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RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA REALIZADA COM A TURMA CCO3BN-ATA - Auditoria Belo Horizonte, novembro de 2014

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RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA REALIZADA COM A TURMA

CCO3BN-ATA - Auditoria

Belo Horizonte, novembro de 2014

APRESENTAÇÃO

A Professora da disciplina de Auditoria do Curso Superior de Ciências Contábeis visando

complementar a formação de seus alunos realizou no dia 30/10/2014 visita técnica ao

Hipermercado EXTRA, localizado no município de Belo Horizonte.

O Hipermercado EXTRA é parte integrante da Companhia Brasileira de Distribuição. De acordo

com informações extraídas das demonstrações financeiras auditadas do período de 2013, a

estrutura multiformato do Grupo é formada pelas operações do GPA Alimentar, da Via Varejo

e da Nova Pontocom.

As operações do GPA Alimentar são compostas por supermercados (Pão de Açúcar e Extra

Supermercado), hipermercados (Extra Hiper), lojas de proximidade (Minimercado Extra),

atacado de autosserviço (Assaí), delivery (Pão de Açúcar e Extra), GPA Malls (Conviva e

galerias comerciais), postos de combustíveis e drogarias.

Por sua vez, as operações da Via Varejo são formadas por lojas físicas de eletroeletrônicos e

móveis (Ponto Frio e Casas Bahia). Já a Nova Pontocom é formada pelas operações de e-

commerce do Pontofrio.com.br, Extra.com.br, Casasbahia.com.br, Barateiro.com,

PartiuViagens.com.br e Atacado Pontofrio.

Vale mencionar que a visita técnica realizada teve como objetivo proporcionar aos alunos um

maior contato com a área administrativa do Hipermercado EXTRA, responsável pela

contabilização de toda a operação da empresa e suporte à auditoria externa. Nesse sentido,

os alunos buscaram responder às seguintes perguntas:

A contabilidade dos supermercados/hipermercados é realizada de forma centralizada?

Como é o processo logístico da Sociedade?

Qual a relação da empresa com a auditoria contratada?

Quantos funcionários são responsáveis, nas unidades de Belo Horizonte e região

metropolitana, pela contabilidade?

Qual o sistema utilizado pela empresa? Há sistemas diferentes para controles de

estoques, custos, etc?

Algum produto é importado diretamente? Existe área específica de operações com o

exterior?

Quais os controles da Sociedade para os bens que compõem o imobilizado?

Em relação à convergência das normas contábeis, quais os procedimentos foram

realizados internamente para adequação às novas práticas?

Estas questões constituíram apenas um direcionamento para a visita.

Por fim, destaca-se que as fotos apresentadas nesse relatório foram disponibilizadas e

autorizadas pelos alunos e pelos professores para divulgação.

Foto 01 – Alunos no depósito do EXTRA

Foto 02 – Alunos na palestra realizada pelo responsável pela logística

Foto 03 – Alunos na palestra realizada pelo responsável pela logística

Foto 04 – Quadro com os valores do Grupo

Foto 05 – Alunos na palestra realizada pelo responsável pela logística

Foto 06 – Alunos na visita técnica ao Hipermercado EXTRA

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Com o objetivo de verificar a absorção de conhecimento pelos alunos foi aplicado o seguinte

exercício avaliativo.

Saber ler “contabilês”...

O professor Eliseu Martins ensina que para se fazer uma boa “análise de balanços”, são

necessárias duas habilidades. A primeira, o domínio da habilidade da leitura, algo que se

desenvolve nos bancos escolares e em casa, com o bom hábito da prática da habilidade de

ler! A última, e não menos importante, é a habilidade dada pelo conhecimento de

contabilidade, aquele inerente a formação propiciada aos estudantes desta disciplina em

cursos específicos e também no hábito enriquecedor de estudar para obter o conhecimento

dos temas desta disciplina ou área de conhecimento. Essas habilidades nos permitem

compreender e interpretar as demonstrações contábeis, consequentemente nos auxiliam no

processo de auditoria das referidas demonstrações.

As demonstrações contábeis (financeiras) ou, popularmente, “os balanços” das empresas

servem como um meio de comunicação destas para com a sociedade em geral, especialmente

os que demandam por informações sobre as mesmas para suas decisões inerentes à alocação

de recursos. Normalmente, esses denominados usuários da informação contábil são

caracterizados como investidores ou credores da empresa e para esses as demonstrações

contábeis são elaboradas e apresentadas. Existe no processo de elaboração destas

demonstrações o pressuposto de que esses usuários tenham condições de compreender o que

lhes é apresentado (sabem ler e conhecem de contabilidade!). Por parte desses usuários da

informação propiciada pelas demonstrações contábeis, espera-se delas que tenham

características qualitativas que lhe forneçam uma informação relevante e confiável

(representação fiel), principalmente.

