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Fechamento: 06/12/2016 às 23h58 Ano: XXIV - Nº 5.997 Quarta-feira, 7 de dezembro de 2016 Em um momento de instabilidade política, de crise econômica e de indignação social, o governo golpista de Michel Temer apresentou, ontem (6), uma proposta de reforma previden- ciária que, embora atinja indistintamente todos os trabalhadores, penaliza de maneira mais abusiva o brasileiro de baixa renda, as mulhe- res de uma maneira geral, o agricultor fami- liar, o idoso carente. É uma proposta inde- fensável, pois – além de representar um ataque ferrenho aos direitos sociais – não resolverá as questões relativas ao próprio sistema previdenciário e não terá repercus- são alguma do ponto de vista do ajuste da economia brasileira. A reforma tramita na Câmara na forma de proposta de emenda à Constituição (PEC 287/16). “Essa reforma da Previdência do governo Temer retira direitos consolidados dos trabalhares e trabalhadoras brasileiras. Entre as propostas de retirada de direito, está a idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres, com período mínimo de contribuição de 25 anos. Significa um atraso, é mais uma PEC da maldade contra todos os brasileiros. Enquanto o mundo amplia direitos, o Brasil vai na contramão de outros países, destruindo conquistas do povo alcançadas ao longo de décadas. Por isso, o PT vai trabalhar contra essa PEC”, declarou o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA) Afonso Florence (BA). O tom da reforma é perversidade em cima de perversidade. Vale como exemplo o caso do trabalhador que atingir a regra mínima de aposentadoria (65 anos de idade e 25 anos de contribuição). Nesse cenário, ele fará jus a apenas 76% da aposentadoria. Para conquistar 100%, ele terá que contribuir por 49 anos com a Previdência Social. É o mesmo total de anos de contribuição que qualquer trabalhador brasileiro, indepen- dentemente da idade, terá que atingir para garantir a aposentadoria integral. “Fica evidente que a proposta apresentada não prevê a ideia de um equilíbrio atuarial da Previdência Social em longo prazo, considerando que há uma transição demográfica em curso, com aumento da população idosa e diminuição da população de jovens. Se fosse uma mudança com esse objetivo, seria uma reforma que estabeleceria novas regras para os novos ingressantes do sistema, preservando aqueles que já fazem parte dele. Mas a proposta não faz isso”, aponta o deputado Pepe V epe V epe V epe V epe Vargas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS) argas (PT-RS), que foi relator na Câmara do projeto que acabou com o fator previdenciário, criando uma nova regra para a aposentadoria integral, que ficou conhecida como a fórmula “85/95”. Mudar essa regra é uma das maldades proposta por Temer. Pela fórmula vigente, a aposentadoria integral é merecida desde que a soma do tempo de contribuição e da Reforma da Previdência de Temer aprofunda o ataque dos golpistas aos direitos da sociedade brasileira idade do segurado totalize 85 para mulhe- res e 95 para homens, sendo obrigado à mulher ter contribuído 30 anos para a Pre- vidência, e ao homem ter contribuído du- rante 35 anos. Por essa regra, um homem de 49 anos que começou a contribuir aos 20 anos poderia requerer aposentadoria in- tegral aos 58 anos. Com a regra-Temer, a aposentadoria integral desse trabalhador só será possível aos 69 anos. Ou seja, ele terá que trabalhar 11 anos a mais para conquis- tar 100% da aposentadoria. “A proposta vai pegar gente que está às vésperas de se aposentar. Sem falar que ela ataca outros direitos, quando não garante, por exemplo, o piso da Previdência para os benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social [Loas] e quando inviabiliza a questão das pensões. Ao estabele- cer uma idade mínima para todas as aposentadorias, não leva em consideração que a população de menor renda ingressa no mercado de trabalho mais cedo e que a de maior renda ingressa mais tarde. A consequência disso é que os mais pobres vão contribuir durante mais tempo para a Previdência”, completa Pepe Vargas. A proposta é tão maldosa que visa mexer, inclusive, em benefícios de idosos e de pessoas com deficiência de baixa renda. Trata-se do Benefício de Prestação Continuada (BPC), ao qual o parlamentar gaúcho se referiu ao falar da Loas. O governo quer desvincular esse benefício do salário mínimo e elevar a idade mínima exigida para o acesso a ele, dos atuais 65 para 70 anos. O BPC garante o pagamen- to mensal de um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência com renda familiar per capita inferior a 25% do salário mínimo. “Esse governo busca maltratar a Constituição brasileira. Esse Governo quer esta- belecer uma etapa pré-88; quer retirar aposentadoria diferenciada das mulheres. É importante ressaltar as condições que justificam os motivos de as mulheres terem essa aposentadoria. Elas têm a dupla e a tripla jornada, sendo as maiores vítimas de psicopatologias do trabalho. Também são as maiores vítimas de doenças relacionadas ao trabalho, em função dessa dupla e da tripla jornada. Que me perdoe o ministro da Saúde [Ricardo Barros], os homens não trabalham mais do que as mulheres. Porque as mulheres adentraram o espaço público, mas o espaço privado não foi repartido”, disse a deputada Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF) Erika Kokay (PT-DF), fazendo menção a uma citação machista do ministro, segundo o qual homens trabalhariam mais que mulheres. Leia mais nas páginas 4 e 5. Núcleo Agrário do PT comemora 25 anos hoje com seminário e tributo especial póstumo a Adão Pretto. Entre as 35 legendas registradas no Brasil, o PT foi o que mais cresceu nos últimos 11 anos. Foram 532.436 novos filiados. Leia na página 3. Leia na página 2.

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Page 1: Reforma da Previdência de Temer aprofunda o ataque dos ... NA CAMARA-5997-07-12-16.pdfPara conquistar 100%, ele terá que contribuir por 49 anos com a Previdência Social. É o mesmo

Fechamento: 06/12/2016 às 23h58

Ano: XXIV - Nº 5.997Quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Em um momento de instabilidade política,de crise econômica e de indignação social, ogoverno golpista de Michel Temer apresentou,ontem (6), uma proposta de reforma previden-ciária que, embora atinja indistintamente todosos trabalhadores, penaliza de maneira maisabusiva o brasileiro de baixa renda, as mulhe-res de uma maneira geral, o agricultor fami-liar, o idoso carente. É uma proposta inde-fensável, pois – além de representar umataque ferrenho aos direitos sociais – nãoresolverá as questões relativas ao própriosistema previdenciário e não terá repercus-são alguma do ponto de vista do ajuste da economia brasileira. A reforma tramita naCâmara na forma de proposta de emenda à Constituição (PEC 287/16).

“Essa reforma da Previdência do governo Temer retira direitos consolidados dostrabalhares e trabalhadoras brasileiras. Entre as propostas de retirada de direito,está a idade mínima de 65 anos para homens e para mulheres, com períodomínimo de contribuição de 25 anos. Significa um atraso, é mais uma PEC damaldade contra todos os brasileiros. Enquanto o mundo amplia direitos, o Brasil vaina contramão de outros países, destruindo conquistas do povo alcançadas ao longode décadas. Por isso, o PT vai trabalhar contra essa PEC”, declarou o líder do PT naCâmara, deputado Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA)Afonso Florence (BA).

