ano lectivo 1964/1965 supersÓnico a 1ª turma do ecb · a visita de estudo da minha turma foi no...

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DESTAQUES TOQUE DE SAÍDA Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita [email protected] externatobenedita.net Trianual - Março de 2010 Ano 5 - Número 13 - 1,00 € NAS TERRAS FUNDAS DO VALE Página 5 TERRA - UM PLANETA EM PERIGO Página 8 O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICO Página 11 COMO AVALIAR UM SISMO Página 12 ENTREVISTA A JULIANA MARTINS Vencedora do Concurso Nacional Escrita em Dia Página 13 J. D. SALINGER, O ESCRITOR DA SOLIDÃO Página 14 COISAS MINHAS E DE MAIS ALGUÉM Página 17 BENEDITA SEM BARREIRAS Página 19 No âmbito das comemorações dos 45 anos do Externato Cooperativo da Benedita, o Toque de Saída traz aos seus leitores a 1ª e única turma da escola no ano lectivo de 1964/1965. Estes jovens iniciaram no Externato o seu per- curso académico. Depois, alguns prosseguiram os estudos, acabando a sua formação em diversos cursos. Outros, ingressaram na vida profissional. Anos mais tarde, foi também o ECB que acolheu os seus filhos e que, muito provavelmente, receberá os seus netos. Na foto podemos ver, da esquerda para a direita, e com ar de quem está a posar para uma foto histórica, es- ses mesmos alunos: Carlos Alberto Marques Bernardino, Artur Ferreira Jorge, José dos Santos Primo, João Mar- ques Serralheiro, Luís Antó- nio Mateus do Carmo Ferrei- ra, Adérito da Silva Ferreira, Manuel Guerra Figueiredo, João Ivo Ribeiro Peralta, Ma- ria Antónia da Silva Ferreira, Maria Helena da Silva Ra- damanto, Piedade Catarina Jorge, Maria Natália Marquês Serrazina, Maria Isabel da Silva Caste- lhano, Maria Celeste Ribeiro Filipe. Acompanhando a turma, podemos ver o então Director, Dr. António Gameiro da Silva, e o Sr. Pa- dre Tiago Delgado Tomás. Professora Maria José Jorge ANO LECTIVO 1964/1965 A 1ª TURMA DO ECB Torna-se difícil traduzir por palavras o dia que vivi, tal a bola gigante de emoções que se forma dentro de mim quando penso em tal acontecimento! Mas comecemos pelo princí- pio (claro!). Num chuvoso dia doze de Janeiro, daque- les em que ainda cheira a Natal, quatro mem- bros do ECB embarcaram numa bela viagem até à cidade do Porto, a fim de visitar o ateliê do arquitecto Eduardo Souto Moura. Quem? Eu, a minha amiga Beatriz (e assim ficámos Beatriz 2 ) e as professoras Rita e Ângela, de Educação Física. Porquê? Parte do prémio do projecto Talentos ECB, cuja gala se reali- zou em Junho de 2009 e na qual, entre mui- tos vencedores artistas, decidiram atribuir-me o primeiro lugar. Chegámos ao Porto um pouco antes do almo- ço e decidimos ir até à Faculdade de Arquitectu- ra. Uns edifícios bem catitas, digo-vos. Despidos, crus, mas onde se respirava conhecimento. Enfi- ámos por ali dentro, quais estudantes atarefadas, e visitámos a biblioteca. Confesso: nada de mais, comparada com a da nossa escola! NO ATELIÊ DO ARQUITECTO SOUTO MOURA Beatriz Serrazina, 12ºF (Continua na página 10)

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Page 1: ANO LECTIVO 1964/1965 SUPERSÓNICO A 1ª TURMA DO ECB · A VISITA DE ESTUDO DA MINHA TURMA Foi no passado dia 12 de Janeiro que a turma D do 10º ano, que frequenta o curso de Ciências

DESTAQUES

TOQUE DE SAÍDA

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 [email protected]

externatobenedita.net

Trianual - Março de 2010Ano 5 - Número 13 - 1,00 €

NAS TERRAS FUNDAS DO VALEPágina 5

TERRA - UM PLANETA EM PERIGOPágina 8

O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICOPágina 11

COMO AVALIAR UM SISMOPágina 12

ENTREVISTA A JULIANA MARTINSVencedora do Concurso Nacional Escrita em DiaPágina 13

J. D. SALINGER, O ESCRITOR DA SOLIDÃOPágina 14

COISAS MINHAS E DE MAIS ALGUÉMPágina 17

BENEDITA SEM BARREIRASPágina 19

No âmbito das comemorações dos 45 anos do Externato Cooperativo da Benedita, o Toque de Saída traz aos seus leitores a 1ª e única turma da escola no ano lectivo de 1964/1965.

Estes jovens iniciaram no Externato o seu per-curso académico. Depois, alguns prosseguiram os estudos, acabando a sua formação em diversos cursos. Outros, ingressaram na vida profissional. Anos mais tarde, foi também o ECB que acolheu

os seus filhos e que, muito provavelmente, receberá os seus netos.

Na foto podemos ver, da esquerda para a direita, e com ar de quem está a posar para uma foto histórica, es-ses mesmos alunos: Carlos Alberto Marques Bernardino, Artur Ferreira Jorge, José dos Santos Primo, João Mar-ques Serralheiro, Luís Antó-nio Mateus do Carmo Ferrei-ra, Adérito da Silva Ferreira, Manuel Guerra Figueiredo, João Ivo Ribeiro Peralta, Ma-ria Antónia da Silva Ferreira, Maria Helena da Silva Ra-

damanto, Piedade Catarina Jorge, Maria Natália Marquês Serrazina, Maria Isabel da Silva Caste-lhano, Maria Celeste Ribeiro Filipe.

Acompanhando a turma, podemos ver o então Director, Dr. António Gameiro da Silva, e o Sr. Pa-dre Tiago Delgado Tomás.

Professora Maria José Jorge

ANO LECTIVO 1964/1965

A 1ª TURMA DO ECB

Torna-se difícil traduzir por palavras o dia que vivi, tal a bola gigante de emoções que se forma dentro de mim quando penso em tal acontecimento! Mas comecemos pelo princí-pio (claro!).

Num chuvoso dia doze de Janeiro, daque-les em que ainda cheira a Natal, quatro mem-bros do ECB embarcaram numa bela viagem até à cidade do Porto, a fim de visitar o ateliê do arquitecto Eduardo Souto Moura. Quem? Eu, a minha amiga Beatriz (e assim ficámos Beatriz2) e as professoras Rita e Ângela, de Educação Física. Porquê? Parte do prémio do projecto Talentos ECB, cuja gala se reali-zou em Junho de 2009 e na qual, entre mui-tos vencedores artistas, decidiram atribuir-me o primeiro lugar.

Chegámos ao Porto um pouco antes do almo-ço e decidimos ir até à Faculdade de Arquitectu-ra. Uns edifícios bem catitas, digo-vos. Despidos,

crus, mas onde se respirava conhecimento. Enfi-ámos por ali dentro, quais estudantes atarefadas, e visitámos a biblioteca. Confesso: nada de mais, comparada com a da nossa escola!

NO ATELIÊ DO ARQUITECTO SOUTO MOURA

Beatriz Serrazina, 12ºF

(Continua na página 10)

Page 2: ANO LECTIVO 1964/1965 SUPERSÓNICO A 1ª TURMA DO ECB · A VISITA DE ESTUDO DA MINHA TURMA Foi no passado dia 12 de Janeiro que a turma D do 10º ano, que frequenta o curso de Ciências

ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

2 ESCOLA VIVA

EDITORIAL SUMÁRIOEscola vivaNo ateliê do arquitecto Souto Moura 1

Medir os céus para dominar a Terra 3

A visita de estudo da minha turma 3

Há ciência na serra 3

Itinerários de Cister 4

Eco-Rap 4

Inter-escolas EMRC 5

Gabinete de Psicologia 6

Fontes de prazer e de lazer 6

Seminário Eco-Escolas 7

Projecto escola electrão 7

Frequentar uma eco-escola 7

Entrevista a Juliana Martins 13

Quadro de mérito 20

Semana das Línguas 20

Notícias Projecto Crescer 21

XVII Rally Paper ECB 24

Ciência, Tecnologia e AmbienteBiodiversidade 7

Morcegos - conhecer e preservar 8

Momentos de ciência 8

Terra - planeta em perigo 8

Aqua furonis 9

Ovar acolhe jovens repórteres do ECB 9

Actividades seguranet 2008/2009 10

Preocupas-te? 10

O primeiro gigante supersónico 11

O aquecimento global 12

Como avaliar um sismo 12

O twitter e a educação 19

Arte e CulturaNas terras fundas do vale 5

Morreu Salinger, o escritor da solidão 14

Lou Andreas Salomé 14

Entre livros 15

Sugestão de leitura 15

Porque cultura é fundamental 15

Evocação de Maria Veleda no CCGS 16

Olhar CircundanteCenso conta os casais homossexuais 6

Ana Free na Benedita 16

Black Magic - José James 18

Avatar - o triunfo do 3D 18

2010 - o ano de todas as celebrações 18

Benedita sem barreiras 19

A socioesfera 19

Gravidez na adolescência 21

Abuso sexual - ingenuidade ou maldade? 21

O Lugar da Memória 1

Recriar o Mundo 17

Mente Sã em Corpo SãoO tomate 22

Higiene pessoal faz a diferença 23

Notícias do xadrez 23

As receitas da Isabel 23

Passatempos 22

Esta edição do Toque de Saída é percepti-velmente atravessada pela inquietação acerca das alterações climáticas e pelo desejo, ma-nifesto em artigos, projectos e iniciativas das turmas, de procurar estratégias que permitam inflectir o que, nos nossos piores receios, pa-rece ser já um caminho sem volta – a degra-dação do ambiente a ponto tal que a sobre-vivência de numerosas espécies, incluindo a nossa, se encontrará comprometida. Os tíbios resultados de iniciativas internacionais como a Conferência Climática de Copenhaga, asso-ciados a desastres naturais como o que ocor-reu recentemente na Madeira e que parecem suceder-se a um ritmo inaudito, avolumam o pessimismo com que encaramos o futuro.

Às incógnitas acerca do rumo que a nossa cultura e modo de vida tomarão, à perplexi-dade com que encaramos os moldes em que se vai configurando a sociedade – frequente-mente apercebida como desumana e estranha – vem-se somando a insegurança face à Na-tureza, cujos segredos, em séculos passados, confiámos que um dia iríamos conhecer atra-vés da força da nossa Razão e do desenvol-vimento da ciência. Hoje, o sentir colectivo é outro, menos dado ao optimismo.

E contudo, arriscaria dizer que todos os tempos foram tempos de mudanças desconfor-táveis e de escolhas difíceis, e que só a pos-teriori o devir histórico pode semelhar uma es-trada familiar e erma de ameaças. O que terão sentido os nossos avós, por exemplo, cujas vidas atravessaram uma terrível guerra mun-dial que alterou profundamente o mundo que conheciam? Que viram o nascimento da tele-visão, a vulgarização dos automóveis, o início das viagens espaciais, a explosão tecnológica da última década que reconfigurou profunda-mente a sociedade e as relações humanas?

Talvez o nosso tempo não seja afinal, mais que os outros tempos, uma encruzilhada civi-lizacional, mas é-o, pelo menos, tanto como foram os que o precederam. E temos dolorosa consciência de que a medida do nosso impacto sobre o planeta não tem precedentes na his-tória da humanidade. Sabemos, e sabem-no os nossos alunos, que reiteradamente o afir-mam nos seus artigos, que da coragem e da clarividência com que tomarmos em mãos os desafios que as circunstâncias dispuseram, dependem as próximas etapas desta viagem da nave Terra.

Que haja bons ventos e marés. Que saiba-mos tomá-los.

Professora Soledade Santos

Director do Jornal: Alfredo LopesRedacção: Deolinda CastelhanoLuísa CoutoSoledade Santos (Chefe de redacção)Teresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoEquipa de Reportagem:Acácio CastelhanoAna DuarteAna Luísa QuitérioClara PeraltaEstela SantanaFátima FelicianoGraça SilvaJosé CavadasMaria de Lurdes GoulãoRicardo MiguelSérgio TeixeiraValter BoitaImpressão: Relgráfica, LdaTiragem: 500 exemplaresPreço avulso: 1,00 €

ACONTECENDOA Semana das Línguas decorre de 1 a

5 de Março e inclui dramatizações; jogos pedagógicos; ateliê de leitura criativa, pela escritora Isabel Ricardo Amaral; recriação de personalidades das culturas francesa e inglesa; conferência sobre o acordo orto-gráfico, pelo Prof. Dr. Malaca Casteleiro; apresentação dos Cadernos III do ECB; e um Sarau Cultural no CCGS, a encerrar o programa.

Ao longo do 2º Período, têm lugar as Olimpíadas de Química, as de Física e as de Matemática, bem como o Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos.

Também no 2º Período, e concluída a formação em Biotecnologia, creditada pela Ordem dos Biólogos, com 21 docentes, 12 deles de outras escolas, decorre o curso de formação para professores, “Valores, Se-xualidade, Cidadania e Educação Cívica”, creditado pela Associação para o Planea-mento Familiar.

Ainda durante este período, decorrem actividades conducentes à assinatura de um protocolo entre o ECB e a Escola Supe-rior de Biotecnologia da Universidade Ca-tólica, extensão de Caldas da Rainha.

A 16 de Março, palestra no CCGS, so-bre Cister. E na última semana do período, a Semana das Ciências, com Laboratórios Abertos, exposições, palestras.

De 21 a 25 de Abril, a Feira do Livro. Entre 7 e 10 de Maio, actividades de come-moração do Dia da Europa. Quanto à Se-mana Cultural, decorre este ano de 10 a 15 de Maio e inclui o Festteatro, a Semana da Informática e a Semana das Artes.

CondolênciasAos professores Teresa Agostinho, Acácio

Castelhano e Deolinda Castelhano, os seus colegas do Toque de Saída apresentam sen-tidas condolências pelo falecimento dos seus familiares.

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 3

Nos dias 18 e 19 de Fevereiro, a turma do 12º A do ECB foi de vi-sita de estudo à Serra D’ Aire e Candeeiros, no âmbito das disci-plinas de Geologia e Área de Projecto. Esta saída de dois dias foi acompanhada por guias do PNSAC, que

nos proporcionaram momentos de verda-deiro conhecimento.

Constatámos que a Serra, embora esteja presente diariamente no nosso horizonte, era para alguns de nós desconhecida. Através de passeios pedestres, observá-

mos estruturas ge-ológicas do Maciço Calcário Estremenho, como dolinas, úvalas, campos de lapiás, o Polje de Minde. Des-cobrimos também as-pectos característicos da fauna e da flora da Serra, assim como as-pectos relacionados

com a vivência das próprias populações: maroiços, cerebrói-des, casinas.

Por fim, foi impor-tante a visita guiada que fizemos a um ae-rogerador e à respec-tiva central de contro-lo. Descobrimos que este tipo de energia renovável está com-pletamente integrado na vida da Serra D’ Aire e Candeeiros. Agradecemos aos guias e especialmente à Drª Maria de Jesus Fernandes por nos ter proporcionado esta vi-sita.

Alunos do 12º A

A VISITA DE ESTUDO DA MINHA TURMA Foi no passado dia 12 de Janeiro que

a turma D do 10º ano, que frequenta o curso de Ciências e Tecnologias, reali-zou a sua visita de estudo ao Museu da Ciência da Universidade de Lisboa e ao Oceanário.

A visita, organizada pelas disciplinas de Física e Química A e de Biologia e Geologia, foi condicionada pelo mau tempo, que provocou atrasos nas des-locações e reduziu o tempo de que dis-púnhamos para conhecer o museu, mas os alunos não deixaram de apreciar este circuito. Quanto ao Oceanário, ficámos um pouco desiludidos, pois desejaría-mos muito mais tempo para desfrutar daquele espaço. Aqui, o principal foco das atenções foram as lontras – o Eusé-bio e a Amália.

Apesar de tudo, foi uma boa visita de estudo, que todos gostaríamos de repe-tir.

Daniel Agostinho, 10º D

No passado dia 12 de Janeiro, a turma do 10ºC deslocou-se a Lisboa a fim de vi-sitar o Aquário Vasco de Gama e também a exposição “Medir os céus para dominar a terra”, que estava pa-tente no Museu de Ci-ência da Universidade de Lisboa, antiga Es-cola Politécnica.

Esta exposição surge no decorrer do Ano Internacional da Astronomia e, na vi-sita guiada, pudemos observar de que for-ma se ensinava e com que instrumentos se aprendia, na Escola Politécnica de Lisboa. Ainda no museu, es-tivemos num peque-no planetário onde observámos diversas constelações, galá-xias e estrelas que se podem observar num céu estrelado.

