relatÓrio de estÁgio supervisionado · figura 7 - fluxograma do processo produtivo da salsicha...

27
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CAMPUS MEDIANEIRA Silmara Favaretto RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO MEDIANEIRA-PR 2012

Upload: trannhi

Post on 09-Nov-2018

243 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

CAMPUS MEDIANEIRA

Silmara Favaretto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MEDIANEIRA-PR

2012

Silmara Favaretto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de estágio apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito parcial para a conclusão da disciplina de estágio obrigatório.

Orientador: Prof. Msc. Cidmar Ortiz dos

Santos

MEDIANEIRA-PR

2012

TERMO DE ENTREGA

Relatório de estágio curricular supervisionado realizado na Frimesa Cooperativa

Central – Unidade de Medianeira, no período de 19 de março a 28 de setembro de

2012.

___________________________________ Loeci Ana Zancan

Supervisor do Estágio – Frimesa

_____________________________

Prof. Cidmar Ortiz dos Santos

Orientador do Estágio

___________________________________

Silmara Favaretto

Estagiária

____________________________________

Prof (ª). André Luis da Silva

Responsável pela Atividade de Estágio do Curso

Medianeira

2012

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Vista aérea da Frimesa - Medianeira, PR .................................................... 8

Figura 2- Sistema Cooperativo .................................................................................... 9

Figura 3 - Unidades Fabris ........................................................................................ 10

Figura 4 - Atuação no mercado nacional ................................................................... 10

Figura 5 - As cinco dimensões da qualidade ............................................................. 12

Figura 6 - Passos sequenciais para o planejamento e controle da qualidade ........... 13

Figura 7 - Fluxograma do processo produtivo da salsicha evidenciando os pontos de

monitoramento do setor ............................................................................................ 17

Figura 8 - Fluxograma do processo produtivo do hambúrguer evidenciando os

pontos de monitoramento do setor ............................................................................ 18

Figura 9 - Fluxograma do processo produtivo do presunto evidenciando os pontos de

monitoramento do setor ............................................................................................ 19

Figura 10 - Fluxograma do processo produtivo das linguiças frescais evidenciando

os pontos de monitoramento do setor ....................................................................... 20

Figura 11 - Fluxograma do processo produtivo da mortadela evidenciando os pontos

de monitoramento do setor........................................................................................ 20

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 5

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 5

2 A EMPRESA ............................................................................................................ 6

2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA .................................................................................. 6

2.2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ................................................................................. 9

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 12

4 ATIVIDADES REALIZADAS .................................................................................. 14

4.1 PREPARO DAS MASSAS ................................................................................... 14

4.2 EMBUTIDOS INDUSTRIALIZADOS ................................................................... 14

4.3 COZIMENTO ....................................................................................................... 15

4.4 EMBALAGEM INDUSTRIALIZADOS .................................................................. 16

4.5 SALSICHA ........................................................................................................... 17

4.6 HAMBÚRGUER .................................................................................................. 18

4.7 PRESUNTARIA ................................................................................................... 18

4.8 FATIADOS .......................................................................................................... 19

4.9 INSUMOS ............................................................................................................ 19

4.10 LINGUIÇAS FRESCAIS .................................................................................... 19

4.11 MORTADELA .................................................................................................... 20

4.12 DEFUMADOS ................................................................................................... 20

4.13 BANHA E INGREDIENTES FEIJOADA ............................................................ 21

4.14 MATURADOS ................................................................................................... 22

4.15 ANÁLISE DE CLORO E PH DA ÁGUA ............................................................. 22

4.16 ANÁLISES ......................................................................................................... 22

4.16.1 Coleta de amostras para análise físico-química ............................................. 22

4.16.2 Coleta para amostras para análises microbiológicas ..................................... 22

4.17 CALIBRAÇÃO DOS TERMÔMETROS ............................................................. 23

4.18 VERIFICAÇÃO DA CALIBRAGEM DAS BALANÇAS ....................................... 23

4.19 INSPEÇÃO PESSOAL DOS COLABORADORES ............................................ 23

4.20 SWAB DE MÃOS .............................................................................................. 24

4.21 VERIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DO AMBIENTE DOS SETORES .......... 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

5

1 INTRODUÇÃO

O conceito de qualidade é conhecido há muito tempo, mas só recentemente

ela surgiu como função de gerência formal. Em seu início, era relativa e voltada para

a inspeção, hoje, suas atividades são mais amplas e reconhecidas como essenciais

para o sucesso de uma organização (VILELA, 2005).

O cenário atual das indústrias do setor de alimentos é direcionado pela

exigência de altos padrões de qualidade para aceitação dos seus produtos.

Atualmente, a qualidade constitui-se uma estratégia fundamental e indispensável

para garantir a competitividade. Portanto a qualidade passa a ter uma abordagem

muito mais ampla, envolvendo todos os níveis da empresa e do processo

(ISHIKAWA, 1989).