O tom da reforma é perversidade em cima de perversidade. Vale como exemplo ocaso do trabalhador que atingir a regra mínima de aposentadoria (65 anos de idade e25 anos de contribuição). Nesse cenário, ele fará jus a apenas 76% da aposentadoria.Para conquistar 100%, ele terá que contribuir por 49 anos com a Previdência Social.É o mesmo total de anos de contribuição que qualquer trabalhador brasileiro, indepen-dentemente da idade, terá que atingir para garantir a aposentadoria integral.

“Fica evidente que a proposta apresentada não prevê a ideia de um equilíbrioatuarial da Previdência Social em longo prazo, considerando que há uma transiçãodemográfica em curso, com aumento da população idosa e diminuição da população dejovens. Se fosse uma mudança com esse objetivo, seria uma reforma que estabelecerianovas regras para os novos ingressantes do sistema, preservando aqueles que já fazemparte dele. Mas a proposta não faz isso”, aponta o deputado PPPPPepe Vepe Vepe Vepe Vepe Vargas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS)argas (PT-RS),que foi relator na Câmara do projeto que acabou com o fator previdenciário, criando umanova regra para a aposentadoria integral, que ficou conhecida como a fórmula “85/95”.

Mudar essa regra é uma das maldades proposta por Temer. Pela fórmula vigente,a aposentadoria integral é merecida desde que a soma do tempo de contribuição e da

Reforma da Previdência de Temer aprofunda o ataquedos golpistas aos direitos da sociedade brasileira

idade do segurado totalize 85 para mulhe-res e 95 para homens, sendo obrigado àmulher ter contribuído 30 anos para a Pre-vidência, e ao homem ter contribuído du-rante 35 anos. Por essa regra, um homemde 49 anos que começou a contribuir aos20 anos poderia requerer aposentadoria in-tegral aos 58 anos. Com a regra-Temer, aaposentadoria integral desse trabalhador sóserá possível aos 69 anos. Ou seja, ele teráque trabalhar 11 anos a mais para conquis-tar 100% da aposentadoria.

“A proposta vai pegar gente que estáàs vésperas de se aposentar. Sem falar que ela ataca outros direitos, quando nãogarante, por exemplo, o piso da Previdência para os benefícios da Lei Orgânica daAssistência Social [Loas] e quando inviabiliza a questão das pensões. Ao estabele-cer uma idade mínima para todas as aposentadorias, não leva em consideração quea população de menor renda ingressa no mercado de trabalho mais cedo e que a demaior renda ingressa mais tarde. A consequência disso é que os mais pobres vãocontribuir durante mais tempo para a Previdência”, completa Pepe Vargas.

A proposta é tão maldosa que visa mexer, inclusive, em benefícios de idosos ede pessoas com deficiência de baixa renda. Trata-se do Benefício de PrestaçãoContinuada (BPC), ao qual o parlamentar gaúcho se referiu ao falar da Loas. Ogoverno quer desvincular esse benefício do salário mínimo e elevar a idade mínimaexigida para o acesso a ele, dos atuais 65 para 70 anos. O BPC garante o pagamen-to mensal de um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência com rendafamiliar per capita inferior a 25% do salário mínimo.

“Esse governo busca maltratar a Constituição brasileira. Esse Governo quer esta-belecer uma etapa pré-88; quer retirar aposentadoria diferenciada das mulheres. Éimportante ressaltar as condições que justificam os motivos de as mulheres terem essaaposentadoria. Elas têm a dupla e a tripla jornada, sendo as maiores vítimas depsicopatologias do trabalho. Também são as maiores vítimas de doenças relacionadasao trabalho, em função dessa dupla e da tripla jornada. Que me perdoe o ministro daSaúde [Ricardo Barros], os homens não trabalham mais do que as mulheres. Porque asmulheres adentraram o espaço público, mas o espaço privado não foi repartido”, dissea deputada Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF)Erika Kokay (PT-DF), fazendo menção a uma citação machista doministro, segundo o qual homens trabalhariam mais que mulheres.

Leia mais nas páginas 4 e 5.

Núcleo Agrário do PT comemora 25anos hoje com seminário e tributoespecial póstumo a Adão Pretto.

Entre as 35 legendas registradasno Brasil, o PT foi o que maiscresceu nos últimos 11 anos.

Foram 532.436 novos filiados. Leia na página 3. Leia na página 2.

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BANCADA

Líder da Bancada: Deputado Afonso Florence (BA)

Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa: Rogério Tomaz Jr.; Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa) Editores: Denise Camarano (Editora-chefe); Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto

Redação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Tarciano Ricarto e Vânia Rodrigues - Rádio PT: Ana Cláudia Feltrim , Chico Pereira , Ivana Figueiredo e Gabriel Sousa

Fotógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente Video: João Abreu, Jonas Tolocka, Jocivaldo Vale, Crisvando Queiroz e Rafael Carlota

Projeto Gráfico: Sandro Mendes - Diagramação: Ronaldo Martins - Web designer e designer gráfico: Claudia Barreiros - Secretária de Imprensa: Maria das Graças e Eva Gomes

Colaboração: Assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

O Boletim PT na Câmara foi criado em 8 de janeiro de 1991 pela Liderança do PT na Câmara dos Deputados.EX

PE

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O Núcleo Agrário do PT na Câmara dosDeputados comemora hoje (7), na Câmara,um quarto de século de existência com arealização do seminário “A Questão Agráriae a Atuação do Núcleo Agrário do PT nestes25 anos”. Estão confirmadas as presençasdo presidente nacional do PT, Rui Falcão;do coordenador nacional do MST, GilmarMauro, e do presidente da Contag, AlbertoErcílio Broch. Também foram convidadosex-coordenadores e parlamentares que já fizeramparte do colegiado, além dos atuais membros.

Durante o evento será realizada uma homena-gem a todos os ex-coordenadores do núcleo, inclusi-ve um tributo especial póstumo ao ex-deputado e ex-dirigente do colegiado, Adão Pretto, na presença dofilho dele, o deputado estadual pelo Rio Grande doSul, Edegar Pretto. O seminário está marcado para às14h, no auditório Freitas Nobre da Câmara.

Para o coordenador do Núcleo, deputado JoãoJoãoJoãoJoãoJoãoDaniel (PT-SE)Daniel (PT-SE)Daniel (PT-SE)Daniel (PT-SE)Daniel (PT-SE), além de relembrar as lutas do passa-do, o evento também servirá como instrumento de estí-mulo no combate pela preservação dos direitos ameaça-

Núcleo Agrário do PT comemora 25 anoshoje com seminário e tributo a Adão Pretto

Pedro Uczai propõe homenagem àChapecoense na Câmara dos Deputados

O deputado PPPPPedro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC)edro Uczai (PT-SC) apre-sentou na Câmara requerimento solicitando arealização de uma sessão solene para home-nagear todas as vítimas da delegação da Cha-pecoense e profissionais da imprensa que per-deram a vida no acidente com o voo da LaMia(CP 2933). A queda da aeronave aconteceu namadrugada da terça-feira (29) nas proximida-des do Aeroporto Internacional José Maria Cór-dova em Medellín na Colômbia.

