relatório agrupamento de escolas de padrão da légua m · esta atividade consignada como sua...
TRANSCRIPT
Relatório
Agrupamento de Escolas
de Padrão da Légua
MATOSINHOS
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Norte
2014 2015
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
1
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB ES
Escola Básica e Secundária de Padrão da Légua, Matosinhos • • •
Escola Básica de Gondivai, Leça do Balio, Matosinhos • •
Escola Básica do Araújo, Leça do Balio, Matosinhos • •
Escola Básica do Padrão da Légua, Matosinhos • •
Escola Básica de Amieira, Senhora da Hora, Matosinhos • •
Escola Básica de Leça do Balio, Matosinhos • •
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
2
1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas de
Padrão da Légua – Matosinhos, realizada pela
equipa de avaliação, na sequência da visita
efetuada entre 12 e 15 de janeiro de 2015. As
conclusões decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, em especial da
sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento, a escola básica com 2.º e
3.º ciclos de Leça do Balio e as escolas básicas com 1.º ciclo e jardim de infância do Padrão da Légua, de
Gondivai e do Araújo.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento e o contraditório apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2014-2015 estão disponíveis na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
3
2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua, constituído pela Escola Básica e Secundária de Padrão
da Légua (escola-sede), uma escola básica com 2.º e 3.º ciclos e quatro escolas básicas com educação pré-
escolar e 1.º ciclo, situa-se no concelho de Matosinhos, distrito do Porto, e foi criado em junho de 2012. A
escola-sede começou a ser intervencionada no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar,
mas as obras estão paradas desde abril de 2013. Foi avaliado em 2008, no âmbito do primeiro ciclo da
avaliação externa das escolas.
Em 2014-2015, a população escolar é constituída por 2300 crianças e alunos: 206 (nove grupos) da
educação pré-escolar; 718 (31 turmas) do 1.º ciclo; 317 (14 turmas) do 2.º ciclo; 539 (21 turmas) do 3.º
ciclo; 91 (cinco turmas) dos cursos profissionais 367 (15 turmas) dos cursos científico-humanísticos e 62
(três turmas) dos cursos vocacionais.
Dos alunos matriculados, 48 não têm a nacionalidade portuguesa, 77,4% têm computador com ligação à
internet em casa e 65% não beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da ação social escolar.
A educação e o ensino são assegurados por 201 docentes, dos quais, 84,6% pertencem aos quadros. A sua
experiência profissional é significativa, pois 92% lecionam há 10 ou mais anos. O pessoal não docente é
constituído por 87 elementos, dos quais 58,6% têm 10 ou mais anos de serviço.
No que respeita à formação académica, 10% dos pais dos alunos do ensino básico têm uma formação
superior e 24% secundária, enquanto 9% dos pais dos alunos do ensino secundário possuem uma
formação superior e 17% secundária. Quanto à ocupação profissional, 14,5% dos pais dos alunos do
ensino básico e 17,1% dos pais dos alunos do ensino secundário exercem atividades profissionais de
nível intermédio ou superior.
Em 2012-2013, de acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas
da Educação e Ciência, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento, quando comparados com
outras escolas/agrupamentos públicas do país, situam-se acima da mediana, nomeadamente a
percentagem de alunos dos 4.º, 9.º e 12.º anos sem auxílios económicos no âmbito da ação social escolar,
a percentagem de raparigas nos 6.º e 9.º anos, a percentagem de docentes de quadro (exceto no 1.º ciclo)
e a média do número de anos de habilitações dos pais e das mães. Estes indicadores permitem-nos
considerar que este Agrupamento apresenta variáveis de contexto bastante favoráveis, embora não seja
dos mais favorecidos.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Na educação pré-escolar, o registo global e individualizado das aprendizagens das crianças, nas
diferentes áreas de conteúdo, é elaborado periodicamente, com base numa matriz comum, fornecendo
informação descritiva aos encarregados de educação sobre o progresso das crianças. O departamento
deste nível de educação não analisa os resultados obtidos, nem delineia estratégias concertadas, ficando
a reflexão apenas a cargo de cada educadora.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
4
No ano letivo 2012-2013, tendo como referência os agrupamentos/escolas com valores análogos nas
variáveis de contexto, constata-se que as percentagens de classificações positivas nas provas finais de
Português do 4.º ano situam-se acima dos valores esperados, enquanto a taxa de conclusão do 4.º ano e
as percentagens de classificações positivas a Matemática do 6.º ano situam-se em linha com os valores
esperados. Por sua vez, as percentagens de classificações positivas a Matemática dos 4.º e 9.º anos, as
percentagens de classificações positivas a Português dos 6.º e 9.º anos e as taxas de conclusão dos 6.º e
9.º anos encontram-se aquém dos valores esperados. No ensino secundário, as médias das classificações
dos exames nacionais de Português e História A estão acima dos valores esperados. Ao invés, a taxa de
conclusão do 12.º ano e a média das classificações de Matemática, nos exames nacionais do ensino
secundário, situam-se aquém desse indicador.
