camarotes de hospitalidade e VVIPs

6.31 No Nível 01 só existirá o setor oeste e ele será destinado à camarotes de hospitalidade e a assentos de VVIPs. Este nível terá acesso direto à área externa do estádio através de uma escada central de 29,7 metros.

6.32 Este nível será, em uma situação de emergência o nível de saída de todos os espectadores dos níveis superiores deste setor.

Page 37: Relatorio sccp111019

34

6.33 Em uma situação de emergência, os 783 espectadores deste nível deixarão seus assentos e serão direcionados diretamente para o ponto de saída do estádio. Para a saída de emergência dos espectadores VVIPs foi considerado que eles poderão acessar a área de hospitalidade e deixar o estádio pela escada central prevista neste nível, para isso é necessário que sejam previstos pontos de conexão entre estas duas áreas. A largura mínima necessária para esta passagem é de 3,0 metros. Neste estudo considerou que poderão ser previstas uma porta de 1,50 metros em cada lado, como mostra a figura a seguir.

FIGURA 6.4 NÍVEL 02 - PONTOS DE CONEXÃO – ÁREA DE HOSPITALIDADE E VVIP

6.34 A figura a seguir ilustra as rotas de saída deste nível, tanto para os espectadores deste nível como para os dos níveis superiores consideradas neste estudo.

Page 38: Relatorio sccp111019
Page 39: Relatorio sccp111019

36

6.35 O projeto não apresenta portões de saída nesta área do estádio, porém, considerando a escada proposta para a saída da área de circulação deste nível e o espaço das catracas localizadas antes da escada, há uma largura livre disponível de 17,7 metros, o que fará com que esta área possa ser completamente evacuada em 9 minutos e 12 segundos, sem que haja acúmulo de espectadores.

6.36 É importante notar que na escada que conecta o Nível 01 com Nível 00 será necessário a instalação de corrimãos, que não estão apresentados nas plantas. Os channels da escada precisam ter uma largura entre 1,2 e 1,8 metros para estar de acordo com o Green Guide.

6.37 A área de circulação de hospitalidade deste nível tem aproximadamente 5.700 m² e pode acomodar mais de 100% do público total previsto para utilizar esta área em uma situação normal. A área de circulação de VVIPs tem aproximadamente 1.200 m² e também consegue atender mais de 100% do público previsto.

6.38 É importante lembrar que todas as áreas de circulação do projeto foram consideradas áreas ‘relativamente seguras’, assim, deve ser discutido com os responsáveis pela aprovação da área de segurança do estádio quais as medidas que devem ser adotadas para que estas áreas tenham condições de segurança para os espectadores.

Nível 00 – Arquibancada inferior

6.39 Neste nível estão sendo propostos 31.608 assentos divididos entre público geral, hospitalidade e VIPs. Este nível será também o nível de saída do estádio dos espectadores da arquibancada superior dos setores norte, leste e sul.

Setor oeste

6.40 No setor oeste deste nível estão sendo previstos assentos para público geral, hospitalidade e VIPs. O público geral sentado neste setor irá sair do estádio pelas saídas localizadas nos setores norte e sul. Os espectadores de hospitalidade e VIP vão sair do estádio diretamente pelo setor oeste. No projeto apresentado não estão representados portões de saída neste nível, porém nota-se que há espaço disponível para que sejam previstos portões suficientes para a evacuação dos espectadores sem que haja formação de filas ou tempo de espera.

6.41 Para a saída dos espectadores neste setor será necessário que sejam previstos pelo menos 14 metros livres, sendo estes divididos em 5 metros em cada uma das duas áreas de hospitalidade e 4 metros para a área de VIP.

Setores norte e sul

6.42 Nos setores norte e sul estão previstos assentos apenas para o público geral, assim a saída se dará de forma mais direta. No projeto apresentado não estão representados os portões de saída destes setores, porém nota-se que há espaço disponível para que sejam previstos portões suficientes para a evacuação dos espectadores sem que haja formação de filas ou tempo de espera.

