receptores (beta)-adrenérgicos
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Marina Tamagnini Parpinelli e Pedro Leonardo RosadoTRANSCRIPT
Em nossos olhos, nariz e boca, temos sensores de luz, odores e
sabores. Dentro do corpo, as células têm sensores semelhantes para
hormônios e substâncias de sinalização, tais como adrenalina, serotonina,
histamina e dopamina. Apesar da evolução da vida, as células têm
utilizado o mesmo mecanismo básico para leitura de seu ambiente: os
receptores acoplados a proteína G: os receptores adrenérgicos. Mas eles
permaneceram escondidos de pesquisadores por um longo tempo.
A maioria dos processos fisiológicos depende dos receptores
adrenérgicos e metade dos medicamentos existentes interage através dos
mesmos. Sendo assim, o estudo e consequente conhecimento a respeito
destes receptores são de grande benefício para humanidade. A grandeza
de importância deste estudo implicou no Prêmio Nobel de Química de
2012, onde Robert J. Lefkowitz e Brian K foram premiados por ter
mapeado como uma família destes receptores acoplados a proteína G
trabalha no corpo humano.
Os receptores adrenérgicos podem sofrer variações fenotípicas,
os chamados polimorfismos. Muitos estudos revelam a relação entre os
polimorfismos e algumas doenças, em especial na área cardiovascular e
respiratória.
O sistema nervoso humano possui
recursos de defesa instintiva para
situações de perigo iminente, onde o
sistema nervoso simpático responde
com a “Reação de lutar ou fugir”,
que prepara o corpo para responder
coerentemente em diversas
situações. Nessas situações os
receptores adrenérgicos situados
nas superfícies das células
detectam um agonista liberado no
sangue. Quando isto ocorre, tais
receptores passam uma mensagem
para a proteína G, interna à célula,
que é responsável por propagar tal
mensagem que causará devida
reação corporal.
Os receptores β-adrenérgicos Os receptores β-adrenérgicos são ativado por hormônios como a
adrenalina e desempenham um papel fundamental na fisiologia
cardiovascular e pulmonar. São prevalentes em músculos lisos e
esqueléticos, como por exemplo: vasculatura, baço, vias aéreas, e são
responsáveis pelo relaxamento muscular.
Estrutura
O receptor beta-2 adrenérgico é uma proteína transmembranar (que atravessa a
bicamada lipídica) com sete hélices transmembranares e uma hélice paralela
com a face da membrana citoplasmática. O receptor beta-2 adrenérgico é
codificado por um gene destituído de íntrons (regiões não-codificantes do RNA
mensageiro) e localizado no cromossomo 5q31-32.
Estrutura Até o momento, foram descritos 12
polimorfismos do tipo SNPs (de troca
de um único par de bases
nitrogenadas) para o gene do receptor
beta-2.
Destes, cinco (Arg16Gly, Gln27Glu,
Trh164Ile, Val34Met e Ser220Cys)
ocasionam alterações em aminoácidos
do receptor e apresentam importância
funcional. As consequências do
polimorfismo Ser220Cys ainda não são
bem compreendidas e estima-se que o
polimorfismo Val34Met, que é bastante
raro, não provoque mudanças na
função do receptor beta-2. Os demais,
por outro lado, demonstram estar
relacionados a alterações funcionais do
receptor. Estes polimorfismos podem
ocorrem por substituições de
nucleotídeos em locais específicos do
gene do receptor, por desequilíbrios de
ligações gênicas ou devido a outras
alterações gênicas.
Estudos sobre o sistema adrenérgico
vêm fortalecendo a hipótese de que
variantes genéticas dos
adrenoreceptores centrais ou
periféricos têm um papel na fisiologia de
doenças cardiovasculares como
hipertensão arterial e insuficiência
cardíaca.
O que ocorre nas células
O agonista, que é um hormônio neurotransmissor como por exemplo a
isoprelina, adrenalina ou noradrenalina, se liga ao receptor . Então a proteína
G sofre mudança conformacional se desacoplando por fosforilação, essa
proteína por sua vez ativa o adenilato ciclase que catalisa a conversão de ATP
em AMPc. Estes AMPc ativam as proteínas quinases, que por sua vez
fosforilam outras proteínas, incluindo canais iônicos, produzindo as ações
fisiológicas.
Algumas reações fisiológicas correspondentes a
ativação dos beta receptores
• No músculo liso: Causa relaxamento,
porque as proteínas cinases, neste
caso, fosforilam diversas proteínas
contrácteis, resultando em
relaxamento do aparelho contráctil.
• No fígado: Causa glicogenólise e
gliconeogênise. Neste caso as
fosforilações resultam na ativação da
glicogêniofosforilase e no catabolismo
do glicogênio (um polissacarídeo que
é a principal reserva energética nas
células animais) que implica no
aumento dos níveis plasmáticos de
glicose.
• No músculo esquelético: Causa
glicogenólise e captação de .
• No músculo ciliar: Causa relaxamento,
adaptando a visão para longe.
• No músculo liso brônquico: Causa
relaxamento, que é importante para o
controle da resistência nas vias aéreas.
Referências •http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010000600019
•http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2583103/
•http://med.stanford.edu/kobilkalab/pdf/NatureInsight.pdf
•http://clenbuteroleanalogos.wordpress.com/agonistas-beta-adrenergicos/
•http://www.proteopedia.org/wiki/index.php/A_Physical_Model_of_the_%CE%B22-
Adrenergic_Receptor
•http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/2012/popular-
chemistryprize2012.pdf
•http://www.fmrp.usp.br/revista/2006/vol39n1/1_receptores_b_adrenergicos.pdf
•http://farmacolog.dominiotemporario.com/doc/cap%202%20-
%20medicamentos%20adrenergicos.pdf