Ao longo do triénio 2010-2011 a 2012-2013 os resultados apresentam uma tendência de agravamento na
maioria dos indicadores para o ensino básico e em Matemática, nos exames do ensino secundário. Pelo
contrário, os resultados na avaliação externa de Português, no 1.º ciclo e no ensino secundário, revelam
tendência de melhoria.
A comparação dos resultados internos e externos com os das escolas públicas do país revela que, em
2012-2013, excetuando as percentagens de classificações positivas nas provas finais de Português do 4.º
ano, de Matemática do 6.º ano e a média das classificações dos exames nacionais de Português, no
ensino secundário, que se situam acima da mediana, nos restantes indicadores de resultados, o
Agrupamento evidencia valores situados na sua maioria aquém da mediana.
Conclui-se assim que, não obstante o Agrupamento apresentar variáveis de contexto bastante
favoráveis, sem ser dos mais favorecidos, os resultados académicos, em 2012-2013, se situam,
maioritariamente, aquém dos valores esperados para as escolas/agrupamentos de contexto análogo e
aquém da mediana para as escolas públicas do país. Estes indicadores mostram que existe um caminho
de melhoria e sustentabilidade que o Agrupamento tem de percorrer, desde logo na identificação dos
fatores internos explicativos do insucesso e na implementação de medidas e estratégias educativas
ajustadas.
No que concerne aos resultados dos cursos profissionais, estes apresentam taxas de conclusão no ciclo de
formação de 2011-2012 a 2013-2014, de 55%, 76,2% e 93,3%, respetivamente, nos cursos de técnico de
Comunicação-Marketing, Relações Públicas e Publicidade, técnico de Apoio à Gestão Desportiva e
técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e uma taxa de empregabilidade média de
70,7%.
Apesar do Agrupamento referir que monitoriza os dados relativos ao abandono ou desistência, apenas a
taxa de abandono do ensino secundário é calculada, tendo-se concluído que houve uma diminuição no
11.º ano e um aumento no 12.º ano (que se situa nos 6%), no ano letivo de 2013-2014.
RESULTADOS SOCIAIS
As crianças e os alunos são incentivados a assumirem pequenas tarefas relacionadas com o
funcionamento dos respetivos grupos/turmas, articulando o exercício dessas funções com os docentes
respetivos.
A Educação para a Cidadania, nos 1.º e 2.º ciclos, e A Educação para a Cidadania Ativa, no 3.º ciclo,
promovem a educação cívica nos domínios da educação financeira, rodoviária, intercultural, dos direitos
humanos e da saúde e sexualidade.
A função de delegado de turma assume especial relevância no desenvolvimento de uma cidadania
participativa, revestindo-se a sua eleição de especial importância. Com regularidade, são realizadas
assembleias de delegados, fomentando-se, deste modo, a reflexão crítica, a discussão entre pares e a
apresentação de sugestões de melhoria.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
5
A Associação de Estudantes coopera com o Clube Europeu no apadrinhamento de turmas e nos debates
subordinados a temas da atualidade. O plano de atividades que dinamiza, pouco interventivo no
quotidiano educativo, limita-se à organização de torneios desportivos, de festas comemorativas e do
baile de finalistas. O estímulo à iniciativa e à intervenção autónoma dos alunos com vista ao fomento de
uma responsabilização partilhada nas decisões em que são os principais interessados configura uma
área de melhoria.