6.43 Para a quantidade dos espectadores que iram utilizar esses setores para sair o estádio seria necessária para prever pelo o menos 68 metros livre de saída, sendo 33 metros no setor norte e 35 metros no setor sul.

Page 40: Relatorio sccp111019

37

Setor leste

6.44 No setor leste estão sendo previstos camarotes e assentos de hospitalidade. Esses assentos estão associados a ‘lounges’ de hospitalidade na área de circulação. Para prover uma rota de saída adequada para o público geral sentado na frente desses assentos de hospitalidade foi necessário dividir o lounge de hospitalidade. Com isso é preciso prover catracas e portões de saída para cada uma destas áreas.

6.45 De acordo com a configuração proposta, cada área de hospitalidade tem apenas 2,5 metros livre de saída ao lado as catracas. Se for considerado que este público só poderá utilizar estes pontos de saída haverá um acúmulo de 278 pessoas que terão que esperar no máximo 1 minuto e 16 segundos para deixar esta área. A figura a seguir ilustra o acúmulo de pessoas nestes pontos de saída.

FIGURA 6.6 NÍVEL 00 - SAÍDA DO ESTÁDIO – HOSPITALIDADE – SETOR LESTE

6.46 Nota-se porém que este problema pode ser minimizado se houver conexão entre a área de hospitalidade e de público geral. Com esta conexão, cada lado passará a ter 7,9 metros, o acúmulo será de aproximadamente 10 pessoas e o tempo de espera será inferior a 5 segundos. A figura a seguir ilustra possíveis pontos de conexão entre estas áreas.

FIGURA 6.7 POSSÍVEL CONEXÃO – ÁREA DE HOSPITALIDADE E PÚBLICO GERAL

Page 41: Relatorio sccp111019

38

6.47 Por não terem sido apresentados os portões de saída deste nível foi considerado que serão previstos portões suficiente para a saída do público sem que haja acúmulo de pessoas. Para a saída dos espectadores de hospitalidade no setor leste, serão necessários pelo menos 9 metros em cada área. Já para o público geral, a divisão será em três, sendo 11 metros na primeira divisão mais ao norte, 7 metros para a área central aos camarotes de hospitalidade e 11 metros para a área ao sul, somando um total de 47 metros para o setor leste.

6.48 Todas as área de circulação previstas para este nível são capazes de acomodar mais de 100% da demanda prevista.

Page 42: Relatorio sccp111019

39

7 Saída de emergência – Tempo de evacuação até um ‘local seguro’

Saída do podium

7.1 Após deixarem a área interna do estádio, os espectadores acessarão o podium, que terá dois pontos principais de saída e acesso às vias do entorno. Depois de passar pelo podium, o público terá que passar pelo perímetro externo para acessar um ‘local seguro’ como mostra a figura abaixo.

FIGURA 7.1 PONTOS DE SAÍDA DO PODIUM

7.2 Na época da elaboração desse estudo não existia informação suficiente para avaliar em detalhe a área do podium. O uso desse espaço depende muito de diversos fatores como: a estratégia de acesso e transporte; operação do estádio; localização das catracas e saídas das áreas de assentos; e não apenas do espaço livre disponível no entorno do estádio.

7.3 Também é importante destacar que ainda não foram definidos exatamente os pontos onde estarão localizados os equipamentos de Mag & Bags e por isso as rotas de saída até um ‘local seguro’ foram estimadas de acordo com as premissas discutidas com o cliente. A definição exata dos pontos e do layout dos equipamentos deverás ser discutida junto com o comitê da Copa para São Paulo, o LOC e com os órgãos responsáveis mais próximo ao evento.

7.4 Em uma situação de emergência, os espectadores serão conduzidos para o pontos de saída mais próximo. Assim, a distribuição da população pelos pontos de saída se dará como mostra a figura a seguir.

