página 3 começando - ecb - beneditaecb.inse.pt/images/jornal/numeros/n1_final.pdf · trabalho...

20
ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA 1 O Toque de Saída nasce de um desafio lança- do pelo Director Pedagógico aos docentes do Ex- ternato Cooperativo da Benedita: criar um projecto que reconhece o meio como seu parceiro essen- cial e que ganha corpo com a edição de um jornal que possa crescer em qualidade e manter-se no tempo, instituindo-se em garante de memória e em legado – não só dessa memória, mas também de anseios, de experiência e de métodos de tra- balho – legado que desejamos transmitir a futuras gerações de alunos. Para que germine. A equipa que arranca com este primeiro núme- ro do Toque de Saída – nome apurado por concur- so, e da autoria do Fábio Fialho, do 12º J, tendo o logótipo sido desenhado pela Patrícia Barros, do 12º G – é constituída por um grupo de professo- res voluntários. Mas inclui colaborações de outros professores (inclusive de uma professora de outra escola), de alunos nossos e ainda de ex-alunos, testemunhando assim a manutenção de vínculos de que sempre nos orgulhámos. Pretende captar mais membros da comunidade educativa, fazen- do-os sentir o jornal como um empreendimento de partilhas e de reforço dos laços de pertença. Pre- tende sobretudo captar mais alunos – enquanto colaboradores, mas também como membros per- manentes da equipa do jornal, proporcionando- lhes ocasião de ensaiar desta forma a sua autono- mia e de experimentar meios de reflectir e actuar sobre o mundo que os rodeia. Convidamos assim alunos, professores, outros profissionais do Externato, pais e encarregados de educação, bem como entidades locais, a cola- borar no Toque de Saída, de que prevemos, para o futuro, uma periodicidade trimestral. As contribui- ções poderão ser enviadas para o endereço elec- trónico: [email protected]. Neste ano lectivo, o do seu lançamento, sai- rão apenas dois números, apresentando notícias relativas à vida da escola e ao meio, entrevistas, artigos de opinião e crónicas, bem como informa- ção sobre ciência, tecnologia, ambiente e despor- to, apontamentos culturais, passatempos, e uma rubrica de criação literária. O Toque de Saída terá também uma versão digital que poderá ser consultada na página do ECB. DESTAQUES A NOSSA ESCOLA Criada em 1964 como resultado de uma parceria entre a sociedade civil e a paróquia, veio preencher uma lacuna na área da educação, quer a nível de Cursos Técnicos para ingresso na vida activa, quer a nível do prosseguimento de estu- dos, tendo-se constituído, assim, a primeira Cooperativa de Ensino da Península Ibérica. Página 3 ALUNOS PREMIADOS Um grupo de alunos do Externa- to Cooperativo da Benedita foi galardoado com o prémio Alfredo Bensaúde pelo Departamento de Recursos e Minas do Instituto Su- perior Técnico de Lisboa. Página 4 SER PROFESSOR Um testemunho de Amélia Pais. Página 9 ENTREVISTA Conversa com a Presidente da Junta de Freguesia da Benedita, Maria José Filipe. Página 11 CIÊNCIA Eratóstenes de Cirene conseguiu determinar o raio da Terra, há mais de 2000 anos. Página 15 PRESIDENCIAIS Pela sétima vez, após o 25 de Abril, os portugueses foram chamados no dia 22 de Janeiro a escolher um novo Presidente da República. Página 20 Começando TOQUE DE SAÍDA Trianual - Março 2006 Ano I - Número 1 - 0,50 € Director Alfredo Lopes Chefe de Redacção Soledade Santos Externato Cooperativo da Benedita Rua Cooperativa de Ensino 2475 Benedita [email protected]. externatobenedita.net

Upload: dinhkiet

Post on 09-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

1

O Toque de Saída nasce de um desafio lança-

do pelo Director Pedagógico aos docentes do Ex-

ternato Cooperativo da Benedita: criar um projecto

que reconhece o meio como seu parceiro essen-

cial e que ganha corpo com a edição de um jornal

que possa crescer em qualidade e manter-se no

tempo, instituindo-se em garante de memória e

em legado – não só dessa memória, mas também

de anseios, de experiência e de métodos de tra-

balho – legado que desejamos transmitir a futuras

gerações de alunos. Para que germine.

A equipa que arranca com este primeiro núme-

ro do Toque de Saída – nome apurado por concur-

so, e da autoria do Fábio Fialho, do 12º J, tendo o

logótipo sido desenhado pela Patrícia Barros, do

12º G – é constituída por um grupo de professo-

res voluntários. Mas inclui colaborações de outros

professores (inclusive de uma professora de outra

escola), de alunos nossos e ainda de ex-alunos,

testemunhando assim a manutenção de vínculos

de que sempre nos orgulhámos. Pretende captar

mais membros da comunidade educativa, fazen-

do-os sentir o jornal como um empreendimento de

partilhas e de reforço dos laços de pertença. Pre-

tende sobretudo captar mais alunos – enquanto

colaboradores, mas também como membros per-

manentes da equipa do jornal, proporcionando-

lhes ocasião de ensaiar desta forma a sua autono-

mia e de experimentar meios de reflectir e actuar

sobre o mundo que os rodeia.

Convidamos assim alunos, professores, outros

profissionais do Externato, pais e encarregados

de educação, bem como entidades locais, a cola-

borar no Toque de Saída, de que prevemos, para o

futuro, uma periodicidade trimestral. As contribui-

ções poderão ser enviadas para o endereço elec-

trónico: [email protected].

Neste ano lectivo, o do seu lançamento, sai-

rão apenas dois números, apresentando notícias

relativas à vida da escola e ao meio, entrevistas,

artigos de opinião e crónicas, bem como informa-

ção sobre ciência, tecnologia, ambiente e despor-

to, apontamentos culturais, passatempos, e uma

rubrica de criação literária.

O Toque de Saída terá também uma versão

digital que poderá ser consultada na página do

ECB.

DESTAQUES

A NOSSA ESCOLACriada em 1964 como resultado

de uma parceria entre a sociedade

civil e a paróquia, veio preencher

uma lacuna na área da educação,

quer a nível de Cursos Técnicos

para ingresso na vida activa, quer

a nível do prosseguimento de estu-

dos, tendo-se constituído, assim, a

primeira Cooperativa de Ensino da

Península Ibérica.

Página 3

ALUNOS PREMIADOS Um grupo de alunos do Externa-

to Cooperativo da Benedita foi

galardoado com o prémio Alfredo

Bensaúde pelo Departamento de

Recursos e Minas do Instituto Su-

perior Técnico de Lisboa.

Página 4

SER PROFESSORUm testemunho de Amélia Pais.

Página 9

ENTREVISTAConversa com a Presidente da

Junta de Freguesia da Benedita,

Maria José Filipe.

Página 11

CIÊNCIAEratóstenes de Cirene conseguiu

determinar o raio da Terra, há mais

de 2000 anos.

Página 15

PRESIDENCIAISPela sétima vez, após o 25 de Abril,

os portugueses foram chamados

no dia 22 de Janeiro a escolher um

novo Presidente da República.

Página 20

Começando

TOQUE DE SAÍDA Trianual - Março 2006 Ano I - Número 1 - 0,50 €

DirectorAlfredo Lopes

Chefe de RedacçãoSoledade Santos

Externato Cooperativo da BeneditaRua Cooperativa de Ensino2475 [email protected].

externatobenedita.net

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

2

Director do Jornal: Alfredo Lopes

Redacção:

Deolinda Castelhano

Luísa Couto

Soledade Santos (Chefe de redacção)

Teresa Agostinho

Marketing e vendas:

Laura Boavida

Margarida Vinagre

Maria José Jorge

Composição gráfica:

Nuno Rosa

Paulo Valentim

Samuel Branco

Equipa de Reportagem:

Acácio Castelhano

Ana Duarte

Clara Peralta

Fátima Feliciano

Graça Silva

Isabel Paixão

José Carlos Saramago

José Cavadas

Margarida Vinagre

Maria de Lurdes Goulão

Maria José Guerra

Maria José Jorge

Miguel Fonseca

Sérgio Teixeira

Teresa Salgueiro

Morada: Rua Cooperativa de Ensino

2475-999 Benedita

Email: [email protected]

Impressão: Relgráfica, Lda

Tiragem: 1000 exemplares

Data da publicação: Março 2006

Preço avulso: 0,50 €

EditorialO Projecto Educativo do Externato Coo-

perativo da Benedita aponta para uma Es-

cola de Projectos, muitos deles virados para

a Comunidade.

O sonho de um Jornal que se constitua

como uma referência e um corolário do mui-

to que de qualidade se produz na Escola

tem acompanhado a história deste Exter-

nato. Ao longo dos anos, foram aparecen-

do várias tentativas de produzir um Jornal

Escolar, experiências efémeras que, na sua

maior parte associadas a projectos de tur-

mas, não tiveram continuidade nem visibili-

dade para o exterior.

O Jornal Escolar que aqui se apresen-

ta tem como objectivos promover diferentes

formas de conhecimento, de expressão e

de comunicação; desenvolver capacidades

de trabalhar em equipa; e assumir a Esco-

la como um projecto colectivo e um espaço

para todos.

Desta forma, pretendemos contribuir

para a formação de todos aqueles que nele

participam, sendo uma janela aberta ao

trabalho realizado na Escola e procurando

aproximar cada vez mais a Escola da Co-

munidade.

A Direcção do Externato Cooperativo da

Benedita congratula-se por ter conseguido

pôr em marcha este projecto e agradece a

todos os elementos desta equipa a possibi-

lidade de tornar este sonho uma realidade.

Será a primeira de muitas edições.

Quero aproveitar este meio para desejar

a todos os professores, alunos, funcionários

e comunidade educativa um ano lectivo de

sucesso profissional e escolar.

O Director Pedagógico

Dr. Alfredo Lopes

ÍNDICE

Escola vivaFesta de Natal 4

Alunos do ECB premiados em Lisboa 4

Quadro de Mérito 5

Top 10 - livros mais lidos na biblioteca 5

Exposição de Arte 8

Os Gambuzinos 13

Olhar CircundanteMoita do Poço - capela restaurada 10

Entrevista a Bruno Dias, treinador de natação 10

Entrevista à Presidente da Junta de Freguesia 11

Alunos do ECB visitam Museu do Chiado 20

As eleições presidenciais 20

Ciência, Tecnologia e AmbienteAparecimento do Sol 15

Como foi determinado o Raio da Terra 15

Você sabia?... 15

Faça a diferença 16

Arte e CulturaA obra de arte na era das indústrias culturais 7

Crítica de filme (Saraband) 9

Ainda há Heróis? 9

Ser Professor – Um Testemunho 12

A experiência estética da arte lírica 12

O Jazz 12

Sugestão de Leitura 12

Crítica de filme (O Ninja das Caldas) 12

Crítica de filme (Anne Frank) 13

Morangos com Açúcar 13

Recriar o mundoContos, poemas e prosa 14

O Lugar da MemóriaNotícias antigas do ECB 6

Mente Sã em Corpo SãoNoite Estapafúrdia 17

Desporto Escolar 17

Xadrez no ECB 18

Passatempos e CuriosidadesO Mistério do Bilhete de Identidade 19

Sudoku 19

Enigmas 19

ACONTECENDO

Fevereiro

- Oficina de Observação da Natureza (en-

tre os dias 13 e 15), integrada na sema-

na da Biologia e Geologia;

- Torneio de Jogos Matemáticos;

- O Encontro Nacional de escolas, de

Xadrez;

- Dia do Francês;

- Representação de Frei Luís de Sousa,

no CCGS (no dia 22, expressamente

para os alunos do 11º ano);

- Sessões temáticas com pais, sobre Ado-

lescência;

Março

- Semana da Físico-Química, com pales-

tras e laboratórios abertos;

- Sessão sobre Portefólio Europeu de Lín-

guas (no dia 8);

- Encontros Nacionais de Escolas de

Xadrez;

- Exame nacional intermédio de Matemáti-

ca (no dia 17);

Abril

- Festteatro apresentará vários grupos de

teatro escolares;

- O 12º ano terá oportunidade de assistir

à encenação de Felizmente Há Luar!, no

CCJGS;

Maio

- Feira do Livro;

- Semana das Artes;

- Dia da Informática;

- O 8º ano assistirá à representação de

Falar Verdade a Mentir, no CCJGS;

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

3

O INSTITUTO NOSSA SENHORA DA EN-

CARNAÇÃO foi criado em 1964 como resul-

tado de uma parceria entre a sociedade civil

e a paróquia, vindo preencher uma lacuna

na área da educação, quer a nível de Cursos

Técnicos para ingresso na vida activa, quer a

nível do prosseguimento de estudos, tendo-

se constituído, assim, a primeira Cooperativa

de Ensino da Península Ibérica.

O EXTERNATO COOPERATIVO DA BE-

NEDITA é o único departamento do Instituto,

tendo beneficiado, em 12 de Novembro de

2004, da inauguração e entrada em funcio-

namento de uma nova valência – o Centro

Cultural Gonçalves Sapinho – onde está ins-

talada a nova e bem apetrechada Biblioteca

do Externato, que serve igualmente toda a

população da Benedita.

O Externato conta, no ano lectivo 2005/06,

com 1408 alunos matriculados no Ensino Bá-

sico, Secundário e Recorrente, distribuídos

segundo o gráfico. Conta ainda com 116 pro-

fessores, 13 funcionários administrativos, 19

auxiliares de educação, 3 psicólogas (GPOE/

UNIVA/Estagiária) e 2 funcionários técnicos.