A necessidade de ser competitivo tanto no mercado nacional e mundial revela

o estudo de quatro conceitos (qualidade, produtividade, capacidade e inovação)

aplicáveis a qualquer segmento produtivo. Qualidade está diretamente ligado à

satisfação. Produtividade entende-se como sendo a relação entre produção e custo,

ou seja, quanto se gasta para produzir determinado produto ou serviço. Capacidade

refere-se a velocidade de produção (tempo de ciclo de um processo). E a inovação é

o diferencial competitivo (MENDONÇA et al., 2004).

A eficiente política de qualidade com afirma Conrado de Lima (2003) deve ser

entendida como conseqüência de um controle efetivo de matéria-prima, insumos e

ingredientes; do controle do processo e de pessoal; e da certificação destas etapas

pela inspeção de produto acabado.

1.1 OBJETIVO GERAL

O projeto de estágio teve como objetivo geral ampliar e consolidar os

conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante a universidade.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

6

Conhecer e contribuir para a melhoria do processo de controle de qualidade

da empresa;

Garantir que as atividades da produção ocorram conforme planejado;

Conhecer o processo produtivo;

Perceber a importância da qualidade para a organização, uma vez que

produtos de alta qualidade reduzem custos de retrabalho, refugo, devoluções

e, mais importante, gera consumidores satisfeitos;

Realizar medições e testes de controle de qualidade nos setores da fábrica;

Realizar coletas de amostras de matérias-primas e produto acabado para

análise físico-química e microbiológica;

Verificar, analisar e preencher registros de qualidade;

Garantir as Boas Práticas de Fabricação (BPF) na empresa.

2 A EMPRESA

2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA

Fundada em Francisco Beltrão, sudoeste paranaense, em 1977, a Frimesa

desde então sempre procurou oferecer o melhor a seus consumidores. Ao longo do

tempo a empresa avançou na industrialização de carne suína e leite, diversificando

cada vez mais seus itens e levando ao consumidor produtos saudáveis com

conceitos inovadores.

Com o objetivo de integrar as forças do cooperativismo e fazer com que os

produtores continuassem no campo por meio da produção e da diversificação, os

fundadores visualizaram uma oportunidade de negócio. Iniciaram suas atividades a

partir da união de seis mil agricultores de quatro cooperativas: Coasul (São João),

Comfrabel (Francisco Beltrão), Camdul (Dois Vizinhos) e Coopersabadi (Barracão),

surgindo assim a da Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste - SUDCOOP, hoje,

FRIMESA Cooperativa Central.

Os primeiros negócios aconteceram por meio da venda conjunta de feijão,

soja e milho. A produção de suínos já era uma das características da região, por

isso, junto à safra agrícola, a produção de carnes apontava para o mesmo destino: o

7

comércio com a marca dos produtores.

Enquanto o projeto de implantação de uma agroindústria começava a ser

concretizado, cooperativas da região oeste procuraram as lideranças da Sudcoop

com uma proposta de compra da massa falida do Frigorífico Medianeira S/A. Nesse

momento, uniram-se as singulares fundadoras: Coagro (Capanema), Cotrefal, hoje

Lar (Medianeira), Copagril (Marechal Cândido Rondon) a extinta Coopagro (Toledo),

Copacol (Cafelândia) e C.Vale (Palotina). A união do Sudoeste e Oeste resultou na

congregação de mais de 10 mil cooperados.

Em 23 de novembro de 1979, as cooperativas anunciaram a compra do

frigorífico. O ato resgatou o crescimento econômico da cidade de Medianeira.

Em maio de 1980, o frigorífico foi inaugurado. No primeiro ano de operação

chegou a abater até 500 suínos por dia. O alimento era vendido principalmente no

formato de cortes salgados e congelados e o mix de industrializados (nos sabores

de mortadelas, presunto, apresuntados, dois tipos de lingüiças e salames). A

Sudcoop preservou a marca Frimesa (que pertencia à massa falida) e os produtos

eram distribuídos, principalmente, nos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro.

No mesmo ano (1980), a Sudcoop buscou mais um agregado, através da

compra de duas indústrias: Laticínios Rainha, em Marechal Cândido Rondon e em

Cascavel. Entrou no segmento de leite com a familiar marca Rei do Oeste,

processando 50 mil litros por dia, transformados em leite e creme pasteurizado,

queijo prato e mussarela.

Em 1981, as cooperativas do Sudoeste e a C.Vale de Palotina se desfiliaram

do grupo. Apesar das baixas as cooperativas Cotrefal, Copagril, Copagro e Copacol

mantiveram atividade da Sudcoop. A sede foi transferida de Francisco Beltrão para

Medianeira, no oeste do Estado. No mesmo ano, mais duas unidades de leite (desta

vez os Laticínios Kambi), foram adquiridas.

Em 1986, a modernização do frigorífico aumentou a capacidade de abate para

1.200 suínos por dia. Em 1988, ano foi marcado pelo retorno da C.Vale ao grupo de

cooperativas que compõem a Central Frimesa, como também, o lançamento da

construção da Unidade Industrial de Queijos de Marechal Cândido Rondon. Após

esse importante passo rumo ao desenvolvimento, a Frimesa foi incluída na lista das

indústrias exportadoras de cortes de carne suína, enviando o primeiro contêiner, com

53 toneladas, para Hong Kong.