Page 43: Relatorio sccp111019
Page 44: Relatorio sccp111019

41

7.5 É importante notar que nos desenhos apresentados ainda não estavam representados os portões que serão utilizados para a saída do público do perímetro externo, porém neste estudo foi considerado que irão ser previstos pontos de saída com a largura mínima recomendada para que não haja acúmulo na saída deste perímetro.

7.6 Para a saída ‘A’ será necessário prever uma largura livre de pelo menos 40,0 metros e para a saída ‘B’ será necessária a largura de pelo menos 44,0 metros para que os espectadores possam sair sem que haja acúmulo de pessoas nem espera.

7.7 Assumindo isto, em uma situação de emergência toda a população do estádio poderá sair da área do podium em no máximo 18 minutos desde do começo de evacuação.

7.8 De acordo com a configuração proposta da saída noroeste do estádio, haverá, no limite da linha das catracas, um gargalo de aproximadamente 14,4 metros, que provocará o acúmulo de 6.100 pessoas, que terão que esperar aproximadamente 5 minutos.

7.9 Para diminuir este problema uma possível solução seria retirar algumas catracas deste ponto de acesso para que haja mais espaço livre para a saída dos espectadores em uma saída de emergência. A tabela a seguir mostra os efeitos da redução da quantidade de catracas neste ponto.

TABELA 7.1 REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE CATRACAS – SETOR NOROETSE

Nº de catracas retiradas

Largura total disponível (m)

Fila Máxima (pessoas)

Área necessária

(m²)

Tempo máximo de espera (mm:ss)

4 18,4 3.527 1.176 02:11

6 21,0 2.235 745 01:13

8 23,0 1.318 440 00:39

7.10 É importante notar que os resultados apresentados neste estudo consideraram a situação existe, sem a redução da quantidade de catracas.

7.11 Dependendo da configuração proposta para os equipamentos, os espaços de passagem dos ‘Mag’ (aproximadamente 0,70 metros por equipamento) podem ser utilizados para a saída dos espectadores. Na época que esse estudo foi elaborado não existia informação de detalhamento suficiente para que fosse avaliado se esta possibilidade pode ser considerada.

7.12 Como já foi apresentado anteriormente, não foi disponibilizada informação suficiente para confirmar que o espaço previsto será suficiente para a evacuação de todo o público do podium sem que haja acúmulo ou tempo de espera. É essencial que a configuração das catracas e portões de saída sejam estudados em mais detalhes para comprovar que a situação está aceitável.

Page 45: Relatorio sccp111019

42

8 Saída Normal 8.1 O perfil normal de saída dos espectadores varia em função de algumas escolhas que cada

espectador poderá fazer após o jogo, dificultando assim a estimativa deste perfil de saída. Entre os fatores que fazem com que o cálculo da saída normal seja impreciso destacam-se:

I Atividades oferecidas a cada grupo de espectadores depois do jogo (coquetel, jantar, replay dos gols, sorteios, etc.);

I Decisão de parar ou não em pontos de vendas (lojas, lanchonetes, etc.) e o tempo gasto em cada uma destas atividades;

I Utilização de banheiros e outras áreas de serviços;

I Curiosidade em conhecer o estádio, especialmente significativa durante eventos como a Copa do Mundo;

I Decisão de sair antes do término da partida/evento, para chegar ao ponto de transporte, ou sair do estacionamento antes da multidão; e

I Decisão de esperar até depois do pico e saída para sair mais tranquilamente.

8.2 Além dos diversos fatores que podem antecipar ou retardar a saída dos espectadores, estes fatores tem grande variação de espectador para espectador sendo muito complicado antever decisões que serão tomadas por cada um deles, uma vez que elas podem e normalmente variam de um jogo para outro.

8.3 Neste estudo, de acordo com o que já foi apresentado , foi considerado que o estádio atende os requisitos para garantir uma saída segura de todos os espectadores (capacidade máxima do estádio) em uma situação de emergência, assim ele atenderá também a saída normal dos espectadores que se dará de forma muito menos concentrada. Para a saída normal, estarão disponíveis ainda elevadores e escadas rolantes, que não foram consideradas para a saída de emergência e que darão maior capacidade para a saída normal.

