reformas educativas no brasil república: a ênfase no ensino para a elite

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Curso de Pós Graduação Latu Sensu a distância Fundamentos Legais da Educação Pós-graduanda: Sandra Novais Sousa Fidelis RA: 811590 - Turmas 2013B Reformas educativas no Brasil República: a ênfase no ensino para a elite. O contexto histórico do Brasil no período que antecedeu a proclamação da República aponta que, inspirada nos ideais positivistas, a sociedade brasileira passava por mudanças significativas: o fim da escravidão, o início do trabalho assalariado, da industrialização e, principalmente, a transição da Monarquia para a República e a separação entre Igreja e Estado, o que levou a idealização de um ensino laico. Segundo Delaneze (2006, p.5.417), “a primeira Constituição republicana (1891) manteve a exclusão dos analfabetos do direito de votar”, produzindo assim uma real necessidade de reforma no ensino oferecido aos brasileiros. Coube ao recém nomeado Ministro do Ministério de Instrução Pública, Correios e Telégrafos, elaborar uma reforma de ensino de nítida orientação baseada nos ensinamentos de Auguste Comte, idealizador do positivismo: a ditadura republicana dos cientistas e a educação como prática

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atividade do curso de especialização em coordenação pedagógica

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Page 1: Reformas educativas no Brasil República: a ênfase no ensino para a elite

Curso de Pós Graduação Latu Sensu a distância

Fundamentos Legais da Educação

Pós-graduanda: Sandra Novais Sousa Fidelis

RA: 811590 - Turmas 2013B

Reformas educativas no Brasil República: a ênfase no ensino para a

elite.

O contexto histórico do Brasil no período que antecedeu a

proclamação da República aponta que, inspirada nos ideais positivistas, a

sociedade brasileira passava por mudanças significativas: o fim da escravidão,

o início do trabalho assalariado, da industrialização e, principalmente, a

transição da Monarquia para a República e a separação entre Igreja e Estado,

o que levou a idealização de um ensino laico. Segundo Delaneze (2006,

p.5.417), “a primeira Constituição republicana (1891) manteve a exclusão dos

analfabetos do direito de votar”, produzindo assim uma real necessidade de

reforma no ensino oferecido aos brasileiros.

Coube ao recém nomeado Ministro do Ministério de Instrução Pública, Correios

e Telégrafos, elaborar uma reforma de ensino de nítida orientação baseada nos

ensinamentos de Auguste Comte, idealizador do positivismo: a ditadura

republicana dos cientistas e a educação como prática anuladora das tensões

sociais. A reforma curricular do ensino primário e secundário do Distrito

Federal, por meio do Decreto nº 981, de 8 de novembro de 1890, estabeleceu

novas diretrizes para a instrução pública.

Seki e Machado (2008, p. 16), afirmam: 

Mediante os acontecimentos históricos vivenciados naquele momento, a Reforma Benjamin Constant buscou direcionar aquela sociedade em busca de melhorias de condições de vida, por meio da educação escolar, que era fundamental para o crescimento

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econômico, de modo geral, do país.[...] Desta forma, a escola primária do 1º grau foi dividida em três cursos, o elementar, para os alunos de 7 a 9 anos, o médio, para os de 9 a 11, e o superior para os de 11 a 13 anos de idade. Em cada curso todas as matérias eram gradualmente estudadas, tendo como método para todos eles, o intuitivo.

A influência iluminista é percebida com o rompimento da tradição

humanística e clássica e a substituição pelo ensino enciclopédico ou científico,

ou seja, “o ensino secundário se constituía na base propedêutica de línguas e

ciências para a admissão no ensino superior” (DELANEZE, 2006, p. 5420).

Para o contexto histórico da época, as reformas instituídas cumpriram um

importante papel na abrangência do ensino público e na diminuição do

analfabetismo, embora os efeitos fossem restritos basicamente ao Distrito

Federal e às elites econômicas do país.

Os caminhos percorridos pelas reformas educativas no Brasil, mesmo nos

dias atuais, continuam refletindo as contradições de uma sociedade capitalista,

que privilegia as classes detentoras do capital. Porém, deve ser compromisso de

todos os envolvidos na educação continuarem lutando por uma real

democratização do ensino e das oportunidades de estudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DELANEZE, T. . Descontinuidade sem ruptura: as reformas educacionais de Benjamim Constant e Francisco Campos. In: VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, 2006, Uberlânida. Percursos e Desafios da Pesquisa e do Ensino de História da Educação, 2006. p. 5416-5426

SEKI, Ariella Lúcia Sachertt; MACHADO, Maria Cristina Gomes. A DISCIPLINA DE INSTRUÇÃO MORAL E CÍVICA NA REFORMA EDUCACIONAL DE BENJAMIN CONSTANTE DE 1890. In: JORNADA DO HISTEDBR, 8, 2008, São Carlos. Anais... .Campinas: Histedbr, 2008. p. 1 - 21. CD-ROM.