Da parte da tarde dirigimo-nos ao Aquá-rio Vasco da Gama onde tivemos uma palestra sobre a bio-diversidade. Falaram-nos sobre os diversos filos, principalmente dos animais aquáti-cos. À medida que íamos visitando os aquários a guia dava-

nos explicações deta-lhadas sobre os ani-mais que estávamos a observar.

Tivemos experiên-cias novas, como a oportunidade de to-car em cenouras-do-mar, estrelas-do-mar, caranguejos eremita e ouriços-do-mar; ob-servámos a alimenta-

ção das otárias (leões marinhos); e aprende-mos, ainda, a diferen-ciar os peixes ósseos dos peixes cartagíne-os.

Daniela Gonçalves,

Filipa Domingos e

Susana Querido,

10º C

NOTÍCIA DE UMA VISITA

MEDIR OS CÉUS PARA DOMINAR A TERRA E AQUÁRIO VASCO DA GAMA

HÁ CIÊNCIA NA SERRAIntegrada na Semana das Línguas, e

decorrendo da apresentação do número III dos Cadernos do ECB, teve lugar, no dia 2 de Março, no CCGS, uma palestra sobre o Acordo Ortográfico, pelo Prof. Dr. Malaca Casteleiro, da Universida-de de Lisboa, o qual colaborou também neste número dos Cadernos.

ACORDO ORTOGRÁFICO

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

4 ESCOLA VIVA

No âmbito do Projecto “Nas Rotas de Cister”, decorreu no dia 4 de Dezembro, no Auditório do Centro Cultural Gonçalves Sa-pinho, a Conferência Itinerários de Cister, Património Cultural e Ensino, proferida pelo Professor Doutor Saul Gomes, doutorado em História da Idade Média pela Universidade de Coimbra. Mem-bro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e autor de di-versas obras ligadas à temática cisterciense, Saul Gomes rece-beu em 1999 o Prémio Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian pela obra Intimidade e Encanto. O Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Cós (Alcobaça), em co-autoria com Cristina Pina e Sou-

sa.Numa abordagem histórica,

Saúl Gomes fez-nos percorrer os caminhos da Ordem de Cister, desde a sua fundação, em 1098, pelo abade beneditino Robert de Molesnes, até à sua fixação em Portugal entre 1143 e 1144, com o abade Bernardo de Claraval, através da filiação da Abadia de S. João de Tarouca no Mosteiro de Claraval e na Ordem de Cister, e em particular em Alcobaça, em 1153, quando a Ordem recebe das mãos de D. Afonso Henriques os Coutos de Alcobaça, onde se irá erguer a grande Abadia de Santa Maria de Alcobaça.

Das suas palavras, retiramos as seguintes ideias:

“Cister é um estado de espíri-to, um sonho, um grande milagre que surge nos finais do século XI”. Os monges de Cister, imbu-ídos de uma ideia de cultura, de religião e de civilização que é já uma ideia de Europa, represen-tam a renovação da Igreja e da espiritualidade, a renovação da atitude do monge no Mundo, no qual intervém para erradicar a fome, a pobreza, a guerra.

O Mosteiro de Alcobaça é o maior em Portugal e dos maiores de toda a Europa e, até 1834, o mais rico de Portugal. São mais de 400 Km2 de terras, com uma costa atlântica importantíssima do ponto de vista económico: por-to de mar, exportação de madei-ras, construção naval, comércio internacional entre o Norte da Europa e o Mediterrâneo, pesca, as aguadas, a Senhora da Naza-ré, zona de devoção dos cruzados que se dirigem em peregrinação à Terra Santa e que faz parte tam-bém da estrada marítima de San-tiago de Compostela até Itália.

Esta importância económica justifica o esforço de ocupação e exploração deste território por parte de D. Afonso Henriques. É um presente a Bernardo de Clara-val pelo apoio prestado na organi-zação do processo de conquista da cidade de Lisboa. D. Afonso

Henriques tenta ainda o apoio de Bernardo de Claraval para o seu projecto de monarquia portugue-sa, um apoio diplomático junto da Santa Sé. Alcobaça está, assim, implicada no nascimento de Por-tugal.

A vinda dos Cistercienses para Alcobaça é um prémio e é uma casa de cultura que se constrói, de sustentabilidade da identidade e da ideia de Portugal. Sem Alco-baça não haveria uma cultura por-tuguesa.

Mas Alcobaça é também um projecto europeu. No Ocidente da Europa (o “fim do Mundo” na Ida-de Média), Alcobaça tem uma im-portância central no espírito e na Europa cisterciense: a importân-cia dos valores e dos princípios da solidariedade.

Cister é uma realidade acima de tudo espiritual, que não enve-lhece, pois há crenças que não têm idade. Também a ideia de Portugal não envelhece, há prin-cípios de cultura, de filosofia, de política que não têm tempo.

“Alcobaça é uma construção para a eternidade, património imaterial e intangível que é eter-no”.

Professora Teresa Agostinho

ITINERÁRIOS DE CISTER

PATRIMÓNIO CULTURAL E ENSINO

Os alunos do 8º H estão de pa-rabéns, não só pela grande preo-cupação que têm em relação aos problemas ambientais, como ain-da pelo trabalho que têm vindo a desenvolver em prol da defesa do ambiente.

No final do primeiro período, na

festa de Natal, quem é que não se recorda do rap em versão redu-zida que alertava para os cuida-dos que devemos ter em relação a recursos tão preciosos como a água, a energia, o ar? Se não ti-veram oportunidade de assistir à festa de Natal e não ouviram o

Eco-Rap destes alunos, aqui fica a letra para irem trauteando por aí:

Se a tua escola limpa queres ter, isto nos vais ajudar a fazer:- Se a tua casa é uma lixeira, não faças na tua escola a mes-ma asneira!-Se o mundo queres salvar, co-meça já a reciclar.-Se a água queres poupar, a tor-neira tens de fechar.-Se a electricidade queres pou-par, os interruptores tens de controlar.-Para o mundo sorrir, não vais poder poluir.-Se o mundo queres salvar, não o podes estragar.-Mesmo que o mundo comece a

melhorar, não podes abrandar.-Se a escola queres limpar, dei-xa de a sujar.-Se a continuares a sujar, o mundo vais prejudicar.-Se um eco-habitante queres ser, o mundo tens de proteger.-Se um eco-estudante queres ser, a escola tens de defender.-Se um eco-aluno queres ser, regras vais ter de aprender.-Ao fumar tens de reparar que o fumo que estás a libertar nos está a prejudicar.-Se uma vida melhor queres ter, ajuda a terra a crescer.

Professora Ana Duarte Salazar

ECO-RAP

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 5

Os alunos de Moral do secundário, do Externato Cooperativo da Benedita, tiveram a oportunidade de viajar até Peniche, no dia 21 de Janeiro, para parti-

lharem as suas experiên-cias com outros alunos.

O “Encontro do Secun-dário de EMRC” começou logo de manhã cedo, mes-mo antes de chegarmos a

Peniche. Enquanto íamos pelo caminho, já cantá-vamos e conversávamos. Arranjámos uma canção que distinguisse o ECB de todas as outras escolas, porque para nós a nossa escola é sempre a melhor!

Quando chegámos a Peniche, tivemos uma re-cepção muito calorosa por parte dos alunos da escola organizadora, que nos vie-ram receber. Com guitar-ras, novas músicas para aprender e muito entusias-mo, partimos em direcção ao auditório do Centro Co-munitário de Peniche.

No auditório, tivemos uma breve apresentação de todas as escolas, para podermos saber quem seriam os nossos compa-nheiros naquele dia. Gri-támos pela nossa escola

a plenos pulmões. E antes de assistirmos a um pe-queno debate com a in-tervenção do director da Secretaria Diocesana do Ensino Religioso, de um professor e de três alunos, em que o tema tratado foi “Moral no Secundário faz Sentido!”, tivemos ainda a oportunidade de aprender novas canções.

Almoçámos num sim-pático parque e voltámos para a diversão, onde nos esperava um grupo de cantores que nos anima-ram e fizeram dançar o resto da tarde. Até mes-mo os professores de Mo-ral entraram no espírito e foram para cima do palco dançar!

Para nos despedirmos de Peniche e daquele dia, demos uma caminha-

da pela praia. Ouvimos o bater das ondas, conver-sámos sobre aquele dia cheio de experiências e voltámos para as nossas casas mais cheios de amor e partilha.

Com este encontro aprendemos uma grande lição. Enquanto a Matemá-tica forma matemáticos, a Biologia, biólogos, a Filo-sofia, filósofos, e a Conta-bilidade, gestores, EMRC forma pessoas, forma ci-dadãos.

Foi um dia diferente, re-pleto de festa, divertimen-to e convívio. Como dizem os alunos de Moral de Pe-niche, Moral uma vez, Mo-ral sempre!

Maria Vicente, 11º B

INTER-ESCOLAS EMRC

NAS TERRAS FUNDAS DO VALE

Nos dias 6 e 7 de Fevereiro, no Centro Cultural Gonçalves Sa-pinho, pôde assistir-se, com uma plateia lotada, a um dos mais be-los espectáculos a decorrer na área da arte comunitária, em que a música e a dança imperaram, com muito ritmo e sensualidade.

“Artistas e Populações nas Ter-ras Fundas do Vale” foi o nome desta encenação dirigida por Ma-dalena Victorino, coreógrafa que recebeu, no dia 8 de Fevereiro de 2010, da Sociedade Portuguesa de Autores, o prémio Autor 2009

para a melhor coreografia. A par-te musical do espectáculo foi da responsabilidade de Carlos Bica. A “Banda do Vale”, dirigida por Bica, actuou ao vivo, conquistan-do de imediato o público e dando um forte contributo para o suces-so deste espectáculo que, para além da dança e da música, ainda incluiu o teatro.

Em que é que consiste, então, o “Vale”? É um misto de tribalis-mo primordial com contempora-neidade temática; é uma grande produção coreográfica e musical,

inspirada na vida da comunidade do Vale do Tejo, um espectáculo que conduz o espectador a um determinado contexto epocal, en-volvendo-nos pela magia que os movimentos e a música se permi-tem denunciar. Além de 7 artistas profissionais (actores e bailari-nos), participaram 30 “artistas” lo-cais, voluntários e sem técnica de dança, mas que subiram ao palco juntamente com os artistas profis-sionais.

O espectáculo, produzido pela Artemrede, é um projecto de cria-

ção artística regional que parte do património dos lugares e das gentes do Vale do Tejo e tem a particularidade de ser diferente e único em cada local por onde pas-sa, pois os 30 participantes locais não se repetem.

O Toque de Saída saúda todos os artistas envolvidos no projecto e felicita a coreógrafa Madalena pelo prémio nacional atribuído.

Professores Clara Peralta e

Valter Boita

Fotografias de José Frade

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

6 ESCOLA VIVA

O Gabinete de Psicologia do ECB desen-volve algumas actividades complementares que visam contribuir para o adequado desen-volvimento dos alunos no domínio académico, social e familiar, bem como no planeamento do seu projecto de vida. Estas actividades são promovidas, em particular, pelo Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, e pelo Núcleo de Orientação Vocacional.

O NÚCLEO DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL

No 9º ano, os alunos estão numa fase im-portante e decisiva das suas vidas, é o mo-mento de pensarem no futuro. Para isso, po-dem contar com o apoio dos pais, professores e colegas, e também com as sessões de orien-tação vocacional. Em que consistem?

A orientação vocacional consiste num pro-cesso contínuo de reflexão e avaliação das aptidões, interesses e características pesso-ais, complementada com informação actua-lizada acerca do sistema nacional de educa-ção e das opções de formação. O Núcleo de Orientação Vocacional tem como objectivos: informar acerca dos desafios do futuro, dos riscos e das apostas a fazer, das vantagens ou inconvenientes das várias saídas escolares e

profissionais, procurando a mais adequada a cada aluno; revelar interesses e motivações, personalidades e competências, expectati-vas e valores; aconselhar, fazendo convergir a oferta educativa, formativa e/ou profissional com o diagnóstico prévio, facilitando deste modo a tomada de decisão.

Ana Cláudia Ribeiro

Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação

O GABINETE DE APOIO AO ALUNO E À FA-MÍLIA

Este gabinete é um projecto de mediação escolar dirigido aos alunos do 3º ciclo do en-sino básico e respectivas famílias. Pretende promover o sucesso académico dos alunos e, simultaneamente, favorecer o envolvimento dos pais no percurso escolar dos filhos.

O GAAF apoia as famílias no desempenho do seu papel, contribuindo para potenciar as competências parentais: por um lado, promo-vendo a auto-confiança dos pais no desen-volvimento da sua parentalidade, por outro, fazendo-os tomar consciência da importância das relações afectivas duradouras e do esta-belecimento de regras e limites.

Na prática, o gabinete oferece três tipos de serviços: acompanhamento e aconselhamento parental, treino de competências parentais e acompanhamento aos jovens. As metodolo-gias passam pela dinâmica de grupo, repre-sentações/jogo de papéis e debates. Os pais são convidados a observar e a descrever as suas práticas quotidianas, a analisar os actos e os seus significados e a confrontar, em gru-po, diferentes pontos de vista.

As estratégias de intervenção do GAAF junto dos jovens em risco e/ou com comporta-mentos desviantes incluem: acompanhamen-to psicossocial individualizado e em grupo; atelier de competências pessoais e sociais; actividades de exploração e orientação vo-cacional; encaminhamento para alternativas formativas. No que se refere às famílias com problemas socioeconómicos, o Gabinete dis-ponibiliza acompanhamento e aconselhamen-to parental; atelier de competências parentais; acções de sensibilização e informação; apoio na melhoria das condições socioeconómicas; encaminhamento para entidades de acção so-cial.

Marlene Quitério

Estagiária do Curso de Marketing e Comunicação

GABINETE DE PSICOLOGIA

“Fontes de lazer e prazer” é o projecto da turma E do 11º ano. Tem como principal objectivo co-nhecer as fontes enquanto espaço de inspiração artística e como re-curso natural e histórico.

Os alunos desta turma preten-dem dinamizar uma actividade na Fonte Mariana, no dia 26 de Mar-ço de 2010, para a qual convida-ram os alunos da professora Mag-da Carvalho, da Escola Básica de Frei Domingos.

As outras actividades já pre-vistas serão a apresentação da Lenda da Fonte da Senhora a uma turma da Escola Básica da Benedita, pela autora e contado-ra de histórias, professora Vanda Marques, do ECB. E está prevista também uma acção de sensibili-zação para a preservação do es-paço natural envolvente da Fonte da vila de Turquel.

Bianca Pereira, 11º E

FONTES DE LAZER E PRAZER

A operação de contagem da população realiza-se em Portugal desde 1864 e consis-te na maior e mais antiga fonte de informação estatística har-monizada e desagregada até à unidade de base de conta-gem, a freguesia. Desde 1970 que a contagem da população é acompanhada pelo recense-amento da habitação.

O Programa de Acção para o Censos 2011 alerta para a importância da operação, sublinhando que os censos da população e da habitação produzem “informações úni-cas e imprescindíveis para a definição de políticas públicas e para a tomada de decisões de investimento”. O Censos 2011, a que os cidadãos são obrigados, por lei, a respon-der, vai, pela primeira vez, contabilizar as relações conju-gais entre pessoas do mesmo sexo, em Portugal. A operação arranca em Março de 2011 e os resultados definitivos serão divulgados no quarto trimestre de Março de 2012.

Neste que será o 15º recen-seamento geral da população,

vai pedir-se a identificação completa do representante do agregado e a dos restantes membros, e que se especifi-que se há cônjuges ou quem viva “em união de facto” com parceiro de sexo oposto ou do mesmo sexo. No que toca às unidades estatísticas “família clássica” e “núcleo familiar”, as uniões consensuais de ca-sais homossexuais serão pela primeira vez equiparadas a núcleos familiares.

O Censos 2011 vai para além das caracterizações pes-soais e familiares – cada inqui-rido receberá três impressos: além dos relativos à família e ao indivíduo em si, há também um para a habitação.

O processo de recolha de dados também muda, devido à possibilidade de responder pela Internet, assim como o auto-preenchimento do ques-tionário, de forma a garantir a privacidade.

Maria Ana Almeida, 8º B

CENSO CONTA OS CASAIS HOMOSSEXUAIS

Descalça vai para a fonteLianor pela verdura;Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,O testo nas mãos de prata,Cinta de fina escarlata,Sainho de chamelote;Traz a vasquinha de cote,Mais branca que a neve pura.Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,Cabelos de ouro entrançadoFita de cor de encarnado,Tão linda que o mundo espanta.Chove nela graça tanta,Que dá graça à fermosura.Vai fermosa e não segura.