“Toda esta dor só pode ter um sentido: que atragédia humanize o ser humano. A ganância estámatando. A solidariedade humana deve ser vitori-osa”, destacou o parlamentar que se solidarizoucom os familiares das vítimas no velório coletivorealizado na Arena Condá no sábado (3). A dor dosfamiliares e a comoção do povo é muito grande,pois a história que a Chapecoense construiu nos

últimos anos uniu a cidade e toda uma região. AChapecoense era dos brasileiros na disputa da finalda Copa Sul-Americana.

“Não está em luto apenas Chapecó, mas o Bra-sil. Queremos prestar nossa singela homenagem atodos os familiares das vítimas e ao povo chapeco-ense e catarinense. Se nos unimos para torcer pelaChapecoense, que nos unamos agora em homena-gem àqueles que estão sofrendo mais, que são os

familiares, que perderam seus entes queridosnessa dolorida tragédia. O mínimo que pode-mos fazer é envolver a Câmara dos Deputadospara prestar mais esse momento de respeitoe reverência”, disse o deputado, que já foiprefeito de Chapecó.

Segundo o parlamentar, cabe a SecretariaGeral da Mesa Diretora da Câmara marcar adata da sessão solene, o que deve acontecer

nos próximos dias. Porém, a marcação da data desolenidades tradicionalmente é discutida com aspessoas envolvidas na homenagem, permitindo dis-cutir o melhor momento de se realizar mais essaimportante homenagem à Associação Chapecoensede Futebol e aos familiares das vítimas. Atletas,dirigentes esportivos, torcedores, profissionais daimprensa esportiva e comissão técnica fazem partee constroem a história do clube.

dos no presente e pela ampliação de direitos no futuro.“Este é o mais antigo, o mais orgânico e o mais

ativo Núcleo da Bancada do PT na Câmara. E essagrande combatividade está ligada à solidariedade eapoio à luta dos movimentos sociais e populares emdefesa da trabalhadora e do trabalhador do campo.Por isso, vamos comemorar esses 25 anos, de olho nopresente e no futuro, uma vez que precisamos conti-nuar a luta, agora para mantermos os direitos con-quistados nos governos de Lula e Dilma”, destacou.

HistóricoHistóricoHistóricoHistóricoHistórico- O Núcleo Agrário do PT foi criado em1991, inspirado nos debates da temática agrária durantea Assembleia Nacional Constituinte que apontava para a

luta por soberania, pela democratização doacesso à terra, das políticas agrícolas e de-mais demandas populares do campo.

A partir de então, o Núcleo passou aorganizar a intervenção da bancada nas dis-cussões agrárias do País, criando um espaçode articulação e debate de ideias, além deservir como escoadouro das reivindicaçõesdos trabalhadores rurais no parlamento.

Como fruto dessas lutas nos últimos 25anos, conquistas importantes em termos de legislaçãoe na formulação e implantação de políticas públicasforam obtidas. Além da permanente luta pela reformaagrária, são conquistas a ampliação de programas paraa agricultura familiar, a exemplo do Pronaf e do PAA.

Também são computados como vitórias e ban-deiras importantes no último quarto de século a his-tórica luta pelo seguro rural, a conquista dos direitosprevidenciários para as trabalhadoras rurais, a per-manente luta contra os agrotóxicos e ao direito auma alimentação saudável e a resistência na lutapela educação no campo em defesa dos indígenas,quilombolas e comunidades tradicionais.

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PARTIDO

Entre as 35 siglas registradas noBrasil, o Partido dos Trabalhadores foi oque mais cresceu em número de filiadosentre 2005 e 2016. De acordo com osdados do TSE, foram 532.436 novosfiliados nesse período, já descontados osque se desfiliaram.

Pelos números do tribunal, em 2005eram 1.054.671 filiados ao partido, e hojesão 1.587.107 filiados em todo o país. Em nú-meros percentuais, o PT aumento seu quadro em50%, ou seja, quase dobrou de tamanho.

Para se ter uma base de comparação, o se-gundo partido que mais cresceu foi o PRB, comapenas 383.874 mil novos filiados no período, eo PMDB, com 357.878 novos filiados.

Ao se levar em consideração a base de da-dos do PT, que é mais atualizada e é a queconta para efeitos de participação nos PEDs edemais votações do partido, o crescimento éainda mais expressivo: foram 855.079 novosfiliados no mesmo período de 2005 a 2016,um crescimento de 94%.

A base interna do PT é a que conta para o VI

Congresso partidário em 7, 8 e 9 de abril de 2017.Segundo ela, hoje o PT já tem 1.764.484, nonúmero apurado na tarde de 28 de novembro. Nahome do site do PT há um contador do número defiliados em tempo real.

Para o secretário de Organização Nacional doPT, Florisvaldo Souza, o crescimento do partidoestá ligado, especialmente, à importância históri-ca do PT para o Brasil. “Ele atrai as pessoas por-que tem um programa, tem lado na história, que éo lado dos trabalhadores. É um partido voltadopara a questão social, para a democracia”.

Segundo o secretário, “isso coloca o PT comoum partido preferido e procurado pelas pessoasque acreditam em uma mudança na sociedade, na

democracia. Por isso um crescimento”.“Isso também é explicado pela estru-

tura. É um partido democrático, que per-mite a todos participarem, desde o mili-tante de base, que pode dar opinião, par-ticipar, ser candidato. Todo filiado deba-te, desde a questão local, da sua mora-dia, seu trabalho, até as questões nacio-nais”, acrescentou Florisvaldo.

Prova que o PT continua sendo um importantereferencial para muitos setores da população é ofato de que mesmo após 2014, quando se acirroua perseguição midiática e a seletividade do judi-ciário contra o partido, o índice de filiações conti-nuou superando o de desfiliações. Para cada pes-soa que deixou o partido, pelo menos 2 entraram.

Partidos como o PMDB, o PSDB ou o PP, queestão entre as maiores siglas do país, tiveram umcrescimento bem menos expressivo no mesmo pe-ríodo, de 18%, 31% e 13%, respectivamente,segundo dados disponibilizados pelo TSE.

Nesta semana começa ainda a filiação onli-ne, o que deixará muito mais simplificado o pro-cesso de adesão ao Partido dos Trabalhadores.

O deputado Zé GeraldoZé GeraldoZé GeraldoZé GeraldoZé Geraldo(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA)(PT-PA) ocupou a tribuna on-tem (6) para protestar contra oque chamou de “intervenção”do Supremo Tribunal Federal(STF) no Senado ao comentardecisão do ministro Marco Au-rélio, do STF, de afastar limi-narmente Renan Calheiros docargo de presidente do Senado.

