ourinhos ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

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2_ editorial _oração 3_agro_especial 7_ ponto de vista 8_gastronomia 10_meio ambiente 12_bem viver 14_meninada 13_bem viver 15_agenda cultural 16_gente 19_astrologia Paola_ Em mês de início da Primavera e comemoração do Dia da Árvore, nossa pequena repórter conta sua experiência de identificação de árvores em praça de caminhada de Santa Cruz do Rio Pardo exemplar grátis ANO VI setembro|2011 67 Leia o 360 na internet: www. caderno360 . com.br especial_ No mês do idoso, homenagem a Fernando Quagliato e entrevista com Nilda Caricati, pessoas que entraram para a história como exemplos de cidadania e permanente alegria de viver Circulação Mensal. 13mil exemplares. Municípios_ Avaré • Óleo • Santo Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César • Águas de Santo Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito Santo do Turvo • ipaussu • Chavantes • Botucatu • São Manuel • Areiópolis • Cândido Mota • ibirarema • Palmital • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar • Pi- ratininga Pontos Rodoviários_ Graal Paloma • Graal Kafé • Graal Kafé • Rodoserv • RodoStar • Orquidário Restaurante Café • Varanda do Suco • Cia. da Fazenda | Índice p.3 _ p.10 p.14 p.13 OURiNhOS gan ha projeto verde em calçadas para salvar córregos foto: Flavia Rocha | 360 foto: Flavia Rocha | 360 foto: Flavia Rocha | 360 foto: Flavia Rocha | 360 Alunos e professores da UNESP de Ourinhos iniciam projeto para permeabilizar bairros da cidade que sofrem com a erosão causada pela canalização de córregos. A campanha Um Rio em Minha Rua pretende incentivar moradores a inserir árvores e canteiros em calçadas e jardins para combater o problema. Calçada em rua de Santa Cruz que conserva canteiros largos para plantio de árvores frondosas

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Page 1: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

2_ editorial _oração3_agro_especial

7_ ponto de vista8_gastronomia

10_meio ambiente12_bem viver14_meninada13_bem viver

15_agenda cultural16_gente

19_astrologia

Paola_ Em mês deinício da Primavera ecomemoração doDia da Árvore, nossapequena repórterconta sua experiênciade identificação deárvores em praça decaminhada de SantaCruz do Rio Pardo

exemplar grátis

ANO VIsetembro|2011

67

Leia o 360 na internet:

www.

caderno360.com.br

especial_ no mês do idoso,homenagem a •• Fernando Quagliato e entrevista com••Nilda Caricati,pessoas que entraram para ahistória como exemplos de cidadania e permanente alegria de viver

Circulação Mensal. 13mil exemplares.

Municípios_ Avaré • Óleo • santo Cruz do

Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Timburi •

Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira

César • Águas de santo Bárbara • Fartura • são

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Índice

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60Alunos e professores da UNESP de Ourinhos iniciam projeto para permeabilizar bairros da cidade quesofrem com a erosão causada pela canalização de córregos. A campanha Um Rio em Minha Rua pretendeincentivar moradores a inserir árvores e canteiros em calçadas e jardins para combater o problema.

Calçada em rua deSanta Cruz que conserva canteiros largos para plantio de árvores frondosas

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Poder. Uma palavra para a qual a gente sempre torceo nariz. E por que? Porque o poder é solitário. Quemassume o poder terá que decidir sozinho muitas e mui-tas vezes, e decidir por todos. Essa situação delicada emuitas vezes angustiante, se revela natural em muitaspessoas, como os principais personagens desta edição.O primeiro, não poderia deixar de ser homena-geado por este periódico, como apa-rece em AGRONEGÓCIO ESPECIAL.

Seria no mínimo falta de sensibilidadejornalística. A decisão de fazer um jor-nal para a região impõe que pessoas degrande destaque sejam notícia. E nin-guém que eu conheça na atualidadetem o poder de Fernando Quagliato.Algo que ele assumiu moço e exerceucom maestria. Para alegria de muitagente, inveja de muita gente também.

Aliás, impossível não ser invejado es-tando no poder. E ser duramente criti-cado também. Dona Nilda, minhaprofessora da pre escola sabe muitobem disso. E não dá importância, fatorfundamental para se manter no poder.Ela o exerce com vigor e por isso a ci-dade pode receber pessoas idosas emseu Lar municipal com todo o amor,aconchego e respeito que um idoso merece, com po-demos conferir em BEM VIVER.

Poder fazer o bem, poder partilhar, poder decidirjogar-se inteiro, não pela metade. Mergulhar, em vezde molhar as pontas dos pés. Todo ser humano podeassumir o poder. Muitas vezes concentrando-o apenasem sua própria existência, mas isso não o diminui.Poder ir, poder vir. Poder olhar o horizonte. Respiraro ar puro desta terra. E ver o verde mudar de tom coma chegada das estações.

A edição traz muito verde para o leitor. Como o da fotoao lado, que não resisti publicar. O verde que invaria-velmente deixa tudo, qualquer lugar, mais bonito. Ésó experimentar e comparar um canto com ou sem um

vaso, uma calçada com ou sem árvores e canteiros.Uma rua com ou sem árvores frondosas. Muros decerca viva certamente são mais eficientes e belos quefeitos de tijolos, de grades. Tudo com o verde fica me-lhor, inclusive a cidade, que pode se livrar de proble-mas estruturais graças a ele, como nos conta umagrônomo de Ourinhos que está lançando, com um

grupo de professores e estudantes daUnesp um projeto chamado lindamentede “Um rio na minha rua.”, que você con-fere em MEIO AMBIENTE.

A edição segue cheia de mais notícias boase interessantes, pode comprovar. Paolaconta o que anda fazendo, os colunistasfalam do que pensam e do que sentem ehá muitas coisas boas para se fazer poraqui, que aparecem na AGENDA CULTURAL

deste mês. Para completar GASTRONOMIA,a coluna mais lida do 360, vem com duasreceitas, da minha querida tia Dalva, queé poderosa no comando das panelas e notrato das plantas e pomar de sua casa,lugar de capricho emtodos os cantos.

Aviso aos leitores queeste texto não será revi-sado. Ou o jornal não sai

amanhã. Neste caso, por mais quenas páginas a seguir eu tenha o poderde decidir tudo, o poder da impressãoé da gráfica.

Parabéns a todos os idosos no seu dia.Eu realmente amo as pessoas maisvelhas e compreendo o quantopodem nos ajudar a sermos pessoasmelhores se tratarmos de ouvi-las.

Boa leitura!

Flávia Manfrin _ editora 360| [email protected]

Poderpara

fazer o mundomelhor!

2 •editorial

360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem destaedição: 13 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis •Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Cha-vantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos• Palmital • Piraju • Piratininga •São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo •Tatuí • Timburi e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João BaptistaCabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, di-retora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, OdetteRocha Manfrin ‹separação, receitas›,André Andrade Santos ‹correspondente SP›, Paola PegorerManfrim ‹repórter especial›, Elaine Moraes ‹assistente de produção›. Colunistas: José MárioRocha de Andrade, Fernanda Lira, Tiago Cachoni eAdriana Righetti Ilustradores: Franco Cata-lano Nardo, Clara Basseto, Sabato Visconti e Wellington Ciardulo. Impressão: Fullgraphics. Ar-tigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: PraçaDep. Leônidas Cama-rinha, 54 - CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _149653.6463 • Redação: [email protected] • Publicidade/Assinaturas:[email protected] • 360 on Line: www.caderno360.com.br| setembro_2011

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meucoração; prova-me, e conhece os meus pen-samentos. E vê se há em mim algum cami-nho mau, e guia-me pelo caminho eterno.”

Ora,Ação!Isaias 139 Vs: 23-24

xpedientee

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Avida de um vencedor não acaba. Ela per-manece. Através de seus ensinamentos, desua sabedoria, de sua trajetória, de seussucessores. Fernando Quagliato só não éum mito porque Deus o fez pessoa palpá-vel, acessível, afável. Que o digam todos osque tiveram a sorte de partilhar sua ami-zade. Que não era pouca coisa. Tudo queele fazia, fazia magistralmente.

Desbravador, empreendedor, líder nato,consolidou com os irmãos o legado do pai,assumindo, como primogênito, o papel demaior responsabilidade. Morador da fa-zenda Santa Maria, onde está instalada aUsina São Luiz, ali viveu uma saga de su-cessos que trouxe à família notoriedadelocal, regional e, por que não dizer, nacio-nal, em suas áreas de atuação – produçãode açúcar e álcool e criação de gado. In-cansável, levou para a comunidade sua ca-pacidade de realizar, sendo um incontes-tável agente para que Ourinhos, cidadeque abrigou seus negócios, se transfor-masse num modelo de crescimento.

Isso tudo fez dele cidadão admirado, inve-jado e, claro, contestado também. O fato éque bastava citar o seu nome para alguémdizer: “É o homem mais rico da cidade.”Ou o contrário. Quando alguém pergun-tava quem era a pessoa de maior poder efortuna da região, seu nome logo surgia.

Realmente ele era um homem riquíssimo,mas não só no campo financeiro. Isso nãobasta para alguém se destacar tanto e emtodo lugar. Fernando Quagliato era um

homem rico de vida. De luz, de energia ecapacidade de realizar obras. Era tambémdono de destacada coragem, inteligência etalento para fazer acontecer. Mas quandolhe perguntavam qual o segredo de tantasconquistas, ele respondia: trabalho. Con-tava que sempre trabalhou muito, desde ainfância e muitas vezes em condições difí-ceis, como o leitor poderá comprovar naentrevista que reproduzimos nesta edição,concedida ao 360 em abril de 2006. “Tra-balhar muito, gastar pouco e ter sorte”,dizia sobre o segredo da prosperidade.

Um conquistador nato

Minha admiração por aquele homem bra-vio que conheci na adolescência, apavo-rando a moçada com sua voz alta e suasregras rígidas, como fazia o meu e tantosoutros pais da linha dura italiana, ao longodos últimos anos, tornou-se imensa. Nãopela riqueza material que ele conquistou,isso não é importante nas minhas esco-lhas, apesar de ser importante para a so-ciedade em que vivemos, inclusive parapartilhar com os menos favorecidos. O queme fascinava era sua visão de mundo, suacapacidade de se reinventar, de mudar, deevoluir, de enfrentar a vida e tudo o que elalhe trouxe, mesmo com o passar do tempo,mesmo na adversidade, mesmo chegandoao final da vida. Com isso, ele nos fazia en-tender que não devemos desistir, amole-cer, esmorecer. Devemos sim é aprender,perseverar, seguir em frente... sempre ecom muita fé.

O realizador de sonhosO prazer em fazer, estar, ser, transbordavade Fernando Quagliato. Por isso ele era

um acontecimento. Era temido, respeitadoe muito amado por quem teve a sorte deconviver com sua brava figura. Ele tam-bém se mostrava ciente de sua condição

3 •agronegócio especial

por Flávia Rocha Manfrin

A passagem do VEnCEdOR

Ele foi repousar. E repousou. O repouso eterno. De Deus, parao que cremos na onipotência divina, ou dele próprio, como po-deria dizer um esotérico, um ateu. Assim se despediu da vidaentre nós o primogênito de um homem que fez memória – efortuna – na região do Oeste Paulista. Algo que ao longo demais de seis décadas estendeu-se também em outros pontos dopaís. Prestes a completar 84 anos fartamente vividos, comoera de sua natureza, ele era altivo, belo, trabalhador, humilde,corajoso, determinado, inteligente, talentoso, comprometidoe entusiasmado, entre outros atributos, em níveis que o des-tacava dos demais. Ele se sobressaia. Onde fosse, onde che-gasse. E fazia sua permanência ser um acontecimento.

O comendador Fernando Luiz Quagliato mostra queaté mesmo na hora da morte, foi um afortunado.

Fernando Luiz Quagliato emuma de suas últimas fotos,durante almoço dos 40 anosda FIO, fundação educacionalque ele ajudou a transformarem um campus universitário

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humana. E encarava com maestria todosos percalços e escolhas que se faz na vida.Era dono de uma incrível capacidade deaprender e de acertar. Por isso, sua faltaserá sentida por muitos e em muitas situa-ções, tanta a sua capacidade de realização.

Ele se manteve na presidência da UsinaSão Luiz por 50 anos com total apoio dosócios, todos seus irmãos e também donosde uma boa e memorável história. Dali ir-radiava ações para todos os campos. Cadavez mais diversos e comunitários. Um dosseus grandes feitos foi criar e consolidar aFAPI, a feira agropecuária e industrial deOurinhos que acontece há mais de quatrodécadas e faz a região toda viver em tornodela durante mais de 10 dias.

Muitas obras são fruto de sua iniciativa.Como a escola agrícola de Santa Cruz, ins-talada numa fazenda doada por ele e seusirmãos. No campo da ajuda a entidades,ele tratava de fazer da melhor maneira, ga-rantindo aos beneficiados o direito de sesentir digno. Ele contava com gosto histó-rias de projetos que a empresa que lide-rava patrocinava. E organizava eventoscomo ninguém, como o Encontro Nacio-nal de Muladeiros, que transformava ovasto jardim de sua residência em áreapara demonstração de habilidades de ca-valeiros e animais, reunindo gente de todolugar, de qualquer condição, na mesmamesa, unidas apenas pelo apreço pelosmoares.

A sorte que se espalha

A coragem e a inteligência aliada à sorteque Fernando Quagliato acreditava existirem medidas diferentes para cada pessoa,quando eminentes numa pessoa com apersonalidade e capacidade de realizaçãoe liderança fazem grandes marcos na vidadas pessoas e no lugar onde ela vive.

Conhecida como a grande empresa da re-gião, a Usina São Luiz, sempre manteveempregos e solidez financeira, atraindoempresas para a região, especialmentepara Ourinhos, essa cidade incrível quetem a capacidade de abraçar a tudo e atodos e que soube aproveitar a generosi-dade do líder do Grupo Quagliato. Muitasgerações de muitas famílias fizeram lá asua história de prosperidade, de realizaçãoe de amizade. E continuam a fazer, cadavez com mais conforto. Foi ainda com Fer-nando Quagliato na ativa que a USL trans-formou-se em uma das empresasexemplares no ranking de qualidade deuma associação do setor, a Coopersucar,assumindo compravado padrão interna-cional de qualidade.

A sorte de Fernando Quagliato tambémaparece nas edições da FAPI e no dia a diade jovens que participam dos projetos so-ciais mantidos pela empresa, que têm po-dido constatar que oportunidades existemde verdade e que da vida pacata na fazenda

podem surgir viagens frequentes alémmar, com a segurança do apoio da USL,basta ter esforço, dedicação, boa vontade.

Também no campo da saúde FernandoQuagliato deixa sua marca de sorte. A ma-neira positiva e resoluta de encarar as difi-culdades que a idade traz, garantiram apacientes com necessidade de hemodiálisepoder contar com um ótimo centro na ci-dade de Ourinhos, para onde muitos pa-cientes da região convergem regularmen-te, como ele fazia, como seu irmão faz.

O coração festeiro

A minha saudade será das boas conversas,do abraço carinhoso, do sorriso amigo, jáque ele tinha dificuldade de visão, algo queevidenciava sua capacidade de lidar com aadversidade, transformando-a em bravurae em festa. Afinal, Fernando Quagliato ce-lebrava a vida.

As páginas seguintes trazem mais a res-

peito dele, mas naturalmente, não teremostudo, temos a sua presença. Seja numacrônica de despedida, nas lembranças deoutras pessoas, que colaboraram com estaedição, e na visão dele próprio, na entre-vista que reprisamos a seguir.

Com a esposa, Marly, formouuma família únida, sempre

presente em suas celebrações,como a festa de aniversário de

sua hemodiálise, celebradacom funcionários e amigos,

no hospital público que tratoude equipar, em Ourinhos

O presidenteda USL

hasteia abandeira do

Brasil naabertura do

Encontro Na-cional de

Muladeiros, realizado

nos jardinsde sua

residência

Com os irmãos Luizito, Roque e Chicão no Encontro Nacional de Muladeiros. Sociedade, união e amizade capaz de permear as novas gerações da família

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Como que surgiu o grupoQuagliato?FLQ: Meu pai sempre quister uma usina de açúcar. Vie-mos para cá e ele passou alidar com o café em socie-dade com o Onofre Rosa.Eles enfrentaram a baixa docafé. Por dois anos só com-praram. Em 1949 deu umaalta, o preço triplicou e elesganharam um bom di-nheiro. Então meu pai podemontar a usina em socie-dade com meu tio Luiz, queacabou vendendo a partedele. Quando meu pai fale-ceu, no início da década de60, eu e meus irmãos – trêshomens e três mulheres –passamos a tocar o negócio.dois anos depois meus cu-nhados decidiram vender aparte de minhas irmãs e ogrupo ficou como está hoje.

A usina foi montada no mu-nicípio de Santa Cruz?FLQ: sim, mas por estratégiapolítica a área da fazendapassou a fazer parte de Ouri-nhos. na época, o Lulu Ca-marinha era deputado eachou que ampliando a áreaterritorial de Ourinhos – queera um dos menores municí-pios do Estado, enquantosanta Cruz era um dos maio-res – terminaria a rivalidadee ele formaria um redutoeleitoral na região. Mas nãoadiantou. não votaram nele.

Depois do açúcar, o gado,como foi isso?FLQ: Quando assumimos onegócio, depois da morte demeu pai, concluímos que erainteressante diversificar, nãocolocar os ovos numa só ces-ta, como se costuma dizer.

Por que foram para regiõesdistantes, como Goiás ePará?FLQ: A terra aqui era cara.nós tínhamos uma fazendade 250 alqueires em Pirapo-zinho, mas era muito poucopara criação de gado. Entãocompramos uma fazenda

em Goiás. depois, para par-tir para um negociogrande, fomos para o Pará.Era 1970. Foi um trabalhoárduo, pois não tinha estra-da. A terra era barata por-que exigia do compradorinvestimentos para se esta-belecer ali. Era tudo difícil.

Falando no Pará, o Grupotem sido acusado de rea-lizar trabalho escravo nafazenda, isso é verdade?FLQ: não. A verdade é quefomos autuados por avalia-rem que as instalações, naépoca, eram inadequadas.Para o fiscal não importaonde você está, quais oshábitos locais. As regrassão as mesmas dos gran-des centros. Os trabalha-dores armavam acampa-mentos para facilitar o tra-balho de formação da fa-zenda. Eles acharam que erainadequado. E lei é lei. Trata-mos de fazer a casa e aten-der as determinações quenos colocaram.

Esse tema sempre é lem-brado. Isso o incomoda?FLQ: não. A fazenda fun-ciona de acordo com as re-gras trabalhistas. Qualquerpessoa pode visitar, a qual-quer hora. Fizemos um belotrabalho lá e nos orgulha-mos disso.

O governo deveria interfe-rir mais na agropecuária? FLQ: Ele tem que ajudar. Eleesqueceu a agropecuária. Apolítica atual* do Lula temerros e acertos. O povo nãogosta de esmola, ninguémgosta. É um negocio ruimestar vivendo de esmola.Esse é um problema sério,porque você dá uma esmolatodo mês, dá uma cesta bá-sica e ela acaba muito rá-pido, é muito pouco parauma família. O país nãocresce assim. Cresce com tra-balho. O povo quer trabalharpara chegar ao fim do mês eter dinheiro para gastar com

suas necessidades. Quandose está empregado há ga-nho, com ganho há consu-mo e consumindo háaumento de produção, deemprego.*abr/2006

O que o Brasil precisa parater esse desenvolvimento,

gerar empregos?FLQ: desviar menos. sem-pre foi assim. Antigamente aimprensa não publicavaessas coisas, mas havia.Quando construíram Brasíliafoi uma barbaridade. Muitagente ficou rica trabalhandopouco.

Como o grupo Quagliatoganhou dinheiro?FLQ: Gastando menos doque ganha. isso é impor-tante. E trabalhando muito.não temos domingo, nemferiado. Quando começa-mos, éramos eu e meu paina fazenda, mais dois irmãose só tínhamos um carro. Meupai não trancava a empresapor fora. só por dentro, esem chave, com tranca. En-tão sempre tinha alguém to-mando conta, trabalhandonela. É assim até hoje. Quan-do os chefes saem, os filhosficam. nunca sai todo mundo.

Isso é uma vocação para otrabalho ou isso foi passadopelo seu pai?

FLQ: Meu avô passou para omeu pai e meu pai passoupara nós. Eles mostraramque precisa trabalhar, nuncanos obrigaram. desde osnove anos eu já trabalhava,ajudando meu pai no arma-zém da fazenda. no começoda usina era o Chico e eu.não tinha agrônomo. ia dor-mir às sete da noite, às duasda manhã meu pai me acor-dava para ir para a usina, asseis, seguia para a lavoura.Quando tinha baile, ele fa-

lava: “Volte a hora que qui-ser, mas cinco e meia estejapronto para trabalhar”.

Como é a vida do funcioná-rio que mora aqui na fazen-da onde funciona a usina?FLQ: Ele tem casa, escola,dentista. Aqui ele não pagamédico. A criançada ganhauniforme, caderno. Já tive-mos uma “Professora nota10” do Estado de são Paulo.As pessoas trabalham con-tentes, não deixo faltar nadana escola.

Da para um bóia fria fazercarreira na Usina São Luiz?FLQ: Temos muita genteaqui que já cortou cana. OVadinho, por exemplo, fezuma bela carreira na em-presa e na vida pública. E jácortou cana. (Vadinho traba-lha na área de Rh da usina eé um dos mais expressivosvereadores de Ourinhos).

Como a região pode se de-senvolver em sua opinião?FLQ: Acho que a região pre-cisa de representatividadepolítica para promover o de-senvolvimento das cidades.Podemos ter gente nas esfe-ras estadual e federal.Como as ações de respon-sabilidade social do Grupo

O REALiZAdOR de obras

“Toda pessoa é rica se está satisfeita com oque tem. se não está satisfeita, mesmo se

tiver muito, é um pobre coitado.”

“Meu pai e meu avô mostraram que precisa trabalhar, nunca nos obrigaram.

desde os nove anos eu já trabalhava, ajudando meu pai

no armazém da fazenda.”

Trechos de entrevista concedidaTrechos de entrevista concedidaao Caderno 360 em março deao Caderno 360 em março de

2006, na Usina São Luis2006, na Usina São Luis

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são definidas?FLQ: Elas vão acontecendo.Cada um trabalha para umaentidade, em alguns casostrabalhamos juntos. Todomundo, quando precisa, cor-re aqui. Ajudamos o Lar sãoVicente, a Fermino Magnani,a Creche do Frei Chico, aAPAE. no caso da fundaçãoeducacional de Ourinhos(FiO) o Roque resolveu tra-balhar lá. hoje a escola temtrês mil alunos e deve chegara oito mil. Os cursos melho-raram, as instalações tam-bém. Fazemos doações deterra em alguns casos, comoem Ourinhos, Chavantes eCanitar, para construção decasas populares. Em santaCruz, doamos 80 alqueirespara criar a escola agrícola.Anos depois um prefeitovendeu 25% das terras, amelhor parte da fazenda.

Agora nossas doações pre-vêem que o benefício sejapermanente.

O senhor é um dos homensmais abastados e influentesda região, junto com seus ir-mãos. Imaginava isso?FLQ: nunca pensei em ser oque sou, ter o que eu tenho esaber o que eu sei.

Como foi a sua infância?

FLQ: não foi fácil, tinhapouco dinheiro e andavacinco quilômetros a pé parair a escola.

Como é trabalhar em famí-lia? Sua relação com os ir-mãos é boa?FLQ: A relação é boa, per-feita. Trabalhar junto é muitodifícil, tem que engolir muitosapo e não guardar rancor.Mas conseguimos estabele-cer a união entre nós. E comos filhos, graças a deus, é amesma coisa.

Quais as perspectivas parao grupo daqui a 10,20 anos?FLQ: O futuro ninguém sabe.hoje você pode ter uma for-tuna, amanhã você não sabe.não há segurança. Meu paifalava que o melhor negócioera a terra, porque o ladrãopode pernoitar nela, masnão roubá-la. E hoje ele veme se apossa dela. E o governonão toma conhecimento.

Apesar de todo o envolvi-mento comunitário da fa-mília, vocês são criticados.Como reage?FLQ: Trabalhando mais emostrando o que é que eusou capaz de fazer.

O senhor foi acometido porum problema que lhe cau-

sou deficiência na visão.Como lida com isso?FLQ: Comecei a perder a vi-são de um olho, depois dooutro. Fui aos melhores mé-dicos, ninguém sabe explicara causa e indicar um trata-mento. Fiquei desanimado.Pensei: ”Então vou ficarcego?”. Mas numa viagem auberaba, conheci um peãode uma perna só. um ho-mem simples de 27 anos,sem recursos. Estava lá, to-cando boi, montado a ca-valo, feliz da vida. isso me fezmudar. Criar coragem e en-frentar a situação. não con-seguia ler mais nada. Entãofui atrás de um aparelho, quesó tem nos Estados unidos,para poder ler. Agora leio atébula de remédio.

Qual o seu maior patrimô-nio, sua maior riqueza?FLQ: A minha família. Casariade novo com a mesma mu-lher e teria os mesmos filhos.

Falta realizar algum sonho?FLQ: não, sou um homemsatisfeito com a vida, semprefui. desde a infância. nuncaquis ter o que o outro tinha,nunca tive inveja.

Qual sua maior realização?FLQ: Ter conseguido formarum patrimônio e realizar a

feira, que está na 40ª edição.Tempos atrás, começamos afazer uma em santa Cruz, oprojeto de lá fui eu que fiz,mas entrou política no meioe não deu certo.

Como explica essa sua dis-posição para fazer eventos?FLQ: sempre fui meio líder.Realizava bailes na juven-tude. sempre com capricho.

Qual a receita pra chegar lá?Trabalho e economia. Gastarmenos do que se ganha.

Qual o seu recado para osleitores do jornal?FLQ: A sorte não é para to-

dos, infelizmente, mas nãopode ter inveja, tem que serfeliz com cada conquista. de-finir uma meta na vida e iratrás, com trabalho e econo-mia. E ajudar sempre quepuder, ajude. Mas sem espe-rar nada de volta. O retornoserá em dobro.

Poucas pessoas tiveram a oportunidade de conviverPoucas pessoas tiveram a oportunidade de convivercom uma pessoa que tenha tanta sabedoria e consigacom uma pessoa que tenha tanta sabedoria e consigatransmití-la de forma tão simples e precisa como eutransmití-la de forma tão simples e precisa como eutive. Fernando Luiz Quagliato foi uma dessas pessoastive. Fernando Luiz Quagliato foi uma dessas pessoasque, com a sua elegante simplicidade, sabia tratar aque, com a sua elegante simplicidade, sabia tratar atodos com o devido respeito e educação.todos com o devido respeito e educação.

Esse foi meu avô, um homem sempre muito autênEsse foi meu avô, um homem sempre muito autên--tico, que não perdia a classe nem mesmo na hora emtico, que não perdia a classe nem mesmo na hora emque dava uma bronca em alguém. E esse alguémque dava uma bronca em alguém. E esse alguémainda o idolatrava, um paradoxo.ainda o idolatrava, um paradoxo.

Vestia-se de forma elegante, normalmente com umVestia-se de forma elegante, normalmente com umlenço no pescoço. Chegava nos lugares falando seuslenço no pescoço. Chegava nos lugares falando seusbordões: “ Vamo lá, vamo lá”, “Ô rapaaaiz”, eternizabordões: “ Vamo lá, vamo lá”, “Ô rapaaaiz”, eterniza--dos por quem o conhecia. Bordões simples que endos por quem o conhecia. Bordões simples que en--tram na cabeça e não saem mais. E, quando a gentetram na cabeça e não saem mais. E, quando a gentemenos espera está falando igualzinho, às vezes, tenmenos espera está falando igualzinho, às vezes, ten--tando imitar até a sua voz. tando imitar até a sua voz.

um ser honesto que gostava de trabalhar mais do queum ser honesto que gostava de trabalhar mais do queo normal, para quem a preguiça era uma palavra des-o normal, para quem a preguiça era uma palavra des-conhecida. um visionário, que até mesmo com idadeconhecida. um visionário, que até mesmo com idade

avançada tinha uma visão mais elaborada das situavançada tinha uma visão mais elaborada das situ--ações do que os mais novos. Muito ligado às tradiçõesações do que os mais novos. Muito ligado às tradições

do campo, tinha como hobbie criar moares. sempredo campo, tinha como hobbie criar moares. sempreme recordo quando chegávamos à fazenda. Ele prenme recordo quando chegávamos à fazenda. Ele pren--dia os equinos no curral e passava a tarde todadia os equinos no curral e passava a tarde todacurtindo e nos ensinando aquilo que lhe dava prazer. curtindo e nos ensinando aquilo que lhe dava prazer.

Quando vinha visitá-lo, contava-me histórias que meQuando vinha visitá-lo, contava-me histórias que medeixavam com vontade de escrever um livro, que comdeixavam com vontade de escrever um livro, que comcerteza seria um best seller. Algumas delas não davacerteza seria um best seller. Algumas delas não davanem para acreditar, era coisa de super herói, assimnem para acreditar, era coisa de super herói, assimcomo quando ele lutava com o jacaré na piscina paracomo quando ele lutava com o jacaré na piscina paraentreter os filhos e sobrinhos. Tinha gente que torciaentreter os filhos e sobrinhos. Tinha gente que torciapelo jacaré, mas ele sempre ganhava.pelo jacaré, mas ele sempre ganhava.

Para ser sincero, meu avô, o conhecido seu Fernando,Para ser sincero, meu avô, o conhecido seu Fernando,não precisava contar história nenhuma, pois a maisnão precisava contar história nenhuma, pois a maislegal de todas foi a história da sua vida, que foi admilegal de todas foi a história da sua vida, que foi admi--rada por muitos devido aos seus valores e princípios.rada por muitos devido aos seus valores e princípios.Eternas saudadesEternas saudades

Carlos Manfrin Quagliato (Caíto)Carlos Manfrin Quagliato (Caíto)

“A sorte não é para todos.

A pessoa não deveter inveja . nem

os dedos da mesmamão são iguais.”

uM super herói de verdade

“Eu não canso deaprender. E aprendo

fácil porque nãotenho vergonha de

perguntar.”

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Caíto e seu avô Fernando, emvisita à FAPI, há alguns anos

Page 7: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

Quando ouço o Orlandinho, oCaíto, o Daniel, o Lui, suasestórias são cavalos ar-reados, domados nagarra de seu cavaleiro,pés no estribo, umamão na sela, outra quegira e, no galope, no rodeio,lança o laço que alça em vôolivre o céu azul e cai certeiro a cin-gir a cabeça do gado em disparadaque o laço freia e o boi arria. É músicapara meus ouvidos. Histórias que metransportam para a Santa Cruz daminha infância e adolescência,histórias que eu trago paraos dias de hoje e enrique-cem minha vida.

Domar me lembra“Megera domada”, apeça de Shakespeare.Megera todo mundosabe o que é. A mu-lher irascível, iracunda,um nome ótimo e horrível para dizer deum gênio pior ainda. Megera domada?Acho que desde que aboliram as torres eos cintos de castidade isso não existemais. Mulheres de hoje são todas, feliz-mente, indômitas, indomáveis.

Laço são os laços com a família, com osamigos, laços que eu faço, desfaço, laçoscom o Rio Pardo, laços que me laçam,laços que eu lanço, agarro, laços que,mesmo esperneando, não desenlaçam.No espírito dessas histórias, dos laços,sem sino, sem sinal, num apertar do

peito,n u m a

vontade de baixar para o papelmeus sentimentos, nasceu uma von-

tade de fazer uma homenagem ao tioFernando, assim, no palpitar de

meu coração, palavras aoléu, mais sentimento que

sentido, como numabalada caipira eu o viassim: “Um desejo in-dômito de vencer,tomado por uma von-tade irrefreável de

avançar, laços, muitoslaços, na família, nos ami-

gos, no trabalho, o cavaleiro écavalheiro, é comendador. Do laço aopaço, um passo e são laços que se entre-laçam. Cavalgando orgulhoso de seutrabalho nas feiras de Ourinhos, umcomendador no palácio real da Suécia,tio Fernando a morte leva, mas devolve àvida dos que ficam, como uma troca, ourecompensa, um gosto a mais pela vida.E a morte implacável permite um levesabor de vitória sobre a própria morte.Uma vida que fica num laço que envolve,une e engrandece a todos com quem,um dia, tio Fernando teve seus laços”.

7 •ponto de vista

*médico santa-cruzense que vive em Campinas |[email protected]

uMA baladacaipira *José Mário Rocha de Andrade Lembro da primeira vez queLembro da primeira vez que

ouvi: dar um perdido. Ou seja,ouvi: dar um perdido. Ou seja,dar o cano em alguém e sumirdar o cano em alguém e sumirpara não ter que dar explipara não ter que dar expli --cações. dar um perdido tamcações. dar um perdido tam--bém significa um reapa-bém significa um reapa-recimento a curto prazo,recimento a curto prazo,afinal, toda irresponsabi-afinal, toda irresponsabi-lidade tem limite. E olidade tem limite. E o“perdido” se aplica no“perdido” se aplica nocampo profissional, secampo profissional, sebem que muita gente fazbem que muita gente fazisso com o companheiro, osisso com o companheiro, osamigos, o namorado.amigos, o namorado.

saber dar um perdido ésaber dar um perdido époder curtir um tempo quepoder curtir um tempo queera para algo como estudos, traera para algo como estudos, tra--balho, sem comprometer o resultado.balho, sem comprometer o resultado.E sem aborrecer alguém além do limite,E sem aborrecer alguém além do limite,porque o perdido sempre implica desres-porque o perdido sempre implica desres-peitar os outros. O perdido traz, por isso, apeitar os outros. O perdido traz, por isso, aculpa, mesmo na hora do bel prazer. Culpaculpa, mesmo na hora do bel prazer. Culpamais ou menos amena, depende da situmais ou menos amena, depende da situ--ação, do momento, da pessoa. Quantoação, do momento, da pessoa. Quantomenor a culpa, sinal que mais fraco está omenor a culpa, sinal que mais fraco está ocaráter.caráter.

A história do perdido, me traz à mente aA história do perdido, me traz à mente avontade que a gente tem de deixar devontade que a gente tem de deixar defazer o que tem que fazer. Matar aula, porfazer o que tem que fazer. Matar aula, porexemplo. Quem nunca teve essa vontade?exemplo. Quem nunca teve essa vontade?Muitos não “matam” a vontade. Temem seMuitos não “matam” a vontade. Temem searriscar, acham que podem perder algo,arriscar, acham que podem perder algo,preferem a presença, sempre. são co-preferem a presença, sempre. são co-nhecidos como CdFs, na escola, e Caxias,nhecidos como CdFs, na escola, e Caxias,no trabalho. Chefes e professores adoramno trabalho. Chefes e professores adoramquem se comporta assim. quem se comporta assim.

Pessoas mais espertas, em vez de dar umPessoas mais espertas, em vez de dar umperdido, inventam uma desculpa. Afinal,perdido, inventam uma desculpa. Afinal,quem nunca inventou uma dor de barriga?quem nunca inventou uma dor de barriga?não matou a avó? Eu nunca matei a minha,não matou a avó? Eu nunca matei a minha,mas lembro bem de uma amiga, colega de mas lembro bem de uma amiga, colega de

faculdade,faculdade,que fez isso com oque fez isso com o

emprego que tinha arruemprego que tinha arru--mado, onde eu também, pormado, onde eu também, por

meio dela, comecei minha vidameio dela, comecei minha vidaprofissional. profissional.

Exageros à parte, quem decide porExageros à parte, quem decide pordar um perdido corre o risco de perderdar um perdido corre o risco de perder

a credibilidade, a confiança e o valor.a credibilidade, a confiança e o valor.Porque ninguém vai apostar firmementePorque ninguém vai apostar firmementeou por muito tempo em quem não comou por muito tempo em quem não com--parece sem dar satisfações e reaparece naparece sem dar satisfações e reaparece namaior cara de pau. isso incomoda. nãomaior cara de pau. isso incomoda. nãoapenas quem se sobrecarrega pela faltaapenas quem se sobrecarrega pela faltaque o outro causa, especialmente no traque o outro causa, especialmente no tra--balho, que é ação coletiva. incomoda tambalho, que é ação coletiva. incomoda tam--bém quem está acima do pequeno gol-bém quem está acima do pequeno gol-pista, pois sinaliza que talvez ele seja ina-pista, pois sinaliza que talvez ele seja ina-dequado para a função. Em outrasdequado para a função. Em outraspalavras, não há talento que resista à irres-palavras, não há talento que resista à irres-ponsabilidade.ponsabilidade.

Talvez mais dialogo e sinceridadeTalvez mais dialogo e sinceridadepudessem evitar todo o desconforto depudessem evitar todo o desconforto dequem leva um perdido. Mas aí, perderia umquem leva um perdido. Mas aí, perderia umpouco a graça. Então, antes de dar o seupouco a graça. Então, antes de dar o seuperdido, pondere. Aproveite para vivê-losperdido, pondere. Aproveite para vivê-losem momentos mais frívolos, por períodosem momentos mais frívolos, por períodosbem curtos e em horários estratégicos,bem curtos e em horários estratégicos,como de manhã, aparecendo logo após ocomo de manhã, aparecendo logo após oalmoço. Ou a tarde, tipo depois das 14h.almoço. Ou a tarde, tipo depois das 14h.Pesa menos, você minimiza a culpa, manPesa menos, você minimiza a culpa, man--tém o prazer e talvez, quem sabe, ninguémtém o prazer e talvez, quem sabe, ninguémdesista de você.desista de você.

*jornalista paulistana que adora o interior |[email protected]

PERdidO, pero no mucho

*Fernanda Lira

uM super herói de verdade

arte: Franco Catalano nardo | 360

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Page 8: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

Acho que já escrevi ensta coluna quese fosse preciso escolher apenas umalimento para viver, o milho seria aminha opção. Doce ou salgado, ele as-sume diferentes sabores e é ótimopara acompanhar qualquer prato.

Na casa de dona Odette, o milho fritoé acompanhamento constante paracarnes em geral. Exigente, ela gostado milho bem verde, miúdo, paragarantir mais maciez e sabor.

Uma opção fávil de fazer é assá-lo nabrasa, em dias de churrasco, Quandoficam meio tostadinhos, basta passarazeite e sal. E quanto mais novo, maismacio e saboroso, pode acreditar.

O milho, além de versátil e saboroso,é um alimento muito saudável. Deorigem milenar e típico das Américas,sempre foi consumido pelos índios etransformou-se num importante in-grediente da cozinha brasileira. Entresuas vantagens, está a de não conterglútem, ser altamente energético erico em fibras e vitaminas.

Nesta edição, receitas da minhaamada tia Dalva, dona de um livro dereceitas que vive aberto tanta sua dis-posição para testar receitas que elatira de todo lugar. Por isso sua casa éperfumada de “aroma culinário”.

Tomara ela me ajude a publicar novasérie de delícias da família Rocha.

Ingredientes:150g de manteiga900g de milho verde fresco cortado1 copo de iogurte natural4 ovos inteiros1 colher rasa de sal1 cebola media picadinha1 colher de sopa de pó Royalqueijo minas curado a gosto

Preparo: lEm uma frigideira coloque 50g demanteiga e frite a cebola. Reserve. no liq-uidificador coloque o milho verde, o iogurte, os inteiros, 100g de margarina e o sal.Bater bem e então adicionar o pó Royal. Batamais um pouco. Misture na massa a cebolafrita. unte a forma com manteiga e farinhade rosca. na massa, despeje pedaços dequeijo minas ou outro de sua preferência,como gorgonzola. Asse por 45 minutos.

Ingredientes: Massa:1 copo de requeijão natural1,5 xícara de farinha de trigo2 colheres de sopa de manteiga 1 colher de chá de pó RoyalRecheio: 2 colheres de bacon picado2 colheres de cebola picadas1 dente de alho amassado2 claras em neve1 lata de milho verde1 lata de creme de leite sem soro1 colher de farinha de trigo2 colheres de sopa queijo minas ralado2 xícara de leite

Preparo: Junte os ingredientes da massa,amasse bem e abra. Leve ao forno paraassar e reserve. Refogue o alho e a cebola efrite o bacon à parte para juntar ao refo-gado. Adicione o milho, o queijo ralado e ocreme deleite. Acrescente a farinha de trigodissolvida em1 xícara de leite e mexa paraengrossar um pouco. Coloque sobre amassa já assada. Bata duas claras em neve ecubra o recheio. salpique o queijo de minasralado sobre a e leva ao forno para assar.

8 •gastronomia

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MiLhO verdeem receitas

da tia dalva

Flávia Rocha Manfrin | editora 360

Chipaguaçu

O chipaguaçu é um prato de origem paraguaia. Vai bem com saladas e carnes. Ou sozinho. Além do queijo minas, pode levar bacon ou

linguiça fatiada previamente fritos

receita de Dalva Rocha de Andrade

Torta de Amarelareceita de Dalva Rocha de Andrade

Page 9: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos
Page 10: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

“Comecei a trabalhar como voluntária emum Lar em Pederneiras, aos 12 anos deidade. Ia aos domingos, fazer visita paraos idosos, levar alegria e amor, que elesprecisam muito, e fazer as orações comeles”, conta, afirmando que sua atuaçãono Lar é feita à sua maneira. Cada um tra-balha do seu jeito. Dizem que sou exi-gente, e sou. Porque aqui temos quepensar não na gente, mas nos idosos. Épor causa deles que estamos aqui. E elessão muito bem cuidados mesmo. Eu exijoque os idosos tenham qualidade de vida.Por isso temos bons funcionários, assis-tente social, médico, fisioterapeuta, en-fermaria.”

Comunidade – “Santa Cruz é uma co-munidade que tem 13 entidades e todasestão muito bem cuidadas. Tudo que agente precisa, pedimos socorro e a comu-nidade está aqui. A única que eu sintomuito é que eles não vêm visitar os ido-sos. A gente tem que pensar que um dia agente chega lá. E eles gostam muito de vi-sita”, diz demonstrando seu apego aosmoradores do lar.

A entidade tem hoje 65 idosos e capaci-dade para dar asilo a 80 pessoas. “As fa-mílias têm que entender que aqui não éum hospital. Eles têm que trazer os ido-sos antes de ficarem ruim de saúde, para

que tenham qualidade de vida e possamviver mais e melhor”, alerta. Ela conta quehá instalações também em apartamentos,para pensionistas. “São 10 apartamentosque podem ser usados por curtas ou lon-gas temporadas. Eu soube que aqui temmuitas mulheres morando sozinhas. Senão quer mais viver sozinha, pode vir paracá”, sugere.

Ela mesma pretende se mudar com o ma-rido para o lar. Tanto que construiu umacasa ali mesmo, que dá para o quintal daentidade, assim como os apartamentos.Ali pretende fazer melhorias, inclusiveuma piscina para os idosos se exercita-rem. “Quero passar o resto da minha vidamorando aqui dentro, na casa que fize-mos com o dinheiro da minha irmã, quemorou aqui”, revela.

Longevidade – “Nós éramos de umageração muito reprimida. Acho que é isso.Hoje gosto de fazer tudo que as pessoasmais novas gostam. Gosto de dançar, decarnaval, de conversar, de passear”,afirma a ágil senhora que faz fisioterapiae hidroginástica para manter a saúde e aboa forma. “Agora estou meio paradinhaporque estamos com muito serviço porcausa da Conferência Regional do Idoso.Consegui trazer esse evento para SantaCruz e reuniremos aqui representantes de

Da entrada a todos oscômodos, o Lar São Vicente de Paulo de

Santa Cruz é umexemplo de como os

idosos merecem edevem ser tratados

10 •bem viver

Nilda Pereira dos Santos Caricati, presidenteNilda Pereira dos Santos Caricati, presidentedo Lar São Vicente de Paulo, de Santa Cruz dodo Lar São Vicente de Paulo, de Santa Cruz doRio Pardo, é uma mulher inigualável. ComRio Pardo, é uma mulher inigualável. Comessa convicção, deixei o “Lar”, como ela saessa convicção, deixei o “Lar”, como ela sa --biamente denomina a entidade para idososbiamente denomina a entidade para idososque ela administra de maneira intensa. que ela administra de maneira intensa.

Dona Nilda foi minha primeira professora. ElaDona Nilda foi minha primeira professora. Elanão usa mais a peruca chanel que me deixavanão usa mais a peruca chanel que me deixavadeslumbrada quando balançava a cabeça. Adeslumbrada quando balançava a cabeça. Aelegante senhora de 76 anos é energia pura.elegante senhora de 76 anos é energia pura.Não para nunca. É cidadã ativa, engajada.Não para nunca. É cidadã ativa, engajada.Seja qual for a causa, ela está lá querendoSeja qual for a causa, ela está lá querendosaber do que se trata, manifestando-se e mosaber do que se trata, manifestando-se e mo--bilizando pessoas. bilizando pessoas.

Dona Nilda nasceu em Pederneiras e vive emDona Nilda nasceu em Pederneiras e vive emSanta Cruz há 43 anos. Depois de curto perío-Santa Cruz há 43 anos. Depois de curto perío-do como professora concursada da rede púdo como professora concursada da rede pú --blica, no caso, um maternal, passou a tra-blica, no caso, um maternal, passou a tra-balhar como voluntária de projetos de assisbalhar como voluntária de projetos de assis --tência social. Faz isso há 40 anos, dos quais 28tência social. Faz isso há 40 anos, dos quais 28anos dedicados ao “Lar”, como ela gosta deanos dedicados ao “Lar”, como ela gosta dechamar o que tantos conhecem como asilo. chamar o que tantos conhecem como asilo.

Ela pensa rápido. Deu um show de entrevista.Ela pensa rápido. Deu um show de entrevista.Tanto, que para não perder nada, transcrevoTanto, que para não perder nada, transcrevoaqui suas respostas. Sua eloquência dispensaaqui suas respostas. Sua eloquência dispensaedição de texto e nos faz querer incluir tudo,edição de texto e nos faz querer incluir tudo,pois sabe muito bem do que fala. Dona Nildapois sabe muito bem do que fala. Dona Nildaé uma lição de vida. Abram aspas para ela:é uma lição de vida. Abram aspas para ela:

COMO dar um lar de verdade aos idosos

Dona Nilda e a casa queconstruiu no quintal do Lar

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Flavia Manfrin_editora 360

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52 municípios.”, conta D. Nilda, dandomais um exemplo de ser caráter aguerridoe de seu poder de realização.

Além de debater a questão do idoso, oevento marcará a inauguração da Praçado Idoso, instalada dentro do lar graças àdoação da Madtrat, empresa da cidadeque faz os equipamentos em madeira quecomeçam a se multiplicar em praças pú-blicas de vários municípios, através deprojeto do governo do Estado (aparece-ram em matéria da edição 59 do 360).

Para abrigar todas essas pessoas, ela re-corre ao bem montado salão de festas dopróprio Lar. O local é alugado para even-tos particulares, como fonte de aumentaros escassos recursos repassados pelos po-deres públicos, que não cobrem mais que20% do custo mensal da manutenção doLar, que gira em torno de R$ 35 mil. Ototal de R$ 6.810,00 recebidos a cada mêsé rateado entre o governo federal (R$2.150,00), estadual (R$ 3.840,00) e aprefeitura municipal (R$ 820,00).

As melhorias ela consegue indo atrás depolíticos que sempre prometem ajuda em

época de eleições. “Desde a primeira vezfomos atendidas muito bem”, garantedando uma lista de deputados que já con-seguiram verbas para o Lar e adiantandoqual será o próximo benfeitor.

Apoio comunitário – Se o Lar deSanta Cruz é tão bem cuidado, como mos-tram as fotos desta edição, seguramente épor causa da ajuda da comunidade, inclu-sive das empresas, que doam óleo (Spe-cial Dog), arroz (arrozeiras), feijão (vemde Ipaussu) e carne (do frigorífico e domatadouro). O restante das contas sãopagas pelos eventos que a comunidadepromove, como o leilão anual de animais,

bingos e campanhas de arrecadação dediversos itens de consumo, como carne,sabonete, papel higiênico, entre outros,realizadas por 300 voluntárias durantetodo o ano.

“É um trabalho muito bem organizado.São grupos de 10 mulheres tendo umacoordenadora”, explica D. Nilda. Em de-zembro, elas se reúnem para um chá deconfraternização, um evento já famoso nacidade. “Um dia uma amiga me parou narua e me perguntou: ‘Como faço parapoder ir ao chá anual do Lar?’ Junte maisnove amigas, forme um grupo arrecade 10quilos de carne moída todo mês, entregue

no Lar e você e suas amigas já estão con-vidadas, respondi.”

Ela não economiza elogios aos colabora-dores. “Tocamos o Lar com a ajuda des-sas senhoras e sem o leilão não sobrevive-ríamos”, afirma fazendo questão de lem-brar de outros colaboradores, como as ar-rozeiras, o frigorífico e o matadouro.“Quando chega o inverno, acho que o Erik(outro ex-aluno) lembra da professora emanda um abrigo novo para os idosos”,conta satisfeita. Agora ela festeja a doaçãoda Madtrat dos equipamentos para ativi-dades física desenvolvido especificamentepara exercitar idosos.

Ela mostra com orgulho arouparia, onde tudo é mantido

limpo e organizado.

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Para completar, o orçamento, o Lar re-cebe a aposentadoria dos internos (se-gundo o estatuto do idoso determina que

70% da aposentadoria do idoso vá para ainstituição onde ele vive e 30% para a fa-mília dele). “Achamos isso um absurdo,porque nós damos tudo para eles aqui, co-mida, roupas remédios. Então quandoconversamos com a família eles acabamdoando a parte deles também. Tudo re-gistrado, pago com cheque. Tudo é docu-mentado aqui”, enfatiza.

O convívio dos idosos com a família acon-tece em visitas aos domingos e quartas-feiras. “Se estiverem com a família todosos dias, não conseguem se acostumar a fi-car aqui, mas as pessoas da cidade podemvir aqui qualquer dia para conviver comeles”, convida.

Uma boa oportunidade, segundo ela, sãoas missas, que acontecem no segundo sá-bado do mês. “Gostaríamos de ter missatodos os sábados”, destaca. “Foi atravésda missa que ingressei aqui. Eu vinhatodos os sábados e me tornei vicentinapara poder trabalhar aqui”, diz.

Profissão de fé –Além da capacidadede fazer a coisa acon-tecer, e da melhormaneira possível, D.Nilda é uma fonte de sabedoria sobre avida. “Eu me sinto bem fazendo esse tra-balho em vez de ficar em casa sem fazernada. Não foi isso que Jesus pediu . Elenão veio ao mundo para nos salvar. Eleveio nos ensinar como nos salvar. E euacho que para a gente se salvar tem queser amando o seu semelhante”, acredita apresidente do Lar.

Mensagem aos leitores – “Quem temidoso em casa venha aqui para ver comoeles são cuidados e podem trazer parapassar o dia. As pessoas precisam de ale-gria. Mesmo que você não seja tão idoso,venha passar umas horas. Fazer esse tra-balho voluntário dá vida para a gente”,afirma D. Nilda Caricati concluindo umaaula que jamais vou esquecer.

“O trabalho voluntário enche o coração, enche a vida da gente.“O trabalho voluntário enche o coração, enche a vida da gente.Temos que fazer o trabalho voluntário para agradecer a Deus pela vida que ele nos deu. Pela vida do marido, dos filhos, dos netos.”Temos que fazer o trabalho voluntário para agradecer a Deus pela vida que ele nos deu. Pela vida do marido, dos filhos, dos netos.”

“Ganhar a Praça do Idoso nos deixou muito felizes. Temos um projeto de abrir a praça para os idosos da comunidade usarem também.“Ganhar a Praça do Idoso nos deixou muito felizes. Temos um projeto de abrir a praça para os idosos da comunidade usarem também.Queremos fazer um grupo, porque não é só o pobre que precisa participar de um grupo, mas o rico também. Tivemos uma pessoa aqui que eraQueremos fazer um grupo, porque não é só o pobre que precisa participar de um grupo, mas o rico também. Tivemos uma pessoa aqui que era

bem rica, mas precisava do nosso amor e do nosso carinho.”bem rica, mas precisava do nosso amor e do nosso carinho.”

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No Lar, há salãode beleza para

mulheres e barbearia para os homens . Na

foto à esquerda,a Praça do Idoso

Page 13: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

Quem não prefere uma rua cheia deárvores, canteiro gramado e sombrapara aquele dia quente de verão, doque fritar com pisos e concreto queparecem tornar o calor ainda mais in-suportável? É o que os alunos deGeografia da Unesp de Ourinhos que-rem resgatar, com apoio da popula-ção da cidade, com o projeto Um Rioem Minha Rua. Uma ação que na su-perfície resolve o bem estar das pes-soas e no subsolo, ajuda a salvar ocórrego Água da Veada (afluente doRio Pardo), ameaçado pela voçoroca -grandes fendas na superfício causa-das pela erosão. A ação é simples: aopermeabilizar as calçadas com árvo-res e canteiros, aumenta a absorçãode água pelo solo, o que pode evitar aerosão da região.

A presença de árvores e canteirosnas calçadas, bem como em quin-tais e entradas das residências per-mite é importante para evitartambém as enchentes e o assorea-mento de rios e córregos. Quandotudo é coberto de pedras e cimento,toda a água que não é absorvida pelosolo acaba escoando pela superfície.Como o concreto e o asfalto cobremvastaa áreas, a água ela escoa com ve-locidade e quando chega perto damata e dos rios, leva a cobertura deterra da superfície embora. Isso pro-voca a erosão e também o assorea-mento de rios e córregos, pois a terralevada pela água se acumula neles, di-minuindo seu leito.

Arborização dos bairros –Arborização dos bairros – NaÁgua da Veada, a voçoroca tem maisde 800 metros de comprimento echega a 20 metros de profundidadeem alguns pontos. Em 2010 o grupoda Unesp começou um levantamentosobre as calçadas dos bairros afetados

por esse problema – Brilhante, Es-meralda, Paineiras, Ideal e Esplen-dor. "Descobrimos que 75% dascalçadas estão totalmente impermea-bilizadas", conta Rafael Béccheri Cor-tez, engenheiro agrônomo formadopela Esalq e aluno especial do cursoda Unesp. Para tentar reverter a si-tuação, o grupo da Unesp busca mo-bilizar a população e também tentareceber apoio da prefeitura.

Ver de perto Ver de perto – – Através do pro-jeto Um Rio Minha Vida, os mora-dores serão visitados e receberãomaterial com explicações sobre o pro-blema. Também será feito um cadas-tro das pessoas interessadas emreceber o plantio de árvores em suascalçadas e quintais. Esse relatório,será encaminhado à Secretaria deMeio Ambiente do município, res-ponsável pelo distribuição das mudase plantio.

Também haverá trabalhos práticos."Estão agendadas duas ações paratrabalhos práticos: uma é o dia decampo na voçoroca, no dia 17/09,quando as pessoas poderão se fami-liarizar com a proporção do pro-blema. A outra atividade será no dia24/09, com o plantio de árvores emuma área pública próxima aos bairroscitados", informa Rafael.

Além disso, estão previstas visitas aescolas e associações de bairro parapalestras de educação ambiental."Trata-se de um projeto piloto quevisa o desenvolvimento sustentávelde nossa cidade. Gostaríamos muitode alcançarmos resultados positivosneste projeto e de expandi-lo para asoutras microbacias urbanizadas deOurinhos", afirma o agrônomo.

Ação conjunta –Ação conjunta – Paralelamenteàs ações comunitárias, os integrantesdo grupo da Unesp pretende propor àprefeitura mudanças no planeja-mento ambiental. "Queremos que oprojeto de macrodrenagem da regiãoleve em consideração os fatores am-bientais e que não haja canalização,como ocorreu com outros dois córre-gos da cidade", ressalta Rafael.

Com essas medidas simples, muitosproblemas podem ser evitados, comoo rompimento de galerias, que acon-tecem quando há a voçoroca. Por isso,preservar o verde não é apenas esté-tico. A cidade precisa do verde para semanter de forma sustentável. Quemquiser apoiar o projeto Um Rio emMinha Rua pode entrar em contatocom o Rafael – fones 14 3324.9921 e14 9778.3478.

13 •meio ambiente

Uma ideia simples pode embelezar asUma ideia simples pode embelezar asruas, ajudar a solucionar problemas eruas, ajudar a solucionar problemas eamenizar a falta de planejamento uramenizar a falta de planejamento ur--bano. É o que o projeto Um Rio embano. É o que o projeto Um Rio emMinha Rua pretende colocar em práMinha Rua pretende colocar em prá--tica com os moradores de Ourinhostica com os moradores de Ourinhos

VANTAGENS DA VANTAGENS DA PERMEABILIZAÇÃOPERMEABILIZAÇÃO

: redução das enchentes: melhoria da qualidade do ar: geração de sombra : abrigo e alimento para pássaros : redução de erosões: melhoria da paisagem: conscientização de

desenvolvimento urbano

PARTICIPEPARTICIPE

17/09 -17/09 - Dia de Campo na Voçoroca: entendendo o problema

24/09 -24/09 - Plantio de Mudas: primeiro passo para mudar

CALçAdAs verdespodem salvar córregos

André Andrade Santos | 360

Page 14: OuRinhOs ganha projeto verde em calçadas para salvar córregos

REsPOsTAs: Adivinha: 1- A lua. 2. A abelha. 3. A babaneira. .Passatempo:vide diagrama ao lado

O que é… …O que tem a idade do mundo

e todo mês nasce?

…Voa pelo ar feito balão, aos vivos dá alimento, aos mortos consolação ?

…nasce no mato, no mato se criae só dá uma cria?

PINGOconquista a vitória

VOLTA àS AULAS 2

Pingo juntou 8 objetos do Alvinho. Ajude-o a encontrar o nomede cada um deles no diagrama abaixo:

Era uma vez um sofá. Era uma vezporque o sofá, que uma vez existiu, oPingo destruiu.

Come daqui, morde dali, foi um tal deroer e roer que Pingo parecia ser dafamília dos roedores. Pingo, você éprimo dos esquilos? Acho que não.Talvez seja só curiosidade. O que seráque há dentro de um sofá?

Pingo arranca um pedaço de couro, éespuma que sai, madeira, fios, Pingomorde, rói, arranca, rói, o chãocoberto de espuma. Pronto. Era umavez um sofá. Pingo conquistou suaprimeira vitória. Não foi fácil. Tododia a mãe do Alvinho ficava muito,muito brava. Pingo foi persistente.

Cachorros não constroem. Cachorrosbrincam e destroem, latiu Pingo. Au!Au! E saiu correndo.

14 •meninada

PINGO

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Os alunos do ColégioCamões fizeram uma ação para apreservação da PraçaSão Sebastião, emSanta Cruz do RioPardo, no diaprimeiro de agosto.

Tudo começouquando a advogadaFernanda Cassita Pegorer, mãe da Lia,estudante doCamões.

Ela resolveu fazeresse projeto de iden-tificação das árvoresda praça, que tempista de caminhada e equipamentos de ginástica.

Ela apresentou oprojeto para aprefeitura e para oColégio Camões e osdois abraçaram essacausa.

Então os alunos do1º ao 5º anocomeçaram apesquisa sobre oassunto, pesquisandoo nome científico dasárvores identificadaspor seus nomes pop-ulares pelos técnicosda prefeitura. Depois, para fecharcom chave de ouro,os alunos colocaramas placas de identifi-cação das árvores napraça.

QUEárvoreé essa?

Doamos filhotes de gatosiamês-ltigrado-malhado. Lindinhos de olhos azuis!

Contato:14 9778.7510 (Marcos)14 9141.0029 (Flavia)

GATOS MestiçosGRÁTIS!

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AVARÉAVARÉChoronas (Música). Quatro musicistas que encan-tam e comovem o público tocando ritmos brasileiros.Repertório repleto de obras consagradas a descon-hecidas, tradicionais e recentes | Teatro Municipal |23/09 _ 20h | class.: livre

BeRnARdino de CAMposBeRnARdino de CAMposAlmoço Beneficiente ApAe. 11/09 | Lar São Vicente de Paula | a partir das 12h | R$ 12,00.info.: 014 3346.3100

BoTUCATUBoTUCATUA Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucessode público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e oPrêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008Teatro Municipal | 29/09 _ 20h30 | class.: 18 anos

oURinHosoURinHosdo Jeito que Você Gosta (Teatro) _ Com a Cia. doElevador de Teatro Panorâ-mico é tida como a melhorcomédia escrita por William Shakespeare. | TeatroMunicipal | 03/09 _20h30 | class.: 12 anos

piRAJUpiRAJUA Alma imoral - Clarice niskier (Teatro) Sucessode público, Prêmio Shell de Melhor Atriz de 2007 e oPrêmio Qualidade Brasil de Melhor Atriz de 2008 | Cinemax | 07/09 _ 20h30 | class.: 18 anos

sAnTA CRUZ do Rio pARdosAnTA CRUZ do Rio pARdoprojeto "Vá ao Cinema" . Exibição de filmes na-cionais. Grátis para alunos e professores das escolasestaduais,municipais, associações de bairros, gruposda 3ª idade, APAE, Projeto Guri, Polícia Militar, PolíciaCivil e Corpo de bombeiros 2 a 29/09 _ 2ª a 6ª : 9h e14h _ sab. e dom.: 14h | Palácio da Cultura | info.: 14 3372.1227

iii Festival Regional Jovencanta.Em parceria comas cidades da Associação Cultural do Vale doParanapa-nema | Palácio da Cultura | 17/09_ 19h

5ª primavera de Museus - Exposição de fotos demulheres que marcaram épocas e fazem parte damemória de Santa Cruz do Rio Pardo e apresentaçãodo Coral Municipal no dia 21/09 às 19h30. | Museu doBrinquedo da Fafil | 19 a 25/09_19h - 23h

noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores(teatro). A Cia Coisas Nossas encena a vida do poeta ecompositor brasileiro | Palácio da Cultura | 24/09 _20h | class.: 14 anos

exposições_ Rádio - Uma grande paixão -Homenagem ao advogado e radialista José EduardoCatalano_ Associação Comercial Empresarial deSanta Cruz do Rio Pardo | 30/09_ 19h30Jornal deBATe _ Museu Ernesto Bertoldi |3ª a 6ª: 8h_ 17h - sab. e dom.: 9h_ 17hColeção de lápis do Mundo todo (Baiano)_Museu Ernesto Bertoldi | ter. a sex. 8h - 17h, sab. e

dom. 9h - 17h. obras da artista plástica Lídia M.Tokomoto (in memorian) _ Palácio daCultura | 8h - 22h

sÃo MAnoeLsÃo MAnoeLA Cuca Fofa de Tarsila (Teatro)Homenagem à pintora brasileira contauma história de amor, cheia de aventura,magia e boa música | Cine Teatro Municipal| 04/09 _19h | class.: 3 anos

sÃo pAULosÃo pAULoFestival sesi de Música. Para todos os estilos damúsica brasileira. São três fases: preliminar (análise dematerial), semifinal (apresentações entre 23 e 26/11)e final, com show de encerramento e cerimônia depremiação no SESI Itapetininga (27/11). Aberto paratrabalhadores de indústria no Estado de São. Os classi-ficados receberão kit de participação e haverá prêmiosde R$ 5mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil. inscrições grátis até23/09. info.: www.sesisp.org.br

TATUÍTATUÍ5º encontro internacional de percussão. Integraa série de Encontros Internacionais do Conservatório.Atividades pedagógicas e artísticas – workshops,masterclasses, recitais e concertos. Ins-crições: de05/09 a 31/10. Evento: de 09 a 12/11. Taxa R$ 20,Info.: 15 3205.8444conservatoriodetatui.org.br/epercussao

15 •agenda cultural

músico fascinado por shows, e este ano garante presença no Pearl Jam e SWU, trazendo aos leitores o relato dos eventos

Há exatamente um ano escrevi uma coluna tecendoloas àquele que se projetava um semestre sem prece-dentes no quesito grandes shows e festivais no Brasil.Não imaginava que tornaria a escrever, com entusi-asmo, sobre o mesmo assunto. Isto porque o final de2011 é de fazer sorrir (e quebrar o porquinho) o sujeitoque gosta de peregrinar por bons shows.

A maratona começa neste dia 23, com o famosíssimoRock In Rio e seu tradicional balaio de gato no qualIvete Sangalo, Shakira, Metallica, System of a Down evários outros dividem o mesmo evento. Não me em-polguei, mas, pra quem gosta de um oba-oba, está va-lendo.

Para poucos e bons, enquanto o Red Hot Chili Peppersestiver se apresentando no Rio de Janeiro, o PrimalScream trará a São Paulo, no dia 24, o show decomemoração dos 20 anos do seminal disco “Screa-madelica”, um marco do rock anos 90.

O mestre Eric Clapton se apresenta no Morumbi, no dia12/10, mesmo local em que o Pearl Jam fará showshistóricos em 03 e 04/11. O Aerosmith também voltaao Brasil, no dia 30/10.

E o Planeta Terra, que tem se firmado de maneira im-pressionante (ingressos esgotados em 14 horas, comapenas 4 atrações confirmadas), trará Strokes (em máfase), e Beady Eye, que nada mais é do que o Oasis semseu gênio, Noel Gallagher.

Outro festival se firmando é o SWU, cuja segundaedição, agora em Paulínia, mesmo sem as atraçõeshistóricas da edição anterior, tem desenhado um bompanorama, com os ótimos Faith No More, Sonic Youth,Kanye West e Alice In Chains. E grandes atrações aindaestão para ser anunciadas. Bobagens sempre existirão,como o Black Eyed Peas (o É o Tchan americano), mastudo se encaixa na proposta democrática do evento. Haja dinheiro e disposição!

*Tiago Cachoni Final de ano COnCORRidO

O que é…

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Divulgue seu evento aquigrátis!

[email protected]

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MMaaffaaggaaffooss,, aa bbaannddaappoopp rroocckk qquuee

aaggrraaddaa aa ggrreeggooss eettrrooiiaannooss sseemmpprreerreeúúnnee ggeennttee bboonniittaa

BBaarrrriiccaa__SSCCrruuzz

A polêmica envolvendo o Rio pardo e aconstrução de usinas hidrelétricas aindavai tomar tempo de cidadãos e autori-dades. O processo de concessão de li-cença ambiental, primeiro passo para asobras, ainda não foi concluído pelaCetesb, órgão estadual responsável pelaanálise e autorização. Documentos com-provando a inviabilidade ou proibição àsobras podem ser encaminhados ao Mi-nistério público. Todo cidadão tem odireito de se manifestar e contribuir paraa preservação de um dos poucos riosainda não poluídos do Estado de SãoPaulo que abastece nossa região.

RIO PARDO: muita águaainda vai rolar

SOLIDARIEDADEem Avaré

16 •gente_ drops

A prova da solidariedade, parte da Gin-cana de integração dos alunos do 6º ao 9ºano da FReA (Colégio Universítário deAvaré), arrecadou 2.800 litros de leite queserão doados a seis entidades assistenciaisda cidade. A partir de 02/09, a arrecadaçãoserá de fraldas geriátricas, com o mesmopropósito.info. F: 14 [email protected]

FFoottooss::FFlláávviiaa RRoocchhaa || 336600

NNoo IInnggáá NNááuuttiiccooCClluubbee cciiddaaddããooss ccoonnttrráárriiooss ààss

PPCCHHss nnoo RRiioo PPaarrddoommoossttrraamm aa ccaarraa ee ppeeddeemm nnããoo!!BBaarrrriiccaa__SSCCrruuzz

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Tempo de ExCELênCiAO mês de setembro será beneficiadopela influência de Virgem, pois o Sol seencontrará neste signo até o dia 22.

O enfoque será a excelência em tudo oque fizermos, já que este signo gostaque tudo saia bem feito. Porém, Mercú-rio fica retrógrado e retorna em Virgemno dia 10, sugerindo que deveremos teratenção em evitarmos críticas e exi-gências excessivas, tanto com as pes-soas que nos rodeiam como com nósmesmos. Devemos aceitar erros eaprender com eles. Todavia, nossasideias estarão mais nítidas e nossa ex-pressão mais clara.

Já Vênus sairá deste signo e entrará em

Libra, onde os afetos e relacionamen-tos serão enfatizados. Será possívelatender às nossas necessidades emo-cionais com maior eficiência e destaforma, dar suporte para pessoas quetanto amamos. Teremos maior cons-ciência do que devemos fazer para me-lhorar e acentuar as afinidades comentes queridos, já que família, amigose todo tipo de par-ceria e conví-vio estaráenfatizada.

As atividades ro-tineiras e domésticasnão aborrecerão tanto, jáque nos envolveremos

com elas de forma mais harmônica, afi-nal, Marte se encontra em Câncer,signo que rege a família, a casa e todosos assuntos relacionados. Teremosmaior responsabilidade e compro-misso, tanto nas relações como na ro-tina, deixando-as organizadas parapodermos fazer novas coisas, pois a

partir do dia 20, Marte ingressa emLeão, restaurando a con-

fiança em tudo oque fizermos,

permitindonovos inves-

timentos, sejano plano profis-

sional como nopessoal. Vamosviver intensa-mente, já queos astros cons-piram a favor!

*Adriana Righetti

o que os astros nos proporcionam no mês de setembro

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*astróloga paulistana que

vive em SãoTomé das Letras

|[email protected]

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JJuucciimmaarr OOlliivvaarr BBrraaggaa ggaannhhoouu aa jjaaqquueettaavveerrmmeellhhaa ddaa PPrroommooççããoo DDiiaa ddooss PPaaiiss

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