Luís de Camões

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 7

A Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) organizou, entre os dias 22 e 24 de Janei-ro, o Seminário Nacional Eco-Escolas 2010, que decorreu na Escola Superior de Tecnologia da Saúde, em Coimbra. O ECB esteve representado.

O Seminário, que constitui um dos mais importantes mo-mentos de formação e troca de experiências entre os professo-res e as entidades envolvidas no Eco-Escolas, destinava-se aos professores coordenadores

do Programa, aos técnicos dos municípios que, nos departa-mentos da educação ou do am-biente apoiam as Eco-escolas, e a todos os profissionais ligados à educação ambiental/educação para o desenvolvimento susten-tável.

Logo após a sessão de aber-tura, que contou com a presença do Sr. Secretário de Estado do Ambiente, foram entregues às escolas com melhores resulta-dos os “Diplomas de Qualidade do Programa Eco-Escolas”. Este Galardão foi atribuído apenas às escolas que já foram visita-das por elementos destacados para o efeito pela ABAE; não foi o caso da nossa escola, que só este ano irá receber essa visita.

No Seminário foram aborda-dos, por diversos especialistas, aspectos relacionados com a educação para o desenvolvi-

mento sustentável – biodiver-sidade, alterações climáticas e floresta – tendo sido ainda trata-dos outros temas igualmente in-teressantes, como a água, os re-síduos, a energia, a mobilidade, a agricultura biológica, o ruído. Houve ainda espaços de deba-te - Fórum Autarquias e Fórum Eco-Escolas - bem como a apre-sentação de alguns projectos inovadores e de qualidade de-senvolvidos por e para escolas.

Os projectos de educação ambiental desenvolvidos nas escolas portuguesas segundo a metodologia do Eco-Escolas são reconhecidos no final do ano, através do galardão Eco-Esco-las - Bandeira Verde, que simbo-liza a existência, nessa escola, de uma activa e participada edu-cação pelo ambiente.

Professora Ana Duarte Salazar

A IMPORTÂNCIA DE FREQUENTAR UMA ECO-ESCOLA

Sendo a minha uma eco-esco-la, posso dizer que, acima de tudo, é uma escola virada para o futu-ro, com pessoas que têm capaci-dade para motivar a mudança de atitudes negativas que degradam o meio ambiente. O nosso meio ambiente está a sofrer alterações, tais como o aquecimento global, por isso não podemos ficar de bra-ços cruzados.

Sabemos que a água é um bem essencial. Por isso, temos de aprender a poupá-la nas diferen-tes situações em que dela faze-mos uso; sabemos que, poupando energia hoje, armazenamos para amanhã, o que é bom; sabemos que o ruído e os gases dos trans-portes são nocivos para a nossa saúde, por isso, devemos, cada vez mais, procurar os transportes públicos e, sempre que possível, andar a pé; sabemos que a agri-cultura biológica também tem um papel importante na nossa alimen-tação e para o nosso planeta, as-sim, devemos praticá-la.

A minha escola tem espaços interiores verdes que nos permi-tem descansar, estudar e brincar numa zona em que se podem ou-vir os pássaros a cantar, em vez do barulho, por vezes aterroriza-dor, dos automóveis; onde temos a possibilidade de deixar o “nos-so” espaço limpo e agradável, uma vez que os ecopontos se encon-tram bem perto de nós.

O futuro da nossa escola é construído por nós, hoje, para que os nossos irmãos mais novos ou, quem sabe, os nossos filhos, um dia, possam encontrar aqui, nesta escola, um bem-estar saudável e verde, tal como agora.

Fabiana Costa,7ºF

SEMINÁRIO ECO ESCOLAS

A nossa Escola mais uma vez aderiu a um gran-de projecto, que contou com a ajuda de toda a comunidade escolar. Os nossos alunos estão mais uma vez de para-béns. Aderiram com grande entusiasmo e de mangas arrega-çadas, sem medo de trabalhar.

Esta iniciativa teve como objectivo tentar minimizar as consequências nefastas da poluição, pois um dos problemas as-sociado ao fluxo dos Resíduos Eléctricos e Elec-trónicos (REEE) é a presença de substâncias pe-rigosas para o ambiente e para a saúde. Como exemplos, podem referir-se o arsénio, o chumbo, o cádmio, o crómio, o mercúrio, o cloreto de polivi-nil e os clorofluorcarbonos. O problema é tão gra-ve que, em 2006, saiu uma directiva comunitária

proibindo que os novos equipamentos contenham algumas das substâncias referidas.

O Projecto “Escola Electrão”, promovido pela Amb3E (Associação Portuguesa de Ges-tão de Resíduos de Equipamentos Eléc-tricos e Electrónicos), com a colaboração do Ministério da Educa-

ção, pretende sensibilizar os alunos e a comuni-dade escolar, através de acções de divulgação e da participação num concurso inter-escolas, para o correcto encaminhamento dos REEE. O projecto destinou-se a todos os alunos do 2º ciclo e 3º ciclo do Ensino Básico e aos do Ensino Secundário.

Professora Ana Duarte Salazar

Este é o ano da biodiversidade, a qual consiste na imensa quan-tidade de seres vivos existentes

na Terra, quer seja em ambientes gélidos, quer seja em ambientes com temperaturas elevadíssimas, conforme os diferentes tipos de habitat. Pensa-se que existem cerca de 10 a 20 milhões de es-pécies no planeta. O Dia Interna-cional da Biodiversidade é a 22 de Maio.

A biodiversidade tem diminuí-do drasticamente, sendo uma das causas o facto de as espécies se extinguirem sem possibilidade de serem recuperadas. O Homem é o principal culpado pela extinção: a

morte de espécies através da ac-ção humana é cerca de 50 a 100 vezes mais elevada que a morte por causa natural.

Nós temos causado danos em toda a natureza, não só nos ani-mais como nas plantas, pela eli-minação ou alteração dos habitats (90% de causa de morte); pela ex-ploração comercial; pela poluição das águas, do solo e do ar; pela introdução de espécies exóticas que matam as espécies nativas…

A diminuição da biodiversida-de poderá vir a ter fortes impac-

tos ambientais, assim como im-plicações no sistema económico e social, pois 40% da economia mundial depende de recursos na-turais.

Vamos então preservar a bio-diversidade, para o nosso bem e para o bem do nosso planeta. Vá lá… são por vezes as pequenas acções que podem fazer a dife-rença.

Inês Couto, 7º G

PROJECTO ESCOLA ELECTRÃO

BIODIVERSIDADE

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE8

No âmbito do Projecto Educativo da nossa escola (PEE), as professoras Carla Dias, Inês Madaleno, Rosa Tavares e Paula Castelha-no criaram o programa “Mo-mentos de Ciência”, de cariz didáctico e científico, com o intuito de fomentar o ensino das ciências, possibilitan-do o contacto com o ensino experimental a alunos com Necessidades Educativas Especiais, no Centro de Educação Especial e Recu-peração Infantil de Alcobaça (CEERIA).

O PEE do Externato, ao

definir as políti-cas educativas da instituição e ao apontar para “perfis de mudança”, in-clui processos de negociação entre diversos p ro tagon is tas , p r o m o v e n d o parcerias com

instituições do concelho e da Câmara Municipal de Al-cobaça. Enquanto actores sociais, reconhecemos que a qualidade do ensino e a capacidade de responder às situações reais e de mobili-zar os recursos locais passa pelo envolvimento das esco-las na procura de caminhos que se adequem a contextos reais e que propiciem uma educação com sentido para todos os alunos. Assim, te-mos de nos afastar de uma concepção curricular cons-truída “à prova das escolas

e dos professores”, para nos aproximarmos de uma outra que incorpore a diversidade de situações e a flexibiliza-ção de percursos e meios de formação.

Criou-se um blogue em http:/ /momentosdeciencia-ecb.blogspot.com/, com a finalidade de partilhar os vá-rios “momentos de ciência” e de procurar respostas na blogoesfera. Estes momen-tos especiais com os alunos já aconteceram e deixo ao leitor as palavras de Manuel Patrício, para reflectir:

“O caminho do homem é …para a frente. Carregamos o passado, mas para o futuro é que vamos…A Educação só responderá aos desafios do futuro se souber conjugar o que nela é radicalmente uno com o que nela é ines-capavelmente múltiplo”.

Professora Paula Castelhano

CONHECER E PRESERVARMorcegos

Os morcegos são animais que pertencem ao reino Animalia e ao filo Chordata. Dentro da sua classe, integram-se na infra-classe Placentalia e na ordem Quirópteros, dividin-do-se em duas subordens, a Megachiropte-ra e a Microchiroptera. Os Megachiroptera vivem em África, na Oceânia e na Ásia e incluem os maiores morcegos do mundo, al-guns dos quais chegam a ter dois metros de envergadura. Este grupo de morcegos não possui a capacidade de ecolocalização, ao contrário dos Microchiroptera.

Em Portugal, existem cerca de 27 espé-cies de morcegos. Cinco dessas espécies não estão ameaçadas, nove encontram-se em perigo, sendo as restantes espécies pouco conhecidas.

Os morcegos, que têm o corpo coberto de pêlo e uma temperatura constante, são os únicos mamíferos com a capacidade de voar. Podem assumir várias formas e a sua

estatura vai desde os cinco centímetros até aos dois metros. Têm uma esperança média de vida de treze anos, mas algumas espé-cies podem viver mais de vinte anos.

Os morcegos geralmente vivem pendura-dos em cavernas escuras, mas também em árvores, prédios e outros edifícios, e alguns ocupam ninhos de aves. Um metro quadra-do pode albergar cerca de 2000 morcegos. Têm grande capacidade de adaptação a ambientes diversos, e só não os encontra-mos em lugares muito frios, como os pólos. A sua alimentação é bastante variada: há espécies que se alimentam de frutas, de fo-lhas, de peixes, de aranhas, de escorpiões, de ratos, de néctar. Existem também os he-matófagos, que se alimentam do sangue de outros animais.

Os morcegos têm grande importância na cadeia alimentar, pois alguns são agentes polinizadores, e as fezes de outros cons-tituem um óptimo adubo. São também um controle natural de insectos e ratos, aju-dando a controlar pragas na agricultura. E a saliva do morcego vampiro contém uma substância anti-coagulante que poderá au-xiliar os médicos no tratamento de doenças vasculares.

André Marques, Andreia Carreira e Daniela Ribeiro, 10º C

MOMENTOS DE CIÊNCIA

TERRA

PLANETA EM PERIGO

Num século em que o Homem é o principal responsá-vel por muitos pro-blemas ambientais, olhemos para o que se passa à nossa volta, sempre com a esperança de que

as coisas possam mudar.Actualmente, habitam no mundo cerca de

6000 milhões de pessoas. É um número bas-tante elevado. O planeta não tem capacidade para albergar tantos inquilinos. Outro assunto com grande importância é a poluição. O Ho-mem do século XIX começou este processo de transformação ambiental. A máquina a vapor, o comboio e tudo o que resultou da Revolução Industrial influenciaram significa-tivamente as gerações seguintes. Hoje em dia, a poluição está a ter efeitos verdadeira-mente devastadores, sobretudo na saúde das pessoas, podendo desencadear vários pro-blemas, como a asma e mesmo o cancro. O Homem está a autodestruir-se.

Há ainda outro problema que merece uma atenção especial, o aquecimento global. Se-gundo estudos científicos, estima-se que o Canadá, a Rússia e a Escandinávia sofram os aquecimentos mais rápidos; que grande parte da Ásia (do Oeste da China à Arábia Saudita, que, regularmente, enfrenta tempe-raturas acima dos 40º) possa ter elevações de temperatura de 7º até ao ano 2100; que uma parte considerável da Europa fique com temperaturas mais baixas, devido à alteração da corrente quente do Golfo; que regiões sus-ceptíveis a furacões e ciclones, como o Su-deste Asiático, passem a ter ventos mais for-tes, chuvas mais intensas e grandes cheias difíceis de prever. Há ainda a possibilidade de que o número de catástrofes naturais au-mente e que o calor excessivo e a humidade gerem tempestades tropicais mais intensas. Algumas destas tempestades podem dei-xar rios, como o Mississipi, mais propícios a cheias. É provável, ainda, que os deser-tos aumentem e que alguns rios australianos possam perder metade do seu caudal.

Falta apenas falar de um outro ponto de interesse, a desflorestação. O Homem está a destruir o que ainda resta das florestas, como a Amazónia que a cada dia que passa vê a sua vegetação escassear e os seus animais extinguirem-se.

É isto que o “Predador Humano” está a fazer a si mesmo, a provocar a sua própria extinção.

Ana Cruz, 8º F

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 9

Uma escola. Um aquífero. Um furo arte-siano altamente rentável e abandonado. Um grupo de alunos disposto a reunir todos os in-gredientes necessários à requalificação de um recurso muito estimado pela população bene-ditense e de potencial hídrico vastíssimo…

São estas as premissas que servem de mote ao projecto dos Aqua Furonis, uma equi-pa de alunos do Externato Cooperativo da Benedita que, de forma incrédula, observam o desperdício de um dos recursos mais pre-ciosos do planeta Terra: no recinto da escola que frequentam, existe um furo de água aban-donado e em profunda degradação, com um enorme potencial hídrico. Agora, em Área de

Projecto, reúnem esforços para reabilitar esse furo artesiano.

Apelando ainda à urgência de utilizar ener-gias renováveis para obtenção de energia de uma forma mais sustentável, os Aqua Furonis pretendem criar um sistema de bombeamen-to da água (inteiramente engendrado por este grupo de alunos) auto-suficiente em termos energéticos, aliando o caudal das águas re-siduais do Externato Cooperativo da Benedi-ta às potencialidades de uma micro-hídrica e, deste modo, fornecer energia eléctrica sufi-ciente para colocar a água do aquífero a per-correr toda a escola, desde os balneários aos jardins e, quiçá, a banhar um aquário fluvial

cujo objectivo será aproximar a comunidade escolar (ou até a população local) da fauna piscícola nativa da região de Cister, propor-cionando um crescente respeito por parte do homem relativamente aos seres autóctones.

As parcerias e os apoios encontram-se em negociação, parecendo, à partida, prometedo-res - desde a Câmara Municipal de Alcobaça à Águas do Oeste, passando pelo Instituto Su-perior Técnico e por uma série de laboratórios de análises químicas, não parecem faltar en-tidades interessadas em apoiar os ideais e os projectos de jovens cidadãos.

Ainda que, por enquanto, esteja em cons-trução, o website do projecto já se encontra online, estando disponível uma apresentação mais pormenorizada do projecto e do grupo de trabalho, em https://sites.google.com/site/aquafuronisproject. Qualquer contacto directo poderá ser feito para o e-mail [email protected] .

Embora jovens, tentamos demonstrar que a sustentabilidade é superior ao egoísmo hu-mano e que, dando vida a este furo artesiano, renascerá a esperança no futuro.

Ana Pereira, Cláudia Santos, Liane Canas e

Paulo Batista, 12º B

AQUA FURONIS

OVAR ACOLHE JOVENS REPÓRTERES DO ECB

Nos dias 14 e 15 de Novembro de 2009, decorreu mais um Semi-nário Nacional Jovens Repórte-res, em Ovar. Este seminário foi promovido pelos JRA, com a cola-boração da Associação Bandeira Azul da Europa, Câmara Munici-pal de Ovar e Escola Secundária Júlio Dinis.

O encontro teve como objec-tivo reunir alunos e professores coordenadores deste projecto, por forma a incentivar a comuni-cação, possibilitar a partilha de

experiências e implementar a me-todologia inerente ao projecto. O ECB esteve representado pelas alunas Maria Serrazina e Caroli-na Serrazina, do 10ºA, cuja tur-ma está a desenvolver o projecto “Olhares Ecológicos III”, com o objectivo de estudar os ambien-tes urbanos; pelas alunas Nídia Ferreira e Sofia Alves, do 11º A, e pela aluna Eunice Vicente, do 11ºB, cujas turmas estão a desen-volver o projecto “Tás na Onda”, que tem como objectivo estudar

o litoral do concelho de Alcobaça; e pela aluna Cristiana Higino, do 12º B, que foi receber o prémio do 2º lugar obtido num concurso de fotografia, desenvolvido no pas-sado ano lectivo. As alunas foram acompanhadas pelas professoras Pilar Peres, Paula Castelhano e Isabel Silva.

No primeiro dia do seminário, assistimos a palestras relaciona-das com o ambiente e reciclagem, e à entrega dos prémios dos pro-jectos que se destacaram no ano passado. Neste mesmo dia, os alunos realizaram visitas de cam-po relacionadas com a dinâmica litoral de Ovar e com a biodiver-sidade desta zona, enquanto os professores visitaram a cidade de Ovar, com o intuito de observar o seu ambiente e património.

No segundo dia, cada gru-po elaborou, com a ajuda de um jornalista, uma foto-reportagem e um artigo relativo a cada zona visitada, tendo estes trabalhos sido apresentados na palestra de encerramento. Nesta palestra, fo-ram também apresentadas diver-sas missões: a do Rock in Rio e a missão realizada no ano passado

na Serra da Estrela, a qual con-tou com a presença de um aluno vindo do Chile. Além disso, as-sistimos também a diversas apre-sentações que visavam elucidar os participantes quanto à elabora-ção de foto-reportagens.

Concluindo, a participação nes-te seminário permitiu que alunos e professores adquirissem conhe-cimentos relativos à metodologia do projecto, bem como noções básicas nas áreas de fotografia, vídeo e reportagem. Além disso, também permitiu conhecer o con-celho de Ovar e estabelecer con-tactos com estudantes e escolas de todo o país. Mas, e mais impor-tante, é que este seminário nos sensibilizou para a importância do ambiente e nós, Jovens Repór-teres para o Ambiente, pudemos agir e sensibilizar a comunidade para a importância do ambiente e respectiva biodiversidade, e para a urgência de promover o desen-volvimento sustentável.

Nídia Ferreira, 11º A

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE10

A iniciativa da criação do projec-to Seguranet partiu de um consór-cio que envolveu várias entidades públicas e privadas, reconhecidas a nível nacional. Destacam-se, entre outras, o Ministério da Edu-cação, a FCCN (Fundação para a Computação Científica Nacional), a UMIC (Agência para a Socieda-de do Conhecimento), e a Micro-soft.

A principal fonte de divulgação deste projecto é o site www.segu-ranet.pt, que está estruturado de modo a que tanto os adultos como os jovens possam consultar um

vasto leque de informação relati-va à segurança na internet. Nes-te site existem áreas específicas para os alunos, pais, encarrega-dos de educação e professores. Um conjunto de actividades Segu-ranet é também disponibilizado às escolas, e foi precisamente nes-sas actividades que, no ano lectivo transacto, cerca de três dezenas de alunos da nossa Escola par-ticiparam. Os desafios estavam relacionados com a segurança na Internet e foram colocados aos alunos de uma forma interactiva e divertida, mostrando-lhes que é imperativo adoptar comportamen-tos seguros e de responsabilidade quando se utiliza a Internet.

Os alunos tomaram consci-ência, por exemplo, de que ao realizarem um procedimento tão básico como copy dum sítio da Internet, e paste num trabalho, estão a violar os direitos de au-toria, pelo que o melhor é citarem sempre as fontes numa nota bi-bliográfica; o mesmo sucede com

os vídeos retirados do Youtube ou outros sites equiparados. E que conselhos devem ser dados a al-guém que passa muito tempo na Internet? Conversar e conviver mais tempo com os amigos é com certeza um deles. Será que a uti-lização excessiva do telemóvel, dos jogos de vídeo e do compu-tador pode trazer consequências negativas? Decerto que sim, pelo que é de extrema importância o uso racional dessas tecnologias, já que a sua utilização desmedi-da pode provocar dependência, depressão, irritabilidade ou insu-cesso escolar. O uso e abuso no envio de SMS pode levar a que essas mensagens cheguem a ter-ceiros, inclusive pessoas sem es-crúpulos, pedófilos, capazes de fazerem mal. A utilização das re-des sociais, do correio electrónico e do MSN deve ser acompanhada de cuidados especiais, especial-mente no que toca às informações que disponibilizamos online, pois o perigo de trocar informações

ou disponibilizar dados pessoais a desconhecidos pode ter conse-quências muito graves.

Estes e outros temas são muito importantes para quem quer estar seguro ao utilizar as novas tecno-logias.

Participaram nas actividades sete equipas da nossa Escola, cada uma composta por quatro elementos. Em cada um dos de-safios, as equipas foram amea-lhando pontos e, no final, os dois primeiros lugares foram ocupados pelas equipas: “CyberNet” e “Net Explorers”, com 369 e 338 pon-tos, respectivamente. A entrega das lembranças aos alunos parti-cipantes decorreu no passado dia 11 de Janeiro. À Escola foi atribuí-do um troféu por terem as equipas do ECB atingido uma pontuação superior a 1000 pontos.

O objectivo proposto para este ano consiste num maior envolvi-mento e participação de equipas.

Professor Alexandre Lourenço

ACTIVIDADES SEGURANET – 2008/2009

(Continuação da página 1)

O almoço foi degusta-do no Capa Negra, famo-so restaurante da zona, fiquei a saber. Depois de uma grande batalha na procura de estaciona-mento (o grande mal do nosso país!), lá entrámos e encontrámo-nos com uma amiga que nos fez companhia.

Mais tarde, chegou o grande momento! Procu-rámos o número 53 de uma rua estreita e íngre-me, e lá estava ele, ape-nas identificado por uma tímida plaquinha. Dirigi-mo-nos à porta cinzenta, tal qual a de um quartel-general, e (para nosso espanto!), demos com o «ninho» dos arquitec-tos portugueses: Távora, Siza e Souto de Moura, todos ali, à distância de um clique na campainha. Começámos bem! Se o começo foi bom, a conti-nuação foi muito melhor! Entrámos no ateliê e fo-

mos conduzidas ao ga-binete do senhor arqui-tecto. Imaginem, nós ali, junto de todos os dese-nhos do mestre, todos os esboços, todas as fotos. Os meus olhos comiam tudo o que podiam! Final-mente, depois de um bre-ve compasso de espera (em que descobri que Ele usa lápis Caran d’Ache), a arquitecta Ana Fortu-na veio ter connosco e começou por explicar as fases de um projecto, desde os croquis até ao plano de execução.

Toda a visita ao ate-liê, onde trabalham trin-ta arquitectos, consistiu em ver exactamente as várias partes da projec-ção de uma obra, tanto a computador como à mão, através das traba-lhosas maquetas (que, está claro, põem os es-tagiários a fazer!). A mi-nha cabeça entrou em modo «esponja», ten-tando absorver toda a informação. Fomos tam-

bém acompanhadas pelo prestável arquitecto Jor-ge Domingues que, ali-ás, foi quem tornou esta visita possível. As duas horas que passámos ali voaram num instante, en-tre projectos, maquetes, croquis, cadernos de es-boços e computadores! Para terminar o dia, e tendo a professora Ânge-la como guia, passeámos pela rua Miguel Bombar-da, onde entrámos em al-gumas galerias de arte. E rapidamente voltámos ao carro, para a viagem de regresso à Benedita.

Para ser sincera, nem sei o que esperava. Mas foi bastante melhor do que tudo o que poderia estar à espera. Só me apetecia ficar ali já a tra-balhar, no meio de todas as folhas e ecrãs. Mági-co, mágico!

Beatriz Serrazina

Vencedora dos Talentos ECB

2009

Por acaso já reparaste nas catástrofes naturais que se sucedem, dia após dia, no nosso planeta? Já pen-saste por acaso que estes tsunamis, terramotos, chu-vas torrenciais, furacões, cheias possam estar a acon-tecer devido às alterações causadas pela variação do clima à escala global ou regional, ao longo do tempo?

Estas alterações podem ser causadas por proces-sos internos ao planeta Terra, ou por forças externas (como, por exemplo, variações na actividade solar), ou, mais recentemente, em resultado da actividade huma-na. Portanto, a mudança climática pode ser tanto uma consequência de processos naturais, como decorrente da acção humana.

O problema é global. No entanto, cada um de nós pode fazer a diferença. Mesmo as mais pequenas alte-rações na nossa rotina diária podem ajudar, por exem-plo, a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, sem afectar a nossa qualidade de vida. Na realidade, podem até representar uma poupança de dinheiro.

Carolina Ramalho Rogério, 7ºF

PREOCUPAS-TE? NO ATELIÊ DO ARQUITECTO SOUTO MOURA

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 11

No final da década de 60, materializou-se o so-nho do gabinete de pro-jectos aeroespaciais russo Tupolev: elevar aos céus, pela primeira vez na histó-ria da aviação, o Tu-144, o primeiro protótipo de transporte aéreo supersó-nico a voar.

Vivia-se um ambiente de tensões internacionais entre as nações ocidentais e o bloco soviético, o que originava a necessidade constante de afirmações de superioridade tecnoló-gica em todos os campos. A barreira do som tinha sido quebrada apenas 23 anos antes, pelo projecto norte-americano X-1. Por esta altura, meados da década de 60, já existiam, tanto no ocidente como na URSS, várias aeronaves militares que ultrapassa-vam a barreira do som. Mas projectar e pôr em funcionamento um avião de transporte civil de ve-locidade supersónica era uma questão diferente. O desafio envolvia, mais do que a velocidade ou a ca-pacidade de manobra, a rentabilidade e a eficiência económica.

A ideia existia desde os anos 50 – o gabinete nor-te-americano de aviação Douglas tinha apresentado o projecto de um transpor-te aéreo civil que atingis-se Mach 3, o que signifi-

ca que ultrapassaria três vezes a barreira do som. Na altura não parecia uma ideia tão absurda. Vivia-se uma época de grande prosperidade, o número de passageiros aéreos au-mentava a passos largos, e os combustíveis fósseis nunca tinham estado tão acessíveis.

Do outro lado do oce-

ano, os gabinetes BAC – British Aerospace Cor-poration (britânico) e Ae-rospatiale (francês) – as-sinam um acordo em 1962 para a criação do famoso Concorde. Inevitavelmen-te, por razões de prestígio, os EUA começam o projec-to SST (SuperSonic Travel

– Transporte Aéreo Super-sónico) que seria maior, mais rápido e com maior número de passageiros. Contudo, devido ao au-mento dos preços do com-bustível e à dificuldade em chegar a um projecto de-finitivo, o congresso ame-ricano decidiu cancelar o projecto, em 1971, decisão que mais tarde se compro-

vou ser correcta. Contudo, a competição entre os ga-binetes franco-britânicos e russo continuou.

O gabinete Tupolev obteve a primeira vitória, com o primeiro voo do pro-jecto supersónico a 31 de Dezembro de 1968. Três meses depois, era a vez

da parceria BAC/Aeros-pace. O projecto Tu-144 parecia estar destinado a vencer, todavia, em 1973, dá-se um desastre terrível – durante o espectáculo aéreo de Paris, o protótipo despenha-se na pequena aldeia de Goussainville, ferindo dezenas de pes-soas e vitimando oito. O gabinete Tupolev ainda vi-ria a vencer uma segunda batalha, ao ser o primeiro a acelerar o protótipo aci-ma de Mach 2. Porém, e embora a Aeroflot (com-panhia aérea russa) tenha conseguido implementar voos comerciais a partir de 1977, o projecto Con-corde venceu a corrida para a comercialização, ao iniciar o transporte regular de passageiros em 1976. O gigante russo de 120 to-neladas realizou, no total, 100 voos comerciais, con-tra as várias dezenas de centenas realizados pelo Concorde.

Interessa analisar as razões por detrás da pe-quena quantidade de voos pelo “colega” russo do Con-corde. Para o leitor e para o estudante curioso pelas questões de engenharia subjacentes, é importan-te explicar correctamen-te o problema. Do ponto de vista metalúrgico, este projecto estava condena-do à partida. O gabinete, pressionado pelo tempo, cometeu o erro catastrófi-co de construir elementos fundamentais da estrutura, tais como as secções das asas e os suportes dos motores, em blocos ma-ciços de metal. Ora, seja na estrutura metálica de um barco, avião, ou auto-móvel, com a utilização e desgaste, começam a apa-recer fissuras, a chamada fadiga. Imaginem por um momento que queriam romper um lençol de cama. Como os lençóis são uma peça única, pode-se co-meçar a romper numa pon-ta e acabar na outra sem muito esforço. E, se forem dois a puxar, um de cada lado, conseguem de um

só puxão. Agora imaginem que tinham de romper um lençol com a mesma área, mas constituído por pe-queninos quadrados de 1 x 1 cm fortemente cozidos com linha grossa. Poderão conseguir rasgar 1 quadra-do de cada vez, mas terão muito mais dificuldade em romper o lençol todo.

Foi o que aconteceu com as asas do Tu-144, que começaram a mos-trar sinais de fadiga muito mais cedo do que o pre-visto, tendo o avião de ser retirado do serviço, pois não era viável substituir peças de tão grande por-te. A aproximação correcta a este problema é prever quando poderão aparecer as fissuras e trocar então a peça que sofre de fadi-ga. Inclusive, em alguns casos, a troca nem é ne-cessária, se a peça em causa não comprometer os esforços e momentos de carga da estrutura. Em suma, este projecto foi um caso clássico em que a pressa se revelou inimiga da perfeição.

Na nossa era, o trans-porte comercial supersó-nico é um luxo, além de caro, errado do ponto de vista ecológico. Em cada viagem, o Concorde gas-tava 1 tonelada de com-bustível. A nossa socieda-de precisa de amadurecer, e, com ela, os nossos ob-jectivos e desejos. O que anteriormente nos parecia fantástico, fosse um carro desportivo ou uma viagem num avião supersónico, é hoje um capricho infantil que por pouco nos custa o futuro. O que ontem era um vaidoso condutor de um jipe de alta cilindrada pela cidade fora, repre-senta hoje, aos nossos olhos mais sensatos, uma falha em ultrapassar a ida-de dos brinquedos.

Miguel Madruga,

aluno do Mestrado Integrado em

Engenharia Aeroespacial do IST,

ex-aluno ECB

O PRIMEIRO GIGANTE SUPERSÓNICO

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE12

O aumento da temperatura global da Terra é uma realidade, e a sua principal evidência as medições efectuadas por estações mete-orológicas de todo o mundo, desde 1860. O aumento médio da temperatura é de 0,6 ± 0,2 °C durante o século XX. Outras evidências ad-vêm da observação da variação da cobertura da neve das montanhas, do degelo das calo-tes polares e dos glaciares, do aumento do ní-vel médio da água dos mares e de ocorrências extremas de mau tempo, sendo provável que os continentes tenham aquecido mais do que os oceanos.

Quanto às causas do aquecimento global, embora se adiantem hipóteses como a das va-riações da actividade solar, ou se defenda que o planeta Terra estará numa fase natural de transição de uma era glacial para uma era in-terglacial, a maioria da comunidade científica aponta a actividade humana como a principal causa do aquecimento, através da emissão de gases com efeito de estufa (GEE), como o dió-xido de carbono, o metano e o óxido de azoto. Estes gases provocam o aumento da tempe-ratura da atmosfera e daqui resulta também o aquecimento da superfície, pelo facto de parte da energia reflectida pela superfície da Terra, sob a forma de radiação infravermelha, ficar retida na atmosfera. As actividades que mais contribuem para este efeito de estufa são a queima de combustíveis fósseis, os processos industriais, a desflorestação e a agricultura. Assim sendo, os países mais poluidores são, naturalmente, os mais industrializados e de-senvolvidos.

A comunidade internacional tem tentado estabelecer compromissos para a redução dos GEE, como o Protocolo de Quioto, de 1997 – que, curiosamente, não foi assinado pelos dois países mais poluidores do mundo, a China e os EUA – e a recente Conferência de Copenhaga, com os magros resultados que todos conhecemos.

Com o aquecimento global ao ritmo que está

a ocorrer, prevê-se um aumento da temperatu-ra média global de 1,1 a 6,5 °C até ao final do século, com a consequente perda de biodiver-sidade, mais dias quentes e menos dias frios, expansão das áreas de seca, aumento da in-tensidade dos ciclones, aceleração do degelo das calotes glaciares e do aumento do nível médio da água dos oceanos, podendo ocorrer uma catástrofe global, tanto a nível ambiental como humano, se nada for feito para inver-ter a situação. Mas, mesmo com uma redução drástica das emissões de gases com efeito de estufa, o aquecimento continuaria a ocorrer, apenas a um ritmo mais lento, e talvez se con-seguisse mesmo regressar aos níveis da era pré-industrial.

Para que as futuras gerações não estejam perante factos consumados e irreversíveis, a comunidade mundial e principalmente os paí-ses mais poluidores devem tomar medidas que diminuam o ritmo do aquecimento global, quer desenvolvendo e utilizando energias alternati-vas limpas, quer sensibilizando as populações para a redução da poluição, quer, e sobretudo, não colocando os interesses económicos de curto prazo acima da viabilização do futuro.

Professor Francisco Franco

O AQUECIMENTO GLOBAL

Os sismos ou tremores de terra são movimentos vibratórios brus-cos da crusta terrestre que ocor-rem com uma frequência muito elevada. Porém, a maioria destes fenómenos são imperceptíveis ao ser humano e passariam qua-se despercebidos se não fossem detectados por instrumentos de grande sensibilidade – os sismó-grafos.

