reciclagem de placas de circuito impresso para obtenÇÃo de...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA QUÍMICA
BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA
LAÍS PEREIRA TOZZI
RECICLAGEM DE PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO PARA
OBTENÇÃO DE METAIS NÃO FERROSOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PONTA GROSSA
2017
LAÍS PEREIRA TOZZI
RECICLAGEM DE PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO PARA
OBTENÇÃO DE METAIS NÃO FERROSOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Engenharia Química, do Departamento Acadêmico de Engenharia Química, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Orientador: Prof. Mestre Celso Gonçalves de Quadros.
PONTA GROSSA
2017
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa Departamento Acadêmico de Engenharia Química
TERMO DE APROVAÇÃO
Reciclagem de Placas de Circuito Impresso para Obtenção de Metais não Ferrosos
por
Laís Pereira Tozzi
Monografia apresentada no dia 08 de novembro de 2017 ao Curso de Engenharia Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Ponta Grossa. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho APROVADO.
____________________________________
Prof. Dr. Matheus Pereira Postigo
(UTFPR)
____________________________________
Prof. Mes. Wagner Scheidt
(UTFPR)
____________________________________
Prof. Mes. Celso Gonçalves de Quadros
(UTFPR)
Orientador
_________________________________
Profa. Dra. Juliana de Paula Martins
Responsável pelo TCC do Curso de Engenharia Química
A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Química.
AGRADECIMENTOS
É difícil ter palavras o suficiente para descrever o quanto sou grata por tudo
que me foi atribuído durante essa caminhada de graduação. Agradeço imensamente
à todas as pessoas que de alguma forma me motivaram e me orientaram durante esse
percurso.
Agradeço primeiramente a Deus, que sempre esteve ao meu lado nos
momentos mais difíceis, me dando esperança. Agradeço também a minha família, que
nunca me abandonou, esteve comigo a qualquer custo me dando forças para
continuar, e agradeço à aqueles que se tornaram família durante a graduação.
Agradeço imensamente ao meu orientador Prof. Ms. Celso Gonçalves de
Quadros, pela paciência e sabedoria com que me guiou nesta trajetória e também por
toda a dedicação e força de vontade com que fizeram com que eu chegasse até a reta
final. Agradeço também aos meus amigos, amigos que Deus me deu durante a
faculdade e que levarei para o resto da vida. Por fim, agradeço a todos os que me
forneceram suporte e aprendizados, lhes sou grata eternamente.
RESUMO
TOZZI, Laís Pereira. Reciclagem de Placas de Circuito Impresso para a obtenção de metais não ferrosos. 2017. 45f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Química) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2017.
Atualmente, a reciclagem tem papel significativo na diminuição da poluição do solo, da água e do ar. Os materiais que são mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel, e o plástico. No entanto, existe também o lixo eletrônico que vem crescendo com o passar do tempo e ainda não existe uma solução definitiva para o problema. Devido à alta rotatividade de produtos eletrônicos, que são comercializados e descartados diariamente, percebeu-se a necessidade de reciclagem dos mesmos. Os resíduos provenientes deste lixo, além de serem prejudiciais à saúde, contém também componentes que possuem valor agregado como ouro, cobre, chumbo e estanho. Em todos os circuitos eletrônicos há uma placa de circuito impresso (PCI), confeccionada de resina ou fibra de vidro, possui em sua constituição esses componentes com valor agregado. Visto isso, percebe-se a necessidade de reciclagem dessas placas de circuito impresso. Para isso, há algumas tecnologias que são empregadas no processo de reciclagem, podendo ser mecânicas, químicas ou térmicas. Uma proposta, neste trabalho, é estudar a reciclagem das PCIs procurando aumentar o percentual de reaproveitamento e contribuindo também para um fim adequado do lixo eletrônico.
Palavras-chave: Reciclagem. Lixo Eletrônico. Placas de Circuito Impresso. Reciclagem química.
ABSTRACT
TOZZI, Laís Pereira. Recycling of Printed Circuit Boards for the obtainment of non-ferrous metals. 2017. 45p. Final Year Project (Bachelor’s Degree in Chemical Engineering) - Federal Technology University - Paraná. Ponta Grossa, 2017.
Nowadays, recycling has a significant role in reducing soil, water and air pollution. The most recycled materials are glass, aluminum, paper and plastic. However, there is also the electronic junk that has been growing over time and there is still no definitive solution to the problem. Due to the high turnover of electronic products, which are marketed and discarded daily, it was realized the need to recycle them. Residue from this waste, besides being harmful to health, also contains components that have added value such as gold, copper, lead and tin. In all the electronic components there is a printed circuit board (PCI) that are made of resin or fiberglass and have in their constitution these components with added value. Seen this, one sees the need to recycle these printed circuit boards. The technologies employed in the recycling process may be mechanical, chemical or thermal. One proposal is to study the recycling of PCIs in order to increase the percentage of reuse and also contribute to an adequate end of e-waste.