Dessa maneira o processo contábil de geração da informação, desde o reconhecimento,

passando pela mensuração e sumarização até a sua comunicação, tornar-se-ia eficaz ao

apresentar em demonstrações todas as transações registráveis de maneira organizada e

sintetizada. Essa eficácia, contudo, é avaliada do ponto de vista de quem recebe a

informação, que seguindo uma linha de economia da informação, teria valor ao usuário se

este fosse afetado pela sua obtenção e fizesse uso da mesma em sua decisão, seja ela qual

for. Assim, a informação contábil é relevante quando influencia a decisão do usuário, um

provável “leitor” das demonstrações contábeis. Não se desconsidera outras fontes de

informação sobre/da empresa, mas estritamente e para os fins aqui propostos, focar-se-á

nesta que indubitavelmente é uma das mais importantes, pela informação em termos de

volume e até pelos custos de transação inerentes ao “preparar”, “analisar” e “auditar” as

demonstrações.

Na presença de custos e ou incerteza, normalmente definidos, os gerentes (ou empresas) vão

optar por evidenciar ou reter as informações sobre o valor da empresa apesar do fato dos

agentes externos à empresa interpretarem racionalmente (quase sempre) a informação

retida. E existem incentivos para o gestor e ou a empresa que facilitam a “escolha” entre a

evidenciação voluntária ou a não evidenciação (sintetizado de Verrecchia, 2001, Essays on

Disclosure).

Sabe-se que a “escolha” pela evidenciação e pelo registro de uma determinada transação

pela contabilidade está diretamente ligada a intenção gerencial da empresa e, portanto, não

se pode(ria) dissociar a informação apresentada da registrada. Ainda mais quando estas foram

“validadas” por uma auditoria externa.

Os incentivos dados para evidenciar podem ser aqueles que se relacionam com o

reconhecimento e mensuração das transações, os quais às vezes não são perceptíveis aos

olhos do “leitor”. Ou simplesmente, considera-se que existem outros incentivos que afetam

exclusivamente a evidenciação, os quais podem afetar a análise em termos de o fato

(transação) registrado e o comunicado, fazendo-se com que a essência econômica não seja

refletida, quer por uma forma de expressá-la ou mesmo por uma intenção de não expressá-la.

Seja qualquer tipo de evidenciação, voluntária ou não, a intenção gerencial da empresa (e

dos gestores) estará expressa devido as escolhas contábeis realizadas em todo o processo de

comunicação, portanto.

A bolsa de valores (BM&FBovespa) disponibiliza diversas informações sobre as operações das

empresas que operam em seu âmbito, desde os dados cadastrais e de gestão, como as

demonstrações contábeis, até os dados das cotações das ações negociadas, dia-a-dia, das

mesmas.

Nesse contexto, importante destacar o papel da auditoria externa: obter elementos

comprobatórios suficientes que permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de

acordo com os princípios fundamentais da contabilidade e se as demonstrações deles

originárias refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira da instituição.

O trabalho de verificação da situação patrimonial e financeira das empresas é de extrema

importância para os futuros aplicadores de recursos e demais parcerias empresariais. Como

medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros

investidores exigem (muitas vezes) que essas demonstrações sejam examinadas por um

profissional independente da empresa e de reconhecida capacidade técnica.

Dados e informações das demonstrações contábeis: Ab initio validi, post invalidi?

As demonstrações contábeis são o objetivo de análise neste contexto. Como exposto

inicialmente, são fontes de informações da posição econômico-financeira da empresa. Sendo

fruto do processo contábil das empresas, cabe a elas dar informação relevante e fidedigna ao

mercado, pressupõe-se.

Dessa forma, apresenta-se as perguntas a serem respondidas pelos alunos (em dupla) para

entrega no dia 11/11/2014. As informações sobre as demonstrações financeiras a serem

analisadas estão disponíveis no site:

file:///C:/Users/Cliente/Downloads/PCAR4_DFP_2013_PORT.pdf. Os dados são relativos a

Companhia Brasileira de Distribuição, Grupo no qual os Supermercados/Hipermercados EXTRA

fazem parte.

1. Qual a opinião dos auditores independentes em relação às demonstrações contábeis

(financeiras) do período de 2014? Explique.

2. Quais os fundamentos dos parágrafos de ênfase e outros assuntos constantes no

relatório dos auditores independentes? Explique lembrando-se de embasar a resposta

com base nas normas de auditoria vigentes.

3. A Sociedade apresenta saldos relativos a estoques. Quais testes a auditoria

independente poderia realizar para verificar com segurança a confiabilidade destes

valores? Exemplifique.

4. Qual a importância dos eventos subsequentes? A Sociedade apresentou algum evento

subsequente? Caso positivo, na sua opinião, as informações apresentadas se

enquadrariam no conceito de eventos subsequentes? Qual o papel da auditoria na

validação dessas informações?

5. Qual a “leitura” podemos realizar das demonstrações contábeis da Companhia

Brasileira de Distribuição? Faça uma análise crítica do nível de evidenciação das

mesmas bem como uma interpretação crítica, baseada em seus conhecimentos de

contabilidade e nas normas vigentes.

6. Como estamos analisando um Grupo de empresas como deveria ser o trabalho da

auditoria independente? A auditoria seria realizada individualmente nas empresas

integrantes do Grupo? Explique embasando nas normas de auditoria vigentes.