8

A década de 90 foi marcada pela modernização tecnológica na atividade de

leite, pela implantação de novos métodos gerenciais, como o Programa de

Qualidade Total, baseado no modelo Total Quality Management (TQM), readequando

a empresa ao ambiente competitivo. A unidade frigorífica em Medianeira foi

modernizada e ampliada novamente.

Em fevereiro de 2004, a Frimesa conquistou o certificado ISO 9001:2000,

atestando que os procedimentos de gerenciamento da sede administrativa, em

Medianeira, e da industrialização de lácteos da unidade de Marechal Cândido

Rondon (UFQ) estão de acordo com os requisitos da norma internacional.

A modernização e ampliação do frigorífico em Medianeira em dezembro de

2007 aumentou sua capacidade produtiva para industrialização de 15 mil toneladas

mês, o que totaliza industrializar 6000 suínos dia.

Localizada no oeste do Paraná, a Frimesa Unidade de Medianeira-PR, como

mostra na Figura 1, está entre as empresas que mais geram empregos na região:

são 3.500 colaboradores diretos e outras 20 mil pessoas estão ligadas

economicamente com a empresa.

Atualmente, a Frimesa Cooperativa Central produz e comercializa mais de

260 produtos com a marca Frimesa e é a maior empresa paranaense em

recebimento diário de leite, e a 9ª colocada no Brasil. Em abate de suínos, em

termos de estado e país aproximadamente 5000 suínos abatidos diariamente dão a

empresa a 2ª e 10ª colocação, respectivamente.

Figura 1- Vista aérea da Frimesa - Medianeira, PR Fonte: Empresa, 2012

9

2.2 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

A unidade concedente do estágio é uma indústria do setor de alimentos

responsável pelo abate de suínos e industrializados cárneos. Nas mais de três

décadas de existência, o seu crescimento é resultado da parceria entre empresa e

fornecedores, somado à determinação das cooperativas filiadas, como apresenta a

Figura 2.

A Frimesa é uma central de 5 cooperativas filiadas e produtores que atuam

como parceiros e fornecedores da matéria-prima de alta qualidade utilizada na

industrialização de seus produtos. O sistema cooperativista permite o esforço em

conjunto da empresa e do associado, direcionados para o bem de todos, com base

em relações igualitárias empenhadas em satisfazer objetivos comuns.

Figura 2- Sistema Cooperativo Fonte: Empresa, 2012.

O parque fabril conta com dois complexos industriais com cinco unidades em

operação distribuídas nos Estados do Paraná e Santa Catarina (uma unidade de

carnes, em Medianeira, e quatro de lácteos, nas cidades de Marechal Cândido

Rondon, Capanema, Matelândia e uma em Aurora (SC), como mostra na Figura 2.

10

Figura 3 - Unidades Fabris

Fonte: Empresa, 2012.

A marca está presente em todo o território nacional por meio dos

distribuidores e representantes comerciais nas principais capitais brasileiras (Figura

3). São cinco filiais de vendas: Medianeira, Curitiba e Apucarana (Paraná), nas

capitais de São Paulo e Rio de Janeiro e outra no interior paulista, na cidade de

Bebedouro, Itajaí (SC) e Canoas (RS).

Figura 4 - Atuação no mercado nacional Fonte: Empresa, 2012.

11

Uma das preocupações da cooperativa é desenvolver, constantemente,

novos produtos para oferecer aos consumidores produtos práticos e saudáveis e, ao

mesmo tempo, oferecer soluções em alimentação. Desde 1977 até o momento, a

Frimesa ampliou sua oferta de produtos de 140 para 369 itens.

A Frimesa conta hoje com uma eficiente política de qualidade que permite o

controle do produto desde origem até a entrega. Implantou em sua cadeia produtiva

o Programa Integrado para a Produção de Carne Suína, que está estruturado por

sete programas específicos: o bem estar, o meio ambiente, a sanidade, a produção,

a nutrição, a segurança alimentar e o abate. Ou seja, formalizando um processo

integrado e contínuo na qualidade dos seus produtos (FRIMESA, 2012).

A ênfase atual da empresa abrange a qualidade e segurança dos alimentos,

produzidos, com a implantação de metodologias específicas, como as de Boas

Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle

(APPCC).

Atualmente o Brasil participa com força no cenário mundial, exportando carne

suína e industrializados cárneos de qualidade. A suinocultura brasileira, a exemplo

de outras cadeias produtivas do agronegócio, cresceu significativamente, nos

últimos anos. Esse crescimento é notado quando se analisa os vários indicadores

econômicos e sociais, como volume de exportações, participação no mercado

mundial, número de empregos diretos e indiretos, entre outros (GONÇALVES;

PALMEIRA, 2006).

12

3 REVISÃO DE LITERATURA

Há muito tempo a humanidade busca qualidade em suas atividades. Antes

mesmo da Revolução Industrial já se praticava algum tipo de controle de inspeção.

O seu conceito mudou ao longo do século XX, no inicio da era industrial, qualidade

era conferir o trabalho realizado pelos artesãos e atualmente qualidade é regida pelo

cliente. As abordagens mais comuns são: adequação ao uso ou ao objetivo, relação

custo-benefício, confiabilidade, satisfação do cliente, conformidade com requisitos, a

necessidade de melhoria contínua, entre outras.