Keywords: Recycling. Electronic waste. Printed Circuit Boards. Chemical Recycling.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Placa de Circuito Impresso com Componentes ....................................... 18
Figura 2 – Esquema da Classificação das Placas de Circuito Impresso ................... 18
Figura 3 – Placa de Circuito Impresso sem Componentes ....................................... 21
Figura 4 – Absorção Atômica .................................................................................... 24
Figura 5 – Moinho de Facas ...................................................................................... 29
Figura 6 – Moinho de Bolas....................................................................................... 30
Figura 7 – Peneiras ................................................................................................... 30
Figura 8 – Amostras com PCIs diluídas em solução de água régia .......................... 31
Figura 9 - Equipamento de Absorção Atômica ………………………………………….32
Figura 10 - Equipamento de Absorção Atômica …………………………………………33
Figura 11 - Microscopia de Varredura de uma amostra de PCI ……………………....39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Composição média da sucata de equipamentos eletroeletrônicos .......... 15
Tabela 2 – Razões para adquirir novos equipamentos eletrônicos ........................... 15
Tabela 3 – Relações de alguns metais com a saúde humana .................................. 19
Tabela 4 – Quantidade de Amostra de PCI para análise em solução ....................... 33
Tabela 5 – Análise Comparativa entre moinhos de facas e de bolas ........................ 35
Tabela 6 – Concentração de cobre em mg/L ............................................................ 36
Tabela 7 - Concentração de chumbo em mg/L………………………………………….36
Tabela 8 - Porcentagens finais de cobre e chumbo nos analitos ……………………..37
Tabela 9 - Consumo de Energia em kWh ………………………………………………..40
LISTA DE SIGLAS
Au Ouro
Au2O3 Óxido de Ouro
Cu Cobre
CO2 Dióxido de Carbono
CuO Óxido de Cobre
FNM Fase não Metálica
FM Fase Metálica
HNO3 Ácido Nítrico
HCl Ácido Clorídrico
H2O Água
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
K2CO3 Carbonato de Potássio
KCl Cloreto de Potássio
NO2 Dióxido de Nitrogênio
NO Óxido Nítrico
PCI Placa de Circuito Impresso
LISTA DE ACRÔNIMOS
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
ONU Organização das Nações Unidas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................11
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................12
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................13
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................13
1.2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................14
2.1 PRODUÇÃO DE LIXO ELETRÔNICO ..............................................................14
2.2 RECICLAGEM NO BRASIL ..............................................................................16
2.3 PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO (PCI) ......................................................17
2.4 IMPACTO DOS METAIS NA SAÚDE E NO MEIO AMBIENTE ........................19
2.5 RECICLAGEM DE PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO .................................20
2.5.1 Processos Mecânicos .....................................................................................20
2.5.1.1 Retirada dos componentes .........................................................................21
2.5.1.2 Cominuição .................................................................................................22
2.5.1.3 Classificação ...............................................................................................22
2.5.2 Solução de Água Régia ..................................................................................23
2.5.3 Vantagens de Reciclagem do Cobre ..............................................................24
2.5.4 Absorção Atômica e a Quantificação dos Metais ............................................24
2.5.5 Cálculo de Consumo de Energia ....................................................................25
2.5.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ...................................................26
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................27
3.1 MATERIAIS .......................................................................................................27
3.1.1 Tratamento das Placas de Circuito Impresso .................................................27
3.2 MÉTODOS ........................................................................................................27
3.2.1 Separação dos Componentes da Placa ..........................................................27
3.2.2 Cominuição .....................................................................................................28
3.2.3 Preparação das Amostras ..............................................................................31
3.2.4 Absorção Atômica ...........................................................................................32
3.2.5 Análise pela Microscopia Eletrônica de Varredura ..........................................33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................34
4.1 RETIRADA DOS COMPONENTES ..................................................................34
4.2 COMINUIÇÃO ...................................................................................................34
4.3 ABSORÇAO ATÔMICA ....................................................................................36
4.4 QUANTIFICAÇÃO PARCIAL POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA. .........................................................................................................38
4.5 ENERGIA CONSUMIDA ...................................................................................41
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................42
11
1 INTRODUÇÃO
A reciclagem proporciona uma contribuição significativa para a redução da
poluição do solo, da água e do ar, além de gerar empregos. Os materiais mais
reciclados atualmente são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Entretanto, em
muitos lugares, ainda não há separação do lixo, não havendo também, por parte das
autoridades, uma exigência de um destino correto para esses itens.
Segundo pesquisas, grande parte da população vive nas áreas urbanas,
causando grande influência ao meio ambiente local. O lixo eletrônico também tem se
tornado um problema mundial, e, seu crescimento tem proporcionado o surgimento
de novos estudos para que todo esse material, ao ser descartado, possa ser separado
e direcionado para outras finalidades, causando menores impactos ao meio ambiente
(VEIT et al.,2008).
Devido ao crescente avanço da indústria eletrônica, este processo causou uma
alta rotatividade de produtos eletrônicos, comercializados e descartados rapidamente,
como um computador, ou, uma impressora, tornando resíduo todo esse material
descartado. Estudos mostram que, só no Brasil, cada indivíduo gera, no mínimo, um
quilograma de lixo eletrônico por dia e, todo esse entulho, muitas vezes, está sendo
jogado em aterros sanitários sem qualquer controle ou precaução (VEIT,2005).
Os resíduos eletrônicos são compostos de equipamentos que acabam sendo
descartados quando não há mais o funcionamento correto, não funciona mais, ou,
ainda, quando esses equipamentos tornam-se obsoletos, devido ao desenvolvimento
de novas tecnologias. Esses resíduos possuem, além de outros materiais,
componentes e metais, que podem ser prejudiciais à saúde, e ainda, outros, que
possuem valor agregado, como o cobre, o chumbo, o estanho e ouro, entre outros.
Os componentes eletrônicos, portanto, são instalados, internamente aos
equipamentos, afixados em uma placa denominada de “placa de circuito impresso -
PCI”, confeccionada geralmente de resina e/ou fibra de vidro. Nessas placas, os
terminais dos componentes são interligados através de trilhas de cobre ou ouro
depositadas, tendo-se os terminais metálicos dos componentes soldados às trilhas
com uma solda composta por uma liga de estanho e chumbo. As PCIs podem variar
com o tipo de equipamento, mas, em geral possuem os mesmos compostos. Desta
forma, devido aos motivos expostos, há um problema ambiental que se apresenta
12
devido ao descarte rápido e inadequado desses materiais, além do não
aproveitamento dos mesmos, sendo necessário uma alternativa que possa resolver
ou diminuir o impacto ao meio ambiente, agregando valor a estes componentes.
Assim, a solução para o problema da questão ambiental e também para a
maximização dos processos, que envolvem os metais encontrados nas PCIs, é a
reciclagem dessas placas (MORAES, 2011).
As tecnologias utilizadas para a reciclagem das PCIs envolvem processos que
podem ser mecânicos, químicos, ou, térmicos. Tais processos ainda carecem de
estudos visando a otimização para melhorar o rendimento. Em vista disso, o objetivo
deste trabalho é contribuir para se encontrar melhores formas de reciclagem do lixo
eletrônico, quantificando os metais presentes nas placas de circuito impresso, tendo,
com isso, um menor custo e um menor impacto ao meio ambiente.
1.1 JUSTIFICATIVA
O aumento da produção do lixo eletrônico, a cada ano, tem preocupado a
sociedade e as organizações responsáveis. Ainda não se tem uma forma eficaz que
possa resolver esse problema. Em vista disso, se faz necessário o estudo de um meio
de reciclar o lixo eletrônico, que pode ser através de processos mecânicos e/ou
químicos.
Através de processos mecânicos como a cominuição, que compreende
basicamente a trituração e a moagem, é possível fazer o processamento inicial desse
material. Além disso, após passar por esses processos, ainda há a possibilidade de
obtenção de metais como o cobre, o estanho, o ouro, o ferro, entre outros, utilizando-
se, para isso, igualmente de processos mecânicos e/ou químicos para a separação
desses materiais. Coletando-se as placas de circuito impresso que foram descartadas
e processando-as, pode-se dar um destino a um material que, muitas vezes, estava
sendo considerado como lixo, e ainda não tinha um aproveitamento e descarte
adequados.
13
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar os parâmetros de um processo para a reciclagem de placas de circuito
impresso, para a obtenção de metais não ferrosos, com enfoque no cobre metálico.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Realizar a retirada dos componentes das Placas de Circuito Impresso por
meio de aquecimento.
• Realizar a cominuição através da utilização de um moinho de martelos e
moinho de bolas.
• Quantificar o cobre presente nas Placas de Circuito Impresso moídas,
transformadas em pó pelo processo de cominuição.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PRODUÇÃO DE LIXO ELETRÔNICO
Define-se como lixo eletrônico todo aquele material produzido pelo descarte de
eletrônicos, seja computares, celulares, televisores, entre outros. Segundo a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, 2010), o termo é aplicado aos equipamentos
eletrônicos de consumo que estão perto ou no final de sua vida útil.
O problema do lixo eletrônico tem despertado a atenção dos países
desenvolvidos devido aos impactos ambientais promovidos, associados ao seu
descarte e disposição final. Grande parte desse questionamento se deve ao aumento
do consumo desses produtos pela população, e, consequentemente, o aumento das
vendas e de sua produção, criando assim um crescimento do fluxo de lixo eletrônico,
que apresentam componentes que trazem riscos para o meio ambiente e para a saúde
humana (RODRIGUES, 2007).
No Brasil, a disseminação da informação da quantidade de lixo eletrônico que
é produzido ainda é desconhecida por grande parte da sociedade. Aproximadamente,
1,8 toneladas de materiais são necessários para construir um computador. A
fabricação dos chips consome muita água em cada etapa de lavagem, exigindo
lavagens seguidas e, ao seu fim, tornando-a imprópria para reutilização (LAVEZ, et
al.,2011).
Segundo a ONU (2017), o Brasil é o país que mais descarta computadores
pessoais per capita, sendo 0,5 kg por habitante. Os computadores comuns possuem,
além do plástico, vidro, ferro, aço, madeira, e metais não ferrosos em sua composição,
como apresenta a Tabela 1. Assim, caso não seja feito o descarte adequado, pode
haver consequências drásticas ao homem e ao ambiente.
15
Tabela 1. Composição media da sucata de equipamentos eletroeletônicos.
Material Quantidade
Plástico 20,6%
Ferro/Aço 47,9%
Metais não ferrosos 12,7%
Vidro 5,4%
Placas de Circuito
Impresso
3,1%
Madeira 2,6%
Outros 7,7%
Fonte: Gerbase, Oliveira (2012)
O aumento do consumo de eletrônicos e seus motivos são comprovados
através de um estudo realizado por Afroz et al. (2013), como mostra a Tabela 2 abaixo.
Tabela 2. Razões para adquirir novos equipamentos eletrônicos.
Razões Frequência (%)
Produto previamente danificado
ou não funcionando mais
73 22,12
Produto de baixa capacidade 37 11,21
Novos produtos com mais
recursos tecnológicos
avançados
81 24,55
Aumento do nível de renda
disponível
58 17,58
Influência de outros 62 18,79
Outras razões 19 5,76
Total 330 100
Fonte: Afroz et al. (2013)
16
2.2 RECICLAGEM NO BRASIL
A questão do aumento do lixo é uma das principais preocupações dos
ambientalistas, ao ponto de influenciar novas políticas a serem implementadas nas
instituições e nas empresas.
Além de ser uma alternativa viável, a reciclagem busca também o retorno de
materiais que seriam descartados, a serem utilizados novamente como matéria prima,
gerando economia no processo de produção. No Brasil, ainda falta um longo caminho
a ser percorrido, para que seja alcançada uma meta satisfatória, no que se diz respeito
à produção e ao consumo de produtos feitos com materiais reciclados. Há, ainda, a
necessidade de incentivo à população, para que tenha como prioridade em suas
residências a aquisição desses produtos e, como consequência, o estímulo às
industrias a continuarem com os processos de produção, reutilizando a matéria prima
proveniente de indústrias de reciclagem.
Segundo Portilho (2005), o consumo sustentável acaba deixando à margem o
consumo consciente, sendo que o último baseia-se em consumir menos e o primeiro
em consumir melhor. Ou seja, é preciso substituir a redução do consumo pela ênfase
da reciclagem, no uso de tecnologias limpas e na redução de excessos que não são
necessários, consolidando, desta forma um mercado verde. A ideia de mercado
emergente que há no século XXI, demonstra interesse na produção de produtos
ecológicos, começando-se a pensar nas consequências públicas dos seus atos,
procurando-se saber quais empresas buscam a transformação social e ecológica.
Visto isso, algumas normas têm-se estabelecido para consolidar a transformação da
indústria e do mercado em setores mais “verdes” (PEREIRA, FERRAZ,
MASSAINI,2014).
Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), todos aqueles
materiais com possibilidade de contaminação ao meio ambiente precisam ter uma
destinação adequada. A resolução do CONAMA nº 257 prevê que todas as pilhas e
baterias ou outros materiais que possuem chumbo, cádmio, mercúrio e outras
substâncias com características parecidas, precisam ser entregues, após o seu
esgotamento, aos estabelecimentos que os comercializam, ou, em assistências
técnicas autorizadas pelas indústrias, para que possam repassar a estas, tendo-se
assim o destino correto e a reciclagem adequada.
17
2.3 PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO (PCI)
As placas de circuito impresso são utilizadas para a acomodação dos
componentes e, portanto, amplamente utilizadas na indústria eletrônica, sendo um dos
constituintes principais dos equipamentos (MEDEIROS, 2015).