ALGUNS SERVIÇOS E ENTIDADES

LIGADAS AO ECB

Gabinete de Psicologia e Orientação

Escolar: o ECB dispõe, desde o ano lecti-

vo 1999/00, de um Gabinete de Psicologia e

Orientação Escolar, a funcionar nas suas ins-

talações.

Este Gabinete é dirigido a todos os alu-

nos do Externato e tem como objectivos con-

tribuir para o desenvolvimento psico-afectivo

dos alunos e colaborar com os intervenientes

educativos com vista ao sucesso da aprendi-

zagem. Assim, de entre as suas actividades,

destacam-se o acompanhamento individual a

alunos, a avaliação das áreas cognitivas da-

queles que evidenciam dificuldades de apren-

dizagem, a colaboração na tomada de deci-

sões acerca das estratégias a utilizar com

estes alunos, a coordenação de projectos,

nomeadamente dos projectos: Crescer-Ado-

lescência; DEA (Dificuldades Específicas de

Aprendizagem na leitura e escrita); Aprender

a Aprender (Método de Estudo); e Orientação

Vocacional para alunos do 7º ao 12º Ano.

Os alunos podem dirigir-se a este Gabi-

nete por iniciativa própria, por indicação do

Director de Turma ou por sugestão do Encar-

regado de Educação, apresentada ao primei-

ro ou directamente ao Gabinete.

Ao dispor de alunos, professores e pais,

encontram-se a psicóloga Margarida Ferreira

(GPOE), Sónia Silva (UNIVA) e Helga Batista

(psicóloga estagiária).

Associação Sorriso Amigo: o ECB de-

senvolve, desde há alguns anos, um projecto

de solidariedade designado “Sorriso Amigo”,

que tem por objectivo prestar apoio a alu-

nos particularmente carenciados em termos

económicos. Esta associação tem vindo a

distribuir às famílias desses alunos bens es-

senciais, como alimentos e vestuário, dando

ainda apoio diverso aos casos de maior ne-

cessidade. Na época natalícia, distribui tam-

bém brinquedos.

Associação de Pais e Encarregados de

Educação da Benedita – APEEB é constitu-

ída pelos Pais e Encarregados de Educação

dos alunos dos estabelecimentos de ensino

oficial e particular da Benedita. São objecti-

vos principais da APEEB defender o direito

inalienável dos pais à educação e ensino dos

seus filhos e possibilitar a participação dos

pais na orientação da vida escolar e na reso-

lução dos problemas educacionais, com vis-

ta a uma formação integral dos alunos. Cabe

igualmente à APEEB actuar em estreita co-

laboração com as escolas, no que respeita à

promoção de uma cada vez melhor qualidade

de ensino/aprendizagem, incentivando uma

participação mais activa dos pais e encarre-

gados de educação no acompanhamento dos

seus educandos.

A Associação de Estudantes do ECB

foi criada em 3 de Março de 1993, tem a sua

sede neste estabelecimento de ensino e é a

estrutura representativa dos estudantes do

Externato, visando essencialmente represen-

tar esta comunidade estudantil, no que diz

respeito aos seus direitos, anseios e preocu-

pações, junto da Direcção Pedagógica.

No passado dia 7 de Outubro de 2005 foi

eleita a nova direcção da Associação, à qual

se candidataram quatro listas. Após a vota-

ção de 856 alunos, a lista E foi proclamada

como vencedora, com 446 votos. O principal

objectivo da AE para este ano lectivo é a di-

namização cultural do espaço escolar e, para

o 1º período, decidiu apostar na arte cinema-

tográfica, através da passagem de filmes e

da realização de um concurso de curtas-me-

tragens, cuja entrega de prémios decorreu no

último dia de aulas do 1º Período.

A AE colocou ainda matraquilhos na Sala

do Aluno.

Nos projectos propostos para o primeiro

período incluiu-se ainda a Rádio Escola, pro-

jecto em estudo pela Direcção do ECB, a Fes-

ta da Luta Contra a Sida, realizada, no dia 30

de Novembro, em parceria com a Comissão

de Finalistas, e um campeonato de FutSal a

cargo da comissão desportiva da AE.

A NOSSA ESCOLABreve história e caracterização

200

150

100

50

0

220202

180

208

181

217

31

141

32

ESCOLA VIVA

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

4

Realizou-se no passado dia 15 de De-

zembro, às 20:30h, no auditório do Centro

Cultural Gonçalves Sapinho, a Festa de

Natal promovida pelos professores de Edu-

cação Moral e Religiosa Católica. À seme-

lhança do ano anterior, este convívio contou

com a colaboração de outros docentes, bem

como com a participação de alunos.

Do espectáculo fizeram parte: um musical

em flauta transversal, clarinete e viola (por

alunos do 10º ano); um recital de poesia (por

alunos do 12º ano); uma canção de Natal em

versão inglesa e francesa (por alunos do 7º

F); um presépio vivo, no âmbito da disciplina

de Francês (por alunos do 7ºG e 8ºC); um

musical em violino (por uma aluna do 7ºH);

a actuação do grupo de dança de Hip Hop

– “Hit Big” – e dos “Cartoons” (alunos do 7º

ano); e, por fim, a actuação do tenor Filipe

de Moura, ex-aluno do Externato e actual es-

tudante de Canto no Conservatório Nacional

de Lisboa.

O evento foi apresentado com muito

savoir-faire pelos alunos do 10ºB, Filipe e

Sara.

Após o espectáculo, realizou-se uma

quermesse, organizada pela Associação

Sorriso Amigo para angariação de fundos. E

a festa concluiu-se com um lanche para to-

dos os presentes, promovendo um saudável

convívio entre alunos, pais e professores,

e proporcionando agradáveis momentos de

descontracção.

FESTA DE NATAL

Promovida pelo Grupo de EMRC

No passado dia 26 de Dezembro, pelas

21horas, no Auditório do Centro Cultural

Gonçalves Sapinho, realizou-se um Concer-

to de Natal, por iniciativa do tenor Filipe de

Moura, antigo aluno do Externato, e tenor do

Conservatório Nacional de Lisboa. O jovem

tenor abrilhantou o evento com a sua partici-

pação, tendo actuado ainda a Banda Filarmó-

nica de Turquel, o Grupo Coral do Externato

Cooperativo da Benedita e os estudantes de

Guitarra Clássica do Conservatório de Leiria:

Miguel Luís e Gonçalo Lopes.

A este espectáculo assistiram várias en-

tidades eclesiásticas, civis e autárquicas do

concelho e da nossa região, bem como inú-

meros amigos, familiares e conterrâneos dos

artistas, numa noite de casa cheia.

CONCERTO DE NATAL

Tendo em vista a viagem à Comunidade

de Taizé, em França, a realizar entre 25 de

Fevereiro e 6 de Março pelos alunos de Edu-

cação Moral e Religiosa Católica do Ensino

Secundário, estes decidiram desenvolver al-

gumas actividades de angariação de fundos

para ajudar na comparticipação da visita.

Sendo Taizé uma comunidade ecuméni-

ca, surgiu a ideia, (por parte dos alunos que

realizaram esta viagem o ano passado), de

uma venda dos Crepes Ecuménicos. Sen-

do este prato uma especialidade da cozinha

francesa, adaptou-se o nome da cada con-

fissão cristã ao sabor de cada crepe. Deste

modo, o crepe de chocolate é o Católico, o

de doce de morango o Protestante, o de ca-

nela e açúcar o Ortodoxo. E assim se deli-

ciaram alunos, professores e funcionários da

nossa escola.

CREPES ECUMÉNICOS

Um grupo de alunos do Externato Coope-

rativo da Benedita, que frequentou no ano

lectivo anterior a disciplina de Geologia, foi

galardoado com o prémio Alfredo Bensaúde

pelo Departamento de Recursos e Minas do

Instituto Superior Técnico de Lisboa.

Habitualmente, este Instituto atribui ape-

nas um prémio, mas, excepcionalmente, e

dada a grande qualidade dos trabalhos apre-

sentados pelos nossos alunos, foi decidido

atribuir o primeiro lugar, exequo, às duas

equipas que concorriam pelo ECB, equipas

compostas pelos seguintes alunos: Daniela

Custódio, Cláudio Lourenço, Sofia Santos,

Daniel Maio, Daniel Matias, Filipa Couto, Vâ-

nia Ferreira e Sara Pedro, recebendo cada

equipa um cheque no valor de duzentos e

cinquenta euros.

A cerimónia de entrega dos prémios de-

correu no Salão Nobre daquele Instituto, no

dia 6 de Dezembro último, na presença dos

premiados, da professora de Geologia, Luísa

Fonseca, e das professoras Maria José Jor-

ge e Margarida Vinagre em representação

do Externato.

INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO

1º PRÉMIO PARA ALUNOS DO ECB

ESCOLA VIVA

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

5

Quadro de Mérito

7º Ano

Beatriz Mateus Tiago

António Serrenho do Carmo

Sofia Ferreira Sebastião

Joana Teresa da Silva Bento

Ricardo Nazaré Serrazina

Rita Isabel Moreira Diniz

David Vieira Agostinho

Joana Maria dos Santos Boita

Nídia Quitério Ferreira

7º A

7ºC

7ºC

7ºF

7ºF

7ºF

7ºH

7ºH

7ºJ

8º Ano

Miguel Machado Lopes

Laura Catarino Gonçalves

Mónica Daniela Santos Fialho

Filipa Isabel Mendes M. Serrazina

Tatiana Marques Ladeira

Paulo Miguel Vicente Batista

Juliana Vieira Belo

Raquel Castelhano Dias

Beatriz Perista Serrazina

Catarina Fialho Perreira

Arlete Sofia Mendes Sineiro

8ºA

8ºC

8ºC

8ºD

8ºD

8ºE

8ºG

8ºG

8ºH

8ºI

8ºJ

9º Ano

Carla Colaço Serralheiro

Sofia Silva Lopes cavadas

9º E

9º E

10º Ano

Flávio Daniel Costa Monteiro

Inês Rodrigues Pereira

Marta Bispo Pimenta

Verónica dos Santos Silva

Ana Carolina Pimenta Pedroso

Catarina Alexandra M. Caetano

Élia Filipa Fialho do Carmo

João Gabriel da Cruz Fialho

João Pedro de Sousa P. O. Ribeiro

Luís Daniel Machado Crisóstomo

Sandra Margarida Natário Guerra

Sara Maria Pimenta Rebelo

Sara Marques Vicente

Solange Ramalho Pereira

Tiago Mateus Madaleno

Joana Isabel Silva Lopes Cavadas

Anfré Quitério Ferreira Gerardo

Hélder Ricardo Santos Correia

Marina Alves do Rosário

Fávia Catarina Marques Grilo

Vera Lúcia Delgado da Silva

10º A

10º A

10º A

10º A

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º B

10º C

10º D

10º E

10º F

10º G

10º I

11º Ano

Luís Manuel Ferreira da Silva

Mariana Belo da Cruz

Mauro Guilherme Augusto Luís

Rita Alexandra Silva Cristiano

Joana Cardoso Coelho

Luís António Santos Nazaré

Pedro Filipe Alexandre Rodrigues

Pedro Frazão Lopes Vieira Vaz

Ângela Susano Vicente

Carina Costa Borralho

Joana Marques Moreira

Margarida Isabel R. V. da Costa

Ana Isabel Lopes Mateus

Davide Delgado Nunes

11º A

11º A

11º A

11º A

11º B

11º B

11º B

11º B

11º C

11º C

11º C

11º E

11º F

11º G

12º Ano

Adriana Lopes Ferreira

Carlos Manuel Silva Lúcio

Filipa Serrenho do Carmo

Inês Correia Pinto de Matos

Rodrigo Daniel Feteira Santos

Sara Raquel Baptista Lourenço

Tânia Costa Mentes

Vítor Hugo Fialho Lopes

David Gabriel Fialho Penas

Tiago Loureiro Siopa

Tiago Marques Félix Castelhano

Henrique Ramalho Machado

Marcelo Almeida Luís

José Luís Matias Ramalho

Fábio Veríssimo Santos

Flávio Miguel Gens Ramos

Joana Passarinho Santos

João Santos Filipe

Juliana Costa Rufino

Miguel Jorge Fragulha Belo

12º A

12º A

12º A

12º A

12º A

12º A

12º A

12º A

12º B

12º B

12º C

12º D

12º D

12º F

12º G

12º H

12º J

12º J

12º J

12º J

RECORRENTE

Cátia Ferreira Grosa

Marcos José Ramos Paixão

Pedro Leonel Luís Fialho

Ricardo Filipe Costa Vicente

C.S.H.

C.S.H.

C.S.H.

C.T

1º Morte na Praia

Agatha Christie

2º Metamorfose

Franz Kafka

3º Crónica de uma Morte Anunciada

Gabriel Garcia Marquez

4º A Siciliana

Sveva Casati Modgnani

5º O Alquimista

Paulo Coelho

6º Os Homens são como Chocolate

Tina Grube

7º As Palavras que Nunca te Direi

Nicholas Sparks

8º O Crime do Padre Amaro

Eça de Queirós

9º A Praia Roubada

Joanne Harris

10º Uma Proposta de Casamento

Myke Gayle

Os livros mais requisitados na Biblioteca

TOP 10

ESCOLA VIVA

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

6

Dr. José Gonçalves Sapinho

O Ensino Particular e Coope-

rativo viveu, antes do 25 de Abril,

por mera tolerância dos poderes

públicos, que evitaram a sua ex-

pansão ao mesmo tempo que

aproveitaram os seus benefícios

em zonas onde o Estado não quis

assumir as suas responsabilida-

des.