8.4 Deve-se observar no entanto que em uma situação normal os profissionais de mídia que utilizarem as escadas para ir de seu local de assento até a área de mídia localizada no Nível -1 terão que, no Nível 01, sair das duas escadas de 3 metros cada e passar para uma escada de 1,50 metros, o que será um gargalo e poderá provocar desconforto para estes profissionais. O projeto propõem ainda uma escada adicional para os profissionais da mídia, localizada na fachada sul do setor oeste, que vai dar acesso direito para o Mídia centre. Essa escada pode ajudar a aliviar um pouco o possível acúmulo na escada principal da mídia.

Podium

8.5 No caso de uma saída normal será muito mais provável que os espectadores circulem ao redor do estádio, no podium, a fim de buscar o ponto de saída mais próximo de acordo com o modo de transporte que ele irá utilizar. Como já foi apresentado, na época da elaboração desse relatório não foi apresentada informação suficiente para confirmar que o podium possui largura suficiente para atender a demanda prevista. É essencial que a estratégia de transporte, a localização das entradas (catracas) e saídas sejam estudadas em mais detalhe para confirmar que esta área tem condições de atender a demanda prevista.

Page 46: Relatorio sccp111019

43

9 Conclusão 9.1 Este estudo realizou a análise completa de fluxo de multidões do projeto do Estádio

Itaquera para a época da Copa do Mundo.

9.2 Baseado no nível de detalhamento apresentado no projeto, verificou-se que o projeto do estádio atende as recomendações apresentadas pelo Green Guide e pelos padrões locais em relação ao fluxo de multidões. Alguns pequenos ajuste serão necessários porém nenhum deles terá impacto estrutural no projeto e por isso acredita-se que eles possam ser incorporados sem grandes problemas. Se alguma das considerações apresentadas neste relatório não for possível de ser incorporada os resultados apresentados terão que ser reavaliados.

1.1 O tempo de evacuação das áreas de assentos do estádio estão de acordo com os tempos máximos recomendados pelo Green Guide de acordo com o risco de incêndio de cada área.

1.2 Todas as áreas de assentos do público geral e hospitalidade podem sair em menos que 8 minutos. As áreas de assentos da mídia podem sair em menos que 6 minutos e os camarotes em menos que 2,5 minutos.

1.3 O dimensionamento das escadas e gangways também não foram apresentados em detalhe no projeto, porém a análise mostra que na maioria dos casos seu dimensionamento atende ao Green Guide e as normas locais. Nota-se porém que em alguns pontos do estádio como por exemplo em áreas de camarote de hospitalidade os pisos apresentam dimensões irregulares, o que não atende as recomendações do Green Guide. Nota-se porém que estes pontos podem ser resolvidos de maneira relativamente simples, sem que haja alteração estrutural no projeto.

1.4 Nota-se ainda que será necessário prever corrimãos e barreiras em algumas escadas que não estavam apresentados nos desenhos avaliados neste estudo.

1.5 As áreas de circulação também podem ser evacuadas com segurança considerando que elas serão locais ‘relativamente seguros’. A equipe do projeto confirmou que serão adotadas as medidas necessárias para atender as exigências do Corpo de Bombeiro local para permitir que essas áreas sejam ser consideradas como locais ‘relativamente seguros’. É importante que seja discutido e aprovado pelos órgãos de aprovação local quais medidas devem ser adotadas para que estas áreas possam ser consideradas locais ‘relativamente seguros’. Caso os órgãos locais de segurança entendam que estas áreas não podem ser assim consideradas os resultados apresentados neste estudo tem que ser reavaliados.