“Isso causa uma instabilidade neste País. AConstituição brasileira diz que é preciso ter har-monia entre os Poderes, mas, neste momento noBrasil, estamos tendo uma desarmonia, uma guer-ra, uma total irresponsabilidade entre os Poderes.Ou é o Judiciário, ou é o Ministério Público, ou éa Polícia Federal, todos querem mandar onde nãopodem mandar, todos querem fazer o que nãopodem fazer num determinado momento. É la-mentável que essa desarmonia entre os poderesesteja acontecendo”, afirmou o petista.

Na avaliação de Zé Geraldo, o MinistérioPúblico e o Judiciário também têm responsabili-dade sobre a farsa em torno das chamadas “10

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ)Benedita da Silva (PT-RJ) manifestou,em plenário, solidariedade ao colega de partido, deputadoMarco Maia (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), Marco Maia (PT-RS), ex-presidente da Câmara, , , , , quenesta semana foi alvo de uma ação da Polícia Federal paracumprimento de mandado de busca e apreensão.

“O deputado Marco Maia não merece isso. Foi orelator da CPI e ouviu a todos, não vetou absolutamenteninguém, não compactuou com nenhum deslize financeirode verba para que pudesse colocar algo naquele relatório,ou dele tirar alguma coisa. O que nós vimos foi essa trucu-lência. A partir do golpe dado nesta Casa estamos vendosucessivas prisões sem que possam provar absolutamentenada. Tenho certeza de que estamos colhendo a consequ-ência do golpe”, afirmou Benedita da Silva.

Em vídeo transmitido pelas redes sociais, o deputadoMarco Maia expôs seus argumentos que comprovam comoo parecer produzido por ele durante a CPMI da Petrobras, daqual foi relator em 2014, se configurou em um documentodenso, que, em momento algum, caminhou no sentido delivrar, privilegiar ou proteger algum dos investigados. Tan-to é verdade – reforçou Maia – que o seu parecer reco-mendou o indiciamento de 53 pessoas e indicou a investi-gação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade), de 20 empresas suspeitas de formação de cartel.

Deputada Beneditasolidariza-se com

Marco Maia

CONGRESSO NACIONAL

Zé Geraldo critica “intervenção” do STF noSenado e lamenta desarmonia entre Poderes

medidas contra a corrupção”alardeadas como a “salvação”da Pátria. “Foi isso o queaconteceu com as 10 medi-das, mentindo para a popula-ção que seriam a salvação daPátria. Tanto é que foram bus-car os 10 mandamentos parafazer a peça de marketing, osmarqueteiros do MPF que são

de direita, para atacar a esquerda no País.Agora, acrescentou o deputado do PT, “um

ministro do STF quer, antes da hora, antes determinar a votação da lei, retirar o presidente doSenado. Por que essa pressa toda? Por que umministro tem que fazer isso? Por que um ministrodo Supremo impediu Lula de ser ministro de Esta-do? Por que interviram no Senado, no caso doDelcídio do Amaral e não interviram na Câmara?O Eduardo Cunha era réu! O Ministério PúblicoFederal tinha pedido o afastamento do EduardoCunha, e o Supremo não o afastou. Não o afastouporque ele tinha que ficar para conduzir o proces-so do golpe”, avaliou Zé Geraldo.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

PT foi partido que mais cresceuno Brasil nos últimos 11 anos

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Regras de Temer para brasileiros: morrer antes de se aposentar ou se aposentar para morrerCom a nova proposta de reforma da Previdência, apre-

sentada oficialmente hoje (6), o presidente golpista, ilegíti-mo e conspirador Michel Temer acaba de atualizar o seuperverso e profético discurso ao povo brasileiro quando disse:“não pense em crise, trabalhe”. Agora, com as novas regraspara a aposentadoria, o discurso passa a valer como: “nãopense em crise, trabalhe até a morte”. É literalmente issoque sugere o governo golpista para o futuro de todos ostrabalhadores e trabalhadores, indistintamente. Ninguém maisvai se aposentar para descansar durante a velhice. De tão absur-das, as regras de Temer deixam duas opções aos brasileiros:morrer antes de se aposentar ou se aposentar para morrer.

Pela proposta golpista, um trabalhador para garantir100% da sua aposentadoria terá que contribuir por 49 anoscom a Previdência Social. Afora isso, o governo quer igualarhomens e mulheres na idade mínima para o aposento, que será de 65 anos. Na regramínima, o trabalhador para ter direito a requerer a aposentadoria deverá ter atingido65 anos e ter contribuído 25 anos. Nesse caso, ele terá direito a 76% da aposen-tadoria. Integralidade mesmo só com quase meio século de contribuição.

A nova idade mínima e o tempo mínimo de contribuição devem valer para homenscom menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos na data de promulgação daproposta que modifica a Constituição. Para homens com 50 anos ou mais e paramulheres com 45 anos ou mais, haverá uma regra de transição. Atualmente, as mulhe-res podem pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição e os homens, com 35anos. Para receber o benefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95(homens), que é a soma da idade e do tempo de contribuição. Com os novos critérios,Temer não poupou nem os professores, para quem a regra anterior era o somatório de80 e 90. Agora eles caem na vala comum da aposentadoria aos 65 anos.

Para piorar ainda mais a situação do trabalhador, a regra-Temer ainda reserva umasurpresa: no futuro, a idade mínima para pedir a aposentadoria pode exceder automa-ticamente os 65 anos. A proposta traz a possibilidade de um “aumento” automático adepender da expectativa de vida do brasileiro, que é calculada periodicamente peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo previsões baseadas no

crescimento da população, a idade mínima pode chegar a 67 anos até 2060.“É um saco sem fundo de maldades. E isso é literal mesmo. O ataque é direto no

direito do trabalhador. Eles erraram na forma e no conteúdo. Porque na forma? Por quecriaram um pacote sem discussão com a sociedade. Nós, nos governos da presidentaDilma e do presidente Lula, criamos fóruns de discussão, debatemos com a socieda-de”, criticou o ex-ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas. Ele ainda contestouo argumento golpista, segundo o qual a reforma é necessária porque a Previdênciaestá quebrada e porque é preciso equilibrar as contas do País.

“Num momento de crise econômica, você não faz uma reforma como essa,retirando direitos com o objetivo de equilibrar as contas. Primeiro, porque nãoreequilibra. Isso está errado. Segundo, não temos um descontrole nas despesas. Asdespesas da Previdência se mantêm estáveis. De 2014 para 2015, para se ter umaideia, tivemos queda na despesa. O problema do aumento do déficit é a queda dearrecadação. E a queda de arrecadação é decorrente de uma crise econômica no País,e nós só vamos conseguir equilibrar com a retomada do crescimento.