A qualidade é definida por Garvin (2002) a partir de cinco abordagens

principais: a transcendente, a baseada no produto, a baseada no usuário, a baseada

na produção e a baseada no valor, como apresentado na Figura 5.

Abordagem Transcendente

“Qualidade não é uma idéia ou uma coisa concreta, mais uma terceira entidade independente das duas embora não se possa definir Qualidade, sabe-se o que ela é." (Pirsig, 1974).

“Numa condição de excelência que implica em ótima qualidade, distinta de má qualidade... Qualidade é atingir ou buscar o padrão mais alto em vez de se contentar com o mal feito ou fraudulento.” (Tuchman, 1980). Abordagem Baseada no Produto Diferenças de qualidade correspondem a diferença de quantidade de algum ingrediente ou atributo desejado.” (Abbort, 1995)

“Qualidade refere-se às quantidades de atributos sem preço presentes em cada unidade do atributo com preço.” (Leffler, 1982). Abordagem Baseada no Usuário

“Qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos...” (Edwards,1968).

a)

“Na análise final de mercado, a qualidade de um produto depende de até que ponto ele se ajusta aos padrões das preferências do consumidor.” (Kuch, 1962).

b)

“Qualidade é adequação ao uso.” (Juran, 1974) Abordagem Baseada na Produção

c)

“Qualidade (quer dizer) conformidade com as exigências.” (Crosby,1979).

d)

"Qualidade é o grau em que um produto específico está de acordo com um projeto ou especificação.” (Gilmore, 1974) Abordagem Baseada no Valor

e)

“Qualidade é o grau de excelência a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo aceitável.” (Broh, 1982).

f)

“Qualidade quer dizer o melhor para certas condições do cliente. Essas condições são (a) o verdadeiro uso e (b) o preço de venda do produto.” (Feigenbaum, 1961). Figura 5 - As cinco dimensões da qualidade Fonte: Garvin (2002).

13

Entende-se por conformidade a necessidade de atender a uma especificação

clara, e também está relacionada também com o planejamento e controle do uso

dos materiais, instalações e processos. Atualmente produtos com alta qualidade são

vistos como aqueles que refletem em uma enorme vantagem competitiva para

organização, pois boa qualidade reduz custos de retrabalho, refugo, devoluções e,

mais importante, gera consumidores satisfeitos (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON,

2002).

Neste contexto as organizações buscam maneiras de alcançar a qualidade

total por meio de setores que controlam e gerenciam essa qualidade (por exemplo: o

planejamento e controle da qualidade, controle da qualidade), o qual é exercido por

todas as pessoas da empresa de forma harmônica (sistêmica) e metódica (baseada

no ciclo PDCA).

O planejamento e controle da qualidade compreende de uma série de

atividades que visam garantir que produtos e serviços estejam de fato conforme

especificações do projeto. Slack e Chambers e Johnston (2002) divide em seis

passos seqüenciais o planejamento e controle da qualidade (Figura 6):

Passos Descrição

Passo 1 Definir as características de qualidade do produto e serviço. Passo 2 Definir como medir cada característica de qualidade. Passo 3 Estabelecer padrões de qualidade para cada característica de qualidade. Passo 4 Controlar a qualidade em relação a esses padrões. Passo 5 Encontrar e corrigir causas de má qualidade. Passo 6 Continuar a fazer melhoramentos. Figura 6 - Passos sequenciais para o planejamento e controle da qualidade Fonte: Slack (2002)

O controle de qualidade implica no acompanhamento controlado dos

mecanismos, da fiscalização dos processos e do ambiente com a finalidade de

melhorar e assegurar economicamente a qualidade do produto final (SLACK et al.,

1997). Essa fiscalização engloba todos os estágios do processo de funcionamento

de uma organização, desde a concepção do projeto, passando pelo processo

produtivo até o transporte final do produto.

14

4 ATIVIDADES REALIZADAS

A empresa é constituída de vários setores, os quais são responsáveis pela

elaboração dos produtos ou por etapas do processo produtivo.

As atividades consistiram de um acompanhamento de vários fatores que

garantiam que a produção estava ocorrendo dentro dos padrões de qualidade

estabelecido, ou seja, estabelecendo conformidade ou não conformidade do

processo.

Todas as informações acompanhadas durante o estágio foram registradas em

documentos denominados Registros de Controle (RQ).

4.1 PREPARO DAS MASSAS

No preparo de massas as atividades de controle de qualidade consistem na

verificação da temperatura da matéria-prima, temperatura das massas e tempo de

cura das massas, onde esses valores devem estar dentro de uma faixa limite

determinada, com valores mínimos e máximos. Após as verificações, as

temperaturas eram anotadas no registro de qualidade.

O objetivo dessa atividade é determinar que tanto matéria-prima e massa final

para o embutimento estejam dentro das especificações. Pois temperaturas abaixo

do limite mínimo estabelecido podem interferir nas características do produto final

bem como dificultar o processo de embutimento. Já matéria-prima e massa final com

temperaturas acima do limite máximo podem propiciar o desenvolvimento

microbiano.

