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RELATÓRIO E CONTAS 2008 BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A. Edifício Quartzo - Rua Alexandre Herculano nº 38 - 1269-161 Lisboa – Portugal Capital Social: 70.000.000 euros Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e Pessoa Colectiva nº 501 385 932

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

Edifício Quartzo - Rua Alexandre Herculano nº 38 - 1269-161 Lisboa – Portugal

Capital Social: 70.000.000 euros

Matrícula na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa e Pessoa Colectiva nº 501 385 932

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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ÍNDICE RELATÓRIO DE GESTÃO • Mensagem conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva 3 • Órgãos Sociais e Comissão Executiva 5 • O Novo Modelo de Organização e Gestão 11 • Princípios e Valores do Espírito Santo Investment 12 • Principais Indicadores Financeiros 13 • Organigrama 14 • Rating 15 • Proposta de Aplicação de Resultados 16 • Declaração de Conformidade 16

01. AMBIENTE MACROECONÓMICO 19 • Situação Económica Internacional 19 • Situação Económica na Zona Euro 23 • Situação Económica em Portugal 24 • Situação Económica em Espanha 26 • Situação Económica na Polónia 27 • Situação Económica nos Estados Unidos 28 • Situação Económica no Brasil 29 • Situação Económica em Angola 31

02. ACTIVIDADE E RESULTADOS 32 • Estrutura do Negócio de Banca de Investimento 32 • Clientes – Originação 34 • Clientes Particulares 40 • Mercado de Capitais – Renda Variável 41 • Mercado de Capitais – Renda Fixa 48 • Serviços Financeiros 54 • Assessoria Médias Empresas 60 • Project Finance e Securitização 61 • Acquisition Finance 69 • Private Equity 73

03. RECURSOS HUMANOS 75

04. GESTÃO INTEGRADA DOS RISCOS 77

05. NOTA SOBRE A TURBULÊNCIA 95 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS E NOTAS ÀS CONTAS • Demonstrações Financeira Consolidadas 98 • Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Consolidadas 103

Relatório e Parecer do Conselho Fiscal 182 Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria 184 Relatório da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas 186 Relatório dos Auditores 188

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS E NOTAS ÀS CONTAS • Demonstrações Financeira Individuais 191 • Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Individuais 196

Relatório e Parecer do Conselho Fiscal 265 Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria 267 Relatório Anual sobre a Fiscaização Efectuada 269 Relatório dos Auditores 271

ANEXOS • Participações Accionistas e Obrigacionistas dos Membros de Órgãos de Administração e Fiscalização 274 • Participações de Accionistas 277 • Adopção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) 278

relativas à Transparência da Informação e à valorização dos Activos

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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RELATÓRIO DE GESTÃO

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva

O ano de 2008 decorreu num contexto de forte instabilidade a nível mundial e ficou marcado pela ocorrência de uma das mais graves crises económico-financeiras da história, que afectou no início o sector financeiro mas que rapidamente se estendeu aos restantes sectores da economia.

O Banco Espírito Santo de Investimento não ficou imune a esta conjuntura de excepção. Depois do extraordinário ano de 2007, em que ultrapassámos a fasquia dos EUR 200 milhões de Produto Bancário, o Banco apresentou em 2008 um Produto Bancário de EUR 188,7 milhões, inferior em 6,3% ao verificado no ano anterior, embora o Produto Bancário Comercial tenha apresentando um acréscimo de 5,2% face a 2007 ao atingir EUR 148,3 milhões. O Resultado Operacional / Contribuição Directa atingiu EUR 97,9 milhões em 2008, um decréscimo de 14,5% face a 2007 e o Resultado Líquido, no montante de EUR 47,6 milhões apresentou uma redução de cerca de 34,9% face ao ano anterior, devido ao acréscimo nas imparidades de activos registadas no exercício.

Este desempenho, que consideramos francamente positivo, tendo em conta as dificuldades sentidas nos mercados financeiros durante todo o ano de 2008, resultou da estratégia de desenvolvimento prosseguida pelo Banco nos últimos anos, centrada na consolidação da sua presença em Portugal, Espanha, Brasil e Reino Unido e na expansão selectiva da sua actividade para novos mercados: Polónia, Angola e Estados Unidos.

No plano qualitativo continuámos a ser distinguidos nos diferentes negócios e mercados em que estamos presentes:

• Nas Fusões e Aquisições mantivemos a liderança do mercado nacional, em número de operações e valor e alcançámos a liderança do mercado ibérico em número de operações (rankings Bloomberg);

• Na Corretagem, recuperámos a liderança em Portugal, com uma quota de mercado de 11,7%, e subimos uma posição no ranking das principais corretoras espanholas, alcançando a 5ª posição, com uma quota de mercado de 5,6%;

• No Project Finance e Securitização mantivemos o lugar de destaque a nível global nos sectores de infra-estruturas de transporte e energias renováveis. Fruto dessa actuação, alcançámos a 5ª posição no ranking global de Mandated Lead Arrangers do sector de Energias Renováveis, de acordo com o “Infrastructure Journal” e fomos distinguidos com a atribuição de diversos prémios a operações por nós lideradas: (i) “Americas Infrastructure Deal of the Year 2008”, pela revista Project Finance International e “Latin America Deal of the Year 2008”, pela revista Euromoney, à operação de financiamento da construção da Linha Quatro do Metro de São Paulo; (ii) “North America Transport Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International, à operação de financiamento da concessão rodoviária SH-130 no Texas, Estados Unidos; (iii) “North America PPP Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International, à operação de financiamento da concessão rodoviária A-30, no Canadá; (iv) “North America Project Bond Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International, à operação de financiamento da construção e operação de uma auto-estrada na Virgínia, Estados Unidos;

• No Private Equity fechámos a subscrição do Espírito Santo Infrastructure Fund I (ESIF), alargando o montante captado para EUR 80,7 milhões;

• Nas demais áreas de negócio, continuámos a ter uma actuação destacada, liderando operações de referência nos mercados em que estamos presentes, tais como o IPO da EDP Renováveis, S.A., o maior IPO realizado na Europa durante o ano de 2008 e o financiamento à Iberwind, na aquisição de parte dos activos de geração eólica da Enersis.

• Fomos distinguidos com o prémio de “Best Investment Bank in Portugal” em 2008, pela revista “World Finance”.

Apesar do contexto adverso em que decorreu a nossa actividade em 2008, mantivemos os nossos planos de internacionalização, alargando a presença a geografias onde consideramos existirem condições favoráveis ao desenvolvimento da nossa actividade no médio e longo prazo.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Na Polónia, iniciámos em Julho de 2008 a actividade da nossa Sucursal, com a prestação de serviços de Corretagem, e concluímos no início de 2009 a aquisição da totalidade do capital da Concórdia Espírito Santo Investment (Fusões e Aquisições e Assessoria Financeira).

Nos Estados Unidos, concluímos o processo de abertura da Sucursal de Nova Iorque, tendo a mesma iniciado a sua actividade no dia 31 de Dezembro de 2008, e adquirimos uma participação minoritária no capital da E.S. Financial Services, Inc., corretora do Grupo Banco Espírito Santo, com o objectivo de dinamizar a distribuição de produtos de mercado de capitais, ibéricos e brasileiros, naquele que é o maior mercado de investimento institucional do mundo.

No Reino Unido, desenvolvemos diversas iniciativas no sentido de explorar novas oportunidades de negócio em conjunto com o Evolution Group, Plc, em cujo capital detemos uma participação em torno de 10%.

Em Angola, pretendemos desenvolver e aprofundar a nossa actividade através da constituição de um banco de investimento e de uma corretora, com o propósito de alargar a nossa presença às actividades de Mercado de Capitais, que deverão desenvolver-se com a abertura da Bolsa de Valores de Luanda.

Com estas iniciativas de expansão internacional mantivemos intacta a nossa ambiciosa estratégia de desenvolvimento de médio e longo prazo, sem deixar de ter, naturalmente, em consideração o actual contexto de crise de mercado que se vive desde Agosto de 2007 e que se deverá estender ao ano de 2009.

À semelhança de 2008, o ano de 2009 deverá ser um ano de enormes desafios, pelo que continuaremos a ser muito exigentes na gestão dos recursos existentes nas geografias onde já temos uma posição de mercado consolidada e a ser muito prudentes nos investimentos a realizar nos mercados onde temos uma presença ainda emergente.

Por fim, não queremos deixar de referir a importância do processo de reorganização interna que se encontra em fase de implementação e que tem como principal objectivo dotar o Banco Espírito Santo de Investimento de um modelo de organização e gestão mais adequado à crescente complexidade da sua actividade.

Agradecemos o empenho dos nossos Colaboradores cuja dedicação, sublinhamos, continua a ser exemplar e que de forma incansável têm vivido o objectivo de fazer do seu Banco uma instituição cada vez maior e melhor. Agradecemos também a confiança dos nossos Clientes, em especial aqueles que têm acompanhado o nosso processo de internacionalização e assumimos o compromisso de tudo fazermos para continuar a merecer a preferência dada.

Não podemos finalizar esta mensagem sem destacar o bom relacionamento que mantemos nos diversos países onde estamos presentes com as entidades reguladoras, de supervisão bancária e mercados. Agradecemos também o contributo que o Conselho Fiscal e os nossos Auditores, internos e externos, continuam a dar para ajudar a desenvolver e melhorar os níveis excelência no reporte da informação contabilística e de gestão do Banco.

José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi Ricardo Espírito Santo Silva Salgado

(Vice-Presidente do Conselho de Administração

e Presidente da Comissão Executiva)

(Presidente do Conselho de Administração)

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Órgãos Sociais e Comissão Executiva

ÓRGÃOS SOCIAIS 1

MESA DE ASSEMBLEIA GERAL Presidente Filinto Elísio Monteiro Gomes

Secretário José Miguel Alecrim Duarte

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente Ricardo Espírito Santo Silva Salgado

Vice-Presidentes José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi Francisco Ravara Cary Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde Miguel António Igrejas Horta e Costa

Vogais2 Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires António Espírito Santo Silva Salgado Bernard Marcel Fernand Basecqz Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia Christian Georges Jacques Minzolini Diogo Luís Ramos de Abreu Duarte José Borges Coutinho Espírito Santo Silva Félix Aguirre Cabanyes João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz Mário da Silveira Teixeira Júnior Moses Dodo3 Paulo José Lameiras Martins Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro 1 Os Órgãos Sociais do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Mesa de Assembleia Geral, Conselho de Administração e Conselho Fiscal)

foram eleitos para o quadriénio 2005-2008, por deliberação da Assembleia Geral Anual, realizada no dia 30 de Março de 2005. 2 O Dr. Manuel Magalhães Villas-Boas apresentou a sua renúncia ao cargo de Vogal do Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de

Investimento, S.A. no dia 8 de Maio de 2008, tendo cessado funções no dia 30 de Junho de 2008. 3 O Dr. Moses Dodo foi nomeado Vogal do Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. para completar o mandato

em curso (quadriénio 2005-2008) em 26 de Março de 2008, tendo iniciado funções no dia 25 de Junho de 2008.

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COMISSÃO EXECUTIVA Presidente José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi

Francisco Ravara Cary Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde Miguel António Igrejas Horta e Costa Christian Georges Jacques Minzolini Diogo Luís Ramos de Abreu Félix Aguirre Cabanyes Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz Moses Dodo Paulo José Lameiras Martins Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

Directores Centrais com Assento na Comissão Executiva Frederico dos Reis de Arrochela Alegria José Luís de Saldanha Ferreira Pinto Basto Nigel Keith Purse Pedro Miguel Cordovil Toscano Rico

Secretária da Comissão Executiva Patrícia Salgado Goldschmidt Catanho Menezes

CONSELHO FISCAL Presidente José Manuel Macedo Pereira

Vogais Tito Manuel das Neves Magalhães Basto Mário Paulo Bettencourt de Oliveira

REVISOR OFICIAL DE CONTAS Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, representada pelo Dr. José Maria Rego Ribeiro da Cunha

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DIRECÇÕES

Clientes Pedro Toscano Rico (Portugal) Carolina Ibañez (Espanha) César Ciavolih (BES Investimento do Brasil, S.A.) Paulo Araújo (Reino Unido) Manuel Reis (Angola)

Clientes Particulares Lourenço Vieira de Campos

Serviços Financeiros Leonor Dantas (Portugal) José Miguel Rego (Espanha) Maria Luísa Baroni (BES Investimento do Brasil, S.A.) Alexandre Lopes (Polónia)

Médias Empresas Leonor Dantas

Acquisition Finance Rui Baptista (Portugal, Espanha) Gregg Egen (Reino Unido)

Project Finance e Securitização Nuno Gil / Luís Sousa Santos (Portugal) Lucas Martinez Vuiller (Espanha) Robin Earle (Reino Unido) Alan Fernandes (BES Investimento do Brasil, S.A.) Manuel Reis (Angola)

Mercado de Capitais - Originação Cristina Frazão (Renda Fixa, Portugal e Espanha) Sílvia Costa (Renda Variável, Portugal e Espanha) Miguel Guiomar (Renda Fixa e Renda Variável, Internacional) Márcio Pepino (Renda Fixa e Renda Variável, BES Investimento do Brasil, S.A.)

Renda Fixa Carlos Ferreira Pinto (Portugal e Espanha) Paulo Saba (BES Investimento do Brasil, S.A.)

Tesouraria Carlos Nogueira (Portugal)

Mercado Secundário - Acções João Baptista Pereira (Portugal e Espanha) Rui Marques / Gilberto Pereira de Souza (BES Securities do Brasil, S.A.) Rodrigo Carvalho (Polónia)

Gestão de Activos Fernando Castro Solla (Portugal) Martim Amaral Neto / Afonso Barbosa (BESAF – BES Activos Financeiros, Lda.)

Proprietary Trading – Renda Variável Rui Borges de Sousa (Portugal e Espanha)

Derivados e Arbitragem - Acções Luís Morgado (Espanha) Paulo Saba (BES Investimento do Brasil, S.A.)

Derivados e Arbitragem - Vendas Carlos Ferreira Pinto (Portugal e Espanha) Paulo Saba (BES Investimento do Brasil, S.A.)

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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DEPARTAMENTOS

Compliance José Pinto Basto4

Comunicação e Imagem Pedro Pereira Santos

Contabilidade Pedro Ventaneira Delfina Mendes

Informação e Controlo de Gestão Pedro Ventaneira António Pacheco

Informação Paula Ramalhete

Informática Luis Orozco

Jurídico Patrícia Salgado Goldschmidt

Planeamento e Desenvolvimento Estratégico5 José Pinto Basto

Operações6 Rui de Sousa

Organização e Meios José Gabriel

Recursos Humanos José Gabriel

Risco - Análise de Risco de Crédito Filipa Schubeius

Risco - Controlo de Risco Pedro Ventaneira Luís Pereira 4 A partir de 2 de Janeiro de 2009, o Departamento de Compliance passou a ter como responsável o Dr. Rui de Sousa. 5 O Departamento de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico resultou da fusão, em 28 de Novembro de 2008, entre o Departamento de

Planeamento Estratégico, o Departamento Internacional e a Área de Projectos Especiais. 6 A partir de 2 de Janeiro de 2009, o Departamento de Operações passou a ter como responsáveis o Dr. Pedro Ventaneira e o Sr. João Pereira

da Silva.

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SUCURSAIS

Londres Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde Nigel Keith Purse

Espanha Félix Aguirre Cabanyes Ricardo Domenech Zamora

Polónia Christian Georges Jacques Minzolini Rodrigo Ferreira Cunha Metelo Carvalho

Nova Iorque7 Moses Dodo Nuno David Fernandes Cardoso

SOCIEDADES SUBSIDIÁRIAS

BES Investimento do Brasil, S.A. – Banco de Investimento (Brasil) Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

BES Securities do Brasil, S.A. – Corretora de Câmbios e Valores Mobiliários (Brasil) Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

BESAF - BES Activos Financeiros, Ltda. (Brasil) Diogo Luís Ramos de Abreu

Espírito Santo Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (Portugal) Francisco Ravara Cary

Espírito Santo Capital Brasil, S.A. (Brasil) Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva

Espírito Santo Investment p.l.c. (Irlanda) Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

Concórdia Espírito Santo Investment Sp. Z.o.o. (Polónia)8 Christian Georges Jacques Minzolini

7 A Sucursal em Nova Iorque do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. iniciou a sua actividade no dia 31 de Dezembro de 2008. 8 No dia 29 de Outubro de 2008 o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. aumentou a sua participação no capital da Concórdia Espírito

Santo Investment Sp. Z.o.o. (Polónia) para 85,4177%. A 15 de Janeiro de 2009, esta participação foi aumentada para 100%.

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COMISSÃO EXECUTIVA

1. José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi, Presidente da Comissão Executiva, Vice-Presidente do Conselho de Administração, Presidente do Comité de Gestão Global, (Compliance, Jurídico, Recursos Humanos, Organização e Meios e Informação e Controlo de Gestão)

2. Francisco Ravara Cary, Deputy Chief Executive Officer, Vice Presidente do Conselho de Administração, Chief Financial Officer, (Comité de Activos e Passivos (ALCO), Comité de Políticas de Risco, Conselho de Crédito e Riscos Global, Conselho de Crédito e Riscos Europa, Comité Operacional, Tesouraria, Espírito Santo Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A).

3. Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde, Vice-Presidente do Conselho de Administração, Senior Country Officer de Portugal, Presidente do Comité de Geografia Portugal, (Clientes Portugal, Acquisition Finance, Clientes Particulares, Sucursal de Londres, Clientes Londres e Informação).

4. Miguel António Igrejas Horta e Costa, Vice-Presidente do Conselho de Administração (Comunicação e Imagem, Relações Institucionais e Clientes Premium)

5. Christian Georges Jacques Minzolini, Administrador (Sucursal da Polónia, Senior Country Officer da Polónia, Presidente do Comité de Geografia Polónia, Concórdia Espírito Santo Investment Sp. Z.o.o., Secretário-Geral, e Planeamento e Desenvolvimento Estratégico).

6. Diogo Luís Ramos de Abreu, Administrador (BESAF – BES Activos Financeiros, Lda.).

7. Félix Aguirre Cabanyes, Administrador (Sucursal de Espanha, Senior Country Officer de Espanha, Presidente do Comité de Geografia Espanha e Clientes Espanha).

8. Luis Miguel Pina Alves Luna Vaz, Administrador (Mercado de Capitais – Originação, Mercado Secundário Acções, Renda Fixa, Gestão de Activos e Derivados e Arbitragem – Vendas).

9. Moses Dodo, Administrador (Sucursal de Nova Iorque, Senior Country Officer dos Estados Unidos da América, Presidente do Comité de Geografia Estados Unidos da América, Presidente Conjunto do Conselho de Crédito e Riscos Américas).

10. Paulo José Lameiras Martins, Administrador (Serviços Financeiros e Médias Empresas)

11. Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto, Administrador (Senior Country Officer de Angola, Presidente do Comité de Geografia Angola, Project Finance e Securitização).

12. Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva, Administrador (Senior Country Officer do Brasil, Presidente do Comité de Geografia Brasil, Presidente Conjunto do Conselho de Crédito e Riscos Américas, Private Banking, Espírito Santo Investimentos, S.A., BES Investimento do Brasil, S.A. – Banco de Investimento e suas filiais, Clientes Brasil).

13. Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro, Administrador, Chief Risk Officer, Chief Operations Officer, (Risco - Controlo de Risco e Risco de Crédito, Contabilidade, Operações, Informática, Risco Operacional (incluído no Departamento de Compliance), de Informação e Controlo de Gestão e Espírito Santo Investment, Plc.)

DIRECTORES CENTRAIS COM ASSENTO NA COMISSÃO EXECUTIVA

Frederico dos Reis de Arrochela Alegria, Proprietary Trading e Derivados e Arbitragem – Acções

José Luís de Saldanha Ferreira Pinto Basto, Planeamento e Desenvolvimento Estratégico

Nigel Keith Purse, Project Finance e Securitização

Pedro Miguel Cordovil Toscano Rico, Clientes – Portugal

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O Novo Modelo de Organização e Gestão A evolução da actividade do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. no médio e longo prazo deverá ser marcada pela intensificação da internacionalização das suas áreas de negócio, o que exigirá ajustamentos no seu modelo organizacional, tendo o Banco considerado oportuno repensar o seu actual Modelo de Organização e Gestão, de forma a descentralizar, responsabilizar e agilizar a capacidade de decisão de cada uma das suas unidades operativas.

Pretende-se que o novo Modelo de Organização e Gestão do Banco assente nos seguintes princípios base:

• Simplificação e transversalidade da estrutura de gestão de topo, composta por Managing Directors a serem eleitos pelos Administradores Executivos e Directores Centrais com assento na Comissão Executiva;

• Participação alargada dos Managing Directors na Governance do Banco;

• Reforço do Compromisso de Serviço ao Cliente;

• Uma estrutura de negócio ainda mais colaborativa, privilegiando o trabalho em equipa e mantendo uma estreita colaboração com as estruturas do Banco Espírito Santo;

• Reforço das Funções de Risco e Controlo;

• Reforço do peso dado à política de Recursos Humanos.

A implementação do Novo Modelo encontra-se actualmente em curso. Até ao momento, as modificações implementadas foram as seguintes:

• Alterações no funcionamento da Comissão Executiva;

• Redistribuição de pelouros pelos membros da Comissão Executiva;

• Criação de quatro Novos Comités: Comité de Gestão Global, Comités de Geografia, Comités de Produto e Comité Operacional;

• Alterações nas actividades de Risco e Controlo (separação entre a definição das políticas de Risco e a aprovação de operações; criação de Conselhos de Crédito e Risco Regionais - Europa e Américas -, descentralizando a aprovação de operações; integração da função gestão de Risco Operacional no Departamento de Compliance).

O processo de implementação do novo Modelo de Organização e Gestão do Banco deverá estar concluído no decorrer do 1º Semestre de 2009.

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Princípios e Valores do Espírito Santo Investment A actividade desenvolvida pelo Espírito Santo Investment é norteada por um conjunto de princípios e valores distintivos, consubstanciados na orientação para a satisfação, de forma eticamente responsável, das necessidades do Cliente, na independência de opinião e nos valores da competência, profissionalismo e rigor na execução das tarefas assumidas.

Lealdade para com os clientes:

Desenvolvemos relações comerciais, estáveis, leais e duradouras com os nossos clientes, apoiando-os com seriedade e engenho nos bons e maus momentos dos respectivos ciclos dos seus negócios.

Postura ética:

Somos transparentes e leais nas acções que desenvolvemos e nas informações que prestamos. O banco apenas se compromete com o que realmente pode realizar.

Independência de opinião:

Prestamos consultoria objectiva e de qualidade, assente na competência técnica adquirida e no conhecimento dos produtos e mercados. Adoptamos um posicionamento independente, advogando os superiores interesses do cliente, mesmo que tal signifique efectuar recomendações contrárias à concretização da operação.

Especialização:

Desenvolvemos a nossa actividade nas áreas de negócio onde detemos efectivas competências técnicas e comerciais, capazes de proporcionar um real valor acrescentado para os nossos clientes.

Capacidade de realização:

Orientamos totalmente a nossa actuação para a concretização dos objectivos propostos, destrinçando o essencial do secundário e abordando de forma prática e imaginativa a realização das tarefas necessárias à prossecução dos objectivos definidos.

Flexibilidade e inovação:

Adoptamos uma atitude positiva e criativa na análise dos projectos e na concepção e proposta de soluções que expandam e enriqueçam o leque de opções de desenvolvimento de negócio dos nossos clientes.

Competência e profissionalismo:

Adoptamos proactivamente as melhores práticas de mercado, visando a excelência na prestação de serviços e uma gestão equilibrada e responsável dos recursos técnicos, humanos e de capital que dispomos.

Liderança nas respectivas áreas de actividade:

Ambicionamos conquistar e consolidar a liderança nas áreas de negócio e mercados onde actuamos, concretizando mais e melhores transacções que os nossos concorrentes mais directos.

Orientação para o sucesso:

Somos determinados na busca e implementação das soluções que melhor assegurem e maximizem o sucesso dos nossos clientes na superação vitoriosa dos desafios que enfrentam.

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Principais Indicadores Financeiros

Demonstração de Resultados Consolidada EUR milhares

2008 2007 Produto Bancário Consolidado 188.743 201.523 Comissões 94.332 108.962 Margem Financeira e Mercados 94.411 92.561 Total de Custos Operacionais (90.859) (87.001) Custos com Pessoal (56.361) (56.594) Forn.e Serviços Externos (32.016) (28.096) Amortizações (2.482) (2.311) Resultado Operacional 97.884 114.522 Provisões (30.311) (350) Int. Minoritários e Outros (2.804) (8.387) Resultados antes de Impostos 64.770 105.785 Impostos (17.219) (32.757)

Resultado Líquido Consolidado 47.551 73.028

Balanço Consolidado EUR milhares

Activo 2008 2007 Activos financeiros detidos para negociação 1.213.954 1.435.182 - Títulos 632.295 976.162 Activos financeiros disponíveis para venda 475.287 542.556 Aplicações em Instituições de Crédito 914.633 1.033.896 Crédito a clientes 1.724.128 1.450.194 Outros Activos 1.003.751 1.018.253

Total do Activo 5.331.753 5.480.081 Capitais Próprios e Passivo Capital Social 70.000 70.000 Capital Próprio 302.725 398.109 Passivos financeiros ao justo valor reconhecidos em resultado 711.035 471.532 Recursos de outras instituições de crédito 1.177.679 651.350 Recursos de clientes e outros empréstimos 1.111.755 1.179.681 Responsabilidades representadas por títulos 1.343.244 1.694.259 Outros passivos 685.315 1.085.150 Total Capitais Próprios e Passivo 5.331.753 5.480.081

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 14 -

Organigrama

Conselho de Administração

ComissãoExecutiva

Comité de Gestão Global

Comités de Produto

Comités de Geografia

ComitéOperacional

Direcções deProdutos

Direcção deClientes

Médias Empresas

AquisitionFinance

Project Financee Securitização

Mercado de Capitais -Originação

RendaFixa

Departamentos

Planeamento e DesenvolvimentoEstratégico

Compliance

Risco

Informação eControlo deGestão

Comunicação eImagem

JurídicoRecursosHumanos

Auditoria eInspecção(Grupo BES)

BancoEspírito Santode Investimento

Contabilidade

Operações

InformáticaInformação

Organização eMeios

Sucursais Londres Espanha

Gabinete de Banca de Investimento Luanda

SubsidiáriasEspírito SantoCapital

Espírito SantoInvestment(Irlanda)

ConcordiaES Investment(Polónia)

BESInvestimento doBrasil

BESAFActivos Financeiros

BESSecurities doBrasil

Tesouraria

ClientesParticulares

Serviços Financeiros

RendaVariável

Gestão deActivos

ProprietaryTrading

Derivados eArbitragem -Acções

Derivados deAcções -Vendas

Espírito SantoCapital Brasil, S.A.

MercadoSecundário -Acções

Comités de Crédito e Riscos

Polónia

Comité de Activos e Passivos

Nova Iorque

Comité de Políticas de Risco

Conselho de AdministraçãoConselho de Administração

ComissãoExecutivaComissãoExecutiva

Comité de Gestão Global

Comité de Gestão Global

Comités de ProdutoComités de Produto

Comités de GeografiaComités de Geografia

ComitéOperacionalComitéOperacional

Direcções deProdutosDirecções deProdutos

Direcção deClientesDirecção deClientes

Médias EmpresasMédias Empresas

AquisitionFinanceAquisitionFinance

Project Financee SecuritizaçãoProject Financee Securitização

Mercado de Capitais -Originação

Mercado de Capitais -Originação

RendaFixaRendaFixa

DepartamentosDepartamentos

Planeamento e DesenvolvimentoEstratégico

Planeamento e DesenvolvimentoEstratégico

ComplianceCompliance

RiscoRisco

Informação eControlo deGestão

Informação eControlo deGestão

Comunicação eImagemComunicação eImagem

JurídicoJurídicoRecursosHumanosRecursosHumanos

Auditoria eInspecção(Grupo BES)

Auditoria eInspecção(Grupo BES)

BancoEspírito Santode Investimento

BancoEspírito Santode Investimento

ContabilidadeContabilidade

OperaçõesOperações

InformáticaInformáticaInformaçãoInformação

Organização eMeiosOrganização eMeios

SucursaisSucursais LondresLondres Espanha Espanha

Gabinete de Banca de Investimento LuandaLuanda

SubsidiáriasSubsidiáriasEspírito SantoCapitalEspírito SantoCapital

Espírito SantoInvestment(Irlanda)

Espírito SantoInvestment(Irlanda)

ConcordiaES Investment(Polónia)

ConcordiaES Investment(Polónia)

BESInvestimento doBrasil

BESInvestimento doBrasil

BESAFActivos Financeiros

BESAFActivos Financeiros

BESSecurities doBrasil

BESSecurities doBrasil

TesourariaTesouraria

ClientesParticularesClientesParticulares

Serviços FinanceirosServiços Financeiros

RendaVariávelRendaVariável

Gestão deActivos

ProprietaryTrading

Derivados eArbitragem -Acções

Derivados deAcções -Vendas

Espírito SantoCapital Brasil, S.A.

Espírito SantoCapital Brasil, S.A.

MercadoSecundário -Acções

MercadoSecundário -Acções

Comités de Crédito e Riscos

Comités de Crédito e Riscos

PolóniaPolónia

Comité de Activos e Passivos

Comité de Activos e Passivos

Nova IorqueNova Iorque

Comité de Políticas de Risco

Comité de Políticas de Risco

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 15 -

Rating Em Abril de 2007, foram atribuídas ao Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., pela agência de rating internacional Standard & Poor’s (S&P), as notações de rating de “A” (anteriormente “A-“) para o longo prazo e de “A-1” (anteriomente“A-2”) para o curto prazo, com uma perspectiva de evolução (outlook) estável. De acordo com a Standard & Poor’s, a atribuição destas notações decorre do facto de o Banco ser uma entidade integralmente detida e controlada pelo Banco Espírito Santo, da posição destacada que o Banco detém ao nível da Banca de Investimento em Portugal, da sua eficiência operacional além da sua sólida capitalização e dos activos de qualidade que possui.

Em Outubro de 2008, a Standard & Poor´s reafirmou o rating de “A” para o longo prazo e de “A-1” para o curto prazo com uma perspectiva de evolução (outlook) de estável atribuído ao Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. De acordo com a S&P, “…o desempenho financeiro dos bancos portugueses permitirá enfrentar a desaceleração da economia portuguesa”, e “os bancos portugueses enfrentam a actual conjuntura difícil com uma boa posição financeira, nomeadamente no que diz respeito à rendibilidade e eficiência. Os rácios de capital melhoraram e são agora adequados, devido às injecções de capital efectuadas nos últimos anos”.

Em Fevereiro de 2009, a S&P reafirmou o rating de “A” para o longo prazo e de “A-1” para o curto prazo atribuído ao Banco Espirito Santo de Investimento, S.A. e alterou a perspectiva de evolução (outlook) de Estável para Negativo, reflectindo a possibilidade de a economia Portuguesa poder vir a deteriorar-se de uma forma mais forte que o esperado, situação que colocaria maior pressão sobre a rendibilidade e a qualidade dos activos.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 16 -

Proposta de Aplicação de Resultados Considerando que a conta de resultados do exercício apresentou em 31 de Dezembro de 2008 um saldo positivo de EUR 15.797.436,00, (quinze milhões setecentos e noventa e sete mil quatrocentos e trinta e seis euros) o Conselho de Administração submete à Assembleia Geral a seguinte proposta de Aplicação de Resultados do exercício:

EUR

i. para o fundo de reserva legal 1.579.744,00

ii. para distribuição de dividendos - os quais foram já pagos, a título de Dividendos Antecipados no decurso do exercício

14.217.692,00

TOTAL 15.797.436,00

Tendo em conta o montante dos lucros efectivamente apurado no final do exercício (EUR 15.797.436,00 – quinze milhões setecentos e noventa e sete mil quatrocentos e trinta e seis euros), propõe-se igualmente à Assembleia Geral que seja reduzido para EUR 14.217.692,00 (catorze milhões duzentos e dezassete mil seiscentos e noventa e dois euros) o montante já distribuído a título de distribuição antecipada de lucros (EUR 17.000.000,00 – dezassete milhões de euros), sendo a diferença (EUR 2.782.308,00 – dois milhões setecentos e oitenta e dois mil trezentos e oito euros) contabilizada a título de distribuição de reservas livres.

Declaração de Conformidade Nos termos e para os efeitos do disposto na alínea c) do número 1 do artigo 245.º do Código dos Valores Mobiliários, os Administradores do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. declaram que, tanto quanto é do seu conhecimento:

a. as demonstrações financeiras individuais do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, foram elaboradas de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis;

b. as demonstrações financeiras consolidadas do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008 foram elaboradas de acordo com as normas contabilísticas aplicáveis;

c. as demonstrações financeiras referidas nas alíneas a) e b) supra dão uma imagem verdadeira e apropriada do activo, do passivo, da situação financeira e dos resultados do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. e das sociedades incluídas no seu perímetro de consolidação;

d. o relatório de gestão expõe fielmente a evolução dos negócios, do desempenho e da posição financeira do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. e das sociedades incluídas no seu perímetro de consolidação no exercício de 2008, contendo uma descrição dos principais riscos e incerteza com que se defrontam.

Lisboa, 9 de Março de 2009

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 17 -

Ricardo Espírito Santo Silva Salgado (Presidente do Conselho de Administração)

José Maria Espírito Santo Silva Ricciardi (Vice-Presidente do Conselho de Administração e Presidente da Comissão Executiva)

Francisco Ravara Cary (Vice-Presidente do Conselho de Administração e Membro da Comissão Executiva)

Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde (Vice-Presidente do Conselho de Administração e Membro da Comissão Executiva)

Miguel António Igrejas Horta e Costa (Vice-Presidente do Conselho de Administração e Membro da Comissão Executiva)

Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires (Vogal)

António Espírito Santo Silva Salgado (Vogal)

Bernard Marcel Basecqz (Vogal)

Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia (Vogal)

Christian Georges Jacques Minzolini (Membro da Comissão Executiva)

Diogo Luís Ramos de Abreu (Membro da Comissão Executiva)

Duarte José Borges Coutinho Espírito Santo Silva (Vogal)

Félix Aguirre Cabanyes (Membro da Comissão Executiva)

João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha (Vogal)

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 18 -

José Manuel Pinheiro Espírito Santo Silva (Vogal)

Luís Miguel Pina Alves Luna Vaz (Membro da Comissão Executiva)

Mário da Silveira Teixeira Júnior (Vogal)

Moses Dodo (Membro da Comissão Executiva)

Paulo José Lameiras Martins (Membro da Comissão Executiva)

Pedro Manuel de Castro Simões Ferreira Neto (Membro da Comissão Executiva)

Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva (Membro da Comissão Executiva)

Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro (Membro da Comissão Executiva)

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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01 AMBIENTE MACROECONÓMICO

Situação Económica Internacional

O ano de 2008 foi marcado pelo prolongamento da crise do crédito hipotecário subprime nos Estados Unidos e pela sua transformação gradual numa crise de confiança generalizada, com reflexos no sistema financeiro e na actividade económica a nível global.

A maior percepção dos riscos de liquidez e de solvabilidade (com a falência ou perda de independência de algumas instituições financeiras nos Estados Unidos e na Europa) trouxe uma relutância quase total das instituições em se exporem entre si nos mercados monetário e de crédito. A indisponibilidade de cedência de liquidez por parte do sector privado foi particularmente visível entre o final do 3º trimestre e o início do 4º trimestre, não obstante as intervenções agressivas das autoridades no sentido de assegurar o regular funcionamento dos mercados. Na Zona Euro, a taxa de juro Euribor a 3 meses subiu de 4,684% para um máximo de 5,393% (observado no início de Outubro), terminando o ano em 2,892%, após as descidas das taxas de referência e as fortes injecções de liquidez no mercado monetário levadas a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE). O clima de aversão ao risco foi igualmente visível no comportamento do spread da Euribor face às taxas dos Bilhetes do Tesouro a 3 meses, o qual subiu de 88 pontos base para um máximo de 350 pontos base (também em Outubro), antes de corrigir no final do ano, embora para valores ainda elevados (124, que compara com valores próximos de 20 pontos base no Verão de 2007). Neste contexto de maior procura por activos de refúgio, a yield dos títulos da dívida pública a 10 anos observou uma tendência de descida na segunda metade de 2008, atingindo 2,951% no final do ano (4,621% no final do 2º trimestre).

Taxas de Juro Euribor e Libor (USD)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2005 2006 2007 2008

%

Euribor 3 meses meses

Libor 3 meses

Fonte: Bloomberg

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 20 -

Spread entre as taxas Euribor e dos Bilhetes do Tesouro a 3 meses

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Jan. Mai. Set. Jan. Mai. Set.

Pontos Base

2007 2008

Fonte: Bloomberg

Yields dos Títulos de Dívida Pública a 10 Anos (%)

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

2006 2007 2008

%

Treasuries

Bunds

Fonte: Bloomberg

O aumento da incerteza (sobretudo associada ao sector financeiro) e as expectativas de desaceleração da actividade económica penalizaram fortemente os principais índices accionistas. Nos EUA, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P500 caíram 33,8%, 40,5% e 38,5%, respectivamente. Na Zona Euro, os índices DAX, CAC40, IBEX e PSI-20 caíram, respectivamente, 40,4%, 42,7%, 39,4% e 51,3%.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Principais Índices Accionistas

30

50

70

90

110

130

150

170

190

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Jan.

2001

=100

Nasdaq

PSI 20

DAX

Dow Jones

Nikkei

IBEX 35

Fonte: Bloomberg

A elevada volatilidade foi visível nos mercados de commodities. Na primeira metade do ano, o preço do petróleo exibiu uma forte tendência de subida, atingindo um valor próximo de USD 150/barril em Julho. Esta evolução ficou a dever-se à forte procura oriunda dos mercados emergentes, às dificuldades de expansão da oferta global e, em particular, a um aumento da procura de natureza especulativa. A expectativa de abrandamento da procura e, mais tarde, a probabilidade crescente associada a um cenário de recessão global retiraram o suporte à procura especulativa e contribuíram para uma forte correcção em baixa do preço do barril, que fechou o ano em valores ligeiramente acima de USD 40.

A mesma tendência de correcção foi observada ao nível das matérias-primas não energéticas, contribuindo, assim, para uma descida significativa da inflação (e das expectativas de inflação) no final do ano.

Crescimento do PIB – Principais Áreas Económicas

2,9 2,8

11,1

2,02,6

11,9

1,4 1,2

9,5

5,9

3,7

5,4

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

EUA Zona Euro China Brasil

2006 2007 2008

%

Fonte: Bloomberg

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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O ambiente monetário e financeiro mais restritivo, a secagem de liquidez nos mercados de capitais, a forte subida dos preços das commodities e da inflação na primeira metade do ano e, por último (mas não menos importante), uma deterioração significativa dos índices de confiança dos agentes económicos, alimentaram uma desaceleração, ou mesmo contracção, da actividade nas principais economias desenvolvidas. Embora mantendo perspectivas de crescimento mais favoráveis que a Europa e os Estados Unidos, os mercados emergentes foram também afectados pela deterioração global dos níveis de confiança, quer ao nível da actividade, quer, sobretudo, ao nível dos mercados financeiros. No Brasil, o índice Bovespa caiu 41,2%. Na China, o índice Shanghai Composite caiu 65,4%.

Preço do Petróleo (USD e EUR/Barril)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

2005 2006 2007 2008

USD

/bar

ril ;

EU

R/b

arri

USD

EUR

Fonte: Bloomberg

Índices do Commodity Research Bureau

050

100150200250300350400450500

2005 2006 2007 2008

Indí

ce (P

onto

s)

0

200

400

600

800

1000

1200

CRB Food(esc. esquerda)

CRB Metals(esc. direita) In

díce

(Pon

tos)

Fonte: Bloomberg

Taxa de Inflação (%)

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

10,0

2006 2007 2008

%

EUA

Zona Euro

China

Fonte: Bloomberg

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Situação Económica na Zona Euro

A Zona Euro sofreu, em 2008, um expressivo abrandamento, tendo o crescimento do PIB sido de 1%, após o registo de 2,6% observado em 2007. Deve contudo sublinhar-se que apenas no 1º trimestre do ano foi verificado um crescimento trimestral positivo (de 0,7%, largamente influenciado por condições climatéricas favoráveis, que estimularam fortemente o sector da construção), tendo nos restantes trimestres sido observada uma contracção da actividade, que se acentuou na parte final do ano. De facto, o desempenho da actividade foi sendo crescentemente influenciado por uma conjugação de factores, dos quais se destacam a maior restrição nas condições de financiamento, o efeito riqueza negativo decorrente da desvalorização ocorrida nos mercados accionista e de habitação, o arrefecimento do mercado imobiliário e o agravamento acentuado da incerteza generalizada dos agentes. A deterioração do sentimento de empresários e consumidores foi evidente, com os respectivos índices a atingirem níveis historicamente baixos nos últimos meses do ano. Assim, foi essencialmente a procura interna que liderou a trajectória de abrandamento, crescendo apenas 0,8%, após 2,3% no ano de 2007. Também as exportações e as importações exibiram uma trajectória de desaceleração ao longo do ano, as primeiras penalizadas pela desaceleração do comércio a nível global e pela apreciação do euro verificada na primeira metade do ano e as segundas acompanhando a desaceleração da procura interna.

Apesar desta evolução da actividade, a taxa de desemprego manteve-se idêntica à registada em 2007, em 7,5% da população activa, sendo, no entanto, visível uma trajectória de agravamento na parte final do ano. No plano dos preços, a taxa de inflação média agravou-se de 2,1% para 3,4%, em consequência da subida acentuada do preço do petróleo nos mercados internacionais e dos alimentos não processados, sobretudo na primeira metade do ano. De referir, no entanto, que a taxa de variação homóloga desceu significativamente no último trimestre, atingindo um registo de 1,6% em Dezembro.

As perturbações nos mercados monetário e de crédito contribuíram para uma acentuada degradação da confiança, para um forte incremento da aversão ao risco e, consequentemente, para uma reduzida disponibilidade de cedência de liquidez, sobretudo no último trimestre do ano. Concretamente, tal implicou que o financiamento das instituições financeiras e não financeiras tenha sido feito com spreads mais elevados, penalizando as empresas com maiores necessidades de financiamento. Da mesma forma, também o financiamento do consumo e do investimento das famílias se tornou mais escasso, contribuindo para o enfraquecimento da procura privada. Neste ambiente monetário e financeiro mais restritivo, depois de ter elevado em 25 pontos base a taxa de juro de referência em Julho, para 4,25% (para fazer face ao agravamento dos riscos inflacionistas, sobretudo relacionados com o aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais), o BCE reduziu, entre Outubro e Dezembro, aquela taxa num montante acumulado de 175 pontos base, para 2,5%. A cotação do euro registou, no conjunto do ano de 2008, uma depreciação de 4,3% relativamente ao dólar, encerrando o ano a EUR/USD 1.3953. De referir que, na primeira metade do ano, se observou uma apreciação da divisa europeia, tendo sido alcançado um máximo de EUR/USD 1.5990 em Abril, ocorrendo no segundo semestre uma visível correcção em baixa.

Evolução da Cotação EUR/USD

0.8

0.9

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

1.7

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

EUR/USD

Fonte: Bloomberg

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Situação Económica em Portugal

Embora sem exposição directa ao fenómeno do crédito subprime, a economia portuguesa sofreu, em 2008, os impactos da crise de confiança no sistema financeiro internacional, da subida dos preços das matérias-primas (na primeira metade do ano) e da desaceleração da procura externa. Neste contexto, o crescimento anual do PIB desceu de 1,9% para 0,4%, registando-se duas quedas trimestrais consecutivas da actividade económica na segunda metade do ano.

Para esta evolução contribuíram, sobretudo, a forte desaceleração das exportações, com o respectivo crescimento anual a descer de 7,5% para 0,8% e a estagnação do investimento, que registou uma variação de 0,1%, após um crescimento de 3,1% no ano anterior. O arrefecimento das exportações esteve associado, sobretudo, à evolução desfavorável da actividade económica nas economias de Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França, com quem Portugal mantém relações comerciais privilegiadas. As três primeiras foram afectadas pelas crises financeira e imobiliária de uma forma particularmente rápida e intensa, o que se reflectiu num ajustamento mais pronunciado da respectiva procura interna. A Alemanha, onde o consumo privado revelou uma maior resistência, sofreu um impacto negativo através do seu importante sector exportador. De referir, no entanto, que as exportações portuguesas para alguns destinos menos tradicionais mantiveram um dinamismo elevado. Destacam-se, neste caso, as economias de Angola e do Magrebe e, em menor grau, algumas economias na Ásia e na América Latina. A desaceleração das exportações foi comum às mercadorias e aos serviços. Neste último caso, isso aconteceu sobretudo a partir de uma evolução desfavorável das exportações líquidas de serviços de turismo, fortemente afectadas pelo ambiente recessivo no Reino Unido e pela depreciação significativa da libra esterlina, que se aproximou da paridade face ao euro no final do ano.

A formação bruta de capital fixo foi, sobretudo, condicionada pelo ambiente monetário e financeiro mais restritivo (que se concretizou numa subida generalizada dos spreads de crédito para empresas e famílias) e pela deterioração das expectativas de evolução da procura, visível na tendência de queda, ao longo do ano, dos principais indicadores de confiança das empresas. Estima-se que o investimento residencial e o investimento público tenham registado quedas reais em 2008, compensadas por uma variação ligeiramente positiva da despesa de capital das empresas.

Principais Indicadores Macroeconómicos – Portugal

Taxas de crescimento real (%), excepto quando indicado

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008EPIB 2,0 0,8 -0,8 1,5 0,9 1,4 1,9 0,6Consumo Privado 1,3 1,3 -0,1 2,5 2,0 1,9 1,6 1,3Consumo Público 3,3 2,6 0,2 2,6 3,2 -1,4 0,0 0,3Investimento 1,2 -4,7 -8,3 2,5 -1,5 -0,3 3,1 0,9Exportações 1,8 1,5 3,9 4,0 2,0 8,7 7,5 1,3Importações 0,9 -0,7 -0,8 6,7 3,5 5,1 5,6 2,3Inflação (IPC) 4,4 3,6 3,3 2,4 2,3 3,1 2,5 2,6Saldo Orçamental (% do PIB) -4,3 -2,8 -2,9 -3,4 -6,1 -3,9 -2,6 -2,2Dívida Pública (% do PIB) 52,9 55,5 56,9 58,3 63,6 64,7 63,6 63,5Desemprego (% da população activa) 4,1 5,1 6,4 6,7 7,6 7,7 8,0 7,6Saldo Bal. Corrente e Capital (% do PIB) -8,5 -6,0 -3,3 -5,7 -8,3 -9,3 -8,2 -8,9Fontes: INE, Banco de Portugal, Ministério das Finanças, Comissão Europeia, OCDE, Espírito Santo Research. E - Estimativa

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No conjunto de 2008, o consumo privado desacelerou ligeiramente, com o respectivo crescimento anual a descer de 1,6% para 1,3%. Este registo implica um crescimento ainda superior ao do PIB e sugere uma nova redução da taxa de poupança das famílias, para um valor em torno de 5,5% do PIB. Não obstante a tendência negativa registada pelo índice de confiança dos consumidores, as despesas das famílias terão sido suportadas, na segunda metade do ano, pela desaceleração dos preços e pela descida das taxas de juro. A taxa de inflação média anual subiu de 2,5% para 2,6% em 2008, mas a variação homóloga dos preços terminou o ano com um registo de apenas 0,8%. A taxa média anual de desemprego desceu de 8% para 7,6% da população activa, reflectindo o crescimento ligeiramente acima do potencial observado nos dois anos anteriores. De registar, no entanto, que o desemprego observou já uma subida pronunciada no último trimestre de 2008, em linha com a estagnação da actividade registada na segunda metade do ano.

A maior restrição nos critérios de financiamento contribuiu para uma moderação do crescimento anual dos empréstimos ao sector privado não financeiro, que desceu de 9,9% para um valor próximo de 7,5%. Na base desta evolução esteve a forte desaceleração dos empréstimos aos particulares, cujo crescimento baixou de 9% para cerca de 5%. Os empréstimos para aquisição de habitação desaceleraram de 8,5% para cerca de 4,5% e o crescimento dos empréstimos ao consumo e outros fins caiu de 11,3% para cerca de 7%. Os empréstimos às sociedades não financeiras mantiveram um crescimento relativamente estável, em torno de 11%, mas em desaceleração face aos registos mais fortes observados na primeira metade do ano.

O défice das Administrações Públicas voltou a reduzir-se em 2008, de 2,6% para 2,2% do PIB. Ao mesmo tempo, a desaceleração das exportações e a manutenção de um crescimento sustentado das importações contribuíram para um aumento do défice conjunto das balanças corrente e de capital (isto é, das necessidades líquidas de financiamento da economia portuguesa), de 8,2% para cerca de 8,9% do PIB.

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Situação Económica em Espanha

A economia espanhola registou, em 2008, um crescimento de 1,2%, o que representa uma acentuada desaceleração em relação a 2007 (3,7%). Ao longo do ano foi visível uma crescente degradação da actividade, em especial durante o segundo semestre, altura em que a crise financeira internacional se agudizou, com perturbações nos mercados monetário e de crédito, que se traduziram num ambiente mais restritivo ao nível da liquidez. O consumo privado apresentou, no conjunto de 2008, um crescimento de 0,5%, 2,9 pontos percentuais abaixo do registo do ano anterior, e com uma variação homóloga de -1,3% no 4º trimestre. A degradação do mercado de trabalho, a maior restrição à concessão de crédito por parte das instituições financeiras e o efeito riqueza negativo associado à desvalorização do mercado imobiliário condicionaram decisivamente a evolução do consumo das famílias, um dos maiores motores de crescimento da economia na ultima década. A formação bruta de capital fixo contraiu-se 1,6%, após crescimento de 5,3% em 2007. Esta evolução ficou a dever-se à evolução negativa da actividade da construção (-4,3%, após variação de 3,8% em 2007), já que a despesa em bens de capital (incluindo máquinas e equipamentos e material de transporte) apresentou uma variação anual de 1,1%, em desaceleração face ao registo de 10% observado em 2007.

Paralelamente, foi visível (através dos diversos indicadores qualitativos) uma deterioração das expectativas de evolução futura da actividade económica. Em 2008, o endividamento das famílias manteve-se estabilizado na ordem de 127% do rendimento disponível e os preços da habitação prosseguiram a evolução desfavorável observada nos últimos anos, tendo recuado 2,8% ao longo de 2008. As despesas das famílias mantiveram-se fortemente influenciadas pela deterioração do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a subir de 8,3% para 11,2% da população activa, e por uma subida da taxa de inflação média anual, de 2,8% para 4,1%, em função das subidas dos preços da energia e da alimentação.

Neste contexto, o crédito ao sector privado registou, ao longo do ano, uma trajectória clara de desaceleração. A variação homóloga dos empréstimos às sociedades não financeiras terá caído de 17,4% para um valor ligeiramente abaixo de 10%. Os empréstimos para aquisição de habitação terão crescido em torno de 5%, abaixo do registo de 13,2% observado um ano antes. E os empréstimos ao consumo viram o respectivo crescimento homólogo descer de 11,2% igualmente para 5%.

Face aos sinais recessivos evidenciados na segunda metade do ano e, após três anos com excedente orçamental, em 2008 voltou a verificar-se um défice das contas públicas, suportado na queda das receitas não financeiras e no aumento dos gastos, nomeadamente no aumento da despesa com a Segurança Social e no aumento das despesas com subsídios de desemprego. O saldo conjunto das balanças corrente e de capital voltou a agravar-se, de -8,1% para -8,7% do PIB, condizente com as alterações associadas à procura interna e ao enquadramento económico internacional.

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Situação Económica na Polónia

A economia da Polónia observou, em 2008, um crescimento em torno de 5%, inferior aos registos de 6,2% e 6,7% de 2006 e 2007, respectivamente. A maior economia do grupo das economias emergentes da Europa Central e de Leste não ficou imune à crise económica e financeira global, não obstante o seu padrão assentar principalmente no dinamismo da procura interna. A menor confiança que se instalou nas famílias e empresas acabou por afectar a actividade, que desacelerou na segunda metade do ano. Este foi também o resultado de uma maior dificuldade de financiamento do défice da balança corrente, que tem vindo a aumentar nos últimos dois anos. Um bom indicativo disto mesmo é a taxa de cobertura do investimento directo estrangeiro face à balança corrente. Em 2007, esta taxa situava-se em 97% no período compreendido entre Janeiro e Outubro, caindo para 43%, no mesmo período de 2008. Ao mesmo tempo e em consequência de uma menor procura por activos polacos, registou-se uma depreciação significativa do zloty. Em particular, destaque-se a forte queda de 30% face ao euro no período entre Agosto e Dezembro (para EUR/PLN 4.15), que contribuiu, também, para que a inflação assumisse uma trajectória ascendente. O crescimento dos preços atingiu o seu pico do ano com 4,8%, em termos homólogos em Agosto (4% em Janeiro), tendo depois caído até 3,3%, em Dezembro, reflectindo o menor fulgor do consumo interno.

Em todo o caso, a estrutura económica e financeira da economia polaca mantém-se menos vulnerável do que a de outros países da Europa de Leste, já que se revela menos dependente do financiamento externo. O sector bancário revela-se sólido e bem capitalizado, com um capital adequacy ratio de 10-13%, acima da generalidade dos rácios dos países mais industrializados.

A resposta das autoridades polacas à crise financeira passou por um conjunto de medidas de política orçamental e monetária. No final de Novembro de 2008, o Governo anunciou um pacote de estabilização económica no valor de 91 mil milhões de zlotys (cerca de EUR 24,1 mil milhões). Cerca de 75% desse valor foi canalizado para o mercado interbancário e o restante para a melhoria do funcionamento das instituições internas, visando uma maior facilidade no acesso aos fundos da União Europeia. O Banco Central desceu significativamente a taxa de referência, acompanhando o declínio do dinamismo da actividade interna. No final do ano, a autoridade monetária cortou em 75 pontos base a principal taxa de juro de referência, para 5%, o que constituiu a descida mais brusca em sete anos.

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Situação Económica nos Estados Unidos

A economia norte-americana foi marcada, em 2008, pela forte instabilidade nos mercados financeiros e pela deterioração acentuada das condições de funcionamento da actividade.

A crise financeira que eclodiu no Verão de 2007, decorrente do fenómeno do subprime, adquiriu novos contornos durante 2008, colocando a desconfiança dos agentes intervenientes nos mercados em níveis muito elevados e agudizando os problemas de liquidez e solvência no sistema financeiro. A resposta das autoridades governamentais foi incisiva, tendo a Reserva Federal procedido, por um lado, a uma descida continuada da target rate dos fed funds e, por outro lado, ampliado os movimentos de injecção de liquidez nos mercados financeiros. Desde o início do ano, a Fed baixou por dez vezes a taxa de referência, duas das quais fora das reuniões calendarizadas, passando-a de 4,25% para um intervalo entre 0% e 0,25%. Ao mesmo tempo, implementou um conjunto de programas de cedência de liquidez a fim de suprir as dificuldades das instituições financeiras, o que implicou uma expansão do respectivo balanço em cerca de 150%. Em simultâneo, o Tesouro norte-americano apresentou ao Congresso um programa de saneamento dos activos mais problemáticos – o TARP, Troubled Assets Relief Program, no montante de USD 700 mil milhões – cuja utilização final se destinou ao reforço da solvabilidade das instituições financeiras e da indústria automóvel.

Embora no conjunto de 2008 a economia dos Estados Unidos tenha alcançado um crescimento positivo (1,4%), o ano ficou marcado pela entrada da economia norte-americana em recessão, com uma contracção da actividade nos últimos dois trimestres. A deterioração do crescimento foi generalizada aos diferentes sectores de actividade e patente de forma muito significativa no mercado de trabalho, com excepção de áreas como a educação e saúde e administração pública, onde se observou um crescimento do emprego. Em 2008, a economia norte-americana perdeu mais de 2,5 milhões de postos de trabalho, o registo mais desfavorável desde a II Guerra Mundial. A taxa de desemprego agravou-se de 4,9% para 7,2%. A deterioração no mercado de trabalho, que se verificou em todos os meses do ano, teve repercussões no comportamento das famílias, tendo o consumo privado registado uma contracção no 3º trimestre, pela primeira vez desde 1991. Manteve-se a correcção no mercado habitacional, com os principais indicadores do sector em queda, destacando-se em particular o recuo próximo de 25% nos preços da habitação. De referir, por último, que os riscos inflacionistas que se colocaram à economia norte-americana até meados do ano (a variação homóloga de preços chegou a elevar-se a 5,6% em Julho) se dissiparam nos meses seguintes, com a elevada degradação da conjuntura e a correcção do preço das matérias primas, tendo em Dezembro a variação homóloga de preços registado um valor próximo de zero (0,1%).

Taxas de Juro de Referência

(Target Rate dos Fed Funds e Taxa Refi)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2006 2007 2008

%EUA

Zona Euro

Fonte: Bloomberg

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Situação Económica no Brasil

O ano de 2008 pode ser dividido, no que respeita à economia brasileira, em dois períodos distintos: o primeiro, de Janeiro a Setembro e o segundo, de Outubro a Dezembro.

No final de 2007, a economia brasileira apresentava taxas de crescimento elevadas. Este crescimento acelerou ao longo dos primeiros nove meses de 2008, impulsionado pela procura interna, pelo aumento do rendimento e pela expansão do crédito. Em função do ritmo de crescimento bem acima do produto potencial, somado ao choque de preços de commodities enfrentado na primeira metade do ano, a inflação mostrou uma rápida deterioração, forçando o Banco Central a iniciar um processo de aperto monetário em Abril e que se estendeu até Setembro.

O diagnóstico da autoridade monetária mostrou-se acertado, mas os membros do Comité de política monetária, assim como os demais agentes económicos, foram surpreendidos por uma crise de confiança sem precedentes no âmbito global, incluindo a contracção do crédito, a falência de grandes bancos e a forte queda nos preços dos activos. A falta de previsibilidade e de confiança levou os empresários e os consumidores a reverem rapidamente as suas decisões de investimento e de consumo, e a actividade económica perdeu dinamismo.

A indústria brasileira cresceu 6,4% até Setembro, mas apresentou uma queda expressiva no 4º trimestre. Neste contexto, o PIB terá recuado 1% nesse período, após 12 trimestres consecutivos de crescimento. Mesmo assim, o Produto cresceu bem próximo do resultado de 2007, 5,7%. A inflação também mostrou forte descompressão no final do ano, passando de uma média mensal de 0,52% até Setembro para 0,36% no 4º trimestre.

Esta rápida reversão do cenário macroeconómico levou o Banco Central a interromper a trajectória de alta dos juros na reunião de Outubro e a discutir a possibilidade de uma redução da taxa básica já em Dezembro. A taxa Selic encerrou o ano de 2008 em 13,75% (11,25% em Dezembro de 2007) e a inflação oficial medida pelo IPCA apontou elevação média de 5,9% nos preços em 2008, acima do centro da meta de 4,5%, mas abaixo do tecto de 6,5%.

Outra variável que mostrou grande disparidade de comportamento nos dois períodos mencionados foi a taxa de câmbio. A moeda doméstica seguiu uma trajectória de valorização durante boa parte do ano e chegou a ser cotada a USD/BRL 1.56 em Agosto de 2008, mas depreciou rapidamente, testando o patamar de USD/BRL 2.60 após Setembro, com o agravamento da crise internacional. A divisa americana encerrou o ano cotada em USD/BRL 2.31, uma valorização de 30,1% em relação ao final de 2007.

Taxa de Câmbio USD/BRL

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

USD/BRL

Fonte: Bloomberg

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Este movimento contrariou a expectativa consensual de que seria pouco provável uma depreciação acentuada do Real, dada a robustez das contas externas brasileiras. Apesar do défice em conta corrente em ascensão, o título de investment grade, o elevado fluxo de capitais para o país e a posição credora em moeda estrangeira, derivada do elevado stock de reservas internacionais e do baixo endividamento externo, reforçavam a visão de um sector externo com baixa vulnerabilidade. Mesmo com o choque proeminente, a estrutura da Balança de Pagamentos não foi seriamente afectada. A Balança Comercial fechou o ano com saldo positivo de USD 24,7 mil milhões. A conta corrente até registou, até Novembro, um défice de USD 25,8 mil milhões, um resultado facilmente financiado pelo fluxo de Investimento Directo Estrangeiro de USD 36,9 mil milhões no período. Por fim, as reservas internacionais atingiram USD 207,5 mil milhões em Dezembro (USD 180,3 mil milhões em 2007). A principal alteração na dinâmica da Balança de Pagamentos a partir de Setembro foi observada nos fluxos de capitais de curto prazo, com uma saída considerável de investimento de carteira e renda fixa e a redução da taxa de roll over dos vencimentos externos.

A depreciação da divisa, por outro lado, contribuiu para a redução do endividamento público. A manutenção dos superávites expressivos (5,1% do PIB) até Novembro, motivada pelo forte crescimento das receitas de impostos, a despeito do aumento dos gastos públicos, somada à posição credora em dólares do banco central, levou a dívida do sector público de 42% do PIB em 2007 para 34,9% do PIB em Novembro de 2008.

Em suma, 2008 foi um ano marcado por desenvolvimentos positivos e negativos, mas que comprovou os avanços da economia brasileira nos últimos anos, com um crescimento acima da média mundial, inflação dentro dos parâmetros estabelecidos, redução do endividamento público e situação externa relativamente sólida, apesar de toda a volatilidade no cenário internacional.

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Situação Económica em Angola

Em 2008, a economia angolana manteve uma conjuntura de forte crescimento, com uma variação real do PIB de 16%. A actividade do sector petrolífero registou um crescimento de cerca de 13%, tendo o PIB do sector não petrolífero crescido cerca de 19%. A economia angolana vai apresentando cada vez mais sinais de diversificação sectorial para lá do petróleo, com a construção, os serviços e a agricultura a mostrarem um maior potencial de crescimento, mantendo-se o sucesso e a rapidez desta diversificação como um dos principais desafios da economia angolana nos próximos anos.

A evolução em alta do preço do petróleo ao longo de 2008 e o aumento da respectiva produção (com um preço médio de USD 97/ barril) permitiram a manutenção das receitas associadas à sua exportação. Este facto, aliado aos resultados da política de estabilização macroeconómica seguida nos últimos anos, permitiu uma evolução favorável das contas públicas e a obtenção de excedentes nas contas externas. O saldo orçamental terá registado um excedente de 10% do PIB, enquanto o saldo da Balança de Mercadorias atingiu perto de 56% do PIB. Neste contexto, prosseguiu a tendência de acumulação de reservas externas, que atingiram cerca de USD 20,4 mil milhões em 2008 (USD 11,3 mil milhões no ano anterior).

Após uma acentuada descida da taxa de inflação entre 2003 e 2007, em 2008, o índice de preços no consumidor manteve um registo semelhante ao observado no ano anterior, aproximadamente 12%. Assim, as autoridades angolanas mantiveram a taxa de juro de redesconto em 19,6%, praticamente 6 pontos percentuais acima do valor mínimo atingido em 2006.

Depois de uma ligeira descida até meados do ano, as taxas de juro dos Bilhetes de Tesouro voltaram a subir, tendo atingindo, em Outubro, um valor próximo de 15%. Estes títulos continuaram a ser suportados por uma elevada procura, como consequência da elevada liquidez existente e da escassez de alternativas de aplicações em moeda angolana.

Com o objectivo de facilitar o processo desejado de redução do ritmo de crescimento dos preços, as autoridades angolanas mantiveram a evolução do kwanza ligada à evolução do dólar norte-americano. Esta opção é, em grande medida, suportada pela forte acumulação de reservas cambiais ao longo dos últimos anos que assim garantem os capitais necessários para o suporte de uma cotação estável em redor de USD/KZ 75. No entanto, dada a desvalorização do dólar norte-americano face as principais divisas internacionais, por arrastamento, em 2008, o kwanza desvalorizou-se face a diversas moedas, como por exemplo, o euro, o real brasileiro e o renminbi da China.

Taxa de Câmbio EUR/KZ

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

EUR/KZ

Fonte: Bloomberg

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02. ACTIVIDADE E RESULTADOS

Estrutura do negócio de banca de investimento Enquanto unidade especializada na área da banca de investimento do Grupo Banco Espírito Santo – a segunda maior instituição financeira privada em Portugal – o Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. é um banco de investimento com uma marcada orientação internacional, centrada no eixo geográfico composto pela Península Ibérica e pelo Brasil. Em complemento à sua presença nestes mercados, o Espírito Santo Investment tem vindo a apoiar os seus Clientes nos respectivos processos de internacionalização e a explorar activamente as oportunidades de internacionalização das suas competências técnicas e comerciais distintivas para novos mercados, nomeadamente Reino Unido, Angola, Países da Europa de Leste aderentes à União Europeia e EUA.

O Espírito Santo Investment tem como principal objectivo servir o segmento de Clientes empresariais de média e grande dimensão, o segmento de Clientes institucionais e, em algumas vertentes mais específicas, o segmento de particulares. A base de proveitos do Banco provém das comissões auferidas nas actividades de consultoria, corretagem e intermediação financeira e dos resultados financeiros associados às actividades de tomada de crédito estruturado e gestão de activos e riscos.

Para a prossecução destas actividades, o Banco adoptou um modelo que assenta em equipas comerciais com forte especialização sectorial, que desenvolvem a sua actividade de originação de negócio em estreita articulação com as equipas de Produto, responsáveis pelo desenvolvimento e implementação das soluções e serviços que compõem a oferta de Banca de Investimento, nas diversas Geografias onde o Banco actua.

Equipas Comerciais Equipas de Produto

Gestão global da relação com o Cliente Prospecção e originação proactiva de operações Cross Selling Wholesale com Grupo BES

Serviços Financeiros Project Finance e Securitização

Acquisition Finance Médias Empresas

Renda Variável Renda Fixa

Private Equity

O desenvolvimento da estratégia de expansão internacional e a exploração de oportunidades de negócio com outras entidades em 2008, traduziram-se na tomada de diversas iniciativas, das quais se destacam as seguintes:

• No início de Janeiro, o Espírito Santo Investment anunciou a aquisição de 9,95% do capital do Evolution Group Plc., um Banco de Investimento com uma posição relevante no mercado inglês de empresas small e mid caps, num investimento que totalizou EUR 35,5 milhões.

• Durante o mês de Abril, foi formalmente constituída a Sucursal na Polónia, alargando-se assim o âmbito da presença do Banco naquele País. A 17 de Julho de 2008, a Sucursal iniciou a sua actividade com a prestação de serviços de Corretagem, tanto para Clientes internacionais como para Clientes polacos.

• Em Julho, a BESAF – BES Activos Financeiros, Lda (BESAF) procedeu à aquisição dos fundos geridos pelo Banco WestLB no Brasil, que foram agregados à sua carteira de activos a partir de 18 de Agosto.

• Em Agosto, o BES Investimento do Brasil vendeu 50% da BESAF à Espírito Santo Activos Financeiros (ESAF). Esta operação permitirá maximizar as sinergias entre as duas gestoras de recursos do Grupo Banco Espírito Santo.

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• Em Setembro de 2008, o Banco Espírito Santo de Investimento, SA, através da sua filial ESSI, SGPS, SA,

adquiriu uma participação de 4,9% no capital da E.S. Financial Services, Inc., corretora sediada em Miami, e cuja Sucursal em Nova Iorque dinamizará a distribuição de produtos de mercado de capitais do Espírito Santo Investment, em especial produtos ibéricos e brasileiros, junto a Clientes norte-americanos.

• Em Outubro, a Espírito Santo Capital completou a colocação do Espírito Santo Infrastructure Fund I em EUR 80,7 milhões (valor acima do objectivo fixado aquando do seu lançamento), tendo realizado posteriormente um primeiro investimento na aquisição de uma participação minoritária na Iberwind (empresa que adquiriu parte dos activos eólicos da Enersis em Portugal).

• No final de Outubro, o Espírito Santo Investment aumentou a sua participação no capital da Concórdia Espírito Santo Investment para 85,41%, no âmbito da operação de aumento de capital realizada por esta participada. A 15 de Janeiro de 2009, esta participação foi aumentada para 100%.

• No dia 31 de Dezembro de 2008, foi constituída a Sucursal de Nova Iorque, tendo a mesma iniciado a sua actividade nessa data.

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CLIENTES – ORIGINAÇÃO A Direcção de Clientes insere-se na estrutura do Espírito Santo Investment de forma transversal às distintas áreas de Produto. A actuação da Direcção de Clientes baseia-se, tanto num forte relacionamento com os actuais Clientes do Banco, que permite identificar as respectivas necessidades e projectos, como no conhecimento profundo do mercado e das respectivas oportunidades.

A experiência tem validado a actuação da Direcção de Clientes dentro de uma lógica de especialização sectorial, onde a proactividade e a inovação são elementos essenciais ao desenvolvimento de relações sustentáveis e duradouras. A liderança do mercado português de Banca de Investimento tem, por outro lado, estimulado o Banco a um crescente aprofundamento da sua presença internacional, uma vez que o desenvolvimento dos mercados e a sua crescente globalização assim o impõem.

Consequentemente, em 2008, o Banco reforçou significativamente a sua presença internacional directa - que hoje já abrange os mercados de Espanha, Brasil, Angola, Reino Unido, Polónia e Estados Unidos - facto que, acreditamos, os nosso Clientes valorizarão devidamente no futuro próximo.

O ano transacto, em particular o segundo semestre, ficou marcado de forma dramática pela volatilidade dos mercados, pela desaceleração das economias e pela falta de liquidez do sistema financeiro. A Direcção de Clientes apoiou os seus Clientes na busca das melhores soluções para os problemas defrontados, a partir das seguintes directrizes:

i. Reforço do relacionamento com a base de Clientes do Banco nas suas distintas geografias, promovendo uma

oferta integrada de produtos e serviços de Banca de Investimento.

ii. Atitude proactiva no acompanhamento dos Clientes através de um permanente apoio na antecipação e

reacção às ocorrências dos mercados.

iii. Promoção activa de operações cross-border, potenciada pela presença directa do Banco em distintas

geografias.

iv. Coordenação das propostas de valor das várias equipas nas diferentes localizações.

O empenho dos seus Colaboradores permitiu ao Banco manter a eficiência e a eficácia da actuação das suas equipas, bem expressas na qualidade dos resultados produzidos pelo Banco, dentro do enquadramento recessivo que marcou decisivamente o exercício de 2008.

Ao nível de cada uma das nossas geografias e apesar das dificuldades sentidas sobretudo a partir do último quadrimestre do ano, 2008 foi mesmo assim sinónimo de reforço da capacidade de originação de negócio por parte do Banco.

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Direcção de Clientes – Portugal Em Portugal, os resultados obtidos superaram as expectativas, apesar das dificuldades sentidas nos mercados de capitais, dívida e equity, com impactos significativos na estratégia de desenvolvimento do tecido empresarial português. Foram detectadas e concretizadas diversas transacções multi-produto em vários sectores de actividade, que resultaram de uma actuação sustentada nos seguintes princípios:

i. Continuidade do acompanhamento dos nossos Clientes e crescente cobertura a potenciais Clientes que,

graças a um aprofundado conhecimento sectorial, permitem uma melhor aferição das oportunidades de

negócio para os diversos serviços e produtos que o Banco disponibiliza.

ii. Envolvimento das diversas áreas de Produto do Banco – Serviços Financeiros, Project Finance e

Securitização, Renda Fixa (Cobertura de Risco e outras soluções de estruturação), Renda Variável e

Acquisition Finance nas principais operações do mercado português.

iii. Promoção de operações cross-border, apoiando a dinâmica de internacionalização das empresas

portuguesas na conquista de novos mercados.

iv. Coordenação com as várias áreas de negócio do Grupo Banco Espírito Santo, na detecção de

oportunidades e na montagem de operações.

v. Afirmação do Banco como líder destacado no mercado nacional de Banca de Investimento.

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Direcção de Clientes – Espanha O ano de 2008 foi um ano de consolidação da actividade da Direcção de Clientes Espanha. A Direcção aprofundou o relacionamento existente com os actuais Clientes do Banco, que se traduziu numa procura recorrente dos seus produtos e serviços. Foi igualmente possível aumentar a diversificação da carteira de Clientes, mantendo o seguimento dos Clientes potenciais.

Não é previsível que em 2009 se assista à recuperação dos mercados, retomando-se a vitalidade verificada em anos anteriores. No entanto e num contexto em que não é expectável a ocorrência de operações de grande dimensão, a presença que o Banco tem junto às pequenas e médias empresas poderá ser uma vantagem competitiva. Tendo em conta este cenário, o Espírito Santo Investment deverá ser capaz de aproveitar as oportunidades resultantes:

i. Da sua presença em Portugal, Espanha, Brasil, Reino Unido, Polónia, Angola e muito recentemente, nos Estados Unidos, permitindo a originação de oportunidades de negócio cross-border e tirando partido dos diferentes ritmos de actividade de cada Geografia.

ii. Da sua vocação de prestador de serviços “taylor made” para os Clientes, num contexto onde as soluções standard já não são aplicáveis.

iii. De uma profunda coordenação com as equipas comerciais do Banco Espírito Santo em Espanha.

Este posicionamento, associado ao conhecimento e seguimento contínuo dos Clientes, deverá continuar a originar oportunidades de negócio, ainda que num contexto bastante menos favorável.

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Direcção de Clientes – Brasil O ano de 2008 foi um ano de grandes oscilações de mercado, com impacto directo na forma de actuação comercial do Banco. Mesmo num ano marcado pela crise, o Espírito Santo Investment conseguiu aumentar significativamente a actividade desenvolvida com Clientes. A qualidade e senioridade da equipa comercial, assim como o trabalho desenvolvido com as demais áreas de Produto, na originação de novas operações, estiveram na base do sucesso alcançado.

Com o objectivo de melhorar o modelo de actuação comercial do Espirito Santo Investment, a Direcção de Clientes iniciou, em Outubro, um processo de reorganização, que se prevê esteja concluído no início de 2009 com vista à adequação do tamanho da equipa de originação às oportunidades negociais, com conhecimentos especializados em cada sector, e com maior independência e autonomia.

O ano de 2009 será um ano de grandes desafios mas também, espera-se, de grandes oportunidades. Em termos de mercado, prevê-se que seja um ano bastante selectivo: as empresas focar-se-ão na procura de cobertura e liquidez, os novos investimentos serão concentrados prioritariamente nas áreas de infra-estrutura e é esperado um aumento das operações de aquisição na consolidação de alguns sectores da economia, favorecendo assim a actividade e a procura de produtos e serviços de banca de investimento.

Os principais objectivos da Direcção de Clientes Brasil para 2009 são os seguintes:

i. Actuação mais focada na sua actual base de Clientes e nos Clientes potenciais, reforçando a originação de novas oportunidades de negócio através de uma equipa comercial com maior inteligência sectorial, mais estruturada e com maior autonomia e independência.

ii. Aumento de actividade através da originação de fee businesses e de operações com visibilidade no mercado, do crescimento da base de Clientes e do “cross-selling” de produtos.

iii. Reforço da integração com as demais unidades internacionais do Grupo Banco Espírito Santo.

iv. Reforço da visibilidade da marca Espírito Santo Investment junto do mercado e dos Clientes, através de uma maior exposição nos media, da realização de eventos corporativos para Clientes e da criação de uma agenda de visitas cada vez mais focada e intensa.

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Direcção de Clientes – Reino Unido Durante o ano de 2008, a Direcção de Clientes em Londres continuou a desenvolver um trabalho de estreita colaboração com as diversas áreas de Produto do Banco, na assessoria a Clientes internacionais nos segmentos corporate e private equity.

A equipa de Londres originou diversas operações internacionais de Project Finance e Acquisition Finance e prestou assessoria a operações de fusões e aquisições com perfil cross border, em coordenação com as equipas do Espírito Santo Investment em Lisboa, Madrid, São Paulo, Varsóvia e Luanda.

A equipa de Londres foi ainda vector de ligação no desenvolvimento de oportunidades de negócio conjunto entre o Espírito Santo Investment e o Evolution Group PLC, uma entidade financeira britânica, cotada na Bolsa de Londres, e onde o Espírito Santo Investment adquiriu no início de 2008 uma posição accionista de 9,95% do respectivo capital.

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Direcção de Clientes – Angola O Espírito Santo Investment tem vindo a desenvolver a sua actividade em estreita ligação com Angola, através do Gabinete de Banca de Investimento criado no Banco Espírito Santo Angola (BESA), Banco de direito angolano do Grupo Banco Espírito Santo, gabinete esse onde se encontra um elemento do Espírito Santo Investment da Direcção de Clientes.

Ao longo dos últimos anos, a actividade do Gabinete de Banca de Investimento tem-se centrado no apoio ao BESA na estruturação de financiamentos para entidades públicas, no âmbito do programa de reconstrução nacional, e na estruturação de financiamentos para projectos de investimento privados, com destaque para o sector imobiliário. Merece ainda destaque a assessoria prestada na negociação de Títulos de Dívida Pública angolana.

Tendo em atenção os desenvolvimentos esperados para a economia angolana e para o respectivo mercado de capitais, o Espírito Santo Investment tenciona alargar a sua presença no mercado angolano em 2009, com a criação de um Banco de Investimento de direito angolano e de uma Corretora, cujos projectos de implementação se encontram em fase final de estudo.

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CLIENTES PARTICULARES O ano de 2008 foi o primeiro ano completo de actividade da Direcção de Clientes Particulares. Esta direcção foi criada no segundo semestre de 2007, em articulação com o Departamento de Private Banking do Banco Espírito Santo, para servir os Clientes particulares de elevado património (Ultra High Net Worth Individuals, Family Offices e/ou Holdings Patrimoniais).

A existência da Direcção de Clientes Particulares representa um complemento importante na oferta de produtos e serviços dirigidos a um universo de Clientes com importância crescente para a Banca de Investimento, criando uma proposta de valor diferenciada para este segmento.

A Direcção de Clientes Particulares tem como principais objectivos (i) proporcionar aos seus Clientes produtos e serviços complementares à oferta tradicional do segmento Private, tais como Gestão Discricionária, Corretagem, Créditos Estruturados, Private Equity, Carteiras de Obrigações, Carteiras de Estruturados e Derivados e Assessoria Financeira; e (ii) tornar-se um canal de atracção de novos Clientes e de apresentação de novas oportunidades de negócio para o Espírito Santo Investment.

Apesar das dificuldades que se verificaram em 2008 os objectivos da Direcção foram atingidos, fruto de uma grande proximidade com as áreas de Produto do Banco, que tem contribuído para o crescente deal-flow de oportunidades de negócio.

Continuamos seguros que uma relação mais estreita entre as diversas áreas de Produto do Espírito Santo Investment com este segmento de Clientes do Grupo Banco Espírito Santo poderá incrementar significativamente a actividade junto desta base de Clientes e permitir uma melhor exploração da nossa oferta de produtos e serviços.

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MERCADO DE CAPITAIS – RENDA VARIÁVEL Enquadramento de Mercado O início do ano de 2008 foi marcado por uma crescente aversão ao risco e por uma elevada volatilidade dos mercados accionistas, os quais registaram o pior arranque dos últimos anos. A divulgação de perdas significativas por parte de algumas instituições financeiras americanas mais expostas ao crédito subprime e a divulgação, por parte da Societé Genérale, de perdas associadas à actuação fraudulenta de um dos seus traders, penalizaram ainda mais a confiança dos agentes nos mercados.

No final do 1º semestre verificou-se um recrudescimento da instabilidade no sector financeiro, fruto da iminente insolvência de importantes instituições norte-americanas como a Fannie Mae e Freddie Mac, que obrigou à intervenção das autoridades norte-americanas. No início do mês de Setembro, os mercados sofreram novo período de turbulência, resultante da falência da Lehman Brothers, que colocou em risco a sobrevivência dos restantes bancos de investimento norte-americanos independentes e da grave situação da seguradora AIG, que obrigou a uma injecção de capitais públicos. Foi nessa altura apresentado pelo Tesouro norte-americano, com o suporte da Reserva Federal, um plano de emergência “Plano Paulson”, que apesar da sua dimensão (cerca de USD 700 mil milhões) não conseguiu suster o contágio do risco sistémico à Europa.

Os mercados accionistas reagiram a estes factos com fortes perdas, aumentando os receios de colapso do sistema financeiro de alguns países. Após a garantia, por parte das autoridades governamentais, dos depósitos bancários na Zona Euro, e dos Governos nacionais terem aprovado planos de sustentação das instituições financeiras, verificou-se uma importante retoma de confiança por parte dos investidores.

Já no final do mês de Dezembro, foi revelada a mega fraude originada pelas empresas financeiras do grupo do gestor Bernard Madoff que, através do chamado esquema piramidal de Ponzi, levou à destruição de USD 50 mil milhões, afectando investidores em todo o Mundo.

Todas estas notícias contribuíram para a forte instabilidade dos mercados verificada durante os últimos meses do ano, que registaram valorizações significativas seguidas de importantes quedas diárias, num movimento de enorme volatilidade.

O ano de 2008 foi o pior ano de sempre para muitos dos índices mundiais, com performances negativas em muitos casos superiores a 40%. O PSI20 registou mesmo um dos piores comportamentos entre os principais índices mundiais, apresentando uma queda superior a 50%.

Performance dos principais Índices Bolsistas em 2008

-38,5-33,8

-40,5

-41,2-44,4

-31,3-42,7

-40,4-39,4

-51,3-42,1

-48,2

-60 -50 -40 -30 -20 -10 0

S&P500DJIANasdaq

BovespaEurostoxx50FTSE100CAC40DAXIBEX35

PSI20NikkeiWIG20

%

Fonte: Bloomberg (valorização em moeda local)

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Volatilidade

50

100

150

200

250

300

350

400

Jan-08 Mar-08 Mai-08 Jul-08 Out-08 Dez-08

%

VIX

Fonte: Bloomberg

Mercado Primário – Renda Variável

A crise do sector financeiro, que rapidamente se estendeu aos restantes sectores da economia, traduziu-se numa redução drástica do montante de ofertas de acções e equity linked a nível global, com muitas empresas a adiarem os seus planos de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) ou de Ofertas Secundárias de Acções, tendo o montante dos IPOs efectuados apresentado uma redução de 71,2% a nível global e 77,2% a nível europeu, face ao ano anterior.

Península Ibérica

Apesar das condições de mercado adversas, o Espírito Santo Investment liderou, durante o primeiro semestre de 2008, duas operações de grande dimensão em Portugal:

• O IPO da EDP Renováveis, S.A., concluído no mês de Junho, e cujo encaixe bruto ascendeu a EUR 1.567 milhões, tornando-se no maior IPO realizado na Europa durante o ano de 2008. O Espírito Santo Investment actuou como Coordenador Global Conjunto e Bookrunner desta operação;

• A emissão pelo BES Finance Ltd. de Obrigações Permutáveis, no montante de USD 1.000 milhões, indexadas ao valor das acções ordinárias do Banco Bradesco, S.A., que foi uma das maiores emissões de equity-linked realizadas a nível europeu em 2008. O Espírito Santo Investment actuou como Joint Bookrunner desta operação.

Durante o segundo semestre, o Banco actuou como Bookrunner do aumento de capital da Espírito Santo Financial Group, no montante de EUR 200 milhões, e como Coordenador Global da Oferta Pública de Subscrição de acções da Sumolis, no montante de EUR 30 milhões.

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Em Espanha e devido às condições extremamente adversas de mercado, todas as operações de IPO foram adiadas, pelo que não se registou qualquer operação deste tipo no mercado primário.

Brasil

Apesar da atribuição do título de investment grade ao Brasil por parte das agências internacionais (S&P e Fitch) no decurso do 1º semestre, que veio confirmar a percepção de maior solidez deste país, verificou-se uma grande redução das emissões realizadas no mercado primário resultante da grave crise de liquidez global. Foram realizados apenas 4 IPOs em 2008, no montante de BRL 7.582 milhões, uma redução de 87,4% face aos BRL 60.253 milhões resultantes das 65 operações realizadas em 2007.

Foram realizadas 9 ofertas secundárias de acções (11 em 2007) no montante total de BRL 26.837 milhões, um acréscimo de 116% face a 2007, destacando-se a Oferta de acções da Companhia Vale do Rio Doce, no montante de BRL 19.434 milhões.

O Banco actuou como Co-Manager na distribuição secundária de acções ordinárias da COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais, no montante de BRL 400 milhões.

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Mercado Secundário – Renda Variável

Península Ibérica

A crise financeira traduziu-se numa crise de confiança por parte dos investidores, que acabou por conduzir a uma saída significativa de capitais dos mercados accionistas ao longo de 2008. Os volumes transaccionados apresentaram reduções de 45% no Euronext Lisbon e de 25% na Bolsa de Madrid.

As fortes desvalorizações dos principais índices de referência traduziram-se num aumento dos resgates nos Fundos, conduzindo a uma importante redução dos Activos sob Gestão investidos nos mercados accionistas.

Neste contexto, o volume intermediado em acções pelo Espírito Santo Investment no Euronext Lisbon reduziu-se em cerca de 40% face a 2007, embora o Banco tenha recuperado a liderança do mercado com uma quota de 11,7%, destacando-se claramente do segundo classificado, que apresentou uma quota de mercado de 7,5%.

Em Espanha, o volume de acções transaccionado pelo Espírito Santo Investment na Bolsa de Madrid registou também uma quebra na ordem dos 30%. Apesar da ligeira redução na quota de mercado (de 6% em 2007 para 5,6% em 2008), o Espírito Santo Investment conseguiu melhorar a sua posição no ranking das corretoras, passando do 6º lugar em 2007 para o 5º lugar em 2008.

Dada a conjuntura desfavorável prevista para 2009, o Espírito Santo Investment continuará a concentrar os seus esforços no alargamento da sua actual base de Clientes. Com esse propósito, o Espírito Santo Investment iniciará em 2009 a distribuição nos Estados Unidos do produto de “Equities Ibérico”, através da sucursal em Nova Iorque da E.S. Financial Services, Inc.

Ranking Euronext Lisbon 2008 Ranking Bolsa de Madrid 2008

Ranking Broker Quota1 Banco Espírito Santo de Investimento 11,7%2 Banco Millenium BCP 7,5%3 Banco Português de Investimento 7,2%4 Morgan Stanley 6,2%5 Fortis B. NV 5,0%6 Credit Suisse Securities 5,0%7 UBS Limited 4,9%8 Caixa - Banco de Investimento 4,8%9 Merril Lynch 4,6%

10 Lehman Bros Int. Europe 4,1% Fonte: Euronext Lisbon.

Ranking Broker Quota1 Banco Bilbao Vizcaya Argentária 11,8%2 Santander Investment Bolsa 10,8%3 Societe Generale Suc. España 8,5%4 Ahorro Corp. Financiera 6,3%5 Banco Espírito Santo de Investimento 5,6%6 Morgan Stanley 5,2%7 Merril Lynch 4,7%8 Sebroker Bolsa, Agencia de Valores 3,7%9 Deutsche Bank Suc. España 3,7%

10 Credit Suisse Securities 3,6% Fonte: Sociedad de Bolsas, S.A.

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Brasil

O Espírito Santo Investment, através da BES Securities, aumentou em 2008 a sua actividade de intermediação em cerca de 17% face ao ano 2007, apesar do volume de mercado ter diminuído significativamente no mesmo período.

Esta performance resultou da implementação de uma estratégia de colaboração estreita com as restantes equipas de Corretagem do Espírito Santo Investment e traduziu-se numa maior diversificação geográfica da sua carteira de Clientes, passando a oferecer os seus serviços a Clientes europeus e norte-americanos, entre os quais se destacam alguns dos principais fundos europeus. Merece ainda destaque o facto de, durante o ano de 2008, a BES Securities ter passado a oferecer a Clientes institucionais, domésticos e internacionais, um serviço de Direct Market Access (DMA).

A qualidade da equipa de Research foi mais uma vez evidenciada pela votação dos principais Fundos de Investimento em 5 analistas do Banco, na prestigiada revista de investimento “Institutional Investor”.

Em 2009, a BES Securities continuará a privilegiar a estratégia de exploração das várias plataformas de distribuição do Banco, com vista a aumentar a sua base de Clientes institucionais. Para esse efeito foi igualmente tomada a decisão de criar uma nova área de negócio, destinada a Clientes particulares, e intensificar o serviço de DMA, que continua a gerar resultados muito positivos noutras geografias, nomeadamente em Espanha.

Polónia

O ano de 2008 assinalou o arranque da actividade de corretagem do Espírito Santo Investment na Bolsa de Varsóvia. A 17 de Julho de 2008, o Banco iniciou a sua actividade de intermediação neste mercado, que progressivamente se tem afirmado pela sua dinâmica como o principal centro financeiro da Europa Central e de Leste.

O Espírito Santo Investment conta na sua actual base de Clientes com diversos Clientes internacionais e fundos de investimento e de pensões polacos. O ano de 2008 evidenciou o potencial de cross-selling de produtos de outras geografias junto do mercado polaco e deixa perspectivas positivas para 2009, no sentido da actividade desenvolvida pela sucursal de Varsóvia contribuir para consolidar a estratégia internacional do Banco.

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Gestão de Activos

Portugal

O ano de 2008 revelou-se muito adverso, seja no contexto macro económico, seja no contexto específico dos mercados accionistas. A falta de confiança que se instalou, a fuga de activos com destino aos depósitos bancários, circunstancialmente muito atractivos, juntamente com a escassez de credito e subida dos spreads de crédito, resultaram numa forte ameaça à actividade de Gestão de Activos.

Ainda assim, a natureza da gestão desenvolvida pelo Banco, de cariz conservador, aliada ao seu track record permitiram travar parcialmente a redução do montante dos Activos sob Gestão, comum a todo o sector de asset management. Na verdade, apesar da redução verificada nos Activos sob Gestão do Banco, esta revelou-se pouco significativa quando comparada com a redução verificada no mercado nacional e internacional, no segmento accionista, onde atingiu valores superiores a 60%. No caso, as carteiras geridas sofreram uma queda total de 38% em 2008 terminando o ano com um montante global de EUR 182 milhões.

Mereceram particular destaque na actividade de Gestão de Activos em 2008:

i. A excelente colaboração com o Private Banking do Banco Espírito Santo, que aliás já se havia verificado em anos anteriores;

ii. A gestão do Unit Link Private Invest – perfil P100 - produto lançado no final do ano de 2007, e que representa cerca de EUR 20 milhões;

iii. A gestão do perfil Retorno Dinâmico 100% Acções do Unit Link BEST Invest, produto lançado em Janeiro de 2008 pelo Banco BEST e que permitiu um relacionamento mais estreito com este último;

iv. O início do processo de constituição de um Fundo de Investimento, em colaboração com a ESAF, a ser distribuído numa primeira fase em Espanha e numa fase posterior noutros mercados internacionais.

Por último, é de referir os resultados das carteiras geridas, que apesar de negativos no ano de 2008, são no caso do perfil standard, de tal forma menos expressivos do que os verificados no mercado e na concorrência, que deixam perspectivas animadoras e ambiciosas para o período pós crise. Num contexto em que o PSI20 caiu mais de 51% e o Eurostoxx50 registou uma queda superior a 44% as carteiras no perfil standard limitaram a queda a 12,7%.

O reconhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido é, em si mesmo, garantia de um word of mouth positivo que reforça a confiança do Banco no futuro desta actividade. Consciente da probabilidade de, em 2009, ter ainda de enfrentar um contexto adverso, especialmente no que toca à confiança dos mercados, o Banco assume, ainda assim, objectivos de crescimento nesta actividade. Espera-se um contributo importante para a expansão da actividade resultante da distribuição em Espanha do Fundo de Investimento a constituir em colaboração com a ESAF. É ainda expectativa do Banco que a comercialização deste Fundo permita atrair mais clientes institucionais em Portugal.

Espera-se igualmente continuar a ver reconhecidos os méritos da filosofia de gestão desenvolvida e da transparência, simplicidade e agilidade que dela resultam.

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Brasil

Para a BESAF – BES Activos Financeiros Ltda., o ano de 2008 foi marcado por dois acontecimentos:

i. A aquisição dos fundos geridos pelo Asset Management do Banco WestLB, agregados ao portfólio da BESAF no segundo semestre (Agosto de 2008) e,

ii. A tomada de uma participação de 50% da ESAF – Espírito Santo Activos Financeiros no capital da BESAF – BES Activos Financeiros, Ltda..

A BESAF possuía, no final de 2008, cerca de BRL 444 milhões de Activos sob Gestão, distribuídos entre fundos abertos e exclusivos.

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MERCADO DE CAPITAIS – RENDA FIXA

Mercado Primário – Renda Fixa

Enquadramento de Mercado

O ano de 2008 ficou marcado pelo agravamento da crise de crédito iniciada em Julho de 2007, que passou a assumir contornos de uma crise financeira com impactos significativos nos restantes sectores da economia. A maior aversão ao risco traduziu-se na evolução favorável dos títulos de dívida pública e em perdas expressivas nos mercados accionistas e de crédito.

Os spreads de dívida atingiram máximos históricos em meados de Setembro, aquando da falência da Lehman Brothers, episódio que gerou um aumento considerável do risco sistémico, provocando fortes perturbações no mercado monetário. Apenas a intervenção célere por parte das autoridades das principais economias mundiais, através da adopção de políticas monetárias expansionistas e de medidas destinadas a recapitalizar o sistema financeiro e a garantir o acesso a financiamento de médio prazo, permitiu atenuar aquele risco.

Neste contexto de aversão ao risco, elevados níveis dos spreads e ausência de liquidez, a actividade do mercado de Eurobonds manteve-se consideravelmente reduzida até meados de Novembro, após o que se verificou uma reabertura gradual e moderada, como resposta às medidas adoptadas e anunciadas pelas autoridades com o propósito de restabelecer a confiança no sistema financeiro e reanimar as economias.

Península Ibérica

Em Portugal, tal como nas restantes economias, as empresas recorreram à única fonte de financiamento disponível, os bancos de maior relacionamento comercial, captando recursos através de programas de papel comercial e de crédito bancário.

Neste enquadramento, o Espírito Santo Investment esteve particularmente activo na liderança e montagem de diversos programas de Papel Comercial. Em 2008, o Banco igualou o número de mandatos ganhos e duplicou o montante de nova dívida contratualizada face a 2007, tendo liderado 41 novos programas de Papel Comercial, num montante total de dívida emitida de cerca de EUR 1.500 milhões. Destacamos, pela sua dimensão, os programas de Papel Comercial da BRISA (EUR 200 milhões), da Teixeira Duarte (EUR 120 milhões), da Zon Multimédia (EUR 100 milhões) e da REFER (EUR 100 milhões).

O Espírito Santo Investment destacou-se igualmente pela liderança conjunta das Emissões de Obrigações a Taxa Variável (EUR 1.250 milhões) e Obrigações Hipotecárias (EUR 1.250 milhões) para o Banco Espírito Santo, S.A. bem como pela organização e montagem da única Oferta Pública de Subscrição de Obrigações concretizada em Portugal, para a Sporting SAD (EUR 19 milhões). Foram igualmente liderados e colocados pelo Banco dois empréstimos obrigacionistas para a ESFIL (EUR 25 milhões) e para a Espírito Santo Financial Portugal (EUR 60 milhões).

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Aliada à crise mundial, a economia espanhola sofreu ainda os efeitos de uma crise no sector imobiliário, situação que afectou fortemente o mercado de capitais. As empresas espanholas captaram recursos através da contratação de créditos bancários bilaterais, tendo-se assistido a uma tendência de refinanciamento e redução da dívida existente. O Espírito Santo Investment não angariou nenhum mandato em Espanha nesta área.

Brasil

A crise financeira internacional reduziu igualmente o interesse dos investidores institucionais internacionais em produtos de renda fixa brasileiros, o que teve um impacto directo na actividade de mercado primário. Assistiu-se a um crescimento relativo das transacções realizadas no mercado local e ao aumento considerável de operações de curto prazo (emissões de notas promissórias, no montante de BRL 26 mil milhões, um crescimento de 166% face a 2007) em detrimento de operações de longo prazo (emissões de debêntures, no montante de BRL 6 mil milhões, um decréscimo de 40% face ao ano anterior).

Durante o 1º semestre de 2008, as empresas brasileiras conseguiram captar no Mercado de Capitais internacional USD 6 mil milhões, montante superior em 54% ao verificado em igual período de 2007. A partir do 2º semestre e com o considerável agravamento da crise internacional, não foi concretizada qualquer transacção relevante neste mercado.

De entre as principais operações realizadas pelo Espírito Santo Investment, salientamos, no mercado externo:

a actuação como Joint Lead Manager nas emissões de Notes pelo Banco Panamericano (USD 130 milhões) e pelo Banco BMG (USD 200 milhões);

a actuação como Co-Manager na emissão de Notes pelo Banco Sofisa (USD 125 milhões);

a participação como Mandated Lead Arranger nos financiamentos ao abrigo de A/B Loans do IFC (International Finance Corporation, World Bank group) ao Banco Sofisa (USD 185 milhões), à Latapack (USD 135 milhões) e como Arranger ao Banco Fibra (USD 70 milhões);

a actuação como Co-Arranger na Syndicated Loan Facility para o BicBanco (USD 120 milhões);

e no mercado brasileiro:

a participação como Co-Manager na emissão de debêntures pela American Banknote (BRL 180 milhões).

No mercado de Structured Trade Finance, o Espírito Santo Investment actuou como Participante na Pre Export Finance Facility para a Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (USD 120 milhões) e nas Senior Export Prepayment Facility (USD 600 milhões) e Senior Revolving Facility (USD 700 milhões) para a Usiminas.

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Considerando o cenário macroeconómico previsto para 2009, deverá manter-se a tendência de maior captação de recursos no mercado de Renda Fixa local.

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Gestão de Risco e Trading & Sales

Península Ibérica

Durante o ano de 2008, o Espírito Santo Investment centrou a sua actividade de Gestão de Risco, e Trading & Sales no acompanhamento de Clientes e na criação de produtos de valor acrescentado para os mesmos. Dando continuidade à estratégia seguida nos anos anteriores, manteve-se o objectivo de aumento da base de Clientes, dando ênfase a uma maior diversificação geográfica. Apesar da crise nos mercados, foi possível assegurar em 2008 um ritmo de crescimento importante no número de operações concretizadas com Clientes.

Gestão de Risco para empresas

Na actividade de Gestão de Risco/Estruturação para empresas, o Espirito Santo Investment diversificou a sua oferta de produtos, intensificou o acompanhamento dos Clientes e consolidou a sua presença em Espanha, quer junto das Pequenas e Médias Empresas (PME’s), quer junto das Grandes Empresas.

Gestão de Risco para Institucionais

A actividade de Gestão de Risco/Estruturação para Clientes Institucionais manteve elevados níveis de crescimento em 2008, principalmente durante o 1º semestre do ano. No 2º semestre, apesar das condicionantes de mercado, foi possível concretizar um número importante de transacções.

O Espírito Santo Investment conseguiu aumentar as operações efectuadas noutros mercados geográficos (principalmente no espanhol), consolidando a sua actividade no mercado nacional através de um alargamento da sua base de Clientes e de uma maior diversidade de produtos oferecidos.

Trading & Sales

A estratégia da área de Trading & Sales em 2008 norteou-se pelos seguintes objectivos: (i) redução dos risco de crédito da carteira; (ii) aposta na descida das taxas de juro; (iii) captação de funding para o Banco; (iv) foco na actividade recorrente com Clientes; e (v) na cotação de emissões em mercado primário, aproveitando janelas de oportunidade concedidas pelo comportamento dos spreads de crédito.

Nesta área, o Espirito Santo Investment destacou-se pela participação activa na distribuição das emissões originadas e lideradas pelo Banco, tanto no mercado europeu como no mercado brasileiro.

A área de Sales continuou o esforço de diversificação geográfica da sua base de Clientes Institucionais, sendo de destacar o aumento de actividade em Espanha, França, Suíça e Reino Unido.

Brasil

A actividade de Gestão de Risco e Trading & Sales no Brasil, em 2008, destacou-se pelos seguintes factos:

Gestão de Risco/Estruturação

Na área de Gestão de Risco/Estruturação, o Espírito Santo Investment continuou a desempenhar um importante papel de assessoria aos seus Clientes, na procura da melhor solução para a cobertura de riscos (principalmente risco de taxa de juro e de câmbio). Foram concretizadas várias operações de swaps, non-deliverable forwards e de Opções.

Até ao evento Lehman Brothers, os Clientes procuraram estruturas mais alavancadas e complexas, após o que se assistiu a uma crescente procura por operações mais convencionais, num típico movimento de back to basics.

Trading & Sales

Na área de Trading, o Espírito Santo Investment manteve uma postura conservadora e oportunista, agregando valor com baixo risco. A actuação ocorreu em todos os mercados disponíveis no Brasil (câmbio, juros e acções), utilizando para o efeito instrumentos de elevada liquidez.

Na área de Sales, o Espírito Santo Investment ampliou o acesso ao investidor institucional através da colocação de CDB – Cédulas de Depósito Bancário, cujo montante atingiu o valor de BRL 1,45 mil milhões no final de 2008.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Área de Tesouraria

Península Ibérica

O ano de 2008 revelou-se um ano extremamente difícil para o sector bancário, em particular após a queda da Lehman Brothers. Os spreads de crédito alargaram-se reflectindo uma crescente aversão ao risco, as dificuldades de liquidez agravaram-se com a redução da actividade de dívida, tanto no mercado primário como no mercado secundário e o processo de deleveraging da indústria financeira acelerou, ditando a queda do preço dos activos.

A intervenção dos bancos centrais - pela flexibilização do acesso à liquidez - como dos governos - prestando garantias a favor das instituições de crédito – de forma a restabelecer a confiança foram determinantes para evitar maiores perturbações no mercado.

Apesar de todos os esforços, 2008 foi de facto o “annus horribilis” da indústria financeira. Assistiu-se à queda de “gigantes” como a Bear Stearns, a Lehman Brothers ou o Washington Mutual, o bailout entre outros do Freddie Mac, da Fannie Mae, da AIG e do Northern Rock, o desaparecimento de inúmeros Hedge Funds e um acumular de pesadas perdas num número significativo de instituições.

Neste cenário, o Espírito Santo Investment resistiu bastante bem à crise, essencialmente devido à robustez do seu balanço e à integração no universo do Grupo Banco Espírito Santo.

Apesar de um natural decréscimo, a emissão de notas ao abrigo do EMTN continuou a um ritmo bastante satisfatório, os depósitos de Clientes mantiveram-se sensivelmente nos níveis do ano anterior e o recurso ao mercado interbancário, embora registando um aumento, concentrou-se em tomadas de fundos dentro do Grupo Banco Espírito Santo, representando a dependência interbancária de terceiros menos de 5% do balanço.

Os objectivos de utilização do programa de EMTN para 2009 apontam para um crescimento moderado do montante emitido, mantendo-se a mesma lógica de serviço ao cliente investidor e de melhoria do perfil de funding.

Programa de EMTN

EUR milhões

105230 217 262

171

701

1.020

1.2771.119

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Total outstanding

Fonte: Espírito Santo Investment.

A carteira de Tesouraria totalizava, a 31 de Dezembro de 2008, cerca de EUR 462 milhões sendo composta por produtos cash (EUR 396 milhões) e sintéticos (EUR 66 milhões) e decresceu cerca de EUR 68 milhões face a 2007 por forma a minorar a exposição a um mercado extremamente volátil e globalmente adverso a praticamente todas as classes de activos.

Para 2009 o Banco manterá uma política de investimento muito selectiva, prevendo-se um crescimento da carteira em linha com a expectativa de melhoria gradual do mercado de crédito.

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Brasil

O mercado de crédito privado no Brasil teve dois momentos distintos e a fronteira entre eles foi marcada pela falência da Lehman Brothers. Até ao dia 15 de Setembro, o mercado permanecia com excesso de liquidez e funcionava normalmente, em contra-ciclo com o resto do mundo, propiciando funding fácil e barato com baixo spread de crédito. Após a falência da Lehman Brothers, este cenário alterou-se, dando lugar a uma forte restrição de linhas interbancárias e ao consequente desaparecimento do crédito.

Os bancos de pequeno e médio porte sentiram imediatamente os impactos da crise, com a fuga dos investidores que procuraram refúgio para as suas aplicações junto de grandes bancos ou até mesmo adquirindo títulos públicos. Rapidamente o Banco Central do Brasil actuou, tomando medidas que tiveram como objectivo aumentar a liquidez no sistema. As medidas surtiram efeito e o mercado mostrou sinais de melhoria em Dezembro.

Neste contexto, o Espírito Santo Investment também sofreu resgates antecipados por parte dos seus investidores. Por se ter preparado, entretanto, para piores condições de liquidez e por contar com o suporte do Grupo Banco Espírito Santo, conseguiu no entanto contornar com facilidade o momento mais crítico.

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SERVIÇOS FINANCEIROS Enquadramento de Mercado Durante o ano de 2008, e embora registando um abrandamento já esperado, a actividade de Fusões e Aquisições (F&A) a nível global mostrou alguns sinais de vitalidade resultantes dos efeitos de consolidação verificados no sector financeiro e da descida generalizada das cotações nos mercados accionistas, que tornou algumas aquisições estratégicas mais atractivas.

De acordo com os dados publicados pela Thomson Financial, a actividade de F&A em 2008 registou um decréscimo global de 7% em número e de 35% em valor, nas operações concretizadas e anunciadas. Este decréscimo é, em grande parte, explicado pela conjuntura económica desfavorável e pela crescente dificuldade de obtenção de financiamento por parte das empresas.

As operações cross border na Europa registaram um decréscimo de 23% em número e de 80% em valor, representando cerca de 73% do valor total de operações de F&A realizadas na Europa. A nível global, este tipo de operações decresceu 26% em número e 59% em valor, de acordo com dados da Bloomberg.

As operações de management buyout apresentaram um comportamento igualmente negativo durante o ano de 2008, e foram especialmente condicionadas pelas dificuldades de obtenção de financiamento já referidas. De acordo com dados da Bloomberg e comparativamente com o ano anterior, verificou-se um decréscimo de 30% em número e de 86% em valor nas operações concretizadas e anunciadas na Europa. A nível global, as operações de management buyout registaram um decréscimo de 23% em número e de 83% em valor.

As operações realizadas pelos fundos de private equity mantiveram a mesma tendência verificada nas operações de management buyout, tendo-se registado decréscimos de 26% em número a nível global (74% em valor) e de 31% em número na Europa (68% em valor).

Operações a Nível Mundial – anunciadas e completas

-100

100

300

500

700

900

1.100

1.300

1.500

Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

_________________ __________________ _________________ ________________ 2005 2006 2007 2008

US $ mil milhões Unidades

Valor (coluna)

N.º de operações (linha)

Fonte: Thomson Financial

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Península Ibérica

A actividade de F&A na Península Ibérica apresentou, de acordo com a Bloomberg um comportamento bastante menos negativo que nos restantes mercados no que diz respeito a número de operações. Apesar da tendência negativa verificada a nível global, na Península Ibérica o número de operações decresceu apenas 6% em relação a 2007, tendo sido realizadas diversas operações de concentração, com o propósito de permitir às empresas defender as suas margens operacionais através do corte de custos e do aproveitamento de sinergias.

Registou-se um decréscimo de 83% no valor das transacções, que se deveu em parte à actual conjuntura económica desfavorável, com impactos significativos especialmente nos sectores imobiliário e de construção, mas também ao facto de, em 2007, o valor das operações concretizadas em Espanha ter sido significativamente influenciado pela aquisição do ABN Amro pelo consórcio formado pelo Banco Santander, Royal Bank of Scotland e Fortis, considerada a maior fusão de entidades bancárias da história.

O mercado português, segundo a Bloomberg, cresceu 5% em número de operações e decresceu 23% em valor, representando cerca de 17% do número total de operações de F&A realizadas na Península Ibérica (14% em valor) em 2008.

Em Espanha, assistiu-se a um decréscimo de 8% no número de operações concretizadas e anunciadas e a um decréscimo de 85% no respectivo valor, comportamento explicado em parte por uma significativa redução do valor médio por transacção.

Em 2008 e de acordo com a Bloomberg, os sectores mais activos na Península Ibérica foram os seguintes:

Sectores de Actividade Número de Transacções

Financeiro 23%Consumo não cíclico 19%Industrial 18%Consumo cíclico 11%

Sectores de Actividade Valor das Transacções

Financeiro 42%Energia 13%Consumo cíclico 11%Consumo não cíclico 11%

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Em 2008, o Espírito Santo Investment reforçou a liderança do mercado de F&A (por número de operações e por valor de transacções) em Portugal e alcançou pela primeira vez o 1º lugar na Península Ibérica (por número de operações), ultrapassando os Bancos globais.

Bloomberg Ordenado por número de transacções completas

1.1.2008 – 31.12.2008

League Tables 2008

Portuguese Target Portuguese Acquirer

League Tables 2008

Iberian Target Iberian Acquirer

1º Lugar

M&A Financial Advisory Portugal

1º Lugar M&A Financial Advisory

Iberia

Global Financial Multimedia

Information and Communication

Global Financial Multimedia Information and Communication

1 Espírito Santo Investment 39

2 Caixa Banco Investimento 25

3 BPI 6

4 Banco Santander 4

5 Deloitte 4

5 Deutsche Bank 3

6 JP Morgan 2

6 Royal Bank of Scotland 2

6 ABN AMRO 2

6 Rothschild 2

1 Espírito Santo Investment 43

2 Caixa Banco Investimento 25

3 KPMG 24

4 Banco Santander 15

4 Morgan Stanley 13

5 JP Morgan 13

6 UBS 12

7 Citigroup 10

8 Rothschild 9

9 GBS Finanzaz 9

Fonte: Bloomberg - Nota: Informação à data de 5 de Fevereiro de 2009

Brasil

De acordo com a Thomson Financial, o volume de operações de F&A no Brasil atingiu um novo recorde em 2008, com um crescimento de 62% em relação a 2007, ascendendo a BRL 95 mil milhões. O ano de 2008 foi o terceiro ano consecutivo de forte crescimento no mercado de F&A, em resultado da concretização de grandes transacções, tais como a compra da Brasil Telecom pela Oi, a fusão do Banco Itaú com o Unibanco e a fusão da Bovespa com a BM&F.

De acordo com os dados publicados pela Bloomberg, o Espírito Santo Investment alcançou o 7º lugar no ranking de F&A no Brasil (em número de operações).

Bloomberg Ordenado por número de transacções completas

1.1.2008 – 31.12.2008

League Tables 2008

Brazilian Target Brazilian Acquirer

7º Lugar M&A Financial Advisory

Brasil

Global Financial Multimedia Information and Communication

1 Credit Suisse 27

2 UBS 24

3 Citigroup 22

4 Patria 21

5 Banco Santander 13

6 Goldman Sachs 12 7 Espírito Santo Investment 9

7 JP Morgan 9

8. Rothcshild 8

8 Banco Bradesco 8

Nota: Fonte: Bloomberg - Nota: Informação à data de 5 de Fevereiro de 2009

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A actividade do Espírito Santo Investment

Em 2008 e em termos globais, o Espírito Santo Investment assessorou mais de 40 operações de F&A, com um valor global aproximado de EUR 4,5 mil milhões.

Península Ibérica

O ano de 2008 ficou marcado pela consolidação da presença do Espírito Santo Investment a nível Ibérico, através da liderança do mercado de F&A, em número de operações, pela primeira vez. Este facto representa mais um passo importante na estratégia de estabelecer o Espírito Santo Investment como um Banco de referência para operações de cross-border no eixo estratégico Portugal - Espanha - Brasil.

Em Portugal, o Espírito Santo Investment reforçou a sua posição de líder da actividade de F&A apesar da desaceleração da economia sentida ao longo de todo o ano. A sólida e experiente equipa com know-how multi-sectorial, a proximidade e o conhecimento dos clientes e o domínio e capitalização nos diferentes produtos de Banca de Investimento foram a base deste sucesso.

Em Espanha, a actividade do Espírito Santo Investment foi naturalmente influenciada pela situação económica e pela dificuldade em encontrar financiamento adequado para concretizar as potenciais transacções. Apesar do contexto negativo, o Banco manteve a sua actividade, focando os seus esforços em mandatos de venda de companhias de média dimensão que foram concluídos no decurso de 2008.

Na Península Ibérica, entre as operações de F&A em que o Espírito Santo Investment esteve envolvido destacam-se as seguintes:

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Brasil

O Espírito Santo Investment destacou-se pela intervenção em operações de relevo nos mais diversos sectores da economia brasileira. A melhoria do seu desempenho beneficiou também da consolidação da nova equipa de trabalho, cuja reformulação teve início em meados de 2007 e ficou concluída no final de 2008.

As transacções mais significativas em que o Espírito Santo Investment esteve envolvido foram as seguintes:

Polónia

O Espírito Santo Investment reforçou a sua aposta no mercado local de F&A, adquirindo o controlo da Concórdia Espírito Santo Investment (CESI). Esta iniciativa permitiu estreitar a cooperação entre a CESI e as equipas das restantes geografias em que o Banco está presente, potenciando a geração de novas oportunidades de negócio cross-border.

Por outro lado, a estratégia que foi implementada em 2008, de focar a actividade em sectores económicos de eleição (obras públicas, distribuição, alimentar, energias renováveis) e aumentar o relacionamento com private equities locais, permitiu que Espírito Santo Investment se tornasse cada vez mais o parceiro preferencial na expansão das empresas ibéricas e brasileiras para o mercado polaco.

Na actividade desenvolvida na Polónia, destacou-se a assessoria à PPHU Duda-Bis no processo de entrada de um investidor financeiro:

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Apesar da conjuntura económica desfavorável ter condicionado a obtenção de financiamento por parte das empresas, e consequentemente a actividade de F&A, o ano de 2008 representou para a área de Serviços Financeiros um ano de reforço da sua presença no eixo estratégico Portugal – Espanha - Brasil e de definição de novas metas e desafios, nomeadamente a nível internacional.

O ano de 2009 deverá ser marcado por uma diminuição do volume das operações de F&A como consequência da actual conjuntura económica. No entanto, o Espírito Santo Investment acredita que continuarão a existir oportunidades interessantes e por isso estabeleceu objectivos ambiciosos para o desenvolvimento da sua actividade no próximo ano. A actividade desta área de negócio será orientada para os sectores onde o Banco tem maiores vantagens competitivas, como é o caso das energias renováveis, e para as empresas com sólidos cash-flows, e com as quais tem um relacionamento de longa data.

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ASSESSORIA FINANCEIRA A MÉDIAS EMPRESAS A Espírito Santo Assessoria Financeira foi criada em 2004 em parceria com a Direcção de Médias Empresas do Banco Espírito Santo, com o objectivo de prestar serviços de Banca de Investimento ao segmento de médias empresas, com especial destaque para os Clientes dos Centros de Empresas do Banco Espírito Santo.

Os serviços de Banca de Investimento prestados a este segmento de mercado incluem, tanto a assessoria em fusões e aquisições e o seu financiamento, como serviços de consultoria financeira pura, designadamente, avaliações, estudos de viabilidade económico-financeira, assessoria em processos de reestruturação financeira e societária.

O esforço mais relevante em termos de dinamização comercial tem sido exercido através dos Centros de Empresas do Banco Espírito Santo, que constituem o principal catalizador de negócio da Espírito Santo Assessoria Financeira. Após identificação pelos Centros de Empresas das oportunidades de negócio, os serviços de Banca de Investimento são oferecidos aos potenciais Clientes mediante a realização de um plano de visitas, onde se procede à apresentação do serviço e à angariação de mandatos de assessoria financeira.

Para multiplicar os canais de angariação de negócio e, por essa via, alargar a sua base de Clientes, em 2006 a Espírito Santo Assessoria Financeira estabeleceu um protocolo de colaboração com o Private Banking do Banco Espírito Santo. Com esta iniciativa pretendeu-se dar apoio aos Clientes Private no desenvolvimento dos seus projectos de investimento, regra geral de natureza individual, bem como na aquisição e alienação de participações societárias e, em geral, apoiar a optimização da gestão do seu património empresarial.

O ano de 2008 correspondeu ao esperado em termos de actividade e de receitas, tendo sido angariados e executados 27 mandatos, sendo de realçar:

• A assessoria em duas operações de estruturação de financiamento, à Z-Mar e à Inplaza;

• A assessoria à NutriGreen na entrada de um parceiro financeiro através de aumento de capital;

• A assessoria à Cariano, S.A. na aquisição de 50% da Cariano & Irmão;

• A assessoria à Laurus, S.A. na aquisição de 50% da Fábrica de Papel Ponte Redonda.

Os objectivos da Espírito Santo Assessoria Financeira para 2009 reflectem uma perspectiva ambiciosa de desenvolvimento da actividade, apesar das dificuldades da conjuntura económica nacional e internacional. Assim, e partindo das bases lançadas nos anos transactos, reforçar-se-á a dinâmica junto dos responsáveis dos Centros de Empresas, na criteriosa selecção e prioritização de Clientes e na identificação de oportunidades de negócio, de forma a optimizar-se a utilização dos recursos humanos e técnicos afectos. Será dado particular ênfase à articulação interna com as Direcções de Clientes e de Serviços Financeiros do Espírito Santo Investment, para melhor se aproveitar o potencial de complementaridade da oferta de serviços, de captação de negócio e na execução de mandatos.

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PROJECT FINANCE E SECURITIZAÇÃO Durante o ano de 2008 a actividade desenvolvida pela Direcção de Project Finance e Securitização (DPFS) manteve a forte dinâmica verificada em 2007, registando-se uma evolução positiva ao nível dos principais indicadores do negócio.

Em linha com a tendência verificada em 2007, mereceram especial destaque em 2008 os sectores das infra-estruturas e das energias renováveis, tendo o Espírito Santo Investment ocupado a 5ª posição no ranking global de Mandated Lead Arrangers do sector de energias renováveis, de acordo com o “Infrastructure Journal”.

Durante o ano de 2008 foram angariados e concretizados importantes mandatos de liderança de operações de Project Finance, tanto a nível nacional como a nível internacional. A actividade no mercado doméstico foi complementada pelo desenvolvimento da actividade internacional, a qual vem assumindo uma relevância crescente, fruto do know how adquirido e das competências desenvolvidas, quer a partir da equipa de Lisboa quer a partir da presença de equipas da DPFS em geografias consideradas estratégicas para esta área de negócio.

Portugal

Em 2008, o Espírito Santo Investment consolidou a sua posição de liderança no mercado português, tendo assumido posições de destaque na generalidade das principais operações realizadas, quer ao nível da assessoria financeira quer ao nível da estruturação e montagem dos financiamentos. A equipa de Lisboa concretizou 25 novas operações, merecendo particular destaque as seguintes:

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento da Elecgás, S.A., central de ciclo combinado a gás natural em Portugal, no montante global de EUR 557,7 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à CUF Químicos Industriais, S.A., no âmbito do projecto de investimento no complexo industrial de Estarreja, no montante global de EUR 152,8 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à Naturener Glacier Wind Energy 1 LLC, parque eólico nos E.U.A., no montante global de USD 132 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à Megawind Polska Sp zoo (RPI Group), parque eólico na Polónia, no montante global de PLN 30,5 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de refinanciamento à Generg, S.A., detentora de um portfolio de parques eólicos e centrais mini-hídricas em Portugal, no montante global de EUR 593,6 milhões;

Assessoria e liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à Aenor Douro – Estradas do Douro Interior, S.A., no âmbito da concessão rodoviária em Portugal com a mesma designação, no montante global de EUR 765 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à Acuinova – Actividades Píscicolas, S.A., no âmbito de um projecto de investimento numa unidade de aquacultura em Portugal, no montante global de EUR 124,8 milhões;

Liderança na estruturação e montagem da operação de financiamento à P. E. Arganil, Lda., no âmbito de um projecto de investimento em 3 parques eólicos em Portugal, no montante global de EUR 141,4 milhões;

Participação no financiamento à Kleen Energy Systems LLC, no âmbito da construção de uma central de produção de energia a ciclo combinado nos E.U.A., no montante global de USD 1.015 milhões;

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Destacou-se ainda a concretização de uma operação de aircraft finance para a TAP, em que o Espírito Santo Investment desempenhou funções de Arranger numa transacção de international finance leasing de uma aeronave A330-200 no valor de USD 96,55 milhões, que se inseriu numa transacção total de cinco aeronaves do mesmo tipo, no montante de USD 500 milhões.

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Relativamente à actividade de assessoria financeira, destacaram-se os seguintes mandatos:

• A assessoria financeira ao Grupo Aenor relativamente a 8 novos concursos de concessões rodoviárias em Portugal;

• A assessoria financeira ao consórcio composto pelo MSF Concessões e Ascendi relativamente ao concurso para a concessão rodoviária Praia - Tarrafal em Cabo Verde;

• A assessoria financeira à EIP - Electricidade Industrial Portuguesa, S.A. no concurso para atribuição da concessão de um parque eólico de 20MW;

• A assessoria financeira à Urbancraft no concurso para 4 concessões de parques eólicos, num total de 125MW;

• A assessoria financeira ao consórcio composto pela EDP Renováveis, Siemens Project Ventures e Grupo Pro CME no concurso para a construção e operação do parque eólico de Tarfaya com 300 MW, em Marrocos;

• A assessoria financeira ao consórcio AltaVia para o concurso do troço de alta velocidade Poceirão-Caia.

Para os próximos anos, perspectivam-se para o mercado nacional de Project Finance grandes projectos, de entre os quais se destacam o novo aeroporto internacional de Lisboa, as concessões no âmbito da rede ferroviária de alta velocidade e as restantes concessões rodoviárias ainda por adjudicar. Paralelamente, é expectável que se mantenha o desenvolvimento do sector das energias renováveis, com a implementação de vários projectos eólicos cujas licenças foram recentemente atribuídas. Dentro do sector das energias renováveis prevê-se que venham a ser realizadas um conjunto de operações associadas ao desenvolvimento da área da biomassa, objecto de um concurso recente.

Finalmente, o programa de PPPs (parcerias-público-privado) lançado para o sector da saúde e que envolve a construção de novos hospitais contribuirá também para a concretização em 2009 de novas operações em regime de Project Finance. Este modelo é potencialmente aplicável, com as necessárias adaptações, também aos sectores do ensino (escolas) e da justiça (prisões e cidades judiciárias).

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Espanha

Em Espanha, durante o ano de 2008, o Espírito Santo Investment concretizou 7 operações nos sectores das infra-estruturas e energia, tendo obtido também mandatos de assessoria financeira para a estruturação de vários projectos nos mesmos sectores.

No sector das infra-estruturas, o Espírito Santo Investment colaborou activamente com Clientes espanhóis de primeira linha, tanto em projectos em Espanha como em projectos internacionais, o que lhe permitiu posicionar-se como um player de referência em projectos complexos e de grande dimensão. Neste âmbito, destacaram-se as participações do Banco como Mandated Lead Arranger no financiamento às concessões rodoviárias SH-130 no Texas, E.U.A. (“North America Transport Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International) e A-30 no Canadá (“North America PPP Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International).

No sector da energia, salientaram-se as operações concretizadas no sector das energias renováveis, nomeadamente as operações de financiamento de projectos solares – fotovoltaicos. Neste sector, foi mantida a estratégia de acompanhamento dos actuais Clientes, através do desenvolvimento de soluções e estruturas financeiras inovadoras que permitiram acrescentar valor aos projectos. Relativamente às operações concretizadas neste sector, destacaram-se as seguintes:

• Naturener Solar – liderança na estruturação do financiamento de parques solares-fotovoltaicos em Espanha, no montante global de EUR 216 milhões;

• Tuin Zonne – liderança na estruturação do financiamento de um portfolio de parques solares-fotovoltaicos em Espanha, com uma potência total de 120 MW, no montante global de EUR 862 milhões;

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Reino Unido

Durante o ano de 2008, o Espírito Santo Investment executou com sucesso os seguintes mandatos, como Mandated Lead Arranger:

• Capital Beltway – estruturação de uma Direct Pay Letter of Credit para a construção e operação das High Occupancy Toll Lanes para uma auto-estrada na Virgínia, Estados Unidos, representando um financiamento global de USD 589 milhões (“North America Project Bond Deal of the Year 2008” pela Revista Project Finance International);

• Welsh Power Group - financiamento sénior, no montante global de GBP 550 milhões, com vista à construção e operação de uma central eléctrica com capacidade até 850 MW no estuário do rio UskBank na zona Sul do País de Gales;

• Indira Gandhi International Airport - financiamento sénior, no montante global de USD 350 milhões, com vista ao desenvolvimento e modernização do aeroporto internacional de New Dehli, Índia;

• Wembley Stadium Refinancing – financiamento sénior, no montante global de GBP 350 milhões, com vista ao design, construção e financiamento do novo estádio nacional de Inglaterra;

Destacam-se ainda o elevado número de novas operações actualmente em pipeline, referentes a projectos de investimento no Reino Unido, outros países da Europa, Ásia e Austrália e cuja concretização se encontra prevista para 2009.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Brasil

O ano de 2008 marcou a consolidação da actividade do Espírito Santo Investment no Brasil, nas áreas de assessoria e estruturação financeira para projectos de infraestruturas.

Foram concretizadas 15 operações, incluindo o financiamento à Linha 4 do Metro da cidade de São Paulo, eleita pela Revista Euromoney como “Latin America Deal of the Year 2008” e pela Revista Project Finance International, como “Americas Infrastructure Deal of the Year 2008”.

O Espírito Santo Investment concretizou também as primeiras operações como agente financeiro dos recursos disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) para projectos de infra-estruturas. Além do BNDES, o Banco actuou igualmente de forma activa na estruturação de financiamentos de projectos, em articulação com o IADB – Interamerican Development Bank.

De entre as operações efectuadas, merecem destaque as seguintes:

Assessoria Financeira:

• Furnas Centrais Elétricas S.A. - leilões de linhas de transmissão 004/006/007 e 008, vencedor nos leilões 006/007 e 008;

• Consórcio formado por Ascendi e Grupo Leão - leilão de concessões rodoviárias no Estado de São Paulo, vencedor da SP 300 – Rodovia Marechal Rondon Leste.

Os projectos traduzir-se-ão em investimentos totais da ordem de BRL 3,5 mil milhões e o Espírito Santo Investment foi contratado como estruturador financeiro para os recursos de longo prazo necessários para estes projectos.

Financiamentos de Longo Prazo:

• Metro de São Paulo - Mandated Lead Arranger no “B Loan” do financiamento total de USD 240 milhões da Linha 4;

• Abengoa – Financiamento, no montante total de USD 205 milhões, da linha de transmissão de energia eléctrica, ATE III, localizada no estado do Pará;

• Grupo Acciona – Fiança bancária ao BNDES, como garantia do financiamento à Rodovia do Aço S.A., pelo valor de BRL 66 milhões.

Financiamentos de Curto Prazo:

• OHL Brasil - Mandated Lead Arranger do financiamento às concessões rodoviárias federais, no montante de BRL 60 milhões;

• Energias do Brasil S.A. e MPX S.A. - Projecto Termoeléctrica Pecém, localizada no Estado do Ceará, com uma participação de BRL 26 milhões;

• EFACEC – Carta de Crédito, garantia de BRL 62,7 milhões referentes às obrigações dos contratos EPC (Engineering, Procurement and Construction) firmados com a MPX Pecém para construção da termoeléctrica de 720MW localizada no Ceará;

• Martifer Renewables - Mandated Lead Arranger no financiamento dos parques eólicos da Rosa dos Ventos no montante de BRL 15 milhões, com substituição do financiamento por fiança prestada ao BNB – Banco do Nordeste do Brasil, garantindo até BRL 26,2 milhões do empréstimo de longo prazo contratado pela Rosa dos Ventos.

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Angola

O Espírito Santo Investment está presente em Angola através do Gabinete de Banca de Investimento, uma parceria com o Banco Espírito Santo de Angola. No ano de 2008, a actividade de assessoria foi consolidada com os seguintes mandatos:

• Assessoria financeira ao Ministério dos Transportes de Angola na elaboração de um estudo relativo à reorganização do sector ferroviário da República de Angola;

• Assessoria financeira ao Ministério dos Transportes de Angola na elaboração de um estudo relativo à organização do sector de transporte rodoviário de passageiros da República de Angola.

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ACQUISITION FINANCE

Enquadramento do Mercado O ano de 2008 veio agravar substancialmente a tendência de forte abrandamento da actividade de leveraged finance já sentida no 2º semestre de 2007, com o início da crise de liquidez no sistema financeiro.

Os Bancos de Investimento reduziram substancialmente a sua actividade nesta área de negócio, devido às consideráveis dificuldades em sindicar operações, o que teve um enorme impacto no mercado passando as operações de leveraged finance na sua grande maioria a serem objecto de tomadas firme em club-deal por um conjunto de bancos, frequentemente sem qualquer tentativa de sindicação posterior, e a apresentar uma acentuada redução do grau de leveraged.

Mercado Europeu – Contribuição Média dos Fundos Próprios (%)

38% 38%36%

34% 34% 34%

45%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

38% 38%36%

34% 34% 34%

45%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: Standard & Poor’s

Mercado Europeu – Estatísticas de Crédito para LBO’s

4,81x4,39x 4,17x 4,16x 4,25x

4,61x5,23x 5,50x

6,12x

5,17x

4,00x 3,54x 3,41x 3,37x 3,50x 3,62x4,32x 4,58x

5,31x4,08x

0,00x

1,00x

2,00x

3,00x

4,00x

5,00x

6,00x

7,00x

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Debt/EBITDA Senior Debt/EBITDA

4,81x4,39x 4,17x 4,16x 4,25x

4,61x5,23x 5,50x

6,12x

5,17x

4,00x 3,54x 3,41x 3,37x 3,50x 3,62x4,32x 4,58x

5,31x4,08x

0,00x

1,00x

2,00x

3,00x

4,00x

5,00x

6,00x

7,00x

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Debt/EBITDADebt/EBITDA Senior Debt/EBITDASenior Debt/EBITDA Fonte: Standard & Poor’s

Este enquadramento levou a uma significativa redução no número de transacções concretizadas, não só pelas dificuldades na obtenção de financiamento pelos potenciais compradores como pela diferença de expectativas de preço entre compradores e vendedores.

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O volume total de dívida captada na Europa, no âmbito de operações leveraged, registou uma forte contracção em 2008. De acordo com os dados da S&P, o montante de operações em 2008 revelou-se o mais baixo dos últimos 5 anos, no montante de EUR 53,6 mil milhões (115 operações realizadas), o que representou uma redução de 68% face ao volume total de EUR 165,5 mil milhões (315 operações concretizadas) registado em 2007.

Leveraged Buy-Outs / Mercado Europeu Dívida

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

0

50

100

150

200

250

300

350

Volume Número de Operações

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

0

50

100

150

200

250

300

350

VolumeVolume Número de OperaçõesNúmero de Operações

Fonte: Standard & Poor’s

Esta situação, sentida à escala global, foi muito penalizadora para a actividade em Espanha, visto agravar a crise profunda induzida pelo crash do sector imobiliário, o que levou as instituições financeiras a uma postura extremamente prudente face a potenciais riscos.

Espanha – Volume de Investimento e Número de Operações

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20080

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Volume de Investimento Número de Operações

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

5000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 20080

100

200

300

400

500

600

700

800

900

Volume de InvestimentoVolume de Investimento Número de OperaçõesNúmero de Operações Fonte: ASCRI

O volume de investimento dos Fundos de private equity em Espanha sofreu uma drástica redução em 2008, segundo os dados recentemente publicados pela Asociación Española de Entidades de Capital Inversión (ASCRI), atingindo valores semelhantes aos registados em 2006. O volume total da actividade de capitais de risco (incluindo, para além de buyouts, start-ups e compra de participações/aumentos de capital) caiu de EUR 4.355 milhões em 2007 para EUR 2.948 milhões em 2008, representando uma redução de 32% face a 2007 e de 5% face a 2006.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Em Portugal, o mercado de leveraged finance beneficiou de uma situação atípica. A despeito de um enquadramento geral de mercado muito adverso, o início de actividade de novos investidores trouxe ao mercado uma maior dinâmica e resultou na concretização de várias operações de grande relevo.

As perspectivas de evolução da actividade para 2009 apontam para a manutenção ou mesmo para o agravamento das condições de mercado, dado os reflexos que o actual clima económico recessivo tem na performance das empresas.

A actividade do Espírito Santo Investment

Entre as operações concretizadas pelo Espírito Santo Investment em 2008, destacaram-se as seguintes:

Pretersa Prenavisa (pré-fabricados em betão)

O Espírito Santo Investment actuou como Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição da empresa pelo fundo de private equity Magnum Industrial Partners. A operação envolveu o montante total de EUR 92,5 milhões de dívida sénior.

Grupo Inaer (prestação de serviços com helicópteros)

O Espírito Santo Investment actuou como Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição da Elilario Italia. A operação envolveu um montante de EUR 142,2 milhões de dívida sénior.

Grupo Leya (editoras)

O Espírito Santo Investment foi Mandated Lead Arranger numa operação de financiamento ao Grupo Leya para a aquisição do Grupo Oficina do Livro. Esta operação, de EUR 18,25 milhões de dívida sénior, constituiu um add-on ao financiamento já disponibilizado ao Grupo em Dezembro de 2007.

Medipress (publishing - revistas)

O Espirito Santo Investment actuou como Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição de 50% da Edimpresa Editora pela Medipress. A operação envolveu o montante total de EUR 25 milhões de dívida sénior.

Iberwind (energias renováveis / geração eólica)

O Espirito Santo Investment actuou como Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição de parte dos activos de geração eólica da Enersis, pelo fundo de private equity Magnum Industrial Partners. A operação envolveu um pacote de dívida no montante total de EUR 1.200 milhões, sendo a dívida de aquisição de EUR 306,6 milhões.

Generis (medicamentos genéricos)

O Espirito Santo Investment actuou como Joint Mandated Lead Arranger no financiamento da aquisição da Generis pelo fundo de private equity Magnum Industrial Partners. A operação envolveu o montante total de EUR 87 milhões de dívida sénior.

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CTL Logistics (transporte ferroviário de mercadorias)

O Espírito Santo Investment actuou como Arranger no financiamento da aquisição da CTL Logistics, maior operador privado polaco no transporte ferroviário de mercadorias, pela Bridgepoint Capital. A operação envolveu o montante total de PLN 515,5 milhões de dívida sénior.

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PRIVATE EQUITY A actividade da Espírito Santo Capital em 2008 ficou marcada pela conclusão da subscrição do fundo Espírito Santo Infrastructure Fund I (ESIF) e pelo significativo montante dos investimentos realizados, apesar das condições adversas de mercado.

Dando seguimento ao trabalho iniciado em 2007, a subscrição do ESIF foi concluída no final do mês de Outubro, tendo-se fixado em EUR 80,7 milhões, ultrapassando assim largamente o valor objectivo estabelecido de EUR 66 milhões. Este facto merece destaque sobretudo por ter ocorrido numa situação de mercado particularmente difícil, mas também porque permitiu atrair um conjunto de novos investidores internacionais de primeira linha.

A Espírito Santo Capital realizou, directa e indirectamente através dos Fundos geridos, investimentos no montante de EUR 27 milhões, o que fez de 2008 o segundo ano mais activo de sempre. O valor investido foi distribuído pelas diversas geografias alvo da actividade, com excepção do Brasil, país em que, apesar de não ter sido concretizada qualquer nova operação, se analisaram diversas oportunidades de investimento e se prosseguiram os trabalhos com vista ao alargamento e consolidação da actividade futura.

Foram igualmente concretizados no decurso do ano de 2008 desinvestimentos que atingiram EUR 5,4 milhões, de que resultou um saldo de mais valias de cerca de EUR 1,3 milhões.

Considerando a evolução ocorrida ao longo do ano e a já mencionada colocação do ESIF, os fundos sob gestão pela Espírito Santo Capital ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira dos EUR 200 milhões.

Evolução dos Fundos Sob Gestão

EUR milhões

30,0 29,0 37,0 43,0 36,020,0 20,0 21,0 23,0 21,023,0 23,0 23,0 23,0

22,03,3 2,5 2,1 0,3

0,328,0 50,050,0 47,0

43,028,0

50,050,0 50,0 81,0

0

50

100

150

200

250

2004 2005 2006 2007 2008

Carteira Própria FCR PME/BES FRIE IMIT/BESLinhas Protocoladas SES Iberian I Infrastructure Fund (ESIF)

187,0204,0

133,0124,0

104,0

Fonte: Espírito Santo Capital.

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Carteira de Investimentos, Resultados e Situação Financeira

Considerando a pronunciada alteração de ciclo económico, a defesa do valor da carteira de participadas tornou-se um aspecto prioritário da actividade desenvolvida em 2008. De acordo com o actual regime jurídico, procedeu-se à reavaliação da carteira própria e das carteiras dos Fundos sob gestão em 30 de Junho e 31 de Dezembro, constatando-se que, nesta última data, a carteira total a valores de mercado, atingiu cerca de EUR 69 milhões, evidenciando um crescimento de 26% relativamente ao ano anterior.

O resultado líquido obtido no exercício foi negativo em cerca de EUR 2 milhões, sobretudo motivado pela desvalorização da carteira de participadas. Importa referir que esta evolução negativa do valor das carteiras foi fortemente influenciada pelo comportamento dos mercados accionistas, uma vez que o principal método utilizado na reavaliação das carteiras se baseia em múltiplos de empresas cotadas.

No final do ano de 2008, os fundos próprios da Espírito Santo Capital atingiam EUR 35,5 milhões, para um Activo Líquido ligeiramente superior a EUR 48 milhões, o que evidencia que a actividade continua a ser financiada maioritariamente através de capitais próprios.

Tendências de mercado

Atendendo à evolução macroeconómica recente, torna-se difícil antecipar uma tendência para o ano de 2009. No entanto, as restrições existentes no mercado de crédito fazem crer que haverá um maior recurso a capitais próprios na realização de operações de aquisição e um eventual predomínio de operações de crescimento, em detrimento de operações de buy-out.

São esperadas dificuldades acrescidas no levantamento de fundos, em particular no primeiro semestre do ano de 2009, havendo uma expectativa de abertura progressiva do mercado a partir do segundo semestre, à medida que o cenário macroeconómico se torne mais claro.

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03. RECURSOS HUMANOS

Em linha com a estratégia definida, o ano de 2008 traduziu um aumento da actividade das empresas do universo Espírito Santo Investment.

O Espírito Santo Investment reforçou o seu quadro de Colaboradores, quer a nível nacional quer a nível internacional, destacando-se neste processo a abertura da Sucursal em Varsóvia em Julho de 2008 e a abertura da Sucursal em Nova Iorque em Dezembro de 2008.

O Quadro de Colaboradores com vínculo contratual cresceu, assim, 7% em 2008, sendo composto por:

Dez-07 Dez-08 Var. CONSOLIDADO 505 542 37

PORTUGAL 224 229 5 Espírito Santo Investment 210 215 5

Espírito Santo Capital 14 14 -

ESPANHA Sucursal de Espanha 116 114 -2

BRASIL 136 146 10 BES Investimento do Brasil 90 101 11

BES Securities do Brasil 35 31 -4

BESAF 11 10 -1

Espírito Santo Capital do Brasil 0 4 4

INGLATERRA Sucursal de Londres 12 12 -

IRLANDA Espírito Santo Investment, plc 3 3 -

POLÓNIA 14 29 15 Sucursal da Polónia 2 19 17

Concórdia Espírito Santo Investment 12 10 -2

EUA Sucursal de Nova Iorque 0 9 9

Formação

O Espírito Santo Investment continuou a apostar na formação profissional como meio de valorização e aprofundamento de conhecimentos dos seus Colaboradores, incentivando a sua participação em acções de formação, quer em Portugal quer no estrangeiro. Estas iniciativas enquadram-se numa política consolidada de atracção, gestão e retenção dos melhores quadros do Banco.

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Programas Universitários

O Espírito Santo Investment participou uma vez mais no programa de estágios “BES UP”, desenvolvido pelo Gabinete das Universidade do Banco Espírito Santo, admitindo dois estagiários durante os meses de Julho e Agosto. Foi desenhado um Plano de Estágio e Acolhimento, no qual cada estagiário teve a oportunidade de conhecer as diferentes áreas do Banco e enriquecer a sua experiência laboral.

O Espírito Santo Investment voltou a patrocinar a atribuição de um prémio pecuniário ao melhor aluno da cadeira de Investimentos do Master in Finance e ao melhor aluno em termos globais do Master in Finance, ministrado pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

Acções de Responsabilidade Social

Dando seguimento às iniciativas de Responsabilidade Social, foram desenvolvidas pelo Espírito Santo Investment e pelos seus Colaboradores as seguintes acções:

Atribuição de um donativo a uma menina com paralisia cerebral, que necessitou de tratamentos no CIREN em Cuba. Os colaboradores do Banco tiveram a oportunidade de participar nesta iniciativa, tendo disponibilizado a quantia correspondente a um dia de salário para o 2º ciclo de tratamentos.

No âmbito de uma iniciativa que ficou conhecida como o “Movimento Pijaminha” o Espírito Santo Investment efectuou a recolha de pijamas, roupões, pantufas, meias, fatos de treino, entre outras, para crianças até aos 12 anos internadas no Instituto Português de Oncologia em Lisboa.

Campanha de recolha de bens e donativos para o refúgio Aboim Ascensão, iniciativa denominada “Caravana pela Felicidade”. Esta campanha teve como objectivo a recolha de bens (roupas, brinquedos, livros, material informático, donativos) para o Refúgio Aboim Ascensão, uma instituição de acolhimento sem fins lucrativos, para crianças em risco até aos 6 anos de idade. Foram obtidos e entregues diversos materiais, bem como uma contribuição pecuniária simbólica por parte do Banco.

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04. GESTÃO INTEGRADA DOS RISCOS

A Função de Risco no Grupo BES

O controlo dos riscos e a sua gestão têm sempre desempenhado um papel de fundamental importância no desenvolvimento equilibrado e sustentado do Grupo BES. Para além de contribuírem para a optimização do binómio rentabilidade/risco das várias linhas de negócio, asseguram também a manutenção de um perfil de risco conservador ao nível da solvabilidade, provisionamento e liquidez.

A definição do perfil de risco é efectuada ao nível do Grupo BES sendo responsabilidade da Comissão Executiva do Espírito Santo Investment assegurar o seu cumprimento e controle, assegurando que para tal o Banco detenha as competências e os recursos necessários á prossecução dos objectivos traçados.

A nível operacional as equipas de análise e controle de risco do Espírito Santo Investment trabalham de uma forma integrada e em consonância com o Departamento de Risco Global (“DRG”) do BES que centraliza a função de Risco do Grupo BES, quer ao nível da actividade doméstica, quer ao nível da actividade internacional, abrangendo os diversos tipos de risco: crédito, mercado, liquidez, taxa de juro, de balanço e operacional.

Dentro desse relacionamento a função de Gestão de Risco ao nível da banca de investimento, assenta nos seguintes princípios básicos:

• Avaliação contínua e permanente do risco;

• Estabelecimento de limites de tolerância tendo em conta a Solvência e a maximização do binómio retorno/risco;

• Análise, Quantificação, Controlo e Monitorização de risco por entidades independentes das áreas de negócio;

• Utilização de diversas metodologias, nomeadamente ratings internos e externos, estes últimos fornecidos pelas principais agências de rating internacionais, VaR, e análises de sensibilidade e de posições;

• Análise das especificidades dos mercados onde as diversas unidades de negócio estão implantadas, bem como as características dos seus portfolios (negociação, investimento ou de detenção até à maturidade).

O controlo e a supervisão de risco é efectuado pela Comissão Executiva do Espírito Santo Investment, que delega no Comité de Politicas de Risco e no Conselho de Crédito e Riscos (CCR) a definição das normas e procedimentos conducentes da actividade e a aprovação das operações, e no Comité de Activos e Passivos (ALCO) a definição e o acompanhamento das políticas de gestão de balanço e de liquidez.

Basileia II (Novo Quadro Prudencial)

Fazendo uso da faculdade concedida pelo novo regime prudencial instituído pelos Decretos-Lei 103/2007 e 104/2007, que transpuseram para o ordenamento jurídico nacional os princípios universalmente designados por “Basileia II”, o Grupo BES posicionou-se para, a partir do exercício de 2008, utilizar a abordagem baseada no uso de modelos internos (método Internal Ratings Based – IRB (Foundation)) para tratamento do risco de crédito e do método Standardized Approach – TSA, para tratamento do risco operacional.

Culminando um longo período de apetrechamento teórico, estratégico e técnico das diversas entidades e estruturas do Grupo BES para adaptação aos requisitos inerentes às novas abordagens adoptadas, conduzido em estreita colaboração com o Banco de Portugal, o Grupo BES finalizou a apresentação da candidatura formal à utilização dos métodos IRB Foundation e TSA no passado dia 28 de Novembro de 2008.

Actualmente, o Grupo BES encontra-se na fase final do processo de certificação pelo Banco de Portugal, para utilização dos já referidos métodos para tratamento do risco de crédito e do risco operacional.

Saliente-se, no entanto, que os cálculos dos requisitos de fundos próprios à data de 31 de Dezembro de 2008, foram realizados pelo ”Método Padrão” para o Risco de Crédito e pelo Método do ”Indicador Básico” no que respeita ao Risco Operacional.

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Riscos de Crédito, Mercado, Liquidez e Operacional

Práticas de Gestão

O Grupo BES tem prosseguido a prática, já implementada há largos anos, que tem alcançado bons resultados: uma política de gestão permanente das carteiras de crédito, que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Esta abordagem assenta nos seguintes vectores:

• Desenvolvimento contínuo da modelização do risco de crédito, com consequente diminuição do peso da subjectividade na sua apreciação;

• Melhoria continua ao nível dos procedimentos e circuitos de decisão, com destaque para a já referida independência da função de risco, delegação de poderes quando aplicável de acordo com níveis de rating e adequação sistemática do pricing, maturidade e garantias aos ratings dos clientes.

Os Sistemas Internos de Notação de Risco de Crédito ao nível do Grupo BES

Em consonância com os objectivos do Grupo BES em matéria de gestão do risco de crédito, os sistemas internos de notação de risco têm sido continuamente desenvolvidos e aperfeiçoados. Fruto desse esforço, estes modelos assumem hoje em dia um papel determinante, não só na análise técnica do risco, mas também nos processos de aprovação e monitorização do risco de crédito.

Face às particularidades inerentes ao seu desenvolvimento e aplicação, os sistemas internos de notação de risco no Grupo BES subdividem-se nas seguintes categorias:

Segmento de Risco Definição Modelos

Start-Up’sEmpresas com data de constituição inferior a 2 anos completos e facturação inferior a 25 milhões de Euros no 1º ano.

Modelo de Scoring .

Pequenas Empresas e Empresários em Nome Individual (ENI’s)

Empresas com facturação inferior a 1,25 milhões de Euros e particulares caracterizados com o ENI’s.

Modelo de Scoring organizado em duas versões: até 0,5 m ilhões de Euros e acima de 0,5 m ilhões de Euros de facturação.

Médias Empresas

Empresas com volum es de facturação superiores a 1,25 milhões de Euros e inferiores a 50 milhões de Euros, com excepção para os sectores integrados em segm entos de risco específico.

Modelo de Rating organizado em duas versões: até 25 milhões de Euros de facturação e entre 25 m ilhões de Euros e 50 m ilhões de Euros.

Grandes Empresas

Empresas com volum e de facturação consolidada superior a 50 milhões de Euros, com excepção para os sectores integrados em segmentos de risco específico.

Templates específicos para os vários sectores de actividade.

Sector ImobiliárioEmpresas dedicadas à actividade de prom oção e investimento imobiliário.

Templates de Grandes Em presas Im obiliárias e de Projectos im obiliários específicos.

Instituições FinanceirasInstituições de Crédito e Sociedades Financeiras.

Template de Bancos, Outras Instituições Financeiras e Leasings.

HoldingsSociedades Gestoras de Participações Sociais que detêm grupos económicos m as não apresentam actividade operacional própria.

Template de Holdings.

Institucionais Entidades relacionadas com o Sector Público. Template de Institucionais.

Administrações Locais e Regionais

Entidades da Administração Regional e Local do Estado.

Template de Municípios.

Project Finance

Operação de Financiamento a um a sociedade veículo que opera um activo específico num a área de negócio definida, responsável pela geração de Cash Flows que perm itirá servir a respectiva dívida.

Templates de Project Finance .

Acquisition FinanceOperações de financiamento associadas a aquisições de em presas (LBOs, M BOs ).

Template de Acquisition Finance.

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 79 -

Como se observa no quadro anterior, os modelos aplicáveis ao nível do Espírito Santo Investment são os denominados Modelos Internos de Rating para Carteiras de Empresas, onde são adoptadas abordagens distintas em função da dimensão e do sector de actividade dos clientes e/ou operações, assim como são utilizados modelos específicos adaptados a operações de Project Finance, Acquisition Finance e promoção imobiliária.

Assim, e no que diz respeito aos sectores de actuação do Espírito Santo Investment, nomeadamente as Grandes Empresas, Clientes Institucionais, Instituições Financeiras, Administrações Locais e Regionais e Financiamentos Especializados – nomeadamente, Project e Acquisition Finance -, as notações de risco são atribuídas por uma equipa especializada, a Mesa de Rating.

A atribuição das notações internas de risco por parte desta equipa a estes segmentos de risco, classificados pelo Grupo BES como portfolios de baixa sinistralidade (Low Default Portfolios) assenta na utilização de modelos de rating do tipo expert based (templates) baseados em variáveis qualitativas e quantitativas, fortemente dependentes dos vários sectores de actividade dos clientes.

Com excepção da atribuição de rating a financiamentos especializados, a metodologia utilizada pela Mesa de Rating rege-se ainda por uma análise de risco ao nível do perímetro máximo de consolidação e pela identificação do estatuto de cada participada dentro do respectivo grupo económico, o que poderá condicionar os ratings finais atribuídos.

Os templates de actividade e os templates “rules based” anteriormente descritos foram alinhados com as melhores práticas de uma das principais agências de rating internacionais.

Concessão de Crédito

A implementação do vasto conjunto de iniciativas desenvolvidas ao longo dos últimos anos e relacionadas, nomeadamente, com o projecto global de revisão e adaptação do processo de crédito, aliada à cobertura quase integral das posições creditícias por notações de rating internas, permitiu que o processo de concessão de crédito no Espírito Santo Investment seja actualmente assente na utilização abrangente de métricas de rendibilidade ajustada pelo risco.

Assim, as operações submetidas a aprovação são objecto de atribuição de um rating interno, de relatórios de análise de risco e enquadradas nos mapas de exposição global.

Quantificação dos Riscos de Mercado

As principais medidas de risco utilizadas para os Riscos de Mercado são o VaR (Value at risk), o BPV (Basis Point Value) e o StressTest.

Uma vez que nenhuma medida de risco por si só, reflecte todos as vertentes associadas a este tipo de riscos, são utilizadas complementarmente outros indicadores de risco, tais como níveis de avisos de perda (stop losses) e de ganhos (profit taking), posições abertas, concentração de posições, medidas de turnover e “gregos”.

Quando o Banco transacciona instrumentos financeiros que não têm preços de mercado disponíveis em mercados organizados, são aplicados para estes casos modelos teóricos de avaliação, que são posteriormente utilizados na gestão e controlo das posições, nomeadamente na sua comparação com os limites aprovados.

São realizados periodicamente testes de aderência (Back Testing e Price Testing), no sentido de (i) aperfeiçoar a calibração dos modelos existentes e da sua adequabilidade aos instrumentos utilizados (ii) analisar a razoabilidade, independência e consistência dos dados utilizados pelos modelos (iii) verificar a consistência dos algoritmos utilizados e (iv) comparar os resultados obtidos com os recebidos de outros intervenientes no mercado.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 80 -

Aprovação de Exposições e Limites

A aprovação de todas as operações que envolvem risco de Crédito e de Mercado, bem como os limites para todas as medidas de risco de cada unidade de negócio do Espírito Santo Investment (Portugal, Espanha, Brasil e Irlanda, Polónia e Estados Unidos) é efectuada pelo Conselho de Crédito e Riscos e pelo Comité de Politicas de Risco em Lisboa já criado mas cujo o funcionamento se iniciará em 2009.

O Comité de Políticas de Risco tem como principais atribuições:

• Aprovar e rever a Politica Global de Risco alargada a todas as geografias onde o Banco se encontra presente;

• Definir limites globais e regionais de exposição e tolerância ao risco, tendo em conta a solvência e a maximização do binómio retorno/risco;

• Monitorizar todos os parâmetros de risco relevantes para a actividade do banco;

• Delegar poderes, quando aplicável, de aprovação às diversas unidades de negócio dentro de determinados perfis de risco, tendo em conta o rating, montantes globais e parciais por cada rating bucket, por maturidades, sectores, países, entre outros.

O Conselho de Crédito e Riscos tem como principais atribuições:

• Analisar e decidir sobre a aprovação ou recusa das operações propostas por cada uma das geografias garantindo a sua adequação ao perfil de risco definido pela Comissão Executiva e aprovado pelo Comité de Politicas de Risco, tendo em conta os necessários requisitos legais e regulamentares vigentes, bem como as best practices de mercado;

• Aprovar alterações a limites individuais e agregados, de acordo com as linhas de negócio e produto definidas.

Assim, limites de níveis mínimos (ou máximos consoante o caso) de Rating, de VaR, BPV (Basis Point Value), níveis de avisos de perda (stop losses) e ganhos (profit taking), posições abertas, concentração de posições, medidas de turnover e “gregos” propostos e aprovados, são atribuídos tendo em conta as especificidade dos mercados, produtos, moedas e maturidades.

A revisão dos diversos limites de risco ocorre com carácter anual ou sempre que sucedam alterações de mercado ou de posicionamento estratégico das áreas de negócio que assim o justifiquem.

Monitorização e Controle

As actividades de acompanhamento e de controlo têm como objectivo quantificar e controlar os riscos de Crédito e de Mercado, por forma a que sejam definidas e implementadas, antecipadamente, medidas concretas para situações específicas, que possam indiciar agravamento do risco, bem como estratégias globais de gestão da diversas carteiras do Banco.

O Espirito Santo Investment dispõe de equipas em cada unidade de negócio que em conjugação com a equipa de Portugal e o Departamento de Risco Global do BES, asseguram a função de controlo e monitorização desses riscos assente nos seguintes processos:

• Recolha, preparação, controlo e difusão diária pelas diferentes áreas de negócio das posições dos empréstimos, das carteiras de obrigações, derivados e utilização dos limites aprovados.

• Elaboração semanal de um relatório de Risco (Semanário de Risco) onde são abordados os diferentes tipos de risco, nomeadamente:

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Crédito – Perfil de Risco de crédito da carteira do Banco nos seus diferentes instrumentos,

Exposição Global por instrumento, por País, por Rating, por Sector Económico, por Maturidade, P/L, Requisitos de capital, aprovações em Comité de Crédito e Risco, Limites excedidos, indícios de imparidade, entre outros;

Mercado (taxa de Juro,acções entre outros) – P/L por instrumento, Posição cambial, Vo1 para as diferentes carteiras, Vega, DeaR, entre outros.

• Preparação da informação de apoio à elaboração dos diversos reportings externos e internos sobre crédito, risco de contraparte, risco de liquidez e risco de mercado;

• Envio de informação para o BES a incorporar nas análises efectuadas pelo Comité de Risco Global. Nestas reuniões é efectuado o acompanhamento do perfil de risco do Grupo BES e das respectivas unidades de negócio, nomeadamente no que se refere ao Risco de Crédito através de: (i) Monitorização da carteira global (ii) Acompanhamento da gestão das Garantias (iii) Principais Iindicadores de risco do GBES, (iv) Análise da cobertura da carteira por ratings internos, entre outros.

Risco de Crédito

Carteira de Crédito a Clientes

(i) Estrutura da Carteira de Crédito

A carteira de crédito bruta de clientes (excluindo Linhas de Crédito e Garantias prestadas) do Espirito Santo Investment alcançou em 31 de Dezembro de 2008 o montante de EUR 1.750 milhões, o que representou um crescimento de cerca de 19 % face ao final do ano de 2007.

Quer o perfil de rating quer a distribuição sectorial da carteira de crédito espelham o reforço das actividades que o Banco tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos em termos de concessão de crédito, salientando-se o particular enfoque no Project Finance nos sectores de Infraestruturas de Transportes e Energia.

Do total da carteira de crédito com ratings internos, cerca de 25% era investment grade. Na área dos non investment grade cerca de 47% da carteira estava concentrada nos ratings bb, tratando-se na sua maioria de operações de crédito com um elevado grau de complexidade, estando, normalmente, garantidas por activos reais, os quais não se encontram reflectidos ao nível dos ratings atribuídos, sendo no entanto importantes mitigadores de risco, nomeadamente ao nível do cálculo das perdas esperadas (Expected Losses).

Perfil de Ratings Internos da Carteira de Crédito

EUR m ilhares

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

aaa aa a+ a-

bbb

bb+

bb- b

ccc+

ccc- c

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Distribuição Sectorial da Carteira de Crédito

Turismo e Hotelaria5%

Outros17%

Infraestruturas de transporte

28%

Energia31% Conglomerados

Financeiros10%

Quimico3%

Imobiliário(Comercial)

3%Construção3%

Fonte: Espírito Santo Investment.

As Linhas de Crédito não utilizadas atingiram, no final de 2008, cerca de EUR 199 milhões, estando relacionadas, na sua maioria, com montantes ainda não utilizados no âmbito de operações de Project Finance, o que justifica quer o perfil de rating quer a concentração sectorial apresentadas.

Perfil de Ratings Internos de Linhas de Crédito não utilizadas

EUR milhares

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

aaa aa a+ a-

bbb

bb+

bb- b

ccc+

ccc- c

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 83 -

Distribuição Sectorial das linhas de crédito não utilizadas

Turismo e Hotelaria7%

Outros13%

Energia28%

Infraestruturas de transporte

45%

Construção4%

Transp. Aéreos3%

Fonte: Espírito Santo Investment.

No que se refere a Garantias e Avales prestados pelo Banco, o seu montante, no final de 2008, era de cerca de EUR 241 milhões.

Quanto ao perfil de rating desta carteira, cerca de 79% situava-se ao nível do “investment grade”. Em termos de distribuição sectorial, os sectores mais representativos eram o sector financeiro, destacando-se no mesmo o BES, e o sector energia, que em conjunto representavam 78% do total.

Perfil de Ratings Internos das Linhas de Garantias e Avales Prestados

EUR milhares

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

160.000

aaa aa a+ a-

bbb

bb+

bb- b

ccc+

ccc- c

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Distribuição Sectorial de Linhas de Garantias e Avales Prestados

Energia15%Financeiro

63%

Conglomerados Financeiros

10%

Turismo e Hotelaria6%Outros

2%

Infraestruturas de transporte

2%Construção2%

Fonte: Espírito Santo Investment.

A exposição por Países ao nível do Crédito, Linhas de Crédito não Utilizadas e Garantias e Avales Prestados, concentrava-se essencialmente em Portugal (43%), Espanha (42%) e Brasil (10%) estando a exposição remanescente repartida entre a França, os Estados Unidos e o Canadá. Esta exposição reflecte a aposta que o Banco tem vindo a fazer na sua internacionalização, principalmente no reforço do seu posicionamento como um importante player no mercado ibérico.

ii) Carteira de Crédito Vencido

A crise económica que se tem vindo a instalar, tanto em termos domésticos como a nível internacional, traduziu-se num aumento do crédito vencido, tendo os rácios de sinistralidade registado ligeiro agravamento: o rácio de crédito vencido atingiu os 0,71%, mais 16 p.p. que no ano anterior.

De igual modo e mantendo uma política conservadora em termos de cobertura do crédito e juros vencidos por provisões, o Banco apresentou no final do exercício de 2008 um rácio de 200,26%, que nas condições actuais é muito confortável.

EUR milhares

2008 2007 Credito a Clientes (Bruto) 1.749.854 1.469.570 Crédito e Juros Vencidos 12.488 8.044 Provisões para Crédito a Clientes 25.726 19.376 Crédito e Juros Vencidos/crédito a clientes 0,71% 0,55% Provisões para Crédito a Clientes/Juros Vencidos 200,26% 232,43%

Rácio de Crédito em Incumprimento(*) 0,71% 0,55% *calculado de acordo com a Carta-Circular nº 99/2003/DSB do Banco de Portugal.

Fonte: Espírito Santo Investment.

O custo de provisionamento reduziu-se em cerca de 11 p.p em 2008, tendo no final do exercício atingido o valor de 0,65%, tal como se pode observar no quadro a seguir apresentado:

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 85 -

Custo do Provisionamento

0,00%

0,10%

0,20%

0,30%

0,40%

0,50%

0,60%

0,70%

0,80%

2006 2007 2008 Fonte: Espírito Santo Investment.

Carteira de Derivados sobre Instrumentos de Taxa de Juro, Câmbio e Acções

Num ambiente macroeconómico que já se antecipava difícil mas que, especialmente no segundo semestre de 2008, se foi mostrando progressivamente mais adverso, o risco de crédito subjacente à carteira de derivados sobre instrumentos de taxa de juro, câmbio e acções, (quantificado através das regras definidas pelo Aviso 5/2007 do Banco de Portugal, e que assenta na soma entre o custo de substituição e o risco de crédito potencial futuro) registou um crescimento significativo, tendo atingido o montante de cerca de EUR 932 milhões no final do ano de 2008.

Em termos do perfil de risco da exposição do Banco nestes instrumentos, cerca de 72% era constituído por contrapartes com ratings Investment Grade, sendo cerca de 54% da exposição global ao sector financeiro, nomeadamente perante instituições financeiras sediadas na Europa, Brasil e Estados Unidos.

Perfil de Ratings Internos-Derivados de Tx.Juro, Câmbio e Acções

EUR milhares

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

aaa

aa+ aa aa-

a+ a a-

bbb+ bbb

bbb-

bb+ bb bb-

b+ b b-

ccc+ ccc

ccc- cc c d

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Distribuição Sectorial da Carteira de Instrumentos Derivados (Tx. Juro, Câmbio e Acções)

Alimentar27%

Papel54%

Outros7%

Infraestruturas de transporte

5%

Fornec e Serviços Comerciais

4%

Mineiro3%

Fonte: Espírito Santo Investment.

Carteira de Derivados de Crédito

Com um ambiente de contracção global da economia durante 2008, o Banco reduziu substancialmente o risco da carteira de Derivados de Crédito, risco esse que é calculado tendo em conta o valor “nocional” subjacente aos contratos transaccionados e o risco do emitente de referência (underlying) no caso de venda de protecção por parte do Espírito Santo Investment, e de contraparte, no caso de compra de protecção (instituições financeiras).

Assim, no final de 2008, o risco desta carteira era de cerca de EUR 113 milhões, representando um decréscimo relativamente ao ano de 2007 de 41,5%.

Quanto ao perfil de rating e distribuição sectorial desta carteira, era possível observar que a mesma estava totalmente concentrada em ratings iguais ou superiores a “BBB-“ (Investment Grade) e maioritariamente exposta a empresas europeias dos sectores financeiro e de comunicações.

Perfil de Ratings Externos - Derivados de Crédito

EUR milhares

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

aaa

aa+ aa aa-

a+ a a-

bbb+ bbb

bbb-

bb+ bb bb-

b+ b b-

ccc+ ccc

ccc- cc c d

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Distribuição Sectorial da Carteira de Instrumentos de Derivados (Crédito)

Financeiro61%

Quimico5%

Fornec e Serviços Comerciais

5% Estado/Administração Central

8%

Conglomerados Financeiros

8%

Telecomunicações13%

Fonte: Espírito Santo Investment.

Carteira de Obrigações

A carteira de títulos de rendimento fixo atingiu no final do ano de 2008 o montante de EUR 1.204 milhões, o que significou um crescimento de cerca de 7% face a 2007, crescimento bastante mais moderado que o registado no ano anterior.

Tendo em conta a influência da consolidação integral da carteira do BES Investimento do Brasil, constituída essencialmente por Notas do Tesouro Nacional do Brasil e Notas do Banco Central brasileiro (denominadas e financiadas em moeda local) verificamos que durante 2008 o perfil de risco da carteira de títulos de rendimento fixo alterou-se de forma significativa por influência da melhoria registada no rating da República do Brasil.

Assim no final de 2008 cerca de 87% da Carteira estava concentrada em ratings iguais ou superiores a “BBB-“ (Investment Grade).

Em termos de distribuição sectorial, verificava-se que cerca de 76% da Carteira de Obrigações dizia respeito a títulos emitidos por entidades dos sectores Estado/Administração Central e Financeiras, o que traduzia a boa qualidade de risco e a sua elevada liquidez.

Adicionalmente, e como consequência do período de turbulência o Banco reduziu também durante o ano de 2008 a sua carteira de investimento em produtos estruturados (“Portfolios Diversificados”, essencialmente CBO´s e CLO´s).

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 88 -

Perfil de Ratings Internos -Títulos de Rendimento Fixo

EUR m ilhares

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

800.000aa

a

aa+ aa aa-

a+ a a-

bbb+ bbb

bbb-

bb+ bb bb-

b+ b b-

ccc+ ccc

ccc- cc c d

N/R

Fonte: Espírito Santo Investment

Distribuição Sectorial de Títulos de Rendimento Fixo

Estado/Administração Central56% Financeiro

20%

Químico2%

Outros15%

Conglomerados Financeiros

3%

Construção2%

Infraestruturas de transporte

2%

Fonte: Espírito Santo Investment.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Exposição a Mercados Emergentes

Em 31 de Dezembro de 2008, a exposição a mercados ditos emergentes em moeda estrangeira (determinada de acordo com os critérios do Banco de Portugal para efeitos do cálculo de Risco de Contraparte – exposição agregada por zonas geográficas), elevava-se a EUR 923,6 milhões, representando 16,9% do total do activo líquido consolidado, sendo 98,1% financiado em moeda local.

Exposição Bruta

Provisões Garantias e outras Deduções

Exposição Líquida

Exposição Líquida

America LatinaBrasil 944.077 2.527 15.256 926.294 955.198Bahamas 30 0 0 30 0

OutrosTurquia * -5.000 0 0 -5.000 5.492

AfricaAngola 2.572 257 0 2.315 1.528

Exposição Total a Mercados Emergentes 941.680 2.785 15.256 923.639 962.218Exposição Total/Total do Activo Liquido Consolidado 17,2% 0,1% 0,3% 16,9% 17,6%Montante Financiado em moeda local 906.021 0 0 906.020 884.002Exposição Total / Montante Financiado em moeda local 96,2% 0,0% 0,0% 98,1% 91,9%* pro tecção comprada através de derivados de crédito

PaísesDez-08 Dez-07

Fonte: Espírito Santo Investment.

Risco de Mercado Por Risco de Mercado entende-se a potencial perda de valor dos portfolios e instrumentos financeiros decorrentes de oscilações das variáveis de mercado como sejam os spreads de crédito, as taxas de juro, as cotações de câmbio, os preços de acções e cotações de índices, bem como os preços de mercadorias.

As tarefas de identificação, valorização, monitorização e controlo do risco de mercado são desenvolvidas por uma área específica do Departamento de Risco – Controle de Risco de Mercado - que as exerce de forma totalmente independente das áreas de negócio do Banco.

Em termos organizacionais, existe uma repartição geográfica da função de Controlo de Risco de Mercado pelas diversas unidades de negócio, com competências adequadas, atendendo às especificidades da actividade desenvolvida, e dos riscos incorridos em cada empresa.

Em termos funcionais, esta área reporta directamente a um Administrador Executivo.

A esta área cabe a análise dos factores relevantes a cada risco recorrendo a técnicas de tratamento estatístico, à medição da volatilidade do mercado, à análise de indicadores de profundidade e liquidez e à simulação da actividade em causa sob diversas condições de mercado de modo a fundamentar convenientemente os limites propostos pelas áreas de negócio. Além do fundamento técnico dos limites existe uma adequação ao track record e experiência da área de negócio e aos objectivos estratégicos, pelo que os limites reflectem a apetência do Banco por cada um dos tipos de risco em que incorre.

As propostas de limites são apresentadas e aprovadas em sede de Conselho de Crédito e Riscos (CCR) de cada geografia e posteriormente submetidas à aprovação do Conselho de Crédito e Riscos Global sedeado em Lisboa e pelo Comité de Politicas de Risco, já criado mas cujo o funcionamento se iniciará em 2009. Com periodicidade no mínimo anual procede-se à sua revisão, podendo esta ser despoletada sempre que as opções estratégicas ou as condições de mercado o justifiquem.

De modo a construir uma imagem que se pretende completa sobre os riscos incorridos e a transmitir a toda a organização sinais claros acerca do perfil de risco desejado, são utilizadas diversas medidas de risco complementadas com limites de posição, de stop losses e de concentração.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Entre as medidas de risco utilizadas encontram-se o VaR (Value at Risk) e entre as de sensibilidade, o BPV (Basis Point Value) e os “Gregos” (Vega e Rho). A calibração do modelo de VaR é feita com uma análise de Back testing. As diferentes posições de risco de mercado do banco são ainda enquadradas na simulação de cenários extremos efectuada ao nível do Grupo BES que tem como base as variações a 10 dias mais e menos positivas verificadas nos últimos 20 anos.

Os mercados em que cada unidade geográfica opera encerram especificidades que obrigam à adaptação da forma de implementação das referidas metodologias de medição e controlo do risco.

Para efeitos comparativos o quadro seguinte apresenta o VaR por unidade de negócio, medido com um holding period de 10 dias e com um nível de confiança de 99%.

EUR m ilhares

Portugal Brasil Espanha Portugal Brasil EspanhaTaxa de Juro 2.760 733 0 770 360 0Taxa de Câmbio 6.140 781 0 440 257 0Titulos de Capital 4.070 188 220 4.542 468 66Efeito Diversif icado 2.070 479 0 480 372 0Total 10.900 1.222 220 5.272 713 66

31-12-2008 31-12-2007

Fonte: Espírito Santo Investment

No quadro seguinte observa-se a posição direccional de BPV detida pelas diversas unidades de unidades de negócio.

EURMaturidadeBPV Portugal Brasil Espanha Portugal Brasil Espanha< 2 anos 13.624 -1.027 0 27.292 -13.523 0> 2 anos -56.975 -1.645 0 -19.252 270 0Total -43.351 -2.672 0 8.039 -13.253 0

31-12-2008 31-12-2007

Fonte: Espírito Santo Investment

Alguns dos instrumentos transaccionados pelo Banco não são avaliados com base em preços de mercado disponíveis em mercados organizados, mas sim com recurso a modelos teóricos de avaliação. Estes modelos são, posteriormente, utilizados na gestão e controlo das posições, nomeadamente na sua comparação com os limites.

Assim, o Banco tem implementado uma metodologia de Price Testing que tem como objectivos:

• A revisão de modelos e sua adequabilidade aos instrumentos;

• A razoabilidade, independência e consistência dos dados utilizados pelos modelos;

• A razoabilidade dos algoritmos utilizados;

• O confronto dos resultados obtidos com aqueles recebidos de outros intervenientes no mercado.

Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez é o risco que incorre uma Instituição ao ser incapaz de cumprir com os seus compromissos financeiros para com um cliente ou mercado em qualquer altura, local ou divisa.

A confiança pública na situação financeira de uma Instituição é essencial para a liquidez. Esta confiança é uma função da sua qualidade financeira, i.e. qualidade do crédito, da sua capacidade de acesso aos mercados monetários e de capitais, dos seus resultados e percepção de mercado. É ainda uma função da capacidade de sobrevivência da Instituição a um choque financeiro e do cenário regulamentar no qual opera.

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Práticas de Gestão

O objectivo da gestão da liquidez não é o de eliminar o risco de liquidez, o que poderia ser dispendioso e significar também o sacrifício de oportunidades importantes. O objectivo é quantificar o risco de liquidez e determinar o nível de tolerância a esse mesmo risco.

Manter a liquidez tem um custo para o Banco, o qual necessita de ser avaliado de forma a garantir que são atingidos retornos adequados.

O risco de liquidez de funding compreende:

• Riscos operativos business as usual - Exposições decorrentes das actividades diárias de funding e trading em situações normais de mercado. Os riscos operativos advêm de:

gaps de funding;

concentração de funding; e

fluxos off balance sheet.

• Riscos de contingência - Exposições decorrentes de factores externos sobre os quais a Instituição não tem controle:

agitação nos mercados;

acontecimentos políticos; e

um problema específico de nome no mercado.

O grau de risco é determinado pela severidade e duração dos próprios acontecimentos externos e pelo nível de exposição operativa.

De forma a avaliar a exposição ao risco de liquidez são produzidos reportes de MCO (Maximum Cumulative Outflow) com base nos gaps de liquidez. O MCO tende a realçar os desequilíbrios estruturais do balanço que ocorrem quando existe um mismatch importante entre activos e passivos.

O ponto de partida para a construção do MCO é o balanço, dividido por activos e passivos intergrupo e terceiros. As maturidades de todas as rubricas são analisadas em detalhe, alocando-as aos diferentes intervalos de maturidade, dando particular ênfase ao período entre a data presente e os 6 meses.

O tratamento de cada uma das rubricas tem por base pressupostos de acordo com: comportamento histórico; liquidez dos instrumentos; e outras características específicas de cada produto.

Para além de linhas de crédito de mercado interbancário com a comunidade bancária residente e não residente, o Espirito Santo Investment dispõe, através da subsidiária Espírito Santo Investment p.l.c., de um programa de Euro Medium Term Notes (“EMTN”), instrumento este de extrema importância para a gestão da liquidez, pela sua flexibilidade e por constituir um acesso privilegiado aos mercados de dívida.

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Análise do Risco de Liquidez

O Banco durante o ano de 2008 registou um decréscimo marginal do seu Balanço, da ordem dos 3% (cerca de EUR 147 milhões). Da análise da evolução da sua estrutura é de realçar, o crescimento dos passivos interbancários e a diminuição da dívida sob a forma de títulos, tendo os passivos de clientes mantido sensivelmente o mesmo valor.

O aumento dos passivos interbancários resultou das condições adversas de acesso ao mercado de divida

Análise da evolução dos principais itens do Passivo:

Clientes – Decréscimo de cerca de EUR 68 milhões.

Perda marginal de passivos do segmento institucional em Espanha.

Dívida – Decréscimo de cerca de EUR 350 milhões.

A queda da dívida em circulação deveu-se às condições extremamente adversas de mercado.

Interbancário – Crescimento de EUR 526 milhões.

Crescimento das tomadas interbancárias essencialmente dentro do Grupo BES, representando as tomadas a instituições terceiras um valor inferior a 5% do balanço.

O gap de liquidez suportado por tomadas interbancárias representava, a 31 de Dezembro, cerca de 22% do Passivo, ascendendo a cerca de EUR 1,177 milhões. Deste valor, cerca de EUR 930 milhões representavam tomadas de fundos dentro do perímetro do Grupo BES.

Diversificação das fontes de Financiamento - (% do total de balanço)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2003 2004 2005 2006 2007 2008

Interbancário Clientes Dívida Sénior (inc EMTN)

Fonte: Espírito Santo Investment

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Risco Operacional

O risco operacional define-se como o risco de ocorrência de eventos com impactos negativos, nos resultados ou no capital, resultantes da aplicação inadequada ou negligente de procedimentos internos, do comportamento de pessoas, de sistemas de informação, ou de causas externas, incluindo o risco jurídico.

Ao nível do Grupo BES, a gestão do risco operacional é efectuada através da aplicação de um conjunto de processos que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação deste risco.

Recolha e tratamento de InformaçãoEstratégia de gestão

Identificação

Monitorização

Mitigação

Controlo

Gestão do Risco

Operacional

Recolha e tratamento de Informação

Recolha e tratamento de InformaçãoEstratégia de gestãoEstratégia de gestão

Identificação

Monitorização

Mitigação

Controlo

Gestão do Risco

Operacional

Identificação

Monitorização

Mitigação

Controlo

Gestão do Risco

Operacional

Estes processos fazem parte de um modelo de gestão composto por duas áreas: uma de recolha e tratamento de informação, onde se aplicam ferramentas que permitem a identificação e monitorização do risco; e outra, que utiliza a informação produzida, devidamente trabalhada, na gestão eficaz dos riscos, assegurando o devido acompanhamento das situações de maior criticidade e a implementação da estratégia de gestão do risco.

A gestão do risco operacional é suportada por uma estrutura organizacional exclusivamente dedicada ao seu desenho, acompanhamento e manutenção, contando com representantes dos departamentos, sucursais e subsidiárias considerados relevantes, com a responsabilidade de garantir nas suas áreas de competência a aplicação dos procedimentos definidos e a gestão diária do risco operacional. Estes representantes desempenham um papel fundamental para a eficaz gestão deste risco.

Assumem, também, especial relevo neste modelo de gestão:

• A Gestão do Sistema de Controlo Interno, pelo seu papel na garantia da documentação dos processos, na identificação dos seus riscos específicos e dos controlos implementados, na determinação do rigor do desenho dos controlos e na identificação das acções de melhoria necessárias para a sua plena eficácia, sendo contínua a comunicação de e para a gestão do risco operacional;

• A Auditoria Interna, pelo seu papel no teste da eficácia da gestão dos riscos e dos controlos, bem como na identificação e avaliação da implementação das acções de melhoria necessárias.

• A Coordenação de Segurança pelo seu papel no âmbito da segurança de informação, segurança física e de pessoas e da continuidade de negócio.

Em finais de Novembro de 2008 o Grupo BES formalizou a sua candidatura à utilização do método Standard para cálculo dos requisitos de fundos próprios para cobertura de risco operacional, apesar de ter efectuado os cálculos para requisitos de Fundos Próprios para o Risco Operacional à data de 31 de Dezembro de 2008, pelo método do ”Indicador Básico” tal como já anteriormente referido.

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No caso concreto do Espirito Santo Investment, existe um representante do risco operacional, responsável não só por articular este assunto junto do Departamento de Risco Global, mas também por dinamizar a implementação de procedimentos a nível interno.

Adicionalmente, o Banco possui implementados procedimentos considerados como boas práticas para o controlo e mitigação dos riscos operacionais, salientando-se, entre outros, o controlo e reporte periódico: dos resultados da sua actividade, dos seus activos (por exemplo, através de reconciliações periódicas das suas posições com entidades terceiras) e, dos limites e exposições aos riscos.

No decurso do ano de 2008, foi decidido integrar as responsabilidades pela gestão do risco operacional no Departamento de Compliance, com efeitos a partir do início de 2009. Adicionalmente, foi identificado o Comité Operacional como novo fórum de reporte periódico para esta matéria.

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05. NOTA SOBRE A TURBULÊNCIA

Como largamente exposto ao longo do presente Relatório, a crise financeira assumiu proporções significativas com impactos a nível do sector financeiro mundial. Simultaneamente, com a crise financeira assistiu-se também, numa primeira fase, a uma subida generalizada e substancial do preço das matérias-primas, com especial relevo para o petróleo, seguida, durante a segunda metade do ano, de uma redução do preço das mesmas, ao mesmo tempo que iam surgindo notícias sobre o inevitável alastramento da crise financeira aos demais sectores económicos.

A economia mundial iniciou assim um ciclo de recessão, apesar dos esforços e programas de reanimação económica que os diversos governos, de modo mais ou menos concertado, foram anunciando.

Nesse contexto e apesar da dificuldade em se delimitarem os efeitos provocados pela crise financeira dos restantes, é possível sistematizar as implicações da crise nos seguintes domínios de gestão:

• Liquidez e Gestão Financeira

• Fundos de Pensões

• Capitais Próprios

• Resultados

a. Liquidez e Gestão Financeira

O impacto na liquidez, a capacidade de recorrer ao financiamento junto dos mercados financeiros internacionais e a estratégia prosseguida para assegurar os níveis considerados adequados à gestão de tesouraria e financeira, encontram-se descritos no ponto designado “Mercado de Capitais Renda Fixa - Área de Tesouraria” do presente Relatório.

b. Fundo de Pensões

A desvalorização dos títulos de capital e de dívida teve impactos na redução da rendibilidade do Fundo de Pensões do Espirito Santo Investment que, em vez do retorno esperado positivo de 5,8%, registou uma rendibilidade negativa de 22,16%. Este facto conduziu a que o Fundo de Pensões registasse uma redução de EUR 6,42 milhões, em vez de um rendimento positivo de EUR 1,52 milhões.

Em consequência, foram apuradas perdas actuariais e financeiras no valor total de EUR 6,35 milhões, que determinaram contribuições do Banco no valor de EUR 7,08 milhões (incluindo a evolução das responsabilidades com pensões). Os desvios actuariais registados em balanço passaram de 7 milhões de euros para 13,06 milhões de euros, sendo que os EUR 10,30 milhões que ultrapassam o limite do corredor serão objecto de amortização durante um período de 15 anos nos termos permitidos pelo IAS 19.

c. Capitais Próprios

A gestão da base de capital constitui uma das principais preocupações da gestão do Espirito Santo Investment, não só porque tem de estar adequada à estratégia delineada como tem de cumprir com os mínimos exigidos pelo Banco de Portugal.

Como explicado anteriormente, o capital próprio foi directamente prejudicado pela crise financeira que fez reduzir as reservas de reavaliação líquidas em EUR 78 milhões.

Numa perspectiva prudencial, também se verificaram efeitos negativos na base de capital porquanto se registou um agravamento nos elementos que concorrem para as deduções aos fundos próprios de base (Tier I):

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EUR m ilhares

Desvios actuariais fora do corredor determinados de acordo com as regras do Banco de Portugal.

4.858 5.623 765

Reservas de justo valor negativas em títulos de capital, liquidas de impostos diferidos.

0 3.786 3.786

Total 4.858 9.409 4.551

Dez 07 Dez 08 Variação Absoluta

Fonte: Espírito Santo Investment.

A diminuição de EUR 4,55 milhões nos fundos próprios base representou, ceteris paribus, uma redução de aproximadamente 14 pontas base no rácio Tier I.

d. Resultados

O impacto nos resultados do exercício directamente relacionados com o período de crise financeira resultou da falência do Lehman Brothers Holding Inc. e subsidiárias que originou perdas em obrigações emitidas por estas entidades, detidas em carteira ou recebidas na sequência do exercício de operações de derivados de crédito, no valor de EUR 10,6 milhões;

Todas as perdas foram reconhecidas nos resultados do Exercício de 2008 do Espirito Santo Investment, não existindo quaisquer instrumentos mitigantes de risco associados às causas das perdas contabilizadas.

Adicionalmente, e como impacto indirecto do período de turbulência e da crise financeira, deu-se um agravamento generalizado dos spreads de crédito, com os seguintes impactos:

i) Perdas em Asset Backed Securities (ABS) no valor de EUR 9,3 milhões não decorrentes de situações de default, nem de exposições a sub-prime ou monolines.

ii) Perdas pela reavaliação de activos (CDS) registados ao justo valor detidos pelo Espirito Santo Investment no montante de EUR 12,2 milhões, e

iii) Ganhos decorrentes da reavaliação do passivo contabilizado ao justo valor, no montante de EUR 5,05 milhões.

As posições em balanço, relacionadas com os impactos acima referidos, no final do exercício de 2008 eram as seguintes:

EUR m ilhares

Instrumentos Valor de balanço

Valor de mercado

Rating(Moodys)

Rating(S&P) Vintages Seniority País de origem

IMPACTOS DIRECTOS

Obrigações - Lehman Brothers 1.680 1.680 D D 2004-2009 Senior EUA

Obrigações - Lehman Brothers 99 99 D D 2005 Subordinado EUA

IMPACTOS INDIRECTOS

Asset Backed Securities (ABS) 228 228 NR A 2004 Rated Cayman

Total 2.007 2.007

Fonte: Espírito Santo Investment.

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS

E

NOTAS ÀS CONTAS

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1. Demonstrações Financeiras Consolidadas Demonstração dos Resultados Consolidados dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Técnico de Contas Pedro Miguel Nunes Ventaneira

O Conselho de Administração

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Balanço Consolidado em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Técnico de Contas Pedro Miguel Nunes Ventaneira

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As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Conselho de Administração

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Demonstração de Alterações no Capital Próprio Consolidado dos Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

(EUR milhares)

Capital Prémios de emissão

Reservas de justo valor

Outras reservas e resultados transitados

Resultado líquido do exercício

atribuível aos accionistas do

Banco

Capital Próprio atribuível aos

accionistas do Banco

Interesses Minoritários

Total do

Capital Próprio

Saldo em 31 de Dezembro de 2006 70 000 8 796 4 967 100 051 60 014 243 828 17 126 260 954

Outros movimentos registados directamente no capital próprio: Alterações de justo valor, líquidas de imposto - - 61 035 - - 61 035 16 265 77 300 Diferenças de câmbio - - - 2 385 - 2 385 ( 585) 1 800 Resultado líquido do exercício - - - - 73 028 73 028 8 387 81 415

Total de ganhos e perdas reconhecidos no exercício - - 61 035 2 385 73 028 136 448 24 067 160 515

Constituição de reservas - - - 37 544 ( 37 544) - - - Dividendos de acções ordinárias (a) - - - ( 7 692) ( 22 470) ( 30 162) - ( 30 162)Outras variações em Interesses minoritários (ver Nota 35) - - - - - - 6 802 6 802

Saldo em 31 de Dezembro de 2007 70 000 8 796 66 002 132 288 73 028 350 114 47 995 398 109

Outros movimentos registados directamente no capital próprio: Alterações de justo valor, líquidas de imposto - - ( 80 239) - - ( 80 239) ( 15 067) ( 95 306) Diferenças de câmbio - - - ( 18 913) - ( 18 913) 3 375 ( 15 538)Resultado líquido do exercício - - - - 47 551 47 551 2 804 50 355 Total de ganhos e perdas reconhecidos no exercício - - ( 80 239) ( 18 913) 47 551 ( 51 601) ( 8 888) ( 60 489)

Constituição de reservas - - - 52 527 ( 52 527) - - - Dividendos de acções ordinárias (a) - - - - ( 20 501) ( 20 501) - ( 20 501)Outras variações em Interesses minoritários (ver Nota 35) - - - - - - ( 14 394) ( 14 394)

Saldo em 31 de Dezembro de 2008 70 000 8 796 ( 14 237) 165 902 47 551 278 012 24 713 302 725

(a) Corresponde a um dividendo por acção de 1,46 euros e 2,15 euros em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, respectivamente.As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

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Demonstração dos Fluxos de Caixa Consolidados dos Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

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2. Notas explicativas às Demonstrações Financeiras Consolidadas Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

NOTA 1 – ACTIVIDADE E ESTRUTURA DO GRUPO

O Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Banco ou BESI) é um banco de investimento com sede em Portugal, na Rua Alexandre Herculano, n.º 38, em Lisboa. Para o efeito possui as indispensáveis autorizações das autoridades portuguesas, bancos centrais e demais agentes reguladores para operar em Portugal e nos países onde actua através de sucursais financeiras internacionais.

A Instituição foi constituída como Sociedade de Investimentos em Fevereiro de 1983 como um investimento estrangeiro em Portugal sob a denominação de FINC – Sociedade Portuguesa Promotora de Investimentos, S.A.R.L. No exercício de 1986 a Sociedade foi integrada no Grupo Espírito Santo com a designação de Espírito Santo - Sociedade de Investimentos, S.A.

Com o objectivo de alargar o âmbito da actividade, a Instituição obteve autorização dos organismos oficiais competentes para a sua transformação em Banco de Investimentos, através da Portaria n.º 366/92 de 23 de Novembro, publicada no Diário da República - II Série – n.º 279, de 3 de Dezembro. O início das actividades de Banco de Investimento, sob a denominação de Banco ESSI, S.A., ocorreu no dia 1 de Abril de 1993.

No exercício de 2000, o BES adquiriu a totalidade do capital social do BES Investimento de forma a reflectir nas suas contas consolidadas todas as sinergias existentes entre as duas instituições.

Presentemente o BESI opera através da sua sede em Lisboa e de sucursais em Londres, Varsóvia, Nova Iorque e Madrid, assim como através das suas subsidiárias no Brasil, Irlanda e Polónia.

As demonstrações financeiras do BESI são consolidadas pelo Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade, n.º 195, em Lisboa e pela Espírito Santo Financial Group, S.A. (ESFG), com sede no Luxemburgo.

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A estrutura do grupo de empresas nas quais o Banco detém uma participação directa ou indirecta, superior ou igual a 20%, ou sobre as quais exerce controlo ou influência significativa na sua gestão, e que foram incluídas no perímetro de consolidação, apresenta-se como segue:

BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A. (BESI) 1983 - Portugal Banca

ESSI Comunicações SGPS, S.A. 1998 1998 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

ESSI SGPS, S.A. 1997 1997 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

ESSI Investimentos SGPS, SA 1998 1998 Portugal Gestão de participações sociais 100% Integral

Essi Fin, SGPS, SA 2008 2008 Portugal Gestão de participações sociais 60% Integral

Concordia - Espírito Santo Investment 2005 2005 Polónia Prestação de serviços 85% Integral

Espirito Santo Investimentos, S.A. 1996 1999 Brasil Gestão de participações sociais 100% Integral

BES Investimento do Brasil, S.A. 2000 2000 Brasil Banca de investimento 80% Integral

Espírito Santo Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. - Brasil 2005 2005 Brasil Capital de risco 90% Integral

BES Activos Financeiros, Ltda 2004 2004 Brasil Gestão de activos 40% Integral

FI Multimercado treasury 2005 2005 Brasil Fundo de Investimento 80% Integral

BES Securities do Brasil, S.A. 2000 2000 Brasil Corretagem 80% Integral

Gespar Participações, LDA 2001 2008 Brasil Gestão de participações sociais 80% Integral

Espírito Santo Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (ES CAPITAL) 1988 1996 Portugal Capital de risco 100% Integral

SES Iberia 2004 2004 Espanha Gestora de Fundos 50% Integral

HLC - Centrais de Cogeração, S.A. 1999 1999 Portugal Prestação de serviços 25% Eq. Patrimonial

Coporgest S.A. 2002 2005 Portugal Imobiliário / Financeiro 25% Eq. Patrimonial

Neumáticos André Investment SA 1987 2007 Espanha Venda de Pneus 22% Eq. Patrimonial

Só Peso Restauração e Hotelaria SA 2000 2007 Portugal Restauração e Hotelaria 23% Eq. Patrimonial

Synergy Industry and Technology SA 2006 2006 Espanha Gestão de participações sociais 15% Eq. Patrimonial(a)

Salgar Investments 2007 2007 Espanha Imobiliário / Financeiro 28% Eq. Patrimonial

Espírito Santo Investments PLC 1996 1996 Irlanda Sociedade Financeira 100% Integral

Morumbi Capital Fund 2005 2005 Ilhas Cayman Fundo de Investimento 56% Integral

Polish Hotel Company SP 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 33% Eq. Patrimonial

Polish Hotel Capital SP 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 33% Eq. Patrimonial

Polish Hotel Management Company 2008 2008 Polónia Restauração e Hotelaria 25% Eq. Patrimonial

Fin Solutia Consultoria e Gestão de Créditos SA 2007 2007 Portugal Gestão e Recuperação de Créditos 30% Eq. Patrimonial

Kuthaya 1999 1999 Portugal Gestão e Trading Internacional 100% Integral

Fundo Espírito Santo IBERIA I 2004 2004 Portugal Fundo de Capital de Risco 39% Eq. Patrimonial

LOG ESCIC, SGPS, S.A. 2005 2005 Portugal Gestão de participações sociais 18% Eq. Patrimonial(a)

BRB Internacional, S.A. 2001 2001 Espanha Produção e distribuição de entretenimento 25% Eq. Patrimonial

Prosport - Com. Desportivas, S.A. 2001 2001 Espanha Comércio de produtos desportivos 25% Eq. Patrimonial

Apolo Films, SL 2001 2001 Espanha Produção e distribuição de entretenimento 25% Eq. Patrimonial

Cominvest- SGII, S.A. 1993 1993 Portugal Gestão de investimentos imobiliários 49% Integral

Método de consolidação

Ano constituição

Ano aquisição

Interesse económico Grupo BESI

Sede Actividade

a) A percentagem apresentada reflecte o interesse económico do Grupo. Estas entidades foram incluídas no balanço consolidado pelo método da equivalência patrimonial uma vez que o Grupo exerce uma influência significativa sobre as suas actividades, conforme política contabilística descrita na Nota 2.2.

No decorrer do exercício de 2008 ocorreram alterações ao nível da estrutura do Grupo BESI, das quais se destacam as seguintes:

Em 22 de Julho de 2008, o BES Investimento do Brasil alienou 50% da participação que detinha na BESAF SA, à ESAF, SGPS, SA gerando uma mais valia de 1 406 milhares de euros;

Em 30 de Dezembro de 2008 a BES Securities Brasil adquiriu 100% do capital social da GESPAR, SA ;

Em 29 de Agosto de 2008 a ESSI SGPS SA aumentou o capital social da sua subsidiária na Polónia, a Concórdia Espírito Santo Investment em cerca de 2 000 000 PLN;

Em 25 de Julho de 2008 foi constituída a sociedade ESSI FIN, SGPS, cujo capital social foi realizado em espécie com

a entrada das acções da Fin Solutia, Consultoria e Gestão de Créditos, SA detidas pela ESSI Investimentos SA;

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 105 -

Em 27 de Dezembro de 2007 é adquirido pelo Fundo Espirito Santo IBERIA I e pela Espirito Santo Capital SA, uma percentagem do capital social da sociedade Salgar Investments, respectivamente 11,37% e 0,07%. Em 17 de Janeiro de 2008, a Espirito Santo Capital SA, adquiriu mais 23,51% do capital social da referida sociedade, passando a deter 23,58% do seu capital social;

Em 28 de Dezembro de 2007, a Espirito Santo Investimentos SA, alienou a participação que detinha no Morumbi

Capital SA, ao BES Investimento do Brasil (50%) e a Espirito Santo Capital SA (50%). Em 2 de Janeiro de 2008 o Morumbi Capital SA alterou a sua denominação social para Espirito Santo Capital Brasil;

Em 16 de Junho de 2008 a ESSI Investimentos SA, adquiriu as participações no Polish Hotel Company, Polish

Hotel Capital e Polish Hotel Management Company. NOTA 2 – PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação

No âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de

2002, na sua transposição para a legislação Portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro, e do

Aviso n.º 1/2005 do Banco de Portugal, as demonstrações financeiras consolidadas do Banco Espírito Santo de

Investimento, S.A. (Banco ou BESI) são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro

(IFRS) tal como adoptadas na União Europeia.

Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as

interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos

órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras consolidadas do BESI agora apresentadas reportam-se ao exercício findo em 31 de

Dezembro de 2008 e foram preparadas de acordo com os IFRS em vigor tal como adoptados na União Europeia até

31 de Dezembro de 2008. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Grupo na preparação das suas demonstrações

financeiras consolidadas referentes a 31 de Dezembro de 2008 são consistentes com as utilizadas na preparação das

demonstrações financeiras consolidadas anuais com referência a 31 de Dezembro de 2007.

Na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2008, o Grupo adoptou as

alterações ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos

Financeiros: Divulgação de informações, relativas à transferência de activos financeiros entre categorias, publicadas

pelo IASB em Outubro de 2008. Decorrente destas alterações, o Grupo adaptou a sua política contabilística referente a

transferências entre categorias (ver política contabilística descrita na Nota 2.6). Os efeitos decorrentes da aplicação

em 2008 destas alterações encontram-se incluídos na Nota 21.

Adicionalmente, o Grupo adoptou ainda em 2008 o IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções com acções próprias ou acções

de outras entidades do Grupo e o IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios definidos, requisitos de

financiamento mínimos e sua interacção. A adopção destas interpretações não teve efeito significativo nas

demonstrações financeiras do Grupo.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 106 -

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de euros, arredondado ao milhar mais próximo. Estas

foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao

seu justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros derivados, activos e passivos financeiros ao justo valor

através dos resultados, activos financeiros disponíveis para venda e activos e passivos cobertos, na sua componente

que está a ser objecto de cobertura.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com os IFRS requer que o Grupo efectue julgamentos e

estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos,

custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter

impactos sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou de

complexidade, ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativos na preparação das demonstrações

financeiras consolidadas, encontram-se analisadas na Nota 3.

Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 09 de Março de 2009.

2.2. Princípios de consolidação

As demonstrações financeiras consolidadas agora apresentadas reflectem os activos, passivos e resultados do BESI e

das suas subsidiárias (Grupo ou Grupo BESI), e os resultados atribuíveis ao Grupo referentes às participações

financeiras em empresas associadas.

As políticas contabilísticas foram aplicadas de forma consistente por todas as empresas do Grupo, relativamente a

todos os períodos cobertos por estas demonstrações financeiras consolidadas.

Subsidiárias

São classificadas como subsidiárias as empresas sobre as quais o Grupo exerce controlo. Controlo normalmente é

presumido quando o Grupo detém o poder de exercer a maioria dos direitos de voto. Poderá ainda existir controlo

quando o Grupo detém o poder, directa ou indirectamente, de gerir as políticas financeiras e operacionais de

determinada empresa de forma a obter benefícios das suas actividades, mesmo que a percentagem que detém sobre

os seus capitais próprios seja inferior a 50%. As empresas subsidiárias são consolidadas integralmente desde o

momento em que o Grupo assume o controlo sobre as suas actividades até ao momento em que esse controlo cessa.

Quando as perdas acumuladas de uma subsidiária excedem o interesse minoritário no capital próprio dessa

subsidiária, tal excesso é atribuível ao Grupo na medida em que for incorrido. Subsequentes lucros obtidos por tal

subsidiária são reconhecidos como proveitos do Grupo até que as perdas previamente absorvidas sejam recuperadas.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Associadas

São classificadas como associadas todas as empresas sobre as quais o Grupo detém o poder de exercer influência

significativa sobre as suas políticas financeiras e operacionais, embora não detenha o seu controlo. Normalmente é

presumido que o Grupo exerce influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de

voto da associada. Mesmo quando os direitos de voto sejam inferiores a 20%, poderá o Grupo exercer influência

significativa através da participação na gestão da associada ou na composição dos Conselhos de Administração com

poderes executivos. Os investimentos em associadas são registados nas demonstrações financeiras consolidadas do

Banco pelo método da equivalência patrimonial, desde o momento em que o Grupo adquire a influência significativa

até ao momento em que a mesma termina.

Quando o valor das perdas acumuladas incorridas por uma associada e atribuíveis ao Grupo iguala ou excede o valor

contabilístico da participação e de quaisquer outros interesses de médio e longo prazo nessa associada, o método da

equivalência patrimonial é interrompido, excepto se o Grupo tiver a obrigação legal ou construtiva de reconhecer essas

perdas ou tiver realizado pagamentos em nome da associada.

Entidades de finalidade especial (SPE)

O Grupo consolida pelo método integral determinadas entidades de finalidade especial, constituídas especificamente

para o cumprimento de um objectivo restrito e bem definido, quando a substância da relação com tais entidades indicia

que o Grupo exerce controlo sobre as suas actividades, independentemente da percentagem que detém sobre os seus

capitais próprios.

A avaliação da existência de controlo é efectuada com base nos critérios estabelecidos na SIC 12 – Consolidação de

Entidades de Finalidade Especial, os quais se resumem como segue:

• As actividades do SPE são conduzidas exclusivamente de acordo com as necessidades específicas do negócio do

Grupo e por forma a que este obtenha os benefícios dessas actividades;

• O Grupo detém o poder de decisão conducente à obtenção da maioria dos benefícios das actividades do SPE;

• O Grupo tem o direito a obter a maioria dos benefícios do SPE podendo por isso estar exposto aos riscos

inerentes à sua actividade;

• O Grupo está exposto à maioria dos riscos do SPE com o objectivo de obter os benefícios decorrentes da sua

actividade.

Goodwill O goodwill resultante das aquisições ocorridas até 1 de Janeiro de 2004 encontra-se deduzido aos capitais próprios,

conforme opção permitida pelo IFRS 1, adoptada pelo Grupo na data de transição para os IFRS.

O Grupo regista as aquisições de empresas subsidiárias e associadas ocorridas após 1 de Janeiro de 2004 pelo

método da compra. O custo de aquisição equivale ao justo valor determinado à data da compra, dos activos e

instrumentos de capital cedidos e passivos incorridos ou assumidos, adicionado dos custos directamente atribuíveis à

aquisição.

O goodwill representa a diferença entre o custo de aquisição da participação assim determinado e o justo valor

atribuível dos activos líquidos adquiridos.

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O goodwill positivo é registado no activo pelo seu valor de custo e não é amortizado, de acordo com o IFRS 3 –

Concentrações de Actividades Empresariais. No caso de investimentos em associadas, o goodwill está incluído no

respectivo valor de balanço determinado com base no método da equivalência patrimonial. O goodwill negativo é

reconhecido directamente em resultados no período em que a aquisição ocorre.

O valor recuperável do goodwill registado no activo é revisto anualmente, independentemente da existência de sinais

de imparidade. As eventuais perdas de imparidade determinadas são reconhecidas na demonstração dos resultados.

Aquisição de interesses minoritários O goodwill resultante da aquisição de interesses minoritários numa subsidiária representa a diferença entre o custo de

aquisição do investimento adicional na subsidiária e o valor contabilístico, à data da compra, dos activos líquidos

adquiridos, expresso nas contas consolidadas.

Transcrição de demonstrações financeiras em moeda estrangeira

As demonstrações financeiras de cada uma das subsidiárias e associadas do Grupo são preparadas na sua moeda

funcional, definida como a moeda da economia onde essas subsidiárias e associadas operam. As demonstrações

financeiras consolidadas do Grupo são preparadas em euros, que é a moeda funcional do BESI.

As demonstrações financeiras das empresas do Grupo cuja moeda funcional difere do euro são transcritas para euros

de acordo com os seguintes critérios:

• Os activos e passivos são convertidos à taxa de câmbio da data do balanço;

• Os proveitos e custos são convertidos com base na aplicação de taxas de câmbio aproximadas das taxas reais

nas datas das transacções;

• As diferenças cambiais apuradas entre o valor de conversão em euros da situação patrimonial do inicio do ano e o

seu valor convertido à taxa de câmbio em vigor na data do balanço a que se reportam as contas consolidadas são

registadas por contrapartida de reservas. Da mesma forma, em relação aos resultados das subsidiárias e

empresas associadas, as diferenças cambiais resultantes da conversão em euros dos resultados do exercício,

entre as taxas de câmbio utilizadas na demonstração dos resultados e as taxas de câmbio em vigor na data de

balanço, são registadas em reservas. Na data de alienação da empresa, estas diferenças são reconhecidas em

resultados como parte integrante do ganho ou perda resultante da alienação.

Saldos e transacções eliminadas na consolidação

Saldos e transacções entre empresas do Grupo, incluindo quaisquer ganhos ou perdas não realizadas resultantes de

operações intragrupo, são eliminados no processo de consolidação, excepto nos casos em que as perdas não

realizadas indiciam a existência de imparidade que deva ser reconhecida nas contas consolidadas.

Ganhos não realizados resultantes de transacções com entidades associadas são eliminados na proporção da

participação do Grupo nas mesmas. Perdas não realizadas são também eliminadas, mas apenas nas situações em

que as mesmas não indiciem existência de imparidade.

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2.3. Operações em moeda estrangeira

As transacções em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio em vigor na data da transacção. Os activos e

passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para euros à taxa de câmbio em vigor na data

do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados.

Os activos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira, são convertidos

à taxa de câmbio à data da transacção. Activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira

registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As

diferenças cambiais resultantes são reconhecidas em resultados, excepto no que diz respeito às diferenças

relacionadas com acções classificadas como activos financeiros disponíveis para venda, as quais são registadas em

reservas.

2.4. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura

Classificação

O Grupo classifica como derivados para gestão do risco os (i) derivados de cobertura e (ii) os derivados contratados

com o objectivo de efectuar a cobertura económica de certos activos e passivos designados ao justo valor através de

resultados mas que não foram classificados como de cobertura.

Todos os restantes derivados são classificados como derivados de negociação.

Reconhecimento e mensuração

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor.

Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os

ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se

refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura

depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou é determinado tendo por base técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (discounted

cash flows) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado.

Contabilidade de cobertura

• Critérios de classificação

Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente

como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições:

(i) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada,

incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura;

(ii) Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao

longo da vida da operação;

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- 110 -

(iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da

operação;

(iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer.

• Cobertura de justo valor (fair value hedge)

Numa operação de cobertura de justo valor de um activo ou passivo (fair value hedge), o valor de balanço desse activo

ou passivo, determinado com base na respectiva política contabilística, é ajustado por forma a reflectir a variação do

seu justo valor atribuível ao risco coberto. As variações do justo valor dos derivados de cobertura são reconhecidas em

resultados, conjuntamente com as variações de justo valor dos activos ou dos passivos cobertos, atribuíveis ao risco

coberto.

Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro

derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada

prospectivamente. Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento

de revalorização é amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva.

• Cobertura de fluxos de caixa (cash flow hedge)

Numa operação de cobertura da exposição à variabilidade de fluxos de caixa futuros de elevada probabilidade (cash

flow hedge), a parte efectiva das variações de justo valor do derivado de cobertura são reconhecidas em reservas,

sendo transferidas para resultados nos períodos em que o respectivo item coberto afecta resultados. A parte inefectiva

da cobertura é registada em resultados.

Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios

exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são

reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. Se for previsível que a operação

coberta não se efectuará, os montantes ainda registados em capital próprio são imediatamente reconhecidos em

resultados e o instrumento de cobertura é transferido para a carteira de negociação.

Durante o período coberto por estas demonstrações financeiras o Grupo não detinha operações de cobertura

classificadas como coberturas de fluxos de caixa.

Derivados embutidos

Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separadamente quando as suas

características económicas e os seus riscos não estão relacionados com o instrumento principal e o instrumento

principal não está contabilizado ao seu justo valor através de resultados. Estes derivados embutidos são registados ao

justo valor com as variações reconhecidas em resultados.

2.5. Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Grupo, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os

quais são registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 111 -

O crédito a clientes é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Grupo relativos aos respectivos

fluxos de caixa expiraram, (ii) o Grupo transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua

detenção, ou (iii) não obstante o Grupo ter retido parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios

associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido.

O crédito a clientes é reconhecido inicialmente ao seu justo valor acrescido dos custos de transacção e é

subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, sendo deduzido de perdas

de imparidade.

Imparidade

O Grupo avalia regularmente se existe evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por

imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por

resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua.

Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com

características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade

resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou

eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos, que

possa ser estimado com razoabilidade.

Inicialmente, o Grupo avalia se existe individualmente para cada crédito evidência objectiva de imparidade. Para esta

avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, o Grupo utiliza a informação que

alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera de entre outros os seguintes factores:

• a exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

• a viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de

responder aos serviços da dívida no futuro;

• a existência de credores privilegiados;

• a existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;

• o endividamento do cliente com o sector financeiro;

• o montante e os prazos de recuperação estimados.

Se para determinado crédito não existe evidência objectiva de imparidade numa óptica individual, esse crédito é

incluído num grupo de créditos com características de risco de crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é

avaliado colectivamente – análise da imparidade numa base colectiva. Os créditos que são avaliados individualmente

e para os quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação colectiva.

Caso seja identificada uma perda de imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer

corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados

(considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito

concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade. Para um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de

desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual,

determinada com base nas regras de cada contrato.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 112 -

As alterações do montante das perdas por imparidade reconhecidas, atribuíveis ao efeito do desconto são registadas

como juros e proveitos similares.

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que

possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

No âmbito da análise da imparidade numa base colectiva, os créditos são agrupados com base em características

semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco definida pelo Grupo. Os fluxos de caixa futuros para

uma carteira de créditos, cuja imparidade é avaliada colectivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa

contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos utilizados para estimar os fluxos de

caixa futuros são revistos regularmente pelo Grupo de forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de

perdas e as perdas reais.

Quando o Grupo considera que determinado crédito é incobrável havendo sido reconhecida uma perda por imparidade

de 100%, este é abatido ao activo.

2.6. Outros activos financeiros

Classificação

O Grupo classifica os seus outros activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes

está subjacente, de acordo com as seguintes categorias:

• Activos financeiros ao justo valor através dos resultados

Esta categoria inclui: (i) os activos financeiros de negociação, que são aqueles adquiridos com o objectivo principal de

serem transaccionados no curto prazo, e (ii) os activos financeiros designados no momento do seu reconhecimento

inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados.

O Grupo designa, no seu reconhecimento inicial, certos activos financeiros ao justo valor através de resultados

quando:

• tais activos financeiros são geridos, avaliados e analisados internamente com base no seu justo valor;

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses activos,

assegurando-se assim a consistência na valorização dos activos e dos derivados (accounting mismatch); ou

• tais activos financeiros contêm derivados embutidos.

A Nota 22 contém um sumário dos activos e passivos que foram designados ao justo valor através de resultados no

momento do seu reconhecimento inicial.

Os produtos estruturados adquiridos pelo Grupo, que correspondem a instrumentos financeiros contendo um ou mais

derivados embutidos, por se enquadrarem sempre numa das três situações acima descritas, seguem o método de

valorização dos activos financeiros ao justo valor através de resultados.

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- 113 -

• Investimentos detidos até à maturidade

Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades

definidas, que o Grupo tem intenção e capacidade de deter até à maturidade e que não são designados, no momento

do seu reconhecimento inicial, como ao justo valor através de resultados ou como disponíveis para venda.

• Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) o Grupo tem intenção de

manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu

reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas.

Reconhecimento inicial, mensuração e desreconhecimento

Aquisições e alienações de: (i) activos financeiros ao justo valor através dos resultados, (ii) investimentos detidos até à

maturidade e (iii) activos financeiros disponíveis para venda, são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou

seja, na data em que o Grupo se compromete a adquirir ou alienar o activo.

Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transacção, excepto

nos casos de activos financeiros ao justo valor através de resultados, caso em que estes custos de transacção são

directamente reconhecidos em resultados.

Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Grupo ao recebimento dos seus

fluxos de caixa, (ii) o Grupo tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua

detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua

detenção, o Grupo tenha transferido o controlo sobre os activos.

Mensuração subsequente

Após o seu reconhecimento inicial, os activos financeiros ao justo valor através de resultados são valorizados ao justo

valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados.

Os activos financeiros detidos para venda são igualmente registados ao justo valor sendo, no entanto, as respectivas

variações reconhecidas em reservas, até que os activos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por

imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido

para resultados. As variações cambiais associadas a estes activos são reconhecidas também em reservas, no caso de

acções e outros títulos de capital, e em resultados, no caso de instrumentos de dívida. Os juros, calculados à taxa de

juro efectiva, e os dividendos são reconhecidos na demonstração dos resultados.

Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva

e são deduzidos de perdas de imparidade.

O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (bid-price). Na ausência de cotação, o

Grupo estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções

recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de

avaliação de opções customizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, e (ii)

pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

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- 114 -

Os instrumentos financeiros para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor são registados ao

custo de aquisição.

Transferências entre categorias

O Grupo apenas procede à transferência de activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou

determináveis e maturidades definidas, da categoria de activos financeiras disponíveis para venda para a categoria de

activos financeiros detidos até à maturidade, desde que tenha a intenção e a capacidade de manter estes activos

financeiros até à sua maturidade.

As transferências entre estas categorias são efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos, determinado

na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o respectivo valor nominal é reconhecida em resultados

até à maturidade do activo, com base no método da taxa efectiva. A reserva de justo valor existente na data da

transferência é também reconhecida em resultados com base no método da taxa efectiva.

Durante o mês de Outubro de 2008, o IASB emitiu uma alteração ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros:

Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgação de informações. Esta alteração

ao IAS 39 veio permitir, em circunstâncias raras, que uma entidade transfira activos financeiros não derivados da

categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados (com excepção de activos financeiros

reconhecidos inicialmente ao justo valor através de resultados), para as categorias de activos financeiros detidos até à

maturidade, activos financeiros disponíveis para venda e crédito a clientes. Esta alteração veio também permitir a

transferência da categoria de activos financeiros disponíveis para venda para a categoria de crédito a clientes.

As transferências para a (i) categoria de activos financeiros detidos até à maturidade só podem ser efectuadas desde

que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade e para a (ii) categoria

de crédito a clientes desde que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros num futuro

previsível e os mesmos não sejam transaccionáveis num mercado activo.

Na sequência da publicação desta alteração ao IAS 39, o Grupo procedeu, no terceiro trimestre do ano, à transferência

de activos financeiros não derivados, com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria

de justo valor através de resultados para a categoria de activos financeiros detidos até à maturidade.

De acordo com as disposições transitórias desta alteração ao IAS 39, as transferências realizadas até 31 de Outubro

de 2008, foram efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos determinado com referência a 1 de Julho

de 2008, e as transferências realizadas após aquela data foram efectuadas com base no justo valor determinado na

data da transferência. A diferença entre este justo valor e o valor nominal dos activos, será reconhecida em resultados

até à maturidade dos activos, com base no método da taxa efectiva.

Imparidade

O Grupo avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos

financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é

determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de

resultados.

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- 115 -

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência

objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais

como: (i) para as acções e outros instrumentos de capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no

seu valor de mercado abaixo do custo de aquisição, e (ii) para títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos)

tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros,

que possa ser estimado com razoabilidade.

No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre

o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de

recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados no

balanço líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a

utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base

nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o

montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que

ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada

em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda

de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período

subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é

revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for

objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se

refere a acções ou outros instrumentos de capital em que as mais valias subsequentes são reconhecidas em reservas.

2.7. Activos cedidos com acordo de recompra e empréstimos de títulos

Títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda

acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo

é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença

entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do

método da taxa efectiva.

Títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de

compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de

compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença

entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do

método da taxa efectiva.

Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e

valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.6. Os títulos recebidos através de acordos

de empréstimo não são reconhecidos no balanço.

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- 116 -

2.8. Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser

efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de clientes, empréstimos,

responsabilidades representadas por títulos, outros passivos subordinados e vendas a descoberto. As acções

preferenciais emitidas são consideradas passivos financeiros quando o Grupo assume a obrigação do seu reembolso

e/ou do pagamento de dividendos.

Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção

incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, com a excepção das

vendas a descoberto e dos passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, as quais são

registadas ao justo valor.

O Grupo designa, no seu reconhecimento inicial, certos passivos financeiros como ao justo valor através de resultados

quando:

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses passivos,

assegurando-se assim a consistência na valorização dos passivos e dos derivados (accounting mismatch); ou

• tais passivos financeiros contêm derivados embutidos.

Os produtos estruturados emitidos pelo Grupo, por se enquadrarem sempre numa das situações acima descritas,

seguem o método de valorização dos passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

O justo valor dos passivos financeiros cotados é o seu valor de cotação. Na ausência de cotação, o Grupo estima o

justo valor utilizando metodologias de avaliação considerando pressupostos baseados em informação de mercado,

incluindo o próprio risco de crédito da entidade do Grupo emitente.

Caso o Grupo recompre dívida emitida esta é anulada do balanço consolidado e a diferença entre o valor de balanço

do passivo e o valor de compra é registado em resultados.

2.9. Instrumentos de capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua

liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua

forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus

passivos.

Custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital

próprio como uma dedução ao valor da emissão. Valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos

de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção.

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- 117 -

As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos

quando declaradas.

2.10. Compensação de instrumentos financeiros

Activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe a possibilidade legal

de compensar os montantes reconhecidos e exista a intenção de os liquidar pelo seu valor líquido ou realizar o activo e

liquidar o passivo simultaneamente.

2.11. Activos recebidos em dação por recuperação de créditos

Os activos recebidos em dação por recuperação de créditos são inicialmente classificados na rubrica de outros activos

e são registados, no seu reconhecimento inicial, pelo menor de entre o seu justo valor deduzido dos custos esperados

de venda e o valor de balanço do crédito concedido objecto de recuperação.

Subsequentemente, estes activos são registados pelo menor de entre o valor do seu reconhecimento inicial e o

correspondente justo valor actual deduzido dos custos esperados de venda, e não são amortizados. As perdas não

realizadas com estes activos assim determinadas são registadas em resultados. O Grupo obtém avaliações regulares,

efectuadas por peritos, dos activos recebidos em dação.

Na medida em que estes activos reúnam as condições necessárias á sua alienação imediata e por isso cumpram os

requisitos do IFRS 5 – Activos não correntes detidos para venda, são transferidos para activos não correntes detidos

para venda e registados de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.23.

2.12. Outros activos tangíveis

Os outros activos tangíveis do Grupo encontram-se valorizados ao custo deduzido das respectivas amortizações

acumuladas e perdas de imparidade. Na data da transição para os IFRS, 1 de Janeiro de 2004, o Grupo elegeu

considerar como custo o valor reavaliado dos outros activos tangíveis, conforme determinado de acordo com as

anteriores políticas contabilísticas, o qual era equiparável numa perspectiva geral ao custo depreciado, mensurado de

acordo com os IFRS, ajustado por forma a reflectir as alterações no índice geral de preços. O custo inclui despesas

que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes com os outros activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles

resultarão benefícios económicos futuros para o Grupo. Todas as despesas com manutenção e reparação são

reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

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- 118 -

Os terrenos não são amortizados. As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das

quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens:

Imóveis de serviço próprio

Benefeciações em edifícios arrendadosEquipamento informático

Mobiliário e material

Ins talações interiores

Equipamento de segurança

Máquinas e ferramentasMaterial de transporte

Outro equipamento

Número de anos

35 a 50

104 a 5

4

5

4 a 10

5 a 12

4 a 10

4 a 10

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, o IAS 36 exige que o seu valor recuperável

seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o

seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração dos resultados.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso,

sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do

uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.13. Activos intangíveis

Os custos incorridos com a aquisição, produção e desenvolvimento de software são capitalizados, assim como as

despesas adicionais suportadas pelo Grupo necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma

linear ao longo da vida útil esperada destes activos, a qual se situa normalmente entre 3 a 6 anos.

Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento de aplicações informáticas pelo Grupo, sobre os quais

seja expectável que estes venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são

reconhecidos e registados como activos intangíveis. Estes custos incluem as despesas com os empregados das

empresas do Grupo especializadas em informática enquanto estiverem directamente afectos aos projectos.

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos são reconhecidos como custos quando

incorridos.

2.14. Locações

O Grupo classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua

substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 – Locações. São classificadas como

locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são

transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais.

Locações operacionais

Os pagamentos efectuados pelo Grupo à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos

períodos a que dizem respeito.

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- 119 -

Locações financeiras

• Como locatário

Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de

aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são

constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é

deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de

produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

• Como locador

Os contratos de locação financeira são registados no balanço como créditos concedidos pelo valor equivalente ao

investimento líquido realizado nos bens locados.

Os juros incluídos nas rendas debitadas aos clientes são registadas como proveitos enquanto que as amortizações de

capital, também incluídas nas rendas, são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos

juros reflecte uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

2.15. Benefícios aos empregados

Pensões

Decorrente da assinatura do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), o Banco e demais empresas do Grupo constituíram

fundos de pensões e outros mecanismos tendo em vista assegurar a cobertura das responsabilidades assumidas para

com pensões de reforma por velhice, invalidez, sobrevivência e ainda por cuidados médicos para o pessoal admitido

até 31 de Março de 2008. As novas admissões a partir dessa data beneficiam do regime geral da Segurança Social.

A cobertura das responsabilidades é assegurada, para a generalidade das empresas do Grupo, através de fundos de

pensões geridos pela ESAF – Espírito Santo Fundos de Pensões, S.A., subsidiária do Grupo.

Os planos de pensões existentes no Grupo correspondem a planos de benefícios definidos, uma vez que definem os

critérios de determinação do valor da pensão que um empregado receberá durante a reforma, usualmente dependente

de um ou mais factores como sejam a idade, anos de serviço e retribuição.

À luz do IFRS 1, o Grupo optou por na data da transição, 1 de Janeiro de 2004, aplicar retrospectivamente o IAS 19,

tendo efectuado o recalculo dos ganhos e perdas actuariais que podem ser diferidos em balanço de acordo com o

método do corredor preconizado nesta norma.

As responsabilidades do Grupo com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho de contas, pelo

Grupo, individualmente para cada plano, com base no Método da Unidade de Crédito Projectada, sendo sujeitas a

uma revisão anual por actuários independentes. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base

nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denominadas na moeda em que os

benefícios serão pagos e com maturidade semelhante à data do termo das obrigações do plano.

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- 120 -

Os ganhos e perdas actuariais determinados semestralmente, resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos

actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência) e (ii) das

alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é

imputado a resultados com base no método do corredor nos termos definidos pelo IAS 19.

Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais diferidos acumulados no início do período que excedam

10% do maior de entre o total das responsabilidades e do valor do fundo, também reportados ao início do período,

sejam imputados a resultados durante um período que não pode exceder a média da vida de serviço remanescente

dos trabalhadores abrangidos pelo plano. O Grupo determinou que os desvios actuariais são amortizados por um

período de 15 anos. Os ganhos e perdas actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são

reconhecidos em resultados.

Anualmente, o Grupo reconhece como um custo na sua demonstração de resultados um valor total líquido que inclui (i)

o custo do serviço corrente, (ii) o custo dos juros, (iii) o rendimento esperado dos activos do fundo, (iv) uma porção dos

ganhos e perdas actuariais determinada com base no referido método do corredor e (v) o efeito das reformas

antecipadas, o qual inclui a amortização antecipada dos ganhos e perdas actuariais associados.

Os encargos com reformas antecipadas correspondem ao aumento de responsabilidades decorrente da reforma

ocorrer antes do empregado atingir os 65 anos de idade.

O Grupo efectua pagamentos aos fundos de forma a assegurar a solvência dos mesmos, sendo os níveis mínimos

fixados pelo Banco de Portugal como segue: (i) financiamento integral no final de cada exercício das responsabilidades

actuariais por pensões em pagamento e (ii) financiamento a um nível mínimo de 95% do valor actuarial das

responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo.

Benefícios de saúde

Aos trabalhadores bancários é assegurada pelo Grupo a assistência médica por um Serviço de Assistência Médico-

Social. O Serviço de Assistência Médico-Social – SAMS – constitui uma entidade autónoma e é gerido pelo Sindicato

respectivo.

O SAMS proporciona, aos seus beneficiários, serviços e/ou comparticipações em despesas no domínio de assistência

médica, meios auxiliares de diagnóstico, medicamentos, internamentos hospitalares e intervenções cirúrgicas, de

acordo com as suas disponibilidades financeiras e regulamentação interna.

Constituem contribuições obrigatórias para os SAMS, a cargo do Grupo, a verba correspondente a 6,50% do total das

retribuições efectivas dos trabalhadores no activo, incluindo, entre outras, o subsídio de férias e o subsídio de Natal.

O cálculo e registo das obrigações do Grupo com benefícios de saúde atribuíveis aos trabalhadores na idade da

reforma são efectuados de forma semelhante às responsabilidades com pensões.

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- 121 -

Prémios de antiguidade

No âmbito do Acordo Colectivo de Trabalho do Sector Bancário, o Grupo BESI assumiu o compromisso de pagar aos

seus trabalhadores, quando estes completam 15, 25 e 30 anos ao serviço do Grupo, prémios de antiguidade de valor

correspondente a uma, duas ou três vezes, respectivamente, o salário mensal recebido à data de pagamento destes

prémios.

À data da passagem à situação de invalidez ou invalidez presumível, o trabalhador tem direito a um prémio de

antiguidade de valor proporcional àquele de que beneficiaria se continuasse ao serviço até reunir os pressupostos do

escalão seguinte.

Os prémios de antiguidade são contabilizados pelo Grupo de acordo com o IAS 19, como outros benefícios de longo

prazo a empregados.

O valor das responsabilidades do Grupo com estes prémios de antiguidade é estimado anualmente pelo Grupo com

base no Método da Unidade de Crédito Projectada. Os pressupostos actuariais utilizados baseiam-se em expectativas

de futuros aumentos salariais e tábuas de mortalidade. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denominadas na moeda em que

os benefícios serão pagos e com maturidade semelhante à data do termo das responsabilidades calculadas.

Em cada período, o aumento da responsabilidade com prémios de antiguidade, incluindo ganhos e perdas actuariais e

custos de serviços passados, é reconhecido em resultados.

Plano de Pagamento de Remuneração Variável

No primeiro semestre de 2008, o Conselho de Administração do BESI estabeleceu um sistema de incentivos

denominado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV – 2008/2010).

Ao abrigo deste plano de incentivos, os colaboradores do BESI têm o direito a um recebimento em dinheiro, no

futuro, correspondente à apreciação do valor das acções do BES acima de um determinado preço pré-estabelecido (strike price). Para tal, os colaboradores têm de permanecer ao serviço do Banco por um período mínimo de 3 anos.

Este plano de pagamentos de remuneração variável enquadra-se no âmbito do IFRS 2 - Pagamento com base em

acções e corresponde a um pagamento em dinheiro baseado em acções. O justo valor deste benefício, determinado

na data da sua atribuição, é imputado a resultados, como custo com pessoal, ao longo do período de serviço

definido como 3 anos. O passivo resultante é reavaliado à data de cada balanço, sendo a variação de justo valor

reconhecida em resultados na rubrica de lucros/prejuízos de operações financeiras.

Remunerações variáveis aos empregados e órgãos de administração (participação nos lucros)

De acordo com o IAS 19 – Benefícios dos empregados, as remunerações variáveis (participação nos lucros)

atribuídas aos empregados e aos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que

respeitam.

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- 122 -

2.16. Impostos sobre lucros

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são

reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos

capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos

reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos disponíveis para venda e de derivados de

cobertura de fluxos de caixa são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos

em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo

com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada

jurisdição.

Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças

temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto

aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera virem a ser

aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis com excepção do

goodwill não dedutível para efeitos fiscais, das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos

que não afectem quer o lucro contabilístico quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em

subsidiárias na medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os impostos diferidos activos são

reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver

as diferenças temporárias dedutíveis.

2.17. Provisões

São reconhecidas provisões quando (i) o Grupo tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável

que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

São reconhecidas provisões para reestruturação quando o Grupo tenha aprovado um plano de reestruturação formal e

detalhado e tal reestruturação tenha sido iniciada ou anunciada publicamente.

Uma provisão para contratos onerosos é reconhecida quando os benefícios esperados de um contrato formalizado

sejam inferiores aos custos que inevitavelmente o Grupo terá de incorrer de forma a cumprir as obrigações dele

decorrentes. Esta provisão é mensurada com base no valor actual do menor de entre os custos de terminar o contrato

ou os custos líquidos estimados resultantes da sua continuação.

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2.18. Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros

disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares,

utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos financeiros ao justo valor através dos resultados são

também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante

a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de

balanço do activo ou passivo financeiro. A taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e

passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos

contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto,

eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva,

custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de

activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por

imparidade, os juros registados em juros e proveitos equiparados são determinados com base na taxa de juro utilizada

na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como derivados de

cobertura (ver Nota 2.4), a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na

rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à

variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura é reconhecida nas rubricas de juros e

proveitos similares ou juros e custos similares.

2.19. Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma:

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo

comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido

concluído.

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em

resultados no período a que se referem.

• Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento

financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

2.20. Reconhecimento de dividendos

Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu

pagamento é estabelecido.

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- 124 -

2.21. Reporte por segmentos

Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos

diferentes de outros segmentos de negócio.

Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico que

está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes

económicos.

2.22. Resultados por acção

Os resultados por acção básicos são calculados dividindo o resultado líquido atribuível aos accionistas da empresa-

mãe pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação, excluindo o número médio de acções próprias

detidas pelo Grupo.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, o número médio ponderado de acções ordinárias em circulação é

ajustado de forma a reflectir o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras, como as resultantes de dívida

convertível e de opções sobre acções próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa

redução nos resultados por acção, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou

de que as opções concedidas são exercidas.

2.23. Activos não correntes detidos para venda

Activos não correntes ou grupos para alienação (grupo de activos a alienar em conjunto numa só transacção, e

passivos directamente associados que incluem pelo menos um activo não corrente) são classificados como detidos

para venda quando o seu valor de balanço for recuperado principalmente através de uma transacção de venda

(incluindo os adquiridos exclusivamente com o objectivo da sua venda), os activos ou grupos para alienação estiverem

disponíveis para venda imediata e a venda for altamente provável.

Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação) como detido para venda, a

mensuração dos activos não correntes (ou de todos os activos e passivos do grupo) é efectuada de acordo com os

IFRS aplicáveis. Subsequentemente, estes activos ou grupos para alienação são remensurados ao menor valor entre

o valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos custos de venda.

2.24. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no

balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, onde se incluem a caixa,

disponibilidades em Bancos Centrais e em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

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NOTA 3 – PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Os IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue

julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As

principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Grupo

são discutidas nesta nota com o objectivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados

reportados do Grupo e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo

Grupo é apresentada na Nota 2 às demonstrações financeiras consolidadas.

Considerando que, em muitas situações, existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de

Administração, os resultados reportados pelo Grupo poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse

escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as

demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Grupo e o resultado das suas

operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

3.1. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda

O Grupo determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe uma

desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor ou quando prevê existir um impacto nos fluxos de

caixa futuros dos activos. Esta determinação requer julgamento, no qual o Grupo recolhe e avalia toda a informação

relevante à formulação da decisão, nomeadamente a volatilidade normal dos preços dos instrumentos financeiros.

Para o efeito e consequência da forte volatilidade e reduzida liquidez dos mercados durante o ano de 2008,

consideraram-se os seguintes parâmetros como triggers da existência de imparidade:

(i) Títulos de capital: desvalorizações superiores a 30% face ao valor de aquisição (20% em 2007) ou valor de mercado

inferior ao valor de aquisição por um período superior a doze meses (seis meses em 2007);

(ii) Títulos de dívida: sempre que exista evidência objectiva de eventos com impacto no valor recuperável dos fluxos de

caixa futuros destes activos.

Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado ou de modelos de avaliação os quais

requerem a utilização de determinados pressupostos ou de julgamento no estabelecimento de estimativas de justo

valor.

A utilização de metodologias alternativas e de diferentes pressupostos e estimativas poderá resultar num nível

diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Grupo.

3.2. Justo valor dos instrumentos financeiros derivados

O justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação é determinado com

base na utilização de preços de transacções recentes semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com

base em metodologias de avaliação baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as

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condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias

podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na

aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes

O Grupo efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade,

conforme referido na Nota 2.5.

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser

reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de

incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros

quer do momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia resultar em níveis diferentes

das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados consolidados do Grupo.

3.4. Investimentos detidos até à maturidade

O Grupo classifica os seus activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades

definidas como investimentos detidos até à maturidade, de acordo com os requisitos do IAS 39. Esta classificação

requer um nível de julgamento significativo.

No julgamento efectuado, o Grupo avalia a sua intenção e capacidade de deter estes investimentos até à maturidade.

Caso o Grupo não detenha estes investimentos até à maturidade, excepto em circunstâncias específicas – por

exemplo, alienar uma parte não significativa perto da maturidade – é requerida a reclassificação de toda a carteira para

activos financeiros disponíveis para venda, com a sua consequente mensuração ao justo valor e não ao custo

amortizado.

Os activos detidos até à maturidade são objecto de teste sobre a existência de imparidade, o qual segue uma análise e

decisão do Grupo. A utilização de metodologias e pressupostos diferentes dos usados nos cálculos efectuados poderia

ter impactos diferentes em resultados.

3.5. Impostos sobre os lucros

O Grupo encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros em diversas jurisdições. A determinação do

montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas

transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal

de negócios.

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Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e

diferidos, reconhecidos no período.

As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colectável efectuado pelo Banco e pelas suas

subsidiárias, durante um período de quatro ou seis anos, no caso de haver prejuízos fiscais reportáveis. Desta forma, é

possível que hajam correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da

legislação fiscal. No entanto, é convicção dos Conselhos de Administração do Banco e das suas subsidiárias

residentes em Portugal, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas

demonstrações financeiras.

3.6. Pensões e outros benefícios a empregados

A determinação das responsabilidades por pensões de reforma requer a utilização de pressupostos e estimativas,

incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem

ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões.

Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

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NOTA 4 - REPORTE POR SEGMENTOS A actividade do Grupo BESI encontra-se organizada de acordo com as seguintes linhas de negócio: (i) Banca de Investimento – inclui a actividade da banca de investimento, nomeadamente estruturação de fusões e aquisições, montagem e colocação de emissões de dívida, estudos e análises;

(ii) Gestão de activos – inclui a actividade de gestão de fundos de investimentos e de gestão de patrimónios; O reporte de segmentos primários é apresentado como segue:

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O reporte de segmentos secundários é feito de acordo com a localização geográfica das diferentes unidades de

negócio do Grupo:

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NOTA 5 - MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

A rubrica de juros de crédito inclui 255 milhares de euros (2007 – 216 milhares de euros) relativos a juros de contratos de crédito com imparidade.

A rubrica juros de derivados para gestão de risco inclui, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.18, os juros de derivados de cobertura.

NOTA 6 - RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

O valor desta rubrica é composto por:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Rendimentos de serviços e comissõesPor serviços bancários prestados 60 101 67 965 Por garantias prestadas 793 823 Por operações realizadas com títulos 42 972 55 691

103 866 124 479

Encargos de serviços e comissõesPor serviços bancários prestados por terceiros 2 000 2 796 Por operações realizadas com títulos 7 521 6 785 Por garantias recebidas 1 1 Outros custos com serviços e comissões 12 5 935

9 534 15 517

94 332 108 962

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NOTA 7 - RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

O valor desta rubrica é composto por:

Em 31 de Dezembro de 2008, o valor desta rubrica inclui um efeito positivo de 5 045 milhares de euros (2007: 1 677 milhares de euros) relativos à variação de valor de passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados atribuível ao risco de crédito da entidade (ver nota 22)

NOTA 8 - RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

O valor desta rubrica é composto por:

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NOTA 9 - RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL

O valor desta rubrica é composto por:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Proveitos Custos Total Proveitos Custos Total

Reavaliação Cambial 41 880 ( 48 791) ( 6 911) 64 223 ( 39 245) 24 978

41 880 ( 48 791) ( 6 911) 64 223 ( 39 245) 24 978

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira, de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.3.

NOTA 10 – OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS

O valor desta rubrica é composto por:

NOTA 11 - CUSTOS COM PESSOAL

O valor dos custos com pessoal é composto por:

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Os custos com as remunerações e outros benefícios atribuídos ao pessoal chave da gestão do Grupo BESI são como segue:

Considera-se outro pessoal chave da gestão os Directores Responsáveis e Directores Centrais.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 o valor do crédito concedido aos Órgãos de Administração do Grupo BESI ascendia a 353 mil euros e 382 mil euros respectivamente.

Por categoria profissional, o número de colaboradores do Grupo BESI analisa-se como segue:

31.12.2008 31.12.2007

Funções directivas 247 227 Funções de chefia 3 4 Funções específicas 221 192 Funções administrativas 49 50 Funções auxiliares 6 6

526 479

NOTA 12 - BENEFÍCIOS A EMPREGADOS

Pensões de reforma e benefícios de saúde

Em conformidade com o Acordo Colectivo de Trabalho celebrado com os sindicatos e vigente para o sector bancário, o

Banco assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a

título de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem numa percentagem,

crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela salarial negociada anualmente

para o pessoal no activo e admitido até 31 de Março de 2008. As novas admissões a partir daquela data beneficiam do

regime geral da Segurança Social.

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- 134 -

Durante o exercício de 1998, o Banco Espírito Santo e as restantes subsidiárias do Grupo em Portugal, onde se inclui

o BESI, decidiram constituir um fundo aberto autónomo, designado de Fundo de Pensões Aberto GES destinado a

financiar a atribuição de benefícios complementares aos colaboradores. O fundo tem como sociedade gestora a ESAF

- Espírito Santo Fundo de Pensões, S.A. Os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades são como segue:

31.12.2008 31.12.2007

Pressupostos Financeiros

Taxas de evolução salarial 4.00% 3.25% Taxa de crescimento das pensões 2.00% 2.25% Taxas de rendimento do fundo 5.75% 5.25% Taxa de desconto 5.75% 5.25%

Pressupostos Demográficos e Métodos de Avaliação

Tábua de MortalidadeHomens TV 73/77 (ajustada) TV 73/77 (ajustada)

Mulheres TV 88/90 TV 88/90 Métodos de valorização actuarial Project Unit Credit Method

Pressupostos

De acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.15, a taxa de desconto utilizada para estimar as responsabilidades com pensões de reforma e com benefícios de saúde, corresponde às taxas de mercado à data do balanço, associadas a obrigações de empresas de rating elevado. Face às condições de mercado em 31 de Dezembro de 2008, o Grupo decidiu utilizar uma taxa de desconto de 5,75% (2007: 5,25%).

As contribuições para o SAMS em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 ascendiam a 6,5% da massa salarial. A percentagem correspondente à contribuição a efectuar é estabelecida pelo próprio SAMS, não estando prevista qualquer alteração da mesma para o próximo exercício.

Os participantes no plano de pensões são desagregados da seguinte forma:

31.12.2008 31.12.2007

Activos 243 247 Reformados 21 21 Sobreviventes 3 3

TOTAL 267 271 A aplicação do IAS 19 traduz-se nas seguintes responsabilidades, encargos, contribuições do Grupo para os fundos de pensões e níveis de cobertura reportáveis a 31 de Dezembro de 2008 e 2007:

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde Total Pensões

de reformaBenefícios de saúde Total

Activos/(responsabilidades) líquidas reconhecidas em balanço

Responsabilidades em 31 de Dezembro Pensionistas 7,106 462 7,568 7,776 505 8,281 Activos 20,616 1,340 21,956 18,686 1,215 19,901

27,722 1,802 29,524 26,462 1,720 28,182

Saldo dos fundos em 31 de Dezembro 27,752 - 27,752 25,834 - 25,834

Excesso de cobertura/(Valores) a entregar ao fundo 30 (1,802) (1,772) (628) (1,720) (2,348)

Desvios actuariais diferidos em 31 de Dezembro 13,062 215 13,277 6,997 364 7,361

Activos/(responsabilidades) líquidas em balanço em 31 de Dezembro 13,092 (1,587) 11,505 6,369 (1,356) 5,013

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A evolução das responsabilidades com pensões de reforma e benefícios de saúde pode ser analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total

Responsabilidades em 1 de Janeiro 26,462 1,720 28,182 24,573 1,594 26,167

Custo do serviço corrente 1,692 119 1,811 1,515 112 1,627 Custo dos juros 1,506 99 1,605 1,152 77 1,229 Contibuições dos empregados 157 - 157 164 - 164 (Ganhos) e perdas actuariais nas responsabilidades: (1,567) (136) (1,703) (414) (63) (477) - Alteração dos pressupostos actuariais (1,399) (91) (1,490) (11) - (11) - (Ganhos)/perdas de experiência (168) (45) (213) (403) (63) (466)Pensões pagas pelo fundo (528) - (528) (528) - (528)Responsabilidades em 31 de Dezembro 27,722 1,802 29,524 26,462 1,720 28,182

Em 31 de Dezembro de 2008, o acréscimo de 1% no valor das contribuições para o SAMS implicaria um acréscimo de responsabilidades de 276 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 265 milhares de euros), e um acréscimo no custo do exercício (custo do serviço corrente e custo dos juros) de 30 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 30 milhares de euros).

A evolução do valor dos fundos de pensões nos exercícios de 2008 e 2007 pode ser analisada como segue: (EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total

Saldo dos fundos em 1 de Janeiro 25,834 - 25,834 24,621 - 24,621

Rendimento real do fundo (6,455) - (6,455) 416 - 416Contribuições do Grupo 8,744 - 8,744 1,161 - 1,161Contribuições dos empregados 157 - 157 164 - 164Pensões pagas pelo fundo (528) - (528) (528) - (528)Saldo dos fundos em 31 de Dezembro 27,752 - 27,752 25,834 - 25,834

Os activos do fundo de pensões em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisados como segue:

2008 2007

Obrigações 40.30% 31.50%Acções 36.10% 44.80%Investimento alternativo 7.20% 15.00%Imobiliário 0.00% 3.00%Liquidez 16.40% 5.70%Total 100.00% 100.00%

% Carteira

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 os fundos não continham títulos emitidos por entidades do Grupo.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 136 -

A evolução dos desvios actuariais diferidos em balanço pode ser analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde Total Pensões de

reformaBenefícios de

saúde Total

Desvios actuariais diferidos em 1 de Janeiro 6,997 364 7,361 6,947 489 7,436

(Ganhos) e perdas actuariais no ano: - Alteração de pressupostos actuariais (1,399) (91) (1,490) (11) - (11) - (Ganhos)/Perdas de experiência 7,815 (45) 7,770 361 (63) 298 Amortização do exercício (291) (13) (304) (300) (19) (319)Outros (60) - (60) - (43) (43)

Desvios actuariais diferidos em 31 de Dezembro 13,062 215 13,277 6,997 364 7,361

Dos quais: Dentro do corredor 2,765 183 2,948 2,643 172 2,815 Fora do corredor 10,297 32 10,329 4,354 192 4,546

A evolução das responsabilidades não financiadas pode ser analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total Pensões de reforma

Benefícios de saúde

Total

Responsabilidades não financiadas no início do ano 628 1,720 2,348 (48) 1,594 1,546

Ganhos e perdas actuariais das responsabilidades (1,567) (136) (1,703) (414) (63) (477)Ganhos e perdas actuariais dos fundos 7,983 - 7,983 764 - 764 Encargos do ano: - Custo do serviço corrente 1,692 119 1,811 1,515 112 1,627 - Custo dos juros 1,506 99 1,605 1,152 77 1,229 - Rendimento esperado do fundo (1,528) - (1,528) (1,180) - (1,180)Contribuições efectuadas no ano e pensões pagas pelo Grup (8,744) - (8,744) (1,161) - (1,161)

Responsabilidades não financiadas no final do ano (30) 1,802 1,772 628 1,720 2,348

Os custos do exercício com pensões de reforma e com benefícios de saúde podem ser analisados como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde Total Pensões de

reformaBenefícios de

saúde Total

Custo do serviço corrente 1,692 119 1,811 1,515 112 1,627 Custo dos juros 1,507 99 1,606 1,152 77 1,229 Rendimento esperado do fundo (1,528) - (1,528) (1,180) - (1,180)Amortização do exercício 291 13 304 300 19 319 - - Custos do exercício 1,962 231 2,193 1,787 208 1,995

A evolução dos activos/ (responsabilidades) em balanço pode ser analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Pensões de reforma

Benefícios de saúde Total Pensões de

reformaBenefícios de

saúde Total

Em 1 de Janeiro 6,369 (1,356) 5,013 6,995 (1,105) 5,890Custo do exercício (1,962) (231) (2,193) (1,787) (208) (1,995)Contribuições efectuadas no ano e pensões pagas pelo Grup 8,744 - 8,744 1,161 - 1,161Alterações do perímetro de consolidação e outros (59) - (59) (43) (43)Em 31 de Dezembro 13,092 (1,587) 11,505 6,369 (1,356) 5,013

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Os activos/ (responsabilidades) em balanço encontram-se reflectidas na rubrica de Outros activos e Outros passivos (ver Nota 27 e Nota 34)

O evolutivo das responsabilidades e saldo do fundo bem como dos ganhos e perdas de experiência nos últimos cinco anos é analisado como segue:

Prémios de antiguidade

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, as responsabilidades assumidas pelo Grupo e os custos reconhecidos nos exercícios com o prémio de antiguidade são como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Responsabilidades a 1 de Janeiro 2 245 1 979 Custo do exercício ( 1 232) 305 Prémios pagos ( 49) ( 39)

Responsabilidades a 31 de Dezembro 964 2 245

Os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades são os apresentados para o cálculo das pensões de reforma (quando aplicáveis).

A responsabilidade com prémios de antiguidade encontra-se registada em outros passivos (Ver Nota 34).

Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV)

No primeiro semestre de 2008, o Conselho de Administração do BESI estabeleceu um sistema de incentivos

denominado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV – 2008/2010).

Este novo programa de incentivos consiste na atribuição do direito a receber uma remuneração variável que se

encontra indexada à eventual valorização das acções BES entre a “data inicial de referência” e a “data final de

referência”. Tal retribuição, em dinheiro, será apenas devida em caso de valorização das acções do BES. O PPRV não

é um plano de atribuição de acções ou de opções sobre a aquisição de acções, não sendo atribuídos aos beneficiários

quaisquer direitos inerentes a uma participação no capital social do BES.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 138 -

O valor inicial do Plano foi calculado com base num modelo de valorização das opções, tendo por referência os

seguintes pressupostos:

Conforme a politica contabilística descrita na nota 2.15, o justo valor inicial do PPRV, no valor de 1 806 milhares de

euros, está a ser reconhecido em custos com pessoal durante o período que medeia entre a data inicial de referência e

a data final de referência (3 anos). Nesta base, durante o exercício de 2008 o Grupo reconheceu em custos com

pessoal o valor de 350 milhares de euros. A variação do justo valor ao longo do prazo do programa é reconhecida em

lucros/prejuízos de operações financeiras.

O valor do passivo reconhecido no âmbito do programa é avaliado ao justo valor com referência ao final de cada mês,

sendo o valor em 31 de Dezembro de 2008 de 113, 7 mil euros.

NOTA 13 - GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Rendas e alugueres 6 065 4 726 Publicidade e publicações 1 041 1 109 Comunicações e expedição 4 149 3 896 Deslocações e representação 6 143 5 180 Conservação e reparação 794 806 Seguros 464 456 Serviços especializados Informática 2 198 1 900 Mão de obra eventual 858 370 Trabalho independente 1 788 1 235 Outros serviços especializados 778 664 Outros custos 7 738 7 754

32 016 28 096

A rubrica Outros serviços especializados inclui, entre outros, custos com informação, consultores e auditores externos e judiciais. A rubrica Outros custos inclui, entre outros, custos com formação, custos com serviços de contencioso e notariado, custos com segurança e vigilância e custos com fornecimentos externos.

NOTA 14 - RESULTADOS POR ACÇÃO

Resultados por acção básicos

Os resultados básicos por acção são calculados efectuando a divisão do resultado atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio de acções ordinárias em circulação durante o ano.

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Resultados por acção diluídos

Os resultados por acção diluídos são calculados ajustando o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras ao número médio ponderado de acções ordinárias em circulação e ao resultado líquido atribuível aos accionistas do banco.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o Banco não detinha acções potenciais ordinárias diluidoras, pelo que o resultado por acção diluído é igual ao resultado por acção básico.

NOTA 15 - CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Esta rubrica em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Caixa 13 9

Depósitos à ordem em bancos centraisBanco de Portugal 10 163 5 872 Outros bancos centrais 1 961 1 208

12 124 7 080

12 137 7 089

A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais - Banco de Portugal inclui depósitos de carácter obrigatório, que têm por objectivo satisfazer os requisitos legais quanto à constituição de disponibilidades mínimas de caixa. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 2818/98 do Banco Central Europeu, de 1 de Dezembro de 1998, as disponibilidades mínimas obrigatórias em depósitos à ordem no Banco de Portugal, são remuneradas e correspondem a 2% dos depósitos e títulos de dívida com prazo inferior a 2 anos, excluindo destes os depósitos e os títulos de dívida de instituições sujeitas ao regime de reservas mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais. Em 31 de Dezembro de 2008 a taxa de remuneração média destes depósitos ascende a 3,98% (31 de Dezembro de 2007: 3,9276%).

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- 140 -

NOTA 16 - DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

NOTA 17 - ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica Activos e passivos financeiros detidos para negociação apresenta os seguintes valores:

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- 141 -

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos títulos detidos para negociação por prazos de vencimento é como segue:

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica dos activos financeiros detidos para negociação, no que se refere a títulos cotados e não cotados, é repartida da seguinte forma:

A rubrica Instrumentos financeiros derivados a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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- 142 -

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos derivados detidos para negociação por prazos de vencimento é como segue:

NOTA 18 - ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

Positiva Negativa

Obrigações e outros títulos de rendimento fixoDe emissores públicos 4 345 51 - - 4 396 De outros emissores 366 456 1 220 ( 13 947) ( 14 649) 339 080

Acções 43 612 19 850 ( 8 694) ( 3 263) 51 505

Outros títulos de rendimento variável 83 250 58 ( 3 002) - 80 306

Saldo a 31 de Dezembro de 2008 497 663 21 179 ( 25 643) ( 17 912) 475 287

Obrigações e outros títulos de rendimento fixoDe emissores públicos 17 977 64 ( 444) - 17 597 De outros emissores 327 648 740 ( 6 574) - 321 814

Acções 23 812 144 181 ( 367) ( 133) 167 493

Outros títulos de rendimento variável 35 007 693 ( 48) - 35 652

Saldo a 31 de Dezembro de 2007 404 444 145 678 ( 7 433) ( 133) 542 556

(1) custo de aquisição no que se refere a acções e custo amortizado para títulos de dívida

Reserva de justo valorCusto (1) Valor de

balançoImparidade

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda são apresentados como se segue:

A rubrica de activos financeiros disponíveis para venda inclui 122 900 milhares de euros de títulos dados em garantia pelo Grupo (31 de Dezembro de 2007: 119.968 milhares de euros ).

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- 143 -

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos activos financeiros disponíveis para venda por prazos de vencimento é como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 19 818 7 582 De 3 meses a um ano 18 483 4 552 De um a cinco anos 121 190 124 073 Mais de cinco anos 183 985 202 924 Duração indeterminada 131 811 203 425

475 287 542 556

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007 todos os activos disponíveis para venda são cotados.

As principais contribuições para a reserva de justo valor e para o montante de imparidade com referência a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisadas como segue:

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- 144 -

NOTA 19 - APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Aplicações em instituições de crédito no país Mercado monetário interbancário - 10 014 Aplicações de muito curto prazo 337 - Outras aplicações 953 1 092

1 290 11 106

Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro

Aplicações de muito curto prazo 318 - Operações com acordo de revenda 911 356 1 022 774 Outras aplicações 1 854 16

913 528 1 022 790

914 818 1 033 896

Perdas por imparidade ( 185) -

914 633 1 033 896

O escalonamento das aplicações em instituições de crédito por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 3 462 11 122 De 3 meses a um ano 911 356 1 022 774

914 818 1 033 896

Os movimentos ocorridos no exercício como perdas por imparidade em empréstimos e aplicações em instituições de crédito são apresentados como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Saldo inicial - 5 Dotações 171 4 Reversões ( 1) ( 9)Diferenças de câmbio e outras 15 -

Saldo final 185 -

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- 145 -

NOTA 20 - CRÉDITO A CLIENTES

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Crédito internoA empresas

Créditos em conta corrente 4 756 2 719 Empréstimos 693 097 608 182 Descobertos 4 6 Outros créditos 53 019 46 936

A particulares Habitação 966 1 054 Consumo e outros 2 6

751 844 658 903

Crédito ao exteriorA empresas

Empréstimos 940 651 786 921 Outros créditos 44 871 15 702

985 522 802 623

Crédito e juros vencidosAté 90 dias 4 810 - Há mais de 90 dias 7 678 8 044

12 488 8 044

1 749 854 1 469 570

Provisões para imparidade do crédito ( 25 726) ( 19 376)

1 724 128 1 450 194

O escalonamento do Crédito a clientes por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 32 071 53 496 De 3 meses a um ano 86 940 41 916 De um a cinco anos 398 471 298 191 Mais de cinco anos 1 219 884 1 067 923 Duração indeterminada 12 488 8 044

1 749 854 1 469 570

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em empréstimos a clientes são apresentados como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Saldo a 31 de Dezembro 19 376 20 501 Dotações 9 949 1 337 Reversões ( 2 802) ( 2 378)Diferenças de câmbio e outras ( 797) ( 84)

Saldo final 25 726 19 376

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- 146 -

A distribuição do Crédito a clientes por tipo de taxa é como segue:

NOTA 21 – INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 é analisada como segue:

A 31 de Dezembro de 2008, o escalonamento dos investimentos detidos até à maturidade por prazos de vencimento é como segue:

Os investimentos detidos até à maturidade resultam da transferência de diversos títulos da carteira de negociação no valor de balanço total de 231 045 milhares de euros, tendo tido um impacto em resultados de 2 136 milhares de euros. O seu valor de mercado a 31 de Dezembro de 2008 é de 216 251 milhares de euros. Estas transferências foram efectuadas de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.6.

O Grupo avaliou, com referência a 31 de Dezembro de 2008 a existência de evidência objectiva de imparidade na sua carteira de investimentos detidos até à maturidade, não tendo identificado eventos com impacto no montante recuperável dos fluxos de caixa futuros desses investimentos.

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NOTA 22 – DERIVADOS PARA GESTÃO DE RISCO

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, os derivados para gestão de risco em balanço analisam-se como segue:

A rubrica de Derivados para gestão de risco, inclui para além dos derivados de cobertura, os derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados (e que não foram designados como derivados de cobertura).

Em 31 de Dezembro de 2008, o valor líquido da rubrica de Derivados para gestão de risco, inclui (i) 10 138 milhares de euros de passivo líquido relativo a derivados de cobertura (31 de Dezembro de 2007: 15 698 milhares de euros de passivo líquido) e (ii) 46 405 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 2 444 milhares de euros) de passivo líquido relativos a derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, e que não foram designados como derivados de cobertura.

a) Derivados de cobertura

As operações de cobertura de justo valor em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisadas como segue:

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As variações de justo valor associadas aos activos e passivos acima descritos e aos respectivos derivados de cobertura encontram-se registadas em resultados do exercício na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados.

b) Outros derivados para gestão de risco

Os outros derivados para gestão de risco incluem instrumentos destinados a gerir o risco associado a determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados conforme política contabilística descrita nas Notas 2.5, 2.6 e 2.8 e que o Grupo não designou para contabilidade de cobertura. O valor de balanço dos activos e passivos ao justo valor através de resultados pode ser analisado como segue:

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A componente do justo valor dos passivos financeiros reconhecidos ao justo valor através de resultados, atribuível ao risco de crédito do Grupo, ascende em 31 de Dezembro de 2008 a 5 045 milhares de euros (2007: 1 677 milhares de euros) de proveitos gerados no exercício.

As operações com derivados de gestão de risco em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, por maturidades, podem ser analisadas como segue:

NOTA 23 – ACTIVOS E PASSIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

O valor registado nesta rubrica é referente aos imóveis registados no activo da participada detida pelo BESI Investimento em 31 de Dezembro de 2008 – Cominvest – SGII, SA.

Em Dezembro de 2007, o BES Investimento adquiriu 80% do capital accionista da Pebble Hydro – Empresa de consultoria, investimento e serviços, tendo os restantes 20% sido adquiridos pela EDP – Energias de Portugal , tendo esta sido alienada durante o ano de 2008.

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NOTA 24 - OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

ImóveisDe serviço próprio 646 646 Beneficiações em edif ícios arrendados 3 173 3 014 Outros

3 819 3 660 Equipamento

Equipamento informático 4 156 3 676 Instalações interiores 1 804 1 375 Mobiliário e material 2 017 1 774 Equipamento de segurança 270 230 Máquinas e ferramentas 1 202 1 299 Material de transporte 637 823 Outros 381 451

10 467 9 628

Outras imobilizações 2 3

14 288 13 291 Imobilizado em curso

Beneficiações em edif ícios arrendados 408 40 Equipamento informático e outros 884 51

1 292 91

15 580 13 382

Depreciação acumulada ( 8 438) ( 7 688)

7 142 5 694

O movimento nesta rubrica foi o seguinte: (EUR milhares)

Imóveis Equipamento Outras imobilizações

Imobilizado em curso Total

Custo de aquisiçãoSaldo a 31 de Dezembro de 2006 4 088 9 618 - 85 13 791

Alteração Perimetro Consolidação 54 71 3 51 179 Adições 85 1 597 - 254 1 936 Abates / vendas ( 651) ( 2 092) - - ( 2 743)Transferências - 298 - ( 298) - Variação cambial 83 136 - 219 Outros Movimentos 1 - - ( 1) -

Saldo a 31 de Dezembro de 2007 3 660 9 628 3 91 13 382 Adições 356 2 278 - 1 241 3 875 Abates / vendas ( 104) ( 907) - - ( 1 011)Transferências 40 - - ( 40) - Variação cambial ( 133) ( 532) ( 1) - ( 666)Outros Movimentos - - - - -

Saldo a 31 de Dezembro de 2008 3 819 10 467 2 1 292 15 580

DepreciaçõesSaldo a 31 de Dezembro de 2006 1 458 6 784 - - 8 242

Alteração Perimetro Consolidação - 31 - - 31 Depreciações do exercício 378 1 110 - - 1 488 Abates / vendas ( 153) ( 1 973) - - ( 2 126)Variação cambial 5 48 - - 53 Outros Movimentos ( 1) 1 - - -

Saldo a 31 de Dezembro de 2007 1 687 6 001 - - 7 688 Depreciações do exercício 414 1 178 - - 1 592 Abates / vendas ( 104) ( 504) - - ( 608)Variação cambial ( 40) ( 194) - - ( 234)Outros Movimentos - - - - -

Saldo a 31 de Dezembro de 2008 1 957 6 481 - - 8 438

Saldo l íquido a 31 de Dezembro de 2008 1 862 3 986 2 1 292 7 142

Saldo l íquido a 31 de Dezembro de 2007 1 973 3 627 3 91 5 694

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NOTA 25 - ACTIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

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(1) Inclui o montante de 882 milhares de euros relativos a imparidade para goodwill apurado em 2008 na Concórdia – Espirito Santo Investment. Esta imparidade foi reconhecida em resultados na rubrica de imparidade de outros activos liquida de reversões e recuperações.

A rubrica de Goodwill inclui o montante de 9 916 milhares de euros referentes a subsidiária ES Capital adquirida pelo Grupo BESI em 30 de Dezembro de 2005. Este Goodwill foi determinado de acordo com a política contabilística descrita na nota 2.2.

NOTA 26 - INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS

Os dados financeiros relativos às empresas associadas, são apresentados no quadro seguinte:

O movimento verificado nesta rubrica é como segue:

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NOTA 27 - OUTROS ACTIVOS

A rubrica Outros Activos a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

As rubricas de operações sobre valores mobiliários a regularizar, evidenciam o saldo das ordens de compra e venda por subsidiárias do Grupo que aguardam a respectiva liquidação financeira.

Os movimentos ocorridos em perdas por imparidade em outros activos são apresentados como segue:

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- 154 -

NOTA 28 - RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

A rubrica de recursos de outras instituições financeiras é apresentada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

No paísMercado monetário interbancário 675 957 69 510 Recursos a muito curto prazo 963 - Depósitos 6 69 Outros recursos 154 389 99 897

831 315 169 476 No estrangeiro

Depósitos 29 1 832 Empréstimos 153 192 28 017 Operações com acordo de recompra 135 807 385 858 Outros recursos 57 336 66 167

346 364 481 874

1 177 679 651 350

O escalonamento dos recursos de outras instituições de crédito por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

NOTA 29 - RECURSOS DE CLIENTES

O saldo da rubrica Recursos de clientes é composto, quanto à sua natureza, como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Depósitos à vista Depósitos à ordem 21 354 16 764 Depósitos a prazo Depósitos a prazo 158 492 72 098

Outros recursos Operações de venda com acordo de recompra 893 539 947 991 Emprestimos 37 845 63 911 Outros 525 78 917

931 909 1 090 819

1 111 755 1 179 681

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O escalonamento dos Recursos de clientes por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

NOTA 30 - RESPONSABILIDADES REPRESENTADAS POR TÍTULOS

A rubrica Responsabilidades representadas por títulos decompõe-se como segue:

Durante o exercício de 2008 o Grupo BESI procedeu à emissão de 687 332 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 1 593 399 milhares de euros) de títulos, tendo sido reembolsados 971 433 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 914 751 milhares de euros).

A duração residual das Responsabilidades representadas por títulos, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 249 468 150 720 De 3 meses a um ano 257 363 403 142 De um a cinco anos 657 104 986 781 Mais de cinco anos 179 309 153 616

1 343 244 1 694 259

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As características essenciais destes recursos decompõem-se como segue:

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NOTA 31 – PROVISÕES

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica Provisões apresenta os seguintes movimentos:

(EUR milhares)

Provisões para outros riscos e

encargos

Saldo a 1 de Janeiro de 2007 2 645

Dotações 1 400 Utilizações ( 1 425)Reversões - Diferenças de câmbio e outras 226

Saldo a 31 de Dezembro de 2007 2 846

Dotações 1 752 Utilizações ( 1 400)Diferenças de câmbio e outras ( 360)

Saldo a 31 de Dezembro de 2008 2 838

Estas provisões destinam-se a cobrir a probabilidade de ocorrência de determinadas contingências relacionadas com a actividade do Grupo.

NOTA 32 – IMPOSTOS

O Banco e as subsidiárias com sede em Portugal, estão sujeitos a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e correspondente Derrama.

O cálculo do imposto corrente e diferido dos exercícios de 2008 e de 2007 foi apurado pelo Grupo BESI com base numa taxa nominal de IRC e derrama municipal de 26,5%, de acordo com a Lei nº 107-B/2003, de 31 de Dezembro e a Lei nº2/2007, de 15 de Janeiro (que aprova a Lei das Finanças Locais).

As declarações de autoliquidação, do Banco e das subsidiárias com sede em Portugal, relativas aos exercícios de 2008 e anteriores ficam sujeitas a inspecção e eventual ajustamento pelas Autoridades Fiscais durante um período de quatro anos. Assim, poderão vir a ter lugar eventuais liquidações adicionais de impostos devido essencialmente a diferentes interpretações da legislação fiscal. No entanto, é convicção da Administração do Banco e das subsidiárias com sede em Portugal que não ocorrerão liquidações adicionais de valor significativo no contexto das demonstrações financeiras consolidadas.

Os activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos em balanço em 2008 e 2007 podem ser analisados como segue:

(EUR milhares)

Activo Passivo Líquido31.12.2008 31.12.2007 31.12.2008 31.12.2007 31.12.2008 31.12.2007

Instrumentos financeiros derivados 10 850 11 967 ( 168) ( 7 893) 10 682 4 074 Activos financeiros disponíveis para venda 338 108 ( 7 349) ( 54 740) ( 7 011) ( 54 632)Crédito a clientes 3 911 3 131 - - 3 911 3 131 Investimentos em subsidiárias e associadas - - ( 1 061) ( 1 113) ( 1 061) ( 1 113)Provisões 1 777 960 - - 1 777 960 Outros - 298 ( 2 720) ( 4 311) ( 2 720) ( 4 013)Prejuízos fiscais reportáveis 6 316 1 777 - - 6 316 1 777

Imposto diferido activo/(passivo) 23 192 18 241 ( 11 298) ( 68 057) 11 894 ( 49 816)

Compensação de activos/passivos por impostos diferidos ( 3 828) ( 7 241) 3 828 7 241 - -

Imposto diferido activo/(passivo) líquido 19 364 11 000 ( 7 470) ( 60 816) 11 894 ( 49 816)

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Os movimentos ocorridos na rubrica de impostos diferidos são apresentados como segue: (EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Saldo a 31 de Dezembro ( 49 816) 34 352 Reconhecido em resultados 16 720 ( 29 303)Reconhecido em reservas de justo valor 38 089 ( 54 471)Variação cambial e outros 6 900 ( 394)

Saldo final 11 893 ( 49 816)

O movimento do imposto diferido de balanço em 2008 e 2007 explica-se como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Reconhecido em resultados

Reconhecido em reservas

Reconhecido em resultados

Reconhecido em reservas

Impostos DiferidosInstrumentos financeiros derivados ( 6 607) - 24 780 - Activos financeiros disponíveis para venda - ( 38 089) - 54 471 Crédito a clientes ( 780) - 1 535 - Investimentos em subsidiárias e associadas ( 52) - 271 - Provisões ( 817) - 900 - Outros ( 3 925) - 1 619 - Créditos fiscais resultantes de dupla tributação - - 1 247 - Prejuízos fiscais reportáveis ( 4 539) - ( 1 049) -

( 16 720) ( 38 089) 29 303 54 471

Impostos Correntes 33 939 - 3 454 67

Total do imposto reconhecido 17 219 ( 38 089) 32 757 54 538

A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Resultado antes de impostos e Interesses Minoritários 67 574 114 172

Taxa de imposto do BESI 26.5 26.5Imposto apurado com base na taxa de imposto do BESI 17 907 30 256 Diferença na taxa de imposto das subsidiárias (11.2) ( 7 576) 0.7 235 Dividendos excluídos de tributação (1.0) ( 643) (0.9) ( 290)Mais-valias não tributadas - - (0.6) ( 184)Imposto sobre lucros das sucursais 1.1 710 - -Tributação autónoma 0.0 722 - -Alterações de estimativas 0.3 228 4 1 220 Imposto diferido activo não reconhecido sobre prejuízos fiscais gerados no período 8.2 5 522 - - Resultado de associadas não sujeitos a tributação (2.4) ( 1 607) 1.2 389 Custos não dedutíveis 4.7 3 150 3.5 1 131 Outros (1.8) ( 1 194) - -

25.5 17 219 28.7 32 757

17 219 32 757

% Valor % Valor

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NOTA 33 - PASSIVOS SUBORDINADOS

A rubrica Passivos subordinados decompõe-se como segue:

As principais características dos passivos subordinados são apresentadas como seguem:

Durante o exercício de 2008 o BESI do Brasil procedeu à emissão de 35.000 milhares de reais, não tendo sido efectuado qualquer reembolso. Durante o exercício de 2007 o Grupo BESI emitiu 21 184 milhares de euros e reembolsou 29 928 milhares de euros.

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NOTA 34 - OUTROS PASSIVOS

A rubrica Outros passivos a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

As rubricas de operações sobre valores mobiliários a regularizar, em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, evidenciam o saldo das ordens de venda e compra por subsidiária do Grupo que aguardam a respectiva liquidação financeira.

NOTA 35 - CAPITAL, PRÉMIOS DE EMISSÃO

Acções ordinárias

Em 31 de Dezembro de 2008, o capital social do Banco encontrava-se representado por 14 milhões de acções, com um valor nominal de 5 euros cada, as quais se encontram totalmente subscritas e realizadas pelo Banco Espírito Santo, S.A.

Prémios de emissão

Durante o exercício de 2008 não se procedeu a qualquer emissão de acções representativas do capital social.

Em 31 de Dezembro de 2008, os prémios de emissão são representados por 8 796 milhares de euros, referentes ao prémio pago pelos accionistas no aumento de capital ocorrido em Julho de 1998.

NOTA 36 - RESERVAS DE JUSTO VALOR, OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS E INTERESSES MINORITÁRIOS

Reserva legal, reservas de justo valor e outras reservas

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. A legislação portuguesa aplicável ao sector bancário (Artigo 97º do Decreto-lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro) exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do capital social.

As reservas de justo valor representam as mais e menos valias potenciais relativas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, líquidas da imparidade reconhecida em resultados no exercício e/ou em exercícios anteriores. O valor desta reserva é apresentado líquido de imposto diferido.

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Durante os exercícios de 2008 e 2007, os movimentos ocorridos nestas rubricas foram os seguintes:

A reserva de justo valor explica-se da seguinte forma:

O movimento da reserva de justo valor, líquida de impostos diferidos e interesses minoritários, no exercício de 2008 pode ser assim analisado:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

1 de Janeiro 66 002 4 967 Variação de justo valor ( 114 897) 144 597 Alienações do exercício ( 3 525) ( 39 861)Impostos reconhecidos no exercício em reservas 38 183 ( 43 701)

Saldo em 31 de Dezembro ( 14 237) 66 002

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Interesses Minoritários

O detalhe da rubrica de Interesses minoritários por subsidiária é como segue:

O movimento de interesses minoritários nos anos findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 pode ser assim analisada:

(EUR milhares

31.12.2008 31.12.2007

Interesses minoritários em 1 de Janeiro 47 995 17 126 Alterações de perímetro de consolidação 2 626 ( 2 665)Aumento/Redução de capital de subsidiárias ( 11 779) 9 729 Dividendos distribuídos ( 5 241) ( 518)Variação da reserva de justo valor ( 15 067) 16 265 Variação cambial e outros 3 375 ( 329)Resultado líquido do ano 2 804 8 387

Interesses minoritários em 31 de Dezembro 24 713 47 995

NOTA 37 - PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, existiam os seguintes saldos relativos a contas extrapatrimoniais:

As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de fundos por parte do Grupo.

Os compromissos irrevogáveis, representam acordos contratuais para a concessão de crédito com os clientes do Grupo (p.e. linhas de crédito não utilizadas) os quais, de forma geral, são contratados por prazos fixos ou com outros requisitos de expiração e, normalmente, requerem o pagamento de uma comissão. Substancialmente todos os compromissos de concessão de crédito em vigor requerem que os clientes mantenham determinados requisitos verificados aquando da contratualização dos mesmos.

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Não obstante as particularidades destes passivos contingentes e compromissos, a apreciação destas operações obedece aos mesmos princípios básicos de uma qualquer outra operação comercial, nomeadamente o da solvabilidade quer do cliente quer do negócio que lhes estão subjacentes, sendo que o Grupo requer que estas operações sejam devidamente colateralizadas quando necessário. Uma vez que é expectável que a maioria dos mesmos expire sem ter sido utilizado, os montantes indicados não representam necessariamente necessidades de caixa futuras.

Em 31 de Dezembro de 2008, a rubrica de activos financeiros dados em garantia inclui:

Títulos dados em garantia ao Banco de Portugal no âmbito do Sistema de Pagamento de Grandes Transacções no montante de 120 000 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 25 595 milhares de euros);

Valor dado em garantia ao Mercado Oficial Espanhol de Opções e Futuros Financeiros no montante de 75 506 milhares de euros (2007 - 77 926 milhares de euros).

Adicionalmente, as responsabilidades evidenciadas em contas extrapatrimoniais relacionadas com a prestação de serviços bancários são como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Responsabilidades por prestação de serviços Depósito e guarda de valores 5 273 003 4 224 883

5 273 003 4 224 883

NOTA 38 – TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o montante global dos activos e passivos do Grupo BESI que se referem a operações realizadas com entidades relacionadas do Grupo ESFG (holding do Banco) resume-se como segue:

NOTA 39 – GESTÃO DOS RISCOS DE ACTIVIDADE

Em termos de política de gestão dos riscos, é apresentada a seguinte informação qualitativa do Grupo BESI.

O controlo e a gestão dos riscos, pelo papel que têm vindo a desempenhar no apoio activo à gestão, apresentam-se como um dos principais eixos estratégicos de suporte ao seu desenvolvimento equilibrado e sustentado.

A direcção de risco tem mantido como principais, os seguintes objectivos:

Identificação, quantificação e controlo dos diferentes tipos de risco assumidos, adoptando progressivamente princípios e metodologias uniformes;

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Contribuição contínua para o aperfeiçoamento de ferramentas de apoio à estruturação de operações e do desenvolvimento de técnicas internas de avaliação de performance e de optimização da base de capital;

Gestão pró activa de situações de atraso significativo e incumprimentos de obrigações contratuais.

Risco de crédito

O Risco de Crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com o Grupo no âmbito da sua actividade creditícia. O risco de crédito está essencialmente presente nos produtos tradicionais bancários – empréstimos, garantias e outros passivos contingentes – e em produtos de negociação – swaps, forwards e opções (risco de contraparte).

É efectuada uma gestão permanente das carteiras de crédito que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Esta abordagem é complementada pela introdução de melhorias contínuas das metodologias e ferramentas de avaliação e controlo dos riscos.

O acompanhamento do perfil de risco de crédito do Grupo, nomeadamente no que se refere à evolução das exposições de crédito e monitorização das perdas creditícias, é efectuado regularmente. São igualmente objecto de análises diárias o cumprimento dos limites de crédito aprovados e o correcto funcionamento dos mecanismos associados às aprovações de linhas de crédito no âmbito da actividade corrente das áreas de negócio.

Seguidamente apresenta-se a informação relativa à exposição do Grupo BESI ao risco de crédito:

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Concentração de riscos

A repartição do crédito sobre clientes e títulos por sectores de actividade, para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, encontra-se apresentada conforme segue:

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Risco de mercado

O Risco de Mercado representa genericamente a eventual perda resultante de uma alteração adversa do valor de um instrumento financeiro como consequência da variação de taxas de juro, taxas de câmbio e preços de acções.

Ao nível do risco de mercado o principal elemento de mensuração de riscos consiste na estimação das perdas potenciais sob condições adversas de mercado, para o qual a metodologia Value at Risk (VaR) é utilizada. O Grupo BESI utiliza um VaR com recurso à simulação de Monte Carlo, com um intervalo de confiança de 99% e um período de investimento de 10 dias. As volatilidades e correlações são históricas com base num período de observação de um ano.

Como complemento ao VaR têm sido desenvolvidos cenários extremos (stress-testing) que permitem avaliar os impactos de perdas potenciais superiores às consideradas na medida do VaR.

O Grupo BESI encerrou o ano com um VaR de 12,34 milhões de Euros para as suas posições de negociação, registando um aumento de 100,3% face ao ano transacto.

No seguimento das recomendações de Basileia II (Pilar 2) e da Instrução nº 19/2005, do Banco de Portugal, o Grupo BESI calcula a sua exposição ao risco de taxa de juro de balanço baseado na metodologia do Bank of International Settlements (BIS) classificando todas as rubricas do activo, passivo e extrapatrimoniais, que não pertençam à carteira de negociação, por escalões de repricing.

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O modelo utilizado para o cálculo da análise de sensibilidade do risco de taxa de juro da carteira bancária baseia-se numa aproximação ao modelo da duração, sendo efectuados cenários paralelos.

No quadro seguinte apresentam-se as taxas médias de juro verificadas para as grandes categorias de activos e passivos financeiros do Grupo, para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, bem assim como os respectivos saldos médios e os juros do exercício:

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No que se refere ao risco cambial, a exposição dos activos e dos passivos, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, por moeda, é analisado como segue:

Risco de liquidez

O Risco de Liquidez advém da incapacidade potencial de financiar o activo satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira sem incorrer em perdas significativas.

A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria. Esta gestão tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às suas necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco são elaborados relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como efectuar a cobertura dinâmica dos mesmos.

Adicionalmente, é também realizado um acompanhamento por parte do Banco dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.

A deterioração do rácio consolidado de liquidez do Grupo BES Investimento prende-se com o facto da gestão de liquidez consolidada ser efectuada ao nível do Grupo BES, tal como referido no Relatório de Gestão na Área de Tesouraria e na Análise do Risco de Liquidez.

Risco operacional

O Risco Operacional traduz-se, genericamente, na eventualidade de perdas originadas por falhas na prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas informáticos, ou ainda, por eventos externos à organização.

Para gestão do risco operacional, foi desenvolvido e implementado um sistema que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação deste risco.

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Justo valor de activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado

O justo valor dos activos e passivos financeiros que estão registados ao custo amortizado, para o Grupo, é analisado como segue:

(EUR milhares)

NegociaçãoDesignado ao Justo

valor

Detido até à Maturidade

Empréstimos e Aplicações

Disponível para Venda

Outros ao Custo

Amortizado

Total Valor de Balanço Justo Valor

31 de Dezembro de 2008

Caixa e disponibilidades bancos centrais - - - 12 137 - - 12 137 12 137 Disponibilidades em outras instituições de crédito - - - 30 316 - - 30 316 30 316 Activos finan. ao justo valor através de resultados - 1 215 045 - - - - 1 215 045 1 215 045 Activos financeiros disponíveis para venda - - - - 475 287 - 475 287 475 287 Aplicações em instituições de crédito - - - 913 842 - - 913 842 913 842 Crédito a clientes - - - 1 724 846 - - 1 724 846 1 724 846 Investimentos detidos até à maturidade - - 243 094 - - - 243 094 232 806 Derivados para gestão de risco 102 178 - - - - - 102 178 102 178

Activos financeiros 102 178 1 215 045 243 094 2 681 141 475 287 - 4 716 745 4 706 457

Recursos de bancos centrais - - - 100 014 - - 100 014 100 014 Passivos financeiros detidos para negociação 712 138 - - - - - 712 138 712 138 Recursos de outras instituições de crédito - - - - - 1 177 679 1 177 679 1 177 679 Recursos de clientes e outros empréstimos - - - - - 1 111 755 1 111 755 1 111 755 Responsabilidades representadas por títulos - 1 050 839 - - - 292 405 1 343 244 1 343 644 Derivados para gestão de risco 158 709 - - - - - 158 709 158 709 Passivos subordinados - 37 930 - - - 59 741 97 671 96 229

Passivos financeiros 870 847 1 088 769 - 100 014 - 2 641 580 4 701 210 4 700 168 31 de Dezembro de 2007

Caixa e disponibilidades bancos centrais - - - 7 089 - - 7 089 7 089 Disponibilidades em outras instituições de crédito - - - 25 574 - - 25 574 25 574 Activos finan. ao justo valor através de resultados - 1 435 182 - - - - 1 435 182 1 435 182 Activos financeiros disponíveis para venda - - - - 542 556 - 542 556 542 556 Aplicações em instituições de crédito - - - 1 033 217 - - 1 033 217 1 033 217 Crédito a clientes - - - 1 450 873 - - 1 450 873 1 450 873 Derivados para gestão de risco 24 835 - - - - 24 835 24 835

Activos financeiros 24 835 1 435 182 - 2 516 753 542 556 - 4 519 326 4 519 326

Passivos financeiros detidos para negociação 471 532 - - - - - 471 532 471 532 Recursos de outras instituições de crédito - - - - - 631 350 631 350 631 350 Recursos de clientes e outros empréstimos - 37 291 - - - 1 142 390 1 179 681 1 179 681 Responsabilidades representadas por títulos - 1 694 259 - - - - 1 694 259 1 694 259 Derivados para gestão de risco 42 977 - - - - - 42 977 42 977 Passivos subordinados - 68 968 - - - 21 184 90 152 90 152

Passivos financeiros 514 509 1 800 518 - - - 1 794 924 4 109 951 4 109 951

Os Activos e Passivos ao justo valor do Grupo BESI, são valorizados de acordo com a seguinte hierarquia: Valores de cotação de mercado – nesta categoria incluem-se as cotações disponíveis em mercados oficiais e as

divulgadas por entidades que habitualmente fornecem preços de transacções para estes activos/passivos.

Métodos de valorização com parâmetros observáveis no mercado – consiste na utilização de modelos internos de

valorização, designadamente modelos de fluxos de caixa descontados e de avaliação de opções, que implicam a utilização de estimativas e requerem julgamentos que variam conforme a complexidade dos produtos objecto de valorização. Não obstante, o Grupo utiliza como inputs nos seus modelos, variáveis disponibilizadas pelo mercado, tais como as curvas de taxas de juro, spreads de crédito, volatilidade e índices sobre cotações.

Os principais parâmetros utilizados, durante o exercício de 2008, nos modelos de valorização foram os seguintes:

Curvas de taxas de juro

As taxas de curto prazo apresentadas reflectem os valores indicativos do mercado monetário, para o longo prazo utilizam-se as curvas swap:

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Spreads de crédito

Os spreads de crédito utilizados pelo Grupo na avaliação dos derivados de crédito são multi-contribuídos e publicados diariamente na Bloomberg em final do dia, sendo utilizados para os referidos efeitos os valores correspondentes às

entidades de referência. Seguidamente apresenta-se a evolução dos principais índices, que se entende como representativa do comportamento dos spreads de crédito no mercado ao longo do ano:

Volatilidades de taxas de juro Os valores a seguir apresentados referem-se às volatilidades implícitas (at the money), que servem de base para a

avaliação de opções de taxa de juro:

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Câmbios e volatilidades

Seguidamente apresentam-se as taxas de câmbio (Banco Central Europeu) à data de balanço e as volatilidades implícitas (at the money) para os principais pares de moedas, utilizadas na avaliação dos derivados:

Relativamente às taxas de câmbio, o Grupo utiliza nos seus modelos de avaliação a taxa spot observada no mercado

no momento da avaliação.

Índices sobre cotações No quadro seguinte, resume-se a evolução dos principais índices de cotações e respectivas volatilidades:

As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos e passivos financeiros acima referidos são analisados como segue:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades em outras instituições de crédito e Empréstimos e aplicações em instituições de crédito

Considerando aos prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

Crédito a clientes

O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas.

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Investimentos detidos até à maturidade

O justo valor destes instrumentos financeiros é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis. Caso não existam, o justo valor é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos.

Recursos de outras instituições de crédito

Considerando os prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

Recursos de clientes

O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações ocorrem nas datas contratualmente definidas. Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos depósitos é substancialmente inferior a um ano, não existem diferenças quantificáveis no seu justo valor.

Débitos representados por títulos e Passivos subordinados

O justo valor destes instrumentos é baseado em cotações de mercado quando disponíveis, caso não existam é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos.

Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

Os principais objectivos da gestão de capital no Grupo são (i) permitir o crescimento sustentado da actividade através da geração de capital suficiente para suportar o aumento dos activos, (ii) cumprir os requisitos mínimos definidos pelas entidades de supervisão em termos de adequação de capital e (iii) assegurar o cumprimento dos objectivos estratégicos do Grupo em matéria de adequação de capital.

A definição da estratégia a adoptar em termos de gestão de capital é da competência da Comissão Executiva encontrando-se integrada na definição global de objectivos do Grupo.

Em termos prudenciais, o Grupo está sujeito à supervisão do Banco de Portugal que, tendo por base a Directiva Comunitária sobre a adequação de capitais, estabelece as regras que a este nível deverão ser observadas pelas diversas instituições sob a sua supervisão. Estas regras determinam um rácio mínimo de fundos próprios totais em relação aos requisitos exigidos pelos riscos assumidos, que as instituições deverão cumprir.

No âmbito da implementação do novo acordo de capital, designado por Basileia II, o Grupo concluiu, no dia 28 de Novembro de 2008, o processo de Candidatura Formal para a utilização da abordagem baseada no uso de modelos internos para o tratamento do risco de crédito (método “Internal Ratings Based” – IRB) e o método “Standard” para o tratamento do risco operacional (método “The Standardized Approach” – TSA).

Actualmente e para fins de reporte às autoridades de supervisão para efeitos prudenciais, o Grupo apresenta os rácios de solvabilidade segundo o método padrão para o risco de crédito e o indicador básico para o risco operacional.

Os elementos de capital do Grupo BESI dividem-se em Fundos Próprios Base, Fundos Próprios Complementares e Deduções, com a seguinte composição:

Fundos Próprios de Base (Tier I): Esta categoria incluí o capital estatutário realizado, as reservas elegíveis, os resultados retidos do período, os interesses minoritários. São deduzidos pelo seu valor de balanço os valores relativos a goodwill apurado, a activos intangíveis, o valor das reservas de reavaliação de títulos de capital negativas, 50% do valor das participações superiores a 10% em instituições financeiras e entidades seguradoras e a desvios actuariais negativos decorrentes com benefícios pós emprego a empregados acima do limite do corredor, reconhecidos até ao exercício de 2008, e o rendimento esperado, e não obtido, do rendimento dos activos do fundo de pensões referentes ao exercício de 2008.

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Fundos Próprios Complementares: Incorpora, essencialmente, a dívida subordinada emitida elegível e 45% das reservas de reavaliação positivas. São deduzidas as participações em instituições financeiras e entidades seguradoras em 50% do seu valor.

Deduções: Compreende, essencialmente, a amortização prudencial dos imóveis recebidos em dação para liquidação de créditos.

Adicionalmente, a composição da base de capital está sujeita a um conjunto de limites. Desta forma, as regras prudenciais estabelecem que os Fundos Próprios Complementares não podem exceder o Tier I e determinadas componentes dos FPC (o designado Lower Tier II) não podem superar 50% do Tier I.

Em Abril de 2007, o Banco de Portugal publicou o Aviso 4/2007 que alterou as regras de determinação dos fundos próprios. Este Aviso veio alterar o tratamento das participações em instituições financeiras e entidades seguradoras, que passaram a ser deduzidas em 50% aos FPB e 50% aos FPC. Anteriormente, essas deduções eram incluídas nas deduções efectuadas ao total dos fundos próprios.

Em Dezembro de 2008, o Banco de Portugal publicou o Aviso 11/2008, que estabeleceu um período transitório de quarto anos, de Dezembro de 2009 a Dezembro de 2012, para o reconhecimento dos desvios actuariais totais apurados em 2008, deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo relativos a esse mesmo ano.

Os principais movimentos ocorridos nos FPB, elegíveis de TIER I, em 2008 e 2007 apresentam-se no quadro seguinte (valores em milhares de euros):

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O quadro seguinte apresenta um sumário dos cálculos de adequação de capital do Grupo BESI para 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007 (valores em milhares de euros):

NOTA 40 – NORMAS CONTABILÍSTICAS E INTERPRETAÇÕES RECENTEMENTE EMITIDAS

As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que o

Grupo ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, podem ser analisadas como segue: IFRS 1 (alterada) – Adopção pela primeira das normas internacionais de relato financeiro vez e IAS 27 – Demonstrações Financeiras consolidadas e separadas

As alterações ao IFRS 1 Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro e ao IAS 27

Demonstrações financeiras consolidadas e separadas são efectivas a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Estas alterações vieram permitir que as entidades que estão a adoptar as IFRS pela primeira vez na preparação das suas contas individuais, adoptem como custo contabilístico (deemed cost) dos seus investimentos em subsidiárias,

empreendimentos conjuntos e associadas, o respectivo justo valor na data da transição para os IFRS ou o valor de balanço determinado com base no referencial contabilístico anterior.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha qualquer impacto nas suas demonstrações financeiras.

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IFRS 2 (alterada) – Pagamentos com base em acções: condições de aquisição

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 uma alteração ao IFRS 2 a qual se

torna efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta alteração ao IFRS 2 (i) permitiu clarificar que as condições de aquisição dos direitos inerentes a um plano de pagamentos com base em acções limitam-se a condições de serviço ou de performance, (ii) introduz o conceito de non-vesting conditions e (ii) determina que qualquer cancelamento de programas, quer pela entidade quer por terceiras

partes, têm o mesmo tratamento contabilístico.

Não se esperam impactos significativos decorrentes do IFRS 2 alterada.

IFRS 3 (revista) – Concentrações de actividades empresariais e IAS 27 (alterada) Demonstrações financeiras

consolidadas e separadas

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 o IFRS 3 (revisto) Concentrações de

actividades empresarias e uma alteração ao IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas.

Os principais impactos das alterações a estas normas correspondem: (i) ao tratamento de aquisições parciais, em que

os interesses sem controlo (antes denominados de interesses minoritários) poderão ser mensurados ao justo valor (o que implica também o reconhecimento do goodwill atribuível aos interesses sem controlo) ou como a parcela atribuível

aos interesses sem controlo do justo valor dos activos líquidos adquiridos (tal como actualmente requerido); (ii) aos step acquisition em que as novas regras obrigam, aquando do calculo do goodwill, à reavaliação, por contrapartida de

resultados, do justo valor de qualquer interesse sem controlo detido previamente à aquisição tendente à obtenção de controlo; (iii) ao registo dos custos directamente relacionados com uma aquisição de uma subsidiária que passam a

ser directamente imputados a resultados; (iv) aos preços contingentes cuja alteração de estimativa ao longo do tempo passa a registada em resultados e não afecta o goodwill e (v) às alterações das percentagens de subsidiárias detidas

que não resultam na perda de controlo as quais passam a ser registadas como movimentos de capitais próprios.

Adicionalmente, das alterações ao IAS 27 resulta ainda que as perdas acumuladas numa subsidiária passarão a ser atribuídas aos interesses sem controlo (reconhecimento de interesses sem controlo negativos) e que, aquando da

alienação de uma subsidiária, tendente à perda de controlo qualquer interesse sem controlo retido é mensurado ao justo valor determinado na data da alienação.

Esta revisão do IFRS 3 e alteração do IAS 27 são efectivas para exercícios com início a partir de 1 de Julho de 2009.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção destas normas alteradas. IFRS 8 – Segmentos operacionais

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em 30 de Novembro de 2006 o IFRS 8 Segmentos

operacionais, o qual foi adoptada para uso na União Europeia em 21 de Novembro de 2007.

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O IFRS 8 define a apresentação da informação sobre segmentos operacionais de uma entidade. Esta norma

específica como uma entidade deverá reportar a sua informação nas demonstrações financeiras anuais, e como consequência alterará o IAS 34 Reporte financeiro interino, no que respeita à informação a ser seleccionada para

reporte financeiro interino. Uma entidade terá também que fazer uma descrição sobre a informação apresentada por segmento nomeadamente resultados e operações, assim como uma breve descrição de como os segmentos são

construídos.

Esta norma é de aplicação mandatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

O Grupo não adoptou retrospectivamente o IFRS 8, contudo prevê-se que em 2009 os segmentos reportáveis sofram alteração face aos apresentados em 2008 na Nota 4 – Reporte por segmentos, uma vez que terão de se vincular a

critérios de gestão. IAS 1 (alterado) – Apresentação de demonstrações financeiras

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Setembro de 2007 o IAS 1 (alterado) Apresentação de

demonstrações financeiras, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

O IAS 1 (alterado) exige que a informação financeira seja agregada na preparação das demonstrações financeiras, em

função das suas características de base e introduz a demonstração de “comprehensive income”.

Na sequência das alterações impostas por esta norma os utilizadores das demonstrações financeiras poderão mais facilmente distinguir as variações nos capitais próprios do Grupo decorrentes de transacções com accionistas (ex.

dividendos, transacções com acções próprias) e transacções com terceiras partes, ficando estas resumidas na demonstração de “comprehensive income”.

Adicionalmente, sempre que a informação comparativa seja reescrita ou reclassificada, nomeadamente na sequência

da introdução de novas normas contabilísticas, torna-se necessária a apresentação de um balanço reportado à data de início do período comparativo incluído nas demonstrações financeiras

As alterações impostas pelo IAS 1 terão efeito ao nível da apresentação das demonstrações financeiras do Grupo

estando actualmente em curso um trabalho com vista à determinação da extensão das modificações necessárias.

IAS 23 (alterado) – Custos de empréstimos obtidos

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Março de 2007 o IAS 23 (alterado) Custos de

empréstimos obtidos, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta norma exige que as entidades capitalizem os custos de empréstimos obtidos directamente atribuíveis ao custo de

aquisição, construção ou produção de um activo qualificável, como parte integrante do custo de aquisição, construção ou produção desse activo. Assim, a opção de registar tais custos directamente nos resultados é eliminada.

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Activos qualificáveis correspondem àqueles que necessitam de um período substancial de tempo para ficarem prontos

para o seu uso pretendido ou para venda.

O Grupo não espera que esta alteração ao IAS 23 tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras. Alteração ao IAS 32 - Instrumentos financeiros: apresentação – Instrumentos financeiros ‘puttable’ e obrigações decorrentes de liquidação

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Fevereiro de 2008 uma alteração ao IAS 32

Instrumentos financeiros: Apresentação – Instrumentos financeiros ‘puttable’ e Obrigações decorrentes de liquidação a

qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta alteração afecta a classificação de instrumentos financeiros ‘puttable’ e de obrigações decorrentes de liquidação.

De acordo com os actuais requisitos do IAS 32, os instrumentos financeiros (i) reembolsáveis em dinheiro ou através da entrega de outros activos financeiros ou (ii) que concedem ao detentor um direito de exigir que o emitente proceda

a sua reaquisição (instrumentos ‘puttable’), são classificados como passivos financeiros. A alteração agora efectuada a esta norma implica que alguns instrumentos que actualmente qualificam como passivos financeiros, passem a ser

reconhecidos como instrumentos de capital, caso os mesmos apresentem determinadas características, nomeadamente que: (i) representem um interesse residual último nos activos líquidos de uma entidade, (ii) façam parte

de uma classe de instrumentos subordinada a qualquer outra classe de instrumentos emitidos pela entidade e que (iii) todos os instrumentos dessa classe tenham os mesmos termos e condições.

O IASB alterou ainda o IAS 1 Apresentação de demonstrações financeiras tendo incluído requisitos adicionais de

divulgação relativos a este tipo de instrumentos.

Não se prevê que a presente alteração ao IAS 32 venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras do Grupo.

Alteração ao IAS 39 – Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração – activos e passivos elegíveis

para cobertura

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu uma alteração ao IAS 39 Instrumentos financeiros:

reconhecimento e mensuração – activos e passivos elegíveis para cobertura a qual é de aplicação obrigatória para

exercícios que se iniciam a partir de 1 de Julho de 2009. Esta alteração clarifica a aplicação dos princípios existentes que determinam quais os riscos ou quais os cash flows

elegíveis de serem incluídos numa operação de cobertura.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras.

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IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes

O IFRIC 13 Programas de fidelização de clientes foi emitido em Julho de 2007 e entra em vigor para exercícios iniciados

a partir de 1 de Julho de 2008, sendo por isso apenas relevante para o Grupo a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta interpretação aplica-se a programas de fidelização de clientes, onde são adjudicados créditos aos mesmos como parte integrante de uma venda ou prestação de serviços e estes poderão trocar esses créditos, no futuro, por serviços

ou mercadorias gratuitamente ou com desconto.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras. IFRIC 15 – Acordos para construção de imóveis

O IFRIC 15 Acordos para construção de imóveis, entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta interpretação contém orientações que permitem determinar se um contrato para a construção de imóveis se encontra no âmbito do IAS 18 Reconhecimento de proveitos ou do IAS 11 Contratos de construção, sendo expectável

que a IAS 18 seja aplicável a um número mais abrangente de transacções.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras. IFRIC 16 – Cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira

O IFRIC 16 Cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira é aplicável aos exercícios iniciados a

partir de 1 de Outubro de 2008.

Esta interpretação visa clarificar que:

• a cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira pode ser aplicada apenas a diferenças

cambiais decorrentes da conversão das demonstrações financeiras das subsidiárias na sua moeda funcional para a moeda funcional da casa-mãe e apenas por um montante igual ou inferior ao activo líquido da subsidiária;

• o instrumento de cobertura pode ser contratado por qualquer entidade do Grupo, excepto pela entidade que está a ser objecto de cobertura; e

• aquando da venda da subsidiária objecto de cobertura, o ganho ou perda acumulado referente à componente

efectiva da cobertura é reclassificado para resultados.

Esta interpretação permite que uma entidade que utiliza o método de consolidação em escada, escolha uma política contabilística que permita a determinação do ajustamento de conversão cambial acumulado que é reclassificado para

resultados na venda da subsidiária, tal como faria se o método de consolidação adoptado fosse o directo.

Esta interpretação é de aplicação prospectiva. O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras.

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IFRIC 17 – Distribuições em espécie a accionistas

O IFRIC 17 Distribuições em espécie a accionistas entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho de 2009.

Esta interpretação visa clarificar o tratamento contabilístico das distribuições em espécie a accionistas. Assim,

estabelece que as distribuições em espécie devem ser registadas ao justo valor dos activos distribuídos sendo a diferença para o respectivo valor de balanço reconhecida em resultados aquando da distribuição.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

IFRIC 18 – Transferências de activos de clientes

O IFRIC 18 Transferências de activos de clientes entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho de 2009.

Esta interpretação visa clarificar o tratamento contabilístico de acordos celebrados mediante os quais uma entidade

recebe activos de clientes para sua própria utilização e com vista a estabelecer posteriormente uma ligação dos clientes a uma rede ou conceder aos clientes acesso contínuo ao fornecimento de bens ou serviços.

A Interpretação clarifica:

• as condições em que um activo se encontra no âmbito desta interpretação;

• o reconhecimento do activo e a sua mensuração inicial;

• a identificação dos serviços identificáveis (um ou mais serviços em troca do activo transferido);

• o reconhecimento de proveitos;

• a contabilização da transferência de dinheiro por parte de clientes.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

Annual Improvement Project

Em Maio de 2008 o IASB publicou o Annual Improvement Project o qual alterou certas normas então em vigor. A data

de efectividade das alterações varia consoante a norma em causa sendo a maioria de aplicação obrigatória para o Grupo em 2009.

As principais alterações decorrentes do Annual Improvement Project resumem-se como segue:

• Alteração ao IFRS 5 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais em descontinuação,

efectiva para exercícios que se iniciam a partir de 1 de Julho de 2009. Esta alteração veio esclarecer que a

totalidade dos activos e passivos de uma subsidiária devem ser classificados como activos não correntes detidos para venda de acordo com o IFRS 5 se existir um plano de venda parcial da subsidiária tendente à perda de

controlo. Esta norma será adoptada prospectivamente pelo Grupo em 2010;

• Alteração ao IAS 1 Apresentação das demonstrações financeiras, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. A

alteração clarifica que apenas alguns instrumentos financeiros classificados na categoria de negociação, e não

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todos, são exemplos de activos e passivos correntes. A entrada em vigor desta alteração não terá efeito nas

demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 16 Activos fixos tangíveis, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. A alteração efectuada

estabelece regras de classificação (i) das receitas provenientes da alienação de activos detidos para arrendamento subsequentemente vendidos e (ii) destes activos durante o tempo que medeia entre a data da

cessão do arrendamento e a data da sua alienação. Esta alteração ao IAS 16 não terá impacto significativo nas demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 19 Benefícios dos empregados, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. As alterações

efectuadas permitiram clarificar (i) o conceito de custos com serviços passados negativos decorrentes da alteração do plano de benefícios definidos, (ii) a interacção entre o retorno esperado dos activos e os custos de

administração do plano, e (iii) a distinção entre benefícios de curto e de médio e longo prazo. As alterações do IAS 19 serão adoptadas pelo Grupo em 2009, embora não seja expectável que as mesmas tenham um impacto

significativo nas suas demonstrações financeiras consolidadas;

• Alteração ao IAS 20 Contabilização dos subsídios do governo e divulgação de apoios do governo, efectiva a partir

de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração estabelece que o benefício decorrente da obtenção de um empréstimo do governo com taxas inferiores às praticadas no mercado, deve ser mensurado como a diferença entre o justo valor do passivo na data da sua contratação, determinado de acordo com o IAS 39 Instrumentos financeiros:

reconhecimento e mensuração e o valor recebido. Tal benefício deverá ser subsequentemente registado de

acordo com o IAS 20. Esta alteração não deverá ter efeitos significativos nas demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 23 Custos de empréstimos obtidos, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. O conceito de

custos de empréstimos obtidos foi alterado de forma a clarificar que os mesmos devem ser determinados de acordo com o método da taxa efectiva preconizado no IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e

mensuração, eliminando assim a inconsistência existente entre o IAS 23 e o IAS 39. Não se espera que esta

alteração tenha impactos significativos ao nível das demonstrações financeiras consolidadas do Grupo;

• Alteração ao IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas, efectiva a partir de 1 de Janeiro de

2009. A alteração efectuada a esta norma determina que nos casos em que um investimento numa subsidiária esteja registado pelo seu justo valor nas contas individuais, de acordo com o IAS 39 Instrumentos financeiros:

reconhecimento e mensuração, e tal investimento qualifique para classificação como activo não corrente detido para venda de acordo com o IFRS 5 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais em

descontinuação, o mesmo deverá continuar a ser mensurado no âmbito do IAS 39. Esta alteração não terá

impacto nas demonstrações financeiras das entidades do Grupo na medida em que, nas respectivas contas

individuais, os investimentos em subsidiárias são registados ao custo de aquisição de acordo com o IAS 27;

• Alteração ao IAS 28 Investimentos em associadas, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. As alterações

introduzidas ao IAS 28 tiveram como objectivo esclarecer (i) que um investimento numa associada deve ser tratado como um activo único para efeitos dos testes de imparidade a efectuar à luz do IAS 36 Imparidade de

activos, (ii) que qualquer perda por imparidade a reconhecer não deverá ser alocada a activos específicos

nomeadamente ao goodwill e (iii) que as reversões de imparidade são registadas como um ajustamento ao valor

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de balanço da associada desde que, e na medida em que, o valor recuperável do investimento aumente. Esta

norma será adoptada pelo Grupo em 2009 não sendo expectável que a mesma tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras consolidadas;

• Alteração ao IAS 38 Activos intangíveis, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração veio determinar

que uma despesa com custo diferido, incorrida no contexto de actividades promocionais ou publicitárias, só pode

ser reconhecida em balanço quando tenha sido efectuado um pagamento adiantado em relação a bens ou serviços que serão recebidos numa data futura. O reconhecimento em resultados deverá ocorrer quando a

entidade tenha o direito ao acesso aos bens e os serviços sejam recebidos. Não se espera que esta alteração tenha impactos significativos nas contas do Grupo;

• Alteração ao IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração, efectiva a partir de 1 de Janeiro de

2009. Estas alterações consistiram fundamentalmente em (i) esclarecer que é possível efectuar transferências de e para a categoria de justo valor através de resultados relativamente a derivados sempre que os mesmos iniciam

ou terminam uma relação de cobertura em modelos de cobertura de fluxos de caixa ou de um investimento líquido numa associada ou subsidiária, (ii) alterar a definição de instrumentos financeiros ao justo valor através de

resultados no que se refere à categoria de negociação, de forma a estabelecer que no caso de carteiras de instrumentos financeiros geridos em conjunto e relativamente às quais exista evidência de actividades recentes

tendentes a realização de ganhos de curto prazo, as mesmas devem ser classificadas como de negociação no seu reconhecimento inicial, (iii) alterar os requisitos de documentação e testes de efectividade nas relações de

cobertura estabelecidas ao nível dos segmentos operacionais determinados no âmbito da aplicação do IFRS 8 Segmentos operacionais, e (iv) esclarecer que a mensuração de um passivo financeiro ao custo amortizado, após

a interrupção da respectiva cobertura de justo valor, deve ser efectuada com base na nova taxa efectiva calculada na data da interrupção da relação de cobertura. O Grupo adoptará esta norma em 2009 não esperando

actualmente impactos significativos decorrentes da sua adopção;

• Alteração ao IAS 40 Propriedades de investimento, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. Na sequência desta

alteração, as propriedades em construção ou desenvolvimento com vista ao seu uso subsequente como propriedades de investimento passam a estar incluídas no âmbito do IAS 40 (antes abrangidas pelo IAS 16 Activos

fixos tangíveis). Tais propriedades em construção poderão ser registadas ao justo valor excepto se o mesmo não

puder ser medido com fiabilidade, caso em que deverão ser registadas ao custo de aquisição. Actualmente esta

alteração não deverá ter impacto significativo nas demonstrações financeiras do Grupo. NOTA 41 – EVENTOS SUBSEQUENTES Em Janeiro de 2009, o BES Investimento, aumentou, através da sua participada a 100%, ESSI Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A., a sua participação para 100% do capital e direitos de voto da sociedade Concórdia, Espírito Santo Investment .

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Relatório e Parecer do Conselho Fiscal do

Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. relativos ao exercício de 2008

Ao Accionista do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

Nos termos da legislação em vigor, apresentamos o relatório sobre a actividade fiscalizadora desenvolvida

pelo Conselho Fiscal sobre o Relatório de Gestão, as contas individuais e consolidadas e a proposta de

aplicação de resultados, relativamente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, apresentados pelo

Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Investimento (doravante, BESI).

Durante o exercício de 2008 o Conselho Fiscal do BESI, no âmbito das suas atribuições, acompanhou, nos

termos da Lei e do contrato de sociedade, a evolução da gestão e da actividade do BESI, nomeadamente:

(i) apreciou a adequação e a eficácia dos sistemas de gestão de riscos, de controlo interno e de

auditoria interna;

(ii) participou, nas reuniões do Conselho de Administração, sempre que foi convocado para as mesmas;

(iii) analisou os documentos de informação de gestão que foram apresentados pelo Conselho de

Administração;

(iv) acompanhou a verificação dos registos contabilísticos e dos correspondentes documentos de suporte;

(v) apreciou as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados pelo BESI; e

(vi) teve reuniões, sempre que necessárias, com o Revisor Oficial de Contas sobre a apreciação das

políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados pelo BESI, o qual sempre prestou as

informações tidas como relevantes.

O Conselho Fiscal apreciou também, nos termos da Lei, o Relatório de Fiscalização Anual elaborado pelo

Revisor Oficial de Contas, relativo às contas individuais e consolidadas, tendo igualmente tomado

conhecimento da Certificação Legal de Contas (individual e consolidada), sobre as referidas demonstrações

financeiras referentes ao exercício de 2008, que não apresentam quaisquer reservas ou ênfases e com as

quais concorda.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Foi ainda analisado o Relatório de Gestão elaborado pelo Conselho de Administração, que no entender deste

Conselho cumpre os requisitos legais e estatutários e é elucidativo dos principais aspectos que

circunscreveram a actividade do BESI no exercício de 2008, tanto em termos individuais como em termos

consolidados.

O Conselho Fiscal tomou ainda conhecimento das conclusões do Relatório de Auditoria elaborado por uma

sociedade internacional de auditoria.

Face ao exposto, é parecer deste Conselho que seja aprovado:

• O Relatório de Gestão e os restantes documentos de prestação de contas, individuais e

consolidadas, do exercício findo em 31 de Dezembro de 2008;

• A proposta apresentada, pelo Conselho de Administração, de aplicação do resultado líquido

individual do exercício de 2008, no montante de 15.797.436,00 euros.

Lisboa, 13 de Março de 2009

O CONSELHO FISCAL

José Manuel Macedo Pereira

(Presidente)

Tito Manuel das Neves Magalhães Basto

Mário Paulo Bettencourt de Oliveira

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Banco Espírito Santo de Investimento, S.A,

CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS

E RELATÓRIO DE AUDITORIA

(Contas Consolidadas)

INTRODUÇÃO 1. Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das Contas e Relatório de

Auditoria sobre a informação financeira contida no Relatório de gestão e nas demonstrações financeiras consolidadas anexas do exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, do “Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.”, as quais compreendem: o Balanço consolidado (que evidencia um total de 5.331.753 milhares de euros e um total de capital próprio atribuível ao accionista de 278.012 milhares de euros, incluindo um resultado líquido atribuível ao accionista de 47.551 milhares de euros), as Demonstrações consolidadas dos resultados, a Demonstração consolidada dos fluxos de caixa, as alterações nos capitais próprios do exercício findo naquela data e as correspondentes Notas explicativas.

2. As quantias das demonstrações financeiras, bem como as da informação financeira adicional, são as

que constam dos registos contabilísticos. RESPONSABILIDADES 3. É da responsabilidade do Conselho de Administração:

a) a preparação de demonstrações financeiras consolidadas, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) adoptadas pela União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, o resultado consolidado das suas operações, as alterações nos capitais próprios e os fluxos de caixa consolidados;

b) a informação financeira histórica, que seja preparada de acordo com os princípios contabilísticos

geralmente aceites e que seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários;

c) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados;

d) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado; e

e) a informação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a actividade do conjunto das

empresas incluídas na consolidação, a sua posição financeira ou resultados.

4. A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos documentos de

prestação de contas acima referidos, designadamente sobre se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no nosso exame.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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ÂMBITO 5. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de

Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras consolidadas estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu:

- a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das

demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;

- a verificação das operações de consolidação e da aplicação do método de equivalência patrimonial;

- a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação,

tendo em conta as circunstâncias;

- a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade;

- a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras; e

- a apreciação se a informação financeira consolidada é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e

lícita. 6. O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação financeira consolidada,

constante do relatório de gestão com os restantes documentos de prestação de contas. 7. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa

opinião.

OPINIÃO 8. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam de forma

verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira consolidada do “Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.”, em 31 de Dezembro de 2008, o resultado consolidado das suas operações, as alterações nos capitais próprios e os fluxos consolidados de caixa no exercício findo naquela data, de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) conforme adoptadas pela União Europeia e a informação nelas constante é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita.

Lisboa, 11 de Março de 2009

Dr. José Maria Ribeiro da Cunha em representação de: “AMÁVEL CALHAU, RIBEIRO DA CUNHA E ASSOCIADOS - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas -”

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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GRUPO BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

RELATÓRIO DA

SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

(Contas Consolidadas)

1. No cumprimento das disposições legais, apresentamos o nosso relatório sobre a acção fiscalizadora por nós efectuada ao relatório consolidado de gestão e ao balanço e contas consolidadas em 31 de Dezembro de 2008 do Grupo Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

2. A nossa revisão foi efectuada de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, tendo procedido para o efeito a uma verificação das operações de consolidação e as suas inerentes regularizações.

3. O nosso trabalho foi suportado pelas opiniões expressas pelos revisores oficiais de contas ou auditores das diferentes empresas que constituem o perímetro da consolidação. Assim, a nossa opinião, no que se refere aos procedimentos e aos valores das empresas englobadas na consolidação, é apenas baseada nos relatórios e pareceres desses revisores ou auditores.

Informamos que as contas das empresas que constituem o perímetro da consolidação ainda não foram aprovadas pelos accionistas nas respectivas Assembleias Gerais Anuais.

4. O Grupo, em 31 de Dezembro de 2008, detinha participações financeiras, directa e indirectamente,

em:

- 18 empresas subsidiárias;

- 15 empresas associadas.

O Grupo, no exercício de 2008, incluiu na consolidação todas as empresas subsidiárias associadas, nas quais detém uma participação directa ou indirecta, superior ou igual a 20%, ou sobre as quais exerce controlo ou influência significativa na sua gestão.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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5. O Banco seguiu dois métodos de consolidação distintos, a saber:

a) A consolidação das empresas subsidiárias (as participações de capital nas sociedades em que o Grupo exerce controlo) foi efectuado segundo o método de consolidação integral;

b) A consolidação das empresas associadas (as participações de capital nas sociedades em que o Grupo detém o poder de exercer uma influência significativa sobre as suas políticas financeiras e operacionais) foi efectuada pelo método da equivalência patrimonial, isto é, correspondendo o seu valor a uma percentagem do capital, reservas e resultados, equivalente à participação do BES Investimento nessas empresas.

6. Após uma análise cuidada às operações de consolidação e inerentes regularizações, constatámos que os activos líquidos consolidados ascendem a 5.331.753 milhares de euros, os capitais próprios consolidados atribuíveis ao accionista ascendem a 278.012 milhares de euros e os resultados líquidos consolidados atribuíveis ao accionista foram positivos em 47.551 milhares de euros.

7. As demonstrações financeiras consolidadas, nomeadamente o balanço consolidado, a demonstração consolidada de resultados e as correspondentes notas anexas referentes ao exercício de 2008:

- incluem as contas do BES Investimento, S.A. e ainda, as das trinta e três empresas subsidiárias e associadas;

- foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) conforme adoptadas pela União Europeia; e

- representam de forma adequada a situação patrimonial e financeira do Grupo, tendo em consideração o exposto no ponto 3.

Lisboa, 11 de Março de 2009 Dr. José Maria Ribeiro da Cunha em representação de: “AMÁVEL CALHAU, RIBEIRO DA CUNHA E ASSOCIADOS - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas -”

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a f irma portuguesa membro da rede KPMG, composta por f irmas independentes afiliadas da KPMG Internacional, uma cooperativa suíça.

KPMG & Associados - S.R.O.C., S.A. Capital Social: 2.840.000 Euros - Pessoa Colectiva Nº PT 502 161 078 - Inscrito na O.R.O.C. Nº 189 - Inscrito na C.M.V.M. Nº 9093

Matriculada na Conservatória do registo Comercial de Lisboa sob o nº 715, f ls. 178 do Livro C - 2/3

KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. Edifício Monumental Av. Praia da Vitória, 71 - A, 11º 1069-006 Lisboa Portugal

Telefone: +351 210 110 000 Fax: +351 210 110 121 Internet: www.kpmg.pt

BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

RELATÓRIO DOS AUDITORES

Introdução 1 Examinámos as demonstrações financeiras consolidadas do Banco Espírito Santo de Investimento,

S.A., as quais compreendem: o Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2008 (que evidencia um total de 5.331.753 milhares de euros e um total de capital próprio atribuível aos accionistas do Banco de 278.012 milhares de euros, incluindo um resultado líquido atribuível aos accionistas do Banco de 47.551 milhares de euros), a Demonstração consolidada dos resultados, a Demonstração consolidada dos fluxos de caixa e a Demonstração das alterações nos capitais próprios consolidados do exercício findo naquela data, e as correspondentes Notas explicativas.

Responsabilidades 2 É da responsabilidade do Conselho de Administração:

a) a preparação de demonstrações financeiras consolidadas, em conformidade com as Normas

Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das Sociedades incluídas na consolidação, o resultado consolidado das suas operações, os fluxos de caixa consolidados e as alterações nos capitais próprios consolidados;

b) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados; e c) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado.

3 A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Âmbito 4 O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de

Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras consolidadas estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu:

• a verificação de as demonstrações financeiras das Sociedades incluídas na consolidação terem

sido apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações nelas constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;

• a verificação das operações de consolidação e da aplicação do método da equivalência patrimonial;

• a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias;

• a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e, • a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações

financeiras. 5 O nosso exame abrangeu também a verificação da concordância da informação financeira consolidada

constante do relatório de gestão com as demonstrações financeiras. 6 Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa

opinião.

Opinião 7 Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam de forma

verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira consolidada do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. em 31 de Dezembro de 2008, o resultado consolidado das suas operações, os fluxos consolidados de caixa e as alterações nos capitais próprios consolidados no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia.

Lisboa, 9 de Março de 2009 ______________________________________________ KPMG & Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. (nº 189) representada por Inês Maria Bastos Viegas Clare Neves Girão de Almeida (ROC n.º 967)

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS

E

NOTAS ÀS CONTAS

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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1. Demonstrações Financeiras Individuais

Demonstração dos Resultados dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Técnico de Contas Pedro Miguel Nunes Ventaneira

O Conselho de Administração

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Balanço em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Técnico de Contas Pedro Miguel Nunes Ventaneira

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

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Balanço em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

O Conselho de Administração

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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Demonstração de alterações no capital próprio dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

As notas explicativas anexas fazem parte integrante destas demonstrações financeiras consolidadas

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

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Demonstração dos Fluxos De Caixa Individuais dos Exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 196 -

2. Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Individuais Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

NOTA 1 - ACTIVIDADE

O Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (Banco ou BESI) é um banco comercial com sede em Portugal, na Rua Alexandre Herculano, n.º 38, em Lisboa. Para o efeito possui as indispensáveis autorizações das autoridades portuguesas, bancos centrais e demais agentes reguladores para operar em Portugal e nos países onde actua através de sucursais financeiras internacionais.

A Instituição foi constituída como Sociedade de Investimentos em Fevereiro de 1983 como um investimento estrangeiro em Portugal sob a denominação de FINC – Sociedade Portuguesa Promotora de Investimentos, S.A.R.L. No exercício de 1986 a Sociedade foi integrada no Grupo Espírito Santo com a designação de Espírito Santo - Sociedade de Investimentos, S.A.

Com o objectivo de alargar o âmbito da actividade, a Instituição obteve autorização dos organismos oficiais competentes para a sua transformação em Banco de Investimento, através da Portaria n.º 366/92 de 23 de Novembro, publicada no Diário da República - II Série – n.º 279, de 3 de Dezembro. O início das actividades de Banco de Investimentos, sob a denominação de Banco ESSI, S.A., ocorreu no dia 1 de Abril de 1993.

Presentemente o BESI opera através da sua sede em Lisboa e de sucursais em Londres, Espanha, Varsóvia e Nova Iorque, assim como através das suas subsidiárias no Brasil, Irlanda e Polónia.

No exercício de 2000, o BES adquiriu a totalidade do capital social do BES Investimento de forma a reflectir nas suas contas consolidadas todas as sinergias existentes entre as duas instituições.

As demonstrações financeiras do BESI são consolidadas pelo Banco Espírito Santo, S.A., com sede na Avenida da Liberdade, n.º 195, em Lisboa e pela Espírito Santo Financial Group, S.A. (ESFG), com sede no Luxemburgo.

NOTA 2 - PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de Apresentação

No âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho de

2002, na sua transposição para a legislação Portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro e do

Aviso n.º 1/2005, do Banco de Portugal, as demonstrações financeiras do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

(Banco ou BESI) são preparadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal como definidas pelo

Banco de Portugal.

As NCA traduzem-se na aplicação às demonstrações financeiras individuais das Normas Internacionais de Relato

Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia, com excepção de algumas matérias reguladas pelo Banco de

Portugal, como a imparidade do crédito a clientes e o tratamento contabilístico relativo ao reconhecimento em

resultados transitados dos ajustamentos das responsabilidades por pensões de reforma e sobrevivência apuradas na

transição.

Os IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e as

interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC), e pelos respectivos

órgãos antecessores.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

- 197 -

As demonstrações financeiras individuais do BESI agora apresentadas reportam-se ao exercício findo em 31 de

Dezembro de 2008 e foram preparadas de acordo com as NCA, as quais incluem os IFRS em vigor tal como adoptados

na União Europeia até 31 de Dezembro de 2008. As políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco na preparação das

suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2008 são consistentes com as utilizadas na

preparação das demonstrações financeiras anuais com referência a 31 de Dezembro de 2007.

Na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2008, o Banco adoptou as

alterações ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos

Financeiros: Divulgação de informações, relativas à transferência de activos financeiros entre categorias, publicadas

pelo IASB em Outubro de 2008. Decorrente destas alterações, o Grupo adaptou a sua política contabilística referente a

transferências entre categorias (ver política contabilística descrita na Nota 2.5). Os efeitos decorrentes da aplicação em

2008 destas alterações encontram-se incluídos na Nota 20.

Adicionalmente, o Banco adoptou ainda em 2008 o IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções com acções próprias ou acções

de outras entidades do Grupo e o IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios definidos, requisitos de

financiamento mínimos e sua interacção. A adopção destas interpretações não teve efeito significativo nas

demonstrações financeiras do Banco.

As demonstrações financeiras estão expressas em milhares de euros, arredondado ao milhar mais próximo. Estas

foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu

justo valor, nomeadamente instrumentos financeiros derivados, activos e passivos financeiros ao justo valor através dos

resultados, activos financeiros disponíveis para venda e activos e passivos cobertos, na sua componente que está a ser

objecto de cobertura.

A preparação de demonstrações financeiras de acordo com as NCA requer que o Banco efectue julgamentos e

estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos,

custos, activos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos

sobre as actuais estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade, ou

onde são utilizados pressupostos e estimativas significativos na preparação das demonstrações financeiras encontram-

se analisadas na Nota 3.

Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração em 09 de Março 2009.

2.2. Operações em moeda estrangeira

As transacções em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio em vigor na data da transacção. Os activos e

passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para euros à taxa de câmbio em vigor na data

do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 198 -

Os activos e passivos não monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira, são convertidos

à taxa de câmbio à data da transacção. Activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados

ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado. As diferenças

cambiais resultantes são reconhecidas em resultados, excepto no que diz respeito às diferenças relacionadas com

acções classificadas como activos financeiros disponíveis para venda, as quais são registadas em reservas.

2.3. Instrumentos financeiros derivados e contabilidade de cobertura

Classificação

O Banco classifica como derivados para gestão do risco os (i) derivados de cobertura e (ii) os derivados contratados

com o objectivo de efectuar a cobertura económica de certos activos e passivos designados ao justo valor através de

resultados mas que não foram classificados como de cobertura.

Todos os restantes derivados são classificados como derivados de negociação.

Reconhecimento e mensuração

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor.

Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os

ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se

refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende

da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado.

O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou é

determinado tendo por base técnicas de valorização incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (discounted cash

flows) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado.

Contabilidade de cobertura

Critérios de classificação

Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente

como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições:

• À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada,

incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura;

• Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao

longo da vida da operação;

• A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da

operação;

• Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer.

• Cobertura de justo valor (fair value hedge)

Numa operação de cobertura de justo valor de um activo ou passivo (fair value hedge), o valor de balanço desse activo

ou passivo, determinado com base na respectiva política contabilística, é ajustado de forma a reflectir a variação do seu

justo valor atribuível ao risco coberto. As variações do justo valor dos derivados de cobertura são reconhecidas em

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resultados, conjuntamente com as variações de justo valor dos activos ou dos passivos cobertos, atribuíveis ao risco

coberto.

Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro

derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada prospectivamente.

Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento de revalorização é

amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva.

• Cobertura de fluxos de caixa (cash flow hedge)

Numa operação de cobertura da exposição à variabilidade de fluxos de caixa futuros de elevada probabilidade (cash

flow hedge), a parte efectiva das variações de justo valor do derivado de cobertura são reconhecidas em reservas,

sendo transferidas para resultados nos períodos em que o respectivo item coberto afecta resultados. A parte inefectiva

da cobertura é registada em resultados.

Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos

para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas

em resultados quando a operação coberta também afectar resultados.

Se for previsível que a operação coberta não se efectuará, os montantes ainda registados em capital próprio são

imediatamente reconhecidos em resultados e o instrumento de cobertura é transferido para a carteira de negociação.

Durante o período coberto por estas demonstrações financeiras o Banco não detinha operações de cobertura

classificadas como coberturas de fluxos de caixa.

Derivados embutidos

Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados separadamente quando as suas

características económicas e os seus riscos não estão relacionados com o instrumento principal e o instrumento

principal não está contabilizado ao seu justo valor através de resultados. Estes derivados embutidos são registados ao

justo valor com as variações reconhecidas em resultados.

2.4. Crédito a clientes

O crédito a clientes inclui os empréstimos originados pelo Banco, cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os

quais são registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente.

O crédito a clientes só é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais do Banco relativos aos respectivos fluxos de caixa expiram, (ii) o Banco transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, ou (iii) não obstante o Banco ter retido parte, mas não substancialmente todos, os riscos e benefícios associados à sua detenção, o controlo sobre os activos foi transferido.

O crédito a clientes é reconhecido inicialmente pelo valor nominal não podendo ser reclassificado para as restantes

categorias de activos financeiros.

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Imparidade

O Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de imparidade na sua carteira de crédito. As perdas por

imparidade identificadas são registadas por contrapartida de resultados, sendo subsequentemente revertidas por

resultados caso, num período posterior, o montante da perda estimada diminua.

Um crédito concedido a clientes, ou uma carteira de crédito concedido, definida como um conjunto de créditos com

características de risco semelhantes, encontra-se em imparidade quando: (i) exista evidência objectiva de imparidade

resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial e (ii) quando esse evento (ou

eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros desse crédito, ou carteira de créditos, que

possa ser estimado com razoabilidade.

Inicialmente, o Banco avalia se existe individualmente para cada crédito evidência objectiva de imparidade. Para esta

avaliação e na identificação dos créditos com imparidade numa base individual, o Banco utiliza a informação que

alimenta os modelos de risco de crédito implementados e considera de entre outros os seguintes factores:

• a exposição global ao cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento;

• a viabilidade económico-financeira do negócio do cliente e a sua capacidade de gerar meios capazes de

responder aos serviços da dívida no futuro;

• a existência de credores privilegiados;

• a existência, natureza e o valor estimado dos colaterais;

• o endividamento do cliente com o sector financeiro;

• o montante e os prazos de recuperação estimados.

Caso para determinado crédito não exista evidência objectiva de imparidade numa óptica individual, esse crédito é incluído num grupo de créditos com características de risco de crédito semelhantes (carteira de crédito), o qual é avaliado colectivamente – análise da imparidade numa base colectiva. Os créditos que são avaliados individualmente e para os quais é identificada uma perda por imparidade não são incluídos na avaliação colectiva.

Caso seja identificada uma perda de imparidade numa base individual, o montante da perda a reconhecer corresponde à diferença entre o valor contabilístico do crédito e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do contrato. O crédito concedido é apresentado no balanço líquido da imparidade. Para um crédito com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato.

As alterações do montante das perdas por imparidade reconhecidas, atribuíveis ao efeito do desconto são registadas como juros e proveitos similares.

O cálculo do valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados de um crédito garantido reflecte os fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes com a sua recuperação e venda.

No âmbito da análise da imparidade numa base colectiva, os créditos são agrupados com base em características semelhantes de risco de crédito, em função da avaliação de risco definida pelo Banco. Os fluxos de caixa futuros para uma carteira de créditos, cuja imparidade é avaliada colectivamente, são estimados com base nos fluxos de caixa contratuais e na experiência histórica de perdas. A metodologia e os pressupostos utilizados para estimar os fluxos de caixa futuros são revistos regularmente pelo Banco de forma a monitorizar as diferenças entre as estimativas de perdas e as perdas reais.

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De acordo com as NCA, o valor dos créditos deve ser objecto de correcção, de acordo com critérios de rigor e prudência para que reflicta a todo o tempo o seu valor realizável. Esta correcção de valor (imparidade) não poderá ser inferior ao que for determinado de acordo com o Aviso n.º 3/95, do Banco de Portugal, o qual estabelece o quadro mínimo de referência para a constituição de provisões específicas e genéricas.

Quando o Banco considera que determinado crédito é incobrável havendo sido reconhecida uma perda por imparidade de 100%, este é abatido ao activo.

2.5. Outros activos financeiros

Classificação O Banco classifica os seus outros activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias:

• Activos financeiros ao justo valor através dos resultados

Esta categoria inclui: (i) os activos financeiros de negociação, que são aqueles adquiridos com o objectivo principal de serem transaccionados no curto prazo, e (ii) os activos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados.

O Banco designa, no seu reconhecimento inicial, certos activos financeiros como ao justo valor através de resultados quando:

• tais activos financeiros são geridos, avaliados e analisados internamente com base no seu justo valor;

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses

activos, assegurando-se assim a consistência na valorização dos activos e dos derivados (accounting

mismatch); ou

• tais activos financeiros contêm derivados embutidos.

A Nota 21 contém um sumário dos activos e passivos que foram designados ao justo valor através de resultados no momento do seu reconhecimento inicial.

Os produtos estruturados adquiridos pelo Banco, que correspondem a instrumentos financeiros contendo um ou mais derivados embutidos, por se enquadrarem sempre numa das três situações acima descritas, seguem o método de valorização dos activos financeiros ao justo valor através de resultados.

• Investimentos detidos até à maturidade

Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, que o Banco tem intenção e capacidade de deter até à maturidade e que não são designados, no momento do seu reconhecimento inicial, como ao justo valor através de resultados ou como disponíveis para venda.

• Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) o Banco tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) que são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) que não se enquadrem nas categorias acima referidas.

Reconhecimento inicial, mensuração e desreconhecimento Aquisições e alienações de: (i) activos financeiros ao justo valor através dos resultados, (ii) investimentos detidos até à maturidade e (iii) activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na data em que o Banco se compromete a adquirir ou alienar o activo.

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Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionado dos custos de transacção, excepto nos casos de activos financeiros ao justo valor através de resultados, caso em que estes custos de transacção são directamente reconhecidos em resultados.

Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Banco tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os activos.

Mensuração subsequente

Após o seu reconhecimento inicial, os activos financeiros ao justo valor através resultados são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados.

Os activos financeiros detidos para venda são igualmente registados ao justo valor sendo, no entanto, as respectivas variações reconhecidas em reservas, até que os investimentos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes activos são reconhecidas também em reservas, no caso de acções e outros títulos de capital, e em resultados, no caso de instrumentos de dívida. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva, e os dividendos são reconhecidos na demonstração dos resultados.

Os investimentos detidos até à maturidade são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva e são deduzidos de perdas de imparidade.

O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (bid-price). Na ausência de cotação, o Banco estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções costumizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

Os instrumentos financeiros para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor são registados ao custo de aquisição.

Transferências entre categorias O Banco apenas procede à transferência de activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de activos financeiras disponíveis para venda para a categoria de activos financeiros detidos até à maturidade, desde que tenha a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade.

As transferências entre estas categorias são efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos, determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o respectivo valor nominal é reconhecida em resultados até à maturidade do activo, com base no método da taxa efectiva. A reserva de justo valor existente na data da transferência é também reconhecida em resultados com base no método da taxa efectiva.

Durante o mês de Outubro de 2008, o IASB emitiu uma alteração ao IAS 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e ao IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgação de informações. Esta alteração ao IAS 39 veio permitir, em circunstâncias raras, que uma entidade transfira activos financeiros não derivados da categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados (com excepção de activos financeiros reconhecidos inicialmente ao justo valor através de resultados), para as categorias de activos financeiros detidos até à maturidade, activos financeiros disponíveis para venda e crédito a clientes. Esta alteração veio também permitir a transferência da categoria de activos financeiros disponíveis para venda para a categoria de crédito a clientes.

As transferências para a (i) categoria de activos financeiros detidos até à maturidade só podem ser efectuadas desde que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros até à sua maturidade e para a (ii) categoria de crédito a clientes desde que exista a intenção e a capacidade de manter estes activos financeiros num futuro previsível e os mesmos não sejam transaccionáveis num mercado activo.

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Na sequência da publicação desta alteração ao IAS 39, o Banco procedeu, no terceiro trimestre do ano, à transferência de activos financeiros não derivados, com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, da categoria de justo valor através de resultados para a categoria de activos financeiros detidos até à maturidade.

De acordo com as disposições transitórias desta alteração ao IAS 39, as transferências realizadas até 31 de Outubro de 2008, foram efectuadas com base no justo valor dos activos transferidos determinado com referência a 1 de Julho de 2008, e as transferências realizadas após aquela data foram efectuadas com base no justo valor determinado na data da transferência. A diferença entre este justo valor e o valor nominal dos activos, será reconhecida em resultados até à maturidade dos activos, com base no método da taxa efectiva.

Imparidade

Em conformidade com as NCA, o Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados.

Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: (i) para as acções e outros instrumentos e capital, uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu valor de mercado, e (ii) para os títulos de dívida, quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade.

No que se refere aos investimentos detidos até à maturidade, as perdas por imparidade correspondem à diferença entre o valor contabilístico do activo e o valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados (considerando o período de recuperação) descontados à taxa de juro efectiva original do activo financeiro. Estes activos são apresentados no balanço líquidos de imparidade. Caso estejamos perante um activo com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto a utilizar para a determinação da respectiva perda de imparidade é a taxa de juro efectiva actual, determinada com base nas regras de cada contrato. Em relação aos investimentos detidos até à maturidade, se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por contrapartida de resultados do exercício.

Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, em que as mais valias subsequentes são reconhecidas em reservas.

2.6. Activos cedidos com acordo de recompra e empréstimos de títulos

Títulos vendidos com acordo de recompra (repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de venda acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são desreconhecidos do balanço. O correspondente passivo é contabilizado em valores a pagar a outras instituições financeiras ou a clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de venda e o valor de recompra é tratada como juro e é diferida durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

Títulos comprados com acordo de revenda (reverse repos) por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o valor de compra registado como empréstimos a outras instituições financeiras ou clientes, conforme apropriado. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

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Os títulos cedidos através de acordos de empréstimo não são desreconhecidos do balanço, sendo classificados e valorizados em conformidade com a política contabilística referida na Nota 2.5. Os títulos recebidos através de acordos de empréstimo não são reconhecidos no balanço.

2.7. Passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal.

Os passivos financeiros não derivados incluem recursos de instituições de crédito e de clientes, empréstimos, responsabilidades representadas por títulos, outros passivos subordinados e vendas a descoberto.

Estes passivos financeiros são registados (i) inicialmente pelo seu justo valor deduzido dos custos de transacção incorridos e (ii) subsequentemente ao custo amortizado, com base no método da taxa efectiva, com a excepção das vendas a descoberto e dos passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, os quais são registadas ao justo valor.

O Banco designa, no seu reconhecimento inicial, certos passivos financeiros como ao justo valor através de resultados quando:

• são contratadas operações de derivados com o objectivo de efectuar a cobertura económica desses passivos,

assegurando-se assim a consistência na valorização dos passivos e dos derivados (accounting mismatch); ou

• tais passivos financeiros contêm derivados embutidos.

Os produtos estruturados emitidos pelo Banco, por se enquadrarem sempre numa das situações acima descritas, seguem o método de valorização dos passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

O justo valor dos passivos cotados é o seu valor de cotação. Na ausência de cotação, o Banco estima o justo valor utilizado metodologias de avaliação considerando pressupostos baseados em informação de mercado, incluindo o próprio risco da entidade emitente.

Caso o Banco recompre dívida emitida esta é anulada do balanço e a diferença entre o valor de balanço do passivo e o valor de compra é registado em resultados.

2.8. Instrumentos de capital

Um instrumento é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos activos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.

Custos directamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transacção.

As distribuições efectuadas por conta de instrumentos de capital são deduzidas ao capital próprio como dividendos quando declaradas.

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2.9. Compensação de instrumentos financeiros

Activos e passivos financeiros são apresentados no balanço pelo seu valor líquido quando existe a possibilidade legal de compensar os montantes reconhecidos e exista a intenção de os liquidar pelo seu valor líquido ou realizar o activo e liquidar o passivo simultaneamente.

2.10. Activos recebidos em dação por recuperação de créditos

Os activos recebidos em dação por recuperação de créditos são inicialmente classificados na rubrica de outros activos e são registados, no seu reconhecimento inicial, pelo menor de entre o seu justo valor deduzido dos custos esperados de venda e o valor de balanço do crédito concedido objecto de recuperação.

Subsequentemente, estes activos são registados pelo menor de entre o valor do seu reconhecimento inicial e o correspondente justo valor actual deduzido dos custos esperados de venda, e não são amortizados. As perdas não realizadas com estes activos assim determinadas são registadas em resultados. O Banco obtém avaliações regulares, efectuadas por peritos, dos activos recebidos em dação.

Na medida em que estes activos reúnam as condições necessárias à sua alienação imediata e por isso cumpram os requisitos do IFRS 5, são transferidos para activos não correntes detidos para venda e registados de acordo com a política contabilística descrita na nota 2.22.

2.11. Outros activos tangíveis

Os outros activos tangíveis do Banco encontram-se valorizados ao custo deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Na data da transição para as NCA, 1 de Janeiro de 2004, o Banco elegeu considerar como custo o valor reavaliado dos outros activos tangíveis, conforme determinado de acordo com as anteriores políticas contabilísticas, o qual era equiparável numa perspectiva geral ao custo depreciado mensurado de acordo com as NCA ajustado por forma a reflectir as alterações no índice geral de preços. O custo inclui despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

Os custos subsequentes com os outros activos tangíveis são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para o Banco. Todas as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custo, de acordo com o princípio da especialização dos exercícios.

Os terrenos não são amortizados. As amortizações dos outros activos tangíveis são calculadas segundo o método das quotas constantes, às seguintes taxas de amortização que reflectem a vida útil esperada dos bens:

Imóveis de serviço próprio 35 a 50

Beneficiações em edificios arrendados 10

Equipamento informático 4 a 5

Mobiliário e material 4 a 10Instalações interiores 5 a 12

equipamento de segurança 4 a 10

Máquinas e ferramentas 4 a 10

Material de transporte 4

Outro equipamento 5

Número de anos

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, o IAS 36 exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por imparidade são reconhecidas na demonstração dos resultados.

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O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

2.12. Activos intangíveis

Os custos incorridos com a aquisição, produção e desenvolvimento de software são capitalizados, assim como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua implementação. Estes custos são amortizados de forma linear ao longo da vida útil esperada destes activos a qual se situa normalmente entre 3 e 6 anos.

Os custos directamente relacionados com o desenvolvimento de aplicações informáticas pelo Banco, sobre os quais seja expectável que estes venham a gerar benefícios económicos futuros para além de um exercício, são reconhecidos e registados como activos intangíveis. Estes custos incluem despesas com os empregados das empresas do Grupo especializadas em informática enquanto estiverem directamente afectos aos projectos.

Todos os restantes encargos relacionados com os serviços informáticos são reconhecidos como custos quando incorridos.

2.13. Locações

O Banco classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal cumprindo os critérios definidos no IAS 17 – Locações. São classificadas como locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidas para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais.

Locações operacionais

Os pagamentos efectuados pelo Banco à luz dos contratos de locação operacional são registados em custos nos períodos a que dizem respeito.

Locações financeiras

• Como locatário

Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas (i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período.

• Como locador

Os contratos de locação financeira são registados no balanço como créditos concedidos pelo valor equivalente ao investimento líquido realizado nos bens locados.

Os juros incluídos nas rendas debitadas aos clientes são registados como proveitos enquanto que as amortizações de capital também incluídas nas rendas são deduzidas ao valor do crédito concedido a clientes. O reconhecimento dos juros reflecte uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

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2.14. Benefícios aos empregados

Pensões

Decorrente da assinatura do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), o Banco constituiu fundos de pensões e outros mecanismos tendo em vista assegurar a cobertura das responsabilidades assumidas para com pensões de reforma por velhice, invalidez, sobrevivência e ainda por cuidados médicos para o pessoal admitido até 31 de Março de 2008. As novas admissões a partir daquela data beneficiam do regime geral da Segurança Social.

A cobertura das responsabilidades é assegurada através do fundo de pensões gerido pela ESAF – Espírito Santo Fundos de Pensões, S.A.

Os planos de pensões existentes no Banco correspondem a planos de benefícios definidos, uma vez que definem os critérios de determinação do valor da pensão que um empregado receberá durante a reforma, usualmente dependente de um ou mais factores como sejam a idade, anos de serviço e retribuição.

À luz do IFRS 1, o Banco optou por na data da transição, 1 de Janeiro de 2004, aplicar retrospectivamente o IAS 19, tendo efectuado o recalculo dos ganhos e perdas actuariais que podem ser diferidos em balanço de acordo com o método do corredor preconizado nesta norma.

As responsabilidades do Banco com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho de contas, pelo Banco, individualmente para cada plano, com base no Método da Unidade de Crédito Projectada, sendo sujeitas a uma revisão por actuários independentes. A taxa de desconto utilizada neste calculo é determinada com base nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denominadas na moeda em que os benefícios serão pagos e com maturidade semelhante à data do termo das obrigações do plano.

Os ganhos e perdas actuariais determinados anualmente, resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados (ganhos e perdas de experiência) e (ii) das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor.

Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais diferidos acumulados no início do ano que excedam 10% do maior de entre o total das responsabilidades e do valor do fundo, também reportados ao início do ano, sejam imputados a resultados durante um período que não pode exceder a média da vida de serviço remanescente dos trabalhadores abrangidos pelo plano. O Banco determinou que os desvios actuariais são amortizados por um período de 15 anos. Os ganhos e perdas actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são reconhecidos em resultados.

Anualmente, o Banco reconhece como um custo, na sua demonstração de resultados um valor total líquido que inclui (i) o custo do serviço corrente, (ii) o custo dos juros, (iii) o rendimento esperado dos activos do fundo, (iv) uma porção dos ganhos e perdas actuariais determinada com base no referido método do corredor e (v) o efeito das reformas antecipadas, o qual inclui a amortização antecipada dos ganhos e perdas actuariais associados.

Os encargos com as reformas antecipadas correspondem ao aumento de responsabilidades decorrente da reforma ocorrer antes do empregado atingir os 65 anos de idade.

O Banco efectua pagamentos aos fundos por forma a assegurar a solvência dos mesmos, sendo os níveis mínimos fixados como segue: (i) financiamento integral no final de cada exercício das responsabilidades actuariais por pensões em pagamento e (ii) financiamento a um nível mínimo de 95% do valor actuarial das responsabilidades por serviços passados do pessoal no activo.

Benefícios de saúde

Aos trabalhadores bancários é assegurada pelo Banco a assistência médica por um Serviço de Assistência Médico-Social. O Serviço de Assistência Médico-Social – SAMS – constitui uma entidade autónoma e é gerido pelo Sindicato respectivo.

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O SAMS proporciona, aos seus beneficiários, serviços e/ou comparticipações em despesas no domínio de assistência médica, meios auxiliares de diagnóstico, medicamentos, internamentos hospitalares e intervenções cirúrgicas, de acordo com as suas disponibilidades financeiras e regulamentação interna.

Constituem contribuições obrigatórias para os SAMS, a cargo do Banco, a verba correspondente a 6,50% do total das retribuições efectivas dos trabalhadores no activo, incluindo, entre outras, o subsídio de férias e o subsídio de Natal.

O cálculo e registo das obrigações do Banco com benefícios de saúde atribuíveis aos trabalhadores na idade da reforma são efectuados de forma semelhante às responsabilidades com pensões.

Prémios por antiguidade

No âmbito do Acordo Colectivo de Trabalho do Sector Bancário, o Banco assumiu o compromisso de pagar aos seus trabalhadores, quando estes completam 15, 25 e 30 anos ao serviço do Banco, prémios por antiguidade de valor correspondente a uma, duas ou três vezes, respectivamente, o salário mensal recebido à data de pagamento destes prémios.

À data da passagem à situação de invalidez ou invalidez presumível, o trabalhador tem direito a um prémio por antiguidade de valor proporcional àquele de que beneficiaria se continuasse ao serviço até reunir os pressupostos do escalão seguinte.

Os prémios por antiguidade são contabilizados pelo Banco de acordo com o IAS 19, como outros benefícios de longo prazo a empregados.

O valor das responsabilidades do Banco com estes prémios por antiguidade é estimado anualmente, à data do balanço, pelo Banco com base no Método da Unidade de Crédito Projectada. Os pressupostos actuariais utilizados baseiam-se em expectativas de futuros aumentos salariais e tábuas de mortalidade. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base nas taxas de mercado associadas a obrigações de empresas de rating elevado, denominadas na moeda em que os benefícios serão pagos e com maturidade semelhante à data do termo das responsabilidades calculadas.

Anualmente, o aumento da responsabilidade com prémios por antiguidade, incluindo ganhos e perdas actuariais e custos de serviços passados, é reconhecido em resultados.

Remunerações variáveis aos empregados e órgãos de administração (participação nos lucros)

De acordo com o IAS 19 – Benefícios dos empregados, as remunerações variáveis (participação nos lucros) atribuídas aos empregados e aos órgãos de administração são contabilizadas em resultados do exercício a que respeitam.

Plano de Pagamento de Remuneração Variável

No primeiro semestre de 2008, o Conselho de Administração do BESI estabeleceu um sistema de incentivos

denominado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV – 2008/2010).

Ao abrigo deste plano de incentivos, os colaboradores do BESI têm o direito a um recebimento em dinheiro, no futuro,

correspondente à apreciação do valor das acções do BES acima de um determinado preço pré-estabelecido (strike

price). Para tal, os colaboradores têm de permanecer ao serviço do Banco por um período mínimo de 3 anos.

Este plano de pagamentos de remuneração variável enquadra-se no âmbito do IFRS 2 - Pagamento com base em

acções e corresponde a um pagamento em dinheiro baseado em acções. O justo valor deste benefício, determinado

na data da sua atribuição, é imputado a resultados, como custo com pessoal, ao longo do período de serviço definido

como 3 anos. O passivo resultante é reavaliado à data de cada balanço, sendo a variação de justo valor reconhecida

em resultados na rubrica de lucros/prejuízos de operações financeiras.

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2.15. Impostos sobre lucros

Os impostos sobre lucros compreendem os impostos correntes e os impostos diferidos. Os impostos sobre lucros são reconhecidos em resultados, excepto quando estão relacionados com itens que são reconhecidos directamente nos capitais próprios, caso em que são também registados por contrapartida dos capitais próprios. Os impostos reconhecidos nos capitais próprios decorrentes da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda e de derivados de cobertura de fluxos de caixa são posteriormente reconhecidos em resultados no momento em que forem reconhecidos em resultados os ganhos e perdas que lhes deram origem.

Os impostos correntes são os que se esperam que sejam pagos com base no resultado tributável apurado de acordo com as regras fiscais em vigor e utilizando a taxa de imposto aprovada ou substancialmente aprovada em cada jurisdição.

Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera virem a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.

Os impostos diferidos passivos são reconhecidos para todas as diferenças temporárias tributáveis, das diferenças resultantes do reconhecimento inicial de activos e passivos que não afectem quer o lucro contabilístico quer o fiscal, e de diferenças relacionadas com investimentos em subsidiárias na medida em que não seja provável que se revertam no futuro. Os impostos diferidos activos são reconhecidos apenas na medida em que seja expectável que existam lucros tributáveis no futuro capazes de absorver as diferenças temporárias dedutíveis.

2.16. Provisões

São reconhecidas provisões quando (i) o Banco tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

São reconhecidas provisões para reestruturação quando o Banco tenha aprovado um plano de reestruturação formal e detalhado e tal reestruturação tenha sido iniciada ou anunciada publicamente.

Uma provisão para contratos onerosos é reconhecida quando os benefícios esperados de um contrato formalizado sejam inferiores aos custos que inevitavelmente o Banco terá de incorrer de forma a cumprir as obrigações dele decorrentes. Esta provisão é mensurada com base no valor actual do menor de entre os custos de terminar o contrato ou os custos líquidos estimados resultantes da sua continuação.

2.17. Reconhecimento de juros

Os resultados referentes a juros de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e de activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares, utilizando o método da taxa efectiva. Os juros dos activos financeiros ao justo valor através dos resultados são também incluídos na rubrica de juros e proveitos similares.

A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, quando apropriado, um período mais curto, para o valor líquido actual de balanço do activo ou passivo financeiro. A taxa de juro efectiva é estabelecida no reconhecimento inicial dos activos e passivos financeiros e não é revista subsequentemente.

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Para o cálculo da taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando, no entanto, eventuais perdas de crédito futuras. O cálculo inclui as comissões que sejam parte integrante da taxa de juro efectiva, custos de transacção e todos os prémios e descontos directamente relacionados com a transacção. No caso de activos financeiros ou grupos de activos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em juros e proveitos equiparados são determinados com base na taxa de juro utilizada na mensuração da perda por imparidade.

No que se refere aos instrumentos financeiros derivados, com excepção daqueles classificados como derivados de cobertura (ver Nota 2.3), a componente de juro inerente à variação de justo valor não é separada e é classificada na rubrica de resultados de activos e passivos ao justo valor através de resultados. A componente de juro inerente à variação de justo valor dos instrumentos financeiros derivados de cobertura é reconhecida nas rubricas de juros e proveitos similares ou juros e custos similares.

2.18. Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos da seguinte forma:

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, como por exemplo

comissões na sindicação de empréstimos, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido

concluído.

• Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em

resultados no período a que se referem.

• Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento

financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

2.19. Reconhecimento de dividendos

Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito de receber o seu pagamento é estabelecido.

2.20. Reporte por segmentos

Um segmento de negócio é um conjunto de activos e operações que estão sujeitos a riscos e proveitos específicos diferentes de outros segmentos de negócio.

Um segmento geográfico é um conjunto de activos e operações localizados num ambiente económico específico que está sujeito a riscos e proveitos que são diferentes de outros segmentos que operam em outros ambientes económicos.

De acordo com o parágrafo 6 do IAS 14, o Banco está dispensado de apresentar o reporte por segmentos em base individual, uma vez que as demonstrações financeiras individuais são apresentadas conjuntamente com as do Grupo.

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2.21. Resultados por acção

Os resultados por acção básicos são calculados dividindo o resultado líquido atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação, excluindo o número médio de acções próprias detidas pelo Banco.

Para o cálculo dos resultados por acção diluídos, o número médio ponderado de acções ordinárias em circulação é ajustado de forma a reflectir o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras, como as resultantes de dívida convertível e de opções sobre acções próprias concedidas aos trabalhadores. O efeito da diluição traduz-se numa redução nos resultados por acção, resultante do pressuposto de que os instrumentos convertíveis são convertidos ou de que as opções concedidas são exercidas.

2.22. Activos não correntes detidos para venda

Activos não correntes ou grupos para alienação (grupo de activos a alienar em conjunto numa só transacção, e passivos directamente associados que incluem pelo menos um activo não corrente) são classificados como detidos para venda quando o seu valor de balanço for recuperado principalmente através de uma transacção de venda (incluindo os adquiridos exclusivamente com o objectivo da sua venda), os activos ou grupos para alienação estiverem disponíveis para venda imediata e a venda for altamente provável.

Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação) como detido para venda, a mensuração dos activos não correntes (ou de todos os activos e passivos do grupo) é efectuada de acordo com os IFRS aplicáveis. Subsequentemente, estes activos ou grupos para alienação são remensurados ao menor valor entre o valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos custos de venda.

2.23. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de aquisição/contratação, onde se incluem a caixa e as disponibilidades em outras instituições de crédito.

A caixa e equivalentes de caixa excluem os depósitos de natureza obrigatória realizados junto de bancos centrais.

NOTA 3 – PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As NCA estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pelo Banco são discutidas nesta nota com o objectivo de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados do Banco e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é apresentada na Nota 2 às demonstrações financeiras.

Considerando que em muitas situações existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira do Banco e o resultado das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes.

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3.1. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda

O Banco determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor ou quando prevê existir um impacto nos fluxos de caixa futuros dos activos. Esta determinação requer julgamento, no qual o Banco recorre e avalia toda a informação relevante à formulação da decisão, nomeadamente a volatilidade normal dos preços dos instrumentos financeiros. Para o efeito e consequência da forte volatilidade e reduzida liquidez dos mercados durante o ano de 2008, consideram-se os seguintes triggers da existência de imparidade:

(i) Títulos de capital: desvalorizações superiores a 30% face ao valor de aquisição (20% em 2007) ou valor de mercado inferior ao valor de aquisição por um período superior a doze meses (seis meses em 2007);

(ii) Títulos de dívida: sempre que exista evidência objectiva de eventos com impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros destes activos.

Adicionalmente, as avaliações são obtidas através de preços de mercado ou de modelos de avaliação os quais requerem a utilização de determinados pressupostos ou de julgamento no estabelecimento de estimativas de justo valor.

A utilização de metodologias alternativas e de diferentes pressupostos e estimativas poderá resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

3.2. Justo valor dos instrumentos financeiros derivados

O justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o valor temporal, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo, poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados.

3.3. Perdas por imparidade no crédito sobre clientes

O Banco efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade, conforme referido na Nota 2.4, tendo como referência os níveis mínimos exigidos pelo Banco de Portugal através do Aviso n.º 3/95.

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados do Banco.

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3.4. Investimentos detidos até à maturidade

O Banco classifica os seus activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas como investimentos detidos até à maturidade, de acordo com os requisitos do IAS 39. Esta classificação requer um nível de julgamento significativo.

No julgamento efectuado, o Banco avalia a sua intenção e capacidade de deter estes investimentos até à maturidade. Caso o Banco não detenha estes investimentos até à maturidade, excepto em circunstâncias específicas – por exemplo, alienar uma parte não significativa perto da maturidade – é requerida a reclassificação de toda a carteira para activos financeiros disponíveis para venda, com a sua consequente mensuração ao justo valor e não ao custo amortizado.

Os activos detidos até à maturidade são objecto de teste sobre a existência de imparidade, o qual segue uma análise e decisão do Banco. A utilização de metodologias e pressupostos diferentes dos usados nos cálculos efectuados poderia ter impactos diferentes em resultados.

3.5. Impostos sobre os lucros

O Banco encontra-se sujeito ao pagamento de impostos sobre lucros em diversas jurisdições. A determinação do montante global de impostos sobre os lucros requer determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transacções e cálculos para os quais a determinação do valor final de imposto a pagar é incerto durante o ciclo normal de negócios.

Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.

As Autoridades Fiscais têm a atribuição de rever o cálculo da matéria colectável efectuado pelo Banco, durante um período de quatro ou seis anos, no caso de haver prejuízos fiscais reportáveis. Desta forma, é possível que hajam correcções à matéria colectável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração do Banco, de que não haverá correcções significativas aos impostos sobre lucros registados nas demonstrações financeiras.

3.6. Pensões e outros benefícios a empregados

A determinação das responsabilidades por pensões de reforma requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões.

Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

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NOTA 4 – MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Juros e proveitos similaresJuros de crédito 40 216 37 351 Juros de disponibilidades e aplicações em instituições de crédito 39 162 43 448 Juros de derivados para gestão de risco 36 847 37 312 Juros de activos financeiros disponíveis para venda 7 684 2 002 Juros de activos financeiros ao justo valor através de resultados 1 247 883 Juros de investimentos detidos até à maturidade 30 -Outros juros e proveitos similares 10 095 10 470

135 281 131 466 Juros e custos similares

Juros de recursos de bancos centrais e instituições de crédito 62 525 67 829 Juros de derivados para gestão de risco 34 107 36 257 Juros de depósitos de clientes 16 232 12 240 Juros de débitos representados por títulos 2 408 1 843 Juros de passivos subordinados 3 813 3 393 Outros juros e custos similares 2 263 2 952

121 348 124 514

13 933 6 952

A rubrica de juros de crédito inclui 255 milhares de euros (2007 – 216 milhares de euros) relativos a juros de contratos de crédito com imparidade.

A rubrica juros de derivados para gestão de risco refere-se a derivados de Fair Value Option.

NOTA 5 – RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

O valor desta rubrica é composto por:

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NOTA 6 – RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS

O valor desta rubrica é composto por:

Em 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica inclui um efeito positivo de 441 milhares de euros (2007: 118 milhares de euros) relativos à variação de valor de passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados atribuível ao risco de crédito da entidade (ver nota 21).

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NOTA 7 – RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

O valor desta rubrica é composto por:

NOTA 8 – RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL

O valor desta rubrica é composto por:

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira de acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.2.

NOTA 9 – OUTROS RESULTADOS OPERACIONAIS

O valor desta rubrica é composto por:

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NOTA 10 – CUSTOS COM PESSOAL

O valor dos custos com pessoal é composto por:

Os custos com as remunerações e outros benefícios atribuídos ao pessoal chave da gestão do Grupo Besi são como segue:

(EUR milhares)

Conselho de Administração

Outro pessoal chave da gestão

Total

2008Remunerações e outros benefícios a curto prazo 1 776 2 310 4 086 Prémios de antiguidade 11 15 26 Remunerações variáveis 3 231 3 702 6 933 Total 5 018 6 027 11 045

2007Remunerações e outros benefícios a curto prazo 1 692 1 839 3 531 Prémios de antiguidade 9 24 33 Remunerações variáveis 3 643 3 058 6 701 Total 5 344 4 921 10 265

Considera-se outro pessoal chave da gestão os Directores Responsáveis e Directores Centrais.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 o valor do crédito concedido aos Órgãos de Administração do Banco ascendia a 353 milhares de euros e 382 milhares de euros, respectivamente.

Por categoria profissional, o número de colaboradores do BESI analisa-se como segue:

31.12.2008 31.12.2007

Funções directivas 192 173 Funções de chefia 3 4 Funções específicas 138 123 Funções administrativas 29 25 Funções auxiliares 6 6

368 331

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NOTA 11 – BENEFÍCIOS A EMPREGADOS

Pensões de reforma e benefícios de saúde

Em conformidade com o Acordo Colectivo de Trabalho celebrado com os sindicatos e vigente para o sector bancário, o

Banco assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título

de reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Estas prestações consistem numa percentagem,

crescente em função do número de anos de serviço do empregado, aplicada à tabela salarial negociada anualmente

para o pessoal no activo e admitido até 31 de Março de 2008. As novas admissões a partir daquela data beneficiam do

regime geral da Segurança Social.

Durante o exercício de 1998, o Banco Espírito Santo e as restantes subsidiárias do Grupo em Portugal, onde se inclui o BESI, decidiram constituir um fundo aberto autónomo, designado de Fundo de Pensões Aberto GES destinado a financiar a atribuição de benefícios complementares aos colaboradores.

Em Portugal, os fundos têm como sociedade gestora a ESAF - Espírito Santo Fundo de Pensões, S.A.

Os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades são como segue:

De acordo com a política contabilística descrita na Nota 2.14, a taxa de desconto utilizada para estimar as responsabilidades com pensões de reforma e com benefícios de saúde, corresponde às taxas de mercado à data do balanço, associadas a obrigações de empresas de rating elevado. Face às condições de mercado em 31 de Dezembro de 2008, o Banco decidiu utilizar uma taxa de desconto de 5,75% (2007: 5,25%).

As contribuições para o SAMS são definidas por esta entidade e em 31 de Dezembro de 2008 ascendiam a 6,5% da massa salarial (2007: 6,5%). A percentagem correspondente à contribuição a efectuar é estabelecida pelo próprio SAMS, não estando prevista qualquer alteração da mesma para o próximo exercício.

Os participantes no Fundo são desagregados da seguinte forma:

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A aplicação do IAS 19 traduz-se nas seguintes responsabilidades, encargos, contribuições do Banco para os fundos de pensões e níveis de cobertura reportáveis a 31 de Dezembro de 2008 e 2007:

A evolução das responsabilidades com pensões de reforma e benefícios de saúde pode ser analisada como segue:

Em 31 de Dezembro de 2008, o acréscimo de 1% no valor das contribuições para o SAMS implicaria um acréscimo de responsabilidades de 276 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 265 milhares de euros), e um acréscimo no custo do exercício (custo do serviço corrente e custo dos juros) de 30 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 30 milhares de euros).

A evolução do valor dos fundos de pensões nos exercícios de 2008 e 2007 pode ser analisada como segue:

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A evolução dos desvios actuariais diferidos em balanço pode ser analisada como segue:

A evolução das responsabilidades não financiadas pode ser analisada como segue:

Os custos do exercício com pensões de reforma e com benefícios de saúde podem ser analisados como segue:

A evolução dos activos/responsabilidades em balanço pode ser analisada como segue:

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- 2006

- 221 -

Os activos/ (responsabilidades) em balanço encontram-se reflectidas na rubrica de Outros activos e Outros passivos (ver Nota 26 e Nota 33).

Os activos do fundo de pensões em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisados como segue:

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 os fundos não continham títulos emitidos por entidades do Grupo.

O evolutivo das responsabilidades e saldo do fundo bem como dos ganhos e perdas de experiência nos últimos cinco anos é analisado como segue:

Prémio por antiguidade

Conforme referido na Nota 2.14, os trabalhadores que atinjam determinados níveis de antiguidade têm direito a um prémio de antiguidade, calculado com base no valor da maior retribuição mensal efectiva a que o trabalhador tenha direito no ano da sua atribuição. À data da passagem à situação de invalidez presumível, o trabalhador terá direito a um prémio de antiguidade de valor proporcional àquele de que beneficiaria se continuasse ao serviço até reunir os pressupostos do escalão seguinte.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, as responsabilidades assumidas pelo Banco e os custos reconhecidos nos exercícios com o prémio de antiguidade são como segue:

Os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades são os apresentados para o cálculo das pensões de reforma (quando aplicáveis).

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- 222 -

Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV)

No primeiro semestre de 2008, o Conselho de Administração do BESI estabeleceu um sistema de incentivos

denominado Plano de Pagamento de Remuneração Variável (PPRV – 2008/2010).

Este novo programa de incentivos consiste na atribuição do direito a receber uma remuneração variável que se

encontra indexada à eventual valorização das acções BES entre a “data inicial de referência” e a “data final de

referência”. Tal retribuição, em dinheiro, será apenas devida em caso de valorização das acções do BES. O PPRV não

é um plano de atribuição de acções ou de opções sobre a aquisição de acções, não sendo atribuídos aos beneficiários

quaisquer direitos inerentes a uma participação no capital social do BES.

O valor inicial do Plano foi calculado com base num modelo de valorização das opções, tendo por referência os

seguintes pressupostos:

Conforme a politica contabilística descrita na nota 2.15, o justo valor inicial do PPRV, no valor de 1 806 milhares de

euros, está a ser reconhecido em custos com pessoal durante o período que medeia entre a data inicial de referência e

a data final de referência (3 anos). Nesta base, durante o exercício de 2008 o Grupo reconheceu em custos com

pessoal o valor de 350 milhares de euros. A variação do justo valor ao longo do prazo do programa é reconhecida em

lucros/prejuízos de operações financeiras.

O valor do passivo reconhecido no âmbito do programa é avaliado ao justo valor com referência ao final de cada mês,

sendo o valor em 31 de Dezembro de 2008 de 113, 7 mil euros.

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- 2006

- 223 -

NOTA 12 – GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS O valor desta rubrica é composto por:

A rubrica Outros serviços especializados inclui, entre outros, custos com banco de dados e recrutamento de pessoal.

NOTA 13 – RESULTADOS POR ACÇÃO

Resultados por acção básicos

Os resultados básicos por acção são calculados efectuando a divisão do resultado atribuível aos accionistas do Banco pelo número médio ponderado de acções ordinárias em circulação durante o ano.

Resultados por acção diluídos

Os resultados por acção diluídos são calculados ajustando o efeito de todas as potenciais acções ordinárias diluidoras ao número médio ponderado de acções ordinárias em circulação e ao resultado líquido.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o Banco não detinha acções potenciais ordinárias diluidoras, pelo que o resultado por acção diluído é igual ao resultado por acção básico.

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- 224 -

NOTA 14 – CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

A rubrica Depósitos à ordem em bancos centrais - Banco de Portugal inclui depósitos de carácter obrigatório, que têm por objectivo satisfazer os requisitos legais quanto à constituição de disponibilidades mínimas de caixa. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 2818/98 do Banco Central Europeu, de 1 de Dezembro de 1998, as disponibilidades mínimas obrigatórias em depósitos à ordem no Banco de Portugal, são remuneradas e correspondem a 2% dos depósitos e títulos de dívida com prazo inferior a 2 anos, excluindo destes os depósitos e os títulos de dívida de instituições sujeitas ao regime de reservas mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais. Em 31 de Dezembro de 2008 a taxa de remuneração média destes depósitos ascende a 3,98% (31 de Dezembro de 2007: 3,9276%).

NOTA 15 – DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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- 2006

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NOTA 16 – ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007 a rubrica activos e passivos financeiros detidos para negociação apresenta os seguintes valores:

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos títulos detidos para negociação por prazos de vencimento, é como segue:

Conforme a política contabilística descrita na Nota 2.5, os activos financeiros ao justo valor através de resultados são aqueles adquiridos com o objectivo de serem transaccionados no curto prazo independentemente da sua maturidade.

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica de activos financeiros ao justo valor através de resultados, no que se refere a títulos cotados e não cotados, é repartida da seguinte forma:

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- 226 -

A rubrica Instrumentos financeiros derivados a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos derivados detidos para negociação por prazos de vencimento é como segue:

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- 2006

- 227 -

NOTA 17 – ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em Activos financeiros disponíveis para venda são apresentados como se segue:

A 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o escalonamento dos activos financeiros disponíveis para venda por prazos de vencimento é como segue:

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- 228 -

As principais contribuições para a reserva de justo valor e para o montante de imparidade com referência a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisadas como segue:

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- 2006

- 229 -

NOTA 18 – APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

O escalonamento das aplicações em instituições de crédito por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

(milhares de euros)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 297 422 10 028 De 3 meses a um ano 899 802 1 014 786

1 197 224 1 024 814

Os movimentos ocorridos no exercício em perdas por imparidade em empréstimos e aplicações em instituições de crédito é apresentada como segue:

(milhares de euros)

31.12.2008 31.12.2007

Saldo inicial 848 764

Dotações 250 173 Reversões ( 170) ( 9)Diferenças de câmbio e outras 48 ( 80)

Saldo final 976 848

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- 230 -

NOTA 19 – CRÉDITO A CLIENTES

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

Crédito internoA empresas

Créditos em conta corrente 4 756 2 719 Empréstimos 681 747 576 165 Descobertos 4 6 Outros créditos 53 021 46 936

A particularesHabitação 966 1 054 Consumo e outros 3 6

740 497 626 886

Crédito ao exteriorA empresasDescobertos 14

Empréstimos 4 786 -

4 786 14

Crédito e juros vencidosAté 90 dias 597 36 Há mais de 90 dias 7 678 8 008

8 275 8 044

753 558 634 944

Provisão para imparidade do crédito ( 9 451) ( 9 126)

744 107 625 818

Adicionalmente, o Banco tem em 31 de Dezembro de 2008 12.113 milhares de euros de provisões para riscos gerais de crédito (31 de Dezembro de 2007 – 9.388 milhares de euros), os quais de acordo com as NCA são apresentadas no passivo (Ver Nota 30).

O escalonamento do Crédito a clientes por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Até 3 meses 54 911 47 964 De 3 meses a um ano 3 703 24 174 De um a cinco anos 133 190 97 873 Mais de cinco anos 553 479 456 889 Duração indeterminada 8 275 8 044

753 558 634 944

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Os movimentos ocorridos nas perdas por imparidade em empréstimos a clientes são apresentados como segue:

(EUR milhares)31.12.2008 31.12.2007

Saldo inicial 9 126 9 015 Dotações 3 005 994 Reversões ( 2 667) ( 897)Diferenças de câmbio e outras ( 13) 14

Saldo final 9 451 9 126

A distribuição do Crédito a clientes por tipo de taxa é como segue:

O Crédito a clientes repartido por tipo de garantia é apresentado de seguida:

NOTA 20 – INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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NOTA 21 – DERIVADOS PARA GESTÃO DE RISCO

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 os derivados para gestão de risco em balanço analisam-se como segue:

A rubrica de Derivados para gestão de risco, inclui para além dos derivados de cobertura, os derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados (e que não foram designados como derivados de cobertura).

Em 31 de Dezembro de 2008, a rubrica de Derivados para gestão de risco, no valor líquido de 3 211 milhares de euros de activo líquido, inclui (i) 1 204 milhares de euros de passivo líquido relativo a derivados de cobertura (31 de Dezembro de 2007: 1 768 milhares de euros de passivo líquido) e (ii) 4 415 milhares de euros de activo líquido (31 de Dezembro de 2007: 257 milhares de euros de passivo líquido) relativos a derivados contratados com o objectivo de efectuar a cobertura económica de determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados, e que não foram designados como derivados de cobertura.

a) Derivados de cobertura

As operações de cobertura de justo valor em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 podem ser analisadas como segue:

As variações de justo valor associadas aos activos e passivos acima descritos e aos respectivos derivados de cobertura encontram-se registadas em resultados do exercício na rubrica de Outros resultados operacionais.

b) Outros derivados para gestão de risco

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- 2006

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Os outros derivados para gestão de risco incluem instrumentos destinados a gerir o risco associado a determinados activos e passivos financeiros designados ao justo valor através de resultados conforme política contabilística descrita nas Notas 2.5, 2.6 e 2.8 e que o Grupo não designou para contabilidade de cobertura. O valor de balanço dos activos e passivos ao justo valor através de resultados pode ser analisado como segue:

A componente do justo valor dos passivos financeiros reconhecidos ao justo valor através de resultados, atribuível ao risco de crédito do Banco, ascende em 31 de Dezembro de 2008 a 441 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 118 milhares de euros) de proveitos, gerados no exercício.

As operações com derivados de gestão de risco em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, por maturidades, podem ser analisadas como segue:

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NOTA 22 – ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

Em Dezembro de 2007, o BES Investimento adquiriu 80% do capital accionista da Pebble Hydro –

Empresa de consultoria, investimento e serviços, tendo os restantes 20% sido adquiridos pela EDP – Energias de Portugal.

Referente a esta operação, a 31 de Dezembro de 2007, encontram-se registados os montantes de 58 446 milhares de euros e 58 446 milhares de euros nas rubricas de activos não correntes detidos para venda e passivos não correntes detidos para venda, respectivamente.

A participação accionista detida pelo BESI em 31 de Dezembro de 2007 foi vendida à EDP – Energias de Portugal em 03 de Julho de 2008.

NOTA 23 – OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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- 2006

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O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

NOTA 24 – ACTIVOS INTANGÍVEIS

Esta rubrica a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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O movimento nesta rubrica foi o seguinte:

NOTA 25 – INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E ASSOCIADAS

Os dados financeiros relativos às empresas subsidiárias e associadas, são apresentados no quadro seguinte:

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- 2006

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O movimento das perdas por imparidade relativas aos investimentos em subsidiárias e associadas foi como segue:

NOTA 26 – OUTROS ACTIVOS

A rubrica Outros activos a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

As rubricas de operações sobre valores mobiliários a regularizar, evidenciam o saldo das ordens de compra e venda do Banco que aguardam a respectiva liquidação financeira.

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Os movimentos ocorridos em perdas por imparidade em outros activos são apresentados como segue:

NOTA 27 – RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

A rubrica de recursos de outras instituições financeiras é apresentada como segue:

(EUR milhares)

31.12.2008 31.12.2007

No paísMercado monetário interbancário 675 957 69 511 Recursos a muito curto prazo 963 - Depósitos 6 69 Outros recursos 154 189 99 897

831 115 169 477 No estrangeiro

Operações de venda com acordo de recompra 427 59 485 Recursos a muito curto prazo 317 - Depósitos 33 71 Outros recursos 55 634 388 026

56 411 447 582

887 526 617 059

O escalonamento dos recursos de outras instituições de crédito por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

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- 2006

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NOTA 28 – RECURSOS DE CLIENTES

O saldo da rubrica recursos de clientes e outros empréstimos é composto, quanto à sua natureza, como segue:

O escalonamento dos recursos de clientes e outros empréstimos por prazos de vencimento, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

NOTA 29 – RESPONSABILIDADES REPRESENTADAS POR TÍTULOS

A rubrica responsabilidades representadas por títulos decompõe-se como segue:

Durante o exercício de 2008, o Banco procedeu à emissão de 234 380 milhares de euros de títulos (10 000 milhares de euros durante 2007).

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A duração residual das Responsabilidades representadas por títulos, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é como segue:

As características essenciais destes recursos, em 31 de Dezembro de 2008, são como segue:

NOTA 30 – PROVISÕES

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica Provisões apresenta os seguintes movimentos:

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As provisões para outros riscos e encargos destinam-se a cobrir a probabilidade de ocorrência de determinadas contingências relacionadas com a actividade do Banco.

NOTA 31 – IMPOSTOS

O Banco está sujeito a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) e correspondente Derrama.

O cálculo do imposto corrente e diferido dos exercícios de 2008 e de 2007 foi apurado pelo BESI com base numa taxa nominal de IRC e derrama municipal de 26,5%, de acordo com a Lei nº 107-B/2003, de 31 de Dezembro e a Lei nº2/2007, de 15 de Janeiro (que aprova a Lei das Finanças Locais).

As declarações de autoliquidação do Banco, relativas aos exercícios de 2008 e anteriores, ficam sujeitas a inspecção e eventual ajustamento pelas Autoridades Fiscais durante um período de quatro anos. Assim, poderão vir a ter lugar eventuais liquidações adicionais de impostos devido essencialmente a diferentes interpretações da legislação fiscal. No entanto, é convicção da Administração do Banco que não ocorrerão liquidações adicionais de valor significativo no contexto das demonstrações financeiras.

Os activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos em balanço em 2008 e 2007 podem ser analisados como segue:

O movimento ocorrido na rubrica de impostos diferidos são apresentadas como segue:

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O movimento do imposto diferido de balanço em 2008 e 2007 explica-se como segue:

A reconciliação da taxa de imposto pode ser analisada como segue:

NOTA 32 – PASSIVOS SUBORDINADOS

A rubrica Passivos subordinados a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

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As principais características dos passivos subordinados são apresentadas como seguem:

Durante o exercício de 2008 não houve reembolsos de passivos subordinados (2007: 29 283 milhares de euros).

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NOTA 33 – OUTROS PASSIVOS

A rubrica Outros passivos a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 é analisada como segue:

As rubricas de Operações sobre valores mobiliários a regularizar, em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, evidenciam o saldo das ordens de venda e compra em bolsa do Banco que aguardam a respectiva liquidação financeira.

NOTA 34 – CAPITAL, PRÉMIOS DE EMISSÃO

Acções ordinárias

Em 31 de Dezembro de 2008, o capital social do Banco encontrava-se representado por 14 milhões de acções, com um valor nominal de 5 euros cada, as quais encontram-se totalmente subscritas e realizadas pelo Banco Espírito Santo, S.A.

Prémios de emissão

Durante o exercício de 2008 não se procedeu a qualquer emissão ou reembolso de acções representativas do capital social.

Em 31 de Dezembro de 2008, os prémios de emissão são representados por 8 796 milhares de euros, referentes ao prémio pago pelos accionistas no aumento de capital ocorrido em Julho de 1998.

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NOTA 35 – RESERVAS DE JUSTO VALOR, OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

Reserva legal, reservas de justo valor e outras reservas

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. A legislação portuguesa aplicável ao sector bancário (Artigo 97º do Decreto-lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro) exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 10% do lucro líquido anual, até à concorrência do capital.

Reservas de justo valor representam as mais e menos valias potenciais relativas à carteira de investimentos disponíveis para venda, líquidas da imparidade reconhecida em resultados no exercício e/ou em exercícios anteriores. O valor desta reserva é apresentado líquido de imposto diferido.

Durante os exercícios de 2008 e 2007, os movimentos ocorridos nestas rubricas foram os seguintes:

A reserva de justo valor explica-se da seguinte forma:

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O movimento da reserva de justo valor, líquida de impostos diferidos, no exercício de 2008 pode ser assim analisada:

NOTA 36 – PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, existiam os seguintes saldos relativos a contas extrapatrimoniais:

As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de fundos por parte do Banco.

Os compromissos irrevogáveis, representam acordos contratuais para a concessão de crédito com os clientes do Banco (p.e. linhas de crédito não utilizadas) os quais, de forma geral, são contratados por prazos fixos ou com outros requisitos de expiração e, normalmente, requerem o pagamento de uma comissão. Substancialmente todos os compromissos de concessão de crédito em vigor requerem que os clientes mantenham determinados requisitos verificados aquando da contratualização dos mesmos.

Não obstante as particularidades destes passivos contingentes e compromissos, a apreciação destas operações obedece aos mesmos princípios básicos de uma qualquer outra operação comercial, nomeadamente o da solvabilidade quer do cliente quer do negócio que lhes estão subjacentes, sendo que o Banco requer que estas operações sejam devidamente colateralizadas quando necessário. Uma vez que é expectável que a maioria dos mesmos expire sem ter sido utilizado, os montantes indicados não representam necessariamente necessidades de caixa futuras.

Em 31 de Dezembro de 2008, a rubrica de activos financeiros dados em garantia inclui:

Títulos dados em garantia ao Banco de Portugal no âmbito do Sistema de Pagamento de Grandes Transacções no montante de 122 980 milhares de euros (31 de Dezembro de 2007: 25 595 milhares de euros);

Valor dado em garantia ao Mercado Oficial Espanhol de Opções e Futuros Financeiros no montante de 75 477 milhares de euros (2007 - 77 926 milhares de euros).

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Adicionalmente, as responsabilidades evidenciadas em contas extrapatrimoniais relacionadas com a prestação de serviços bancários são como segue:

NOTA 37 – TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

O valor das transacções do Banco com partes relacionadas em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, assim como os respectivos custos e proveitos reconhecidos no período em análise, resumem-se como segue:

NOTA 38 – GESTÃO DOS RISCOS DE ACTIVIDADE

Em termos de política de gestão dos riscos, é apresentada a seguinte informação qualitativa do BESI.

O controlo e a gestão dos riscos, pelo papel que têm vindo a desempenhar no apoio activo à gestão, apresentam-se como um dos principais eixos estratégicos de suporte ao seu desenvolvimento equilibrado e sustentado.

A direcção de risco tem mantido como principais, os seguintes objectivos:

Identificação, quantificação e controlo dos diferentes tipos de risco assumidos, adoptando progressivamente princípios e metodologias uniformes;

Contribuição contínua para o aperfeiçoamento de ferramentas de apoio à estruturação de operações e do desenvolvimento de técnicas internas de avaliação de performance e de optimização da base de capital;

Gestão pró activa de situações de atraso significativo e incumprimentos de obrigações contratuais.

Risco de crédito

O Risco de Crédito resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras decorrentes do incumprimento do cliente ou contraparte relativamente às obrigações contratuais estabelecidas com o BESI no âmbito da sua actividade creditícia. O risco de crédito está essencialmente presente nos produtos tradicionais bancários – empréstimos, garantias e outros passivos contingentes – e em produtos de negociação – swaps, forwards e opções (risco de contraparte).

É efectuada uma gestão permanente das carteiras de crédito que privilegia a interacção entre as várias equipas envolvidas na gestão de risco ao longo das sucessivas fases da vida do processo de crédito. Esta abordagem é complementada pela introdução de melhorias contínuas das metodologias e ferramentas de avaliação e controlo dos riscos.

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O acompanhamento do perfil de risco de crédito do BESI, nomeadamente no que se refere à evolução das exposições de crédito e monitorização das perdas creditícias, é efectuado regularmente. São igualmente objecto de análises diárias o cumprimento dos limites de crédito aprovados e o correcto funcionamento dos mecanismos associados às aprovações de linhas de crédito no âmbito da actividade corrente das áreas de negócio.

Seguidamente apresenta-se a informação relativa à exposição do BESI ao risco de crédito:

Concentração de riscos

A repartição do Crédito sobre clientes e títulos por sectores de actividade, para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, encontra-se apresentada conforme segue:

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Risco de mercado

O Risco de Mercado representa genericamente a eventual perda resultante de uma alteração adversa do valor de um instrumento financeiro como consequência da variação de taxas de juro, taxas de câmbio e preços de acções.

Ao nível do risco de mercado o principal elemento de mensuração de riscos consiste na estimação das perdas potenciais sob condições adversas de mercado, para o qual a metodologia Value at Risk (VaR) é utilizada. O BESI utiliza um VaR com recurso à simulação de Monte Carlo, com um intervalo de confiança de 99% e um período de investimento de 10 dias. As volatilidades e correlações são históricas com base num período de observação de um ano.

Como complemento ao VaR têm sido desenvolvidos cenários extremos (stress-testing) que permitem avaliar os impactos de perdas potenciais superiores às consideradas na medida do VaR.

O BESI encerrou o ano com um VaR de 4,83 milhões de Euros para as suas posições de negociação, registando uma ligeira redução de 0.05% face ao ano transacto.

No seguimento das recomendações de Basileia II (Pilar 2) e da Instrução nº 19/2005, do Banco de Portugal, o BESI calcula a sua exposição ao risco de taxa de juro de balanço baseado na metodologia do Bank of International Settlements (BIS) classificando todas as rubricas do activo, passivo e extrapatrimoniais, que não pertençam à carteira de negociação, por escalões de repricing.

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O modelo utilizado para o cálculo da análise de sensibilidade do risco de taxa de juro da carteira bancária baseia-se numa aproximação ao modelo da duração, sendo efectuados cenários paralelos.

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No quadro seguinte apresentam-se as taxas médias de juro verificadas para as grandes categorias de activos e passivos financeiros do BESI, para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, bem assim como os respectivos saldos médios e os juros do exercício:

(EUR milhares)

Saldo médio do exercício

Juro do período

Taxa de juro

média

Saldo médio do exercício

Juro do período

Taxa de juro

média

Activos monetários 976 117 76 009 7,79% 1 100 768 80 760 7,34%Crédito a clientes 644 633 50 311 7,80% 688 468 47 821 6,95%Aplicações em títulos 317 102 8 962 2,83% 271 424 2 885 1,06%

Activos financeiros 1 937 852 135 282 6,98% 2 060 660 131 466 6,38%

Recursos monetários 686 761 62 525 9,10% 780 372 67 828 8,69%Recursos de clientes 1 044 432 16 232 1,55% 1 132 468 12 240 1,08%Outros recursos 248 743 42 591 17,12% 132 534 44 446 33,54%

Passivos financeiros 1 979 936 121 348 6,13% 2 045 374 124 514 6,09%

Resultado Financeiro 13 934 0,85% 6 952 0,29%

31.12.2008 31.12.2007

Em especial no que se refere ao risco cambial, a exposição dos activos e dos passivos, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, por moeda, é analisado como segue:

Risco de liquidez

O Risco de Liquidez advém da incapacidade potencial de financiar o activo satisfazendo as responsabilidades exigidas nas datas devidas e da existência de potenciais dificuldades de liquidação de posições em carteira sem incorrer em perdas significativas.

A gestão da liquidez encontra-se centralizada na Tesouraria. Esta gestão tem como objectivo manter um nível satisfatório de disponibilidades para fazer face às suas necessidades financeiras no curto, médio e longo prazo. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco são elaborados relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como efectuar a cobertura dinâmica dos mesmos.

Adicionalmente, é também realizado um acompanhamento por parte do Banco dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.

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Risco operacional

O Risco Operacional traduz-se, genericamente, na eventualidade de perdas originadas por falhas na prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas informáticos, ou ainda, por eventos externos à organização.

Para gestão do risco operacional, foi desenvolvido e implementado um sistema que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação deste risco.

Justo valor de activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado

O justo valor dos activos e passivos financeiros que estão registados ao custo amortizado, para o BESI, é analisado como segue:

Os activos e passivos ao justo valor do BESI, são valorizados de acordo com a seguinte hierarquia:

Valores de cotação de mercado – nesta categoria incluem-se as cotações disponíveis em mercados oficiais e as

divulgadas por entidades que habitualmente fornecem preços de transacções para estes activos/passivos.

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Métodos de valorização com parâmetros observáveis no mercado – consiste na utilização de modelos internos de

valorização, designadamente modelos de fluxos de caixa descontados e de avaliação de opções, que implicam a

utilização de estimativas e requerem julgamentos que variam conforme a complexidade dos produtos objecto de

valorização. Não obstante, o Banco utiliza como inputs nos seus modelos, variáveis disponibilizadas pelo mercado, tais

como as curvas de taxas de juro, spreads de crédito, volatilidade e índices sobre cotações.

Os principais parâmetros utilizados, durante o exercício de 2008, nos modelos de valorização foram os seguintes:

Curvas de taxas de juro

As taxas de curto prazo apresentadas reflectem os valores indicativos do mercado monetário, para o longo prazo utilizam-se as curvas swap:

Spreads de crédito

Os spreads de crédito utilizados pelo Banco na avaliação dos derivados de crédito são multi-contribuídos e publicados

diariamente na Bloomberg em final do dia, sendo utilizados para os referidos efeitos os valores correspondentes às

entidades de referência. Seguidamente apresenta-se a evolução dos principais índices, que se entende como representativa do comportamento dos spreads de crédito no mercado ao longo do ano:

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Volatilidades de taxas de juro

Os valores a seguir apresentados referem-se às volatilidades implícitas (at the money), que servem de base para a

avaliação de opções de taxa de juro:

Câmbios e volatilidades

Seguidamente apresentam-se as taxas de câmbio (Banco Central Europeu) à data de balanço e as volatilidades

implícitas (at the money) para os principais pares de moedas, utilizadas na avaliação dos derivados:

Relativamente às taxas de câmbio, o Grupo utiliza nos seus modelos de avaliação a taxa spot observada no mercado

no momento da avaliação.

Índices sobre cotações

No quadro seguinte, resume-se a evolução dos principais índices de cotações e respectivas volatilidades:

As principais metodologias e pressupostos utilizados na estimativa do justo valor dos activos e passivos financeiros acima referidos são analisados como segue:

Caixa e disponibilidades em bancos centrais, Disponibilidades em outras instituições de crédito e Empréstimos e aplicações em instituições de crédito

Considerando aos prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

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Crédito a clientes

O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas contratualmente definidas.

Investimentos detidos até à maturidade

O justo valor destes instrumentos financeiros é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis. Caso não existam, o justo valor é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos.

Recursos de outras instituições de crédito

Considerando os prazos curtos associados a estes instrumentos financeiros, considera-se que o seu valor de balanço é uma estimativa razoável do respectivo justo valor.

Recursos de clientes

O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e de juros, considerando que as prestações ocorrem nas datas contratualmente definidas. Considerando que as taxas de juro aplicáveis são de natureza variável e o período de maturidade dos depósitos é substancialmente inferior a um ano, não existem diferenças quantificáveis no seu justo valor.

Débitos representados por títulos e Passivos subordinados

O justo valor destes instrumentos é baseado em cotações de mercado quando disponíveis, caso não existam é

estimado com base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros no futuro para estes instrumentos.

Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

Os principais objectivos da gestão de capital no BESI são (i) permitir o crescimento sustentado da actividade através da geração de capital suficiente para suportar o aumento dos activos, (ii) cumprir os requisitos mínimos definidos pelas entidades de supervisão em termos de adequação de capital e (iii) assegurar o cumprimento dos objectivos estratégicos do BESI em matéria de adequação de capital.

A definição da estratégia a adoptar em termos de gestão de capital é da competência da Comissão Executiva encontrando-se integrada na definição global de objectivos do BESI.

Em termos prudenciais, o Banco está sujeito à supervisão do Banco de Portugal que, tendo por base a Directiva Comunitária sobre a adequação de capitais, estabelece as regras que a este nível deverão ser observadas pelas diversas instituições sob a sua supervisão. Estas regras determinam um rácio mínimo de fundos próprios totais em relação aos requisitos exigidos pelos riscos assumidos, que as instituições deverão cumprir.

No âmbito da implementação do novo acordo de capital, designado por Basileia II, o Grupo concluiu, no dia 28 de Novembro de 2008, o processo de Candidatura Formal para a utilização da abordagem baseada no uso de modelos internos para o tratamento do risco de crédito (método “Internal Ratings Based” – IRB) e o método “Standard” para o tratamento do risco operacional (método “The Standardized Approach” – TSA).

Actualmente e para fins de reporte às autoridades de supervisão para efeitos prudenciais, o Grupo apresenta os rácios de solvabilidade segundo o método padrão para o risco de crédito e o indicador básico para o risco operacional.

Os elementos de capital do BESI dividem-se em Fundos Próprios Base, Fundos Próprios Complementares e Deduções, com a seguinte composição:

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Fundos Próprios de Base (Tier I): Esta categoria incluí o capital estatutário realizado, as reservas elegíveis, os resultados retidos do período, os interesses minoritários. São deduzidos pelo seu valor de balanço os valores relativos a goodwill apurado, a activos intangíveis, o valor das reservas de reavaliação de títulos de capital negativas, 50% do valor das participações superiores a 10% em instituições financeiras e entidades seguradoras e a desvios actuariais negativos decorrentes com benefícios pós emprego a empregados acima do limite do corredor, reconhecidos até ao exercício de 2008, e o rendimento esperado, e não obtido, do rendimento dos activos do fundo de pensões referentes ao exercício de 2008.

Fundos Próprios Complementares: Incorpora, essencialmente, a dívida subordinada emitida elegível e 45% das reservas de reavaliação positivas. São deduzidas as participações em instituições financeiras e entidades seguradoras em 50% do seu valor.

Deduções: Compreende, essencialmente, a amortização prudencial dos imóveis recebidos em dação para liquidação de créditos.

Adicionalmente, a composição da base de capital está sujeita a um conjunto de limites. Desta forma, as regras prudenciais estabelecem que os Fundos Próprios Complementares não podem exceder o Tier I e determinadas componentes dos FPC (o designado Lower Tier II) não podem superar 50% do Tier I.

Em Abril de 2007, o Banco de Portugal publicou o Aviso 4/2007 que alterou as regras de determinação dos fundos próprios. Este Aviso veio alterar o tratamento das participações em instituições financeiras e entidades seguradoras, que passaram a ser deduzidas em 50% aos FPB e 50% aos FPC. Anteriormente, essas deduções eram incluídas nas deduções efectuadas ao total dos fundos próprios.

Em Dezembro de 2008, o Banco de Portugal publicou o Aviso 11/2008, que estabeleceu um período transitório de quarto anos, de Dezembro de 2009 a Dezembro de 2012, para o reconhecimento dos desvios actuariais totais apurados em 2008, deduzidos do rendimento esperado dos activos do fundo relativos a esse mesmo ano.

Os principais movimentos ocorridos nos FPB, elegíveis para efeitos de TIER I, em 2008 e 2007 apresentam-se no quadro seguinte (valores em milhares de euros):

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O quadro seguinte apresenta um sumário dos cálculos de adequação de capital do BESI para 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2007:

NOTA 39 – NORMAS CONTABILÍSTICAS E INTERPRETAÇÕES RECENTEMENTE EMITIDAS

As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que o Grupo ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, podem ser analisadas como segue:

IFRS 1 (alterada) – Adopção pela primeira das normas internacionais de relato financeiro vez e IAS 27 – Demonstrações Financeiras consolidadas e separadas

As alterações ao IFRS 1 Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro e ao IAS 27

Demonstrações financeiras consolidadas e separadas são efectivas a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Estas alterações vieram permitir que as entidades que estão a adoptar as IFRS pela primeira vez na preparação das

suas contas individuais, adoptem como custo contabilístico (deemed cost) dos seus investimentos em subsidiárias,

empreendimentos conjuntos e associadas, o respectivo justo valor na data da transição para os IFRS ou o valor de

balanço determinado com base no referencial contabilístico anterior .

Na sequência das alterações efectuadas foi ainda eliminada a definição de método do custo da IAS 27 e substituída

pela exigência de apresentar os dividendos como proveito nas demonstrações financeiras individuais do investidor.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha qualquer impacto nas suas demonstrações financeiras.

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IFRS 2 (alterada) – Pagamentos com base em acções: condições de aquisição

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 uma alteração ao IFRS 2 a qual se torna

efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta alteração ao IFRS 2 (i) permitiu clarificar que as condições de aquisição dos direitos inerentes a um plano de

pagamentos com base em acções limitam-se a condições de serviço ou de performance, (ii) introduz o conceito de non-

vesting conditions e (ii) determina que qualquer cancelamento de programas, quer pela entidade quer por terceiras

partes, têm o mesmo tratamento contabilístico.

Não se esperam impactos significativos decorrentes do IFRS 2 alterada.

IFRS 3 (revista) – Concentrações de actividades empresariais e IAS 27 (alterada) Demonstrações financeiras

consolidadas e separadas

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 o IFRS 3 (revisto) Concentrações de

actividades empresarias e uma alteração ao IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas.

Os principais impactos das alterações a estas normas correspondem: (i) ao tratamento de aquisições parciais, em que

os interesses sem controlo (antes denominados de interesses minoritários) poderão ser mensurados ao justo valor (o

que implica o reconhecimento total do goodwill por contrapartida dos interesses sem controlo) ou como a parcela

atribuível do justo valor dos activos líquidos adquiridos (tal como actualmente requerido); (ii) aos step acquisition em que

as novas regras obrigam, aquando do calculo do goodwill, à reavaliação, por contrapartida de resultados, do justo valor

de qualquer interesse sem controlo detido previamente à aquisição tendente à obtenção de controlo; (iii) ao registo dos

custos directamente relacionados com uma aquisição de uma subsidiária que passam a ser directamente imputados a

resultados; (iv) aos preços contingentes cuja alteração de estimativa ao longo do tempo passa a registada em

resultados e não afecta o goodwill e (v) às alterações das percentagens de subsidiárias detidas que não resultam na

perda de controlo as quais passam a ser registadas como movimentos de capitais próprios.

Adicionalmente, das alterações ao IAS 27 resulta ainda que as perdas acumuladas numa subsidiária passarão a ser

atribuídas aos interesses sem controlo (reconhecimento de interesses sem controlo negativos) e que, aquando da

alienação de uma subsidiária, tendente à perda de controlo qualquer interesse sem controlo retido é mensurado ao justo

valor determinado na data da alienação.

Esta revisão do IFRS 3 e alteração do IAS 27 são efectivas para exercícios com início a partir de 1 de Julho de 2009. O

Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção destas normas alteradas.

IFRS 8 – Segmentos operacionais

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em 30 de Novembro de 2006 o IFRS 8 Segmentos

operacionais, o qual foi adoptada para uso na União Europeia em 21 de Novembro de 2007.

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O IFRS 8 define a apresentação da informação sobre segmentos operacionais de uma entidade. Esta norma especifica

como uma entidade deverá reportar a sua informação nas demonstrações financeiras anuais, e como consequência

alterará o IAS 34 Reporte financeiro interino, no que respeita à informação a ser seleccionada para reporte financeiro

interino. Uma entidade terá também que fazer uma descrição sobre a informação apresentada por segmento

nomeadamente resultados e operações, assim como uma breve descrição de como os segmentos são construídos.

Esta norma é de aplicação mandatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma.

IAS 1 (alterado) – Apresentação de demonstrações financeiras

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Setembro de 2007 o IAS 1 (alterado) Apresentação de

demonstrações financeiras, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

O IAS 1 (alterado) exige que a informação financeira seja agregada na preparação das demonstrações financeiras, em

função das suas características de base e introduz a demonstração de “comprehensive income”.

Na sequência das alterações impostas por esta norma os utilizadores das demonstrações financeiras poderão mais

facilmente distinguir as variações nos capitais próprios do Grupo decorrentes de transacções com accionistas, enquanto

accionistas (ex. dividendos, transacções com acções próprias) e transacções com terceiras partes, ficando estas

resumidas na demonstração de “comprehensive income”.

Adicionalmente, sempre que a informação comparativa seja reescrita ou reclassificada, nomeadamente na sequência

da introdução de novas normas contabilísticas, torna-se necessária a apresentação de um balanço reportado à data de

início do período comparativo incluído nas demonstrações financeiras

As alterações impostas pelo IAS 1 terão efeito ao nível da apresentação das demonstrações financeiras do Grupo

estando actualmente em curso um trabalho com vista à determinação da extensão das modificações necessárias.

IAS 23 (alterado) – Custos de empréstimos obtidos

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Março de 2007 o IAS 23 (alterado) Custos de

empréstimos obtidos, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta norma exige que as entidades capitalizem os custos de empréstimos obtidos directamente atribuíveis ao custo de

aquisição, construção ou produção de um activo qualificável, como parte integrante do custo de aquisição, construção

ou produção desse activo. Assim, a opção de registar tais custos directamente nos resultados é eliminada.

Activos qualificáveis correspondem àqueles que necessitam de um período substancial de tempo para ficar prontos ara

o seu uso ppretendido ou para venda.

O Grupo não espera que esta alteração ao IAS 23 tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

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Alteração ao IAS 32 - Instrumentos financeiros: apresentação – Instrumentos financeiros ‘puttable’ e obrigações

decorrentes de liquidação

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Fevereiro de 2008 uma alteração ao IAS 32 Instrumentos

financeiros: Apresentação – Instrumentos financeiros ‘puttable’ e Obrigações decorrentes de liquidação a qual é de

aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta alteração afecta a classificação de instrumentos financeiros ‘puttable’ e de obrigações decorrentes de liquidação.

De acordo com os actuais requisitos do IAS 32, os instrumentos financeiros (i) reembolsáveis em dinheiro ou através da

entrega de outros activos financeiros ou (ii) que concedem ao detentor um direito de exigir que o emitente proceda a

sua reaquisição (instrumentos ‘puttable’), são classificados como passivos financeiros. A alteração agora efectuada a

esta norma, implica que alguns instrumentos que actualmente qualificam como passivos financeiros, passem a ser

reconhecidos como instrumentos de capital, caso os mesmos representem o interesse residual último nos activos

líquidos de uma entidade.

O IASB alterou ainda o IAS 1 Apresentação de demonstrações financeiras tendo incluído requisitos adicionais de

divulgação relativos a este tipo de instrumentos.

Não se prevê que a presente alteração ao IAS 32 venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras

do Grupo.

Alteração ao IAS 39 – Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração – activos e passivos elegíveis para cobertura

O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu uma alteração ao IAS 39 Instrumentos financeiros:

reconhecimento e mensuração – activos e passivos elegíveis para cobertura a qual é de aplicação obrigatória a partir de

1 de Julho de 2009.

Esta alteração clarifica a aplicação dos princípios existentes que determinam quais os riscos ou quais os cash flows

elegíveis de serem incluídos numa operação de cobertura.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras.

IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes

O IFRIC 13 Programas de fidelização de clientes foi emitido em Julho de 2007 e entra em vigor para exercícios iniciados

a partir de 1 de Julho de 2008, sendo por isso apenas relevante para o Grupo a partir de 1 de Janeiro de 2009.

Esta interpretação aplica-se a programas de fidelização de clientes, onde são adjudicados créditos aos mesmos como

parte integrante de uma venda ou prestação de serviços e estes poderão trocar esses créditos, no futuro, por serviços

ou mercadorias gratuitamente ou com desconto.

O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

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IFRIC 15 – Acordos para construção de imóveis

O IFRIC 15 Acordos para construção de imóveis, entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Janeiro de

2009.

Esta interpretação contém orientações que permitem determinar se um contracto para a construção de imóveis se

encontra no âmbito do IAS 18 Reconhecimento de proveitos ou do IAS 11 Contratos de construção, sendo expectável

que a IAS 18 seja aplicável a um número mais abrangente de transacções.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

IFRIC 16 – Cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira

O IFRIC 16 Cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira entra em vigor para exercícios

iniciados a partir de 1 de Outubro de 2008.

Esta interpretação visa clarificar que:

• a cobertura de um investimento numa operação em moeda estrangeira poder ser aplicada apenas a

diferenças cambiais decorrentes da conversão das demonstrações financeiras das subsidiárias na sua

moeda funcional para a moeda funcional da casa-mãe e apenas por um montante igual ou inferior ao activo

líquido da subsidiária;

• o instrumento de cobertura pode ser contratado por qualquer entidade do Grupo, excepto pela entidade que

está a ser objecto de cobertura; e

• aquando da venda da subsidiária objecto de cobertura, o ganho ou perda acumulado referente à

componente efectiva da cobertura é reclassificado para resultados.

Esta interpretação permite que uma entidade que utiliza o método de consolidação em escada, escolha uma política

contabilística que permita a determinação do ajustamento de conversão cambial acumulado que é reclassificado para

resultados na venda da subsidiária, tal como faria se o método de consolidação adoptado fosse o directo.

Esta interpretação é de aplicação prospectiva. O Grupo encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao

nível das suas demonstrações financeiras.

IFRIC 17 – Distribuições em espécie a accionistas

O IFRIC 17 Distribuições em espécie a accionistas entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho de

2009.

Esta interpretação visa clarificar o tratamento contabilístico das distribuições em espécie a accionistas. Assim,

estabelece que as distribuições em espécie devem ser registadas ao justo valor sendo a diferença para o valor de

balanço dos activos distribuídos reconhecida em resultados aquando da distribuição.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

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- 262 -

IFRIC 18 – Transferências de activos de clientes

O IFRIC 18 Transferências de activos de clientes entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho de

2009.

Esta interpretação visa clarificar o tratamento contabilístico de acordos celebrados mediante os quais uma entidade

recebe activos de clientes para sua própria utilização e com vista a estabelecer posteriormente uma ligação dos clientes

a uma rede ou conceder aos clientes acesso contínuo ao fornecimento de bens ou serviços.

A Interpretação clarifica:

• as condições em que um activo se encontra no âmbito desta interpretação;

• o reconhecimento do activo e a sua mensuração inicial;

• a identificação dos serviços identificáveis (um ou mais serviços em troca do activo transferido);

• o reconhecimento de proveitos;

• a contabilização da transferência de dinheiro por parte de clientes.

O Grupo não espera que esta interpretação tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras.

Annual Improvement Project

Em Maio de 2008 o IASB publicou o Annual Improvement Project o qual alterou certas normas então em vigor. A data

de efectividade das alterações varia consoante a norma em causa sendo a maioria de aplicação obrigatória para o

Grupo em 2009.

As principais alterações decorrentes do Annual Improvement Project resumem-se como segue:

• Alteração ao IFRS 5 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais em descontinuação,

efectiva a partir de 1 de Julho de 2009. Esta alteração veio esclarecer que a totalidade dos activos e

passivos de uma subsidiária devem ser classificados como activos não correntes detidos para venda de

acordo com o IFRS 5 se existir um plano de venda parcial da subsidiária tendente à perda de controlo. Esta

norma será adoptada prospectivamente pelo Grupo em 2010;

• Alteração ao IAS 1 Apresentação das demonstrações financeiras, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009.

A alteração clarifica que apenas alguns instrumentos financeiros classificados na categoria de negociação,

e não todos, são exemplos de activos e passivos correntes. A entrada em vigor desta alteração não terá

efeito nas demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 16 Activos fixos tangíveis, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. A alteração efectuada

estabelece regras de classificação (i) das receitas provenientes da alienação de activos detidos para

arrendamento subsequentemente vendidos e (ii) destes activos durante o tempo que medeia entre a data

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- 2006

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da cessão do arrendamento e a data da sua alienação. Esta alteração ao IAS 16 não terá impacto

significativo nas demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 19 Benefícios dos empregados, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. As alterações

efectuadas permitiram clarificar (i) o conceito de custos com serviços passados negativos decorrentes da

alteração do plano de benefícios definidos, (ii) a interacção entre o retorno esperado dos activos e os custos

de administração do plano, e (iii) a distinção entre benefícios de curto e de médio e longo prazo. As

alterações do IAS 19 serão adoptadas pelo Grupo em 2009, embora não seja expectável que as mesmas

tenham um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras consolidadas;

• Alteração ao IAS 20 Contabilização dos subsídios do governo e divulgação de apoios do governo, efectiva a

partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração estabelece que o benefício decorrente da obtenção de um

empréstimo do governo com taxas inferiores às praticadas no mercado, deve ser mensurado como a

diferença entre o justo valor do passivo na data da sua contratação, determinado de acordo com o IAS 39

Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração e o valor recebido. Tal benefício deverá ser

subsequentemente registado de acordo com o IAS 20. Esta alteração não deverá ter efeitos significativos

nas demonstrações financeiras do Grupo;

• Alteração ao IAS 23 Custos de empréstimos obtidos, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. O conceito

de custos de empréstimos obtidos foi alterado de forma a clarificar que os mesmos devem ser determinados

de acordo com o método da taxa efectiva preconizado no IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento

e mensuração, eliminando assim a inconsistência existente entre o IAS 23 e o IAS 39. Não se espera que

esta alteração tenha impactos significativos ao nível das demonstrações financeiras consolidadas do Grupo;

• Alteração ao IAS 27 Demonstrações financeiras consolidadas e separadas, efectiva a partir de 1 de Janeiro

de 2009. A alteração efectuada a esta norma determina que nos casos em que um investimento numa

subsidiária esteja registado pelo seu justo valor nas contas individuais, de acordo com o IAS 39

Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração, e tal investimento qualifique para classificação

como activo não corrente detido para venda de acordo com o IFRS 5 Activos não correntes detidos para

venda e unidades operacionais em descontinuação, o mesmo deverá continuar a ser mensurado no âmbito

do IAS 39. Esta alteração não terá impacto nas demonstrações financeiras das entidades do Grupo na

medida em que, nas respectivas contas individuais, os investimentos em subsidiárias são registados ao

custo de aquisição de acordo com o IAS 27;

• Alteração ao IAS 28 Investimentos em associadas, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. As alterações

introduzidas ao IAS 28 tiveram como objectivo esclarecer (i) que um investimento numa associada deve ser

tratado como um activo único para efeitos dos testes de imparidade a efectuar à luz do IAS 36 Imparidade

de activos, (ii) que qualquer perda por imparidade a reconhecer não deverá ser alocada a activos

específicos nomeadamente ao goodwill e (iii) que as reversões de imparidade são registadas como um

ajustamento ao valor de balanço da associada desde que, e na medida em que, o valor recuperável do

investimento aumente. Esta norma será adoptada pelo Grupo em 2009 não sendo expectável que a mesma

tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras consolidadas;

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• Alteração ao IAS 38 Activos intangíveis, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração veio

determinar que uma despesa com custo diferido, incorrida no contexto de actividades promocionais ou

publicitárias, só pode ser reconhecida em balanço quando tenha sido efectuado um pagamento adiantado

em relação a bens ou serviços que serão recebidos numa data futura. O reconhecimento em resultados

deverá ocorrer aquando a entidade tenha o direito ao acesso aos bens e os serviços sejam recebidos. Não

se espera que esta alteração tenha impactos significativos nas contas do Grupo;

• Alteração ao IAS 39 Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração, efectiva a partir de 1 de

Janeiro de 2009. Estas alterações consistiram fundamentalmente em (i) esclarecer que é possível efectuar

transferências de e para a categoria de justo valor através de resultados relativamente a derivados sempre

que os mesmos iniciam ou terminam uma relação de cobertura em modelos de cobertura de fluxos de caixa

ou de um investimento líquido numa associada ou subsidiária, (ii) alterar a definição de instrumentos

financeiros ao justo valor através de resultados no que se refere à categoria de negociação, de forma a

estabelecer que no caso de carteiras de instrumentos financeiros geridos em conjunto e relativamente aos

quais exista evidência de actividades recentes tendentes a realização de ganhos de curto prazo, as

mesmas devem ser classificadas como de negociação no seu reconhecimento inicial, (iii) alterar os

requisitos de documentação e testes de efectividade nas relações de cobertura estabelecidas ao nível dos

segmentos operacionais determinados no âmbito da aplicação do IFRS 8 Segmentos operacionais, e (iv)

esclarecer que a mensuração de um passivo financeiro ao custo amortizado, após a interrupção da

respectiva cobertura de justo valor, deve ser efectuada com base na nova taxa efectiva calculada na data

da interrupção da relação de cobertura. O Grupo adoptará esta norma em 2009 não esperando actualmente

impactos significativos decorrentes da sua adopção;

• Alteração ao IAS 40 Propriedades de investimento, efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. Na sequência

desta alteração, as propriedades em construção ou desenvolvimento com vista ao seu uso subsequente

como propriedades de investimento passam a estar incluídas no âmbito do IAS 40 (antes abrangidas pelo

IAS 16 Activos fixos tangíveis). Tais propriedades em construção poderão ser registadas ao justo valor

excepto se o mesmo não puder ser medido com fiabilidade, caso em que deverão ser registadas ao custo

de aquisição. Actualmente esta alteração não deverá ter impacto significativo nas demonstrações

financeiras do Grupo.

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Relatório e Parecer do Conselho Fiscal do

Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. relativos ao exercício de 2008

Ao Accionista do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

Nos termos da legislação em vigor, apresentamos o relatório sobre a actividade fiscalizadora desenvolvida

pelo Conselho Fiscal sobre o Relatório de Gestão, as contas individuais e consolidadas e a proposta de

aplicação de resultados, relativamente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, apresentados pelo

Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Investimento (doravante, BESI).

Durante o exercício de 2008 o Conselho Fiscal do BESI, no âmbito das suas atribuições, acompanhou, nos

termos da Lei e do contrato de sociedade, a evolução da gestão e da actividade do BESI, nomeadamente:

(i) apreciou a adequação e a eficácia dos sistemas de gestão de riscos, de controlo interno e de

auditoria interna;

(ii) participou, nas reuniões do Conselho de Administração, sempre que foi convocado para as mesmas;

(iii) analisou os documentos de informação de gestão que foram apresentados pelo Conselho de

Administração;

(iv) acompanhou a verificação dos registos contabilísticos e dos correspondentes documentos de suporte;

(v) apreciou as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados pelo BESI; e

(vi) teve reuniões, sempre que necessárias, com o Revisor Oficial de Contas sobre a apreciação das

políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados pelo BESI, o qual sempre prestou as

informações tidas como relevantes.

O Conselho Fiscal apreciou também, nos termos da Lei, o Relatório de Fiscalização Anual elaborado pelo

Revisor Oficial de Contas, relativo às contas individuais e consolidadas, tendo igualmente tomado

conhecimento da Certificação Legal de Contas (individual e consolidada), sobre as referidas demonstrações

financeiras referentes ao exercício de 2008, que não apresentam quaisquer reservas ou ênfases e com as

quais concorda.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 266 -

Foi ainda analisado o Relatório de Gestão elaborado pelo Conselho de Administração, que no entender deste

Conselho cumpre os requisitos legais e estatutários e é elucidativo dos principais aspectos que

circunscreveram a actividade do BESI no exercício de 2008, tanto em termos individuais como em termos

consolidados.

O Conselho Fiscal tomou ainda conhecimento das conclusões do Relatório de Auditoria elaborado por uma

sociedade internacional de auditoria.

Face ao exposto, é parecer deste Conselho que seja aprovado:

• O Relatório de Gestão e os restantes documentos de prestação de contas, individuais e

consolidadas, do exercício findo em 31 de Dezembro de 2008;

• A proposta apresentada, pelo Conselho de Administração, de aplicação do resultado líquido

individual do exercício de 2008, no montante de 15.797.436,00 euros.

Lisboa, 13 de Março de 2009

O CONSELHO FISCAL

José Manuel Macedo Pereira

(Presidente)

Tito Manuel das Neves Magalhães Basto

Mário Paulo Bettencourt de Oliveira

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 267 -

Banco Espírito Santo de Investimento, S.A,

CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS E

RELATÓRIO DE AUDITORIA

(Contas Individuais)

INTRODUÇÃO 1. Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das Contas e Relatório de

Auditoria sobre a informação financeira contida no relatório de gestão e nas demonstrações financeiras anexas do exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, do “Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.”, as quais compreendem: o Balanço (que evidencia um total de 3.551.190 milhares de euros e um total de capital próprio de 164.329 milhares de euros, incluindo um resultado líquido de 15.797 milhares de euros), as Demonstrações dos resultados por naturezas, a Demonstração dos fluxos de caixa, as alterações nos capitais próprios do exercício findo naquela data e as correspondentes Notas explicativas.

2. As quantias das demonstrações financeiras, bem como as da informação financeira adicional, são as que

constam dos registos contabilísticos. RESPONSABILIDADES 3. É da responsabilidade do Conselho de Administração:

a) a preparação de demonstrações financeiras, em conformidade com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA) emitidas pelo Banco de Portugal que têm como base a aplicação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas na União Europeia, com excepção das matérias definidas nos n.os 2º e 3º do Aviso n.º 1/2005 e no n.º 2º do Aviso nº 4/2005 do Banco de Portugal (“NCA”), que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do Banco, o resultado das suas operações, as alterações nos capitais próprios e os fluxos de caixa;

b) a informação financeira histórica, que seja preparada de acordo com os princípios contabilísticos

geralmente aceites e que seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários;

c) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados;

d) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado; e

e) a informação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a sua actividade, posição financeira

ou resultados.

4. A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos documentos de

prestação de contas acima referidos, designadamente sobre se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no nosso exame.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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ÂMBITO 5. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de

Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu:

- a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das

demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;

- a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo

em conta as circunstâncias;

- a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade;

- a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras; e

- a apreciação se a informação financeira é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita.

6. O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação financeira constante do

relatório de gestão com os restantes documentos de prestação de contas. 7. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.

OPINIÃO 8. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada,

em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira do “Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.”, em 31 de Dezembro de 2008, o resultado das suas operações, as alterações nos capitais próprios e os fluxos de caixa no exercício findo naquela data, de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas conforme definidas pelo Banco de Portugal e a informação nelas constante é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita.

Lisboa, 11 de Março de 2009

Dr. José Maria Ribeiro da Cunha em representação de: “AMÁVEL CALHAU, RIBEIRO DA CUNHA E ASSOCIADOS - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas -”

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Banco Espírito Santo de Investimento, S.A,

RELATÓRIO ANUAL SOBRE A FISCALIZAÇÃO EFECTUADA EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008

(Contas Individuais)

Exmºs. Senhores Accionistas, 1. No cumprimento das disposições legais e estatutárias, apresentamos o nosso relatório sobre a acção

fiscalizadora por nós exercida no decorrer do exercício de 2008 sobre o relatório, o balanço e as contas relativas aquele exercício, elementos estes submetidos à nossa apreciação pelo Conselho de Administração do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A.

2. No ano anterior efectuámos a revisão das demonstrações financeiras e elaborámos, igualmente, o respectivo relatório e certificação legal das contas.

3. Acompanhámos a gestão do Banco nas suas deliberações mais relevantes e reunimos com o Conselho

de Administração, que nos manteve informados sobre as diferentes políticas seguidas para o desenvolvimento da instituição.

4. As contas e o resultado da gestão foram seguidas e apreciadas no decorrer da nossa actividade e, para

se obter um conhecimento adequado do trabalho desenvolvido no Banco, importa referir que:

4.1 A análise às contas foi efectuada de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, e com a profundidade considerada necessária para o efeito.

4.2 Verificámos os livros e os registos contabilísticos, assim como os documentos que lhes servem de suporte e constatámos a aplicação correcta da Lei e dos Estatutos.

4.3 Efectuámos exames necessários ao controlo dos valores patrimoniais, através de procedimentos de revisão de contas geralmente aceites como adequados.

4.4 Os critérios valorimétricos adoptados nas operações patrimoniais vêm sendo aplicados de um modo

consistente e uniforme em exercícios sucessivos e encontram-se devidamente explicitados na nota 2 do Anexo às demonstrações financeiras. Verificámos, igualmente, que os critérios valorimétricos adoptados na preparação das contas estão de acordo com as normas de contabilidade ajustadas (NCA) tal como definidas pelo Banco de Portugal, a que o BESI, S.A. se encontra sujeito.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

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5. O relatório do Conselho de Administração menciona os factos administrativos mais significativos, complementa as contas e contém referências aos negócios sociais, esclarecendo adequadamente a gestão do exercício.

6. Em consequência do exame efectuado emitimos, nesta data, a respectiva certificação legal das contas

sem qualificações. Lisboa, 11 de Março de 2009 José Maria Ribeiro da Cunha em representação de: "Amável Calhau, Ribeiro da Cunha e Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas -"

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KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. Edifício Monumental Av. Praia da Vitória, 71 - A, 11º 1069-006 Lisboa Portugal

Telefone: +351 210 110 000 Fax: +351 210 110 121 Internet: www.kpmg.pt

KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a f irma portuguesa membro da rede KPMG, composta por f irmas independentes afiliadas da KPMG Internacional, uma cooperativa suíça.

KPMG & Associados - S.R.O.C., S.A. Capital Social: 2.840.000 Euros - Pessoa Colectiva Nº PT 502 161 078 - Inscrito na O.R.O.C. Nº 189 - Inscrito na C.M.V.M. Nº 9093

Matriculada na Conservatória do registo Comercial de Lisboa sob o nº 715, f ls. 178 do Livro C - 2/3

BANCO ESPÍRITO SANTO DE INVESTIMENTO, S.A.

RELATÓRIO DOS AUDITORES

Introdução 1 Examinámos as demonstrações financeiras do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A., as quais

compreendem: o Balanço em 31 de Dezembro de 2008 (que evidencia um total de 3.551.190 milhares de euros e um total de capital próprio de 164.329 milhares de euros, incluindo um resultado líquido de 15.797 milhares de euros), a Demonstração dos resultados, a Demonstração dos fluxos de caixa e a Demonstração das alterações nos capitais próprios do exercício findo naquela data, e as correspondentes Notas explicativas.

Responsabilidades 2 É da responsabilidade do Conselho de Administração:

a) a preparação de demonstrações financeiras, em conformidade com as Normas de Contabilidade

Ajustadas definidas pelo Banco de Portugal que têm como base a aplicação das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) em vigor tal como adoptadas na União Europeia, com excepção das matérias definidas nos nºs 2º e 3º do Aviso nº 1/2005 e no nº 2º do Aviso nº 4/2005 do Banco de Portugal (NCA), que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do Banco, o resultado das suas operações, os fluxos de caixa e as alterações nos capitais próprios;

b) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados; e

c) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado.

3 A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no

nosso exame daquelas demonstrações financeiras.

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Âmbito 4 O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de

Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu:

• a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das

demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;

• a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias;

• a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e,

• a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras.

5 O nosso exame abrangeu também a verificação da concordância da informação financeira constante do

relatório de gestão com as demonstrações financeiras. 6 Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.

Opinião 7 Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada,

em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira do Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. em 31 de Dezembro de 2008, o resultado das suas operações, os fluxos de caixa e as alterações nos capitais próprios no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA) conforme definidas pelo Banco de Portugal.

Lisboa, 9 de Março de 2009 ___________________________________________________ KPMG & Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. (nº 189) representada por Inês Maria Bastos Viegas Clare Neves Girão de Almeida (ROC n.º 967)

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ANEXOS

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Anexo - Participações Accionistas e Obrigacionistas dos Membros de Órgãos de Administração e Fiscalização Anexo a que se refere o número 5 do Artigo 447.º do Código das Sociedades Comerciais

Títulos Data Aquisições Alienações Preço unitário (€)

Ricardo Espirito Santo Silva Salgado Acções BES 436.880 07-01-2008 33.334 0 14,50

01-07-2008 10.000 0 9,45

08-07-2008 10.000 0 8,87

08-08-2008 10.000 0 8,80 500.214

Acções Fiduprivate 20 0 0 20

José Maria Espirito Santo Silva Ricciardi Acções BES 19.555 08-05-2008 0 3.213 12,41 16.342

Francisco Ravara Cary Acções BES 30.238 07-05-2008 0 3.963 12,41 26.275

Rafae l Calde ira de Castel-Branco Valverde Acções BES 18.655 07-05-2008 0 2.774 12,41 15.881

Miguel António Igre jas Horta e Costa - 0 0 0 0

Am ílcar Carlos Ferre ira de Morais Pires Acções BES 24.291 0 0 24.291

António Espirito Santo Silva Salgado Acções BES 0 27-02-2008 5.000 0 11,92

18-03-2008 5.000 0 11,05

18-08-2008 0 3.000 9,15 7.000

Bernard Marce l Fernand Basecqz - 0 0 0 0

Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia * Acções BES 0 30-01-2008 7.000 0 11,70

04-02-2008 850 0 11,82

04-02-2008 0 850 12,03

05-02-2008 11.000 0 11,80

06-02-2008 7.000 0 11,64

07-02-2008 12.000 0 11,76

08-02-2008 3.000 0 11,83

11-02-2008 20.000 0 11,71

12-02-2008 14.000 0 11,65

14-02-2008 2.000 0 12,27

15-02-2008 0 3.000 12,33

19-02-2008 4.000 0 12,54

20-02-2008 7.000 0 12,29

21-02-2008 10.000 0 12,19

22-02-2008 8.000 0 12,11

25-02-2008 6.000 0 11,97

26-02-2008 14.000 0 12,02

27-02-2008 18.000 0 11,93

28-02-2008 10.000 0 11,85

29-02-2008 3.000 0 11,80

03-03-2008 12.689 0 11,72

04-03-2008 22.311 0 11,62

05-03-2008 6.000 0 11,66

06-03-2008 19.000 0 11,59

07-03-2008 12.000 0 11,50

10-03-2008 15.000 0 11,46

11-03-2008 8.300 0 11,55

12-03-2008 21.905 0 11,63

13-03-2008 49.795 0 11,26

14-03-2008 30.000 0 11,25

17-03-2008 9.000 0 10,71

18-03-2008 3.000 0 10,92

10-04-2008 10.000 0 11,45

11-04-2008 5.000 0 11,47

29-05-2008 18.301 0 11,48

02-06-2008 14.677 0 11,42

03-06-2008 14.160 0 11,40

04-06-2008 22.862 0 11,31

05-06-2008 16.573 0 11,31

06-06-2008 13.427 0 11,24

30-07-2008 2.500 0 10,09

31-07-2008 2.500 0 9,80

Nº titulos à data de 31/12/2007

Nº titulos à data de 31/12/2008

Movimentos em 2008Accionistas/Obrigacionistas

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

- 275 -

Títulos Data Aquisições Alienações Preço unitário (€)

05-08-2008 2.500 0 9,38

06-08-2008 2.500 0 8,80

11-08-2008 0 2.500 9,06

19-08-2008 1.500 0 9,00

21-08-2008 1.500 0 8,66

01-09-2008 0 1.500 8,86

03-09-2008 1.000 0 8,80

03-09-2008 1.000 0 8,80

03-09-2008 0 1.000 8,90

04-09-2008 1.000 0 8,68

04-09-2008 1.000 0 8,74

05-09-2008 1.000 0 8,40

05-09-2008 1.000 0 8,54

08-09-2008 1.000 0 8,55

08-09-2008 0 2.000 8,76

09-09-2008 0 1.000 8,75

10-09-2008 1.000 0 8,50

12-09-2008 1.000 0 8,37

12-09-2008 1.000 0 8,39

16-09-2008 1.000 0 7,92

16-09-2008 0 1.000 8,05

17-09-2008 1.000 0 8,18

18-09-2008 2.000 0 7,82

18-09-2008 0 2.000 7,92

19-09-2008 0 2.000 8,82

19-09-2008 2.000 0 8,97

19-09-2008 0 2.000 9,07

19-09-2008 0 2.000 9,16

23-09-2008 1.000 0 8,38

24-09-2008 1.000 0 8,20

24-09-2008 0 1.000 8,40

25-09-2008 0 1.000 8,58

25-09-2008 0 1.000 8,72

26-09-2008 1.500 0 8,82

26-09-2008 0 2.000 8,95

30-09-2008 0 4.500 8,30

30-09-2008 2.000 0 8,40

01-10-2008 2.000 0 8,70

01-10-2008 0 2.000 8,90

03-10-2008 2.000 0 8,56

06-10-2008 2.000 0 8,35

06-10-2008 2.000 0 8,20

07-10-2008 0 2.000 8,30

07-10-2008 2.000 0 7,93

08-10-2008 0 2.000 8,03

10-10-2008 2.000 0 7,80

10-10-2008 0 2.000 7,99

10-10-2008 2.000 0 7,90

13-10-2008 0 2.000 8,18

14-10-2008 2.000 0 8,02

15-10-2008 0 2.000 8,15

15-10-2008 2.000 0 8,00

20-10-2008 0 2.000 8,21

22-10-2008 2.000 0 8,00

28-10-2008 0 2.000 7,49

28-10-2008 2.000 0 7,29

04-11-2008 0 2.000 7,80

06-11-2008 1.700 0 7,65

06-11-2008 0 1.700 7,91

12-11-2008 2.000 0 7,74

10-12-2008 0 2.000 6,21 489.000

Nº titulos à data de 31/12/2007

Nº titulos à data de 31/12/2008

Movimentos em 2008Accionistas/Obrigacionistas

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 276 -

Títulos Data Aquisições Alienações Preço unitário (€)

Chris tian Georges Jacques M inzolini Acções BES 24.841 0 0 24.841

Diogo Luis Ramos de Abreu Acções BES 23.154 08-04-2008 3.463 11,95 19.691

Duarte José Borges Coutinho Espirito Santo Silva Acções BES 50.100 0 0 50.100

Obrigações BES Finance Ltd. 07/02/2035 125 0 0 125

Félix Aguirre Cabanyes - 0 0 0 0

João Filipe Espírito Santo de Brito e Cunha - 0 0 0 0

José Manuel Pinheiro Espirito Santo Silva Acções BES 124.725 29-01-2008 10.000 0 12,21

11-04-2008 5.000 0 11,48

24-06-2008 1.000 0 10,45

13-10-2008 18.000 0 8,30 158.725

Acções Fiduprivate 20 0 0 20

Luis M iguel Pina Alves Luna Vaz Acções BES 10.705 0 0 10.705

Mário da Silve ira Teixeira Junior - 0 0 0 0

Moses Dodo - 0 0 0 0

Paulo José Lameiras Martins Acções BES 13.979 0 0 13.979

Pedro Manuel de Castro Simões Ferre ira Neto Acções BES 22.265 07-05-2008 0 2.774 12,41

08-05-2008 0 728 12,41 18.763

Ricardo Abecassis Espirito Santo Silva Acções BES 43.004 31-01-2008 470 0 11,69

01-02-2008 1.530 0 11,96

07-05-2008 320 0 12,43

07-05-2008 0 3.963 12,41

17-06-2008 480 0 10,96 41.841

Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro Acções BES 14.453 07-05-2008 2.044 12,41 12.409

José Manuel Macedo Pere ira - 0 0 0 0

Tito Manuel das Neves Magalhães Basto - 0 0 0 0

Mário Paulo Bettencourt de Olive ira - 0 0 0 0

Am ável Calhau, Ribe iro da Cunha & Associados - SROC - 0 0 0 0

José Maria Rego Ribeiro da Cunha - 0 0 0 0

(*) Directam ente e através de Sociedade onde exerce funções de ges tão.

Nº titulos à data de 31/12/2007

Nº titulos à data de 31/12/2008

Movimentos em 2008Accionistas/Obrigacionistas

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

- 277 -

Anexo - Participações de Accionistas Anexo a que se refere o número 4 do Artigo 448.º do Código das Sociedades Comerciais

Accionista % do capital

Banco Espirito Santo, S.A. 100%

Fonte: Espírito Santo Investment

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 278 -

Anexo - Adopção das Recomendações do Financial Stability Forum (FSF) e do Committee of European Banking Supervisors (CEBS) relativas à Transparência da Informação e à valorização dos Activos - Carta Circular nº97/2008/DSB de 03 de Dezembro, do Banco de Portugal

I. Modelo de Negócio

1. Descrição do modelo de negócio

No ponto número 2 designado de “Actividade e Resultados” do Relatório de Gestão, faz-se a descrição sobre o modelo de negócio do Espírito Santo Investment.

2. Estratégias e objectivos

As estratégias e objectivos do Espírito Santo Investment. estão igualmente divulgados no ponto número 2 do Relatório de Gestão.

3., 4. e 5. Actividades desenvolvidas e contribuição para o negócio

No ponto 2 do Relatório de Gestão e na Nota Explicativa número 4 às Demonstrações Financeiras Consolidadas

apresenta-se informação sobre as actividades desenvolvidas pelo Espírito Santo Investment e a sua

contribuição para o negócio. II. Riscos e Gestão de Riscos

6. e 7. Riscos e gestão de riscos

No ponto 4 do Relatório de Gestão, designado por “Gestão Integrada do Riscos”, dá-se nota da organização da gestão dos riscos e dos mecanismos de gestão para a sua monitorização e controlo no Espírito Santo Investment.

Na Nota Explicativa número 39 às Demonstrações Financeiras Consolidadas é apresentada diversa informação que permite ao mercado obter a percepção sobre os riscos incorridos pelo Espírito Santo Investment.

III. Impacto do Período de Turbulência Financeira nos Resultados

8. 9. e 10. Descrição qualitativa e quantitativa dos resultados

No ponto 5 do Relatório de Gestão, designado por “Nota sobre a turbulência”, apresentam-se os impactos do período de turbulência financeira.

11. Comparação dos impactos entre períodos

Os impactos directos e indirectos do período de turbulência no Espírito Santo Investment verificam-se no exercício de 2008, os quais se encontram desenvolvidos no ponto 5 do Relatório de Gestão.

12. Decomposição dos write-downs entre realizados e não realizados

Os proveitos e custos dos activos e passivos detidos para negociação e dos activos ao justo valor através de resultados e dos activos disponíveis para venda encontram-se desagregados por instrumento financeiro nas Notas Explicativas 7 e 8 às Demonstrações Financeiras Consolidadas.

Os ganhos e perdas não realizados dos activos disponíveis para venda, bem como a desagregação das posições mais significativas constam da Nota Explicativa às Demonstrações Financeiras Consolidadas número 18.

13. Descrição da influência da turbulência financeira na cotação das acções

Não aplicável no universo do Espírito Santo Investment.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 2006

- 279 -

14. Risco de perda máxima

Na Nota Explicativa às Demonstrações Financeiras Consolidadas número 39 divulga-se informação relevante sobre as perdas susceptíveis de serem incorridas em situação de stress de mercado.

15. Responsabilidades do Grupo emitidas e resultados No ponto 5 do Relatório de Gestão e na Nota Explicativa às Demonstrações Financeiras Consolidadas número 39 faz-se divulgação sobre o impacto nos resultados decorrentes da reavaliação da dívida emitida e os métodos utilizados para a determinação do impacto.

IV. Níveis e Tipos de Exposições Afectadas pelo Período de Turbulência

16. Valor nominal e justo valor das exposições

No ponto 5 do Relatório de Gestão, apresentam-se o valor nominal e o justo valor das exposições afectadas pelo período de turbulência.

17. Mitigantes do risco de crédito

No ponto 5 do Relatório de Gestão, apresentam-se os derivados de crédito vendido e comprados que afectaram o Espírito Santo Investment no período de turbulência.

18. Informação sobre as exposições do Grupo No ponto 5 do Relatório de Gestão, apresentam-se as características das exposições afectas pelo período de turbulência.

19. Movimentos nas exposições entre períodos Não aplicável, pois os impactos ocorreram no exercício de 2008.

20. Exposições que não tenham sido consolidadas No Espírito Santo Investment não é aplicável.

21. Exposição a seguradoras monoline e qualidade dos activos segurados O Espírito Santo Investment não tem exposição a seguradoras monoline.

V. Níveis e Tipos de Exposições Afectadas pelo Período de Turbulência

22. Produtos Estruturados

Na Nota Explicativa às Demonstrações Financeiras Consolidadas 2.4 é descrito o tratamento contabilístico dos instrumentos financeiros derivados.

23. Special Purpose Entities (SPE) e consolidação Não aplicável no universo do Espírito Santo Investment.

24. e 25. Justo valor dos instrumentos financeiros

Nas Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras Consolidadas 2.4 e 2.6 referem-se as condições de utilização da opção de justo valor, bem como as técnicas utilizadas para a valorização dos instrumentos financeiros.

Nas Notas Explicativas às demonstrações financeiras consolidadas 17 e 22 são divulgados os instrumentos aos quais é aplicado o justo valor.

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RELATÓRIO E CONTAS 2008

- 280 -

VI. Outros Aspectos Relevantes na Divulgação

26. Descrição das políticas e princípios de divulgação O Espírito Santo Investment, no contexto da sua política de divulgação de informação de natureza contabilística e financeira, visa dar satisfação a todos os requisitos de natureza regulamentar, sejam eles ditados pelas normas contabilísticas ou pelas entidades de supervisão e de regulação do mercado.

Paralelamente o Espírito Santo Investment procura alinhar as suas divulgações pelas melhores práticas do mercado atendendo, por um lado, ao custo na captação da informação relevante e, por outro, dos benefícios que a mesma pode proporcionar aos diversos utilizadores.

De entre o conjunto de informação disponibilizada ao seu accionista, clientes, colaboradores, entidades de supervisão e ao público em geral, destacamos o Relatório de Gestão, as Demonstrações Financeiras e as respectivas Notas.

As demonstrações financeiras são preparadas tendo por base os IFRS que conferem um elevado grau de transparência à informação divulgada bem como de comparabilidade com os demais bancos nacionais e internacionais.

Sempre que necessário, o Espírito Santo Investment procede pontualmente, à emissão de comunicados de factos relevantes para além da veiculação de notícias através dos meios de comunicação social.