O requinte de crueldade do golpista Temer, porém, se voltou contra o homem docampo – aquele pequeno agricultor familiar que produz 70% dos alimentos que chegamà mesa de todos os brasileiros. O governo quer simplesmente aniquilar com a aposentadoria

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara manifestaram indignação, empronunciamentos na Tribuna, com o conteúdo da reforma da Previdência anunciadaontem (6) pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Para o deputado Décio LimaDécio LimaDécio LimaDécio LimaDécio Lima(PT-SC),(PT-SC),(PT-SC),(PT-SC),(PT-SC), a proposta é mais um atentado aos direitos dos trabalhadores. “Essaproposta nada mais é do que um conjunto de regras para tirar direitos consagrados dapopulação brasileira garantidos pela Constituição cidadã de 1988. Os pobres donosso País são os trabalhadores do campo e da cidade. Os problemas do País, comrelação ao equilíbrio das contas públicas estão, na grande maioria, vinculados àdívida pública, aos interesses dos banqueiros e dos rentistas”, disse.

O ajuste fiscal e a reforma da Previdência, explicou Décio Lima, são mudançasque não podem onerar somente a base da pirâmide social, bem como não podemmatar o paciente para curar a doença. No caso da Previdência Social, como em outrasfrentes, o governo ilegítimo se faz valer de falácias para convencer a população equase sempre o faz com o apoio da mídia comprometida com a plutocracia. Enfim,

Petistas reagem contra reforma da Previdência que fere de morte direitos do povo brasileiroresumo da ópera bufa da reforma da Previdência, anunciada pelo próprio Temer: paraos mais pobres, mais tempo de contribuição, benefícios menores e por menos tempo,enquanto mantém privilégios para os mais ricos”, lamentou o deputado do PT.

O deputado Marcon (PT-RS)Marcon (PT-RS)Marcon (PT-RS)Marcon (PT-RS)Marcon (PT-RS) reiterou que a reforma da Previdência do governoTemer é o preço do golpe que o povo vai pagar. “Isso que o governo Temer está fazendo éo valor e o custo que o povo brasileiro teve com o golpe da retirada da pesidente Dilma”,disse. Marcon também criticou as ameaças contra a agricultura familiar no que serefere à Previdência. “Hoje a agricultura familiar é quem mais contribui com aPrevidência, contribui na hora em que faz as suas compras e na hora em que vende.Tudo aquilo que é vendido é descontado dois e meio por cento e aí o agricultor quecomeça a trabalhar muito cedo, mesmo fora da lei, por obrigação familiar, tem quese aposentar com 65 anos para homem e 65 anos para mulher. Aonde é que essegoverno vai querer parar? Por que o governo não mexe nos altos salários”, questionou.

Também o deputado PPPPPaulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL)aulão (PT-AL) manifestou preocupação com a chegada

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

A reforma da Previdência proposta pelo governo golpista de Michel Temer ontem(6) foi extremamente mal recebida por centrais sindicais. Para o presidente da Centraldos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, a proposta é maisuma medida – e uma das mais duras – do “pacote de maldades” de Temer.

“Os financiadores do golpe estão cobrando a conta. Esse governo Big Brother, quecada dia tem um novo ministro eliminado, continua a apostar em um pacote de maldades.As medidas adotadas pelo Palácio do Planalto são extremamente regressivas. O governoquer extirpar o povo humilde, o povo mais carente, o povo que mais precisa”.

De acordo com ele, a reforma é uma forma de tentar encontrar uma saída parajustificar o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, mesmo que, para isso,privilegiem apenas os detentores do grande capital.

“O argumento do golpe é que era necessário retomar o crescimento econômico.A economia está derretendo. Eles se esforçam em fazer caixa para honrar o superávitprimário e bater palmas para o grande capital, sobretudo o capital financeiro, oespeculativo e o rentismo”.

Araújo garantiu que não há outra saída além da reação das centrais e lembrouque a Previdência pertence ao povo. “A Previdência não é uma poupança do Governo.É uma poupança da sociedade”.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, em textopublicado na página da entidade, afirma que a imposição de uma idade mínima éinjusta com os trabalhadores, em especial com os que começam a trabalhar mais cedo,e com as mulheres, que vão ter de trabalhar e contribuir mais e ganhar menos, como eleobserva, caso seja aprovada a desvinculação dos aumentos reais do salário mínimo dosreajustes dos benefícios dos aposentados e pensionistas.

“Uma coisa é trabalhar até os 65 anos com bons salários, plano de saúde eambiente saudável. Outra é a rotina de um trabalhador rural ou da construção civil, queficam expostos ao sol, a condições de trabalho inadequadas, começam a trabalhar naadolescência. Essas pessoas não podem ser tratadas de forma igual ao filho de ummédico, engenheiro ou advogado, por exemplo, que começam a trabalhar aos 24, 25anos, ou mais, quando decidem fazer especialização e MBA”, compara o dirigente.

A CUT informa que havia sido prevista uma reunião entre Temer e representan-tes das centrais na segunda-feira (5), quando a equipe do governo exporia suasideias para a Previdência. De acordo com a entidade, o horário da reunião foialterado diversas vezes, até que fosse definido para as 19h – depois de apresenta-ção das intenções dos parlamentares e aos meios de comunicação. O gesto, afirmaa central, demonstra que “a atual gestão golpista” não pretende ouvir os trabalha-dores e seus representantes. “Esse horário inviabilizou a participação de representan-tes da CUT”, explica a nota. “A direção nacional da entidade está reunida em Florianó-polis, onde os dirigentes vão debater as medidas e discutir estratégias de enfrentamen-to a essa reforma da Previdência prejudicial a toda a classe trabalhadora”.

emer para brasileiros: morrer antes de se aposentar ou se aposentar para morrer

Centrais criticam propostade reforma da Previdênciaque vai penalizar aindamais o “povo humilde”

rural, ao propor que essa categoria – que está classificada comosegurado especial – seja igualada aos trabalhadores urbanos emcritério de idade (65 anos) e passe a contribuir com a Previdência.Pela regra atual, o trabalhador rural e o pescador artesanal (quetambém é segurado especial) precisa apenas comprovar o exercícioda atividade rural no momento em que vai requerer aposentadoria ouqualquer outro benefício previdenciário.

O deputado Bohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RSBohn Gass (PT-RS), que é coordenador daFrente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Rural, defen-deu que um governo sem legitimidade deveria suspender toda equalquer proposta de reforma colocada neste momento, em vistado quadro político, econômico e social. Um dos pontos rebatidospelo parlamentar é alterar a idade de aposento do homem e damulher do campo, atualmente de 60 anos e 55 anos, respectiva-mente. “É inaceitável propor a retirada do salário mínimo desses

trabalhadores ao atingir essas idades. Mais absurdo é que quem está planejando essaalteração já está aposentado desde os 50, 51, 52 anos”, disse Bohn Gass, duranteSeminário Internacional de Previdência Social, realizado nesta terça-feira, no Senado.

Certamente, o deputado fez referência ao “núcleo duro” do governo golpista: opróprio Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o ex-ministro Giddel VieiraLima (Secretaria de Governo), que, embora já esteja fora do governo, tambémparticipou da trama da reforma. Temer se aposentou aos 55 anos, em 1996, comofuncionário do estado de São Paulo, na condição de ex-procurador. Padilha, de 71anos, é aposentado desde os 53 anos na condição de ex-deputado. E Geddel, de 57anos, está aposentado desde os 51 anos.

Cada ministro recebe pela função R$ 30.934,70, que são cumulativos com aaposentadoria. Segundo o Portal da Transparência do governo de SP, Temer recebeuR$ 45.055,99 no mês de junho. Ou seja, enquanto propõem retirar direitos dostrabalhadores, gozam de privilégios que extrapolam o teto constitucional. “Quandose trata dos pequenos desse País, o mínimo é, de fato, o mínimo. Mas, quando sefala nos grandes, o teto não é teto. Tem o sobreteto, o superteto, o triteto. Enfim...Nós chegamos a exageros de aposentadorias que não se classificam como direitos,mas privilégios”, protestou Bohn Gass.

revidência que fere de morte direitos do povo brasileiroao Congresso da proposta que, de acordo com ele, provoca inquietação na base dogoverno golpista de Temer. “Percebemos uma inquietação na própria base do gover-no. Percebemos um processo reativo forte de vários parlamentares que, no dia emque ocorreu o processo de impedimento da presidenta Dilma, estavam eufóricos.Será que não sabiam que o o golpe ia vir com vários pacotes, dentre eles umaaçodada reforma da Previdência que prejudica sobremaneira os trabalhadores”?

O deputado Waldenor PWaldenor PWaldenor PWaldenor PWaldenor Pereira (PT-BA)ereira (PT-BA)ereira (PT-BA)ereira (PT-BA)ereira (PT-BA) disse que houve alerta de que ogolpe que retirou a presidenta Dilma do poder tinha também o objetivo de atacar ostrabalhadores. “Na verdade, tratava-se de um golpe não destinado especialmente aoseu afastamento ou para atingir diretamente o PT, mas tratava-se, de fato, de umduro golpe, de uma afronta aos direitos sociais e trabalhistas do povo brasileiro.Queremos revelar toda a nossa insatisfação, nosso descontentamento, nossa repulsaa essa reforma da Previdência que fere de morte os direitos sociais e trabalhistas dopovo brasileiro, especialmente da população mais pobre”, disse o petista.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

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PLENÁRIO

O plenário da Câmara aprovou, ontem(6), o projeto de lei (PL 2516/15) queinstitui uma nova Lei de Migração. A pro-posta, originária do Senado, regula a entra-da e a permanência de estrangeiros no Bra-sil e atualiza o Estatuto do Estrangeiro, quevigora desde o regime militar. Como houvemodificações, a matéria retorna ao Senadopara ser novamente analisada.

Deputados da Bancada do PT elogiarama aprovação do substitutivo de autoria do depu-tado Orlando Silva (PCdoB-SP) que prevê, entreoutros pontos, a acolhida humanitária e o direci-onamento de políticas públicas afins ao tema,sempre de acordo com a Constituição e com tra-tados e convenções internacionais dos quais oBrasil é signatário. O texto inclui expressamente

Câmara aprova nova Lei de Migração coerentecom princípios dos direitos humanos

GOLVERNO GOLPISTA

Movimentos de moradia se unem para descongelaro programa Minha Casa, Minha Vida

Os movimentos nacionais de moradia parti-ciparam na semana passada, na Câmara dos De-putados, em Brasília, de um ato em defesa dodescongelamento das obras do programa MinhaCasa, Minha Vida (MCMV). Durante a audiênciapública, diversas entidades com representativi-dade na cidade e no campo, juntamente comparlamentares de esquerda, definiram uma sériede ações que deverão ser articuladas e colocadasem prática com o objetivo de unir forças para promo-ver a continuidade do programa.

A criação de uma Frente Parlamentar em defesada moradia na cidade e no campo, a retomada dascontratações para a construção de habitações na faixa1 do programa; a articulação para a não criminaliza-ção dos movimentos sociais de moradia; a promoçãode um diálogo da Frente com o Ministério PúblicoFederal e a elaboração de um dossiê sobre as cons-truções das moradias concluídas pelo MCMVEntidades estão entre as iniciativas elencadas. Oprograma funciona com quatro faixas (faixa 1, faixa1,5, faixa 2 e faixa 3). Dentre elas, somente aprimeira oferece empreendimentos exclusivamentevoltados para famílias de baixa renda.

“Essa foi uma iniciativa importante juntandoos movimentos da cidade e do campo, aqui emBrasília, para buscar formar uma Frente Parlamen-tar em defesa do programa”, destacou o deputadoJosé Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP)José Mentor (PT-SP). Ele também tem tratadoesse assunto através de projetos de Decreto Legis-lativo (PDC) em defesa do programa MCMV, que

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

abrange a cidade e o campo.Os PDCs 400/16 e 402/16, apre-

sentados por José Mentor, buscam sus-pender os efeitos das portarias 185 e186 do Ministério das Cidades, edita-das pelo ministro das Cidades, BrunoAraújo. As portarias revogaram o proces-so de habilitação e requalificação de entidades priva-das sem fins lucrativos no âmbito do Programa Naci-onal de Habitação Rural (PNHR) e a autorização parafinanciamento da construção de mais de 11 mil uni-dades habitacionais por meio do Programa MinhaCasa, Minha Vida – Entidades, que tinham sido assi-nadas pela presidenta eleita Dilma Rousseff.

“O ministro Bruno Araújo acabou voltando atrásnessas portarias dele, mas também não deu sequ-ência em nada. Daqui para frente é que vem ogrosso do problema. Vem a reforma trabalhista ea reforma previdenciária que serão propostas poresse governo”, alertou o deputado.

“O novo governo, logo que assumiu, já colocou asunhas no pré-sal, tirando a obrigatoriedade da pre-

sença da Petrobras nos campos de exploração depetróleo, tirou a obrigatoriedade do conteúdonacional, e provavelmente, vai voltar para omodelo de partilha, que é a concessão. Tudoisso para atender aos interesses das multina-cionais e do capital internacional”, disse JoséMentor durante a audiência.

O petista afirmou ainda que, com a PEC241 - agora 55, no Senado -, o governo irá se

dirigir aos fundos e recursos destina-dos aos programas públicos como oProUni e o Fies, além do Minha Casa,Minha Vida. “Eles querem se apropri-ar. Eles querem esse dinheiro. São R$150 bilhões. E para isso, eles têmque aprovar a PEC 241 e aprovar a lei

que revoga obrigatoriedade de exploração do pré-sal pela Petrobras”, apontou.

Segundo relatos de representantes dos movimen-tos de moradia que participaram do ato na Câmara,desde o afastamento da presidenta Dilma, o novogoverno vem fazendo uma série de alterações no pro-grama, atingindo duramente a faixa 1 do MCMV.

Também estiveram presente os deputados do PT:Beto Faro (PA)Beto Faro (PA)Beto Faro (PA)Beto Faro (PA)Beto Faro (PA), Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP)Carlos Zarattini (SP),Helder Salomão (ES)Helder Salomão (ES)Helder Salomão (ES)Helder Salomão (ES)Helder Salomão (ES), Joao Daniel (SE) Joao Daniel (SE) Joao Daniel (SE) Joao Daniel (SE) Joao Daniel (SE),Marcon (RS)Marcon (RS)Marcon (RS)Marcon (RS)Marcon (RS), Nilto TNilto TNilto TNilto TNilto Tatto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP)atto (PT-SP), PPPPPauloauloauloauloauloTTTTTeixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP)eixeira (SP), que coordenou a mesa, PPPPPadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre Joãoadre João(MG) (MG) (MG) (MG) (MG) e PPPPPatrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG)atrus Ananias (MG). Do PCdoB: JandiraFeghali (RJ) e Orlando Silva (SP) e do PSOL: EdmilsonRodrigues (PA) e Glauber Braga (RJ).

o repúdio à xenofobia, ao racismo e a qualqueroutra forma de discriminação, seja por religião,nacionalidade, pertinência a grupo social ouopinião política.

Para o deputado Leo de Br i to (PT-AC),Leo de Br i to (PT-AC),Leo de Br i to (PT-AC),Leo de Br i to (PT-AC),Leo de Br i to (PT-AC),priimportante deste projeto é o que trata sobre osapátridas (sem nacionalidade). Vamos ajudar a

regularizar a situação destas pessoas e isso écompromisso dos países da América para er-radicar esta situação até 2014”, explicou.

O depu tado Ca r l o s Z a r a t t i n iCa r l o s Z a r a t t i n iCa r l o s Z a r a t t i n iCa r l o s Z a r a t t i n iCa r l o s Z a r a t t i n i(PT-SP), (PT-SP), (PT-SP), (PT-SP), (PT-SP), também t i tular no colegiado,afirmou que o projeto moderniza a legis-lação. “Essa proposta demonstra o senti-mento do povo brasileiro de recepcionarbem os imigrantes, como sempre foi nahistória. Parabenizo a todos os integrantes

das entidades que representam os imigrantesque participaram da formulação deste texto”,registrou o parlamentar paulista.

Para a deputada Mar ia do Rosá r i oMar ia do Rosá r i oMar ia do Rosá r i oMar ia do Rosá r i oMar ia do Rosá r i o(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS)(PT-RS), o projeto é coerente com os princípiosconstitucionais de soberania dos povos e digni-dade da pessoa humana.

DIVULGAÇÃO

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TRANSPORTE

As notícias que circulam na sociedade bra-sileira de que o aplicativo de transporte depassageiros Uber será extinto foram duramen-te rebatidas ontem (6), pelo deputadoCarlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP)Carlos Zarattini (PT-SP), um dos autoresdo projeto de lei (PL 5587/16), que trata daregulamentação dos táxis e dos aplicativosdigitais. “Não existe isso. Ninguém quer aca-bar com essas plataformas digitais, ao contrá-rio do que se está falando”, assegurou Zarat-tini, que aposta numa solução para a polêmica queenvolve as categorias de taxistas e motoristas de pla-taformas digitais ainda este ano. A votação do reque-rimento de urgência ao PL é prevista para hoje (7).

“O projeto regulamenta esse serviço e permiteque o Uber possa funcionar dentro de uma legislação.O que pretendemos, exclusivamente, é regulamentare permitir maior segurança para o usuário”, garantiuZarattini, durante a reunião do grupo de trabalho quealinhavou as últimas mudanças que foram acrescidasà proposta original, em forma de substitutivo.

Esclareceu ainda Zarattini, que exerce a vice-liderança da Minoria na Câmara, que o objetivo doprojeto é garantir que os serviços prestados sejam dequalidade e regulamentados pelo poder público, ouseja, fiscalizados.

Projeto não acaba com o Uber; textoregulamenta aplicativos digitais, diz Zarattini

O deputado Ságuas Moraes (PT-MT)Ságuas Moraes (PT-MT)Ságuas Moraes (PT-MT)Ságuas Moraes (PT-MT)Ságuas Moraes (PT-MT),presidente da Comissão Mista da Medida Pro-visória 744/16 - que altera a estrutura admi-nistrativa da Empresa Brasil de Comunicação(EBC), criticou o relatório final dos trabalhosdo colegiado, lido ontem (6) pelo relator damatéria, senador Lasier Martins (PDT-RS). Opetista disse que até mesmo propostas quepoderiam trazer algum avanço, acabam sendoanuladas por outras que retiram sua eficácia.Acatando um pedido de vista formalizado pelo sena-dor Paulo Rocha (PT-PA), Ságuas transferiu a votaçãodo parecer para a próxima quinta-feira (8).

“O relator criou, por exemplo, a figura do ComitêEditorial e de Programação para orientar a produçãode conteúdo. Poderia até funcionar, mas ele determi-na que essa instância deve ser composta apenas porpessoas oriundas da mídia, prejudicando a voz dasociedade. Outro ponto interessante, que é a sabatinado diretor-presidente da EBC pelo Senado, acaba seperdendo quando é criado a possiblidade do presiden-te da República demitir sumariamente o dirigentemáximo da EBC a seu bel prazer”, explicou.

Ságuas critica relatório final de medida provisóriaque retira caráter público da Empresa Brasil de Comunicação

Ainda sobre as propostas, o parlamentar afirmouque a obrigatoriedade de colocar apenas profissionaisda mídia no Comitê Editorial e de Programação acabainduzindo a emissora pública a exibir um conteúdomeramente comercial, sem preocupação com a va-riedade e a diversidade. Ao criticar o fim domandato para o diretor-presidente da EBC, Ságuasalertou que, se aprovada, a proposta poderia fazercom que a empresa pública se transformasse emuma empresa estatal, trabalhando apenas paraatender aos interesses do governo de plantão.

A proposta do relator também levanta polêmicasobre os métodos apontados por ele para elevar os

índices de audiência da EBC. O senador LasierMartins recomenda no parecer que a empre-sa pública contrate regularmente pesquisaspara auferir a audiência, como forma deorientar a produção de conteúdo.

Outro ponto questionado no relatório é adesproporção na composição do conselho ad-ministrativo da EBC. Pela proposta do relator, ainstância seria composta por 11 membros, sen-do 10 representantes indicados pelo governo e

apenas um indicado pelos empregados da EBC. Nessecaso, não haveria representação da sociedade civil.

Conselho CuradorConselho CuradorConselho CuradorConselho CuradorConselho Curador- O relator também mante-ve o texto da MP 744/16, que extingue o conselhoCurador da EBC, retirando a autonomia da empresapública em relação ao governo Federal. A instânciaera a responsável para definir a produção, progra-mação e distribuição de conteúdo no sistemapúblico de radiodifusão e agências.

O Conselho Curador era composto por repre-sentantes de vários setores da sociedade civil,do Congresso Nac ional , do Governo e dosfuncionários da empresa.

“O presente substitutivo definitivamente enfren-ta o tema ao estabelecer as diretrizes, os requisitos eas condições para que o poder público municipal e doDistrito Federal regulamentem a nova modalidade deserviço de transporte individual de passageiros, ga-rantindo o interesse público e a segurança do usuá-rio”, diz a justificativa apresentada ao projeto.

A proposta prevê a alteração da Lei de Mobilida-de Urbana (Lei 12.587/12). A nova redação definecomo transporte individual privado remunerado osserviços de transportes de passageiros previamentecadastrados por meio de plataformas tecnológicas. Otexto define também as diretrizes para que o poderpúblico regulamente a prestação do serviço, nos mes-mos moldes que o serviço prestado por táxi.

Destacam-se entre as principais diretrizes, a ne-

cessidade de autorização pelo poder públicopara a prestação de serviço; limitação do nú-mero de veículos autorizados; obrigatorieda-de do uso de veículo de aluguel (com placavermelha e identificação externa); exigênciade que o motorista prestador de serviço passepor curso específico de formação, entre ou-tros. A ideia do legislador foi outorgar maiorcontrole sobre o serviço a ser prestado.

O texto estabelece, ainda, requisitos mí-nimos para a atuação do titular da plataforma tec-nológica responsável pela intermediação entre omotorista e o usuário. A medida cria a figura daOperadora de Transporte Credenciada (OTC) que podeser pessoa física ou jurídica. A OTC fica qualificadacomo prestadora de serviço de serviço de transporteremunerado de passageiro.

Além disso, ao exigir que a operadora mantenhasede ou filial na localidade em que será ofertadoo serviço, o legis lador procurou garantir aarrecadação tributária para o município onde aprestação do serviço será feita.

Prevê ainda o projeto de lei alterações na Leido Código de Transito (Lei 9503/1997) e a Lei10233/2001 que dispõe sobre a reestruturaçãodos transportes aquaviário e terrestre.

COMUNICAÇÃO

DIVULGAÇÃO

LUIZMACEDO/CÂMARA

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PETROBRAS

Justiça barra venda de ações da Petrobras

Distribuidora e impõe derrota a gestão golpistaO presidente da Petrobras, Pedro Parente, sofreu uma grande

derrota na última sexta-feira (2). É que o juiz da 3ª Vara daJustiça Federal em Sergipe, Edmilson da Silva Pimenta determi-nou, em caráter liminar, à Petrobras e à Agência Nacional doPetróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a suspenção davenda de participação acionária na Petrobras Distribuidora.

O magistrado acatou o recurso impetrado pelos petroleirosJosé Hunaldo Nunes Santos e Fernando Borges da Silva, emmais uma ação para frear a sanha entreguista que se alojouilegitimamente no Palácio do Planalto. No processo, os pe-troleiros acusam a Petrobras de rifar ativos importantes, comoé o caso da venda de 51% das ações da BR Distribuidora, jáanunciada recentemente por Pedro Parente.

No arrazoado, os dois pe-troleiros argumentaram queabrir mão do controle da BRDistribuidora, “causaria inter-ferência direta na vida de to-dos os cidadãos do país, por-quanto é o controlador acio-nário quem determina a es-

tratégia e a gestão da companhia, como por exemplo em relaçãoàs condições e aos prazos de pagamento da distribuição doscombustíveis, com a garantia do suprimento para continuidade dosserviços públicos”. Na reclamação, os autores responsabilizam tam-bém a Petrobras de não dar publicidade aos ativos colocados à vendarecentemente pela companhia.

Com iniciativas voltadas à preservação da Petrobras e dasoberania nacional, o deputado Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS)Henrique Fontana (PT-RS),avaliou positivamente a decisão da justiça e voltou a alfinetaro presidente da Petrobras que, segundo ele, tem o propósito deentregar ao sistema privado os setores mais rentáveis do sistema

“Serra foi comprado pela Chevron”,afirma presidente da FUP

de petróleo brasileiro. “É uma deci-são importante e deve ser aplaudi-da porque estão canibalizando aPetrobras – privatizando setores ex-tremamente lucrativos e que dão aela, exatamente, a estrutura completano campo de negócio de petróleo e gásem que ela atua”, comemorou o deputado.

“Essa verticalidade e essa estrutura de negóciocompleta que tem a Petrobras dão a ela uma enormeforça econômica e potência de mercado. E, a maneiracomo o governo ilegítimo de Temer está procedendo aprivatização e canibalização da empresa é um crime contrao futuro do país”, denunciou Fontana.

A decisão do juiz Edmilson da Silva Pimenta se-guiu o mesmo caminho trilhado, recentemente, pela juízafederal Telma Maria Santos Machado, da 1ª Vara Fede-ral de Sergipe. A magistrada suspendeu venda dos di-reitos de concessão dos campos de Baúna (Bacia deSantos) e Tartaruga Verde (Bacia de Campos), já emnegociação com a companhia de energia australianaempresa Karoon Gas Australia Ltd. Essa ação tam-bém foi ajuizada pelo petroleiro José Hunaldo Nu-nes Santos. Ele argumentou que essa negociaçãoestava sendo feita pela Petrobras sem seguir devi-damente o processo de licitatório.

“Então, essa decisão deve seraplaudida por todos nós. Esperamos queela se mantenha nas instâncias su-periores do judiciário”, disseesperançoso, o deputadoHenrique Fontana.

Em 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvaassumiu o governo, a Petrobras estava “na UTI”. 10 anos depois, aempresa tinha outra cara. O investimento em pesquisa e desenvol-vimento, por exemplo, saltou de R$ 100 milhões para R$ 1 bilhãopor ano. A participação no PIB saiu de 2% para 13%. A indústrianaval, estimulada por políticas de obrigatoriedade de conteúdonacional, saiu de 2 mil para 90 mil empregados.

“Nós reaprendemos a fazer navios e plataformas”, afirma ZéMaria Rangel, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP).Mesmo com esses números, a mídia e aqueles que hoje estão nopoder venderam a ideia de que o PT havia destruído a empresa.Nada mais falso. Esse discurso colaborou para o golpe de Estado de2016. Hoje, o atual presidente da empresa Pedro Parente promoveum verdadeiro desmonte, com a venda de ativos importantes.

Todo esse processo remonta a descoberta do pré-sal em 2007,e o interesse de multinacionais aqui. “Elas (multinacionais do

petróleo) saem pelo mundoafora em busca de novas reser-vas, e fazem isso ou através deguerras – com outras justifi-cativas, mas o pano de fundo é opetróleo, como no Irã, Iraque, Angola, Síria.Ou fazem como no Brasil, que eles compram algunsdeputados e senadores e mudam a lei, sem disparar umtiro”, explica o sindicalista.

Com a recente sanção da lei que retira a obrigatoriedade da Petrobras naexploração do pré-sal, uma das maiores descobertas de petróleo dos últimos temposficou à mercê das estrangeiras. A lei é de autoria do senador José Serra (PSDB), hojeministro das Relações Exteriores. Em 2009, Serra conversou com uma executiva da Chevron,que o pressionava para impedir a aprovação da lei da Partilha.

Veja a entrevista completa com Zé Maria na página da Bancada do PT na Câmara:www.ptnacamara.org.br.

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA