reflexo da concessão de uso especial para fins de moradia no tribunal de justiça - sp

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Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP Rosane Tierno 14 de dezembro de 2012 Implementação dos Instrumentos de Regularização Fundiária - Experiências Práticas e o Papel do Poder Judiciário

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Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP. Implementação dos Instrumentos de Regularização Fundiária - Experiências Práticas e o Papel do Poder Judiciário. Rosane Tierno 14 de dezembro de 2012. Fundamento Constitucional - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Rosane Tierno14 de dezembro de 2012

Implementação dos Instrumentos de Regularização Fundiária - Experiências Práticas e o Papel do Poder Judiciário

Page 2: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Fundamento Constitucional

art. 182 § 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

Page 3: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

•Referência Normativa – Estatuto da Cidade

Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:V – institutos jurídicos e políticos h) concessão de uso especial para fins de moradia;

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Page 4: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Referência Normativa – Estatuto da Cidade – altera Lei 6015/73Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, alterado pela Lei no 6.216, de 30 de junho de 1975, passa a vigorar com a seguinte redação:"Art. 167. (I)..................................................37) dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias da concessão de uso especial para fins de moradia

Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei no 6.015, de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 19 e 20:"Art. 167.(II) ....................................................

19) da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia;

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Page 5: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Referência Normativa – Medida Provisória nº. 2220/01

I – Requisitos Objetivos

Imóveis públicos

Área urbana

uso predominante para moradia

área de até 250m²

viver há mais de 5 anos até jul/2001 - permitida a soma das posses sucessivas

II – Requisitos subjetivos

Sem oposição do titular de domínio

o ocupante não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural

Individual ou coletiva

Transferível inter vivos ou causa mortis

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Page 6: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Referência Normativa – Medida Provisória nº. 2220/01

Regra:Ato vinculado

(Poder-dever do Poder Público)

Quando Preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos da CUEM

Exceção I:

Ato vinculado subjetivo(Poder-dever do Poder Público em relação reconhecimento do direito subjetivo do morador, mas o local de atendimento será diferente daquele ocupado)

Local de moradia passível de acarretar risco à vida ou à saúde do morador

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Page 7: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Ocupação nos seguintes locais

Áreas de uso comum do povo

Destinado à projetos de urbanização

de interesse da defesa nacional

Em área de preservação ambiental e da proteção de ecossistemas naturais

Reservado à construção de represas e obras congêneres

Situado em via de comunicação

Faculdade do Poder Público em reconhecer o direito à CUEM em local diferente daquele ocupado, MAS TEM QUE ATENDER

Art. 5º. da MP 2220/91

Exceção II:

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Page 8: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEMAspectos Civis

Ministério do Trabalho e Emprego Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

RESOLUÇÃO Nº 674, DE 25 DE OUTUBRO DE 2011MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGOCONSELHO CURADOR DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇODOU de 04/11/2011 (nº 212, Seção 1, pág. 63)

Autoriza a inclusão da Concessão de Direito Real de Uso - CDRU e da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM no rol de garantias admitidas nas operações lastreadas com recursos do FGTS.O CONSELHO CURADOR DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO, na forma da alínea "n" do inciso I do art.9º da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e considerando que as modalidades de garantias Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia e Concessão de Direito Real de Uso são instrumentos que têm aceitação jurídica e que, conforme o disposto naLei nº 11.481, de 31 de maio de 2007, podem ser admitidas como objeto de garantia real pelos agentes financeiros nas operações imobiliárias do Sistema Financeiro de Habitação - SFH, resolve:1 - Incluir no rol de garantias admitidas nas operações de empréstimos do FGTS a Concessão de Direito Real de Uso - CDRU e a Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM, observada a legislação que regulamenta esses instrumentos de posse e uso de terrenos para moradia popular.1.1 - Na hipótese de garantias sob a forma de CDRU somente serão admitidas as concessões com prazo de uso indeterminado, excetuados os casos de contratos celebrados pela União, pelo Distrito Federal, por estados e por municípios antes da publicação desta Resolução.2 - Estabelecer que o Agente Operador expeça os atos complementares necessários à operacionalização das disposições desta Resolução.3 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.CARLOS ROBERTO LUPI - Ministro de Estado do Trabalho e Emprego - Presidente do Conselho

Page 9: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia - CUEM

Aspectos Civis

• Art. 1225 do Código Civil – A CUEM é um Direito Real

• É UM INSTRUMENTO DE GARANTIA

Page 10: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso I I• Processo: 0026300-54.2011.8.26.0053 – Reintegração de Posse• Reqte: PMSP• Reqdo: particular• Requerida administrativamente a CUEM – sem reposta da municipalidade.

Essa ingressou com ação de reintegração de posse e pedido de indenização pelo tempo de moradia em área pública

• Alegado o direito à CUEM na contestação• DECISÃO: Parcialmente procedente

• Área Municipal – MP 2220/01 inconstitucional – vício de competência• Início da posse em 2002• Improcedência do pedido de indenização, posto que a PMSP não

respondeu ao requerimento administrativo de CUEM• Procedência do pedido de reintegração de posse• Sucumbência recíproca

Page 11: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

• Processo: 0001571-95.2010.8.26.0053 – Proc. Ordinário – Perda da Posse• Reqte: Particular• Reqdo: PMSP• Requerente ingressou no imóvel em 2002, alega ser inconstitucional a

limitação temporal da MP 2220/01• Liminar indeferida• DECISÃO: Extinto o feito sem julgamento de mérito

Caso II

• Necessário processo administrativo a fim de se verificar a existência do direito

• Não é possível o judiciário substituir o administrador, sob pena de ferir o princípio da separação entre poderes

• Falta de interesse de agir da autora, que deve busca seu intento administrativamente

• Sucumbência: R$ 2.000,00 à Autora

Page 12: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso III• Processo: 053.09.015134-0 – Proc. Ordinário – Indenização por Dano Moral• Reqte: Particular• Reqdo: PMSP e Camargo Corrêa• Requerente retirada da área – Jd. Centenário para construção do complexo Viário

Jurubatuba, de modo constrangedor pelos agentes públicos, indenizada em R$ 5.000,00. Limite temporal de até “30 de Julho de 2001” inconstitucional em face do art. 182 da CF.

• Área da CPTM• DECISÃO: Camargo Corrêa: Extinto o processo sem julgamento de mérito –

ilegitimidade de parte; PMSP - Improcedente

• Posse irregular de bem público caracteriza-se como mera detenção, não gerando direitos possessórios, em especial indenização das acessões e benfeitorias

• Imóvel destinado a projeto de urbanização, a CUEM é uma faculdade do poder público

• A MP 2220/01 é inconstitucional, cf. Celso Antônio Bandeira de Mello• Sucumbência: R$ 700,00 a cada Ré

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Caso IV• Processo: 0127285-36-208.8.26.0053 – Outros Feitos não esepecificados• Reqte: Particular• Reqdo: PMSP• Requerente mora em área pública, sistema de recreio desde 1991, área de 118,00

m²• Alega que a CUEM é direito subjetivo, ato vinculado da administração pública, pede

alternativamente em caso de improcedência que seja deslocada para nova residência, ou seja inscrita em programas de desenvolvimento urbano

• DECISÃO: Procedência do pedido

• Mens legis da MP 2220/01 – assegurar o direito à moradia• Trata-se de direito real sobre coisa alheia, não se trata de mera faculdade do

Poder Público, cf. Hely Lopes Meirelles• Não carece de prévio pleito administrativo• Pela CF a União legisla sobre Direito Urbanístico –Estatuto das Cidades. • Não há ofensas ao princípio da separação dos poderes• Não precisa desafetar porque nunca teve a destinação original e a

Municipalidade nunca protegeu o local• $Sucumbência: R$ 4.000,00 a Ré

Page 14: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso V• Processo: 0014586-34.2010.8.26.0053 - Procedimento Ordinário• Reqte: Particulares• Reqdo: Fazenda Estadual• Requerentes moram em área pública desde 1989, totalizando 330 famílias• Ingressaram com pedido administrativo que foi indeferido, liminar indeferida• Área desapropriada para construção de escola• DECISÃO: Improcedência do pedido

• Inconstitucionalidade da MP 2220/01 - O benefício pretendido pelos autores não deve ser concedido porque o bem é estadual e lei federal não pode tratar de disposição de bem de outro ente federativo, por vício de competência, cf. Carlos Bastide Horbach, citando Odete Medauar.

• A melhor interpretação é aquela no sentido de que os dispositivos da MP 2220/2001 permitem aos Municípios e Estados a cessão do uso do bem público, em determinadas hipóteses, respeitada, entretanto, sua competência

• discricionária para determinar se isso é possível, caso a caso (cf. Maria Sylvia Zanella di Pietro

• Como a Fazenda Estadual não pretende ceder o imóvel, julga improcedente• Sucumbência: 20% do valor da causa, mas suspensa pq réus são pobres

Page 15: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso VI• Processo: 0014586-34.2010.8.26.0053 - Procedimento Ordinário• Reqte: Universidade de São Paulo - USP• Reqdo: Particulares • Requerentes moram no imóvel desde 2005, em sede de contestação alegam que

exercem posse sobre o imóvel há mais de 5 anos, devendo ser reconhecido o direito à concessão de uso especial, que têm direito de retenção por benfeitoria.

• Ofereceram reconvenção pedido a CUEM• Área desapropriada para construção de escola• DECISÃO: Procedência parcial do pedido

• Reconhecendo-se que se tratada de bem público, os requeridos são meros detentores, e não possuidores como alegam

• Não atendem ao lapso temporal de 30 de junho de 1996 a 30 de junho de 2001• Determinação de reintegração de posse• Indenização por eventuais benfeitorias necessárias• Sucumbência recíproca

Page 16: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso VII• Processo: 0015136-29.2010.8.26.0053 – Ação cominatória• Reqte: Particulares• Reqdo: PMSP• Requerentes ingressaram com ação com o objetivo de impedir a desocupação e a

demolição do imóvel de propriedade da Ré. Subsidiariamente, espera que seja a Ré compelida a conceder outro imóvel, de iguais condições.

• A Autora assinou o Termo Administrativo de Concessão de Uso Especial de Fração Ideal de Imóvel para Fins de Moradia, em 6 de fevereiro de 2004, mas, em vistoria ocorrida em janeiro de 2010, verificou-se que o imóvel está localizado na base de um talude íngreme - ÁREA DE RISCO

• DECISÃO: Procedência parcial do pedido

• Improcedente o pedido principal, para considerar legal a ordem de desocupação e demolição do imóvel, e julgo procedente o pedido subsidiário, para determinar à Municipalidade que transfira os efeitos do Termo de Concessão de Uso Especial para outro imóvel em condições equivalentes, sob pena de multa – acompanha MP

• Sucumbência recíproca

Page 17: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso VIII• Processo nº: 0121995-87.2008.8.26.0005 Ação de Rescisão Contratual, cumulada

com Reintegração de Posse• Requerente: Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano • do Estado de São Paulo - CDHU• Requerido: Particulares• Requerentes se encontram em mora e defendem permanência em razão da CUEM –

MP 2220/01. • DECISÃO: Improcedência

• não se vislumbra hipótese de uso especial de bem público legalmente titulado, mas de ocupação irregular de área pública, porque a utilização do imóvel realiza-se de forma clandestina, por força do esbulho decorrente da mora, sem base em qualquer ato unilateral ou contrato emanado da Administração.

• Determina a reintegração da autora na posse da unidade habitacional indicada na inicial, declarando a perda das parcelas pagas, bem como eventuais benfeitorias realizadas no imóvel.

• Sucumbência: 10% do valor da causa –suspenso enquanto pobre

Page 18: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso IX• Processo nº: 053.08.112487-3 - Ação Civil Pública• Requerente: Defensoria Pública do Estado de São Paulo• Requerido: Município de São Paulo • Trata-se da Favela do Tanque onde residem 140 famílias; a comunidade está situada

em ZEIS-1; os moradores do local, todos de baixa renda, ocupam há mais de dez anos faixas de terreno com áreas inferiores a 250 m2;

• A PMSP deu início a processo de desocupação com a interdição de imóveis, sob o argumento de risco geológico

• Defensoria - a desocupação viola direitos fundamentais à moradia e à cidade sustentável da comunidade da Favela do Tanque; o réu tem o dever constitucional de implementar políticas urbanas que garantam referidos direitos subjetivos; e fazem os moradores da Favela do Tanque jus à regularização fundiária por meio da concessão especial de uso

• DECISÃO: Improcedência

• Não se encontra atendido o requisito do lapso temporal mínimo• É vedada a regularização fundiária em ÁREAS DE RISCO, a teor da Lei

Municipal n. 13.430/02• Sucumbência: Não cabível

Page 19: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Caso X• Processo nº: 0008387-93.2010.8.26.0053 - Procedimento Ordinário• Requerente: Maria Aparecida dos Reis• Requerido: Estado de São Paulo - IPESP

• Trata-se de demanda em que a autora narra ter contratado a aquisição de imóvel do IPESP, que foi objeto de ação de reintegração de posse ajuizada pelo Instituto, e julgada procedente. Pretende ser mantida no imóvel, a título de concessão de uso.

• DECISÃO: Improcedência

• A MP 2.200/01 é inconstitucional• O benefício pretendido pela autora, não pode ser tido como possível, porque

nem o IPESP, nem a ré, pretendem outorgar a ela o uso do bem público e lei federal não pode tratar de disposição de bem estadual, por vício de competência. Caso interpretado o dispositivo como imposição ao Estado para a concessão do benefício, a lei é inconstitucional.

• Sucumbência: 10% do valor da causa

Page 20: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Incidente de Inconstitucionalidade

• Processo TJ:

• Julgamento 16 de janeiro de 2013

0021208-41.2003.8.26.0000 (000.03.021208-1) Em grau de recurso

Page 21: Reflexo da Concessão de Uso Especial para fins de Moradia no Tribunal de Justiça - SP

Obrigada,

Rosane Tierno