Depois do 25 de Abril, apesar

de alguns benefícios atribuídos

— designadamente o estudo gra-

tuito até ao 9.° ano de escolarida-

de — o ensino particular e coope-

rativo tem vivido um período de

indefinição que em nada contribui

para uma correcta estruturação

do sector.

A lei do Ensino Particular e Co-

operativo vem definir, claramente,

o papel do ensino privado na so-

ciedade portuguesa e abrir novas

perspectivas.

Assim, os alunos de qualquer

nível ou ramo de ensino, diurno ou

nocturno, têm garantida a igualda-

de com os alunos do ensino oficial

no que se refere a despesas com

propinas e matrículas e outros be-

nefícios. Admitimos que no próxi-

mo ano lectivo, todos os alunos

do Externato possam estudar em

pé de igualdade com os alunos

das escolas oficiais.

Esta solução, sendo importan-

te, não é suficiente para que os

problemas do Externato fiquem

resolvidos. Um outro problema

importante reside na situação do

corpo docente que, até aqui, está

coloca do numa situação de total

desigualdade em relação aos pro-

fessores do ensino oficial. A nova

lei vem melhorar a situação dos

professores, no que se refere a

vencimentos, qualificação e clas-

sificação do serviço, liberdade de

transferência do ensino particular

para o oficial e vice-versa, está-

gios profissionais, etc..

Isto vai permitir acabar, a

curto prazo, com o regime de

acumulação de professores, re-

duzir-lhes o horário de trabalho

e estabilizar o corpo docente, o

que vai beneficiar a qualidade do

ensino.

Resolvidas estas questões,

dos alunos e professores, outros

problemas ficam de pé, como se-

jam a melhoria das instalações e

do mobiliário, a criação de uma

biblioteca, a construção de um

Pavilhão Gimnodesportivo e a

instalação de uma cantina.

Destes quatro problemas, dois

estão em vias de solução. O Se-

cretário de Estado da Cultura já

emitiu um despacho favorável à

sua participação no apetrecha-

mento da Biblioteca.

Ao Secretário de Estado dos

Desportos foi apresentada, em co-

laboração com a Junta de fregue-

sia, a necessidade da construção

urgente do Pavilhão que serviria

todas as escolas e a população.

Estamos esperançados no êxito

desta conjunta iniciativa.

Todos nós gostaríamos que

os problemas se resolvessem to-

dos de uma vez, mas as pessoas

realistas sabem que isso não é

possível. O que importa é que, de

ano para ano, se tente melhorar a

situação.

Até agora, os subsídios con-

cedidos pelo M.E.I.C., antes e de-

pois do 25 de Abril, de cerca de

mil contos, foram absorvidos pelo

ensino, acontecendo o mesmo

com as rendas, também cerca de

mil contos, que o Estado paga à

Cooperativa, pois permitiu a uti-

lização das sua instalações pelo

Ciclo Preparatório.

As perspectivas para futuro

são, fundamentalmente, melho-

res, em todos os aspectos, do que

no passado.

“Roma e Pavia não se fizeram

num dia”, mas fizeram-se.

Jornal da Benedita

1 de Novembro de 1980

HÁ 25 ANOS...

Externato Cooperativo da Benedita

ESPERANÇAS PARA O FUTURO

Todos os jornais diários, e até

a TV, têm dito cobras e lagartos

quanto ao funcionamento do 12.°

ano, antigo ano propedêutico para

a Universidade, em variadíssimas

escolas estatais. Por toda a parte

há queixas dos alunos, dos pais,

dos conselhos directivos. Há fal-

ta de instalações, de material, de

meios de apoio, de pessoal auxi-

liar, de docentes qualificados, de

horários decentes. Isto, evidente-

mente, nas escolas públicas, pom-

posamente (também) qualificadas

de «oficiais»! Mas os oficiais são

da tropa, e a tropa é... aquilo que

sabemos!

Neste aspecto, a Benedita

constitui um autêntico oásis. O

seu Externato Cooperativo, esta-

belecimento que prestigia e eno-

brece o ensino, competentemente

dirigido pelo Dr. José Gonçalves

Sapinho, um dos poucos homens

que conhece o ensino particular

de cima a baixo, além de variados

outros cursos diurnos e nocturnos,

tem também o 12.º ano.

Para os 45 alunos matricula-

dos no início do ano, as aulas têm

decorrido com a normalidade pró-

pria de tudo quanto é programado

a tempo e horas. Estes alunos es-

tão distribuídos em 3 cursos dife-

rentes, consoante a sua escolha e

aptidão. Para eles existem 5 pro-

fessores com habilitação própria e

com largos anos de experiência.

Estes são unânimes a reconhecer

o interesse e entusiasmo que os

alunos demonstram pelas aulas,

chegando ao ponto de estarem to-

dos, professores e alunos, ansio-

sos pelos exames só para se ver

que classificações vão aparecer.

As estruturas de apoio tam-

bém são de causar inveja a qual-

quer escola pública: uma belíssi-

ma e actualizada biblioteca onde

os alunos têm todo o material de

que os programas falam; um fo-

tocopiador do mais moderno que

existe destinado a reproduzir

sem perdas de tempo todos os

textos e exercícios necessários;

horários excelentes, sem tempos

mortos. Além disto, dentro de bre-

ves dias irão ser inaugurados dois

laboratórios que são apenas isto:

do melhor que existe no Pais, a

nível de escolas secundárias.

Por tudo isto, «a Benedita

continua a ser um exemplo para

o País».

Não haja a mínima dúvida!

Jornal “O Alcoa”

02 de Abril de 1981

O 12º Ano de Escolaridade no Externato Cooperativo da Benedita

O LUGAR DA MEMÓRIA

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

7

A OBRA DE ARTE NA ERA DAS INDÚSTRIAS CULTURAIS

A expressão indústria cultural refere-se

a um assunto bastante polémico nos dias de

hoje, dado o progresso tecnológico alcançado

no final do século XX e inícios do XXI. Actu-

almente, numa época em que a industrializa-

ção está implantada em quase todo o mundo,

poderá a arte ser vista como um processo in-

dustrial? Pode a obra de arte ser considerada

fruto de uma cultura cada vez mais industria-

lizada?

A reprodução industrial da obra de arte foi

tornada possível graças aos avanços tecno-

lógicos, gerando-se assim novas formas de

encarar a arte, tanto do ponto de vista do es-

pectador, quanto do criador. Mas foi também

graças a esse desenvolvimento industrial que

assistimos à liberalização do conceito de arte,

com o surgimento de novas artes como o de-

sign industrial que ganha cada vez mais im-

portância, consistindo na tentativa de fazer

com que os objectos utilitários, embora pro-

duzidos industrialmente, sejam esteticamente

atraentes.

Esta interacção da arte com a indústria

leva ao lucro, tornando possível aos artistas

fazer da arte o seu único meio de subsistên-

cia, sem terem de recorrer a outra profissão,

como ocorre, por exemplo, na indústria cine-

matográfica que move grandes quantias de

dinheiro.

Mas esta visão da arte como negócio é

ponto de partida para uma grande polémica:

estará a arte a ser alvo de banalização? Cada

obra de arte surge de maneira única, através

de um determinado artista e em determinadas

circunstâncias que não se repetem. E a im-

portância da arte talvez resida nisso mesmo,

no seu valor de culto, na aura que envolve

a própria obra. O artista, ao pensar no lucro

que da sua obra reverterá, fá-la-á ao gosto do

público, e a obra perderá assim um pouco da

sua aura pessoal e singular, bem como a sua

autonomia artística. Se assim for, estamos pe-

rante um gerador de cultura de massas, em

que a quantidade é

superior à qualida-

de, pelo menos à

vista dos críticos.

Do ponto de

vista do consumi-

dor, podemos dizer

que este desenvol-

vimento industrial

é positivo, pois

permite-lhe aceder

mais facilmente a

meios culturais e

a obras de arte ou

reproduções. Mas,

tratando-se de uma

indústria, cujo ob-

jectivo principal é

gerar lucro, outros

problemas se le-

vantam – a cultura

que assim se insta-

la exige uma atitude

passiva do consu-

midor e enfraque-

ce o seu sentido

crítico. E, de facto,

pelo que observamos actualmente, os meios

de comunicação social, tendo um importante

papel em relação à arte, inibem a construção

de opiniões pessoais.

Será esta a educação estética que a cultu-

ra industrial nos oferece?

No meu entender, a cultura industrial as-

senta no facto de o materialismo ser uma ca-

racterística cada vez mais vincada da socieda-

de actual, quer queiramos quer não, pois gerar

dinheiro é um objectivo prioritário para a maior

parte das pessoas. Mas a arte distingue-se,

pois não é apenas um produto. Efectivamente,

é impossível criar arte tendo em conta apenas

o lucro. Mas é igualmente impossível julgar a

arte imune a todos os desenvolvimentos tec-

nológicos, económicos e sociais da nossa cul-

tura. A solução passaria, então, por um equilí-

brio, em que a liberalização causada por esta

reprodutibilidade das obras de arte e por esta

indústria fossem catalizadoras de uma educa-

ção cultural que não descurasse o sentido crí-

tico e individual do artista e do espectador.

Margarida Costa, 11º E

ARTE E CULTURA

ARTE E TECNOLOGIA

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

8

EDUCAÇÃO VISUAL E EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

Anne Frank era uma rapariga judia de ape-

nas 13 anos que vivia na Alemanha e que pas-

sou pelo horror dos campos de concentração,

onde faleceu. O seu diário tornou-se conhecido

mundialmente e deu origem a um filme, para

que mais pessoas pudessem ter conhecimento

do sofrimento de Anne e de muitos outros que,

apenas por terem nascido judeus, morreram

nos campos de concentração.

O filme mostra-nos a vida de Anne. antes e

durante a guerra. Devo dizer que me comoveu

imenso e que ficou marcado no meu pensamen-

to, pelo facto de ser muito realista, pois carac-

teriza as atrocidades a que os judeus foram

submetidos. Na minha opinião, é um dos filmes

que melhor consegue retratar como estes pri-

sioneiros da sua herança cultural sobreviviam,

e transporta-nos para um ambiente doloroso,

mas ao mesmo tempo de esperança, e, princi-

palmente, faz-nos pensar acerca do mundo em

que vivemos. Caracteriza a guerra e alerta-nos

para a necessidade de a evitarmos.

Sem dúvida é um dos filmes que melhor

consegue mostrar como o homem é capaz de

chegar um ponto extremo de desumanidade.

Sara Barros, 10º E

O Filme

DIÁRIO DE ANNE FRANK

Exposição

Objectos feitos pelos alunos do 8º ano

HOLOCAUSTO

Holocausto refere-se ao extermínio, pelos

Nazis, de vários grupos que eles consideraram

indesejáveis, durante a Segunda Guerra Mun-

dial, principalmente os Judeus, mas também

comunistas, homossexuais, ciganos, deficien-

tes, prisioneiros de guerra soviéticos, membros

da elite intelectual polaca, russa e de outros

grupos eslavos, sacerdotes, sindicalistas, pa-

cientes psiquiátricos e criminosos de delito co-

mum. Todos eles pereceram lado a lado nos

campos de concentração e de extermínio, de

acordo com extensa documentação deixada pe-

los próprios nazis (textos e fotografias) e teste-

munhos de sobreviventes.

Adaptado de http://pt.wikipedia.org

O mundo da tecnologia está cheio de interrogações e situações controversas. De modo

a diminuí-las, este ano lectivo, na disciplina de Educação Tecnológica, realizaram-se tra-

balhos sob o tema “O Sol é fonte de vida”, dos quais se destacam: maquetes de centrais

eólicas, plataformas petrolíferas e barragens, entre outros trabalhos.

A experimentação foi utilizada como forma de ilustrar e mais facilmente compreender

os conceitos.

ARTE E CULTURA

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

9

Saraband, o último trabalho do

realizador sueco Ingmar Bergman,

e um dos melhores filmes que vi

em 2005, retoma as personagens

de Cenas de um Casamento, ro-

dado em 1973, mostrando-nos,

trinta anos mais tarde, uma Ma-

rianne aparentemente serena, de

visita ao ex-marido, Johan, que

vive retirado.

No entanto, só marginalmente

poderá considerar-se uma conti-

nuação do primeiro filme, já que,

à excepção das duas personagens

que reaparecem em novas situa-

ções pessoais, Saraband não trata

o relacionamento do antigo casal,

mas centra-se no conflito entre

pais e filhos. De facto, durante a

sua visita a Johan, envelhecido e

doente, Marianne testemunha a

luta sem quartel entre Henrik,

o desprezado e carente filho de

Johan, e este. Henrik, além do

mais, num terrível processo de

transferência, combate a dor

causada pela morte da esposa

abusando da filha, Karin, de 19

anos, até ao incesto emocional.

Com este seu último filme,

Bergman, que fascinou gerações

de cinéfilos, despede-se do cine-

ma de maneira implacável, com

um retrato desapiedado das re-

lações familiares: um pai, Henrik,

que aprisiona a filha à falta de

sentido da própria vida; pai que,

por sua vez, é filho também – de

um homem incapaz de o amar,

senhor só de um desprezo olímpi-

co que incapacitou o filho para a

vida, e de uma inveja edipiana in-

vertida que ensombra ainda mais

a relação entre os dois homens.

Na floresta, na grande casa que

o tempo descasca, confrontam-se

a saudade idealizada de um anjo

redentor que passou breve sem

nada redimir (a esposa morta de

Henrik); e a crueldade, toda uma

herança de desafectos e de inca-

pacidades. A própria Marianne,

instauradora de algum equilíbrio

neste universo sombrio, é ela pró-

pria mãe de uma filha deficiente

que nunca conseguiu reconhecer.

E a única pista de esperança tal-

vez seja a ruptura da jovem Karin

que consegue enfim partir sozinha

em busca do seu destino, liber-

tando-se da dependência afectiva

do pai (mas levando-o assim ao

suicídio) e das garras solitárias do

avô, espécie de Zeus decadente

que teme a morte.

Todo o filme ressuma a soli-

dão essencial do ser humano sem

laços a nada nem a ninguém, em

especial aos da sua estirpe. Um

filme inquietante, como costuma

ser a grande arte, uma obra-prima

de realização, a fazer-nos reflectir

sobre os caminhos e descaminhos

do Humano, em especial os da fa-

mília, lugar dos primeiros afectos

e das primeiras construções rela-

cionais.

Soledade Santos, professora

O meu nome é Amélia Pais e fui professora durante

36 anos e meio. Vou falar-vos – liricamente dirão al-

guns – do ofício que escolhi desde criança.

Eu não sei bem o porquê da escolha – suponho que

a influência, primeiro, de uma velha tia que me ajudou

a criar (a importância das tias, não é, Alçada Baptista?)

e que, era eu pequenina, brincava comigo, contando-

me «histórias», não só de fadas ou de bruxas, mas, e

talvez sobretudo, de como se faz o pão, de como cres-

cem as plantas ou se faz a dança dos planetas em tor-

no do Rei Sol – ou de como, em tempos passados, Moi-

sés conduzira o seu povo de regresso ao lar, ou ainda

de como Viriato, quase meu conterrâneo, enfrentara os

Romanos... Me ensinava, também, os jogos possíveis

com os números – ou então com as letras que, juntas,

formavam palavras e frases com que os livros se nos

abriam para a fantasia.

À distância, vejo agora essa minha tia, que era

professora primária aposentada, como alguém que tor-

nava o aprender algo que dava alegria e vontade de

saber mais – e creio que com ela aprendi o gosto de

proporcionar a outros essa troca de experiências, de

saberes e, talvez, principalmente de afectos, que é o

acto de ensinar.

Mais tarde, um outro professor, este de Português,

o Dr. Luís Simões Gomes (pai), ensinou-me, com a

descoberta dos textos, o sabor e a cor da liberdade

– e nesta segunda aprendizagem importante na minha

formação, a vontade reforçada de, como ele, ajudar os

outros a crescer livres e dignos, como seres que pen-

sam e se pensam.

Assim me fiz oficial do mesmo ofício, há mais de

36 anos para cá. Não lamento a escolha feita – é ofício

que exige muito amor, muita abertura ao outro, muita

vontade de partilhar, muito entusiasmo (à letra: «deus

em nós»). Mas que ofício melhor para crescermos e

nos enriquecermos durante uma vida inteira?

Sim, eu também sei que economicamente não com-

pensa lá muito (mas, como dizia outro Professor, Agos-

tinho da Silva, faço o que me dá gosto e ainda por cima

me pagam para fazer o que gosto...); sei também que

muitas vezes – demasiadas até – vêm desencantos, in-

compreensões, frustrações – porque o quotidiano fica

por vezes bem aquém do sonho. Mas que melhor do

que ver brilhar os olhos de um aluno quando, connos-

co, descobre um universo novo? Ou quando encontra-

mos antigos alunos (por vezes pais de actuais alunos,

como me vai acontecendo mais) - que nos recordam

como alguém que os marcou positivamente e os ajudou

a entrar melhor na vida? (Bem certo é que só recorda-

mos os professores que nos marcaram positivamente

ou negativamente, não aqueles que se ficaram por um

certo cinzentismo...). Ou antigos alunos que nos asso-

ciam à descoberta da beleza de um ou mais versos d’

Os Lusíadas ou da Tabacaria de Álvaro de Campos?

Que satisfação maior do que esta de ver-se reconheci-

do e de nos sentirmos assim ligados à descoberta da

beleza e da vida?

E depois é bem verdade que bom professor não

envelhece nunca... e não morre – porque fica a sua

imagem bem viva na memória e no coração daqueles

com quem e para quem viveu.

Amélia Pais , professora

Amélia Pinto Pais foi professora na Escola Secun-

dária Rodrigues Lobo, em Leiria. Está presentemente

aposentada. Foi formadora de professores e é autora

de manuais escolares, de uma versão em prosa de Os

Lusíadas, de uma História da Literatura Portuguesa e

de várias obras didácticas.

SUGESTÃO DE LEITURA

Numa época de grande prolife-

ração de best-sellers com uma

forte componente histórica,

umas vezes verídica, outras ve-

zes fantasiosa e até delirante,

Rosa Brava, ou a vida de Leo-

nor Teles, de José Manuel Sa-

raiva, é uma agradável surpre-

sa. A capa salienta a história de

“uma mulher emancipada, numa

corte de luxúria e sedução”, o

que, só por si, é entusiasmante.

Rapidamente o leitor se embre-

nha nos meandros das intrigas

palacianas e percorre, com avi-

dez, as quatrocentas e quaren-

ta e quatro páginas do romance

que, com uma extrema desen-

voltura narrativa, lhe mostra

uma sociedade masculina que,

subitamente, é surpreendida

pela mulher, Leonor Teles, que

um dia confessou à sua fiel con-

selheira, Briolanja Mendes, que

queria casar com um homem

que amasse e que a quisesse

amar, desafiando todos os có-

digos de conduta da sua épo-

ca. É, afinal, a história de uma

mulher, assumidamente seduto-

ra, que usa a sua feminilidade

para conquistar aqueles que a

rodeiam, granjeando o ódio de

uns e a devoção de outros.

A história que se conta neste

livro tem intriga, traição, assas-

sínio e, acima de tudo, um ritmo

narrativo que prende a atenção

do leitor, da primeira à última

página.

Rosa Brava, ou a vida de Leo-

nor Teles

Autor: José Manuel Saraiva

Editora: Oficina do Livro

444 Página

Luisa Couto, professora

SARABAND, UM FILME DE INGMAR BERGMAN

SER PROFESSOR – UM TESTEMUNHO

Saraband, 2003,

nomeado para o César do me-

lhor filme europeu; vencedor do

Prémio da Crítica Argentina.

Direcção de Ingmar Bergman

Com: Liv Ulmann, Erland Jose-

phson, Börje Ahlstedt, Julia Du-

fvenius - M/12 anos

ARTE E CULTURA

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

10

Bruno Dias começou a praticar natação

com apenas cinco anos de idade. Com o

avançar dos anos, foi conquistando mais e

mais títulos na natação. Nasceu em Lisboa,

hoje tem 27 anos, frequenta o Mestrado em

Gestão Desportiva e treina a secção de na-

tação do A.B.C.D., na Benedita. Bruno quer

ir muito mais longe na área de gestão des-

portiva.

Como iniciou a natação?

Iniciei a aprendizagem da natação aos 5

anos, rapidamente fui passando de nível e,

ano e meio depois, fui convidado para a com-

petição, o que imediatamente aceitei.

O que o levou a fazer natação de com-

petição?

Basicamente, já passava todos os dias

na piscina, influenciado pelo facto de a mi-

nha irmã fazer parte do grupo

de competição e pelo acompa-

nhamento que fazia dos treinos

dela. Foi apenas passar para

outro nível.

Teve o apoio dos seus

pais?

Inicialmente, e fruto da mi-

nha idade, os meus pais es-

tiveram sempre presentes, o

apoio era total. Com o passar

dos anos foi desaparecendo,

chegando ao ponto de, aos 16

anos, estar na natação contra

a vontade deles. Penso que o

que se passou comigo se passa com todos, ou

quase todos, os atletas.

Com que idade abandonou a natação de

competição? Porquê?

Abandonei a natação de competição com

22 anos. Muito se deveu ao cansaço acumu-

lado de 15 anos seguidos, mas foi o momento

em que estava quase a terminar a minha li-

cenciatura e tinha mais vontade de ser treina-

dor. Logo, ficando ligado à natação, optei por

trocar de lugar e aplicar-me como treinador.

Quais os sentimentos que surgiam cada

vez que ganhava uma prova ou batia um

novo recorde?

Os sentimentos que surgiam baseavam-se

na alegria, numa grande satisfação e na sen-

sação de dever comprido.

UMA VIDA E UM FUTURO REFLECTIDOSEM ÁGUA

Entrevista a Bruno Dias

A capela de Nossa Senhora da Assunção, devido ao es-

forço e união dos populares, foi restaurada, e a sua inaugu-

ração teve lugar no dia 18 de Dezembro, com toda a pompa

e circunstância.

A capela de Nossa Senhora da Assunção, contruída em

1971, apresentava vários sinais de degradação, tendo a po-

pulação e o pároco chegado a acordo no que dizia respeito

à necessidade de obras para restauração e melhorias do es-

paço, para melhor servir a comunidade.

As verbas necessárias para tal foram angariadas maiori-

tariamente através de almoços de convívio promovidos pela

direcção do Centro Cultural e Recreativo da Moita do Poço.

A capela dispunha também de um fundo de manutenção que

assegurou o arranque e o seguimento das obras durante os

primeiros tempos.

Inês Santos Agostinho, 10ºE

Moita do Poço

CAPELA RESTAURADA

Porquê ser treinador de natação?

Para além de ser um desporto que pra-

tiquei toda a minha vida, quero estar ligado

à modalidade que mais ensinamentos me

deu para a vida que me fez homem. Espe-

ro poder transmitir todos os conhecimen-

tos e toda a experiência que adquiri como

atleta de alto nível, bem como os mais mo-

dernos métodos de treino que estudei na

Faculdade, de modo a que os mais jovens

possam também viver os momentos exce-

lentes que passei com a natação.

Como sentiu a grande mudança de

atleta para treinador?

A mudança senti-a normal, mas enca-

ro-a como uma grande expectativa para o

futuro.

Actualmente, está a completar a sua

formação. Em que área?

É verdade, estou naturalmente a com-

pletar a minha formação académica, na

área de desporto, mais propriamente, es-

tou a concluir um Mestrado em Gestão de

Organização Desportiva.

O que deseja para o futuro?

Desejo ser treinador de competição e

director de piscinas. Dar a conhecer às

pessoas as maravilhas da natação e de

outras actividades aquáticas. Se for pos-

sível, levar a cabo um trabalho de trans-

formação da natação como modalidade

rainha de desporto, transformar atletas em

campeões, colocando a natação como mo-

dalidade preferida e praticada pela maio-

ria da população. Gostaria, se possível, de

realizar isto tudo na Benedita.

Joana Policarpo, 10º E

OLHAR CIRCUNDANTE

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

11

Na primeira edição do nosso jornal,

não quisemos perder a oportunidade de

conversar com a Presidente da Junta de

Freguesia da Benedita, Maria José Filipe,

para conhecer um pouco do seu trabalho

político – que, em grande parte, esteve

ligado, nos dois anteriores mandatos, à

Educação – e de conhecer as suas pro-

postas para o futuro.

Há quanto tempo trabalha na Junta de

Freguesia?

Estou ligada à Junta, como Secretária,

há oito anos – dois mandatos, portanto. Foi

um trabalho que envolveu grande esforço e

grande empenho da minha parte, pois co-

mecei na área de Educação, trabalhei nas

nossas escolas, sobretudo melhorando con-

dições a nível de infra-estruturas, e conse-

guindo-o, nalguns casos. Primeiro fizeram-

se obras na escola de Frei Domingos, e mais

tarde no ATL dos Candeeiros. Ainda se criou

a componente de apoio à família, seguindo-

se depois todo o processo relacionado com

as Piscinas, às quais ainda estou a dar apoio

até ao final do ano. Ou seja, estive envolvida

em tudo quanto se relacionava com o ensi-

no, o seu desenvolvimento e a resolução de

problemas, sendo também o elo de ligação

entre a Junta e a Câmara.

Também me envolvi nos trabalhos da feira

do gado, que é mensal, tratando de assuntos

relacionados com o controlo sanitário, entre

outros. Como vêem, estive sempre rodeada

de muito trabalho.

Como surgiu a ideia de se candidatar à

Junta de Freguesia?

Foi-me feito um convite por parte dos

representantes do meu partido. Inicialmen-

te mostrei-me renitente, mas depois a ideia

foi-se consolidando, ao perceber que tinha

o apoio de muitas pessoas, nomeadamente

dos que trabalharam comigo ao longo dos

dois mandatos anteriores.

Quais são os projectos que tem para

o futuro?

O futuro não é risonho. Não podem exis-

tir muitos projectos. Para já, até ao final do

ano, vou manter o que já estava planeado.

Mas está prevista a criação de um circuito de

manutenção na Fonte da Senhora e de ciclo-

vias na Lagoa do Ferro. Com vista a melho-

rar o trânsito local, existirão mais rotundas

na Avenida principal, e já está em estudo a

criação de parques de estacionamento.

Como pensa concretizar as promessas

feitas durante a campanha eleitoral?