1.6 Deve-se reforçar ainda que para este estudo as escadas rolantes e elevadores não foram considerados como rota de saída, porém todas as outras escadas foram consideradas como rota em uma situação de emergência. É importante destacar que para que este modelo seja válido é necessário que os órgãos responsáveis pela aprovação confirmem que estas rotas, como estão projetadas, tem condições de atender com segurança os espectadores em uma saída de emergência.

1.7 De acordo com os desenhos apresentado à Steer Davies Gleave, o projeto apresenta uma quantidade de catracas para o público geral acima do recomendado pelo Green Guide e pela equipe da Steer Davies Gleave, não devendo assim ser problema para o acesso de

Page 47: Relatorio sccp111019

44

espectadores ao estádio. Porem é recomendada que a estratégia de acesso e localização e quantidade das catracas seja estudado em mais detalhe na próxima fase do projeto.

1.8 Para a evacuação da área do podium foram considerados dois pontos de entrada e saída para a maioria do público, conforme discutido previamente com o cliente.

1.9 Não foi apresentada informação suficiente para avaliar a área no entorno do estádio ou os acessos principais, incluindo as localização e quantidade dos Mag&Bags. É muito importante que isto seja estudado na próxima fase do projeto e junto com as equipes responsáveis pela segurança mais próximo ao evento. Os portões de saída ao lados destes equipamentos ainda não foram definidos e também devem ser discutidos com os responsáveis mais próximo ao evento.

Page 48: Relatorio sccp111019

45

10 Considerações finais 10.1 Depois de completo o processo de projeto do estádio, existem algumas considerações

operacionais e de planejamento em relação ao fluxo de multidões e transportes que devem ser estudadas antes do evento.

10.2 A consideração destes fatores provou ser essencial na organização de grandes eventos esportivos para garantir que o evento funcione bem para todos os grupos de espectadores e seja feita a melhor utilização do espaço projetado.

10.3 Estas considerações podem ser divididas em três categorias:

I Planejamento de Multidões;

I Plano de Operação de Transporte para o local do evento; e

I Estratégias operacionais.

Planejamento de Multidões

10.4 É importante que toda a modelagem realizada na etapa de projeto seja refletida na construção final do estádio. Todos os resultados relacionados à segurança, evacuação e conforto devem ser reavaliados de acordo com o projeto construído para garantir que a experiência do espectador não seja afetada.

10.5 A modelagem de fluxo de multidões deve ser reavaliada junto com o projeto das instalações temporárias, especialmente com as áreas comerciais e de marketing nas áreas internas do estádio. A modelagem deve garantir que nenhuma área crítica de circulação e evacuação seja afetada. A modelagem dos fluxos de multidões também pode ser usada para garantir que os espaços de venda sejam colocados no melhor local para atingir seu público alvo.

10.6 As estratégias dos ingressos devem ser desenvolvidas para dar suporte à estratégia de fluxo de multidão e ajudar a direcionar o comportamento dos espectadores. Por exemplo, o desenvolvimento de uma estratégia de codificação dos ingressos por cores pode ser usado para estimular os espectadores a usarem entradas e saídas específicas reduzindo a aglomeração.

10.7 As informações contidas nos ingressos também são uma boa oportunidade de direcionar o comportamento dos espectadores. Informações claras prestadas aos espectadores no momento em que eles compram os ingressos podem ajudar na decisão das pessoas de como ir ao estádio e da melhor maneira de acessá-lo quando chegam.

10.8 Estratégias de sinalização e comunicação visual são essenciais para informar os espectadores como chegar e se movimentar dentro do estádio. Uma sinalização clara e de fácil compreensão e mapas são essenciais para os espectadores, potencialmente de todas as partes do mundo, entenderem como usar o estádio de forma segura. Isso inclui comunicação visual e sinalização das infraestruturas dentro do estádio, mas também na cidade e nos sistemas de transporte.

10.9 A estratégia de sinalização deve ser incorporada em uma estratégia de informação pública maior, utilizando a comunicação escrita e a sinalização em tempo real para se comunicar com os espectadores em toda a cidade.