A atividade de verificação do tempo de cura das massas visa confirmar que o

tempo mínimo de cura foi atingido. Dado que a cura da carne é de suma

importância, pois permite a conservação da mesma por um período de tempo mais

longo, além de conferir-lhe determinadas qualidades sensoriais, como sabor e

aroma mais agradável e coloração vermelha ou rósea atraente.

4.2 EMBUTIDOS INDUSTRIALIZADOS

15

A partir da elaboração das massas que consiste de adição dos ingredientes

na quantidade correta (matéria-prima e insumos) e nas condições adequadas, essa

massa é então levada para o setor de embutimento.

O setor de embutimento é responsável pela fabricação dos seguintes

produtos: lingüiça calabresa, lingüiça cozida mista, paio, lingüiça frimesinha,

apresuntados, frilanche, salames e salaminho, salsicha, entre outros.

A atividade pertinente ao controle de qualidade neste setor consiste em

verificar o funcionamento das máquinas em detectar a presença de metais no

produto, para isso eram utilizados três corpos de prova para o teste. Ao realizar esse

teste garantia-se o funcionamento das máquinas em detectar a presença de metais

nos produtos.

O acompanhamento da temperatura do ambiente de produção foi realizada

por meio da leitura em painéis registradores de temperatura e em seguida registrada

em documentos da qualidade.

Para os apresuntados e frilanche é importante a conferência do seu peso no

instante que sai da embutideira, onde esses pesos devem estar dentro de uma faixa

limite especificada. Assim a conferência foi realizada, e os valores anotados no

Registro da Qualidade (RQ), se presenciado valores discrepantes ações corretivas

eram adotadas, por exemplo, ajuste na própria máquina.

4.3 COZIMENTO

O cozimento constitui-se de um Ponto Crítico de Controle (PCC) no

fluxograma operacional de grande parte dos produtos da empresa. Ao submeter os

produtos no processo de cozimento é possível obter ligação da massa mediante a

coagulação das proteínas, estabelecendo-se um gel cárneo e, portanto, favorecendo

o aparecimento da textura desejada (65 a 70ºC); o desenvolvimento das

características sensoriais desejadas: sabor, textura e cor no caso dos produtos

curados (presunto cozido); a inativação de enzimas cárneas que poderiam causar

alterações posteriores no produto (60 a 75ºC); a destruição das formas vegetativas

de microrganismos (72ºC) (ORDONEZ, 2005).

Os produtos cárneos podem ser sujeitos ao calor em estufas de cozimento

com ou sem injeção de fumaça ou por imersão dos produtos em tanques de água

quente. O tempo de cozimento e a temperatura ideal dependem de cada produto.

16

As temperaturas dos produtos: presuntos, apresuntados, frilanche e a

salsinha hot-dog (pasteurização) eram verificadas em tanques de cozimento e

resfriamento. A temperatura de lingüiça calabresa, lingüiça mista, lingüiça

portuguesa, salsichas, paio, frimesinha, topping, presunto, apresuntados, mortadelas

verificadas em estufas de cozimento.

O monitoramento da temperatura é feito em intervalos de tempo pelos

colaboradores. Ao atingir o tempo ideal de cozimento e temperatura realizava-se a

verificação da temperatura no centro do produto com auxílio de termômetro portátil,

cujo valor deve estar dentro de uma faixa de temperatura estabelecida.

Ao corroborar temperatura e tempo de cozimento o produto era liberado para

etapa seguinte do processo produtivo, que consiste em choque térmico, cujo

desígnio é evitar o enrugamento dos produtos, além de resfriá-los mais rapidamente,

reduzindo o tempo de espera para a etapa subseqüente da linha de produção

(embalagem primária, embalagem secundária, tingimento, descasque).

4.4 EMBALAGEM INDUSTRIALIZADOS

Na embalagem dos embutidos industrializados como os produtos antes de ser

embalados passam por cozimento, choque térmico, e espera para atingir a

temperatura ideal para embalagem, verifica-se a temperatura do produto antes de

embalar.

Neste setor produtos como a calabresa cozida defumada, lingüiça cozida

mista, paio, frimesinha, calabresa reta, entre outros embutidos recebem a

embalagem primária, onde são pesadas de acordo a faixa de tolerância, e então são

seladas a vácuo. Esse processo de selar a vácuo visa inibir a atividade microbiana e

impedir a perda ou ganho de água, consequentemente tem-se o aumento de vida de

prateleira, conservação do sabor, aroma e cor do produto.

Após passarem pela seladora a vácuo recebem a embalagem secundária,

são colocados em palette e seguem para a expedição onde são armazenados em

condições adequadas.

Como forma de garantir a qualidade do peso líquido dos produtos é realizado

sistema de medição das embalagens, faz-se inspeção do peso de 4 ou 5 amostras

aleatórias do produto, os resultados são por sua vez plotados em um gráfico

sequencial. A partir deste gráfico é possível perceber o comportamento dos pesos

17

das embalagens verificando se os pesos estão dentro da faixa de tolerância, e se há

uma sequência de algumas medições abaixo ou acima da linha central.

4.5 SALSICHA

Considerando as etapas anteriores (preparo massa, embutimento, cozimento)

já consolidadas, no setor da salsicha o processo inicia-se com a retirada da tripa

(descasque), como mostra Figura 7. As mesmas são imersas primeiramente em

solução corante, em seguida em solução ácido acético e para finalizar em água

gelada.

As salsichas seguem então para um túnel de congelamento para a devida

secagem e redução da temperatura e então são embaladas.

O controle nesta seção era realizado por meio de aferições das temperaturas

das salsichas no momento do descasque, na saída do chiller de resfriamento, na

saída do túnel do congelamento, temperatura da água do chiller, bem como

verificações do pH do corante e do ácido.

A temperatura ambiente e do túnel de congelamento eram verificadas.

Realizou-se também a inspeção dos pesos das embalagens e a conferência da data

de vencimento.

Preparo da massa

Embutimento

Cozimento

(estufa)

Descasque

Sol. corante

Sol. Àcido acético

Àgua gelada

Túnel resfriamento

Embalagem

Pasteurização

Choque

térmicoResfriamento

Armazenagem

Expedição

Figura 7 - Fluxograma do processo produtivo da salsicha evidenciando os pontos de monitoramento do setor

18

4.6 HAMBÚRGUER

Neste setor é realizado o monitoramento da temperatura de congelamento do

hambúrguer, matéria-prima e massa, pressão de moldagem, temperatura de

soldagem das embalagens, peso dos hambúrgueres, funcionamento do detector de

metais, verificação da temperatura do local de produção e túnel de congelamento e

a datação da embalagem.

O peso do hambúrguer era observado após a moldagem e antes do túnel de

congelamento com o auxilio de uma balança. A temperatura de congelamento do

hambúrguer verificado na saída do túnel, como apresenta a Figura 8.

Preparo da massa MoldagemTúnel de

congelamento

Embalagem

primária

Embalagem

secundária

Figura 8 - Fluxograma do processo produtivo do hambúrguer evidenciando os pontos de monitoramento do setor

4.7 PRESUNTARIA

Na presuntaria o processo inicia-se com a preparação da salmoura em

seguida faz-se a injeção dessa salmoura na matéria-prima. Após, o produto em

processo (carne + salmoura) é colocado em um tambler com o objetivo de agregar

mais sabor ao produto, amaciamento da carne e melhorar a penetração da

salmoura. Em seguida tem-se um tempo de cura de no mínimo 8 horas. Após atingir

esse tempo o produto é embalado por termoformagem. Por fim o presunto é

enformado e segue para a etapa seguinte (cozimento).

Para que a qualidade seja assegurada nesse processo, faz-se o

acompanhamento da % injeção do presunto, por meio de cálculos dos pesos antes e

após injeção da carne. O tempo de cura das massas do presunto, bem como a

temperatura da salmoura e da matéria-prima do presunto também foi apurado.

Verificava-se o peso das embalagens dos presuntos com o auxilio de uma

balança e se os mesmos encontravam-se devidamente embalados, juntamente com

testes de solda.

19

TamblerInjeção

salmouraCura

Embalagem

Termoformagem

Cozimento Resfriamento Desenformagem Embalagem

Figura 9 - Fluxograma do processo produtivo do presunto evidenciando os pontos de monitoramento do setor

4.8 FATIADOS

Produtos picados implicam na subdivisão da carne de tal forma que o produto

final é formado por pequenas porções de carnes ou cubos. Os embutidos constituem

a maioria dos produtos picados.

Para que os produtos fatiados possam chegar ao consumidor de forma

padronizada, algumas atividades pertinentes são realizadas como verificar a

espessura do fatiado (presunto, apresuntado, frilanche, bacon), comprimento,

largura e espessura do bacon em cubo e temperatura do embutido antes de passar

pelo processo de fatiamento.

Para assegurar a eficiência da máquina em presenciar metais no produto

final, corpos de prova eram passados no detector junto aos produtos para realização

dos testes.

4.9 INSUMOS

Ao controle de qualidade cabe a verificação se os lotes dos insumos utilizados

na elaboração dos produtos estão sendo registrados de forma coerente nos registros

de controle da empresa.

4.10 LINGUIÇAS FRESCAIS

No preparo das massas da toscana tem-se controle da temperatura da

matéria-prima, das massas antes da cura e massa após cura. Controla-se o tempo

de cura cujo valor dever ser igual ou maior que 4 horas. A utilização de embalagens

é averiguada por meio da coerência do lote da etiqueta com aquele anotado no

registro de qualidade.

20

Já no embutimento, é necessário que o calibre e o tamanho do gomo das

linguiças apresentem valores dentro da faixa de tolerância. Verificava-se também a

conformidade dos gomos se eles estão estourados ou não e inspecionava-se o

fechamento da embalagem (aperto do grampo conforme).

A temperatura ambiente foi verificada por meio do acompanhamento de

registradores de temperatura. O acompanhamento da pesagem das embalagens do

produto final também foi controlado. A Figura 10 demonstra as etapas para

fabricação das lingüiças evidenciando os pontos de controle do setor.

Preparo da massa Embutimento AmarradeiraPesagem/

Embalagem

Embalagem

grampeada

Embalagem

secundária

Túnel de

Congelamento

Embalagem

terciária Expedição

Figura 10 - Fluxograma do processo produtivo das lingüiças frescais evidenciando os pontos de monitoramento do setor

4.11 MORTADELA

No preparo das massas da mortadela tem-se controle da temperatura da

matéria-prima, e a temperatura das massas antes e após o emulsificador. No

embutimento faz-se a conferência do peso de algumas amostras aleatórias do

produto. No cozimento verifica-se a temperatura do produto, por ser ponto crítico de

controle é imprescindível que a temperatura verificada esteja dentro dos padrões

estipulados. As etapas do processo produtivo são apresentadas na Figura 11, em

evidência as etapas onde as atividades do controle eram realizadas.

Preparo da massa EmbutimentoCozimento

(estufa)Choque térmico Sala de espera Embalagem Expedição

Figura 11 - Fluxograma do processo produtivo da mortadela evidenciando os pontos de monitoramento do setor

4.12 DEFUMADOS

A defumação consiste na aplicação de fumaça aos produtos melhorando o

sabor, a cor e a conservação (MADRUGA et al., 2007).

21

Neste setor o acompanhamento da percentagem (%) de injeção de salmoura

no bacon e temperatura das matérias-primas (barriga com pele, barriga sem pele e

paleta para bacon) garante a efetividade do processo. A percentagem é calculada

por meio da pesagem de algumas amostras antes e após a injeção (Equação 1) cujo

resultado deve estar entre 10 ± 2 %. O tempo de cura do bacon também foi

acompanhado.

Equação (1)

Onde:

%= Percentagem de injeção;

PA= Peso antes da injeção;

PD= Peso depois da injeção.

4.13 BANHA E INGREDIENTES FEIJOADA

Na fabricação da banha, verificou-se a sua temperatura antes da embalagem.

Já para o kit ingredientes feijoada acompanhou-se a pesagem de amostras

aleatórias onde esses valores foram plotados em um gráfico, ou seja, Controle

Estatístico de Processo (CEP).

Na estratégia do Controle Estatístico de Processo (CEP), processos são

controlados efetuando-se medições de variáveis de interesse em pontos espaçados

no tempo e registrando os resultados em cartas de controle. Essa ferramenta tem

como objetivo detectar desvios de parâmetros representativos do processo,

reduzindo a quantidade de produtos fora de especificações e os custos de produção.

A principal vantagem dessa ferramenta é atuar no processo de forma

preventiva, corrigindo possíveis desvios de qualidade, em tempo real, no momento

em que eles estão ocorrendo, não deixando que a situação de possibilidade de

ocorrência de não conformidade perdure e acabe com uma possível reprovação do

lote final. (TOLEDO, 1987).

22

4.14 MATURADOS

Para fins de qualidade, a verificação de peso líquido da embalagem dos

produtos: salame tipo milano, salaminho e copa curada foram realizados, validação

do lote e data de validade carimbada nas embalagens e o controle da temperatura

ambiente de produção.

4.15 ANÁLISE DE CLORO E PH DA ÁGUA

O controle de cloro e pH é realizado em 21 pontos da indústria, alternando-se

4 pontos a cada duas horas.

A verificação do cloro foi realizada com o auxílio de um analisador portátil de

cloro, juntamente com a cubeta e os reagentes. A determinação consistia na adição

de dez gotas de solução N,N-dietil-p-fenilenodiamina (DPD) e de dez gotas de

solução tampão numa amostra de água. A amostra era colocada no analisador

portátil de cloro, onde era realizada a leitura.

O pH foi verificado com auxílio do pHmetro devidamente calibrado. Se os

valores de cloro e pH verificados apresentasse fora do padrão, ações corretivas

eram tomadas junto aos auxiliares do controle de qualidade.

4.16 ANÁLISES

4.16.1 Coleta de amostras para análise físico-química

As análises físico-químicas foram realizadas para a verificação da

composição dos produtos conforme os padrões estabelecidos pela legislação.

Foram utilizadas embalagens plásticas para coleta de matérias-primas, ou o próprio

produto na sua embalagem primária, identificadas externamente com uma etiqueta

contendo as informações necessárias da amostra.

4.16.2 Coleta para amostras para análises microbiológicas

23

Esta atividade era realizada para determinar o índice de contaminação

microbiológica, também podendo indicar as condições higiênicas de fabricação,

manuseio e armazenamento do produto.

Foi utilizado o próprio produto na sua embalagem primária, ou então facas,

pás coletoras e embalagens plásticas esterilizadas, para coleta de matérias-primas.

Realizava-se a coleta de modo que o manipulador não entrasse em contato

com o produto para não contaminar a amostra, não interferindo desta forma, no

resultado final da análise. As amostras eram identificadas com etiquetas.

4.17 CALIBRAÇÃO DOS TERMÔMETROS

A calibração de todos os termômetros da empresa foi realizada com o auxílio

do termômetro referência. Ambos eram submetidos a uma mistura de água e gelo na

mesma proporção. A diferença entre o termômetro normal e o de referência pode

apresentar variação de 0,1 para termômetros utilizados para cozimento e diferença

0,3 para demais situações. Caso a diferença apresentasse maior que 0,3 era

registrado no próprio termômetro para consideração nas medições e quando

possível era realizado a calibração.

4.18 VERIFICAÇÃO DA CALIBRAGEM DAS BALANÇAS

As aferições das balanças utilizadas na indústria é feita 2 vezes por turno

pelos colaboradores. O colaborador da empresa designado para esta função utiliza

um peso padrão o qual era colocado sobre cada balança para verificar se ela estava

funcionando adequadamente. Acompanhou-se esse procedimento e anotou-se em

uma planilha o peso que constava no visor de cada balança aferida. Cada balança

de acordo com a sua capacidade possuía uma variação permitida diferente.

4.19 INSPEÇÃO PESSOAL DOS COLABORADORES

Realizava-se a inspeção pessoal dos colaboradores da indústria, conferindo

se os mesmos estavam seguindo os procedimentos de BPF, com relação ao uso de

máscaras, objetos no uniforme, alimentos, protetor auricular, práticas de higiene

corporal (unha, cabelo, barba), geral (uso de luvas, etc). Caso estivessem

24

inadequados eram aplicadas advertências aos colaboradores e solicitava-se que o

funcionário se adequasse imediatamente às normas da empresa.

4.20 SWAB DE MÃOS

Conforme cronograma, realizava-se mensalmente o swab de mãos dos

colaboradores de todos os setores da indústria. A análise consistia em um esfregaço

com palitos, contendo algodão em sua ponta, sobre a superfície superior e inferior

das mãos, entre os dedos, ao redor das unhas e nas cutículas, com o objetivo de

avaliar se as boas práticas de fabricação eram seguidas, uma vez que a má

higienização das mãos pode ser considerada foco inicial de contaminação

microbiana. A amostra era identificada com o nome do colaborador e encaminhada

ao laboratório.

4.21 VERIFICAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DO AMBIENTE DOS SETORES

Este procedimento era efetuado uma vez por mês em todos os setores da

indústria. Eram deixadas abertas por quinze minutos em cada ponto de coleta as

placas de Petri contendo ágar, as quais eram depois enviadas ao laboratório para

que se procedessem com a análise. As placas de Petri, depois de analisados,

possibilitavam a detecção do grau de contaminação, avaliando a higienização do

local.

25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O período de estágio permitiu muitos aprendizados, tanto em relação aos

conceitos de Qualidade quanto ao funcionamento de uma empresa nacional de

grande porte.

O aprendizado em Controle de Qualidade foi alcançado por meio de

treinamentos, e mais ainda na prática. O estágio foi primordial para permitir contato

direto com a rotina de trabalho de várias áreas dentro da organização. E também

para a percepção que essas áreas precisam estar bem engajadas para que as

informações possam ser repassadas entre os diversos níveis hierárquicos da

empresa, e dessa forma fazer fluir o processo produtivo.

O contato com técnicas e algumas ferramentas estudadas durante o período

de graduação foram observadas no dia a dia da fábrica, sendo de suma importância

essa conexão entre a prática e a teoria. O aprendizado deveu-se em grande parte

também pelo contato com profissionais experientes, bem como a importância de se

trabalhar em equipe para então gerar resultados.

26

REFERÊNCIAS

CONRADO DE LIMA, A. Qualidade na Produção de Sementes através do Sistema Integrado de Gestão. Matéria Técnica. Anuário ABRASEM, 2003. p. 112-124. GARVIN, D. A. Gerenciando a qualidade A visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. GONÇALVES, G.; PALMEIRA, E. M. "Suinocultura Brasileira". en Observatorio de la Economía Latinoamericana, Número 71, 2006. Disponível em: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/06/rgg.htm. Último acesso em: 12 de maio de 2012. ISHIKAWA, Kaoru. Controle da qualidade total à maneira japonesa. Rio de Janeiro: Campus, 1989. MADRUGA, M.S.; SOUSA, W.H. de; MENDES, E.M. de S.; BRITO, E.A. de. Carnes caprina e ovina: Processamento e fabricação de produtos derivados. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.1., n.2, p.61-67, dez. 2007.

MENDONÇA, M. M. F.; SÃO JOSÉ, E. B.; COSTA, S. R. R. Estudo da gestão da qualidade aplicada na produção de alimentos. XXIV Encontro Nac. de Eng. de Produção - Florianópolis, SC, Brasil, 03 a 05 de nov de 2004. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0201_1977.pdf. Ultimo acesso em: 12 de maio de 2012.

ORDONEZ, P. J. A. Tecnologia de Alimentos. Porto Alegre: Editora Artmed, 2005. PALADINI, Edson P. Controle de Qualidade: uma abordagem abrangente. São Paulo: Atlas, 1990. SLACK, N. et.al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1997. SLACK, N. et.al. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. TOLEDO, J.C. Qualidade industrial: concertos, sistemas e estratégias. São Paulo: Atlas; 1987. p.124. VILELA, Wilson Farias. Dicionário de Negócios. 2ed. Rio de Janeiro, 1995. 289p.