As regras de boa conduta são do conhecimento de todos, continuando, no entanto, a existir alunos
reincidentes em comportamentos disruptivos. O Gabinete de Inclusão do Aluno acolhe os que foram alvo
de ordem de saída da sala de aula, funcionando com procedimentos bem determinados, que passam pelo
diretor de turma, encarregado de educação e direção. A análise das ocorrências tem levado à tomada de
medidas preventivas (como a obrigação de todos os alunos da colocação do telemóvel numa caixa, no
início de cada aula), o que tem contribuído para a diminuição de processos disciplinares e respetivas
medidas corretivas e sancionatórias. Com os mesmos objetivos, funciona nas escolas com 1.º ciclo o
Espaço de Mediação Comportamental.
A solidariedade é o móbil para as campanhas de angariação de bens alimentares e vestuário, destinadas
a famílias carenciadas, com grande participação da comunidade educativa. As ações dinamizadas pelo
Clube de Voluntariado respondem, igualmente, ao apelo solidário.
A monitorização do percurso dos alunos, após conclusão da escolaridade, apenas se encontra
sistematizada no prosseguimento de estudos no ensino superior público.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
A análise dos dados obtidos através dos questionários de satisfação aplicados no âmbito desta avaliação
externa revela que os aspetos que merecem menor concordância são as instalações, as condições de
habitabilidade e de conforto ambiental e os espaços exteriores da escola-sede, bem como a segurança de
todos que a frequentam. O serviço de refeitório, a fraca utilização de computador em sala de aula e a
periodicidade da participação em clubes, projetos e visitas de estudo são os aspetos menos positivos
relevados pelos alunos. A qualidade e a exigência do ensino ministrados e a disponibilidade da direção e
dos diretores de turma, bem como o conhecimento dos critérios de avaliação e das regras de
comportamento são, globalmente, apreciados pelos elementos da comunidade educativa.
Por forma a valorar os sucessos dos alunos, o Agrupamento organiza quadros de mérito, atendendo às
valências de mérito académico, cívico, desportivo e cultural, bem como de desempenho na formação em
contexto de trabalho, de acordo com o estipulado no regulamento interno. Os respetivos diplomas são
entregues em cerimónia aberta à comunidade, reconhecendo os resultados académicos e sociais
alcançados pelos alunos a nível concelhio, regional, nacional e internacional.
O Agrupamento divulga as melhores produções dos alunos, resultantes de concursos e participações
nacionais e internacionais (nomeadamente das várias valências do Clube Europeu), e os prémios
alcançados no âmbito do desporto escolar, na página eletrónica do Agrupamento. O projeto Comunicar
publica a melhor produção literária, de todos os níveis de educação e ensino, na revista Ler mais e
escrever melhor.
Os produtos dos clubes de arte, expressão livre, música, multimédia, saúde alimentar e ecologia, as
mostras dos cursos profissionais e das áreas de expressão artística são difundidos em dias
comemorativos e nas festas de encerramento de final de período.
O Agrupamento envolve-se, de forma articulada, nas políticas locais de dinamização cultural e de
educação ambiental e para a saúde, respondendo às solicitações da Câmara Municipal de Matosinhos e
contribuindo para o desenvolvimento da comunidade envolvente.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
6
A ação do Agrupamento tem produzido um impacto aquém com os valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de
aperfeiçoamento ainda são pouco consistentes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação
de SUFICIENTE no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
A articulação vertical e horizontal do currículo é um eixo importante do projeto educativo e constitui o
tema central da reflexão do conselho pedagógico para o ano em curso. As práticas de articulação
curricular dentro dos ciclos de escolaridade são promovidas pelos departamentos curriculares, sendo a
reflexão sobre os resultados da avaliação interna e externa o ponto de partida para a realização dessa
articulação e para a planificação de áreas de trabalho a desenvolver.
A interdisciplinaridade é facilitada pela afinidade entre as áreas de saber que integram cada
departamento e pela existência de uma drive de trabalho, contendo o planeamento de cada uma destas
estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica.
O plano de atividades, a oferta formativa e a planificação das diversas línguas estrangeiras, em
concordância com o quadro europeu de ensino das línguas estrangeiras e com o princípio da
significância para quem aprende, concorrem para a contextualização do currículo e para abertura ao
meio.
Nas transições de ano e de ciclo (em todos os níveis de educação/ensino) são prestadas informações
relevantes sobre as aprendizagens e os conhecimentos adquiridos, bem como sobre as caraterísticas dos
alunos, que são fundamentais para a elaboração dos planos de trabalho dos grupos/turmas. Estes
patenteiam uma sistemática e recorrente informação sobre as avaliações dos percursos escolares das
crianças e dos alunos e das experiências de aprendizagem que lhes são propostas.
A coerência entre o ensino e a avaliação é garantida através da articulação entre as diferentes
modalidades de avaliação e da definição de critérios gerais e específicos de avaliação, que são divulgados
aos alunos e encarregados de educação, no início do ano letivo.
O trabalho partilhado entre docentes é uma prática sistemática, mais visível na elaboração das
planificações, na realização de atividades conjuntas, envolvendo, por vezes, os diferentes níveis de
educação e ensino, na organização e definição de medidas de promoção do sucesso escolar, na produção
de materiais e instrumentos de avaliação e na reflexão sobre as práticas científico-pedagógicas.
PRÁTICAS DE ENSINO
As atividades educativas planeadas estão de acordo com as capacidades dos alunos e vão sendo
diferenciadas para atender à diversidade constatada em sala de aula. Ocasionalmente, os professores
recorrem a práticas de aprendizagem colaborativa entre os alunos.
O Agrupamento gere adequadamente os recursos humanos e materiais disponíveis para atender às
crianças e aos alunos com necessidades educativas especiais.
Beneficia da implementação de dois projetos de deteção precoce das dificuldades de aprendizagem da
leitura e da numeracia, na educação pré-escolar e nos 1.º e 2.º anos do 1.º ciclo (A ler vamos e Matiga),
cujo desenvolvimento é da iniciativa da autarquia, e aos quais aderiu pela mais-valia dos mesmos,
podendo afetar recursos específicos próprios na superação das dificuldades detetadas.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
7
O Agrupamento fomenta respostas educativas promotoras do desenvolvimento pessoal e social das
crianças e dos alunos com necessidades educativas especiais e com dificuldades de aprendizagem e que
se repercutem positivamente no seu percurso educativo e formativo. Quanto a medidas de promoção do
sucesso escolar para os alunos com dificuldades de aprendizagem, para além do apoio educativo, o
Agrupamento disponibiliza Oficinas de Estudo, Sala de Estudo Autónomo, Apoio em Contexto Especial e
constitui grupos de homogeneidade relativa, em circunstâncias especiais. Alguma desta oferta não tem
tido a adesão mais adequada dos alunos, o que mostra necessidade de repensar a organização destas
medidas.
Acresce que, para os alunos do ensino secundário, são disponibilizadas sessões de Apoio em Contexto
Especial, com a finalidade de os preparar para os exames nacionais.
A realização de atividades experimentais acontece nas disciplinas com este carácter e que têm uma
componente avaliativa específica para esse fim, nomeadamente no ensino secundário. As metodologias
ativas e a curiosidade científica são promovidas na educação pré-escolar, mas são menos evidentes nos
restantes ciclos da educação básica. Também o trabalho de projeto é uma realidade nas disciplinas
específicas do curso de Artes, mas não está presente na generalidade dos outros cursos e departamentos.
As atividades de enriquecimento curricular não são muito relevantes, se excetuarmos o caso do Clube
Europeu. Considerando a dimensão das duas escolas mais frequentadas, verifica-se que existe maior
dinamização destas iniciativas na Escola de Leça do Balio do que na Escola de Padrão da Légua. No
entanto, os constrangimentos do espaço em obras na escola-sede e a recente inclusão das diferentes
escolas num só Agrupamento condicionam essa menor oferta. Apreciação semelhante é feita
relativamente à utilização das tecnologias de informação e comunicação.
A prática letiva é monitorizada através do controlo do trabalho no âmbito dos departamentos
curriculares, de que são exemplo as jornadas pedagógicas de reflexão sobre os resultados e de
planificação do trabalho a desenvolver, e das coadjuvações na disciplina de Matemática e nas turmas de
1.º ciclo. Contudo, o acompanhamento da prática letiva em sala de aula, enquanto dispositivo de
melhoria e desenvolvimento profissional, ainda não constitui um procedimento utilizado com caráter
regular.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Incluídas nas suas práticas de planificação, o Agrupamento promove a discussão das modalidades e dos
critérios de avaliação e respetiva ponderação em sede de conselho pedagógico e de departamento, que
posteriormente divulga à comunidade educativa, particularmente aos alunos e encarregados de
educação, através da sua página na internet. Além disso, os professores elaboram, de forma
colaborativa, instrumentos de avaliação diagnóstica, pelo menos nos anos iniciais de ciclo, e fazem uma
análise dos respetivos resultados.