Quando, através da comunica-ção social, se difunde para todo o mundo a notícia de um sismo relativamente violento, este é ca-racterizado, na maior parte dos casos, pela sua magnitude e pela intensidade que atingiu num de-

terminado local. A magnitude de um sismo é um parâ-metro de avaliação que está relaciona-do com a energia libertada no foco ou hipocentro – local no interior da terra onde o sismo tem a sua origem. A maior parte desta energia

é dissipada sob a forma de calor, sendo a restante propagada em forma de ondas sísmicas. A deter-minação da magnitude é feita com base na interpretação dos regis-tos efectuados pelos sismógrafos – sismogramas – e é avaliada na escala de Richter. Por outro lado, a intensidade é um parâmetro que tem em conta os efeitos do sismo produzidos em pessoas, objectos e estruturas feitas pelo Homem.

Ora, para determinar a inten-sidade após a ocorrência de um sismo, são feitos inquéritos e en-trevistas às populações atingidas, para recolher depoimentos sobre as observações que fizeram du-

rante o sismo. Por outro lado, tam-bém se procede ao levantamento das principais alterações ao nível da paisagem (fendas, deforma-ções do solo, comportamento das fontes e dos cursos de água), bem como ao nível das construções humanas (edifícios destruídos ou danificados, pontes, estradas e outras obras humanas atingidas).

Todos estes dados destinam-se a estimar a intensidade sísmi-ca em cada local onde o sismo foi sentido, por comparação com os termos de uma escala de inten-sidades. Uma das escalas mais correntemente utilizada é a esca-la internacional (MMI), que resul-tou de uma modificação, feita em 1956, duma escala proposta por Mercalli-Sieberg em 1902. Esta escala é qualitativa, isto é, avalia a intensidade sísmica em função do grau de percepção das vibra-ções pela população que sentiu o sismo, e do seu grau de des-truição. A escala contempla doze graus, sendo graduada desde o grau I (sismo apenas detectado pelos sismógrafos) até ao grau

XII (alterações na paisagem com enormes fracturas no solo). Uma vez que se baseia em inquéritos e entrevistas para a recolha de da-dos será, naturalmente, uma es-cala bastante imprecisa.

Um dos factores de grande in-fluência nas consequências dos sismos relaciona-se directamente com a população, ou seja, com cada um de nós. O desconheci-mento das medidas de prevenção, assim como a falta de informação sobre o que fazer em termos de atitudes e comportamentos em caso de emergência podem agra-var as consequências destes fe-nómenos naturais.

Assim, a protecção das popu-lações que vivem em zonas de elevado risco deve passar, es-sencialmente, pela actuação das autoridades a diferentes níveis, nomeadamente na avaliação do risco sísmico, regras de constru-ção e divulgação das regras de conduta que cada cidadão deverá seguir.

Professor Sérgio Teixeira

COMO AVALIAR UM SISMO

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

ESCOLA VIVA 13

Quem é a Juliana Martins? Aluna do 12º B, no Externato Cooperativo da Benedita, foi a vencedora do concurso nacional Imaginação e Criatividade Escrita em Dia, promovido pela Coca-Cola Portugal e pelo Instituto Português da Juventude. Dirigido aos jovens do ensino secundário de todo o país, este concurso vi-sava promover o gosto pela escrita criativa. A Juliana apresentou a concurso o texto “In-cógnita”, que publicamos na página 16 deste jornal.

Quando concorreste a este prémio, quais eram as tuas expectativas?

Nenhumas, pois eu nunca escrevo, nem é algo que me cative, fiz o texto só porque a professora pediu, caso contrário não te-ria feito. E como era a nível nacional e na minha turma havia pessoas que escreviam melhor que eu e se empenharam muito mais, nunca pensei chegar à final, quanto mais ganhar!

O que significa teres sido uma das vence-doras deste prémio?

Foi interessante e algo que me deixou bastante feliz. Interessante porque quando saíram os finalistas, nem fui ver. Só fiquei a saber ao entrar na Internet, mais tarde, e então ganhei outro entusiasmo e pus a minha família e amigos a votarem. Fiquei muito feliz ao saber que era a vencedora, nem queria acreditar, no início.

Que lugar ocupa agora a escrita na tua vida?

Agora, um lugar superior ao que ocupa-va antes de vencer o concurso, até posso pensar em escrever mais vezes. Afinal, não escrevo tão mal como pensava, e de vez em quando tenho boas ideias, ou estou inspirada.

A escolha do título pode adquirir um duplo sentido. Por que razão o escolheste?

Gosto de Matemática, daí que a inclua nos textos que escrevo, e, neste caso, é este título porque, além de gostar de Ma-temática, o texto também trata de um tema que de certo modo é uma incógnita.

Qual é a mensagem principal de “Incógnita”?

Aproveitar a vida ao máximo.

Quem são os teus es-critores preferidos (estran-geiros e portugueses)?

Arthur Conan Doyle, Shakespeare, José Ro-drigues dos Santos e Gabriel Garcia Marquez.

E o teu livro preferido?

Dizer só um é compli-cado, mas gosto de Hamlet, de Sherlock Holmes e de A Fórmula de Deus.

Na tua opinião, quais são as principais di-ferenças entre a escrita criativa e a escrita padronizada?

Há mais liberdade na escrita criativa, na minha opinião.

É usual ouvir-se dizer que quem escreve tem sempre uma base de inspiração. Qual ou quem é a tua?

A minha forma de viver a vida.

Desafio-te a completar com apenas uma palavra, cada inicial do título premiado.

• Inesperado• Nobilitar• Criatividade• Orgulho• Grande• Natureza• Imprevisível• Trabalho• Arriscar

Quais pensas terem sido os critérios que culminaram na escolha do que escreveste?

Conteúdo, criatividade e mensagem.

Se fosses membro do júri, qual teria sido o

teu principal critério?

Mensagem.

Consideras que um homem escreve de modo diferente de uma mulher? Porquê?

Isso é muito relativo, mas, na minha opi-nião, acho que as mulheres têm um lado mais sensível e cuidado e transmitem isso na escrita, apesar de também existirem ho-mens que o fazem, dai que pense que não existe uma diferença muito significativa entre a escrita de um homem e a de uma mulher.

Gostarias de editar?

É uma hipótese, mas a longo prazo. Se o fizesses, quem convidarias para es-

crever o prefácio? Manuel Cruz, por ser português e eu o

admirar bastante.

Que mensagem gostarias de deixar a todos aqueles que também escrevem, mas que, por alguma razão, não o tornam público?

Que não tenham medo de demonstrar o que escrevem, porque não têm nada a per-der com isso, só têm a ganhar, e é quando menos esperam.

Entrevista pela professora Estela Santana

ENTREVISTA A JULIANA MARTINS

VENCEDORA DO CONCURSO NACIONAL ESCRITA EM DIA

«até posso pensar em escrever mais ve-zes. Afinal, não escrevo tão mal como pensava»

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA14

Contemporânea de Nietzsche, Wagner, Freud e Rilke, esta mulher alemã, nascida em São Petesburgo, em 1861, havia de rivalizar em génio com todos estes homens e de suplantá-los na paixão com que viveu uma intensa e fascinante existência que terminou aos 76 anos, em Göttingen, na Alemanha.

Bela e sedutora, con-trariou o preconceito am-plamente difundido de que beleza e inteligência são incompatíveis. Autora de vários romances, poesia e peças de teatro, escreveu 20 livros e mais de 100 arti-gos e ensaios.

Nietzsche descreveu-a como a pessoa mais bri-lhante que conheceu. O seu espírito crítico e a sede de aprender fizeram da sua vida uma busca apaixonada e tempes-tuosa, uma prática de paixão. Lou Salomé, li-vre pensadora, foi alguém que viveu a paixão com paixão, sem limites nem concessões, que preferia as errâncias às certezas, que ousou

ser diferente numa época em que muito pouco era permitido às mulheres.

Ao longo da sua vida cruzou-se com muitos vultos da cultura europeia e com alguns manteve relacio-namento de ordem intelectu-al e/ou amoroso. De Nietzs-che, a quem admirava como filósofo, até Rilke, com quem se envolveu emocionalmen-te, muitos foram os que con-sideraram Lou Salomé uma mulher genial. Em 1911, co-nheceu Freud, com quem co-laborou, dado o seu fascínio pela psicanálise e pelo seu criador, tendo escrito vários artigos publicados em jornais e revistas da especialidade e criado uma clínica psicanalíti-ca na Alemanha.

Com a chegada ao poder do partido nazi, a psicanálise, considerada uma ciência judaica, tornou-se num alvo a abater. Doente, Lou Salomé permaneceu na Alemanha, onde morreu em 1937. Um mês de-pois da sua morte, a Gestapo confiscou toda a sua obra e documentos pessoais. Alguns anos

mais tarde, Ernest Pfeiffer, um amigo da últi-ma fase da sua vida, publicou a título póstumo quatro livros e a sua autobiografia.

Dela afirmou a escritora Anaïs Nin (1903-1977): “A sua liberdade consistiu em dar ex-pressão às suas necessidades inconscientes profundas. Viu a independência como a única maneira de realizar o movimento. E, para ela, o movimento era o crescimento e a evolução constantes.”

Este poema que escreveu poderia ser o seu epitáfio:

Ousa, ousa, ousa tudo!

Não tenhas necessidade de nada!

Não tentes adequar a tua vida a modelos,

nem queiras ser um modelo para ninguém.

Acredita: a vida dar-te-á poucos presentes.

Se queres uma vida, aprende a roubá-la!

Ousa, ousa tudo!

Sê na vida o que és, aconteça o que acontecer.

Não defendas nenhum princípio, mas algo bem mais ma-

ravilhoso:

algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!

Professora Deolinda Castelhano

Foi desta forma que a maior parte dos meios de comunicação deu, no dia 27 de Janeiro, a notícia da morte do escritor norte-americano que, desde 1961, se tornou um eremita, viven-do em total isolamento, recluso em sua casa,

em New Hampshire.Jerome David Salinger nasceu a 1 de Ja-

neiro de 1919, em Nova Iorque. Começou a escrever ainda na escola secundária, mas pu-blicou apenas quatro obras: Uma Agulha no Palheiro (1951) que, numa edição posterior em Portugal aparece sob o nome À Espera no Centeio; Nove Contos (1953); Franny e Zooey (1961); Carpinteiros, Levantai Alto o Pau de Fileira e Seymour - Uma Introdução (1963). Até 1965, continuou a escrever contos para jornais, mas desde essa data que não edita nada.

Uma Agulha no Palheiro, a obra que lhe trouxe a fama, tem como (anti-)herói o jovem Holden Caufield, expulso de um colégio caro e que, de forma singular, expressa o seu des-prezo pelo mundo dos adultos enquanto va-gueia por Nova Iorque. Sendo Caufield inspi-rador de culto para muitos jovens escritores e até músicos, este livro, que era lido como um ”ritual de passagem”, depressa se converteu em best-seller, escolhido como obra de leitura obrigatória em muitas escolas (inclusive che-gou a sê-lo em Portugal). Havia ainda de se tornar famoso por ser o livro que, em 1980, Mark Chapman, o assassino de John Lennon, transportava consigo, para, alegadamente, o ex-Beatle lho autografar.

Salinger notabilizou-se por esta sua primei-

ra obra, mas também por ter recusado a fama. O New York Times chamou-lhe “O Garbo das Letras”, “famoso por não querer ser famoso”.

Por sua imposição, todas as edições das suas obras têm uma capa sóbria e discreta, sem imagens, sem fotografias, ou qualquer composição editorial. Nelas apenas encontra-mos o título e o nome do autor (sempre abre-viado em J. D. Salinger).

Quem lê as suas obras, onde perpassa uma generosidade e amabilidade para com os seres humanos (é com muita ternura que des-creve a vida familiar e as relações entre os irmãos Glass de Franny e Zooey ou Carpintei-ros, Levantai Alto o Pau de Fileira e Seymour - Uma Introdução), dificilmente consegue per-ceber como Salinger se auto-excluiu da Hu-manidade.

“Lamento ter contado isto a tanta gente. O que eu sei é que tenho como que saudades de toda a gente de quem falei. […] Nunca contem nada a ninguém. Se contarem, acabam por ter saudades de toda a gente.” (in Uma Agulha no Palheiro)

Agora cabaram as mistificações em torno de J. D. Salinger. Fica apenas a saudade.

Profesora Teresa Agostinho

MORREU J. D. SALINGER, O ESCRITOR DA SOLIDÃO

LOU ANDREAS SALOMÉ

“A VIDA HUMANA, TODA A VIDA HUMANA, É POESIA”

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA 15

PORQUE CULTURA É FUNDAMENTAL

Louvre, Prado, Gulbenkian são al-guns dos museus apresentados na co-lecção de 15 volumes que o Público lan-ça entre 18 de Janeiro e 26 de Abril.

Se já conhece e quer relembrar, se não conhece ou se está a pensar co-nhecer, prepare desde já a sua visita a alguns dos Grandes Museus da Europa através desta colecção comemorativa do 20º aniversário do Jornal Público.

Os livros apresentam uma pequena história dos respectivos museus e uma visita através das principais salas, com destaque para as obras consideradas “imperdíveis”. Os DVD´s incluídos pos-sibilitam-nos ainda uma visita virtual pela história dos espaços museográfi-cos, explicações das salas e destaques para as obras-primas. Numa fascinante viajem pela história da arte, experimen-te visionar o DVD ao mesmo tempo que folheia o livro-guia.

Professora Maria de Lurdes Goulão

Esperando que as preferências de leitura que temos vindo a apresentar tenham estimu-lado a curiosidade por alguns livros e autores, continuamos a nossa tarefa de mostrar que na nossa escola há muitas pessoas que lêem, e os hábitos de leitura que revelam são, por ve-zes, uma enorme surpresa.

Falámos com o professor Domingos Janei-rinho, de Educação Física, que nos reafirmou a sua paixão pela leitura e nos revelou quais os livros e autores que mais aprecia.

• Livros que mais gostou de ler: O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway; Pantaleão e as Visitadoras, de Mario Vargas Llosa; Um Estranho numa Terra Estranha, de Robert A. Heinlein; Capitães da Areia, de Jorge Amado

• Livro que mais lhe custou a ler: Memorial do Convento, de José Saramago

• Livro que anda a ler: O General no seu La-birinto, de Gabriel Garcia Marquez

• Escritor que mais aprecia: Jorge Amado• Um livro que aconselha: Novos Contos da

Montanha, de Miguel Torga

O professor Janeirinho partilhou connosco uma citação retirada do livro de Mia Couto, Venenos de Deus, Remédios do Diabo, que

aqui reproduzimos: «Aos 10 anos todos nos dizem que somos espertos, mas que nos fal-tam ideias próprias. Aos 20 anos dizem que somos muito espertos, mas que não venha-mos com ideias. Aos 30 pensamos que mais ninguém tem ideias. Aos 40 achamos que as ideias dos outros são todas nossas. Aos 50 pensamos com suficiente sabedoria para já não ter ideias. Aos 60 ainda temos ideias, mas esquecemos o que estávamos a pensar. Aos 70 só pensar já nos faz dormir. Aos 80 só pen-samos quando dormimos.»

Conversámos tam-bém com a Maria do Carmo Guerra, aluna do 12º ano do curso Científico-humanístico de Línguas e Huma-nidades, da nossa escola, que aceitou responder às nossas perguntas sobre as suas preferências de leitura.

• Livro que mais gostou de ler: Os Maias, de Eça de Queirós

• Livro que mais lhe custou a ler: Resposta a Matilde, de Fernando Namora

• Escritor que mais aprecia: José Saramago

• Livro que anda a ler: Memorial do Conven-to, de José Saramago

• Um livro que aconselha: A Noite, de José Saramago

Por último, Pureza Nicolau, funcionária do Pavilhão Polidesportivo do Externato Coope-rativo da Benedita, também respondeu pronta e amavelmente às nossas perguntas sobre a leitura.

• Livro que mais gostou de ler: Sinto Muito, de Nuno Lobo Antunes

• Livro que mais lhe custou a ler: um livro de António Lobo Antunes, de cujo nome já não se lembra.