Nunca quis prometer mais do que o que

já sabia que podia concretizar. Vou tentando

corresponder às solicitações da população

na medida das nossas possibilidades.

Quantas horas passa na Junta?

Muitas, acreditem. Das 17h às 18h, ex-

cepto à quarta-feira, recebo as pessoas na

Junta, para exporem os seus problemas e se

conversar acerca da resolução dos mesmos.

Todos os dias, por volta das 8h, estou no

armazém, com vista a controlar a saída do

pessoal. Depois saio, quando é necessário,

para visitar sítios onde há problemas a resol-

ver. Geralmente, à tarde, estou nas instala-

ções da Junta.

A Junta desenvolve, ainda, bastante tra-

balho a nível social, de ajuda às famílias

mais carenciadas. Também estamos a de-

senvolver um projecto que inclui a ocupação

dos idosos. Todavia, diariamente deparo-me

com situações problemáticas de pedidos

que as pessoas da comunidade fazem e que

são difíceis de resolver. Mas vou tentando

satisfazer o maior número de solicitações.

Reparem, mesmo com toda a boa vontade,

nem sempre conseguimos corresponder da

melhor maneira a todas as solicitações dos

particulares, mas tentamos sempre ouvir,

para agir. Às vezes temos dificuldade em

levar avante os trabalhos de campo, como

no caso dos cantoneiros, porque temos pou-

cos funcionários para o trabalho existente.

Quando o trabalho é mais exigente, temos

de pedir pessoal à Câmara, o que nem sem-

pre é possível.

Outubro 2005

PRIMEIRA MULHER ELEITA PARA A PRESIDÊNCIA DA JUNTA DE FREGUESIA DA BENEDITA

Centro Cultural Gonçalves Sapinho

TEATRONós te Adoramos

A peça Nós te Adoramos, produ-zida pelo Grupo de Teatro Os Gam-

buzinos, tem a estreia prevista para o sábado, dia 11 de Março, pelas 22 horas, e será também apresen-tada nos dias 12, 18, 19, e 26, aos sábados às 22 horas, e aos domin-gos às 17 horas.

Grupo de Teatro Os Gambuzinos

Entrevista a Maria José Filipe

OLHAR CIRCUNDANTE

“Nunca quis prometer mais do que o que sabia que podia concretizar”

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

12

A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA DA ARTE LÍRICA

A arte como fonte de prazer

A arte é uma fonte de prazer sensível, pro-

duz fruição estética, satisfação e orgulho, tan-

to a quem a cria como a quem a contempla. É

também manifestação da cultura de um povo.

Mas precisa de um investidor para que seja

reconhecida socialmente, independentemente

do seu valor intrínseco.

Anteriormente havia o mecenato. Hoje, a

economia de mercado e a tecnologia apode-

raram-se da arte, não só desenvolvendo-a,

mas também banalizando-a: valorizamos al-

guns artistas famosos, mas serão eles famo-

sos pela sua capacidade de criar e inovar, ou

por terem sido promovidos, ganhando assim a

notoriedade?

O artista não pode reger-se apenas pelo

aspecto financeiro da arte, tem de sofrer uma

causa exterior que lhe dê força e inspiração

para criar e, para isso, é necessário um gosto

aprofundado pelo que exerce. Para criar uma

obra original e bela, o artista tem de possuir

sensibilidade; pelo seu imaginário, o artista

afasta-se dos objectos reais.

Cada artista segue a sua forma de expres-

são: a pintura, a escultura, a dança, a música,

a arquitectura, a literatura, o cinema, a poe-

sia... E, de acordo com ela, cada um exprime

as suas ideias, vivências, emoções. Vejamos,

por exemplo, como se manifesta a experiência

estética na poesia.

A poesia surge da reflexão e da sensibili-

dade do homem face a si e ao que o rodeia.

Essa reflexão parte do conhecimento e induz

à questionação, por isso a poesia indaga tan-

tas vezes, filosoficamente, a realidade:

Poema das coisas belas

As coisas belas,

As que deixam cicatrizes na memória dos

homens,

Porque motivo são belas?

E belas, para quê?

Põe-se o Sol porque o seu movimento é

relativo.

Derrama cores porque os meus olhos vêem.

Mas porque será belo o pôr-do-sol?

E belo, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si

mesmas,

Mas só são coisas quando coisas percebi-

das,

Porque direi das coisas que são belas?

E belas, para quê?

Se acaso as coisas forem coisas em si mes-

mas

Sem precisarem de ser coisas percebidas,

Para quem serão belas essas coisas?

E belas, para quê?

António Gedeão

Em suma, a poesia não deve ser conside-

rada uma tradução extravagante do que nos

rodeia, mas algo que nos faça reflectir sobre

um mundo diferente, de uma maneira diferen-

te. Devemos, através das palavras, procurar

compreender o artista que se dá a conhecer a

si, aos outros e ao mundo, combinando artis-

ticamente o material linguístico e contribuindo

para o desenvolvimento de cada ser humano.

Patrícia Silva, 11º E

Ter feito rá-

dio, na Rádio

Universidade

de Coimbra

– RUC –, du-

rante cinco

anos, mar-

cou-me mui-

to, no bom

sentido. Fui

responsável,

entre 1982 e

1987, por um programa de 60 mi-

nutos chamado “Jazzisticamente

– A Presença do Jazz”. Isto quer

dizer que passei pelas três fases

da RUC: rádio para as cantinas,

rádio pirata e estação de rádio já

legalizada.

O “Jazzisticamente” tinha

um objectivo pedagógico e de

divulgação do Jazz. Dava a co-

nhecer um pouco da sua história

e, em cada programa, havia um

instrumento ou voz privilegiados,

por exemplo o piano (Chick Co-

rea, Herbie Hancock, Bill Evans),

a voz (Maria João, Anita O’Day,

Sarah Vaughan, Bilie Holliday),

o saxofone (Charlie Parker, Rao

Kyao). E muitos outros.

Iniciei-me no gosto pelo

Jazz bastante cedo, com 18 anos.

Em 1978, comecei a ir à catedral

do Jazz em Portugal, os Festivais

de Jazz de Cascais que, mais tar-

de, passaram para o Pavilhão dos

Salesianos no Estoril, onde assisti

a excelentes concertos dos maio-

res intérpretes e compositores de

todo o mundo.

Para se apreciar Jazz é

importante tê-lo ouvido

ao vivo, porque é uma

música que requer, por

parte de quem toca,

uma grande imagina-

ção, uma vez que inclui

muito improviso. Uma

peça de Jazz tem três

partes: a primeira sem

improvisação, a segunda, de im-

provisação – na improvisação

todos os instrumentos fazem um

solo – e termina como começou,

com todos os instrumentos jun-

tos.

No Jazz há vários tipos

de formações: trios, normalmen-

te constituídos por piano, bateria

e contrabaixo, ou por guitarra,

bateria e contrabaixo; quartetos

(piano, bateria, contrabaixo e voz

ou trompete); e quintetos, até se

chegar às Big Bands. Existe uma

Big Band na Nazaré, por exem-

plo.

Há muitos beneditenses a

gostar de Jazz e que vão a con-

certos e compram CDs. Porque

não fazer um Festival de Jazz na

Benedita?

Acho que seria uma boa aposta!

José Cavadas, professor

O Ninja das Caldas

«ELE JUROU VINGANÇA CONTRA AS

FORÇAS DO DRAGÃO»

O “Ninja das Caldas” é o primeiro fil-

me de ninjas português. Realizado pelo

caldense Hugo Guerra (licenciado em

Artes plásticas, na ESTGAD), foi inicial-

mente um projecto anual da cadeira de

Pintura, no ano de 1999, mas ninguém

imaginava a projecção que iria ter três

anos mais tarde.

Octávio Lourenço, Ricardo Guerreiro,

Sónia Matos e José Serpa são os nomes

que fazem parte do elenco. Os trabalhos

de filmagem duraram quatro meses, com

o reduzido orçamento de 40 a 50 €, e de-

correram em Caldas da Rainha, Óbidos

e Bombarral. O filme conta a história de

Toni Canelas, ninja caldense, que tenta

vingar a morte de sua amada, lutando

contra Evil Dragon pelo poder do Búzio

dourado.

O filme está cheio de erros técnicos e

narrativos, de cenas mal feitas e de ga-

ffes: pessoas e carros a passar por de-

trás das personagens, chuva a cair em

cima de uma única personagem, pernas

cortadas com a força da mente, e muito,

muito sangue a jorrar às golfadas. Cheio

de coreografias e de exercícios marciais,

“Ninja das Caldas” tornou-se uma comé-

dia que convenceu a SIC, passando-a na

SIC radical, e tornando-a assim bastante

conhecida.

Para além do filme ser um desastre

em termos de técnica, tornando-se có-

mico por isso mesmo, também a banda

sonora, criada pelo realizador, é, não só

ridícula, como totalmente desafinada.

Assim, pela sua originalidade, este

filme foi editado em

DVD, em 2003, e

Hugo Guerra já está a

preparar “O Ninja das

Caldas 2”.

Se é um amante

de filmes totalmente

cómicos, veja “O Ninja

das Caldas”. Espero

que o segundo tenha

muito mais rigor técni-

co, mas que não perca

a piada.

HC, aluno do 10º Ano

Uma das minhas paixões

JAZZ

ARTE E CULTURA

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

13

Morangos com Açúcar

O QUE OS TORNA TÃO DOCES?

A primeira grande aposta de ficção nacio-

nal na TVI, virada para a juventude, tem vindo

a revelar-se um enorme sucesso, interrogan-

do-se muitos de onde virão tais níveis de au-

diência.

A novela busca, no seio de um vasto grupo

de estudantes de um colégio de Cascais, as-

semelhar-se à vida real, mostrando-nos o seu

dia-a-dia, tanto na escola, como em casa com

a família.

Os pares românticos caracterizam cada sé-

rie. Caras bonitas e a boys bands de momento,

os D´zrt, fazem sensação de Inverno, na esco-

la, e de Verão, na praia.

O que parece uma bela história de encan-

tar, acessível a toda a criança e jovem adoles-

cente, é, na realidade, uma das piores influ-

ências transmitidas pela televisão dos nossos

dias.

Destruição da escola com graffiti, falta de

educação nas aulas e desrespeito para com

os pais são alguns dos exemplos transmitidos

que, juntamente com cenas ousadas e o uso

frequente de linguagem imprópria, actuam so-

bre o comportamento dos mais influenciáveis,

levando-os a agir de igual modo, pois, “com-

portamento gera comportamento”.

Como se não bastasse, uma enorme falta

de lógica marca a série. Seria então possível

a um adolescente de dezoito anos, proprietá-

rio de um bar de praia, ter rendimentos sufi-

cientes para se sustentar a si e aos seus três

irmãos, pagando, ainda, o colégio dos quatro?

Ou alguém extremamente arrogante e cruel,

detestado por todos, ganhar uma nova perso-

nalidade, completamente diferente da anterior,

de um momento para o outro? Ou ainda dois

professores minimamente prestigiados dispu-

tarem imoralmente uma bibliotecária?

Por trás de toda esta fantasia pura, encon-

tra-se um canal de televisão de baixo nível,

que tem como único intuito ganhar audiências

sem apostar na qualidade, recorrendo, neste

caso, a um elenco jovem, sem experiência,

que vai para a televisão a qualquer preço.

O melhor dos jogos de interesse: sucesso

garantido ao preço da chuva.

Ana Sofia Neto Pestana

Carina Costa Borralho

Igor Cernenchi

Alunos do 11º Ano

AINDA HÁ HERÓIS?

O Grupo de Teatro Os

Gambuzinos, do ECB, nas-

ceu em 1999 e, desde então,

levou à cena as seguintes

peças:

- Estranhas Dicotomias,

de José Carlos Saramago.

- O amor de D. Perlimplim

com Belisa no seu Jardim, de

Federico Garcia Lorca.

- O Segredo da Abelha,

de Ricardo Alberty.

- A Escola de Maridos, de

Molière.

- Auto dos Nojentos, de

José Carlos Saramago.

- O Homem ou é tonto ou

é mulher, de Gonçalo M. Ta-

vares.

- Por que comi o meu pai,

adaptação de José Carlos

Saramago.

- À beira do Lago dos En-

cantos, de Maria Alberta Me-

neres.

Estes trabalhos têm sido

recebidos com agrado por

parte do público, e é esse re-

conhecimento que vai dando

força ao grupo para continu-

ar a fazer teatro.

A peça À Beira do lago

dos Encantos foi filmada em

Dezembro, pela editora ASA,

com o objectivo de integrar o

seu manual de Língua Portu-

guesa no próximo ano lecti-

vo. Com o mesmo objectivo,

a peça O Segredo da Abelha

vai ser filmada, em Feverei-

ro, pela editora Folha Cultu-

ral.

Está a ser preparada,

desde Setembro último, a dé-

cima peça do grupo intitulada

Nós te adoramos, escrita por

José Carlos Saramago, di-

rector e encenador do grupo.

Nesta peça, constrói-se um

mundo futuro onde o siste-

ma de governo é totalitário.

O Estado Único impera e o

Mestre, qual entidade quase

divina, controla toda a vida

dos cidadãos, transforman-

do-os em ínfimas parcelas

de um todo e fazendo-os

perder a individualidade.

Neste mundo, todas as ne-

cessidades básicas estão

satisfeitas, mas o preço a

pagar foi a morte do amor e o

definhar da alma. Será este

o mundo que queremos?

Esta peça pretende agitar

as consciências e agudizar o

espírito crítico, factores es-

senciais para evitar que este

mundo tenebroso se instale

e o Mestre aconteça.

www.gambuzinos.com

J. C. Saramago, professor

OS GAMBUZINOS – GRUPO DE TEATRO DO ECB

N’ Os Lusíadas, o Homem, “bicho da

terra” tão pequeno, cantado por Camões,

conquistou, apesar da sua fraqueza, a terra

e os mares, realizando feitos heróicos ini-

gualáveis. E assim transcendeu os limites

da sua condição, ultrapassando os próprios

deuses. Esses tempos mudaram. Existirá

ainda algum “bicho da terra” sonhador entre

nós? Alguém que deseje a transcendência

pessoal e sonhe e lute por aparentes impos-

síveis?

«Herói, s. m., indivíduo que se destaca

por um acto de extraordinária coragem, va-

lentia, força de carácter ou outra qualidade

considerada notável».

Nos tempos que correm, a definição de

herói teria muito mais sentido se fosse al-

terada, designando simplesmente alguém

que procura a fama e a notoriedade a qual-

quer custo, alguém que causa impacto jun-

to das pessoas. Com efeito, para se ser

considerado herói, hoje, já não é neces-

sário realizar feitos inigualáveis nem, no

sentido metafórico que lhe dá Camões, ter

poderes mais que divinais; basta ser vis-

to por todos, e, mais importante ainda, ser

comentado por boas ou más razões.

Temos bons exemplos na política: os

nossos governantes, aqueles que deveriam

comandar o país de uma forma competen-

te e justa, e cumprir com a sua palavra e

colocar o bem comum à frente dos seus

interesses. E assim não fazem.

Até poderá haver um herói, um ver-

dadeiro herói por aí, alguém com espírito

de sacrifício e bravura, alguém que realize

actos extraordinários, mas ninguém lhe dá

valor e, se lho derem, não será mais que

uma breve e quase insignificante notícia no

telejornal da noite, enquanto que aqueles

que quebram as leis têm direito a meses de

notícias, e, pelos vistos, esses são os verda-

deiros heróis dos nossos tempos.

Homens, pequenos “bichos” capazes de

sonhar a transcendência e de a perseguir,

onde andais há tanto tempo, que tanta falta

nos fazeis? Será que ainda existis?

Pedro Passarinho, 12º C

ARTE E CULTURA

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

14

MUNDO NORMAL

Mundo normal

Que me aflige.

Mundo que me angustia

com a calma de sempre.

Sou redondo-

Cíclico -

Num mundo redondo.

Normal.

Coisas que olho

Sempre

Com os olhos de sempre

Que me parecem bem-

Normais.

Vivo uma vida normal

De gente normal

E sei-o.

Só isso me torna diferente.

Vieira McNeal, 12º Ano

Numa tarde de domingo, pró-

ximo do Natal, decidi ir a um mu-

seu ver a exposição de quadros

de uma pintora de origem portu-

guesa, Martha Telles. Lá fora a

chuva batia com força nos carros

e nos chapéus-de-chuva, mas o

meu fascínio pela pintura falou

mais alto e lá fui eu a correr até

ao autocarro que parava junto ao

museu.

Quando cheguei, fiquei encan-

tada com aquelas gravuras que

pareciam reais. Gostei de todas as

obras, mas fiquei particularmente

encantada com um quadro que se

intitulava “Memórias de Infância

– Casa de Campo”, pintado em

1975. Estive durante alguns minu-

tos imobilizada a olhar para aque-

le quadro que me fazia lembrar o

jogo do labirinto que eu inventara

e construíra com o meu avô.

Penetrámos os dois no bosque

e construímos um labirinto que li-

gava a nossa casa de campo à

pequena cabana na árvore, lugar

de refúgio para ler lindas histórias

de encantar nas tardes de Verão.

Mas o tempo passou, o meu

avô morreu e as ervas invadiram

os caminhos. Tenho saudades do

meu avô e de brincar nas veredas

confusas e misteriosas do labirin-

to.

Já os olhos me estavam a doer

quando uma das crianças que ha-

bitava o quadro me puxou para

dentro daquela pintura. Eu não

queria acreditar! Estava dentro do

quadro! O labirinto era o mesmo,

a cabana também existia. Ajudei

as crianças a sair daqueles corre-

dores emaranhados e elas recom-

pensaram-me com um delicioso

lanche.

Terminada a aventura, saí do

quadro e voltei para casa. Como o

Natal estava a aproximar-se, pedi

à minha mãe que comprasse o

quadro, que nem era assim muito

caro! Ela estranhou o pedido, mas

ficou contente com o meu recente

fascínio pela arte.

Na noite da consoada, recebi o

presente e pendurei-o na parede

do quarto para me lembrar do meu

avô e daquele dia tão especial.

Também esperei que as crianças

voltassem a chamar-me, mas isso

nunca mais voltou a acontecer.

Porém, nas tardes de Verão,

vejo duas delas a atravessar o la-

birinto.

Raquel Dias, 8º G

fui sugado por um Mar revolto em Espécies Más!

fui Rasgado defronte das Dunas que me Torturam!

gostava de Sorrir às paredes fechadas do meu Caixão,

quando morresse...

e que os que me amam chorassem por mim...

Sofrer custa até aos piores,

Sofrer rasga-me a Pele como se Mergulhasse num Mar ensanguentado de Ti!

se Te pudesses ver ao Espelho,

a Tua Imagem catalizadora de Desgraças sem fim,

fecharia o ciclo de Lágrimas nesta Era duma triste história por contar.

Gonçalo Britto, 2005

(ex-aluno do ECB)

LARGO DA FEIRA

Acreditem-me:

Era só um espaço sem nada

Além de terra e algumas pedras

O antigo largo da feira

Alimentava de pó e às vezes de profundos arranhões

Os miúdos da rua do largo da feira

O espaço era grande, mas ao meu pequeno

Ser parecia infinito,

Eu corria atrás da bola e dos outros,

Éramos um grande grupo de rapazes,

Não me lembro se havia raparigas

E de novo da bola, atravessando

Os limites do esforço e das pedras

Que saltavam abrindo caminho

Ao suor alegre mas já preocupado

Com a imensidão das coisas

Luís Lucas, 2005

(ex-aluno do ECB)

SOL, A FONTE DA VIDA

Se um dia o Sol deixasse de nascer, os

olhos não veriam mais que a solidão, o

coração não sentiria mais que a tristeza,

os pés não pisariam mais que o vazio,

as mãos não tocariam mais que o frio, a

boca não saborearia mais que a amargu-

ra e os ouvidos não escutariam mais que

o silêncio.

Sem Sol, o que seria do perfume das flo-

res, da frescura das águas, da alegria

dos animais, da imensidão dos oceanos,

do verde das montanhas? Sem Sol, o

que seria de nós?

O Sol é um dom único, há que saber res-

peitá-lo, desfrutá-lo, vivê-lo.

Sol: Passado, a origem da vida; Presen-

te, a luz que aquece e ilumina; Futuro,

astro guia dos nossos sonhos.

Filipa Isabel Serrazina

8º D

Setembro/2005

ENTREI NUM QUADRO

ENTRE PISOS

não sabia que há

um instituto oriental

na minha faculdade

no sexto piso

como havia de saber?

não olho para os papéis,

quando muito para as paredes

em que os colam

como se também eu

tivesse ânimo para colar papéis

onde se fala e informa

sobre o instituto oriental.

poderia aprender japonês,

talvez um dia ler mishima no original.

talvez quando esses papéis

me permitirem

reconciliar com as paredes

sem o frio a dobrar-me perante

a sua espessura.

Luís Lucas, 2005

(ex-aluno do ECB)

OH GOTA

Oh gota

Como me fascinas.

Vens de lá,

Só tu.

Tu mesma.

Cá em baixo

Espera-te tudo...

O mar...

Os rios...

Como deves estar feliz...

Chegaste...

Caíste no mar...

Mas agora,

Não és gota...

És mar.

Não és tu...

És tudo.

Morreste...

Vieira McNeal, 12º Ano

ARTE E CULTURA

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

15

O Sol é essencial à vida. Ele é a principal

fonte de luz e calor do nosso planeta. Sem

ele, as plantas não poderiam realizar a fotos-

síntese. Mas como se terá formado o Sol?

Pensa-se que o Sol, juntamente com os

restantes planetas do Sistema Solar, se terá

formado aproximadamente há 4,6 milhões de

anos. Os cientistas acreditam que até essa

data existiria apenas uma nuvem de gás (hi-

drogénio) e poeiras que vagueavam no Uni-

verso. Esta nuvem terá começado a compri-

mir-se, ficando mais pequena. As partículas

que a formavam, devido à compressão, co-

meçaram a atrair-se formando aglomerados

de partículas.

Consequentemente, a nuvem começou

a rodar sobre si própria e, quanto mais se

comprimia, maior a sua velocidade, como

uma patinadora sobre o gelo que roda mais

rapidamente quando recolhe os braços para

junto do seu corpo.

Na parte central desta nuvem começou a

juntar-se cada vez mais matéria, formando

uma espécie de bola. Essa bola era o SOL,

a nossa estrela, constituído essencialmen-

te por hidrogénio. Os átomos de hidrogénio

colidiam entre si, produzindo calor. Devido

às colisões entre os átomos e ao aumento

da temperatura, os hidrogénios começaram

a juntar-se, formando outro átomo, o hélio.

É desta transformação de hidrogénio em hé-

lio (designada fusão nuclear) que é libertada

energia na forma de calor e luz.

No Sol actual, em cada segundo, 4 mi-

lhões de toneladas de hidrogénio são trans-

formadas em hélio. A luz que provém do Sol

equivale a 4 biliões de lâmpadas.

Contudo, tal como as pessoas, o Sol e

todas as estrelas nascem, envelhecem e

morrem. O Sol é uma estrela de meia-idade,

pensando-se que daqui a aproximadamente

5 milhões de anos morrerá. Todo o hidrogé-

nio, o combustível do Sol, se consumirá, res-

tando apenas hélio; já não haverá libertação

de energia, nem sob a forma de calor nem

sob a forma de luz.

O Sol, segundo se pensa, está 20 vezes

mais pequeno e 100 vezes menos brilhante

do que na altura em que se formou. Quando

o Sol deixar de produzir energia, nós certa-

mente já não assistiremos a esse fenómeno,

não saberemos o que acontecerá ao plane-

ta Terra, mas a vida tal como a conhecemos

não poderá existir.

Adaptado de:

Sabes porquê? O grande circo da ciên-

cia – Júnior, Kathy Wollard e Debra Solomon,

Gradiva

O SOLA Humanidade não ficará na Terra para sempre, mas na sua bus-

ca de luz e espaço irá primeiro timidamente penetrar para lá dos

confins da atmosfera, e mais tarde conquistar para si própria todo

o espaço perto do Sol.

Konstantin E. Tsiolkovsky

Caminhos da Ciência

COMO FOI DETERMINADO O RAIO DA TERRA

Eratóstenes de Cirene – astrónomo, geó-

grafo, matemático e poeta grego (276 a. C.-

194 a. C.), proveniente da região de Cirene

no Norte de África – conseguiu determinar o

raio da Terra, há mais de 2000 anos.

A consulta de escritos em papiro, existen-

tes na Biblioteca de Alexandria, permitiu-lhe

ter conhecimento de que próximo de Siena

(hoje Assuão), no dia mais longo do ano

(solstício de Verão), havia um poço cujo fun-

do ficava totalmente iluminado, não se pro-

duzindo por isso qualquer sombra. Por outro

lado, em Alexandria, à mesma hora desse

dia de solstício, uma vara colocada vertical-

mente no solo produzia sombra. Eratóstenes,

sabendo que a superfície da Terra era curva,

estabeleceu o seguinte raciocínio:

Se uma vara na vertical, em Alexandria,

produzia uma sombra com o comprimento

BC, então era possível determinar o ângulo

a. Se na construção geométrica, marcásse-

mos um ponto que correspondesse ao centro

da Terra e o uníssemos com um segmento de

recta que passasse pela vara, definiríamos

a vertical do lugar, ou seja, o zénite, ponto

exactamente situado sobre a cabeça do ob-

servador colocado nesse lugar.

Esta observação permitiu calcular que

o Sol se encontrava afastado do seu zénite

cerca de 7,2°, ou seja, 1/50 de uma circunfe-

rência (o perímetro da Terra). Fazendo idênti-

ca observação em Siena, confirmou que não

havia desvio do Sol, por este se encontrar no

zénite. Assim, Eratóstenes concluiu que o

arco de circunferência entre Alexandria e As-

suão era de 7,2° e correspondia à diferença

de latitude entre esses dois lugares.

A Eratóstenes faltava apenas saber a dis-

tância entre Alexandria e Assuão. Para isso,

contratou um homem para medir essa distân-

cia, tendo este obtido 5000 stadia, ou seja,

cerca de 800 km.

Com base nestes dados, pode agora o

leitor calcular os valores do raio e perímetro

terrestre.

Envie os seus cálculos para o seguinte

endereço: [email protected]

Galileu Galilei (1564-1642) foi um cientista, filósofo e

matemático italiano que contribuiu para o desenvolvimen-

to do método científico. Descobriu a lei da inércia, que foi

usada pelo cientista Isaac Newton na formulação das suas

teorias.

Em astronomia, Galileu Galilei usou o telescópio para

observar os céus e fez descobertas importantes, como a

de que quatro luas giram em torno do planeta Júpiter. Foi

julgado pela Inquisição por defender a teoria heliocêntrica

de Copérnico, segundo a qual os planetas giram em torno

do Sol. Galileu foi forçado a repudiar a teoria heliocêntri-

ca e recebeu uma leve sentença, sofrendo prisão domi-

ciliar. No entanto, conta a lenda que, ao abjurar, Galileu

terá murmurado: «Et per si mueve» («E no entanto move-

se»).

SABIA… QUEM FOI GALILEU?

CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

16

Certamente já ouviu dizer que “deve fe-

char a torneira enquanto lava os dentes”,

que “o ambiente agradece se andar a pé em

vez de se deslocar de carro”, ou que “é mui-

to importante separar o lixo que produz para

que possa ser reciclado”...

...mas será que cada um de nós pode

fazer assim tanta diferen-

ça?

Não seria óptimo po-

der saber exactamente

qual o impacto que cada

acção isolada tem no am-

biente?

1. Cada pessoa pro-

duz cerca de 1,5 kg de

lixo por dia. Ao fim de 1

ano terá produzido uma

quantidade de lixo equi-

valente a 10 vezes o seu

peso em adulto!

Se colocar todo o pa-

pel sem utilidade no papelão, ao fim de 1

ano terá produzido uma quantidade de lixo

equivalente a apenas 6 vezes o seu peso em

adulto. Se separar todo o lixo reciclável (pa-

pel, vidro, embalagens, pilhas e orgânicos),

ao .fim de 1 ano terá produzido uma quanti-

dade de lixo equivalente a apenas um pouco

mais que o seu peso em adulto!

Sabia que se se colocasse todo o lixo pro-

duzido no país, durante um ano, num campo

de futebol, teríamos um “monumento” com

uma altura equivalente a 2,5 vezes a altura

da Serra de Sintra?

2. Se uma família de 4 pessoas tomar,

todos os dias, duches de 5 minutos, gastará

mais de 2600 Iitros de água por semana: o

equivalente à água que uma pessoa bebe ao

longo de 3 anos.

Sabia que de toda a água que existe no

mundo, apenas 0,06% é potável e está dis-

ponível para uso humano?

3. Para produzir 1 kg de carne é neces-

sário 100 vezes mais água doce do que para

produzir 1 kg de trigo. Se 1000 pessoas subs-

tituírem uma refeição de carne por um prato

vegetariano uma vez por mês, ao fim de um

ano teremos poupado mais de 100 000 m3

de água doce. Esta quantidade de água é su-

ficiente para 5500 pessoas tomarem duche,

todos os dias, durante um ano!

4. Sabia que a água doce é apenas 3%

de toda a água existente na Terra?

Em cada descarga do autoclismo en-

viamos 10 a 15 litros de água potável direc-

tamente para o esgoto. Pode diminuir-se o

volume de água que se gasta nestas des-

cargas colocando uma garrafa cheia de água

ou areia no depósito do autoclismo. Em sua

casa passará a poupar até 800 Iitros de água

por mês.

Se 1000 pessoas tomarem esta atitude,

ao fim de 9 meses terão poupado quantida-

de de água suficiente para encher completa-

mente o aquário central do Oceanário.

Sabia que cerca de

40% da água potável

que gastamos em nos-

sa casa é enviada di-

rectamente pela sanita

abaixo?

5. Um automóvel

emite cerca de 2760 kg

de dióxido de carbono

(CO2) e outros gases

causadores do efeito de

estufa por ano. Se redu-

zirmos a velocidade de

condução, de 120 para

100 km/h, poupamos

20% de gasolina. Se

1000 pessoas assumirem este compromisso,

estaremos a evitar o envio de 5,5 toneladas

de dióxido de carbono para a atmosfera, por

ano: o equivalente a menos dois carros a cir-

cularem nas estradas.

Sabia que o fabrico de cada automóvel

gera 25 toneladas de resíduos (lixo)?

6. Os objectos de plástico são os prin-

cipais responsáveis pela morte de animais

marinhos. Um conjunto de 6 argolas de plás-

tico “porta-latas” demora cerca de 400 anos

até se degradar completamente no mar. Este

tempo é suficiente para que pelo menos 1

animal marinho seja apanhado por esta “ar-

madilha” e acabe por morrer preso ou asfi-

xiado. Basta dar um corte em cada uma das

argolas antes de as colocar no lixo para sal-

var um grande número de animais.

Sabia que cerca de 1 000 000 de aves

marinhas e mais de 100 000 mamíferos ma-

rinhos morrem todos os anos devido à polui-

ção por plásticos?

7. Envolva-se! Participe na limpeza das

praias, denuncie os locais de despejo e acu-

mulação de lixo, inscreva-se numa associa-

ção de protecção ambiental, procure saber

mais sobre as espécies da fauna e flora da

zona onde vive.

Se convencer 3 pessoas a juntarem-se

a si nestas acções, estará a triplicar o seu

efeito.

Quando estas atitudes forem tomadas

por milhares de pessoas o nosso impacto

será enorme e teremos a certeza de que es-

tamos a contribuir para um verdadeiro Pla-

neta Azul!

Informações fornecidas pelo

Oceanário de Lisboa

FAÇA A DIFERENÇAConservação do Planeta Azul

Leia e descubra

a enorme importância

da sua

mudança de atitude

para a

conservação

do nosso planeta azul

CIÊNCIA TECNOLOGIA E AMBIENTE

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

17

Este ano, o Desporto

Escolar conta com as mo-

dalidades de Voleibol, Râ-

guebi e Multi-Actividades de

Aventura (desportos alterna-

tivos). No Voleibol estão a

funcionar três escalões: in-

fantis masculinos, iniciados

masculinos e femininos, a

cargo dos professores Joel

Machado, Estela Santana e

Miguel Fonseca. O Râguebi

funciona para todos os es-

calões, sendo a professora

Rita Pedrosa a responsável

pela actividade. Relativa-

mente às Multi-Actividades

de Aventura, estas não se

dividem por escalões, sendo

o professor Tobias Marques

o responsável por esta acti-

vidade.

Este ano já decorreram alguns

encontros entre escolas, nomea-

damente no Voleibol e no Râguebi,

sendo de salientar as excelentes

prestações dos alunos do Externato

Cooperativo da Benedita. No esca-

lão de infantis masculinos, na mo-

dalidade de voleibol, as equipas do

Externato obtiveram dois primeiros

lugares e dois segundos lugares,

num total de quatro equipas que se

deslocaram à Atouguia da Baleia,

no dia 6 de Dezembro de 2005. Re-

lativamente ao Râguebi, decorreu

um encontro em Torres Vedras, re-

velando-se bastante positivo para

os nossos alunos. Esteve presente,

neste encontro, a RTP 2, que fa-

zia as habituais reportagens sobre

Desporto Escolar, exibidas no pro-

grama Desporto 2, aos fins-de-se-

mana. Saliente-se que um dos nos-

sos alunos foi entrevistado

NOITE ESTAPAFÚRDIA

Após um ano de intervalo, o grupo de Educação Física volta a

realizar a Noite Estapafúrdia, este ano no dia 1 de Abril de 2006,

a partir das 21h30m, no pavilhão do Externato Cooperativo da

Benedita. Conta com actividades como Ginástica Rítmica e Acro-

bática, bem como os sempre presentes Trampolins. Para além

destas, haverá também actividades ligadas à dança, e entrega de

prémios.

CLUBES

Estão em funcionamento os CLUBES DE GINÁSTICA, de HIP HOP e

de MULTI-ACTIVIDADES DE AVENTURA. Para participar, aparece nos

treinos que se realizam às 4ª feiras entre as 14:30 e as 16 horas, ou fala

com um dos professores de Educação Física. São responsáveis por esta

actividade os professores: Rita Pedrosa, Estela Santana, Ângela Gens,

Liliana Gens, Miguel Fonseca, José Vinagre, Joel Machado e Tobias Mar-

ques.

OUTRAS NOTÍCIAS

Realizou-se no dia 23 de Novembro de 2005 mais uma edição

do Corta Mato Escolar, que voltou a ser um sucesso, contando

com a participação de mais de uma centena de alunos distribuídos

pelos diferentes escalões (infantis, iniciados, juvenis e juniores).

As classificações ficaram ordenadas da seguinte forma:

Quadro 1 – Resultados por Escalões

InfantisMasculinos Femininos

1º David Machado 7º C2º Ivo Santos 7º D3º Diogo Pires 7º B

1ª Patrícia Ramalho 7º G2ª Alexandra Fialho 7º I3ª Catarina Isabel 7º D

IniciadosMasculinos Femininos

1º Nuno Pina 9º C2º Guilherme Sousa 9º D3º Romeu Silva 9º D

1ª Rita Luíz 9º E2ª Mariana Fialho 8º D3ª Catarina Silvério 8º J

JuvenisMasculinos Femininos

1º André Lourenço 9º F2º Daniel Lopes 9º B3º Luís Crisóstomo 10º B

1ª Flávia Grilo 10º G2ª Inês Martins 10º I3ª Carla Santos 9º C

JunioresMasculinos Femininos

1º Carlos Fernandes 12º C2º André Marques 10º G3º Joel Simplício 12º C

1ª Andreia Silva 12º C2ª Filipa Marques 12º C3ª Diana Bernardes 11º F

O grupo de Edu-

cação Física aderiu

aos projectos Com-

pal Air 3x3 (Basque-

tebol) e Gira Volei

(iniciação ao Volei-

bol). Inicialmente,

apuram-se as me-

lhores equipas den-

tro de cada uma das

turmas da escola.

Posteriormente, ha-

verá uma segunda fase, que envolve as escolas da região, onde

ficará apurado o campeão regional que, no caso de a organização

decidir realizar a fase nacional, aí irá representar a nossa região.

Nesta primeira edição do jornal da escola, não poderíamos

deixar de fazer uma breve referência à excelente prestação que

João Pedro Silva, antigo aluno do ECB, tem tido na selecção na-

cional de Triatlo. O Grupo de Educação Física em particular, e

toda a comunidade escolar torce pelo seu sucesso e exprime o

seu regozijo pelo que o João tem conseguido até agora.

DESPORTO ESCOLAR

Modalidades/ escalão

Dias e horas de Treino Professor Responsável

Voleibol - Infantis Masculinos

3ª Feiras 13:30 – 14:30h Miguel Fonseca

Voleibol - Iniciados Masculinos

3ª Feiras 13:30 – 14:45h5ª Feiras 13:30 – 14:45h

Joel Machado

Voleibol – Iniciados Femininos

4ª Feiras 13:30 – 15 h5ª Feiras 16 – 17:30 h

Estela Santana

Râguebi - Vários2ª Feiras 17:30 – 18:30 h5ª Feiras 13 – 14:30 h

Rita Pedrosa

Multi-Actividades2ª Feiras 14 – 15 h4ª Feiras 14:30 – 16:30 h5ª Feiras 14:20 – 15:50 h

Tobias Marques

NOTÍCIAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

18

Xadrez

Sabia que:

- O Núcleo de Xadrez do Externato Cooperativo da

Benedita se manteve na III Divisão?

- Pedro Filipe Rodrigues; Vladimir Melnik; Mariana

Silva e Tiago Ferreira estão na Selecção Distrital de

Xadrez?

- Vladimir Melnik é Vice Campeão Distrital Absoluto

(séniores, mais jovens) da época 2005?

- Pedro Filipe Rodrigues é Vice Campeão distrital de

Rápidas e Vice Campeão distrital Sub16?

- Mariana Silva é Campeã Nacional Feminina Sub14

em ritmo Semi-rápido, Campeã Distrital Feminina

Sub14 e está na Selecção Nacional?

- Tiago Ferreira é Campeão Distrital Sub 14 e con-

seguiu o seu primeiro bloco FIDE no I Torneio FIDE

da Academia de Xadrez da Benedita?

- Raquel Inácio, do 3º Ciclo, é Vice -Campeã Regio-

nal Feminina?

- Carina Santos, do 3º Ciclo, é 3ª Classificada no

Regional Feminino?

- Lídia Ferreira é Vice Campeã Distrital Feminina?

- Dimitri Scoropad fez o seu primeiro bloco FIDE no I

Torneio FIDE da Academia de Xadrez da Benedita?

Esta e outras notícias no site Xadrez na Benedita:

http://xadrezbenedita.no.sapo.pt

ANATOLIY VENCETORNEIO

Natal de 2005 de Évora de Alcobaça

O ucraniano Anatoliy Ladyka, membro da Acade-

mia Xadrez Benedita – o mais novo clube federado

da Associação de Xadrez de Leiria – venceu o Tor-

neio de Natal 2005 de Évora de Alcobaça.

O Torneio, organizado pelo Centro de Formação

de Xadrez da Benedita, Externato Cooperativo da

Benedita, com o apoio da Associação de Pais de

Évora de Alcobaça, disputou-se no sistema de To-

dos contra Todos, em partidas de 15 minutos por

jogador.

Só o Anatoliy pertence à Academia Xadrez Be-

nedita. Os restantes participantes pertencem à sec-

ção de xadrez da Associação de Pais de Évora de

Alcobaça, são alunos da Escola Frei Estevão Mar-

tins, e têm treinos semanais com José Cavadas, nas

instalações da Associação de Pais de Évora de Al-

cobaça.

ALUNO DO ECB VICE-CAMPEÃO

Pedro Rodrigues,

do Núcleo de Xadrez

do Externato Coope-

rativo da Benedita,

obtém o 2º lugar no I

ENCONTRO DE JO-

VENS DA ZONA CEN-

TRO.

Na passado dia

19 de Dezembro de

2005, realizou-se, na

Secção de Xadrez do

Clube dos Galitos, um

encontro final entre os

melhores jovens dos

estágios dos distritos

de Aveiro, Coimbra, Leiria e Castelo Branco.

Os jogadores foram divididos em dois grupos: no Grupo A, os xadrezistas dos 14

aos 18 anos; no Grupo B, dos 9 aos 13 anos. Aveiro fez-se representar por 10 jovens

jogadores, Leiria por 2 (Pedro Rodrigues e David Rashidi, ambos do concelho de Al-

cobaça) e Coimbra por 4. Este torneio teve a particularidade de ter sido temático: o

Mestre Internacional António Fróis (treinador da Federação Portuguesa de Xadrez), co-

locava uma abertura no tabuleiro mural com cerca de 10 lances, e os jovens jogadores

começariam a partir desse lance a partida, após três minutos de análise da posição.

Pedro Rodrigues não perdeu nenhum jogo – cedendo apenas 2 empates, um frente

a Rashidi e outro ao vencedor do torneio, Jorge Cruz, de Montemor-O-Velho – obtendo

assim o 2º lugar e o título de vice-campeão.

CALENDÁRIO DO DESPORTO ESCOLAR 2006

CAE-Oeste - Xadrez

Data Torneio/Actividade Local

25 Jan 1º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE Escola Amadeu Gaudêncio

Nazaré

17 Fev 2º Torneio do V Circuito da CAE OESTE VI

Encontro Nacional Escolas Individual

Externato Cooperativo

Benedita

10 Março VI Encontro Nacional Escolas Equipas Externato Cooperativo

Benedita

28 Março 3º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE Escola 2,3 Secundária

S. Martinho Porto

3 Maio 4º Torneio do V Circuito da CAE-OESTE III

Memorial Professor Arnaldo Olivença

Escola Frei Estevão

Martins - Alcobaça

18 Maio Torneio de Pares Escola Profissional

Armando Lucena

Veja o site da Academia Xadrez da Benedita

Estamos na página da Federação Portuguesa de Xadrez

http://www.fpx.pt/form_desev/benedita/benedita.htm

Xadrez no ECB

UM PERCURSO DE SUCESSO

MENTE SÃ EM CORPO SÃO

ANO I - Nº 1 TOQUE DE SAÍDA

19

OS BALDES

Imagine que tem dois baldes vazios, um com a capaci-

dade de 6 litros, o outro, de 11 litros. O desafio consis-

te em ir a um lago buscar exactamente 8 litros de água.

Como se consegue fazer isso?

10 SACOS

Temos 10 sacos de moedas, cada saco tem 10 moedas

de ouro e cada moeda pesa 10 gramas. Há no entanto

um saco que só tem moedas falsas e sabemos que

cada moeda falsa pesa menos um grama que cada mo-

eda verdadeira.

Para descobrir qual dos sacos tem moedas falsas te-

mos uma balança convencional de um prato que permi-

te ver com rigor o peso em gramas. Só pode fazer-se

uma única pesagem para descobrir o saco de moedas

falsas.

Qual a estratégia para descobrir qual dos sacos tem

moedas falsas?

NO MURO DE BERLIM

Certo dia ouvi contar a seguinte história:

Um dia, F. Nietzsche escreveu no Muro de Berlim a

seguinte frase:

«Deus Morreu.» E assinou por baixo – Nietzsche.

Quando Nietzsche morreu apareceu no muro uma ou-

tra frase:

«Nietzsche morreu.» E por baixo, assinado – Deus.

Só mais tarde percebi o absurdo que a história conti-

nha; descubra-o também.

AS IDADES

Dois amigos, o Arnesto e o Bicente, não se viam há

muito tempo, comunicando apenas por carta. Certo dia

encontram-se e travam o seguinte diálogo:

Arnesto: Quantos filhos tens?

Bicente: Tenho 3.

Arnesto: Quais as suas idades?

Bicente: O produto das suas idades é 36. A soma das

suas idades é igual ao número da minha porta, mas

isto não chega para tu resolveres. O mais velho já toca

piano.

Quais as idades dos filhos do Bicente?

A CORDA

Uma corda com 100 metros de comprimento tem cada

uma das suas extremidades presa nos topos de dois

postes.

Os postes têm alturas diferentes: um mede 90 metros,

o outro 70 metros e encontram-se ambos perpendicu-

lares ao plano do solo.

O ponto da corda que está mais próximo do solo en-

contra-se a 30 metros deste.

Sabendo que a corda não está esticada, a que distân-

cia se encontram os postes um do outro?

Certamente, o leitor terá já assistido,

no meio de uma conversa com amigos,

à seguinte discussão: a certa altura al-

guém se pronuncia, mais ou menos nos

termos que se seguem, sobre o algaris-

mo suplementar que os bilhetes de iden-

tidade passaram a ter de há uns anos

para cá: “O algarismo suplementar que

se segue ao número do B. I. indica o nú-

mero de pessoas em Portugal que têm

um nome exactamente igual ao portador

do B. I.”.

Esta é uma afirmação disparatada,

mas com imensos defensores que a pro-

pagam de forma acrítica, transforman-

do-a numa espécie de lenda urbana por-

tuguesa.

Afinal de contas, o que representa o

misterioso algarismo suplementar que

se segue ao nosso B. I.?

Não representa o número de pesso-

as com o mesmo nome, nem o núme-

ro de multas de estacionamento que o

portador apanhou (versão que também

circula) ou qualquer outra disparatada

hipótese deste tipo. O algarismo suple-

mentar é (ou seria, se as autoridades

portuguesas não tivessem cometido um

ridículo erro matemático!) apenas um al-

garismo de controlo que detecta se o nú-

mero de B.I. está correctamente escrito

ou não, e que permitiria detectar bilhe-

tes de identidade falsos.

Esse algarismo de controlo calcula-

se da seguinte forma:

Admitindo que os números do bilhe-

te de identidade têm a seguinte forma

x1x

2x

3x

4 x

5 x

6 x

7 x

8 x

9 em que x

i repre-

senta o algarismo colocado na posição

i, começa por fazer-se a seguinte ope-

ração:

1xx1+2xx

2+3xx

3+4xx

4+5xx

5+6xx

6+7xx

7+8xx

8+9xx

9

Depois, divide-se o resultado por 11* e o resto dessa divisão inteira é o fami-

gerado algarismo suplementar.

Os restos possíveis são então os

números inteiros de 0 a 10, mas no B.

I. só há espaço para um algarismo de

controlo, decidindo os nossos respon-

sáveis substituir o número 10 por 0, in-

troduzindo assim um erro que impede o

uso deste método para detectar bilhetes

de identidade falsos, pois sempre que o

algarismo de controlo é 0, este tanto po-

derá ser oriundo de um resto 0, como de

um resto 10. Estima-se que em Portugal

cerca de 9% dos B. I. tenham um núme-

ro de controlo errado.

Como curiosidade, adiantamos que

este é também o método usado nos có-

digos ISBN que são uma espécie de B. I.

dos livros, e que, nesse código, o alga-

rismo de controlo referente ao resto 10 é

substituído por X, que representa 10 em

numeração romana.

* A escolha do 11 envolve propriedades mate-

máticas que não nos parecem relevantes para o

comum dos leitores.

É um puzzle lógico, num quadrado

de nove linhas por nove colunas, orga-

nizado em regiões de 3x3.

Use algarismos de 1 a 9, de modo a

que cada algarismo apareça uma única

vez em cada linha, coluna, ou região de

3x3.

Não é necessária qualquer operação

aritmética.

Aqui ficam três exemplares, de graus

de dificuldade diversificados.

Divirta-se!

8 7 9

8 4 7

4 7 2 6 3 8

5 8 6

9 6 5 2

4 9 1

2 3 5 7 4 8

4 6 1

6 5 8

Fácil

94 8 9 3

7 8 98 2 6

4 18 7 3

7 2 48 9 5 2

7Difícil

2 5 1 38 5

3 1 5 95 9 23 1 6 2

5 4 62 8 9 4

1 87 4 6 1Médio

DESAFIOS O MISTÉRIO DO BILHETE DE IDENTIDADE

SUDOKU

As propostas de solução devem ser enviadas para o

endereço electrónico do Toque de Saída:

[email protected]

PASSATEMPOS E CURIOSIDADES

ANO I - Nº 1TOQUE DE SAÍDA

20

Pela sétima vez, após o 25

de Abril, os portugueses foram

chamados no dia 22 de Janeiro

a escolher um novo Presidente

da República.

Apesar de ser a sétima vez

que houve eleições para a Pre-

sidência da República, nunca

em nenhuma outra eleição fo-

ram tão discutidas as competên-

cias do Presidente da República

e os poderes que ele tem.

Essas competências e esses

poderes resultam do modelo que

foi escolhido pelos portugueses

para o seu Presidente. De entre

os modelos conhecidos, - como

o modelo parlamentar, que é

aquele em que o Presidente é

uma figura meramente repre-

sentativa, do tipo corta fitas,

como é exemplo o modelo ale-

mão; o modelo presidencialista,

onde o Presidente é também o

detentor do poder executivo

e, por isso mesmo, o

chefe do Governo,

como é exemplo

o regime ameri-

cano; ou ainda

os modelos se-

mipresidencia-

listas, onde o

presidente é um

árbitro, embora

com capacidade de

intervenção efectiva

dentro de um parlamenta-

rismo racionalizado; ou aque-

le outro em que o Presidente é

mais forte, sendo o regulador

do sistema político -, os portu-

gueses optaram por esta última

solução.

Assim, ao Presidente da Re-

pública foram atribuídos pode-

res relativos ao Estado,

- representa a Re-

pública, garante

a independência

nacional e a uni-

dade do Estado

-, à Constituição

e ao funciona-

mento dos outros

órgãos do Esta-

do – o Presidente

da República garante

o normal funcionamento das

instituições democráticas, pode

dissolver a Assembleia da Re-

pública, nomeia o Primeiro Mi-

nistro e o Governo e pode de-

mitir o Primeiro Ministro, declara

o estado de sítio e o estado de

emergência e promulga ou veta

as leis.

São estes, de modo genéri-

co, os poderes do Presidente.

Afinal, o Presidente tem mui-

tos poderes ou tem poucos po-

deres ?

O Presidente tem os poderes

que os portugueses querem que

ele tenha.

E o que os portugueses es-

peram do Presidente é que ele

use os poderes que tem, com

rigor, com firmeza, mas acima

de tudo com bom senso demo-

crático.

Luís Castelhano, professor

Integrados nos objectivos da

disciplina de Educação Visual,

os alunos do 9º ano visitaram o

Museu do Chiado, com especial

destaque para a exposição, “Pri-

meiros Modernismos em Portu-

gal”.

A visita iniciou-se com uma

abordagem à arte portuguesa

do séc. XIX. Os exemplos do

naturalismo apresentados foram

diversos, com o objectivo de

despertar os alunos para as di-

ferenças entre esta geração e a

geração modernista portuguesa,

e de os levar a entender o fac-

to de os modernismos nas artes

plásticas portuguesas, iniciados

com grande esforço na primeira

década do séc. XX, mostrarem

momentos de euforia.

De facto, não existiram mui-

tas rupturas com a pintura do

séc. XIX. O que tivemos foi um

surto futurista. Desse surto são

exemplo, na primeira sala dedi-

cada ao modernismo, Cabeças

(1913), de Amadeo de Souza

Cardoso e Cabeça (1910-1912)

de Santa Rita.

A Revolta das Bonecas, de

Eduardo Viana, talvez tenha sido

a obra à qual os alunos dedica-

ram mais atenção.

Ao analisarmos esta obra,

reconhecemos formas geométri-

cas, numa via abstractizante, e

outras numa via mais figurativa.

Assim, encontramos ao centro a

representação de bonecas que

descobrimos a partir de 3 pares

de pés. Em toda a obra são uti-

lizados círculos, nomeadamente

à esquerda, em formas que nos

sugerem maçãs, e à direita, nas

copas das árvores. No canto su-

perior direito é-nos ainda possí-

vel compreender como que uma

esplanada, através dos seus

chapéus-de-sol.

Já na segunda sala, encon-

trámos trabalhos de Almada Ne-

greiros, nomeadamente estudos

para os frescos das Gares Ma-

rítimas de Alcântara e da Rocha

do Conde D’Óbidos, e alguns de-

senhos de grande expressivida-

de, como Sesta de 1939.

Numa análise mais demo-

rada seria possível encontrar

outras formas modernistas de

representar, mas o que nos mo-

veu foi propiciar o encontro dos

alunos com a arte portuguesa,

contribuindo para o seu enrique-

cimento cultural, e levando-os a

valorizar o património artístico

português.

É de referir ainda o percurso

Pessoano - Modernista, realiza-

do nos arredores do museu com

algumas turmas, tendo como lo-

cal de paragem obrigatória o café

A Brasileira do Chiado, ponto de

tertúlia e reunião de Fernando

Pessoa com alguns pintores mo-

dernistas que aqui expuseram

obras.

Professoras de Educação Visual

O ECB VISITA O MUSEU DO CHIADO

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Eleições Presidenciais

Cabeças, Amadeo de Sousa Cardoso

A revolta das bonecas, Eduardo Viana