Quanto aos instrumentos de avaliação, constatou-se que os testes são, quase sempre, o principal
instrumento a que se recorre, salvo nas componentes da oralidade (nas línguas) e do trabalho
experimental na Biologia e Geologia e Física e Química do ensino secundário. Outro aspeto a destacar
refere-se à partilha na drive do departamento, dos testes de avaliação relativos aos mesmos anos e
disciplinas.
As medidas de promoção do sucesso escolar, disponibilizadas para ultrapassar as dificuldades de
aprendizagem, são objeto de avaliação trimestral nos conselhos de turma e de ano, com vista à sua
eventual reformulação.
A prevenção da desistência e do abandono escolar faz-se essencialmente através da realização de
atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto de Integração Escolar e Social (PIES) e iniciativas da
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
8
Associação EPIS – Empresários Pela Inclusão Social, em parceria com da Câmara Municipal de
Matosinhos.
Tendo em conta os juízos avaliativos formulados, o Agrupamento apresenta uma maioria de pontos
fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos
justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O Agrupamento, recentemente criado, resulta da agregação da Escola Secundária de Padrão da Légua
com o pré-existente Agrupamento de Leça do Balio, com contextos socioculturais diferentes, pelo que os
documentos estruturantes revelam o esforço de valorização e integração de diferentes culturas na
reconstrução de uma identidade própria e no reforço do sentido de pertença a esta nova organização,
onde sobressai uma visão humanista da educação.
A visão, a missão e os valores, assim como os objetivos a atingir e a definição de metas avaliáveis,
encontram-se plasmados nos documentos estruturantes, nomeadamente no projeto educativo e no
regulamento interno, em linha com o projeto de intervenção da diretora. Elaborados em grupos
específicos de trabalho, com o contributo da equipa de autoavaliação, estes documentos revelam
coerência e foram discutidos e aprovados nos órgãos próprios. No entanto, não foi evidenciado o
envolvimento da comunidade educativa na sua construção.
Para reforçar o sentido de pertença e identificação com o Agrupamento, foi criado um novo logotipo que
envolveu um concurso interno muito participado. O desenvolvimento dos projetos de Educação para a
Saúde (PES), Eco-Escolas e Clube Europeu também concorrem para esta finalidade, ao concretizarem
atividades transversais que envolvem toda as escolas e todos os níveis de educação e ensino.
A diretora valoriza a função das estruturas intermédias e incentiva a sua autonomia, envolvendo-as na
consecução dos objetivos definidos no projeto educativo. Reúne regularmente com as coordenações de
estabelecimento, para aferir procedimentos e estabelecer estratégias comuns de atuação, e com as
estruturas representativas dos alunos, para ouvir as suas propostas e incentivá-los a motivar os colegas
para assumirem comportamentos cívicos e responsáveis. A disponibilidade da direção para receber e
ouvir os diferentes elementos da comunidade educativa contribui para a prevenção de conflitos.
Estão criadas diversas equipas de trabalho e estruturas organizativas, algumas com competências
sobrepostas e difíceis de delimitar, necessitando de serem simplificadas e reorganizadas para ganhar
maior eficácia.
O Agrupamento adere a projetos de implantação nacional e internacional, bem como outros de caráter
regional e local, com envolvimento de diferentes parceiros sociais, e dinamiza diversos clubes e
atividades, que visam promover o sucesso educativo e o alargamento de horizontes culturais dos seus
alunos. Embora estas iniciativas prevejam alguma forma de serem parcelarmente avaliadas, não
existem evidências de uma avaliação, global e estruturada, dos seus impactos nas aprendizagens dos
alunos e no seu sucesso educativo.
As parcerias estabelecidas e a relação com entidades públicas, sobretudo com a Câmara Municipal de
Matosinhos, com instituições de ensino superior e com outras organizações da sociedade civil têm
permitido a mobilização de recursos em benefício do Agrupamento e no sentido de dar resposta às suas
necessidades. As associações de pais e encarregados de educação colaboram na resolução de alguns
problemas, bem como também participam e promovem algumas atividades de enriquecimento e
dinamização cultural.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
9
GESTÃO
A gestão dos recursos humanos visa a eficácia do serviço pela adequação do perfil profissional à função a
desempenhar.