• Escritor que mais aprecia: Nuno Lobo An-tunes e Daniel Sampaio

• Livro que anda a ler: Saúde Interna – A chave para a juventude e vitalidade, de Ron Gellatley

• Um livro que aconselha: Porque Sim, de Daniel Sampaio

Ana Lúcia Ribeiro e Margarida Serralheiro, 10º F

IndignaçãoPhilip RothPublicações D. Qui-xote

Philip Roth é, des-de há algum tempo, um nome incontornável das letras norte-americanas, pela sua crítica mordaz, o seu humor muitas ve-zes amargo e acima de

tudo pela hábil demonstração de que a litera-tura e a vida, o indivíduo e o colectivo, o plano pessoal e o plano histórico estão intrinseca-mente relacionados. Após Um Homem Comum e O Fantasma Sai de Cena, nos quais se debru-ça cruamente sobre o tema da velhice e a de-crepitude física e espiritual, surge Indignação, que nos apresenta como narrador-personagem o jovem de dezoito anos Marcus Messner, nas-cido e criado em Newark, filho de um talhante Kosher, que decide estudar numa universida-de do Ohio, a quinhentos quilómetros de casa, para se libertar do proteccionismo do pai. A ac-ção passa-se em 1951 e, como ficamos a saber no início do livro, Marcus não irá chegar aos

vinte e um anos, pois apesar dos seus esforços nos estudos, para conseguir sempre boas no-tas e assim livrar-se da guerra da Coreia, não consegue esconder as suas convicções recu-sando-se a obedecer a convenções inúteis e hipócritas, por isso é expulso da tradicionalista universidade de Winsburg.

Roth coloca a personagem a narrar a sua vida, sob o efeito da morfina, quando a vida que lhe resta está em fase terminal, numa espécie de memórias póstumas, para nos mostrar que as acções individuais não bastam para definir a nossa conduta, o julgamento e a acção dos ou-tros são igualmente decisivos na determinação do nosso destino, como o percurso do jovem Messner acaba por comprovar.

Indignação é um romance que se lê de um fôlego mas tem uma grande densidade hu-mana, social e política, demonstrando como as escolhas, aparentemente banais feitas por um jovem inconformista e explosivo em busca dos seus próprios caminhos na vida, podem ter re-sultados de uma gravidade tragicamente des-proporcional.

Professora Luísa Rocha

ENTRE LIVROS

SUGESTÃO DE LEITURA

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA16

Em 2010, como é do conhecimento de to-dos, comemora-se o Centenário da República Portuguesa. Talvez menos que o desejável, mas todos aprendemos na escola as circuns-tâncias históricas que conduziram à queda da monarquia e à implantação do regime republi-cano. Uma vez por ano, no 5 de Outubro, lem-bramos, a propósito do feriado, o que neste dia se comemora.

Da galeria de heróis republicanos, emer-gem nomes que vamos lembrando pelo pa-pel de relevo que desempenharam. Todos homens, porque o registo oficial não é muito

pródigo em evocar o papel das mulheres, re-servado que estava o seu estatuto oficial a outras actividades, que não as da luta polí-tica. No entanto, apesar de os compêndios as relegarem para um papel residual, as mu-lheres portuguesas estiveram presentes e a sua acção foi determinante na implantação e consolidação da República. Algumas destaca-ram-se do anonimato a que estavam votadas, numa época em que não existiam quotas (eu-femismo recente de mais uma manifestação do politicamente correcto) e o mundo da go-vernação era totalmente masculino. Embora não tivessem desempenhado cargos políticos de destaque, muitas foram as mulheres que abraçaram a causa republicana e lutaram por ela: Maria Lamas, Ana de Castro Osório, Ade-laide Cabete, Carolina Beatriz Ângelo, Maria Veleda, e muitas outras.

Para dar a conhecer a obra de uma des-sas mulheres, teve lugar no dia 19 de Janeiro, no CCGS, uma palestra subordinada ao tema “Maria Veleda, Republicana e os Afectos”, pa-lestra proferida pela sua bisneta, Maria José Miranda, professora de Português da Esco-la Secundária Domingos Sequeira, de Leiria. Esta iniciativa, organizada pelo Agrupamento de Escolas da Benedita e aberta à comunida-de, contou com o patrocínio do Externato Co-operativo da Benedita.

Perante uma plateia maioritariamente

constituída por alunos e professores, a ora-dora evocou a personalidade de Maria Veleda (1871-1955), professora, republicana, femi-nista e livre pensadora. A sua vida foi marcada por lutas e combates, não só na defesa dos ideais republicanos, mas também pela educa-ção das crianças, na defesa da igualdade de direitos jurídicos, cívicos e políticos das mu-lheres e no combate à superstição, ao obs-curantismo e ao fanatismo religioso, que lhe valeu perseguições e condenações antes de 1910.

A vida e obra desta mulher ilustre foram também tema da exposição “Maria Veleda: Uma Professora Feminista, Republicana e Li-vre Pensadora”, que esteve patente no CCGS, até ao dia 29 de Janeiro.

Personalidade intrépida e irreverente, Ma-ria Veleda é, nas palavras da historiadora Na-tividade Monteiro, uma mulher que “dedicou a vida aos ideais de justiça, liberdade, igual-dade e democracia e se empenhou na cons-trução de uma sociedade melhor, onde todos pudessem ser felizes. Semeou ideias, iniciou processos de mudança nas práticas sociais e lançou o debate sobre os lugares, os papéis e os poderes de mulheres e homens num mundo novo.”

Professora Deolinda Castelhano

NO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

EVOCAÇÃO DE MARIA VELEDA NO CCGS

Ana Gomes Ferreira, mais conhecida por Ana Free, ascendeu para a música bem cedo. Ela toca, canta e compõe. Em menos de um ano, os seus vídeos no Youtube já contam com mais de 600 mil acessos, sendo dos que têm mais visitas e mais subscritores na ca-tegoria de música. Neste momento, reside em Londres, onde tirou o curso de Economia. Prepara-se para lançar um álbum, depois do sucesso dos primeiros singles: “In my Place” e “Keep on Walking”.

No dia 23 de Janeiro, o Centro Cultural Gonçalves Sapinho recebeu Ana Free. Ape-nas com a guitarra e um acompanhante no ór-gão, ela animou a sala com um concerto de cerca de 75 minutos. A música, a luz, o espa-ço, o som, o público, a actuação de Ana Free e o seu à vontade fizeram deste um excelente espectáculo.Houve grande proximidade entre a artista e os seus fãs, que lhe lançaram rosas para o palco.

Depois do concerto, Ana Free disponibili-zou-se para dar autógrafos, tirar fotografias e trocar algumas palavras, sempre com um sor-riso afável.

Eunice Vicente e Joana Boita, 11º B

ANA FREE NA BENEDITA

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

17RECRIAR O MUNDO

INCÓGNITATexto premiado no concurso nacional

Imaginação e Criatividade Escrita em Dia

Corre. Corre na tua máxima velocidade. Agora pára. Sente o teu próprio pulso. É sinal de vida. Porque hoje está sol, mas amanhã não se sabe. O tempo é incerto. Aproveita essa sensação de pulso cheio, ela não dura para sempre. Quando o pulso acalmar salta, salta o mais alto que conseguires, tenta atingir o céu. Grita também, abre o livro que há dentro de ti a todo o mundo. Liberta-te dessa vergonha que te acanha o mais rapidamente possível. Tenta senti-lo de novo, consegues? Tens sorte tu. Outros tantos humanos como tu não o sentem. Aproveita agora que o tens, leva-o ao limite. O limite dá-te prazer. E porque não ter prazer sempre que podes? O tic tac não descansa, e a qualquer momento a bomba rebenta. Não penses que o amanhã existe quando ainda estás em hoje. Ele é uma incógnita, e esta equação é impossível de resolver.

Juliana Costa, 12º B

SENTIMENTOSSentir o que nunca sentiDescobri-o ao teu lado,Porque as coisas ao pé de tiTêm outro significado.

Viver o que nunca viviContigo isso é fascinante,Desde que te conheci Sempre me foste importante.

Sorrir como nunca sorriAo teu lado é possível,Pois foi assim que me riDe algo imprevisível.

Sofrer como nunca sofriEstá no destino do amor,Chorar e gritar aquiPor ti sofro e é a dor.

Amar como nunca ameiNo mundo não há igual,Podes crer que me apaixoneiTu para mim és especial.

Danny Siopa, 12º F

COISAS MINHAS E DE MAIS ALGUÉM

Quando era criança, lembro-me de chegar da escola e, feitos os deveres, fa-zia parte dos hábitos das famílias deixa-rem-nos ir brincar um bocadinho na rua. A rua era um espaço público de brinca-deira, passeio e encontro. Nas aldeias, vilas e pequenas cidades, havia praças, pequenos jardins e descampados onde as crianças gastavam energias. Esfo-lavam-se joelhos, subia-se às árvores, jogava-se à bola, ao “mata”, à “macaca”, às escondidas, rebolava-se, dava-se pi-parotes, enfim, divertíamo-nos e crescía-mos em contacto uns com os outros, pois todos eram vizinhos e amigos, e aqueles momentos de libertação eram mágicos. A rua era um espaço de interacção, liber-to das regras que tínhamos de seguir em casa e na escola. A rua era uma cúmplice segura de todos, ajudava-nos a ter auto-nomia e a cimentar amizades.

Num abrir e fechar de olhos, as ruas desapareceram, dando lugar a constru-ções mal estruturadas e a estradas onde o tráfego dos carros se aglomera cada vez mais, desaparecendo assim um es-paço de convívio que não foi devidamen-te compensado com outros equivalentes.

Foi um instante até se achar que, não só não se podia brincar na rua, como tam-bém não podíamos sair sozinhos. A rua tornou-se perigosa e ameaçadora. Não se inventou nada de equivalente, em vez disso, foram surgindo jogos, televisão, fil-mes, computadores, mais horas na esco-la e mais actividades extra-curriculares.

Há transformações que são perdas enormes. Felizmente, as crianças da nos-sa escola ainda têm a rua e outros espa-ços não claustrofóbicos onde se podem dedicar a actividades lúdicas. Espero que os saibam aproveitar e valorizar, uma vez que a maioria já não cresceu com as ma-ravilhosas sensações de cair na lama, jogar à cambalhota, sujar as mãos, lam-buzar-se com amoras silvestres, apanhar musgo para o presépio, saltar à corda, jogar às estátuas, correr e saltar livre de olhares acusadores, com aquele sabor saudável que somos nós e a natureza fa-zendo parte do mesmo ecossistema. Será que ninguém dá por esta falta?

Rosário Ferreira (Zaira),

Funcionária Administrativa

TOP 10BibliotecaOs livros mais requisitados na Biblioteca do ECB, nos meses de Novembro de 2009 a Ja-neiro de 2010.

1º- A Vida Num Sopro - José Rodrigues dos Santos

2º - Os Primos - Mafalda Moutinho

3º - O Mundo em que Vivi - Ilse Losa

4º - O Guarda da Praia - Maria Teresa Maia Gonzalez

5º - O Cavaleiro da Dinamarca - Sophia de Mello Brey-ner

6º - Por Terras dos Antigos Coutos de Alcobaça - Maria Zulmira Furtado Marques

7º - Da Pré-História à Actualidade - Francisco Furriel

8º - Eragon - Christopher Paolini

9º - Pessoas Como Nós - Margarida Rebelo Pinto

10º - Crónica de Uma Morte Anunciada - Gabriel Gar-cia Márquez

SOL E CHUVAalguns dias merecem um poema ou pelo menos alguma coisa que os ligue novamente à criação

Luís Lucas, ex-aluno do ECB

http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/

ÀS VIAGENSFreedom is not expensive.

If you want to be free you justhave to be born as a bird.

Or to think like one.

Luís Lucas, ex-aluno do ECB

http://amanhecerdaspalavras.blogspot.com/

e Paulo Tavares

http://atravessandooinverno.blogspot.com/

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE18

O ser humano sempre gostou de comemorar, festejar, celebrar. Aproveitamos todas as ocasiões, todas as efemérides, para orga-nizarmos festas, debates, pales-tras, mostras, concertos, expo-sições, com muitos encómios e champanhe à mistura. Quando estas comemora-ções vêm acompanhadas de “números redondos”, como as décadas ou os centenários, en-tão rejubilamos e encontramos ainda mais pretextos para louvar os que, de alguma forma, admira-mos.

2010 pode ser considerado o ano de todas as celebrações. Se

não, vejamos:Ludwig von Beethoven, compo-

sitor alemão, nasceu há 240 anos,

em Bona.Frédéric Chopin, pianista e

compositor polaco, nasceu há 200 anos,emŻelazowaWola.

Robert Alexander Schumann, músico e pianista alemão, nasceu

há 200 anos, em Zwickau, Ale-manha.

Piotr Ilich Tchaikovsky, compositor russo, nasceu há

170 anos, na cidade de Ka-msko-Votkinsk, na Rússia.

Gustav Mahler, compositor e maestro austríaco, nasceu há 150 anos, em Kaliště, na Boé-

mia.Manuel Teixeira Gomes, sétimo

Presidente da República Portu-guesa, diplomata e escritor, nas-

ceu há 150 anos, em Portimão.Albert Camus, escritor e filó-

sofo francês nascido na Argélia, morreu há 60 anos, em Villeble-vin, França.

John Lennon, músico, compo-sitor e escritor britânico, um dos famosos The Beatles, nasceu há 70 anos, em Liverpool, e morreu há 30 anos, em Nova Iorque.

Por cá, desde o dia 31 de Ja-neiro, vamos comemorando os 100 anos da Implantação da Re-pública.

Professora Teresa Agostinho

A sua voz não parece deste tempo nem desta idade. José James, músico norte-americano, regressa a Portugal para apre-sentar Black Magic, o seu segundo álbum, e traz-nos um jazz que desliza em nós pela sua suavidade, simplicidade e beleza.

Este artista aprendeu a trabalhar a es-crita no hip hop, delineou a sua voz no soul e instrumentou um novo jazz, con-temporâneo e eclético. De facto, junta o hip hop, o jazz, o soul vigoroso e místico, o drum n’ bass e o R‘ B, criando assim um ambiente envolvente, com a sua ousadia musical cheia de criatividade.

“Beleza” é a primeira faixa do álbum, que mostra James num consistente black jazz, pela forma como canta e como trans-mite a sua paixão pela letra. “Conversa-tion Love” é talvez a mais engenhosa das canções do álbum, um dueto com Jordana

de Lovely, em que os instrumentos esta-belecem uma harmonia com a letra. “Pro-misse Love” e “Detroit Love Teller” são canções que nos levam aos anos 70 e 80, lembrando o soulfull jazz de George Wa-shington Jr. Em “Save your love for me”, recupera um tema de Nancy Wilson, refa-zendo a canção e dando-lhe um sentido mais actual.

A prova do sucesso de José James está nos fãs que tem por todo o mundo e nas críticas ao seu trabalho. Embora ainda seja pouco conhecido no nosso país, (ac-tuou no dia 25 de Fevereiro no Centro Cul-tural das Caldas da Rainha) - José James traz frescura, novidade e originalidade. Al-tamente recomendado.

Ricardo Rodrigues, 12º H

www.joshuarodriguez.blogspot.com

AVATARO TRIUNFO DO 3D

Avatar significa encarnação, metamorfose, e é o nome de um dos filmes de que mais se ou-viu falar nos últimos tempos. Avatar introduz-nos num mundo espectacular, além da imaginação, onde um herói relutante, vindo da Terra, embar-ca numa aventura épica e acaba numa luta titâ-nica para salvar o mundo extraterrestre ao qual aprendeu a chamar lar.

O filme foi idealizado há quinze anos pelo os-carizado realizador de Titanic, James Cameron, quando ainda não existiam os meios para con-cretizar as suas ideias. Agora, após quatro anos de produção e uma série de documentários expe-rimentais filmados com uma câmara de alta de-finição, criada especialmente para o realizador, finalmente o seu projecto foi concretizado. Este é um filme de acção que utiliza uma nova gera-ção de efeitos especiais que nos proporcionam uma experiência inovadora: a imersão na acção. No entanto, a tecnologia revolucionária que foi inventada propositadamente para Avatar quase desaparece na emoção das personagens e no arrebatamento da história que é contada. Os ce-nários, apesar de irreais, parecem-nos bastante familiares devido ao tratamento das imagens, e constituem um mundo fantástico e brilhante do qual parece que fazemos parte, enquanto assis-timos ao filme.

Para muitos críticos, este é o produto cine-matográfico mais extraordinário de todos os tem-pos, por isso, se gosta de experiências inovado-ras, este é um filme que não deve perder. Como disse James Cameron, “o 3D é o futuro”.

Micael Rosário Silva, 12º ESRM

BLACK MAGIC

JOSÉ JAMESCRÍTICA

DE MÚSICA

2010 - O ANO DE TODAS AS CELEBRAÇõES

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 19

O Twitter (http://www.twitter.com) é uma rede social que funciona de modo semelhante a um pequeno blogue (o chamado microblogue), onde os utilizadores podem enviar ou receber mensagens com o tama-nho máximo de 140 caracteres, co-nhecidas por tweets, sendo segui-dos e seguindo outros utilizadores. Dada a dimensão das mensagens, podem gerir-se utilizando a web, através de SMS, ou de programas existentes em alguns dispositivos portáteis. Torna-se assim possível ao utilizador submeter novas men-sagens e receber as novidades dos seus contactos em qualquer lugar. O acto de utilizar o Twiter chama-se twittar.

