relatório cultura de células
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Relatório de Biologia e BioquimicaTRANSCRIPT
CULTURAS CELULARES BIOLOGIA E BIOQUÍMICA
24 DE ABRIL DE 2015
TRABALHO REALIZADO POR:
CÁTIA FERREIRA, Nº 9130336
FILIPA SILVA, Nº 9130338
HELENA ALVES, Nº 9130341
Biologia e Bioquímica
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Conteúdo 1 – Introdução ............................................................................................................................... 2
2 – Materiais Utilizados ................................................................................................................. 4
3 – Procedimento Experimental .................................................................................................... 5
4 – Procedimento Prático .............................................................................................................. 7
5 – Tratamento de Dados .............................................................................................................. 8
6 – Conclusão .............................................................................................................................. 10
7 – Bibliografia ............................................................................................................................. 11
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1 – Introdução No âmbito da unidade curricular de Biologia e Bioquímica foi-nos proposto a elaboração
de um trabalho experimental, cujo tema é “Culturas Celulares”.
As células vegetais e animais podem prolongar o seu crescimento in vitro, quando
isoladas de tecidos vivos, se os nutrientes e todos os outros fatores necessários à sua
sobrevivência, crescimento e proliferação forem corretamente fornecidos. Quando este
processo é realizado em laboratório, em condições controlada de temperatura, humidade,
oxigénio e dióxido de carbono, este é denominado por cultura celular.
A cultura de células permite que as mesmas funcionem como unidades independentes,
estas são capazes de crescer e se dividir normalmente, de forma similar a quando estão a crescer
in vivo, isto se os nutrientes necessários forem fornecidos ao meio de cultura e possuem
crescimento ilimitado até que um dos suplementos essenciais se esgote.
O meio de cultura é um líquido onde as células crescem e multiplicam-se, possuindo na
sua composição sais inorgânicos, aminoácidos essenciais e não essenciais, vitaminas,
antibióticos, uma fonte de energia, como a glicose, e um indicador de pH.
Dependendo do tecido de origem, numa cultura celular, as células podem crescer tanto
suspensas no meio de cultura, quando aderem formando monocamadas no fundo da garrafa
em que são cultivadas. As células em suspensão derivam de linhagens que originalmente não
necessitam de adesão ao substrato para proliferação. As células aderidas necessitam de ligar-se
ao substrato para se dividir e crescer, sendo esta ligação essencial porque as células perdem a
ancoragem ao substrato, elas param de proliferar e morrem.
As culturas celulares podem ser de três tipos:
Primárias, são produzidas a partir de células retiradas de um tecido por processos de
desagregação por métodos mecânicos, enzimáticos ou químicos. As culturas primárias
são portanto formadas a partir células que sobrevivem aos processos de desagregação,
aderem-se ao substrato da garrafa de cultura, ou mantêm-se em suspensão, e
proliferam. As células primárias possuem morfologia idêntica ao do tecido das quais se
originam. A cultura primária permite pouco número de divisões celulares, após as quais
entram em estado de senescência e morrem;
Finitas, são formadas após a primeira passagem de uma cultura primária. Estas culturas
irão proliferar por um número finito de divisões celulares, após as quais irão morrer. O
potencial proliferativo de algumas culturas finitas pode ser prolongado através da
introdução de genes virais transformantes.
Contínuas, este tipo de culturas irão fatalmente morrer ou eventualmente adquirir uma
mutação estável capaz de produzir uma cultura contínua. Esta mutação sofrida pelas
células é conhecida como transformação ou imortalização.
Existe um grande número de aplicação para células animais ou vegetais cultivadas, de entre
eles:
Estudos fisiológicos e bioquímicos de células normais ou tumorais;
Estudos dos efeitos de compostos químicos ou drogas variadas sobre tipos específicos
de célula;
Estudos para a geração de tecidos artificiais;
Síntese de produtos biológicos a partir de culturas celulares em larga escala;
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Produção de proteínas recombinantes glicosídeas, as quais não podem ser produzidas
por bactérias, uma vez que estas não possuem metabolismo necessário.
Para que haja uma manutenção do equilíbrio do meio celular é necessário colocar as linhas
celulares numa incubadora a uma temperatura de 37ºC e uma atmosfera de 5% de CO2. Os
meios celulares de cultura são o que mais varia entre as linhas celulares. O que pode variar é o
pH, os fatores de crescimento, concentração de glicose e a presença ou ausência de outros
nutrientes.
O fator de crescimento mais utilizado para a suplementação dos meios de cultura é o Soro
Fetal Bovino (FBS). Para além disso, é necessário adicionar um antibiótico e um fungicida.
