relatório final hosp. nª sª da luz

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA NÚCLEO DE PRÁTICA EM PSICOLOGIA RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE DO CURSO DE PSICOLOGIA CAMPO: SAÚDE – HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LUZ ACOLHIMENTO INDIVIDUAL E GRUPO DE EXPRESSÃO Autores: Adriane Iasino Jamilah Jayme Mayara Gomes Supervisora: Nancy Greca Carneiro

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Page 1: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

NÚCLEO DE PRÁTICA EM PSICOLOGIA

RELATÓRIO FINAL DO

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE DO CURSO DE PSICOLOGIA

CAMPO: SAÚDE – HOSPITAL NOSSA SENHORA DA LUZ

ACOLHIMENTO INDIVIDUAL E GRUPO DE EXPRESSÃO

Autores: Adriane Iasino Jamilah Jayme

Mayara Gomes

Supervisora: Nancy Greca Carneiro

CURITIBA

2009

Page 2: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

REITOR

Clemente Ivo Juliato

VICE-REITOR

João Oleynik

PRÓ-REITOR ACADÊMICO

Robert Carlisle Burnett

DECANO DO CCBS

Alberto Accioly Veiga

DIRETORA DO CURSO DE PSICOLOGIA

Regina Celina Cruz

DIRETORA ADJUNTA DO CURSO DE PSICOLOGIA

Mari Ângela Calderari Oliveira

COORDENADORA DOS ESTÁGIOS PROFISSIONALIZANTES

Elizabeth Carvalho da Veiga

IASINO, Adriane; GOMES, Mayara; JAYME, Jamilah. Relatório final de estágio

profissionalizante supervisionado na área de Saúde. Curitiba: Pontifícia Universidade

Católica do Paraná, 2009.

Page 3: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

ADRIANE IASINO

JAMILAH JAYME

MAYARA GOMES

ACOLHIMENTO INDIVIDUAL E GRUPO DE EXPRESSÃO

CURITIBA

2009

Relatório final do Estágio Profissionalizante apresentado ao Curso de Psicologia, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Psicólogo.

Supervisora: Profª. Nancy Greca Carneiro

Page 4: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

AUTORIZAMOS A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRONICO, PARA FINS DE

ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Gomes, Mayara; Iasino, Adriane; Jayme, Jamilah

Acolhimento Individual e Grupo de Expressão / Gomes, Mayara; Iasino, Adriane;

Jayme, Jamilah; orientadora: Nancy Greca Carneiro, Curitiba, 2009.

Relatório Final do Estagio Profissionalizante (Curso de Psicologia) – Pontifícia Universidade

Católica do Paraná.

1. Psicanálise 2. Saúde Mental 3. Grupo de Expressão

Page 5: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

EQUIPE TÉCNICA

SIMONE ZENI DE LAZZARI

Gerente de Serviços Assistenciais

Hospital Nossa Senhora da Luz

VILSO JOSÉ DA SILVA AMORA

Gestor Assistencial da Unidade Feminina

Hospital Nossa Senhora da Luz

GABRIELA ZASATZKI SILVEIRA

Psicóloga Unidade Feminina

Hospital Nossa Senhora da Luz

PIERRY CÉSAR FALAVINHA

Psicólogo Unidade Masculina

Hospital Nossa Senhora da Luz

NANCY GRECA DE OLIVEIRA CARNEIRO

Supervisora do Estágio Profissionalizante

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

ADRIANE IASINO

MAYARA GOMES DA SILVA

JAMILAH NARAH WISCHRAL JAYME

Estagiárias do 5º ano de Psicologia

Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Page 6: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

FOLHA DE APROVAÇÃO

Adriane Iasino; Jamilah Jayme; Mayara Gomes.

Acolhimento Individual e Grupo de Expressão

APROVADO EM: _____/_____/_______

___________________________________________ Professora Nancy Greca de Oliveira Carneiro

Relatório final do Estágio Profissionalizante apresentado ao Curso de Psicologia, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de Psicólogo.Área de concentração: Saúde.

Page 7: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos que nos ajudaram

na elaboração deste trabalho, em especial à

nossa Supervisora Prof. Nancy Greca de

Oliveira Carneiro, ao Hospital Nossa Senhora

da Luz, a Simone Zeni de Lazzari Gerente de

Serviços Assistenciais e a toda equipe técnica,

que possibilitaram a realização deste trabalho.

Page 8: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

APRESENTAÇÃO

Este documento apresenta os resultados da experiência de um grupo de

estagiárias do quinto ano do curso de psicologia dentro do Hospital Nossa Senhora

da Luz, nas Unidades Masculina e Feminina de internamento em Saúde Mental,

onde o projeto foi implantado. As atividades que foram realizadas são: Acolhimento

Individual e o Grupo de Expressão. Ao final da descrição das atividades serão

apresentados os resultados obtidos, demonstrando uma análise qualitativa e

quantitativa de todo o processo realizado no período de agosto de 2008 a junho de

2009. Sendo assim neste relatório está discriminado o desenvolvimentos dos dois

projetos implantados, os mesmos estão descritos individualmente, contendo: o plano

de ação, desenvolvimento das atividades e analise dos dados. Ao final deste

documento encontra-se uma conclusão referente as atividades desenvolvidas, e

toda a referencia bibliográfica utilizada para o desenvolvimento e a construção deste

relatório.

Page 9: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................9

2. DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS..............................................................12

2.1. PROJETO I – ACOLHIMENTO INDIVIDUAL......................................................12

2.1.1. Plano de Ação do Projeto I – Metodologia...................................................12

2.1.1.1. Clientela.........................................................................................................12

2.1.1.2. Objetivo Geral................................................................................................12

2.1.1.3. Objetivos Específicos....................................................................................12

2.1.1.4. Estrutura do programa ..................................................................................12

2.1.2. Desenvolvimento das Atividades do Projeto I.............................................14

2.1.3. Resultados e Discussão do Projeto I...........................................................15

2.2. PROJETO II – GRUPO DE EXPRESSÃO..........................................................19

2.2.1. Plano de Ação do Projeto II – Metodologia..................................................19

2.2.1.1. Clientela.........................................................................................................19

2.2.1.2. Objetivo Geral................................................................................................19

2.2.1.3. Objetivos Específicos....................................................................................19

2.2.1.4. Estrutura do programa...................................................................................19

2.2.2. Desenvolvimento das Atividades do Projeto II............................................21

2.2.3. Resultados e Discussão do Projeto II..........................................................22

3. CONCLUSÃO........................................................................................................25

4. SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES...................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................27

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................................27

APÊNDICE.................................................................................................................30

Page 10: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

ASSINATURAS

_____________________________________

NANCY GRECA DE OLIVEIRA CARNEIRO

Supervisora do Estágio Profissionalizante

_____________________________________

ADRIANE IASINO

Estagiária: 5º ano de Psicologia

_____________________________________

MAYARA GOMES DA SILVA

Estagiária: 5º ano de Psicologia

_____________________________________

JAMILAH NARAH WISCHRAL JAYME

Estagiária: 5º ano de Psicologia

19 de Junho de 2009

Page 11: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da vida, somos muitos os que enfrentamos sofrimentos psíquicos.

Alguns de nós, porém, desenvolvem transtornos mais severos em decorrência de

uma desorganização psíquica mais intensa: são os chamados portadores de

transtornos mentais. Numa sociedade que tende a excluir os diferentes, foi

necessário criar uma Lei que possibilitasse a inserção social destes portadores de

transtornos mentais. Não se trata apenas de um ato humanitário e solidário, pois

todos seremos beneficiados com uma sociedade que inclua os diferentes. A

internação psiquiátrica prolongada só tende a cronificar uma crise passageira, a

estigmatizar e a excluir do convívio social pessoas que, como nós, têm um potencial

para criar, produzir e se realizar na vida e que também buscam a felicidade. O

sofrimento psíquico deve ser assistido em serviços de saúde que não excluam as

pessoas do convívio social, como as Unidades Básicas de Saúde, os Centros de

Atenção Psicossocial (Caps), os Centros de Convivência. Apenas excepcionalmente

e por pouco tempo, em casos de crise severa, as pessoas devem ser internadas em

Hospitais de Saúde Mental, ou quando não houver esses serviços na região, em

hospitais gerais (que disponham de leitos e enfermarias psiquiátricas), onde são

atendidos os que sofrem de qualquer tipo de enfermidade.

A Lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001, também conhecida como Lei da

Reforma Psiquiátrica instituiu um novo modelo de tratamento aos transtornos

mentais no Brasil, propondo a regulamentação dos direitos da pessoa com

transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. A Lei Federal

10.216 redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de

tratamento em serviços de base comunitária, dispondo sobre a proteção e os direitos

das pessoas com transtornos mentais.

Atualmente decorrente da Reforma Psiquiátrica, as Instituições de Saúde

Mental apresentam objetivos ligados a inclusão do paciente em seu convívio social,

enfatizando a importância de processos ligados a manutenção dos laços sociais do

portador de transtorno mental, prevenindo a exclusão social destes pacientes. Cabe

citar que a família também faz parte deste processo sendo responsabilizada pelo

tratamento e manutenção do mesmo.

Page 12: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Segundo Assad et al (2002), apesar da sensível diminuição de leitos e do

avanço na consolidação das redes substitutivas: CAPS (Centro de Apoio Psico

Social), NAPS (Núcleo de Apoio Psico-Social), hospitais-dia, moradias assistidas e

outros serviços, a assistência psiquiátrica no Brasil ainda possui a marcante

hegemonia do hospital psiquiátrico enquanto único recurso terapêutico,

principalmente, em alguns estados da federação, onde praticamente inexistem

alternativas de internação psiquiátrica.

Essas Instituições (redes substitutivas) servem de controle para os

comportamentos não usuais apresentados pelo paciente, e por vezes, a última

solução para os familiares que não sabem mais como lidar com o portador de

transtorno mental.

Sabe-se hoje que com a substituição gradual dos Hospitais Psiquiátricos, pela

implantação sistemática de uma rede de atenção substitutiva, há metas em relação

ao tempo de permanência do paciente no internamento, enfatizando a retirada do

paciente que está em crise como forma de controlar e estabilizar os sintomas, em

períodos breves e de clínica limitada. Em internamentos breves, corre-se o risco de

uma abordagem embasada no modelo médico e no conseqüente enfoque na

eliminação de sintomas e no tratamento medicamentoso.

Com a Lei da Reforma Psiquiátrica, enfatizou-se no interior das instituições de

Saúde Mental, programas relacionados a atenção psicossocial, por meio da ação

multiprofissional criando a reinserção do portador de transtornos mentais O projeto

psicossocial, porém está voltado para o indivíduo como ser social, correndo o risco

de, ao se privilegiar a questão da cidadania e da reinserção social deste sujeito, não

considerar o tratamento em seu viés clínico.

Evidentemente que os serviços de atendimento hospitalar oferecidos por uma

equipe multidisciplinar são de fundamental importância; entretanto, uma abordagem

que se paute somente na reabilitação poderá levar a impasses que vão na direção

contrária ao que pretende o próprio fundamento da política da reabilitação, ou seja,

levá-lo a dependência das novas formas de acolhimento destes pacientes a casas

de abrigo, centro de atenção psicossocial, hospital-dia e outros.

O diferencial que a inserção da psicanálise traz ao movimento da reforma é a

luta por um espaço onde se possa dar vez e voz a uma clínica do sujeito, este

concebido como um ser da fala, da subjetivação.

Page 13: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Os serviços desenvolvidos no Hospital Nossa Senhora da Luz por este

estágio tiveram uma contribuição da abordagem psicanalítica. E foram planejados

segundo as necessidades da Direção e dos técnicos locais.

Este trabalho foi realizado em quatro momentos distintos: primeiramente foi

realizada a leitura da demanda institucional, por meio de reuniões e observações

participativas; num segundo momento foram planejadas as atividades a serem

executadas; posteriormente, o projeto foi implantado; e ao final foi realizado a

análise dos resultados obtidos e a elaboração do Relatório Final.

A elaboração das atividades implantadas foram desenvolvidas de acordo com

os momentos experienciados pelo que os pacientes passam dentro das Unidades de

Internamento, realizado em torno de três tempos: a chegada e adaptação do

paciente no ambiente hospitalar; a permanência deste paciente, onde há

participação do mesmo nas atividades terapêuticas; e o tempo que antecede a alta

onde o paciente é preparado para a inserção social.

Sendo assim, foram desenvolvidas duas atividades, uma focada no momento

da chegada do paciente (Acolhimento Individual) objetivando orientar este paciente

dentro do ambiente hospitalar, e outra atividade focada no momento de permanência

dos pacientes, ou seja, a interação dos mesmos nas atividades terapêuticas (Grupos

de Expressão), propondo atividades semanais possibilitando uma forma de

expressão individual e coletiva.

Page 14: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

2. DESENVOLVIMENTO DOS PROJETOS

2.1. PROJETO I – ACOLHIMENTO INDIVIDUAL

2.1.1. Plano de Ação do Projeto I - Metodologia

2.1.1.1. Clientela

Os pacientes portadores de Transtorno Mental recém chegados a Unidade

Masculina e / ou Feminina do Hospital Nossa Senhora da Luz.

2.1.1.2. Objetivo Geral

Propiciar aos pacientes recém chegados ao Hospital Nossa Senhora da Luz

um espaço de acolhida individualizada.

2.1.1.3. Objetivos Específicos

Verificar com Psicólogo responsável pela Unidade as condições do paciente;

Investigar o histórico familiar do paciente;

Analisar dados relevantes da anamnese psiquiátrica;

Acolher os pacientes recém-chegados ao Hospital Nossa Senhora da Luz;

Contribuir para a aderência do paciente em relação ao tratamento;

2.1.1.4. Estrutura do Programa

O programa será realizado em três etapas: etapa de diagnóstico, etapa de

intervenção e etapa de avaliação. Totalizando 11 meses, nos quais serão inclusos a

análise de dados locais, apresentação do projeto aos responsáveis pela instituição,

realização da intervenção proposta e por fim a avaliação do programa. Os

procedimentos descritos aqui poderão sofrer alteração de acordo com necessidades

específicas.

Page 15: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Etapa de Diagnóstico

Objetivo (1): Verificar com Psicólogo responsável pela Unidade as condições do

paciente;

Objetivo (2): Investigar o histórico familiar do paciente;

Objetivo (3): Analisar dados relevantes da anamnese psiquiátrica;

Atividade: Técnica de Entrevista

Procedimentos: Após a chegada do paciente à Unidade de Internamento, será

realizada a leitura da anamnese psiquiátrica colhendo dados do motivo do

internamento do paciente, quem o internou. Posteriormente a estagiária irá verificar

junto ao Psicólogo responsável pela Unidade qual a condição desse paciente para

fazer a atividade.

Etapa de Intervenção

Objetivo: Acolher os pacientes recém-chegados ao Hospital Nossa Senhora da Luz.

Atividade: Acolhimento Individualizado

Procedimento: Após colher os dados referentes ao internamento do paciente à

Unidade, e verificada a possibilidade de contato com o paciente, será realizado o

acolhimento.

As estagiárias estarão intermediando estas relações, facilitando este processo

de integração, esclarecendo dúvidas, realizando atendimento individualizado,

atendendo as particularidades de cada paciente até a sua integração ao meio seja

concluída.

Etapa de Avaliação

Objetivo: Avaliar a aderência do paciente em relação ao tratamento;

Atividade: Observação Participante

Procedimento: Após a etapa de acolhimento, o paciente será acompanhado

semanalmente pela mesma estagiária que realizou o acolhimento, para verificar a

integração à Unidade de Internamento e sua participação nas atividades.

Page 16: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

2.1.2. Desenvolvimento das Atividades do Projeto I

Este projeto é uma continuidade do programa desenvolvido pelas estagiárias

de psicologia do ano anterior. O mesmo foi implantado devido às necessidades

institucionais, sofrendo algumas modificações no decorrer do estágio.

O objetivo geral do Projeto de Acolhimento individual era de propiciar aos

pacientes recém chegados às Unidades de Internamento um espaço de acolhida

individualizada, e para que este objetivo fosse alcançando, as estagiárias

prosseguiam como está descrito no plano de ação: verificando com o Psicólogo

responsável as condições do paciente, obtendo informações contidas no prontuário,

e após a acolhida, verificando a aderência do paciente com relação ao tratamento.

Após a implantação do projeto alguns procedimentos foram modificados para

uma melhor execução do programa. Estas modificação acabaram por mudar

também alguns dos objetivos do plano de ação. Segue abaixo algumas das

alterações realizadas.

Na etapa de diagnóstico foram realizadas as seguintes modificações: a

seleção dos pacientes a serem acolhidos e suas condições atuais, passou a ser

realizada através da leitura do Livro de Ocorrência de cada unidade. Pois nem

sempre o psicólogo local estava disponível para fornecer tais informações às

estagiárias. Neste Livro de Ocorrência eram colhidos os seguintes dados: nome

completo do paciente, idade, dia de chegada na instituição e situação atual do

mesmo. A leitura do prontuário passou a ser realizada após o atendimento, como um

instrumento a mais na comparação dos dados levantados durante o acolhimento. E

não antes do contato com o paciente, pois se assim fosse, influenciaria na visão

clínica das estagiárias.

Na etapa de Intervenção houveram algumas mudanças devido a dinâmica

institucional, primeiramente a entrevista tornou-se semi-estruturada, com a finalidade

de colher dados que informem a equipe técnica sobre a situação do paciente, bem

como para possibilitar uma melhor compilação de dados. Sendo assim, durante o

acolhimento individual, o paciente era informado sobre as orientações gerais ligadas

ao internamento, e eram colhidos dados como: identificação do paciente, opinião

sobre o atendimento inicial dentro da unidade, a situação que o paciente se

encontra, qual o motivo do internamento, sintomas apresentados e principais

Page 17: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

queixas. Posteriormente era verificada a necessidade deste paciente passar por um

profissional especializado, e realizado o encaminhamento para o mesmo. Para

facilitar este processo, foi criado o Roteiro de Acolhimento (segue apêndice),

facilitando a compilação de dados e sistematizando este procedimento inicial.

Por fim, na etapa de avaliação foi realizado o levantamento dos dados

registrados durante os atendimentos, avaliando assim se o acolhimento foi eficaz,

quais os sintomas apresentados e o discurso apresentado por estes pacientes.

2.1.3. Resultados e Discussão do Projeto I

Analisados os dados obtidos, observou-se que o projeto de acolhimento nas

Unidades de Internamento atingiu o objetivo geral que era a realização de um

acolhimento individualizado, e foi possível a partir do espaço físico que a instituição

nos disponibilizou, além da colaboração da equipe técnica, assim os acolhimentos

realizados foram feitos na expectativa de atender o maior número de pacientes

possíveis, onde Zenoni citado por Mariz (2008) nos aponta para duas funções

presentes na Instituição:

“A função de acolhimento do sujeito psicótico e a função terapêutica, ressaltando que é a partir do primeiro movimento, o da acolhida, que se torna possível a construção de uma demanda de atendimento terapêutico. Esse estudioso procura, assim, desconstruir a polaridade entre práticas distintas: a da instituição e a do analista. A primeira atua com vistas à redução dos sintomas, para pensar a saúde do indivíduo levando em conta uma estrutura coletiva de resposta, enquanto a segunda funciona no sentido de oferecer sua “escuta radical” visando a raiz da demanda que comporta a angústia e o mal-estar.” (Zenoni citado por Mariz, p. 3, 2008)

Nesta perspectiva foi oferecido ao paciente recém internado o espaço de

acolhimento orientado pelo dispositivo psicanalítico, onde Monteiro e Queiroz (2006)

afirmam que:

“A experiência institucional com psicóticos possibilita ao analista confrontar-se com uma atuação que requer uma abordagem diferenciada daquela habitualmente adotada no âmbito do consultório privado. No entanto, defendemos a perspectiva de que é possível, sim, estabelecer uma “clínica do sujeito” quando nos referimos ao tratamento psicanalítico aplicado às psicoses.” (Monteiro e Queiroz, p. 113, 2006)

Por fim, foi a partir destes pressupostos teóricos que realizamos os

acolhimentos, que aconteceram em dois momentos, no ano de 2008 foi realizado na

Page 18: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Unidade Feminina e no ano de 2009 nas Unidades Feminina e Masculina de

internamento. No período de 01/10/2008 a 05/12/2008 foram realizados um total de

67 acolhimentos, sem a utilização do roteiro de acolhimento, e no período de

03/02/2009 a 14/05/2009 foram acolhidos 48 pacientes, com a utilização do roteiro

de acolhimento. A partir de uma análise quantitativa, os dados somados de 2009

serão expostos nos gráficos a seguir:

Quantidade de dias que o paciente está na Unidade de Internamento

Gráfico 1

Profissional que fez o primeiro atendimento

Gráfico 2

Page 19: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Situação do paciente acolhido

Gráfico 3

Internamento

Gráfico 4

Por quantos internamentos já passou

Page 20: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Gráfico 5Estado Mental do paciente acolhido

Gráfico 6

Do que fala o Paciente

Page 21: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Gráfico 7

2.2. PROJETO II – GRUPO DE EXPRESSÃO

2.2.1. Plano de Ação do Projeto II - Metodologia

2.2.1.1. Clientela

Os pacientes portadores de transtornos mentais internados nas Unidades

Feminina e Masculina, de acordo com o parecer da equipe técnica, que tem

condições de participar da atividade.

2.2.1.2. Objetivo Geral

Oferecer ao paciente portador de transtorno mental, internados nas unidades

masculina e feminina, um espaço de expressão individual e ou grupal.

2.2.1.3. Objetivos Específicos

Verificar os pacientes que participarão da atividade.

Page 22: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Permitir a expressão de sentimentos, emoções e vivências singulares dos

pacientes;

Propiciar a exposição e discussão do significado dos trabalhos realizados;

Acompanhar as produções individuais ao longo das atividades desenvolvidas

pelo grupo visando à evolução do paciente.

2.2.1.4. Estrutura do Programa

O programa será realizado em três etapas: a etapa de diagnóstico, a etapa de

intervenção e a etapa de avaliação. Durante o período de onze meses, no qual

estarão inclusas: a apresentação do projeto aos responsáveis da Instituição, a

implantação do projeto, e a avaliação.

Etapa de Diagnóstico

Objetivo: Verificar os pacientes que participarão da atividade.

Atividade: Triagem

Procedimento: Será realizada junto com a equipe a triagem dos pacientes que irão

participar da atividade. Realizada a triagem, os participantes serão divididos em

grupos pequenos para melhor manejo das estagiárias durante as atividades.

Etapa de Intervenção

Objetivo (1): Permitir a expressão de sentimentos, emoções e vivências singulares

dos pacientes;

Atividade: Expressão

Procedimento: As atividades realizadas com os paciente serão planejadas

anteriormente no local disponibilizado pela Instituição. Serão realizadas atividades

ligadas à arte como: a pintura, desenho, artesanato, para que os pacientes possam

exteriorizar os seus sentimentos e vivências de maneira concreta, materializada.

Através da arte os pacientes irão projetar seus conflitos internos em forma

visual, possibilitando a visualização dessas experiências internas podendo articular

verbalmente qual o significado, quais os sentimentos decorrentes desse trabalho

que realizou.

Objetivo (2): Propiciar a exposição e discussão do significado dos trabalhos

realizados;

Page 23: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Procedimento: No segundo momento da atividade será aberto um espaço de

exposição dos trabalhos dos pacientes para que possa discutir as emoções, o

significado deste trabalho.

Etapa de Avaliação

Objetivo: Acompanhar as produções individuais ao longo das atividades

desenvolvidas pelo grupo visando à evolução do paciente.

Atividade: Avaliação do programa

Procedimento: Ao longo das atividades desenvolvidas na oficina de expressão, os

trabalhos produzidos serão analisados juntamente com a evolução de cada

paciente, verificando assim a eficácia do programa do projeto.

2.2.2. Desenvolvimento das Atividades do Projeto II

Este projeto tem como principal finalidade oferecer aos pacientes portadores

de transtornos mentais um espaço de expressão individual e ou grupal, esta

atividade era realizada nas salas disponíveis dentro das unidades de internamento.

Neste espaço eram fornecidos aos pacientes materiais para produção artistica, de

forma que esta produção pudesse ser traduzida como uma forma de expressão dos

seus sentimentos e emoções trazidos por cada paciente no momento da realização

do grupo.

Após a implantação do plano de ação, alguns procedimentos foram

modificados, facilitando a aderência junto a dinâmica institucional . Segue abaixo

algumas das alterações realizadas.

Na etapa de diagnóstico, a priori a finalidade era de realizar uma triagem dos

pacientes que iriam participar do grupo, mas na prática esta triagem não gerou

muitos resultados, este fato fez com que as estagiárias estabelecessem o critério de

grupo aberto a quem quisesse participar.

Page 24: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

Na etapa de intervenção a finalidade era que possibilitar aos pacientes um

espaço para a produção de atividades artísticas, como forma de expressão das

emoções e sentimentos, fornecendo assim um meio terapêutico onde a palavra do

paciente não seria o enfoque principal, mas sim a projeção do mesmo através da

arte.

Os trabalhos eram realizados com os seguintes materiais: argila, pintura,

desenhos e colagem. No término da atividade era proposto ao grupo para expor os

trabalhos realizados e comentar sobre ele, para a intervenção das estagiárias. Esta

última etapa teve que ser alterada, pois em todos os grupos nunca foi possível de

realizar um fechamento da atividade. Como eram grupos abertos, e a expressão era

o objetivo principal, os pacientes entravam no momento da chamada, e saíam assim

que se sentissem a vontade, com um prazo limite para o término da atividade.

Na etapa de avaliação havia a meta de se analisar os trabalhos produzidos

juntamente com a evolução de cada paciente, sendo assim criou-se uma pasta /

arquivo com os materiais dos pacientes que participavam do grupo, e juntamente

com a produção dos pacientes, era descrito numa ficha a evolução do mesmo, e a

percepção da estagiária que o acompanhou, descrevendo data e horário da

atividade realizada. O material produzido pelo paciente poderá ser levado pelo

mesmo no momento da alta. A análise dos dados será realizada com as anotações

das estagiárias na ficha individual de cada interno.

2.2.3. Resultados e Discussão do Projeto II

O objetivo principal desta atividade consistia em proporcionar aos pacientes

portadores de transtornos mentais um espaço de expressão individual e coletiva. O

referente projeto teve como preceitos os da abordagem psicanalítica, que vieram a

contribuir para a análise dos dados coletados. Com o decorrer do estágio, pode-se

afirmar que este objetivo foi alcançado, e que esta atividade foi de grande valia para

o tratamento dos pacientes, visto que segundo ASSAD (2005, p. 116):

“A arte é parceira no tratamento da psicose. Trata-se de uma importante ferramenta clínica. Tomamo-la não como fim, mas, sobretudo, como meio de acesso às produções do inconsciente, ou seja, a meta não é a confecção de objetos artísticos e, sim, tem uma porta de entrada para o acompanhamento das manifestações do inconsciente. Estes espaços nos oferecem a possibilidade de fazer emergir o cerne das questões causadoras de sofrimento. Uma linha, um traço, a escolha de uma cor, o tipo de material utilizado para a confecção do objeto (massa de modelar, argila, tinta, tecido, recorte, etc.) dizem muito sobre o sofrimento, todavia é um tipo de comunicação que quase sempre está despossuída de palavras, quase como

Page 25: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

uma atuação. Nela o sujeito atua na perspectiva de viabilizar um devido contorno ao gozo que o invade e o ameaça de despedaçamento.”

A atividade atendeu à demanda Institucional, visto que, a maioria dos

pacientes participou mais de uma vez, aderindo ao espaço e a atividade proposta.

Esta adesão se revelou nos fragmentos dos discursos:

"Eu fico esperando os dias que vocês vêm fazer o grupo, pra mim é o melhor

momento do internamento"

“Eu gosto do Grupo de Expressão porque não sou obrigada a fazer o que eu

não gosto, e posso sair a hora que eu quero!"

As formas habituais da comunicação de sujeitos em sofrimento mental grave

encontram-se na maior parte dos casos comprometidas ou mesmo impedidas de se

processar, pela presença de fenômenos psicopatológicos. A oferta de espaços não-

verbais pode representar, então, a possibilidade das vivências singulares se

expressarem.

“é necessário que a pessoa que pinta venha a falar. Se a pintura é utilizada, diz ele, é precisamente porque o doente se encontra numa situação de não poder falar, seja devido à inibição neurótica ou a fechamento esquizofrênico.” (WIART, 1980 apud SILVEIRA, 1992, p. 84)

"Eu não gosto de falar sobre o que sinto, prefiro desenhar!"

"Há coisas que eu desenho aqui, que eu sinto, que nem o meu psiquiatra

sabe!”

"É bom vir pro grupo, porque há coisa que não consigo falar para a Psicóloga,

e aqui eu posso desenhar no papel"

O grupo alcançou seus fins terapêuticos na medida em que sentimentos em

relação à família, medo, solidão, o momento do internamento, a doença, idéias de

morte, sonhos e desejos, foram exteriorizados pelos pacientes, através de suas

produções.

“a palavra não é o único meio de comunicação, nem a única maneira de trazer a consciência conteúdos afundados no inconsciente.” (SILVEIRA, 1992, p. 84)

O Grupo de Expressão foi realizado no período de 01/10/2008 a 14/05/2009

nas duas Unidades de Internamento. Com base na análise quantitativa verificou-se

que participaram desta atividade um total de 180 pacientes, sendo que destes 69

foram da Unidade Masculina e 111 da Unidade Feminina (Gráfico 8). Neste período

foram produzidos um montante de 576 criações artísticas (pintura, trabalho em

Page 26: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

argila, dobraduras, cartas, poesias, músicas, desenhos e colagem), destas, 264

foram da Unidade Masculina e 312 da Unidade Feminina. (Gráfico 9).

Pacientes que participaram da atividade

Gráfico 8

Produções realizadas

Gráfico 9

Os objetivos do grupo de expressão foram alcançados, na medida em que,

atendeu de forma visível a demanda Institucional, manifesta na adesão dos

Page 27: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

pacientes à atividade proposta. Da mesma forma, a oferta de espaços de expressão

não verbal na Instituição de saúde mental contribuiu como um meio na condução do

projeto terapêutico do paciente com Transtorno Mental grave ao propiciar ao

paciente um espaço para falar, onde as palavras faltam.

3. CONCLUSÃO

Este estágio profissionalizante, em Psicologia na área da Saúde Mental,

permitiu a prática de uma clínica das psicoses, a reflexão frente ao modelo médico

de atendimento e um possível lugar para o psicanalista neste modelo. Os resultados

deste percurso oportunizaram a construção de uma análise de dados concisa, e

baseada no discurso dos pacientes atendidos, este atendimento foi norteado pelo

dispositivo analítico.

Desenvolver este trabalho dentro de uma instituição de tratamento integral foi

um desafio para as estagiárias. A percepção das mesmas é de que as mudanças

ocorridas, desde o primeiro dia de estágio até seu encerramento, foram de grande

importância para o desenvolvimento e crescimento profissional das alunas, pois no

início esta área de atuação era de certa forma desconhecida pelas mesmas, e

Page 28: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

percebe-se, após este processo, um avanço, tanto na atitude profissional das

estagiárias, quanto na segurança de estar atuando nesta área.

O trabalho realizado dentro de uma instituição de saúde mental requer não

apenas conhecimento acadêmico, mas também conhecimento de si mesmo, das

próprias limitações, dos próprios medos, das certezas e incertezas, das crenças

individuais, requer consciência a cerca dos próprios erros e acertos, pois só desta

forma, tomando conhecimento do nosso próprio mundo que poderemos entrar no

mundo do outro, sobretudo sem preconceitos e ideais sociais. Acredita-se que este

tenha sido a maior dificuldade encontrada durante a realização deste estágio, porém

foi apenas mais um obstáculo superado.

Por intermédio de todas as permanências realizadas, das supervisões

semanais e do acompanhamento dos responsáveis locais foi possível o uso do

dispositivo analítico da escuta para uma clínica das psicoses.

O estudo da teoria psicanalítica e sua aplicação viabilizaram um entendimento

mais amplo de uma clinica do sujeito, o que foi de grande valia no processo da

formação das estagiárias como psicólogas.

4. SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Esta experiência trouxe grande contribuição para o desenvolvimento

profissional das estagiárias. Sendo assim, é gratificante também poder contribuir

para a instituição colocando algumas recomendações e sugestões para a melhoria

dos serviços ofertados. Segue abaixo descrição:

Dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelas estagiárias no processo de

Acolhimento Individualizado e ao Grupo de Expressão;

A fim de que se possa preservar a integridade dos pacientes, sugerimos que a

hora do banho e higiene pessoal seja realizada pela enfermagem feminina na

Unidade Feminina e a enfermagem masculina na Unidade Masculina.

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Seria importante também ressaltar aqui a necessidade de se realizar com a

enfermagem um treinamento de enfermagem psiquiátrica, a fim de que se possa

dar o melhor atendimento aos pacientes internados.

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Page 33: Relatório Final Hosp. Nª Sª da Luz

APÊNDICE

ROTEIRO DE ACOLHIMENTO INDIVIDUAL

I – IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Data do atendimento: ___/___/___

Nome: ___________________________________________________ Idade: _____

Unidade de Internamento: masculina (___) feminina (___)

Leito: _______ Há quantos dias está no Hospital: 1(___) 2(___) 3(___) mais (___)

Aparência geral: _____________________________________________________.

II – QUANTO AO ATENDIMENTO INICIAL NO HOSPITAL

Já foi atendido (a) por algum profissional: SIM (___) NÃO (___)

Se foi. Por qual Profissional: _____________________.

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Como foi o atendimento

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

III – SITUAÇÃO DO PACIENTE

(___) Perturbado apresentando questões da vida pessoal.

(___) Queixoso / demandando orientação.

(___) Paciente sem contato

(___) Resistente ao tratamento e à intervenções

(___) Outros _________________________________________________________

IV – INTERNAMENTO

(___) Voluntário (___)Involuntário (___)Compulsório

Motivo: _____________________________________________________________

Quem trouxe / internou: ________________________.

(___) 1º internamento (___) 2º internamento (___) 3º internamento (___) mais

______.

Já passou por este hospital: SIM (___) NÃO (___)

V - SINTOMAS APRESENTADOS PELO PACIENTE

(___) Alteração na atividade psicomotora (___) Alteração de humor

(___) Problemas na fala (___) Presença de delírios

(___) Presença de alucinações (___) Falta de orientação (tempo, lugar, pessoa)

(___) Alterações de memória (___) Falta de concentração e atenção

(___) Consciente / orientado (___) Confuso / desorientado

(___) Apresenta discurso desorganizado (___) Com medo __________________

Descrição:___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

V – PRINCIPAIS QUEIXAS

(___) Falta de orientação – informações gerais sobre o hospital e o internamento.

(___) Medicação antecedente ao internamento não é atendida pelos técnicos.

(___) Falta de acompanhamento médico por vários dias.

(___) Maus tratos verbais por parte da equipe médica.

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(___) Maus tratos físicos por parte da equipe médica.

(___) Agressões vindas de outros pacientes (medo).

(___) Não poder permanecer nos leitos durante o dia.

(___) Outros ________________________________________________________

VII – COMPARAÇÃO COM OS DADOS DO PRONTUÁRIO

O discurso apresentado pelo paciente é condizendo com os dados do prontuário:

SIM (___) NÃO (___)

Quais as diferenças encontradas:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

VI – ENCAMINHAMENTO DO SERVIÇO DE ACOLHIMENTO

(___) Clínica médica ou psiquiátrica. (___) Serviço social.

(___) Serviço de enfermagem. (___) Musicoterapia.

(___) Atendimento com a psicologia. (___) Terapia Ocupacional.

Motivo: _____________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Acolhimento realizado pela

Estagiária:______________________________________

Assinatura: ____________________________.