Devido às suas características, o Twitter tem potencialidades para ser utilizado na educação: permite, por exemplo, a continuidade da in-teracção para além da sala de aula, podendo o aluno colocar questões e esclarecer dúvidas. A dificuldade será conseguir coordenar o debate, evitando o atropelamento de men-sagens.

O Twitter também potencia o sentido de turma, pois, sendo uma ferramenta de interacção, aumenta a predisposição para a conversa-ção, permitindo assim criar opini-ões, analisar consensos e publicar

ideias em torno de temas de inte-resse. Promove ainda a escrita co-laborativa e melhora a capacidade de síntese, tendo em conta que há uma limitação de caracteres. Pode também funcionar como um orga-nizador de diálogos, através de hashtags (# e uma palavra-chave ou etiquetas) e permite rápidas ac-tualizações e partilha de recursos na rede, por exemplo, partilhando opiniões sobre o que está a aconte-cer numa conferência.

Um dos exercícios que se pode-rá desenvolver com os alunos será levar uma turma para uma sala com acesso à internet, para que cada aluno dê continuidade ao texto de outro, por uma ordem e sobre um tema previamente combinados. Este exercício permite avaliar a compreensão e o modo de partici-pação de cada aluno, bem como o grau de conhecimento do tema.

Professor Samuel Branco

O TWITTER E A EDUCAÇÃO

Há cerca de quatro meses, a professora Helena Guerra, em conjunto com a turma do 11ºD, decidiu realizar um passeio com uma colega nossa que tem deficiências motoras e se desloca em cadeira de rodas. O passeio integrava-se no trabalho de projecto da nos-sa turma, “Benedita sem barreiras”, e o seu objectivo consistia em avaliar as dificuldades

que um deficiente motor, ou mesmo visual, enfrenta na vila da Benedita.

O passeio começou bem, pois existem rampas no Exter-nato, e a aluna não teve dificul-dades em sair da escola, mas logo a seguir a tarefa compli-cou-se, ao enfrentar uma pas-sadeira. Com a ajuda dos cole-gas lá conseguiu, e o passeio continuou. Pouco depois, outro desafio, outra passadeira, mas, desta vez, exageradamente alta, pelo que, além de não a conseguir subir, mesmo com

ajuda, causou um acidente: devido ao tempo gasto na tentativa de transpor a passadeira, o trânsito acumulou-se e dois carros chocaram. E por fim, a aluna não teve outro remédio se-não seguir pela estrada, correndo o perigo de ser atropelada.

Finalmente chegámos ao nosso destino, uma florista, onde a nossa colega também não

pode entrar, visto a entrada ser demasiado alta e a cadeira de rodas não caber na porta.

Regressámos à escola, tomando outro ca-minho, para facilitar a deslocação. Porém, os problemas ainda não tinham acabado. Um enorme caixote de lixo, num lugar inesperado, impediu-lhe a passagem. A cadeira de rodas automática é grande, e o espaço era pequeno. Depois de quase partirmos o caixote do lixo, a nossa colega lá conseguiu passar e, mais uma vez, não teve outro remédio senão arriscar-se pela estrada, lado a lado com os carros.

Este passeio serviu-nos para avaliar as tremendas dificuldades que um deficiente en-frenta numa pequena deslocação, não só nes-ta vila, mas em muitas outras povoações do nosso país, inconscientes das necessidades especiais que todos podemos vir a ter um dia. De facto, sem a nossa ajuda, a colega não te-ria tido qualquer hipótese de sair da escola.

Celebramos um século após a República, não será o momento de pormos em prática um dos seus mais celebrados valores – a IGUAL-DADE?

Guilherme Passarinho, delegado da turma do 11ºD

BENEDITA SEM BARREIRAS

UM PASSEIO ATRIBULADO

A SOCIOESFERAHoje, assistimos ao mundo das redes sociais na web como

se já fizessem parte de nós, das nossas vidas, dos nossos hábitos e dos nossos comportamentos. Hoje, todos os que qui-serem têm um blogue e publicam lá o que quiserem. Como se houvesse necessidade de todos termos um blogue, um face-book, um hi5, um twitter ou um myspace. Será que para socia-lizarmos temos de falar virtualmente? Será que todo este fervor dos portugueses pelas redes sociais não revelará sedentaris-mo, timidez e comodismo? Ou, mais assustador, precisaremos da virtualidade para sermos sociais e sociáveis?

Eu tenho um blogue. Na verdade tenho-o porque me é pre-ciso, e não para andar a contar que vou ali ou que vou aco-lá. Tenho um blogue para divulgar o que faço artisticamente, seja escrever, seja pintar, seja fotografar. Tenho um objectivo, promover-me como artista. Logo, não acho necessário e opor-tuno andar a descrever coisas da minha vida pessoal. Tam-bém não acho oportuno publicar coisas copiadas ou cheias de falhas. Aconteceu-me receber um comentário de um blogger que elogiava o meu trabalho e que me pediu conselhos. Dá-me gosto poder ajudar os outros e saber que gostam do que faço. O objectivo do blogue está assim cumprido. Agora, quando vi a página dele, fiquei desagradado: além de o nome ser o de um dos maiores poetas portugueses, as publicações estavam sobrecarregadas de erros, e não me refiro a construções frá-sicas, porque nisso eu também erro. Mas aquela sensação de uma pessoa que quer escrever sem ler levou-me a pensar na utilidade das plataformas sociais.

Acho que já são horas de pensarmos no que fazemos, como fazemos e no que pode acontecer. Eu, se publicasse um artigo em que referisse o que vivi pessoalmente, numa viagem, por exemplo, sentir-me ia despedaçado, pois a minha vida, ao ser publicada, estaria também aberta a quem quisesse entrar nela.

Ricardo Rodrigues 12ºH

www.joshuarodriguez.blogspot.com

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

20 ESCOLA VIVA

7º ANOInês da Cruz do Couto 7ºG

Carlos Ferreira Martins 7ºH

Georgeta Munteanu 7ºH

8º ANOMaria Ana Bernardo Almeida 8ºB

Alice Coelho Vicente 8º C

José Luís Alexandre Mateus 8ºC

Carolina Gonçalves Guerra 8ºD

Ana Paula Jorge Cruz 8º F

Eduardo Manuel S. F. Aivado 8ºF

9º ANOCláudia Sofia Coito e Silva 9ºB

Mónica Sofia Pereira Lourenço 9ºB

João Marcos M. Crisóstomo 9ºG

Sónia Fialho Felizardo 9ºH

Catarina Henriques Lopes 9ºI

10º ANOCarolina Perista Serrazina 10ºA

Juliana Serrazina Pedro 10ºA

Maria Serrazina Carvalho 10ºA

Tiago Costa Mateus 10ºB

André da Costa Marques 10ºC

Pedro Radamanto Rodrigues 10ºC

Andreia Dias Lopes 10ºE

Bárbara Maximiano Martins 10ºE

Paulo Manuel Jesus Tinta 10ºE

Ana Sofia Valério Lopes 10ºF

João Filipe Pereira Rodrigues 10ºF

Margarida Costa Serralheiro 10ºF

João Emanuel Pereira e Tato 10ºG

Marisa Ferreira Machado 10ºG

Daniela Tomás Costa 10ºI

11º ANOAntónio Serrenho do Carmo 11ºA

Daniela Filipa Mendes Francisco 11ºA

Nídia Quitério Ferreira 11ºA

Patrícia Bispo Pimenta 11ºA

Ricardo Nazaré Serrazina 11ºA

Rita Isabel Moreira Dinis 11ºA

Ana Rita Ribeiro Marques 11ºB

Maria Santos Vicente 11ºB

Cristina Isabel Ferreira Tomás 11ºC

Adriana Fialho Passarinho 11ºD

Guilherme Fialho Passarinho 11ºD

Beatriz Mateus Tiago 11ºF

Diana Isabel Pereira Tomás 11ºH

Rita Margarida Pereira Henriques 11ºH

12º ANOCatarina Rebelo Silvério 12ºA

Raquel Castelhano Dias 12ºA

Ana Luísa Marques Pereira 12ºB

Arlete Sofia Mendes Sineiro 12ºB

Cláudia Paciência Santos 12ºB

Cristiana Faustino Santos Higino 12ºB

Inês Domingos Belo 12ºB

Juliana Fialho Costa 12ºB

Laura Catarino Gonçalves 12ºB

Liane dos Santos Canas 12ºB

Mariana da Silva Rodrigues 12ºB

Mónica Daniela Santos Fialho 12ºB

Paulo Miguel Vicente Batista 12ºB

Bárbara Santos Serralheiro 12ºC

Catarina Fialho Marquez 12ºC

Catarina Fialho Pereira 12ºC

David Marques Vicente 12ºC

Fábio Sousa Cruz 12ºC

Filipa Isabel M. M. Serrazina 12ºC

José Carlos Barreiro Mateus 12ºC

Juliana Marques Santos 12ºC

Marta Carvalho Santos Baptista 12ºC

Micaela do Carmo Bento 12ºC

Miguel Machado Lopes 12ºC

Tatiana Marques Ladeira 12ºC

Mariana Guerra de Almeida 12ºD

Vanessa Marques Fialho 12ºD

Daniela Sofia Mendes Santos 12ºE

Juliana Vieira Belo 12ºE

Lea Mões da Fonseca 12ºE

Maria do Carmo Ferreira Guerra 12ºE

Teresa do Carmo Ferreira 12ºE

Ana Rita Felizardo Francisco 12ºF

Beatriz Maximino Bernardo Silva 12ºF

Beatriz Perista Serrazina 12ºF

Joana Almeida G. Guimarães Sá 12ºF

RECORRENTE Luís Miguel Mendes Vicente 10º C.T.

Márcio André Carreira Pedro 11º C. T.

PROGRAMA

SEMANA DAS LÍNGUAS

SEGUNDA-FEIRA, 1 DE MARÇO

Ao longo do dia: Jogo “Who am I?“, para alunos do 3º ciclo.

Durante a semana, nos corredores do ECB: “Bring them to School”, peddypaper para alu-nos do Secundário, sobre cultura e personali-dades de países anglófonos.

“Writing Contest”: concurso de escrita para alunos de Inglês e de Alemão.

TERÇA-FEIRA, 2 DE MARÇO

10:10 - Atelier de Leitura Criativa, Sala Poli-valente, pela escritora Isabel Ricardo Amaral. Alunos do 7ºD e do 7ºH.

16:00 - Apresentação do número III dos Ca-dernos do ECB, Sala Polivalente. Participação especial: Prof. Doutor João Malaca Casteleiro - ”O Novo Acordo Ortográfico”. Sessão aberta à comunidade.

QUARTA-FEIRA, 3 DE MARÇO

10:10 – Desfile: recriação de personalidades da cultura francesa. Cave do CCGS, Alunos do 3º Ciclo e do Secundário inscritos a Fran-cês. Confecção e venda de crepes, cave do CCGS.

14:30 - Sessão para alunos de Francês: “O Francês no Mundo do Trabalho”, pela Dra. Maria do Carmo Brandão, Directora da Allian-ce Française de Caldas da Rainha. No Auditó-rio do CCGS, para alunos de Francês.

SEXTA-FEIRA, 5 DE MARÇO 21.00 - Sarau Cultural no Auditório do CCGS. Aberto à comunidade:

- Recitais de Poesia - Dramatizações - Peças Musicais - Sessões de Música e Dança - Entrega dos Prémios dos Concursos de Escrita de Francês e de Inglês

QUADRO DE MÉRITO

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 21

Por detrás de sorrisos, sonhos e ilusões, surge esta realidade. O acto sexual, físico ou psicológico, abusi-vo e agressivo, praticado contra uma criança, um adolescente, um homem, uma mulher é um problema a que não podemos, nem devemos, ficar indife-rentes. Fruto da ingenuidade ou da maldade de certas pessoas, o abuso sexual existe e tem de ser desmistifi-cado.

São inúmeras as causas deste fla-gelo, e as suas consequências devas-tadoras para as vítimas e seus familia-res. O abuso sexual é como uma ferida que, mesmo sarada, acaba sempre por deixar marcas, provocando nas víti-mas sentimentos de culpa, baixa auto-estima, medo, vontade de se isolar e até suicídio. A par destes sentimentos negativos, surgem também mudanças de comportamento, em que as vítimas revelam raiva, agressividade, queda do rendimento escolar, no caso dos estudantes, e tendência para um dia mais tarde fazerem o mesmo a outras pessoas.

Nem sempre é praticado o mesmo tipo de abuso: pode existir contacto físico, mas, quando este não existe, sobressaem o assédio, o exibicionis-mo, o constrangimento ou até a por-nografia. De uma forma ou de outra, a vítima sai prejudicada e, mesmo sem culpa nenhuma, sente-se mal, achan-do que mereceu aquilo que o abusa-dor lhe fez.

Segundo alguns estudos, a maio-ria dos agressores não sofre de dis-túrbios mentais, e, no caso de abuso

sexual de menores, costumam ser fa-miliares, vizinhos ou alguém de con-fiança. Por isso, a vítima, indefesa, sente-se muito pior, pois foi traída por alguém em quem confiava.

É complicado definir o perfil de um abusador. São, geralmente, ho-mens adultos ou jovens aparentemen-te normais, mas com graves proble-mas de sociabilização e que carecem de valores sociais. Ao contrário do que se possa pensar, apenas 5% dos abu-sadores sexuais são pedófilos. Esti-ma-se que quarenta pessoas são abu-sadas a cada dez minutos, em todo o mundo.

Temos de estar muito atentos, pois pode acontecer com qualquer um de nós e em qualquer sítio em que es-tejamos. Compete a todos denunciar estes casos para tornarmos esta so-ciedade em que vivemos mais segura e mais estável.

Contactos úteis:SOS Criança: 217 931 617 (dias

úteis)Recados da criança: 800 206 656

(chamada gratuita) APAV (Associação Portuguesa de

Apoio à Vitima) 218 884 732 / 218 876 351

Os alunos do 8º A

ABUSO SEXUALINGENUIDADE OU MALDADE?

O problema da gravidez na adolescência não é de todo um problema recente. Sempre exis-tiu, e, por mais que se divulgue e se discuta sobre o assunto, conti-nuará a existir.

Sendo a adolescência uma fase muito conturbada, na medida em que surgem transformações físicas e psicológicas muito acen-tuadas e, por vezes, difíceis de aceitar pela maioria dos jovens, é natural que estes se envolvam de forma intensa e impensada em relações que conduzem, por ve-zes, a actos irresponsáveis e até irreparáveis. A gravidez ocorrida nestas circunstâncias é, em geral, uma gravidez que não foi planea-da, nem sequer desejada, e que é fruto de relacionamentos sem

qualquer estabilidade. Segundo alguns estudos por nós consulta-dos, uma gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias ra-zões: porque o método contracep-tivo falhou ou pela má utilização do mesmo; porque não se utilizou qualquer protecção durante as re-lações sexuais; por falta de infor-mação ou até pela existência do pensamento mágico de que “ só acontece aos outros”.

No entanto, nem sempre uma gravidez indesejada traz só e ex-clusivamente consequências ne-gativas, pois, em alguns casos, a maturidade e a responsabilidade dos jovens pais surge exactamen-te depois do nascimento do seu filho. Exemplo disso é a história de Ana, de 16 anos, e Ricardo,

de apenas 17, que se envolve-ram numa relação amorosa muito intensa, tão intensa que resultou exactamente numa gravidez in-desejada. Perante esta situação, os jovens decidiram assumir toda a responsabilidade e, quando fa-laram com os pais de ambos, in-formaram-nos logo que estavam, apesar de tudo, felizes e dispos-tos a criar o filho, esperando a ajuda imprescindível dos avós. Estes, apesar de surpreendidos e assustados, e ao contrário do que normalmente acontece, não con-trariaram a decisão dos jovens e, após o nascimento de Mariana, uma linda menina, tudo fizeram para a ajudar a criar. Apesar de terem sido pais muito jovens, Ana e Ricardo continuaram a estudar

e, graças à ajuda dos pais, termi-naram os seus cursos e iniciaram-se na vida activa sem deixar de cuidar e de educar a sua filha Ma-riana, agora com 7 anos de idade.

Apesar de bem sucedida, a his-tória de Ana e Ricardo não é, in-felizmente, representativa do que acontece na maioria dos casos, em que os jovens, perante uma falha de responsabilidade, de in-formação ou até de educação se-xual, se vêem sozinhos e sem sa-ber o que fazer.

Assim, com finais mais felizes ou menos felizes, a verdade é que a gravidez entre os jovens adoles-centes continua a ser uma reali-dade.

Os alunos do 8º G

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – UM PROBLEMA ACTUAL?

NOTÍCIASPROJECTO CRESCER

Reabriu, em Janeiro, o Gabinete de Informação e Apoio ao aluno (GIA), dinamizado por professores do Projecto Crescer, das equipas do 3º Ciclo e do Secun-dário. Este ano, além disso, o GIA conta também, na última 3ª feira de cada mês, a partir das 14.30, com a presença de uma enfermeira.

Sessões para pais: no dia 19 de Janeiro, sobre violên-cia em meio escolar, decorreu uma sessão dinamizada pela psicóloga do ECB, Margarida Ferreira; estiveram presentes cerca de dezasseis pais que avaliaram muito positivamente a sessão e agradeceram o empenho da escola na organização destas acções que constituem interessantes momentos de partilha entre pais. No dia 11 de Fevereiro, também às 18.30, decorreu nova ses-são para pais, esta sobre Internet Segura.

Sessões para os alunos: decorreram, durante os me-ses de Janeiro e Fevereiro, sessões informativas sobre sexualidade, dinamizadas por uma enfermeira e dirigi-das a todos os alunos do 9º ano. Estão ainda previstas, também para o 3º ciclo, sessões sobre álcool, drogas e tabaco, a decorrer em datas a confirmar.

Professora Helena Rodrigues

Projecto Crescer, Equipa do 3º Ciclo

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO22

O TOMATE

O tomate, cujo nome científico é sola-num lycopersicum, é o fruto do tomateiro. Pode ter cor vermelha, amarela ou verde. Conhecem-se hoje cerca de 60 variedades, sendo as mais conhecidas: Lisa Primícia, Rainha dos Precoces, Normanda Francesa, Rei Humberto Carnosa, Califórnia Gigante, Pequena Cereja, Coração de Boi… Há quem defenda que foi introduzido na Europa pelos exploradores espanhóis, que o teriam trazi-do do México, no século XVl. A sua aceita-ção não foi fácil: por ser vermelho, conside-ravam-no venenoso, sendo utilizado apenas pelos alquimistas, para fazerem unguentos. O tomate só foi verdadeiramente aceite em países como a Alemanha e a Estados Uni-dos da América já no século XX. Nos países do sul da Europa, pelo contrário, foi bem aceite, sendo hoje um elemento insubstituí-vel na cozinha mediterrânica.

O tomate vermelho é o mais comum e tem a seguinte composição nutricional por cada 100 g de parte comestível crua: valor ener-gético: 21kcal=90,0kj; proteínas: 0,850g; hi-dratos de carbono: 3,54g; fibra: 1,10; gordu-ra total: 0,330g; gordura saturada: 0,045 g; colesterol: 0; vitamina A: 61,0 IU; vitamina B1: 0,059 mg; vitamina B2: 0,48 mg; vita-mina B6: 0,080 mg; vitamina C: 19,1 MG; vitamina E: 0,380mg; vitamina B3: 0,728mg; folatos: 150mcg; cálcio: 5mg; fósforo: 24mg; magnésio: 11mg; ferro: 0,450mg; potássio: 222mg; zinco: 0,09g; sódio: 9mg.

Para além destes preciosos nutrientes, o tomate possui outros constituintes igualmen-te benéficos para o nosso organismo, tais como fibra vegetal de tipo solúvel, que se encontra na polpa e especialmente na subs-tância mucilaginosa que rodeia as semen-tes. A fibra tem uma acção redutora sobre o colesterol e um efeito laxante. O tomate contém também ácidos orgânicos que con-tribuem para o seu sabor peculiar. Apesar do seu sabor ácido, acontece-lhe como ao limão – produz uma alcalinização no sangue e na urina. Deve-se isto ao facto de ter mais substâncias de reacção alcalina do que de reacção ácida. Por fim, contém licopeno (ou licopina), o pigmento que lhe dá a cor ver-melha. Cada vez mais, a investigação mos-tra a importância do licopeno no nosso orga-nismo. Ele encontra-se no sangue humano, nos testículos, na próstata e nas glândulas supra-renais. Exerce uma intensa acção anti-oxidante, impedindo a deterioração das células pelos radicais livres, e intervém no controlo do crescimento celular. Na ausên-

cia do licopeno, as células crescem mais de-sordenadamente.

Esta associação de nutrientes faz do to-mate um excelente alimento. Além disso, a sua ingestão frequente pode ser útil à nossa saúde. O tomate é especialmente indicado para afecções da próstata: comer habitual-mente tomate fresco e bem maduro previne o cancro da próstata. Aumenta também as defesas imunitárias: por ser rico em vita-minas e minerais, sobretudo em licopeno e beta-caroteno, é um estimulante natural das defesas do organismo. É ainda depurativo: sendo um grande alcalinizador do sangue, neutraliza e facilita a eliminação dos resí-duos metabólicos de natureza ácida. Além disto, é diurético e facilita o funcionamento dos rins: o seu consumo habitual é recomen-dável para “limpar” o sangue, em casos de excesso de ácido úrico e ureia. Por fim, pela sua acção antioxidante, o tomate combate a arteriosclerose, pois evita a oxidação do colesterol transportado pelas lipo-proteínas de baixa densidade (LDL), que provoca o estreitamento e endurecimento das artérias. É ainda um bom alimento para pessoas com elevada tensão arterial, prevenindo a angina de peito e o enfarte do miocárdio.

O tomate pode ser consumido em salada, em puré, frito, em bolos, compotas, sumos e molhos. Não deve ser comido verde, mas bem maduro. E quem não sofrer de prisão de ventre, deve comê-lo sem casca. Cozido, ou frito com um pouco de azeite, é a melhor fonte de licopeno. Experimente fazer um molho de tomate com alho, salsa, cogume-los e um pouco de azeite, coma-o com umas torradas … uma delícia! Se estiver cansado, faça um puré ou sumo de tomate bem madu-ro e ficará reanimado.

Quando o combinamos com outros ali-mentos, devemos ter em atenção as incom-patibilidades alimentares. Pode combinar-se o tomate com pão e hortaliças, batatas e ra-ízes (cenouras, nabos, cebolas, rabanetes, beterraba, etc.), azeite e amêndoas, ovo e arroz, batata-doce e pinhões, azeitonas e milho; não é aconselhável combinar o toma-te com frutos, mel e queijo, limão e vinagre, açúcar e vinho, leite e chocolate, laranjas e uvas, compotas e marmeladas.

Bibliografia consultada:

“Cadernos Culturais Naturistas” e “Enciclopédia de

Educação e Saúde”

Professor Miguel Fonseca

ENIGMASO estranho roubo do mil milhão de

dólares

O Inspector Arruda foi chamado para inves-tigar o roubo de 1 milhão de dólares a um rico empresário, durante uma viagem de negócios. O empresário disse que estava no hotel e que fora atacado por um mascarado que tinha leva-do a mala com os dólares:

– Eu ainda estava deitado, quando ele en-trou. Lutámos, mas ele era mais forte e acabou por levar a mala. Espero que o seguro pague tudo!

O Inspector Arruda, depois de examinar de-talhadamente a cena do crime e de reflectir, afirmou, seguro de si:

– O senhor está a mentir. Não houve qual-quer roubo.

(Nota: para a solução do enigma, a imagem é importante).

Enigmas matemáticosO camião

Um camião pode transportar 50 sacos de areia ou 400 tijolos. Se foram colocados no ve-ículo 32 sacos de areia, quantos tijolos pode ainda carregar?

As Moedas de cor

Um país mandou cunhar moedas que se distinguem pela cor. Com as informações que se seguem, vamos a ver se descobres quanto vale cada moeda de cor vermelha, azul, verde e amarela:

4 moedas verdes + 1 amarela +1 azul = 6,20 €

3 moedas azuis + 2 vermelhas = 3,48€2 moedas verdes + 1 moeda amarela = 3,76€3 moedas verdes + 1 moeda amarela + 1

moeda azul + 1 moeda vermelha = 6,04€

Enigmas coligidos pelo

professor Acácio Castelhano

SOLUÇõES

O estranho roubo do milhão de dólaresSe o ladrão, ao entrar no quarto, tivesse encontrado o empresário deitado na cama, esta não poderia estar feita e sem vestígios de luta.Enigmas matemáticos1 saco de areia = 8 tijolos.Se o camião ainda pode transportar 18 sacos (50-32=18), então pode levar 18* 8 = 144 tijolos.As Moedas de cor1 moeda vermelha = 0,72 €1 moeda azul = 0,68€1 moeda amarela = 2€1 moeda verde = 0,88€

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ANO 4 - Nº 13 TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO 23

A higiene, em geral, inclui um conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde e, em particular, a higiene pessoal re-porta-se aos hábitos de limpeza e asseio com que cuidamos do nosso corpo. Assim, depois de uma boa noite de sono, tomar banho, la-var os dentes, usar desodorizante, vestir-se e calçar-se adequadamente, ter uma alimen-tação saudável, variada e equilibrada, e fazer exercício físico regularmente são factores que contribuem para uma vida mais saudável e duradoura, não só em termos individuais, mas também em termos sociais.

Durante todo o processo evolutivo da hu-manidade, a mudança dos hábitos de higiene foi um dos factores mais significativos para que o Homem de hoje tenha maior longevida-de. Com as mudanças de atitude, o Homem adquiriu aprendizagens relacionadas com os seus padrões nutritivos e aprendeu também a cuidar melhor da sua higiene e do seu próprio corpo.

A higiene pessoal deve ser uma preocu-pação desde os primeiros momentos de vida. Segundo a pediatra Francisca Fernanda de Freitas, os cuidados com o recém-nascido

começam no próprio útero materno. A mãe é o primeiro ambiente para o desenvolvimento saudável do filho, por isso deve ter uma ali-mentação equilibrada, não deve beber bebi-das alcoólicas, fumar ou ingerir outras dro-gas, uma vez que estes hábitos prejudicarão a saúde da criança que vai nascer. Ainda se-gundo esta pediatra, só aos seis anos é que as crianças estão maduras para cuidar da sua própria higiene pessoal. Por isso, os pais não devem passar-lhes estas responsabilidades antes que elas estejam preparadas, mas de-vem dar-lhes, desde bem cedo, informações e exemplos de uma boa e cuidada higienização. Uma criança bem-educada e devidamente in-formada acerca das questões fundamentais da higiene tornar-se-á um adulto mais assea-do e, portanto, mais saudável.

Contudo, nem sempre a higiene teve tanta importância: por exemplo, há algumas gera-ções atrás (e não são muitas!), as pessoas limitavam-se a tomar banho uma vez por se-mana (ou nem isso), o que se devia também ao facto de não terem tantos meios e produtos de higiene ao seu dispor. Todavia, a falta de higiene nem sempre foi uma questão de au-

sência de meios, mas também uma questão cultural, como acontece ainda hoje, por exem-plo, com os naturalistas (hippies) que afirmam que banhos diários são um total desperdício de água, defendendo os banhos semanais.

Cuidarmos do nosso corpo é um factor de extrema importância no nosso dia-a-dia, por-que acaba por influenciar o relacionamento inter-social. Foi o que aconteceu ao David (chamemos-lhe assim), que, por falta de há-bitos de higiene, começou a ter dificuldade em relacionar-se com os colegas, uma vez que estes se afastavam cada vez mais devido ao odor pouco agradável que se fazia sentir sempre que ele se aproximava. As reacções negativas por parte dos colegas causaram o seu afastamento, tornando-o numa pessoa solitária, isolada e sofrida.

A história do David, não sendo uma das mais graves, é um exemplo da forma como a higiene pessoal, ou a falta dela, faz toda a di-ferença na vida de cada um de nós.

Os Alunos do 8º B

HIGIENE PESSOAL FAZ A DIFERENÇASAÚDE E BEM-ESTAR

AS RECEITAS DA ISABEL

MARMELADA E GELEIA DE MARMELO

Descascam-se os marme-los e colocam-se os caroços, juntamente com as cascas, numa panela. Cobre-se com água e reserva-se.

Entretanto, os marmelos descascados são colocados numa outra panela com pou-ca água e vão a cozer. De-pois de cozidos, escorrem-se e trituram-se. A cada quilo de polpa de marmelo assim obti-da, juntam-se 800 gramas de açúcar. Leva-se o preparado

ao lume para fazer a marmelada. Quanto às cascas e caroços que reservámos, escorrem-

se, depois de cozidos. À água assim obtida junta-se a água na qual cozeram os marmelos (depois de coada, pois ficam sempre com uns bocaditos de fruta). Por cada quilo de líqui-do, adicionam-se 700 gramas de açúcar e leva-se ao lume até levantar fervura; depois diminui-se e fica a ferver, em lume brando, até fazer ponto estrada. E a geleia está pronta.

Professora Isabel Neto

No passado mês de Novembro, decorreram, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, os campeo-natos Nacionais Jovens de ritmo semi-rápido, que congregaram cer-ca de 230 jovens de todo o país, em representação de 36 clubes. A prova, organizada pela Associação de Xadrez de Leiria, pelo Externa-to Cooperativo da Benedita e pela Federação Portuguesa de Xadrez, contou com os apoios da Câmara Municipal de Alcobaça, do IDP, de Santos Silva Lda., do restaurante Costa Brava e da Pizzaria Fialho. Os resultados do campeonato po-

dem ser consultados no blogue da Academia Xa-drez Benedita: http://axbe-nedita.blogspot.com/

No dia 22 de Janeiro, realizou-se em Santa Ca-tarina o 2º torneio do IX Circuito da EAE. A jovem Lúcia Quitério, de 9 anos, foi a vencedora do torneio Infantil A e B (dos 6 aos 12 anos). No torneio dos mais velhos (13 a 18 anos), Rui Lopes, do Externato Coo-perativo da Benedita, ven-ceu todos os encontros, e João Lindo, também do Ex-

ternato, ficou em 5º lugar.

As próximas provas têm lugar no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, nos dias 25 Fevereiro – Encontros Nacionais de Escolas, Individual; 26 a 28 Fevereiro – II Torneio FIDE Externato Cooperativo Benedita; e 4 Março – Encontro Nacional de Es-colas, Equipas.

Professor José Cavadas

NOTÍCIAS DO XADREZ

Lúcia Quitério, vencedora do IX Circuito da EAE, torneio Infantil A e B

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ANO 4 - Nº 13TOQUE DE SAÍDA

A 17ª edição do Rally Paper do Externato passeou pelos ar-redores da Benedita durante a manhã do dia 12 de Fevereiro. Com efeito, numa manhã incri-velmente fria e vencendo troços fora do asfalto, as 30 equipas constituídas por alunos, pais,

professores e funcionários da escola fizeram-se à estrada, prontas para descobrir pistas, resolver enigmas e testar a sua cultura geral e perícia, no meio de muita animação, desportivis-mo e disfarces para todos os gostos.

A prova culminou com o ha-bitual jantar na cave do CCGS, durante o qual, dinâmica e im-buída do espírito carnavalesco, a equipa organizadora, cons-tituída pela professora Carla Dias e pelos alunos do 12º B e C, comunicou aos convivas que instituíra alguns novos prémios: “Os mais atrasados”, que con-templou a equipa “Switchies” da professora Marisela Marques, acompanhada por alunos do 9º D; o prémio para a melhor repre-sentação, que coube à equipa “Porque Sim”, composta pelas professoras Alexandra Flores e Maria José Ribeiro e por alunos do 12ºB e I; a melhor másca-ra, para os inimitáveis “Avatar” do professor Francisco Martins e alunos do 12ºD, equipa que, pelo segundo ano consecutivo, recebe este prémio; igualmente premiada a original “Corrida de Touros de Vila Nova Darrabona”, pelo professor Sérgio Costa e

alunos do 9ºD; e por fim o Pré-mio Organização, destinado a reconhecer o trabalho daqueles que proporcionaram a festa aos concorrentes.

No pódio, receberam a meda-lha de bronze, com 134 pontos, a equipa “Peace and Love”, das professoras Fátima Feliciano e Helena Pereira, acompanhadas por alunos do 9ºD e 11ºA. A me-dalha de prata foi para a equipa “80’s Party” do Sr. Carlos San-tos e alunos do 12ºB, que “arre-cadaram” 136 pontos. A medalha de ouro, bem como a tarefa de organizar a próxima edição do Rally ECB foram recebidas pe-los já veteranos “DC N6: Comu-nicado nº 026/2010”, do 12ºC, conduzidos pela professora Es-tela Santana, os quais somaram uns simpáticos 179 pontos.

Professora Fátima Feliciano

XVII RALLY PAPER DO EXTERNATO

CONCORRENTES AQUECEM MANHÃ FRIA

A ESCOLA É FIXE

Equipa vencedora.

Prémio para a melhor máscara. Prémio para a melhor máscara. Prémio para a melhor representação.