O Agrupamento está razoavelmente equipado com os materiais necessários para atividade letiva,
existindo também a partilha de alguns recursos entre as diferentes escolas que o integram. Porém, os
recursos informáticos, nomeadamente computadores e quadros interativos, ainda não existem em
quantidade suficiente e os disponíveis não são plenamente utilizados em contexto educativo.
A distribuição do serviço letivo é feita, ouvidos os coordenadores de departamento e seguindo as linhas
orientadoras definidas pelo conselho pedagógico, numa ótica de otimização dos recursos e de integração,
verificando-se, nos 2.º e 3.º ciclos, que vários docentes cumprem o seu horário de trabalho na escola-sede
e na Escola Básica de Leça do Balio. O coordenador dos assistentes operacionais partilha
responsabilidades na distribuição de serviço do pessoal não docente e na gestão de equipamentos com
um elemento da direção. A coordenadora técnica propõe a distribuição de serviço dos assistentes
técnicos, colabora na sua avaliação, assumindo uma relativa autonomia na gestão de recursos humanos.
Os critérios de constituição de grupos e turmas, depois de definidos e aprovados nas estruturas
responsáveis para o efeito, são devidamente publicitados nos documentos estruturantes e na página
eletrónica do Agrupamento. Prevalece o princípio da continuidade pedagógica em cada ciclo, mas as
turmas são reorganizadas na transição entre ciclos, em nome da equidade.
Os critérios e os instrumentos de registo relativos ao processo de avaliação do desempenho dos
profissionais são por eles conhecidos e não perturbam o bom ambiente educativo existente. Os docentes
e outros trabalhadores mais recentemente colocados foram muito bem integrados pelas respetivas
estruturas em que se enquadram.
A direção valoriza as competências profissionais e académicas dos seus trabalhadores para a
dinamização de projetos e de clubes que contribuem para a integração social e o desenvolvimento de
competências sociais dos alunos.
O plano de formação bianual acolhe as propostas dos diferentes grupos a quem se destina e visa
contribuir para o desenvolvimento profissional dos mesmos. Apesar de a autarquia também
proporcionar alguma formação para os seus trabalhadores, verifica-se a escassez de formação adequada
para os não docentes, que a direção tenta suprir com a organização de algumas ações de formação
ministrada com recursos internos, nomeadamente no domínio da informática.
Para facilitar a comunicação entre as diferentes escolas do Agrupamento, foi criado um domínio próprio,
internamente, com a atribuição de um endereço eletrónico a todos os elementos da comunidade escolar.
O portal eletrónico do Agrupamento tem aspeto gráfico atrativo e intuitivo, com ligação a outros
serviços. Para facilitar a partilha de documentos e materiais pedagógicos, o Agrupamento recorreu a
uma ferramenta informática, a drive, também alojada no referido domínio. Os sumários eletrónicos
começaram a ser implementados no ensino profissional.
Os circuitos de comunicação interna e externa cumprem a sua função. Porém, considerando a
heterogeneidade da população abrangida, na sua diversidade cultural e social, a informação não chega a
todos os destinatários por igual, carecendo de serem mais eficazmente aproveitados outros recursos de
comunicação internos e externos e melhorada a divulgação das iniciativas desenvolvidas pelo
Agrupamento.
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
10
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
No âmbito da avaliação externa das escolas realizada em momentos diferentes, no ano de 2008, a
autoavaliação era um processo muito incipiente no Agrupamento de Escolas de Leça do Balio, enquanto
se revelava já uma prática mais consistente na Escola Secundária de Padrão da Légua, sobretudo
centrada nos resultados e na reflexão sobre as práticas nos departamentos e outras estruturas
organizativas, cuja origem remonta à criação do Observatório de Escola, no ano letivo de 2006-2007. Em
2011, a equipa de autoavaliação da Escola Secundária, formada por quatro docentes, procedia ao
tratamento estatístico dos resultados e contribuía para a elaboração e avaliação do projeto educativo.