Page 49: Relatorio sccp111019

46

10.10 Antes da Copa do Mundo é essencial que o estádio seja testado para garantir que o projeto e as estratégias propostas funcionem bem e com segurança. Planejar um programa efetivo de testes, assegurando que todos os sistemas sejam estudados é muito importante. Durante os eventos de teste deve ser realizado um monitoramento, medindo o comportamento e a movimentação da multidão, garantindo que as estratégias de fluxo de multidão estão funcionando.

10.11 É necessário também o estudo e avaliação do processo de controle de segurança e o efeito que ele terá no fluxo de multidões. Um estudo das exigências e infraestruturas deve ser desenvolvido juntamente com as equipes de segurança da FIFA.

10.12 A FIFA exigirá a separação de alguns grupos de usuários. Um estudo detalhado deve ser realizado para estudar a movimentação pelo estádio desses grupos como Mídia e VIP. O layout temporário para cada um desses grupos dentro do estádio deve ser alvo de um estudo detalhado de fluxo de multidões para assegurar que os longos percursos (de tempo e distância) sejam evitados.

10.13 Deve ser desenvolvido um estudo detalhado nas áreas do entorno do estádio, e em locais de tráfego com potencial interação com os espectadores. Conflitos entre pedestres e veículos devem ser evitados, e quando necessário os cruzamentos devem ser estudados através de um modelo detalhado.

10.14 A cidade deve considerar ainda o projeto e planejamento de “Fan Parks” para o período da Copa do Mundo. Estes locais atrairão milhares de espectadores e por isso é essencial para a segurança e diversão da multidão que o planejamento destas áreas utilize modelos de fluxos de multidão durante o projeto.

Plano de Operação de Transporte para o local do evento

10.15 É essencial que sejam desenvolvidos Planos de Operação de Transporte no local do evento e para a cidade. Esse planejamento deve envolver todos os modos de transporte, dando ênfase ao transporte público – a única forma viável de transportar com eficiência um grande número de espectadores.

10.16 A estratégia de transporte deve estar embasada em projeções de demanda detalhadas, que determinem quem utilizará as rotas de acesso, quando e como o acesso e saída se darão. Isso pode ser então utilizado para desenvolver uma estratégia geral para garantir que o sistema de transporte tenha capacidade suficiente para atender os espectadores sem atraso ou congestionamento.

10.17 O envolvimento dos diferentes grupos de operadores de transporte, órgãos públicos e os operadores do estádio é essencial para garantir que seja oferecido um plano de transporte integrado.

10.18 A cidade deve considerar a necessidade de infraestruturas de transporte temporárias para o período da Copa do Mundo. É provável que os ônibus sejam uma parte importante desse transporte temporário, sendo necessário portanto mais ônibus do que a frota existente. Muitas cidades brasileiras enfrentam o mesmo problema, por isso é altamente recomendado que elas desenvolvam estratégias de transportes para determinar o nível de infraestrutura necessário o mais rápido possível.

Page 50: Relatorio sccp111019

47

10.19 A coordenação durante um evento requer a produção de planos individuais de operação e infraestrutura para proporcionar o melhor acesso aos seguintes serviços:

I Park and Ride;

I Park and Walk;

I Operação dos ônibus fretados;

I Operação de ônibus locais;

I Taxi e serviços de vans;

I Acesso e estacionamento de veículos particulares; e

I Estacionamento de bicicletas.

10.20 O Plano de Transportes deve considerar também os diferentes tipos de usuários, desenvolvendo estratégias específicas para VIPs, hospitalidade, equipes de mídia, etc., para garantir que as necessidades específicas de cada grupo sejam atendidas. O sistema de transporte oferecido para esses grupos podem ter um impacto significativo na reputação internacional do evento.

10.21 O grupo de mídia tem uma série de características que devem ser consideradas, como a exigência de uma grande área externa para o “Broadcast” e a necessidade de ir para o estádio em dias que não há jogos. Atender as exigências da mídia é um dos mais importantes elementos do plano de transporte.

10.22 Também deve ser considerado a localização e operação dos Fan Parks. Eles representarão desafios ao transporte das cidades, sua localização e tamanho devem ser cuidadosamente avaliados e integrados a estratégia de transportes da cidade.

10.23 Se os Planos de Operação de Transportes não proporcionarem uma coesão entre os diferentes elementos, existe o risco que um ou mais elementos operacionais tenham algum impacto adverso em outros elementos do sistema. Por exemplo, os passageiros dos ônibus fretados podem bloquear/atrapalhar a circulação dos veículos do Park & Ride.

10.24 Se alguma coisa mudar ou não acontecer de acordo com o planejado (como inevitavelmente acontecerá) na hora do evento, a coesão proporcionada pelos Planos de Operação de Transportes facilitará a resposta coordenada e integrada, assegurando que todos os elementos do sistema continuem funcionando bem.

Estratégias Operacionais

10.25 Para atender a Copa do Mundo, é essencial que a cidade e os operadores do estádio desenvolvam um Plano de Operações abrangente e detalhado. Este Plano deve incluir informação de como gerenciar todos os aspectos do estádio e sua área de entorno tanto para os dias de evento como para os dias normais.

10.26 O Plano de Operações deve considerar todos os potenciais cenários de incertezas que podem alterar a forma de operação do estádio. Isso pode incluir falha de transportes, cenário de evacuação, e efeitos de condições climáticas desfavoráveis, entre outros fatores.

Page 51: Relatorio sccp111019

48

10.27 O Plano de Operação deve incluir temas como:

Segurança / ‘Stewarding’

10.28 Um elemento chave do plano operacional deve ser um plano detalhado de como os stewards devem agir para controlar os fluxos e melhorar a experiências dos espectadores. Este plano deve incluir um treinamento completo para garantir que eles tenham as habilidades necessárias para garantir o mais alto nível de serviço para os espectadores.

10.29 A localização de toda a equipe de apoio durante todo o evento deve ser cuidadosamente mapeada, incluindo os locais onde eles deverão fechar as ruas para permitir o acesso dos espectadores. O fechamento das vias deve ser considerado em relação aos efeitos no tráfego de veículos e a sinalização necessária para essa operação.

10.30 Uma estratégia detalhada de segurança deve ser desenvolvida, detalhando cada zona de segurança e como ela vai operar. Isso inclui também ‘circuito interno de segurança’, infraestrutura e operação de revista de veículos que estacionarão próximo ao estádio.

Comunicação

10.31 Uma das mais importantes considerações operacionais é o desenvolvimento de estratégia de comunicação. Isto irá assegurar que todos os grupos, incluindo stewards, operadores de transportes e a polícia tenham uma estrutura de comunicação eficiente durante a operação do evento. Devem ser detalhadas linhas essenciais de comunicação que devem ser fornecidas. A especificação de qual tecnologia será utilizada (centro de controle, etc) também é necessária.

Serviços dentro do estádio

10.32 Para uma operação eficiente, o estádio deve ter um sistema de coleta de lixo e abastecimento bem detalhado, para garantir que todos os produtos possam ser efetivamente entregues no estádio para o evento da Copa do Mundo.

Page 52: Relatorio sccp111019

P:\Projects\223\9\19\01\Work\Word\Relatorio SCCP)111019.doc

Folha de controle

FOLHA DE CONTROLE

Nome do projeto/proposta COPA DO MUNDO FIFA Estádio de Itaquera

Título do documento Modelagem do Fluxo de Multidões

Referência do cliente/ Nº do projeto

Nº projeto/proposta SDG 22391901

HISTÓRICO DE ENVIO

Revisão Data Detalhes

19.10.11

REVISÃO

Gerado por Steer Davies Gleave

Outros colaboradores

Revisado por Impresso Mike Nicholson

Assinatura

DISTRIBUIÇÃO

Cliente: Construtora Norberto Odebrecht

Steer Davies Gleave: