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Governo Municipal da Cidade de Embu das Artes
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Rua Andronico Dos Prazeres Gonçalves, 114 – Centro.
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RELATÓRIO DO PROJETO DE MONITORAMENTO
DA QUALIDADE DA ÁGUA DOS
RECURSOS HÍDRICOS DO MUNICÍPIO
DE
EMBU DAS ARTES
2013 - 2016
Governo Municipal da Cidade de Embu das Artes
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MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Junho - 2016
1 Apresentação
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano vem realizando o
monitoramento da qualidade da água dos rios e córregos de Embu das Artes desde 2013, em
cooperação com a Sabesp, responsável pela análise das amostras, coletadas semanalmente.
Os corpos d’água são de grande importância para o ser humano, uma vez que todas as
formas de organizações sociais dependem desses recursos para realizarem suas atividades.
Ainda que não sejam diretamente aproveitados para o abastecimento de água, interferem
muito nas condições de saneamento e saúde da população. Nas enchentes, as águas da
chuva se misturam com os esgotos não tratados, agravando muito os riscos e danos aos
moradores das áreas atingidas. A poluição da água pode ser também a causa de doenças de
veiculação hídrica, proliferação de insetos, além de trazer outros incômodos, como o mau cheiro
(SÃO PAULO, 2007).
O município está inserido na Bacia Hidrográfica Cotia-Guarapiranga e tem sua área dividida
entre as Sub-bacias do rio Cotia, rio Embu-Mirim e ribeirão Pirajussara, como pode ser visto no mapa 1,
sendo que, aproximadamente 64% da área do município está dentro da Sub-bacia do Rio Embu-
Mirim.
No que tange a Região Metropolitana de São Paulo, esta posição explica a necessidade
deste monitoramento devido à grande importância do rio Embu-Mirim e seus contribuintes, pois, trata-
se do segundo maior tributário da Represa do Guarapiranga, sendo responsável por cerca de 34% do
seu volume, apenas atrás do rio Embu-Guaçu responsável por 44% (SÃO PAULO, 2016).
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Mapa1
Este olhar de preocupação com a saúde pública e com o meio ambiente deu origem ao
Projeto de monitoramento dos recursos hídricos do município para subsidiar planos e projetos
urbanísticos e ambientais.
O monitoramento provê a criação de uma série histórica da qualidade da água de rios e
córregos, possibilitando a avaliação do impacto antrópico, bem como das ações do poder público
tais como, recuperações de áreas urbanas providas pelos projetos habitacionais com interesse
social, urbanização de assentamentos precários e saneamento básico. Esses dados também
podem contribuir para planejamento de ações locais e regionais como PDPA - Plano de
Desenvolvimento e Proteção Ambiental, dos Mananciais das Sub-bacias Hidrográficas do rio
Cotia, rio Embu-Mirim e ribeirão Pirajussara.
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2 Base cartográfica e coleta das amostras
Para a realização do monitoramento, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Urbano, formou uma equipe multidisciplinar, composta por arquitetos, urbanistas, biólogos,
engenheiros ambientais, especialistas em geoprocesamento, geógrafos, geólogos, químicos, entre
outros técnicos.
A base cartográfica de hidrografia foi elaborada a partir das cartas da EMPLASA (Empresa
Paulista de Planejamento Metropolitano S.A) de 1996, na escala de 1:10.000 ; verificações em campo
e interpretação visual das imagens de satélite de alta resolução, World View2 de 2010 e 2014. Os
cursos d’água receberam um código para possibilitar a identificação de amostras.
As amostras são coletadas semanalmente pelos técnicos da prefeitura e encaminhadas para a
Sabesp, que realiza as análises. Essa cooperação é fruto de um convênio firmado entre a prefeitura e
a Sabesp.
A coleta das amostras teve início em outubro de 2013 e até fevereiro de 2016 foram analisadas
352 amostras em 219 córregos e rios, dos 361 cursos d’água mapeados, representando 61% do total
de córregos e rios em Embu das Artes.
O monitoramento continua acontecendo semanalmente e quando todos os córregos tiverem
sido avaliados as coletas serão reiniciadas. O objetivo é criar uma série histórica permitindo a
avaliação dos impactos de ocupações antrópicas e das ações do poder público, como citado
anteriormente.
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3. Avaliação das Amostras
A Sabesp analisa as amostras, considerando o DBO5,20 – Demanda Bioquímica de Oxigênio1, um
dos parâmetros utilizados no Índice de Qualidade da Água – IQA, desenvolvido para avaliar a
qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento público, após tratamento
(BRASIL, 2016). Foi adotado o limite de DBO5,20 até 30 mg O2/L como limite de água não poluída,
nessa faixa a água não exala odor e tem aspecto de coloração normal, mas não pode ser ingerida e
nem usada para regar hortaliças, porém pode ser aproveitada para outros fins (SÃO PAULO, 2007).
Os maiores aumentos em termos de DBO, num corpo d’água, são provocados por despejos de
origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode
induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de
peixes e outras formas de vida aquática (Cetesb, 2009). Quanto mais alto o DBO5,20, pior a
qualidade da água.
A Resolução Conama nº 357 de 18 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos
corpos d’água, propõe a avaliação de diversos parâmetros além do DBO5,20, como o Termo de
Cooperação com a Sabesp não prevê a analise dos outros parâmetros, não é possível enquadrar os
corpos d’água do município nessa classificação. Apenas para conhecimento, será apresentado o
quadro das classes dos corpos de água doce (Quadro1), constante na Resolução Conama 357/2005
e o índice de DBO5,20 aceito para cada classe (Quadro 2).
1 A DBO é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica biodegradável presente na água, a uma
temperatura média de 20 °C durante 5 dias. É um parâmetro importante no dimensionamento de uma Estação de Tratamento
de Efluentes (ETE).
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Quadro 1: Classe de Enquadramento do Uso das Águas Doces (BRASIL, 2005).
Quadro 2: Padrões de qualidade da água (BRASIL. 2005)
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De acordo com os quadros anteriores, as classes 2 e 3 permitem ainda permitem o uso em
abastecimento para o consumo humano após tratamento convencional ou avançado. Por isso,
contabilizou-se o número de pontos em quatro classes de DBO5,20: até 5 mg O2/L, entre 6 e 10 mg O2/L
(se a DBO5,20 fosse suficiente para a classificação da Resolução Conama) , entre 11 e 29 mg O2/L
(Padrão Corrego Limpo da Sabesp) e 30 mg O2/L ou mais. Conforme a Tabela 1 e Gráfico 1, as 352
amostras do município apresentaram o seguinte comportamento:
Tabela 1
Amostras analisadas
Amostras com DBO5,20 até 5 mg O2/L
% de Amostras com DBO5,20 até 5 mg O2/L
Amostras com DBO5,20 entre
6 mg O2/L e 10 mg O2/L
% de Amostras com DBO5,20 entre
6 mg O2/L e 10 mg O2/L
352 153 43,47% 69 19,60%
Amostras com DBO5,20 entre 11 mg O2/L e 29 mg O2/L
% de Amostras com DBO5,20
entre 11 mg O2/L e
29 mg O2/L
Amostras com DBO5,20 até 29 mg O2/L
% de Amostras com DBO5,20 até 29 mg O2/L
Amostras com DBO5,20 de 30 mg O2/L ou mais
% de Amostras com DBO5,20 de
30 mg O2/L ou mais
43 12,22% 265 75,28% 87 24,72%
Gráfico 1
Considerando somente o índice de DBO5,20, 63,07% das amostras apresentaram índice
apropriado para o consumo humano, após tratamento convencional ou avançado, de acordo com
Resolução Conama 357/2005. Ainda, pelo padrão Córrego Limpo da Sabesp, 75,3% das amostras
não estão poluídas, contra 24,7% poluídas.
43,47%
19,60%
12,22%
24,72%
% de Amostras comDBO5,20 até 5 mg O2/L
% de Amostras comDBO5,20 entre 6 mg O2/Le 10 mg O2/L
% de Amostras comDBO5,20 entre 11 mgO2/L e 29 mg O2/L
% de Amostras comDBO5,20 de 30 mg O2/Lou mais
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O mapa 2 mostra a espacialização dos resultados obtidos, como pode ser visto na legenda a
seguir, enquanto o mapa 3 traz uma representação temática dos cursos d’água analisados.
Mapa 2
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Mapa 3
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Através dos mapas 2 e 3 é possível verificar que a maioria das amostras com DBO5,20 de 30 mg
O2/L ou mais está na região Leste, onde a densidade populacional é alta e também apresenta maior
número de assentamentos precários. Por outro lado, apesar da rede de esgoto atender grande parte
da região Leste, dos 66% dos domicílios atendidos no município (mapa 4), apenas 55% do volume do
total de esgoto coletado é enviado para tratamento (Quadro 3).
Mapa 4
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Quadro 3
Além do lançamento de efluentes domésticos, ainda há o descarte de resíduos sólidos, como
podemos ver nas fotos 1 e 2.
Foto1 Foto 2
Viela São Tomé - Córrego 2.2.21 (DBO5,20 = 114 mg O2/L) Rua Cambará – Córrego 1.3.79 (DBO5,20 = 327 mg O2/L)
Em contrapartida, a região Oeste e boa parte da região Central guardam a maioria dos
cursos d’água com DBO5,20 até 10 mg O2/L, devido uma densidade populacional menor. A seguir, dois
exemplos de cursos d’água com DBO5,20 até 5 mg O2/L
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Foto 3 Foto 4
Estr. da Repartição – Córrego 1.2.54 (DBO5,20 = 5 mg O2/L) Estr. para o Votorantim – Ribeirão Ressaca (DBO5,20 = 3 mg O2/L)
5 Disponibilização de Dados
Os dados georreferenciados e tabela, referentes ao índice de DBO dos cursos d’água do
município, podem ser baixados na página da prefeitura , podendo ser sobrepostos às
informações já disponíveis como, zoneamento, áreas verdes, entre outros.
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6 Referências
1) SÃO PAULO. Carlos Eduardo Jafet Ourives. Usp (Org.). Programa Córrego Limpo. São
Paulo: Usp, 2007. 13 p.
2) SÃO PAULO. Cetesb. Qualidade das Águas Interiores no Estado de São Paulo. http://cetesb.sp.gov.br/aguas-interiores/wp-
content/uploads/sites/32/2013/11/variaveis.pdf. Acesso em: 26 abr. 2016.
3) BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Ministério do Meio Ambiente (Ed.). Resolução
CONAMA nº 357/2005. 2005. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=459>. Acesso em: 26
abr. 2016.
4) BRASIL. Agência Nacional de Águas-ANA. Portal da Qualidade das Águas. Disponível
em: <http://portalpnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx> Acesso em: 24
maio 2016.
5) SAO PAULO. Cobrape. Secretaria de Meio Ambiente (Ed.). Plano de Desenvolvimento
e Proteção Ambiental da Bacia Hidrográfica do Guarapiranga. 2016. Disponível em:
<http://pdpa.cobrape.com.br/Arquivos/Pdpas/PDPA-Guarapiranga.pdf>. Acesso em:
26 abr. 2016.
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5 Equipe Técnica
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Prefeitura da Estância Turística de Embu
Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
Secretário
JOSÉ OVIDIO PERES RAMOS
Arquiteto
Secretário Adjunto
CARLOS SANDLER LABRIOLA
Arquiteto
Coordenação
JOANA GABOS DE OLIVEIRA
Arquiteta
Equipe Técnica
FRANCINE FORTUNATO COELHO
Química
MARCOS PAULO DAMASCENO
GISELY FRAGA
Engenheira Ambiental
MARCOS DAMASCENO
Biólogo
MAX LEANDRO TEIXEIRA
Biólogo
PAULO BRANDÃO
Geólogo
RAFAEL MATTOS DA SILVA
Técnico Ambiental
ROBINSON KALIL
Assistente
Equipe de Geoprocessamento
FERNANDA FONTEBASSI
Geógrafa
MARIA DE FÁTIMA SILVA NICOLAY
Especialista em Geoprocessamento
NATÁLIA RENATA FELIPE
Geógrafa
ROSEMEIRE GODINHO MARTINS DE LEMOS
Especialista em Geoprocessamento
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7 Agradecimento
Das análises técnicas
COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SABESP Unidade E
Do fornecimento de Material
LIBBS- Indústria Farmacêutica
Do fornecimento de Material e logística
Secretaria Municipal de Saúde
Do auxílio técnico e logístico
Equipe de Fiscalização de Obras - Secretaria Municipal de Obras