Uma cultura de células necessita de estar livre de contaminações. A taxa de multiplicação
de células animais é relativamente baixa, comparada com células bacterianas. Enquanto as
bactérias podem-se duplicar a cada 30 minutos, as células animais requerem 18 a 24 horas. Isto
torna as culturas de células animais mais vulneráveis à contaminação uma vez que um pequeno
número de bactérias introduzido na garrafa de cultura pode crescer rapidamente em uma
população de células normal. Para evitar a introdução de microrganismos na cultura, vários
cuidados básicos de manipulação e prevenção devem ser tomados. Todo o trabalho da cultura
de células deve ser realizado em um fluxo laminar inspecionado e em bom estado de
funcionamento. Antes do procedimento, a luz ultravioleta que fica dentro do fluxo laminar deve
ser ligada e mantida por, no mínimo, 30 minutos e de preferência, com os materiais a serem
expostos a ela. Todo o material utilizado deve ser desinfetado com agentes próprios. Todos os
equipamentos e materiais utilizados na cultura celular devem ser esterilizados. É obrigatório o
uso de luvas e a cada vez que são retiradas as mãos do espaço interno do fluxo, devem lavar-se
com álcool de 70%. O uso de fogo dentro do fluxo também pode minimizar a ocorrência de
contaminação. Utilizando estes cuidados fundamentais, é possível evitar a contaminação do
meio de cultura com microrganismos nocivos.
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2 – Materiais Utilizados Equipamentos
Câmara de fluxo de ar laminar
Incubadora CO2 a 37ºC
Centrifugadora
Microscópio de contraste de fase/invertido
Pipetador automático
Micropipetas ou pipetas automáticas
Contador automático ou Camara de Newbauer
Banho-maria
Reagentes
Meio de cultura (500mL)
Glutamina
FBS
Antibióticos (Penstrep)
Fungicidas – Fungizona (1%)
Álcool 70%
PBS (tampão fosfato)
RKO
Tripsina
Azul Tripano
Consumíveis
Frascos de cultura (27 cm2/75cm2)
Tubos de falcon (15mL e 50mL)
Pipetas graduadas de plástico e degradáveis
Pipetas Pasteur descartáveis
Eppendorfeis
Criotubos de DNSO
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3 – Procedimento Experimental A – Inicio da Cultura
1- Retirar o meio de cultura do frigorífico e colocá-lo na estufa/banho a 37º cerca de 40 minutos antes de iniciar a cultura.
2- Marcar um tubo Falcon de 15 mL com a sigla da linha celular.
3- Colocar 4 mL de meio de cultura no Falcon.
4- Retirar a alíquota da linha celular da arca a -80ºC.
5- Com uma pipeta de Pasteur adicionar meio de cultura ao criotubo com a alíquota congelada, homogeneizar e passar para o Falcon.
6- Repetir o passo anterior as vezes necessárias para que o criotubo fique vazio (este passo deve ser feito o mais rapidamente possível dado que o DMSO é tóxico acima de 4ºC).
7- Centrifugar a 1200 rpm durante 5 minutos.
8- Marcar 1 frasco de cultura de 25 mL com nome da linha, meio de cultura utilizado, data e o nome do grupo e colocar 4 mL de meio no frasco de cultura.
9- Após centrifugação rejeitar o sobrenadante.
10- Colocar 1 mL de meio de cultura no Falcon para ressuspender o pellet (deixar o meio escorrer pelas paredes).
11- Colocar o meio com as células no frasco de cultura.
12- Espalhar o meio homogeneamente pelo fundo da caixa.
13- Colocar o frasco de cultura na estufa a 37ºC com 5% de CO2.
B – Mudar o Meio de Cultura
1 - Retirar o meio de cultura do frigorífico e colocá-lo na estufa a 37º cerca de 40 minutos antes de iniciar o procedimento.
Se as células ainda estiverem em suspensão: Se as células estiverem aderentes:
1- Marcar um tubo Falcon de 15 mL com a sigla da linha celular.
1- Inclinar o frasco de cultura para que o meio se concentre num dos cantos inferiores
da caixa.
2- Inclinar o frasco de cultura para que o meio se concentre num dos cantos inferiores
da caixa.
2- Com uma pipeta de Pasteur recolher o meio de cultura e rejeitar no lixo.
3- Com uma pipeta de Pasteur recolher o meio de cultura e colocá-lo no Falcon.
3- Colocar novo meio no frasco de cultura.
4- Centrifugar a 1200 rpm durante 5 minutos.
4- Espalhar o meio homogeneamente pelo fundo do frasco.
5- Colocar 4 a 6 mL de meio num novo frasco de cultura.
5- Colocar o frasco de cultura na estufa a 37ºC com 5% de CO2.
6- Após centrifugação, rejeitar o sobrenadante e ressuspender o pellet em
1mL de meio de cultura.
7- Colocar o meio com as células no frasco de cultura previamente identificado.
8- Espalhar o meio homogeneamente pelo fundo da caixa.
9- Colocar a caixa de cultura na estufa a 37ºC com 5% de CO2.
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C – Dividir a Cultura
1- Retirar o meio de cultura e a tripsina do frigorífico e colocá-los na estufa a 37º cerca de 40 minutos antes de iniciar o procedimento.
2- Retirar o meio do frasco de cultura e rejeitá-lo no lixo.
3- Colocar 2 mL de tripsina no frasco de cultura e colocá-lo na estufa durante 5-6 minutos, até as células se soltarem todas do fundo do frasco. Verificar ao microscópio.
4- Marcar um tubo Falcon de 15 mL com as indicações referentes à linha celular.
5- Colocar 4 mL de meio de cultura no frasco de cultura para neutralizar a tripsina e ir passando as células para o Falcon (até o frasco ficar completamente vazio e limpo de
células).
6- Centrifugar 5 minutos a 1200 rpm.
7- Colocar 4 mL de meio no frasco de cultura.
8- Rejeitar o sobrenadante após centrifugação.
9- Colocar 1 mL de meio de cultura no Falcon para ressuspender o pellet (deixar o meio escorrer pelas paredes).
10- Colocar o meio com as células no frasco de cultura.
11- Espalhar o meio homogeneamente pelo fundo da caixa.
12- Colocar o frasco de cultura na estufa a 37ºC com 5% de CO2.
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4 – Procedimento Prático 1- Retirar o meio de cultura e a tripsina do frigorífico e colocá-los na estufa a 37º cerca de 40
minutos antes de iniciar o procedimento.
2- Retirar o meio do frasco de cultura e rejeitá-lo no lixo.
3- Colocar 2 ml de tripsina no frasco de cultura e colocá-lo na estufa durante 5-6 minutos, até as células se soltarem todas do fundo do frasco. Verificar ao microscópio.
4- Marcar um tubo Falcon de 15 ml com as indicações referentes à linha celular.
5- Colocar 4 ml de meio de cultura no frasco de cultura para neutralizar a tripsina e ir passando as células para o Falcon (até o frasco ficar completamente vazio e limpo de
células).
6- Centrifugar 5 minutos a 1200 rpm.
7- Rejeitar o sobrenadante após centrifugação e ressuspender o pellet em 4 ml de meio de cultura.
8- Num eppendorf preparar a solução de Azul tripano e células. Efetuar uma diluição das células de 1/5 num volume final de 250 µL. O Azul tripano deve estar a ½ no volume final.
a. 50 µL de células b. 125 µL de Azul tripano
c. 75 µL de meio de cultura
9- Prepare a câmara de Neubauer: humedeça os lados esmerilados com a solução que vai fixar a lamela, e coloque a lamela.
10- Toque com a pipeta que contêm a suspensão de células num dos lados da câmara, junto à lamela. Deixe sair a quantidade estritamente necessária para preencher por difusão o
espaço de contagem, mas não deixe sair solução em excesso para não inutilizar a contagem.
11- Deixe repousar a câmara no mínimo durante 3 minutos.
12- Conte as células usando o microscópio.
13- Calcule a concentração de células na suspensão fornecida (número de células contadas por unidade de volume, ml ou mm3 células que corarem de azul estarão mortas.
14- Apresente os cálculos efetuados. Se necessitou de efetuar diluições não se esqueça de entrar com o seu valor nos cálculos.
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5 – Tratamento de Dados
Ao efetuar a contagem das células consideramos que contam as células que se
encontram no interior do quadrado mais pequeno e nos limites superior e lateral esquerdo.
Nº de células Quadrado 1 Quadrado 2 Quadrado 3 Quadrado 4 Quadrado 5
Contagem 1 8 15 9 7 8
Contagem 2 7 14 9 17 16
Total de células 110
Média de Células Total 11
Volume de cada Quadrado 4x10-6 ml
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𝑛º 𝑑𝑒 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠
Á𝑟𝑒𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 (𝑚𝑚2) × 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚𝑚)× 𝑑𝑖𝑙𝑢𝑖çã𝑜 =
𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎𝑠
𝑚𝑚3<=>
11
4 × 10−6× 2
= 5.5 × 106 𝑐𝑒𝑙/𝑚𝑙
Cálculo do Volume Inicial
𝑐𝑖 × 𝑣𝑖 = 𝑐𝑓 × 𝑣𝑓 <=> 11.3 × 106 × 𝑣𝑖 = 1 × 106 × 4 <=> 𝑣𝑖
= 0.35398 𝑚𝑙 = 35 𝜇𝑙
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6 – Conclusão A atividade experimental realizada teve como objetivos a execução de culturas
celulares, a sua posterior manipulação, e a quantificação celular e deliberar a viabilidade celular.
A viabilidade celular delimita a quantidade de células que se encontram vivas ou mortas
numa amostra total de células. É uma medida direta com o número de células saudáveis de uma
amostra.
O Azul Tripano é um corante vital, cuja reatividade é baseada no facto de este ser
carregado negativamente e não interagir com a célula, a menos que a membrana esteja
danificada. Em suma, todas as células que excluem o corante são viáveis.
Ao longo da atividade podemos concluir que as células observadas ao microscópio
encontravam-se num número razoável sendo que poucas estavam coradas com o Azul Tripano.
No processo de contagem de células só foram contabilizadas as células que não estavam
coradas com o corante utilizado porque as que estavam coradas eram mortas, logo não eram
viáveis.
Em suma, podemos concluir que a nossa atividade foi bem-sucedida pois o número de
células mortas era reduzido e as células estavam a crescer de forma saudável.
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7 – Bibliografia Manual de protocolos práticos de apoio às aulas da componente Biologia.
Martins, M. R. 2013.