Após a agregação, foi criada uma nova equipa, constituída por cinco docentes e uma assistente técnica,
transitando dois docentes da anterior equipa de autoavaliação da escola-sede. Os novos elementos
apenas iniciaram funções no início do presente ano letivo. De acordo com o regulamento interno, esta
equipa incluiria também representantes dos pais e dos alunos e tinha como função apresentar relatórios
periódicos da sua atividade ao conselho pedagógico e ao conselho geral.
Os relatórios produzidos pela equipa de autoavaliação são analisados no conselho pedagógico, nos
conselhos de turma, nos departamentos curriculares e no conselho geral, tendo algum impacto no
planeamento, na organização e nas práticas profissionais, mas estes documentos acabam por ser apenas
o produto final mais visível do trabalho desta equipa.
O último relatório produzido reporta-se ao ano letivo de 2013-2014 e foi apresentado em dezembro de
2014. Para além de tratar exaustivamente os resultados escolares, faz uma breve apreciação da
prestação do serviço educativo e do grau de cumprimento do projeto de intervenção da diretora, com
base na aplicação de inquéritos por questionário e entrevistas.
De acordo com o regulamento interno, existe também uma secção de ciclos de melhoria, composta por
sete docentes de diferentes áreas disciplinares e abrangendo todos os níveis de ensino, a quem compete
a implementação de ciclos de melhoria, propor a implementação de áreas de melhoria, preparar o
Agrupamento para a autonomia e propor novas metodologias de trabalho.
Decorrente da anterior avaliação externa, foram implementados processos de melhoria, com o
envolvimento destas duas estruturas, praticamente limitadas à participação dos docentes (com exceção
de uma assistente administrativa).
Apesar de existirem algumas reuniões de trabalho entre as duas equipas, não se verifica a
implementação de um processo estruturado de autoavaliação, resultante de um processo de permanente
investigação, ação, experimentação, avaliação e reformulação, sustentado numa formação adequada,
que avalie de forma sistemática e continuada as diferentes áreas prioritárias do Agrupamento, com
definição clara de estratégias mobilizadoras e com impacto nas práticas profissionais e na prestação do
serviço educativo.
Tendo em conta os juízos avaliativos formulados, o Agrupamento apresenta uma maioria de pontos
fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos
justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
A tomada de medidas preventivas da indisciplina, que proporcionam a diminuição de processos
disciplinares e respetivas medidas corretivas e sancionatórias;
Agrupamento de Escolas de Padrão da Légua – MATOSINHOS
11
A dinâmica de trabalho colaborativo entre os docentes, com impacto no planeamento, na
organização pedagógica e na definição de medidas facilitadoras da aprendizagem.
A mobilização dos recursos humanos e materiais internos e a adesão a projetos promovidos pela
câmara municipal para implementar respostas educativas adequadas às crianças e aos alunos
com necessidades educativas especiais, com repercussões no seu percurso educativo e
formativo;
A disponibilidade da direção, as estratégias de integração e a aposta no estabelecimento de
parcerias estratégicas, contribuindo para a prevenção de conflitos, o incentivo à participação
dos diferentes atores educativos e a resposta às necessidades do Agrupamento;
A gestão criteriosa e sustentada dos recursos materiais e humanos, com vista a um desempenho
eficiente e preventivo para a satisfação dos atores envolvidos.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
A identificação dos fatores internos explicativos do insucesso académico e consequente
implementação de medidas e estratégias educativas ajustadas;
O estímulo à iniciativa e à intervenção autónoma dos alunos, com vista ao fomento de uma
responsabilização partilhada nas decisões que lhes dizem respeito;
O incremento da oferta e diversidade de metodologias de carácter experimental e de projeto,
com vista à melhoria do processo de ensino e de aprendizagem;
A implementação de supervisão da prática letiva em contexto de sala de aula, como processo
preponderante para o desenvolvimento profissional dos docentes;
O envolvimento da comunidade educativa em geral na elaboração dos documentos
estruturantes, como reforço do sentido de pertença de toda a comunidade;
O investimento na dinamização de um processo de autoavaliação estruturado, global e
participado, que avalie de forma sistemática e continuada as diferentes áreas prioritárias, com
vista à construção de planos de melhoria com impacto na organização e no planeamento.
06-07-2015
A Equipa de Avaliação Externa: Ana Mouraz, Graça Costa e Ramiro Santos
Concordo. À consideração do Senhor
Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar, para homologação.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Homologo.
O Secretário de Estado do Ensino e da
Administração Escolar