Uma placa comum de circuito impresso é constituída de resina epóxi, fibra de
vidro e do cobre. Já os circuitos integrados, apresentam em sua composição, silício,
ouro, prata, níquel, ferro, alumínio e outros materiais, que são unidos através da solda
com chumbo e estanho (VEIT,2005). Quanto retirados todos os componentes há a
predominância da fase não metálica (FNM).
A fração não metálica (FNM) é composta por materiais cerâmicos e plásticos,
sendo estes retardantes de chama, polímeros halogenados, resinas e fibras de vidro.
Já a fração metálica (FM) é composta por metais de base como cobre, ferro, alumínio,
estanho; metais raros como tântalo, gálio e metais do grupo platina; metais nobres
como ouro, prata, paládio e também metais perigosos como cromo, chumbo, berílio,
mercúrio, cádmio, zinco e níquel (MEDEIROS, 2015).
Alguns dos componentes das placas de circuito impresso são: resistores,
capacitores, diodos, dissipadores térmicos, transformadores, conectores, circuitos
integrados e, bobinas, entre outros. A estrutura presente nas placas encontra-se
demonstrada na Figura 1 (MELLO, 1976).
As placas de circuito impresso podem também ser classificadas de acordo com
a sua tecnologia, como mostra a Figura 2. Podem ser placas de face simples, nas
quais somente um lado da placa é revestida com cobre; face dupla nas quais os dois
lados são revestidos com cobre, ou, multicamadas, nas quais existem de 4 a 16
camadas de cobre entre as camadas de fibra de vidro (MORAES, 2011).
18
Figura 1. Placa de Circuito Impresso com componentes
Fonte: Autoria própria
Figura 2. Esquema da classificação das placas de circuito impresso
Fonte: Moraes (2011)
19
2.4 IMPACTO DOS METAIS NA SAÚDE E NO MEIO AMBIENTE
Segundo Kiddee et al. (2013), o lixo eletrônico pode prejudicar a saúde humana
de algumas formas. Entre elas podemos citar:
• Pela cadeia alimentar, tendo contaminação das águas e dos solos
devido aos processos inadequados de reciclagem, havendo assim a
transferência das substâncias tóxicas ao ser humano.
• Pela exposição dos trabalhadores responsáveis pela reciclagem
inadequada.
Segundo Wong et al. (2007), houve um estudo na China sobre a contaminação
pelos processos de reciclagem inadequados. Há a liberação de poluentes orgânicos
(retardantes de chama), dioxinas, furanos, hidrocarbonetos aromáticos e metais
tóxicos como chumbo, zinco, cádmio, entre outros. Pode-se observar a relação de
alguns metais com a saúde humana na Tabela 3 abaixo.
Tabela 3. Relações de alguns metais com a saúde humana.
Elemento Principais danos causados à saúde humana
Alumínio Relaciona-se ao mal de Alzheimer com contaminação crônica.
Bário Efeitos no coração, constrição dos vasos sanguíneos, elevação da pressão
arterial e efeitos no sistema nervoso central.
Cádmio Acumula-se nos rins, fígados, pulmões, pâncreas, testículos e coração. Em
intoxicação crônica pode causar lesão renal, deformação fetal, câncer,
descalcificação óssea e enfisema pulmonar.
Chumbo O mais tóxico. Acumula-se nos ossos, cabelos, unhas, cérebro, fígado e rins.
Causa dores de cabeça, anemia, atinge sistema nervoso central.
Cobre Lesões no Fígado.
Cromo Pode provocar anemia, alterações hepáticas e renais, câncer no pulmão.
Mercúrio Altamente tóxico. Efeito acumulativo, lesões no sistema nervoso central,
absorvidos pelos pulmões, modifica as configurações das proteínas.
Níquel Provoca mutação genética, câncer.
Fonte: Medeiros (2015)
No que diz respeito ao meio ambiente, segundo a ONU (2015), em suas 17
metas, há a abordagem do direito à cidades e comunidades sustentáveis. Até 2030
haverá em todo o mundo, 41 megalópoles com mais de 10 milhões de habitantes. Por
20
isso a necessidade de planejamento e preocupação com o meio ambiente. Existem
também outras metas que dizem respeito à vida na água e a vida terrestre devido aos
desastres ambientais já ocorridos.
2.5 RECICLAGEM DE PLACAS DE CIRCUITO IMPRESSO
No Brasil ainda há um déficit de empresas que processam as placas de circuito
impresso para fazer a reciclagem. Existem, no entanto, algumas empresas que
recolhem e possuem locais adequados para armazenamento e moagem desse
material, para que ele possa ser enviado para outros países para ser feito o
processamento do mesmo para a adequada reciclagem. Existem, também, algumas
ONGs que são responsáveis pela coleta do lixo eletrônico.
Em 2010, o Governo Federal lançou uma política nacional de resíduos sólidos
em que institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos como os
fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, entre outros, em recolher
esses materiais e tratar os resíduos, o que atualmente é feito, porém, seu
processamento muitas vezes é realizado somente fora do país (ECOBRAZ, 2017).
O tratamento dessas placas de circuito impresso é complexo, e, se não
descartadas adequadamente, podem gerar impactos negativos ao meio ambiente. A
recuperação dos materiais reutilizáveis de uma PCI pode, além de valorizar o material
descartado, proporcionar um incentivo financeiro às cooperativas de catadores,
podendo gerar lucro para a empresa que se proponha a recicla-lo, assim como o
estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias de reciclagem no país.
Quanto aos processos utilizados para reciclagem, pode haver processos
mecânicos, químicos, eletroquímicos, ou, térmicos, entretanto, os mais utilizados são
os processos mecânicos por gerarem menor impacto ao meio ambiente.
2.5.1 Processos Mecânicos
Os processos mecânicos consistem, inicialmente, em preparar as PCIs para os
processos mais refinados de reciclagem, consistindo inicialmente na retirada dos
21
componentes, a cominuição, a classificação, a quantificação dos metais presentes e
a separação dos diversos tipos de materiais.
Pode ser considerado como um pré-tratamento, com o objetivo de separar
previamente metais, materiais poliméricos e cerâmicos. Consiste na combinação de
processos operacionais que objetivam o reaproveitamento do material descartado. É
uma técnica mecânica de redução do tamanho das partículas. A fragmentação das
placas ocorre com a finalidade de formar partículas com tamanhos e formas
determinadas e liberar metais para a sua futura concentração. As técnicas que são
utilizadas são impacto e atrito, e, quando necessário, a compressão (GERBASE;
OLIVEIRA, 2012).
2.5.1.1 Retirada dos componentes
A retirada dos componentes pode ser feita por um processo de aquecimento
da placa a 350ºC com uma pistola de ar quente, derretendo-se a solda, para que os
componentes possam ser separados, sabendo-se que a finalidade deste trabalho é o
estudo da reciclagem somente da placa de circuito impresso, sem os componentes.
Para isso, a placa deve ficar como mostra a Figura 3.
Figura 3. Placa de circuito impresso sem componentes
Fonte: Autoria própria
22
2.5.1.2 Cominuição
O processo de cominuição produz partículas finas através da alimentação do
material, que recebe forças mecânicas fortes o suficiente para quebra-los em pedaços
menores. A partir de um ponto de vista diferente, o processo é feito de forma efetiva
na superfície das partículas finas, no entanto, essa função é aplicada para modificação
superficial das partículas (NAITO, KONDO, YOKOYAMA, 1993).
A cominuição, também conhecida como redução de tamanho, ou moagem,
nada mais é do que a ação de uma força bruta que fragmenta a sucata pelo movimento
de “martelos”, “bolas” ou “facas”, dentro de um recipiente que é devidamente fechado.
Existem dois tipos de moinhos para materiais sólidos, que são os moinhos verticais e
os horizontais. Nos verticais, o resíduo entra pelo topo sendo quebrado ao passar
pelos “martelos” ou “facas” em movimento rápido. Já, nos moinhos horizontais, os
“martelos” oscilam em cima de uma grade, que pode ser mudada de acordo com o
tamanho da partícula que se quer obter (VEIT, 2005).
2.5.1.3 Classificação
Ao terminar o processo de cominuição, todo o material precisa ser classificado
de acordo com a granulometria, o que é feito por meio de uma sequência de peneiras.
As partículas menores passam através de cada peneira e as partículas maiores ficam
retidas. Com isso, há a separação dos materiais em partículas maiores e menores,
por faixa de tamanho. Existe também a separação em função da diferença na
moagem, de materiais dúcteis ou frágeis, possibilitando a formação de uma fração
mais concentrada em um determinado material. A eficiência do processo pode ser
afetada por alguns fatores, como a densidade do material, a distribuição do tamanho
das partículas, a forma e a superfície das partículas, a superfície e a movimentação
da peneira (VEIT,2005).
Há equipamentos que realizam o procedimento de classificação por meio de
peneiras vibratórias horizontais, o que permite a melhor separação por tamanho e a
caracterização dos materiais pela análise química, identificando frações que
concentram metais, cerâmicos e polímeros (MORAES, 2011).
23
2.5.2 Solução de Água Régia
Água Régia é uma solução formada pela mistura de ácido nítrico (HNO3) e de
ácido clorídrico (HCl) geralmente numa proporção de 1:4, porém a proporção utilizada
foi de 3:1. Esta solução é mais conhecida pela corrosão do ouro, como mostra a
equação a seguir (CECON, 2012).
Au + HNO3 + 4 HCl → AuCl3 · HCl + NO + 2 H2O
2 AuCl3 · HCl + 4 K2CO3 → 8 KCl + H2O + 4 CO2 + Au2O3
A corrosão do ouro se dá devido à formação de AuCl3 · HCl, que é dissolvido na
sua forma iônica [AuCl4]-e H+. A oxidação do ácido nítrico é associado a um agente
oxidante como os íons cloreto que formam com o ouro o complexo [AuCl4]-. O ácido
nítrico atua como oxidante que dissolve pequenas quantidades de ouro, formando
íons de ouro. Íons cloretos reagem com o ouro e produzem ânions cloroauratos
([AuCl4]-) (CECON, 2012).
A reação, considerando com ácido nítrico concentrado, pode ser descrita como:
Au (s) + 3 NO3- (aq) + 6 H+
(aq) → Au3+ (aq) + 3 NO2 (g) + 3 H2O (l)
Au3+ (aq) + 4 Cl-(aq) → [AuCl4]-(aq)
O mesmo processo pode ser realizado para o Cobre. A reação do cobre que
contêm na placa eletrônica moída com a água régia produz um óxido de cobre que
pode ser transformado em cobre metálico por processos convencionais utilizando
hidrogênio ou monóxido de carbono.
CuO + H2 → Cu + H2O
CuO + CO → Cu + CO2
24
2.5.3 Vantagens de Reciclagem do Cobre
Segundo Guimarães (2014), de 10 a 15% da produção de cobre equivale ao
cobre reciclado a partir de sucata, ou seja, do cobre proveniente de sucata. Sua
reciclagem possui muitas vantagens: requer menos energia do que a obtenção do
cobre metálico a partir das minas garantindo o fornecimento de cobre para próximas
gerações. Visto isso, deduz-se que um método barato e eficiente de reciclagem desse
metal seria a melhor escolha em relação à obtenção do cobre somente pela
exploração de minérios.
2.5.4 Absorção Atômica e a Quantificação dos Metais
O processo de absorção atômica pode ser observado na Figura 4 abaixo.
Figura 4. Absorção atômica
Fonte: Faria (2012)
Os átomos que estão no “estado fundamental” são capazes de absorver
energia luminosa através de um comprimento de onda específico, alcançando um
“estado excitado”. Quando se aumenta a quantidade de átomos presentes no caminho
25
ótico, pode-se aumentar a quantidade de radiação que é absorvida. Assim, quando se
mede a variação da quantidade de luz transmitida, pode-se realizar uma quantificação
do analito presente. Fontes especiais de luz conjugadas com sistemas eficientes de
seleção de comprimento de onda permitem a determinação dos elementos presentes
na amostra (JUNIOR; BIRDART; CASELLA, 2016).
O comprimento de onda que emite da radiação está diretamente relacionada
com a transição eletrônica que ocorre. Sabendo que cada elemento possui uma
transição eletrônica única, o comprimento de onda emitido é característico de cada
um. Quanto mais complexo for a configuração de um átomo, mais transições
eletrônicas ocorrem resultando na emissão de luz ou radiação com comprimento de
onda característico (COELHO, 2014).
Na absorção atômica, a única função da chama é converter o aerossol da
amostra em vapor atômico que aborve a luz proveniente de uma fonte primária. Essa
quantidade de radiação absorvida está diretamente relacionada com a concentração
do elemento de interesse na solução (JUNIOR; BIRDART; CASELLA, 2016).
2.5.5 Cálculo de Consumo de Energia
Em todo trabalho em que há gasto de energia, o cálculo do seu consumo se
faz necessário para se ter uma conclusão se o desenvolvimento realizado é viável ou
não. Quanto mais energia for transformada em um menor intervalo de tempo, maior
será a potência do aparelho em questão. Visto isso, podemos concluir que a potência
elétrica é uma grandeza que mede a rapidez com que a energia elétrica é
transformada em outra forma de energia (BISQUOLO, 2006) e pode ser definida pela
fórmula a seguir.
𝑃𝑒𝑙𝑒𝑡 =𝐸𝑒𝑙𝑒
∆𝑡 (1)
Em que:
• 𝑃𝑒𝑙𝑒𝑡 é a Potência elétrica;
• 𝐸𝑒𝑙𝑒 é a energia elétrica transformada;
• ∆𝑡 é o intervalo de tempo da transformação.
26
No Sistema Internacional a unidade utilizada para energia é o Joule (J), mas na
prática utilizamos o kWh. Portanto, é necessário a conversão conforme é mostrado
abaixo.
1 𝑘𝑊ℎ = 3600000 𝐽 = 3,6 𝑥 106𝐽 (2)
Portanto, sabendo o valor da potência do equipamento e o custo do kWh
cobrado e o tempo de uso do equipamento, podemos calcular o valor do custo (C)
final pelas formulas (1) e (3).
𝐶 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑋 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑏𝑟𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑘𝑊ℎ (3)
2.5.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
O microscópio eletrônico de varredura é um microscópio eletrônico que
produz imagens de alta resolução a partir da superfície de uma pequena amostra. É
muito útil para avaliar a estrutura superficial de uma determinada amostra, além de
mostrar os materiais presentes na amostra.
Um feixe de elétrons primário é criado, condensado e é focalizado através de
lentes eletromagnéticas até chegar à amostra. Na parte superior do equipamento
existe um “canhão de elétrons” que consiste de um cátodo (filamento de tungstênio) e
um ânodo. Uma corrente de alta tensão passa por efeito termoiônico e arranca
elétrons do filamento de tungstênio gerando um feixe de elétrons com energia média
de 30 keV. Existem também, bobinas de alinhamento que são responsáveis pelo
controle da posição do feixe na coluna do plano xy e por sua inclinação (TEIXEIRA,
2013).
As lentes são responsáveis por diminuir o tamanho do feixe de elétrons para
o diâmetro de dezenas de nanômetros. O feixe interage com a amostra em uma
varredura em xy e gera diversos sinais que são detectados e processados, gerando
imagens e informações sobre a composição química da superfície da amostra
(TEIXEIRA, 2013).
27
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Nessa seção, serão apresentados os materiais e os métodos utilizados para o
desenvolvimento do trabalho.
3.1 MATERIAIS
Nesse trabalho, tem-se como objetivo a reciclagem de placas de circuito
impresso para quantificação e possível obtenção dos metais não ferrosos, tendo o
cobre como objetivo. Os materiais utilizados foram: placas de circuito impresso obtidas
em lugares de coleta, soprador térmico, ferramentas para extração de componentes
da placa, balanças eletrônicas, moinho de facas, moinho de bolas, peneiras, solução
de água régia 3:1, equipamento de absorção atômica e microscópio eletrônico de
varredura.
3.1.1 Tratamento das Placas de Circuito Impresso
Após a coleta das placas, foi necessário a retirada dos seus componentes, o
que foi feito com um soprador térmico, e ferramentas como alicates, espátulas e,
estiletes. Feito isso, todo as placas passaram por um moinho de facas e por um
moinho de bolas. Após moído, o pó proveniente das placas foi digerido com água régia
3:1 e obtida a quantificação através do equipamento de absorção atômica.
3.2 MÉTODOS
3.2.1 Separação dos Componentes da Placa
A finalidade do trabalho foi o estudo da reciclagem somente da placa de circuito
impresso, sem os componentes, objetivando retirar somente o cobre, por isso houve
inicialmente, a separação de todos os componentes da placa de circuito impresso.
Empregou-se, portanto, uma pistola de ar quente com 2100 W de potência,
ajustando-se a temperatura de saída de ar em 350 ºC, aplicando-se no lado das soldas
28
da placa para aquecer e fundir a solda, facilitando a retirada de todos os componentes.
Utilizou-se, também, para completar esse processo, um alicate e uma chave de fenda,
que efetivamente proporcionaram a retirada dos mesmos.
Os componentes que foram retirados, correspondentes a cada uma das placas,
foram separados em lotes e numerados, assim como as placas, que foram igualmente
numeradas. Posteriormente, foi feita a medição de massa das placas de circuito
impresso e dos lotes de componentes, para a posterior análise. Desse processo
obteve-se 25 placas de circuito impresso, perfazendo um total de 1462,036 g. Obteve-
se, também, 1900 g de componentes (resistores, capacitores, circuitos integrados,
entre outros) retirados das placas.
3.2.2 Cominuição
Nessa fase inicial do processo de cominuição, houve a trituração das placas
através de um moinho de facas, com um motor de 3500 rpm, mostrado na Figura 5.
Para isso, as placas sem os componentes, obtidas no processo anterior, foram
quebradas em pedaços menores e colocadas no moinho. Nesse equipamento o
material passou inicialmente pelas facas e, posteriormente, por uma peneira de
abertura de 15 mm instalada no próprio equipamento, fazendo, assim, com que o
material saísse em pedaços menores. A peneira a ser utilizada no equipamento pode
ser trocada, em função do tamanho de partículas trituradas que se deseja obter.
Ao terminar a primeira fase, o material triturado passou novamente pelo moinho
de facas, porém, com uma peneira de abertura de 3,5 mm, fazendo com que as
partículas resultantes saíssem bem menores nessa segunda fase, adequando o
material para a próxima fase do processo, no moinho de bolas.
29
Figura 5. Moinho de Facas
Fonte: Autoria própria
Na terceira fase de cominuição, foram colocadas num recipiente as bolas de
cerâmica, sendo 2,903 Kg de bolas com diâmetro de 2 cm e 1,3 Kg de bolas com
diâmetro de 1 cm, perfazendo um total de 4,203 Kg de bolas. Posteriormente, foram
separados 292,71 g do material obtido na fase anterior de trituração, colocando-se
este material no recipiente com as bolas, fazendo-o girar no moinho de bolas, com
974 W de potência, por duas horas, girando o recipiente com o material numa
frequência de 90 rpm. O equipamento é mostrado na Figura 6.
30
Figura 6. Moinho de Bolas
Fonte: Autoria própria
Foram separados também 292,71 g do mesmo material obtido na segunda
fase, colocando-se, esse material, para passar numa sequência de peneiras com
aberturas de 3,35 mm, 2 mm, 0,85 mm e 0,42 mm respectivamente, como mostra a
Figura 7, fazendo-se vibrar por 20 minutos.
Figura 7. Peneiras
Fonte: Autoria própria
31
De todo esse processamento, obteve-se um material com características
adequadas para a próxima etapa, de quantificação do material existente, que será
necessário para a próxima fase desse trabalho. Assim, para o processamento inicial
de retirada dos componentes e cominuição, foram processados 1,5 Kg de PCIS,
correspondentes a 0,4556 m2.
3.2.3 Preparação das Amostras
Após as placas de circuito impresso serem moídas em partículas bem finas, o
pó obtido, resultante desse processamento, foi digerido com uma solução de água
régia com concentração 3:1, com o intuito de solubilizar os metais presentes e
precipitar a fibra de vidro.
Feito isso, a solução de água régia com metais diluídos foi posta em um balão
volumétrico de 100 mL e em seguida filtrada e armazenada em um recipiente de
plástico adequado como mostra a Figura 8.
Figura 8. Amostras com PCIs moídas em solução de água régia
Fonte: Autoria própria
32
3.2.4 Absorção Atômica
Para a realização da análise de cobre e chumbo nas amostras, realizou-se a
absorção atômica com o equipamento mostrado nas Figuras 9 e 10. O equipamento
foi primeiramente calibrado e em seguida as amostras diluídas em uma proporção de
0.2:10 com água ultra pura. Feito isso pode-se obter os valores de concentração em
mg/L. As quantidades de material em pó, resultante das placas de circuito impresso
moídas, colocadas no recipiente para diluição em água, podem ser observadas na
Tabela 4.
Figura 9. Equipamento de Absorção Atômica
Fonte: Autoria própria
33
Figura 10. Equipamento de Absorção Atômica
Fonte: Autoria própria
Tabela 4. Quantidade de amostra de PCI para análise em solução.
Amostras 1 2 3 4
Quantidade de
amostra de PCI 0,1020 g 0,1209 g 0,1274 g 0,1207 g
Fonte: Autoria própria
3.2.5 Análise pela Microscopia Eletrônica de Varredura
Para realizar a análise utilizou-se de uma pequena quantidade de material
moído (não pesado) para que se pudesse obter os gráficos com as quantificações
parciais. Para esse procedimento não foi necessário a solubilização do analito. Uma
pequena quantidade de amostra em forma de pó foi grudada no anteparo específico
para uso no MEV, removendo-se os excessos por assopramento de ar.
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 RETIRADA DOS COMPONENTES
Na primeira fase do trabalho, com a utilização de um soprador térmico realizou-
se a retirada de 1900g ou 1,9 Kg de componentes em 25 PCIs. Tendo, portanto, uma
quantidade de placas limpas de 1462,036g, ou, 1,5 Kg.
4.2 COMINUIÇÃO
Na fase primeira fase da cominuição, houve a trituração das placas (1,5 Kg
aproximadamente) no moinho de facas. Repetiu-se o procedimento com a mesma
quantidade de material, porém com uma peneira mais fina no equipamento.
Na terceira fase, para o processamento no moinho de bolas, utilizou-se de
2,903 Kg de bolas de cerâmica com diâmetro de 2 cm e 1,3 Kg de bolas com diâmetro
de 1 cm, colocando-se um total de 4,203 Kg de bolas no frasco cerâmico de moagem.
Foram separados posteriormente, 292,7 g do material obtido na fase dois e colocado
para girar no moinho de bolas.
Com o intuito de comparar o tamanho das partículas obtidas do material
passado no moinho de facas e de bolas, realizou-se a passagem de ambos na
peneira.
Foram separados 292,71g do material da segunda fase (moinho de facas), e
passou-se numa sequência de peneiras de 3,35 mm, 2 mm, 0,85 mm e 0,42 mm.
Foram obtidos então deste processo 88,4 g de material de partículas de tamanho entre
3,35 mm e 2 mm, 115,03 g de material com partículas de tamanho entre 2 mm e 0,85
mm, 48,84 g de material com partículas de tamanho entre 0,85 mm e 0,42 mm e, 40g
de partículas com tamanho menor que 0,42 mm. Perfazendo um total de 292,27 g
considerando as perdas no processo.
Fazendo uma análise percentual através da fórmula:
𝑋 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑥 100
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
35
Onde X: é a quantidade percentual de material moído em cada tamanho de peneira.
Obteve-se então, 30,20% de material com partículas de tamanho entre 3,35
mm e 2 mm. Uma quantia de 39,30% de material com partículas entre 2 mm e 0,85
mm, 16,68% de material com partículas entre 0,85 mm e 0,42 mm e 13,66% de
material com partículas menores que 0,42 mm.
Em relação ao moinho de bolas obteve-se ao passar nas peneiras nenhuma
quantia de material com partículas entre 3,35 mm e 2 mm, 26,39% de material com
partículas de 0,85 mm, e 73,61% de material com partículas de 0,42 mm.
Fazendo uma análise comparativa entre o moinho de facas e de bolas,
percebe-se que há a redução no tamanho das partículas, tendo assim, uma
porcentagem maior de material nas peneiras com aberturas menores. A comparação
é exemplificada na Tabela 5 e no Gráfico 1.
Tabela 5. Análise Comparativa entre moinho de faca e de bolas
Aberturas/
Quantidade de
material (%)
3,35 – 2
(mm)
2 – 0,85
(mm)
0,85 – 0,42
(mm)
>0,42
(mm)
Moinho de
Facas
30,20 % 39,30 % 16,68 % 13,66 %
Moinho de
Bolas
- - 26,39% 73,61 %
Fonte: Autoria própria
36
Gráfico 1. Análise Comparativa entre moinho de faca e de bolas
Fonte: Autoria própria
4.3 ABSORÇAO ATÔMICA
Após a análise das amostras (quadruplicata), pode-se obter as quantidades
de cobre e chumbo, conforme mostram as Tabelas 6 e 7.
Tabela 6. Concentração de Cobre em mg/L
Amostra 1 2 3 4
Concentração de
Cobre (mg/L) 329,50 329,50 354,50 358,50
Fonte: Autoria própria
Tabela 7. Concentração de Chumbo em mg/L
Amostra 1 2 3 4
Concentração de
Chumbo (mg/L) 20,64 26,92 32,10 37,46
Fonte: Autoria própria
entre 3,35 mm e 2 mm
entre 2 mm e 0,85 mm
entre 0,85 mm e 0,42 mm
menor que 0,42 mm
0
20
40
60
80
Moinho de FacasMoinho de Bolas
Moinho x Tamanho de partícula
entre 3,35 mm e 2 mm entre 2 mm e 0,85 mm entre 0,85 mm e 0,42 mm menor que 0,42 mm
37
Realizando os cálculos necessários, encontramos os valores em porcentagem,
como mostra a Tabela 8.
Tabela 8. Porcentagens finais de cobre e chumbo nos analitos
Amostras 1 2 3 4
Porcentagem de
Cobre 16,13 % 13,62 % 13,91% 14,85 %
Porcentagem de
Chumbo 1,01% 1,12 % 1,26 % 1,55 %
Fonte: Autoria própria
Podemos expressar também os resultados em kg/tonelada. A quantidade de
cobre é de 161,27 kg/tonelada e a de chumbo é de 10,1 kg/tonelada.
Obteve-se os gráficos de absorbância versus a concentração (mg/L), Gráficos
2 e 3. Absorbância é a capacidade do material absorver radiações em determinada
frequência.
Gráfico 2. Concentração de Cobre nas PCIs
Fonte: Autoria própria
5; 0,2044
y = 0,0411x - 0,0008
-0,05
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0 1 2 3 4 5 6
AB
SOR
BÂ
NC
IA
CONCENTRAÇÃO (MG/L)
ABSORBÂNCIA X CONCENTRAÇÃO
abs Linear (abs)
38
Gráfico 3. Concentração de Chumbo nas PCIs
Fonte: Autoria própria
O desvio médio da quantidade de metais nas placas pode ser calculada
através da fórmula do desvio padrão mostrada a seguir.
Assim, há uma quantidade media de 14,6275 % de Cobre com desvio padrão
de 0,98 e uma quantidade media de 1,235 % de Chumbo com desvio padrão de 0,20.
4.4 QUANTIFICAÇÃO PARCIAL POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA.
Para determinada região do material há um espectro a ser a analisado. No MEV
há a análise de diversos pontos dentro da amostra coletada, como mostra a Figura
11.
20; 0,1339
y = 0,0066x + 0,0014
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0 5 1 0 1 5 2 0 2 5
AB
SOR
BÂ
NC
IA
CONCENTRAÇÃO (MG/L)
ABSORBÂNCIA X CONCENTRAÇÃO
abs Linear (abs)
39
Figura 11. Microscopia de Varredura de uma amostra de PCI.
Fonte: Autoria própria.
Pode-se observar então, a presença de diversos metais em cada região da
amostra. Os picos detectados no espectro justificam os elementos presentes na
amostra, e a intensidade dos mesmos é devida à concentração do elemento. Alguns
resultados obtidos são mostrados nos Gráficos 4, 5 e 6.
40
Gráfico 4. Quantificação de metais para determinada região da amostra.
Fonte: Autoria própria.
Gráfico 5. Quantificação de metais para determinada região da amostra.
Fonte: Autoria própria.
Gráfico 6. Quantificação de metais para determinada região da amostra.
41
Fonte: Autoria própria.
4.5 ENERGIA CONSUMIDA
Através das equações demonstradas na seção 2.5.5 deste trabalho pode-se
encontrar os valores de energia consumida pelos equipamentos no processo de
cominuição conforme mostra a Tabela 9.
Tabela 9. Consumo de Energia em kWh
Fases processo Retirada dos
componentes
Cominuição – moinho
de bolas
Cominuição – moinho
de Facas
Energia kWh 4,795 0,754 1,948
Fonte: Autoria própria
42
5 CONCLUSÃO
Diante do trabalho exposto, é possível perceber tanto a necessidade da
reciclagem das placas de circuito impresso, quanto a possibilidade, para a obtenção
do cobre principalmente. Sua obtenção, a partir da reciclagem, se torna mais eficiente
do que através da mineração, sendo um processo mais barato e que requer um menor
tempo. Com relação ao tempo de processamento, o processo de cominuição é
relativamente demorado, quando comparado com a solubilização e quantificação por
absorção atômica, que são análises rápidas e eficazes.
Visto isso, é possível se obter um processo que, se não resolva, reduza em
pelo menos uma grande parte do lixo eletrônico que antes não tinha um local
adequado de descarte e, ainda, possibilite que a empresa responsável pela
reciclagem obtenha o metal, podendo vender e, ainda, reutilizar o cobre recuperado
por esse processo na produção de outros produtos. Há ainda o fator social, quando
se agrega valor a um material que no passado, muito mais que atualmente, vinha
sendo jogado fora.
Para trabalhos futuros indica-se a necessidade de realização de análises
estatísticas dos processos, e análises financeiras mais aprofundadas. Também se faz
necessário o estudo de viabilidade econômica de processamento por tonelada de
material e estudo estatístico mais aprimorado para quantificar, além do cobre, outros
metais também por tonelada, presentes na amostra, assim como os melhores
processos para se obter tais materiais das amostras.
43
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